Preço 1500 Quinta feira, 20 de Fevereiro de 1958 Ano III - N.» 553
Proprietário, Administrador e fditor
V . S . M O T T A P I N T O
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - AV. D. NUNO ALVARES PEREIRA - 18 - T E L E F . 026 467
M O N T I J O ---------------------------CO M PO SIÇÃ O B E M K tE S S A O — T IP O G R A F IA c G R A F E X » — T E L E F . 026 236 — M O N T IJO
D I R E C T O R
Á L V A R O V A L E N T
Pó, terra... e cinzasMal extintos os ecos deste
Entrudo que já lá va i, o lhamos em redor e apenas encontramos no seu espólio detritos em mau estado, — como é natural.
Em troca dalguns momen ■ tos de estouvanada folia, em que se perdem futuros e se vanham muitas vezes manchas que não mais se apagam, comprometem-se situações e forjam-se imprevi- dências.
O Espírito necessita de distracção, — isto é tão velho como a outra m áx im a : Nem só de pão v iv e o Hom em . Contudo, há muita d istracção fora deste campo, sem os perigos e as degradações desta quadra.
Com o andar dos tempos, o Entrudo ficará reduzido aos bailes de m áscaras e à apresentação das crianças em trajos apropriados, desaparecendo esse estendal de misérias peculiar à rua pública. E ainda bem. Do mal, o m enos!
Já lá vai o de 1958 .Poucas saudades deixou,
a não ser à mocidade sonhadora que julgou divertir-se formidavelmente.
Voltou a normalidade. A graça desesperou-se porque a não foram buscar e dela se esqueceram .. .
Não houve uma nota es p irituosa, uma passagem hum orística que ficasse como recordação.
Pó e terra. .. terra im produtiva, agreste, e s té r i l !
Entrou agora a Q uaresm a e por quarenta dias, até D o mingo de Páscoa, pode a humanidade p u r i f ic a r - s e . E ssa purificação, porém, não exclui as manchas inaparen- tes e incom pensáveis. Estas são indeléveis, tal o ferrete das ignomínias.
Com eçou ontem, quarta fe ira de C inzas, que melhor se denom inaria «quarta feira de rem orsos», como disse S i lv a Pinto.
C in z a s . . . e nada.
@lóuLeai cZuequiztasi - 56
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O V / D E / R / N H ONão me refiro, evidente
mente, àquele que «faz pela vida», com seriedade inconcussa de p r o c e s s o s , p ro curando no trabalho pertinaz a solução dos seus prob lemas económ icos.
Este só m erece a nossa simpatia, só é credor do nosso fervoroso aplauso.
É um gigante em luta, muitas Vezes de corpo afilado e em busca de calorias para si e para os seus.
E até porque já constitui uma rara espécie de lutador, no momento próprio em que a lei do menor esforço tem
a suprem acia, eu devoto-lhe a especial adm iração do meu espírito justiceiro .
Não é, portanto, a este que venho dedicar a m inha
Por
Á L V A R O V A L E N T E
crónica i r r e q u i e t a , — esta vá lvu la de escape que concretiza todo o meu desabafo, em f r e n t e a o s problemas ingentes desta hora com plicada que Vai decorrendo.
Não.
L i g a P o r t u g u e s a d e P r o f i l a x i a S o c i a l
A formação cultural do OperárioA Pátria tem necessidade
da leal colaboração de todos os seus filhos e também é justo que estes, qualquer que seja a sua origem, se sintam am parados e protegidos pela solidariedade nacional.
Com o todos os cidadãos colaboram na tarefa do eng r a n d e c im e n to da Pátria ,
mesmo quando se dedicam apenas às suas actividades profissionais, deve procurar- -se por à sua disposição a m aior soma possível de fe licidade, de a legria, de bem- -estar e de possibilidades culturais.
S e r ia interessante, portanto, que a chama da cola-
RTDGAL F P Ó V O A P E
V A R Z I M
Publicamos hoje uma gra- vura da praia e da?aven ida marginal dessa linda terra.
vede como Portugal tem exceIsos panoramas ! Com o
essa praia é bela, é grandiosa, é m a rav ilh o sa !
Bend ita pátria que tanta beleza encerra.
Pó vo a de Varzim , te ira de
encantos sem par, dos po- ve iros heróicos e dos sublimes aspectos, — nós te saú d am o s!
boração nacional transform asse em verdadeira irm andade todos os que nasceram na mesma terra e que falam o mesmo idiom a e que n in guém se sentisse isoladoou e s q u e c id o na sua própria Pátria .
D e resto, parece-nos que não podemos ficar indiferentes aos sofrim entos e às desditas dos nossos sem elhantes, pois basta que sejam nossos concidadãos para que m e re ç a m a nossa franca sim patia e decidido respeito, pois assim o exige, não só a nossa form ação moral, mas até o simples interesse m aterial da N ação , que será tanto mais digna e forte, quanto mais cultos, felizes e conscientes forem todos os que se abrigam no seu seio.
D esen vo lve r a cultura nacional é contribuir e ficaz mente para o bem-estar de todos. E nessa cultura deve o operário ocupar, sem dúv ida , lugar de bem justificado re lêvo. C ircu nscreven do-nos a esse sector parece- -nos que o mais acertado será in ic iar decidido combate ao analfabetism o, começando por instituir de facto, a’ obrigatoriedade do ensino primário, para todas as crianças dando-se assim a cada futuro cidadão a possib lidade de desenvo lver as suas tendências ou capacidade intelectual.
C o n v ir ia pois instituir b ib liotecas públicas em todos os centros de certa importância, de onde partiriam periodicam ente b ib l io t e c a s
(Continua n a p ág in a 5)
A m inha intenção Visa outro personagem .
Q uero fixar na te la da m inha habitual contundência,— como certos arlequins c lassificam a m inha observação — , por interm édio destas tiras de papel e deste resto dum lápis i n t e r m é d io vulgar, aquele bonifrate que, m ercê das suas excelsas qualidades de c a m a le ã o perfeito , se adapta, se em íscui, raste- jante, penetrante, untuoso e lépido, para a lcançar e conquistar, triunfalm ente, os pontos e as situações dos seus planos.
A Vacuidade do seu cé re bro mole nunca poderia insp ir a r - lh e aquela e levação, aquela e legância de gestos e de atitudes que dignifica e personaliza o homem probo e consc ien te ; e, então, serve-se das artim anhas hab ilidosas que qualquer patarreca é capaz de arquitectar e fura peia Vida e seus interstícios, penetra nas fendas, derrete- -se em curvaturas, desfaz-se em am avios e adulações.
Apenas tem na mente o verbo «trepar».
T rep a r de posição ou tre par de im portância. Tudo é T r e p a r !
Não im porta o passado, nâo im portam as convicções.
D izer ontem o pior possível dum indivíduo, (na som bra e pelas costas, é c la ro ) e estar hoje a bajulá-lo às escâncaras, para ver se sobe,
(C ontin ua n a p á g in a 5)
H á - d e s o a r a h o r a
Há-de soar a hora,Esssa hora clarão Como facho novo ardendo, A hora da redenção Em que hei-de dar a mão- A ’ nova aurora irrompendo.Há-de soar a hora,E de tanto apetecida Como a preiamar esperada Para encetarmos viagem. Hás-de beijá-la na Jace E ciciar-lhe ao ouvido,Que não me fale da vida Passada nesta friagem,Há-de soar a hora,A hora dos deserdados Espera desde os primatas E diáriamente adorada, Como algo que se não vê.Que vive dentro de nós Nesse desejo incontido E nem sabermos porquê!— Há-de soar a hora !
Manuel Itovlsco
A PROVINCIA 20-2.958
V I D A
P R O F I S S I O N A L
Médicos
M O N T J ODr. Avelino Rocha Barbosa
Das 15 às 20 h.R. A lm irante Re is, 68, 1.°T e le f. 0 2 6 2 4 5 - M O N T I J O
Consultas em Sarilhos Grandes, às 9 horas, todos os dias, excepto às sextas feiras.
Dr, Eaiisto NeivaLargo da Ig re ja , 11 .
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Dr.1 Isabel Gomes PiresEx-Estagiária do Instituto Português de Oncologia.
Doenças das Senhoras Consultas às 3.as e 6.as feiras
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Dr. Santos Iflorcelo
Doenças nervosas e mentais
Consultas e tratamentos — primeiros e terceiros sábados de cada mês, pelas 12 heras, no consultório do E x .mo Sr. D r. Ferreira da Trindade — R. Rulhão Pato, 42 - Telefone 026131 - M ONTIJO.
M éd icos V e te r in á r i o sDr. Cristiano da Silva MendonçaA r. Luís de C a m õ e s -M O N T I . I O ,
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ParteirasAugusta Marq. Charneira! Moreira
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Diplomada pela Faculdade de Medicina de Coimbra
R. José Joaquim Marques — N.° 231
M O N T I J O
Armanda LagosParteira-Enfermeira PA-RT-0 SEM D O R-—
Es-estagiária das Maternidade» de Paris e de Strasbourg.
De d i a - R . Almirante Reis, . 72 Telef. 026038
De noite - R. Machado Santos, 28
M O N TIJO
T e le fo n e s J e u r g ê n c i aHospital, 026046
Serviços Médico Sociais, 026 198 Bombeiros, 026048
Taxis, 026025 e 026479 Ponte dos Vapores, 026425
Polícia, 026144
Trabalhos para amadores fo tog ra fias 4 'flrte fl porei hos fotográficos
R e p o r t a g e m F o t o g r á f i c a
Rua Bulhão Pato, 11 - MONIIJO
U M A C A R T A
IN T E R E S S A N T EDo sr. Jú lio de O live ira
Ram os Carap inha, residente em L isboa, recebemos uma carta da qual extraíam os a lgumas sugestões dignas de ponderação.
O a u t o r d e s s a carta com eça por nos ped ir que agradeçam os à.Com issão das Festas'Populares-de S . Pedroa . «m aneira brilhante copio as tem organizado», — o que. aliás, já por várias vezes temos feito.
Em seguida recorda a inauguração da nossa Praça de To iros , em 1 de Setem bro do ano passado, e refere «como as janelas estavam lindas , arrerscetttando q ú e ríOrica v ira em parte algum a de Portugal tanta orig inalidade e tanta graça castiça.
" E , 'depois” dê 'reco rd ar as antigas «entradas» de gado para as toiradas, as «esperas» e as noites ribatejanas de então, termina por nos pedir que lembremos à população para este ano, na altura das Festas e das toiradas já previstsrs e-anuncfd- das, vo lta r a ornam entar as janelas e as fachadas em toda a rua Cândido dos Reis,— o que s e r ia mais um grande atrativo e propaganda da nossa terra.
Aqui fica a sugestão finai para os m o ra d o re s dessa rua apreciarem , sende certo que com ela concordam os plenamente.
Aos Toiros
P e lo s f e s t o s d e S, P e d r o
A Com issão Pró-Praça de■ To iros, faz saber a todo o público, e em especial ao de M ontijo , que já se encontram à venda cadernetas com direito a b ilhetes para as duas grandiosas corridas, que se devem realizar nos dias 29 e 50 de Junho, por ocasião das populares e já tradicionais Festas de S . Pedro.
O s locais de venda de cadernetas encontram-se in-1 dicados nos programas já distribuídos para o efeito.
Po r este processo, fac ilitamos a todos a assistência aos espectácu los taurinos, visto que a aquisição dos bilhetes é feita suavem ente e ao a lcance de todas as bolsas.
H a v e n d o dificuldade na a q u is iç ã o das cadernetas poderão os interessados dirigir os seus p e d id o s à C o m is s ã o d a C a s a d a C riança , Rua A lm irante Reis, M ontijo , a cargo de quem está esta organização.
Te lefone 026 579:
ftaai Cf.ohxgmfiai
F o t o M o n t i j e n s e
Recordações de um flldeano ao redor de 1900 :
fscolas do meu tempoAs Mestras
Estas modestas pioneiras do ensino do « A B C » m erecem que não as esqueça nestas recordações, e lhes rendai as m inha# respeitosas homenagens.
E ram elas que d esb rava vam p r im e ir o os nossos obscurecidos cérebros infantis, e quanta canseira isso não re p re se n tava !
A s «m estras», como nesse tempo se cham avam , eram
P o r
Luís M a r ia N o g u e i r a !
algumas senhoras com um pouco mais de instrução do que o n o rm a l; e que numa saleta da sua própria casa recebiam , a troco de 2 tostões por mês, crianças para lhes ensinar a ler, escrever e con ta r; (â m aioria eram m e n in a s ) , transform ando assim a sua residência em creche. O sím bolo da sua autoridade era uma régua para dar nas mãos e uma cana comprida para a caro- lada às mais indiscip linadas.
Eu , aos cinco anos, dava entrada, acompanhado da minha c a d e ir in h a , (porque era um utensílio indispensável à nossa adm issão) na escola dumas senhoras po- oularmente conhecidas pelas Palmeloas, julgo que por serem naturais de Palm eia. E ra mãe e filha, que v iv iam na rua da G ra ça e Iembra- rain-sé'tãmbém de abrir unia escola. N unca m ais esqueci a senhora que nos ensinava,
. que era a. .filha,, por ser muito paciente e carinhosa, aturando de manhã à noite uma mão cheia de crianças,
.que as m ães, por aquele preço, estavam livres delas todo o d ia !
À medida que fui crescendo, ia fazendo protestos e choram ingas junto de m inha mãe, porque não queria andar na escola das raparigas mas sim na dos rapazes.
Um facto que se deu por esse tempo ve io ao encontro dos meus desejos : — Abria- -se uma nova escola próximo de mim, na rua do «Mata- -porcos», sendo professor o S r . Joaqu im G uerre iro da Fonseca, queeravu lgarm ente conhecido pelo «C roché». A li me fui instalar por 3 tostões m ensais, tendo sido inscrito com o N . ° 5 . O professor G u erre iro ensinava- -nos a ler, escrever e contar,— o seu saber a mais não c h e g a v a ; mas era também paciente, procurava de manhã à noite que aprendêssemos o mais depressa possíve l, e, para nos estimular, estabelecia no fim de todos
os meses 3 prém ios para os mais ap licados. O 1 .° de 30 réis, o 2 .° de 25 e, o 3 .° de
-vintém-,-e-com-diploma! Este era um pequeno pedaço de papel escrito pela sua mão, com a respectiva c la ss if ica ção. A lgum as vezes apareci radiante em casa, porque tinha ganho o prim eiro prémio ; e por este processo de ensino o professor G uerre iro em breve tinha de mudar de casa, — a saleta já era pequena. Fomo-nos estão instalar numa casa maior, na rua N ova . A sala da aula era bastante atrípla, o professor mandara erguer ao fundo uma tribuna onde se instalava, com a respectiva cam painha para nos cham ar à o rd em ; e pendurada na parede a seu lado uma palmatória negra, com cinco olhos, — ornamento estúpido e selvático ind ispensável em- todas as e s c o l a s daquela época.
Ju s tiça há que lhe fazer, ela só serv ia de ornamento, porque raras vezes a ap licava nas nossas mãos. Eu tinha sido e levado à alta categoria de monitor da escola. D e vido à mesma, sentava-me num mocho de pinho em frente duma com prida mesa que serv ia para fazerm os a cópia ou o ditado, e em volta, em com pridos bancos, todos os outros alunos. Já éramos mais de quarenta.— Tenho-os aqui todos na m inha frente, porque um dia apareceu na escola um fotó grafo que se tinha lembrado dum grande n e g ó c io : tirar a fotografia aos alunos das d iversas escolas da terra, — e como cada um de nós f icaria com uma, ele deveria ter arranjado farta colheita. A nossa foi tirada no quintal, im provisado em sala de aula. Tudo para ali foi levado por nós. N o quadro vê-se o en diabrado D ion ís io — (e qual de nós o não era ? ), — em atitude de quem escreve , e lê-se — Esco la Popu lar 1-7-96 (D a ta da abertura da Esco la ), e por baixo : Pro fesso r G u e rreiro. N as costas da fotografia, de que sou possuidor, há a seguinte dedicatória : — O fereço ao meu aluno N . ° 5 como monitor da m inha es cola, Joaqu im G uerre iro em 8 -5 -9 9 . Esta dedicatória era uma generosa mentira de minha mãe, com binada com o professor, para que meu pai não soubesse que o orçamento c a s e i r o tinha sido desfalcado em três tostões...
Quando de tempos a tem pos encaro esta fotografia, não é sem profunda em oção que o faço. Todos nós éramos filhos de gente modesta— de operários, de pequenos fazendeiros e chacineiros.
Tambêm tive uma aventura \ Neste Entrudo que passou, Vou contá-la nesta altura Em segredo E muito a-medo,Pois ainda não acabou,
Vésti-me de dominó,— Mas um t.dominó* ben \
[ rico ! —E fu i no jórróbódó,Fui atê o baitarico. Encontrei lá, mascarada, Uma linda pequena Que, depois da «patijscada\ I Vi que era morena,'Foi uma noite completa! Dançámos, brinquei, . . e tal. E numa ceia secreta, (Gabinete reservado) Passámos um bom bocado | Que não mais esquecerei,— Ela, rainha, e eu . . . de rei!
Era já de madrugada E nós ambos muito em brasa... E já passava a alvorada Quando regressei a casa! Mas lá é que foram elas! Ao cimo da escada A sogra e a mulher E até a criada,Fizeram-me ver estrelas A 's cinco da madrugada. ,,| Levei vassourada E mais bofetada E tanta pancada Que fiquei mesmo a escorrer! I Por fim , fu i posto na rua I Pra fazer versos à lua...\
E aqui estou sem vintém, Mesmo, mesmo a estoirar/I Não ctigam nada a ninguém\ Inda não voltei ao lar . . . Malditas, pois, as pequenas, A s loiras mais as morenasI Noutra não cai O filho de meu p a i.. .— Quem tem dó deste pobn\
[iaventureiro Que ficou sem mulher e seu: I
[idinheiro ?( Mas foi, talvez, pequeno o I
[prejuízo Pois era tempo de já ter\
\ ju iz o .. .) jH o m e m a o m a r
S e pudesse proceder à sua chamada, quantos me res-l ponderiam ? 1 Q uantos já nào I teriam tombado durante es-1 tes cinquenta e tantos anos?! J Para todos a minha como-| v ida saudade !
A m inha estadia nesta es-1 cola estava term inada. Nadai mais aprendia, tinha dadoI boas contas de mim, por issoj meu pai r e s o lv e u que zesse exame de instrução) prim ária. Fui assim para escola do professor Caleiro., que ficava na Rua do Conde. O professor C a le iro era pessoa culta, lecc ionava os ra-’ pazes e a esposa as meninas. E le era extraordinàriamentíl nervoso, irritando-se e ate[ arrepelando-se q u a n d o na sua frente aparecia algum I cábula que não estudava e [ por vezes, a lição terminavaI a sopapo e a «cachação»./1 senhora era calm a e pacíficíl e algum as vezes tinha quf in te rv ir para acalm ar o | rido.
Num ano tinha-me prepa' I rado para fazer exam e; eí recorda-me com que satista; ção e sorridente e l e ' me "
(Continua na página 3)
20-2-95® A PROVINCIA 3
AGENDA ELEG A N TE
A n i v e r s á r i o sf e v e r e i r o
_No dia 10, fez 13 anos o menino Manuel António Pego B a raona, filho do nosso estimado assinante sr. F r e d e r i c o A. B a raona.
— No dia 20, completa 29 anos o jr . José Marques Gervásio, nosso preza:lo assinante.
— No dia 21, a menina Helena Sabino Bernardes, sobrinha da nossa dedicada assinante, sr.a D. Laura Bernardts._No dia 21, completa 28 anos
0 Sr. José Paulo da Silva Futre, nosso estimado assinante._No dia 21, a nossa dedicada
assinante, sr, ‘ D. Maria dos Anjos Kibeiro de Brito.
— No dia 22, o sr. João Augusto Tobias, nosso prezado assinante.
— No dia 23, o sr. Professor José Manuel Landeiro, nosso dedicado colaborador.
- - No dia 23, completa 4 anos de idade a menina Maria dos Anjos Zuzarte Pina, gentil filhinha do sr. Germano Pina Rua, funcionário dos C. T . T ., de Montijo.
— No dia 24, completa 18 anos o sr. Nelson Sacoto Fernandes, filho da nossa estimada assinante, sr.* D. Maria Alzira Borges S a coto Fernandes.
— No dia 24, a menina Maria Alexandrina Pinto de Morais, sobrinha do nosso prezado assinante, sr. Américo José da Silva.
— No dia 24, o nosso dedicado assinante e bom amigo sr. António Maria Carreira.
— No dia 25, a menina Maria João Relógio Rodrigues, filha do nosso amigo e prezado assinante, sr. Onofre Marcelino Rodrigues.
— No dia 26, o sr. Adelino Norberto Pinto Martins, filho do nosso estimado assinante, sr. Norberto Martins Soares.
— No dia 26, o sr. José Gomes de Almeida, nosso prezado assinante.
— No dia 26, o sr. Mário dos Santos Gouveia, nosso estimado assinante.
M O N T O AGENDA
UTILITÁRIA\
S . F . 1 . 0 d e D e z e m b r o
Esta colectividade montijense está em negociações com a organização Welred, — concursos m u sicais e internacionais —, da cidade de Kerkrade, na Holanda, a fim de a sua Banda tomar parte num certame que nessa cidade se realiza em 30 de Agosto do ano corrente.
O certame é constituído por Bandas de amadores sòmente, e nele comparecerão conjuntos, m usicais de todo o mundo.
E desnecessário acentuar o en tusiasmo com que escrevemos esta notícia. A tornar-se realidade, sentir-nos-íamos orgulhosos com o facto, além do prestígio resultante para aquela colectividade, para a nossa terra, e até para o nosso pus.
Fazemos ardentes votos para que dentro em breve possamos dar a certeza desta realização.
ES C O U S DO MEU TEMPO
(Continuação da p á g in a 2 )
zera prestar provas perante meu pai, para assim ele poder ava lia r do meu ap ro ve itamento e do seu método de e n s in o . F e i t o o meu exame no L iceu do Carm o em Lisboa, (tendo por com panheiro o S r . Jo s é M endes, da fam ília «Pato la», que depois de homem reso lvera fazer exam e, ambos ficám os aprovados com grande contentamento do professor C a leiro) e como a minha idade n ão m e p e rm it ia ainda aprender um ofício, matri- culei-me, então, na Esco la M u n i c ip a l Secundária , s ituada na Praça.
(C ontin ua)
Informação do Secretariado Paroquial Je MontijoS O B R E C I N E M A
5.» feira, 20 ; «A MADELON». País de origem - França. Género - Comédia. Principais intérpretes: Une Renaud, Jean Richard e R o ger Pierre.
Enredo : — Durante a guerra de 14, perto do Marne, soldados juntavam-se num café, onde a filha do proprietário os servia e distraía com as suas canções. Chamava-se Madalena, mais conhecida por Ma- delon. Deu o nome à canção que então se espalhou. Apaixonada, Madalena vai às trincheiras em procura do homem que amava, Nem, por fim, a casar com um seu conterrâneo que, de há muito, gostava dela.
Apreciação estética : Bom desempenho. Canções agradáveis
Apreciação m oral: — Sem inconvenientes. PARA T O D O S .
Estreado no Cinema Capitólio em 27-12-57.
S á b a d o , 2 2 ; « R I T M O NO C O R A Ç Ã O » . Pais de origem - k. U. A.. Género - Comédia. P r in cipais intérpretes: Elvis Presley, Lizabeth Scott e Dolores Hart.
Enredo: — Deke Riners conse- 8ue tornar-se um ídolo, na in terpretação do Rock and Roll. Uma artista pretende aproveitar-se da boa situação de Deke que, ao conhecer os seus intentos, pensa eortar relações com ela. Por fim, tudo se resolve em bem e ambos unem os seus destinos.
Apreciação estética:— A rgumento fraco, urdido quase exclu- s'vamente para exibição do Rock ar>d Roll. Realização e desempenho excelentes.
A preciação m ora l: — Falha de '"alores p o s i t i v o s . F ilm e paraa d u l t o s .
Estreado no Cinema S. Jo rg e em 28-11.57.
Domingo, 23; «A LTA SOC1E-
F e s t a s P o p u l a r e s d e S . P e d r o
Continuam com todo o afã os trabalhos da Comissão para que as Festas de 1958 correspondam à expectativa geral e superem até as dos anos anteriores.
Numa das suas últimas reuniões, ponderando certas razões e factos, a Comissão resolveu que as Festas durassem se is d ia s , pelo que o programa se^á enriquecido com novos números.
Aplaudimos esta resolução e estamos convencidos de que da mesma forma pensa e sente toda a população montijense.
DADE». País de origem - E. U. A.. Género - Comédia. Principais intérp re tes : G r a c e K e l l y , Bing Crosby e Frank Sinatra.
E n r e d o : — T r a c y , divorciada de Dexter, está noiva de George. Na véspera do casamento, cmbe- beda-se e tem uma aventura com Mike, jornalista. Tracy pensa de si o pior. Dexter ouve Mike contar que somente beijara Tracv, e, assim, confessa à sua ex-esposa que nunca deixara de amá-la e, deste modo, voltam a casar, servindo para a boda tudo o que se tinha arranjado para o casamento com George.
A p recia çã o e s té tic a : — F ilm e colorido. S u p e r i o r desempenho dos principais intérpretes. Realização cuidada.
A p r e c i a ç ã o m oral: — Pelo argumento, nitidamente extravagante, com situações que manifestam a aceitabilidade do divórcio, é f i lm e para A D U L T O S COM R E SE R V A S.
Estreado no Cinema Império em 23-1-52.
3.a feira,, 25 ; «AS F E IT IC E IR A S DE SA LEM ». País de origem - França. Género - Drama. Principais intérpretes: Simone Signoret e Yves Montand.
E n r e d o : — Marido e mulher vivem um tanto afastados. A criada aproveita-se da situação para provocar o patrão pelo que a dona da casa a expulsa. A criada, por vingança, denuncia-a como feiliceira. Perante a atitude desfavorável do p a t r ã o , denuncia-o igualmente. Ambos são condenados à forca, sendo a pena dela adiada por se encontrar grávida.
Quando ele é enforcado, os seus amigos, cientes da maldade da criada, querem matá-la. Apesar da
c/htiitiea J H & n t i i t m t
Na próxima segunda feira, 24 do correr.te, repete-se no Teatro Cinema Joaquim de Almeida a récita que este Grupo realizou no dia 10 e que tamanho êxito alcançou.
Desta vez a organização pertence à Comissão das Festas Populares de S. Pedro, o que é motivo seguro da perfeita e modelar observância de todos os pormenores.
E de esperar, pois, outro sucesso, como é de esperar também outra enchente.
Assim o auguramos, com a certeza de que o público corresponderá à feliz iniciativa da repetição desse belo espectáculo.
 g r a d e c im e t o sRamiro da Silva
Sua viúva, filhos e restante familia, na impossibilidade de agradecerem a todas as pessoas que se interessaram pelo estado de saúde de seu estremecido marido, pai, sogro e parente, e se dignaram acompanliá-lo à última morada, vèm por este meio testemunhar- - lhes o seu mais vivo reconhecimento e gratidão.
Adelino FolgadoSua família, muito reconhecida,
vem por este meio agradecer a todas as pessoas que o acompanharam à última morada ou manifestaram o seu pesar, e às quais, por desconhecimento de moradas, o não poude fazer directamente.
Maria Luísa Alberto CheiradaMaria Júlia Cheirada Issa, T o
más Manhoso Issa, Jo é Rodrigo Cheirada Issa, Maria Luísa C heirada Isse, Jesuina Alberto e seu marido, vèm por este meio agradecer reconhecidamente a todas as pessoas que se dignaram acompanhar à última morada, sua saudosa mãe, sogra, avó, irmã e cunhada. A todos significam sua maior gratidão.
Câmara Municipal de MonHjoVenda de lixos
Faz-se público que até ao dia 28 de Fevereiro corrente se recebem propostas para a venda de lixos produzidos pela limpeza da vila durante o ano de 1958, sendo a base de licitação de 34.000$00.
0 Yice Presidente da Câmara em exercício,a ) A n tó n io João S erra Jú n io r
sua dor, a antiga patroa perdoa-lhe, evitando-lhe assim a morte.
A p recia çã o estética : — Bem desempenho. Realização regular.
A p recia cão m oral: — Drama pesado. Cenas amorosas de excessiva sugestão. Para A D U L T O S COM S E R IA S R E S E R V A S .
Estreado no Cinema Império em 22-1-58.
Vacada C arnavalesca
Uma tarde alegre e bem passada. O dia primaveril concorreu para a grande concorrência e para a boa disposição geral.
Não há que descrever a parte artística, visto que de Arte (com A maiúsculo) se não tratava. Próprio da quadra entrudesca, o espectáculo serviu para distracção dalgumas horas, com os respectivos trambulhões inofensivos e r i sotas contínuas.
No entanto, queremos fazer uma referência especial aos esp a d a s e suas quadrilhas que, não obstante a pouca idade, se mostraram destemidos e com bastante vocação.
Constituíram, sem d ú v i d a , o ciou da festa e fieam como autênticas promessas de futuro.
Os «charlots», como sempre, engraçados, ágeis, e trabalhadores. Forcados, ca p in h a s, cavaleiros, fizeram quanto p u d e r a m para manter a animação.
Bela t a r d e . . . e boa receita. Ainda bem !
Agradecemos os bilhetes que nos enviaram gentilmente.
fa r m á c ia s de Serviço
8 . * - f e i r a , 20 — M o d e r n a
6.’ - f e i r a , 21 — II i g i e n e
S á b a d o , 22 — D i o g o
Domingo, 23 — G i r a l d e s2.“ - f e i r a , 24 — M o n t e p i o
3." - f e i r a , 25 — M o d e r n a
4.* - f e i r a , 26 — H i g i e n e
O Entrudo em Montijo
O Entrudo passou e não deixou nota digna da sua passagem, pelo menos nas ruas públicas. Sensa- borão, falta de espírito, reles e pelintra.
Apenas algumas crianças bem t r a ja d a s . . . e os lindos dias de sol esplendente.
Nas colectividades, sim. Brin- cou-se animadamente, decorrendo todas as diversões na melhor o rdem e com muita alegria.
Notou-se, entretanto, um maior número de farroupilhas mascarados, alguns a pedir intervenção, pelas ruas e praças da vila.
E mais nada.P a x sep u ltis 7
F a le c im e n toFaleceu nesta vila no último
sábado, dia 15, em casa de sua fa mília a sr.a D. Antónia de Jesus, de 76 anos, viúva, proprietária, natural de S. Cristóvão, Sabrosa.
A bondosa extinta era mãe das sr.°s D. Teresa Nunes Alcobia, aqui domiciliada, e D. Brígida Nunes Ferreira, de L is b o a ; e dos srs. Afonso Nunes Correia e César Nunes Correia, ausentes em S . T om é e Rio de Ja n e iro ; bem como avó da sr.* D. Maria Antonieta Alcobia dos Santos, casada com o sr. Fernando Cardoso dos Santos.
O seu funeral efectuou-se no dia seguinte, domingo, 16, para o nosso cemitério, tendo tomado parte no préstito fúnebre numerosas pessoas de amizade da sua família.
« V Província» acompanha no seu pesar toda a família enlutada, e em especial suas filhas e netos.
O fe re c e -seCO BRA D O R, todos os sábados.
Nesta redacção se informa.
T re sp a ssa -seCASA D E VINIIOS E COMI
DAS, afreguesada, em sítio central desta vila, por motivos à vista, boas condições de negócio. T ra ta-se na Praça 5 de Outubro, 29— M ONTIJO.
V e n d e -se— FO U RG O N ETA , cm estado
novo, marca Fordson, caixa aberta.Trata Henrique dos Santos, S .
Francisco - ALCO CH ETE.
B o i e t i m R e l i g i o s o
C u lto C a tó licoM ISSA S
5.a-feira, às S,30 e 9 h.6.a-feira, às 8,30 e 9 h.Sábado, às 8,30 e 9 h.Domingo, às 8 h. na Igreja da
Misericórdia; às 10, 11,30 e 18 h. Terço e bênção às 17,30 h. na Igreja Paroquial; às 11,30 h. na Atalaia; e 18,30 h. no Afonsoeiro.
C u lto E v a n g é lic oHorário dos serviços religiosos
na Igreja Evangélica Presbiteriana do Salvador — Rua Santos Oliveira,4 - Montijo.
D om in g os — Escola dominical, às 10 horas, para crianças, jovens e adultos. Culto divino, às 11 e 21 horas.
Q u a rta s-fe ira s — Culto abreviado, com ensaio de cânticos re l i giosos, às 21 horas.
S e x t a s - f e ir a s — Reunião de Oração, às 21 horas.
No segundo domingo de cada mès, celebração da Ceia do Senhor, mais vulgarmente conhecida por Eucarística Sagrada Comunhão.
Ig reja P en tecosta l, R u a A le x a n d r e H erculano, 5 - A - M ontijo.
D o m in g o s: — Escola Dominical, às 11,30 h.; Prègação do Evangelho, às 21 h.
Q uintas fe ir a s : — Prègação do Evangelho, às 21 h.
EspectáculosCINEMA T E A T R O
JOAQUIM DE ALMEIDA
5.a feira, 20 ; (Para 12 anos), espectáculo dedicado aos valorosos combatentes da Grande Guerra 1914-18, que assistirão como convidados de Honra, «A Madelon». No programa, interessantes complementos e Jornal Internacional.
Sábado, 22 ; (Para 12 anos), um f ilm e em VistaVision e Tecnicolor, «Ritmo no Coração», com o Rei do Rock and Roll, Elvis Presley. No programa: desenho, desportivo, musical, e Imagens de P o r tugal.
Domingo, 2 3 ; (Para 17 anos), um f i lm e Metro em VistaVision, Tecnicolor, e Som Perspecta, «Alta Sociedade», com B i n g Crosby, Grace Kelly, F rank Sinatra, e Louis Armstrong e sua orquestra. No program a: curiosidade e de- icnho.
2.a feira, 24 ; (Para 12 anos), uma vez mais, o «Grupo Artístico Montijense», num espectáculo de homenagem à Comissão das Festas de S. Pedro.
3.a feira, 25; (Para 17 anos), a peça da actualidade transportada para o cinema, «As Feiticeiras de Salém», com Yves Montand e S i mone Signoret, numa obra-prima do cinema europeu.
«A Província»A S S IN A T U R A S
P a g a m e n to a d ia n ta d a10 n ú m e ro s — 9S9020 n ú m ero s 20f 00 52 n ú m ero s — 50300 (um ano) Províncias Ultramarinas e Estrangeiro acresce o porte de correio.
4 A PROVINCIA 20*--9$!l
VIDA ASSOCIATIVAEm actos eleitorais levados a
efeito pelos seus associados, respectivamente, em 22 de Janeiro rindo e 11 do corrente mês, foram eleitos os novos corpos gerentes das colectividades abaixo designadas, para a gerência de 1958, os quais ficaram assim constituídos:
Sociedade Recreativa do Alto das Vinha* Grande*
A sse m b le ia G e r a l: — Virg ilio Marques, presidente; Domingos Louro e José Carneiro, secretários.
D i r e c ç ã o : — Mário Augusto Pereira, p r e s i d e n t e ; António Lança, v i c e - p r e s i d e n t e ; Robim Francisco da Costa, tesoureiro; Carlos Ernesto Amaral e José António Alegria, 1.° e 2.® secretár i o s ; Jo sé Pereira Ramos e José Ferreira , vogai».
C o n selh o F is c a l: — Henrique R o d r i g u e s , presidente; Tières Monteiro, secretário ; e Manuel dos Santos, relator.
Sociedade Recreativa Progresso Afonsoeirense
A sse m b le ia G e r a l: — Jo sé S i l vestre Calado, presidente; Jo sé Manuel João e José Reatriz, secretários.
D i r e c ç ã o : — Manuel Soares Póvoas, p res id ente ; Jo sé Gomes Coelho, vice-presidente; Mário da Silva Rordeira, tesoureiro ; Victor Manuel Jac into e Leonel Jacinto Pais, secretários; Manuel Luís Garcia e Jo sé Rarreto dos Santos, vogais.
C on selho F is c a l : — Jo sé Miguel Martinho, presidente ; Germano Pina Rua, secretário, e João Silvestre Calado, relator.
Aos novos d i r i g e n t e s destas agremiações recreativas doi nossos a r r e d o r e s , endereçamos os nossos votos de maiores venturas no desempenho dos seus árduos mandatos, a bem do engrandecimento das localidades representadas.
R e s u lta d o d o 2 0 . ° c u p ã o p u b l ic a d o e m 3 0 d e J a n e i r o
Nenhum concorrente acertou em todos os resultados — Entraram 118 cupões
A c e r t a r a m e m 11 r e s u l t a d o s , 4 c o n c o r r e n t e s
P r e m i a d o s : A r l i n d o J o s é d e O l i v e i r a , r u a J o s é J o a q u i m M a r q u e s , 2 2 1 - M o n t j o ; M a r i a J o s é G u e r r e i r o B a i l ã o , r u a B , 8 2 - A f o n s o e i r o - M o n t i j o ; e E d m u n d o G u i l h e r m e , A s s o c i a ç ã o d e F u t e b o l d e S e t ú b a l
R o g a - s e a o s c o n t e m p l a d o s d e M o n t i j o q u e v e n h a m à r e d a c ç ã o b u s c a r o s p r é m i o s .
P r é m i o a t r i b u í d o p a r a e s t e c u p ã o :
/ .5 0 0 $ 0 0Em c o m p r a s e m e s t a b e l e c i m e n t o à e s c o lh a d o c o n te m p l a d o
Entre os concorrentes que mais se aproximarem, serão sorteados 3 livros dum
escritor português.CORTE P O R A Q U I '
C u p ã o N .° 2 2
Concurso de Prognósticos de Futebol de «A Provincia»
2.‘ Divisão (Zona Norle) 2.a Divisão (Zona Sul)
Tirsense Guimarães Partimonens. Serpa
Peniche Vianense Arroios Almada
Leõe* ..... Leixões Estoril Olhanense
Chaves Vila Real Portalegre Montijo
Roavista Gil Vicente Farense Coruchense
Covilhã Sanjoanense União Sport Atlético
Espinho Marinhense Reja Juventude
Campeonato Nacional da 1.* Divisão
B e n f i c a S p o r t i n g
Nome..........
Morada
Localidade
(miar « lt cupão até àt 12 bras de Domingo, 2
A C I D E N T E
D E V I A Ç Ã OMais um desastre de viação
ocorreu ultimamente na recta do Afonsoeiro.
No pretérito sábado, dia 15, pelas 18,30 horas, Fernanda Sebastião Agostinho, de 1 8 anos, solteira, filha de Vanuel Sebastião e Rosa Agostinho, residente no Alto E s tanqueiro, foi colhida gravemente pelo automóvel II. L. - 24 - 24, pertencente à Direcção Geral de Saúde, de Lisboa, conduzido pelo sr. Alípio Dantas de Oliveira.
Desse embate resultou a s inistrada ser projectada a grande distância, sofrendo fractura dum braço c várias contusões pelo corpo.
Conduzida ao nosso hospital subregional, verificou-se a necessidade de ser enviada ao Hospital deS . José , onde ficou internada,
A Polícia de Viação e Trânsito tomou conta da ocorrência.
Seria aconselhável que, dada a circunstância dos bairros da Rela Vista e Afonsoeiro,— até ao cruzamento da estrada do Alto E stanqueiro e apeadeiro de Sarilhos, serem muito populosos e de grande movimento, fossem ali colocadas placas recomendando a devida atenção aos motoristas e automobilistas, para moderarem as velocidades que se verificam, por vezes excessivas e de grande perigo para quem ali transita.
Rádio - TelevisãoAssociativa
Solicita-nos a Direcção da So- cieda Recreativa do Alto das Vinhas Grandes, para informar através de «A Província» os seus associados residentes fora daquele bairro, que tendo sido adquirido u l t i m a m e n t e um aparelho de R. - T v , serão ali projectados habitualmente os seus programas, nos dias úteis da semana, a partir das 21 horas; e aos domingos, desde as 18 horas, com o programa infantil.
D IA 2 0 -2 - 5 8 — À N O IT E
C o m u n i c a d o
A Delegação dos Combatentes da Grande Guerra, de Montijo, comunica a todos os seus camaradas, que ho je têm entrada grátis no Cinema Teatro Joaquim de Almeida, para assistir ao film e passado na Grande Guerra, in t i tu lado «A Madelon».
DoenteT em passado bastante incomo
dado de saúde o nosso querido Amigo e prezado colaborador, sr. Manuel Giraldes da Silva.
Sentimos profundamente o facto, e fazemos sinceros votos para que rápidamente se restabeleça e volte ao nosso convívio.
V e n d e m -seno Samouco
— T R È S MORADIAS, com quintal. Informa na Av. D. Nuno Alvares Pereira, n.° 142, M O N TIJO .
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Qolam fw (fil iaS o c ie d a d e C o lu m b ó f ila d e Montijo
N u n c a é t a r d e p a r a a g r a d e c e r !As sociedades columbófilas, em
todas as suas n: iltiplas faceta?, têm bons e maus momentos. Nos primeiros, como é lógico, tudo corre bem, quase sem necessidade de comando ou de orientação superior; nos segundos, porém, é que se conhecem as virtudes e defeitos do quem as dirige.
E, sobretudo nos momentos difíceis, quando a tormenta se avizinha, que se faz sentir a necessidade de saber confiar.
A columbofilia montijense, apesar do anacronismo que durante muito tempo ali imperou, re le gando para plano secundário os interesses da sociedade, encontrou no seu presidente o antídoto para acabar com certas velharias, com rotinas cristalizadas, com orientações há muito condenadas pelas suas desastrosas consequências, as quais contribuíram para que o nível columbófilo e s t e j a ainda longe do que devia e podia ser. Não vamos falar do antigo brio dos pioneiros, porque eles primam pela ausência, q u a n d o tinham obrigação moral de comparecer
nas horas difíceis. Mas os exem. pios de quanto pode a vontaifc dalguns amadores, bem merece ̂o respeito e a consideração dos que acompanham de p e r t o j columbofilia local.
A eles, sobra-lhes vontade 0 que lhes falta em meios para po. derem levar por deante a sua ta. refa. Quando os homens confiam quando tèm fé no futuro e nas causas que defendem, todos os problemas, mesmo esses difíceis, acabam mais tarde ou mais cedo por encontrar a solução adequada,
Portanto, regozijemo-nos ama. dores montijenses! — porque os destinos da S. C. de Montijo estão bem entregues a António Joaquim Lucas Catita. Não só os factos confirmam, mas sim o bom momento do grande êxito da primeira exposição de pombos correios, ; entrega dos prémios, a mudais c'a sede para a Praça da República, e tc . .
Com os meus agradecimentos lhe dedica estas linhas, que bem as merece,
E d u a r d o B aeta
d e ( S e t ú b a l
( P o r R u i d e O l i v e i r a )
Foi criada na secção cultural do Centro Extra-Escolar n.° 1 da Mocidade Portuguesa de Setúbal a modalidade de teatro. Assim os filiados deste Centro iniciaram já os respectivos ensaios, sendo dirigidos pelo antigo filiado do referido Centro sr. João Martinho um componente ensaiador. A primeira peça denominada «Os dois estroi- nas> foi representada nas três noites de Carnaval no salão paroquial da Anunciada e o desempenho da mesma esteve a cargo de António Egídio, Rogério Saramago e João Lopes Nunes. Como o Centro Extra-Escolar n .° 1 cada ano apresenta uma actividade nova este ano criou-se a secção de teatro que parece estar esquecida em Setúbal. Muito em breve serão representadas outras peças.
Iniciou-se no passado dia 15 nesta cidade um torneio individual de ténis de mesa organizado
O b r a s d e A lv a ro V a le n te— «Eu», livro de sonetos,
esgotado; « D a q u i . . . fala R i batejo», contos monográficos, 30 escudos; «Pedaços deste Ribatejo», folclore e costumes, 30 escudos; «A minha visita ao museu de S. Miguel de Ceide», folheto, 5 escudos; «Hino a Almada», em verso, 10 escudos; «Grades Eternas», estudos sociais, 15 escudos; «Vidas Trágicas>, romance, 15 escudos; «Viagem de Maravilhas», reportagem, 20 escudos.
Pedidos à Redacção de «A Província».
pelo Grupo Desportivos «Os lbc- ricos j o qual reune 24 concorrentes divididos em quatro séries. Aos três primeiros classificados serão atribuídas medalhas.
O Ginásio Clube de Santa Maria de Setúbal promove na primeira semana de Março uma sessão para distribuição dos prémios constituídos por uma taça e medalhas aos atletas e equipa vencedora do recente torneio de atletismo disputado e integrado nas festas do 1.° aniversário da sua fundação. Haverá também um encontro de ténis de mesa entre as equipas deste clube e do Grupo Desportivo «Os lbérico3» para disputa duma taça.
Esteve muito concorrido o primeiro concerto promovido pela D e l e g a ç ã o Pró-Arte de Setúbal no salão nobre dos Paços do Concelho no passado dia 11. Estiveram presentes entre outras entidades os srs. Governador Civil, Presidente da Câmara Municipal, Comandante da P. S. P..
No União Futebol Comércio í Indústria desta cidade, realiza-se no dia 21 do corrente, pelas 21,“ horas a Assembleia Geral para eleição dos novos corpos gerentes para o corrente ano, e aprovação do relatório e çontas da gerência do ano trasactoi
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m inho de F e rroA R M A Z É N S D E R E C O V A G E M
20-2-958 A PROVINCIA 5
fl formação cultural do operário
(Continuação d a 1 * p á g tn a )
móveis, encarregadas de le varem o livro aos mais longínquos povoados, d ivu lgado-se sobretudo obras de carácter técnico, profissional e profiláctico, fac ilitan do-se assim a dilatação de conhecimentos científicos de que tanta necessidade há, sobretudo nas aldeias e duma maneira geral em todos os aglomerados rurais e operários. M uitos sâo os problemas culturais que, desde já, p o d em ser submetidos à apreciação das grandes massas rurais e do operariado, salientando-se o quanto a higiene e profilaxia podem contribuir para e leva r o n ível geral da saúde pública e, consequentemente, para o bem de cada fam ília em particular.
A preparação profissional da juventude agrícola e industrial deve ser também problema a esclarecer duma maneira sistem ática e paulatina, tendente a fac ilita r a formação de bons técnicos agrícolas e de bons artífices, com o que, afinal, todos lucraremos, pois haverá maior produção, mais bem-estar, menos doença.
'doMimho mfundão
— A IN A U G U R A Ç Ã O DO C IN E M A GARDU- N H A — iNove de Fevereiro de 1958. - Um a data festiva na vida moderna da v ila do Fundão. M ercê da gigantesca in ic ia tiva particular do S r . António So lip a Pere ira , acaba de ser inaugurada uma obra que vem preencher uma v i s íve l lacuna na terra : 0 novo cinem a. É uma obra a todos os títulos digna de encómios e que qualquer grande terra não engeitaria no seu seio. S e esta opinião estivesse sujeita a dúvidas, bastaria a qualquer pessoa contestar por si própria e ficar ciente que 0 C inem a Gardunha é uma sala de espectáculos que vem ao encontro das necessidades actuais duma população sequiosa de recreio e (vam os lá !) de cultura, pois é por intermédio de salas desta natureza que 0 grande público pode ter acesso a espectáculos de d iversa ín dole cultural e recreativa . O antigo cinem a que possuía- -mos, era insuficiente e a
população esperava ansiosa mente 0 suprimento dessa fa lta : C o n c r e t iz a ç ã o que agora se deu com a abertura deste C ine-Teatro.
Longos anos em igrado por longínquas terras da V e n e zuela, 0 sr. So lip a , com 0 seu esforço pessoal, quis assim dar a sua quota-parte ao engrandecim ento actual da sede do seu concelho. E , m ercê dos meios de fortuna, que os seus esforços pessoais grangearam , não hesitou em dotar-nos com esta obra a todos os títulos socialm ente grandiosa. Esforço todo ele indiscutivelm ente particular (nunca é demais sublinhá-lo) convém , no entanto, não es quecer que se trata duma obra que vem enriquecer 0 patrim ónio da grei, porque 0 Hom em actual necessita de cultura como em nenhuma outra época da história.
Bem -haja, pois, 0 sr. S o lipa por este seu esforço em prol da sociedade, e serão as cam adas jovens que m elhor estarão na obrigação de lhe env ia r este Bem-haja.
* * *
O V I D E I R I N H O(Continuação da í . ° página)se Vai pela escada arriba, se se torna reparado e notado, — isso que tem ?
Afirmar-se ontem duma cor e a p r e s e n ta r- s e hoje com a cor oposta, — isso que faz ?
Mudar 0 carácter como quem muda de roupa ao sábado, depois do banho san itário,— isso que v a le ?
O que é preciso é lá chegar, lá aparecer, no alto, no cimo, no cume que Vislumbrou.
V itorioso e Vencedor, neste sardanapalesco m anancial de inanidades, 0 resto, 0 que ficou pelo caminho em desvergonha, em impudor, em in d ig n id a d e , em cinismos, nada representa que Valha dois minutos de rem orsos!
E s te é que é 0 tal «videi- rinho» a que eu me queria r e fe r ir . . .
— Está um dia de sol resplandecente. P a rece que a P rim avera se antecipou e nos Vem bater à Vidraça, madrugadora e toucada por
suas graças inconfundíveis.N ão há, pois, Vontade nem
disposição para azedumes.Q ue vão vivendo os «vi-
deirinhos» a seu modo. T a l vez tenham razão e façam b e m , afinal. Isto é uma extensa colm eia e já custa tanto a d e s tr in ça r .. .
Eu já não podia também continuar 0 meu irrequie- tismo.
Acabou-se 0 resto do lá pis V u lg a r .. .
Á l v a r o V a l e n t e
A inauguração efectuou-se às 13 horas, com a p res idência do sr. G overnador C i v il e a presença de todas as autoridades concelhias. F in dos os discursos do costume, a O rquestra T íp ica Albicas- trense, sob a regência da conhecida artista E u g é n ia L im a, abriu um espectáculo de,variedades em matinée.
À s 21 horas em soirée, exibiu-se a mesma novel orquestra, seguindo-se va estreia, em Portugal, do filme da Talm a «A F lô r do P â n tano.
* **— O arranjo das salas é
feliz, sendo os efeitos de luz deslum brantes. O salão de fumo do balcão é algo de bom gosto extraordinário, e, como sempre nestes casos acontece, se ainda há ca rência de montras com erc ia is ou para exposições artísticas (existem três montras juntas e talvez não estejam no local mais fe liz ) 0 facto é que são dificuldades de fácil rem oção, e outros porm enores, como a falta de am plitude do B a r C afé , v i mos lem brar que na época calm osa 0 cinem a tem 0 maior e melhor terraço da terra. Pouco há por isso mais a acrescentar, pois é uma ed ificação que fala por si, não deixando nesta data de in cluirm os aqui as fe licitações ao autor da maquetta, sr. Joaqu im Infante. — (C ).
EstremozB o m b eiro s Voluntários
já tèm «Ambuláticia» — Ao princípio da noite do dia 10 de F e v e r e i r o , registou-se com m orteiros e foguetes a chegada a esta cidade, da
nova am bulância para os Bom beiros V o lu n t á r io s de Estremcfe.
O acontecim ento ass ina lava a continuidade do progresso que se está operando nesta briosa corporação de B o m b e i r o s , graças ao seu ilustre Com andante, nosso am igo sr. Ab ílio Augusto M ale itas de Je su s , e ao seu corpo activo , que, com d ign idade servem a causa da humanidade.
O apelo feito à população Estrem ocense, para aqu is ição de tão útil v iatu ra, deu condicionalm ente 0 resultado que se esperava. A população contribuiu para que a sua corporação de Bom be iros, possuísse uma A m bulância que desde a sua fundação ansiava , a fim de com facilidade se desem penhar da sua m issão.
A aquisição da Am bu lân cia foi subsidiada por S . E x .a S r . Subsecretário do Estado da A ssistência , com dez mil escudos, continuando a co rporação de Bom beiros, a receber 0 auxílio dos E s tre mocenses.
A v iatu ra tem todos os requisitos para bem desem penhar a sua m issão, tendo duas m acas, caixas para m edicam entos, para reserva de roupas e vários outros utensílios; a sua marca considerada garantida, é «M ercedes Benz», M x 80 D , a óleos pesados, e custou a quantia de 120.000$00.
N a devida oportunidade será anunciada a inauguração da nova unidade, e se gundo fomos inform ados, à cerim ónia assistirão as en tidades o fic ia is e particulares. - ( C . )
N . * 92 F o l h e f i m d e « A P r o v í n c i a » 2 0 - 2 - 1 9 5 8
f f f l d e i a d o f f í v e s s oc^ci cAlvarc batente
E desta bonita m aneira, um cigarro salvou a vida dum h o m em !Os com entários saltaram em r e d o r . . . e os bocejos também.— A tarefa desse dia arrasara a caravana e os corpos reclam avam des
canso.A pouco e pouco tudo se arruma nas barracas e em breve cai sobre 0
acampamento silêncio geral.Cá fora os guias dormitam junto à fogueira, — que se transform ara, por
*'n, numa borralha cintilante.— O sol a n asce r! O sol a nascer!Espectáculo sem igual na s e r r a !Toda a caravana se levanta.Não há quem possa descrever a m agnificência e a grandeza do quadro !— Prim eiro , 0 clarão do nascente, — prenúncio do esplendor seguinte,
"uminam-se os p íncaros, brilham gotejantes de orvalho os plainos e os 2'mbros, saltam das lapas os clarins das aves, a medo, em pios indecisos. Vai 0 «pano» correndo lentamente enquanto 0 «cenário» se descobre como numa v isão . Depois, 0 clarão transforma-se num luzeiro apocalíptico — esfera de fogo a fa iscar e a desprender espreguiçam entos e labaredas, que
estendem pelo azul dos céus, aclarando, marchetando todo o ambiente. ^urgem os ciclópicos penedos, como monstros marinhos a irromperem das ondas m iste rio sas ; surgem as extensões, as alcantiladas descidas, as esca- Qarias fronteiras, que se e n * c > * ' i m d e a ljô ía re s ; surgem os horizontes surpreendentes; surge a v ida m o n ; - itihosa, her< ilea, g igantesca, p u jan te ; surge,
enfim, a Natureza cantando, sobrepujando, erguendo h inários que nunca mais se esquecem !
To lh idos, arrepiados pelo ar serrano e pela estupenda orquestração, os homens da caravana em basbacam e emudecem !
Agora, é toda a paisagem disperta, na ampla pujança das m aravilhas expostas.
Form idável apoteose de Luz, de Harm onia, de G raça in fin d a !— Quem pode descrever a m anificência e a grandeza do quadro?O s guias, afeitos e saturados, g ritam :— Vam os, mês senhores. Sã o horas e temos muito que andar.Experta-se 0 lume, faz-se 0 indispensável café em panelas de b a r ro ; e,
saboreada a pequena refe ição, retoma-se 0 cam inho.
- M A N T E IG A S , — P O Ç O D O IN F E R N O —— Daqui pra diante, pouco mais se sobe, tudo depois a d e s c e r— ,
esclarece um dos guias. A té aqui, viem os deitados prá frente ; agora, iremos deitados pra trás.
E a caravana finca-se nos paus ferrados, equilibra-se, escorrega e salta pelas ladeiras, segue de longada para a terce ira v ila .
Por declives trangalhadanças, em zigue-zagues de tropeço e queda, deslisa a serpente humana. O s guias desbravam , afastam im pecilhos. D e vez em quando pequenos poios rolam pelas ravinas e perdem-se nos vagos long ínquos; pulam das sarças m elros, taralhões e mosquetes assustados, passam bandos rasteiros de perdizes com seus guisos.
A v ila aparece e desaparece se is, oito, dez vezes.— E ’ ali. E ’ ali já.
— E ’ pèrtalinho, afinal de con tas!E a v ila aparece e d esa p a re ce .. .— Pra riba é que eu quero ver, — exclama um.— Tam bém lá chegam os, — diz 0 guia com seu ar bonacheirão.— Já vim os a descer há quase duas h o ra s . ..— É , pois ? Pra riba levarem os quatro ou c in c o !
( C O N T I N U A )
6 A PROVINCIA 20-2-958
0 jornalista perante a visão Jo mundo futuro
O homem que v iv e da sua caneta de t in ta perm anente, o jo rn a lis ta que se a lim en ta desta in in te rru p ta hem orrag ia , pode hoje e s c re ve r sobre q ua lqu er assunto, porque o M undo, de g rande que era, se tornou, g raças ao m ilag re da In te ligên c ia , no labo ra tó rio de assuntos e de id e ias que todos nós insta lám os em casa, co locando o un iverso em cim a da nossa mesa de traba lho . N um só golpe de v is ta abrangem os o panoram a m und ia l com a mesma ia c iiid ad e com que o passage iro da lin h a aérea Lisboa- -Porto lan ça o o lh a r sobre a paisagem que 0 av ião sob revoa.
V ivem o s num a época em que, por essas razões de ordem d iversa , 0 c lim a e a geografia já não são im u tá ve is , mas se to rnaram c ir cu n stan c ia is e contingentes. O nosso m undo-gota imper- c e p t í v e l na im ensidade a t lâ n t ic a do Espaço , para o q u a l deve es ta r como um m ilionésim o de s e g u n d o para o T em p o in fin ito — é a in d a um p laneta na in fâ n c ia com pouco mais de três b iliõ es de anos, e na era da energ ia a tóm ica e do radar, co isa a lgu m a deve su rp reen der-nos. O homem é um in fu só rio quase in v is ív e l n e s t e grand ioso cenário , mas o seu cérebro , onde se an inham as forças portentas da V id a , possui a ind iscri- m in áve l po tênc ia de ser m u ito m ais vasto do que o Espaço , e m u ito m ais p ro fundo do que o Tem po, para os condensar em ideias. A in te lig ên c ia dom ina tudo o que cerca a nossa efém era re a lid ade e x is te n c ia l; reduz o m arav ilh o so a um a s im p les equação ; assenhoreou- -se da T e r ra in te ira , m ediu e pesou esses outros m un dos que form am a poeirada as tra l, e projecta-se, in sp irad a como os ve lh os deuses m ito lóg icos, pe la s e l v a densa do futuro, onde há-de tra ça r aven id as gigantescas.
C abe ao jo rn a lis ta do sécu lo X X interessar-se até onde possam chegar as poss ib ilid ad es da sua cu r io s idade por esta esca lada fan tás tica do Progresso , cônscio de que a Im prensa não é já a em b lem ática figura dum a ve lh a a lavanca , mas s im um in stru m en to de d ivu lg ação — á jan e la do U n i verso .
Dois minutos de inquérito
Respende 0 Dr. flntíni* fernandes Pirei— advojads e publicista —
— O que pensa sobre a função .do jornalismo?
— O jo rn a lism o é, ce rta mente, o in stru m en to m ais apto, o m eio m ais eficaz para form ar u m a consciên c ia socia l esc larecida , q u a lquer que se ja a expressão lite rá r ia de que o jo rn a lism o se re v is ta : c rítica , dou trinação ou sim ples in form ação.
— Crê que a concorrência da rádio e da televisão prejudiquem a imprensa?
— A conco rrênc ia é ap a ren tem ente p e r i g o s a . A mensagem do jo rn a l será sem pre m ais com pleta e terá sem pre um ra io de acção m ais am plo, e o seu m ag istério s e r á tam bém m ais profundo e consequentem ente m ais profícuo. Mas, para que o jo rn a lism o rea lize p lenam ente a sua fun ção soc ia l de o rien tad o r conscien te da op in ião pú b lica , de educador do esp ír ito e da a lm a das m u lt idões, é necessário que se exerça, m elhor, se s irv a com a e levação , com o d es in te resse e com o fervoroso en tus iasm o de um ve rd ad e iro apostolado.
—■ O que considera mais necessário à pt o fissão do jornali sta ?
— Não basta que o jo rn a lism o e n c o n t r e naqueles que o servem , naqueles que dele fizeram um a profissão, desinteresse, e levação e en tusiasm o. E ’ n e c e s s á r io tam bém que nele encontre com petência, que neste caso com preende só lida c u ltu ra gera i, p erfe ito dom ín io da arte de expressão e au tê n tica a r is to c ra c ia m ora l de p rin c íp io s e de atitudes, jun tam ente com um conhecim ento exacto da deonto log ia da profissão.
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« R e sp e i te m o s j o r n a l i s t a s
p o r q u e s ã o s e r e s h u m a n o s »O Jornai «Church o f En-
gland Newspapert o rg ã o oficial da igreja anglicana, exorta 0 clero dessa igreja a respeitar os jornalistas porque também são seres humanos, Diz 0 jornal que os profissionais da Imprensa x às vezes parecem incomodar, mas na realidade, estão procurando informações exactas, que por seu intermédio, são levadas a milhões de pessoas>.
* * ** *
0 e s t i lo jo r n a l í s t i c oE ’ o estilo-com um q ae
exige do jo rn a lis ta p recisão de term os. A p a la v ra adequada é sem pre a p a la v ra justa . M as quando a p a la v ra tem um v a lo r intrínseco, como na poesia, pode co rresponder ou não a um ob jecto já existente. A o passo que no jo rna lism o , a sua fin a lid ad e ao objecto exige necessariam ente a precisão do verbo , O verbo im p re ciso será sem pre a ex igênc ia com um do es tilo jo rn a lístico . E ’ p reciso que a pala v ra corresponda ao facto e seja o m ais transparente possível, p recisam ente para re ve la r e não esconder a
facto. A concisão é um a consequência da exactidão,
O m odo m e lh o r de ser exacto é ser co n c iso : em pre gar o m enor núm ero de p a lavras , em bora sem pre as p a la v ra s m ais adequadas. N ão é q ua lid ad e específica do jo rn a lis ta — m as sim do jo rna lism o .
O ve rd ad e iro jo rn a lis ta é aque le que escreve depressa ém face do acontecim ento do d ia, le van d o um a in fo rm ação exacta ao le ito r e form ando honestam ente a op in ião p úb lica . T u d o isso sâo ca racte rís ticas , e s t i l ís ticas ou não, do jo rn a lism o na sua natu reza p róp ria e, portanto , do es tilo jo rn a lís tico na sua ex igência p re lim inar. Id e ia s c la ras , é outra ex igência do es tilo jo rn a lís tico . C la re z a de rac ioc ín io , de modo a separa r do facto ob jec tivo o que é essencia l do que é ac id en ta l, fazer o com entário justo, e fazer com que o le ito r com preenda bem os factos e os com entários. T u d o isso m ostra com o o es tilo jo rn a lís t ico é de têm pera in te le c tu a lis ta . O sentim ento, a o b je c t iv idade, a especu lação filo só fica, ev iden tem en te não podem estar ausentes, pois a fin a l o homem é sem pre um todo. M as no jo rn a lism o o que deve dom inar é a inteligência.
T r i s t ã o d e A t a y d e
OS mtSTRfS do Jornalismo
S C H W A l B A C H
E d u a rd o S ch w a lb a ch foi, sem d ú v id a , um dos vu lto s p roem inentes que ra ras v e zes surgem na v id a ag itada da Im prensa.
Se rv iu -a com dedicação sem lim ites , encarnando as v ir tu d e s excelsas dum ba- ta lh ad o r capaz de se s a c rif ica r nobrem ente pelos d ire ito s da V e rd a d e e pelos c lam ores da Ju s t iç a . Com um a generosidade que a si mesmo se exced ia pe la am p litu d e dum esforço su rp reendente e pelo v iv ís s im o e ardoroso exem plo dum a au to ridade que só o m isté rio da M orte p oderia suster, deu-lhe a força p rod ig iosa do seu ta lento , o m e lhor da sua in sp iração , a luz mais perene da sua cu ltu ra e da su a sens ib ilid ade . E r a um M estre , um grande M estre, com o q ua l h a v ia sempre m u ito que ap render, sobretudo a ad m irá ve l lição do seu ju v e n il en tusiasm o por esta d if ic ílim a tarefa que é su sten tar entre o jo rn a l e o p ú b lico ded icad íssim o l ia mes de contacto, de s im pat ia e de in teresse.
A c la r iv id ê n c ia de Sch- w a lb ach , robustec ida num
meio aberto a in fin ita s experiências, p erm itiu- lhe a excepcional v ir tu d e de poss u ir um a v isão m u ito com p leta e exacta do que o jo rn a lis ta deve a si, à sua profissão e ao que e a quem e la serve. A sua actuação no jo rna lism o, depois dos clangorosos triu n fo s nessa ou tra arte de esc reve r para 0 púb lico obras p rim as que a h is tó ria do teatro p o rtu guês in sc re ve rá nos seus m ais g loriosos fastos, teve a isenção e a c la r id ad e dum a obra ed ificada com carinho.
A m o u devotadam ente o jo rn a l onde não podia de ixar de v in c a r e loquentem ente a sua p e rso n a lid ad e ; em p restava ao «D iá r io de JNo- ticias» aque la animação interior que os grandes h o mens deixam em tudo o que os apaixona. Com o jo rn a lis ta s e rv iu um a Id e ia , engrandeceu-a, e x a lto u - a , (d irem os até que soube « v ivê-la»), d ignificando-a com a presença dum a a lta e fecunda energ ia, e um op tim ism o sau d áve l — luz que deixou a ind a cam inhos i lu m inados por onde podem passar de cabeça bem e r gu ida quantos v iv e m com exaltação, s a c r i f í c i o , he ro ísm o e fé, a a rte com plexa, a profissão ingrata , o d if íc il o fíc io de grande M estre .
J o r n a l i s t a s p a n f l e t á r i o sN a h is tó r ia da Im p rensa
p o r t u g u e s a , o jo rna lism o p an fle tá rio tem as páginas m ais v iv a s e c in tilan tes . G ran des po lem istas foram E m íd io N a va rro — jo rn a lis ta que ve io a ser M in is tro das O b ras Pú b lic a s e m in istro p len ip o ten c iá rio em P a r is — , B a rro s Lo b o (Bel- dem onio), e H om em C ris to , ág il, profundo, arguto , que dem o liu m uitos ído los com as im p lacáve is ch ibatadas de «O D A v e ir o » .
O pan fle tá rio é um a rt is ta e um pensador, um lite ra to e um filósofo. A v io lê n c ia das suas im precações exige e legância de expressão. Tem de possu ir cu ltu ra v a s t ís sima, que lhe pe rm ita ab o rdar e d is cu t ir todos os as suntos. Só desta form a ele poderá m anejar à-vontade, na esgrim a das Id e ias, a pena in subm issa , te r r ív e l com o um látego. Só assim e le poderá c u lt iv a r a Iro n ia su b til e profunda, e e le va r a S á t ir a à e loquência da c r ít ic a sensata e esc larecida. G era lm en te , a T ro ça a tira por te rra os cabotinos. G o mes L e a l e sc re v ia em A Morte do Rei Humberto: «Não fo i R a v a il la c que aboliu em F ra n ça os Bou rb ons, mas sim Beau m arch a is , a garga lhada. N ão foi O rs in i que d estru iu os Bonapartes, mas sim Rochefort, o panfleto».
O jo rn a l é um a arm a leal de com bate nas mãos dum p a n f le t á r i o intransigente que tenha a re ve s t ir o seu esp írito de lu tado r um a cou. raça de cu ltu ra intelectual, F ia lh o nos Gatos, Alphonse K a r r nas Guêpes, Ramalho O rtig ão nas Farpas, Tacke- ra y nas pág inas do Punçh foram m estres da polémica e da c r ít ic a ; e, em bora di. ferentes nos m étodos, igua. laram -se pelo b r ilh o da sua com petência como panfle. tários.
N a m edida das suas pos- s ib ilid ades , a in te ligênc ia e a força dum pa lad ino da op in ião con tribuem para encam in h ar os hom ens para a Verdade.
J o r n a l i s m o b r a s i l e i r o
N a conferência que efec- I tuou recentem ente na Aca-I dem ia M in e ira de Letras, 0 I escrito r M au r íc io de Medei-1 ros a firm o u : «O jornalismo I é um a c iên c ia e um a arte ! onde a in te lig ên c ia se m u i. ! t ip lic a e a v isão se amplia, I M as, para o púb lico , 0 jo rn a- I lis ta é 0 hom em que fala I de tudo e não sabe de nada», I
— A C asa dos Jo rn a lis ta s» do B r a s i l foi fundada em ! 1908.
— E m 1 de F e ve re iro d e l 1934 faleceu em H am b u rg o !
; 0 jo rn a lis ta .Santos Torres, I no tá ve l polem ista, nascido I j em D iam an tin a (M inas) a E! 13 de O u tu b ro de 1885.
— N asce em 2 de Fe ve-1 : re iro de 1867 em Parana-1 guá (P a ra n á ) o jo rn a lis ta ! N es to r dos Santos, nome! ligado como c rít ico lite rá r io ! ao M ov im en to S im b o lis ta ! b ras ile iro . F a le ce u no Rio I de Ja n e iro em 1932.
— F o i p restada há pouco! hom enagem em Lond res ao ! fundador da im prensa bra-! s ile ira , H ip ó lito Costa. N o ! túm u lo do «pai da im prensa! b ra s ile ira » , — fa lec ido em ! 1823, e sepu ltado na Ig re ja ! de S a n ta M aria , em H u x le y ,! foi co locada nova lage. H i-| pó lito Jo sé da Costa, editou! o «C orre io B ra s ilien se» , que! foi p ub licado na In g la te rra ! de 1808 a 1822 e in troduzido! c landestinam ente no B r a s i l !
C u rio s id ad es d e Im prensa I
A p a la v ra in g lesa News■ (n o tíc ia ) resum e em si »«! le tras dos quatro pontos 1 ca rd e a is : N ort (norte), East! (leste), W e s t (oeste), e SouthH (s u l) ; e por essa razão, di-! zem os ingleses, é que as! no tíc ias nos chegam diária-! m ente do m undo inteiro. I
— U m jo rn a l, que se viu■obrigado a te rm in a r a sflí! pub licação , in se r iu no úl,l tim o n ú m e r o o seguinte* a v is o : j
«Com este núm ero ter-! m ina a pub licação des)2! folha. P r in c ip io u a sua exis ! tência há dez anos, porq“ei k o seu p rop rie tá rio precisav»! de d inheiro . F lo je, extraor-l d in á ria co in c id ê n c ia ! — te®! de lhe pôr term o, exacta! m ente pela mesm a razão’ !
E s t e n ú m e r o d e « A P f ° ’
v í n e i a » fo i v i s a d o pela
C E N S U R A
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