ResenhasIsabella Teixeira Bonato
O veneno está na mesa II
Muitas vezes abrimos mão de conhecimentos tradicionais em contraponto aos
“conhecimentos válidos” que são os ditos como científicos, ensinados em faculdades e
cursos. Após a revolução verde houve uma busca acelerada por conhecimentos nas
áreas de transgenias e agroquímicos, deixando de lado os conhecimentos tradicionais.
O problema da água está mais em voga do que nunca. Ele se tornou uma questão
como a questão fundiária e merece muita atenção no futuro da agricultura. Pessoas
ligadas a compra e venda de commodities já estão atentos à essa questão, prontos
para tirar proveito na primeira oportunidade. Porém a água é uma necessidade de
todos os organismos vivos, em menor ou maior quantidade, por isso deve ser tratada
como tal. Na agricultura orgânica, principalmente em agroflorestas há uma maior
absorção de água pelo solo, graças a cobertura vegetal, enchendo os mananciais e
lençóis freáticos. O problema da água nesse modo de cultivo é mitigado.
Na escolha dos produtos deve ser levado em consideração os interesses de
saúde pública acima dos interesses do agronegócio, que toma decisões geralmente
apenas com base em interesses econômicos.
Nas agriculturas de monocultura, parte significativa da renda da terra acaba indo para
empresas, geralmente internacionais, de sementes e agroquímicos. Ao se ter o
controle das sementes e a utilização de técnicas sustentáveis, esse capital se mantem
no país.
Outro problema da agricultura convencional é a intoxicação por agrotóxicos,
agravada pela falta de EPIs, que causam sérios problemas como câncer, suicídios e
doenças dos rins e fígado.
A alternativa proposta é a agroecologia. Respeitando os fundamentos é
possível ter uma produtividade igual ou maior que o agricultor convencional, com mais
saúde pro consumidor e trabalhador e maior respeito à natureza. Além disso, apenas
30% dos alimentos consumidos pelo homem vem de monoculturas. É importante
deixar de enxergar o agronegócio como única saída para a fome mundial.
PAIS - Prod. Agroecológica Integrada e Sustentável
O PAIS é um produção agroecológica integrada e sustentável. A ideia é alcançar
os pequenos agricultores, incentivando a produção agroecológica. Nesse projeto os
agricultores recebem os materiais básicos para o início da produção, como tela,
galinhas e galo, as mudas, equipamentos para irrigação e a assistência técnica.
Essa tecnologia social promove a segurança alimentar daquela comunidade,
além de melhorar a renda do produtor e a saúde do consumidor. A produção é feita
com bases agroecológicas, então é uma produção orgânica, com uso racional de
recursos, respeito pela água e pela natureza, utilização de insumos da propriedade,
como esterco da própria galinha, que está inserida no sistema. Ele é ecologicamente
correto, socialmente justo, culturamente aceito e economicamente viável.
Ele consiste em um galinheiro no centro e uma horta circular a sua volta. Todo
o sistema foi pensado para fazer o maior proveito de todos os recursos, inclusive a
terra como espaço físico. O formato circular é o que melhor se adapta à essa
tecnologia ao aproveitar melhor os espaços. O galinheiro é montado no centro, porém
há um corredor para que as aves possam pastar no quintal agroecológico. A questão
da água também é trabalhada ao se fazer uso de gotejamento para a irrigação.