POR QUE O REI XANGÔ CASTIGOU
SUAS TRÊS ESPOSAS
Uma mesma história narrada por três personagens:
XANGÔ, OXUM E OBÁ
TEXTOS E ILUSTRAÇÕES DOS ALUNOS DO 4º ANO – A, B e VESPERTINO
DEZEMBRO/2013
APRESENTAÇÃO
Durante o segundo semestre estudamos sobre a história, a geografia e a cultura
do Recôncavo Baiano, abordamos temas relacionados às nossas origens: a colonização
portuguesa, a escravidão e as influências da cultura africana na formação do povo
brasileiro.
Elegemos algumas lendas dos orixás, para conhecermos as características
linguísticas deste gênero no trabalho com Língua Portuguesa. Dessa forma, utilizamos
a trilogia do escritor Reginaldo Prandi – Ifá, O Adivinho; Xangô O Trovão; Oxumarê, O
Arco-Íris.
Depois de muita leitura, muita conversa e construções de roteiros de textos,
fizemos a proposta às crianças de mudarem o foco narrativo delas, ou seja, o texto
originalmente narrado pelo autor, seria agora narrado por uma das personagens.
Escolhemos a história “Por que o rei castigou suas três esposas” e, em dupla, os
alunos a reescreveram com um outro olhar. Desse modo, surgiram então as histórias
narradas por Oxum, Obá e Xangô.
Verifiquem agora o resultado desse trabalho e desfrutem da criatividade das
histórias reescritas por nossas crianças.
Com carinho,
Nara Magalhães – Professora do 4º ano A
Geny Tapioca – Professora do 4º ano B
Satie Ogasawara – Professora do 4º ano vespertino
Dezembro/2013
PORQUE O REI XANGÔ CASTIGOU SUAS
TRÊS ESPOSAS
A HISTÓRIA CONTADA POR XANGÔ
ALUNOS DO 4º ANO B
1. ARTHUR PEREIRA PASSOS
2. BEATRIZ RODRIGUES FERREIRA
3. BEATRIZ TORRES VASCONCELOS COSTA
4. DANIEL CAVALCANTI PÓVOAS DE SOUZA
5. EMANUELLE GÓES CÉSAR SAMPAIO
6. GABRIEL ANTONIO TORRES DIOGO
7. LARISSA NERY ABREU VASCONCELOS
8. LUCAS REIS OLIVER
9. MANUELA SOBRINHO DAIDONE
10. MATHEUS SACRAMENTO MOREIRA
11. SOFIA NUNES BOA SORTE
12. UIRÁ CARDOSO MELO
PROFESSORA: GENY TAPIOCA
ESTAGIÁRIA: JULIANA PEREIRA
MONITORA: JULIANA ROCHA
POR QUE EU CASTIGUEI MINHAS TRÊS ESPOSAS A HISTÓRIA CONTADA POR XANGÔ
ARTHUR PEREIRA PASSOS
BEATRIZ RODRIGUES FERREIRA
Na coleção de histórias que um dia Ifá, o Adivinho, reuniu, há uma
que fala de quatro personagens muito interessantes: Eu, o rei Xangô, e
minhas três esposas: Obá, Iansã e Oxum.
Sim, naquele tempo era costume um homem se casar com mais de
uma mulher. Elas cooperavam entre si ajudando-me sem competição e
sem conflito. Se é que isso é possível, três mulheres convivendo juntas
sem competição, sem ciúme e sem briga. Pois havia grande disputa entre
Obá e Oxum pelo meu amor.
Obá, a esposa mais velha, tinha como obrigação cuidar das minhas
roupas, minhas armas e coisas pessoais. Oxum, a esposa mais nova, era
muito linda e eu tinha por ela grande predileção.
Desde que me casara com Oxum, a Bela, eu praticamente me
esquecera de Obá, a Prestimosa. Eu estava completamente enfeitiçado
por Oxum e Obá sentia ciúmes e se achava rejeitada.
Um dia na cozinha, enquanto Obá preparava meu prato preferido -
quiabos cortados em rodelas finas, cozidos no azeite-de-dendê com
camarões secos e servidos com purê de inhame e vinho branco - Oxum, a
Bela, chegou e comentou sobre a minha comida e disse que eu ia adorar o
jantar.
Obá, a Prestimosa, respondeu sem esconder a mágoa. Ela disse que
cozinhava o que eu mais gostava, mas a ela eu já não dava atenção.
Oxum, a Bela, não esperou por outra oportunidade para me afastar
ainda mais das outras esposas. Ela disse, fazendo ares de amiga e
cúmplice, que Obá devia botar algo especial de seu em minha comida.
Obá perguntou o quê, por exemplo, e Oxum respondeu que ela deveria
colocar uma de suas orelhas na minha comida, e terminou falando, com
certa malícia nos lábios, que feitiço melhor não havia. Assim Oxum
retirou-se da cozinha.
Obá cortou a orelha imediatamente e fritou com os quiabos. Pois
Obá achava que Oxum, a Bela, sabia bem o que dizia porque ela devia
saber de todos os meus desejos secretos e que não escondia meu amor
por ela.
Quando eu cheguei em casa fui logo à procura de Obá, então
perguntei o que tínhamos para comer no jantar e Obá respondeu que
tinha o que eu mais gostava e que eu ainda mais gostaria.
Eu tinha a fama de guloso e precipitei-me para a mesa onde uma
fumegante gamela de quiabos me foi servida. Meti minha mão na gamela
e comecei a comer com alegria, mas quando dei de cara com a orelha tive
nojo e vomitei tudo.
Obá contou tudo e pediu clemência. Eu que estava enraivecido,
castiguei uma pelo seu mau caráter e a outra por sua burrice. Aproveitei e
castiguei Iansã, a outra esposa que não tinha nada a ver com a história,
para que lhe servisse como lição.
Justifiquei-me! Eu, Xangô, o justo.
POR QUE EU CASTIGUEI MINHAS TRÊS ESPOSAS A HISTÓRIA CONTADA POR XANGÔ
DANIEL CAVALCANTI PÓVOAS DE SOUZA
EMANUELLE GÓES CÉSAR SAMPAIO
Na coleção de histórias que um dia Ifá reuniu, há uma que conta de
quatro personagens: Eu, o rei Xangô e minhas três esposas: Oxum, Iansã e
Obá.
Obá, a Prestimosa, cuidava da minha comida, de minhas roupas e de
meus assuntos pessoais. Oxum, a Bela, ganhava todo o meu amor porque
era linda e tinha por ela grande predileção.
Sim, naquele tempo era costume um homem se casar com mais de
uma mulher. E elas conviviam entre si com ciúmes e brigas.
Um dia enquanto Obá preparava meu prato preferido: quiabos
cortados em rodelas finas mergulhados no azeite-de-dendê, com
camarões secos, servidos com purê de inhame e vinho branco, viu Oxum
chegar e falar que o cheiro da comida estava supimpa.
Obá respondeu que ela cozinhava o que eu mais gostava, mas a ela
eu já não dava atenção. Oxum respondeu que Obá, sendo minha
cozinheira, deveria colocar algo de especial dela na minha comida, e Obá
interessada perguntou o que poderia ser. Oxum deu a ideia de por uma
de suas orelhas e falou isso, com certa malícia nos lábios, retirando-se da
cozinha.
Obá não teve dúvida, cortou a orelha e a cozinhou com os quiabos.
Logo mais tarde eu cheguei e fui à procura de Obá e perguntei o que
tínhamos para comer. Obá respondeu que era a minha comida predileta.
Como tinha fama de guloso fui logo para a mesa onde me foi servida
uma sopa. Fui comendo com alegria, mas quando dei de cara com a orelha
tive nojo e vomitei toda a comida.
Obá me pediu clemência e chorou muito, mas eu não quis saber de
desculpas. Dei uma bela surra nas minhas esposas, numa por seu mau
caráter, noutra por sua burrice.
Aproveitei e castiguei também Iansã que não tinha nada a ver com a
história, para que ela não pensasse em fazer a mesma coisa.
POR QUE EU CASTIGUEI MINHAS TRÊS ESPOSAS A HISTÓRIA CONTADA POR XANGÔ
LARISSA NERY ABREU VASCONCELOS
UIRÁ CARDOSO MELO
Na coleção de histórias que um dia Ifá, o Adivinho, reuniu, há muitas
que contam de quatro personagens muito interessantes: Eu, o rei Xangô, e
minhas três esposas: Obá, Iansã e Oxum.
Sim, naquele tempo, nas terras dos negros Iorubás, era costume um
homem se casar com mais de uma mulher, sem conflito.
Se é que isso seja possível: três mulheres convivendo com um
homem na mesma casa sem ciúme e sem briga.
Elas cooperavam entre si ajudando-me. Obá, a Prestimosa, era a
minha esposa mais velha e seu dever era cuidar de minhas roupas, minhas
armas e de outras coisas pessoais. Oxum, a Bela, era a minha esposa mais
nova e eu tinha por ela grande predileção.
Um dia na cozinha, Obá preparava o meu prato preferido: quiabos
cortados em rodelas finas, cozidos no azeite-de-dendê com camarões
secos, servidos com purê de inhame e vinho branco.
Oxum chegou na cozinha e disse que o cheiro da comida estava
supimpa e que eu ia adorar. Então disse Obá, sem esconder a mágoa, que
eu não dava mais atenção a ela. Em seguida, Oxum falou que como Obá
era a minha cozinheira deveria colocar algo especial de seu na minha
comida.
Obá perguntou o que seria, por exemplo, e Oxum sugeriu que ela
colocasse uma de suas orelhas. E completou com certa malícia nos lábios
que feitiço melhor não havia e saiu da cozinha sem dizer mais nenhuma
palavra. Obá então rapidamente cortou uma orelha e a fritou com os
quiabos.
Cheguei em casa fui correndo à procura de Obá. Como eu tinha fama
de guloso perguntei o que tínhamos para comer à minha esposa mais
velha.
Quando me sentei à mesa me foi servida uma fumegante gamela de
quiabos. Eu estava comendo quando dei de cara com a orelha mergulhada
na sopa. Tive nojo e vomitei tudo.
Obá, a prestimosa, pediu-me clemência e contou-me o que havia
acontecido. Fiquei com raiva e dei uma boa surra nas duas. Numa por seu
mau caráter e noutra por sua burrice. Aproveitei e também dei uma surra
em Iansã, que não tinha nada a ver com história para que lhe servisse
como lição.
POR QUE EU CASTIGUEI MINHAS TRÊS ESPOSAS A HISTÓRIA CONTADA POR XANGÔ
GABRIEL ANTONIO TORRES DIOGO
MANUELA SOBRINHO DAIDONE
Na coleção de histórias de Ifá, o Adivinho, tem uma que fala de
quatro personagens muito interessantes: Eu, o rei Xangô, e minhas três
esposas: Obá, Iansã e Oxum.
Nas terras dos negros Iorubás, era costume os homens se casarem
com mais de uma mulher.
Se é que isso seja possível: três mulheres convivendo com um
homem na mesma casa sem ciúme e sem briga.
Elas cooperavam entre si ajudando-me sem briga e sem ciúme. Se é
que isso seja verdade, três mulheres convivendo sem intriga e sem
conflito.
De fato tinha grande disputa entre Obá e Oxum pelo meu amor. Obá,
esposa mais velha, tinha seu principal encargo cuidar de minhas roupas,
minhas armas e de minha comida. Oxum, esposa mais nova, era linda e eu
tinha por ela grande predileção.
Um dia as duas conversavam na cozinha enquanto Obá preparava a
minha comida predileta: quiabos cortados em rodelas finas e cozidas no
azeite-de-dendê, com camarões secos, purê de inhame e acompanhado
de um vinho branco. Oxum comentou sobre a minha comida que o cheiro
estava supimpa e que eu ia adorar o prato.
Obá respondeu sem esconder a mágoa que ela cozinhava o que eu
mais gostava, mas a ela eu já não dava atenção. Oxum sem esperar por
outra oportunidade para afastar-me ainda mais da rival, falou para Obá
colocar alguma coisa especial de seu, no meu almoço.
Obá não teve dúvida. Cortou uma de suas orelhas e a fritou com os
quiabos.
Oxum saiu da cozinha falando que feitiço melhor não havia.
Eu cheguei em casa e fui à procura de Obá. Perguntei à minha
primeira esposa o que tínhamos para comer. Disse isso pondo fogo pela
boca. Então sentei à mesa onde uma fumegante gamela de quiabos me foi
servida. Enfiei a mão na gamela e comecei a comer com alegria. Mas
quando dei de cara com a orelha mergulhada na sopa, tive nojo e vomitei
tudo.
Obá pediu clemência e contou-me tudo.
Enraivecido eu não quis saber de desculpas, dei uma boa surra em
Obá e Oxum, numa por seu mau caráter e noutra por sua burrice.
Aproveitei e também dei uma surra em Iansã, que não tinha nada a ver
com a história, para que ficasse como lição para ela.
POR QUE EU CASTIGUEI MINHAS TRÊS ESPOSAS A HISTÓRIA CONTADA POR XANGÔ
BEATRIZ TORRES VASCONCELOS COSTA
MATHEUS SACRAMENTO MOREIRA
Na coleção de histórias que Ifá, o Adivinho reuniu, uma delas fala de
quatro personagens muito interessantes: Eu Xangô, o Trovão e minhas
três esposas: Obá, a Prestimosa, Iansã, a Destemida e Oxum, a Bela.
Sim, naquele tempo era costume um homem se casar com mais de
uma mulher. Elas cooperavam entre si, ajudando-me sem ciúme e sem
briga.
Se é que é possível três mulheres convivendo sem ciúme e sem
briga.
Um dia as duas coversavam na cozinha enquanto Obá preparava
meu prato preferido:quiabos cortados em rodelas finas cozidos no azeite-
de- dendê, com camarões secos, servido com purê de inhame e vinho
branco.
Oxum comentou sobre a comida e disse que o cheiro estava supimpa
e também disse para ela botar algo especial de seu na minha comida.
Obá, a Prestimosa, perguntou o que podia ser. Oxum, a Bela,
respondeu que poderia ser sua orelha.
Então Obá colocou e fritou sua orelha junto com os quiabos,
pensando que Oxum, a Bela, sabia de tudo sobre mim, já que não
escondia meu amor por ela.
Cheguei em casa e fui logo à procura de Obá e perguntei o que
tínhamos para comer. Sentei-me à mesa onde uma gamela de quiabos me
foi servida.
Enfiei a mão na comida e comecei a comer com alegria, mas quando
dei com a orelha na sopa tive nojo e vomitei tudo.
Dei uma boa surra nas duas esposas. Em Oxum por seu mau caráter e
em Obá por sua burrice. Aproveitei e também castiguei Iansã para que lhe
servisse de lição.
POR QUE EU CASTIGUEI MINHAS TRÊS ESPOSAS A HISTÓRIA CONTADA POR XANGÔ
LUCAS REIS OLIVER
SOFIA NUNES BOA SORTE
Na coleção de histórias, que um dia Ifá, o Adivinho, reuniu, há muitas
que contam de quatro personagens muito interessantes: Eu, o rei Xangô e
minhas três esposas, Obá, Iansã e Oxum.
Sim, naqueles tempos, nas terras dos negros Iorubás, era costume
um homem se casar com mais de uma mulher,
Elas cooperavam entre si me ajudando, sem ciúmes e sem briga. Se é
verdade que isso seja possível: três mulheres convivendo, sem ciúmes,
sem competição e sem briga.
De fato havia grande disputa entre Obá e Oxum, pelo meu amor.
Obá, a prestimosa, minha esposa mais velha, cuidava de minha
comida, de minhas roupas, de minhas armas e de outras coisas pessoais.
Oxum, a bela, minha esposa mais nova, era muito linda e por ela tinha
grande predileção. E desde que me casara com ela praticamente me
esquecera de Obá, a Prestimosa.
Um dia, na cozinha as duas estavam conversando, enquanto Obá
cozinhava meu prato predileto: quiabos cortados em rodelas finas com
camarões secos, cozido no azeite- de- dendê e servidos com purê de
inhame e vinho branco.
Oxum, a Bela, disse que o cheiro da comida estava supimpa e que eu
iria adorar a comida.
Obá respondeu dizendo que ela sempre cozinhava para mim, porém
a ela eu já não dava atenção.
Oxum não se fez de rogada e disse para ela por algo especial de seu
na minha comida.
Obá então perguntou o quê, por exemplo, e Oxum então disse para
ela por uma orelha em minha comida, e completou, com certa malícia nos
lábios, dizendo que feitiço melhor não havia.
Quando eu cheguei em casa perguntei o que tínhamos para comer à
minha primeira esposa. Disse isso pondo fogo pela boca.
Então uma fumegante gamela me foi servida. Precipitei-me à mesa e
enfiei a mão na comida, e fui comendo com alegria, mas quando me
deparei com a orelha tive nojo e vomitei tudo.
Obá chorou e me pediu clemência. Depois me explicou tudo o que
tinha ocorrido. Eu fiquei furioso e castiguei Obá e Oxum. Uma por sua
burrice e outra por seu mau caráter.
Aproveitei e castiguei também Iansã que não tinha nada a ver com a
história, mas para que ficasse como lição.
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