Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016
O Herói Olímpico entre a Tradição e a Cultura Pop: Reflexões Iniciais sobre Estudo de Caso da Cobertura Pré-Rio 2016 do jornal gratuito Metro1
Anderson Gurgel CAMPOS2
Universidade Presbiteriana Mackenzie e Centro Universitário Belas Artes, São Paulo, SP Resumo
Neste paper, vamos introduzir a pesquisa em desenvolvimento sobre a cobertura jornalística do período pré-Jogos Olímpicos Rio 2016, em especial as reportagens sobre atletas com maior probabilidade de conquistar uma medalha de ouro durante as disputas. O recorte da análise é uma parte de uma série de reportagens visuais, publicadas no jornal gratuito Metro entre os dias 24 de maio e 14 de junho de 2016 e que apresentam esses candidatos a medalhistas como heróis esportivos. O diferencial dessa série é o deslocamento da construção simbólica desses atletas do ideário de herói tradicional para o sentido de super-herói dentro da cultura pop, sob influência do universo de HQs e filmes da Marvel e DC Comics. A questão que investigamos é justamente a mudança de estratégias comunicativas num contexto de discussão sobre o papel do jornalismo na sociedade contemporânea. Palavras-chave: Rio 2016; herói olímpico; tradição olímpica; cultura pop; jornalismo esportivo. Introdução sobre o herói e a façanha nas olimpíadas: trajeto e metáforas
“Mais rápido. Mais alto. Mais forte.” O lema olímpico sintetiza magistralmente do
que se tratam as competições esportivas dentro de uma olimpíada: trata-se de o ser humano
pôr-se à prova, superar desafios, realizar façanhas. Àqueles que conseguem superar as
barreiras, os desafios e os limites do corpo, do espaço e do tempo, realizando o sublime ato
de levar o esporte a novos patamares, mais que uma medalha, é dado, pelos espectadores
(por todos os que assistem àqueles que se colocam à prova), o reconhecimento da história:
tornam-se heróis.
Arthur da Távola (1985, p. 11) comenta que “o herói (...) é o centro dos
acontecimentos por simbolizar o ser humano em sua etapa evolutiva”. A teoria literária e os
estudos sobre o mito dedicam-se extensivamente aos estudos sobre o herói e suas façanhas.
No contexto de uma olimpíada, grande parte do heroísmo surge justamente do relato da
façanha que permite que o feito vire memória e possa, inclusive, sair do ambiente da
competição e “ganhar o mundo”, fazendo do protagonista da narrativa uma lenda entre os
1 Trabalho apresentado no GP de Comunicação e Esporte do XVI Encontro dos Grupos de Pesquisa em Comunicação, evento componente do XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. 2 Doutor em Comunicação e Semiótica, pesquisador de comunicação e esporte e professor de Jornalismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie e Centro Universitário Belas Artes. E-mail: [email protected].
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demais seres humanos. E alimentando imaginários míticos que permeiam as relações
humanas.
De certa forma, no sistema olímpico moderno, cabe aos meios de comunicação de
massa o papel de construir as narrativas mais persistentes sobre as competições esportivas.
Uma das formas mais efetivas, nesse contexto, é o jornalismo que se dedica ao esporte. Por
meio dele é que o feito de um atleta sai do local de competição onde ocorreu e alcança
públicos que não estiveram in loco ou mesmo no momento da prática esportiva.
O jornalismo esportivo, assim, vai ser fundamental para a construção e reconstrução
de um imaginário dinâmico sobre o que é ser um herói perante a sociedade. Desde as
narrativas tradicionais, que vão retomar o ideário grego, aos novos imaginários de uma
cultura pop efervescente, as narrativas de heroísmo esportivo sempre foram fundamentais e
não foi diferente durante os Jogos Olímpicos Rio 2016.
Távola nos lembra de que
“Mito é uma forma comunicativa de conservar e de significar valor através de um símbolo ou meta-símbolo, que expressa, amplia, antecipa, fixa, esclarece, oculta ou exalta o valor significado. É, portanto, uma verdade profunda da mente (Ibidem, p. 11)”.
A chegada das olimpíadas ao Rio de Janeiro, em 2016, trouxe desafios variados para
o mundo esportivo. E, como sempre no mundo dos megaeventos esportivos, utiliza de
estratégias comunicativas centradas em gestão das imagens (CAMPOS, 2014a) para
estabelecer-se, comunicar-se e, por fim, impor seu modelo. Os mitos e as narrativas
heroicas, nesse contexto, são muito utilizadas para fazer com que esse projeto se viabilize
no imaginário social.
Por isso, além de todas as discussões sobre a preparação, execução e legados deste
megaevento esportivo, também apontamos como um tema pertinente à investigação o papel
e o trabalho desenvolvido pelas empresas de comunicação no processo de midiatização dos
jogos olímpicos. Entre as várias facetas comunicacionais, interessa-nos particularmente a
questão do jornalismo esportivo ante ao desafio de retratar as competições do que foi a
primeira edição de uma olimpíada no continente sul-americano.
São vários os fatores que fazem com que o jornalismo esportivo nos Jogos Rio 2016
seja um tema da maior relevância para pesquisas em comunicação. Ao longo deste artigo,
abordaremos aspectos fundamentais. Contudo, já preliminarmente, podemos colocar como
uma questão central para esse trabalho a problemática a cerca de quais são as estratégias
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usadas pelo jornalismo esportivo brasileiro – que notadamente dedica grande parte da sua
atuação ao futebol – para atuar e retratar um contexto de esporte muito adverso (e
extremamente complexo de significados e histórico) do futebolístico, como é o caso de uma
edição de jogos olímpicos.
Dessa dúvida geral, que permeia as pesquisas que estamos atualmente
desenvolvendo3, identificamos no caso aqui em análise, do jornal gratuito Metro, que é
distribuído em pontos centrais da cidade de São Paulo, um excelente objeto para auxiliar na
compreensão da questão geral destacada acima. Como eixos norteadores desta pesquisa,
temos como hipótese a ideia de que uma das estratégias usadas é justamente usar de
recursos da cultura pop, como é o caso das figuras dos super-heróis, para gerar uma
narrativa mais “palatável”, mais “popular”, para o público pouco acostumado com o esporte
além do futebol.
Outro aspecto relevante e que temos como uma hipótese mais filosófica desta
pesquisa ainda em desenvolvimento é a ideia que levantamos de que há uma troca do
imaginário do herói clássico. Esse, que é atinente aos valores e cultura das olimpíadas, é
substituído pelo imaginário pop dos heróis do mundo das HQs e do cinema de filmes de
Marvel e DC Comics.4
Em um contexto de desafio para o jornalismo esportivo, ao lidar com o mundo
olímpico, um contexto menos rotineiro às práticas cotidianas centradas no futebol, a busca
do imaginário pop, altamente popular no período em que os Jogos Rio 2016 ocorreram,
funcionou como uma forma de estratégia comunicacional bastante ardilosa. Seguindo com
linhas de estudos que já viemos desenvolvendo há algum tempo e que aqui chamaremos de
economia das imagens do esporte (CAMPOS, 2014a), identificamos o caso do jornal
Metro, como uma excelente oportunidade para aplicar a objetos concretos da realidade o
arcabouço teórico citado.
Enfatizamos, ainda, que esta pesquisa, no momento de finalização deste paper,
ainda não está concluída. Após o fim da publicação de todas as edições do especial com os
possíveis atletas em destaque no Rio 2016, voltaremos ao assunto para fazer uma reflexão
final sobre o tema. O que se segue aqui é a primeira versão do estudo, trabalhando com um
corpus reduzido do objeto selecionado.
3 O relato que se segue neste paper é uma versão ainda introdutória do estudo em desenvolvimento, durante o segundo semestre de 2016. 4 Para essa reflexão, seguiremos a linha de estudos proposta por Eco no livro Apocalípticos e Integrados (2006), mas não aprofundaremos sobre essa questão neste paper.
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Os Jogos Olímpicos e os Megaeventos Esportivos
O esporte moderno pode ser explicado sobre variadas definições e classificações.
Contudo, algumas questões se colocam em comum entre a maior parte delas. A primeira é
quanto à organização das práticas esportivas a partir do século XIX, pós-revolução
industrial, expansão do urbano e, principalmente, sob influência da modernidade. Para
abordar uma definição bem simples, lembramos Tubino (1999), que vai dizer que o
desporto se organiza em três grandes manifestações: o alto rendimento, o amador e o
voltado para a educação.5
Ainda que haja divergências entre autores sobre definições e nomenclaturas, é
consenso que, ao longo do século XX, as práticas desportivas voltadas para o alto
rendimento ganharam cada vez mais importância na sociedade, ao ponto de se impor sobre
as demais. Uma das justificativas para esse fato deve-se à associação entre esporte e
espetáculo, principalmente quando falamos de megaeventos esportivos, como esses também
estão sendo definidos atualmente (CAMPOS, 2014a).
O fato é que o esporte de alto rendimento e inserido nos megaeventos esportivos é
distinto da visão tradicional da prática esportiva, mais próxima ao conceito tradicional de
jogo. Ou seja, a prática do jogo, nesse sentido, é descompromissada, livre, lúdica, sem
objetivos de produção e trabalho. Mas como podemos perceber na prática esportiva de alto
rendimento “o velho fator lúdico sofreu uma atrofia quase completa” (HUIZINGA, 2005, p.
220), rompendo com visão lúdica. O competitivo, com vocação para o produtivo, impõe-se
ao modelo do jogar/praticar esporte somente pelo prazer ou sem objetivos maiores.
Por isso, como já abordamos anteriormente (CAMPOS, 2014a), as mais variadas
práticas esportivas modernas, sejam elas do alto rendimento, do mundo amador ou da
educação, acabam sofrendo forte influência do modelo profissional. Isso faz com que o
esporte tenha se tornado uma forma de indústria, com produção de bens simbólicos e
geração de riquezas. E mais: o esporte, com isso, vai se tornar um dos modelos de produção
de imaginário social contemporâneo, tendo os atletas (muitos deles ídolos pop) como
personagens centrais em narrativas típicas que misturam façanhas esportivas e estímulo ao
consumo.6
5 Há autores que vão apontar outras propostas e variações dessa ideia, mas para fins de simplificação, adotaremos a classificação de Tubino (1999), como já citada. 6 Falamos bastante desse tipo de estratégia em Campos (2014a). Filmes publicitários de empresas como Nike, Adidas, Coca-Cola ilustram claramente essa ideia, ao associar o esporte e os ídolos esportivos com produtos de consumo para o público em geral, muitos, inclusive, não-praticantes de qualquer atividade esportiva.
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Assim, é possível afirmar que o esporte de alto rendimento e altamente focado no
espetáculo é parte integrante da sociedade contemporânea:
“O esporte como espetáculo gera um “show de imagens”, que é ingrediente perfeito para o entretenimento na sociedade contemporânea. Jogos, jogadores, jogadas, façanhas e narrativas, arenas, torcedores, produtos, dirigentes, políticos, produtos e celebridades do (e no) esporte são alguns dos itens fundamentais dessa grande fonte geradora de imagens e imaginários que constroem um sistema de práticas e de sentido inseridos no ambiente capitalista do trabalho e da geração de interesses econômicos (CAMPOS, 2014a, p. 149-150).”
Dessa percepção temos um link perfeito para abordar a questão dos megaeventos e,
particularmente, o caso dos Jogos Olímpicos, um dos seus principais casos. A literatura
especializada vai muito além de definir megaeventos esportivos como “eventos esportivos
gigantescos”. Além do tamanho, fazem parte da construção de identidade dessas práticas
questões de ordem econômica, política, de gestão comunicacional, de relações
internacionais, entre outros. Esses megaeventos envolvem também a busca pela vitória
sobre o espaço e o tempo (CAMPOS, 2014a).
Como forma de permanência, é da estratégia dos megaeventos gerar etapas de
realização de forma a ampliar a sua exposição junto aos meios de comunicação e
formadores de opinião. Assim, de toda a campanha para ser sede da Olimpíada à cerimônia
de anúncio da cidade-sede, cumpre-se todo um ritual de atividades. Após a oficialização da
cidade ganhadora até a cerimônia de abertura do evento também se seguem inúmeras
atividades de foro político, econômico, de gestão e etc. Outro exemplo relevante é o evento
de revezamento da tocha, que permite ações de patrocinadores dos jogos olímpicos.
Com isso, percebemos que os megaeventos esportivos possuem, dentro do seu
escopo, muito mais que os os seus dias de realização. Um caso salutar para ilustrar essa
ideia é o da cidade de Barcelona. Sede dos Jogos Olímpicos de 1992, a cidade conseguiu,
por meio do megaevento esportivo, uma estratégia fortalecimento da imagem do país ou
cidade-sede e, por fim, à conquista de turistas. Mais de 20 anos após, a cidade atrai turistas
por causa da mística que envolveu o evento e a sua realização naquela cidade.7
7 Contudo, estudos mais recentes apontam que o caso de Barcelona, mais que regra, é uma exceção. O modelo dos megaeventos esportivos e o discurso de legado do esporte para as cidades-sede estão sendo bastante questionados, pois os fracassos e problemas são muito mais abrangentes que os casos de êxito, como o de Barcelona.
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Entretanto, dentre as várias definições de megaeventos, a que nos soa central é a de
Maurice Roche (apud SILVA, 2006)8, que aponta que o megaevento esportivo é
reconhecido em geral, como “um evento de produção da mídia” com impactos políticos,
econômico e tecnológico. Ou seja, é impossível conceber esse tipo de atividade, sem a
atuação direta dos meios de comunicação de massa.9 A partir dessa breve reflexão,
podemos avançar para uma reflexão sobre a comunicação, já que essas atividades do
esporte-espetáculo são construídas fundamentalmente na relação com as mídias.
O jornalismo Esportivo e a economia das imagens
Para avançar no entendimento proposto para este artigo, precisamos agora chegar ao
cerne da questão envolvendo a midiatização do esporte, por meio do jornalismo esportivo.
De fato, de uma mera disputa seja em qual esporte olímpico for ou, ainda, na tradicional e
concorrida abertura das Olimpíadas, em todos esses casos há duas dinâmicas ocorrendo
simultaneamente: a do jogo que assistimos ao vivo estando na arena e outra, igualmente
importante no mundo atual, que é o jogo assistido pela transmissão dos meios de
comunicação de massa dessa partida, para torcedores fora daquele local de disputa.
Assim, o entendimento sobre o que é comunicação esportiva tem relação com a
percepção de que, nos dois casos, haverá comunicação a serviço do que está sendo
comunicado (o jogo), mas elas terão naturezas distintas (CAMPOS, 2014a). Questão
crucial, isso precisa ser considerado, pois o número de pessoas que se inteiram das práticas
esportivas pelos dispositivos comunicacionais é infinitamente maior que o de pessoas que
podem ir ao campo onde se dá a ação esportiva.
Bourdieu (1997) teoriza sobre isso, ao falar dos Jogos Olímpicos, lembrando que os
megaeventos esportivos geram duas “realidades”, pois são duplamente produzidos:
“Uma primeira vez por todo um conjunto de agentes, atletas, treinadores, médicos, organizadores, juízes, cronometristas, encenadores de todo o cerimonial, que concorrem para o bom transcurso da competição esportiva no estádio (Ibidem, p. 127).”
E, ainda segundo Bourdieu, agora inserindo a ação dos meios de comunicação de
massa:
8 A citação a Maurice Roche está no verbete “Gestão da Segurança dos Megaeventos Esportivos”, desenvolvido pesquisador José da Silva, para o Atlas do Esporte no Brasil, um dos mais importantes portais de informação esportiva nacionais, organizado por Lamartine DaCosta. 9 Em Campos (2014, p. 115-156), desenvolvemos uma ampla reflexão sobre o conceito de megaevento esportivo e sua dimensão comunicacional.
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“Uma segunda vez por todos aqueles que produzem a reprodução em imagens e em discursos desse espetáculo, no mais das vezes sob a pressão da concorrência e de todo o sistema das pressões exercidas sobre eles pela rede de relações objetivas na qual estão inseridos (Ibidem, p.127).”
Por isso, é possível afirmar que há “dois eventos esportivos” acontecendo no campo
comunicacional, o do jogo sendo jogado e um segundo, que é o do jogo sendo convertido
em um produto midiático. Se retomarmos o fato de que o contato midiático é a forma como
massivamente grandes grupos de pessoas se aproximam dos megaeventos esportivos,
percebemos que há um significativo desequilíbrio entre estar em relação direta com o
esporte e estar em relação midiatizada com ele.
A relação do espectador com o esporte, principalmente para aqueles que se
relacionam com o mundo esportivo pelos meios de comunicação de massa, é marcada pelo
sentido dado pelo espetáculo midiático. E o jornalismo é uma das formas em que se dá esse
processo de segunda comunicação do esporte. Acreditamos ser fundamental estudar a
dimensão comunicativa dos megaeventos esportivos – como os Jogos Olímpicos e as Copas
do Mundo de Futebol, entre outros –, pois eles representam o ápice desse processo de
construção de imagens esportivas espetaculares, que são midiatizadas de forma massiva. E,
com isso, eles são um grande desafio para o jornalismo esportivo.
Nas várias camadas de complexidade dos megaeventos esportivos, há uma
complexa rede de fatores simbólicos que geram imagens e elas, ligadas à espetacularização
inerente a esses eventos, criam uma teia contínua de imagens, tecida a partir de uma lógica
de produção de sentido economicamente estruturada (CAMPOS, 2014a).
Para entender a natureza desse tipo de atividade, entendemos que os megaeventos
esportivos funcionam como dispositivos, no sentido dado por Agamben (2009). Eles fazem
parte de um projeto maior de globalização e produção de hegemonia cultural. Assim, os
megaeventos esportivos são constituídos a partir de uma contradição intrínseca, pois eles
aglutinam audiências planetárias com a realização de atividades esportivas em espaços
limitados, para poucos. Vamos além:
“Um megaevento esportivo tem como principal objetivo ser cada vez maior, ser cada vez mais hegemônico, ser um organismo social que perdura crescendo. Para isso, ele vai ‘economizar o esporte’10, como seu recurso estratégico. Ele encontra na gestão das imagens a solução para a escassez inerente ao mundo esportivo. A
10 A explicação a seguir, é do texto original: “Ao usar a expressão ‘economizar’ não queremos dizer somente ‘poupar’. Entendemos que o conceito de ‘economizar’ envolve a ideia de ‘administrar economicamente’, ou seja, fazer a gestão dos recursos, poupando e gastando, em prol de um objetivo maior. (Campos, 2014b: 4).
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espetacularização do esporte cria um ambiente midiático em que MENOS ESPORTE É MAIS MEGAEVENTO ESPORTIVO. Nesse paradoxo sistêmico surge a beleza contraditória de uma Copa do Mundo ou de uma Olimpíada. (CAMPOS, 2014b, p. 4).”
Nos megaeventos esportivos, o mecanismo que ocorre é o da troca das
pessoas/corpos/objetos por imagens como forma de gerar a comunicação almejada, dentro
de um contexto de ambiência midiática. Assim, para ser mais, ser “mega”, os megaeventos
estruturam-se como algo que é menos: abstraem-se os corpos na preferência pelas imagens
espetacularizadas deles. Ou seja, os megaeventos esportivos lidam com um problema
econômico, pois há escassez de espaços, de públicos e de recursos em um mercado com alta
demanda por práticas e atividades esportivas e de entretenimento relacionado ao esporte.
Daí surge a discussão da economia das imagens do esporte, que também já abordamos em
outro momento (CAMPOS, 2014a).
O que nos interessa para entrar na fase final dessa reflexão é que a ideia de
economia pressupõe a gestão de recursos materiais e humanos para o bem comum. É por
isso que se torna importante compreender a estruturação, a gestão e a mediação desses
megaeventos. E, fazer isso, como já vimos com outros termos, é entendê-los a partir da
economia deles. Se eles são ambientes do espetáculo, acúmulos de imagens que mediam
relações entre pessoas, são, por excelência, regidos por uma economia das imagens,
particularizada em economia das imagens do esporte. Assim, “podemos propor o
entendimento da economia das imagens como a organização, a gestão e a comunicação dos
recursos convertidos em bens imagéticos nos ambientes constituídos dentro do ecossistema
da cultura” (CAMPOS, 2014a, p. 199).
É a gestão que permite haver uma economia das imagens. A gestão das imagens é,
por consequência, o mecanismo que permite ao dispositivo dos megaeventos comunicar
mais eficientemente com os seus públicos e suas demandas imediatas: público interno, o
que frequenta estádios, e público externo, que tem acesso ao esporte pelos meios de
comunicação de massa. Buscando eficiência nesse mercado complexo e – como é sabido
por todos – superpovoado de imagens, é que a gestão das imagens permite que aquelas com
mais eficiência no seu papel de realizar a economia dos megaeventos se imponham às
demais e tornem-se centrais no ambiente midiático onde se dá o megaevento esportivo. E
ela vai aparecer na comunicação dos megaeventos das mais variadas maneiras, inclusive no
jornalismo em crise, cada vez mais a serviço dos interesses capitalistas dos megaeventos.
Com o exemplo proposto neste artigo, a seguir, tentaremos aprofundar mais nessa questão.
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Ao fim desta parte, cabe problematizar sobre o jornalismo esportivo no contexto dos
megaeventos, como as Olimpíadas. Buscando-se uma definição clássica, o Dicionário
Enciclopédico Tubino do Esporte (2007, p. 719) diz que ele
“é uma atividade especializada de Jornalismo na qual são transmitidas informações, opiniões (interpretações e críticas) e análises do esporte em qualquer aspecto de sua abrangência sociocultural. O jornalismo esportivo é exercido por jornalistas com conhecimento em esportes em geral ou em aspectos esportivo. (...) A cobertura jornalística esportiva, na sua maioria, é setorizada, podendo incidir sobre clubes, modalidades, entidades dirigentes ou outros aspectos esportivos importantes.”
Ainda o próprio dicionário (ibidem, p. 719) aprofunda e atualizando a questão
acrescentando o impacto que o espetáculo e o entretenimento acabam tendo nessa área:
“o jornalismo esportivo, cada vez mais, tem buscado o sentido do espetáculo, o que leva a uma identificação integrada com o show, o profissionalismo e o negócio. A criação, a difusão e o reconhecimento de ídolos e mitos no Esporte têm sido algumas das iniciativas do Jornalismo Esportivo na construção do espetáculo.”
Barbeiro e Rangel (2006, p. 13) abordam também essa questão afirmando que
“ele (o jornalismo esportivo) se confunde, frequentemente, com puro entretenimento. Isto, por seu lado, propicia o aparecimento de alguns poucos ‘coroados’ e o envolvimento com outras atividades incompatíveis com a prática do jornalismo, como agenciamento de publicidade, marketing e política privada dos clubes, federações, confederações e empresas.”
Para os interesses da pesquisa que fundamenta este paper, a relação entre o
jornalismo e o entretenimento é um dos eixos importantes e que será aprofundada na
continuidade dos estudos. Por hora, aceitamos o entendimento de que o jornalismo
esportivo encontra-se imbricado na fronteira com o esporte-espetáculo, com o marketing
esportivo e com as novas ferramentas de comunicação, na relação com os megaeventos
esportivos e com as raízes epistemológicas da prática na produção de notícias e
informações relevantes a um determinado público.
Este parece ser o contexto no qual o jornalismo esportivo vai substituir a tradição do
herói olímpico, por estratégias da economia das imagens do esporte, pela cultura pop e pelo
universo dos super-heróis.
Análise de caso: o heroísmo em uma nova tradição
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Antes de entrarmos na análise introdutória dos objetos selecionados, cabe uma breve
apresentação sobre o jornal gratuito Metro. Segundo o site institucional do Grupo
Bandeirantes,
“O Metro é resultado de uma aliança estratégica do Grupo Bandeirantes de Comunicação com a Metro Internacional, empresa do grupo sueco Investment AB Kinnevik, criado em 1936 e que atua em diversas áreas da comunicação como Telecom, canais de televisão e telefonia móvel. A Metro Internacional é responsável pela edição do jornal em 21 países da Europa, Américas e da Ásia totalizando mais de 22 milhões de leitores diários em todo o mundo.”11
Um dos expoentes da tendência dos jornais de distribuição gratuita em ruas centrais
de grandes cidades, o Metro chegou ao Brasil, a partir da parceria descrita acima, em 2007,
com o lançamento da edição São Paulo. Aos poucos o veículo ampliou a sua circulação
para mais de 10 cidades brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto
Alegre, Brasília, Curitiba, Grande Vitória, Campinas, ABC). Em termos de tiragem,
segundo informações institucionais, a tiragem passa de mais de meio milhão de exemplares
por dia12.
Além da edição impressa, o Metro, como seus concorrentes diretos Destak e o
tradicional MetroNews, conta com um site de notícias, onde estão alocadas as notícias
publicadas na edição impressa e alguns materiais extras. Também fazem parte do trabalho
jornalístico cotidiano o compartilhamento das notícias em redes sociais, como Facebook e
Twitter.
É neste contexto institucional e de estratégias de publicação de notícias que
chegamos aos objetos recortados para a análise inicial neste paper. Como já foi dito
anteriormente, no momento de finalização deste estudo, a série “Superatletas Olímpicos”
ainda não estava finalizada. Optamos, por isso, para fazer uma leitura preliminar com as
quatro primeiras publicações, que perfazem as edições semanais de 24 de maio e 14 de
junho de 2016, sendo que, a cada semana, um novo personagem era introduzido.
A primeira publicação, no dia 24 de maio, na quarta capa do jornal, página 16, foi o
perfil do atleta jamaicano Usain Bolt (figura 1). Um dos grandes nomes do esporte mundial,
o velocista estreou a série de jornalismo visual do Metro. A página tem como título o nome
do velocista, mas há uma estilização na forma de apresentar esse nome, fazendo uma 11 Informações obtidas in: http://www.band.uol.com.br/grupo/outrasmidias.asp. Texto institucional não assinado. Acessado em 10 de julho de 2016. 12 Informações obtidas in: http://www.metrojornal.com.br/nacional/mundo/com-20-anos-de-historia-metro-e-o-maior-jornal-do-mundo-165821 . Texto institucional não assinado. Acessado em 10 de julho de 2016.
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aproximação com a grafia comercial da marca The Flash, que remete ao tradicional
personagem da DC Comics.
Figura 1 – Primeiro perfil publicado
na série “Superatletas Olímpicos": o
velocista jamaicano Usain Bolt,
apresentado como o super-herói da
HQ e do audiovisual, The Flash.
A segunda publicação, no dia 01 de junho de 2016, foi o perfil da jogadora de vôlei
da seleção feminina brasileira Jaqueline Carvalho (figura 2). A reportagem visual, como
nos demais casos, foi publicada na quarta capa, página 16. Diferentemente da página com
Bolt, nessa a chamada é um trocadilho mais direto com a super-heroína que servirá de
metáfora para a atleta, a Mulher Maravilha. O título “Jaqueline Maravilha” explicita qual
será a estratégia comunicativa para apresentar essa possível destaque do Rio 2016.
Figura 2 – Segundo
perfil publicado na série
“Superatletas Olímpicos: a
jogadora brasileira da seleção
de vôlei, Jaqueline Carvalho
como a super-heroína da HQ
e do audiovisual, Mulher
Maravilha.
A terceira publicação, no dia 07 de junho de 2016, também na quarta capa do jornal,
trouxe o ginasta brasileiro Arthur Zanetti (figura 3). Do conjunto em análise é a segunda
capa com brasileiro, junto com a da atleta de vôlei Jaqueline Carvalho. Mantendo o modelo
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usado a partir da segunda edição, nesse caso, também há um trocadilho entre o nome do
atleta e o personagem Superman. Daí a chamada “Superzanetti”.
E a quarta publicação, no dia 14 de junho de 2016, também quarta capa, foi
dedicada ao nadador norte-americano e multimedalhista olímpico Michael Phelps (figura4).
Do conjunto aqui destacado é a segunda reportagem com um atleta de fora do Brasil.
Seguindo o formato adotado desde a segunda edição, a chamada faz um trocadilho,
fundindo nomes: “Aquaphelps”.
Em um trabalho posterior, com a finalização da série no jornal Metro, poderemos
aprofundar nos aspectos de forma e conteúdo, verificando se o padrão de formatação
adotado se manteve, quais personagens fictícios foram associados a quais atletas,
linguagens adotadas, narrativas construídas e etc.
Figuras 3 e 4 – o ginasta brasileiro
Arthur Zanetti e o nadador norte-americano
Michael Phelps, respectivamente,
representados como Super Man e Aquaman
na série de perfis do jornal Metro.
Por hora, como primeira imersão ao objeto, levantaremos alguns aspectos que já se
destacam e que são relevantes para a reflexão que propomos aqui. Do recorte definido, há
claramente um equilíbrio entre brasileiros e estrangeiros. Não há repetição de esportes,
sendo que, com as escolhas feitas, as práticas esportivas apresentadas são: atletismo,
ginástica artística, vôlei e natação. Em termos de distribuição de cobertura entre gêneros, do
total, 3 são destaques masculinos, ou seja, 75% do total.
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Em termos estruturais, as quatro páginas em questão usam a técnica do jornalismo
visual com recursos de infografia para garantir uma página com a sensação de leveza em
termos de leitura, mas sem reduzir o volume de informações. Esse recurso vem sendo
explorado já há muito tempo no jornalismo impresso, como forma de inibir a crise de
redução de leitores.
Nas quatro páginas percebemos que há uma busca de uma solução visual e narrativa
que permita ao jornal construir, sob a tradicional base do jornalismo esportivo, uma
mensagem com a tentativa de surtir um efeito novo. Explicamos: dentro da rotina do
jornalismo esportivo em uma pré-olimpíada não é novidade a publicação de reportagens
que desenvolvam projeções sobre possíveis candidatos a conquistar medalhas e realizar
feitos notáveis. Muito pelo contrário, é um dos temas mais abordados em pautas.
Além disso, em pautas com essa natureza, há alguns abordagens que são regulares:
características do atleta, diferenciais competitivos, adversários, relato dos principais feitos,
características negativas ou fragilidades, entre outros. Esse tipo de informação também se
encontra nas páginas feitas para o especial, contudo, esses temas são figurativizados sobre a
alegoria do mundo dos super-heróis. Assim:
1. Diferenciais competitivos e características sobressalentes do atleta viram “arma
secreta” – esse item aparece nos quatro textos em estudo.
2. Concorrente desses atletas a medalhas nos jogos olímpicos é chamado de
“inimigo número 1”.
3. Companheiro de equipe ou atletas que se desenvolvem alguma ação de
complementariedade com os ídolos em análise são chamados de “aliados”, “superequipe”.
4. As limitações ou desafios a ser superados pelos atletas perfilados são chamadas
na série de reportagens de “pontos fracos”.
5. As façanhas esportivas e grandes conquistas são chamadas na série de “feitos
incríveis”.
Em relação aos aspectos visuais, é comum ao conjunto das quatro páginas em
análise a construção de uma cena “típica” do mundo dos HQs, ou seja, uma ilustração
manipulada por computador que mistura a imagem real do atleta com elementos indiciais
do mundo do super-herói que está metamorfoseado com ele na narrativa do jornal Metro.
Como exemplo, vemos a pauta do Usain Bolt, que é retratado como The Flash em
situação de corrida. Ou, ainda, o nadador Michael Phelps, que é retratado com Aquaman,
no fundo do mar, com tridente na mão e tudo mais. Já o ginasta Zanetti e a jogadora de
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vôlei Jaqueline são retratados em movimentos dos heróis, Superman e Mulher Maravilha,
respectivamente, com grande ênfase para as roupas típicas desses personagens de ficção.
Ainda sob a associação feita pelo jornal entre atletas e super-heróis, podemos
perceber que as associações feitas podem ser divididas em dois grupos: aquelas muito
diretas, de simples associação, como o caso de relacionar Bolt com The Flash ou Phelps
com Aquaman. A característica dos personagens fictícios faz com que a relação seja
bastante direta.
No caso de Zanetti e Jaqueline e a relação com Superman e Mulher Maravilha
respectivamente, a associação é mais abstrata. Ainda que a solução tenha sido estabelecer a
associação de atletas e super-heróis como já apresentada, outras relações poderiam ter sido
exploradas também, como link do ginasta com outro super-herói.
Considerações Finais
Como já dissemos no início deste paper, a pesquisa que estamos desenvolvendo
com essa ação envolvendo a cobertura olímpica do jornal gratuito Metro ainda não está
finalizada, pois a série tem números não publicados no momento de término deste primeiro
texto de análise. Por isso, com o recorte feito, objetivamos mais fundamentar a base teórica
para fazer as análises dos textos solicitados que, efetivamente, finalizar uma análise do
corpus definido.
Com o término da série poderemos voltar às análises para tentar, efetivamente,
apontar como o jornalismo esportivo vem construindo a imagens dos atletas olímpicos
atualmente, cada vez mais deslocada da tradição do esporte grego, na busca de outras
simbolizações mais conectadas com as novas gerações e o repertório de cultura pop delas.
Acreditamos que para uma maior eficiência nessas abordagens, será importante rever dois
autores de referência para essa questão: Morin (1984), com o conceito de “olimpianos” e
Eco (2006), com o conceito de cultura popular e “apocalípticos e integrados”.
Outro aspecto que poderá ser explorado na continuidade desta pesquisa é o fato de
que a página da seção “Superatletas Olímpicos”, não se restringe ao impresso. No site do
jornal, além de cada reportagem publicada com o arquivo original do projeto, à semelhança
do que foi publicado no impresso, há uma versão do conteúdo em vídeo. Os vídeos, na
relação com a peça gráfica, podem render outra interessante reflexão sobre convergência na
cobertura jornalística do esporte. Acreditamos que esta pesquisa, ao fim, poderá contribuir
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para o entendimento das estratégias jornalísticas da cobertura dos Jogos Olímpicos Rio
2016 e seus desdobramentos nos períodos seguintes.
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