Intercom Sociedade Brasileira de Estudos...

14
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016 1 Teorias Marginais da Comunicação: Um Panorama das Abordagens que Bernard Berelson Considerou Menores 1 Marcus GOMES 2 Rafiza VARÃO 3 Universidade Católica de Brasília, Brasília, DF Resumo Este artigo apresenta um panorama e a contextualização das abordagens que Bernard Berelson (1959) apontou como “menores” em relação às teorias da comunicação desenvolvidas pelos pais fundadores dos estudos acadêmicos em comunicação (Harold Lasswell, Karl Hovland, Kurt Lewin e Paul Lazarsfeld). São estudos provenientes de outros campos, como a psicologia e ciência política, que são pouco ou nada conhecidos no Brasil. Quatro das abordagens apontadas por Berelson serão apresentadas (abordagem psicolinguística, psiquiátrica, jornalística e reformista). Conclui-se que é necessário um conhecimento mais profundo dessas abordagens, uma vez que trazem pontos de vista interessantes ao estudo da comunicação. Palavras-chave: comunicação; teorias da comunicação; história; Bernard Berelson. Introdução As primeiras teorias voltadas ao estudo da Comunicação nos Estados Unidos, mesmo que encomendadas pelo governo estadunidense na década de 1940, foram formuladas quase que sequencialmente, em um curto período de tempo. Outras áreas de estudo mais antigas, como a Ciência Política, Sociologia e Psicologia, foram fundamentais no processo que consistia em compreender os processos relacionados à comunicação de massa. Utilizando-se o conhecimento de outras ciências, as primeiras teorias e seus autores fundantes (Carl Hovland, Harold Lasswell, Kurt Lewin e Paul Lazarsfeld) colaboram para a construção do campo. Entretanto, quando estudamos as teorias da comunicação durante a graduação não sabemos que o universo teórico da escola americana de pesquisa em comunicação é muito maior do que o apresentado. É importante ter em mente que a Escola de Chicago vai além dos fundadores. Devemos também considerar a existência de outras ideias sobre o campo 1 Trabalho apresentado na Divisão Temática Interfaces Comunicacionais, da Intercom Júnior - XII Jornada de Iniciação Científica em Comunicação, evento componente do XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. 2 Aluno do 8° semestre de Jornalismo da Universidade Católica de Brasília, email: [email protected]. 3 Orientadora do trabalho. Professora da Universidade Católica de Brasília, email: [email protected].

Transcript of Intercom Sociedade Brasileira de Estudos...

Page 1: Intercom Sociedade Brasileira de Estudos ...portalintercom.org.br/anais/nacional2016/resumos/R11-2331-1.pdf · aprendizagem ficam abaixo do desempenho esperado, sobrecarregando a

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

1

Teorias Marginais da Comunicação: Um Panorama das Abordagens que Bernard

Berelson Considerou Menores1

Marcus GOMES2

Rafiza VARÃO3

Universidade Católica de Brasília, Brasília, DF

Resumo

Este artigo apresenta um panorama e a contextualização das abordagens que Bernard

Berelson (1959) apontou como “menores” em relação às teorias da comunicação

desenvolvidas pelos pais fundadores dos estudos acadêmicos em comunicação (Harold

Lasswell, Karl Hovland, Kurt Lewin e Paul Lazarsfeld). São estudos provenientes de outros

campos, como a psicologia e ciência política, que são pouco ou nada conhecidos no Brasil.

Quatro das abordagens apontadas por Berelson serão apresentadas (abordagem

psicolinguística, psiquiátrica, jornalística e reformista). Conclui-se que é necessário um

conhecimento mais profundo dessas abordagens, uma vez que trazem pontos de vista

interessantes ao estudo da comunicação.

Palavras-chave: comunicação; teorias da comunicação; história; Bernard Berelson.

Introdução

As primeiras teorias voltadas ao estudo da Comunicação nos Estados Unidos, mesmo

que encomendadas pelo governo estadunidense na década de 1940, foram formuladas quase

que sequencialmente, em um curto período de tempo. Outras áreas de estudo mais antigas,

como a Ciência Política, Sociologia e Psicologia, foram fundamentais no processo que

consistia em compreender os processos relacionados à comunicação de massa. Utilizando-se

o conhecimento de outras ciências, as primeiras teorias e seus autores fundantes (Carl

Hovland, Harold Lasswell, Kurt Lewin e Paul Lazarsfeld) colaboram para a construção do

campo.

Entretanto, quando estudamos as teorias da comunicação durante a graduação não

sabemos que o universo teórico da escola americana de pesquisa em comunicação é muito

maior do que o apresentado. É importante ter em mente que a Escola de Chicago vai além

dos fundadores. Devemos também considerar a existência de outras ideias sobre o campo

1 Trabalho apresentado na Divisão Temática Interfaces Comunicacionais, da Intercom Júnior - XII Jornada de Iniciação

Científica em Comunicação, evento componente do XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. 2 Aluno do 8° semestre de Jornalismo da Universidade Católica de Brasília, email: [email protected]. 3 Orientadora do trabalho. Professora da Universidade Católica de Brasília, email: [email protected].

Page 2: Intercom Sociedade Brasileira de Estudos ...portalintercom.org.br/anais/nacional2016/resumos/R11-2331-1.pdf · aprendizagem ficam abaixo do desempenho esperado, sobrecarregando a

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

2

desenvolvidas por outros pesquisadores que não estão diretamente relacionadas às teorias

desenvolvidas pelos pais fundadores.

Usualmente, as universidades no Brasil adotam o livro Teorias das Comunicações de

Massa (2003), de Mauro Wolf, como bibliografia básica. No entanto, esta obra contempla

apenas uma parte da história da epistemologia e teorias da comunicação, sendo assim

necessário trabalhos que englobem novas visões sobre a origem e o desenvolvimento do

campo comunicacional. Entender as propostas dessas teorias e autores é relevante para o

entendimento da história do campo comunicacional.

O artigo The state of communication research (1959), de Bernard Berelson, descreve

e explica o momento em que o trabalho dos autores fundantes ganharam relevância e outras

pesquisas caíram no ostracismo. No mesmo trabalho, o autor referencia tais pesquisas que

foram originalmente relevantes para essa história, mas depois foram caindo em desuso. São

elas: The Reformist Approach (Abordagem Reformista); The Broad Historical Approach

(Abordagem Histórica Ampla); The Journalistic Approach (Abordagem Jornalística); The

Mathematical Approach (Abordagem Matemática); The Psycholinguistic Approach

(Abordagem Psicolinguística) e The Psychiatric Approach (Abordagem Psiquiátrica).

Este artigo abordará o conteúdo de quatro dessas seis teorias (Abordagem

Psicolinguística, Abordagem Psiquiátrica, Abordagem Jornalística e Abordagem História

Ampla). O intuito do artigo é apresentar as bases desses pensamentos que ajudaram na

formação do campo comunicacional, para que possa servir de arcabouço teórico para outros

trabalhos acadêmicos e para que possam apresentar novas possibilidades nos estudos da

tradição do campo. É importante ter em mente que essas abordagens descritas por Berelson

não são teorias propriamente ditas. São linhas de pesquisas que tem conteúdos em comum

com o estudo do campo comunicacional. Quais são e o que dizem as correntes de pesquisa

que já foram consideradas relevantes e que agora se encontram esquecidas? Quais são os

pontos de confluência entre essas abordagens e a comunicação? Para construir esse

panorama, o método utilizado será a pesquisa bibliográfica.

Dessas seis abordagens, duas não serão contempladas no presente artigo. A teoria

matemática, por se tratar do modelo de Shannon e Weaver, que é frequentemente encontrado

na literatura sobre as teorias de comunicação. Também a Broad Historical Approach

(Abordagem Histórica Ampla), de Harold Innis e David Riesman, pelo aprofundamento atual

que está ocorrendo nesta linha de pensamento nas universidades brasileiras, como o artigo

Page 3: Intercom Sociedade Brasileira de Estudos ...portalintercom.org.br/anais/nacional2016/resumos/R11-2331-1.pdf · aprendizagem ficam abaixo do desempenho esperado, sobrecarregando a

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

3

“Pensamento comunicacional canadense: as contribuições de Innis e McLuhan” (2008), de

Luiz C. Martino.

Charles Osgood e a Abordagem Psicolinguística

Bernard Berelson (1959) indica que a Abordagem Psicolinguística é representada por

Charles Osgood e George Miller. Há a participação de outros autores no desenvolvimento de

tal abordagem, que é importante para a comunicação pois busca entender o processo de

significação das palavras por meio da psicologia, área de estudo de Osgood e Miller, mas não

há uma obra-chave que explique o que é a Abordagem Psicolinguística.

A psicolinguística é a intersecção entre a psicologia e a linguística. Na definição de

Slama-Cazacu, “A psicolinguística trata diretamente dos processos de codificação e de

descodificação enquanto relacionam estados da mensagem com estados dos comunicadores”

(1979, p.42).

A grande contribuição de Osgood para a comunicação foi o aprofundamento no estudo

da semântica através da psicolinguística, do qual ele é considerado um dos fundadores, junto

com John Bissell Carroll e o próprio George Miller (PINTO 2009). Também é utilizada por

Osgood a ideia de estimulo-resposta, que vemos dentro do behaviorismo nas teorias da

comunicação mais tradicionais, como a Abordagem Empírico-experimental. Além disso,

Charles Osgood escreveu, junto com Thomas Sebeok, a obra considerada o marco inicial da

psicolinguística; Psycholinguistics, A survey of theory and research problems (OSGOOD e

SEBEOK, 1954).

Segundo Osgood (1952), o ser humano determina os significados a partir das suas

próprias percepções, interferindo na análise do objeto, podendo alterar o seu significado.

Existem cinco métodos para conhecer os significados (fisiológicos, aprendizagem,

percepção, associação e escalares) e um método, criado por Osgood, para entender os

significados mais difíceis de descrever, o diferencial semântico.

O diferencial semântico é um instrumento de avaliação psicológica. Nela, o indivíduo

classifica um signo numa tabela de adjetivos antagônicos. Este signo provoca um estímulo

no individuo, o sentido de associação. Atualmente o diferencial semântico é utilizado para

avaliação de produtos.

Page 4: Intercom Sociedade Brasileira de Estudos ...portalintercom.org.br/anais/nacional2016/resumos/R11-2331-1.pdf · aprendizagem ficam abaixo do desempenho esperado, sobrecarregando a

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

4

FIGURA 1 - Exemplo do uso do diferencial semântico de Osgood na avaliação de duas marcas de café.

Mais do que apenas “dar ferramentas” da psicologia à comunicação, Charles Osgood

esteve, de fato, atuante em formulações no próprio campo. Juntamente com Wilbur Schramm,

formulou um modelo de comunicação, conhecido como o “Modelo Osgood e Schramm”,

publicado na obra How Communication Works (1954).

Este modelo se diferencia do modelo linear de Laswell por levar em consideração a

interação entre receptor e o emissor e tem como premissa a circularidade dos processos de

comunicação.

Os autores trabalham com a percepção da comunicação em termos interpessoais – o

emissor/receptor passa a ser mais um ‘momento’ do que propriamente uma pessoa:

qualquer um pode enviar ou receber uma mensagem sem necessariamente se situar

em um ou outro lugar do processo de maneira permanente. Desse modo, há uma

passagem da linearidade para a circularidade do processo comunicativo (MARTINO,

2009, p. 31).

Page 5: Intercom Sociedade Brasileira de Estudos ...portalintercom.org.br/anais/nacional2016/resumos/R11-2331-1.pdf · aprendizagem ficam abaixo do desempenho esperado, sobrecarregando a

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

5

FIGURA 2 – Modelo de Osgood e Schramm (MARTINO, 2009, p.31)

Este modelo está intrinsicamente presente na atual ideia de cibercultura, de Pierre

Lévy. Todo receptor tem uma codificação e interpretação da mensagem. No caso de Lévy, o

objeto de estudo é a interatividade individuais nos meios de comunicação contemporâneos,

mas com proximidade ao modelo pensado em 1954.

De fato, seria trivial mostrar que um receptor de informação, a menos que esteja

morto, nunca é passivo. Mesmo sentado na frente de uma televisão sem controle

remoto, o destinatário decodifica, interpreta, participa, mobiliza seu sistema nervoso

de muitas maneiras, e sempre de forma diferente de seu vizinho (LÉVY, 1999, p. 79).

George Miller realizou trabalhos notórios no campo da psicolinguística em duas

frentes. A primeira se assemelhava a de Osgood, tratando dos processos de interpretação da

linguagem. “[...] ele aplicava os conhecimentos e técnicas desenvolvidas e aperfeiçoadas ao

longo dos anos pela Psicologia Experimental para observar a linguagem a partir de dados

quantitativos” (SAMPAIO et al., 2015, p. 242). Miller também ganha notoriedade quando ele

decide fazer suas pesquisas experimentais fora do behaviorismo.

Seu mais conhecido trabalho é o livro The Magical Number Seven, Plus or Minus

Two: Some Limits on our Capacity for Processing Information, de 1956, em que ele trata da

capacidade de memorização das pessoas. Neste livro, ele apresenta a tese de que as pessoas

só preservam uma determinada quantidade de informações na memória de curto prazo.

Estudos publicados, por George Miller, em 1956, referiam-se a um ‘número mágico’

7 ± 2. Sobre o qual, o sistema cognitivo humano somente consegue processar um

número limitado de informações que variam entre 5 a 9 elementos por vez, ou seja,

consegue-se assimilar, de maneira natural e satisfatória, de cinco a nove elementos

de informação por vez. Uma vez excedidos esses limites, o raciocínio e a

Page 6: Intercom Sociedade Brasileira de Estudos ...portalintercom.org.br/anais/nacional2016/resumos/R11-2331-1.pdf · aprendizagem ficam abaixo do desempenho esperado, sobrecarregando a

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

6

aprendizagem ficam abaixo do desempenho esperado, sobrecarregando a estrutura

cognitiva (SANTOS e TAROUCO, 2007, p.3).

Esta abordagem tem afinidade com a semiótica4, especialmente quando usa o conceito

de signo e significado. Tanto Osgood quanto Miller são considerados como fundadores da

psicolinguística, talvez por isso Berelson os tenha classificados como os dois principais

nomes dessa abordagem. Mesmo sem ter a intenção de realizar estudos comunicacionais

(exceto quando Osgood participa de um modelo de comunicação), estes autores fazem parte

da história deste campo.

Abordagem Psiquiátrica

Berelson (1959) aponta dois autores como os principais da abordagem psiquiátrica,

Jurgen Ruesch e Gregory Bateson, que escreveram Communication: the Social Matrix of

Psychiatry, em 1951. Segundo Alves (1999), esta obra foi influenciada pela Teoria Geral dos

Sistemas (de Norbert Wiener5), que trouxe conceitos originais, como auto regulação,

interdependência e feedback.

Bateson era biólogo e antropólogo de formação. Seu interesse na comunicação surgiu

na década de 1940, quando escreveu, juntamente com Margaret Mead6, o livro Balinense

Character, onde ele buscava explorar o que caracterizava crianças balineses por meio de

observações sociais, suas condutas de forma verbal e visual e a comunicação humana

(SAMAIN, 2001).

O que Bateson buscava nos anos 50 e o que deveria efetivamente desenvolver até sua

morte em 1980? Procurava equacionar melhor a vasta interrogação sobre a

comunicação humana nos termos de uma estrutura que pudesse ligar os “seres vivos”

entre si – a natureza e o pensamento, a comunicação e a antropologia (SAMAIN,

2001).

É justamente a comunicação humana o objeto de estudo de Bateson e Ruesch. Para

eles, a comunicação não “[...] se refere somente à transmissão verbal, explícita e intencional

de uma mensagem”, mas também “inclui todos os processos através dos quais as pessoas se

influem mutuamente” (LANA, 2008, p. 239).

A comunicação humana é o objeto de Communication: the Social Matrix of

Psychiatry, pois é o ponto de encontro entre a comunicação e a psicopatologia, vertente da

4 Lembrando que a Semiótica é anterior à Psicolinguística 5 Matemático e fundador da cibernética (1894-1964) 6 Antropóloga e ex-esposa de Bateson (1901-1978)

Page 7: Intercom Sociedade Brasileira de Estudos ...portalintercom.org.br/anais/nacional2016/resumos/R11-2331-1.pdf · aprendizagem ficam abaixo do desempenho esperado, sobrecarregando a

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

7

psiquiatria abordada no livro. Conforme Bateson e Ruesch (1965, p.17), “[...] a comunicação

é a matriz em que estão cravadas todas as atividades humanas” (apud Lana, 2008). Juntos,

Bateson e Ruesch realizam o trabalho com o propósito de encadear o individual e o social.

A formulação ressalta a dinâmica interativa entre os indivíduos que, diante uns dos

outros, percebem seus próprios atos, recebem impressões, modificam/moldam ações

e retêm informações para ações futuras (LANA, 2008, p. 239).

Algumas premissas relacionadas à comunicação são definidas pelos autores para o

melhor entendimento da obra: comunicação interpessoal, intrapessoal e comunicação de

massa. A interpessoal é designada pela presença de atos expressivos por parte de uma ou mais

pessoas, pela percepção, consciente ou inconsciente, de terceiros de tais atos expressivos e a

interferência na conduta, resultante da observação de que os atos foram notados. A

comunicação intrapessoal é um caso especial da interpessoal e caracteriza-se pelo registro

interno de experiências passadas de cada indivíduo, na qual é impossível saber se há falha na

interpretação, pois é impossível avaliar e corrigir tais enganos (LANA, 2008). Na

comunicação de massa, o sujeito sente que é parte de algo maior, um sistema supra pessoal,

no entanto ele não é capaz de observar os efeitos das mensagens, não podendo, assim, ser

corrigidas as distorções.

Ruesch e Bateson vão além e, no capítulo três de sua obra, que trata sobre doenças

psíquicas (psicopatias), eles desenvolvem a hipótese de que a comunicação humana pode

trazer benefício no estado de saúde dos pacientes.

Psiquiatras que dedicam seu tempo para psicoterapia acreditam na relação de

pacientes que sofrem de psicopatologia, e pensam que o contato com os seres

humanos é uma necessidade terapêutica. Se alguém tenta analisar os eventos que

ocorrem em uma situação social, a interação entre paciente e médico, e os esforços

direcionados a influenciar o paciente por meio de psicoterapia, deve-se chegar à

conclusão de que estes eventos caem no âmbito da comunicação. Por conseguinte, é

possível afirmar com certeza que os agentes terapeuticamente eficazes contidos em

psicoterapia encontram-se em comunicação (RUESCH e BATESON, 1951, p. 80).

O aprofundamento e as várias pesquisas realizadas por outros psiquiatras (incluindo

os estudos de Kurt Lewin Dynamic Theory of Personality, de 1935) analisadas por Bateson

e Ruesch, tornam a obra Communication: the Social Matrix of Psychiatry densa e rica em

conhecimento científico no campo da psiquiatria. No entanto o estudo não se limita só a este

campo e conecta a comunicação à cultura, relações humanas e antropologia. Estes estudos

são melhores aproveitados na psiquiatria, embora o termo “comunicação” esteja presente no

título e em quase todos os capítulos do livro.

Page 8: Intercom Sociedade Brasileira de Estudos ...portalintercom.org.br/anais/nacional2016/resumos/R11-2331-1.pdf · aprendizagem ficam abaixo do desempenho esperado, sobrecarregando a

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

8

Por tudo isso que foi apresentado, Bateson e Ruesch mereciam um olhar mais

cuidadoso por parte dos estudiosos da comunicação.

Abordagem jornalística

Muito antes de se conceber o campo de estudos da comunicação, que, segundo a

“história oficial”, tem o seu marco inicial em 1947 quando Wilbur Schramm cria o programa

de doutorado em comunicação na universidade de Illinois (VARÃO, 2010), o jornalismo já

tinha tomado forma e era alvo de estudo de várias áreas acadêmicas, como a sociologia, a

política e a psicologia. A abordagem jornalística fala sobre como se deu o encontro entre o

campo recém criado com o jornalismo praticado diariamente. A principal discussão é sobre

os aspectos controladores da mídia e a comunicação de massa.

O interesse no estudo da comunicação iniciou-se no final do século XIX, onde o termo

comunicação já era utilizado, e no início do século XX. Para os estudiosos daquela época, a

comunicação era apenas um interesse secundário (MEDITSCH, 2011, p.3).

A comunicação também é uma categoria utilizada nas ciências sociais americanas pelo

menos desde a primeira década do Século XX, como no livro de Charles H. Cooley que

sustenta a sua significância para a organização social, e que antecipa algumas ideias

sobre a mídia como extensão do homem e a aldeia global, que meio século depois seriam

exploradas pelo canadense Marshall Macluhan. (MEDITSCH, 2011, p.4).

Na década de 1930, Ralph Casey7 alertou que era necessário que as escolas de

jornalismo abraçassem e desenvolvessem pesquisas sobre o seu principal objeto de estudo, o

próprio jornalismo. Sem ser ouvido, Casey se aproximou dos cientistas sociais que tinham

interesse na comunicação, especialmente de Malcolm Willey8, que desenvolveu um estudo

sobre comunicação de massa publicado na revista Journalism Quartely, onde Casey era

editor. Em um de seus artigos, Willey faz a sua conceituação de comunicação de massa.

Comunicação de Massa é caracterizada pela possibilidade de estabelecer contatos

com grande número de pessoas simultaneamente ou quase simultaneamente, a partir

de um ou alguns pontos centrais de estimulação. [...] A singularidade de comunicação

de massa atual está no facto de que com o uso de dispositivos mecânicos o tamanho

da audiência é quase ilimitado, e assembleias físicas não são mais essenciais. No

desenvolvimento da comunicação de massa moderna, o jornal periódico, o filme

cinematográfico e o rádio são básicos, mas esses três são complementados por muitos

outros meios de comunicação. Os dispositivos de comunicação de fio em geral

(telégrafo e telefone), a estrada de ferro (pelo qual a correspondência e materiais

impressos são distribuídos), veículos automotores (que também fazem a também

distribuição de material impresso e facilitam a circulação dos seres humanos), e os

7 Professor na escola de jornalismo na Universidade de Minnesota (1890-1962). 8 Professor de Sociologia na Universidade de Minnesota (1897-1974)

Page 9: Intercom Sociedade Brasileira de Estudos ...portalintercom.org.br/anais/nacional2016/resumos/R11-2331-1.pdf · aprendizagem ficam abaixo do desempenho esperado, sobrecarregando a

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

9

vários usos da máquina de impressão (além de jornal e usos periódicos) são todos

parte da comunicação de massa. Sem os três, no entanto, a comunicação de massa

básica em sua escala atual seria inconcebível (WILLEY 1935, p. 194)9.

Sobre os meios de comunicação de massa (rádios, jornais, periódicos e cinema),

Willey escreve seus efeitos10. Nota-se que a ideia de massa é muito semelhante a que se faz

na teoria hipodérmica e na teoria crítica (escola de Frankfurt), ambos formulados na década

de 1930.

O jornal tem constantemente ampliado o âmbito dos seus esforços para trazer um

mundo cada vez mais complexo para as mentes de seus leitores; o filme e o rádio

permitem uma compreensão direta de eventos distantes que era inimaginável há uma

geração. Mas para além destes efeitos sobre os seres humanos destacados é o fato de

que essas novas agências unem indivíduos em resposta concertada a estímulos

comuns. Mecanismos sociais já existem onde é possível impressionar o povo de um

país inteiro em simultâneo. Qualquer uso desses mecanismos envolve

inevitavelmente efeitos de longo alcance sobre atitudes e comportamentos sociais.

Estes efeitos podem ser impremeditado por aqueles que detém o controle do

funcionamento do mecanismo. Por outro lado, eles podem ser pré-determinado de

acordo com os objetivos de interesse particular (WILLEY e RICE, 1933, p. 208-

209)11.

No entanto, a contribuição de Willey para o campo da comunicação foi diminuída,

quase apagada da história. Segundo Meditsch (2011), Schramm lançou uma série de obras

relacionadas ao mesmo tema, mas sem citar na bibliografia os trabalhos de Willey “[...] assim,

Schramm pôde aparecer como se ele e seu grupo houvessem inventado a roda” (MEDITSCH,

2011, p.11).

Outro autor de relevância neste período, apontado por Berelson (1959), foi Raymond

Nixon, que dedicou seus estudos ao problema da liberdade de imprensa. “Ele se propôs a

9 No original “Mass Communication is characterized by the possibility of establishing contacts with large numbers of people

simultaneously or virtually simultaneously, and from one or a few central points of stimulation. [...] The uniqueness of

present-day mass communication is in the fact that with the use of mechanical devices the size of the audience is almost

unlimited, and physical assemblage is no longer essential. In the development of modern mass communication the

newspaper and periodical, the motion picture, and the radio are basic, but these three are supplemented by many other media

of communication. The wire communication devices in general (telegraph and telephone), the railroad (whereby mail and

printed matter is distributed), motor vehicles (also distributing printed matter, as well as facilitating the circulation of human

beings), and the various uses of the printing press (in addition to newspaper and periodical uses) are all a part of mass

communication. Without the basic three, however, mass communication on its present scale would be inconceivable”.

Tradução do autor. 10 Alinhando-se à tradição de estudo dos efeitos 11 No original: “The newspaper has constantly expanded the scope of its endeavors to bring an ever more complex world to

the minds of its readers; the motion picture and the radio permit a direct comprehension of distant events that was

unimaginable a generation ago. But beyond these effects upon detached human beings is the fact that these new agencies

unite individuals in concerted response to common stimuli. Social mechanisms now exist whereby it is possible to impress

the people of an entire country simultaneously. Any use of these mechanisms inevitably involves far-reaching effects upon

social attitudes and behavior. These effects may be unpremeditated by those in whose control the operation of the

mechanism rests. On the other hand, they may be predetermined in keeping with objectives of private interest.” Tradução

do autor.

Page 10: Intercom Sociedade Brasileira de Estudos ...portalintercom.org.br/anais/nacional2016/resumos/R11-2331-1.pdf · aprendizagem ficam abaixo do desempenho esperado, sobrecarregando a

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

10

analisar comparativamente os sistemas de liberdade de imprensa no cenário internacional,

privilegiando variáveis econômicas e culturais” (MELO, 1998, p. 152).

Nixon também foi editor da revista Journalism Quartely durante 25 anos e, nesta

função, teve papel importante na construção do campo da comunicação nos Estados Unidos,

uma vez que muitos dos seus alunos ao redor do mundo poderiam ter acesso a suas obras para

continuar os estudos acadêmicos em comunicação (MELO, 1998).

A abordagem jornalística passa por pesquisadores e obras além dos descritos por

Berelson (1959) e pelo presente artigo, como Stuart Rice, Charles Cooley e Douglas Waples

por exemplo. A Journalism Quartely também esteve presente em todo o processo, pois era o

meio de publicação no campo da Comunicação que reuniu os pensamentos dos primórdios

do campo. Esses documentos originais hoje permitem que pesquisadores atuais tenham

acesso aos clássicos da comunicação, sejam estes clássicos reconhecidos ou não.

Abordagem Reformista

A Abordagem Reformista é mais uma corrente preocupada com a comunicação de

massa. É a única abordagem a que Berelson se dedica a escrever um parágrafo dando

explicações, dizendo que seus autores estão “Preocupados com a organização, estrutura e

controle de meios de comunicação, e em particular, com as considerações de ordem

pública12” (Berelson, 1959, p.4).

Os autores referências desta abordagem fazem parte de um grupo de estudiosos

denominado Comission on the Freedom of Press, escolhidos pelo reitor da Universidade de

Chicago, Robert Hutchins. Financiados pela revista Time e apoiados pela Enciclopédia

Britânica, o objetivo era reconhecer o “atual estado e as perspectivas futuras da liberdade de

imprensa”. A Comission on the Freedom of Press também ficou conhecida como Comissão

Hutchins.

Além de Hutchins, outros doze acadêmicos fizeram parte da comissão13, entre eles

Harold Lasswell, um dos pais fundadores do campo comunicacional, e Charles Merriam,

12 No original “Concerned with organization, structure, and control of the mass media, and particularly with considerations

of public policy.” Tradução do autor. 13 John M. Klark (professor de economia da Universidade de Columbia); John Dickinson (professor de direito da

Universidade de Pensilvânia); Willian Hocking (professor-emérito de Filosofia da Universidade de Harvard); Archibald

Macleish (secretário-assistente do Estado); Reinhold Niebuhr (professor de ética e filosofia da religião na Union Theological

Seminary); Robert Redfield (professor de antropologia na Universidade de Chicago; Beardsley Ruml (presidente do Federal

Reserve Bank of New York); Arhur Schlesinger (professor de história na Universidade de Harvard); George Shuster

(presidente do Hunter College).

Page 11: Intercom Sociedade Brasileira de Estudos ...portalintercom.org.br/anais/nacional2016/resumos/R11-2331-1.pdf · aprendizagem ficam abaixo do desempenho esperado, sobrecarregando a

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

11

criador do behaviorismo e orientador de Lasswell na sua mais conhecida obra, “Técnica de

Propaganda na Guerra Mundial”.

Juntos, estes pesquisadores realizaram estudos sobre a liberdade de imprensa e, em

1947, lançaram o relatório final intitulado A Free and Responsible Press – A General Report

on Mass Communication, Newspaper, Radio, Motion Pictures, Magazines, and Books, que

traz à tona questões sobre responsabilidade social e crítica da mídia.

Dentre os pontos principais estavam discussões sobre a Teoria da Responsabilidade

Social da Imprensa14, propôs a criação de um órgão para analisar a atuação da mídia com o

intuito de mostrar aos meios de comunicação a sua responsabilidade dentro da sociedade. O

relatório apontou também a preocupação com o monopólio midiático, que poderia causar um

monopólio de ideias. “Este relatório trata das responsabilidades dos proprietários e gerentes

de imprensa com suas consciências e do bem comum para a formação da opinião pública.

[...] Eles são, tomados em conjunto, a influência mais poderosa hoje15” (HUTCHINS, 1947,

p. VII).

Este estudo deixou grandes legados e reflexões sobre o poder da comunicação.

Inspiraram algumas regras da Federal Communication Commission (FCC)16 nos Estados

Unidos (PAULINO, 2008), é citado nos manuais de ética e deontologia (OLIVEIRA, 2007,

p.164) e inspirou diferentes mecanismos de crítica de mídia, sendo um deles o ombudsman,

posteriormente desenvolvido na Suécia (BITTENCOURT e SILVA, 2015, p. 10).

Considerações finais

Foram apresentados neste trabalho quatro linhas de pesquisa que fazem parte da

história do campo comunicacional, mas que, por motivos apresentados pelo próprio Berelson,

por Varão (2010) e outros autores, foram consideradas menores nas décadas de 1940 e 50.

Osgood e Miller se aproximam da semiótica, além do modelo desenvolvido por Osgood e

Schramm. Bateson e Ruesch se preocupam com a comunicação humana e realizam o estudo

aprofundando o relacionamento entre comunicação e psiquiatria. No que chamamos de

abordagem jornalística, Casey, Nixon, Schramm, Willey e outros deixaram, por meio da

14 Criada em 1942 para decidir as responsabilidades da imprensa na sociedade.

15 No original: “This report deals with the responsibilities of the owners and managers of the press to their consciences and

the common good for the formation of public opinion. [...] They are, taken together, however, probably the most powerful

single influence today.” Tradução do autor. 16 Órgão regulador das telecomunicações dos Estados Unidos, criado em 1934

Page 12: Intercom Sociedade Brasileira de Estudos ...portalintercom.org.br/anais/nacional2016/resumos/R11-2331-1.pdf · aprendizagem ficam abaixo do desempenho esperado, sobrecarregando a

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

12

revista Journalism Quartely, um grande legado: os estudos pioneiros em comunicação. E na

Comissão Hutchins, os melhores acadêmicos da década de 1940 levantaram questões

importantes sobre a liberdade e o papel da imprensa. Questões essas que são discutidas até

hoje.

No entanto, é difícil imaginar que estas abordagens não são levadas em consideração

nos estudos acadêmicos no Brasil, visto que elas trazem, cada uma a seu modo,

desdobramentos até os tempos atuais e tangem assuntos muito estudados.

Estas abordagens dialogam com conteúdos apresentados nas universidades

brasileiras. Tais abordagens, juntamente com as teorias já consagradas, tem potencial para

trabalhar a multidisciplinaridade dentro dos cursos de Comunicação Social. Quando se fala

de cibercultura, é importante deixar claro que tal ideia não surge apenas com o advento de

aparelhos tecnológicos. A concepção do fenômeno comunicacional neste caso é semelhante

à ideia pensada 50 anos antes, mas aplicável numa outra ferramenta.

O mesmo acontece quando abrimos os olhos para a preocupação com a liberdade de

expressão e crítica da mídia. A comissão Hutchins trouxe os primeiros questionamentos e os

primeiros problemas, o que acarretou em grandes ações por parte dos próprios meios de

comunicação e da sociedade. Para que a discussão sobre o tema da liberdade e

responsabilidade da mídia seja ainda mais sólido, é necessário conhecer a história.

Rever outras extensões e outros pensamentos da escola de Chicago nos leva a pensar

em novas questões acadêmicas e nos dá ainda mais suporte para continuar avançando, ou

seja, amplia nossa visão vertical e horizontalmente. É necessário voltar os olhares para além

dos consagrados clássicos, pois ainda há caminhos a serem descobertos que dialogam com a

nossa realidade e têm muito a contribuir para as futuras pesquisas.

REFERÊNCIAS

ALVES, A.; Ciências da Comunicação, Área Interdisciplinar in Comunicação e Sociedade, 1,

[Cadernos do Noroeste, Série Comunicação, vol. 12 (1-2)], Instituto de Ciências Sociais,

Universidade do Minho, Braga, 1999, 5-18.

BATESON, G.; RUESCH, J. Communication: The Social Matrix of Psychiatry, New York, W.W.

Norton & Company, 1951.

BATESON, G.; RUESCH, J. Comunicacion: la matriz social de la psiquiatria Buenos Aires:

Paidos, 1965.

BERELSON, B. The State of Communication Research, The public opinion quartel, Vol. 23, No.

01, pp 1-6, 1959. Published by Oxford University.

Page 13: Intercom Sociedade Brasileira de Estudos ...portalintercom.org.br/anais/nacional2016/resumos/R11-2331-1.pdf · aprendizagem ficam abaixo do desempenho esperado, sobrecarregando a

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

13

BITTENCOURT, W. C.; SILVA, G.; Apontamentos históricos sobre crítica de mídia noticiosa,

Revista Novos Olhares, Vol. 4, N° 2, 2015.

HUTCHINS, R. M. et al. A free and responsible press a general report on mass communication:

newspapers, radio, motion pictures, magazines, and books by the commission on freedom of the

press. Chicago: University of Chicago Press, 1947.

LANA, L. C. C. Gregory Bateson e o processo comunicativo, Revista Em Questão, Porto Alegre,

v. 14, n. 2, p. 235 - 245, jul./dez. 2008.

LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.

MARTINO, L. M. S, Teoria da Comunicação: Ideias, Conceitos e Métodos. Petrópolis: Ed. Vozes,

2009.

MEDITSCH, E. A chegada da Comunicação ao campo do jornalismo: Ralph Casey, Malcolm

Willey e a Journalism Quaterly nos anos 1930. Anais do IX Congresso da SBPjor. Rio de Janeiro,

2011.

MELO, J. M.; Lembrando Raymond Nixon, o tecedor da comunidade acadêmica internacional

das Ciências da Comunicação; Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, São Paulo, Vol.

XXI, n° 1, pág. 151-155, jan/jun. 1998.

OLIVEIRA, M. M. C. Metajornalismo... ou quando o jornalismo é sujeito do próprio discurso.

347 f. Tese (Doutoramento) – Universidade do Minho, Braga, 2007.

OSGOOD, C. Método e Teoria na Psicologia Experimental. Lisboa; Ed, Fundação Calouste, 1953.

OSGOOD, C. The Nature and measurement of meaning. The Psychological Bulletin, v.9, p. 197-

237, 1952.

PAULINO, F. O.; Responsabilidade social da mídia: análise conceitual e perspectivas de aplicação

no Brasil, em Portugal e na Espanha. In: CHRISTOFOLETTI, R. Vitrine e vidraça: crítica de mídia

e qualidade no jornalismo. Covilhã: Labcom Books, 2010. p. 35-52.

PINTO, M. G. L. C. A linguagem ao vivo. Porto: Ed. Universidade do Porto, 2009.

SAMAIN, E. Gregory Bateson: Rumo a uma epistemologia da comunicação. Disponível em

<http://www.ciberlegenda.uff.br/index.php/revista/article/viewFile/309/191> Acesso em: 29 mai.

2016.

SAMPAIO, T. O. M.; FRANÇA, A. I.; MAIA, M. A.R. Linguística, Psicologia e Neurociência: a

União Inescapável Dessas Três Disciplinas. Revista Linguística / Revista do Programa de Pós-

Graduação em Linguística da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Volume 11, número 1, junho

de 2015.

SANTOS, L. M. A.; TAROUCO, L. M. R.; A Importância do estudo da Teoria da Carga

Cognitiva em uma educação tecnológica. RENOTE – Revista Novas tecnologias na educação,

CINTED/UFRGS: Porto Alegre - RS, V.5, N.1, Jul. 2007.

SLAMA-CAZACU, T. 1979. Psicolinguística aplicada ao ensino de línguas. São Paulo: Livraria

Pioneira. Tradução de L. Scliar-Cabral. Versão original: 1978.

Page 14: Intercom Sociedade Brasileira de Estudos ...portalintercom.org.br/anais/nacional2016/resumos/R11-2331-1.pdf · aprendizagem ficam abaixo do desempenho esperado, sobrecarregando a

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

14

VARÃO, R. Notas sobre o mito dos quatro fundadores do campo comunicacional: coisas que

ninguém nunca viu antes e pensamentos que ninguém teve; Líbero – São Paulo – v.13, n.25, p.77-86,

2010.

WILLEY, M. M.; Communication Agencies and the Volume of Propaganda. Annals of the

American Academy of Political and Social Science.Vol 179. (Pressure Groups and Prop-aganda),

1935 p. 194-200.

WILLEY, M. M.; RICE, S. A. Communication Agencies and Social Life. New York: McGraw-

Hill, 1933.