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 13/9/2014 www. cartamai or.com.br/ detalheI mpri mi r. cf m?cont eudo_i d=31797&fla g_dest aque_l ongo_cur to=L http://www.cartamai or .c o m.br/detalheImprimir.cf m?conteudo id =3 1797&fl ag_destaque_lo ngo c urto=L 1/4 Uma semana para não esquecer  Saul Leblon postado em: 13/09/2014 A semana termina com uma inflexão na disputa presidencial que devolve a reeleição da Presidência Dilma ao topo das apostas. A evidência mais óbvia está na convergência das pesquisas. Mas são as decisões políticas que cavalgam os números. A elas devem ser creditadas as lições de uma semana para não esquecer --seja para orientar o passo seguinte da atual disputa, ou o futuro que vier depois dela. Em sete dias, a candidatura progressista passou a ditar o ritmo do jogo: todos os levantamentos apontam na direção de uma vantagem ascendente de Dilma no 1º turno, com liquefação da liderança de Marina na fase final do pleito. O empate técnico no 2º turno --43% a 42%, com Marina à frente, sinalizado pelo Ibope desta 6ª feira, deixa no ar um leve aroma de virada. No início do mês, o Datafolha buzinava a hipótese de uma vitória esmagadora de Marina, que àquela altura abria uma vantagem de 10 pontos sobre Dilma no returno da eleição (50% x 40%). Há uma semana, o Ibope indicava que a vantagem caíra para ainda apreciáveis sete pontos (46% a 39%). Agora ela foi comprimida em um. As mudanças na superfície refletem correntezas que antecipam o rumo da marcha. Por exemplo: a percepção positiva do governo melhorou. Expressiva maioria dos brasileiros –cerca de 70% do eleitorado—considera a administração

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    Uma semana para no esquecerSaul Leblon

    postado em: 13/09/2014

    A semana termina com uma inflexo na disputa presidencial que devolve a reeleio daPresidncia Dilma ao topo das apostas.

    A evidncia mais bvia est na convergncia das pesquisas.

    Mas so as decises polticas que cavalgam os nmeros.

    A elas devem ser creditadas as lies de uma semana para no esquecer --seja para orientaro passo seguinte da atual disputa, ou o futuro que vier depois dela.

    Em sete dias, a candidatura progressista passou a ditar o ritmo do jogo: todos oslevantamentos apontam na direo de uma vantagem ascendente de Dilma no 1 turno, comliquefao da liderana de Marina na fase final do pleito.

    O empate tcnico no 2 turno --43% a 42%, com Marina frente, sinalizado pelo Ibopedesta 6 feira, deixa no ar um leve aroma de virada.

    No incio do ms, o Datafolha buzinava a hiptese de uma vitria esmagadora de Marina, quequela altura abria uma vantagem de 10 pontos sobre Dilma no returno da eleio (50% x40%).

    H uma semana, o Ibope indicava que a vantagem cara para ainda apreciveis sete pontos(46% a 39%).

    Agora ela foi comprimida em um.

    As mudanas na superfcie refletem correntezas que antecipam o rumo da marcha.

    Por exemplo: a percepo positiva do governo melhorou.

    Expressiva maioria dos brasileiros cerca de 70% do eleitoradoconsidera a administrao

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    Dilma entre regular (33%) e timo/bom (38%).

    O percentual de timo e bom cresceu sete pontos desde junho.

    A candidata Dilma ainda enfrenta elevada taxa de rejeio (42%). Mas a Presidenta v suaaprovao crescer lentamente: ganhou sete pontos para somar agora robustos 48% ( 41%em junho).

    So nove pontos mais que a inteno de voto no 1 turno, registrada na ltima sondagem doIbope.

    O que falta para essa aprovao flutuante se traduzir em apoio efetivo reeleio?

    A pergunta pertinente diante da mudana observada no humor do eleitorado, mas,sobretudo, das possibilidades abertas por novidades que vieram para ficar.

    Os 11 minutos disponveis pela coligao de Dilma no horrio eleitoral abriram uma clareiraem uma narrativa econmica articulada especulao financeira, e determinada amaterializar a profecia de um nao demolida, embora no limiar do pleno emprego.

    Um exemplo desse intercurso pode ser constatado nesta sexta-feira.

    O BC anunciou uma expanso do PIB de 1,5% em julho --a maior taxa dos ltimos seis anospara o ms.

    No mesmo dia a Bovespa desabou.

    A queda acumulada na semana, da ordem de 6%, vem a ser a maior desde a crise mundialde 2008.

    O que explica o paradoxo de uma Bolsa que esfarela quando a economia se expande, e isso reportado pelo colunismo isento como sintoma de uma economia em estado terminal?

    Explica-o a perda de densidade da candidatura ostensivamente simbitica com os interessesdo mercado financeiro.

    Mal ou bem, dispem-se agora de um contraponto ordenado e regular de crtica eesclarecimento das consequncias antissociais e antinacionais subjacentes a essas investidascinematogrficas do dinheiro contra a vontade soberana da sociedade.

    A lio de que a pluralidade informativa faz diferena no discernimento da sociedade e,portanto, na qualidade da democracia est marmorizada nas pesquisas que sugerem maiorreceptividade reeleio da Presidenta Dilma.

    A tese conservadora de que a mastigao diuturna do governo refletiria a virtude de umamdia independente no papel de contrafogo ao poder de Estado, soa, portanto, risvel.

    Mesmo assim, o site Manchetmetro resolveu fazer a prova do pudim.

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    E comparou o tratamento dispensado campanha pela reeleio de Dilma, com a coberturadedicada a Fernando Henrique Cardoso, em 1998, quando o tucano tentava igualmente umsegundo mandato contra Lula.

    O resultado (leia nesta pg.) confirma a percepo de um sistema de comunicao que sefantasia de objetividade na tentativa de manter um poder tutelar indevido sobre Presidncia,o Congresso, as urnas e o desenvolvimento do pas.

    A segunda lio da semana no estranha a essa, mas reveste-a de maior abrangncia.

    O fato que a reordenao das intenes de voto em direo Dilma dificilmente teriaocorrido no fosse a determinao poltica de usar essa janela de informao para transmitiruma mensagem clara ao eleitor.

    Ela foi formatada, como registrou Carta Maior (leia A arca de Marina e o dilvio antipetista),depois que a direo do PT fez um balano crtico da

    campanha no ltimo dia 5, em So Paulo. Foi tambm quando o ex-presidente Luiz IncioLula da Silva, em discurso militncia, encarou a perplexidade petista diante da desabaladaliderana de Marina nas pesquisas at ento.

    Em duas frases, Lula esquadrejou a areia movedia ao redor e identificou um pedao de chofirme onde instalar a alavanca para uma reao: Ns ficamos economicistas; no nos faltamobras, mas poltica, diagnosticou para prescrever o antdoto: Temos que demarcar o campode classe dessa disputa: preciso levar a poltica propaganda.

    A partir de ento a essncia radicalmente neoliberal embutida no programa de Marina Silvapassou a ser floculada do espumoso caudal de 241 pginas .

    O extrato obtido foi exposto luz do sol em uma narrativa pedaggica, determinada atipificar um a um seus riscos estratgicos e sociais.

    Na mesma chave narrativa, a Presidenta Dilma passou a dar nomes aos bois. E ao berrante,que alguns preferem chamar de educadora, embora funcione como um agregador da boiadae de tudo o mais que acompanha o tropel.

    A eleio est longe de ser definida a favor do campo progressista.

    H flancos preocupantes.

    O Nordeste no mais uma trincheira coesa; Dilma no ter palanques em estados ondecandidatos a governo do PT estaro fora do 2 turno; a mdia e o dinheiro grosso no vodesperdiar a chance real de vitria bordo da desfrutvel candidata que lhes oferece ocarisma que nunca tiveram. Num 2 turno, a vantagem do tempo de televiso desaparece.

    tudo verdade. Mas quem relativiza o que aconteceu nos ltimos cinco dias no entendeu oprincipal.

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    As adversidades j estavam postas antes. O que mudou e sacudiu as placas tectnicas quepareciam cristalizadas foi uma nova dinmica poltica impulsionada por motores que vierampara ficar. Espera-se que fiquem definitivamente no aggiornamento poltico reclamado porLula.

    O PT e sua propaganda redescobriram que no se faz poltica sem definir o adversrio, dizero que ele representa, por que deve ser derrotado, as perdas e danos de se entregar o pas aoseu corolrio de poder.

    Isso no pouco.

    No apenas pelo efeito esclarecedor que exerce na opinio pblica, hipnotizada pelo jogral doBrasil aos cacos.

    Mas, sobretudo, pelo papel reordenador que tem no discurso progressista, adicionando-lheclareza, coerncia, prumo e um alvo imenso, despudoradamente marcado por metas denatureza anti-popular e antinacional.

    Em dvida, recomenda-se rever a sabatina de Dilma equipe de colunistas do Globo,realizada na ltima sexta-feira.

    Estava todos l, as mais ostensivas cepas do conservadorismo miditico, em sua gordurosaperorao de sempre: o Brasil uma cloaca entupida de corrupo e desgoverno.

    Dilma deu-lhes um banho com o sabonete desfolhante da clareza tcnica esfregada com abucha da argcia poltica.

    Tirou o couro. E exps a matria bruta dos interesses por trs da santa inquisio, reduzida aum auditrio gaguejante, diante da consistncia e desenvoltura da entrevistada.

    Confira abaixo. o corolrio encorajador de uma semana para no esquecer:http://infograficos.oglobo.globo.com/brasil/sabatinas-o-globo-com-os-candidatos-a-presidente-1.html