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Identificação: Título: Web 2.0 com os recursos do Google Drive no desenvolvimento da leitura e escrita na aprendizagem do aluno Escola: Municipal Orlandina Oliveira Lima Cursista: Antônio Donizete de Souza Formação e área de atuação: Pós Graduação em Novas tecnologias em Educação Matemática; Pós Graduação em Organização do Trab. Pedag. do professor de matemática das séries iniciais; Professor de Matemática no ensino Fundamental. Mediadora: Neiva Valadares 1 Antônio Donizete de Souza Resumo Essa pesquisa objetivou averiguar as contribuições da Web 2.0 para o desenvolvimento da leitura e da escrita. Para tanto, foi aplicado um questionário as partes envolvidas no cenário escolar. Sendo assim, professores e alunos puderam dispensar sua opinião sobre as contribuições dessa ferramenta. Os resultados mostraram que tanto os alunos como os professores reconhecem na ferramenta em questão, um valioso recurso, que pode inclusive, contribuir com o desenvolvimento de forma satisfatória da leitura e da escrita. Os alunos consideram suas idas para sala de tecnologia momentos significativos, 1 Graduado em Graduação de professores pela UNIDERP/MS e Especialista em Educação matemática e Org. do trab. Ped.do prof. de matemática das séries iniciais, pela UNIDERP/MS, E- mail:[email protected]

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Identificação:

Título: Web 2.0 com os recursos do Google Drive no desenvolvimento da leitura

e escrita na aprendizagem do aluno

Escola: Municipal Orlandina Oliveira Lima

Cursista: Antônio Donizete de Souza

Formação e área de atuação: Pós Graduação em Novas tecnologias em Educação

Matemática; Pós Graduação em Organização do Trab. Pedag. do professor de

matemática das séries iniciais; Professor de Matemática no ensino Fundamental.

Mediadora: Neiva Valadares

1Antônio Donizete de Souza

Resumo

Essa pesquisa objetivou averiguar as contribuições da Web 2.0 para o desenvolvimento da leitura e da escrita. Para tanto, foi aplicado um questionário as partes envolvidas no cenário escolar. Sendo assim, professores e alunos puderam dispensar sua opinião sobre as contribuições dessa ferramenta. Os resultados mostraram que tanto os alunos como os professores reconhecem na ferramenta em questão, um valioso recurso, que pode inclusive, contribuir com o desenvolvimento de forma satisfatória da leitura e da escrita. Os alunos consideram suas idas para sala de tecnologia momentos significativos, foram unânimes ao afirmarem que a Web 2.0 pode de fato contribuir com a aprendizagem de forma relevante. Também os docentes concordaram que a ferramenta em questão representa um poderoso recurso, que se bem utilizado pode resultar no desenvolvimento dos educandos. No contexto de uma escola de zona rural, na concepção dos professores essa ferramenta contribui ainda mais nesse sentido, uma vez que nem todos os alunos tem acesso a Web 2.0 fora da escola.

PALAVRAS – CHAVE: Web 2.0. Leitura. Escrita.

1 Graduado em Graduação de professores pela UNIDERP/MS e Especialista em Educação matemática e Org. do

trab. Ped.do prof. de matemática das séries iniciais, pela UNIDERP/MS, E-mail:[email protected]

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1. INTRODUÇÃO

Com o advento da Web 2.0 temos constatado tantos avanços na educação

que já não conseguimos imaginar a escola sem esse importante recurso

pedagógico. Durante muito tempo, as escolas públicas estiveram limitadas para

ensinar, uma vez que os alunos não podiam confirmar o que estava sendo

apresentado para eles. As obras de arte, por exemplo, eram apenas vistas por fotos

que oportunizam uma pálida impressão sobre a real obra de arte.

Na atualidade, felizmente com os recursos da Web 2.0 já vivenciamos outra

realidade. Sendo assim, um questionamento emerge desse contexto: Que

contribuições a Web 2.0 poderia dispensar para os alunos no que diz respeito a

despertar nesses o gosto pela leitura, por conseguinte, que pudessem desenvolver a

habilidade de escrever com desenvoltura.

Durante muito tempo as escolas localizada na zona rural não possuíam

grandes recursos, apenas o quadro e o giz eram os recursos existentes. Felizmente,

hoje não é essa mais a realidade desses estabelecimentos de ensino. Até a Web já

chegou nessas localidades.

Diante desses avanços, essa pesquisa objetivou averiguar se a Web 2.0

poderia contribuir com o desenvolvimento dos alunos no tocante a leitura e a escrita.

Para tanto, esse estudo se valeu da aplicação de questionários a professores e

alunos sobre a relevância da Web 2.0 no desenvolvimento da leitura e da escrita.

Para fundamentar essa pesquisa, o autor de valeu de alguns autores

sugeridos na bibliografia do Curso AVA. Trata-se de autores renomados no cenário

nacional e internacional, tais autores são especialistas em educação, portanto,

conhecem a fundo as contribuições dos recursos tecnológicos.

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Fundamentação Teórica

Considerando que na conjectura atual, talvez o maior desafio da escola resida

na busca por despertar no aluno o gosto pela leitura e pela escrita, de levar os

educandos a aprenderem de modo a aplicar tais conhecimentos ao seu cotidiano,

promovendo transformações positivas no meio que este está inserido, torna-se

relevante reflexões que possam contribuir com o desenvolvimento dessa realidade.

Através da leitura e da escrita o aluno tem acesso ao mundo. No contexto em

que a proposta de trabalho foi empregada, ou seja, em uma escola rural,

seguramente os benefícios da leitura e da escrita são ainda mais significativos.

Demo (2009), em sua obra “Educação Hoje” escreveu um capítulo intitulado

“Para aprender bem”, nessa reflexão esse autor pontua relevantes questões que

podem contribuir nesta fundamentação. Demo começa sua reflexão fazendo uma

afirmação um tanto intrigante, ele assegura que: “Não buscamos novidades, mas

oportunidades de aprender bem”. Notem que essa afirmação pode causar um

grande impacto nos diversos setores da sociedade. Faz-se tal consideração, uma

vez que hoje o mundo gira em torno das novidades, e os objetos, bem como, assim

as relações tendem a ser passageiras e descartáveis. Entretanto na concepção de

Demo (2009), a busca pelas novidades estariam associadas à busca por

oportunidades, e, por conseguinte, as oportunidades dispensariam às pessoas da

possibilidade de aprenderem bem.

Cabe destacar que a proposta perpassa o uso com significado das

tecnologias, uma vez que estas ferramentas podem motivar o aluno a querer

aprender mais e melhor.

Entretanto, diante desse contexto, Cysneiro (1999), ao fazer a leitura do

cenário da educação brasileira demonstra haver um descompasso na proposta

sugerida acima por Demo (2009). Cysneiro (1999, p. 13) adverte:

[...] o uso de artefatos tecnológicos na escola tem sido uma história de insucessos, caracterizada por um ciclo de quatro ou cinco fases, que se inicia com pesquisas mostrando as vantagens educacionais do seu uso, complementadas por um discurso dos proponentes salientando a obsolescência da escola. Após algum tempo são lançadas políticas públicas de introdução da nova tecnologia nos sistemas escolares, terminando pela adoção limitada por professores, sem a ocorrência de ganhos acadêmicos significativos. Em cada ciclo, uma nova sequência de estudos aponta prováveis causas do pouco sucesso da inovação, tais como falta de recursos, resistência dos professores, burocracia institucional, equipamentos inadequados.

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Da citação acima, fica evidenciado que a escola não tem perseguido o ideal

de aprender bem. Muitos são os fatores que colaboram com essa realidade

conforme será demonstrado ao longo desse estudo. Retomando a prosposta de

Demo na perspectiva de aprender bem, o referido autor assegura que apenas as

pessoas que se julgam incompletas, ou seja, que reconhecem não serem detentoras

de todo conhecimento, apenas esses indivíduos, com esse perfil são capazes de

apropriar-se de novos conhecimentos.

Seguindo essa linha de pensamento, Demo (2009) complementa pontuando

que a aprendizagem acontece sempre em duas esferas, a individual e a coletivas.

Ele acrescenta que uma aprendizagem significativa perpassa sempre esses dois

eixos. Sua explicação para tal fato seria: “[...] de um lado, somos, cada um de nós,

uma expressão própria, original; de outro, um elo de uma cadeia infinda. Em termos

pedagógicos, é tão importante promover a originalidade individual, quanto

coletivamente [...]”.

Assim, é possível assegurar que aprender bem, no que se refere à

aprendizagem acadêmica significa exercitar-se individualmente, mas também,

representa interagir de maneira grupal. Moran (2000, p. 7), também compartilha com

essa ideia ao assegurar:

Podemos transformar uma parte das aulas em processos contínuos de informação, comunicação e pesquisa, por meio dos quais vamos construindo o conhecimento e equilibrando o individual e o grupal, entre o professor-coordenador-facilitador e os alunos-participantes ativos. Aulas-informação, nas quais o professor mostra alguns cenários, algumas sínteses, o estado da arte, as coordenadas de uma questão ou tema. Aulas-pesquisa, nas quais professores e alunos procuram novas informações, cercar um problema, desenvolver uma experiência, avançar em um campo desconhecido.

Para Demo (2009), a pedagogia correta que norteia essa discussão, qual

seja, a de aprender com significados percebe a aprendizagem de forma primorosa,

inequívoca, generosa. E para que se alcance esse patamar, a escola precisa

abandonar o instrucionismo que até bem pouco tempo era aceito nas salas de aula,

e promover a redefinição dos saberes.

Ampliando essa reflexão, o autor acrescenta que existem alguns quesitos que

estarão sempre presente no perfil das pessoas que irão aprender bem. Nesse

sentido, o primeiro deles seria: “Aprender bem implica algumas dinâmicas

entrelaçadas”. Com essa afirmação, destaca que desde a antiguidade os filósofos

primavam por suscitar na sociedade essas idéias, qual seja, das práticas

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emancipatórias nos relacionamentos, e estes por sua vez permeados por trocas de

vivências.

Notem que nessa dinâmica, o professor não é o detentor do saber, e o aluno

por sua vez, não é o indivíduo que recebe as instruções de forma passiva, sem

interagir com todo o conhecimento que está sendo apresentado. Demo explicita que

nesse cenário de entrelaçamento de saberes, o “[...] papel do professor é, então, o

de orientação/avaliação, apoio crítico, instigação, no sentido de empurrar o aluno

para a autoformação”. Exatamente a ideia defendida por Moran (2000).

Assim, um ambiente favorável para se aprender bem perpassa a discussão

inicial, ou seja, a de que nenhuma pessoa é completa e sabe tudo. Todo ser humano

que está disposto a evoluir deverá essencialmente reconhecer que é incompleto, e

que aprende por meio da interação com outras pessoas.

Embora Demo (2009) se posicione de maneira favorável a se estimular nas

escolas a formação de educandos que sejam autores do seu próprio conhecimento,

essa idéia na concepção do autor, não deveria ser disseminada de modo a formar

cidadãos individualistas, pelo contrário sugere que essa formação ocorra a partir das

interações sociais. Cabe destacar que, essa mesma linha de pensamento, é

estimulada quando pensamos no uso das novas tecnologias, nesse contexto existe

o que hoje é denominado de “social networking”, ou seja, as denominadas

“dinâmicas sociais em rede”.

Esse modelo na concepção de Demo deve estar pautado em “[...] ambientes

estruturados de tal modo que a colaboração dos outros se torna imprescindível em

sua variedade, diferença, discussão [...]”. Logo, as novas concepções sobre as

tecnologias contemplam a autoridade do argumento de cada indivíduo, em

consonância com a valorização das outras opiniões. Nesse contexto, acrescenta não

existir mais espaço para autorias únicas, cujos autores se enquadram num patamar

inquestionável e absoluto.

Inclusive, Demo coloca que as crianças na conjuntura atual já encontram-se

familiarizadas com esse modelo, cuja interação é o norte das ações. O autor

esclarece que a interação das crianças acontece de maneira satisfatória tanto entre

os colegas como da criança com o computador. Para Demo, o que acontece hoje no

que se refere à interação é o que ele denomina de remix, que nada mais é, do que a

produção realizada através de pedaços de produção que são reconstruídos e

compartilhados entre os educandos.

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Por outro lado, ao comentar a realidade atual, Cysneiros (1999, p. 13), pontua

que o uso das tecnologias deveria ser empregado de forma a desafiar o aluno a

produzir, nesse sentido, o referido autor crítica um modelo de aula muito utilizado

nas salas de tecnologia, ele comenta:

Atualmente a inovação conservadora mais interessante é o uso de programas de projeção de tela de computadores, notadamente o PowerPoint, com o qual o espetáculo visual (e auditivo) pode tornar-se um elemento de divagação, enquanto o professor solitário na frente da sala recita sua lição com ajuda de efeitos especiais, mostrando objetos que se movimentam, fórmulas, generalizações, imagens que podem ter pouco sentido para a maioria de um grupo de aprendizes.

Contrapondo essa realidade, Demo (2009) avança na sua linha de

pensamento assegurando que se aprende bem, quando o aluno é o centro das

atenções no contexto escolar, pois, na concepção autor, nesse contexto, o aluno é

capaz de participar, envolver-se e torna-se ativo no processo. Ocorre que essa

afirmação em determinadas situações gera interpretações equivocadas. As

principais confusões são pontuadas pelo próprio autor.

A primeira delas seria a de que uma vez que o aluno deve ser respeitado no

tocante as suas origens, sua bagagem, enfim, sobre os conhecimentos e as

peculiaridades que cada educando possui, isso significaria que esse aluno poderia

direcionar seu aprendizado, escolhendo o que gostaria e não gostaria de aprender.

Demo esclarece que, “[...] muitas iniciativas, ao partirem dos estudantes, neles

ficam, do que resulta facilmente mantê-los parados anos a fio”. Assim, Demo adverte

que o “[...] professor precisa oferecer novos desafios que ele pode enfrentar sob a

sua orientação; ou seja, tão importante quanto partir do aluno, é contribuir para que

possa superar sua condição atual”.

O aluno tem um papel primordial na construção do conhecimento, entretanto,

não deve ser deixado solto, com a possibilidade de escolher ou não o quer aprender.

O papel do professor nesse aspecto é de fundamental importância, uma vez que

caberá ao docente dispensar o direcionamento para que de fato a aprendizagem

ocorra.

Ainda sobre as interpretações equivocadas advindas da afirmação que o

aluno deve ser o centro da atenção, Demo esclarece que “[...] envolvimento não

coincide necessariamente com prazer”. Demo esclarece que aprender de forma

prazerosa é importante e colabora com os objetivos pretendidos, entretanto, o

mesmo autor adverte que “[...] na vida temos também de aprender do sofrimento;

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esforço, dedicação, disciplina são atributos importantes de quem quer aprender

bem”. Através dessas considerações, fica explicito que o aluno ser o centro da

atenção dos educadores está relacionado com esse educando ser o foco das

atividades propostas.

Nesse bojo, ainda esclarece que, ter o educando no foco do que é pensado e

elaborado no ambiente escolar também não tem que ver com desprestigiar a figura

do professor. Em suma, o referido autor conclui: “[...] colocar o aluno no centro

significa, sim, retirar o professor do centro, em especial retirar sua aula do centro,

embora disso decorra seu desprestígio”.

Para aprender bem, segundo Demo, é preciso ainda que o professor construa

ambientes adequados, tanto para o aluno como para o professor. O autor esclarece

que o papel do aluno e do professor deve estar bem estabelecido para ambos. Pois,

quando essa situação estiver esclarecida da forma como foi pontuada nos

parágrafos anteriores, “[...] o aluno não irá para a escola/universidade para escutar

aula, mas para produzir conhecimento, pesquisar e elaborar; usa-se para esse

desafio a expressão comunidade de aprendizagem”.

Inclusive, nesse contexto o autor ressalta a importância desse aluno também

receber além da educação formal, ele defende que os educandos deveriam receber

formação política. Para tanto, ele esclarece: “[...] não é o caso de separar qualidade

formal e política, mas cultivá-las num todo só [...]”. E os argumentos do autor para

essa idéia é que: “[...] não se está apenas construindo conhecimento, está, tanto

mais, construindo a habilidade de saber pensar para intervir melhor; está “se

formando” melhor”.

Após essas breves considerações, sobre os possíveis equívocos que podem

ser cometidos concernentes ao ato de aprender bem, e nesse contexto, sobre as

confusões que podem se instalar decorrentes da afirmação de que o aluno deve ser

o centro das atenções, agora discorreremos sobre algumas indicações que Demo

faz que podem ser úteis na busca pelo aprender bem. Assim, apresenta alguns itens

podem colaborar com esse objetivo.

Primeiramente, assegura que “conhecimento não se repassa, reproduz, mas

se constrói [...]”. Logo, a figura do professor não deve estar associada à de um

transmissor de conhecimento, como até bem pouco tempo lhes era outorgado. O

autor chama a atenção para a diferença significativa existente entre conhecimento e

informação, inclusive lembra que, na atualidade o que mais se tem acesso é a

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informação, entretanto, cidadão com conhecimento nos moldes discutidos no texto

analisado já é mais difícil de encontrar.

Ainda segundo o autor sugere ainda, que a aprendizagem aconteça a partir

da análise de situações problemas. Tais situações, preferencialmente deveriam

estar associadas a situações que fazem parte do cotidiano dos alunos, para que

esses possam sentir-se estimulados a resolver os problemas propostos. O referido

autor lembra que os jogos de um modo geral atendem a essa expectativa, uma vez

que propõe situações desafiadoras aos alunos, assim, esclarece que essas

situações quase sempre podem promover resultados satisfatórios quando o intento é

aprender bem.

Para este autor, o construtivismo é um método que também pode colaborar

de forma relevante para o aprender bem. Entretanto, chama a atenção para

possíveis conceituações equivocadas desse termo. Nesse contexto, ele adverte: “[...]

construir conhecimento com mão própria; por vezes, confunde-se isso com a noção

frouxa de deixar o aluno fazer o que quiser, sem orientação”. Logo, o construtivismo

defendido por Demo está associado a doses de liberdade ministradas em

consonância com doses de disciplina.

Existe a necessidade desse equilíbrio, pois o professor e o aluno não se

encontram no mesmo grau de percepção e conhecimento. Assim, Demo lembra que

essa conclusão está bem esclarecida pela teoria desenvolvida por Vygotsky, quando

este apresentou a teoria de zona de desenvolvimento proximal.

Finalmente, pontua que aprender bem implica em promover essa

aprendizagem a partir da interatividade. Logo, aquele modelo dos nossos

antepassados, dos alunos enfileirados um atrás do outro, sem poder explicitar seus

pensamentos já não se aplica a sociedade atual. Pois, como bem colocou: “[...] só

permanece o que muda, porque mudar é o modo de permanecer”. Assim, para que

se aprenda bem, é preciso à aceitação da necessidade das mudanças.

Seguramente, essas considerações se aplicam na íntegra a proposta de

trabalho desenvolvida na escola Orlandina Oliveira Lima. Sendo assim, nos tópicos

seguintes, serão detalhadas a etapas desenvolvidas, bem como os resultados

alcançados.

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Metodologia

Os aspectos que envolveram, uma pesquisa empírica segundo Demo (2000 p.

21), é caracterizada por ser: “[...] a pesquisa dedicada ao tratamento da face

empírica e fatual da realidade; produz e analisa dados, procedendo sempre pela via

do controle empírico e fatual [...]”.

Serão abordados ainda, os elementos que foram os instrumentos desse estudo.

Nesse sentido, discorreremos sobre concepções que foram levantadas ao longo

desse estudo relacionadas ao despertar nos alunos o gosto pela leitura e pela

escrita a partir das contribuições da Web 2.0. Para tanto, apresentaremos os

resultados levantados a partir da apuração dos dados obtidos através da aplicação

de questionários aos professores e alunos de uma escola localizada na zona rural

de Campo Grande. Sendo assim, o cenário dessa pesquisa foi à Escola Municipal

Orlandina Oliveira Lima.

4.1 Caracterização da pesquisa

Em situações como essa, onde se objetiva a busca por informações que

legitimem uma realidade e essas informações são conseguidas por meio de uma

amostragem, nesse contexto enquadra-se a pesquisa empírica. Essa pesquisa visa

tratamento da "face empírica e fatual da realidade; produz e analisa dados,

procedendo sempre pela via do controle empírico e fatual" (Demo, 2000, p. 21). A

motivação que concede valorização a esse tipo de pesquisa é explicada a partir da

[...] possibilidade que oferece de maior concretude às argumentações, por mais tênue que possa ser a base fatual. O significado dos dados empíricos depende do referencial teórico, mas estes dados agregam impacto pertinente, sobretudo no sentido de facilitarem a aproximação prática" (DEMO, 1994, p. 37).

Sendo assim, esse foi o tipo de pesquisa adotado nesse estudo, conforme

afirmamos anteriormente, nosso objetivo com a pesquisa seria verificar se os alunos

percebem a web 2.0 como uma ferramenta de aprendizagem, e mais, se eles

acreditam que através desse recurso podem desenvolver sua leitura e escrita. Para

tanto aplicamos um questionário a professores e alunos sobre essa vertente. Os

resultados da pesquisa serão apresentados no tópico seguinte.

Interessante observar, que os questionamentos abrem oportunidades de

visualizarmos o quanto a prática pedagógica influência na aprendizagem, na busca

de conhecimento, e mais incrível, que esses passos começam com a leitura, “Leitura

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e escrita são objeto de conhecimento (...) e instrumento para a apropriação de

outros conhecimentos (...) além de instrumento de trabalho dos professores”

(FONTANA & CRUZ, 1997. P. 208).

A coleta de dados foram feitas através de questionários a professores e

alunos, durante o mês de setembro de 2013, por meio dos indicadores de Qualidade

na Educação e suas dimensões, a saber: Ambiente educativo para utilização dos

recursos tecnológicos, Práticas pedagógicas e os recursos tecnológicos,

Aprendizagem por meio dos recursos tecnológicos e Ambiente físico escolar –

recursos tecnológicos, apresentou-se a evidência da falta de leitura e interesse dos

educandos, claro na devolutiva dos professores através do mesmo questionamento,

foi apresentado aos professores em horário de planejamento e aos alunos em

horário de aula na sala de tecnologias, os resultado são analisados de forma sucinta

(abaixo), procurando apenas atentar aos pontos mais relevantes apresentados pelos

alunos e professores.

Assim, a coleta de dados limitou-se a verificação da pratica educativa, e uso

das tecnologias pelos professores e alunos da unidade escolar pesquisada, as

amostras destes dados aqui apresentados, partiram da necessidade de desenvolver

o interesse dos alunos por meio da leitura e apreensão de conteúdos, utilizando-se

posteriormente para isto a Web 2.0, através de oficinas ( professores e alunos).

A oficina foi ministrada aos alunos do 8º ano, turma A, com participação da

professora de Língua Portuguesa, para a qual fora disponibilizada a sala de

tecnologias, em aulas conjugadas, onde o aluno teve contato com uma nova visão,

em aulas programadas para despertar o interesse pela busca e participação, na

construção individual de texto argumentativo, o olhar do aluno a fatos do dia a dia da

nossa história, utilizando o instrumento da Web 2.0 (Google Drive), os alunos

preencheram um questionário, elaboraram texto, acerca da notícia publicada na

revista veja (online de 07/10/2009), relativo as olimpíadas de 2016 no Brasil.

Os alunos (a), criaram e-mails no gmail, através do qual, realizaram as

atividades propostas, que após concluídas foram enviados por e-mail a professora

para correção.

.

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Análise dos Dados

Os resultados dessa pesquisa seguem abaixo, apresentando os dados

tabulados sobre as respostas dispensadas pelos alunos, coletados através do

formulário preenchido por eles no Google Drive, com base nos indicadores da

Qualidade na Educação, onde dispõem as informações abaixo, que viabilizaram o

desenvolvimento dessa pesquisa, sendo de forma sucinta, com os gráficos

representativos do percentual de alunos pesquisados, analisados a cada uma das

participações aqui selecionadas.

3.1 –( Aluno) Você possui habito de visitar a biblioteca de sua escola?

SEMPRE 0 0%MUITAS VEZES 2 29%RARAMENTE 1 14%NUNCA 4 57%NÃO SEI 0 0%

6.1 - A biblioteca da escola é um espaço atraente e adequado para aprendizagem?SEMPRE 0 0%MUITAS VEZES 6 75%RARAMENTE 2 25%NUNCA 0 0%NÃO SEI 0 0%

O contra turno para os alunos da zona rural, é inviável, haja vista a

disposição dos ônibus, a disponibilidade de locomoção da família á escola, assim,

existem momentos de visita coletiva com os alunos e seus professores, ou intervalo

(recreio), empréstimo de livros e socialização por parte dos alunos.

Professores, equipe técnica, devem estar conscientes da importância da

leitura, mesmo porque, “Para poder determinar se os modos de atuação a que se faz

referência influem positivamente na motivação para aprender [...] exige o

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conhecimento prévio das características pessoais que influem na forma como os

alunos enfrentam seu trabalho escolar. (TAPIA; MONTERO, 2004, p. 175)

6.3 –( Alunos) Os alunos usam os computadores, pelo menos uma vez por

semana?

SEMPRE 5 63%MUITAS VEZES 0 0%RARAMENTE 3 38%NUNCA 0 0%NÃO SEI 0 0%

6.4- Os alunos gostam de frequentar a SI?

SEMPRE 7 88%MUITAS VEZES 1 13%RARAMENTE 0 0%NUNCA 0 0%NÃO SEI 0 0%

Fica evidenciada, a falta de interesse do aluno pela leitura, pela pratica de uso

da biblioteca escolar, e a crescente motivação destes para a sala de tecnologias,

motivando o desenvolvimento de práticas que venham somar, como instrumento de

aprendizagem e motivação na busca de conhecimento, objeto dessa pesquisa, e

oficina, com os alunos pesquisados ( web 2.0).

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(in)Conclusão

Durante a realização desse estudo foi possível compreender quão importante

tem sido a Web 2.0 para o contexto educativo. Considerando que talvez a principal

diferença da Web 2.0 para a Web 1.0 seria a possibilidade de interação que os

internautas possuem nesse ambiente, essa possibilidade abre novas conquistas

para as novas gerações.

Como é sabido a leitura e a escrita dos nossos alunos até por serem

oriundos de uma escola de Zona Rural, em alguns momentos, apresenta algumas

deficiências, tais como: motivação para leitura, pesquisa, insegurança na produção

textual, pela falta de conhecimento. Nesse contexto, entra a valiosa contribuição da

Web 2.0. Como foi constatado através do questionário aplicado aos alunos e

professores, ambos reconheceram que esse recurso pode contribuir positivamente

no desenvolvimento da leitura e da escrita. Diante desse cenário, fica o desafio a

professores e alunos, para que continuem usufruindo as contribuições que a Web

2.0 pode proporcionar.

A aprendizagem por parte dos alunos da zona rural, não distam com menor

frequência dos alunos da zona urbana, haja visto a praticidade com que buscam,

manuseiam a internet, os recursos disponíveis no computador (programas),

podemos dizer que os nativos digitais, estão presente nesse ambiente de

aprendizagem, com menor frequência, mas eles existem e com maior intensidade

buscam afirmarem seu conhecimento, haja visto a unidade escolar, ser o ponto de

encontro desses, e a sala de tecnologias o melhor condutor dessa busca.

As oficinas viabilizaram inovações não apenas no fazer pedagógico dos

professores, que ampliam sua visão de mundo, ao perceberem que podem se apoiar

em outras ferramentas de trabalho, facilitando e até mesmo agregando saberes

diferenciados na construção do conhecimento do aluno em suas disciplinas,

objetivando momento de busca eficaz de resultados, mas também ao aluno que

sente-se familiarizado, pela curiosidade oferecida pelo vasto campo de pesquisa da

Web 2.0, e nesse conjunto verifica-se objetivamente que ambos avançam muito na

quantidade e qualidade de informações.

Os professores da unidade de ensino (Escola Municipal Orlandina Oliveira

Lima), já desde a oficina acenaram para a continuidade da utilização da ferramenta

apresentada(Google Drive), pela facilidade, economia de papel, resultados dispostos

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em um único formulário, e correção em qualquer local através do e-mail,

incentivando aos seus alunos a abrirem seus e-mails na sala de tecnologias.

A oficina acrescentou uma inovação, quando trabalhou-se a ferramenta web

2.0 (Google Drive), levando o aluno a produzir, escrevendo a respeito do que lhe foi

proposto, surpreendendo os professores quanto ao resultado, ampliando o interesse

por aulas diferenciadas no ambiente escolar, estendendo essa prática as demais

turmas, consolidando em práticas desenvolvidas na sala de tecnologias, em todas

as disciplinas, impulsionando a pesquisa junto aos alunos.

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Referências

DEMO, Pedro, Educação Hoje, “novas” tecnologias, pressões e oportunidades. São Paulo; Atlas, 2009

DEMO, Pedro, Aprender bem / mal, Editora associados, Campinas, 2009

CYSNEIROS, Paulo Gileno, informática educativa. Vol 12, Nº 1, 1999, pp 11- 24, UNIANDES.

FONTANA, Roseli; CRUZ, Nazaré. Psicologia e trabalho pedagógico. São Paulo: Atual, 1997

MORAN, José Manuel, MASSETO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica, Campinas, Papirus, 2000.

MOROZ, O processo de pesquisa: Iniciação / Melania Moroz e Mônica Helena Tieppo Alves Gianfaldoni. – Brasilia: Liber Livro Editora, 2ª ed. 2006.

TAPIA, J. A., MONTERO, I., Orientação motivacional e estratégias motivadoras na aprendizagem escolar. In: COLL, C.,