WCSE2018 24 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO,...

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Organização: WCSE2018_24 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO, PRODUTIVIDADE E CUSTOS DE TECNOLOGIAS DE PROTEÇÃO ANTICORROSIVA PARA ESTRUTURAS ENTERRADAS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO Cristina da Costa Amorim , Alberto Pires Ordine, Marcos Martins de Sá, Wendell Porto de Oliveira Centro de Pesquisas de Energia Elétrica Cepel Eletrobras Furnas

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Organização:

WCSE2018_24

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO, PRODUTIVIDADE E CUSTOS DE TECNOLOGIAS DE PROTEÇÃO ANTICORROSIVA PARA ESTRUTURAS ENTERRADAS

DE LINHAS DE TRANSMISSÃO Cristina da Costa Amorim, Alberto Pires Ordine, Marcos Martins de Sá, Wendell Porto de Oliveira

Centro de Pesquisas de Energia Elétrica – Cepel Eletrobras Furnas

INTRODUÇÃO

As torres de linhas de transmissão, cujas fundações são constituídas de

grelhas metálicas em aço galvanizado, podem apresentar intensos processos

de corrosão na sua parte enterrada.

As equipes de manutenção das empresas Eletrobras realizam inspeções

frequentes nestas torres para programar e realizar serviços de recuperação

nos pés das torres.

São serviços importantes e responsáveis por manter a sustentação das torres.

MOTIVAÇÃO

A corrosão por aeração diferencial na zona de afloramento de pés de torres de

linhas de transmissão é um problema que pode comprometer a sustentação das

torres.

METODOLOGIA

Para protegê-la, usa-se um esquema de pintura aplicado após a limpeza de

superfície, geralmente, meio metro acima e um metro abaixo do nível do solo.

Este pode ser constituído por uma tinta de fundo epóxi pigmentada com alumínio

e por duas demãos de tinta com alcatrão de hulha.

METODOLOGIA

Este pode ser constituído por uma tinta de fundo epóxi pigmentada com alumínio

e por duas demãos de tinta com alcatrão de hulha.

Como o alcatrão de hulha é nocivo ao meio ambiente e à saúde dos

trabalhadores, houve o desenvolvimento de uma tinta alternativa no mercado de

tintas industriais, conhecida como tinta epóxi tar free ou isenta de alcatrão de

hulha.

Devido à importância do assunto para o setor elétrico, o Cepel em conjunto com

Furnas realizou um estudo experimental para avaliar o desempenho anticorrosivo

de alternativas tecnológicas ao esquema de pintura tradicionalmente utilizado na

proteção de estruturas enterradas.

Além da avaliação de desempenho, realizou-se uma avaliação de produtividade e

custos dos esquemas de pintura aplicados, cujos resultados são apresentados

neste artigo. Observou-se que o esquema com a tinta epóxi isenta de alcatrão de

hulha foi uma boa alternativa ao esquema tradicional.

METODOLOGIA

Esquema Tratamento

de superfície Tinta de fundo

Tinta intermediária e/ou

de acabamento

E1 JA Epóxi pigmentada com

alumínio

Epóxi com alcatrão de

hulha E1st ST

E2 JA Tinta rica em zinco

monocomponente e de cura

por evaporação de solventes

Poliuretano de cura com

umidade do ar E2st ST

E3 JA Idem à tinta de fundo

E3st ST

E4 JA Epóxi pigmentada com

alumínio

Epóxi com alto teor de

sólidos, isenta de

alcatrão de hulha JA = Jateamento abrasivo úmido

ST = Ferramentas mecânicas

Pontos Desempenho

0 Inferior

1 Mediano

2 Superior ou Esperado

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

Ensaio Esquema de pintura

E1 E1st E2 E2st E3 E3st E4

Aderência inicial 2 2 2 2 0 0 2

Natural úmido

Grau de corrosão

2 2 2 2 1 1 2

Aderência final

2 2 2 2 2 0 2

Agressivo úmido

Grau de corrosão

2 2 2 2 0 0 2

Aderência final

2 2 2 2 0 0 2

Total de pontos 10 10 10 10 3 1 10

Avaliação relativa de desempenho (%)

100 100 100 100 30 10 100

Para se obter um parâmetro capaz de mensurar a proteção anticorrosiva em cada

ensaio realizado, elaborou-se uma metodologia de classificação de desempenho dos

diferentes esquemas de pintura, com base em um sistema de pontuação. Em cada

ensaio atribuiu-se pontos aos esquemas de pintura, conforme seu desempenho.

AVALIAÇÃO DE PRODUTIVIDADE

A produtividade de aplicação dos esquemas de pintura foi avaliada com base no

levantamento dos tempos gastos nas operações técnicas realizadas para concluir

a proteção anticorrosiva em cada caso.

O gasto de tempo total (GT) de cada esquema de pintura foi calculado pela

equação.

GT = GTS + GPE + GAE

onde: GT é o gasto total de tempo para aplicar o esquema de pintura, em h/m2;

GTS é o gasto de tempo na etapa de tratamento de superfície, em h/m2;

GPE é o gasto de tempo na etapa de preparação das tintas, em h/m2;

GAE é o gasto de tempo na etapa de aplicação do esquema de pintura, em h/m2.

AVALIAÇÃO DE PRODUTIVIDADE

Tempo gasto (h/m2) Esquema de pintura

E1 E1st E2 E2st E3 E3st E4

Tratamento de superfície (GTS)

0,55 2,78 0,55 2,78 0,55 2,78 0,55

Preparação das tintas (GPE)

1,70 1,70 0,55 0,55 0,37 0,37 1,70

Aplicação das tintas (GAE)

3,40 3,40 3,64 3,64 2,22 2,22 3,40

Tempo total gasto para o esquema (GT) 5,65 7,88 4,74 6,97 3,14 5,37 5,65

Avaliação relativa de produtividade (%) 55,6 39,8 66,2 45,1 100,0 58,5 55,6

AVALIAÇÃO DE CUSTO

A avaliação de custo total dos esquemas de pintura contemplou o custo dos

tratamentos de superfície somados aos custos das diferentes tintas utilizadas.

Para o custo dos tratamentos de superfície, consultou-se uma empresa prestadora

de serviços de pintura anticorrosiva para o setor elétrico, informando o custo da

preparação de superfície até o grau de limpeza Sa 3, e aquela com grau St 3.

Os custos das tintas (R$/m2) foram calculados com base em dados fornecidos pelos

respectivos fabricantes (R$/L) e nos valores de rendimento teórico (m2/L), obtidos em

seus boletins técnicos. Os preços das tintas foram aqueles isentos de impostos e

informados no período de setembro a dezembro de 2016.

Custo do esquema de pintura (R$/m2)

Esquema de pintura

E1 E1st E2 E2st E3 E3st E4

Preparação de superfície 37,50 47,50 37,50 47,50 37,50 47,50 37,50

Custo do sistema de pintura 15,64 15,64 58,53 58,53 59,79 59,79 16,48

Custo total 53,14 63,14 96,03 106,03 97,29 107,29 53,98

Avaliação relativa de custo (%) 49,5 58,9 89,5 98,8 90,7 100,0 50,3

AVALIAÇÃO DE CUSTO

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO, PRODUTIVIDADE

E CUSTO

0

10

20

30

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50

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100

E1 E1st E2 E2st E3 E3st E4

Avaliação relativa de desempenho (%)

Avaliação relativa de produtividade (%)

Avaliação relativa de custo (%)

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E1 E1st E2 E2st E3 E3st E4

Avaliação relativa de desempenho (%)

Avaliação relativa de produtividade (%)

Avaliação relativa de custo (%)

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E1 E1st E2 E2st E3 E3st E4

Avaliação relativa de desempenho (%)

Avaliação relativa de produtividade (%)

Avaliação relativa de custo (%)

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E1 E1st E2 E2st E3 E3st E4

Avaliação relativa de desempenho (%)

Avaliação relativa de produtividade (%)

Avaliação relativa de custo (%)

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E1 E1st E2 E2st E3 E3st E4

Avaliação relativa de desempenho (%)

Avaliação relativa de produtividade (%)

Avaliação relativa de custo (%)

Tomando-se como referência o esquema E1, aplicado tanto sobre o substrato

tratado com jateamento abrasivo quanto por meio de ferramentas mecânicas, foi

possível verificar que o esquema E4 mostrou comportamento semelhante, tanto

em termos de desempenho anticorrosivo, quanto em produtividade e custo.

O método utilizando ferramentas mecânicas é menos produtivo do que o

jateamento abrasivo, uma vez que depende em grande parte do operador da

ferramenta.

Com relação aos esquemas contendo tinta de fundo rica em zinco, observa-se

que o E2 apresentou bom desempenho, próximo ao do esquema de referência.

Entretanto, seu custo foi muito elevado, tornando-o uma opção inadequada.

O esquema E3 falhou em dois dos três requisitos de avaliação, mostrando-se

inadequado para o caso de revestimento de estruturas enterradas, principalmente

nos quesitos desempenho anticorrosivo e custo.

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO, PRODUTIVIDADE

E CUSTO

CONCLUSÕES

Os esquemas de referência (E1 e E1st) e o sistema E4 foram aqueles que

apresentaram os melhores desempenhos em todos os ensaios realizados.

O sistema E4 teve um bom desempenho, com a vantagem de sua tinta de

acabamento ser isenta de alcatrão de hulha, portanto é um ganho ecológico em

relação à tinta de acabamento do esquema E1.

O esquema E2 mostrou bom desempenho anticorrosivo, razoável produtividade,

porém seu custo foi elevado.

O esquema E3 mostrou-se inadequado às condições de ensaio, em função do

baixo desempenho anticorrosivo e elevado custo.

Trabalho Premiado em 1° Lugar, no Grupo 12, GMI - Aspectos Técnicos e Gerenciais de Manutenção

SNPTEE 2017

Projeto desenvolvido com FURNAS

Organização:

[email protected]

[email protected]

(21) 2598 6031/6303

www.cepel.br

OBRIGADA !!!