Violência Contra a Mulher

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PESQUISA INSTITUTO AVON / IBOPE PERCEPÇÕES SOBRE A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER NO BRASIL 2009 Parcerias: Instituto Patrícia Galvão Planejamento e supervisão de todas etapas da pesquisa Perfil Urbano Pesquisa & Expressão Relatório Analítico

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PESQUISA INSTITUTO AVON / IBOPE

PERCEPÇÕES SOBRE A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER NO BRASIL 2009

Parcerias: Instituto Patrícia Galvão Planejamento e supervisão de todas etapas da pesquisaPerfil Urbano Pesquisa & Expressão Relatório Analítico

Page 2: Violência Contra a Mulher

O Instituto Patrícia Galvão em parceria e com apoio do

Instituto Avon realizou nova pesquisa de opinião, em

fevereiro de 2009, sobre as percepções da população

adulta brasileira a respeito da violência contra as

mulheres.

O campo da pesquisa nacional foi realizado pelo Ibope

Inteligência e a análise e apresentação dos resultados

foram feitas pela Perfil Urbano Pesquisa &

Expressão, com a colaboração de Fátima Pacheco

Jordão.

PERCEPÇÕES SOBRE A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER NO BRASIL PESQUISA 2009

Page 3: Violência Contra a Mulher

INTRODUÇÃO

Page 4: Violência Contra a Mulher

METODOLOGIA

(%)

Pesquisa quantitativa, com aplicação de questionário estruturado através de entrevistas pessoais.

BrasilBrasil

Levantar a opinião dos brasileiros sobre violência contra a mulher Levantar a opinião dos brasileiros sobre violência contra a mulher

13 a 17 de fevereiro de 200813 a 17 de fevereiro de 2008

2002 entrevistas2002 entrevistas

População com 16 anos ou maisPopulação com 16 anos ou mais

Objetivo geral

Local da pesquisa

Universo

Período de campo

Dimensionamento

Margem de erro O intervalo de confiança é de 95%, e a margem de erro máxima é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra.

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PERFIL DA AMOSTRA

Base: Amostra (2002)

(%)SEXO

CLASSE SOCIAL

IDADE

Page 6: Violência Contra a Mulher

PERFIL DA AMOSTRA

(%)

ESCOLARIDADE RENDA FAMILIAR (S/M)

Page 7: Violência Contra a Mulher

PERFIL DA AMOSTRA

Base: Amostra (2002)

Norte/Centro Oeste14%

Nordeste27%

Sudeste44%

Sul

15%

(%)REGIÃO

Page 8: Violência Contra a Mulher

ANÁLISE DOS RESULTADOS

Page 9: Violência Contra a Mulher

AGENDA DE PREOCUPAÇÕES FEMININAS

Violência contra a mulher em casa O problema da AIDS e o crescimento da AIDS entre as mulheres

Violência contra a mulher e assédio sexual fora de casa

Formas de evitar filhos

Doenças como câncer de mama e útero

Legalização do aborto

Page 10: Violência Contra a Mulher

VIOLÊNCIA CONTRA MULHER PERMANECE COMO A PRINCIPAL PREOCUPAÇÃO DAS BRASILEIRAS

A percepção sobre a agenda de preocupações femininas continua a mesma,

confirmando a tendência histórica.

Esta pesquisa, no entanto, capta certo deslocamento nos temas prioritários.

Isso fica especialmente evidente quando observamos as tabelas de 1ª menção das

preocupações imputadas às mulheres versus aquelas que mostram os dados

aglutinados em 1ª, 2ª e 3ª citações.

• A violência contra mulher, por exemplo, mantém-se como a principal

preocupação no cômputo geral. No entanto, o tema da AIDS fica em primeiro

lugar quando observada a 1ª menção.

Page 11: Violência Contra a Mulher

TEMAS QUE MAIS PREOCUPAM A MULHER ATUALMENTE(SOMA DAS 3 MENÇÕES)

(%) Total

Base: Amostra (2002)

• Violência contra a mulher em casa 56

• O problema da AIDS e o crescimento da AIDS entre as mulheres 51

• Violência contra a mulher e assédio sexual fora de casa 36

• Formas de evitar filhos 31

• Doenças como câncer de mama e útero 31

• Legalização do aborto 22

• Igualdade de salários com homens 18

• Falta de alternativas onde deixar os filhos para trabalhar fora 17

• Ter uma profissão que goste 10

• Dividir tarefas domésticas com o companheiro 9

• Participação da mulher na política 6

• Menores de rua 5

• Direitos do consumidor 3

• Não sabe / Não respondeu 4

P.1 - Aqui estão alguns assuntos que as mulheres têm, nos últimos tempos, discutido bastante. Na sua opinião, pelo que você sabe ou ouve falar, qual destes temas mais preocupa a mulher brasileira atualmente? E em segundo lugar? E em terceiro lugar?

Page 12: Violência Contra a Mulher

TEMAS QUE MAIS PREOCUPAM A MULHER ATUALMENTE(SOMA DAS 3 MENÇÕES)

P.1 - Aqui estão alguns assuntos que as mulheres têm, nos últimos tempos, discutido bastante. Na sua opinião, pelo que você sabe ou ouve falar, qual destes temas mais preocupa a mulher brasileira atualmente? E em segundo lugar? E em terceiro lugar?

Violência contra a mulher em

casa

AIDS e o crescimento de casos entre as

mulheres

Violência contra a mulher fora

de casa/assédio sexual

Doenças como câncer de

mama e útero

Formas de evitar filhos

Legalização do

aborto

505556

2630

51

3640

36

3944

31

2016

31

0910

22

%

Page 13: Violência Contra a Mulher

TEMAS QUE MAIS PREOCUPAM A MULHER ATUALMENTE(1ª MENÇÃO)

P.1 - Aqui estão alguns assuntos que as mulheres têm, nos últimos tempos, discutido bastante. Na sua opinião, pelo que você sabe ou ouve falar, qual destes temas mais preocupa a mulher brasileira atualmente? E em segundo lugar? E em terceiro lugar?

AIDS e o crescimento

de casos entre as mulheres

Violência contra a

mulher em casa

Formas de evitar filhos

Doenças como câncer

de mama e útero

Violência contra a

mulher fora de casa/assédio

sexual

Legalização do

aborto

%

25

192424

107

16

1718

8

119

8

22

5

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P.1 - Aqui estão alguns assuntos que as mulheres têm, nos últimos tempos, discutido bastante. Na sua opinião, pelo que você sabe ou ouve falar, qual destes temas mais preocupa a mulher brasileira atualmente? E em segundo lugar? E em terceiro lugar?

AUMENTO DA AIDS ENTRE MULHERESAUMENTO DA AIDS ENTRE MULHERES

O AUMENTO DA AIDS SOBE NO RANKING DE PREOCUPAÇÕES

O aumento de casos de AIDS entre

mulheres tem o maior índice (25%) na 1ª

menção sobre preocupação das

brasileiras na atualidade.

Na soma das três primeiras menções de

preocupações, o aumento da AIDS se

consolida na segunda posição (51%) e

revela um crescimento de 21 pontos

percentuais em relação à pesquisa de

2006.

1ª Menção1ª Menção

Aglutinados: 1ª + 2ª + 3ªAglutinados: 1ª + 2ª + 3ª

10% 12% 25%

2004 2006 2009

2004 2006 2009

26% 30% 51%

Page 15: Violência Contra a Mulher

AUMENTO DA PREOCUPAÇÃO COM A AIDS REFLETE REALIDADE DA SÍNDROME NO PAÍS

Houve no Brasil crescimento expressivo da epidemia entre a população acima dos 50 anos. Dados epidemiológicos apontam que a incidência de AIDS praticamente dobrou nessa população nos últimos dez anos (de 7,3 habitantes em 1996 para 14,5 habitantes em 2006).

Entretanto, no mesmo período, triplicou o número de mulheres com 50 anos ou mais infectadas pelo vírus da Aids no Brasil.

As últimas campanhas do governo tem focado o público mais velho. No dia mundial da AIDS em 2008, a campanha focou o segmento masculino e a do Carnaval 2009, as mulheres.

Page 16: Violência Contra a Mulher

A AIDS ESTÁ MAIS VISÍVEL À POPULAÇÃO

A significativa importância que a AIDS adquiriu na agenda de preocupações femininas se explica pelo fato de que o crescimento de casos nesse segmento é tão expressivo que é possível visualizar factualmente o fenômeno.

Na mesma proporção, a mídia de massa repercute com intensidade notícias sobre esse novo cenário.

Salienta-se que esta pesquisa ainda não capta o efeito da campanha do carnaval 2009, focada especialmente nas mulheres, porque foi realizada antes de sua veiculação.

Page 17: Violência Contra a Mulher

A PREOCUPAÇÃO COM AIDS É UMA CORRENTE DE OPINIÃO NACIONAL, PORÉM MAIS CONCENTRADA NO SEGMENTO POPULAR.

É um fenômeno social homogêneo, que atinge mais as mulheres, bem como pessoas

de baixa renda e escolaridade e descasadas.

Nas tabelas seguintes, verifica-se também que o índice de preocupação aumentou

consideravelmente em cidades do interior e de médio porte, onde há maior

crescimento populacional no Brasil.

Page 18: Violência Contra a Mulher

TABELAS DE SEGMENTAÇÃO DA PREOCUPAÇÃO COM CRESCIMENTO DA AIDS(1ª MENÇÃO)

1ª menção (%) 2004 2006 2009

Total 10 12 25

SEXO

Masculino 8 12 23

Feminino 11 11 27

IDADE

16 – 24 10 10 25

25 – 29 * 11 21

30-39 * 9 25

40-49 * 14 26

50+ 10 14 27

ESCOLARIDADE

até 4ª (fund. ) 12 13 27

5ª a 8ª (fund.) 10 11 29

Ensino médio 7 12 23

Ensino superior 5 7 19

REGIÕES

Norte / C.Oeste 12 9 24

Nordeste 9 10 23

Sudeste 10 12 27

Sul 6 15 25

1ª menção (%) 2004 2006 2009

Total 10 12 25

TIPO DE MUNICÍPIO

Capital 9 11 22

Periferia 14 16 27

Interior 9 11 26

PORTE MUNICÍPIO

até 20 mil eleitores 11 15 24

20 - 100 mil eleitores 9 9 27

+ 100 mil eleitores 9 12 24

CLASSIFIC. SOCIAL

Classe A/B 7 10 22

Classe C 8 11 26

Classe D/E 11 13 27

RENDA

+10 salários 5 7 16

5 - 10 salários 8 9 9

2 - 5 salários 9 12 27

1 - 2 salários 11 13 26

até 1 salário 11 11 25

Page 19: Violência Contra a Mulher

FORMAS DE EVITAR FILHOS TAMBÉM SE DESTACA NO RANKING DE PREOCUPAÇÕES

Em relação à última pesquisa, praticamente dobrou o percentual de indicação de formas

de evitar filhos como preocupação das mulheres, passando da taxa de 16% para 31%

no atual levantamento.

No ranking de preocupações, esta questão saltou

de sétima posição em 2006 para quarta posição em

2009.

Maneira geral há homogeneidade de percepção

sobre a questão em todos segmentos da amostra,

com índices no patamar da média total de 31%.2004 2006 2009

16%20% 31%

1ª +2ª +3ª menções

Page 20: Violência Contra a Mulher

IMPORTÂNCIA DO TEMA NA AGENDA DE PREOCUPAÇÕES, REFLETE INVESTIMENTO EM POLÍTICA DE PLANEJAMENTO FAMILIAR.

O movimento ascendente do tema se explica pelos investimentos do Ministério da

Saúde, durante todo o ano de 2008, não só através de campanhas nacionais

veiculadas em mídia de massa, como através de ferramentas concretas de

planejamento familiar.

Na prática, a rede de saúde pública facilitou acesso a mecanismos de prevenção de

gravidez: distribuição de camisinhas e pílulas do dia seguinte; anticoncepcionais a

preços populares, são medidas mais conhecidas.

Page 21: Violência Contra a Mulher

CÂNCER DE MAMA E DE ÚTERODOENÇAS TEM IMPORTÂNCIA RELATIVIZADA

Doenças como Câncer de Mama e útero permanecem como um dos temas centrais da

agenda, porém, tiveram sua importância relativizada frente ao aumento da

preocupação com outras questões – AIDS e Formas de evitar filhos.

Essa relativização pode estar relacionada ao recrudescimento do assunto na mídia de

massa, deixando de ser tão mencionado pelos meios de comunicação como no

passado recente.

Page 22: Violência Contra a Mulher

MULHERES JOVENS ADULTAS TEM MAIOR PREOCUPAÇÃO COM TEMA

No cômputo geral, a preocupação com essas doenças está mais concentrada

entre as mulheres (35%), com idades entre 25 a 29 anos (34%); de nível de

escolaridade superior (36%); moradores de cidades pequenas (39%), enquanto em

2006 essa preocupação concentrava-se em cidades médias (48%).

Verifica-se também que o Nordeste continua a ser a região com maior média de preocupação (36%), refletindo uma realidade local que tem alta incidência de câncer de útero.

Page 23: Violência Contra a Mulher

2004 2006 2009

Total 39 44 31

SEXO

Masculino 36 39 27

Feminino 41 49 35

IDADE

16 – 24 35 38 29

25 – 29 * 46 34

30-39 * 43 31

40-49 * 46 32

50+ 43 48 32

ESCOLARIDADE

até 4ª (fund. ) 42 46 32

5ª a 8ª (fund.) 36 47 28

Ensino médio 36 40 31

Ensino superior 40 45 36

REGIÕES

Norte / C.Oeste 25 38 29

Nordeste 47 50 36

Sudeste 40 41 29

Sul 35 49 33

2004 2006 2009

Total 39 44 31

TIPO DE MUNICÍPIO

Capital 35 44 32

Periferia 40 40 29

Interior 40 45 31

PORTE MUNICÍPIO

até 20 mil eleitores 45 42 39

20 - 100 mil eleitores 41 48 31

+ 100 mil eleitores 35 42 30

CLASSIFIC SOCIAL

Classe A/B 37 43 32

Classe C 38 43 31

Classe D/E 40 45 32

RENDA

+10 salários 36 36 25

5 - 10 salários 40 47 31

2 - 5 salários 37 43 31

1 - 2 salários 39 46 33

até 1 salário 44 41 29

DOENÇAS COMO CÂNCER DE MAMA E ÚTERO(TOTAL MENÇÕES)

Page 24: Violência Contra a Mulher

LEGALIZAÇÃO DO ABORTOLEGALIZAÇÃO DO ABORTO

Na soma das menções é expressivo o crescimento do tema na agenda.

LEGALIZAÇÃO ABORTO CRESCE NA AGENDA DE PREOCUPAÇÕES

1ª +2ª +3ª menções

2% 2% 6%

Esta é uma questão que aparece com mais freqüência entre os jovens (16 a 24 anos), cuja taxa saltou de 2% em 2006 para 6% em 2009.

Pode-se dizer que este público é o que mais fortemente se envolve com o tema do aborto.

09% 10% 22%

1ª menção

2004 2006 2009

2004 2006 2009

Page 25: Violência Contra a Mulher

Além disso, no atual levantamento, verifica-se que a preocupação concentra-se nos segmentos de periferia e de escolaridade ginasial e média da população.

Em pesquisa qualitativa com jovens sobre sexualidade e co-responsabilidades, realizada em 2008 pela Perfil Urbano em parceria com Movimento de Jovens Feministas de São Paulo, descobriu-se que a escola é um dos raros fóruns onde os jovens discutem temas relacionados à sexualidade de forma mais isenta e tranquila.

Esses dados confirmam a relevância do tema no segmento jovem que encontra-se potencialmente nessa faixa de escolaridade.

AMBIENTE ESCOLAR É FÓRUM DE DISCUSSÃO SOBRE SEXUALIDADE E REPRODUÇÃO DOS JOVENS

Page 26: Violência Contra a Mulher

2004 2006 2009

Total 9 10 22

SEXO

Masculino 8 9 23

Feminino 9 10 20

IDADE

16 – 24 12 12 23

25 – 29 * 13 18

30-39 * 9 23

40-49 * 7 19

50+ 8 8 23

ESCOLARIDADE

até 4ª (fund. ) 10 9 24

5ª a 8ª (fund.) 9 11 24

Ensino médio 8 10 20

Ensino superior 5 7 17

REGIÕES

Norte / C.Oeste 9 8 21

Nordeste 10 12 21

Sudeste 9 9 22

Sul 7 8 21

LEGALIZAÇÃO DO ABORTO(TOTAL MENÇÕES)

2004 2006 2009

Total 9 10 22

TIPO DE MUNICÍPIO

Capital 8 11 22

Periferia 13 11 25

Interior 8 8 21

PORTE MUNICÍPIO

até 20 mil eleitores 9 9 21

20 - 100 mil eleitores 8 9 19

+ 100 mil eleitores 9 10 23

CLASSIFIC SOCIAL

Classe A/B 7 7 19

Classe C 8 11 23

Classe D/E 10 9 22

RENDA

+10 salários 43 8 11

5 - 10 salários 47 7 15

2 - 5 salários 52 9 22

1 - 2 salários 50 9 24

até 1 salário 52 13 25

Page 27: Violência Contra a Mulher

VIOLÊNCIA CONTRA MULHERVIOLÊNCIA CONTRA MULHERVIOLÊNCIA CONTRA MULHER EM CASA PERMANECE COMO A PRINCIPAL PREOCUPAÇÃO DAS BRASILEIRAS (56%)

Embora a média total tenha se mantido no mesmo patamar da pesquisa anterior, observa-se um deslocamento dessa percepção dentro dos segmentos da amostra.

É correto afirmar que a qualificação do debate sobre violência contra mulher, em decorrência da aprovação da lei Maria da Penha, bem como das campanhas educativas, da veiculação maciça do assunto na mídia, etc, transformaram o tema em problema público e modificou a maneira como a sociedade pensava e agia em relação à violência doméstica.

Nessa perspectiva, compreende-se por que pessoas simples, de baixa renda e pouco escolarizadas, moradoras de cidades pequenas e, sobretudo, da região Nordeste, demonstraram maior preocupação com a violência nessa pesquisa, pois a questão deixou de ser considerada privada e passou a ser de interesse público.

Page 28: Violência Contra a Mulher

POR FAIXA ETÁRIA em 2006 houve aumento de 9 pontos percentuais em relação à pesquisa 2004 nos segmentos de indivíduos de 16 a 24 anos e 30 a 39 anos. Na pesquisa atual houve crescimento apenas entre os entrevistados de 40 anos e mais (6 pontos percentuais). Os demais índices oscilaram dentro da margem de erro da pesquisa.

POR ESCOLARIDADE houve nova inversão de tendência com crescimento da preocupação entre aqueles que cursaram até a 8ªsérie e diminuição da preocupação entre as pessoas de nível médio (3 pontos percentuais) e superior (6 pontos percentuais). O destaque fica no segmento que estudou até a 4ªsérie, que registra tendência de crescimento em torno de 5 pontos nos três levantamentos, atingindo atualmente o patamar de 59%.

POR CLASSE SOCIAL a pesquisa de 2006 mostrou aumento significativo (10 pontos percentuais) na percepção de preocupação nos segmentos mais privilegiados da sociedade (A/B e C). No atual estudo, porém, a classe C manteve o mesmo índice (54%), mas o segmento A/B recuo 5 pontos percentuais. Enquanto nas classes D/E houve crescimento significativo de 9 pontos percentuais.

NOVA SEGMENTAÇÃO DA PREOCUPAÇÃO COM VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA MULHER

Page 29: Violência Contra a Mulher

POR REGIÃO Ao contrário de 2006, quando houve aumento significativo, o nível de preocupação diminuiu em três das quatro regiões do país. A exceção foi o Nordeste onde o nível de preocupação aumentou 9 pontos percentuais em relação a última pesquisa, passando a 64% é possível que este percentual reflita campanhas de combate à violência da mulher realizadas nessa região.

POR PORTE DE CIDADE houve uma inversão completa da tendência anterior. Enquanto em 2006 o destaque de crescimento da preocupação se deu na periferia das grandes cidades, na atual pesquisa foi exatamente nesse segmento que houve a maior retração da preocupação (5 pontos percentuais) e aumento expressivo de 13 pontos percentuais nas pequenas cidades do país (62%).

NOVA SEGMENTAÇÃO DA PREOCUPAÇÃO COM VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA MULHER

Page 30: Violência Contra a Mulher

Violência dentro de casa 2004 2006 2009

TOTAL 50 55 56

Sexo

Masculino 49 55 56

Feminino 51 55 56

IDADE

16 – 24 51 60 55

25 – 29 55 57 55

30-39 46 53 57

40-49 49 54 58

50+ 49 51 *

ESCOLARIDADE

até 4ª (fund. ) 49 54 59

5ª a 8ª (fund.) 53 52 57

Ensino médio 50 58 55

Ensino superior 47 55 49

REGIÕES

Norte / Cantro Oeste 62 62 57

Nordeste 53 55 64

Sudeste 47 54 53

Sul 45 51 49

Violência dentro de casa 2004 2006 2009

TOTAL 50 55 56

TIPO DE MUNICÍPIO

Capital 55 56 54

Periferia 43 56 51

Interior 50 54 58

TAMANHO MUNICÍPIO

até 20 mil eleitores 48 49 62

20 - 100 mil eleitores 49 5557

+ 100 mil eleitores 51 56 54

CLASSIFICAÇÃO SOCIAL

Classe A/B 46 56 51

Classe C 47 54 54

Classe D/E 53 55 64

Renda

+10 salários 43 45 58

5 - 10 salários 47 55 50

2 - 5 salários 52 54 55

1 - 2 salários 50 57 57

até 1 salário 52 56 63

VIOLÊNCIA CONTRA MULHER EM CASA (TOTAL MENÇÕES)

Page 31: Violência Contra a Mulher

REFLUI PREOCUPAÇÃO COM A VIOLÊNCIA CONTRA MULHER FORA DE CASA

Considerada na pesquisa de 2006 a segunda maior preocupação das brasileiras (40%),

registra sensível queda percentual (36%) e fica em terceiro lugar no ranking de

preocupações.

Opinião homogênea entre os sexos (36%) e na maioria das faixas de idade que

apresentam taxas em torno de 35%, com leve diferença entre jovens de 16 a 24 anos

(40%)

Também nas periferias das grandes cidades atribui-se mais preocupação com violência

fora de casa que nas capitais e cidade do interior

pode estar relacionado com o fato de que jovens e moradores de periferia

estejam mais expostos à violência sexual.

A região sul é a que menos destaca a violência fora de casa como preocupação das

brasileiras (28%) destoando das demais regiões em média 10 pontos percentuais.

Page 32: Violência Contra a Mulher

3. PERCEPÇÕES SOBRE A VIOLÊNCIA

Page 33: Violência Contra a Mulher

A LEI MARIA DA PENHA MUDA PARADIGMA DE CONCEPÇÃO E ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA DA VIOLÊNCIA CONTRA MULHER

A manutenção do problema no topo de preocupações femininas deve-se, sobretudo, a aprovação da Lei Maria da Penha:

É amplo e, em sua maioria homogêneo, o conhecimento da lei pela sociedade aproximadamente 8 em cada 10 pessoas afirmam conhecer a Lei, que criou mecanismos para coibir e prevenir a violência contra a mulher.

A lei concretizou o problema de forma inequívoca e o criminalizou a lei leva o nome de uma vítima sequelada da violência

Visibilidade e repercussão de casos de violência contra mulher tornaram a questão de natureza pública, quando antes era localizada na esfera privada a lei é inclusive referida em letra de música popular.

Page 34: Violência Contra a Mulher

P- Você conhece, ainda que de ouvir falar a Lei Maria da Penha? Base: Amostra (2002)

CONHECIMENTO DA LEI MARIA DA PENHA

SimNãoNS/NR

2008 2009

CONHECE

Mas Fem

77% 80%

Houve expressivo aumento do conhecimento da lei Maria da Penha de um ano pra outro.

78%

21% 1%

68%

27% 5%

Page 35: Violência Contra a Mulher

Faixa etária Conhece

16 a 24 77

25-29 84

30-39 84

40-49 76

50+ 74

Região Conhece

Norte/C.Oeste 89

Nordeste 86

Sudeste 73

SUL 73

Condição do município

Conhece

Capital 83

Interior 78

Periferia 71

Escolaridade Conhece

> 4ª série Fund 69

5ª - 8ª Fund 77

Ensino Médio 82

Superior 93

Renda Conhece

> 1 sal 75

1 – 2 sal 75

2 – 5 sal 80

5 – 10 sal 83

+10 sal 89

Classe Conhece

AB 85

C 79

C/E 71

TABELAS MOSTRAM SEGMENTAÇÃO DA PREOCUPAÇÃO

P- Você conhece, ainda que de ouvir falar a Lei Maria da Penha? Base: Amostra (2002)

Page 36: Violência Contra a Mulher

P-Você conhece alguma mulher que sofre ou já sofreu agressões de seu parceiro ou ex-parceiro, seja seu marido, namorado, etc? (CASO SIM) Você contribuiu de alguma forma para ela sair dessa situação? Base: 2002

MAIORIA CONHECE MULHERES AGREDIDAS

55% declaram conhecer ao menos uma mulher que já sofreu ou sofre agressões de seu parceiro.

Percentual confirma a tendência de crescimento observada nos últimos levantamentos e pode indicar que, apesar de ainda tímido, o avanço da discussão sobre o assunto é contínuo.

2006

2009

Conhecem

Não conhecem

55

51

45

49

(%)

Page 37: Violência Contra a Mulher

A VIOLÊNCIA CONTRA MULHER TORNA-SE UM PROBLEMA PÚBLICO

A sociedade modificou o olhar sobre a violência contra mulher:

As pessoas parecem ter ficado mais argutas para perceber a violência; Mais pessoas passaram a reconhecer factualmente o problema, sobretudo no

Nordeste.

“Você conhece alguma mulher que sofre ou já sofreu agressões ...”

Conhece Não conhece

2006 2009 2006 2009

Norte/ C. Oeste 51 55 49 45

Nordeste 53 60 47 40

Sudeste 49 54 51 46

Sul 51 53 49 47

P- Você conhece alguma mulher que sofre ou já sofreu agressões de seu parceiro ou ex-parceiro, seja seu marido, namorado, etc? (CASO SIM) Você contribuiu de alguma forma para ela sair dessa situação? Base: 2002

Page 38: Violência Contra a Mulher

P- Você conhece alguma mulher que sofre ou já sofreu agressões de seu parceiro ou ex-parceiro, seja seu marido, namorado, etc? (CASO SIM) Você contribuiu de alguma forma para ela sair dessa situação? Base: 2002

PERCEPÇÕES DAS MULHERES SOBRE A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Há, também um significativo aumento do nível de conhecimento sobre casos de agressão no segmento feminino. Em 2006, 54% das mulheres afirmaram conhecer ao menos um caso de violência contra a mulher. Já em 2009, este percentual subiu para 62%. Enquanto entre os homens não houve alteração.

“Você conhece alguma mulher que sofre ou já sofreu agressões ...”

Conhece Não conhece

2006 2009 2006 2009

MULHERES 54 62 46 38

HOMENS 47 48 53 52

Page 39: Violência Contra a Mulher

P. 02 -Você conhece alguma mulher que sofre ou já sofreu agressões de seu parceiro ou ex-parceiro, seja seu marido, namorado, etc? (CASO SIM) Você contribuiu de alguma forma para ela sair dessa situação?

Base: Amostra (2002)

19

17

9

8

3

43

2

Sim, conversei com ela

Sim, orientei a procurar ajuda jurídica e/ou policial

Não, pois não acho que se deva interferir neste tipo de situação

Não, pois não houve oportunidade para isso

Sim, indiquei um serviço de ajuda para quem sofre este tipo de problema

Não conhece

Não sabe / Não respondeu

MAIORIA TEM ATITUDE COLABORATIVA COM AS VÍTIMAS

%

Page 40: Violência Contra a Mulher

Conversou com a vítima

Orientou a buscarajuda jurídica/policial

Indicou serviço deajuda especializada

Assunto não permiteinterferência de terceiros

Não houve oportunidade

Dos que tem conhecimento sobre casos de violência doméstica 39% tomaram alguma atitude de colaboração com a mulher agredida. Enquanto 17% preferiu se omitir.As mulheres demonstram maior disposição em contribuir com as vítimas: 47% delas tomaram algum tipo de atitude, enquanto o percentual de homens que agiram foi de 31%.Conversar com a vítima é a forma de contribuição mais usual (23%) entre as mulheres, seguida da orientação de busca de ajuda jurídica/policial (20%).

P. 02 -Você conhece alguma mulher que sofre ou já sofreu agressões de seu parceiro ou ex-parceiro, seja seu marido, namorado, etc? (CASO SIM) Você contribuiu de alguma forma para ela sair dessa situação?

Base: Amostra (2002)

MAIORIA TEM ATITUDE COLABORATIVA COM AS VÍTIMAS

39%

MulheresHomens

23

20

14

15

42

710

87

%

Page 41: Violência Contra a Mulher

Sim, orientei a procurar

ajuda jurídica e/ou policial

Sim, conversei com ela

Sim, indiquei um serviço de ajuda

para quem sofre...

Não, pois não acho que se

deva interferir ...

Não, pois não houve

oportunidade para isso

Não conhece nenhuma vítima de agressão

Total 17 19 03 09 08 43

SEXO

Masculino 15 14 02 10 07 50

Feminino 20 23 04 07 08 36

IDADE

16 – 24 15 18 03 10 08 43

25 – 29 18 22 05 08 08 38

30-39 19 20 03 09 08 39

40-49 18 20 02 08 08 43

50+ 16 16 03 08 07 48

CLASSIFICAÇÃO SOCIAL

A/B 21 16 03 08 07 44

C 19 20 03 08 09 40

D/E 12 19 03 11 06 47

REGIÕES

Norte / C.Oeste 21 17 03 07 07 41

Nordeste 12 27 02 11 08 39

Sudeste 19 15 04 07 09 44

Sul 18 18 02 11 04 46

CONDIÇÃO DO MUNICÍPIO

Capital 20 19 03 09 06 42

Periferia 22 20 05 06 07 39

Interior 15 19 03 10 09 44

MAIORIA TEM ATITUDE COLABORATIVA COM AS VÍTIMAS (RESPOSTA ÚNICA)

Page 42: Violência Contra a Mulher

O movimento de mulheres no Nordeste é bastante organizado, principalmente se comparado a outras regiões do país.

Há uma rede de atuação bem articulada que promove ações efetivas e dissemina práticas de combate à violência.

Algumas começam a ter visibilidade fora da região. O movimento de apito iniciado em Recife, por exemplo, foi reconhecido pela ONU como política de enfretamento da violência e, no Brasil, o Governo Federal está incorporando o apitaço como chamada de alerta para mulheres em situação de violência.

ATITUDE COLABORATIVA NO NORDESTE É CONDIZENTE COM NÍVEL DE ORGANIZAÇÃO LOCAL

Page 43: Violência Contra a Mulher

RAZÕES QUE LEVAM UMA MULHER A CONTINUAR A RELAÇÃO COM O AGRESSOR(UMA OPÇÃO)

P.9- Na sua opinião, o que mais leva uma mulher a continuar numa relação na qual é constantemente agredida fisicamente e ou verbalmente pelo companheiro?

Base: Amostra (2002)

24

23

17

12

8

6

4

4

Falta de condições econômicas para viver sem o companheiro

Preocupação com a criação dos filhos

Medo de ser morta caso rompa a relação

Falta de auto-estima

Vergonha de admitir que é agredida/apanha

Vergonha de se separar

Dependência afetiva

Acha que tem a obrigação de manter o casamento

Page 44: Violência Contra a Mulher

Perguntados sobre as razões das mulheres continuarem na relação com o agressor, fica evidente a percepção de que as mulheres são reféns dessa condição.

A falta de condição financeira desponta como principal razão (24%), seguida da preocupação com a criação dos filhos (23%) que não deixa de ter um forte componente econômico.

Porém mais grave é a terceira razão, com 17% das indicações, em que se prevê o medo das mulheres de serem mortas após rompimento da relação com agressor.

De fato, as estatísticas mostram que o número de assassinato de mulheres é altíssimo no Brasil.

PARA AS MULHERES AGREDIDAS QUE PERMANECEM NA RELAÇÃO COM AGRESSOR, PERCEPÇÃO É DE FALTA ALTERNATIVA

Page 45: Violência Contra a Mulher

Os segmentos onde a preocupação com morte é mais prevalente consubstancia os dois primeiros motivos do ranking, ou seja, a falta de autonomia econômica das mulheres, porque diz respeito exatamente ao segmento com pouco instrumental de mobilidade por ser mais jovem, de baixa escolaridade e/ou sem profissão definida, moradores de pequenas cidades e mais fortemente na região Nordeste, localidades onde há menos oportunidade de emprego e renda, portanto, de se adquirir mais autonomia financeira.

MEDO DE MORTE É MAIOR ENTRE MULHERES COM MENOS RECURSOS GERAIS

MEDO DE MORTE É MAIOR ENTRE MULHERES COM MENOS RECURSOS GERAIS

jovens de 16 a 24 anos (23%), cerca de 10 pontos percentuais superior aos segmentos mais velhos Escolaridade ginasial (22%) Moradores de cidades pequenas (25%), cerca de 10 pontos percentuais a mais das cidades de médio e grande porte Entre as regiões, no Nordeste esta questão possui maior índice (20%), nove pontos a mais que o sul (11%), região que registrou menor taxa

Page 46: Violência Contra a Mulher

Falta de condições economica

Preocup. criação dos

filhos

Medo de ser morta...

Falta de auto-estima

Vergonha de admitir que é

agredida

Vergonha de se separar Depend.

Afetiva

...obrigação de manter o casamento

Total 24 23 17 12 8 6 4 4

SEXO

Masculino 24 25 16 11 7 8 4 4

Feminino 24 20 18 13 8 5 5 4

IDADE

16 – 24 23 21 23 11 6 6 5 3

25 – 29 20 25 17 11 8 7 4 5

30-39 27 23 14 12 9 5 5 4

40-49 23 25 14 14 9 6 4 3

50+ 23 20 16 12 5 8 5 5

ESCOLARIDADE

até 4ª (fund. ) 20 28 15 10 5 8 5 5

5ª a 8ª (fund.) 20 24 22 12 7 7 3 2

Ensino médio 27 19 17 14 9 5 4 4

Ensino superior 32 16 12 14 11 4 6 3

REGIÕES

Norte / C.Oeste 22 24 14 14 8 6 5 5

Nordeste 28 20 20 8 6 8 5 3

Sudeste 23 21 18 13 9 6 5 4

Sul 20 30 11 15 8 5 2 4

CONDIÇÃO DO MUNICÍPIO

Capital 30 15 16 13 9 5 5 5

Periferia 25 23 18 16 6 4 2 2

Interior 21 26 17 11 8 7 5 4

RAZÕES QUE LEVAM UMA MULHER A CONTINUAR A RELAÇÃO COM O AGRESSOR

Page 47: Violência Contra a Mulher

RAZÕES QUE LEVAM UMA MULHER A CONTINUAR A RELAÇÃO COM O AGRESSOR (UMA OPÇÃO)

P.9- Na sua opinião, o que mais leva uma mulher a continuar numa relação na qual é constantemente agredida fisicamente e ou verbalmente pelo companheiro?

Base: Amostra (2002)

24

23

17

12

8

6

4

4

Falta de condições econômicas para viver sem o companheiro

Preocupação com a criação dos filhos

Medo de ser morta caso rompa a relação

Falta de auto-estima

Vergonha de admitir que é agredida/apanha

Vergonha de se separar

Dependência afetiva

Acha que tem a obrigação de manter o casamento

%

4. REFLETINDO SOBRE SOLUÇÕES

Page 48: Violência Contra a Mulher

DEPOIS DA LEI MARIA DA PENHA,SOCIEDADE REFLETE SOBRE PROBLEMA DA VIOLÊNCIA CONTRA MULHER DE FORMA MAIS COMPLEXA

A atual pesquisa busca entender quais os caminhos que a sociedade vislumbra para a solução desse problema.

Os dados demonstram que há uma reflexão no sentido de entender a ação agressora como uma decorrência de uma estrutura social comprometida, que precisa reordenar valores e conjugar ações para a transformação da coletividade nesse sentido.

A indicação de alcoolismo como principal causa da violência contra a mulher (38%) seguida da questão cultural machista (36%), revela que a população enxerga esse crime não apenas como ação do indivíduo, mas como falha na ordenação da sociedade.

Page 49: Violência Contra a Mulher

P.08- Você acredita que a violência doméstica contra a mulher acontece principalmente porque:

Base: Amostra (2002)

POR QUE A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ACONTECE?(RESPOSTA ÚNICA)

Problemas com bebida/alcoolismo

O homem brasileiro é muito violento / alguns homens ainda se consideram "dono da mulher“

A mulher provoca o companheiro / a mulher não tem auto-estima

Problemas econômicos/financeiros

Nenhuma dessas razões

Não sabe / Não respondeu

Page 50: Violência Contra a Mulher

P. - Você acredita que a violência doméstica contra a mulher acontece principalmente porque:

Base: Amostra (2002)

POR QUE A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ACONTECE?(PRIMEIRA MENÇÃO)

TOTAL

SEXO REGIÃO

MAS FEMNORTE / C OESTE

NORDESTE SUDESTE SUL

Problemas com bebida/alcoolismo 38 37 39 40 35 37 45

É uma questão cultural, muito homem ainda se acha “dono da mulher”

27 25 29 25 28 29 23

A mulher fala demais / provoca o companheiro 10 13 6 11 14 7 7

O homem brasileiro é muito violento 9 8 11 8 12 8 9

Problemas econômicos/ financeiros 8 9 7 5 5 11 6

A mulher não tem auto-estima 5 5 5 6 4 6 4

Page 51: Violência Contra a Mulher

O CAMINHO DA PUNIÇÃO AINDA É O MAIS COGITADO, MAS CEDE ESPAÇO PARA POTENCIAL EFICÁCIA DE PROCESSOS EDUCATIVOS

É condizente com essa visão o recuo verificado na prisão do agressor como solução do problema da violência contra a mulher, passando de 64% em 2006 para a taxa de 51% no atual levantamento.

Nessa direção foram relacionadas ações que remetem a métodos de reestruturação dos indivíduos com conseqüências positivas para as vítimas e à sociedade, tais como participar de grupos de reeducação com outros agressores (11%); realizar trabalhos voluntários (9%); indenização à vítima (9%); tratamento psicológico (8%).

Page 52: Violência Contra a Mulher

P- Na sua opinião, qual dessas medidas jurídicas é a mais eficiente para mudar o comportamento de um homem que agride a companheira?

Base: Amostra (2002)

MEDIDAS JURÍDICAS EFICIENTES PARA MUDANÇAS DE COMPORTAMENTO

Prisão

Ser obrigado a fazer parte de um grupo de re-educação...

Ser obrigado a realizar trabalho voluntário

Ser obrigado a pagar a indenização ou multa

Ser obrigado a passar por um tratamento psicológico

Processo jurídico, mas sem prisão

Ser obrigado a fazer terapia de casal, junto com a mulher

Nenhuma destas (esp.)

Não sabe/ Não respondeu

Page 53: Violência Contra a Mulher

MEDIDAS QUE PODEM CONTRIBUIR PARA MUDANÇAS NA SOCIEDADE

30

25

21

20

O sistema jurídico brasileiro, com leis eficientes e profissionais capacitados para tratar desta questão

O governo, com campanhas educativas para todos os jovens e adultos de ambos os sexos

A mídia, esclarecendo a população sobre as causas da violência doméstica e as formas de

buscar apoio

O sistema educacional, com colégios e faculdades promovendo debates que inspirem a mudança

comportamental nos jovens

Na mesma direção, ou seja, de enxergar o problema como fenômeno social e não apenas de responsabilidade do segmento masculino, os dados mostram de forma contundente que a reestruturação da coletividade se dará a partir do engajamento e atuação coadunados do Estado, da mídia, da família e da escola.

P- Na sua opinião, quem mais pode contribuir para mudanças no comportamento da sociedade, para inibir ou acabar com a violência doméstica contra a mulher?

Base: Amostra (2002)

%

Page 54: Violência Contra a Mulher

O EXEMPLO COMO O MELHOR CAMINHO

O bom exemplo dos pais desponta como a melhor opção (48%) para tornar as relações entre homens e mulheres respeitosas e sem violência; seguido de leis duras e eficientes (19%) e também da mudança na criação dos filhos homens (11%).

Page 55: Violência Contra a Mulher

P- Dessas opções, qual é a mais importante para que a relação entre homem/mulher se torne uma relação sem violência e com respeito? E em segundo lugar? E em terceiro lugar? E em quarto lugar? E em quinto lugar?

1º Lugar 2º Lugar 3º Lugar 4º Lugar 5º Lugar

Base: amostra (2002)• Que os pais dêem o exemplo aos filhos,

com um relacionamento respeitoso e igualitário

48 26 12 6 5

• Leis duras para punir o companheiro/a violento/a 19 19 24 19 16

• Campanhas educativas de prevenção da violência contra a mulher na TV e no rádio 13 24 25 20 14

• Mudanças na criação dos filhos, especialmente os meninos 11 14 15 22 36

• Debates nas escolas, empresas, clubes e igrejas para falar sobre o assunto com a sociedade

8 15 21 29 24

Base: Amostra (2002)

OPÇÕES QUE PODEM TORNAR UMA RELAÇÃO SEM VIOLÊNCIA E COM RESPEITO

Page 56: Violência Contra a Mulher

P- Dessas opções, qual é a mais importante para que a relação entre homem/mulher se torne uma relação sem violência e com respeito? E em segundo lugar? E em terceiro lugar? E em quarto lugar? E em quinto lugar?

Base: Amostra (2002)

OPÇÕES QUE PODEM TORNAR UMA RELAÇÃO SEM VIOLÊNCIA E COM RESPEITO

Nas tabelas seguintes, observa-se que a opção pelo bom exemplo dos pais é maior entre as mulheres e nas faixas etárias de 16 a 24 anos (52%) e 40 anos ou mais (49%).

Nas tabelas seguintes, observa-se que a opção pelo bom exemplo dos pais é maior entre as mulheres e nas faixas etárias de 16 a 24 anos (52%) e 40 anos ou mais (49%).

3 opções TotalSexo Idade

Mas Fem 16-24 25-29 30-39 40-49 50+

Que os pais dêem o exemplo aos filhos com um relacionamento respeitoso e igualitário

48 46 49 52 43 46 49 49

Leis duras para punir o companheiro/a violento/a 19 18 19 16 22 23 18 16

Campanhas educativas de prevenção da violência contra mulher na TV e no rádio

13 15 12 13 16 11 13 15

•Mudanças na criação dos filhos, especialmente os meninos 11 11 10 10 11 11 10 11

Debates nas escolas, empresas, clubes e igrejas para falar sobre o assunto com a sociedade

8 8 8 9 8 9 9 7

Page 57: Violência Contra a Mulher

P- Dessas opções, qual é a mais importante para que a relação entre homem/mulher se torne uma relação sem violência e com respeito? E em segundo lugar? E em terceiro lugar? E em quarto lugar? E em quinto lugar? Base: Amostra (2002)

OPÇÕES QUE PODEM TORNAR UMA RELAÇÃO SEM VIOLÊNCIA E COM RESPEITO

3 opções

Total

Classe RegiãoCondiçãomunicípio

A/B C D/E Norte/C.Oeste NE SE S capital periferia interior

Que os pais dêem o exemplo ....

48 51 49 43 45 48 51 44 47 56 47

Leis duras para punir.... 19 19 18 18 21 15 19 22 19 14 19

Campanhas educativas ... 13 11 14 14 10 15 13 15 16 13 13

•Mudanças na criação ... 11 8 11 13 14 13 9 8 10 12 11

Debates nas escolas, ... 8 9 7 9 9 8 8 10 7 5 9

A opção pelo bom exemplo dos pais é maior nas periferias das grandes cidades, bem como segmento AB e C da sociedade.

A opção pelo bom exemplo dos pais é maior nas periferias das grandes cidades, bem como segmento AB e C da sociedade.

Page 58: Violência Contra a Mulher

EXISTE CONFIANÇA NA LEGISLAÇÃO

Os dados sobre o impacto da legislação no recrudescimento da violência demonstram que a sociedade está confiante nos mecanismos jurídicos (Lei Maria da Penha) e especializados, como no caso de delegacias de Mulheres, criados no Brasil nos últimos anos, posto que a maioria (44%) sente que as leis já estão tendo efeito sobre o problema da violência contra a mulher, embora ainda haja um percentual expressivo (29%) que, mesmo acreditando na lei, acha que vai levar algum tempo para se ver o efeito.

Page 59: Violência Contra a Mulher

OPINIÃO SOBRE AS MUDANÇAS NA LEGISLAÇÃO E O IMPACTO CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

(UMA OPÇÃO)

P.06 - Você acredita que as mudanças recentes na legislação brasileira, como o surgimento da Lei Maria da Penha, que prevê penas mais duras para o agressor, vai contribuir de fato para o fim da violência doméstica contra a mulher?

Base: Amostra (2002)

(%)

Sim, as leis já estão tendo efeito

Sim, mas vai levar muito tempo para se ver o efeito

Não, porque muitas destas leis não são e nem serão cumpridas

Não conheço essas leis o suficiente para opinar (esp.)

Não sabe / Não respondeu

Page 60: Violência Contra a Mulher

P.06 - Você acredita que as mudanças recentes na legislação brasileira, como o surgimento da Lei Maria da Penha, que prevê penas mais duras para o agressor, vai contribuir de fato para o fim da violência doméstica contra a mulher?

Base: Amostra (2002)

%Tota

l

SexoConhece alguém

que sofreu agressões

Conhece a Lei Maria da

Penha

Mas Fem Sim Não Sim Não

Sim, as leis já estão tendo efeito

44 45 42 47 40 52 12

Sim, mas vai levar muito tempo para se ver o efeito

29 28 30 31 27 31 22

Não, porque muitas destas leis não são e nem serão cumpridas

14 13 16 15 14 13 18

Não conheço essas leis o suficiente para opinar (esp)

6 8 5 3 10 2 23

Nesse sentido, parece muito importante e motivadora a informação de que quem conhece a lei Maria da Penha (52%), bem como conhece alguém agredido (47%) tem maior crença nos efeitos da legislação sobre o fim da violência doméstica contra a mulher.

OPINIÃO SOBRE AS MUDANÇAS NA LEGISLAÇÃO E O IMPACTO CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Base: Amostra (2002)

Page 61: Violência Contra a Mulher

Base: Amostra (2002)P.06 - Você acredita que as mudanças recentes na legislação brasileira, como o surgimento da Lei Maria da Penha, que prevê penas mais duras para o agressor, vai contribuir de fato para o fim da violência doméstica contra a mulher?

Base: Amostra (2002)

% Total

Região

Norte C. Oeste Nordeste Sudeste Sul

Sim, as leis já estão tendo efeito 44 50 49 38 44

Sim, mas vai levar muito tempo para se ver o efeito 29 30 27 32 24

Não, porque muitas destas leis não são e nem serão cumpridas 14 12 11 16 17

Não conheço essas leis o suficiente para opinar (esp) 6 5 5 7 10

A crença nos efeitos da lei é maior no Norte/Centro-Oeste e Nordeste (50%) onde a preocupação com a violência doméstica tem maiores índices (64%). Em outra direção, Sul e Sudeste demonstram descrença em relação a efetividade da legislação em conter a violência contra a mulher.

OPINIÃO SOBRE AS MUDANÇAS NA LEGISLAÇÃO E O IMPACTO CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Page 62: Violência Contra a Mulher

Base: Amostra (2002)

Total

Base: Amostra (2002)

• Delegacia da Mulher 78

• Delegacia de Polícia 47

• Conversar com amigos e familiares 35

• Psicólogo 30

• Igreja 25

• Advogado 21

• ONG que trabalha com causas voltadas para a mulher 19

• Serviço do governo que orienta mulheres em casos de violência 19

• Atendimento telefônico, número 180 7

• Nenhuma, pois acho que não se deve interferir em brigas de casais

3

• Nenhum desses (Esp.) 1

P.03 - Pensando no que existe disponível atualmente em sua cidade, que tipo de ajuda você indicaria a alguém que esteja sofrendo violência doméstica? E em segundo lugar? E em terceiro lugar?

DELEGACIA DA MULHER TEM GRANDE APELO

Page 63: Violência Contra a Mulher

HÁ FORTE IDEALIZAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE PROTEÇÃO ÀS MULHERES AGREDIDAS

A Delegacia de Mulher é vista como principal instância de amparo às mulheres agredidas (78%).

Trata-se mais de uma idealização conceitual do que um instrumento efetivo, posto que a quantidade de DMs disponíveis no país é insuficiente para refletir esta alta indicação.

Essa priorização das DMs indica alta credibilidade institucional, bem como uma demanda para sua satisfatória implantação.

Page 64: Violência Contra a Mulher

Base: Amostra (2002)

Igreja Delegacia da Mulher

Delegacia de Polícia

Conversa com amigos e família

Psicóologo

Total 25 78 47 35 30

SEXO

Masculino 23 74 50 37 27

Feminino 26 81 44 33 32

IDADE

16 – 24 21 78 48 36 31

25 – 29 29 77 42 34 30

30-39 22 82 45 36 31

40-49 25 77 48 39 30

50+ 27 74 50 30 27

CLASSIFICAÇÃO SOCIAL

A/B 20 84 40 31 35

C 24 80 48 34 30

D/E 30 67 52 40 26

REGIÕES

Norte / C.Oeste 30 75 45 33 25

Nordeste 26 73 53 45 29

Sudeste 23 82 45 30 32

Sul 21 76 46 34 29

CONDIÇÃO DO MUNICÍPIO

Capital 22 88 38 30 30

Periferia 25 83 49 29 34

Interior 25 72 51 38 29

INDICAÇÕES SOBRE QUE INSTÂNCIAS RECORRER EM CASO DE VIOLÊNCIA (1ª + 2ª + 3ª menções)

Page 65: Violência Contra a Mulher

Base: Amostra (2002)

Atendidmento 180

ONG. Que trabalha com

causas..

Advogado Serviço do governo que

orienta...

Nenhuma, pois não se deve interferir...

Total 7 19 21 19 3

SEXO

Masculino 8 18 23 19 4

Feminino 7 21 20 19 2

IDADE

16 – 24 9 23 19 21 3

25 – 29 7 21 22 22 1

30-39 7 20 23 17 3

40-49 7 21 20 18 2

50+ 7 15 22 18 2

CLASSIFICAÇÃO SOCIAL

A/B 8 21 26 22 1

C 7 20 21 18 17

D/E 8 17 15 17 5

REGIÕES

Norte / C.Oeste 11 21 22 18 3

Nordeste 7 17 14 21 4

Sudeste 8 20 24 25 2

Sul 4 20 25 16 4

CONDIÇÃO DO MUNICÍPIO

Capital 10 23 21 22 4

Periferia 6 18 19 14 2

Interior 7 18 22 18 2

INDICAÇÕES SOBRE QUE INSTÂNCIAS RECORRER EM CASO DE VIOLÊNCIA (1ª + 2ª + 3ª MENÇÕES)

Page 66: Violência Contra a Mulher

CONCEITUALMENTE LEGISLAÇÃO DESPERTA CONFIANÇA, MAS NA PRÁTICA A PERCEPÇÃO É DE BAIXA EFICÁCIA, PROVAVELMENTE DEVIDO A AUSÊNCIA DE EQUIPAMENTOS

A maioria (56%) ainda considera a ineficiência das leis e a postura de descaso e preconceito dos agentes entraves para a mulher confiar na proteção jurídica e policial, contra 40% que acredita que deve confiar.

O Nordeste é emblemático, região onde a questão da violência é mais discutida e trabalhada pela rede de articulação feminina, há menor crença na proteção jurídica e policial.

Page 67: Violência Contra a Mulher

Base: Amostra (2002)

OPINIÃO SOBRE CONFIANÇA NA PROTEÇÃO JURÍDICA E POLICIAL

40

25

13

11

7

3

Sim, acha

As leis não são eficientes para garantir esta proteção

Os policiais consideram outros crimes mais importantes

Muitos policiais não acreditam na seriedade da denúncia

A maioria dos juízes e policiais é machista e muitas vezes até concordam com o agressor

Não sabe / Não respondeu

P.04- Você acha que a mulher pode confiar na proteção jurídica e policial que existe hoje no Brasil para não ser vítima da violência doméstica? (CASO NÃO) Por qual desses motivos você acha que não se pode confiar na proteção jurídica e policial?

Base: Amostra (2002)

Sim, acha

As leis não são eficientes para

garantir está proteção

Os policiais consideram outros

crimes mais importantes

Muitos policiais não acreditam

na seriedade da denúncia

A maioria dos juízes e policiais é machista e

muitas vezes até concordam com o agressor

Não sabe / não respondeu

Não = 56%

Page 68: Violência Contra a Mulher

Base: Amostra (2002)

%

Total

SEXO REGIÃOPORTE DO MUNICÍPIO

(MIL)

Mas FemN/ CO

NE SE S 20 20 - 100

+100

Sim, acha 40 45 36 49 36 38 44 52 40 38

Não, porque...

As leis não são eficientes ...

25 23 27 21 24 26 27 15 29 25

Os policiais consideram outros crimes + importantes

13 13 14 9 17 14 11 13 14 13

Muitos policiais não acreditam na seriedade...

11 9 13 10 9 12 11 11 9 12

A maioria dos juízes e policiais é machista ...

7 7 7 5 10 7 5 5 6 9

P. - Você acha que a mulher pode confiar na proteção jurídica e policial que existe hoje no Brasil para não ser vítima da violência doméstica? (CASO NÃO) Por qual desses motivos você acha que não se pode confiar na proteção jurídica e policial?

Base: Amostra (2002)

OPINIÃO SOBRE CONFIANÇA NA PROTEÇÃO JURÍDICA E POLICIAL

Page 69: Violência Contra a Mulher

Base: Amostra (2002)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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A atual pesquisa mostra que houve uma reversão do pessimismo captado no levantamento de 2006, quando em cada quatro entrevistados, três consideravam irrelevantes as penas aplicadas nos casos de violência contra a mulher e que a justiça tratava este drama vivido pelas mulheres como um assunto pouco importante.

Os dados demonstram que existe uma correlação entre a aprovação da lei Maria da Penha e mudança desse cenário de expectativas, pela repercussão e mobilização promovidos sobre o tema no país.

A multiplicidade de formas com que o tema foi evidenciado e discutido na sociedade, reforçado continuadamente pela mídia, Estado e sociedade organizada, contribuíram para a politização do tema de maneira que a violência deixa de ser uma questão privada e se insere na esfera pública.

Todavia, a nova Lei é mais idealizada do que efetiva, porque ainda não existem na prática os mecanismo de perfeito funcionamento dela, como é o caso da Delegacia da Mulher.

O MAIOR IMPACTO DA LEI MARIA DA PENHA É NO ÂMBITO MORAL

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De toda forma, as observações sobre o comportamento dos brasileiros nesta pesquisa indicam que já não é mais necessário “vender” a importância do problema da violência. Ao contrário, a sociedade emite sinais de que “abraçou” a causa.

Há evidências que o momento é propício para a implantação de estratégias e ações que avancem no sentido de ampliar a participação da coletividade nas soluções por ela apontadas.

Nesse sentido, parece positivo para o Instituto Avon apoiar estratégias que reforcem a participação e educação da sociedade, desenvolvendo ações que cultivem o bom exemplo.

COMPORTAMENTO REFLETE AÇÕES AFIRMATIVAS E PREPARA O CAMINHO PARA AVANÇOS

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