Vias Gerais

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Trabalho Interdisciplinar dos alunos do 5 perodo de Publicidade e Propaganda - PUC Minas - ARCOS

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VIAS GERAIS

Visibilidade para a arte regional

Caminhos da Cultura é um projeto de extensãoda PUC Minas Arcos que busca transformar o

ambiente acadêmico em um palco para artistas locais eregionais. Vias Gerais nasce dentro desta proposta deproporcionar ampla visibilidade àqueles que produzemarte e mantém viva a cultura popular ao alcance de to-dos os olhares.

É esta atmosfera de inspiração, beleza e sensi-bilidade que a primeira edição do guia cultural, criadoe produzido pelo 3º período de Comunicação Social,vem trazer. Promove ainda, um encontro íntimo com o-bras de grande valor artístico, estético, simbólico e cul-tural, que contribuem na manutenção da identidade deum povo.

INTRODUÇÃOA infinita capacidade de criação e recriação da

humanidade só existe devido à grande diversidade cul-tural que encontramos em toda parte.

Esta diversidade identifica e transforma as so-ciedades de maneira irreversível. Desafios impostos pe-lo meio, não impossibilitaram a organização das so-ciedades e a preservação de suas singularidades.Hábitos, costumes e visões de mundo partilhados ger-aram verdadeiros mosaicos culturais.

A globalização proporcionada pelas novas tec-nologias possibilitou ampla visibilidade de expressõesartísticas e culturais em escala mundial, promoveu ex-

periências de valor inenarrável, transformando a Terranum planeta maravilhoso e inspirador.

CULTURAÉ impossível a abordagem do conceito de cul-

tura sem antes realçar sua pluralidade e perceber queela é fruto das relações de poder, interações pessoais,produções artísticas e simbólicas. Enfim, de todo tipo deexperiência das sociedades.

O maior tesouro da humanidade é sua diversi-dade cultural. Ela deve promover e estimular o encon-tro, reencontro e trocas entre povos e suas culturas, for-talecendo assim, o elo com as raízes formadoras da i-dentidade de cada grupo.

É impossível conhecer um povo sem conhecersua cultura.

COMPORTAMENTOCom o tempo, novas teorias, acúmulo de con-

hecimento e superação de estruturas, possibilitaramgrande desenvolvimento em todas as áreas.

Indiferente de qual seja a sociedade, rígida,com padrões comportamentais impostos ou não, semprehá indivíduos que quebram normas e estabelecemnovos padrões de comportamento.

A inquietude do espírito humano e a incessantebusca pelo novo é o que gerou os mais distintos códigoscomportamentais vistos atualmente.

TEXTO: VITOR LUCAS / RICARDO FONSECA

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AARRCCOOSSCorpo Vivo

BBAAMMBBUUIIDênis Pereira

CCAAPPIITTÓÓLLIIOOMaria Neusa FFOORRMMIIGGAA

Maria José Boaventura

IIGGUUAATTAAMMAAZeca Teles LLAAGGOOAA DDAA PPRRAATTAA

Heleno Nunes

PPAAIINNSSRosângelo Rodrigues PPIIUUMMHHII

Wagner Alvarenga

SSAANNTTOO AANNTTÔÔNNIIOO DDOO MMOONNTTEEMiguel Gontijo

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A VIDA EM MOVIMENTO

Somente assistindo a um espetáculo do grupoteatral Corpo Vivo é que dá para entender que a dançaé um forte instrumento de inclusão social. O grupo éformado por 11 alunos da APAE (Associação dos Pais eAmigos dos Excepcionais) da cidade de Arcos (MG). Oidealizador desse projeto é o coreógrafo e artistaDonizetti Bernardes. A ideia surgiu a partir de um con-vite para apresentar uma coreografia em um seminárioda Secretaria da Educação. Donizetti aproveitou a o-portunidade para reunir vários talentos artísticos espe-ciais, dispostos a se lançarem em um novo desafio.

SUPERAÇÃOA primeira apresentação do grupo foi no ano

de 2002, durante os Jogos do Interior de Minas Gerais -etapa Arcos -, que reuniu mais de três mil pessoas noGinásio Poliesportivo. O sucesso foi tanto, que desdeentão, o grupo não parou de se aperfeiçoar, passando asuperar seus próprios limites. O resultado é a conquista,cada vez maior, de admiradores.

Para Donizetti, trabalhar com artistas especiaisé um aprendizado espiritual, emocional e de grandeexperiência de vida. "Eles fazem as apresentações porgostar, enquanto nós, muitas das vezes, fazemos pelosimples fato de querer aparecer. Eles têm a verdadeiraarte de representar", avalia.

Grupo Corpo Vivo mostra a união entre pessoas comdeficiência e a sociedade

TEXTO: GILDA TEIXEIRA / HELEN CRISTINA

Integrantes dãolição de vida aoenfrentarem suaslimitações

FOTOS: HELEN CRISTINA

Por meio da união entre a sacralidade dadança e a ousadia dos integrantes, o grupo se con-sagrou como artistas dignos de representar Arcos emqualquer lugar do mundo. "A luz deles é superior à danossa espécie", conta emocionado o artista. E foi comessa luz, que o Corpo Vivo rompeu muito mais do queos limites e as barreiras do preconceito.

O talento e a determinação do grupo renderampremiações e até mesmo a produção de umdocumentário, que retratou o trabalho desen-volvido pelos artistas arcoenses no Rio deJaneiro. Se não bastasse tamanho reconheci-mento, o Corpo Vivo ainda foi classificado paraparticipar de um debate e recebeu Menção Honrosaem terras cariocas. Isto prova, que nem mesmo asbarreiras geográficas podem impedir o grupo de retratarum espetáculo rico em cor, otimismo e sincronia.

Mais do que comovente, o Corpo Vivo se tornou,para o público, motivo de encorajamento e exemplo dededicação. Aos poucos, o grupo foi ganhandodestaque na diversidade cultural arcoense e mostra que

a cidade é berço de pessoas que encaram a arte comouma ousada forma de expressão, quebrando paradig-mas rotulados pela sociedade contemporânea.

Realmente não existem palavras para definir oCorpo Vivo, talvez o nome do grupo já confirme que osintegrantes não nasceram para ficarparados.

CONTATO: [email protected]

Donizetti Bernardes é o idealizador e fundador do grupo Corpo Vivo

Apresentação no restaurante Gamb’s, em Arcos

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Dênis Pereira Matos nasceu em São Roque de Minas (MG), mas mora emBambuí (MG), onde é funcionário público. Tem 63 anos e se dedica à

escultura há mais de 50. O artista diz ter descoberto sua habilidade cedo.A brincadeira com barro e argila, quando tinha 8 anos, acabou virando arte.

Até que se chegue aoproduto final da sua obra de arte,o artesão lança mão de matériasprimas como cimento, metal,madeira, barro e argila. A grandemaioria de suas esculturas é feitasob encomenda e são de cunhoreligioso. Dênis deixa claro que,ao esculpir, segue o que manda asua inspiração. Ele gosta de fazerpeças maiores por sentir-se de-safiado em esculpi-las.

Com um ateliê impro-visado nos fundos de sua casa,mas com muita inspiração e amorpelo que faz, Dênis pretende, com aproximidade da aposentadoria,poder dedicar-se integralmente à a-tividade artística. Além disso, sonhacom a possibilidade de, junto comoutros artistas bambuienses, exporseus trabalhos em uma feira, no in-

tuito de dar visibilidade e reconheci-mento ao talento do grupo.

Sensível, como todo ver-dadeiro artista, Dênis não liga para aquestão comercial. O que lhe interessaé a exposição, a divulgação e o re-conhecimento de sua obra. Ele co-menta que arte e dinheiro são coisas

que não devem andar juntas,já que a essência de seu tra-balho baseia-se na mais pura

paixão e no re-speito pela ca-

pacidade e pelodom que de-

tém.

Amor e respeito pelo talento TEXTO: FÁBIO MISSACI / TALITA CARVALHO

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Artista tem predileção pelas peças grandes

Denis salienta que a encomenda da obra não interfere na criação

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Internada no sanatório Gedor da Silveira na cidade de São Sebastião do Paraíso,

após sofrer por oito anos de depressão profunda,Fifia descobre nas aulas de artesanato e,

principalmente de pintura, uma nova razão para viver.

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A arte da superação

Mais do que uma artista, a mineira Maria Neuza Nascimento,da pequena Capitólio, é um exemplo de vida. O que começou comouma terapia para a artista, hoje se tornou sua principal atividade e-conômica. Nos finais de semana, feriados e horas vagas, Fifia se dedicaàs suas obras em um espaço adaptado em seu apartamento. Nos demaisdias, trabalha no atelier de outra artista local.

Hoje, aos quarenta e seis anos de idade, já contabiliza mais deseis anos dedicados ao artesanato. Fifia desenvolve seus trabalhos dandoprioridade à pintura em tela, pois é o que mais gosta de fazer, mas suahabilidade permite que pinte também em metais, madeira, gesso, móveise outros. Ela afirma que sua inspiração vem de dentro da alma, docoração.

A artesã, hoje, é vice-presidente da CAPITART, a Associação deArtesãos da cidade de Capitólio, e também é membro do Balaio Mineiro,grupo que realiza mensalmente em cidades diferentes, feiras com ex-posição de obras de artista de cerca de treze cidades mineiras. Na sededa Associação e nas feiras expositivas do Balaio Mineiro que Fifia são oslocais onde Fifia divulga e vende os seus trabalhos.

Sua experiência com o artesanato e a pintura já foi compartilha-da com mais de 50 alunos, tarefa que executa com extremo carinho e

TEXTO: JOSIEL NASCIMENTO / WALTER AUGUSTO

FOTOS: WALTER AUGUSTO

dedicação. Atualmente, Fifia atende a um número reduzido de alunos.As lições passadas vão muito além das Artes e as pessoas, com históriasde vida semelhantes à dela, encontram em suas aulas um novo sentidopara a vida.

Para Fifia, o artesanato deve ser visto como algo que propor-ciona mais do que satisfação financeira. Ele deve gerar prazer e realiza-ção pessoal em primeiro lugar. Acostumada a transpor obstáculos, de-safios e dificuldades, Fifia diz que a pintura é a melhor motivação paraque as pessoas continuem lutando e conquistando seus espaços na so-ciedade.

CONTATO: (37) 9803-5472Apesar de sua preferência portelas, Fifia também faz pinturasem objetos artesanais

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Fifia busca o prazer e a satisfação ao executar

suas obras

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Arte & Vida

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TEXTO: MARCELO RODARTE / CÁSSIO XAVIER

Maria José Boaventura, representante formiguenseno cenário artístico regional e mundialMaria José Boaventura, representante formiguenseno cenário artístico regional e mundial

Nascida em Formiga (MG), Maria JoséBoaventura despertou cedo seu interesse pelas artes.Seu primeiro contato com a pintura foi casual. Ocorreuna infância ao fazer Educação Artística, uma disciplinaobrigatória na sua escola. Mais tarde, no curso de Bibliote-conomia, gostava de se dedicar ao estudo da história daArte, pois lhe permitia ampliar seus conhecimentos nahistória da pintura. Fez pesquisa desde a Pré-Históriaaté a Arte Contemporânea.

Em 1984, Maria José mudou-se para o Rio deJaneiro e assumiu de uma vez por todas sua paixãopelas artes. Ingressou-se na Sociedade Brasileira de Be-las Artes – SBBA e passou a frequentar o Curso Livre dePintura a Óleo Sobre Tela, com o artista plástico JorgeVieira. As oportunidades para mostrar o seu trabalhocomeçaram a surgir. Participou de diversas exposições

na SBBA e teve suas obras selecionadas para uma Ex-posição de Artes, promovida pela Secretaria Municipalde Cultura da capital carioca. O evento possibilitou adivulgação dos seus trabalhos não só em todo o Brasil,mas também em vários países da Europa e das Américas.

Cinco anos mais tarde, a artista retornou à suacidade natal, onde organizou um ateliê no intuito dedar continuidade à produção de seu trabalho. Mas oprojeto inicial alcançou outras proporções, pois MariaJosé resolveu também ministrar cursos livres de pintura

e desenho. Foi assim que surgiu o ateliê e galeria Arte& Pincel. Em 1993, assumiu a pasta da Secretaria Mu-nicipal de Cultura da cidade de Formiga e, dentro dosprojetos executados na gestão 93/96, destaca-se a cri-ação da Escola Municipal de Música Eunésio Lima que,desde então, é um marco referencial no que diz respeitoà formação de músicos na região.

Nesses anos todos de atividades quase ininter-ruptas, a artista mostrou-se uma grande e dedicada es-tudiosa. Participou de vários cursos de especialização,extensão universitária, seminários, fóruns culturais econgressos. Despertou e revelou talentos, preparoualunos para diferentes cursos referentes às Belas Artes e,sobretudo, contribuiu para a elevação do status da cul-tura regional no cenário artístico nacional e mundial.

CONTATO: [email protected]

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Meninos na praça (2005)

A bailarina (2004)

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sual genética, Teles con-seguiu se adaptar e ter umavida relativamente normal.Como ele mesmo diz, “odeficiente visual possui osoutros sentidos bem aguça-dos e isso supre a ausênciada visão”. Além disso, ocantor é muito ligado àtecnologia. Tem com-putador e celular especi-

ais, que agilizamb a s t a n t e

não só sua rotina diária, como também sua pro-dução musical. Zeca Teles acredita que a diferençanão impede que as pessoas busquem a realiza-ção em todos os sentidos da vida. “Espero quemeu esforço possa incentivar todos os portadoresde necessidades especiais", enfatiza o artista.

CONTATO: (31) 9112-0055 ou (37) 3353-1233

Artista fazapresentaçõesno estilo sertanejo ecountry

Zeca Teles iniciousua carreira musical em1987, em Iguatama, comapenas 16 anos. Segundo ocantor, nada o inspirou. Eleexplica que "musica édom... A musicalidade vemcom o tempo e vai se apri-morando".

Zeca já se apre-sentou em diversos estabeleci-mentos, como: bares,boates, teatros e ex-posições agropecuárias emMinas, Espírito Santo e SãoPaulo. Teve ahonra de di-vidir o palcocom Fernan-do Ângelo,Saulo Laran-jeira, BiquiniCavadão, Mi-lionário e José Ri-

co e Gino e Geno. Por qua-tro anos, estudou canto,mas continua investindo nasua carreira musical. Seugrande sonho é o de se in-gressar em uma faculdade.Cantor, instrumentista e in-térprete, atualmente, fazapresentações no estilo ser-tanejo e country, no bar En-genho de Minas, em BeloHorizonte.

Para Teles, seusucesso está associado nãoapenas à experiência musi-cal e de palco já consolida-da, mas, sobretudo, a umaempatia com o público e àvontade de compartilharum sentimento poético so-bre a vida e o mundo a-través das suas canções.

Mesmo sendoportador de deficiência vi-FO

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TEXTO: LILIAN LEÃO / CÁSSIO XAVIER

A trajetória de Zeca Teles

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bitavelmente, um mestre da cor. No início dosanos 80, Heleno Nunes fez várias exposiçõesmarcantes em Belo Horizonte, que resultaramna pintura de dois grandes painéis na EstaçãoRodoviária. Neste momento, seu nome ficouconsagrado definitivamente na arte e cultura deMinas Gerais.

Sua obra é marcada pelo tratamentoque ele dá às formas da figura humana. Helenoexagera no tamanho dos pés, das mãos e doscorpos. Usa expressões fortes. Gosta demostrar a dureza do trabalho rural, a fé re-ligiosa através das figuras de santos e amaternidade. Seus trabalhos já foram com-parados aos de Cândido Portinari, devido aos

traços e pinceladas expressivas e por retratar oseu próprio cotidiano. Uma de suas mais belasobras é a da Virgem Maria pintada de forma hu-manizada. Heleno Nunes é um artista forte,dono de um estilo único. Apesar de seu trabalhoser reconhecido mundialmente, nunca esque-ceu suas raízes.

CONTATO: www.helenonunes.com

Santa Ceia Caipira

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O mural da Justiça, o painel da matriz de Lagoa da Prata e telas

Em sua obra, o pintor busca humanizar o cotidianoEm sua obra, o pintor busca humanizar o cotidiano

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Heleno Nunes é conhecido na sua ter-ra natal pelo apelido de China. Nos anos 70, de-senhava histórias em quadrinhos, criando per-sonagens para o caderno infantil do jornal Esta-do de Minas - o Gurilândia. Seis anos depois,despertou-se para a pintura, reproduzindo adeusa Minerva em um painel no fórum de Lagoada Prata.

Procurando aprofundar suas técnicas,estudou as obras de vários artistas, entre eles ElGreco, Michelangelo, Portinari e Di Cavalcanti.Mas o artista que exerceu a maior influência nasua obra foi o amigo Inimá de Paula, indu-

O renomado artista plástico HelenoNunes nasceu em berço humilde na

cidade de Lagoa da Prata. Acostumado desde cedo ao trabalhosimples e árduo, nunca escondeu um

enorme desejo de desenhar e expressar o seu cotidiano sofrido,

mas repleto de princípios e valores.

A visão da humanidade segundo Heleno Nunes

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TEXTO: DALILA MARA E MARINA DUARTE

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Suaarte émarcadapor coresfor-tes e ino-vadores grafismos.Lembram ainda obrasdo surrea-lismo. Rosân-gelo afirma que sua obra éessencialmente espiritualistae filosófica. Percebe sua arte co-mo forma de expressão espiritualque serve como instrumento de re-flexão. O clima, a inspiração e a fusãode vários sentimentos num local tranquilo é

oq u e

provocasua criação

inusitada e delivre interpre-

tação. O que atéentão era tido como

simples forma de ex-pressão, sem pretensões,

adquiriu status de arte degrande valor estético e simbólico

Agora, passou a ser conhecido pormuitos.

CONTATO: rosangelorodriguesferreira@hotmail. com

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“Desde menino gosto de desen-har. Não me considero propriamentepintor, talvez faça desenhos colori-dos...”

Rosângelo RodriguesFerreira, desde criança, gosta-va de desenhar. Usavalápis ou caneta e o pa-pel que encontrasse.Natural de Formi-ga e residenteem Pains éa u t o d i -data ediz

não conhecer nada muito parecido comsua arte. Se considera um artista com es-

tilo e características próprios. Com otempo, seus desenhos iam estra-

gando ou desaparecendo. Re-solveu então conservar suas

expressões artísticas trans-ferindo-as para o euca-

tex assim como suamãe o fazia. O en-

tão desenhistase tranfor-

ma nump i n -

tor.

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TEXTO E FOTOS: VITOR LUCAS

Questão de estilo

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Natural de Piumhi (MG), Wagner AlvarengaPaixão é considerado um artista, devido ao belo trabalhoque desenvolve com pintura em muros e quadros. Tu-do começou após ter passado mais de três anos moran-do fora do Brasil. Ao retornar para a sua cidade natal,enquanto não conseguia um emprego fixo, Wagnercomeçou a pintar artisticamente. Hoje, desfruta o re-conhecimento de seu trabalho pela população pi-umhiense.

Wagner comenta que já nasceu com o dom efoi se aperfeiçoando ao longo dos anos. Em suas con-tas, já produziu mais de 100 obras, mas enfatiza quenão usa seu dom para fins comerciais. Geralmente,seus trabalhos são feitos por encomenda ou vendidosdurante as exposições. Eles costumam ficar expostos naCasa dos Contos

O artista e sua Natureza Morta

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Casa de Cultura de Piumhi, uma oportunidade queWagner acha importante por permitir que a comu-nidade local conheça um pouco mais as suas obras.

Para ele, é difícil definir o que é arte, pois ain-da considera que suas obras não atingiram o pontomáximo de maturidade. Sua grande inspiração hoje é aobra do pintor brasileiro Cândido Portinari, mas admiteter uma forte admiração pelas luzes e sombras do artistaholandês Rembrandt e do italiano Caravaggio.

Wagner não possui curso superior, mas estu-dou teatro, dança e formou-se técnico em edificações.Sua bagagem cultural é muito ampla. Ele teve a opor-tunidade de visitar mais de 16 países como França,Holanda, Egito, o que lhe proporcionou um conheci-mento diferenciado de outros povos, crenças e cos-tumes.

CONTATO: (37) 9111-6382

A versatilidade de umamão de anjo

TEXTO: JANAINA RODRIGUES / KEISCKY LUPERCIO

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África

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O artista plástico Miguel Gontijo é natural deSanto Antônio do Monte, pequena cidade do interiorde Minas Gerais, conhecida por colorir as festas do paísinteiro com os seus fogos de artifício. Foi nesta cidade,que Miguel nasceu e morou até a juventude. Mas co-mo não poderia deixar de ser, "Samonte" ficou pequena demaispara o seugrande talento, obrigando o artista a buscarnovos horizontesna capitalmineira. Apesar da distância, ele nunca cortou os vínculos com a terranatal, já que sua família aindareside na capital dos fogos.

Miguel iniciou seus estudos em Artes em1969, quando se matriculou no curso livre da Escola deBelas Artes e Artes Gráficas de Belo Horizonte da Es-cola Guignard. No entanto, ele permaneceu por umcurto período neste curso. Acabou se graduando emHistória pela faculdade de Filosofia de Belo Horizonteno ano de 1978. E depois fez pós-graduação em Arte eContemporaneidade pela UEMG - Universidade do Es-tado de Minas Gerais.

Durante sua longa trajetória artística, que jádura mais de 30 anos, Miguel participou de diversas

exposições coletivas e salões oficiais, sendo premiadoem muitos deles. Além de artista plástico, Miguel tam-bém é escritor. Sua vasta obra inclui pinturas, escul-turas e vários livros de poesia já publicados. Atual-mente, está com uma nova exposição denominada"ENQUANTO SÔ LOBO NÃO VEM". A exposição in-augurou Centro Cultural e Turístico Regional Dr. PioSoares Canêdo, em Muriaé (MG).

Em geral, seu trabalho organiza figuras, obje-tos, poesias e situações onde as características princi-pais são um humor arrebatador e um viés crítico bas-tante afiado. Sua obra é apresentada de um modo irreverente, desigual, e com uma ironia apurada sobre

o cotidiano e sobre a nature-za humana. Esse poeta

irônico das tintaspalavras e obje-

tos – talvez amelhor forma

de defini-lo– consegue

produzir obras que

apresentamuma estética

única, que ar-ticula com a for-

ma humana e bus-ca compreender o

mundo à sua volta. A quali-dade artística de Miguel Gontijo, o coloca atualmente,como um dos artistas mais criativos do país, ajudandoa elevar ainda mais, a contribuição mineira para artebrasileira. CONTATO: [email protected] ou www.miguelgontijo.com

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S: SITE DO ARTISTA

Tarja Preta (2008)

Estudo arqueológico do coelho da Mônica (2008)

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O poeta irônico das tintas,palavras e objetos

"... Minha pintura funciona como um diário. Umgrito de náufrago, um registro de bordo, que car-rego enquanto viajo, aqui, pela vida. São ano-tações, documentos de toda a ordem e espécie.

Aproprio-me de um fato, fragmento-o e reestruturo-o, onde oabsurdo torna-se cotidiano..." (Miguel Gontijo)

TEXTO: LUCAS HENRIQUE / MAIRA BORGES

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EXPEDIENTE

Vias Gerais: Guia Cultural do Centro-Oeste de Minas Gerais. Trabalho interdisciplinarproduzido pelos alunos do 3º período de Comunicação Social da PUC Minas em Arcos.Reitor da PUC Minas: Prof. Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães. Pró-Reitor Ad-junto da PUC Minas em Arcos: Professor Marcelo Leite Metzker. Coordenadora deComunicação Social: Professora Cláudia Siqueira Caetano. Textos e fotografias:Dalila Mara Silva, Marina Duarte, Lincon Martins, Marcelo Rodarte, Cássio Xavier, LucasHenrique dos Santos, Maira Borges, Gilda Teixeira, Helen Cristina da Silva,Ricardo Fon-seca, Vitor Lucas Júnior, Fábio Missaci, Janaína Rodrigues, Josiel Oliveira, Keiscky Lupér-cio, Lílian Leão, Talita Carvalho e Walter Couto. Diagramação: Lincon Martins, BrunoScaglioni e Sílvio César da Silva. Tratamento de imagem e ilustração: João Paulo For-tunato, Gustavo Borges e Luana Anselmo. Professores do período: Cláudia Siqueira,Eurides Miranda, Lívia Borges e Doris Sanabio (Professora Tutora). Arcos, junho de 2009

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