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04 - Editorial Octávio Carmo06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional14 - Internacional20 - Opinião. LOC/MTC22- Opinião. José Luis Gonçalves24 - Semana de... Lígia Silveira26 - Dossier Igreja e Deficiência

30 - Entrevista Maria Isabel do Vale54 - Multimédia56 - Estante58- Agenda60- Por estes dias62 - Programação Religiosa63 - Minuto Positivo64 - Liturgia66 - Fátima 201770 - Fundação AIS72 - LusoFonias

Foto de capa: DRFoto da contracapa: DR

AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio CarmoRedação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,Luís Filipe Santos, Sónia NevesGrafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Padre Américo AguiarPessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D1885-076 MOSCAVIDE.Tel.: 218855472; Fax: [email protected]; www.agencia.ecclesia.pt;

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Opinião

I Dia Mundial dosPobres[ver+]

Festa da Famíliano Porto[ver+]

Igreja e Pessoacom Deficiência[ver+] LOC/MTC| José Luis Gonçalves |Octávio Carmo | Manuel Barbosa |Paulo Aido Tony Neves | FernandoCassola Marques

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Portas abertas

Octávio Carmo Agência ECCLESIA

A Igreja Católica é chamada a estar na linha dafrente quando se trata de defender os maisdesprotegidos da sociedade, o que temprocurado cumprir, apesar das limitaçõeshumanas que muitas vezes a impedem de levarpor diante esse propósito.A situação das pessoas com deficiência éparticularmente relevante. As comunidadescatólicas têm a responsabilidade de ser umexemplo para a sociedade, que tantas vezesignora e maltrata a diferença. O trabalho que temvindo a ser levado a cabo em Portugal, aindaque em fase embrionária, tem como pano defundo uma dimensão fundamental, com quetodos podemos aprender e que o PapaFrancisco veio repetir em Fátima: as pessoascom deficiência não são apenas destinatáriosdesta ação pastoral, são chamados a serprotagonistas, com as suas limitações e os seustalentos.“Olhar de lado” é apenas um dos sintomas maisimediatamente identificáveis e de que muitos denós temos de nos penitenciar. O caminho apercorrer é imenso, desde as acessibilidades àcriação de materiais próprias de catequese eliturgia. Ir até aos confins da terra, em Missão, émesmo levar a Palavra de Deus a todos, semfechar as portas a quem está mais perto masprecisa de respostas específicas.Há uma temática de fundo profundamenteassociada a este campo: a defesa da vida. O

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reconhecimento da dignidade decada ser humano, concreto, e nãoda humanidade em abstrato (comose alguns fossem descartáveis semque isso afete a sociedade no seutodo), exige a atenção constante detodos os que professam esta fé.Não há vidas mais ou menos dignasde serem vividas, todas têm algo aensinar

e todas têm de ser valorizadas. Nãotoleradas ou protegidas como uma“espécie em risco”, masverdadeiramente integradas, com ascondições necessárias para quepossam exprimir o seu potencial.Não basta ter as portas abertas, épreciso que todos possam entrar etenham espaço para ficar.

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“Marcelo R. Sousa – Presidente de um povo é ser povo”Legenda do pintor mestre António Bessa no quadro do presidente da

República @Lusa

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"Daqui a pouco, o Senhor da nossa vida abençoarácom a sua Presença, caminhando connosco, no meiode nós, as pessoas, famílias, instituições e forçasvivas desta bela cidade de Vila do Conde. O pálio(pallium) de Deus atravessará a nossa cidade. O páliode Deus é o manto de Deus, os braços carinhososcom que nos abraça e nos envolve, e nos pede parafazermos outro tanto, enchendo de graça e deesperança todos os nossos irmãos.(D. Nuno Almeida, Bispo Auxiliar de Braga, na Homiliada Solenidade de Corpo de Deus, em Vila do Conde). "Com o dispêndio de 3 dias de férias salamizadas,conseguem-se 9 dias consecutivos de descanso. Nemo campeão olímpico Nelson Évora de triplo saltoatingiu tal marca".(António Bagão Félix, Publico 15 de junho de 2017) “Infelizmente, nos nossos dias - enquanto sobressaicada vez mais a riqueza descarada que se acumulanas mãos de poucos privilegiados, frequentementeacompanhada pela ilegalidade e a exploração ofensivada dignidade humana -, causa escândalo a extensãoda pobreza a grandes sectores da sociedade nomundo inteiro” (Papa Francisco, mensagem para o IDia Mundial dos Pobres) "10 de junho, dia de Portugal. De um Portugal quesabemos ser passado mas que queremos futuroindependente e livre. Independente do atraso, daignorância, da pobreza, da injustiça, da dívida, dasujeição. Livre da prepotência, da demagogia, dopensamento único, da xenofobia e do racismo”.(Presidente da República no Dia de Portugal, deCamões e das Comunidades Portuguesas)

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75, 50 e 25 anos de matrimónio: trêsfestas, uma família

O bispo do Porto presidiu estedomingo ao Dia Diocesano daFamília, onde estavam 1288 casaispara celebrar o jubileu matrimonial,três dos quais pertenciam à mesmafamília, comemorando 75, 50 e 25anos de casamento.

Natural de Espinho, o casal commais anos de matrimónio celebrou ojubileu dos 75 anos de casamento, oseu filho mais velho 50 anos e o seuprimeiro neto 25. “A vossa presençatão numerosa e o vosso testemunhotão feliz dizem-nos a centralidade

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essencial da família na sociedade ena Igreja”, disse D. AntónioFrancisco na homilia da Missa,enviada hoje à Agência ECCLESIA.Para o bispo do Porto, a família “éberço de vida e é escola decomunhão” e educa para viver “emcomunidade” e para construir“comunhão”. “Só a família é capazde nos preparar para vencer oindividualismo que asfixia e mata,cultiva ódios, envenena as relaçõessaudáveis e corrompe os sonhos deuma humanidade feliz”, sublinhou.“A família é horizonte de futuro quediariamente abre caminho aoamanhã, continuado e perpetuadonos vossos filhos ou naqueles aquem os casais sem filhos se dãopor inteiro numa entrega sem limitese numa generosidade semfronteiras”, acrescentou o bispo doPorto, que apresentou aos casaispresentes as ideias fundamentaisda exortação apostólica do PapaFrancisco “A Alegria do Amor”,sobre a família.Destaque especial, na homilia dobispo do Porto, para o número 29da “alegria do amor”, que citou,dizendo que “a família é chamada a

compartilhar a oração diária, aleitura da Palavra de Deus e acomunhão eucarística, para fazercrescer o amor e a tornar-se cadavez mais um templo onde habita oEspírito”.Num comunicado enviado à AgênciaECCLESIA, o SecretariadoDiocesano da Pastoral Familiar doPorto refere que o 16º DiaDiocesano das Famílias decorreu noúltimo domingo, dia da SantíssimaTrindade, no Centro de Desportos eCongressos de Matosinhos, sob olema “Matrimónio, um caminho dealegria”.No fim da Missa, os casais quecelebram 10, 25, 50 e 75 anos dematrimónio receberam os“respetivos diplomas de participaçãoque foram distribuídos pelo bispodiocesano, pelos seus auxiliares ealguns sacerdotes destacados paraesta tarefa”, refere o SecretariadoDiocesano da Pastoral Familiar.O assistente espiritual doSecretariado Diocesano da PastoralFamiliar, padre Emanuel Brandão,comunicou no fim do encontro que oDia Diocesano da Família de 2018será no último domingo de maio, dia27, no Pavilhão Multiusos deGondomar.

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Irmandade dos Clérigos assinaprotocolos com UniversidadeCatólicaA Irmandade dos Clérigos e aUniversidade Católica Portuguesaassinaram quatro protocolos decooperação para apoiar alunos eminvestigação para mestrado epublicações sobre Teologia e sobreo “pensamento portuense”.Os documentos que regulamentamos apoios da Irmandade dosClérigos à Universidade CatólicaPortuguesa (UCP) foram assinadospelo padre Américo Aguiar,presidente da Irmandade, e IsabelCapeloa Gil, reitora da UCP.Em declarações à AgênciaECCLESIA, o padre Américo Aguiarafirmou que, com estes protocolos,a Irmandade dos Clérigos “alarga aresponsabilidade social” à"atividade de ensino, educação eformação” e presta homenagem aos“bispos do Porto que estiveramassociados à criação da UCP”.A Bolsa de Mérito D. Júlio TavaresRebimbas, Arcebispo-Bispo do Portodestina-se ao apoio de um alunoque realize o mestrado na Escoladas Artes da UCP e investigue umassunto “ligado à Diocese do Porto,tanto geográfica comojurisdicionalmente”,

referiu o presidente da Irmandadedos Clérigos.O padre Américo Aguiar referiu, poroutro lado, que a fundo D. ArmindoLopes Coelho tem por objetivoapoiar um aluno “oriundo da áreametropolitana do Porto” e que faça omestrado em “cultura e gestãocultural”.O fundo D. António Ferreira Gomesvisa apoiar as publicações doCentro de Investigação em Teologiae Estudos de Religião (CITER). Oquarto protocolo entre a Irmandadedos Clérigos e a UniversidadeCatólica Portuguesa regulamenta ofundo Cónego Ângelo Alves, falecidorecentemente no Porto, e apoiapublicações sobre o “pensamentoportuense”.Para o padre Américo Aguiar, osprotocolos assinados entre aIrmandade dos Clérigos e aUniversidade Católica Portuguesa,na sequência dos que já foramassumidos com a Universidade doPorto, são uma forma de “tratar do10

Dia Diocesano do Catequista noFunchal

A Paróquia do Curral das Freiras,na Madeira, recebeu este sábadocentenas de pessoas para o DiaDiocesano do Catequista, este anodedicado ao tema “liturgia ecatequese”. O encontro contou comuma conferência do cónego LuísManuel Pereira da Silva,especialista em Liturgia e docentena Universidade CatólicaPortuguesa, que lembrou as várias“interpelações” colocadas pelaliturgia à vida da Igreja, ao mesmotempo que alertou para o perigo deuma “catequese que não inicia àliturgia” não promove a “celebraçãoda fé”.“A liturgia é a história da salvaçãono hoje da Igreja; é a celebração domistério pascal de Cristo; é apresença e ação de Cristo nacomunidade cristã que celebra; éuma ação conjunta

de Cristo e da Igreja; e é (já) um pré-saborear da liturgia do céu”, referiuo sacerdote, segundo comunicadoenviado à Agência ECCLESIA pelaDiocese do Funchal.O cónego Luís Manuel Pereira daSilva, pároco da Sé de Lisboa,realçou que a “catequese é paracelebrar”, pelo que é fundamentalque os catequizandos “apreendam omistério central da fé” para uma“vivência em comunidade” que se“transforme em vida”.O evento pelo Departamento deCatequese, dirigido pelo padreHéctor Figueira, instituiu-se com aentrada de D. António Carrilho nadiocese (maio de 2007) e ao longodestes anos tem-se realizado emvárias localidades da Madeira, “emclima de convívio e de festa”,incluindo a homenagem acatequistas com 25 e 50 anos aoserviço das comunidadesparoquiais.

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Porto, são uma forma de “tratar dofuturo”, apostando no “ensino,educação e formação”.

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizadosem www.agencia.ecclesia.pt

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Faleceu frei Francolino Gonçalves, biblista português

Igreja de Santo António, em Lisboa

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I Dia Mundial dos Pobres desafiaIgrejae sociedade à mudança

O Papa criticou a “riquezadescarada” de uma minoria de“privilegiados” que agrava os níveisde pobreza, a nível mundial, numamensagem divulgada pelo Vaticano.“Infelizmente, nos nossos dias -enquanto sobressai cada vez mais

a riqueza descarada que seacumula nas mãos de poucosprivilegiados, frequentementeacompanhada pela ilegalidade e aexploração ofensiva da dignidadehumana -, causa escândalo aextensão da pobreza a grandessectores da sociedade no mundo

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inteiro”, escreve, no texto dedicadoà celebração do I Dia Mundial dosPobres.Esta iniciativa que a Igreja Católicavai passar a assinalar no penúltimodomingo do seu ano litúrgico (19 denovembro, em 2017) foi umadecisão anunciada por Francisco naconclusão do Jubileu daMisericórdia (dezembro 2015-novembro 2016). “Se desejamos daro nosso contributo eficaz para amudança da história, gerandoverdadeiro desenvolvimento, énecessário escutar o grito dospobres e comprometermo-nos aerguê-los do seu estado demarginalização”, sustenta o Papa.Francisco recorda os que sofremcom a “marginalização, a opressão,a violência, as torturas e a prisão,pela guerra, a privação da liberdadee da dignidade, pela ignorância e oanalfabetismo, pela emergênciasanitária e a falta de trabalho, pelotráfico de pessoas e a escravidão,pelo exílio e a miséria, pelamigração forçada”.A mensagem pontifícia sublinha queo atual cenário de desigualdades epobreza não pode deixar ninguém“resignado”. Francisco sublinha queesta nova data nas comunidades

católicas quer levá-las a estar maisperto dos “últimos e os maiscarenciados”, como consequênciada “predileção de Jesus pelospobres”.“Não amemos com palavras, mascom obras”, apela, antes de pedir“um verdadeiro encontro com ospobres”.O Papa apresenta uma reflexãosobre a centralidade da pobreza nosEvangelhos e na Teologia católica,com elogioso a todos os que, nahistória da Igreja, “ofereceram a suavida ao serviço dos pobres”. A figuraescolhida como “testemunha dapobreza genuína” é São Franciscode Assis, que fundou a Ordem dosFrades Menores (franciscanos) em1209.“A pobreza é uma atitude docoração que impede de concebercomo objetivo de vida e condiçãopara a felicidade o dinheiro, acarreira e o luxo”, precisa amensagem.O Papa fala nas consequênciasdramáticas “da avidez de poucos eda indiferença generalizada”,alargando o convite de celebrar esteDia Mundial dos Pobres a todos,independentemente da suapertença religiosa.

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Missa leva sempre à MissãoO bispo de Bragança-Mirandaafirmou no Primeiro CongressoEucarístico Nacional de Angola que“a Missa leva sempre à Missão” eque são necessários “novosevangelizadores”. “Precisamos denovos evangelizadores para aEvangelização. Não podemosenfrentar os desafios de hoje comrespostas de ontem”, disse D. JoséCordeiro durante conferência,enviada à Agência ECCLESIA.O bispo de Bragança-Mirandaparticipa no Primeiro CongressoEucarístico de Angola e fez umacomunicação no segundo dia dostrabalhos sobre o tema“Evangelizado, evangeliza”.D. José Cordeiro considera lembrouque “o grande desafio” continua aser passar “da (de)missão à missãode evangelizar”, afirmou que“ensinar o Evangelho, significaapresentar sinais e chavesinterpretativas para o viver” esublinhou que “ninguém o podefazer se o não viver primeiro”.O bispo de Bragança-Miranda epresidente da Comissão EpiscopalLiturgia e Espiritualidade, naConferência Episcopal Portuguesa,recordou a centralidade e oprincípio da presença contínua” daPalavra de Deus em todas as açõeslitúrgicas,

afirmando que “está ultrapassada avisão redutiva que olhava a Liturgiada Palavra como preparação àLiturgia eucarística”. “A Liturgia daPalavra é parte integrante econstitutiva da celebração daEucaristia e em relação com aLiturgia eucarística forma todo umconjunto”, referiu.D. José Cordeiro, natural de Angola,sublinhou que “evangelizar é amaior alegria da Igreja” e “sermissionário é ser discípulomissionado no Evangelho daEsperança”.O Primeiro Congresso Eucarísticode Angola decorre na cidade doHuambo até ao próximo dia 18,tendo como tema "Reconheceram-no ao partir do Pão”. O evento éorganizado pela ConferênciaEpiscopal de Angola e São Tomé(CEAST) para assinalar os 150 anosda segunda fase da evangelizaçãode Angola.

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Eucaristia para uma AngolaeucarísticaO enviado extraordinário do Papaao Congresso Eucarístico de Angolaafirmou que a Eucaristia vive-se naevangelização, família e na criação,referindo, com o Papa Francisco,que “a criação encontra a sua maiorelevação na Eucaristia”. “Arevelação cristã, eucaristicamentecentrada e celebrada, requer ocompromisso duma ecologiaintegral”, disse D. Manuel Clementena última conferência do simpósiopromovido no âmbito do PrimeiroCongresso Eucarístico NacionalAngola (CENA).O cardeal-patriarca de Lisboa epresidente da ConferênciaEpiscopal Portuguesa foi nomeadoenviado extraordinário do Papa aoCENA, que decorre na cidade doHuambo entre os dias 12 e 18 dejunho.Na intervenção que encerrou trêsdias de um simpósio, D. ManuelClemente abordou o tema“Eucaristia e evangelização”, a partirdas propostas do Papa Franciscona exortação apostólica “EvangeliiGaudium”, sobre “o anúncio doEvangelho no mundo atual”,Eucaristia e família, referindo -se àexortação apostólica pós-sinodal“Amoris Laetitia”, sobre “o amor nafamília” e “Eucaristia e criação”,

fundamentando-se na encíclica“Laudato si’”.Para o cardeal-patriarca de Lisboa,na Eucaristia “tudo é assumido pelopróprio Deus” com “um olharnovíssimo sobre a realidade inteira,do micro ao macrocosmo, da físicadas coisas à metafísica dos seusporquês e à verdade do seusignificado”.D. Manuel Clemente recordou que“a questão ecológica se tornouinadiável e decisiva para o futuro dahumanidade no seu conjunto” edesafiou a uma “verdadeiraeducação ambiental” como sendo a“melhor base para garantir políticascorretas e eficazes”, referindo que ocristianismo tem uma propostaecológica”, traduzida na ligaçãoentre “Eucaristia, criação e cuidadoecológico”.

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Sínodo 2018: Vaticano cria site para dialogar com os jovens

Audiência Geral de 14 de junho

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A paz não acontece sem justiça

LOC/MTC Movimento de trabalhadores Cristãos

“25 de abril hoje: desafios cívicos, sociais epolíticos para os cristãos” foi o tema do debatepromovido pela LOC/MTC – Movimento deTrabalhadores Cristãos, da Diocese de Coimbrae realizado no passado dia 5 de maio. Estainiciativa congregou, também, um conjunto deorganizações cristãs da diocese de Coimbra,como a Comissão Diocesana Justiça e Paz, aCáritas, a Ação Católica Rural, as FraternidadesLeigas de São Domingos, a Base Fut e várioscristãos.Recordando que o 25 de abril fez desencadearhá 43 anos um fenómeno de esperança, semprecedentes, na sociedade portuguesa,queremos salientar o dever que temos –enquanto cristãos – em não deixar que amemória desapareça. O fim da guerra colonial,da tortura e das perseguições políticas, mastambém os enormes avanços alcançados nosdireitos das mulheres, são conquistas quequeremos continuar a celebrar e que nos fazempensar no muito que ainda há por fazer.Pertencemos, ainda, a uma sociedade que viveanestesiada face aos problemas atuais, quedificilmente se condói com o mal que não lhe épróximo, que não a atinge diretamente.A paz não acontece sem justiça, e sóalcançaremos um mundo mais pacífico seconseguirmos combater as grandesdesigualdades, que crescem a cada dia quepassa.Afirmar que a corrupção é a causa de muitosdestes males não chega. É preciso contribuirpara a sua efetiva condenação social nas opçõesque fazemos no nosso dia-a-dia. E se, por umlado, o

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problema dos refugiados e dasmigrações nos desperta maisreceios do que solidariedade – evontade de construir a paz –, poroutro, a falta de soluções para odesemprego, que afeta sobretudoos mais jovens, impede muitos deviver plenamente a liberdadeconquistada em Abril.A mudança é urgente, tem deacontecer no terreno, sendonecessário alterar as estruturas quealimentam os problemas — aindaque a enorme quantidade depessoas que sofre privações nãopossa esperar e precise de umaresposta solidária hoje. Contudo,trabalhar quotidianamente comsituações concretas é duro, nemsempre a realidade é bonita.A denúncia e identificação dassituações de injustiça e carência éindispensável, mas não é suficiente.Urge ir mais além. Nada resolvedizer “são os jovens de hoje” ou“não temos culpa”, é necessárioenvolvermo-nos, sentirmo-nosresponsáveis por promover amudança. Ser responsável significaresponder. O que responderíamos aCristo: “eu era aquele jovem queandava perdido”?O Evangelho aponta-nos o caminho,

desafia-nos a reconhecer, no rostodo outro, um irmão. O mesmo nossublinha o Papa Francisco em 2015no discurso aos MovimentosPopulares na Bolívia. Pelo que nãopodemos perder de vista a direçãoque queremos seguir. E emboratenhamos pela frente um conjuntode reptos concretos e imediatos,devemos apostar na construção desoluções a longo prazo. Porqueafirmar que todas as pessoas têmdireito a uma vida vivida comdignidade não é compatível com amanutenção dos “pobrezinhos aquem devemos ajudar”.É preciso estar onde se resolvam osproblemas. Também na política.«Envolver-se na política é umaobrigação para um cristão. Nós, oscristãos não podemos fazer dePilatos e lavar as mãos, nãopodemos! Temos de participar napolítica, porque a política é uma dasformas mais altas de caridade.Porque procura o bem comum.(…)». Afirmou o Papa Francisco emsetembro de 2013, convite quereiterou, nos 150 anos da AçãoCatólica.

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Uma mudança de Época

José Luís Gonçalves Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti

A natureza e a cadência/duração dosacontecimentos em que, contemporaneamente,vivemos mergulhados não deixam dúvidas: maisdo que ‘perdidos’ numa época de grandesmudanças, ‘encontramo-nos’ numa profundamudança de época! Quer isto dizer que osesquemas de pensamento e de ação pessoais ecoletivos que nos guiaram até há poucos anosatrás parecem já não conseguir explicar tudo oque está a acontecer na nova (des)ordem que seestá a instalar.Desde o início deste século, alguns dosacontecimentos mais emblemáticos (e.g.,ataques do 11 de setembro, crise financeira nosEUA e na Europa, crise de refugiados, Brexit,etc.) precipitaram mudanças paradigmáticas quehá muito se vinham a desenhar nas váriasesferas da vida coletiva e pessoal. Senão,vejamos: passamos a viver em democraciasvoláteis e esvaziadas de utopias (não deideologias) e prenhes de uma grave crise dematuração, de confiança e de liderançasinspiradoras; encontramo-nos num processo deprofunda alteração da conceção de trabalho e deemprego (e. g., robotização); na área daeducação, e pela primeira vez na História, nãosabemos o que ensinar aos jovens, no dizer deYuval Harari; o capitalismo (económico,financeiro e cultural) enraizou-se nas váriasesferas de vida transformando processos emprodutos, onde já só interessa adquirir umserviço, uma mercadoria ou alcançar umresultado; no mundo da informação, instalou-se adesconfiança quanto à veracidade

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das notícias e uma boa parte dosmedia transformou-se em espaço daexploração da vida privada aoserviço do voyeurismo coletivo...Como dizia Paul Virilio, o mundoatual já não oferece estabilidade eencontra-se a deslizar de formacontínua, a esvair-sesilenciosamente. Este mundo foidissolvendo progressivamente asantigas instâncias doadoras desentido e de ordem e, sem elas,refez-se a agenda dos assuntos apriorizar em cada dia, tornando-nosórfãos de quem lhes determine oseu valor e a sua utilidade. Por faltade referências, temos dificuldadesem dar nome ao tempo presente,apelidando-o ora de modernidadelíquida, de hipermodernidade oude mundo pós-humano. Entramos,pois, num tempo desconhecido, queé percecionado como ameaça e,neste contexto, optamos por gerir oquotidiano porque o futuro já não

parece ser um lugar que se queiraperseguir.Vivemos tempos marcados pelosigno da crise, entendida comotempo de transição de modelos e deparadigmas. A etimologia da palavra‘crise’ aponta para significadospróximos de momento de decisão,risco e, simultaneamente,oportunidade, convergindoigualmente no sentido de apontarpara a faculdade de julgar, para oato de separar para permitirdistinguir e escolher, enfim, para acapacidade de realizar umdiscernimento. A complexidade domomento atual e o poucodistanciamento histórico que aindatemos face aos acontecimentosrecentes não tornam possívelavaliar os impactos que algumasforças estão a exercer sobre a vidapessoal e social. Com Kuhn, valeráa pena aceitar humildemente que aimportância das crises decorre deserem estas a indicar que chegou omomento para a renovação dasferramentas…

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Um Deus quebrado

Ligia Silveira Agência ECCLESIA

Há alguns anos a revista «Família Cristã»apresentou uma rubrica intitulada «LeigosEmpenhados», onde testemunhos variadosmostravam diferentes carismas do ser laical emIgreja. Ecumenismo, abertura à pastoral digital,voluntariado, ministério de leitor, celebração dapalavra com leigos e pastoral da pessoa comdeficiência figuraram nesse pequeno grupo de12 testemunhos que tive oportunidade deconhecer. Alguns deles ainda me acompanhamcomo é o caso de Alice Cabral que me falou doMovimento Fé e Luz, criado por Jean Vanier eMarie-Hélène Mathieu nas últimas décadas doséculo XX, com o objetivo de integrar pessoascom deficiência na sociedade e no ambienteeclesial.Profundamente empenhada na comunidade Fé eLuz de Évora, Alice partilhou comigo a sua vidacom o filho Wadid Francisco Sidarus, Dido paraos amigos, portador de deficiência mentalprofunda e uma epilepsia muito grave. Viria afalecer, mas a sua vida foi um ensinamento e aespiritualidade um manifesto toque de Deus.Recordo um excerto desse trabalho de 2009:«Dido faleceu com 36 anos, há pouco mais deum ano. (…) “Algumas pessoas dizem-me que foium alívio, mas eu não pedi para ser aliviada enão precisava para nada desse alívio. Foi muitomais o que recebi dele do que o que eu sei queele recebeu de mim”. Reconhecendo que nuncapercebeu bem os sinais de espiritualidade que oDido transmitia, Alice explica que o sentia comoum sacramento. “Muito cedo achei que ele era

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uma imagem muito próxima, apesarde tão quebrada, de Deus”.Um dos momentos “mais fantásticos”que Alice recorda acontecia à horade deitar. “Já crescido, o Dido ficavamuito aninhado na cama e por maisirritados ou stressados queestivéssemos, ele olhava-nos comuma doçura tão grande que geravauma paz enorme. Eu sentia queaquele momento era a imagem doacolhimento de Deus”.Recordo aqui este testemunho apropósito da peregrinação jubilardas pessoas com deficiência aoSantuário de Fátima, no próximofim-de-semana. Este tem sido umtrabalho paulatinamente realizadopor um serviço nacional criado emnovembro de 2010. Algumasdioceses ainda

se estão a organizar na resposta adar a esta realidade que é tãoantiga como o ser humano.A minha semana foi passada entre aprocura de respostas pastorais e arecordação deste “Deus quebrado”que nos quer falar mas que tantasvezes não encontra lugar numaIgreja que quer ser inclusiva.Ao longo da próxima semana oprograma de rádio da Ecclesia naAntena 1 vai mostrar a vivênciafamiliar que a Casa de Betâniaproporciona; vai perceber, comCesariano Martins, como a diocesedo Algarve tem dado passos nasrespostas inclusivas que procura; efalar com Tiago Varanda, umseminarista cego da Arquidiocese deBraga que se prepara para osacerdócio.

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A Igreja Católica foi desafiada por Jesus Cristo a ir atéaos confins do mundo. O Papa Francisco tem repetido apelos a um

trabalho junto das periferias existenciais, aos mais excluídos dos excluídos.Neste esforço de não deixar ninguém de fora ganha relevo a preocupação

deir ao encontro e integrar as pessoas com deficiência. O tema está no centro

deste dossier do Semanário ECCLESIA, tendo como pano de fundo aperegrinação jubilar ao Santuário de Fátima, com testemunhos deresponsáveis do Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência e da

Fraternidade Cristã dos Doentes Crónicos e Deficientes Físicos, do bispo doAlgarve ou de um seminarista de Braga, cego, na reta final da sua

preparação para o sacerdócio. Todos unidos no desejo de uma Igreja queacolha todos ativamente e onde cada um partilhe, sem barreiras,

potencialidades e fragilidades.

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Acolher e integrar as pessoas com deficiência

Temos de mudar os corações um aum Isabel Vale é diretora do Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência criadopela Conferência Episcopal Portuguesa em novembro de 2010. Nos dias 17e 18 o SPPD promove a peregrinação jubilar das pessoas com deficiência aoSantuário de Fátima e espera que este acontecimento seja uma ocasião demudança na forma como a Igreja Católica acolhe e integra 17% dapopulação portuguesa nas comunidades cristãs, que em muitos casos tempermanecido à margem Agência Ecclesia (AE) – Em quecircunstâncias surge o ServiçoPastoral a Pessoas com Deficiência(SPPD)Isabel Vale (IV) – Surge da vontademaravilhosa e férrea de AliceCaldeira Cabral que, tendo um filhocom uma deficiência grave epertencendo ao Movimento Fé eLuz, não se conformava por nãohaver um serviço da Igreja Católicaem Portugal que tomasse a sérioesta problemática. AE – Sem esse serviço, as pessoascom deficiência eram esquecidas napastoral da Igreja Católica?IV – Não propriamente esquecidas,porque há bastantes anos há doismovimentos da Igreja Católica parapessoas com deficiência: aFraternidade Cristã de DoentesCrónicos e Deficientes Físicos e oMovimento Fé e Luz, que já tem 40anos em Portugal (a Fraternidadetem mais). São movimentos daspessoas

com deficiência e com pessoas comdeficiência.Em causa estava era um olhardiferente: como é que na Igrejaacolhemos e ouvimos as pessoascom deficiência. E aí é que haviauma grande desatenção, uma vezque apenas existiam comunidadesdos movimentos, que seimplementaram aqui e acolá (noNorte, por exemplo, as comunidadesFé e Luz têm crescido muito porcausa da experiência dosseminaristas que, durante um anono tempo de formação,acompanhavam uma comunidadeFé e Luz). AE – A primeira aposta do SPPD foi,antes de tudo, sensibilizar aslideranças pastorais para estesetor?IV – Claramente! Sendo um serviçopastoral, dirigimos-mos aos agentesde pastoral que são, de algumamaneira, os párocos. Mas issodepende sobretudo da formação!

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17% da populaçãoportuguesa é deficienteAE – De que população estamos afalar?IV – De acordo com o Eurostat, 17%da população portuguesa temalguma deficiência (2% desses têmalguma incapacidade por causa daidade). Esta é a média europeia ePortugal não está fora. É umapercentagem igual à taxa depobreza e superior à dosdesempregados. São realidadesque, na sua grande dimensão, sãocompletamente esquecidas nasociedade, nomeadamente naIgreja.Grande parte dos pobres sãopessoas com deficiência, porquenão têm capacidade de seautossustentar, e o mesmo se passacom os desempregados. Por isso,quando falamos em determinadasfaixas da sociedade, não estamos aidentificar aí as pessoas comdeficiência. AE – São números que desafiarama Conferência Episcopal para criaro SPPD?IV – Penso que foi a partir dapressão da Alice Caldeira Cabralque se foi gerando uma consciênciana Conferência EpiscopalPortuguesa (CEP) para este tema.O senhor

D. Carlos Azevedo teve um papelmuito importante porque ele próprio,enquanto pároco, tinhaacompanhado comunidades Fé eLuz e estava na Comissão Episcopaldeste setor, a da Pastoral Social. Elefez a proposta à CEP da criaçãodeste serviço que, para além doapoio, teve a manifestação dapreocupação por parte de algunsbispos que nos disseram: “isso naminha diocese é um problema gravee precisamos de instituir esseserviço”. AE – Como abordar este setor dapastoral, que estratégias para umapastoral com pessoas comdeficiência? IV - O problema que se prende coma deficiência é a sua diversidade,por um lado, e por outro, sabercomo nos situamos face àdeficiência. Será que as pessoascom deficiência precisam donosso olhar solidário dando-lhescoisas? Ou, pelo contrário, sãocristãos batizados de plenodireito, que têm um papel ativoque nós temos de ouvir eacolher? AE – Mais do que destinatáriosdeste serviço, são os seusprotagonistas…IV – É evidente! Nas diversasequipas há pessoas com deficiência,que também são os protagonistasdeste serviço.

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AE – Como foi a implantação desteserviço nas várias dioceses?IV – Costumo dizer: “dêem-me umaalavanca e um ponto de apoio e eulevantarei o mundo”. A alavanca éeste serviço pastoral. Só nos faltampontos de apoio nas 20 dioceses,onde temos senhores bispos que setêm visto

aflitos para encontrar um ponto deapoio. Na Guarda, por exemplo, temsido o próprio bispo diocesano oponto de apoio e 45 pessoas dadiocese vão à peregrinaçãonacional, a Fátima. Depois, as maisde 3000 paróquias: sóprecisávamos de uma pessoa emcada paróquia.

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Trata-se de mudar o olhar daIgreja Católica, a maneira de noscruzarmos com as pessoas comdeficiência e darmos-lhe oslugares devidos. O que significamudar os corações, um a um. AE – Mas porque é difícil essamudança: há indiferença em relaçãoàs pessoas com a deficiência?IV – O Jean Vanier diz que tambémhá o medo de olhar. Não é só adiferença, que é muita e é o piorpecado, como diz o Papa Francisco.

Indiferença e medoAE – Trata-se de ter medo daameaça da deficiência?IV – Penso que é o medo deenfrentarmos a nossa finitude e anossa limitação. Todos nos damosconta de que somos finitos elimitados, somos frágeis e a vidaameaça-nos com a fragilidade, até àfragilidade última que é a morte. Nasociedade, por outro lado, prevaleceo ídolo da perfeição.

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AE – Que enriquecimentoencontramos na deficiência?IV – As pessoas com deficiênciaquerem ser protagonistas doseu destino, da sua voz naIgreja, têm dons para nos dar, têmcapacidade de se exprimirem emformas diferentes. O que é difícilpara a Igreja, que gosta de tudomuito organizado. Se nosdeparamos com uma cadeira derodas e é preciso pegar nela aocolo para subir três degraus, isso jános desorganiza e é mais fácil dizer“fique na rua”. Mas não haverá trêsrapazes ou raparigas que peguemna cadeira de rodas e a coloquemonde é preciso? Claro que é precisohaver acessibilidades, rampas…Mas, no limite, temos braços,coração e cabeça para resolver osproblemas. AE – E essa é a grande conversão,dos corações, mais do que dosespaços?IV – São as duas necessárias!Quando se convertem os espaços,verifica-se que o que é bom para aspessoas com deficiência é bom paratoda a gente. Por exemplo rampaspara levar um carrinho de comprasou de criança ou o elevador parasubir uns andares com compras…A acessibilidade é para todos ehumaniza o mundo. Este é umdos

exemplos do bem que as pessoascom deficiência nos podem ensinar:o que é bom para nós é bom paravocês! Vocês andam a perder. Arelação entre todas as pessoas levaao que nunca tínhamos imaginado eajuda a concretizar sonhos! AE – Em quantas dioceses está oSPPD?IV – Está formalizado, com equipasdiocesanas, em Bragança-Miranda,Algarve, Portalegre-Castelo Brancoe Lisboa. AE – As outras dioceses não têm asportas fechadas ao assunto?IV – Não! Há muitas outras diocesesque vêm à peregrinação a Fátima:da Diocese de Angra vêm 7pessoas, um grupo grande de VilaReal, 55 pessoas de Viseu, 45 daGuarda, 50 de Bragança, o Porto eBraga vêm inseridos naFraternidade e em comunidades Fée Luz, por ser mais fácil aorganização, do Algarve vêmtambém 50 pessoas, Évora,Santarém, etc.

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Peregrinação jubilar daspessoas com deficiênciaao Santuário de FátimaAE – Que relevância tem estaPeregrinação jubilar das pessoascom deficiência ao Santuário deFátima?IV – Vai ser um marco parasensibilizar, envolver e procura decaminhos. É mesmo umaperegrinação! Pusemo-nos acaminho há dois anos para chegar aeste número de participantes: 400.Queremos que cada um participecomo pode. E sabemos que é tudomuito caro: os transportesadaptados, que exigem apoio dascâmaras, das instituições e esforçopara contornar os obstáculos quesurgem.Há um mês e pouco os váriosgrupos começaram a enviarpropostas de participação. E nósqueremos que todos participem, queninguém fique de fora. AE – A peregrinação pode ajudar àformalização do SPPD nas restantesdioceses?IV – Sim. Há grupos que instituíramuma comissão “ad hoc” para aperegrinação para, num segundomomento, pensarem na criaçãodas

equipas. Creio que estaperegrinação pode ser uma formade se encontrarem os “pontos deapoio” que são necessários. AE – O objetivo do SPPD éconsiderar igualmente todas aspessoas nas propostas pastoraisdas comunidades?IV – Igualdade tem de significartratar igual o que é igual e diferenteo que é diferente. É necessárioreconhecer as diferenças e,reconhecendo-as, não excluirninguém por ser diferente. O quenem sempre é fácil, porque muitasvezes dizemos “isto é igual paratodos!” Igual de oportunidades e dereconhecimento, mas asparticipações podem ser diferentes,a maneira de exprimir é diferente,assim como o diálogo e o que sepode esperar de cada um. AE – Como se deve enquadrar aparticipação nos sacramentos daspessoas com deficiência?IV – A participação nos sacramentosprende-se à pertença e à vivênciana Igreja. É importante haver umacatequese adaptada, que oscatequistas tenham uma formação. E também importante que nãofiquem

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perdidas as experiênciasinteressantes de integração decrianças ou adultos que já existem.E esse é um dos objetivos do nossoserviço: recolher informação,experiências. Como não queremosque cada pessoa com deficiênciafique sozinha, também nãoqueremos que os catequistasfiquem sozinhas. AE – Mas como encaminhar aspessoas com deficiência no acessoaos sacramentos?

IV – Se alguém se preocupou em irao encontro das pessoas comdeficiência foi Jesus Cristo, que foiao encontro dos cegos, dos surdos,dos leprosos...Podemos ter um olhar sobre ascapacidades de compreensão decada um de nós acerca dossacramentos ou assumirmos que osacramento é um sinal eficaz dagraça. E nesse caso, a eficácia nãoestá na capacidade intelectual dequem o recebe, mas em NossaSenhor Jesus Cristo.

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Se a participação de uma criançana missa é a sua capacidade deestar muito controlada e ter ocomportamento esperado, hácrianças que nunca vão à missa.É necessário que as comunidadesreconheçam uma criança ou umadulto e a sua forma particular dese exprimir, nem que seja com umgrito em determinada altura damissa, que toda a gente acaba porreconhecer, como o momento maisimportante onde se exprime comopode.Percebe-se, nessas ocasiões, queessa pessoa é sacramento para acomunidade, é presença de Jesusna comunidade.Não há nada do ponto de vistaformal na Igreja Católica que excluauma pessoa com deficiência. Ocomplicado é gerir as informaçõesestando distantes, uma vez que àmedida que conhecemos aspessoas com deficiência, tudo seresolve. AE – Que projetos tem o SPPD,para além do desejo de, a breveprazo, as equipas diocesanaspossam estar a funcionar?IV – Há um aspeto muito importante:o papel e a responsabilidade

dos meios de comunicação social.As referências e a ajuda daEcclesia, por exemplo, tem tidomuito importante! Temos tido umagrande proximidade com os meiosde comunicação social, e aindabem! Obrigado!Depois, temos o exemplo deorganismos internacionais que nospodem inspirar, nomeadamente aConferência Episcopal Italiana, quetem um departamento para pessoascom deficiência em cada ComissãoEpiscopal, onde o catecismo estádisponível com todos os tipos decomunicação, na mesma edição, embraile e também na linguagem dossímbolos, que permite a participaçãode outras pessoas.Depois, o Santuário de Lourdes temum serviço permanente deacolhimento a pessoas comdeficiência muito interessante queseria bom ver replicado em Fátima.Eles estão disponíveis par anosajudar!

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Pessoas com deficiênciaperegrinam à Cova da IriaO Serviço Pastoral a Pessoas comDeficiência, da Igreja Católica emPortugal, dinamiza a suaperegrinação ao Santuário deFátima, entre 16 e 18 de junho, como tema ‘Caminhar Na Luz E NaAlegria – Ser Igreja Para Todos’. “Aperegrinação nacional resulta dapreocupação da Igreja portuguesacom a invisibilidade das pessoascom deficiência”, afirma aorganização.‘Caminhar Na Luz E Na Alegria – SerIgreja Para Todos’ é o tema daPeregrinação Jubilar das Pessoascom Deficiência, Famílias eInstituições, entre 16 e 18 de junho,a Fátima.Segundo o programa, a sessão deabertura é às 10h00 de dia 17 dejunho, com D. José Traquina, bispoauxiliar de Lisboa, e o tema ‘Igrejapara todos: Caminho emperegrinação’, no Salão Bom Pastor,no Centro Paulo VI.Meia hora depois, o tema ‘Igrejaperegrina na luz e na alegria’ juntanum painel o padre Jesuíta PauloDuarte numa conversa com AméricoAzevedo e os pais do Bernardo,Carmo e Rui Diniz, antes da sessãointerativa ‘todos temos luz para dar’.Na tarde do dia 17 de junhodestaca-se

ainda a partir das 15h00 o painelque vai juntar a Fraternidade Cristãde Doentes Crónicos e Deficientesfísicos (FCD) da Pastoral da Saúde,o Movimento Fé e Luz, da Pastoralda Família, e a equipa do ServiçoPastoral a Pessoa com Deficiênciada Diocese de Bragança-Miranda.A irmã Ângela Coelho, daCongregação da Aliança de SantaMaria, vai apresentar o aconferência ‘Fátima, mensagem deLuz e de Paz’, às 16h30 e aEucaristia, presidida por D. JoséTraquina, começa às 18h00.O último dia da peregrinação doServiço Pastoral a Pessoas comDeficiência vai começar com umaperegrinação simbólica da rotundaSul, a partir das 09h00.Às 11h00, o convite é para uma‘festa da Luz e da Alegria’ que vaiser apresentada pelas dioceses,movimentos e instituições, comcoros, música, testemunhos,encenações.O arcebispo de Braga, D. JorgeOrtiga, vai presidir à Eucaristia deencerramento da PeregrinaçãoJubilar das Pessoas com Deficiênciaao Santuário de Fátima, às 15h00de 18 de junho, na Basílica daSantíssima Trindade.

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É possível fazer uma grandeevangelização estando numa cama

Manuela Silva, secretária domovimento internacional‘Fraternidade Cristã dos DoentesCrónicos e Deficientes Físicos’,defende que a Igreja Católica temde ouvir estas pessoas, para quepossam “pôr a render os seustalentos”.“É possível fazer uma grandeevangelização estando numa cama,deitadas”, porque às vezes bastaum sorriso, refere à AgênciaECCLESIA.A responsável, cega, considera que

a Igreja tem de entender que aspessoas com deficiência “não sãomeros rezadores”, mas “podem ouviros outros, pessoas que estão maisem baixo, pelo telefone”, porexemplo.“Temos a experiência de pessoasfechadas em casa, que nãoconseguem sair para lado nenhum,mas pelo telefone conseguem darmuita força uns aos outros”, precisa.A secretária do movimentointernacional antecipa a peregrinação

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jubilar ‘Caminhar Na Luz e NaAlegria – Ser Igreja Para Todos’,que vai levar pessoas comdeficiência, famílias e instituições,entre 16 e 18 de junho, a Fátima.Para Manuel Silva, estaperegrinação, no Centenário dasAparições, é uma ocasião para “darmais força”: “As pessoas comdeficiência vão muito a Fátima, atéporque há a bênção dos doentes,só que esta peregrinação tem outraperspetiva. Aqui trata-se de aspessoas com deficiência seremprotagonistas da sua própria vida”.“Toda a gente vai participar naquiloque pode participar, com as suaslimitações”, adiantou.Na área de deficientes físicos esensoriais, todos são“evangelizadores como qualqueroutro membro da Igreja”.A Fraternidade Cristã dos DoentesCrónicos e Deficientes Físicostrabalha “há muitos anos” nestapastoral, neste setor daevangelização. “Nós, pessoas comdeficiência, que somos os mentoresdo movimento, os seusprotagonistas, temos trabalhadojunto das paróquias para que hajainserção de todos”, explica aresponsável internacional.Manuela Silva recorda a experiência

“enriquecedora” de ter trabalhadoem Massamá, no Patriarcado deLisboa, e várias outras paróquias:“As pessoas com deficiência, muitasvezes, enquanto não descobrem oseu verdadeiro papel na Igreja,também gostam de ser assistidas.Quando há um movimento que dáum bocadinho mais de trabalho, émais difícil, como toda a gente”.Segundo a responsável, algunspárocos têm mostrado abertura paraque se proclamem leituras em braillee inserir as pessoas na vidaparoquial, mas há algumasdificuldades levantadas por leigos eorganismos das comunidades,sobretudo perante “Uma pessoa queapareça de cadeira de rodas oucom alguma limitação”.“Reconhecemos, e isto é uma coisaque nos faz sofrer um bocadinho,que a Igreja não é muito aberta,principalmente os deficientesmotores partilham muito comigo:‘parece que tiram fotografias com osolhos’”, observa Manuela Silva,natural da Trofa.A criação de acessibilidades oucasas-de-banho adaptadas sãodesafios que se superam,paulatinamente.“São coisas pequeninas, mas quetêm vindo a dar resultado”, assume.

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A responsável pede “muitapaciência” por parte das pessoascom deficiência e persistência nasua participação na vida dascomunidades católicas.“Não deixem de estar presentes,

façam, vão às paróquias, tentemparticipar, ponham as vossasdificuldades, porque se nãoaparecerem, ninguém vos dáoportunidade”, conclui.

Queridos doentes, vivei a vossa vida como um dom e dizei a Nossa Senhora,como os Pastorinhos, que vos quereis oferecer a Deus de todo o coração.Não vos considereis apenas recetores de solidariedade caritativa, mas senti-vos inseridos a pleno título na vida e missão da Igreja. A vossa presençasilenciosa mas mais eloquente do que muitas palavras, a vossa oração, aoferta diária dos vossos sofrimentos em união com os de Jesus crucificadopela salvação do mundo, a aceitação paciente e até feliz da vossa condiçãosão um recurso espiritual, um património para cada comunidade cristã. Nãotenhais vergonha de ser um tesouro precioso da Igreja.

Papa Francisco, Bênção dos doentes em Fátima, 13.05.2017

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A Fraternidade Cristã das Pessoas Doentes Crónicas e Deficientes Físicasnasceu em Verdun, França, em 1945. Surgiu por iniciativa do padreFrançois, também ele portador de doença crónica. Está presente em 50países, em África, na América Central e do Sul, na Ásia e na Europa.O movimento assegura a formação humana, cristã e espiritual dos seusmembros a partir das circunstâncias da sua própria vida para os ajudarprogressivamente a organizarem-se e, num compromisso mútuo,caminharem ao encontro de Jesus Cristo. A vida de equipa é essencial nomovimento. É em equipa que nós tomamos consciência da nossa missão eque nos tornamos sinais da Igreja. A Fraternidade estabelece laços pessoaise comunitários entre as pessoas doentes e deficientes e as pessoas de boasaúde que participam no movimento.

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O Serviço às Pessoas com Deficiênciana Diocese do AlgarveD. Manuel Quintas, bispo doAlgarve, considera que a diocesetem correspondido à necessidadede integrar as pessoas comdeficiência na vida dascomunidades e de construir umaIgreja inclusiva.Um trabalho muito centrado nacapacidade de luta das famílias quevivem mais de perto esta realidade,sublinha o responsável.“Verificamos que era um campoonde era necessário apostarurgentemente na Igreja”, começapor recordar D. Manuel Quintas,para quem também foi importante oestímulo dado pelo Papa Francisco,com palavras e gestos.“É preciso sair para todas asperiferias, não apenas geográficas,mas sobretudo humanas,existenciais”, acrescentou.Antes da criação do serviçodiocesano, houve duas jornadasdiocesanas, que levaram àconclusão de existir capacidadepara “estruturar” a equipa.“O balanço é positivo: além donúmero significativo departicipantes, as pessoas não vãoali apenas para receber, vãotambém para dar,

partilham a sua própria vida”,declara o bispo do Algarve.Cesariano Martins, coordenadordiocesano do Serviço Pastoral aPessoas com Deficiência no Algarve,fala dos desafios que se colocamneste campo, apesar de a realidadeestar a mudar, com a consciência danecessidade de integrar todas aspessoas.“Tudo partiu da iniciativa de algunspais, apoiados pela equipa nacionale, de forma incondicional, desde aprimeira hora, do senhor bispo”A equipa foi formada em finais de2015 e encontrou, desde então,“uma nova consciencialização daspessoas”, que já não querem“esconder a deficiência”.“A integração é o melhor para todos,a quem tem deficiência e não só. Énovo para toda a gente”, admite.O movimento começa pelos pais eabre-se a toda a sociedade, que“não estava preparada” paraacolher esta realidade.“A palavra deficiência tem umaconotação negativa”, lamenta.No sul de Portugal, as jornadas

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para pessoas com deficiência têmajudado a construir um caminho emconjunto, mas ainda é necessáriotrabalho para quebrar preconceitose barreiras físicas.“Pretende-se que as pessoasestejam efetivamente incluídas e sesintam parte da nossa comunidade,enquanto cristãos, podendo, pelassuas convicções, participar emtudo”, algo que neste momento“ainda não é possível”.

As respostas para pessoas comdeficiência física ou mental aindasão “poucas”, mas existe aberturapor parte das paróquias, abrindo asportas a todos, “na plenitude dosseus direitos”.Cesariano Martins, que tem um filhoautista, elogia o trabalho járealizados em setores como o dacatequese.“Queremos que todas as pessoaspossam ser pertença da Igreja”,conclui.

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A cegueira impede alguém de serpadre?Tiago Varanda está no seminário háseis anos e já entrou na reta final dasua preparação para a ordenaçãosacerdotal, em Braga. O facto deser cego não o impede deresponder a esta vocação, na IgrejaCatólica.“A cegueira não é impedimento nemcanónico nem pastoral para exercero sacerdócio, mas tinha esse receio.Felizmente, dissiparam-me asdúvidas logo no início do curso doseminário, e acolheram-me muitobem, os formadores, o senhorarcebispo [D. Jorge Ortiga], quesempre me apoiou, desde o início”,relata à Agência ECCLESIA.O trabalho pastoral vai implicar“adaptações”, que o futurosacerdote não vê como “qualquerproblema”.Natural de Lamego, Tiago Varandanasceu em 1984 com um glaucomacongénito; perdeu a visãoprogressivamente e aos 16 anos, jádependia de uma cadela-guia que oacompanhava messa altura emtodos os momentos do dia.Depois de ter sido professor deHistória, sentiu um chamamento queo levou ao Seminário Conciliar deBraga, onde tem agora a companhiade Ibiza, a sua guia.

A cadela tem “um cantinho noquarto”, onde dorme, e acompanhaTiago “por todo o lado”, mesmo queàs vezes descanse em momentosque fazem parte da rotina da casa,tanto de oração como de refeições.“Sempre que saio, acompanha-mesempre, ela precisa de estar semprecom o dono para perceber, para nãoperder a ligação e poder fazer bemo seu trabalho”, acrescenta.A perda da visão ensinou-o arecorrer a novas formas de leitura ede relacionamento no dia a dia;frequentou o curso de História, emViseu e começou a dar aulas emvárias escolas, também na região deBraga, onde acabou por entrar noseminário.Como todos os seus colegas,frequenta as aulas na Faculdade deTeologia, em Braga, e participa navida comunitária do Seminário. Umquotidiano que exige, naturalmente,algumas adaptações: para aformação académica, mune-se deum computador com sistema de vozque permite acesso auditivo aoslivros de Teologia, em formatodigital.“Tenho acesso à maior parte dostextos, hoje, felizmente estão todosdisponíveis, o que facilita imenso o

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acesso à formação de que preciso”,relata.Tiago Varanda imprimiu a Liturgiadas Horas em braille, para que sepossa integrar ainda mais na oraçãodiária do grupo.“Tenho também, a nível da oraçãopessoal, um software, um leitor deecrã, que lê o telemóvel. Atravésdesta aplicação, iBreviary, consigoter acesso não só à Liturgia dasHoras, pelo telemóvel, mas tambémà própria

Liturgia Eucarística, à Liturgiada Palavra, às leituras diárias daEucaristia, e inclusive até a algumasorações eucarísticas do Missal”,acrescenta.A experiência pessoal leva-o apensar na “edição de materiallitúrgico em braille”, apesar de nãoser algo fácil de concretizar.“O grande desafio está também empromover entre as pessoas cegaseste tipo de oração”, conclui.

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Sensibilizar a Igreja para a inclusãode todosO Serviço Pastoral a Pessoas comDeficiência (SPPD), organismocatólico coordenado pela ComissãoEpiscopal da Pastoral Social eMobilidade Humana, assume desdefinais de 2010 a necessidade deprocurar uma Igreja inclusiva, para ecom todos.Para além das barreiras físicas, quetantas vezes não os deixamparticipar, há ainda que superarpreconceitos e sentimentos deestranheza face a uma realidadeque toca diariamente a sociedade ea Igreja.Tiago Casaleiro, do SPPD, refere àECCLESIA que o trabalho passa,sobretudo, por impulsionar nasparóquias boas práticas deacolhimento.“Em primeiro lugar, é uma questãode sensibilização, mostrar arealidade às pessoas, à vida daIgreja, dizer que as pessoas comdeficiência existem e que têm umagrande riqueza para dar”, explica.“Quando nós não temoscomunidades que integrem toda agente, elas ficam mais pobres”,adverte depois.Após este trabalho desensibilização, com jornadasnacionais de reflexão sobre astemáticas, começaram a acontecer,“gradualmente”, jornadas

diocesanas e foi possível verificarque já existia “trabalho feito” nestecampo.“Havia a necessidade de trazer essetrabalho ao de cima, de partilharboas práticas”, assinala TiagoCasaleiro.Para o responsável, cada párocodeve procurar entender que na suacomunidade existem pessoas comdeficiência e que elas “têm riquezapara dar”.“Podem dar o seu contributo naconstrução das comunidades”,acrescenta.Um dos problemas reside no factode as pessoas com deficiências se“habituarem” a encontrar barreiras.“Quando encontra mais umabarreira na Igreja, pensa que aquelenão é o lugar para ela e acaba pordesistir. Se não consegue, seninguém está

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atento à sua realidade, desiste”,lamenta.A sensibilização passa, por isso,também pela necessidade de dar“voz” a estas pessoas e encontrarquem as ouça.“Não se pode fazer nada pelaspessoas com deficiência sem elas”,sustenta.As dioceses começaram a partilharexperiências, neste setor, a começarpelas da “periferia”, o Algarve eBragança-Miranda, que “quandoreconheceram esta realidade, viramque havia muito trabalho a fazer,mas também se sentiram animadaspor isso”.

“Muitas sementes foram lançadas”,prossegue o responsável do SPPD.Tiago Casaleiro, enfermeiro deprofissão, sublinha ainda ocontributo de movimento como o ‘Fée Luz’, fundado em França, etambém da Fraternidade Cristã dosDoentes Crónicos e DeficientesFísicos.A adaptação de textos litúrgicos e asacessibilidades são algumas daspreocupações mais prementes, aque se somam “barreiras atitudinais”.“Temos de perguntar-nos: que Igrejaqueremos e para quem é a nossaIgreja?”, desafia.

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Uma família para pessoascom deficiência intelectual

A irmã Maria João Neves é a almada associação ‘A Casa de Betânia’,que celebra 25 anos em julho, umprojeto que visa criar autonomia navida de pessoas com deficiênciaintelectual.Uma casa “onde se vive”, depermanência, e não de “passagem”,explica a religiosa em relação aoprojeto, numa entrevista à Agência

ECCLESIA, recordando quecomeçou este trabalho acolhendo oseu irmão Manuel, já falecido, eoutras duas pessoas.“Ele não sabia ler e movia-se emLisboa como ninguém. Há coisasque nós podemos aprender”,assinala.Hoje as pessoas chegam,sobretudo, através de “outrasinstituições que

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não têm capacidade de resposta”.“Não é gerido, vai-se gerindo: comonuma família, quando chega umfilho, é preciso tratar dele, masdepois com 2 é outra realidade, com3, com 10. Nós tentamos que cadaum seja ele próprio e começar umprocesso, como com qualquerpessoa”, refere a irmã Maria JoãoNeves.A associação reparte o seu trabalhopor três espaços: a casa deBetânia, em Queijas, é a residênciaprincipal, a “casa mãe”, onde vivem9 jovens e 2/3 responsáveis; a Casado Farol, em Oeiras, é umapartamento para 8 jovens ouadultos com deficiência intelectual,acompanhados e apoiados por doisresponsáveis que orientam a vidaem comunidade; a Casa doGirassol, em Carnaxide, é umapartamento para 5 jovens ouadultos com deficiência intelectual,autónomos nas suas atividades de

vida diária, integrados no mercadode trabalho ou em formaçãoprofissional.“Nós procuramos fazer ao máximouma família, que vive junta.Tentamos que as três casas sejam amesma família, não só que elespossam ir lá passar um dia, um fimde semana”, observa a religiosa.Há pessoas que são mais“desprendidas” do lugar e para airmã Maria João Neves têm essedireito.“O meu irmão esteve aqui muitobem, ele estava aqui como em suacasa, mas era desprendido, saíapara aqui e acolá, fez a suaformação”, exemplifica.

A ‘Casa de Betânia’ acredita na reabilitação baseada na comunidade e,por isso, tem criado comunidades de vida e de trabalho, onde cadapessoa com os seus dons e as suas limitações pode ser e sentir-severdadeiramente ela mesma, tem um valor único e possui os mesmosdireitos e a mesma dignidade que qualquer outro cidadão - o direito deamar e ser amado, o direito de experimentar a amizade e a comunhão.

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A associação promove o direito auma formação específica para quecada pessoa possa desempenharuma atividade laboral ou ser umapresença de apoio a diferentessectores da sociedade, de acordocom as suas capacidades.“Temos criado parcerias com

instituições diferentes porque asituação deles também é diferente”,explica a irmã Maria João Neves,para quem “é preciso preparar oambiente, prepará-los a eles,através dos técnicos e das pessoasque trabalham connosco”.A ‘Casa de Betânia’, baseando-seem

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experiências vividas pela religiosa epor Isabel Pinto nas Comunidadesda Arca de Jean Vanier, quer ser umsinal de esperança num mundomarcado por tantas rejeições, sinalda fraternidade entre pessoas dediferentes origens sociais e culturaise de diferentes níveis intelectuais.É a vida em família e emcomunidade que dá segurança econfiança à pessoa com diferentesincapacidades intelectuais,desenvolvendo as suascapacidades.“Todas as instituições, nestemomento, estão a dar passos navida que criam para as pessoas comdeficiência e que já não têm família”,observa a irmã Maria João Neves.

A responsável sublinha a“disponibilidade” que estas pessoastêm para estar com os outros e acapacidade de “estabelecerrelações”, algo que nem sempre éhabitual na sociedade.“Há pessoas que estão doentes,sozinhas, que estão a tratar domarido ou da mulher, e eles vão lá.As pessoas acham extraordinário”,acrescenta.A inclusão “plena” continua a seruma meta difícil, uma “luta”constante e uma aprendizagem“Todos temos a dar uns aos outros:temos muito para dar à pessoa comdeficiência, mas ela tem tambémmuito para nos dar”, conclui a irmãMaria João Neves.

Os objetivos, os princípios fundamentais e as características da vida emcomunidade das nossas casas estão expressos na Carta dasComunidades da Casa de Betânia que encontrou a sua primeirainspiração na Pedagogia de Santa Paula Frassinetti e na espiritualidadevivida pelas duas cofundadoras e muitos amigos nas comunidades daArca de Jean Vanier

www.acasadebetania.org/

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Projeto Luz onlinehttp://www.projectoluz.com/ O espaço que esta semanaproponho como visita, é dedicadoespecialmente às pessoas queconhecem ou que tenham alguémque está numa fase inicial de umcancro, ajudando assim a partilharas suas ânsias e temores com osoutros. O projeto Luz é “umaassociação particular, sem finslucrativos, independente de partidospolíticos e de organizaçõesreligiosas, que tem como missãoapoiar o doente oncológico e os quelhe estão próximos para aumentar asua qualidade de vida”. Estaassociação está aberta a contactos,sejam eles de alguém que está nafase inicial da doença, ou que tenhafamiliares nessa situação, dealguém que gostava de ter ajudarpara realizar os seus projetos, ouainda de alguém que sentenecessidade de esclarecer asdúvidas sobre a doença.Ao digitarmos o endereçowww.projectoluz.com encontramosum espaço virtual essencialmenteinformativo. Na página inicialdispomos de um breve resumoexplicativo da associação, as

habituais notícias e ainda oscontactos mais diretos.Na opção “missão”, podemos lerquais as linhas mestras queorientam esta organização.Caso pretenda conhecerdetalhadamente os estatutos bemcomo a publicação em diário darepública, no ano de 2007, quelegítima esta associação, aceda aositens com essas designações.Em “intervenção”, encontramos umabreve resenha explicativa dasformas de contactar a associação,porque conforme está escrito“Vamos onde estiver. Vamos ondeprecisar de nós”.No item “textos informativos”,podemos ler um conjunto de artigosque estão perfeitamenteenquadrados com a temáticaabordada neste sítio.Em “formação” dispõe de uma áreainteiramente dedicada a conteúdosformativos. Desde orientaçõesbastante específicas relativas aocancro da mama, passando pordiversos vídeos educativos.Se pretender fazer parte de umgrupo de apoio, basta clicar em“grupos de apoio”, onde aí ficará asaber todas as informaçõesnecessárias para

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prestar esse serviço. Para podercontribuir monetariamente para oprojeto, poderá clicar na opçãocomo ajudar e aí fica a saber quaisas formas de o fazer.Aqui fica esta sugestão, apesar deestarmos a abordar um sítio muitosimples e com conteúdos poucoprofundos, considero que temos

de dar voz a quem não a tem!É deveras importante que nosentreguemos a esta causa, e assim,de uma maneira direta poderemosajudar quem mais precisa emmomentos de bastante dor esofrimento.

Fernando Cassola [email protected]

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Fátima contada às crianças

O Santuário de Fátima lançou o livroinfantil ‘Fátima no coração’, de JoãoManuel Ribeiro, no âmbito daPeregrinação nacional dasCrianças. Num comunicado enviadoà Agência ECCLESIA, o Santuáriode Fátima informa que a obra contaa história de três amigos – a Isabel,o João e a Ana – que vão passaruma semana de férias nacompanhia da avó Amélia, durante aqual acabam por “rezar

e conhecer a mensagem de Fátima”.A nova publicação do escritor JoãoManuel Ribeiro é uma iniciativaintegrada no âmbito dascelebrações do Centenário dasAparições de Nossa Senhora e vaiser apresentada na Sala deImprensa do Santuário. “Não podiaestar mais honrado por conseguirlançar mais uma obra sobre umlugar tão especial para os Católicos.Não é apenas um lugar de cultomas

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também de cultura e lazer. E dizeristo aos mais novos é algo que julgoque nunca se fez”, comentou oautor.O livro conta com as ilustrações daartista Bolota e o comunicadodesenvolve que os três amigosprotagonistas da história são“guiados em cada dia por uma pistabíblica” para “descobrir aimportância e o significado” devários locais de Fátima, como aCapelinha das Aparições, a Basílicade Nossa Senhora do Rosário ou anova Igreja da Santíssima Trindade.Este é o segundo livro dedicado aopúblico mais jovem pelos 100 anosdas aparições, depois da obra ‘AMissão do Francisco’, de MariaTeresa Maia Gonzalez. Segundo osantuário, os dois projetos têm emcomum “a intenção” de abordar osconteúdos da mensagem de Fátimanuma linguagem dirigida às criançasde hoje.

O teólogo Pedro Valinho Gomes,responsável pelas edições, revelaque o projeto responde a umainquietação do santuário:“Questionamo-nos frequentementesobre como transformar a históriasimples de três crianças do início doúltimo século – Lúcia, Francisco eJacinta – que foram tocadas pela luzde Deus de forma a que os leitoresde hoje, mais ou menos jovens,sintam o mesmo fascínio por essaluz que transforma as vidas”.O diretor do Serviço de Peregrinosdo santuário acrescenta que ahistória que o livro ‘Fátima nocoração’ conta “é precisamente a docrescimento desse fascínio dentrodo coração de três crianças dehoje". “Estamos seguros de queFátima se oferece como pedagogiapara a alegria de Deus através dasmãos maternas de Maria. É o quedesejamos que este livro ajude adesvelar”, comenta.

A Fundação Ajuda a Igreja que Sofre e Maria Teresa Maia Gonzalezuniram esforços no lançamento de um livro sobre o drama da guerra civilda Síria, na perspetiva das crianças atingidas pelo conflito. ‘A Árvore deMouna’, o mais recente trabalho da escritora portuguesa, remete para osanseios e sonhos dos que viram a infância roubada por uma guerra civilque já dura há mais de sete anos.

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«Entendimento Global e compromisso com as

periferias» é o título da obra hoje apresentada naFeira do Livro de Lisboa. Coordenada por AméricoPereira professor da Universidade CatólicaPortuguesa e com a chancela da Cáritas Portuguesa,a obra é composta por um conjunto de textosresultantes das intervenções de diferentes autores naedição de 2016 da Summer, organizada pelasFaculdades de Teologia e de Ciências Humanas da UCP. A apresentação decorre esta tarde, pelas18h00, na Praça Amarela da Feira do Livro de Lisboa. A dinamização da Pastoral Juvenil, é o tema queenquadra o conselho que junta o DepartamentoNacional da Pastoral Juvenil com os secretariadosdiocesanos e os movimentos juvenis. O hotel«Essence inn Marianos», em Fátima, recebe estareunião presidida por D. Joaquim Mendes presidenteeleito para a Comissão Episcopal Laicado e Família. OSínodo dos Bispos sobre os jovens, o Jubileu dosJovens do Centenário das Aparições em Fátima, oFórum Ecuménico Jovem, a JMJ no Panamá, em 2019,e a partilha de atividades diversas marcam a agendados trabalhos. No domingo, 18 de julho, o Papa preside à Missa eprocissão da solenidade do Corpo de Deus, seguindopela primeira vez o calendário litúrgico da Igreja naItália.O dia do Corpo de Deus (solenidade litúrgica doSantíssimo Corpo e Sangue de Cristo, no calendáriocatólico) é um feriado móvel no Estado do Vaticano,em Portugal e em várias outras nações, celebradosempre a uma quinta-feira e 60 dias depois daPáscoa; nos países onde a data não é feriado, comoacontece na Itália, celebra-se no domingo seguinte.

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Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00RTP1, 10h30Transmissão damissa dominical

11h00 -Transmissão missa

Domingo:10h00 - Porta Aberta;11h00 - Eucaristia;23h30 - Entrevista deAura Miguel Segunda-feira:12h00 - Informaçãoreligiosa Diariamente18h30 - Terço

RTP2, 13h00Domingo, 18 junho, 13h30 -Catolicismo na ìndia Segunda-feira, dia 19, 15h00 - Entrevista ao padre JoséManuel Pereira de Almeida e aInês Espada Vieira sobre o DiaMundial do Refugiado, 20 dejunho. Terça-feira, dia 20, 15h00 - Informação e entrevistaaa Rita Coelho sobre o Dia Mundial do Refugiado. Quarta-feira, dia 21, 15h00 - Informação e entrevistaa João Pereira sobre o projeto + Próximo da CáritasPortuguesa. Quinta-feira, dia 22 junho, 15h00 - Informação eentrevista a Thereza Carvalho e Fátima Esteves sobrea carta aberta do juristas católicos contra a legalizaçãoda eutanásia. Sexta-feira, dia 23, 15h00 - Entrevista de análise àliturgia de domingo com o padre João Lourenço e JuanAmbrosio. Antena 1Domingo, 18 de junho - Peregrinação Jubilar aoSantuário de Fátima de pessoas com deficiência. Segunda a Sexta-feira, 19 a 23 junho - Boaspráticas na Igreja Católica de integração de pessoascom deficiência.

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Ano A – 11.º Domingo do TempoComum Deus escolhe,chama e envia

A Palavra de Deus que acolhemos neste 11.º Domingodo Tempo Comum recorda-nos a presença constantede Deus no mundo e a vontade que Ele tem de nosoferecer a vida e a salvação. Uma presença que seconcretiza através daqueles que Ele escolhe, chama eenvia, para serem sinais vivos do seu amor etestemunhas da sua bondade.Na primeira leitura vemos o Deus da aliança a elegerum Povo para com ele estabelecer laços de comunhãoe de familiaridade, para lhe confiar a missão de ser umsinal de Deus no meio das outras nações.A segunda leitura sugere que a comunidade dosdiscípulos, uma comunidade de pessoas a quem Deusama, tem a missão de dar testemunho do amor deDeus pelos homens, um amor absolutamente único,eterno e universal.No Evangelho, Mateus apresenta uma catequesesobre a escolha, o chamamento e o envio dos dozediscípulos, que representam a totalidade do Povo deDeus, para continuar a missão de Jesus e levar asalvação a toda a terra.«A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos.Pedi ao Senhor da seara que mande trabalhadorespara a sua seara». São palavras de Jesus a provocara nossa disponibilidade para a missão: uma missãoque precisa de ser continuamente rezada, pois amissão é obra de Deus, sempre segundo os critériosde Deus; uma missão que é de todos e para todossem exceção, e não apenas de um grupo de eleitosdirigida apenas a determinados grupos; uma missãoplenamente gratuita, sem dividendos pessoais ouinteresses egoístas, que fazem da própria vida umdom gratuito pela causa do Reino.Qual é a nossa missão como discípulos de Jesus,como

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discípulos missionários? Édenunciar e lutar contra tudo aquiloque escraviza a pessoa e a impedede ser feliz. É contestar e desmontarestruturas que geram guerra,violência, terror, morte e indiferença.É recusar e denunciar propostas defalsos valores que geramescravidão, opressão e sofrimento.É combater esquemas deexploração disfarçados de sistemaseconómicos geradores de bem-estar que geram miséria,marginalização e exclusão. Étransmitir alegria, coragem eesperança àqueles que vivemimersos no abatimento, nafrustração, no desespero. É sersinal do amor e da ternura de Deuspara com aqueles

que vivem sozinhos, abandonados,marginalizados.Face à abundante seara do Senhorsão tão poucos os trabalhadores! Odesemprego não existe no campomissionário, os trabalhadores é quefaltam! Mas Jesus não se cansa dechamar! Será que lhe respondemos,aceitando a missão aonde nosenvia, seja em casa ou nacomunidade, seja no trabalho ou naescola, seja onde for? Não fiquemosindiferentes ou à margem do seuconvite. A isso nos desafia a Palavraque nos é oferecida hoje e ao longodesta semana.

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.org

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Fátima e o Ocidente

O cardeal Angelo Bagnasco,arcebispo de Génova (Itália), disseem Fátima que o Ocidente tem de“acordar” e recuperar os seusvalores de “humanidade” parasuperar o atual momento de crise.“Queridos amigos, a história quevivemos tem muitas nuvens, mas é ahora do acordar. O Ocidente pareceperder a sua própria humanidade,procurando ilusões

que fazem muitas promessas masque degradam”, assinalou opresidente do Conselho dasConferências Episcopais da Europa(CCEE) na homilia da Missaconclusiva da peregrinaçãointernacional aniversária do 13 dejunho.Perante milhares de pessoasreunidas na Cova da Iria, o cardealitaliano sublinhou a atualidade daMensagem

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de Fátima, neste Centenário dasAparições, quando “o mundoproclama a vida e semeia a morte;declara a solidariedade e fecha-se,prega o amor mas é individualista”.“Como naquele 13 de outubro de1917 se começaram a ver unsflashes de luz, assim no coraçãodos homens começam a surgir asperguntas verdadeiramenteimportantes, a necessidade deverdade, a sede de amor e de bem.Este é o acordar que já começou eque não vai parar”, prosseguiu.O presidente do CCEE recordou arecente viagem do Papa Francisco,a 12 e 13 de maio, e afirmou queem Fátima se “respira a fé”.“Estamos aqui como peregrinos comas nossas tribulações e esperanças;mas estamos aqui também comopovo de Deus que representa aIgreja dispersa por toda a terra;mais ainda, aos pés da Virgem,queremos trazer as angústias e ospedidos de toda a humanidadeperdida e sofredora, necessitada deluz e de amor”, declarou.D. Angelo Bagnasco sustentou queas pessoas acorrem a Fátimaporque o seu coração “temnecessidade de palavras de vidaeterna” e de

encontrar um coração de mãe. “EmFátima continua a brilhar o sol, a luzque brota do seio da Virgem Santa:Jesus Cristo. Ele é o Filho de Deusvivo, o revelador do invisível, ofundamento de todas as coisas; Eleé o Mestre da humanidade, oRedentor; é o segredo da história, éa chave dos nossos destinos, o Reido mundo novo”, acrescentou.A segunda peregrinaçãointernacional aniversária do ano doCentenário das Aparições foidedicada ao tema ‘Glória a Ti,Rainha da Paz’. Segundo osnúmeros adiantados pelo Santuáriode Fátima, nesta peregrinaçãoinscreveram-se 164 grupos, numtotal de 8242 peregrinos, comdestaque para os grupos vindos daItália (1620 pessoas) e da Polónia(1220)Estados Unidos da América,Filipinas, Coreia do Sul, Paquistão,Suazilândia, Singapura, Eslováquia,Jamaica, Líbano, Ilhas Maurícias,México, Holanda, Taiwan, Vietname,África do Sul e Zimbabwe foram osoutros países estrangeiros quetrouxeram peregrinaçõesorganizadas à Cova da Iria, nestesdias.

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A festa das Crianças em Fátima

D. António Marto convidou ascrianças que participam naperegrinação ao Santuário deFátima a serem "luz de Jesus nomundo", tal como o fizeram "ospastorinhos" há 100 anos. "Soisconvidados, tal como os pastorinhosa levar a luz de Jesus ao mundopara o tornar mais belo", afirmou obispo de Leiria - Fátima que presideà celebração eucarística queencerra a peregrinação nacionaldas

crianças ao Santuário de Fátima.A partir de palavras que as criançasendereçaram ao Santuário, queserviu de preparação para aatividade, D. António Martoassinalou "gestos simples" comoforma de "levar a luz de Jesus aomundo". «Oferecer um sorriso aquem anda triste», «dar umapalavra amiga a outro», «ajudarquem precisa», «fazer companhia aquem está ou doente», «ser capazde

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perdoar», «respeitar os outros» e«respeitar o ambiente»."Tanta coisa simples e bonita comoforma de levar a luz de Jesus aomundo", assinalou o prelado queconvidou os participantes atransformar as ações em formas demostrar a presença de Jesus. "Dizeicomigo: «Quando ofereço umsorriso levo a luz de Jesus»,«quando ajudo quem precisa levo aluz de Jesus», «quando respeito osoutros levo a luz de Jesus».D. António Marto recordoumomentos "difíceis" em que ocansaço suplanta a vontade de serbom. "Cansamo-nos de ser bons, deser amigos, até de rezar. É natural,mas queria convidar-vos a quequando estiverem tristes oucansados, lembrai-vos dospastorinhos e lembrai-vos de NossaSenhora".O prelado saudou os " amiguitos eamiguitas" assinalando ser esta aperegrinação das crianças" queeste ano contou com cerca de 40mil participantes. "Esta é a vossaperegrinação, das crianças dePortugal. Gostava imenso de podersaudar cada um e cada uma, falarcom cada uma em particular, massois tantos e é impossível. Posso,

apenas abraçar-vos espiritualmente,na minha amizade e coração".A peregrinação nacional dascrianças ao Santuário de Fátimateve início esta sexta-feira com otema ‘Senhora do Rosário, maisbrilhante que o sol’.Na manhã, após a saudação doreitor do Santuário, o padre CarlosCabecinhas, a peregrinação dascrianças iniciou com a oração doterço, animado pelo grupo decatequese de Lousada.No final da celebração foramoferecidas 34 mil azinheiras aosparticipantes. A oferta continha umainscrição onde se podia ler: «Plantaesta azinheira e cuida dela. Rega-ae observa como ela se alimentatambém da luz que vem do sol. Foisobre uma pequena azinheira queNossa Senhora do Rosárioapareceu aos três pastorinhos, emFátima, há 100 anos».A parte conclusiva da celebraçãoficou ainda marcada pelo momentoem que 100 jovens transportaramuma vela e um balão e, em coro coma assembleia, cantaram osparabéns a Nossa Senhora.

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Há 10 anos, o Padre Ragheed foi assassinado emMossul,no Iraque

Impossível esquecerFoi a 3 de junho de 2007. Fez agora10 anos. O Padre Ragheed Ganni,de 35 anos, foi assassinado apóster celebrado Missa em Mossul, umadas mais importantes cidadesiraquianas. O país já vivia temposconturbados, com ataques a igrejase ameaças aos Cristãos, masninguém imaginava o que estavaainda para vir. Já o tinham ameaçado. Queriamque a Igreja do Espírito Santo, nasua paróquia, fechasse portas, queos cristãos deixassem de ter umlugar de culto, ali, no bairro de Nur,em Mossul. Mas o Padre RagheedGanni, de 35 anos, acabado deregressar ao Iraque, depois de doisanos de formação em Roma – ondeestudou graças ao apoio daFundação AIS –, fazia por ignorarestas palavras carregadas de ódio.Nesse domingo, 3 de Junho, tudo seprecipitou. Foi há dez anos. Depoisde ter celebrado Missa, o PadreRagheed foi interpelado, já fora daigreja, por homens armados. Umdeles gritou-lhe: “Mandei-te fechar aigreja. Porque não o fizeste? Porqueé que

ainda aqui estás?” O padre estavaacompanhado por três diáconos.Algumas pessoas que seencontravam ali perto recordam aresposta de Ragheed Ganni. Assuas últimas palavras. “Como é queeu posso fechar a Casa de Deus?”O Padre Ragheed sabia que algumacoisa estaria para acontecer. Cadavez as ameaças eram maisassustadoras e mais diretas. “Comoé que eu posso fechar a Casa deDeus?” Mal pronunciou estaspalavras, o padre foi atirado para ochão e o seu corpo metralhadovezes sem conta. O mesmoaconteceu com os três diáconos queo acompanhavam. O assassinato doPadre Ragheed comoveu toda acomunidade. Embora ninguémarriscasse imaginar o terramoto quese iria verificar, meia dúzia de anosmais tarde, com vastas regiões dopaís a caírem nas mãos de gruposjihadistas e expulsando milhares decristãos de suas casas, era jáevidente que o Iraque estava já numcaos. Percebia-se, a cada dia quepassava, que se caminhava para adesordem absoluta, para o abismo.

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Amigo da AISDia 3 de Junho de 2007. Fez agora10 anos. Depois de os teremassassinado, os terroristas aindacolocaram explosivos sobre oscorpos do Padre Ragheed e dostrês diáconos, para ninguém seatrever a retirá-los da rua. Naquelesdias o ambiente em Mossul era jápesado. A morte destes três homensda Igreja não deixou ninguémindiferente. Os jihadistas, que jáentão preparavam os dias doholocausto que varreram o Iraque, aSíria e tantos outros países domundo, continuaram com asameaças. Não bastava o sanguedaquele padre, daqueles diáconos.Era preciso mesmo que a igrejafechasse portas. No entanto, acomunidade local fez questão decomparecer em peso no funeraldestes quatro cristãos que foram jádeclarados mártires pela Igreja. Ahistória do Padre Ragheed é muitocomovente para a Fundação AIS,pois ele estudou em Roma graças àgenerosidade dos seus benfeitores.Até ao fim, ele manteve sempre umaligação muito próxima coma Fundação AIS. Quatro dias antesdo seu assassinato, enviava-nosuma carta de agradecimento.“Quero

apenas dizer-vos que irei semprerezar por todos vós, para que oSenhor vos preserve de todo o mal”.O corpo do Padre Ragheedsucumbiu perante as balas dosjihadistas. Mas essas balas nãopodem evitar que agora ele, no Céu,continue a rezar pelos benfeitoresda Fundação AIS, como prometeuna última carta que nos enviou.

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

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Parabéns PAR! Força!

Tony Neves Espiritano

Diz o Papa Francisco que, com as mesmaspedras, podemos construir muros ou pontes: osmuros separam e as pontes unem. Mas é bomdar ouvidos, sobre estes temas quentes agrandes especialistas como o sociólogo francêsDominique Wolton que disse há dias: ‘repelimosos refugiados com uma brutalidade oposta atodos os nossos valores europeus. Os europeusesqueceram tragicamente o que recorda o PapaFrancisco: ‘somos todos refugiados’. (…).Ninguém pensaria que teríamos tantos muros’.É verdade, somos uma sociedade medrosa e,por isso, fechamos portas a quem foge desituações de pobreza extrema, perseguição eoutras formas de violência. São imensos osdramas vividos por quem tem de deixar a terraque o viu nascer. E tudo se complica maisquando, no ponto de chegada não há braçosabertos para acolher, mas armas apontadas paraobrigar a regressar.A onda de refugiados vindos do mediterrâneonão pára de aumentar. Muitos cadáveres são‘sepultados’, como lamenta o papa Francisco, nogrande cemitério que é o mar. Vítimas de redesmafiosas que prometem o céu à chegada àEuropa de todos os sonhos, os refugiados sãometidos em cascas de nozes que, muitas vezes,não resistem à fúria das ondas e morrem emnaufrágios atrás de naufrágios.Mas nem tudo são espinhos nestas histórias derefugiados. Um pouco por todo o mundo nasceminstituições que tentam remar contra a maré eajudar a criar ambiente e condições deacolhimento fraterno a quem chega. É o caso daPlataforma

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de Apoio aos Refugiados (PAR),fundada em Portugal, agrupandoum grande número de outrasinstituições, congregaçõesreligiosas e associações dasociedade civil. Fico feliz com aatribuição, pelo ParlamentoEuropeu, do prémio "CidadãoEuropeu 2017" à PAR. Mais que umreconhecimento pelo trabalho jáfeito, é um estímulo ao muito queestá ainda por fazer nesta missãotão humanitária como urgente, emque todos os braços são poucospara enfrentar tão grande desafio.Neste trabalho estão em causa e emjogo milhões de vidas e, por isso, écrime cruzar os braços e nada fazer.O Parlamento Europeu considerouque a PAR se destacou “pelo apoioprestado aos refugiados numambiente de crise na UniãoEuropeia, tendo lançado em 2015uma plataforma que reúne 210

organizações, autoridades e famíliasdecididas a criar condições paraacolher refugiados em Portugal’. ACaritas Portuguesa, um dosmembros fundadores destaPlataforma, também veio a públicoexplicar: ‘Este prémio, atribuído peloParlamento Europeu, reconhecepessoas e organizações comtrabalhos que promovem aintegração europeia e vem destacar,desta forma, a capacidade deresposta que foi dada pelasociedade civil portuguesa peranteuma das maiores criseshumanitárias que a Europa jáenfrentou’.De mãos dadas e coraçõesaquecidos, vamos continuar a criarcondições para que as guerrasacabem, a pobreza se combata, aliberdade vença e nunca faltembraços e corações abertos paraacolher quem nos bate à porta.Afinal de contas, somos todosirmãos e irmãs e a fraternidade temdireito a cobrar preços muitoelevados!

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