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2º TRIMESTRE • 2011• Nº 295 Vamos à CASA do SENHOR Quando o povo se reúne para cultuar a Deus

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2º TRIMESTRE • 2011• Nº 295

Vamos àCASA do

SENHORQuando o povo se reúne

para cultuar a Deus

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Em 2011, este é o alvo:

Contatos Missionários8Chegamos a 2011 e o desafio é colher

o bendito fruto do evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

de contatos missionários

Alvo geral

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MISSÃO DA ESCOLA BÍBLICA

Transformar as pessoas em discípulas de Cristo, através do ensino e da prática da palavra de Deus.

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Copyright © 2011 – Igreja Adventista da PromessaRevista para estudos na Escola Bíblica. É proibida a reprodução parcial

ou total sem autorização da Igreja Adventista da Promessa.

REDAÇÃO

Jornalista responsável Pr. Elias Pitombeira de Toledo MTb. 24.465

Redação e preparação Alan Pereira Rocha, Edney Rodrigues Brito, Eleilton William de Souza Freitas, Eudoxiana Canto Melo, Jailton Sousa Silva, Vilma Martins Bertulino da Silva e Valdeci Nunes de Oliveira

Revisão de textos Eudoxiana Canto Melo

Editoração Farol Editora

EXPEDIENTE

REDAÇÃO – Rua Boa Vista, 314 – 6º andar – Conj. A – Centro – São Paulo – SP – CEP 01014-030Fone: (11) 3119-6457 – Fax: (11) 3107-2544 – www.portaliap.com – [email protected]

REVISTA PARA ESTUDOS NAS ESCOLAS BÍBLICAS2º TRIMESTRE – 2011 – Nº 295

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

Diretorinterino JoséLimadeFariasFilho

ConselhoEditorial AdelmilsonJúlioPereira AléssioGomesdeOliveira EdneyRodriguesBrito FernandodosSantosDuarte GilbertoFernandesCoêlho JoséLimadeFariasFilho ManoelPereiraBrito OtonielAlvesdeOliveira SebastiãoLinoSimão ValdeciNunesdeOliveira

de originais

Capa Marco Murta

Seleção de hinos Silvana A. de Matos Rocha

Leituras diárias Alan Pereira Rocha

Atendimento e tráfego Geni Ferreira Lima Fone: (11) 2955-5141

Assinaturas Informações na página 112

Impressão

Gráfica Regente Av. Paranavaí, 1146 – Maringá, PR Fone: (44) 3366-7000

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SUMÁRIO

ABREVIATURAS 4

APRESENTAÇÃO 5

1 �Reunidos para adorar com alegria 7

2 Reunidos para cantar louvores 14

3 Reunidos para falar com Deus 22

4 Reunidos para render graças 30

5 Reunidos para buscar apoio 38

6 Reunidos para pedir perdão 45

7 Reunidos para suplicar por misericórdia 52

8 Reunidos para ofertar ao Senhor 60

9 Reunidos para pregar a palavra 67

10 Reunidos para rever atitudes 75

11 Reunidos para fortalecer a união 83

12 Reunidos para servir com temor 90

13 Reunidos para contar a boa notícia 98

Vamos àCASA do

SENHORQuando o povo se reúne �

para cultuar a Deus

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ABREVIATURAS DE LIVROS DA BÍBLIAUTILIZADAS NAS LIÇÕES

ABREVIATURAS DE TRADUÇÕES E�VERSÕES BÍBLICAS UTILIZADAS NAS LIÇÕES

ANTIGO TESTAMENTOGênesis GnÊxodo ExLevítico LvNúmeros Nm Deuteronômio DtJosué JsJuízes JzRute Rt 1 Samuel 1 Sm 2 Samuel 2 Sm1 Reis 1 Re2 Reis 2 Re1 Crônicas 1 Cr 2 Crônicas 2 CrEsdras Ed Neemias NeEster EtJó JóSalmos SlProvérbios PvEclesiastes EcCantares CtIsaías IsJeremias JrLamentações LmEzequiel Ez Daniel DnOséias OsJoel JlAmós AmObadias Ob Jonas JnMiquéias MqNaum NaHabacuque HcSofonias SfAgeu AgZacarias ZcMalaquias Ml

NOVO TESTAMENTOMateus MtMarcos McLucas LcJoão JoAtos AtRomanos Rm1 Coríntios 1 Co2 Coríntios 2 CoGálatas Gl Efésios EfFilipenses Fp Colossenses Cl 1 Tessalonicenses 1 Ts 2 Tessalonicenses 2 Ts1 Timóteo 1 Tm2 Timóteo 2 TmTito TtFilemon FmHebreus HbTiago Tg1 Pedro 1 Pe2 Pedro 2 Pe1 João 1 Jo2 João 2 Jo3 João 3 JoJudas JdApocalipse Ap

ARA – Almeida Revista e AtualizadaARC – Almeida Revista e CorrigidaAS21 – Almeida Século 21ECA – Edição Contemporânea de AlmeidaNVI – Nova Versão InternacionalKJA –Tradução King James Atualizada

BV – Bíblia VivaNBV – Nova Bíblia VivaBJ – Bíblia de JerusalémTEB – Tradução Ecumênica da BíbliaNTLH – Nova Tradução na Ling. de Hoje

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APRESENTAÇÃO

Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor. (Sl 122:1)

Todos nós já recebemos um convite: para um passeio, para um jantar, para uma festa, para uma conversa, para uma viagem, para um aniver-sário, para um funeral, para um casamento, enfim, para uma porção de eventos. Esses convites, dependendo da pessoa que o faz e dos lugares a serem visitados, podem nos causar as mais diferentes reações: conten-tamento, gratidão, tristeza, surpresa, etc.

O autor do Salmo 122 recebeu um convite diferente de todos os que citamos: Vamos à casa do Senhor! Para ele, foi um convite empolgante, que lhe causou uma excelente reação: Alegrei-me. A Nova Bíblia Viva traduz esse verso assim: Fiquei muito alegre. Ser convidado para ir até a “casa do Senhor”, que ficava em Jerusalém, principal cidade dos judeus, trouxe uma enorme alegria ao coração do salmista.

De acordo com a lei, todo judeu deveria comparecer, ao menos, três vezes ao ano em Jerusalém (na Páscoa, no Pentecostes e nos Taberná-culos). Todavia, conforme o número dos judeus foi se multiplicando, tornou-se cada vez mais difícil essa regra ser cumprida. Os peregrinos subiam ocasionalmente. Para alguns que moravam em lugares distantes, uma única visita, em toda vida, era o que realmente ocorria.

Jerusalém ficava situada a 700 metros acima do nível do mar Medi-terrâneo e a 1445 metros acima do mar Morto. Era, literalmente, preciso “subir a serra” para chegar a Jerusalém! Mas, a julgar pelo Salmo 122, a viagem era feita com o máximo de satisfação e alegria. Mesmo a despei-to dos obstáculos, porque a viagem para Jerusalém era perigosa (princi-palmente, para quem morava longe), valia a pena o esforço.

Em Jerusalém, junto com outros adoradores, o salmista prestaria culto ao Senhor! Gente de todas as tribos de Israel, o povo de Deus, ia para dar graças e adorar o Senhor (v. 4). Ali, eles adoravam ao Senhor com alegria, cantavam louvores a Deus, serviam ao Senhor com temor, anunciavam as boas notícias, suplicavam misericórdia, buscavam apoio e eram apoia-dos. Era muito compensador fazer isso.

Ir até a casa do Senhor para adorá-lo, realmente, é muito gratificante! Nós, diferentemente do salmista e dos peregrinos que iam, apenas algu-mas vezes ao ano, à casa do Senhor, em Jerusalém, fazemos isso todas

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as semanas. E o grande risco da repetição contínua de alguma prática é tornar-se uma rotina e deixar de ser alegre e motivadora. Não podemos cometer o equívoco de ir à igreja prestar um culto a Deus por mera tra-dição, ou porque outros assim o fazem.

Muito mais do que repetir a mesma fórmula, semana após semana, o culto a Deus precisa ser inspirador. Poucos têm parado para meditar no significado, no objetivo, na importância de cada elemento do culto. Só o fato de sentarmos nos bancos da igreja não quer dizer que estamos cultuando a Deus. Por isso, para que reflita biblicamente sobre o culto é que você tem em mãos a presente lição.

Vamos à casa do Senhor: quando o povo se reúne para cultuar a Deus é o tema desta nova série de Lições Bíblicas, que, com muita alegria, o Departamento de Educação Cristã coloca nas mãos de todo o povo pro-messista. Ao longo de todo este trimestre, vamos meditar sobre o valor dos vários elementos que devem fazer parte do culto que celebramos ao Senhor a cada semana.

Além do conteúdo da lição bíblica que você tem em mãos, os Comen-tários Adicionais e as lições em áudio continuarão à disposição de todos, no www.portaliap.com.br. Nosso sincero desejo é que Deus nos edifique espiritualmente, quando estivermos estudando e praticando os princí-pios bíblicos presentes nos estudos desta série. Que os nossos cultos sejam, cada dia e cada vez mais, o culto que Deus almeja.

Com alegria, vamos à casa do Senhor!

Amém!

Departamento de Educação Cristã

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TEXTO BÁSICO: Venham todos, e louvemos a Deus, o Senhor! Cante-mos com alegria à rocha que nos salva (Sl 95:1 - NTLH).

INTRODUÇÃO: Na presente lição, que é a primeira de uma nova série de lições bíblicas que tem como título “Vamos à casa do Senhor: Quando o povo se reúne para cultuar a Deus”, estudaremos um pouco o significado da adora ção prestada ao Deus da Bíblia. Caro aluno, diante de tantas invenções e ino vações no meio evangélico com relação ao culto, precisamos tomar cuidado para não perdermos a trilha bíblica da verdadeira adoração. Que, ao longo deste estudo e de todo o trimestre, possamos abrir as Escrituras e permitir que elas nos en sinem a prestar o culto que Deus espera de nós.

I. VAMOS À PALAVRA

Se for nosso desejo conhecer o que a Bíblia ensina sobre a adora-ção, é importante iniciarmos pelo Livro dos Salmos, até porque um dos propósitos desse livro era exatamente ensinar o povo de Deus a adorar. Entre os salmos que tratam da teologia do culto, o Salmo 95 se des-

2 ABR 2011

1Hinos sugeridos: BJ 1 / BJ 33

Reunidos para�adorar com alegria

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

Domingo, 27 de março: ....................... Sl 122Segunda, 28: ....................................... Sl 95:1-6Terça, 29: ................................................. Sl 96:12Quarta, 30: ...................................... 1 Sm 15:22Quinta, 31: ............................................. Rm 12:1Sexta, 1 de abril: .................................. Sl 33:11Sábado, 2: ................................................. Sl 98:4

Apresentar o ensino sobre adoração encontrado no Salmo 95, mostrando que devemos ser adoradores que expressam alegria, demonstram temor e mostram dedicação no culto ao nosso Deus.

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taca. Nele, encontramos um magnífico convite à adoração. O adorador é convidado a vir à presença do Todo-Poderoso e cultuá-lo com ale-gria. Nesse salmo, aprendemos alguns conceitos que mostram as ati-tudes que devemos ter, quando estamos adorando no culto coletivo.

1. Adoração é celebração! Celebrar é o mesmo que festejar, aclamar ou comemorar algo em comunidade. O culto bíblico deve ser en carado como uma festa espiritual, em que Deus, o nosso Cria-dor e Salvador, é homenage ado. É isso que nos sugere o po ema que estamos estudando. Somos convidados para uma aproxima-ção festiva e jubilosa. O salmista começa dizendo: Vinde, cantemos ao Senhor, com júbilo, celebremos o Rochedo da nossa salvação (Sl 95:1). Dois verbos se destacam aqui: “cantemos” e “celebremos”.

O verbo traduzido por “cantemos” (hb. ranan), no original, signi-fica, literalmente, “gritar de alegria” ou “dar um grito retumbante”. O verbo traduzido por “celebremos” (hb. ruwa) tem uma ideia se-melhante, significa “gritar de triunfo”.1 Pode até parecer es tranho, mas esse salmo está nos estimulando a “gritar de alegria” em ado-ração ao nosso Deus. Existem cristãos que gritam quando seu time de futebol marca um gol, mas se calam diante do Rei da Glória. Acanham-se em aclamá-lo e glorificá-lo. Estão errados! Esse grande Rei espera que seus súditos fiquem eufóricos diante dele.

Vale dizer que o Salmo 95 não está nos incentivando a ficarmos gritando feito insanos, pois não faz referência a uma euforia vazia ou a ruídos sem sentido e emitidos ao acaso. Refere-se, acima de tudo, à ati tude de celebração que devemos ter no culto ao Deus vivo. Veja o versí culo 2: Apresentemo-nos ante a sua face com louvores e celebremo-lo com salmos. A ideia, aqui, é que devemos direcionar toda a nossa alegria para um louvor inteligente e harmônico. Vamos chegar diante dele com os cora ções cheios de gratidão! Vamos louvar ao Senhor com salmos festivos! (BV).

Há uma imensa razão para tanta alegria na adoração.2 Diz o salmis-ta: Porque o Senhor é o Deus supremo e o grande Rei acima de todos os deuses. Nas suas mãos estão as profundezas da terra (...). Dele é o mar, pois ele o fez; obra de suas mãos, os continentes (Sl 95:3-5). Quando adoramos, não estamos diante de uma criatura ou de um ser qual quer, mas diante do ser mais magnífico e poderoso. É privilégio pertencer a ele e

1. Harris, et all. (1998:1412).2. Wiersbe (2006:250).

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poder aproximar-nos dele. É impossível ficarmos indiferentes e impassíveis diante de tão preciosas verdades. O culto a esse Deus deve ser marcado pela alegria dos adoradores. A adoração bíblica é sempre uma celebração.

2. Adoração é reverência! Quando enfatizamos demais a ale-gria e o entusiasmo no culto, podemos nos perder nesse caminho e nos tornar adoradores sentimentalistas, que se reúnem apenas para buscar experiências, emoções e arrepios. Corremos também o risco de nos tornar semelhantes aos cristãos de Corinto, que pres-tavam o culto sem o devido zelo ou cuidado. Por isso, no salmo 95, aprendemos que, além de nos apresentar diante do Senhor com a atitude de celebração, devemos tam bém adorá-lo com a atitude de reverência. Na adoração correta, deve ha ver um equilíbrio entre essas duas atitudes. Celebremos com reverência!

O salmista diz: Vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos di ante do Senhor, que nos criou (Sl 95:6). O verbo hebraico traduzido aqui por “adoremos” é Shahah. Sabe qual é o seu sentido original? Incli-nar-se ou prostrar-se. Adoração, além de ser “celebração”, é também “prostração”.3 Esse verbo é seguido por outros dois que transmitem o mesmo conceito sobre a adoração: prostremos (hb. kara) e ajoelhemos (hb. barak). É de maneira reverente que você deve se aproximar de seu Criador e Sustentador e se curvar em submissão à vontade dele.

Desse modo, adorar é reverenciar a Deus. É prostrar-se não apenas de joelhos, mas de coração, diante do Pai, em expressão de nossa gratidão e amor a ele. E o poeta assinala o motivo para prostrar-nos: Ele é o nosso Deus, e nós somos o seu povo. Somos suas ovelhas, e ele é o nosso Pastor (Sl 95:7 – BV). A nossa atitude reverente na adoração é fruto da com-preensão que temos de nós mesmos, e, especialmente, da compreensão que temos a respeito de Deus. Quando descobrimos quem, de fato, ele é e quem nós somos, nós nos enchemos de humildade, temor e tremor.

Quem ele é e quem nós somos? Ele é Deus infinito e ilimitado, e nós somos humanos mortais e cheios de limitações; ele é o Supremo Criador e nós, suas criaturas; ele é o Rei Todo-Poderoso e nós, seus servos; ele é Oleiro e nós, os vasos em suas mãos; ele é extremamente Santo e nós, inteiramente pe cadores. Ele é tão grande e nós somos tão pequenos! Mas, apesar de toda a sua grandeza, Deus nos ama e se im-porta conosco. Esse é o maior motivo de nossa alegria! Contudo, não

3. Kidner (1981:366).

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podemos nos aproximar de nosso Senhor de qualquer jeito; é preciso reverência na presença dele.

3. Adoração é fidelidade! Voltemos para o Salmo: veja, agora, a úl-tima parte versículo 7: Hoje, se ouvirdes a sua voz. Há algo bem interessan-te aqui: no hebraico o verbo traduzido por “ouvir” (“shama‘) não é simples-mente “escutar”, mas também “dar atenção” e “obedecer”.4 Essa ideia fica bem clara na paráfrase da Bíblia Viva, em que se lê: Como seria bom se hoje mesmo vocês ouvissem e obedecessem ao Senhor! Aqui, o salmista nos apre-senta um elevadíssimo conceito sobre adoração: Deus espera de nós muito mais do que aquilo que lhe oferecemos na hora do culto no templo. Ele quer que sejamos fiéis e obedientes. Quer que adoremos com fidelidade!

Assim, adoração é um estilo de vida, ou seja, nossa vida deve ser um constante culto a Deus. De nada adianta você celebrar alegremente com os irmãos e ser reverente a Deus, no momento da oração, se, após o culto no templo, você voltar para casa e tudo continuar como estava antes: sem transformação de vida, sem santidade e sem obediência. Para Deus, o obe-decer é melhor do que o sacrificar (1 Sm 15:22). Cante, sim, louvores alegres. Faça orações reverentes. Mas, se quiser realmente alegrar o coração de seu Pai, obedeça-lhe. Responda positivamente à palavra pregada no culto!

Quando se ouve a bênção apostólica no templo, na realidade, o culto não acabou. Está apenas começando! O culto precisa continuar em sua casa, em seu trabalho, em sua faculdade, por onde você for e em tudo que você fizer. Essa é a adoração que Deus espera! E isso é tão sério que o versículo 7 é seguido por uma mensagem de alerta. Observando atenta-mente as palavras que se seguem, logo se percebe que o tom do poema muda e que não é mais o salmista que está falando, mas é o próprio Deus: Não endureçais o coração, como em Meribá, como no dia de Massá (Sl 95:8)

Esses lugares, Meribá e Massá, dizem respeito a situações em que o povo de Israel se rebelou contra Deus no deserto (Êx 17, Nm 20). Ali eles me puseram à prova e me desafiaram, embora tivessem visto o que eu havia feito por eles (Sl 95:9). O culto não fez diferença na vida dessa gen-te. Os israelitas ouviram a voz de Deus, viram os seus milagres e, ainda assim, continua ram rebeldes. Devemos ser diferentes! Não basta glorifi-car e expres sar nossa alegria cantando louvores. Nem basta nos ajoelhar em reverência e adoração ao Senhor. Essas atitudes devem ser seguidas por uma obedi ência fiel a Deus e à sua palavra anunciada no culto.

4. Harris et all (1998:1585).

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01. Com base no item 1 e em Sl 95:1-2, responda: O que significa dizer que adoração é celebração? Qual o significado de “cantemos” e “celebremos”?

02. Após ler Sl 95:3-5, o último parágrafo do item 1, responda: Qual a razão para termos tanta alegria no culto?

03. Que risco corremos ao enfatizar demais a alegria no culto? O que significa dizer que adora ção é reverência? Que motivos nós temos para prostrar-nos diante de Deus? Baseie-se em Sl 95:6-7.

04. Leia Sl 95:7c-11; o item 3, e comente o que significa afirmar que adoração é fidelidade? O que deve acontecer na vida do adorador, após a bênção apostólica?

II. VAMOS À PRÁTICA

1. Sejamos adoradores que expressem alegria no culto.Vimos, hoje, que a alegria é uma das marcas mais significativas na adora-

ção coletiva. De fato, culto sem alegria é muito estranho.5 Por isso, o salmis-ta nos exorta: Prestem culto ao Senhor com alegria (Sl 110:2). O simples fato de ir à igreja cultuar já é motivo de alegria: Alegrei-me com os que me dis-seram: “Vamos à casa do Senhor!” (Sl 122:1). E, diante do Senhor, devemos cantar de alegria (Sl 96:12) e com alegria (Sl 95:1). É preciso entoar cânticos

5. César (2006:206).

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de alegria (Sl 98:4) ou cânticos alegres (Sl 100:2). O próprio Davi nos adverte: Alegrem-se no Senhor e exultem (...). Cantem de alegria! (Sl 32:11).

Qual é o ensino do parágrafo anterior? Não basta estar alegre diante do Senhor. É preciso externar e expressar essa alegria com muito entusiasmo! Em presença de tudo que Deus é, e tudo o que ele fez por nós; é inaceitável ofere cermos a ele um culto frígido e desanimado. Devemos louvar e adorar o nosso Deus com todo entusiasmo. O culto cristão não pode jamais parecer um veló rio, porque o nosso Senhor não está morto. Ele vive e reina para sem-pre! Portanto, quando você for prestar culto cante e ore com bastante ânimo e fer vor. Alce sua voz com euforia para aclamar e glorificar àquele que é digno.

05. Leia a primeira aplicação e comente a frase: “a alegria é uma das marcas mais significativas na adoração coletiva”. Por que devemos ser adoradores que expressem alegria no culto?

2. Sejamos adoradores que demonstrem temor no culto.Todos nós precisamos ter consciência do que é o culto. Devemos sa-

ber que o ser adorado é o Criador do céu e da terra. É o Rei de toda a glória. O Todo-Poderoso que é infinito, glorioso, amoroso e santo, muito santo. É também fundamental saber que nós so mos impuros e pecado-res indesculpáveis, que, portanto, somos indignos de estar perante o Se-nhor, cultuando-o. Todavia, por meio de Jesus Cristo, e somente, por meio dele, podemos oferecer sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus (1 Pd 2:5), porque é o sangue de Jesus que nos purifica de todo o pecado (1 Jo 1:7).

Nosso coração deve encher-se de gratidão pelo privilégio de ser acei-to por ele. Contudo, deve encher-se de humildade por causa de nossa indignidade. Jamais devemos nos considerar dignos diante dele. Meu irmão, por ser ele tão santo e tão magnífico, vá diante dele com temor e tremor. É preciso honrá-lo e respeitá-lo pelo que ele é e pelo que ele faz. Você não pode adorá-lo sem o devido zelo. É preciso que o culto seja fei-to com decência e ordem (1 Co 14:40). Seja um adorador que demonstre o apropriado respeito e temor perante o ser mais poderoso e magnífico do universo e fora deste.

06. Leia a segunda aplicação e responda: Por que devemos ser adoradores que demonstrem temor no culto ao Senhor?

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3. Sejamos adoradores que mostrem dedicação no culto.Diante do ensino do presente estudo é correto afirmarmos que a ado-

ração não é apenas o levantar de mãos na hora de um culto, ou, ainda, o cantar ou tocar uma canção alegre no momento da celebração. É mais que isso! É um viver diário com atitudes santas diante de Deus. É por isso que o culto em comunidade só faz sentido quando, após a bênção apostólica, ele é continuado por meio de um culto pessoal que oferecemos ao Se nhor dentro de nosso coração e, como já vimos, isso é feito através de nossa fidelidade e inteira de dicação a ele. Então, qual é lição prática? Você não pode ir diante do Senhor sem com promisso. Ele não aceita o culto de quem não o leva a sério.

Quando temos compromisso com a palavra de Deus e somos cris-tãos dedicados e consagrados ao Senhor, a nossa vida passa a ser um constante culto a Deus. E quando nos reunimos para cultuar no templo, o nosso culto coletivo passa a ter sentido, pois será uma linda e clara expressão desse outro culto que já está acontecendo em nosso coração. Ao congregar, cantar, pregar e orar, não faça, simplesmente, por fazer. Faça com compromisso e dedicação. Este é o conselho de Paulo: Irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês (Rm 12:1-NVI).

07. Leia a terceira aplicação; Rm 12:1-2, e responda: Por que devemos ser adoradores que mostrem dedicação no culto ao Senhor?

CONCLUSÃO: Hoje, começamos a nossa jornada de aprendizado so-bre o culto prestado ao Deus vivo. Aprendemos, com base no Salmo 95, um pouco sobre adoração. Dizemos “um pouco” porque sabemos que há muito para conhecer sobre ela. Vimos, hoje, três magníficos concei-tos relacionados à adoração bíblica: celebração, reverência e fidelidade. E, perante tal ensino, concluímos que devemos ser adoradores que, no culto, expressam alegria, demonstram temor e mostram dedicação. Que o Senhor nos dê graça para colocarmos em prática esse ensinamento.

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TEXTO BÁSICO: Cantai ao Senhor em ação de graças; entoai louvores ao som da harpa, ao nosso Deus. (Sl 147:7)

INTRODUÇÃO: Desde o tempo do rei Davi, o canto congregacional sempre existiu de maneira expressiva nas celebrações do povo de Deus. Porém, na história da igreja cristã, ele quase se extinguiu, pois, por séculos, fora vedado aos cristãos. Com a Reforma, através de Martinho Lutero, o canto dos fiéis voltou com força total1 e, até hoje, movimenta a igreja con-temporânea, sendo que surgem, diariamente, inúmeros cantores e grupos de louvor lançando novos cânticos. Porém, o canto congregacional é mais do que consumo de produtos fonográficos: é a genuína expressão de ado-ração e louvor dos crentes em Jesus. É disto que trata esta lição.

I. VAMOS À PALAVRA

A música é um elemento importante no culto que celebramos ao Se-nhor. Através dela, expressamos nossa alegria e adoração a Deus. A Bíblia

1. Schalk (2006).

9 ABR 2011

2Estudar sobre a importância do nosso canto congregacional e como deve ser nossa postura, enquanto adoramos a Deus com a música.

Domingo, 3 de abril: ........................... Tg 5:13Segunda, 4: .............................................. Ef 5:14Terça, 5: ............................................... 1 Tm 3:16Quarta, 6: .................................................. Sl 57:7Quinta, 7: ................................................ Ap 15:3Sexta, 8: ...................................................... Sl 117Sábado, 9: ............................................... Sl 149:1

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

Hinos sugeridos: BJ 232 / BJ 24

Reunidos para�cantar louvores

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diz que, quando alguém estiver contente, deve cantar (Tg 5:13). É interes-sante notarmos a palavra grega usada por Tiago, que foi traduzida por alegria: Euthymeõ. Esta palavra não se refere a circunstâncias externas, mas à alegria de coração que se pode ter, tanto em tempos maus quan-to em tempos bons.2 Isso nos ensina que o louvor é ultracircunstancial: mesmo em tempos maus, podemos nos alegrar em Deus e cantar louvo-res ao seu nome. Vejamos o que mais a Bíblia tem a nos ensinar sobre o valor e os papéis da música cristã.

1. O valor da música cristã, segundo a Bíblia: Na Bíblia, a música tem um papel fundamental. As Escrituras estão repletas de textos que fazem alusão ao uso da música e do canto nos cultos e celebrações do povo de Deus. O rei Davi escolheu levitas e os separou por turnos para continuamente tocarem no templo (1 Cr 25); confeccionou novos instrumentos musicais (2 Cr 7:6) e compôs vários salmos para liturgia. Nessa época, mais de 100 pessoas executavam o serviço musical (1 Cr 23:5, 25:7; 2 Cr 5:12-13). O repertório cantado era o que está descrito no livro de Salmos, o hinário da Bíblia. Rico em poesia, sua música exalta um Deus soberano e poderoso, mas que, ao mesmo tempo, escuta o clamor de seus servos.

“O Novo Testamento ensina que um dos aspectos envolvidos na ado-ração é o ato de cantar, tanto em particular quanto em público”.3 Algu-mas passagens do Novo Testamento podem ser reproduções de partes de hinos usados pela igreja primitiva (Ef 5:14; 1 Tm 3:16) e muitas doxo-logias4 também colaboram com esse importante aspecto da adoração (cf. Rm 9:5; 11:33-36; 16:27; Fp 4:20; 1 Tm 6:16; 2 Tm 4:8). As doxologias louvam o caráter de Deus e suas obras com uma linguagem riquíssima.

A arte musical foi criada para louvar a Deus. Durante a criação, Deus trabalhava ao som dos anjos cantando: Onde estavas tu, quando eu fun-dava a terra? (...) Quando as estrelas da alva juntas alegremente canta-vam? (Jó 38:4, 7). O canto esteve no início da criação e também estará no final da história, quando cantaremos, com todos os salvos e todos os anjos, o canto de Moisés: Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor Deus Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos santos (Ap 15:3). Veja o quão importante é o louvor!

2. Moo (1990:174).

3. Ryrie (2004:499).4. “Doxologia”, do grego doxa (glória) + logos (palavra), significa, literalmente, “palavra de

glória”. É uma fórmula de louvor e glorificação que frequentemente aparece nas Escrituras.

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É importante entendermos também que o culto na Bíblia não é marca-do apenas por uma forma musical. Pelo contrário, é aberto para a diver-sidade. A Bíblia menciona diferentes tipos de instrumentos (cordas, so-pro e percussão); dinâmicas (sopro suave, altissonantes); apresentações musicais (solos, corais, duetos, congregação, etc.); locais de adoração (no templo, na casa, na prisão) e conteúdo teológico (ensino, exortação, lou-vor, etc.). Nosso canto pode ser ecoado em diversas horas do dia, com diversas posições do corpo (levantar as mãos, ajoelhar, em pé, etc.) e em diferentes situações emocionais (alegria, tristeza, etc.).

Apesar dessa diversidade, às vezes, caímos no erro de termos um reper-tório baseado em nosso gosto musical. Quantas canções e louvores, cujas letras estão cheias de clichês utilizados pela mídia evangélica, estão trazen-do tanta confusão e pouca edificação para o culto! Quantas dessas canções possuem letras incompreensíveis, totalmente fora do contexto do culto? É necessário que nossa música seja compreendida por quem nos ouve, tanto culturalmente quanto teologicamente. A igreja de Cristo deve cantar com emoção, com espírito e também com entendimento (1 Co 14:15).

Quando cantamos com entendimento, reflexão e autenticidade, o nosso canto é um meio de comunicação pelo qual podemos nos conec-tar com Deus com familiaridade. É fundamental lembrarmos que esse canto não deve ser apenas expressão artística ou um espetáculo musical a ser admirado, pois a nossa qualidade musical deve brotar de um co-ração transbordante de devoção, verdade e sinceridade. Assim, o nosso coração deve estar sempre preparado para cantar e louvar a Deus (Sl 57:7), pois felizes são os que guardam os testemunhos do Senhor, e o bus-cam com todo o coração (Sl 119:2).

2. Os papéis da música cristã, segundo a Bíblia: Já é possível per-ceber o quanto a Bíblia valoriza o louvor a Deus. Quando nos reunirmos para adorar, devemos ter sempre isso em mente. Não podemos aceitar que o momento do louvor na igreja se transforme numa cantoria sem graça. A música cristã desenvolve alguns papéis interessantes durante o culto. Em primeiro lugar, promove adoração a Deus. Conforme já disse-mos, a arte musical foi criada para louvar a Deus. A Bíblia ensina o povo de Deus a louvá-lo. Louvar é um mandamento: Louvai ao Senhor (Sl 117:1 cf. Rm 15:11). Nós existimos para o louvor e a glória de Deus. Através do canto, estamos adorando a Deus.

Em segundo lugar, a música cristã promove a comunhão no culto. O canto congregacional é coletivo, quando, numa só voz, nos uni-mos para adorar ao Pai. Daí a sua importância. É comovente ver, num

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mesmo lugar (igreja), pessoas de diferentes idades e culturas se uni-rem através do canto, sem conflitos. Em terceiro lugar, a música cristã tem, também, a nobre missão de anunciar a palavra de Deus. Em Cl 3:16-17, Paulo instrui a igreja a ensinar com salmos, hinos e cânticos espirituais. No culto, a música é extremamente eficaz para trazer um conteúdo bíblico e edificante. É por esse motivo que ela deve ser ba-seada unicamente na palavra de Deus e não em ideias humanas. Tudo o que cantamos precisa passar pelo crivo das Escrituras.

É fundamental analisarmos nossos cânticos, para que, em nossos cul-tos, o Senhor Jesus seja louvado com sabedoria por sua igreja. A Bí-blia diz: Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração (Cl 3:16 – grifo nosso). “Louvor” e “palavra” andam juntos. “De acordo com Paulo, existe uma relação clara entre o conhecimento da Bíblia e a ado-ração em cânticos”.5 A palavra de Cristo precede toda e qualquer prática, pois como cantaremos ou oraremos a um Deus cujo ensino ignoramos ou desprezamos? “Não há adoração genuína sem esses dois elementos combinados: a declaração das doutrinas que aprofundam nossas raízes na verdade bíblica, e depois a expressão de nossa fé na forma de melodia que flui de nossos lábios e do canto de nossas vozes”.6

Em quarto lugar, a música cristã deve motivar. Os cânticos devem nos impulsionar, nos motivar a adorar a Deus com energia e contentamento. Nem sempre isso acontece em nossos cultos. Muitas vezes, o desânimo de quem está liderando o louvor contagia a igreja, fazendo-a emudecer os lábios. É necessário que a igreja se sinta convocada, chamada à adora-ção, como faziam os salmistas em seu tempo (Sl 46:8, 66:5, 95:1,6). É im-portante que as primeiras canções dos cultos nos façam sentir entrando pelas portas da casa de Deus com gratidão, e em seus átrios com louvor; bendizendo o seu nome com alegria (Sl 100:4).

Em quinto lugar, a música cristã deve consolar. Nem sempre, em nossa liturgia, é momento propício para celebrar e motivar. Sempre chegarão aos nossos cultos pessoas feridas e que, por isso, mal conseguem dizer palavras de adoração a Deus. É nesse momento que entra o serviço tera-pêutico do louvor. Canções com letras bíblicas que trazem encorajamen-to e alento nos dias difíceis podem ser usadas pelo Espírito Santo como

5. Wiersbe (2006:183).6. Swindoll (1998:52).

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meio de cura, pois estas canções podem ficar nas mentes das pessoas por dias. O louvor a Deus é tão agradável que vem e sara os quebranta-dos de coração, e lhes ata as suas feridas (Sl 147:1-3).

Em sexto lugar, a música cristã deve edificar. Uma das finalidades do culto é edificar a igreja de Cristo: Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação (1 Co 14:26). A música do culto deve se inserir neste contexto. Aliás, tem função-chave nesse contexto. Cânticos vazios, que não auxiliem no fortalecimento da igreja e que não trazem crescimento espiritual devem estar fora do nosso repertório. Não nos deixemos sedu-zir pela beleza das melodias e arranjos musicais a ponto de desprezarmos o conteúdo destes. “A música tem a força de nos puxar para fora do ato-leiro (...) ela consegue dar um novo tom à nossa vida e assim nos capacitar a enfrentar o nosso dia-a-dia de cristãos com mais ânimo”.7

01. Leia Tg 5:13; Sl 147:7; Ap 15:3; os três primeiros parágrafos do item 1, e comente com a classe sobre a importância dos louvores que cantamos ao Senhor no culto.

02. Leia 2 Cr 5:12-14; At 16:25-26; o quarto e o quinto parágrafos do item 1 e comente a seguinte frase: “O culto na Bíblia não é marcado apenas por uma forma musical, mas pela diversidade”.

03. Com base em Cl 3:16, responda: Qual deve ser a base das músicas que cantamos ao Senhor? Por que, no culto, a música deve trazer um conteúdo bíblico e edificante?

7. Douglass (2000:63).

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04. Leia os três últimos parágrafos do item 2 e comente com a classe o papel motivador, consolador e edificador da música cristã.

II. VAMOS À PRÁTICA

1. Reunidos, cantemos louvores a Deus de forma verdadeira. Quando nos reunimos para louvar a Deus e unimos nossas vozes e

instrumentos, nosso canto ecoa nos céus como uma só voz. O som que mais agrada aos ouvidos de Deus não é apenas o resultante de nossa agilidade musical, mas da nossa sinceridade. A igreja que está dividida por contendas e dissensões, cujos os líderes e músicos estão em con-flito, jamais conseguirá cantar em plena comunhão com Deus. Neste caso, cantar “Eu sou um com você” é apenas uma expressão musical, sem veracidade.

Fomos chamados para vivenciar o evangelho e anunciá-lo em ver-dade. Não adianta cantarmos uma coisa e vivermos outra. Alguém já disse que o momento em que mais os crentes contam mentira é o do louvor. Cantamos a plenos pulmões, sem meditarmos naquilo que estamos cantando. Prometemos ao Senhor mais compromisso; dize-mos que ele tem primazia em nossa vida, que nada pode nos afastar dele, que amamos os nossos irmãos de verdade, mas, em nosso dia-a-dia, não o fazemos. Não adianta balbuciar palavras destituídas de verdade. Por isso, cantemos ao Senhor, mas cantemos com o coração. Sejamos sinceros!

05. Por que, quando nos reunimos para cantar louvores, devemos fazê-lo de forma verdadeira?

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2. Reunidos, cantemos louvores a Deus de forma jubilosa. Fomos criados para o louvor da glória de Deus (Ef 1:11-12), e exaltá-

lo é uma das atividades mais agradáveis que podemos exercer no culto. Quando exaltamos a Deus reconhecendo o seu caráter santo, nosso co-ração se enche de amor por ele. Quando cantamos ao Senhor com toda a força de nosso ser, expressando palavras e frases a respeito da trans-cendência de Deus – como majestoso, digno, rei, santo, etc. – declaramos nossa devoção, adoração e nossa dependência do Senhor. Portanto, ao darmos a glória devida ao Senhor, contemplamos a beleza de sua santi-dade (Sl 29:2). Precisamos fazer isso de forma jubilosa; afinal, estamos diante do Rei dos reis e Senhor dos senhores.

“O crente cheio do Espírito tem o coração repleto de música. A sua melodia é transmitida diretamente ao céu - ao vivo - onde a antena de Deus sempre é receptiva e a música suave de sua canção, sempre apreciada”.8 Nossa exaltação a Deus deve ser contínua, através de ati-tudes compatíveis com a palavra e de lábios sempre prontos a louvá-lo com alegria, como nos ensina o Sl 71:8: Encha-se a minha boca do teu louvor e da tua glória todo o dia.

06. Por que, quando nos reunimos para cantar louvores, devemos fazê-lo de forma jubilosa?

3. Reunidos, cantemos louvores a Deus de forma consciente. Conforme já afirmamos nesta lição, o livro dos Salmos é conhecido

como o “Livro dos louvores”. Esse importante livro bíblico é uma coletâ-nea de hinos do povo israelita que chegou até nós. Nele, aprendemos que o louvor é uma expressão de agradecimento por tudo o que Deus é, faz, fez e fará. Leia, atentamente, o que alguns salmos dizem: ... vós que temeis o Senhor, louvai-o (22:23); louvai o nome do Senhor (113:1); Louvai ao Senhor, porque o Senhor é bom (135:3); Louvai ao Senhor, porque é bom e amável cantar louvores ao nosso Deus; fica-lhe bem o cântico de louvor (147:1); Louvai-o pelos seus poderosos feitos; louvai-o consoante a sua muita grandeza (150:2).

8. Swindoll (1998:54).

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O que esses versos nos ensinam sobre o louvor a Deus? Que deve ser consciente. Devemos cantar ao Senhor sabendo quem ele é. Não é um cantar por cantar. Não devemos adorar sem conhecimento (Jo 4:22). Através dos louvores, os feitos e o caráter do nosso Deus são engrande-cidos. Por isso, o salmista faz questão de afirmar: ... todo ser que respira louve a Deus. Deus criou o homem para o louvor da sua glória; logo, me-rece ser louvado por toda a criação, independentemente das situações. O louvor deve ser verdadeiro, contínuo e ultracircunstancial! Se assim for, com certeza, Deus se agradará.

07. Por que, quando nos reunimos para cantar louvores, devemos fazer de forma consciente?

CONCLUSÃO: O momento em que a igreja se reúne para cantar a Deus deve ser encarado com muita seriedade e devoção. Não existe som mais maravilhoso do que as vozes unidas, num só louvor, cantando ao Criador. A Bíblia compara este som com o de muitas águas (Ap 14:2). Por-tanto, quando estiver num culto, cante! Não tenha vergonha ou medo de soltar a sua voz. Cante com todo o coração e com entendimento. Assim, você agirá como a Palavra nos ensina: Louvai ao Senhor. Cantai ao Senhor um cântico novo, e o seu louvor na congregação dos santos (Sl 149:1).

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TEXTO BÁSICO: Ó Deus, salva o teu povo e abençoa aqueles que são teus! Sê o pastor deles e cuida deles para sempre. (Sl 28:9 – NTLH)

INTRODUÇÃO: A oração é um dos elementos mais importantes que compõem o culto público. Ela não pode ser vista como um aglomerado de palavras que usamos apenas para pedir bênçãos, muito menos como um ri-tual religioso em que invocamos a presença do sagrado. Oração é relaciona-mento; é diálogo e comunhão; é “o lugar em que Deus e seres humanos se encontram”.1 É algo indispensável na adoração coletiva, pois não pode haver culto autêntico sem oração. Neste estudo, buscaremos entender um pouco mais sobre por que crentes em Cristo devem se reunir para falar com Deus.

I. VAMOS À PALAVRA

O estudo de hoje nos desafia a refletir sobre a importância da oração no culto público. Não há dúvida de que todo cristão precisa ter seus momentos pessoais e particulares na presença de Deus em

1. Yancey (2007:18).

16 ABR 2011

3Hinos sugeridos: BJ 88 / BJ 84

Conduzir o estudante da Bíblia a uma reflexão sobre a importância da oração no culto público, mostrando que, ao orarmos juntos, precisamos evitar o egoísmo, o orgulho e a desordem.

Domingo, 10 de abril: .......................... Lc 11:1Segunda, 11: ................................ 1 Cr 29:9-13Terça, 12: ........................................... 1 Cr 20:1-6Quarta, 13: ................................................ Mt 6:6Quinta, 14: ................................................ At 4:31Sexta, 15: ............................................... At 16:13Sábado, 16: ............................................ At 21:5

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

Reunidos para�falar com Deus

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oração. Jesus nos ensinou sobre isso e nos deixou o exemplo (Mt 6:6; 14:23). Essa é uma prática fundamental ao crescimento espiri-tual do cristão. Contudo, neste estudo, o nosso desejo é mostrar a importância da oração coletiva que fazemos em nossos cultos. Para compreendermos melhor essa questão, é imprescindível recorrermos à palavra de Deus. Por que devemos nos reunir para orar? Qual a im-portância da oração no culto?

1. A oração no culto tem respaldo bíblico: A oração é um elemento que nunca faltou no culto a Deus, em toda a história do seu povo. Na verdade, o povo de Deus sempre foi um povo de oração! De Gênesis a Apocalipse, encontramos inúmeras orações, que, por terem sido tão sin-ceras e verdadeiras, mereceram ser registradas nas páginas das Escrituras. Embora haja registros de muitas preces particulares de homens e mulheres consagrados ao Senhor, há, também, vários relatos em que vemos o povo de Deus desejoso de buscar a face do Altíssimo, reunindo-se para orar.

Tanto Israel, no Antigo Testamento, quanto a igreja, no Novo Tes-tamento, tinham esse costume: ajuntar-se para clamar ao Senhor em tempos difíceis ou para agradecer-lhe pelas bênçãos recebidas. Um texto que merece destaque é 1 Crônicas 29:10-20. É o relato de um culto que foi oferecido a Deus, no final da vida do rei Davi. Nesse dia solene da história de Israel, o rei estava tão feliz pela provisão divina dos recursos necessários para a construção templo que resolveu di-rigir a oração: Pelo que Davi louvou ao Senhor perante a congregação toda e disse: Bendito és tu, Senhor, Deus de Israel, nosso pai, de eter-nidade em eternidade (...) graças te damos e louvamos o teu glorioso nome (1 Cr 29:10,13).

Outro texto importante é o de 2 Crônicas 20:1-30. Nessa passagem, os filhos de Moabe e Amon se ajuntam num gigantesco exército para guer-rear contra o rei Josafá e povo de Judá. Então, estes ficaram amedron-tados, pois, humanamente, estavam derrotados. O que fizeram? Reuni-ram-se para orar: Então, Josafá teve medo e se pôs a buscar ao Senhor; e apregoou jejum em todo o Judá. Judá se congregou para pedir socorro ao Senhor; também de todas as cidades de Judá veio gente para buscar ao Senhor (2 Cr 20:3-4). Qual foi o resultado? Deus concedeu uma grande vitória a seu povo (2 Cr 20:14-30).

Há muitos outros textos, no Antigo Testamento, que ensinam a respei-to da oração conjunta (1 Rs 8:22-61; 2 Cr 7:14-16; Et 4:15-17; Ne 9:3-5; Jl 2:15-17); entretanto, é no Novo Testamento que estão os textos mais claros a respeito da oração no culto, principalmente, aqueles que es-

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tão registrados em Atos dos apóstolos (At 1:12-15, 2:1-4,42, 4:31, 16:13, 21:5). Ali, vemos claramente a igreja em constantes reuniões de oração. O que podemos afirmar é que a oração em grupo é uma prática bíblica. Com relação a isso, não temos dúvida.

2. A oração no culto é uma marca da igreja: Outro motivo para nos reunirmos em oração é o fato de a oração conjunta ser uma marca da igreja de Cristo, desde a sua origem. Quando o Senhor Jesus retornou ao céu, cento e vinte discípulos ficaram orando, unânime e fervorosa-mente, enquanto aguardavam o cumprimento da promessa do Pai (At 1:12-15), que era o derramamento do Espírito Santo sobre eles (At 1:8). Enquanto oravam, o poder do Espírito Santo foi derramado (At 2:1-4). Cabe, aqui, uma observação preciosa: A igreja de Cristo nasceu orando, e era uma oração conjunta.

O mover do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, aconteceu após uma reunião de oração de dez dias. E, a partir dali, aquela igreja nunca mais deixou de orar: E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na co-munhão, no partir do pão e nas orações (At 2:42). Quando as persegui-ções e ameaças tentaram calar aqueles cristãos, ao invés de desistirem da fé, reuniam-se e erguiam suas vozes em clamores, e Deus lhes dava força. Os apóstolos, que eram líderes da igreja, tinham por costume ir ao templo orar (At 3:1). Esses homens entendiam que a oração era priorida-de em seus ministérios (At 6:4).

Em Atos 12, lemos que, após a morte de Tiago e a prisão de Pedro, a igreja não teve outra reação, senão colocar-se a orar: Durante todo o tempo em que ele estava na prisão, a igreja orava fervorosamente a Deus (v.5). As Escrituras dizem que um anjo enviado por Deus liber-tou Pedro daquela prisão (v.7). Depois de livre, o apóstolo decidiu ir para a casa de Maria, a mãe de João Marcos, e lá encontrou muitas pessoas que estavam congregadas e oravam (v.12). A igreja primiti-va se reunia também para orar agradecendo os grandes livramentos concedidos por Deus (At 4:24).

Era em momentos de oração conjunta que as pessoas eram batiza-das no Espírito Santo (At 8:14-17, 19:1-7). Enquanto a igreja orava, as portas da prisão eram abertas, o evangelho avançava com poder e o nome de Cristo era glorificado. A igreja em Antioquia, por exemplo, estava em consagração, quando o Espírito Santo a guiou na obra mis-sionária, separando Barnabé e Saulo. Foi orando, jejuando e impondo as mãos sobre eles que a igreja os enviou para a missão (At 13:2-3). Ela não apenas nasceu em oração, mas também sobreviveu e cresceu

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orando conjuntamente. “Sempre que a igreja experimentou grandes avanços, ela estava caminhando de joelhos”.2

3. A oração no culto é uma prática fundamental: Já sabemos que a oração em grupo ou a oração no culto tem respaldo bíblico. Aprende-mos, ainda, que a prática de orar em conjunto era uma marca da igreja primitiva; porém, resta-nos uma questão: Qual a importância de orar no culto com os outros irmãos? Há muitos benefícios. Vamos destacar al-guns. Primeiro: o aprendizado. Orar coletivamente ajuda os novos na fé a aprenderem a orar. Temos, na Bíblia, todo o ensino necessário sobre a oração; contudo, na prática, aprendemos a orar ouvindo e observando as pessoas que oram3 (cf. Lc 11:1).

O segundo benefício é a edificação. Orar em conjunto é uma excelente maneira de edificar o corpo de Cristo, pois, na oração em grupo, muitas vezes, podemos experimentar a presença de Deus de forma especial e sair dali fortalecidos, animados e capacitados no poder do Espírito Santo. Um episódio bíblico que nos ensina sobre isso é aquele em que Pedro e João são libertos, depois de terem sido presos por falarem de Jesus (At 4:23-31). Eles se reuniram com a igreja e fizeram uma oração enaltecen-do a Deus e reconhecendo sua soberania.

O impressionante na oração deles é que, mesmo enfrentando uma ferrenha perseguição, não pediram alívio e nem conforto, mas, sim, mais intrepidez para anunciar a palavra. A Bíblia relata o que aconteceu: O lu-gar onde eles estavam reunidos foi sacudido, e todos eles ficaram cheios do Espírito Santo e anunciaram corajosamente a mensagem de Deus (At 4:31 – NBV). Observe a expressão “todos eles”. O que ela está nos ensinando? Que não foram apenas alguns edificados, mas toda a comunidade foi edificada e fortalecida naquele culto de oração.

Além do aprendizado e da edificação, o terceiro benefício que a oração coletiva traz é a comunhão. Quanto mais oramos juntos, mais unidos ficamos, pois iremos compartilhar o fardo, a alegria no Senhor e a experiência cristã uns com os outros.4 A oração conjunta nos une num só coração diante do Senhor. Também há um quarto benefício, que é a intercessão. A oração no culto nos dá a oportunidade de com-partilharmos nossas aflições e orarmos uns pelos outros. Por essas razões, e muito mais, é imprescindível orarmos juntos. Contudo, é

2. Lopes (2004:67).3. Douglass (2000:98).4. Duewel (1996:132).

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importantíssimo lembrarmos que, embora a oração no culto seja fun-damental, não substitui a oração em particular (cf. Mt 6:6). Do mesmo modo, esta não substitui a oração no culto.

01. Leia 1 Cr 29:10-20; 2 Cr 20:1-5; At 21:5, e responda: Temos respaldo

bíblico para a oração no culto? Justifique a sua resposta valendo-se do item 1.

02. Após ler At 1:12-15, 2:42, 12:5-12 e o item 2, explique a afirmação: “A oração no culto é uma marca da igreja”.

03. Com base no item 3; em Lc 11:1 e At 4:23-31, responda: Por que a oração no culto é importante para o aprendizado e a edificação da igreja?

04. Baseado no item 3, comente sobre os dois últimos benefícios da oração no culto: a comunhão e a intercessão.

II. VAMOS À PRÁTICA

1. Ao orarmos juntos, evitemos o egoísmo.A oração ensinada por Jesus começa com a seguinte expressão: Pai nos-

so (Mt 6:9). O que nos ensina essa expressão? Ensina-nos não apenas que Deus é nosso Pai, mas, também, que temos muitos irmãos e irmãs, em

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quem devemos pensar, enquanto oramos. A oração cristã nunca deve ser egoísta, até porque o cristão não deve cuidar somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros (Fp 2:4 – NVI). Além disso, em Tiago 4:3, aprendemos que Deus não ouve as orações que vêm de um coração cheio de motivos egoístas. “Ganância e egoísmos são insultos para Deus”.5

Devemos sempre pensar em nossos irmãos, nas orações pessoais e diárias que fazemos em casa, e, muito mais, nas orações que fazemos no culto, porque eles estarão ao nosso lado. Quando você chegar ao templo, tome o cuidado de cumprimentar a pessoa que estiver ao seu lado. Pergunte como ela está. Ore por ela. Tente identificar os irmãos que estão ausentes. Lembre-se daqueles que estão enfermos. Pense naque-les que estão desanimados. Ore por todos! Reserve um tempo de sua oração no culto para interceder por seus familiares, amigos e vizinhos. No culto, não ore apenas por você mesmo, ore também pelos outros. A intercessão é um excelente antídoto contra o egoísmo.

05. Leia a primeira aplicação; Fp 2:3-4; Tg 4:3, e responda: Por que, ao orarmos juntos, não podemos ser egoístas?

2. Ao orarmos juntos, evitemos o orgulho.Estudamos na presente lição que, ao orarmos juntos, temos uma

ótima oportunidade de compartilhar nossas aflições e problemas, pe-dindo que os outros orem por nós. Era isso que Paulo fazia: Eu peço, irmãos, pelo nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor que o Espírito dá, que me ajudem, orando com fervor por mim (Rm 15:30 – NTLH). O apóstolo Tiago vai mais além e nos incentiva a pedir ajuda dos irmãos em oração e confessar as nossas fraquezas: Confessem os seus pecados uns aos ou-tros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz (Tg 5:16 – NVI).

Contudo, tais tarefas são coisas improváveis para quem é orgulhoso. Uma pessoa orgulhosa tem muita dificuldade em reconhecer que pre-cisa de ajuda, e, ainda mais, em reconhecer seus erros. Se, por um lado, a Bíblia nos diz que a soberba precede a ruína, e a altivez do espírito

5. Kistemaker (2006:182).

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precede a queda (Pv 16:18), por outro, diz que Deus está sempre perto de quem tem o coração partido e o espírito humilde (Sl 34:18 – BV). Portanto, quando estivermos reunidos para falar com Deus, evitemos o orgulho. Sejamos humildes e reconheçamos que precisamos da ajuda dos irmãos em oração.

06. Leia a segunda aplicação; Rm 15:30; Tg 5:16, e responda: Por que, ao orarmos juntos, não podemos ser orgulhosos?

3. Ao orarmos juntos, evitemos a desordem.A oração conjunta, no momento do culto, é uma experiência tão po-

derosa e agradável que alguns cristãos chegam até mesmo a extrapo-lar nessa prática, cometendo alguns desvios. Esse foi um dos problemas enfrentados na igreja de Corinto (1 Co 14). Para que isso não ocorra conosco, precisamos saber que a oração em público não é uma questão pessoal. Orar em público, no culto ou em um grupo de oração, não é só uma questão entre o crente e Deus. Ela acontece em uma espécie de triângulo: eu, Deus e o irmão. Deste modo, quando orarmos, precisamos respeitar também as pessoas que oram conosco no culto.

Há dois conselhos deixados pelo apóstolo Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios, capítulo 14, que também servem para nós, hoje. O primeiro conselho é este: Tudo seja feito para a edificação da igreja (v. 26). Quando estivermos orando juntos, precisamos perguntar se a nossa oração está edificando o corpo de Cristo ou causando escândalo. O segundo con-selho de Paulo está no versículo 40: Tudo deve ser feito com decência e ordem. Quando a nossa oração fere os princípios da decência e faz que o culto santo ao Deus santo se torne uma bagunça, então, precisamos, com urgência, mudar de atitude.

07. Leia a terceira aplicação; 1 Co 14:26,40, e responda: Por que, ao orarmos juntos, devemos evitar a desordem?

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CONCLUSÃO: Orar é entrar no Santo dos santos e nos colocar na presença do próprio Deus, por meio da fé, valendo-nos do sacrifício de Cristo, e falar com Deus com toda liberdade, por meio da palavra audível ou silenciosa.6 Essa experiência pode ser vivenciada na individualidade de nosso quarto ou na coletividade de um culto público. O desafio do estudo de hoje foi nos ajudar a pensar na importância da oração no cul-to que, juntos, oferecemos a Deus. Vimos que essa prática, além de ser bíblica, é, também, indispensável, pois traz muitos benefícios ao corpo de Cristo. Portanto, ao orarmos juntos, evitemos o egoísmo, o orgulho e a desordem. Juntos, falemos com Deus.

6. César (2005:21).

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TEXTO BÁSICO: Vamos comparecer diante dele com ações de graças, cantando alegres hinos de louvor. (Sl 95:2)

INTRODUÇÃO: Tão importante quanto o ato de adorar é saber como adorar. O culto espiritual é, sem dúvida, racional. É por isso que, na Bíblia, encontramos vários textos que ensinam a maneira como devemos com-parecer diante do Senhor (Sl 95:1,2; 138:2; Ec 5:1-4; Mt 2:11; Jo 4:23). O culto a Deus é composto de vários itens importantes, que não devem ser ignorados. Nas três lições anteriores, vimos alguns: Adoração alegre, lou-vor e oração. Hoje, trataremos sobre a gratidão. Num mundo tão egoísta, essa prática, muitas vezes, parece ultrapassada. Mas é essa atitude que devemos adotar no culto a Deus. Vejamos o que a Bíblia diz.

I. VAMOS À PALAVRA

A expressão “ações de graças” é forte no livro de Salmos. É possível se deparar com ela em diversos textos do livro (Sl 50:14,23; 56:12; 69:3;95:2). É importante que se diga que, em alguns casos, ela está vinculada espe-cificamente ao culto. Isso se mostra evidente quando o salmista utiliza

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4Hinos sugeridos: BJ 343 / BJ 74

Ensinar ao estudante da Bíblia que, no culto, devemos agradecer a Deus com contentamento, humildade e discernimento.

Domingo, 17 de abril: .......................... Sl 95:2Segunda, 18: ......................................... Sl 100:4Terça, 19: ................................................. Sl 50:14Quarta, 20: ............................................ 1 Tm 2:1Quinta, 21: ............................................... 1 Ts 5:8Sexta, 22: .................................................. Ef 5:20Sábado, 23: ............................................ Sl 107:8

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

Reunidos para�render graças

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os termos “suas portas”, “átrios”, “diante dele” e “assembleia”, fazendo menção do lugar de adoração (Sl 95:2; 100:4; 111:1). Mas a expressão de gratidão também é encontrada em alguns textos do Novo Testamento, principalmente, nas cartas paulinas (1 Co 10:30; Fp 4:6; Cl 4:2). A Bíblia nos mostra a ordem, o conceito, o destinatário, o motivo, o tempo, e o modo da gratidão.

1. Dai graças: A gratidão é parte fundamental no exercício da adora-ção. Por isso, a Bíblia enfatiza, por diversas vezes, o dever de sua prática. Nas epístolas de Paulo, “a palavra gratidão e correlatas aparecem mais de 40 vezes, e, em uma dessas referências, nós lemos: ‘Em tudo dai graças; porque esta é a vontade de Deus, em Cristo Jesus, para convosco’ (1Ts 5:18)”.1 Nesse texto, a expressão dai graças é um mandamento, reforçado pela expressão: “esta é a vontade de Deus”. Não é à toa que Paulo coloca a gratidão em igualdade com outros aspectos essenciais do culto cristão: ... exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens (1 Tm 2:1 – grifo nosso).

A gratidão a Deus é um dever a nós atribuído pelas Escrituras. A von-tade dele, como vimos, é que nos reunamos para render graças ao seu nome, mas a verdade é que muitas pessoas ignoram isso no culto. Des-se modo, a adoração torna-se incompleta e sem propósito adequado. Portanto, a proposta bíblica, para nós, é: Perseverai na oração, vigiando com ações de graças. Isso quer dizer que “todo cristão tem o dever de ser grato a Deus pelo favor que Dele recebeu”.2 Somos convocados a render graças ao Senhor em todo o tempo e circunstância (Sl 95:2).

2. O que isso significa? Além de atentarmos para o mandamento da gratidão, é necessário, também, entendermos a sua definição. Para me-lhor compreendermos o seu sentido, consideremos a expressão “ações de graças”, que é utilizada com frequência no Antigo e Novo Testamen-tos (1 Cr 25:3; Ne 12:46; Sl 50:14; Fp 4:6; 1 Ts 3:9). A expressão ações de graças é um ato de piedade ou devoção com que se agradecem benefí-cios recebidos; reconhecimento.3 É regozijo e celebração na presença do Deus que é, essencialmente, bom.

Tendo em vista a definição apresentada, é perceptível que, no culto, o nosso proceder deve focar-se além da petição. Não é errado pedirmos aquilo que nos convém ou que beneficie a outrem. Porém, não podemos

1. Bastos (2009:74).2. Idem (p. 73).3. Idem (pp. 72-3).

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deixar de reconhecer as obras de Deus, a pureza do seu caráter e a sua bondade. Ações de graças tem muito haver com a recapitulação das bên-çãos recebidas. Quem é grato a Deus não atribui essas bênçãos ao pró-prio esforço, sabe que é completamente indigno delas e reconhece que são grandes e variadas.4 É possível que o salmista tivesse isso em mente, quando afirmou: Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nem um só de seus benefícios (Sl 103:2).

3. A quem dar graças: O apóstolo Paulo afirma que a gratidão deve ser destinada a Deus Pai (Ef 5:20). Essa afirmação tem muito sentido. Deus ciente da ingratidão humana. Veja o que o apóstolo escreveu aos romanos: porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças (Rm 1:21). Em diversas situações, as pessoas não agradecem ou, simplesmente, prestam gratidão ao destinatário er-rado, ou seja, ao instrumento da bênção e não ao abençoador, mesmo diante da clara manifestação dos atributos, da divindade e do eterno poder de Deus, através das coisas criadas (Rm 1:20).

Aqueles que têm um coração agradecido não têm dificuldade de en-xergar, em Deus, um ser digno de receber ações de graças. Deus é digno, isto é, ele merece nossa gratidão! É graças a ele que, hoje, perdoados, te-mos livre acesso à sua presença, alcançamos misericórdia, graça e somos ajudados em tempo oportuno (Hb 4:16). Todos os povos, sem exceções, devem gratidão a ele. Isso inclui também os homens mais poderosos da terra (Sl 138:4). Por isso, o autor de 1 Crônicas declara com entusiasmo: Rendei graças ao Senhor, invocai o seu nome, fazei conhecidos, entre os povos, os seus feitos (1 Cr 16:8).

4. Por qual motivo? Após analisarmos a ordem, o conceito e o destinatário da gratidão, vejamos o ensino da Bíblia sobre o motivo da mesma: dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai (Ef 5:20a – grifo nosso). Esse mandamento bíblico é formidável! Ele põe a bai-xo toda sorte de murmuração. O ensino bíblico é que sejamos gratos a Deus por todas as coisas no culto e fora deste. Isso inclui todas as bênçãos físicas e espirituais, as bênçãos do passado, do presente e até mesmo as futuras. Mas também diz respeito às aflições. Paulo era grato por suas cadeias (Fp 1:12-14). A lógica disso consiste em que ... todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8:28).

4. Hendriksen (2005:287).

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É importante atentarmos, porém, para o fato de que a expressão “por tudo” não deve ser interpretada tão ao pé da letra. Não podemos dar graças pelo mal moral, por exemplo. O marido não deve louvar a Deus pelo adultério da esposa; a esposa não deve agradecer a Deus pela em-briaguez do marido, nem pelo vício em drogas no qual o filho se meteu. Dar graças pelo mal moral é insensatez e blasfêmia.5 É necessário en-fatizarmos, ainda, que a nossa gratidão a Deus deve ser motivada não somente por aquilo que ele faz por nós, mas, principalmente, pelo que é para nós (1 Cr 16:34; Sl 118:28).

5. Quando dar graças: Vejamos novamente a primeira parte do texto de Efésios 5:20: ... dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai (grifo nosso). Não há limite de tempo para se render ações de graças a Deus. Essa prática deve ser constante, antes, no decorrer e depois do culto. Devemos dar graças sempre, porque os olhos bondosos do Pai estão sobre nós o tempo todo. As misericórdias dele jamais cessam de jorrar sobre a nossa vida (3:22). A nossa gratidão deve ser expressa em três momentos. Em primeiro lugar, antes da luta. Esta foi a ordem do rei Josafá ao povo, antes de travar uma grande batalha contra os filhos de Amom e de Moabe (2 Cr 20:21). A época de paz e bonança é, também, o tempo de render graças a Deus.

Em segundo lugar, a gratidão deve ser manifestada durante a angús-tia. Foi o que fez Jonas, quando esteve no ventre do peixe: Na minha angústia, clamei ao SENHOR, e ele me respondeu; (...) eu te oferecerei sa-crifício com a voz do agradecimento (Jn 2:2,9). Isso vale para nós também. Por fim, em terceiro lugar, a gratidão deve ser expressa depois da bênção recebida. Após a travessia do Mar Vermelho, Moisés e os filhos de Israel reconheceram as obras grandiosas de Deus. Os primeiros 22 versículos do capítulo 15 de Êxodo dedicam-se a mostrar isso. Do mesmo modo, o escritor do Salmo 116 mostra-se grato a Deus pela oração respondida e pelo livramento recebido. Após a vitória, não podemos esquecer-nos daquele que a ela nos conduziu.

6. Como dar graças: A Bíblia, que é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça (2 Tm 3:16), mostra-nos como devemos dar graças: ... em nome de nosso Senhor Jesus Cristo (Ef 5:20). As expressões traduzidas por “em nome”, po-dem ter o sentido de autoridade, poder, reconhecimento ou confis-

5. Lopes (2009:140).

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são, identificação.6 A ideia do texto é que, estando nós sob a auto-ridade de Cristo, que é o nosso mediador (1 Tm 2:5), somos depen-dentes dele para que não somente as nossas orações, mas, também, as nossas ações de graças cheguem ao Pai. Cristo é o nosso único acesso a ele.

A autoridade não está especificamente no nome, mas na pessoa de Jesus (Mt 28:18). Foi ele quem conquistou todas as bênçãos para nós. Jesus constituiu-se o nosso sumo sacerdote, no qual é impossível en-contrarmos qualquer falha (Hb 7:26). Ele está à direita de Deus e também intercede por nós (Rm 8:34). Purifica as nossas petições e ações de graças e as apresenta, por intermédio da sua intercessão, diante da face do Pai.7 As bênçãos que chegam até nós vêm por intermédio dele. Assim como é através de Cristo que somos abençoados, é por meio dele que o Pai recebe nossas ações de graças.

01. Leia 1 Ts 5:18; Sl 103:2; os itens 1 e 2, e responda: Podemos dizer que a gratidão é um dever cristão? O que ela significa?

02. Após ler Ef 5:20; 1 Cr 16:8, e o item 3, responda: A quem devem ser destinadas as ações de graças?

03. Com base em Ef 5:20; Fp 1:12-14, e no item 4, responda: Até que ponto devemos agradecer a Deus por tudo?

6. Vine et all. (2009:820).7. Hendriksen (2005:289).

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04. Leia 2 Cr 20:21; Jn 2:2,9; Mt 28:18; Rm 8:34; os itens 5 e 6 e responda: Em quais momentos devemos expressar a nossa gratidão a Deus? Como isso deve ser feito?

II. VAMOS À PRÁTICA

1. Reunidos para adorar, agradeçamos a Deus com contentamento. Há um ditado popular que diz: “Não tenho tudo o que amo, mas

amo tudo o que tenho”. Quem pensa assim, entende o sentido da pala-vra contentamento. Paulo se contentava com as coisas simples da vida: Tendo sustento e com que nos vestir estejamos contentes (1 Tm 6:8). Esse conceito de contentamento parece estar cada vez mais em falta na atu-alidade. Muitas pessoas, por mais que sejam abençoadas por Deus, de muitas maneiras, não se contentam com o bem que recebem. Sempre estão insatisfeitas com as bênçãos de Deus e com o Deus da bênção.

Infelizmente, é possível observarmos semblantes fechados no culto por falta de contentamento. Tais pessoas vivem em torno do lucro, e todo lucro, para elas, é pouco. Mas o conceito que Paulo tinha de lu-cro era diferente. Disse ele: De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento (1 Tm 6:6). No culto, é necessário que tenha-mos essa consciência. Rendamos graças ao Senhor, mesmo que não possuamos o que há de melhor no mundo, isto é, o carro do ano, a casa dos sonhos, ou “aquele emprego”. Reconheçamos que Deus, por sua generosidade, já nos deu o suficiente para vivermos contentes em toda e qualquer situação (Fp 4:11).

05. Leia Fp 4:11; a primeira aplicação, e responda: Por que é importante que haja contentamento em nossa gratidão a Deus?

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2. Reunidos para adorar, agradeçamos a Deus com humildade. Diante das muitas bênçãos que adquirimos de Deus, corremos o grave

risco de imaginar que possuímos algum mérito. Para não caírem nesse erro, os israelitas foram alertados: ... te lembrarás do SENHOR, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas (Dt 8:18a). Além de nos dar forças para alcançarmos os nossos objetivos, Deus nos concede a riqueza mais preciosa: a vida. Ele mesmo a sustenta, pois as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas miseri-córdias não têm fim (Lm 3:22).

Quando nos reunirmos para adorar, prostremo-nos diante de Deus com humildade, reconhecendo que tudo o que recebemos não é mérito nosso, mas dele. Deixemos claro, em nosso ato de gratidão, que a glória pela nossa vida, pela salvação, pela libertação, pela cura e por toda sorte de bênçãos pertence somente ao Senhor. O salmista aconselha-nos: Ren-dam graças ao Senhor por sua bondade e por suas maravilhas para com os filhos dos homens! (Sl 107:8 – grifo nosso). Quem é bom? O Senhor somente. Quem é misericordioso todos os dias? O Senhor somente. A ele, toda a glória e ação de graças!

06. Leia Dt 8:18; a segunda aplicação, e responda: Por que é necessário humildade em nossa gratidão a Deus?

3. Reunidos para adorar, agradeçamos a Deus com discernimento. Hesitamos, muitas vezes, em agradecer a Deus por causa dos variados

problemas que nos sobrevêm. Preferimos agradecer-lhe somente por aquilo que consideramos positivo, mas não lhe agradecemos pelas coi-sas negativas. O que a Bíblia nos ensina? A expressar gratidão com dis-cernimento. O mesmo apóstolo que nos aconselha a agradecer a Deus em tudo (1 Ts 5:18) nos adverte a agradecer-lhe por tudo (Ef 5:20). Em vez de murmurar diante das aflições, tenhamos discernimento para acei-tarmos o fato de que Deus, por sua soberania, pode usar as situações adversas para um fim benéfico.

Agradeçamos ao Senhor por tudo e em tudo. Como abordamos an-teriormente, não devemos agradecer por tudo ao pé da letra, como, por exemplo, no que concerne ao mal moral. E por que não? Porque o

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“mal é uma abominação ao Senhor, e não podemos louvá-lo ou dar-lhe graças por aquilo que ele abomina”.8 Todavia, devemos agradecer a Deus por algumas situações que possam até parecer negativas, mas que serviram para que Deus nos moldasse e nos desse o crescimento espiritual de que precisávamos para o servirmos melhor. Rendamos-lhe graças de maneira sábia!

07. Leia Rm 8:34; a terceira aplicação, e responda: Por que é imprescindível que haja discernimento em nossa gratidão a Deus?

CONCLUSÃO: Reunidos diante de Deus, é nosso dever adorá-lo com ações de graças. Ele merece! Foi ele quem nos amou de tal maneira a ponto de entregar o seu único filho para que, através da morte deste, tivéssemos vida (Jo 3:16). Como não nos deleitarmos em sua presen-ça com gratidão, diante de tamanha prova de amor? Portanto, quando estivermos na casa de Deus, não nos apressemos em murmurar, mas em agradecer-lhe com contentamento, aceitando com amor aquilo que Deus nos deu; com humildade, reconhecendo as nossas limitações e com discernimento, aceitando os propósitos divinos.

8. Stott (2007:155).

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30 ABR 2011

5Hinos sugeridos: BJ 95 / BJ 374

TEXTO BÁSICO: Venham apoiar-me aqueles que te temem, aqueles que entendem dos teus estatutos. (Sl 119:79)

INTRODUÇÃO: “Buscar apoio” é uma expressão forte, que descreve muito bem o quanto somos limitados e o quanto dependemos uns dos outros. A palavra apoio tem o mesmo significado de sustentação, base, auxílio, proteção, ajuda, encorajamento. A lição que estudaremos, hoje, nos ensinará que o culto é uma excelente oportunidade para, dentre ou-tras coisas, prestarmos e pedirmos ajuda uns aos outros. A igreja é para isso. Afinal, a Bíblia a descreve da seguinte maneira: Pois bem, vocês são o corpo de Cristo, e cada um é uma parte desse corpo (1 Co 12:27 – NTLH).

I. VAMOS À PALAVRA

O salmista não tem vergonha de declarar que precisa de ajuda. Por isso, ele se apressa em recorrer a Deus do seguinte modo: Venha, pois, a tua bondade consolar-me (...). Baixem sobre mim as tuas misericórdias, para que eu viva (Sl 119:76-77). Ele entende que precisa buscar apoio não somente do alto, mas, também, dos que estão ao seu lado, isto é, daqueles que

Ensinar ao estudante da Bíblia que, no culto, apoiamos as pessoas, quando as ouvimos, compreendemos e aconselhamos.

Domingo, 24 de abril: .................. 1 Co 12:27Segunda, 25: ........................................ 2 Tm 4:2Terça, 26: ...................................................... Tt 1:9Quarta, 27: .................................... 1 Ts 2:11-12Quinta, 28: ............................................ 1 Ts 5:14Sexta, 29: ............................................... Pv 15:22Sábado, 30: ................................................ Gl 6:1

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

Reunidos para�buscar apoio

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temem ao Senhor (Sl 119:79). Isso faz sentido. Precisamos da ajuda divina, mas devemos admitir que precisamos uns dos outros. Ao angustiado, pa-lavras de conselho e encorajamento são fundamentais. No culto, portanto, precisamos tomar algumas atitudes em relação ao ato de apoiar.

1. Observe a base: Não precisamos, necessariamente, obter acesso a uma graduação na área de relações humanas ou algo semelhante, para nos relacionarmos afetivamente com as pessoas. A Bíblia, a palavra de Deus, é a nossa base para isso. Ela é a bússola que nos direciona em todas as áreas da vida. O seu autor compreende os seres humanos mais do que qualquer psicanalista conceituado. A Bíblia afirma que com Deus está a sabedoria e a força; ele tem conselho e entendimento (Jó 12:13). É a sua pa-lavra que nos encoraja a encorajar por meio do aconselhamento saudável.

Os que se reúnem para cultuar ao Deus santo devem ter em mente que o ato de apoiar é uma responsabilidade cristã, que tem fundamento bíblico. O apóstolo Paulo faz questão de enfatizar isso, ao escrever: Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina (2 Tm 4:2 – grifo nosso). O termo grego parakaleo, traduzido pelo verbo “exortar”, significa encorajar, for-talecer. É um grave erro enfatizar a correção e a repreensão, sem praticar o encorajamento. Além de instruir Timóteo à prática do encorajamento, Paulo orienta Tito a seguir o mesmo princípio (Tt 1:9).

O encorajamento, portanto, é uma verdade bíblica e deve ser pratica-da no culto com toda a longanimidade e doutrina. É um princípio bíblico e deve ser encarado como tal. Ele é tanto um direito quanto um dever do cristão. Os irmãos de Tessalônica aprenderam isso. Eles receberam o seguinte tratamento: ... vocês sabem que tratamos cada um de vocês como um pai trata seus próprios filhos, exortando, incentivando (1 Ts 2:11,12a – NBV). Mas receberam também a seguinte ordem: Exortamo-vos, também, irmãos, a que admoesteis os insubmissos, consoleis os desanimados, ampa-reis os fracos e sejais longânimos para com todos (1 Ts 5:14 – grifo nosso).

2. Tome a iniciativa: Em algumas circunstâncias, as pessoas depen-dem exclusivamente da intervenção divina. Mas nem sempre é assim. Às vezes, basta que elas tomem uma iniciativa para que as coisas aconte-çam. Em se tratando de apoio, o cristão deve agir de duas maneiras. Em primeiro lugar, precisa se dispor a ajudar. Quem melhor nos ensina isso é o próprio Jesus. Diante do abatimento e incredulidade dos discípulos que seguiam para Emaús, ele tomou a iniciativa de ajudá-los. A cura da-queles corações feridos e tristes pela morte do seu Senhor se deu me-diante a um importante diálogo iniciado por Cristo.

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Agir como Cristo agiu e imitá-lo é, sem dúvida, o melhor caminho. E como ele agiu? Ele se aproximou daqueles discípulos (Lc 24:15), pergun-tou o motivo da preocupação deles (Lc 24:17), dispôs-se a ouvi-los (Lc 24:19-24), confrontou-lhes o erro (Lc 24:25-27), ensinou-lhes a verdade (Lc 24:27), tornou-se íntimo deles (Lc 24:29) e, finalmente, não os aban-donou, mas incentivou-os a agir (Lc 24:31,33,34). A atitude dos filhos de Deus deve ser a mesma. Todos podem se dispor a dar apoio, assim como Judas e Silas, que eram também profetas, consolaram os irmãos com mui-tos conselhos e os fortaleceram (At 15:32).

Em segundo lugar, o cristão precisa se dispor a receber ajuda. Quando se precisa de um conselho, a atitude mais sábia é buscá-lo. Mas, para que isso aconteça, é necessário reconhecer a própria necessidade de ajuda. A sabedoria que Salomão recebeu de Deus o impulsionou a afirmar: Quem pensa que pode vencer a vida sozinho vai fracassar totalmente; quem pro-cura ajuda e pede conselhos será bem-sucedido (Pv 15:22 – NBV – grifo nosso). Ele trata da importância de se consultar os conselheiros, antes de se tomar uma decisão delicada (Pv 20:18). Nas reuniões de adoração, há conselheiros. Há pessoas que se dispõem a ajudar e a receber ajuda.

3. Evite a negligência: Observar a base do apoio, que é a palavra de Deus, e tomar a iniciativa, tanto para ajudar quanto para pedir ajuda, indicam que o indivíduo está no caminho certo. Mas, uma vez que alguém negligencia tudo isso, deve tomar cuidado, pois aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando (Tg 4:17). Esse texto está tratando de um pecado grave: a omissão, a apatia a que muitos crentes se submetem, diante das turbulências que afligem a vida do próximo. O corpo de Cristo é o que mais sofre com os danos desse erro. É comum vermos pessoas caírem da fé, em razão de lhes faltar apoio para continuar.

Há muitos crentes desencorajados; há muitos líderes, inclusive, pasto-res, na mesma situação. Eles precisam de apoio. Não importa a posição de cada um no reino de Deus; todos podem passar por crises existenciais na vida. Todos são humanos. Qualquer pessoa nesse estado precisa ou-vir palavras encorajadoras. Todavia, isso nem sempre acontece. Parece mesmo que alguns cristãos têm o “dom do desencorajamento”. Eles só se achegam às pessoas quando têm algo negativo para dizer, ou, então, nada dizem, o que pode ser mais desencorajador.1

1. Getz (2006:149)

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Mas Deus não quer que sejamos assim. A Bíblia nos mostra bons exemplos, dentre os quais citamos Barnabé, cujo nome significa “filho do encorajamento”. O seu nome caracteriza perfeitamente a sua pessoa. Ele apoiou Paulo, e este foi recebido entre os discípulos, apesar da má fama que tinha entre os cristãos (At 9:26,27). Tempos mais tarde, Barnabé prestou apoio a Marcos, uma vez que Paulo não queria levá-lo em sua viagem missionária. Barnabé, contudo, estendeu-lhe a mão (At 15:37-39). Não sabemos o que seria de Paulo e Marcos, se Barnabé lhes hou-vesse negligenciado apoio. A sua atitude foi de grande relevância para o ministério de ambos e para a expansão do cristianismo.

4. Perceba o necessitado: O clamor de quem carece urgentemente de apoio assemelha-se ao do salmista: Estou derrotado e caído no chão; de acordo com a tua promessa, dá-me novas forças (Sl 119:25 – NTLH). Dificilmente, alguém nessa situação conseguirá reerguer-se sozinho. Pessoas assim precisam ser percebidas, compreendidas. No culto, há pessoas sofrendo a dor do preconceito, em razão de um pecado come-tido no passado. É possível que isso acontecesse na época de Paulo. Por isso, ele foi enfático em afirmar: Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo (Gl 6:2).

Esse texto trata de problemas concernentes ao pecado. Quem é víti-ma deste precisa de apoio para levantar-se outra vez: Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falha, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura (Gl 6:1 – grifo nosso). Além das vítimas do peca-do, as vítimas da perda, do abandono, do desânimo, da doença mere-cem ser percebidas (1 Ts 5:14). Jó é exemplo disso (Jó 2:11). Esse é, tal-vez, o problema de muitos cristãos, que, muitas vezes, têm dificuldade para perceber os problemas que o irmão ao lado esteja atravessando.

A falta de percepção é uma falha grave, mas a indiferença é um erro ainda pior. Saber que uma pessoa está com problemas e fazer “vistas grossas”, como se nada estivesse acontecendo, não é uma atitude cristã. Cantar o amor, sem procurar praticá-lo no culto, é perda de tempo. Não foi à toa que Jesus mencionou a parábola do bom samaritano. Um sacer-dote e um levita, pessoas de quem se esperava um bom exemplo, agiram com indiferença, em relação ao homem necessitado (Lc 10:31,32). Mas o samaritano, vendo-o, compadeceu-se dele (Lc 10:33). Muitos dependem de atitudes semelhantes às daquele samaritano.

01. Após ler 1 Ts 2:11-12, 5:14 e o item 01, responda: Por que o encorajamento é tanto um direito quanto um dever do cristão?

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02. Leia Lc 24:15-17; Pv 15:22; o item 02, e responda: Que iniciativas devemos tomar em relação ao ato de apoiar?

03. Leia Tg 4:17; o item 03, e responda: Que atitude precisamos evitar, diante das aflições do próximo? Por quê?

04. Após ler Lc 10:31-33 e o item 04, comente a frase: “A falta de percepção é uma falha grave, mas a indiferença é um erro ainda pior”.

II. VAMOS À PRÁTICA

1. Para apoiar as pessoas, é preciso escutá-las.A Bíblia diz que há um tempo para cada coisa; há um tempo certo para

cada propósito debaixo do céu (Ec 3:1 – NBV). Quando fazemos as coisas “fora do tempo”, podemos prejudicar a nós mesmos e aos outros. Por isso, Deus determinou que há tempo de ficar calado e tempo de falar (Ec 3:7b). Uma pessoa em estado emocional delicado precisa ser ouvida. Muitas vezes, anseia por isso. Ao desabafar, ela expelirá do coração sen-timentos que lhe causam angústia. Nesses momentos, os nossos ouvidos são muito úteis. Cristo ouviu o lamento de Marta: Se o Senhor estivesse aqui, meu irmão não teria morrido (Jo 11:21 – NBV).

Ouvir não significa concordar com o que a pessoa diz. Dependendo das circunstâncias, ela pode estar ressentida com alguém, por achar que este é culpado pela situação em que se encontra, mas pode estar equivo-cada. Nesses momentos, é melhor ser imparcial. Jesus, mais do que qual-

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quer outra pessoa, sabia o que se passava no coração dos discípulos que viajavam para Emaús. Ele conhecia as dúvidas deles. Mas não se apressou a falar coisa alguma. Ele se dispôs a ouvi-los (Lc 24:19-24). Nós temos nos colocado à disposição do caído, do desanimado, do magoado e do desesperado para ouvi-lo? Escutá-los é, por si só, uma excelente maneira de apoiá-los, e o culto, uma oportunidade para isso.

05. Leia a primeira aplicação e responda: Por que é necessário escutar as pessoas atribuladas?

2. Para apoiar as pessoas, é preciso compreendê-las. Ouvir quem precisa desabafar é importante, mas não é tudo. Para que

haja cura, é necessário, também, haver compreensão. Esse elemento é indispensável no processo de restauração de uma pessoa. Não há me-lhor modo de compreender alguém do que colocar-se no seu lugar. Caso contrário, a compreensão será suprimida pelo preconceito. Como é la-mentável quando as coisas chegam a esse extremo! Não é essa a vonta-de de Deus, a quem cultuamos. Ele não faz acepção de pessoas (Ef 6:9). O mandamento bíblico para nós é: Levai as cargas uns dos outros (Gl 6:2).

A Bíblia diz que devemos corrigir com brandura aqueles que estão ca-ídos (Gl 6:1). Essa é uma característica de quem é, de fato, um cristão es-piritual. Aquele que despreza, julga e condena a quem precisa de apoio não é espiritual, mas carnal. Portanto, tenha o cuidado de compreender as pessoas em crise, pois Cristo faz o mesmo por nós. Ele nos compreen-de e nos perdoa, apesar dos nossos pecados. Ele compreendeu a mulher que fora flagrada em adultério, perdoou a sua culpa e lhe deu outra chance (Jo 8:11). Aproveite o culto para se alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram (Rm 12:15).

06. Leia a segunda aplicação e responda: Por que é necessário compreender as pessoas atribuladas?

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3. Para apoiar as pessoas, é preciso aconselhá-las. Após escutar e compreender as pessoas, cabe-nos ainda dar um ter-

ceiro passo: devemos aconselhá-las. A sabedoria divina observa que, como o óleo e o perfume alegram o coração, assim, o amigo encontra doçura no conselho cordial (Pv 27:9). Tomar decisões não é nada fácil, principalmente para quem está abalado psicologicamente. Nessas ho-ras, o apoio por meio de um conselho bem pensado e bíblico cai bem. Como já mencionamos, a palavra de Deus é a bússola que nos direciona em todas as áreas da vida. Por isso, quem seguir os conselhos nela con-tidos, jamais se arrependerá.

Todos precisam de apoio. O diálogo é, sem dúvida, essencial para isso. A pessoa que se sente culpada precisa de conselhos que a estimulem a aceitar o perdão de Deus. Aqueles que sofrem a dor de uma perda carecem de consolo e encorajamento, que podem ser obtidos com a certeza da ressurreição de Cristo. Os que precisam tomar uma decisão importante devem ser incentivados a confiar na direção divina. Não nos esqueçamos: o bom conselheiro precisa saber usar as palavras certas, no tempo certo, para a pessoa certa, pois, como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo (Pv 25:11). No culto, apoiemo-nos uns aos outros com sábios conselhos.

07. Leia a terceira aplicação e responda: Por que é necessário aconselhar as pessoas atribuladas?

CONCLUSÃO: Chegamos ao final do estudo de hoje ainda mais cer-tos de que a igreja de Cristo é um lugar em que buscamos apoio uns dos outros, a fim de superarmos as nossas crises. Vimos que, para cumprir este propósito, precisamos nos ajudar, com base na palavra, com iniciativa, sem sermos negligentes quanto o problema alheio. Ao nos reunirmos para buscar apoio, devemos ter em mente que preci-samos ouvir as pessoas, bem como compreendê-las e aconselhá-las. Cristo espera isso de nós.

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TEXTO BÁSICO: Assiste-nos, ó Deus e Salvador nosso, pela glória do teu nome; livra-nos e perdoa-nos os nossos pecados, por amor do teu nome. (Sl 79:9)

INTRODUÇÃO: O perdão é a garantia de uma segunda chance. Por que, muitas vezes, precisamos de outra chance? Porque somos pecadores e, como tais, estamos expostos ao erro, dia após dia. E isso não é de agora. Os israeli-tas, por exemplo, fracassaram inúmeras vezes diante de Deus. Mostraram-se instáveis em sua fé, e a incredulidade os levou à rebelião (Dt 31:27, 32:15-18), à ingratidão (Êx 15:1-21), à insatisfação (Sl 106:4), à inveja (Nm 16:1-3), etc. Por essa razão, encontramos na Bíblia vários textos em que essa nação confessa a Deus os seus delitos (Ed 9:15; Ne 9:3; Jr 14:20). Como veremos a seguir, a confissão é uma prática necessária e não deve ser ignorada no culto.

I. VAMOS À PALAVRA

O texto básico deste estudo é uma oração de confissão, na qual o salmista declara, sem rodeios, a culpa da nação e a urgente necessidade desta de ser perdoada. Ele entende que o primeiro grande passo para uma restauração é a confissão. Esta pode ser tanto coletiva quanto individual. O termo confessar

7 MAI 2011

6Hinos sugeridos: BJ 101 / BJ 254

Ensinar ao estudante da Bíblia que, no culto, a confissão deve ser praticada com arrependimento, transparência e urgência.

Domingo, 1 de maio: ................... 1 Jo 1:7-10Segunda, 2: .............................................. Sl 51:3Terça, 3: ........................................................ Is 6:5Quarta, 4: .................................................... Tg 3:2Quinta, 5: ................................................ Sl 19:12Sexta, 6: .................................................. Pv 28:13Sábado, 7: ........................................... Nm 14:18

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

Reunidos parapedir perdão

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é uma tradução da palavra hebraica yãdhâ e da palavra grega homologein, e tem o sentido tanto de declaração de fé (Rm 10:10) quanto de reconheci-mento do pecado (1 Jo 1:9).1 É exatamente sob o ponto de vista desse último sentido que abordaremos o assunto, levando em consideração o ato do cul-to, no qual nos reunimos para, dentre outras coisas, pedir perdão.

1. Reconhecendo a culpa: Atentemos para uma questão importante: Por que reconhecer a culpa e confessá-la? Ninguém vai nos dar uma res-posta tão leal a esta pergunta quanto a Bíblia, a palavra de Deus. Obser-ve: Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3:23). Essa é a realidade da qual todos nós fazemos parte. A questão do pecado é bem enfatizada nas Escrituras. Elas não maquiam e nem escondem a verdadeira condição do ser humano. A propósito, a palavra pecado parece estar cada vez mais ultrapassada na sociedade moderna. Ela é, frequentemente, as-sociada apenas a uma transgressão na dieta ou a um delito no trânsito.2

Mas o conceito bíblico de pecado é muito mais grave: pecado é sinônimo de morte: ... por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram (Rm 5:12 – grifo nosso). Julgamos necessário frisar essa questão porque muitos se consideram “perfeitos” demais para praticarem a confissão. Não reconhecem o erro. Mas isso não é de hoje. Há cerca de dois mil anos, João escreveu: Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamos a nós mesmos (1 Jo 1:8). Na época, havia quem afirmasse não ter pecado. Isso é gra-ve porque negar a existência do pecado ou da nossa pecabilidade é ignorar a eficácia do sacrifício de Cristo, por cujo sangue somos purificados (1 Jo 1:7).

Não é fácil para ninguém enxergar as próprias manchas no espelho! Parece mais cômodo combater os pecados alheios. A nossa vontade, na maioria das vezes, é conhecer o pecado dos outros sem reconhecer o nos-so. Jogar a culpa no próximo é o atalho mais fácil, pensamos. Todavia, os personagens mais notáveis da Bíblia nos mostraram o contrário. Davi, o homem segundo o coração de Deus, confessou: Eu conheço as minhas transgressões (Sl 51:3). Isaías admitiu: (...) sou um homem de lábios impuros (Is 6:5). Paulo, por sua vez, reconheceu: Miserável homem que eu sou! (Rm 7:24a). O que esses homens de Deus tinham em comum? Eles confessa-vam a própria culpa e jogavam o peso dela sobre os próprios “ombros”.

2. Expondo os erros: Uma vez tendo o ser humano se deparado com a sua miséria moral, isto é, com a natureza pecaminosa que nele habita,

1. Douglas (1962:314).2. Douglass (2000:73).

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e tendo, por consequência, reconhecido a própria culpa, ele carece igual-mente expor, de forma direta, os seus delitos diante daquele que é santo, santo, santo (Is 6:3). Entenda que o culto é propício para se reconhecer a santidade de Deus e louvá-lo por ela, mas também é a oportunidade para confessarem os erros. João escreve: Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça (1 Jo 1:9 – grifo nosso). Sabendo disso, perguntamos: Que pecados confessar?

Para Deus devemos confessar os pecados cometidos (Lv 5:5). Tendo em vista que tropeçamos em muitas coisas (Tg 3:2), estamos sujeitos a fraquejar e cair. A lista de pecados que uma pessoa pode cometer, ao longo da vida, é enorme: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria etc. (Gl 5:19-21). Todos eles devem ser confessados, quando cometidos. E não somente esses. É necessário confessarmos também os pecados desejados. Mesmo que não cometamos determinado delito, podemos desejar cometê-lo, o que não nos isenta de culpa (Mt 5:28). Sabendo disso, Paulo fez a seguinte confissão: Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum (Rm 7:18).

Além dos pecados cometidos e desejados, a confissão deve ser feita pelos pecados de cumplicidade. Muitos erram ao tornarem-se cúmplices da transgressão alheia. Contribuir direta ou indiretamente para o pecado dos outros, é, também, iniquidade. Tal cumplicidade nos torna impuros, afirma a Bíblia (1 Tm 5:22). Esse pecado precisa ser confessado e abando-nado. Por fim, devem-se confessar os pecados ocultos. Estes são cometidos corriqueiramente, muitas vezes, sem percebermos. Mas Deus os conhece (Sl 139:23). Pode ser uma palavra “mal” dita, um pensamento promíscuo, uma ação indigna. Em relação a esse tipo de pecado, o salmista pediu: Por favor, Senhor, perdoa estes meus pecados ocultos (Sl 19:12b – BV).

3. Superando os obstáculos: Por se tratar de uma prática tão es-sencial à vida cristã, a confissão de pecados tem lá os seus obstáculos. É certo que, por meio dela, a pessoa coloca-se diante do Deus santo, no culto, reconhecendo que está na hora de permitir que ele realize a limpeza e a remoção da sujeira acumuladas durante a semana.3 Todavia, dispormo-nos a isso não é tão fácil quanto gostaríamos que fosse. Mui-tos têm enormes dificuldades para confessar os pecados e, por conta disso, retardam em fazê-lo ou, simplesmente, nunca o fazem.

Precisamos, portanto, estar atentos quanto aos empecilhos da confissão. Quais são eles? Em primeiro lugar, a ausência da noção de pecado. Uma pes-

3. Douglass (2000:73)

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soa que sofre esse problema julga ser pecado aquilo que, de fato, não é ou vice-versa. Desse modo, vive na hipocrisia (Mt 23:24), porque não atentou para o verdadeiro significado de pecado: ... a transgressão da lei de Deus (1 Jo 3:4). Em segundo lugar, o orgulho. Quando alguém se deixa dominar por esse mal, jamais confessa o pecado. Ele declara que não pecou e não reconhece o erro. Porém, pelo fato de estar com o coração infestado desse fermento, ele já está em falta, pois o orgulho em si é pecado (2 Tm 3:4).

Em terceiro lugar, o medo de retornar ao pecado é outro impecilho à confissão. Este problema é um incômodo para muitas pessoas. Elas pen-sam: “Por que confessar este pecado, se há o risco de eu cometê-lo outra vez?”. Além disso, elas ficam inseguras quanto ao perdão divino, pois têm uma grande dificuldade de aceitar o fato de que Cristo pode perdoá-las de novo pelo mesmo delito (Mt 18:22). Esses obstáculos existem e não podem ser ignorados. Eles retardam a confissão. Se, de algum modo, não os enfrentamos no passado, não estamos isentos de enfrentá-los no pre-sente. Mas podemos superá-los com a ajuda de Deus, e, finalmente, sem impedimentos, praticar a confissão.

4. Atestando os resultados: Após o reconhecimento da culpa, a expo-sição do erro e a superação dos obstáculos, estaremos aptos a atestar os resultados da confissão. O perdão é um desses resultados. O texto seguin-te esclarece: Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados (1 Jo 1:9). Há uma verdade maravilhosa nesse texto: Na primeira frase, pecado é um débito que Deus quita, e, na segunda, uma mancha que ele remove.4 A confissão não é um peso, mas uma bên-ção na vida daqueles que se achegam para adorar. Deus perdoa porque é fiel às suas promessas (Jr 31:34), embora não mereçamos tamanha dádiva.

Além do perdão, a confissão proporciona restauração. Enquanto não esti-ver convicta de que foi perdoada por Deus, a pessoa será incomodada pelo “peso” da própria consciência. Nesse sentido, é possível compreendermos a agonia do salmista, quando clamou: Confesso a minha culpa; em angústia es-tou por causa do meu pecado (Sl 38:18). Nessa condição, ninguém tem forças para prosseguir a caminhada cristã. Mas esse quadro muda com a certeza do perdão divino. A partir daí, o ser humano entra no processo de restauração, ou seja, de uma reconstrução ou restabelecimento (Pv 28:13). Logo, ele é mo-tivado a abandonar a vida velha e a recomeçar com novos costumes, atitudes e convicções. Por fim, a confissão resulta em cura. Algumas enfermidades

4. Stott (1982:67)

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estão ligadas a pecados pessoais (Jo 5:14) e à punição divina. O salmista faz uma declaração surpreendente: Não há parte sã na minha carne, por causa da tua indignação; não há saúde nos meus ossos, por causa do meu pecado (Sl 38:3b). Nesse caso, a “cura só vem depois que o pecado é confessado”.5 O escritor do Salmo 41:4 é ciente disso: Disse eu: compadece-te de mim, Senhor; sara a minha alma, porque pequei contra ti. Observe que ele associa o seu pe-dido de cura à sua confissão: ... pequei contra ti. A cura resultante da confissão pode ser tanto física quanto emocional e espiritual.

01. Após analisar o item 1 e ler Sl 51:3; Is 6:5, comente a importância de reconhecermos a nossa culpa, no ato da confissão.

02. Leia Lv 5:5; Mt 5:28; 1 Tm 5:22; Sl 19:12; o item 2, responda: Quais tipos de pecados devemos confessar? Por quê?

03. Após ler o item 3, responda: Quais são os obstáculos da confissão?

04. Leia 1 Jo 1:9; Pv 28:13; o item 4, e comente sobre os resultados da confissão.

II. VAMOS À PRÁTICA

1. No culto, pratiquemos a confissão com arrependimento. A confissão, por si só, não basta. É necessário arrependimento de quem

almeja, de fato, receber o perdão do Criador. Como sabemos, arrependimen-

5. Pieratt (2009:129)

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to significa transformação de mente ou mudança de opinião. Logo, quem muda de opinião, tende a mudar de atitude. A Bíblia é clara em afirmar que a verdadeira transformação ocorre pela renovação do nosso entendimento, pela qual é possível experimentarmos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12:2). Esse deve ser o nosso propósito, quando nos prostrarmos diante de Deus, no culto (e fora dele), e confessarmos os nossos pecados.

O coração honestamente arrependido não se refugia nas justificativas. Não “atira” para todos os lados, em busca de um culpado para as suas pró-prias transgressões. Pelo contrário, admite humildemente a sua culpa. Quer um exemplo? Davi. Após tramar a morte de Urias, para possuir a esposa deste, Davi confessou o seu pecado, arrependido, e pediu: Cria em mim um coração puro, ó Deus (Sl 51:10a). Essa deve ser a nossa súplica, diuturnamen-te. Essa oração não deve ser fruto do hábito, mas do arrependimento. Con-fessemos os nossos erros a Deus, mas supliquemos-lhe por transformação!

05. Após ler a primeira aplicação, responda: Por que a confissão deve ser praticada com arrependimento?

2. No culto, pratiquemos a confissão com transparência. A confissão deve ser transparente. Devemos contar para Deus em que

pecamos, sem rodeios ou fingimento. Poupemo-nos da insensatez de tentar esconder as nossas misérias dele. O escritor de Provérbios 28:13a é contundente em afirmar: O que encobre as suas transgressões jamais pros-perará. Costumamos, geralmente, ser transparentes em nossos pedidos. Quando vamos ao culto, via de regra citamos tudo aquilo que queremos receber de Deus. Pedir algo para ele não é errado. O problema é que nem sempre somos tão transparentes na confissão dos nossos erros.

O salmista procurou ser transparente. Ele afirmou: Confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultei (Sl 32:5 – grifo nosso). É isso mesmo. Ele confessou o seu pecado. Se quisermos obter êxito em nossa súplica por perdão, confessemos os nossos pecados. Todos eles. Sejamos transparentes diante do Deus santo. Isso significa dizer que, ao nos reunirmos no culto para pedir perdão, é nosso dever confessar para ele os pecados cometidos e desejados. De igual modo, confessemos os pecados de cumplicidade e, por fim, os pecados ocultos. Aquele que os confessa e deixa alcançará misericórdia (Pv 28:13).

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06. Após ler a segunda aplicação, responda: Por que a confissão deve ser praticada com transparência?

3. No culto, pratiquemos a confissão com urgência. A confissão é um ato urgente. Não deve ser ignorada nem prorrogada.

Caso isso aconteça, a comunhão do pecador com o seu Criador ficará comprometida, tendo em vista que as nossas iniquidades fazem divisão entre nós e o nosso Deus (Is 59:2). A demora em se confessar o pecado, automaticamente, culminará na prorrogação do perdão. Veja o que o sal-mista declara sobre isso, por experiência própria: Eu tentei por algum tem-po esconder os meus pecados. Mas fiquei muito fraco, gemendo de dor e aflição o dia inteiro (Sl 32:3, NBV). Quanto mais demoramos a confessar os nossos pecados ao Pai, mais distantes ficamos da cura e da restauração.

Mas a história do salmista não termina no lamento, nem na omissão da confissão. Ele, então, prossegue: Pensei comigo mesmo: Confessarei as minhas transgressões ao SENHOR. E o Senhor perdoou a culpa do meu pecado (Sl 32:5b – NBV). Ele demorou a confessar o seu pecado, mas logo caiu em si e percebeu que a demora só o fazia sofrer mais. Após a confis-são, encontrou alívio para a sua vida. Sabendo disso, não nos demoremos a confessar os nossos pecados diante daquele é longânimo e grande em beneficência, que perdoa a iniqüidade e a transgressão (Nm 14:18a).

07. Após ler a terceira aplicação, responda: Por que a confissão deve ser praticada com urgência?

CONCLUSÃO: O tema da lição de hoje, Reunidos para pedir perdão apre-sentou um retrato do que verdadeiramente somos: pecadores. Só se reúnem para pedir perdão os que reconhecem essa verdade. Reconhecer a culpa, ex-por os erros, superar os obstáculos e atestar os resultados é fundamental na prática da confissão. Jamais esqueçamos que ela é tão importante quanto os outros aspectos da adoração que aprendemos nas lições anteriores. Por isso, estejamos prontos a praticá-la com arrependimento, transparência e urgência. Assim, receberemos aquilo que tanto almejamos: perdão.

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TEXTO BÁSICO: Tem misericórdia de nós, SENHOR, tem misericórdia; pois estamos sobremodo fartos de desprezo. (Sl 123:3)

INTRODUÇÃO: Para uma igreja que tem sido constantemente invadida pelos princípios individualistas desta época, tais como: “Cada um com seus problemas”, tratar de súplica por misericórdia é um desafio. Mais desafia-dor é relacionar esse assunto à adoração para uma igreja bombardeada por doutrinas que rejeitam a soberania de Deus e “concedem” superpoderes ao ser humano para exigir seus direitos ao Criador. Embora pareça ser um elemento-surpresa, o ensino sobre a súplica por misericórdia, como um dos componentes do culto a Deus, se faz muito necessário à igreja dos nos-sos dias, que também vem sendo pressionada pela ideia de que humildade, dependência e renúncia são sinônimos de fraqueza.

I. VAMOS À PALAVRA

Vivemos um tempo de antimisericórdia, ao mesmo tempo em que vemos a proliferação de ONGs que se empenham em auxiliar pessoas, na luta por sua dignidade, e de leis que asseguram os direitos das minorias

14 MAI 2011

7Hinos sugeridos: BJ 69 / BJ 138

Mostrar ao estudante da palavra de Deus a necessidade de suplicar por misericórdia e de viver a misericórdia divina como um ato de adoração.

Domingo, 8 de maio: .......................... Sl 51:5Segunda, 9: .............................................. Sl 90:8Terça, 10: ................................................ Rm 5:18Quarta, 11: ........................................... Ef 2:1-10Quinta, 12: ....................................... Lm 3:22-23Sexta, 13: ....................................... Sl 103:11-14Sábado, 14: ................................... Mt 20:29-34

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

Reunidos para suplicar por misericórdia

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marginalizadas. Quanto mais as pessoas aprendem sobre seus direitos, menos se importam com as necessidades dos outros. A mensagem da misericórdia de Cristo é também para esta geração egoísta e indiferente, capaz de filmar ou fotografar tragédias e cenas degradantes de seres hu-manos e divulgá-las como um troféu por algum site da internet. Cabe à igreja, em adoração, suplicar pela misericórdia de Deus e testemunhá-la a esta geração. Vamos aprender o que a Bíblia tem a nos dizer sobre isso.

1. É preciso conhecer a misericórdia: Antes de qualquer abordagem bíblica sobre a súplica por misericórdia, é preciso responder duas per-guntas importantes: O que é misericórdia? Por que é tão necessária? Em resposta à primeira pergunta, entendemos por misericórdia a respos-ta divina aos nossos méritos. Mas o que nós merecemos? Condenação eterna, morte, rejeição de Deus, por todos os nossos pecados (Sl 51:5, 90:8, 103:10, 130:3; Rm 5:18; Ef 2:1-10); todavia, ele responde a tudo isso com misericórdia, ou seja, não age conosco de acordo com o que merecemos. Isso já responde a segunda pergunta, pois é porque mere-cemos condenação e morte eterna que necessitamos urgentemente da misericórdia divina sobre nós.

Respondidas as primeiras perguntas, vamos conhecer o sentido da misericórdia na Bíblia Sagrada: No Antigo Testamento, em muitos casos, a misericórdia é sinônimo de bondade, benignidade e fidelidade (ex.: Sl 57:3, 85:7, 103:17; Pv 16:6; Is 54:8,10). Em outros, significa demonstração de graciosidade, favor ou compaixão (ex.: Ex 33:19; Nm 6:25; Sl 56:1, 57:1, 123:3; Is 33:2). Mas há alguns casos em que aponta para um sentimento mais profundo, uma afeição terna: é ser ou estar intimamente identifica-do com o problema e a necessidade do outro. Esse sentido se aplica, por exemplo, a Pv 28:13; Is 54:7, 60:10; Os 14:3; Hc 3:2.

Praticamente os mesmos sentidos se aplicam ao Novo Testamento, sendo que a misericórdia como um sentimento profundo que gera uma ação em favor de outra pessoa está presente, por exemplo, em Fp 1:8, em que Paulo se refere à terna misericórdia de Cristo. Essa ternura que o apóstolo menciona é um afeto que vem do mais íntimo do ser. O sentido é de algo que vem das entranhas, conhecidas, na época, como o lugar dos sentimentos mais profundos e extremos. Em Fp 2:1 e Cl 3:12, Paulo se refere à misericórdia em sentido semelhante. Aqui, ele mostra que a misericórdia revela a ternura de Deus nas atitudes dos crentes.

2. Quem é a origem? Conhecer os conceitos bíblicos aplicados à misericórdia não basta. Não suplicaremos por ela, se não conhecermos a sua origem, que é Deus. Paulo afirmou que ele é o Pai de misericór-

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dias (2 Co 1:3). Sendo assim, há três aspectos da misericórdia divina que todo verdadeiro adorador precisa conhecer. A primeira caracte-rística da misericórdia de Deus é que ela é inalterável, porque é um dos atributos de Deus, que é inalterável. Não existe um momento em que ele seja mais misericordioso e outros em que seja menos. Deus é sempre misericordioso, na mesma medida (Sl 103:8-11), porque o seu caráter é imutável.

A segunda característica da misericórdia divina é que ela é profunda. Trata-se de uma identificação profunda de Deus com a miséria huma-na. Ele não apenas observa, percebe ou contempla essa miséria: ele a sente. Deus se envolve com o sofrimento humano, com as causas de seus filhos. Foi isso que Zacarias quis dizer, quando se referiu à entranhável misericórdia de nosso Deus (Lc 1:78). Por essa misericórdia profunda, nós nos assemelhamos a Deus em sua ternura e nos torna-mos suas testemunhas, quando demonstramos aos outros a mesma misericórdia de que somos alvos.

A terceira característica da misericórdia divina é que ela é inesgotá-vel. É isto que lemos em Lm 3:22-23: ... as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. No Salmo 119:156, o salmista diz: Muitas, SENHOR, são as tuas misericórdias. Davi mostrou confiança nas muitas misericórdias de Deus, quando preferiu cair nas mãos do Senhor a cair nas mãos dos homens (2 Sm 24:14). Paulo também afirma, em Ef 2:4, que Deus é rico em misericórdia. As misericórdias do Senhor são tão eternas quanto ele e tão inesgotáveis quanto o seu amor por nós. A ele a nossa súplica deve ser direcionada.

3. Um gesto de humildade: Já comentamos sobre a misericórdia divi-na, mas precisamos nos voltar um pouco para o ato de suplicar. Este é, em si, uma atitude de humildade, pois nenhum arrogante suplica coisa al-guma, nem a Deus, nem a seres humanos. Suplicar implica considerar-se inferior à pessoa a quem a súplica é dirigida. Maior gesto de humildade é suplicar por outros. Quando o clamor é por misericórdia, a humilhação é bem maior. Através de alguns salmos (4:1, 56:1, 57:1, 123:3), percebemos o perfil de quem faz esse clamor: alguém que se considera dependente de Deus, que reconhece não possuir méritos para exigir coisa alguma de Deus. O Senhor se agrada dos que se sentem assim.

Também percebemos que a pessoa que suplica por misericórdia é al-guém que confia em Deus. Quem não é humilde, não consegue confiar em outra pessoa, muito menos entregar o controle de sua vida a outros. Quem clama a Deus por misericórdia, mostra que o considera digno de confian-

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ça, não tem medo de entregar-se aos seus cuidados. As pessoas verda-deiramente humildes conseguem dizer o mesmo que o salmista: Quanto a mim, porém, sou como a oliveira verdejante, na Casa de Deus; confio na misericórdia de Deus para todo o sempre (Sl 52:8 – grifo nosso).

Além de depender de Deus e confiar nele, quem suplica por mise-ricórdia mostra que teme a Deus. O Senhor se agrada daqueles que o temem. É isto que diz o Salmo 103:11,17: ... é grande a sua misericórdia para com os que o temem. (...) Mas a misericórdia do Senhor é de eterni-dade a eternidade, sobre os que o temem. Temor é reverência, elemento fundamental na verdadeira adoração. Mas só mostra esse temor reve-rente quem reconhece a supremacia de Deus. Adoração sem temor não passa de adulação. Só os humildes temem a Deus, porque só quem o teme se submete a ele. Reverência e humildade são companheiras inse-paráveis na adoração.

4. A súplica coletiva: Até aqui, temos aprendido que todos nós preci-samos da misericórdia divina, porque, se não suplicamos pela compaixão de Deus, permanecemos em nossos pecados e nos distanciamos dele. Mas uma verdade que precisa ficar bem clara é que também precisamos fazer essa súplica coletivamente. Este é um ato de renúncia dos nossos interesses pessoais e, portanto, é um ato de adoração, pois a Bíblia nos assegura que Deus tem prazer na misericórdia (Mq 7:18). Isso implica que ele não apenas se agrada de ser misericordioso para conosco, mas também de nos fazer misericordiosos para com os outros. Quando nos reunimos para suplicar misericórdia uns pelos outros tornamo-nos moti-vo de muita alegria para Deus.

Um exemplo belíssimo de súplica conjunta por misericórdia está em Mt 20:29-34, que relata o momento em que dois cegos, assentados à beira do caminho, por onde Jesus passava, quando saía de Jericó com seus discípulos, gritaram: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de nós! (...) Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós! Ambos poderiam ter gritado, ao mesmo tempo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! Mas, ao contrário, cada um clamou pelos dois. É certo que a ce-gueira daqueles homens comoveu Jesus. Mas podemos afirmar, sem medo de errar, que aquela manifestação de misericórdia mútua contri-buiu grandemente para que o Senhor ficasse condoído, tão aflito quan-to eles por aquela situação.

No Salmo 123:3, também percebemos claramente o aspecto coletivo da súplica por misericórdia: Tem misericórdia de nós, SENHOR, tem mise-ricórdia. Assim como os cegos que Jesus curou, o salmista não diz: Tem

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misericórdia de mim, mas diz: Tem misericórdia de nós. Os dois homens de Mt 20:29-34 tinham a cegueira como motivo comum para a sua súpli-ca e o salmista tinha o desprezo dos inimigos como motivo comum entre ele e seus irmãos. Da mesma forma, os membros do corpo de Cristo têm motivos em comum para suplicar por misericórdia: todos precisam re-sistir às tentações, precisam do perdão de Deus, passam por tribulações e têm lutas diárias a vencer. Se a igreja é um só corpo, o natural é que sintamos as aflições uns dos outros.

01. Leia o item 1, os textos bíblicos nele apresentados e responda: Em quais sentidos a misericórdia é aplicada no Antigo e no Novo Testamento e por que precisamos suplicar por misericórdia?

02. Leia o item 2, os textos bíblicos nele apresentados e comente sobre as características da misericórdia divina.

03. Após ler o item 3 e os textos bíblicos nele apresentados, comente sobre as características de quem suplica por misericórdia e responda também: Que relação isso tem com a nossa adoração a Deus?

04. De acordo com o item 4 e com os textos bíblicos nele apresentados, qual a importância da súplica coletiva por misericórdia em nossa adoração a Deus?

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II. VAMOS À PRÁTICA

1. Suplica por misericórdia quem já venceu a descrença. Toda súplica precisa ser um ato de fé. Fé é conhecer a Deus e confiar

nele. O autor de Hebreus diz que é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam (Hb 11:6). Quem conhece a Deus, sabe que a misericórdia é um dos seus atributos, porque a sua palavra garante que ele é misericordioso e com-passivo; longânimo e muito benigno (Sl 103:8). Quem confia no Senhor tem segurança, pois sabe que as suas misericórdias não têm fim e se renovam a cada manhã (Lm 3:22-23).

Não há culto verdadeiro sem conhecimento de Deus, pois é preciso con-fiar no Senhor para adorá-lo de verdade, e só confia nele quem o conhece, também só o conhece quem anda com ele. É por isso que o Senhor diz, através de Jeremias: ... o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor (Jr 9:24). A fé que nos faz andar com Deus nos leva não somente a provar a sua misericórdia, mas também a compartilhá-la.

05. Em nossa súplica por misericórdia, qual a importância de conhecermos a Deus e confiarmos nele?

2. Suplica por misericórdia quem já abandonou o orgulho. Já vimos que suplicar por misericórdia é um ato de fé. Esta, por sua

vez, gera humildade, porque só clama por misericórdia aquele que já aprendeu a confiar somente na justiça e na misericórdia divina, que já se despiu de toda arrogância e autojustificação, que reconhece não possuir mérito algum diante de Deus e se coloca diante dele como o profeta Isa-ías, que exclamou: ... ai de mim! Estou perdido! (Is 6:5). Só os humildes alcançam misericórdia, pois a Bíblia nos garante que Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes (Tg 4:6).

Suplicar por misericórdia é reconhecer que dependemos do favor de Deus e do nosso semelhante. Portanto, os orgulhosos são incapazes dessa atitude. Abusar da misericórdia divina é errado, mas fazer de con-ta que não precisamos dela é orgulho. Ela está sempre à nossa disposi-

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ção. Devemos, então, em nosso culto a Deus, fazer o que a sua palavra nos diz: Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna (Hb 4:16). É com muita alegria que o Senhor nos socorre. O mesmo prazer ele tem em que sejamos misericordiosos.

06. Por que é preciso abandonar o orgulho para suplicar por misericórdia?

3. Suplica por misericórdia quem já superou a indiferença. É difícil nos importarmos com os outros e pedirmos a Deus compai-

xão por eles, especialmente quando nem se importam com a vontade de Deus. Mais difícil ainda é pedir a misericórdia divina em favor dos nossos inimigos. Mas foi isto mesmo que Jesus nos ordenou: ... amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem (Mt 5:44). Às vezes, eles estão em nosso meio, cultuando a Deus! Precisamos entender que só clama pela misericórdia divina quem já superou a indiferença com rela-ção à situação de seu próximo diante de Deus. Deus atenderá a nossa oração, se for feita com sinceridade.

Deus se manifesta no culto em que há súplica coletiva por misericórdia, pois esta é demonstração de amor. Ele tem prazer em atender seus filhos individualmente, mas quando estes suplicam uns pelos outros e mostram compaixão pelo seu semelhante, o amor de Deus se torna vivo entre os crentes. Deus quer se revelar – e ele, de fato, se revela – no amor de seus filhos uns para com os outros. A adoração coletiva perde seu sentido, se Deus não for manifesto nas demonstrações mútuas de amor de seus ado-radores, pois qualquer adoração que não contemple a misericórdia não pode ser verdadeira e a religião sem misericórdia não é a religião de Cristo.

07. De que maneira a indiferença interfere em nossa súplica por misericórdia?

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CONCLUSÃO: Neste estudo, aprendemos que a súplica por miseri-córdia é necessária em nosso culto a Deus, pois, se devemos adorá-lo, acima de tudo, por quem ele é, devemos celebrar juntos a sua miseri-córdia e suplicar juntos por ela. A misericórdia une-nos uns aos outros e une-nos a Deus. Ele é o nosso Pai. Portanto, quer não somente ser misericordioso, mas também nos fazer misericordiosos para espelhar-mos seu caráter santo. Só Deus é suficientemente capaz de mostrar misericórdia. Por isso, devemos vencer a descrença, abandonar o or-gulho, superar a indiferença e nos dirigir a ele em nossa súplica, con-fiando em suas muitas misericórdias.

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21 MAI 2011

8Hinos sugeridos: BJ 315 / BJ 186

TEXTO BÁSICO: Dêem ao Senhor a glória devida ao seu nome, e en-trem em seus átrios trazendo ofertas. (Sl 96:8 – NVI)

INTRODUÇÃO: As duas principais contribuições financeiras requeri-das por Deus para a manutenção de sua obra na terra são: os dízimos e as ofertas. A lição de hoje enfatiza o dever que o cristão tem de contri-buir. O dízimo, como a própria palavra indica, representa dez por cento de um todo. Portanto, tem valor previamente estabelecido. Já as ofertas devem ser dadas voluntariamente, ou seja, de acordo com o propósito do coração (2 Co 9:7), com alegria e da maneira que melhor expresse a gratidão do ofertante. O tipo da oferta vai depender do fim a que se destina. Nesta lição, trataremos desse tipo de contribuição.

I. VAMOS À PALAVRA

Considerando que a organização de Deus na terra, hoje representada pela igreja, teria dificuldades, financeiramente, se não contasse com as contribui-ções de seus membros, o Senhor estabeleceu, já desde o princípio, os meios

Levar o estudante a aplicar, na prática, o dever da contribuição, como bom mordomo de Deus.

Domingo, 15 de maio: .............. 2 Co 9:6-10Segunda, 16: ................................. Dt 16:16-17Terça, 17: ..................................................... Gl 6:6Quarta, 18: .......................................... Lc 21:1-4Quinta, 19: ............................................... Ml 3:10Sexta, 20: ............................................... Êx 23:15Sábado, 21: .............................................. Sl 96:8

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

Reunidos paraofertar ao Senhor

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necessários à sua manutenção: o dízimos e as ofertas. Estas duas formas de contribuição servem para sustentar aqueles que trabalham no ministério e também para atender às demais necessidades de sua obra. Essa doutrina que trata do dever de o crente contribuir está fundamentada na palavra de Deus. Ela certamente nos ajudará a compreender essa necessidade.

1. Tragam ofertas: Três vezes ao ano, todo o povo de Israel deveria aparecer perante o Senhor Deus, no lugar que escolhesse: na festa dos pães asmos, na festa das semanas e na festa dos tabernáculos. Porém, ninguém podia aparecer de mãos vazias: Cada qual, conforme ao dom da sua mão conforme à bênção que o Senhor teu Deus te tiver dado (Dt 16:16-17). Essa foi a orientação dada por Deus aos filhos de Israel, no tocante às ofertas que deveriam oferecer-lhe, nas três principais festas do seu calendário religioso. Com isso, Deus estava lembrando a esse povo que as ofertas fazem parte do culto a Deus (Sl 96:8; Êx 23:15, 34:20; 2 Co 8:1-4).

As ofertas, ao contrário dos dízimos, não são feitas com base num per-centual da quantia recebida. Contudo, os textos citados sugerem que, ao participar dos trabalhos na casa do Senhor, o crente deve levar algo para oferecer-lhe e que o valor dessas ofertas deve ter como base o tamanho da gratidão do crente diante das bênçãos recebidas. A palavra de Deus afirma: ... o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância também ceifará (2 Co 9:6); ... porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará (Gl 6:6).

2. A motivação ao ofertar: Vivemos em um tempo em que, para cada ação que praticamos, precisamos ter uma motivação. Na igreja, isso não é diferente. Precisamos de motivação para congregar, para exercer uma atividade na igreja local, para contribuir, etc. De que motivação nós precisamos para ofertar? Parece-nos que a grande motivação de que precisamos para contribuir é o amor pela causa de Deus. É o desejo que devemos ter de ver as necessidades da causa de Deus atendidas e satis-feitas. Se houver amor, haverá disposição para contribuir.

Não concordamos com aqueles que procuram motivar a prática das contribuições com a promessa de que elas serão revertidas em prospe-ridade material, como se a relação do crente com Deus fosse à base de troca: “É dando que se recebe”. Enfatizam tanto a questão do retorno fi-nanceiro que se esquecem de que este não é o benefício de que o crente mais precisa. O crente deve contribuir com fé, como fez a viúva pobre (Lc 21:1-4), que, ao contrário dos que ofertavam do que lhes sobejava, colocou na salva tudo que possuía. Ela tinha a certeza de que Deus não lhe deixaria faltar o necessário para o seu sustento.

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3. Um grave problema: Um dos fatores que têm impedido a muitos crentes de contribuírem com ofertas mais significativas e, portanto, cor-respondentes aos benefícios recebidos de Deus, é o amor demasiado ao dinheiro (1 Tm 6:9-10). É evidente que nem todos podem contribuir com ofertas expressivas, porque estas dependem da condição financeira de cada um. Mas há aqueles que até podem contribuir, mas não o fa-zem, temendo, talvez, que essas contribuições lhes façam falta no futu-ro. Ofertar para a causa de Deus, além de não empobrecer aqueles que contribuem, pode ser motivo de bênçãos para oferta com fé (Ml 3:10).

Houve uma época, no passado, em que, por falta das contribuições dos dízimos e das ofertas, os que trabalhavam no serviço do templo viram-se constrangidos a abandonar o ministério, e a casa de Deus ficou fechada. Essa informação, nós encontramos no livro de Neemias: Tam-bém entendi que o quinhão dos levitas se lhes não dava, de maneira que os levitas e os cantores, que faziam a obra, tinham fugido cada um para a sua terra. Então contendi com os magistrados, e disse: Por que se desam-parou a casa de Deus (Ne 13:10-11). Depois de conscientizar os omissos, Neemias restaurou o sistema (Ne 13:11-13).

4. Um eficiente termômetro: A maneira como gastamos o nosso dinhei-ro pode servir como termômetro para medir o grau de comprometimento e fidelidade que temos para com a causa de Deus. Já dissemos que, dos 100% dos nossos ganhos, 10% pertencem ao Senhor e a ele devem ser devolvidos. Isto significa que Deus permitiu que administrássemos em nosso próprio be-nefício os 90% restantes. E a experiência nos tem mostrado que, quando os administramos com sabedoria, eles são suficientes para o atendimento de nossas necessidades e das necessidades da causa de Deus.

As dificuldades financeiras pelas quais passou a congregação de Israel, nos dias de Neemias, também são mencionadas no livro do profeta Mala-quias. Então, Deus, utilizando-se deste profeta, chamou a atenção de seu povo, no sentido de trazê-lo de volta à pratica da obediência, ao dever de contribuir. Curioso é que Deus não quer que essas contribuições sejam forçadas. No tocante às ofertas, por exemplo, ele quer que cada um con-tribua com alegria. Portanto, a recomendação que temos da parte dele é a seguinte: Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tris-teza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria (2 Co 9:7).

5. Dízimo: Entregar ou devolver? Deus é o dono de tudo. Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam (Sl 24:1). Nossa vida e tudo o que temos pertencem ao Senhor. Nós somos apenas e tão somente seus mordomos. Portanto, quando contribuímos com os

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dízimos e com as ofertas, não estamos “pagando” ao Senhor; só estamos lhe devolvendo parte daquilo que já lhe pertence. Esta é uma atitude de fé e uma prova de gratidão. E, embora não se deve ter em mente uma retribuição, esta, com certeza, virá para aqueles que contribuem com fé.

Ao devolver ao Senhor parte do que ele nos deu, devemos fazê-lo com alegria. E a razão pura e simples para isso é a seguinte: Se não contarmos com a ajuda do Senhor em nossos empreendimentos, nada conseguire-mos, porque tudo o que temos, recebemos dele: nossa respiração, nossa saúde física e mental, nosso emprego, nossos ganhos, nossos bens, etc. É esse o modo de entender do cristão. Jesus declarou: Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer (Jo 15:5 ARA). Paulo afirma: Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos.

6. As bênçãos da contribuição: Dissemos, anteriormente, que nunca devemos contribuir pensando numa retribuição imediata. Deus, porém, tem reservado bênçãos especiais para aquele que contribui: E Deus é po-deroso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra (2 Co 9:8 – grifo nosso). E também: Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, e pão para comer, também multiplicará a vossa sementeira, e aumen-tará os frutos da vossa justiça (2 Co 9:10 – grifo nosso). Esses textos mostram claramente que as bênçãos prometidas por Deus são, antes de tudo, espirituais (cf. 2 Co 9:8,10).

Nas palavras de Paulo, o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância também ceifará (2 Co 9:6). Ele também completa, no versículo 7: Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria. Sendo assim, a generosidade do ofertante deve partir da alegria de honrar a Deus. O Senhor espera que sejamos generosos em nossas contribuições, pois é com uma atitude assim que revelamos o quanto estamos agradecidos a ele pelos incontáveis benefí-cios materiais e espirituais que ele nos tem proporcionado.

01. Leia Dt 16:16-17; o item 1, e discuta com a classe a orientação dada por Deus no tocante ao dever de ofertar e como isso deve ser feito.

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02. Leia o item 2 e responda: Qual a motivação de que precisamos para contribuir com a causa de Deus?

03. Leia 1 Tm 6:9-10; Ne 13:10-11; os itens 3 e 4, e responda: O que pode impedir o crente de contribuir e como Deus quer que as contribuições sejam feitas?

04. Leia Dt 24:1; Lc 6:38; 2 Co 9:8-10; os itens 5 e 6, e responda: pagamos o dízimo ou o devolvemos? Que bênçãos são prometidas àqueles que contribuem com alegria?

II. VAMOS À PRÁTICA

1. Quando nos reunirmos, que haja generosidade em nossa oferta ao Senhor.

Muitos cristãos têm deixado de contribuir ou têm contribuído apenas com valores simbólicos, por se apegarem ao dinheiro com mais amor do que deveriam. Aos que têm negligenciado esse dever, lembramos que as ofertas fazem parte de nossa adoração ao Senhor. Portanto, quando nos reunirmos para prestarmos a Deus o nosso culto, devemos cumprir com a recomendação do Senhor: Dêem ao Senhor a glória devida ao seu nome, e entrem em seus átrios trazendo ofertas (Sl 96:8 – NVI). E mais: Ninguém apareça vazio perante mim (Êx 23:15, 34:20; Dt 16:16).

O momento da retirada das ofertas deve ser solene em nossas reuniões. É a oportunidade que temos de colaborar com a obra do Senhor. Portanto, devemos fazer isso com prazer. Um exemplo digno de imitação nós encon-

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tramos na atitude dos macedônios que, apesar da profunda pobreza, pedi-ram a Paulo com muitos rogos que lhes permitisse participar da campanha empreendida por ele em favor dos crentes pobres de Jerusalém. Deles, Pau-lo deu testemunho, dizendo: E não somente fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor, e depois a nós (2 Co 8:5).

05. Leia Sl 96:8; Êx 23:15; a primeira aplicação, e responda: Que apelo faz o Senhor àqueles que se reúnem em sua casa para lhe prestar culto?

2. Quando nos reunirmos, que haja planejamento em nossa oferta ao Senhor.

Dissemos, no início desta lição, que as ofertas podem ter designações diferentes, de acordo com a finalidade a que se destinam. Em se tratando de ofertas especiais ou para fins específicos, é importante que sejam pla-nejadas. Seria interessante, por exemplo, que o contribuinte assalariado determinasse um percentual do seu salário e o separasse para as ofertas. Estas poderiam ser devolvidas de uma só vez, se este fosse o critério ado-tado, ou divididas pelo número de reuniões regulares.

Há, na Segunda Epístola de Paulo aos Coríntios, algumas frases que servem como sugestão para aqueles que querem fazer suas ofertas de maneira organizada: ... segundo o que tendes (2 Co 8:11); ... preparem d’antemão a vossa contribuição (2 Co 9:5); Cada um contribua segundo propôs no seu coração (2 Co 9:7). Observemos que a Bíblia não nos orde-na ofertarmos além do que temos: Segundo o que tendes. Temos também a instrução de separarmos nossa oferta com antecipação: ... preparem d’antemão. Quem contribui deve estar certo do quanto e de como vai contribuir. As ofertas devem ser entregues de acordo com o propósito do coração. Por isso, são voluntárias.

06. Leia 2 Co 8:11, 9:5-7; a segunda aplicação, e comente com a classe as sugestões oferecidas por Paulo a quem deseja contribuir de maneira organizada.

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3. Quando nos reunirmos, que haja contentamento em nossa oferta ao Senhor.

Nunca é demais repetirmos que o momento da retirada das ofertas deve ser, em nossas reuniões, um momento de regozijo, porque mais bem aventurada coisa é dar do que receber (At 20:35). E como é bom estar em condições de poder oferecer ao Senhor parte daquilo que ele nos deu! Os macedônios pediram, com insistência, a oportunidade de participarem da campanha de levantamento das ofertas, que foi feita nos dias de Paulo em favor dos crentes pobres de Jerusalém (2 Co 8:4). Que exemplo digno de ser imitado!

Essas contribuições não devem ser feitas com tristeza ou por cons-trangimento, como se aquele que contribui fosse forçado a fazer isso. Todo sacrifício que se faz para Deus deve ser feito com voluntariedade, com prazer. Se não for assim, o sacrifício, qualquer que seja o seu tama-nho, perderá a sua importância para aquele que o recebe. Há algo que precisa ser lembrado à liderança da igreja: Não se deve usar o momento da retirada das ofertas para fazer exortações ou apelações insistentes. Atitudes assim, embora, excepcionalmente, sejam necessárias, podem produzir resultados opostos.

07. Leia At 20:35; 2 Co 9:7; a terceira aplicação, e responda: Como deve ser o momento da retirada das ofertas em nossas reuniões e por que isso deve ser assim?

CONCLUSÃO: Estudamos, na presente lição, que Deus é o dono de tudo e nós somos apenas seus mordomos. De tudo que nos deu, ele pede de volta uma pequena parcela representada pelos dízimos e pe-las ofertas. O dízimo, como a própria palavra indica, corresponde a 10% de um todo. As ofertas são voluntárias, não há percentual estabelecido. Essas contribuições fazem parte de nossa adoração a Deus, e, por isso, devem ser feitas com alegria e generosidade. Há uma recompensa de Deus aos que fizerem isso com fé.

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28 MAI 2011

9Hinos sugeridos: BJ 202 / BJ 103

TEXTO BÁSICO: Firma os meus passos na tua palavra, e não me domi-ne iniqüidade alguma. (Sl 119:133)

INTRODUÇÃO: Até aqui, já estudamos vários elementos que fazem parte do culto que prestamos ao Senhor, semana após semana: o louvor, a oração, as ofertas, etc. Nesta lição, estudaremos mais um: a pregação da palavra, que é fundamental no culto a Deus. Enquanto ela acontece, temos oportuni-dades ímpares de ouvir ou de expor a Bíblia Sagrada, que é útil para ensinar a verdade, condenar o erro, corrigir as faltas e ensinar a maneira correta de viver (2 Tm 3:16). Sendo assim, quando vamos à casa do Senhor para cultuá-lo, quais são as nossas expectativas e os nossos cuidados com relação a este momento tão significativo do nosso ajuntamento?

I. VAMOS À PALAVRA

O Salmo 119, gigante entre os salmos, tem como ênfase principal a palavra de Deus. No verso 133a, o autor faz um pedido que deve ser o desejo de cada crente em Jesus: Firma os meus passos na tua palavra. O verbo “firma” tem o sentido de “estar fixo”. O desejo do salmista é ficar

Mostrar ao estudante da Bíblia Sagrada o papel fundamental que a pregação bíblica desenvolve, quando nos reunimos para adorar a Deus.

Domingo, 22 de maio: .................. 2 Tm 3:16Segunda, 23: ........................................... Sl 19:7Terça, 24: ................................................ 2 Tm 4:2Quarta, 25: .............................................. Ed 7:10Quinta, 26: ............................................. Rm 12:7Sexta, 27: ........................................... Sl 119:105Sábado, 28: ....................................... Sl 119:133

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

Reunidos parapregar a palavra

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com os pés “fixos” na palavra. Quem anda assim, caminha seguro, de um modo digno do chamado que recebeu; não é dominado pelo pecado (v. 133b). Como podemos obter isso? Primeiramente, dando o devido valor à pregação da palavra. O púlpito de uma igreja precisa ser bem cuidado. Se, do púlpito, não sair alimento de verdade, as ovelhas ficarão raquíti-cas, e podem “fixar” os passos em caminhos perigosos.

1. A importância da palavra: A pregação da palavra é parte inegociá-vel no culto a Deus. Não é porque a oração ou a música foram boas que ela pode ser dispensada. O mesmo Salmo 119, citado anteriormente, diz: A exposição das tuas palavras dá luz e dá entendimento aos símplices (v. 130 – grifo nosso). Esse verso traz uma mensagem sublime. Vamos por partes: atente para a palavra “exposição”. Ela é a tradução da palavra he-braica pêtáh, que significa, literalmente, “porta ou abertura”, e pode desig-nar uma entrada. Então, o salmista compara a palavra de Deus com uma “porta”. A razão de ele fazer isso está nas casas do oriente: a maior porção da luz vinha das portas, visto que as janelas eram poucas e pequenas.1

Agora, tente imaginar o salmista sentado em sua casa observando a luz entrar pela porta. Esse homem apaixonado pela beleza, pela harmonia, pela perfeição e pela praticidade das Escrituras não resistiu. Quando escreveu o Salmo 119, fez a comparação: a “abertura” das tuas palavras dá luz! A Bíblia é uma porta que, quando aberta, permite que a luz do Senhor passe através dela. Ela dá entendimento aos símplices, diz a parte “b” do verso. Os “símplices” são pessoas abertas à instrução. O interessante, aqui, é que a palavra hebraica traduzida por “símplice” vem de uma expressão que significa “porta aberta”. “Ela evoca a imagem de uma pessoa ingênua que não sabe quando fechar a mente contra o ensinamento falso e impuro”,2 que não tem discernimento, que é influenciável. Mas, segundo esse texto, a exposição da palavra de Deus a torna entendida! Por isso, a exposição das Escrituras é muito importante.

Você percebeu que mensagem fantástica a deste verso? Quando a Es-critura, que é comparada a uma porta, se abre (isto é, quando é explicada), os símplices (os que estão com a “porta” da mente aberta a todo tipo de ensinamento), aprendem a fechar a porta para os falsos ensinos; ganham entendimento! A lei do Senhor (...) dá sabedoria aos símplices (Sl 19:7). Não foi sem razão que o apóstolo Paulo aconselhou Timóteo: Prega a palavra, insiste a tempo e fora de tempo (2 Tm 4:2). Não foi sem razão também que o apóstolo João proibiu que se recebessem, nas reuniões do povo Deus, os

1. Davidson (1963:606).2. MacArthur (2007:75).

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que traziam falsos ensinos (2 Jo 9-10), e elogiou os líderes que recebiam bem os que traziam a verdade (3 Jo 5-8). Que a verdadeira pregação sem-pre tenha espaço, quando nos reunirmos para adorar ao Senhor.

2. O pregador da palavra: Você já pôde perceber, pelo conteúdo do tópico anterior, o quanto a exposição da palavra de Deus é valiosa. Por esta razão, aquele que a expõe, deve adotar, ao menos, três posturas em rela-ção a ela. Essas posturas podiam ser vistas na vida de Esdras, homem que se dedicou ao ensino da palavra. Em primeiro lugar, ele estava disposto a conhecer a palavra. A Bíblia diz: Porque Esdras tinha disposto o coração para buscar a Lei do Senhor (Ed 7:10 – grifo nosso). Lembra do pedido do escritor do Salmo 119: Firma os meus passos na tua palavra (v. 133a)? Lembra que afirmamos que o verbo “firmar” tem o sentido de “estar fixo”? Pois bem, a palavra “disposto”, de Esdras 7:10, tem o mesmo sentido. Na verdade, no original, temos a mesma palavra, em ambos os textos.

Enquanto o salmista pediu para que o Senhor “fixasse” os seus passos na palavra, Esdras havia “fixado” o seu coração na palavra. Ele fixou o seu coração para “buscar” a lei do Senhor. A ideia da palavra “buscar” é “inquirir”, “procurar com cuidado”. Esdras era um estudioso da palavra de Deus. Ele a examinava cuidadosamente. Antes de ensinar a palavra de Deus, precisamos conhecê-la. Não podemos esquecer que expomos a palavra em nome do Senhor. Por isso, se não estudarmos com cuidado o que iremos ensinar, cor-remos o risco de dizer algo que Deus nunca disse ou ensinar algo que Deus nunca quis que ensinássemos como se fosse palavra dele. Talvez por isso Tia-go tenha dito que aqueles que ensinam serão julgados com maior rigor (3:1).

Além de estar disposto a conhecer, em segundo lugar, Esdras estava disposto a cumprir a palavra (Ed 7:10b). Ele não era apenas um estudio-so, mas um praticante das Escrituras. Estudava e vivia o que aprendia. Sua vida fazia jus ao seu conhecimento. Por último, em terceiro lugar, Esdras estava disposto a ensinar a palavra (Ed 7:10c). “Esdras segue uma linha de coerência. Primeiro ele estuda a Palavra. Depois, ela a aplica à própria vida. Então, ele está apto para ensiná-la aos outros. Ele não retém a ver-dade de Deus apenas para si”.3 Mais do que nunca, precisamos de pre-gadores que conheçam, vivam e ensinem a palavra de Deus! Gente como Esdras, gente como o salmista, que amava intensamente a lei de Deus.

3. O preparo da pregação: Pesquisas feitas entre evangélicos mostram que, atualmente, há um interesse mínimo nos sermões.4 Em contrapartida,

3. Lopes (2004:81).4. Douglass (2000:139).

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ainda existem pessoas que viajam longas distâncias para ouvir um bom pre-gador. Então, precisamos concordar que ainda há interesse em “boas men-sagens”, mas nem todas as mensagens que são pregadas, semana após se-mana, são realmente boas. Qual a razão? Na maioria dos casos, não foram preparadas adequadamente. O pregador até tinha uma boa intenção, mas só a boa intenção não é suficiente. Pregar a palavra de Deus é coisa séria! Não dá para usar a frase: “É o Espírito quem fala”, como desculpa para não se pre-parar a mensagem com seriedade, quando formos expor a palavra de Deus. A própria Bíblia nos ensina: ... o que ensina, esmere-se em fazê-lo (Rm 12:7).

Gostaríamos de sugerir algumas dicas para a elaboração da pregação bíblica. Primeira: Leve a sério a preparação do seu sermão. Estudar a men-sagem meia hora antes de ir para igreja é inadmissível! “O Espírito nos ajuda na nossa fraqueza e não na nossa preguiça”.5 Segunda: Estude com dedicação o texto a ser exposto. Confira comentários, dicionários. Leia-o em diferentes versões bíblicas. Somente depois de tê-lo entendido correta-mente, você estará pronto para pregá-lo. Lembre-se: não fomos chamados para pregar nossas ideias, mas a palavra de Deus; não fazemos a mensa-gem, apenas a transmitimos. A mensagem procede das Escrituras! Terceira: Elabore uma introdução interessante. Todo discurso, formal ou não, tem começo, meio e fim. A pregação não é diferente. Use bem suas primeiras palavras. Esta é a parte do sermão em que as pessoas estão mais atentas.

As dicas não param por aí: a quarta é: Organize sua mensagem. Um sermão organizado e bem ordenado é mais fácil de ser compreendido e praticado. Um sermão com conteúdo, mas sem ordem na apresenta-ção, fica prejudicado na assimilação dos conceitos apresentados e na aceitação dos desafios propostos. Quinta: Elabore divisões. Elas facilitam a memorização. Sexta: Seja claro. Fale numa linguagem que as pesso-as entendam. Sétima: Use ilustrações e exemplos práticos e reais. Eles ajudam na fixação do conteúdo. Oitava: Pregue de forma humilde, mas inspiradora! Demonstre que você crê no que prega! Nona: Elabore uma conclusão clara, breve e desafiadora (esta tem sido a parte mais negli-genciada na elaboração de um sermão). Décima: Cuidado com o tempo. Não extrapole. Feliz o pregador cujo argumento tem um freio!

4. A participação do ouvinte: Já falamos da importância da palavra, do pregador da palavra e da preparação da pregação. Agora, vamos dirigir a nossa atenção àquele que ouve a palavra, durante o culto. Como deve ser o comportamento e as atitudes da congregação, diante da mensagem?

5. Idem (p. 139).

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Sugiro que consideremos duas questões: Em primeiro lugar, o nosso desejo de receber a palavra. Quando nos reunimos para adorar, quais são as nos-sas aspirações, frente à palavra de Deus? Veja qual era a do salmista: Abro a minha boca e suspiro, pois anseio pelos teus mandamentos (119:131 – grifo nosso). O verbo “abrir”, deste verso, expressa o anseio de um animal faminto ou sedento. O salmista deseja ardentemente a palavra.

O apóstolo Pedro ordena: ... desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação (1 Pd 2:2). É inadmissível um cristão que não deseje conhecer a verdade! “Desejai ardentemente!” é a ordem. Pense, sinceramente: Esse é o seu desejo? Você tem necessidade, anseio pela palavra? Deseja a verdade como um bebê deseja e depende do leite? Pois bem, esta é a primeira ne-cessidade: o nosso desejo de receber a palavra. A segunda é: a nossa parti-cipação ao receber a palavra. É isto mesmo: a nossa participação. Porque de-sejo intensamente a palavra, enquanto o pregador a expõe, devo participar. Como? Prestando bastante atenção ao que está sendo lido (Ed 8:3).

Além de prestar atenção, confira o que está sendo lido. Observe este texto: os de Bereia receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim (At 17:11). A Almeida Séc. 21 diz: [eles] se mostraram muito interessados ao receberem a palavra, examinando diariamente as Escrituras. “Examinar” tem o sentido de “fazer passar pelo crivo”, “investigar”, “analisar cuidado-samente”. O termo grego traduzido por “examinando” era uma palavra forense usada para um juiz que conduzia uma investigação. Nós temos essa mesma disposição dos bereanos? Eis aí uma atitude que deveríamos imitar. Enquanto a palavra está sendo pregada, confira em sua Bíblia o que está sendo ministrado. Não vá apenas na empolgação do pregador. Adotemos esse nobre hábito! A Bíblia deve ser usada no culto.

01. Leia Sl 119:130; 2 Tm 4:2; o item 1, e comente com a classe o importante papel que a exposição da palavra desenvolve.

02. Leia Ed 7:10; o item 2, e responda: Que posturas deve adotar aquele que expõe a palavra de Deus?

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03. As pregações bíblicas devem ser preparadas com seriedade? Com-partilhe com a classe, pelo menos, quatro das dez dicas apresen-tadas para a elaboração da pregação bíblica. Baseie-se no item 3.

04. Leia Sl 119:131; Ed 8:3; At 17:11; o item 4, e responda: De que maneira devemos nos comportar, diante da pregação da palavra?

II. VAMOS À PRÁTICA

1. A mensagem precisa ter conteúdo bíblico.Em sua última carta, pouco tempo antes de sua morte, o apóstolo

Paulo escreveu: Prega a palavra (2 Tm 4:2). A palavra “pregar”, nesse tex-to, é uma ordem. Diz respeito a uma proclamação diante de um público, significa, literalmente, “dar a conhecer oficial e publicamente um assunto de grande significação”.6 O que deve ser proclamado, segundo este tex-to? A palavra. Não está escrito: “pregue sobre a palavra”. Nem: “Procure base na palavra”. Mas: Pregue a palavra. E a que “palavra” Paulo se refere? Não precisamos ir longe para responder. É só lermos os três versículos anteriores: Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para en-sinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça (2 Tm 3:16).

Paulo está se referindo à Escritura! Ela deveria ser o conteúdo da pre-gação de Timóteo. A palavra de Deus deve ser o conteúdo do nosso ser-mão! Não são nossas opiniões pessoais, não são nossas experiências; é a palavra que deve ser proclamada! Existem muitos pregadores que falam de tudo, menos da Escritura. O pregador não está livre para inventar a sua mensagem; ele é apenas um comunicador da palavra proferida por Deus, revelada nas Escrituras. Pregação sem a palavra de Deus é mero discurso vazio. Uma ilustração, um fato ou um acontecimento devem ser inciden-tais, e sempre devem ser usados para ilustrar ou introduzir uma verdade bíblica. Afinal, nossa tarefa é anunciar todo o propósito de Deus (At 20:27).

6. Hendriksen (2001:380).

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05. Leia a primeira aplicação e comente a frase: “A mensagem precisa ter conteúdo bíblico”.

2. A mensagem precisa ter explicação clara. Alguma vez você foi à igreja, ouviu a mensagem, e teve a impressão de

estar saindo sem entender nada? Isso pode acontecer. Ao mesmo tempo em que existem pessoas que conseguem expor textos difíceis de forma clara, existem aquelas que são peritas em expor textos claros deixando-os difíceis. Precisamos tomar muito cuidado nesse sentido. A mensagem bíblica precisa ser entendida corretamente. Leia com atenção o seguinte texto bíblico: Leram no livro, na Lei de Deus, claramente, dando explica-ções, de maneira que entendessem o que se lia (Ne 8:8). Estamos diante de uma exposição bíblica: leram no livro, na Lei de Deus. É bem possível que o Pentateuco, os cinco primeiros livros de nossas Bíblias, estivesse sendo lido. O texto diz que as palavras foram lidas e explicadas.

Desde o tempo em que o Pentateuco foi escrito, até essa ocasião em que estava sendo lido por Esdras, haviam se passado mil anos! Muita coisa muda em mil anos; daí, a necessidade de explicação. Séculos depois des-se acontecimento, a tarefa dos pregadores e educadores cristãos é muito maior. Vivemos em cultura e língua diferentes. A Escritura precisa ser lida e explicada de modo claro! Esse é o nosso grande desafio, ao expormos a palavra de Deus. Por isso, aquele que expõe a palavra não pode comer o “pão da preguiça”. Obviamente, reconhecemos que o papel do Espírito Santo é decisivo no processo de interpretação das Escrituras (1 Co 2:13-15). Todavia, conforme já afirmamos, ele nos ajuda em nossa fraqueza, e não em nossa preguiça. A mensagem deve ser bíblica e explicada corretamente.

06. Leia a segunda aplicação e comente a frase: “A mensagem precisa ter explicação clara”.

3. A mensagem precisa ter aplicação prática. Muitos sermões são bem interpretados, têm conteúdo bíblico, mas não

saem das histórias de dois, três, quatro mil anos atrás, ou seja, as narra-

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tivas bíblicas não são aplicadas ao cotidiano de quem ouve a palavra. As pessoas ouvem e ficam sem saber exatamente que atitudes tomar. Volte-mos ao texto de Esdras, citado no tópico anterior. Além da interpretação, houve também a aplicação da mensagem. Os que a ouviram, responde-ram. Possivelmente, os levitas, que estavam entre o povo, explicavam a lei (Ne 8:7) e também mostravam como ela deveria ser aplicada à vida diária.7 Neemias, que era o governador, de igual forma, expôs o que o povo deveria fazer (Ne 8:9-10). Apresentou o próximo passo a ser dado.

O que aconteceu depois? Então, todo o povo saiu dali para comer, beber, para enviar algo aos que não haviam preparado nada para si e para come-morar com grande alegria, pois entenderam as palavras que haviam sido explicadas (v. 12). Quão fantástico será, quando, a cada culto, após ouvir os sermões, as pessoas saírem a praticar aquilo que ouviram. Para que isso aconteça, cada expositor da palavra deve dizer claramente àqueles que o ouvem que passo eles devem dar em seguida. Por exemplo: além de ensinar a necessidade de haver amor entre as pessoas, a mensagem deve responder: “Como se vive isso? O que eu tenho de fazer para viver o amor na prática? Qual o próximo passo?”. Quando não há aplicabilidade no sermão, ele termina ali mesmo, no templo, logo após ser ouvido.

07. Leia a terceira aplicação e comente a frase: “A mensagem precisa ter aplicação prática”.

CONCLUSÃO: Firma os meus passos na tua palavra! O pedido do sal-mista nunca foi tão necessário e tão urgente. A verdade das Escrituras é inegociável. Que o Senhor nos conceda sempre um amor apaixonado pela sua palavra. Que todas as igrejas adventistas da promessa sejam cada vez mais voltadas à palavra de Deus! Que haja um verdadeiro re-avivamento nos púlpitos e nos bancos! Que cada um de nós deseje, de fato, ardentemente, como crianças recém-nascidas, o puro leite espiritu-al! Assim como foi nos dias de Esdras, que haja choro, quebrantamento e mudança de atitude, diante da exposição das Escrituras! Amém!

7. Wiersbe (2006:658).

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TEXTO BÁSICO: Tenho pensado na minha maneira de agir e prometo seguir os teus ensinamentos. (Sl 119:59)

INTRODUÇÃO: Na lição anterior, estudamos sobre o papel fundamental da palavra de Deus no culto. A lição de hoje, que traz por título: Reunidos para rever atitudes, está, também, intimamente ligada com a pregação da palavra. Quando a Escritura é pregada ou lida em nossas celebrações, é mo-mento propício para considerarmos as nossas ações, para ver se a nossa ma-neira de agir, nesta ou naquela área, está ou não condizente com o ensino bíblico. O escritor do Salmo 119 meditou sobre a sua vida e chegou à con-clusão de que deveria voltar-se na direção dos testemunhos divinos. É sobre essa saudável prática, necessária no nosso culto a Deus, que trataremos.

I. VAMOS À PALAVRA

Novamente, a exemplo da lição anterior, analisaremos um trecho do Sal-mo 119. Apesar de não sabermos ao certo o nome do seu autor, sabemos que foi escrito por alguém que desejava intensamente compreender e viver

4 JUN 2011

10Hinos sugeridos: BJ 79 / BJ 176

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

Domingo, 29 de maio: ............. Sl 119:57-60Segunda, 30: ................................ Sl 119:61-64Terça, 31: ............................................... Sl 95:6-9Quarta, 1 de junho: ............................... Ap 2:5Quinta, 2: ............................................... Lc 21:22Sexta, 3: ............................................... 2 Tm 3:16Sábado, 4: ............................................... Lm 3:40

Mostrar ao estudante da Bíblia Sagrada que a saudável prática da revisão de atitudes precisa fazer parte do nosso culto a Deus.

Reunidos pararever atitudes

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a palavra de Deus. Seu respeito e admiração pelas Escrituras são dignos de serem imitados! “O tema principal do Salmo 119 é o uso prático da Palavra de Deus na vida daquele que teme ao Senhor”.1 O autor nos mostra como podemos usar a Bíblia para lidar com ... pressões e perseguições que sempre acompanham uma caminhada obediente na fé. Uma das práticas espirituais, citada por ele, nos versos 57-64, que são a base desta lição, precisa fazer par-te do nosso culto a Deus: é a prática da sondagem, da auto análise. Vejamos.

1. Compromisso sério: Em primeiro lugar, precisamos afirmar que toda auto análise, para nós, servos de Deus, só será bem sucedida e eficiente se estiver firmada num compromisso verdadeiro com Deus e com sua pala-vra. Se a nossa base não for a palavra de Deus, corremos o risco de mudar de atitude e ainda continuar no erro; sair de uma atitude errada para outra atitude errada. É na Bíblia que encontramos a vontade de Deus revelada, e o nosso grande objetivo como cristãos é fazer esta vontade. Então, para revermos as nossas atitudes que não condizem com a vontade de Deus e que precisam ser corrigidas, devemos nos basear na Escritura.

O autor do Salmo 119 tinha a palavra de Deus por base. Ele inicia o trecho do nosso estudo mostrando que tinha feito um compromisso com Deus e com sua palavra. Chama Deus de sua “porção” (v. 57a). A ideia desta palavra é de que o Senhor é a sua maior riqueza (NBV). E, justamente por isso, o salmista diz: ... prometo obedecer às tuas palavras (v. 57b). “Uma das promessas mais elogiosas e, ao mesmo tempo, mais arriscadas, é a de pôr em prática as palavras de Deus”.2 O verbo “obede-cer”, usado por ele, exprime a ideia de “atenção cuidadosa”. Lembre-se disto: toda revisão de atitudes deve ser pautada na palavra. Por isso, no culto, temos ótimas oportunidades para colocar esse exercício espiritual em prática, principalmente no momento da pregação.

2. Pedido coerente: Conforme já dissemos, o trecho do Salmo 119 que estamos estudando narra um momento em que o autor andou me-ditando sobre sua vida. Como vimos, ele começa mencionando a pro-messa que havia feito de obedecer à palavra de Deus. No verso 58, antes de narrar sua auto análise pessoal, ele faz um pedido urgente e neces-sário para quem vai praticar este exercício: Imploro de todo o coração a tua graça. A palavra traduzida por “graça”, aqui, significa, literalmente, no original, “rosto” ou “face”. O rosto identifica a pessoa e reflete a atitude e os sentimentos desta. Então, o verso 58 é a oração de um coração de-

1. Wiersbe (2006:292).2. César (2006:268).

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sejoso da presença de Deus. É um apelo que vem de alguém que está analisando os seus caminhos. De alguém que deseja mudar.

Na sequência do verso, ele diz: ... tem piedade de mim, ou, como tra-duz a Bíblia Viva: Mostre o seu cuidado e proteção por mim. O poeta vira-se para Deus, a fim de buscar dele sustento e graça. Quer que o Senhor lhe mostre compaixão. Seu pedido é por misericórdia e favor de Deus. É importante esse pedido, quando o assunto é rever atitudes. A razão para isso é simples: nem sempre temos a força necessária para mudar, quando detectamos as falhas. Precisamos da ajuda do alto! Por isso, o apelo do salmista deve ser o nosso apelo. Enquanto a mensagem é pregada, se as nossas atitudes não estiverem condizentes com a mesma, imploremos a presença, a misericórdia e o favor do Senhor! Se desejarmos sinceramen-te a mudança, a ajuda virá.

3. Reflexão saudável: Depois de pedir a ajuda do alto, na primeira parte do verso 59, o salmista descreve a sua prática pessoal, que, cer-tamente, deve estar entre os exercícios de todo cristão. Um exercício que vale a pena, que nos auxilia em nossa sobrevivência espiritual, nos ajuda a continuar avançando no rumo certo. O salmista diz: Con-siderei os meus caminhos (v. 59a). “Considerar” é pensar, calcular, fa-zer juízo, contar, contabilizar. A ideia básica da palavra, nestes versos, é empregar a mente na atividade básica de pensar. Por isso, a NTLH traduziu o verso da seguinte forma: Tenho pensado na minha maneira de agir (NTLH).

O autor andou meditando em sua jornada, tendo em vista remediar, imediatamente, quaisquer defeitos. “Alguns intérpretes vêem neste versí-culo o arrependimento de um homem que se tinha desviado do caminho reto”.3 Essa reflexão é extremamente saudável. De vez em quando, é pre-ciso parar mesmo para refletir. Para trazer à lembrança os últimos passos. “Para localizar o passo falso, o equívoco, o desvio, a nascente da crise, o início da queda. Para esquadrinhar o comportamento desde então”.4 Essa prática, às vezes, tão ignorada, deve fazer parte do nosso culto a Deus. Sempre que a palavra for anunciada, é tempo de rever atitudes! Não perca a oportunidade.

4. Decisão inteligente: Quando ponderava sobre o seu caminho, o salmista percebeu que os seus pés haviam se afastado do caminho. Veja o que ele mesmo disse: Quando paro para pensar sobre a minha vida, tra-

3. Champlin (2000:2441).4. César (2006:269).

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to sempre de abandonar os meus caminhos errados para andar segundo a sua vontade revelada (v. 59). Depois do exame, ele decidiu trazer de volta os passos para o caminho correto. Daí a importância de pensarmos sobre nossa conduta. Depois de pensar, o poeta não quis mais andar errante. A reflexão o fez mudar. Ele decidiu voltar, e o fez com rapidez. Não brincou com suas próprias convicções, nem procurou abafar nada.

Observe o que ele disse, no verso seguinte: Apresso-me a obedecer aos teus mandamentos (v. 60). “Apressar” traz o sentido de “acelerar”. Nem sempre se deve acelerar ao máximo. Numa rodovia, por exemplo, exis-tem limites de velocidade. Mas, no que diz respeito a voltar a guardar os mandamentos do Senhor, a mudar atitudes erradas, a velocidade deve ser total. E sem atrasos. O salmista também disse: ... não me detenho. Ele está realmente decidido a mudar. Essa sua decisão é muito inteligente. Não basta rever atitudes. Para que haja cura, as falhas encontradas devem ser consertadas. É preciso voltar às origens, ao padrão das Escrituras (Ap 2:5).

5. Armadilhas perigosas: Depois de refletirmos sobre as nossas atitu-des e decidirmos mudar as que destoam da vontade de Deus, precisamos continuar vigilantes. Ainda poderemos cair novamente, errar o passo. O risco continua real. As armadilhas continuarão. Se não estivermos firmes em nossa resolução de andar segundo a vontade de Deus, o perigo de um novo tombo é concreto. Atente para o que diz o verso 61 do Salmo 119: Embora os ímpios me enleiem com laços, não me esquecerei da tua lei. Na NTLH está escrito assim: Os maus armaram uma armadilha para me pegar, mas eu não me esqueço da tua lei.

Apesar de o salmista ter acabado de dizer que decidiu voltar com pres-sa a obedecer ao Senhor, ele reconhece que, neste caminho, enfrentará oposição. Ainda há “laços”, “armadilhas”. Seria muito bom, se pudésse-mos ser rodeados apenas por pessoas boas, que nos amam, nos querem bem, amigos de verdade. Mas não há ninguém que tenha esse privilégio de ter somente este tipo de pessoa do seu lado. No Salmo 119, o autor faz questão de mostrar a presença dos adversários. Mas o salmista não permite que estes inimigos, com suas ciladas, alterem a sua conduta. Ele se apega a Deus e sua palavra. “Só aquele que age assim pode sobreviver neste mundo de inveja, ódio e violência”.5

6. Prevenção necessária: Depois de repensar os caminhos, mudar, saber que as armadilhas ainda serão preparadas, o salmista começa a

5. Idem (p. 272).

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tratar de algumas atitudes preventivas que tomará para continuar no caminho certo. Essas atitudes podem ajudá-lo a se manter de pé. É sábio fortalecermo-nos em tempos de paz, para aguentarmos firmes, quando vier a luta. O salmista diz que irá fazer, pelo menos, duas coisas: Primeiro, vai manter uma comunhão viva com Deus. No verso 62, ele diz: À meia noite, me levantarei para te louvar pelos teus justos juízos. O coração do salmista transbordava de gratidão pelos juízos do Senhor. Ele o louvaria por eles! Não há como manter os nossos pés fincados no caminho certo, se não tivermos comunhão viva com o Senhor.

Em segundo lugar, o salmista tinha amigos e mostra que continuaria ao lado deles. Ele afirma ser amigo daqueles que eram tementes a Deus. Havia pessoas que compartilhavam de sua busca espiritual. Ele diz: ... sou companheiro dos que o temem (v. 63). A força da unidade é necessária para nos mantermos de pé. “Os que têm mente idêntica nos fortalecem, e nós os fortalecemos, e isso é parte importante do andar espiritual”.6 O salmista escolheu andar com aqueles que andavam com o Senhor. Façamos isso também! No culto, podemos encontrar pessoas tementes a Deus. Que ele as use para nos ajudar a ficar firmes nos seus estatutos.

01. Após ler Sl 119:57-58; os itens 1 e 2, responda: Para que a revisão de atitudes seja eficiente, em que deve estar firmada? Por que é importante pedirmos a ajuda de Deus, no momento da auto análise?

02. Leia Sl 119:59a; o item 3, e responda: Que prática o salmista narra neste verso? Ela é importante? Justifique.

03. Após ler Sl 119:59b-60; o item 4, responda: Quando ponderava sobre os seus caminhos, o salmista percebeu que os seus pés haviam se afastado de Deus. Que atitude ele tomou?

6. Champlin (2000:2442).

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04. Leia Sl 119:61-64, os itens 5 e 6, e comente com a classe sobre as armadilhas que o salmista encontraria no caminho, após sua decisão. Que atitudes preventivas ele tomou para continuar firme?

II. VAMOS À PRÁTICA

1. Repensemos nossas atitudes contrárias à Escritura, sem falsidade.Você já fez o compromisso sério, diante de Deus, de obedecer as

suas palavras (Sl 119:57), de ter a Bíblia como sua única regra de fé e de prática? Já se comprometeu a pautar sua conduta nos ensinos bíblicos? Se sim, então, enquanto a palavra for pregada no culto, se alguma atitude sua for confrontada, não tente se blindar, fingir que não é com você. Se há algo que a Bíblia reprova e que você anda apro-vando, ou algo que a Bíblia aprova que você anda reprovando, mude! É tempo de revisão na sua maneira de agir! E não adianta mentir para você mesmo. Fale a verdade. Não se engane e nem engane os outros a seu próprio respeito.

Se você deseja uma auto análise eficiente, arranque a máscara. Não tente sustentar ser uma pessoa que você não é. Se a Escritura está me-xendo com você, não fique tentando armar justificativas para validar o seu comportamento. Mude! Jesus disse a alguns escribas e fariseus: ... sois se-melhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas inte-riormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia! (Mt 23:27). Quando nos reunirmos para adorar a Deus, não encubramos o nosso mau caráter, a nossa mentira. Só assim poderemos ser atendidos, perdoados, renovados e transformados por aquele que é grande em misericórdia.

05. Leia a primeira aplicação e comente com a classe sobre o valor de repensarmos as nossas atitudes contrárias à Escritura, sem falsidade.

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2. Reconheçamos nossas atitudes contrárias à Escritura, sem covardia. O covarde é aquele que recua ante o perigo ou o medo. Em se tra-

tando de rever atitudes, essa postura não pode estar presente. É preci-so muita coragem para se admitir os próprios erros. Desde o primeiro pecado, nós, seres humanos, temos uma dificuldade natural de admitir as nossas falhas. Temos facilidade para culpar os outros (cf. Gn 3:12), para camuflar o erro e continuar vivendo a vida. Todavia, essa não é a atitude correta. Uma vez que examinamos as nossas atitudes e detecta-mos nosso desvio do caminho, precisamos de coragem suficiente para dizer: “Eu pequei e preciso mudar”.

Nessa hora, o mais importante não é o que os outros vão pensar, mas o que o Senhor vai pensar, se não tivermos coragem de reconhecer nosso erro. O salmista precisou de coragem para dizer publicamente que pen-sou no seu modo de agir e precisou voltar os seus passos (Sl 119:59). Davi precisou de coragem para dizer: ... reconheço as minhas transgressões (Sl 51:3). Paulo precisou de coragem para dizer: Miserável homem que sou! (Rm 7:24). O filho pródigo precisou de coragem para, após refletir em seus caminhos errados, reencaminhar seus passos na direção certa e dizer: Pai, pequei contra o céu e perante ti (Lc 21:22). Tenhamos coragem! Depois da pregação, sempre há o momento do convite àqueles que necessitam de mudança. Não se demore a reconhecer seu erro e suplicar perdão.

06. Leia a segunda aplicação e comente com a classe sobre o valor de reconhecermos as nossas atitudes contrárias à Escritura, sem covardia.

3. Modifiquemos nossas atitudes contrárias à Escritura, sem demora.Assim que descobriu a falha em seu caminho, o salmista, sem atrasos,

voltou-se para a obediência à palavra de Deus. Ele disse: Eu me apressarei e não hesitarei em obedecer aos teus mandamentos (v. 60). Na versão da Nova Bíblia Viva, este verso foi traduzido assim: Quando se trata de cumprir os seus mandamentos, não tenho tempo a perder (NBV). Se suas atitudes não con-dizem com a palavra do Senhor, o momento de voltar é agora! A Escritura Sagrada é inspirada por Deus e útil para ensinar a verdade, condenar o erro, corrigir as faltas e ensinar a maneira correta de viver (2 Tm 3:16 – NTLH). Mo-difiquemos as nossas atitudes contrárias a Escritura, sem demora!

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Se você não tem tratado sua esposa como deveria, é tempo de rever atitudes! Se não tem tratado seus filhos como deveria, é tempo de rever atitudes! Se não tem tratado os seus pais como deveria, é tempo de re-ver atitudes! Se não tem se comportado em seu ambiente de trabalho como deveria, é tempo de rever atitudes! Se já não tem mais servido a Deus com entusiasmo, é tempo de rever atitudes! Se as pessoas estão olhando para você e já não glorificam mais a Deus pelas suas boas obras, é tempo de rever atitudes! Deixe a palavra de Deus, que é viva e eficaz, mexer com a sua conduta: sem demora!

07. Leia a terceira aplicação e comente com a classe sobre o valor de modificarmos as nossas atitudes contrárias à Escritura, sem demora.

CONCLUSÃO: Antigamente, você louvava a Deus com todo entu-siasmo. Antigamente, você tinha o desejo ardente de anunciar Jesus. Antigamente, você era o primeiro a chegar ao culto. Antigamente, você tinha um ardente desejo de orar. Antigamente, você era um ex-celente pai de família. Antigamente, você era um cristão exemplar. O que aconteceu? O que mudou? Pense. Esquadrinhemos os nossos caminhos, provemo-los e voltemos para o Senhor (Lm 3:40). Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras (Ap 2:5). É tempo de rever atitudes! No culto, e fora dele, pratiquemos esse saudável exercício espiritual.

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TEXTO BÁSICO: Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os ir-mãos! (Sl 133:1)

INTRODUÇÃO: Que maravilha, quando o povo do Senhor se reúne para fortalecer a união! Na semana passada, estudamos sobre o tema: Reunidos para rever atitudes. Hoje, a palavra de Deus mostrará que tam-bém é preciso rever atitudes nos relacionamentos interpessoais, para que estes sejam fortalecidos. Deus aponta o caminho e dá os recursos para que seus filhos se relacionem satisfatoriamente uns com os outros. A união e seus resultados, conforme descritos na Bíblia, serão abordados na lição de hoje. Portanto, mãos à obra; bom estudo; boa prática, e mui-tas bênçãos de Deus sobre seu povo unido.

I. VAMOS À PALAVRA

Davi, o autor do Salmo 133, viu sua casa ser arrebentada por falta de união. Possivelmente, por causa de seu escandaloso pecado, ele não se sentiu à vontade para exortar seus filhos: Amnon violentou Tamar, sua meio-irmã, e Davi não o confrontou, nem confortou a filha. Absalão matou Amnon, seu

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11Hinos sugeridos: BJ 108 / BJ 272

Mostrar ao estudante da Escritura que, para fortalecermos a união, precisamos combater os seus oponentes, lutar por seu aperfeiçoamento e incentivar a sua prática.

Domingo, 5 de junho: ................... Sl 133:1-3Segunda, 6: .......................................... Mt 12:25Terça, 7: .............................................. At 2:42-47Quarta, 8: ............................................... Jo 13:35Quinta, 9: ................................................. Fl 2:1-5Sexta, 10: ................................. Jo 17:11, 21-22Sábado, 11: ................................................. Ef 4:3

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

Reunidos parafortalecer a união

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irmão, e o rei não interferiu. Absalão conspirou e usurpou o trono do pai, e, depois de assumir o governo, matou o irmão Adonias. Ao todo, foram três filhos assassinados e uma filha desonrada. Na casa de Davi, havia ódio, conspiração, estupro e assassinatos, não união. Por tanto sofrer com a falta dela, Davi aprendeu lições importantes sobre a união. Vamos estudá-las aqui.

1. A união é bela: Quando escreveu o salmo 133, Davi tinha consci-ência do quanto é importante a paz entre os irmãos. Uma casa dividida está fadada ao fracasso (Mt 12:25). Divisão, intriga e inveja demonstram, claramente, carnalidade e apego ao mundo (1 Co 3:1-3). Por outro lado, vejamos o que a Bíblia diz: Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! (Sl 133:1). A palavra “bom” transmite a ideia de belo. Qualquer um achará bonita uma família unida. No mundo, não há maior demons-tração do poder do evangelho do que uma igreja unida pelo amor (Jo 13:35). A glória de Deus é refletida na igreja pela sua união em amor.

O Salmo 133 não defende a união entre crentes e incrédulos, não é refe-rência ao ecumenismo. O que o Salmo ensina é a união dentro da família, entre os que passaram pelo mesmo processo de nascimento espiritual, que adoram o mesmo Deus, que pregam o mesmo evangelho, que confessam Je-sus Cristo como único Senhor e verdadeiro Deus, que creem em sua palavra e estão dispostos a seguir a verdadeira doutrina bíblica. Não há união entre luz e trevas (2 Co 6:14-18); não existe união fora do evangelho, não há união fora da verdade (Ef 4:3-6). Deus quer a igreja unida dentro dos princípios bíblicos.

A igreja de Cristo será tão forte quanto for sua unidade e coesão. Unida, ela propicia o ambiente acolhedor para o crescimento da confiança e da alegria que resultarão num ambiente de perdão, compreensão, solidariedade, ajuda e comprometimento. A união caracterizava a igreja neotestamentária (At 2:42-47). Quando pessoas de raças, classes sociais e culturais diferentes convivem em harmonia, quando as diferenças não são suficientes para separá-las, quan-do a união é embasada em princípios espirituais e eternos, a beleza dessa união despertará nos homens vontade de conhecer melhor a razão da união.

2. A união é terapêutica: A falta de união acarreta muitos problemas na comunidade cristã. A igreja em Corinto é exemplo disso: era marcada por divisões (1 Co 1:10,11), contendas (1 Co 6:1-7), preconceitos (1 Co 11:17-19) e até mesmo os dons espirituais que foram dados para forta-lecer a igreja estavam sendo usados de maneira errada: para promover divisão. Não havia união nem amor. Como resultado, muitos estavam fracos e doentes (1 Co 11:30). As coisas exteriores podem causar divisões – riqueza, aparência, preconceitos étnicos, condição social. Na união, as coisas externas são menos importantes que as eternas.

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O texto compara a união entre os irmãos com o azeite perfumado sobre a cabeça de Arão, que desce pelas suas barbas e pela gola do seu manto sa-cerdotal (Sl 133:2 – NTLH). O azeite ou óleo é símbolo do Espírito Santo (Is 61:1-3; Lc 4:17-19; At 10:38). Quando há união entre os irmãos, são abertos os canais para a ação poderosa do Espírito Santo. Nesse ambiente de fra-ternidade e respeito, vidas são tratadas e curadas. Uma igreja unida é canal de saúde e vida, é uma agência da ação restauradora de Deus na terra.

Uma das grandes necessidades do ser humano é a de pertencer a um grupo do qual receba reconhecimento e valorização. Não existe, na terra, uma organização que tenha melhores condições de satisfazer esses anseios humanos que a igreja de Cristo. A igreja é o lugar ideal para as pessoas não se sentirem discriminadas e nem solitárias. Mesmo que a família e a sociedade não proporcionem esse ambiente de valorização da pessoa, na igreja, há to-dos os recursos para a cura, inclusive para os que perderam toda a motivação.

3. A união é revigorante: Um povo agrário como os israelitas e que habi-tava numa terra de montes e de vales dependia das chuvas que ocorriam duas vezes por ano e também do orvalho para regar suas plantações (Dt 11:10-17). Localizado no extremo-norte de Israel, o Hermom é o monte mais alto da re-gião, e Sião, um dos mais baixos. São separados por mais de 300 quilômetros, e, ainda assim, o Senhor faz cair o orvalho sobre ambos. Deus é Deus em toda a terra. Viajantes afirmam que, em certas partes daquele lugar, o orvalho per-cebido pela manhã é tão forte que parece ter caído abundante chuva na terra.1

A união é comparada ao orvalho (Sl 133:3). Algumas qualidades do or-valho justificam essa comparação: primeiro, ele é discreto: cai à noite, sem trovões, nem relâmpagos. A união do povo de Deus não precisa ser alar-deada, mas precisa ser vivida. Segundo, ele é constante: cai durante toda a noite. A união do crente com seus irmãos não é para um culto ou para os cultos, mas, também, para ser desfrutada constantemente. Terceiro, ele é abundante: ainda que em minúsculas porções, umedece a terra. Pequenos gestos em amor que promovam a união terão resultados poderosos na vida das pessoas e da igreja toda.

Após o calor escaldante do dia, vem o orvalho noturno para revigorar as plantas. O orvalho simboliza a presença revigorante de Deus na vida do seu povo: Serei para Israel como o orvalho, ele florescerá como o lírio e lançará as raízes como o cedro do Líbano (Os 14:5); e ainda: Porque haverá sementeira de paz; a vide dará o seu fruto, a terra, a sua novidade, e os céus,

1. Wiersbe (2006:336).

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o seu orvalho; e farei que o resto deste povo herde tudo isto (Zc 8:12). A igreja tem necessidade do refrigério trazido pelo Espírito Santo que vem silenciosa, mas abundantemente, como o orvalho para revigorar a relva.

4. A união é abençoadora: A última frase do Salmo 133 é: Ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre (v. 3b). O “ali” do salmista se refere ao monte Sião, lugar que recebe o orvalho do Hermom: ali, há a bênção de Deus. Não esqueça que, neste Salmo, a “união” é comparada com este “orvalho”. Então, assim como há bênção no monte Sião, que recebe o orvalho do Hermom, há bênção e vida para sempre onde há união entre o povo de Deus. Ao combinarmos as frases do primeiro e do último ver-so, encontramos uma mensagem maravilhosa: Como é bom e agradável os irmãos viverem em união! Ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre. Onde “existe a persistência e a luta pela manutenção da união, existe uma constante ordem direta de Deus: Bênção e vida para sempre!”.2

A união entre os irmãos é abençoadora. Mas, para isso, precisa ser au-têntica. Impor regras para manter a unidade é fraude. A união do povo de Deus não acontece por imposições humanas, mas como resposta das pessoas que foram lavadas pelo sangue de Jesus à ação do Espírito Santo. A unidade artificial é fácil. Os homens são capazes de esconder diferenças reais e criar alianças ímpias, como o faziam os fariseus e os herodianos, quando se uniam contra seu adversário comum, Jesus. Mas a unidade real requer trabalho duro. Exige estudo diligente, humildade genuína, amor pelos irmãos e, acima de tudo, um amor incondicional por Deus e sua palavra. Mas, quando ela acontece há bênção e vida para sempre.

“Se andarmos em união seremos uma família e uma igreja abençoada e cheia da vida de Deus. (...) E essa bênção não é desvinculada da vida dele”.3 E se faltar a união? Teremos dificuldades. Ficaremos fracos. “Se é bom e suave viver em união, certamente é mal e pesado viver sem ela”.4 Por isso, peçamos a ajuda do Senhor para vivermos sempre essa bênção. Quando nos reunirmos para adorar o Senhor, fortaleçamos, cada dia e cada vez mais, a união. Ao invés de muros de separação, construamos pontes que nos liguem uns com os outros.

01. Leia Sl 133:1; Jo 13:35; o item 1, e avalie a necessidade, a importância e a beleza da união.

2. Mendes in Oliveira (2005:29).3. Lopes (2004:96).4. Mendes in Oliveira (2005:30).

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02. Leia Sl 133:2; 2 Co 13:11; Ef 5:21; Fp 2:3-4; o item 2, e discuta sobre o porquê de a igreja ser a melhor instituição para o bem-estar do ser humano.

03. O que se pode aprender sobre a ação revigorante de Deus na unidade da igreja? Tome como base Sl 133:3; Os 14:5; Zc 8:12, e o item 3.

04. Leia o Sl 133:3b; o item 4, e comente com a classe o fato de a união entre os irmãos ser abençoadora.

II. VAMOS À PRÁTICA

1. Para fortalecer a união, combatamos os seus oponentes. Mal entendidos, fofocas, maldades, contendas, ciúmes, disputas são

oponentes do fortalecimento da união e podem facilmente romper re-lacionamentos. Amigos foram separados, quando afetados por adversi-dades relacionais. Ninguém está imune a este tipo de adversidade, espe-cialmente o crente. Nossos inimigos, que são a carne, o mundo e o diabo, conspiram para arruinar relacionamentos e destruir a união entre os fi-lhos de Deus, razão pela qual é preciso vigiar: Sede vigilantes, permanecei firmes na fé, portai-vos varonilmente, fortalecei-vos (1 Co 16:13). Nenhum crente pode se dar ao luxo de baixar a guarda, quando se trata de união.

Adversidades relacionais podem ser vistas como oportunidades para crescimento na união. Muitos relacionamentos foram abalados e até des-feitos por situações que poderiam facilmente ser resolvidas, se houvesse

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a consciência de que nossos três grandes inimigos atuam sem escrúpulos e sem clemência. Quando há descuido, a união fica fragilizada. Ao invés de sermos vencidos, vençamos com vigilância e sejamos como a “pipa” de papel:5 a pipa só sobe contra o vento. Quanto mais fortes os ventos, mais unidos estejamos, para a glória de Deus.

05. Leia os dois parágrafos da primeira lição e comente com a classe a afirmação: “Nenhum crente pode se dar ao luxo de baixar a guarda, quando se trata de união”.

2. Para fortalecer a união, lutemos por seu aperfeiçoamento. Já observou como é fácil fazer as coisas erradas e difícil fazer o que é

certo? Paulo tinha essa consciência (Rm 7:19). Sabedor de que, para man-ter a união, é preciso empenho, o apóstolo recomenda: ... esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz (Ef 4:3). A ideia apresentada no texto é a de que é necessário todo esforço possível para que a unidade seja mantida. O que Paulo diz aqui não é algo impossí-vel, mas também não é algo que vem sem custo. A unidade é resultado de nosso esforço consciente e adequado. Precisamos lutar pela união.

A unidade da igreja é um desejo do coração de Deus e Jesus orou para que ela seja uma realidade (Jo 17:11, 21-22), dizendo: ... a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade. À medida que nos empenhamos por fortalecer a união, cumpre-se em nós a oração de Jesus. Ele pediu que fôssemos aperfeiçoados na unidade. O desejo do coração de Cristo é que todos os seus filhos sejam aprimorados, que as arestas sejam tiradas e que tenhamos um contínuo crescimento para fortalecer o vínculo da paz. Não podemos fugir à responsabilidade de fazer o que nos compete em favor da preservação e do aperfeiçoamento da união.

06. Comente com a classe o que você pode fazer, na prática, para fortalecer a união na sua igreja.

5. Brinquedo de papel, de forma oval ou triangular, que se lança ao vento, ficando preso por uma barbante.

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3. Para fortalecer a união, incentivemos a sua prática. Quem quer glorificar a Deus, incentivará a unidade entre os crentes:

Por isso procuremos sempre as coisas que trazem a paz e que nos ajudam a fortalecer uns aos outros na fé (Rm 14:19 – NTLH). Ajudados pelo Es-pírito Santo, devemos trabalhar humildemente para manter a unidade: Então peço que me dêem a grande satisfação de viverem em harmonia, tendo um mesmo amor e sendo unidos de alma e mente. Não façam nada por interesse pessoal ou por desejos tolos de receber elogios (Fp 2:2-3 – NTLH). Também é preciso incentivar os que querem a desunião a aban-donar esses pensamentos mesquinhos.

Paulo nos dá a fórmula prática: Irmãos, peço, pela autoridade do nosso Senhor Jesus Cristo, que vocês estejam de acordo no que dizem e que não haja divisões entre vocês. Sejam completamente unidos num só pensamento e numa só intenção (1 Co 1:10 – NTLH). Erroneamente, muitos cedem às di-visões e até incentivam sua prática. Fazem isso em nome da justiça. Incitam um irmão contra outro, sem considerar o que a Bíblia diz: Os maus provocam divisões, e quem fala mal dos outros separa os maiores amigos (Pv 16:28 – NTLH). Ao contrário destes, incentivemos a prática da união entre os irmãos.

07. Leia Rm 14:19 e enumere algumas coisas que você pode fazer para que haja maior aperfeiçoamento nas relações interpessoais.

CONCLUSÃO: Duas imagens são apresentadas no Salmo 133: o óleo e o orvalho - ambas ensinam que a união do povo de Deus não é algo que se construa somente pela habilidade humana, mas que Deus a en-via do alto sobre o seu povo: É como óleo ... que desce ... é como orvalho ... que desce (v. 2,3). “A verdadeira união, como todas as boas dádivas, vem de cima; é doada”.6 Por outro lado, se há falta de união entre os crentes, não se deve entender que Deus não a tenha enviado. O ensino é de que a união tem origem em Deus. Ele está agindo para manter a união, mas nós, crentes em Cristo, temos a responsabilidade de respon-der favoravelmente a esta ação. Quando cada irmão fizer sua parte, a união acontecerá. Amém.

6. Kidner (1981:463).

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90 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2011

TEXTO BÁSICO: Servi ao Senhor com temor e alegrai-vos nele com tremor. (Sl 2:11)

INTRODUÇÃO: O mundo define grandeza em termos de poder. Por isso, desde cedo, aprendemos a competir. Queremos os melhores lugares, as maiores posições, os melhores salários, o melhor carro, a melhor casa. Para chegar ao poder, muitos jogam sujo, trapaceiam, armam esquemas, burlam regras, compram votos, etc. Todavia, de-vemos lembrar que esse “desejo de grandeza” não é privilégio do nosso tempo. Tiago e João, discípulos de Jesus, também se sentiram tentados a andar no caminho ilusório do poder (Mc 10:35-37). Daí, o mestre dos mestres mostrou-lhes qual o verdadeiro caminho para a grandeza: Qualquer que entre vós quiser ser grande, será o que vos sirva (Mc 10:43). Ser “grande”, para Jesus, está relacionado com “ser-vir”. “Deus avalia a nossa grandeza pela quantidade de pessoas que servimos, não pela quantidade de pessoas que nos servem”.1

1. Warren (2003:222).

18 JUN 2011

12Hinos sugeridos: BJ 48 / BJ 175

Lembrar ao leitor que éramos servos do pecado, mas que, agora, salvos por Cristo, preci-samos servi-lo com humildade, compaixão e exultação.

Domingo, 12 de junho: ..................... Sl 100:2Segunda, 13: ........................................ M 10:43Terça, 14: ............................................ Cl 3:23-24Quarta, 15: .............................................. Fl 2:6-7Quinta, 16: ............................................... Pv 9:10Sexta, 17: ........................................ Jo 13:15-17Sábado, 18: ............................................ 1 Pd 3:8

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

Reunidos paraservir com temor

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I. VAMOS À PALAVRA

É bem possível que algo em torno de sessenta milhões de homens, mulheres e crianças, viviam na servidão, em todo o Império Romano. Os escravos eram considerados bens particulares, ferramentas, como ma-chados e enxadas. Por isso, os cristãos dos primeiros tempos da história do cristianismo sabiam muito bem o que era ser servo de alguém, e qual a relação que devia haver entre o servo e seu senhor. Era difícil pensar algo de bom ou positivo relacionado à servidão. Todavia, a Bíblia diz que aqueles que receberam Jesus são servos. Antes de sermos alcançados pelo evangelho, éramos todos servos do pecado (Rm 6:16), e, uma vez aceitando o evangelho, nós nos tornamos servos de Deus (v. 22). Isso significa que, agora, servimos em sinal de gratidão a um Senhor que nos tornou livres da escravidão do pecado.

1. O chamado do servo: O serviço faz parte do culto a Deus. Fomos criados, salvos e chamados para servi-lo! A Bíblia diz que recebemos uma nova vida da parte de Cristo Jesus para que realizássemos as boas obras (Ef 2:10 – NBV). Essas boas obras estão relacionadas com o servi-ço a Deus. Sempre que servimos as pessoas, estamos servindo a Deus2 (Cl 3:23-24). Outro texto que confirma que recebemos uma nova vida para que sirvamos a Deus é 2 Timóteo 1:9. Ali, Paulo diz a Timóteo: Foi ele quem nos salvou e nos chamou para o seu santo trabalho (NBV). Você foi chamado não para ser visto, mas para servir a Deus! Lembre-se disto, quando for retirar uma oferta, cantar um louvor, pregar a palavra, ministrar a lição, etc.

Nós pertencemos a Cristo Jesus, que foi ressuscitado para que nós pos-samos viver uma vida útil no serviço a Deus (Rm 7:4 – NTLH). O resultado da nossa união com Cristo deve ser uma vida santificada. Todos nós fo-mos chamados pelo Senhor, independentemente do lugar e do tempo. Cada um foi chamado para servir. Agora, servimos a um Senhor que é digno de ser servido. O ensino da palavra de Deus é o seguinte: ... assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia, e à maldade para a maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para santificação (Rm 6:19). Fomos comprados por alto preço, glorifiquemos a Deus (1 Co 6:20). Que, ao invés de ambição ego-

2. Idem (p. 197).

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92 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2011

ísta ou vaidade (Fp 2:3), haja serviço a Deus com temor em nosso meio, quando nos reunirmos para adorá-lo.

2. A prontidão do servo: Uma das características do servo consiste em estar sempre de prontidão. “Estar de prontidão” significa estar preparado para agir a qualquer momento, se necessário. Uma das coisas que Deus pediu a Israel, já no início da conquista da terra prometida, foi: ... que ameis ao Senhor vosso Deus (...) e o sirvais com todo o vosso coração, e com toda a vossa alma (Js 22:5 cf. Dt 10:12; Mq 6:8). Portanto, agora, da mesma forma, Deus quer que o sirvamos com dedicação e amor. Porque para isso fomos chamados. E devemos fazê-lo com prontidão. Você está disposto a adorar a Deus, servindo-o a qualquer momento? Quando é convidado para reali-zar alguma tarefa na igreja, qual a sua reação?

Você é como o soldado que, quando está servindo, quer agradar o seu comandante e por isso não se envolve nos negócios desta vida (2 Tm 2:4 – NTLH)? O compromisso do soldado é estar sempre em prontidão para ser-vir o comandante. Você está sempre pronto para servir a Cristo, onde quer que você esteja? Reunir-se com os irmãos para cultuar a Deus e dedicar tempo especial para estar a sós com ele tem sido um peso para você? “Ser servo significa desistir do direito de controlar a sua agenda e permitir que Deus a interrompa sempre que precisar”.3 A noite vem quando ninguém pode trabalhar (Jo 9:4). Enquanto é dia, sirva ao Senhor com prontidão!

3. O exemplo de servo: Em se tratando de servir, Jesus é o melhor exemplo que podemos ter. Olhando ele, sentimo-nos envergonhados, pois, quando solicitados a fazer algo pela causa de Deus, não hesitamos em apresentar desculpas para não servir. A Escritura afirma que Jesus, sendo em forma de Deus não teve por usurpação o ser igual a Deus mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo (Fp 2:6-7). Da Escri-tura, temos mais esta sentença: De sorte que haja em vós o mesmo senti-mento que houve também em Cristo Jesus (Fp 2:5).

Um dos mais destacados exemplos de Jesus, durante sua passagem entre os homens, foi, sem dúvida alguma, aquele que deu diante dos seus discípulos, na noite em que celebrou a ceia (Jo 13:4-5). A atitu-de adotada por ele de lavar os pés de seus discípulos foi decisiva para desmontar toda e qualquer pretensão alimentada por eles, até ali, so-bre quem seria o maior. Essa atitude foi complementada pelas palavras: Porque eu vos dei o exemplo para que assim como eu vos fiz façais vós

3. Idem (p. 223).

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também (...). Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes (Jo 13:15-17). Jesus agiu como servo, assim também devemos fazer. Por isso, no culto individual ou coletivo ou ao realizar qualquer outra atividade no corpo de Cristo, tenha a atitude de servo. Faça como Jesus faria.

4. A discrição do servo: O servo do Senhor é modesto e despre-tensioso; não se gloria do que faz. Não é de seu feitio enaltecer suas próprias qualidades. Não faz tocar a trombeta, quando faz algo digno de elogio. Seu objetivo é fazer o bem, sem lhe importar onde, quando e a quem. Jesus condenou o comportamento de determinada classe de indivíduos, que se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens (Mt 6:5). Para Jesus, esse tipo de conduta precisa ser evitado. Não haverá galardão para quem age assim. O servo do Senhor age discretamente e com temor.

Enfatizando a importância da discrição nas atitudes do crente, Jesus observou: Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua direita; para que a tua esmola seja dada ocultamente; e teu Pai, que a vê em segredo, te recompensará publicamente (Mt 6:3-4). Portanto, basta que Deus, em cujo nome o benefício foi feito, saiba, pois é dele que vem o galardão. O serviço com discrição é um culto secreto de que Deus muito se agrada. Quando nos reunirmos para a adoração coletiva, devemos ser para ele essa oferta agradável de corações despretensiosos, de filhos que estão dispostos a servi-lo sempre.

5. O altruísmo do servo: O servo é altruísta. Mas o que é altruísmo? É a qualidade daquele que se preocupa com o bem-estar dos outros. O al-truísmo é caracterizado pela boa-vontade demonstrada por uma pessoa em relação às demais. O altruísta não consegue ver alguém necessitado e ficar de braços cruzados, sem nada fazer para atender à sua necessidade. Assim, serve a Deus e aos filhos de Deus. Da mesma forma como se esfor-ça para cuidar do seu próprio bem, o servo altruísta cuida também do seu próximo. O samaritano descrito em Lc 10:25-37 é um bom exemplo disso.

A vida cristã só tem sentido quando os bens materiais e espirituais de uma pessoa forem, de alguma forma, partilhados com outrem (Hb 13:16). Assim viviam os membros da igreja primitiva (At 2:42). Assim de-vemos viver: ... sede, antes, servos uns dos outros (Gl 5:13). E mais: ao ser-virmos uns aos outros, devemos ter como motivação o amor (Gl 5:13b). O “amor é o princípio divino que deve guiar os nossos relacionamentos”4

4. Getz (2006:96).

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e o nosso serviço a Deus e ao próximo. Nosso culto só será verdadeiro se for motivado pelo amor.

6. A fidelidade do servo: O verdadeiro servo é aquele que serve com temor. Ele não tem medo, mas tem o devido cuidado para não ofender ou desagradar o seu Senhor. Esse é o temor que induz à fidelidade. Paulo vê no bom soldado que foi alistado para a guerra o exemplo do servo fiel. Por isso, diz a Timóteo: Sofre pois, comigo as aflições como bom soldado de Jesus Cristo. Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra (2 Tm 2:3-4). A única pre-ocupação dos soldados é agradar aquele que os chamou para a batalha.

Deus tem grandes coisas para serem feitas, e quer fazê-las através de nós ou com a nossa colaboração. Executar essas tarefas constitui um privilégio, pois nada pode ser mais gratificante do que colaborar com Deus na realização de qualquer serviço. É a adoração que lhe prestamos. Para isso, o crente foi chamado. Deus quer que sejamos fiéis e lhe ofereçamos um culto verdadeiro. Normalmente, quem é fiel no pouco também é fiel no muito (Lc 16:10). A fidelidade independe do tamanho da tarefa.

01. Leia Rm 6:16, 17 e 19; o item 1, e responda: Qual era a nossa condição, antes de aceitarmos o evangelho? Que mudança aconteceu, depois disso, e o que Deus espera de cada um de nós?

02. Leia Dt 10:12; Js 22:5; 2 Tm 2:4; o item 2, e comente com a classe uma das importantes características do servo: a prontidão. Qual a importância dessa virtude no nosso culto a Deus?

03. Com base em Fp 2:6-7; Jo 13:15, 17; Mt 11:28, e nos itens 3 e 4, responda: Quem melhor desempenhou o papel de servo e que lições podemos aprender com ele?

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04. Leia At 2:42; Gl 5:13; Hb 13:16; o item 5, e responda: O que é altruísmo? Qual deve ser a motivação para tal virtude e como isso está relacionado ao nosso culto a Deus?

II. VAMOS À PRÁTICA

1. Quem serve ao Senhor, precisa sempre de humildade. Reunido em Mileto, quando se despediu da igreja e dos presbíteros

daquela região, o apóstolo Paulo falou do serviço que desenvolveu na Ásia e de como se comportou no desempenho desse serviço. Ali esteve servindo ao Senhor com toda a humildade (At 20:19). E não foi fácil para ele o serviço que fez para o Senhor, naquela região. Esse serviço lhe exigiu muitas lágrimas, pois esteve envolvido em tentações e sujeito a muitas ciladas, como ele mesmo declarou. Mas Paulo seguia o exemplo de Cristo (Mt 11:28). Não estava fazendo nada para se autopromover, mas tudo para a glória de Deus.

Ao lermos o capítulo 21 de Mateus, concluímos não ter sido nada fácil também para Jesus tomar a decisão de vir a este mundo, que muitos dos servos de Deus (os profetas), que vieram antes dele, foram perseguidos, torturados e mortos (vv. 34-36). Apesar disso tudo, ele não se intimidou. Numa atitude de renúncia, veio à terra e cumpriu prontamente a missão que lhe foi confiada. Os adoradores-servos não escolhem tarefas. Seu maior prazer é servir. Foi isto o que Jesus fez: ...aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens (Fp 2:7). Isso é adorar de verdade. Você tem agido assim? Recebe um convite para trabalhar nos bastidores de um culto com o mesmo entusiasmo que re-cebe um convite para estar à frente?

05. Leia At 20:19; Mt 11:28; a primeira aplicação, e responda: Que exemplo nos deixou o apóstolo Paulo e de quem ele aprendeu tal virtude? Precisamos, também, desta virtude?

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2. Quem serve ao Senhor, precisa sempre de compaixão. Nós provamos o nosso amor para com Deus, quando amamos e nos com-

padecemos dos nossos irmãos. Neste particular, Jesus também foi exemplo. Inúmeras vezes, o evangelho registra a ocorrência desse sentimento nele: Mt 9:36; 14:14; 18:27; Mc 6:34; Lc 7:13; 10:33. Disso trataram também os após-tolos: Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos (Ef 4:32). E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos entranhavelmente misericordiosos e afáveis (1 Pd 3:8). Esse é o senti-mento do evangelho. Em Filipenses 2:4, lemos o seguinte: Cada um não se preocupe somente com o que é seu, mas também com o que é dos outros.

“No mundo, cada um cuida primeiro de si, pensa somente em si, e seu olhar está atento somente aos seus próprios interesses. Os interesses dos outros estão fora de seu verdadeiro campo de visão”.5 Todavia, na reunião do povo de Deus, entre os servos de Cristo, pode e deve ser diferente. Os verdadeiros servos pensam mais nos outros do que em si mesmos. O serviço que prestamos a Deus não pode ser em causa própria. Servir para que os outros gostem de nós, para sermos admirados, para alcançarmos os nossos objetivos é manipulação, não serviço!6 Precisamos sempre vi-giar as nossas intenções para não servirmos com carnalidade (Gl 5:13a).

06. Leia Ef 4:32; 1 Pd 3:8; Fp 2:4; a segunda aplicação, e responda: Como servos de Cristo, quando nos reunirmos para adorá-lo, qual deve ser a nossa atitude para com os nossos irmãos?

3. Quem serve ao Senhor, precisa sempre de exultação. Servi ao Senhor com alegria e apresentai-vos a ele com canto (Sl 100:2).

Este é o apelo que temos da parte de Deus. Aliás, cantar é a reação mais comum manifestada por aquele que está alegre. Tiago ensina: Está alguém alegre? Cante louvores (Tg 5:13). O salmista convida: Vinde, can-temos ao Senhor, cantemos com júbilo à rocha da nossa salvação. Apre-sentemo-nos ante à sua face com louvores, e celebremo-lo com salmos (Sl 95:1-2). Não é difícil servir ao Senhor, quando o que fazemos para ele é feito com alegria. É assim que estamos servindo ao Senhor?

5. Lopes (2007:116).6. Warren (2003:229).

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Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém (Zc 9:9). Alegria e exultação são duas coisas que caracterizam muito bem o com-portamento do crente. A palavra exultar parece indicar o estado emo-cional que leva uma pessoa a gritar e saltar de alegria (At 3:8). Então, a exultação é a alegria no seu mais alto grau de intensidade. Aliás, a “Nova Bíblia Viva” traduz a palavra “exultar”, de Zc 9:9, por “gritar”. A Escritura recomenda: Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração (Ef 5:19-20). É assim que o crente deve servir a Deus: de maneira alegre e exultante.

07. Com base no Sl 100:2; 95:1-2; Ef 5:19-20, e na terceira aplicação, responda: Já que fomos chamados para servir ao nosso Deus, de que forma devemos servi-lo?

CONCLUSÃO: A lição de hoje nos fez lembrar que, antes de sermos alcançados pelo evangelho, éramos todos servos do pecado (Rm 6:16). Aceitando o evangelho, nós nos tornamos servos de Deus (v. 22). Isso significa que continuamos como servos, mas agora temos um novo Se-nhor a quem devemos servir em sinal de nossa gratidão, por nos ter libertado da escravidão do pecado. A ele, devemos servir com alegria, com temor, com prontidão, com discrição, com altruísmo, com fidelida-de, com humildade, com compaixão, com exultação. É assim que esta-mos servindo ao nosso Deus? Assim seja.

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TEXTO BÁSICO: Ó Senhor Deus, na reunião de todo o teu povo, eu contei a boa notícia de que tu nos salvas. Tu sabes que nunca vou parar de anunciá-la. (Sl 40:9)

INTRODUÇÃO: Pense: Quando queremos saber o conteúdo de um livro, sem ter de lê-lo por completo, o que fazemos? Geralmente, che-camos o índice, lemos o prefácio, damos uma folheada, etc. Mas o que se fazia, dois mil anos atrás, na época dos escritores da Bíblia, quando os livros eram escritos em forma de rolo? Como folhear um pergaminho enrolado? Como saber do que iria tratar o autor, sem ter de ler todo o livro? Simples: bastava ler as primeiras palavras. No geral, elas revelavam o conteúdo da obra.1 Pois bem, você já leu as primeiras palavras do evangelho de Marcos? Leia: Aqui começa a boa notícia de Jesus Cristo, o Filho de Deus (1:1 – NBV). Então, do que Mar-cos vai tratar? Os que se reuniriam para lê-lo achariam exatamente a boa notícia sobre Jesus! Este, também, é o tema desta lição.

1. Watts (2004:18).

25 JUN 2011

13Hinos sugeridos: BJ 179 / BJ 277

Conscientizar o estudante da importância de, quando nos reunirmos para adorar a Deus, contarmos a boa notícia sobre Jesus Cristo, por meio do louvor, do exemplo e do anúncio.

Domingo, 19 de junho: ....................... Mc 1:1Segunda, 20: .............................................. Lc 1:1Terça, 21: ................................................... At 4:12Quarta, 22: ........................................ At 4:18-20Quinta, 23: ........................................... 2 Co 5:17Sexta, 24: .................................................. Gl 2:20Sábado, 25: .............................................. Sl 40:9

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

Reunidos paracontar a boa notícia

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I. VAMOS À PALAVRA

A expressão “boa notícia”, em Marcos 1:1, citado na introdução, de-riva-se da palavra grega euangelion (evangelho). Esta palavra era usada para se referir: 1) à “recompensa” que se pagava ao mensageiro que trazia uma mensagem de vitória que causasse alegria (as pessoas rece-biam alívio por causa da mensagem; por isso, ele era recompensado), 2) e também à própria “mensagem” em si. No Novo Testamento, a palavra “evangelho” é usada para se referir à ação de Deus por meio de Jesus. A “boa notícia” é Jesus: o que ele fez, o que ele é, o que ele promete e o que exige. Essa “boa notícia” precisa ser contada.

1. O que Jesus fez: Quando nos reunirmos para contar as boas novas, este deve ser o primeiro item da nossa proclamação: falar dos feitos de Jesus. Contar o que ele fez fazia parte da proclamação das boas novas dos primeiros cristãos. Os evangelistas sempre se lembravam dos fatos que se realizaram entre eles (Lc 1:1 cf. 24:14,18). Os evangelhos são, na verdade, a narração destes fatos. São as boas notícias sobre Jesus, para que as pes-soas cressem nele. Em Atos, Pedro, em seu discurso para uma audiência internacional, logo após ser batizado no Espírito Santo, conta a boa nova sobre Jesus, partindo do que ele havia feito: Como bem sabeis, disse o apóstolo (2:22). Ele estava evocando o testemunho dos próprios ouvintes.

Mas o que Jesus fez que, quando contado, traz alegria e pode ser cha-mado de “boa notícia”? Em primeiro lugar, Jesus morreu por nós. O principal objetivo de Cristo ter vindo a este mundo, como homem, não foi dar um exemplo de vida santa, mas morrer pelos nossos pecados (1 Co 15:3). A mor-te de Jesus faz parte da boa notícia do evangelho. Por causa dela, podemos receber a vida eterna e ter comunhão com Deus. Por causa dela, nossos pecados são perdoados. Estávamos condenados e merecíamos a morte, mas, através da morte de Jesus, quem o recebe como Senhor, ganha vida.

Em segundo lugar, Jesus ressurgiu e está vivo! Diante de uma multidão de pessoas, no dia do Pentecostes, Pedro afirmou: Deus o ressuscitou que-brando as algemas da morte, pois não era possível que fosse detido por ela (At 2:24). Aquele que morreu para nos salvar, hoje vive exaltado à direita de Deus (v. 32). “A ressurreição de Jesus é dom de Deus e prova que sua morte obteve sucesso total em apagar os pecados de seu povo”.2 Jesus triunfou so-

2. Piper (2004:114).

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bre a morte, ressuscitando. Ele tem as chaves desta. Pode abrir a porta para todos aqueles que se achegarem a ele com fé. Por isso, pôde dizer: Eu sou o que vive; fui morto, mas agora estou aqui, vivo para todo o sempre e tenho as chaves da morte e do inferno (Ap 1:8). Esta boa notícia precisa ser contada.

2. O que Jesus é: O anúncio das boas novas não deve conter somente o que Cristo fez por nós, mas o que ele é para nós, hoje. “Elas dizem res-peito não simplesmente ao que ele fez há mais de dezenove séculos, mas ao que ele é hoje, em consequência daquilo”.3 E o que ele é hoje? Em pri-meiro lugar, Jesus é salvador. O texto de Atos 4:12 diz: E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos. A morte e a ressurreição de Jesus, sua exaltação e autoridade fazem dele o único Sal-vador. Fora de Jesus, não há salvação. Ninguém mais, dentre os homens, possui tais qualificações. Somente ele tem autoridade para concedê-la.

Em segundo lugar, Jesus é Senhor. A epístola aos romanos, de forma muito clara, diz: Porque foi com este propósito que Cristo morreu e tor-nou a viver: para ser Senhor tanto de mortos como de vivos (14:9 – grifo nosso). Cristo morreu e ressurgiu para ser Senhor! Em Filipenses, lemos que Jesus foi obediente até a morte, e morte de cruz! Por isso Deus o exal-tou à mais alta posição e lhe deu um nome que está cima de todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho (2:8b-10a – NVI – grifo nosso). O senhorio de Jesus sobre vivos e mortos é consequência direta da sua morte. Podemos enxergar isto no uso da expressão “Por isso”. Por causa da sua humilhação, Deus o exaltou. E para que tudo aconteceu? Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho!

Jesus é Senhor! Deus o fez Senhor (At 2:36). Fez para que toda a língua confesse esta sublime verdade (Fp 2:11). E, aquele que confessa com seus próprios lábios que Jesus Cristo é o seu Senhor, (...) será salvo (Rm 10:9, BV). Ninguém pode fazer essa afirmação, a não ser pelo Espírito Santo (1 Co 12:3). Este é o grande convite do evangelho! Baseado em tudo o que Cristo fez, ho-mens e mulheres devem submeter sua vida, em todos os aspectos, ao senho-rio absoluto de Jesus: Ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou (2 Co 5:15). Quando nos reunirmos para adorar, contemos esta boa notícia.

3. O que Jesus oferece: Além de mostrar o que Jesus fez e o que ele é, a proclamação das boas novas deve conter o que ele oferece para aque-

3. Stott (2010:60).

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les que o recebem como Senhor e Salvador. São muitos os benefícios que adquirimos, ao entregarmos a nossa vida a Cristo. Analisemos dois. Em pri-meiro lugar, o perdão dos pecados. A Bíblia garante que todo ser humano é pecador (Rm 3:23); afirma também que quem diz não ter pecado, engana-se a si mesmo e é mentiroso (1 Jo 5:8, 10). Não há como florear essa verda-de. Todos os que estão longe de Deus, estão mortos em suas transgressões (Ef 2:1); são guiados pelo príncipe deste mundo (Ef 2:2); dominados pelos desejos carnais (Ef 2:3); são, por natureza, filhos da ira (Ef 2:3).

A Bíblia também garante que o salário do pecado é a morte (Rm 6:23a). Contudo, essa mesma Bíblia afirma, de maneira inegável, que Deus é rico em misericórdia (Ef 2:4), e prova seu amor para conosco, por ter Cristo morrido por nós (Rm 5:8). A Escritura ainda diz: ... o sangue de Jesus, nos purifica de todo o pecado (1 Jo 1:5). ... convertei-vos para que os vossos pecados sejam apagados (At 3:19); e: ... todo o que nele crê receberá o perdão dos pecados (At 10:43). A pregação da boa notícia tem que trazer essa verdade gloriosa! Mas não só essa: em segundo lugar, quem recebe a Cristo, além do perdão, recebe uma nova vida.

Não há condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus (Rm 8:1 – grifo nosso). A “condenação” que o texto menciona se refere à libertação não apenas da culpa, mas também do poder escravizante do pecado.4 Quando alguém está em Cristo, torna-se uma pessoa totalmente nova (2 Co 5:17 – NBV). “Cristo oferece mais do que o perdão de nosso passa-do. Ele oferece também uma nova vida no presente por meio do novo nascimento e da habitação do Espírito Santo”.5 Quando nos reunirmos para adorar, lembremo-nos sempre disto: estamos ao lado de pessoas transformadas, que não vivem mais para si mesmas, mas para Cristo (Gl 2:20). Deixemos sempre viva essa boa notícia entre nós.

4. O que Jesus exige: Vimos, até aqui, que a mensagem das boas novas deve conter o que Jesus fez, o que Jesus é, e o que Jesus oferece. Por fim, para ser completa, essa proclamação também deve conter o que Jesus exige. O que Jesus requer de nós, hoje? No dia de Pentecos-tes, após ouvirem Pedro mostrar brilhantemente o que Jesus é e fez, as pessoas quiseram saber o que fazer: Irmãos, que devemos fazer? (At 2:37 – BV). Em resposta a esta pergunta, Pedro diz: Arrependei-vos (At 2:38). Em outro sermão do apóstolo, também registrado no livro de Atos, ele disse: Arrependei-vos, pois, e convertei-vos (At 3:19).

4. Murray apud Lopes (2010:279).5. Stott (2010:63).

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O arrependimento era parte das exigências na proclamação das boas novas. Arrepender-se é “mudar de opinião”; neste caso, mudar de opi-nião com respeito a Jesus Cristo. Aqueles que, antes, o rejeitavam, devem recebê-lo e aceitá-lo como Senhor de suas vidas. Essa mudança impõe um novo estilo de vida: é “a re-orientação total da vida no mundo – entre os homens – em resposta à obra de Deus por meio de Jesus Cristo”.6 Essa reorientação da vida, esse arrependimento, inclui fé. Os quase três mil que se arrependeram e foram batizados, no dia do Pentecostes, foram citados como todos os que creram (At 2:44).

Mais adiante, ainda no livro de Atos, Paulo apresentou esta exigência ao carcereiro de Filipos: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa (At 16:31). Crer em Jesus é depositar a nossa confiança nele. É mais do que conceitual. Significa colocar a fé naquele que é capaz de nos salvar. Significa eleger Cristo como Senhor sobre os nossos planos atuais e so-bre o nosso destino eterno. É entender que ele tem todo o direito de governar a nossa vida e deixar que ele a governe através de sua Palavra. Era “inconcebível para os apóstolos que qualquer pessoa pudesse crer em Jesus como Salvador sem submeter-se a ele como Senhor”.7 Assim, as exigências do evangelho são o arrependimento e a fé.

01. Leia o primeiro parágrafo do comentário anterior e responda: De onde se deriva a expressão “boa notícia”? Esta palavra era usada para se referir a quê?

02. “Contar o que Jesus fez fazia parte da proclamação das boas novas dos primeiros cristãos”. O que Jesus fez que, quando contado, traz alegria e pode ser chamado de “boa notícia”? Utilize o item 1.

6. Idem (p. 65).7. Idem (p. 66).

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03. Além de conter o que Jesus fez, a proclamação das boas novas também deve conter o que Jesus é para nós hoje? E o que ele é, hoje? Baseie-se no item 2.

04. O que Jesus promete e o que ele exige são partes fundamentais da proclamação das boas novas. Comente sobre elas utilizando os itens 3 e 4.

II. VAMOS À PRÁTICA

1. Contemos a boa notícia por meio do louvor.Nós passamos grande parte do nosso culto a Deus cantando louvo-

res. E isso é bom. O louvor é parte fundamental do nosso culto. A Bíblia diz: Todo ser que respira louve ao Senhor (Sl 119:6). O momento do lou-vor é de alegria, reflexão, adoração a Deus por quem ele é, pelo que ele faz, etc. Mas a pergunta que gostaríamos de levantar é: o que estamos cantando? Qual é o conteúdo dos nossos hinos e louvores? Levantamos essa pergunta por acreditarmos que o momento de louvor é excelente para contarmos as boas notícias e, muitos de nós não estamos saben-do aproveitar essa oportunidade. Muitas pessoas são atraídas, inicial-mente, aos nossos cultos, pelos cânticos. Podemos pregar o evangelho, também, quando cantamos.

Por isso, aproveitemos também esse momento para contar o que Jesus fez por nós. Infelizmente, Jesus sumiu das letras dos cânticos de muitos grupos e bandas cristãs da atualidade. Já não se canta mais a Es-critura. Para que isso não aconteça conosco, cantemos que Jesus morreu para que nós tivéssemos vida! Cantemos que ele é o nosso Salvador e Senhor! Cantemos que ele concede nova vida! Cantemos que ele exige arrependimento e fé! Cantemos que ele voltará! Incluamos Cristo nos nossos cânticos!

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05. Após ler a primeira aplicação, comente a seguinte frase: “Podemos pregar o evangelho também quando cantamos”.

2. Contemos a boa notícia por meio do exemplo. O nosso testemunho é um dos meios mais eficazes para transmitirmos

o evangelho. As palavras, faladas ou escritas, podem ser rebatidas, mas uma vida santa, não! Somos o sal da terra e a luz do mundo (Mt 5:13-16). São muitos os testemunhos de pessoas que se tornaram crentes em Jesus por causa do exemplo de um cristão comprometido com Cristo. Pessoas que olharam para a vida de um seguidor de Jesus, foram con-tagiadas pelo seu testemunho pessoal e desejaram segui-lo também. O testemunho pessoal pode abrir portas para proclamarmos as boas novas.

O que os não cristãos têm visto em nossa vida? O que eles têm dito, quando participam dos nossos cultos a Deus? Aliás, como nós temos recebido os ouvintes das boas novas, quando vamos à casa do Senhor? Quando estão em nosso meio, eles afirmam que, de fato, Deus está entre nós, ou ouvem que estamos nos devorando uns aos outros, nos destruin-do mutuamente (Gl 3:15)? Cuidemos! Como um perfume que se espalha por todos os lugares, deixemo-nos ser usados por Deus para que Cristo seja conhecido por todas as pessoas (2 Co 2:14 – NTLH). Contemos as boas novas, quando nos reunirmos para adorar, através do nosso exemplo.

06. Leia a segunda aplicação e comente com a classe a frase: “O nosso testemunho é um dos meios mais eficazes para transmitirmos o evangelho”.

3. Contemos a boa notícia por meio do anúncio. Você ainda se lembra do texto-base desta lição? Leia-o novamente:

Ó Senhor Deus, na reunião de todo o teu povo, eu contei a boa notícia de que tu nos salvas. Tu sabes que nunca vou parar de anunciá-la (Sl 40:9). O Salmo 40 é um salmo de Davi. É um louvor de Davi que expressa sua gratidão a Deus. “Não se sabe, ao certo, qual é o seu contexto histórico,

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mas é possível que Davi o tenha escrito durante os anos difíceis de exílio ou, talvez, nos primeiros anos de seu reinado”.8 O que sabemos, de certo, é que Deus o ajudou e supriu as suas necessidades em tempos de difi-culdades. Deus o tirou de um “poço de destruição” (v. 2).

Podemos observar, no verso 9, o entusiasmo, a alegria e a confiança de Davi para contar aos outros aquilo que Deus fez por ele. Na reunião do povo de Deus, ele disse que não se calaria: anunciaria a boa notícia! Que excelente exemplo! O que Jesus fez por nós é muito grandioso para guardarmos conosco. Como não espalhar esta boa nova?! Sem Jesus, es-taríamos perdidos, acabados. Nosso fim, fatalmente, seria a morte. Mas ele nos deu vida! Anunciemos essa boa notícia. Ele continua dando vida. Ainda hoje, ele continua concedendo a salvação! Em nossas reuniões, não cansemos de anunciar essas coisas, seja por meio da pregação, seja em nossas Escolas Bíblicas: contemos a boa notícia!

07. Leia Sl 40:9; a terceira aplicação, e comente sobre o excelente exemplo deixado pelo salmista. O que podemos aprender com este texto?

CONCLUSÃO: Mais uma vez, pela graça de Deus, chegamos ao final de uma série de lições bíblicas. Ao longo dos treze últimos sábados, es-tivemos estudando sobre o nosso culto a Deus. Estamos certos de que, através da Palavra de Deus, crescemos um pouco mais na graça e no conhecimento do Senhor Jesus. Ao finalizarmos esta série, e esta lição, nós nos sentimos gratos a Deus. Que a boa notícia sobre Jesus conti-nue sendo espalhada por todos os lugares. Quando nos reunirmos para cultuá-lo, contemos o que ele fez, o que ele é, o que ele promete e o que ele exige, com toda a alegria e entusiasmo. Nunca paremos de anunciar tão gloriosa notícia.

8. Wiersbe (2006:165).

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Desafios da

próxima década

para o jovem

cristão

8 a 10 de julho de 2011

Estância Árvore da VidaSumaré, SP

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Desafios da próxima década para o jovem cristão

Fruto 21“Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem

fruto, fruto que permaneça”. João 15:16 (NVI)

A Geração Metanoia assumiu o firme compromisso de se deixar transformar pela palavra de Deus. Quem faz parte dela, escolheu seguir a Jesus, levar a cruz e negar a si mesmo.

No decorrer dos últimos três anos, a Fumap tem visto jovens de todo o Brasil com essa disposição. Desde o início da gestão, este tem sido o nosso sonho: testemunhar vidas transformadas, influenciando vidas.

A pregação que pretendemos que seja ouvida e reproduzida é a de jovens fazendo a diferença no trabalho, na escola, nas saídas noturnas, no namoro e, enfim, em cada atividade e situação da vida, como resultado de uma mente renovada por Cristo. Para os que já estão vivendo esse processo, as bases que orientam a maneira de ver e agir no mundo não são mais as “próprias ideias”, mas o cristianismo ensinado pela palavra de Deus.

Estamos às portas da 5ª Convenção Nacional e, orientados por Deus, entendemos que devemos trabalhar com o tema Fruto 21.

A Geração Metanoia deve estar em Cristo. E quem está em Cristo dá frutos. O evangelho é como um grande tesouro. Ao ser encontrado, deve ser valorizado e bem guardado, como a própria vida. Ele também é comparado a uma semente plantada em nosso coração. Quando lançada em solo apropriado, dá vida a uma árvore, que, a seu tempo, floresce e frutifica (Lc. 8:15).

Muitos jovens descobriram esse tesouro e têm levado uma vida diferente. Mas é necessário avançar, seguir em frente. É necessário crescer e frutificar. Nossa geração precisa ser impactada por essa verdade.

O fruto é alimento. Tem conteúdo, não apenas beleza. Traz, em si, novas sementes que podem gerar outras árvores. Frutificar é a prova de que a árvore está viva, saudável e perfeitamente conectada à sua raiz.

Jesus disse que nos escolheu para que estejamos em movimento (“eu os escolhi para irem”). Significa que não fomos chamados para a estagnação, para a mornidão, nem para ficarmos anestesiados diante da vida. Você e eu fomos convocados para ir, seguir em frente, crescer, amadurecer e viver abundantemente.

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Desafios da próxima década para o jovem cristão

Durante a Convenção Nacional, você será impulsionado à ação por meio de ativi�ê será impulsionado à ação por meio de ativi� será impulsionado à ação por meio de ativi�á impulsionado à ação por meio de ativi� impulsionado à ação por meio de ativi�à ação por meio de ativi� ação por meio de ativi�ção por meio de ativi�o por meio de ativi�dades que não o deixarão parado. Serão oportunidades para se envolver, aprender, refletir, sorrir, fazer novas amizades e entender o que é esse negócio de frutificar.

Jesus diz mais uma coisa importante, em João 15:16: “... e darem fruto, fruto que permaneça”. A frutificação acontece durante a nossa caminhada. Os frutos são abundantes e precisam permanecer! Permanecer não significa ficar parado, estagnado. Indica que os frutos precisam ter persistência, continuidade. Mas, como produzir constantemente e em abundância, com tantos perigos, tentações e armadilhas no caminho da juventude?

Estamos no século XXI – o século da informação, da interatividade, da vida digital, da valorização das sensações e dos prazeres ilimitados, com parâmetros morais cada vez mais nebulosos. Nesse contexto, o fruto da Geração Metanoia precisa florescer, amadurecer e permanecer, a fim de que ela se torne inculpável “no meio de uma geração corrompida e depravada, na qual [brilhe como estrela] no universo, retendo firmemente a palavra da vida. Assim, no Dia de Cristo”, [sentirá orgulho] de não ter corrido e nem se esforçado inutilmente – Fp 2:15 e 16 (NVI).

A terra e a semente precisam de cuidados, aqui e agora! Por isso, a nossa meta na Convenção Nacional é oferecer a esta geração uma compreensão e uma visão espirituais quanto aos desafios de frutificar na próxima década. Afinal, a juventude é passageira. Você já pensou com que idade estará, daqui a 10 anos? Exatamente em 2021, como estarão sua vida e sua igreja? Como será o mundo, se Cristo não voltar até lá? Nosso sonho é que a Geração Metanoia esteja preparada para frutificar, no tempo que está por vir.

Venha pensar tudo isso com a gente na Convenção Nacional. Venha conhecer o Fruto 21.

Precisamos de você, contamos com você, esperamos por você! Inscreva-se!

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“Meu Pai é glorificado pelo fato de vocês darem muito fruto; e assim serão meus discípulos”.

João 15:8

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