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VII SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
VIII ENCONTRO DE ZOOTECNIA – UNESP DRACENA
DRACENA, 05 e 06 DE OUTUBRO DE 2011
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Utilização de enzima fitase na alimentação de aves
Zanetti, L.H.¹; Polycarpo, G.V.², Cruz, V.C.³; Barbieri, A.¹; Santos, A.R.¹; Luz, P.A.C.¹;
1Acadêmicos do curso de Zootecnia, UNESP – Campus de Dracena, Rodovia SP 294, Km 651, Dracena, SP. E-mail: [email protected]
²Mestrando em Zootecnia, UNESP – Campus de Botucatu, Botucatu, SP. E-mail: [email protected] ³Professora Dra UNESP – Campus de Dracena, Rodovia SP 294, km 651, Dracena, SP. E-mail: valquí[email protected]
Introdução
Existem diversas razões para a crescente ulitização e aplicação de enzimas na
nutrição animal, dentre as mais citadas está à melhora no desempenho zootécnico dos
animais, a redução dos custos, da variação da qualidade dos ingredientes inseridos numa
dieta e da contaminação ambiental pela perda de nutrientes, melhor utilização de nutrientes,
melhor ganho de peso e conversão alimentar, aumento na flexibilidade e precisão da
formulação de ração de mínimo custo e melhora da saúde, especialmente digestiva e do bem
estar das aves (CHOCT, 2006).
O objetivo deste trabalho é discutir a utilização da enzima fitase na alimentação de
aves, e para isto foi realizada uma revisão bibliográfica para obtenção de informações
atualizadas.
Desenvolvimento
A fitase é uma enzima pertencente ao grupo das fosfatases de histidina ácida, que
hidrolisa o fitato para mio-insitol e ácido ortofosfórico, necessário ao processo metabólico na
biosíntese celular. Há dois tipos de fitase, a mio-inositol hexaquifosfato 3-fosfohidrolase,
denominada 3-fitase e a mio-inositol hexaquifofato 6-fosfohidrolase, denominada 6-fitase ou
fitato 6-fosfatase (VOHARA & SATYANARAYANA, 2003). Foi inicialmente comercializada
para melhorar a retenção de P da dieta. E o efeito extrafosfórico está sendo cada vez mais
demonstrado na literatura científica. Os resultados obtidos com o uso de fitase geraram uma
série de técnicas práticas na alimentação de aves, como o uso de equivalências de P e Ca e
a utilização de matrizes enzimáticas com valorização da energia metabolizável, da proteína
bruta e dos aminoácidos (NAGASHIRO, 2007).
Sobre o mecanismo da ação da fitase, sabe-se que ela age como um catalisador, ou
seja, aumenta a taxa de uma reação química, sem causar alterações químicas permanentes.
As enzimas são proteínas globulares que catalisam as reações químicas específicas nos
sistemas biológicos, podendo conter outras substâncias tais como vitaminas e minerais. No
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trato digestivo, a enzima adicionada à ração é ativada quando se mistura aos fluidos
digestivos, pois necessitam de condições ideais como, por exemplo: pH e temperatura.
Os mecanismos que descrevem os efeitos da enzima sobre a utilização de energia
são desconhecidos. Sabe-se que a melhora na digestibilidade das proteínas é, em parte,
responsável pelo aumento da energia disponível. A fitase promove aumento na utilização de
energia, independentemente dos efeitos sobre a digestão de aminoácidos. Isto
possivelmente ocorre devido a formação de complexos entre os minerais e o ácido fítico,
formando, no trato digestório, juntamente com os lipídeos, reações de saponificação,
prejudicando a utilização de lipídeos (RAVINDRAN et al., 2000).
Galinhas poedeiras alimentadas com rações contendo fitase apresentam redução na
excreção de P em relação às alimentadas com dietas sem fitase. Este fato deve-se
principalmente à diminuição na quantidade de inclusão do fosfato bicálcico na formulação de
dietas, quando valorizada a matriz fítica (LIGEIRO et al., 2007).
O uso nas rações da enzima fitase com a finalidade de aumentar o aproveitamento do
fósforo orgânico, que está na forma de fitato nos ingredientes de origem vegetal, vem sendo
pesquisado com a finalidade de reduzir o custo da adição do fósforo inorgânico na ração.
Segundo Lima et al. (2010), a suplementação de fitase melhora o aproveitamento da
energia e a retenção de nitrogênio da ração de codornas japonesas em postura, reduzindo o
teor de nitrogênio das excretas. O nível de 368 uf/kg é mais indicado, por promover maior
retenção de nitrogênio das rações.
Conclusão
É crescente a utilização de fitase na alimentação das aves destinadas a produção
animal, fato observado devido aos benefícios proporcionados as aves, que atendem as
crescentes questões ambientais.
Muitas são as pesquisas nas áreas de frangos de corte, galinhas poedeiras, e
codornas, provando cientificamente que a suplementação de fitase na ração melhora o
desempenho, qualidade dos ovos, o aproveitamento de energia, e redução do teor de
nitrogênio nas excretas.
Referências
CHOCT, M. Enzymes for the feed industry: past, present and future. World’s Poultry
Science Journal, v. 62, p. 5-15, 2006.
LIGEIRO, E.C.; JUNQUEIRA, O.M.; CASARTELLI, E.M. Avaliação da matriz fítica sobre o
desempenho e qualidade dos ovos de poedeiras comerciais alimentadas com rações
contendo sorgo. Revista Brasileira de Ciência Avícola, Supl. 9, pag. 46, 2007.
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LIMA, H.J.D. et al. Aproveitamento de nutrientes e de energía da ração de codornas
japonesas em postura com o uso de fitase. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 39, n. 7, p.
1512-1522, 2010.
NAGASHIRO, C. Enzimas na nutrição de aves. In: CONFERÊNCIA APINCO 2007 DE
CIÊNCIA E TECNOLOGIA AVÍCOLAS. 2007, Santos. Anais... Santos, São Paulo: Fundação
Apinco de Ciências e Tecnologia Avícolas, p. 309-327, 2007.
RAVINDRAN, V.; SELLE, P.H.; BRYDEN, W.L. Response of broilers to icrobial hytase
supplementation as influenced by dietary phytic acid and non-phytate hosphorus levels. II.
Effects on nutrient digestibility and retention. British Poultry Science, v.41, n.2, p.193-200,
2000.
VOHARA, A.; SATYANARAYANA, T. Pitases: microbial sources, production, purification, and
potential biotechnological applications. Critical Reviews in Biotechnology, v. 23, n. 1, p. 26-
60, 2003.