UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS...

36
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS PEREIRA BALDISSERA UM OLHAR PSICOPEDAGOGICO SOBRE A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO ATRAVÉS DA TECNOLOGIA CURITIBA 2014

Transcript of UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS...

Page 1: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

JUSSARA DE JESUS PEREIRA BALDISSERA

UM OLHAR PSICOPEDAGOGICO SOBRE A CONSTRUÇÃO DO

CONHECIMENTO ATRAVÉS DA TECNOLOGIA

CURITIBA

2014

Page 2: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

2

Jussara de Jesus Pereira Baldissera

UM OLHAR PSICOPEDAGOGICO SOBRE A CONSTRUÇÃO DO

CONHECIMENTO ATRAVÉS DA TECNOLOGIA

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso de Pós Graduação em Psicopedagogia da Faculdade de Ciências Humanas e Letras da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a obtenção de Especialização em Psicopedagogia. Orientação: Laura Bianca Monti e Jurândi Serra Freitas.

CURITIBA 2014

Page 3: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

3

AGRADECIMENTOS

Este trabalho tem como fonte de inspiração as experiências e inquietações

acumuladas em uma longa trajetória como educanda, mãe e educadora.

Inquietações e paixões deram origem ao tema: a construção do conhecimento e a

tecnologia. Contudo, posso afirmar que o mesmo não seria possível sem a

compreensão, incentivo, colaboração e apoio dos que me acompanharam ao longo

de vários anos e que instigaram em mim esse desejo de busca por novos caminhos

teóricos e práticos para compreender de forma mais clara a construção do

conhecimento e a tecnologia.

Meus agradecimentos iniciais é a Faculdade de Ciências Humanas e Letras

da Universidade Tuiuti do Paraná, Instituição de Ensino que me acolheu, a todos os

professores, coordenadores do curso de Pós Graduação em Psicopedagogia, que

fizeram parte da minha formação e de alguma forma contribuíram para a realização

deste trabalho.

Aos colegas de curso pela rica troca de saberes e companheirismo

vivenciado durante o decorrer deste percurso.

A toda minha família, filhos em especial ao meu marido Fabiano Nunes

Baldissera, que se dedicou muito para que eu pudesse concluir mais essa etapa da

vida, que sempre tem e terá presença marcante no meu caminhar.

Page 4: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

4

A verdadeira viagem da descoberta não

consiste em procurar novas paisagens,

mas em possuir novos olhos.

Marcel Proust

Page 5: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

5

SUMÁRIO

01. INTRODUÇÃO................................................................................................08

02. EDUCAÇÃO NA ERA INFORMÁTICA................. ..........................................09

03. OBJETIVOS PARA A EDUCAÇÃO COM A APLICAÇÃO DE MEIOS

TECNOLOGICOS................................................................................................... 15

04. EDUCAÇÃO E SUAS TECNO-POSSIBILIDADES........ .................................20

04.1. APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA NO CONTEXTO PSICOPEDA GOGICO....26

05. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................ ......................................................29

06. REFERÊNCIAS.................................................................................................33

Page 6: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

6

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Mapa conceitual

Page 7: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

7

RESUMO

Diante da evolução da sociedade e da incessante mudança de paradigmas,

o agir pedagógico deve ser redimensionado, integrar novas práticas na construção

do processo ensino aprendizagem, levando em consideração a atualidade e o meio

em que o educando esta inserido, respeitando seus direitos, interação social,

cognitiva, epistemológica, colocando a práxis de fato o tema educação e a

modernidade. Ressaltando e valorizando o devir humano que também é

proporcionado através das interfaces digitais dentro da educação, contribuindo para

a democratização da construção do conhecimento mediado por diferentes

tecnologias as quais influenciam diretamente as relações entre educandos e

educadores, transformando-os efetivamente em pesquisadores do seu

conhecimento, transformando a educação em uma pratica concomitante de

estimulação da produção individual e coletiva.

Page 8: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

8

INTRODUÇÃO

O presente trabalho partiu da necessidade de se discutir as metodologias

para o ensino com o uso da tecnologia.

Por ser mãe e acompanhar o desenvolvimento do ensino durante todo o

ciclo de Educação Básica de meus filhos e perceber a carência de uma metodologia

adequada para a apreensão dos conteúdos através da tecnologia.

Outro fator importante é o papel da escola na formação e transformação do

cidadão, e a relação direta que ela tem com a inclusão social desse mesmo sujeito,

num mundo cada vez mais tecnológico e globalizado, colocando-a como um dos

fatores que definem o grau de alienação dos indivíduos.

Concomitantemente, devemos lembrar que as leis (LDBs) norteadoras da

Educação Básica no Brasil, especialmente as referentes ao Ensino Médio, prevêem,

desde 1996 a inclusão do ensino tecnológico, ressaltando que aos alunos do Ensino

Médio deverá ser possibilitado o “domínio dos princípios científicos e tecnológicos

que prescinde a produção moderna, conhecimento das formas contemporâneas de

linguagem”, (LEI Nº 09394/96; SEÇÃO IV; ARTIGO 036; 1º, I e II. pg. 313).

Portanto acreditando e tendo como base a Pedagogia Histórico Critica dos

Conteúdos formulado por Demerval Saviani; a questão precípua é: qual a relevância

da utilização dos meios tecnológicos na escola e como se dá a articulação entre

teorias e leis sobre o uso e benefícios desta tecnologia?

Page 9: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

9

EDUCAÇÃO NA ERA INFORMÁTICA

Figura 1

A sociedade atual traz a trama da informação como instrumento que inclui,

exclui e modifica as relações sociais, construindo sentidos e identidades de grupos.

A educação tem, entre suas tarefas, auxiliar os indivíduos a ampliar o seu

grau de autonomia social, moral e intelectual. Autonomia implica em respeito mútuo

e cooperação; em exercitar a escolha, a opção, o que inclui a informação, a escolha

dela e sua fonte.

Como compreender as linguagens das novas gerações e integrá-las ao

ensino?

Page 10: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

10

Não há como negar a importância das evoluções (transformação)1 na nossa

sociedade. Estamos, sim, na era do computador das mídias informáticas; essas

interfaces fazem parte da atualidade. No entanto, não se quer negar com isso o que

foi de relevante até agora no ensino, mas, ressaltar a capacidade de aprender, de

conhecer a si mesmo, de procurar ultrapassar e respeitar os próprios limites, como

aceitar e respeitar o limite do outro; vindo assim o ensino da tecnologia mostrar ao

sujeito que não se deve jogar fora o que foi importante, mas analisá-lo sob os

refletores da modernidade, resgatando-o e integrando-o aos conhecimentos novos.

O conhecimento é uma condição necessária para a estabilidade humana, a proteção

do meio ambiente e a paz.

O novo não pode ser negado, nem ser acolhido aleatoriamente apenas

porque, é o novo.

Somos cada vez mais pessoas que tem acesso à tecnologia2 uma sociedade

de consumo, ávida não só por ter, como carente por saber.

Num certo sentido, o argumento de que as coisas estão mudando é

obviamente verdadeiro: a tecnologia está fadada a afetar outros aspectos

da sociedade. Mas isso é completamente diferente de dizer que a

tecnologia está fornecendo a base de uma sociedade totalmente nova, ou

que passará a ser o elemento de unificação no seio da nova civilização. Os

efeitos das mudanças tecnológicas podem, em lugar disso, ser o

deslocamento, a distinção entre as idéias e a realidade, a confusão e uma

sociedade desarticulada e desunida. (FERKISS, 1976, p. 88).

1 Entre algumas das transformações na história da humanidade, que posemos mencionar as decorrentes, da agricultura, da linguagem oral e escrita, da invenção da imprensa, da revolução industrial etc. 2 Ao citar o termo tecnologia estou referindo-me as novas linguagens da comunicação e da informação.

Page 11: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

11

Desde o final da década de mil novecentos e sessenta, Seymour Papert3,

um dos maiores visionários do uso da tecnologia na educação, defendeu a ideia de

que toda criança deveria ter um computador na sala de aula; essa ideia, na época

parecia loucura porque computadores pessoais não eram comuns. Atualmente, a

maioria das escolas tem, no mínimo, um laboratório com computadores, mas seu

uso ainda é de suporte para formas e currículos. (PAPERT, 1994).

Papert fundamentou-se no processo construtivista de Jean Piaget4, teórico

da educação com o qual trabalhou durante quatro anos, ressaltando a importância

de se educar a partir do novo, formar um cidadão que soubesse como lidar com

desafios que fosse capaz de enfrentar um problema inesperado para o qual não há

uma explicação preestabelecida.

Outro aspecto relevante nos estudos de Papert foi a ênfase na necessidade

de aquisição das habilidades necessárias para participar da construção do novo ou

então nos resignarmos a uma vida de dependência. A verdadeira habilidade

competitiva é a habilidade de aprender. E que não devemos aprender a dar

respostas certas ou erradas, temos de aprender a solucionar problemas.

Neste sentido, Paulo Freire em harmonia com as idéias de Papert nos

esclarece:

Mais uma vez os homens, desafiados pela dramaticidade da hora atual, se

propõem a si mesmos como problema. Descobrem que pouco sabe de si,

de seu “posto no cosmos”, e se inquietam por saber mais. Estará, aliás, no

reconhecimento do seu pouco saber de si uma das razões desta procura.

Ao se instalarem na quase, senão trágica descoberta do seu pouco saber

de si, se faz problema a eles mesmos. Indagam. Respondem, e suas

3(Seymour Papert) matemático, Ph.D, diretor do grupo de Epistemologia e Aprendizado do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e um dos fundadores do MIT Media Lab, também trabalha em um programa de educação de jovens infratores em Maine. 4 Jean Piaget, 1896 a 1980, desenvolveu entre outras, a Teoria Cognitiva, a Epistemologia da Evolução e a Psicologia do Desenvolvimento.

Page 12: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

12

respostas os levam a novas perguntas. O problema de sua humanização,

apesar de sempre dever haver sido, de um ponto de vista axiológico, o seu

problema central, assume, hoje, caráter de preocupação

iniludível.’(FREIRE, 1967. p. 29)

Partindo desse raciocínio Papert, desenvolveu uma ideia de tecnologia

educacional (programa) que oferece à criança controle sobre a mais poderosa

tecnologia disponível em nossos tempos, a linguagem LOGO5. Essa linguagem foi

desenvolvida para permitir que as crianças programassem a máquina, em vez de

serem programadas por ela. Para ele os educandos são pequenos cientistas que

testam constantemente suas teorias sobre o mundo, sendo, portanto, construtoras

ativas de conhecimento. Pois só se aprende o que não se sabe. É contrário, por

conseguinte a uma educação bancária. Paulo Freire diagnostica esta educação.

Há uma quase enfermidade da narração. A tônica da educação é

preponderantemente esta — narrar, sempre narrar. Falar da realidade como

algo parado, estático, compartimentado e bem-comportado, quando não

falar ou dissertar sobre algo completamente alheio à experiência existencial

dos educandos vem sendo, realmente, a suprema inquietação desta

educação. A sua irrefreada ânsia. Nela, o educador aparece como seu

indiscutível agente, como o seu real sujeito, cuja tarefa indeclinável é

“encher” os educandos dos conteúdos de sua narração. Conteúdos que são

retalhos da realidade desconectados da totalidade em que se engendram e

em cuja visão ganharia significação. A palavra, nestas dissertações, se

esvazia da dimensão concreta que devia ter ou se transforma em palavra

oca, com verbosidade alienada e alienante. Daí que seja mais som que

significação e, assim, melhor seria não, dizê-la.[...] A narração, de que o

educador é o sujeito, conduz os educandos à memorização mecânica do

conteúdo narrado. Mais ainda, a narração os transforma em “vasilhas”, em

5A linguagem LOGO para programar computadores em sala de aula, utiliza uma versão não formalizada de um tipo de Matemática chamada geometria tartaruga. (PAPERT, 1994. pg. 22).

Page 13: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

13

recipientes a serem “enchidos” pelo educador. Quanto mais vá “enchendo”

os recipientes com seus “depósitos”, tanto melhor educador será. Quanto

mais se deixem docilmente “encher”, tanto melhores educandos serão.

Desta maneira, a educação se torna um ato de depositar, em que os

educandos são os depositários e o educador o depositante. (FREIRE, 1967.

p. 57).

“A maioria das pessoas, porém está mais interessada no que aprendem do

que em como a aprendizagem ocorre”. (PAPERT, 1994, p. 33)

Cabe então, ao educador fomentar este desejo, este interesse em seus

educandos, contextualizando realmente os conteúdos didáticos com o mundo ao seu

redor, se privilegia então uma educação que utilize a tecnologia como ferramenta

para construir e reconstruir saberes e sentimentos. Papert pensa, assim, a criança

como “pequeno cientista” (PAPERT, 1994, p. 36).

Porém, a falta de domínio desta tecnologia, por parte do professor pode

além de causar desinteresse ainda provocar certa “indisciplina” do educando.

Desencadeando também “questionamentos variados e infundados, opiniões

antagônicas e ilusórias, mistificando as reais possibilidades e limitações deste

instrumento no processo de ensino e aprendizagem”. (HASSE, 1999). No entanto

não é objetivo desta pesquisa analisar a indisciplina ou a formação do professor em

interfases digitais, mas sim a construção do conhecimento através da tecnologia.

Diante da constatação deste fato, a educação em concordância com as leis

que a norteiam, deverá proporcionar ao educando meios de desenvolvimento

durante seu percurso escolar que o capacitem intelectualmente, permitindo a

assimilação destes conhecimentos historicamente acumulados e ainda mediar uma

integração critica das novas linguagens na atualidade.

Page 14: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

14

O processo de ensino aprendizagem baseia-se, portanto na elaboração

critica do conhecimento feito pelo próprio educando acerca do mundo que lhe é

apresentado, tendo o professor o papel de mediador, assim como os colegas ou

instrumentos6.

Num contexto atual, indubitavelmente um dos principais instrumentos que se

pode valer à educação, é o da tecnologia.

6 Instrumento no sentido de tudo que é material e está disponível ao educando, exemplo lápis, computador, caderno etc.

Page 15: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

15

OBJETIVOS PARA A EDUCAÇÃO COM A APLICAÇÃO DE

MEIOS TECNOLOGICOS

Segundo o PCN, o avanço tecnológico impingiu à educação um

redirecionamento de metas: os objetivos hoje vão além dos das décadas de 1960 e

1970, onde o ensino tecnicista era a ordem do dia: mão de obra para a indústria,

formação de pessoas capazes de dominar saberes sobre a utilização de máquinas

responsáveis pela linha de produção industrial o que caracterizava o Ensino Médio

como profissionalizante.

Com o desafio de dar conta de um volume de informação muito maior, à

formação do cidadão é redirecionada à autonomia.

A formação do educando deve ter como alvo principal a aquisição de

conhecimentos básicos, a preparação cientifica e a capacidade de utilizar as

diferentes tecnologias relativas às áreas de atuação. Propõem-se no nível

do Ensino Médio, a formação geral em oposição a formação específica;

desenvolvimento de capacidades, buscar informações, analisá-las e

selecioná-las;a capacidade de aprender, criar, formular, ao invés do simples

exercício de memorização. (PCN. vol. I. p. 6).

Isso implica como citado no PCN vol.I, pg. 14 no rompimento com os

modelos tradicionais da educação. Pensar em uma formação continuada tendo

como norte a construção da cidadania em função da mutação dos processos sociais,

uma aprendizagem permanente, resultando no triplo papel da educação: econômica,

cientifica e cultural; estruturada nos quatro pilares para a educação segundo a

Page 16: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

16

UNESCO, e incorporando a lei nº 9.394/967 que são: aprender a conhecer, aprender

a fazer, aprender a viver e aprender a ser.

Para tanto o artigo 35 e 36 da mesma lei sobre citada nos incisos IV e I,

recomendam respectivamente:

– a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos

produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada

disciplina. – destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do

significado da ciência, das letras e das artes; o processo histórico de

transformação da sociedade e da cultura. (LEI nº 9.394/96, artigo 35-36).

No artigo 36, parágrafo um ressalta ainda que: Os conteúdos, as

metodologias e as formas de avaliação serão organizados de tal forma que, ao final

do Ensino Médio o educando demonstre: “I – domínio dos princípios científicos e

tecnológicos que precedem a produção moderna; II – conhecimento das formas

contemporâneas de linguagem;” (9394/96 art.36).

Para que possa abraçar em sua totalidade os objetivos e levar do plano

abstrato “ideia” ao real “ação”. Faz-se mister que se expressem de maneira

concreta, apoio por parte do estado com material didático apropriado e sequencias

pedagógicas escolhidas pelo professor, tanto em conteúdos como em atividades,

exercícios e contextualização histórico; sugerindo com isso a intermediação do

professor com seu posicionamento da práxis8, posicionamentos estes que se

referem a todos os processos de construção do fazer e do conhecimento.

7 Que estabelece as bases e diretrizes da educação nacional. 8 Práxis: No marxismo, o conjunto das atividades humanas tendentes a criar as condições indispensáveis à existência da sociedade e, particularmente, à atividade material, à produção prática. (AURÈLIO, 1999, p.1622)

Page 17: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

17

Aqui a tecnologia pode ser entendida como uma das linguagens a que o

homem utiliza como meio de comunicação “signo9”, além também de ser uma

construção social à qual se realiza e se amplia historicamente, servindo para a

transformação das relações socioeconômicas e culturais. Assim sendo o uso da

máquina “computador” na educação proporciona novas relações de trabalho

pedagógico que através da mediação10 do professor e da própria tela informática,

proporciona então, a melhoria da qualidade social da educação.

O potencial metodológico que os sistemas tecnológicos dispõem, devem ser

entendidos como mediações instrumentais, materializadas no atual momento

histórico.

Sobre a mediação ou intermediação sabemos que:

Desde o nascimento, a criança tem com o mundo uma relação mediada

pelo outro e pela linguagem. O adulto ensina a criança a utilizar os objetos –

ele agita o chocalho diante dela, ajuda-a a pegá-lo, ensina-a a chutar a

bola, a comer com talheres, a tomar banho, a vestir-se, a falar ao telefone.

O adulto aponta, nomeia, destaca, indica os objetos do mundo para a

criança, ao mesmo tempo em que atribui significações aos seus

comportamentos. Quem já viu um adulto lidando com um bebê, sabe que o

adulto fala o tempo todo, dando nomes para objetos, dirigindo a atenção da

criança e interpretando tudo o que ela faz. Aos poucos a criança aprende a

falar e passa a utilizar a própria linguagem para regular suas ações, conferir

9 O signo é comparado por Vygotzky ao instrumento e denominado por ele “instrumento psicológico”. Tudo o que é utilizado pelo homem para representar, evocar ou tornar presente o que esta ausente constitui um signo: a palavra, o desenho os símbolos ( como a bandeira ou o emblema de um time de futebol), etc. Enquanto o instrumento está orientado externamente, ou seja, para a modificação do ambiente, o signo é internamente orientado, modificando o funcionamento psicológico do homem. (CRUZ. 1997. p. 59) 10 Mediação segundo Vigotsky: relação sujeito, objeto e sujeito nas relações sociais e/ou de ensino aprendizagem, em outras palavras: O sujeito agindo sobre o objeto de conhecimento auxiliado por um outro sujeito “sempre”.

Page 18: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

18

sentido as coisas. [...] Logo para Vygotsky as origens e as explicações do

funcionamento psicológico do homem devem ser buscadas nas interações

sociais. É aí que o individuo tem acesso aos instrumentos e aos sistemas

de signos que possibilitam o desenvolvimento de formas culturais de

atividade e permitem estruturar a realidade e o próprio pensamento. (CRUZ,

1997, p. 60-61).

Então, nesse sentido a tela informática, “É um instrumento de mediação na

medida em que possibilita o estabelecimento de novas relações para a construção

do conhecimento e novas formas de atividade mental”. (PCN, 1998).

A educação pode e deve oferecer os caminhos para que o mundo se abra à

leitura de um sujeito; para tanto, necessita apresentar-se de modo instigador, e não

dogmático.

O uso do computador vai possibilitar e integrar a produção de conhecimento

no espaço e no tempo. O meio informático possibilita diferentes formas de

comunicação, produzindo ou recebendo informações. Ele, mais que simplesmente

criar com efeitos especiais, vai permitir criar ambientes de aprendizagem

significativa, que farão surgir novas formas de pensar e aprender, gerando

consequentemente maior grau de autonomia. O discente com esta ação pedagógica

diferenciada, modificada tem a oportunidade de tomar iniciativas, de resolver

problemas, corrigir erros e criar soluções.

Servindo para enriquecer o ambiente educacional, propiciando a construção

de conhecimentos por meio de uma atuação ativa, crítica e criativa por parte do

educando e educador.

Page 19: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

19

Agindo assim, como superação das práticas meramente expressivas, em

favor de uma abordagem que engendra a apropriação, a construção e a

reconstrução deste conhecimento.

Page 20: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

20

A EDUCAÇÃO E SUAS TECNO-POSSIBILIDADES

Na contemporaneidade a tecnologia atua como canal informativo e

apreciativo de alta rotatividade no ciberespaço11, canal este que a educação não

poderia deixar de usar.

Quando ouvimos a expressão ‘tecnologias da informação’, costumamos

pensar nas máquinas e meios que processam as mensagens produzidas

pelos homens, veiculando um conteúdo imaterial – textos, imagens e sons;

nesse caso, a informação é então entendida em seu sentido jornalístico,

como esse dado da realidade que, uma vez trabalhado pela linguagem

humana, torna-se o componente das mensagens capaz de estruturar a

comunicação entre emissor e receptor e manifestar a originalidade da troca

simbólica que se estabelece. Mais ainda: quando se fala em tecnologias da

informação, costumamos pensar na mídia, isto é, no sistema de produção

industrial de informações. Entretanto, é preciso deixar claro, desde já, que a

mídia, tal como existe hoje, é apenas um segmento, ainda que relevante, da

virada cibernética; esta implica em muito mais do que o simples uso dos

meios eletrônicos para transmitir informações. (Santos. 2001).

“O professor e o educando precisam tornar-se proficiente no uso desses

recursos disponíveis.” (Mattar e Valente, 2007, p.89).

A principal função da educação é gerar motivações que contemplem os

desejos e anseios do ser humano. Capacitar o “eu” a identificar-se com a vida dos

outros, incorpora a si aquilo que não é, mas que tem possibilidade de ser, mostra

instrumentos para a transformação, além de aflorar o devir humano.

11 O que forma o Ciberespaço para Duarte é a trama informacional construída pelo entrelaçamento de meios de telecomunicação e informática, tanto digitais como analógicos, em escala global ou regional, como telefones convencionais, telefones celulares, rádio, televisão; infraestrutura de cabos de cobre, fibras óticas, ondas de rádio ou satélite, organizado em redes locais, globais, tendo seus terminais de comunicação ou suas informações gerenciadas por computadores.

Page 21: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

21

O devir humano é o que leva a pessoa a sair da estagnação, do patamar

evolutivo onde se encontra, está relacionado à ideia de evolução conquistada, é a

possibilidade de ser. Permite que a identidade realize a sua humanidade de maneira

mais plena; o devir humano também é devir consciência e, consequentemente, devir

evolução.

Por isso, o uso destas interfaces geradas e aprimoradas com potencial de

interatividade tem sido de grande significado para aprendizagem e construção do

que chamamos de inteligência coletiva12.

Na fala do pensador francês Pierre Lévy13, a criação coletiva de idéias se da

de forma mais plena e facilitada através das interfaces tecnológicas.

Considero que, através da cooperação intelectual a criação coletiva de

idéias se dá fundamentalmente pela internet e mais particularmente pelo

ciberespaço. A conexão cada vez mais ativa entre os indivíduos

verdadeiramente colabora para ações coletivas. Os debates de matérias

relevantes para a sociedade encontram o seu apogeu na facilidade de

comunicação, através dos meios eletrônicos e da mídia. A internet traz em

si a potencialidade para a conexão do pensamento humano e a cibercultura

tem evidenciado a competência que o homem tem de reconstruir sua idéia

de mundo, de incluir e interagir com o seu igual em um novo cenário de

relacionamentos, buscando um necessário diálogo para a sua vivência.

O alicerce para a disposição desse novo cenário já está disponibilizado

12 De acordo com Pierre Lévy, “a inteligência coletiva desenvolve-se à medida que a linguagem evolui”. Com a divulgação das ideias através dos discursos e da escrita houve a disseminação do conhecimento. A inteligência coletiva pode ser dividida em inteligência técnica, conceitual e emocional. A inteligência técnica se realiza através do mundo concreto e dos objetos, como a engenharia. A inteligência conceitual se relaciona ao conhecimento abstrato e não ocorre sobre a materialidade física, como as artes e a matemática. A inteligência emocional concebe a relação entre os seres humanos, confiança e sinceridade que a envolve, e se vincula ao direito, a ética e a moral. 13 Tido como um dos maiores nomes nos estudos relativos à internet, o professor francês Pierre Lévy esteve no Congresso Internacional de Net-Ativismo, que reuniu pesquisadores do Brasil e do mundo no Teatro Laboratório da ECA; Escola de Comunicação e Artes de São Paulo, para ministrar a palestra ‘A democracia algorítmica’. Com formação em História das Ciências, Sociologia e Filosofia, e com experiência técnica na concepção de sistemas de informação inteligentes, Lévy leciona Hipermídia na Universidade Paris-VIII.

Page 22: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

22

através dos computadores e da Internet. Com o desenvolvimento de novos

artifícios e novas tecnologias de comunicação à distância cada vez mais,

serão expandidos os conhecimentos e as idéias para a integração

planetária. Os que têm acesso à Internet estão conectados com a

inteligência coletiva. Em um futuro próximo deverá haver a queda das

fronteiras nacionais, estará existindo então um governo planetário, uma

nova forma de democracia mais participativa. Hoje, o uso que fazemos da

memória é completamente diferente, pois a memória, a percepção e o

aprendizado são coletivos. Atualmente, as competências adquiridas por um

indivíduo no começo de sua trajetória profissional serão obsoletas no fim de

sua carreira. Devemos construir novos padrões de ambientes dos

conhecimentos, que são emergentes, abertos, contínuos, de maneira

reorganizada adaptada aos contextos que cada um ocupa em uma escala

individual e evolutiva. A Inteligência Coletiva é uma inteligência distribuída

por toda parte, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que

resulta em uma mobilização efetiva das competências. (Pierre Lévy).

Lévy também contribui que sobre a relevância das transformações

provocadas pelo avanço das tecnologias digitais, e aponta para uma realidade futura

em que as interações e as ações tidas pelos cidadãos no mundo virtual serão, como

no mundo real, alvo de observação coletiva e fruto de uma estratégia, de uma tática

adotada por cada indivíduo a partir de suas concepções.

O mundo tecnológico virtual nasceu da sociedade, para a sociedade.

Atualmente o espaço desta consciência esta se ampliando de maneira

impressionante isso é notório e é normal que a educação acompanhe essa

evolução, essa nova forma de interação com o saber, esse movimento cultural e

principalmente a transformação do espirito humano, da maneira de estarmos no

mundo, de nos comunicar uns com os outros que esta ligada a todos os

instrumentos da cibercultura.

Page 23: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

23

No entanto como já me referi anteriormente não se pode negar a forma de

construção de saberes já existente em prol do novo, aqui se defende uma mescla de

meios e a importância de seu uso para educação dentro de seu tempo, da

atualidade, não que seja a forma mais importante à formação a que tem como

principio o uso das interfaces digitais. É certo que não se pode afirmar que é esse o

rumo que a educação teve tomar, de forma alguma, mesmo porque a educação a

aquisição de saberes pode ir para qualquer parte, em qualquer direção; cabe ao

educador explorar novos espaços.

Contudo é preciso compreender que na atualidade uma das direções

interessantes para a educação é aquela que se utiliza desses novos recursos

tecnológicos, a utilização desses novos meios técnicos digitais, numéricos, oferece

certo número de características a essa educação eletrônica, podemos assim

chamar.

Pode-se afirmar que se trata de uma educação de interatividades14. Não se

trata de propor uma nova forma ou uma mensagem particular, mesmo se essa

mensagem é longa e complexa, mas pode propor uma matriz de mensagens, ou

14 O termo interatividade resume de certa forma, tudo o que de diferente é atribuído às novas tecnologias da informação e da comunicação por diferentes autores em função das suas posições teóricas. Na tentativa talvez de justificar o valor heurístico desse termo, vários autores discutem a existência ou não de diferenças semânticas e técnicas entre os termos interatividade e interação. Sem negar as razões plausíveis que os autores podem ter para fazer essa discussão, talvez maiores que as próprias implicações práticas, pode ser que ela não seja tão fundamental, pois, afinal de contas, o valor do termo depende da sua capacidade de sintetizar (uma das funções dos conceitos) as qualidades atribuídas aos novos meios de comunicação, algumas das quais são também reconhecidas como qualidades de outros meios menos novos. Sem especificar essas qualidades corre-se o risco de usar o mesmo termo para designar coisas diferentes a partir de posições teóricas diferentes. Se a interação define, entre outras coisas, a existência de reciprocidade das ações de vários agentes físicos ou biológicos (dentre estes os humanos), a interatividade traduz, mais particularmente, uma qualidade técnica das chamadas máquinas ``inteligentes''; qualidade técnica que investe essas máquinas de um conjunto de propriedades específicas de natureza dinâmica, pois elas se alteram com a própria evolução técnica. (http://www.lite.fae.unicamp.br/sapiens/interatividade.htm)

Page 24: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

24

uma matriz de formas educacionais virtuais com o qual o educando vai interagir, este

sujeito passa de um expectador, de um leitor, ou ouvinte a um construtor do seu

próprio conhecimento, podemos afirmar que as interfaces digitais têm o poder de

transformar o pesquisador15. Por conta dessa matriz de educação virtual que o

“intereducando” vai explorar, ou atualizar na medida em que interage com ela.

Em principio de forma muito simples. Um simples site da web ou um CD-

ROM é alguma coisa do gênero. Se construirmos um mundo virtual com um tipo de

simulação espaço tridimensional labiríntico teremos então uma forma mais

complexa. Se esse espaço pode ser habitado por um grande número de

“intereducandos” ou personagens que podem construir para a sua construção, a

forma será ainda mais complexa.

Em geral podemos dizer que, ainda que isso não seja uma regra absoluta e

universal frequentemente a educação dentro do ciberespaço é meio que deve ser

explorados. São espaços onde o individuo é levado a emergir. Eis o motivo pelo qual

frequentemente se compara as pessoas que trabalham utilizando esses novos meios

com arquitetos, muito embora elas não construam um espaço físico, mas um espaço

virtual, que pode ser chamado de espaço a medida que pode ser habitado e onde, é

claro, cada uma vai habitar de forma diferente. Ele deixa espaço para o aluno que

não é mais aluno e oferece a oportunidade de construir um conhecimento conjunto.

15 O pesquisador é um homem ou uma mulher com uma inserção social determinada e com uma

experiência de vida e de trabalho que condicionam sua visão do mundo, modelam o ponto de vista a

partir do qual ele ou ela interagem com a realidade. E é esta visão de mundo, esse ponto de vista que

vai determinar a intencionalidade de seus atos, a natureza e a finalidade de sua pesquisa, a escolha

dos instrumentos metodológicos a serem utilizados. (BRANDÃO, 1999).

Page 25: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

25

Acredita-se que isso é algo novo, muito embora a educação de outrora possibilitasse

a liberdade de interpretação individual e construção do conhecimento, um texto da

literatura pode ser interpretado de maneira diferente por pessoas diferentes, pois

cada um vive um texto, uma imagem, uma música de forma diferente. Com a

educação nas interfaces digitais, no ciberespaço, não é somente a interpretação que

é deixada aquele que experimenta essa forma de agregação do conhecimento, mas,

sobretudo a sua construção e a manifestação coletiva de construção desses saberes

para a qual ele é levado a participar.

Page 26: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

26

APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA NO CONTEXTO PSICOPEDAGÓGICO

Para a psicopedagogia, é necessário ter presente três instâncias para que a

aprendizagem aconteça: o aprendente, o ensinante e o objeto de conhecimento.

Quando os laços que se estabelecem entre essas instâncias são apropriados,

configura-se a aprendizagem.

Segundo Mantovani e Santos16:

Em nossa concepção, a aprendizagem se dá na trama dialética de interação

com o mundo objetivo e sociocultural, entrelaçada na estruturação da lógica

(estrutura epistêmica) e da dramática (estrutura desejante) do sujeito. São

duas estruturas constituídas no nível de representações e manifestadas por

meio da linguagem. Apesar de estarem intrinsecamente entrelaçadas, pois

ambas definem e são determinantes na geração de nossas ações e

reações, elas não são idênticas. (MANTOVANI e SANTOS. 2011)

Para Fernàndez (1991), o poder de organização logica, vai-se

autoconstruindo e é fator genético, enquanto a significação simbólica acontece no

decorrer da história do próprio sujeito ao que se denomina estrutura desejante.

Portanto, visto isto, o processo de aprendizagem ocorre nas relações estabelecidas

com o outro por meios de laços sócio afetivos.

16 Ana Margô Mantovani. Mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Psicopedagoga e Docente do Programa de Pós-Graduação - Mestrado em Memória Social e Bens Culturais e Graduação do Centro Universitário La Salle (UNILASALLE), Canoas, RS, Brasil. Bettina Steren dos Santos - Pós-doutorado no College of Education, The University of Texas at Austin, EUA. Doutorado em Psicologia Evolutiva e da Educação - Universidad de Barcelona. Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação e da Faculdade de Educação/ Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre, RS, Brasil.

Page 27: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

27

Situamos aqui o contexto de construção de um corpo teórico

psicopedagógico que, usando as diversas áreas do conhecimento, tem o

propósito de compreender o sutil entrelaçamento entre a inteligência e o

desejo do sujeito que "suporta" a aprendizagem. (MANTOVANI e SANTOS.

2011).

Segundo Fernández(1991), para compreender uma dificuldade no processo

de aprendizagem é preciso reconhecer, identificar em que lugar no simbólico está

envolvido o problema, visto que existe uma correlação entre o simbolizado e o

símbolo eleito. Portanto, segundo a autora, a dificuldade de aprendizagem que é o

sintoma está relacionada ao fracasso da simbolização diante da anulação do

desconhecido. Então o entrave ao simbolizar é que provoca a dificuldade ou

“sintoma”. Para a autora compreender a diferença e acabar com a distância entre o

real e o abstrato consiste em ressignificar na ordem do simbólico; conforme

Fernàndez, o caminho da simbolização possibilita engessar a circulação patológica

do processo de aprendizagem, dando acesso assim a uma nova via de reelaboração

da aprendizagem.

Mandovani e Santos pensam da seguinte forma:

Acreditamos que, nos espaços digitais virtuais, a simbolização se insinua a

todo instante. A "navegação" nesses ambientes possibilita um grande

"mergulho" no simbólico e as crianças de hoje, os nativos digitais, já são

testemunhas do revestimento simbólico proporcionado pelo computador e

suas múltiplas interconexões, porque as tecnologias fazem parte do seu

mundo, da sua cultura. Então, não seriam os espaços digitais virtuais

instrumentos ou recursos propícios para investigação e/ou manifestação dos

problemas de aprendizagem?

Page 28: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

28

Por isso, a importância de utilizarmos o computador e suas múltiplas

conexões, por meio das TDVs, como instrumentos de construção simbólica,

que podem participar desse processo de desvelamento do simbólico e, por

consequência, dos sintomas de aprendizagem. Consideramos importante

utilizar essas tecnologias, enquanto psicopedagogos, para que as crianças,

adolescentes e até mesmo os adultos, estabeleçam novos vínculos e/ou

relações com a aprendizagem. (MANTOVANI e SANTOS. 2011).

Considerando as palavras sobre citadas podemos dizer que o uso das

interfaces digitais vai muito além do instrucionismo ou de uma mera ferramenta mais

atrativa que demanda menos tempo. Quando o profissional da psicopedagogia lança

mão desse recurso midiático ele pode compreender de forma mais clara como se

constrói o entrelaçamento entre a inteligência e o desejo do sujeito que "suporta" a

aprendizagem como citado anteriormente por Mandovani e Santos. Tornando esse

processo mais translucido para o psicopedagogo que poderá observar a

representação da expressão da estrutura mental do sujeito.

Page 29: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

29

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Jorge Visca(2009), afirma que a aprendizagem não é unicamente escolar e

que por este motivo ao se detectar o sintoma se deve investigar todos os objetos e

cenários pertinentes ao processo de ensino aprendizagem, sejam eles humanos ou

não, dentro e fora do ambiente escolar. Para tanto existem várias técnicas17

investigatórias as quais não serão citadas no presente trabalho.

Sob um olhar psicopedagógico, no processo de construção do

conhecimento, os ambientes tecnológicos de aprendizagem têm papel especial na

mediação pedagógica entre o aprendente, o ensinante e o objeto de conhecimento,

que se encontram lado a lado ou muitas vezes separados espacial e temporalmente,

mas unidos por meio de recursos que a tecnologia proporciona. Então se pode

afirmar que a aprendizagem acontece em meio a ambientes tanto físicos como

digitais/virtuais, sendo que o uso dessas interfaces pode potencializar mais

significativamente esse processo.

Porém, interfaces digitais precisam ser direcionadas para o contexto

dinâmico, visando garantir a interatividade, modificando a sensação de educação

bancaria e também minimizando o sentimento de solidão aparente dos educandos

que estudam “sozinhos”, mas que participam virtualmente das redes de conexões da

inteligência coletiva. Nesse sentido, os ambientes virtuais podem estimular os

processos de comunicação síncrona e assíncrona entre os aprendizes, além de

motivar o trabalho cooperativo, a autoria compartilhada, a pesquisa baseada nos

17 Para saber mais consultar: VISCA Jorge. Técnicas projetivas psicopedagógicas e pautas gráficas para sua interpretação. 2ª ed. Buenos Aires:Visca & Visca Editores; 2009. CHAMAT, Leila Sara José. Técnicas de diagnóstico psicopedagógico. São Paulo:Vetor;2004.

Page 30: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

30

materiais e recursos didáticos disponíveis, visando que os educandos conquistem a

autonomia em seu percurso de aprendizagem. E é por meio de atividades baseadas

na interação e no armazenamento de informações importantes para o

acompanhamento da formação dos educandos que esses recursos tecnológicos

tentam estimular a autonomia dos aprendentes. Permitindo também que o ensinante

reveja suas estratégias didáticas e metodológicas a fim de potencializar, motivar e

até mesmo recriar constantemente e de forma efetiva a aprendizagem de seus

educandos.

Contudo á de se cuidar com seu uso indiscriminado destes meios,

Mandovani e Santos esclarecem:

Em relação aos requisitos pedagógicos, os recursos computacionais

deverão ser didaticamente bem estruturados, explorando a interatividade

proporcionada pelos recursos multimídia, aliados aos ambientes hipermídia,

para instigar o sujeito a: • Desenvolver a capacidade de representação por

meio de palavras (signos verbais) e/ou imagens mentais (símbolos

imagéticos); • Testar diferentes caminhos; • Visualizar conceitos de

diferentes pontos de vista; • Relacionar conceitos, organizar e construir

conhecimentos; • Comprovar e formular novas hipóteses; • Tomar decisões

e resolver problemas; • Aguçar a curiosidade, criatividade e imaginação; •

Trabalhar em equipe promovendo os processos de colaboração e

cooperação; • Promover situações que favoreçam a independência e a

autonomia; • Instigar o desenvolvimento de diversas competências e

habilidades; • Ampliar as possibilidades de interação por meio de atividades

variadas, criativas e com nível de complexidade. (MANTOVANI e SANTOS.

2011).

As autoras ressaltam ainda a importância de ter bem claro seus objetivos

didáticos - pedagógico e clínico ao se utilizar os meios tecnológicos e sobretudo, ter

como enfoque a expressão do pensamento dentro do processo de aprendizagem,

Page 31: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

31

assegurando que o educando se torne protagonista de sua própria aprendizagem e

se reconhecendo como autores dessa produção de saberes.

Ao educador cabe propiciar essa ferramenta ao educando como mediador.

[...] estimulando a capacidade de concentração e de percepção do

educando. E como mediador entre o educando e o computador, o educador

propicia a construção significativa do conhecimento. É dessa forma que os

softwares educativos favorecem a aprendizagem. (SCATTONE 2004).

Ainda dentro do enfoque psicopedagógico Scattone18 afirma que os

software19 educativos desafiam educandos com dificuldades no aprendizado sem

destruir a confiança e o desejo de aprender, essas tecnologias, segundo a autora

amenizam a má disposição frente ao processo educacional, pois desafia e desperta

a curiosidade do aprendente. Além de permitir um trabalho personalizado para o

educando pois, ao educador é possibilitado adequar o veículo de ensino as

carências e ao ritmo do educando, com isso tem um feedback20 imediato o que

contribui para a organização e comparação das informações e idéias.

Além de colaborar significativamente para a observação de como se dá o

processo de ensino aprendizagem nesse sujeito, indicando em que e onde se faz

necessário a ressignificação neste processo. 18 Cristiane Scattone - Pedagoga, Psicopedagoga Clínica e Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.

19 Rubem Alves nos fornece uma explicação simplificada e de fácil entendimento sobre computadores; sob seu ponto de vista: O funcionamento dos computadores, como todo mundo sabe, requer a interação de duas partes. Uma delas chama-se hardware, “equipamento duro”, e a outra o software, “equipamento macio”. O hardware é constituído por todas as coisas solidas com que o aparelho é feito. O software é constituído de entidades “espirituais” – símbolos que formam os programas e ficam gravados na memoria do computador. (ALVES. 2012, p.25)

20 No âmbito da Psicologia, o feedback é também descrito como retroação ou devolutiva, uma vertente da comunicação interpessoal que pode servir para minimizar conflitos entre indivíduos.

Page 32: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

32

Outro beneficio que o uso das interfaces digitais propicia conforme a

psicopedagoga Scattone esta no fato da máquina não causar constrangimento ao

educando ao ser corrigido na ocasião do erro, amenizando os sentimentos negativos

correlatos a correção.

Para concluir é possível afirmar que os erros cometidos pelos educandos

podem interferir no processo de ensino-aprendizagem e que com os

softwares educativos a resistência pela aprendizagem é amenizada mesmo

diante das dificuldades. Este é um recurso apropriado para mediar o acerto

e, por que não, desmistificar a correção. Vale dizer que a interatividade e o

feedback imediato dos programas contribuem para este fator. (SCATTONE

2004).

Ainda a muito que se explorar no sentido da utilização dessas interfaces que

tanto favorecem, estimulam e nos ajudam a compreender o processo de ensino

aprendizagem. Contudo isso é tema para pesquisas futuras. Pois segundo

Freire(1996) “O exercício da curiosidade convoca a imaginação, a intuição,

às emoções, a capacidade de conjecturar e de comparar.”

Page 33: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

33

REFERÊNCIAS

BOSSA, Nadia. A psicopedagogia no Brasil: Contribuições a partir da prática.

Porto Alegre, Artes Médicas, 2000.

BRASIL. (1996 a). Lei nº 9393/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Brasil, 1996.

CABRAL, Álvaro; NICK, Eva. Dicionário Técnico de Psicologia. São Paulo: Editora

Cultrix, 2001.

CRUZ, Roseli F. Nazaré. Psicologia e trabalho pedagógico. São Paulo, Atual, 1997.

DUARTE, Fábio. Arquitetura e tecnologias de informação: da revolução industrial à

revolução digital. São Paulo, Annablume, 1999.

FERNÀNDEZ, Alicia. A inteligência aprisionada. Porto Alegre, Artmed, 1991.

FERKISS, Victor. O Homem Tecnologico: Mito e Realidade. Rio de Janeiro, Zahar

Editores, 1976.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Saberes necessários à prática educativa. Coleção Leitura. São Paulo: Editora Paz e Terra S/A, 1996. In: SCATTONE, Cristiane. O Software Educativo; Sem Medo De Errar. 2004. Disponível em: http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=525. Acesso em 17 de março de 2014.

GARCÍA, Jesus Nicasio. Manual de dificuldade de aprendizagem: linguagem, leitura,

escrita e matemática. Porto Alegre, Artes Médicas, 1998.

HASSE, Simone Hedwig. Informática na educação: mito ou realidade? In:

LOMBARDI, José Claudinei (Org.). Pesquisa em educação: história, filosofia e

Page 34: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

34

temas transversais. Campinas, SP, Autores Associados, HISTEDBR; Caçador, SC:

UnC, 1999

LÉVY, Pierre. A inteligência Coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. São

Paulo, Edições Loyola, 1998.

MANTOVANI, Ana Margô; SANTOS, Bettina Steren dos. Aplicação das tecnologias

digitais virtuais no contexto psicopedagógico. Revista da Psicopedagogia.

Vol.28(87). São Paulo, 2011. Disponível em:

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-

84862011000300010. Acesso em: 12 março 2014.

MASINI, Elcie F. Salzano. Formação profissional em psicopedagogia: embates e

desafios. Revista da Psicopedagogia. Vol.23(72). São Paulo, 2006. Disponível em:

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S0103-

84862006000300009&script=sci_arttext. Acesso em: 07 março 2014.

MATTAR, João; VALENTE, Carlos. Second Life e web2.0 na educação: o potencial

revolucionário das novas tecnologias. São Paulo, Novatec, 2007.

MÜLLER, Mariana. Perspectivas de la psicopedagogia em el comienzo del milênio.

Disponível em: http://www.salvador.edu.ar/ua1-9pub01-2-01.htm. Acesso em: 20 de

setembro de 2010.

PAPERT, Seymour. A Máquina das Crianças: Repensando a Escola na Era da

Informática. São Paulo, Cortez, 1994.

PERES, Maria Regina. Psicopedagogia: aspectos históricos e desafios atuais. In:

Revista de educação. PUC-Campinas, vol.3(5), p. 41- 45, novembro de 1998.

ALVES, Rubem. Pimentas: para provocar um incêndio não é preciso fogo. São

Paulo, Planeta, 2012.

Page 35: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

35

SCATTONE, Cristiane. O Software Educativo; Sem Medo De Errar. 2004. Disponível em: http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=525. Acesso em 17 de março de 2014.

SANTOS, Laymert Garcia dos. Intervenção, descoberta e dignidade humana. In:

DESUÓ, Naê Prada Rodrigues. NOVAS TECNOLOGIAS EM TEMPOS DE

CAPITALISMO GLOBAL: DA ATUALIDADE DA CRÍTICA DE T. W. ADORNO À

TÉCNICA. Dissertação de Pós Graduação, Universidade Metodista de Piracicaba,

Programa de Pós-Graduação em Educação. Piracicaba, SP, 2006. Disponível em:

https://www.unimep.br/phpg/bibdig/pdfs/2006/GPRBRHEWVKTS.pdf. Acesso em: 14

janeiro 2014.

VISCA, Jorge. Clinica Psicopedagogica: epistemologia convergente. Porto Alegre,

Artes Médicas, 1987.

_____. Técnicas projetivas psicopedagógicas e pautas gráficas para sua

interpretação. 2ª ed. Buenos Aires, Visca & Visca Editores, 2009.

Page 36: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JUSSARA DE JESUS …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/UM-OLHAR-PSICOPEDAGOGICO.pdf · 1 Entre algumas das transformações na história da humanidade,

36

BIBLIOGRAFIAS COPLEMENTARES

REVISTA INTERNACIONAL DE PSICOLOGIA. Argentina: Instituto de la Familia

Guatemala. 2013 - Mensal. ISSN 1818-1023. Disponível em:

http://www.revistapsicologia.org/index.php/revista/article/view/69/66. Acesso em 05

janeiro 2014.

GONÇALVES, Luciana dos Santos. Psicopedagogia: formação, identidade e

atuação profissional. Monografia de Pós Graduação em Educação, Pontifícia

Universidade Católica de Campinas. São Paulo, 2007. Disponível em:

http://bibliotecadigital.puc-

campinas.edu.br/services/monografias/Luciana%20dos%20Santos%20Goncalves.pd

f. Acesso em 02 de março de 2014.

PASSARELLI, Brasilina. Interfaces Digitais na Educação: @lucin[ações]

Consentidas. Tese de Livre Docência, São Paulo: ECA- USP, 2003.