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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES - CCHLA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM GEOGRAFIA - PPGe PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO E CENTRALIDADE REGIONAL: TECENDO REFLEXÕES ACERCA DA CIDADE DE SANTA CRUZ-RN ALEXSANDER PEREIRA DANTAS NATAL/RN 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES - CCHLA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM GEOGRAFIA - PPGe

PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO E CENTRALIDADE REGIONAL:

TECENDO REFLEXÕES ACERCA DA CIDADE DE SANTA CRUZ-RN

ALEXSANDER PEREIRA DANTAS

NATAL/RN

2017

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ALEXSANDER PEREIRA DANTAS

PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO E CENTRALIDADE REGIONAL:

TECENDO REFLEXÕES ACERCA DA CIDADE DE SANTA CRUZ-RN

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em

Geografia; Linha de Pesquisa: Dinâmica

Urbana e Regional; na Universidade Federal

do Rio Grande do Norte, como requisito para

obtenção do título de Mestre em Geografia.

Orientadora: Ione Rodrigues Diniz Morais

NATAL/RN

2017

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Sistema de Bibliotecas – SISBI

Catalogação da Publicação na Fonte - Biblioteca Central Zila Mamede

Dantas, Alexsander Pereira.

Produção do espaço urbano e centralidade regional: tecendo reflexões

acerca da Cidade de Santa Cruz-RN / Alexsander Pereira Dantas. - 2017.

115 f. : il.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Programa de Pós-

Graduação e Pesquisa em Geografia - PPGe. Natal, RN, 2017.

Orientador: Ione Rodrigues Diniz Morais.

1. Cidade de Santa Cruz (RN) - Dissertação. 2. Espaço urbano -

Dissertação. 3. Centralidade regional - Dissertação. I. Morais, Ione

Rodrigues Diniz. II. Título.

RN/UFRN/BCZM CDU

364.652.4

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM GEOGRAFIA

Dissertação intitulada “PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO E CENTRALIDADE

REGIONAL: TECENDO REFLEXÕES ACERCA DA CIDADE DE SANTA CRUZ-RN”

apresentada por Alexsander Pereira Dantas, como requisito para obtenção do título de Mestre

em Geografia.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________

Profª. Drª. Ione Rodrigues Diniz Morais – Presidente

(Departamento de Geografia - UFRN)

__________________________________________________________

Prof. Dr. Ademir Araújo da Costa – Membro Interno

(Departamento de Geografia – UFRN)

_______________________________________________________

Prof. Dr. Anieres Barbosa da Silva- Membro Externo

(Departamento de Geociências-UFPB)

Natal, 31 de Julho de 2017.

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“O melhor uso da vida consiste em gastá-la

por alguma coisa que dure mais que a própria

vida.”

William James

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por ter me dado o dom da vida, oportunidade e

saúde para nesta trajetória da minha vida. Agradeço também por ter me dado forças em

momentos difíceis e coragem para não desistir vencer os obstáculos que nos são impostos

todos os dias.

Agradeço a minha família, minha mão Maria do Socorro, meu pai Antônio Costa

e meus irmãos Alexandre e Athilson, pois sempre me ajudaram, apoiaram e me incentivaram

nas minhas decisões.

Agradeço a Suelly, minha noiva, que me apoiou desde a seleção do mestrado, me

compreendeu e me incentivou a terminar o curso.

Agradeço também a Professora Ione Rodrigues, a qual tenho um carinho e uma

admiração mais do que especial, não só pela pessoa que é, mas também pelo fato de me

acolher durante todos esses anos, desde início da graduação, me orientando, ensinando e me

inspirando nesta trajetória geográfica. Mais ainda, por acreditar em mim e me ajudar no

momento mais difícil da minha trajetória acadêmica.

Agradeço a Elton Sullyvan, meu amigo que sempre me ajudou na hospedagem em

Natal, sempre que precisei, em congressos e nas semanas árduas de seleção de mestrado.

Agradeço a André, Júnior, João Paulo (Dentinho), Marquinhos Fé, Paulo de

Tarsso, Diógenes, Daniel, que me acolheram nos primeiros meses em Natal, me abrigando na

Residência de Graduação – Campus III.

Agradeço a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis da UFRN (PROAE), que

disponibilizou a estrutura necessária para me auxiliar em termos de moradia e alimentação,

para que pudesse me manter na capital e cursar o primeiro ano de curso. Aqui, posso citar as

pessoas de Paulo Campos (Pró-reitor), Graça de Sousa (Assistente Social), Vera Lucia

(Coordenadora de Gestão das Residências), Seu Carlos (Motorista), os quais conheci em

todos esses anos de residência universitária, sobretudo na condição de Coordenador do NAR,

sempre me recebendo bem e me atendendo sempre no que fosse possível.

Agradeço a Residência Universitária de Pós-graduação (Mipibu), que me deu a

experiência de viver na capital, me dedicar nos primeiros meses de curso e conhecer

companheiros de luta da pós-graduação, os quais posso mencionar Daniel, Lisa, Altieres,

Márcio, Cristiane, Taciane, Tibério (e suas loucuras). Além de Patrícia e Joãozinho, estes

desde a residência de graduação em Caicó.

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Agradeço a Cleanto, que me ajudou na elaboração dos produtos cartográficos, os

quais foram de extrema importância no viés ilustrativo da pesquisa.

Agradeço a Alan Oliveira, pela cortesia na tradução do Resumo para o Abstract.

Agradeço a Dayane Cassiano pela revisão ortográfica do trabalho.

Agradeço a Carlinhos, Funcionário da secretaria de Turismo e Desenvolvimento

que me ajudou na pesquisa sobre os hotéis, pousadas e restaurantes.

Agradeço a Cares Magno Secretário Municipal de Tributação e Arrecadação, que

me atendeu muito bem e foi bastante solícito quando precisei de dados sobre a cidade.

Agradeço a Ari e Teixeirinha, colegas de profissão, os quais me forneceram

importantes documentos sobre a 7ª DIREC.

Agradeço a Daniele e Hialison, servidores da Emater/RN e do IDIARN,

respectivamente, os quais me derem importantes informações sobre os órgãos mencionados.

Agradeço a André a Elaine, funcionários da Coordenação de Pós-graduação,

sempre solícitos as demandas dos alunos do Programa.

Agradeço ao Professor Ademir que sempre se colocou a disposição a contribuir

com o trabalho e aceitou a participar da Banca de Defesa do mesmo.

Agradeço também ao Professor Anieres da Silva, que se disponibilizou a

colaborar com a avaliação e melhoramento da dissertação.

Agradeço ao Professor Diego Salomão, o qual tenho grande estima, admiração e

tive o prazer de ser orientando na monografia, fase em que tive minhas primeiras percepções,

que me ajudaram na instiga para a realização deste trabalha. Recentemente, pude participar de

algumas aulas de campo do mesmo, me sendo de grande valia no desenvolvimento da

dissertação.

Agradeço a todos os envolvidos que contribuíram direta e indiretamente na

construção desse sonho e peço desculpas caso não os citei. Tenho certeza que futuramente os

mencionarei, pois o pesquisador de Geografia nunca está satisfeito com a comodidade.

Enfim, agradeço ao Programa de Pós-graduação e todos os professores vinculados

pela experiência e pelo conhecimento adquirido, os quais me ajudarão na atuação enquanto

Geógrafo, especialmente enquanto professor de Geografia, analítico, crítico e pesquisador do

Espaço Geográfico.

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DANTAS, Alexsander Pereira. Produção do espaço urbano e centralidade regional:

tecendo reflexões acerca da Cidade de Santa Cruz-RN. Dissertação (Mestrado em Geografia).

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes.

Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia. Natal: 2017.115 f

RESUMO

Os estudos sobre cidade assumem diferentes perspectivas, dentre as quais situa-se a temática

da centralidade urbano regional. Elegendo a Cidade de Santa Cruz com base empírica,

desenvolveu-se uma investigação, que de modo geral, objetivou analisar a relação entre o

processo de produção do espaço urbano e a centralidade regional, e de forma específica,

analisar o processo de produção do espaço urbano, examinar as atividades que fundamentam a

centralidade regional exercida pela cidade e elaborar a cartografia da área de influência de

Santa Cruz, segundo segmentos do setor de serviços. Os procedimentos metodológicos

envolveram pesquisas bibliográficas, documentais e de campo. Os resultados indicam os

processos socioespaciais que envolvem Santa Cruz redefiniram sua base econômica, que

passou da agropecuária para o terciário, ressaltando sua função de centro regional. A partir de

atividades de comércio e serviços, impulsionando uma dinâmica que envolve uma rede de

relações urbanas que tem a cidade como ponto de convergência. Nesse contexto, a expansão

do segmento dos serviços foi notável, especialmente no que se refere as instituições públicas

que se instalaram na cidade, destacando os campi da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte (UFRN) e do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia (IFRN). Acrescente-

se ainda, a construção do Complexo do Alto de Santa Rita, que tornou a cidade um destino

turístico, evento que contribuiu para a ampliação dos serviços, sobretudo de hotelaria e

alojamento. Mediante isso, foi dinamizada a produção do espaço urbano de Santa Cruz, sendo

notável também o seu crescimento populacional, inclusive, com a população urbana passando

a ser predominante e a ampliação do seu sítio urbano, via ocupação de áreas que deram

origem a novos bairros. Nessa perspectiva, é possível afirmar que as manifestações do urbano

em Santa Cruz redefiniram sua estrutura espacial e ampliaram suas funções urbanas, por meio

de uma trama em que a centralidade regional foi sendo fortalecida e seu raio de influência

ampliado chegando a extrapolar os limites do território potiguar.

PALAVRAS-CHAVE: Cidade. Urbano. Centralidade Regional.

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ABSTRACT

The studies about city take different perspectives, among which is the theme of regional urban

centrality. By choosing the City of Santa Cruz on an empirical basis, an investigation was

developed, which, in general, aimed to analyze the relationship between the urban space

production process and the regional centrality, and were specific to analyze the space

production process urban; To examine the activities that underpin the regional centrality

exercised by the city and to draw up cartography of the area of influence of Santa Cruz,

according to segments of the services sector. The methodological procedures involved

bibliographical, documentary and field research. The results indicate that social-spatial

processes involving Santa Cruz have redefined their economic base, from farming to tertiary,

highlighting its role as a regional center, based on trade and services activities, impelling a

dynamic that involves a network of urban relations that has the city as a point of convergence.

In this context, the expansion of the services segment was notable, especially with regard to

public institutions that installed offices in the city and the campuses of the Federal University

of Rio Grande do Norte (UFRN) and the Federal Institute of Education Science and

Technology (IFRN). Also, the construction of the Alto de Santa Rita Complex, which made

the city a tourist destination, an event that contributed to the expansion of services, especially

hotel and accommodation. In this context, the production of the urban space of Santa Cruz

was boosted, being also notable its population growth, including with the urban population

becoming predominant, and the expansion of its urban site, through occupation of areas that

gave rise to new neighborhoods. From this perspective, it is possible to affirm that the

manifestations of the urban in Santa Cruz redefined its spatial structure and extended its urban

functions, through a plot in which the regional centrality was being strengthened and its

radius of influence extended, reaching to extrapolate the limits of the potiguar territory.

KEYWORDS: City. Urban. Regional Centrality.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Funcionários trabalhando em fábrica de massas -2017 ........................................... 29

Figura 2 - Crescimento do Perímetro Urbano de Santa Cruz – 1980 a 2017 ........................... 33

Figura 3 - Bairros da Cidade de Santa Cruz segundo divisão adotada pela Agência dos

Correios – 2017 ........................................................................................................................ 35

Figura 4 - Casas construídas no loteamento Monsenhor Raimundo - 2017 ............................. 36

Figura 5 - Supermercado Rede Mais em Santa Cruz - 2017 .................................................... 40

Figura 6 - Supermercado Varejão após reforma em Santa Cruz - 2017 ................................... 40

Figura 7 - Santa Cruz - Pontos de parada das lotações no dia da feira livre ............................ 42

Figura 8 - Organização da Feira Livre de Santa Cruz. ............................................................. 43

Figura 9 - Vista parcial da feira livre de Santa Cruz. .............................................................. 44

Figura 10 - Área Central de Santa Cruz: locais de estacionamento das lotações ..................... 47

Figura 11 - Lotações no Pátio da Igreja Matriz de Santa Cruz................................................. 48

Figura 12 - Veículos de lotação na Praça Coronel Ezequiel Mergelino – Santa Cruz ............. 48

Figura 13 - Santa Cruz - policlínica (A), clínica odontológica (B), clínica oftalmológica (C) e

clínica de fisioterapia (D). ........................................................................................................ 51

Figura 14 - Santa Cruz - 7ª DIREC – 2017 .............................................................................. 52

Figura 15 - Campus da FACISA/UFRN em Santa Cruz - 2017 ............................................... 54

Figura 16 - Santa Cruz - Condomínio ao lado da FACISA/UFRN - 2017 ............................... 66

Figura 17 - Estátua de Santa Rita de Cássia ............................................................................. 73

Figura 18 - Santa Cruz - Romeiros em visita ao Alto de Santa Rita - 2017 ............................. 73

Figura 19 - Santa Cruz - Ambulantes na calçada de acesso ao Alto de Santa Rita – 2017 ...... 74

Figura 20 - Agência dos Correios de Santa Cruz ..................................................................... 76

Figura 21 - Santa Cruz - Unidade Regional da EMATER ....................................................... 76

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Santa Cruz – PIB municipal (mil reais) - 2000 - 2014 ......................................................... 28

Tabela 2 - Número de contribuintes ativos segundo a atividade - 2017 ............................................... 28

Tabela 3 - Santa Cruz - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – 1991-2010 ....................... 31

Tabela 4 - Santa Cruz - População Urbana e Rural - 1940 - 2010 ........................................................ 31

Tabela 5 - Transportes que interligam aos municípios vizinhos à Santa Cruz - 2017 .......................... 46

Tabela 6 - Origem dos alunos ativos da FACISA/UFRN - 2016 .......................................................... 55

Tabela 7 - Alunos do IFRN de Santa Cruz por município de origem - 2016 ........................................ 58

Tabela 8 - Origem dos alunos ativos dos Cursos Integrados da IFRN - 2016 ...................................... 59

Tabela 9 - Origem dos alunos ativos dos Cursos Subsequentes do IFRN - 2016 ................................. 60

Tabela 10 - Quantidade e origem dos alunos ativos dos cursos EJA do IFRN - 2016 .......................... 61

Tabela 11 - Quantidade e origem dos alunos ativos dos cursos superiores em licenciatura do IFRN -

2016 ....................................................................................................................................................... 62

Tabela 12 - Santa Cruz: Rede Hoteleira - 2017 ..................................................................................... 72

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Instituições de Ensino Superior em Santa Cruz - 2017 ....................................................... 30

Quadro 2 - Escolas vinculadas a 7ª DIREC, por municípios – 2017 .................................................... 52

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LISTA DE MAPAS

Mapa 1 - Hierarquia urbana do Rio Grande do Norte, segundo o REGIC 2007 ...................... 15

Mapa 2 - Município de Santa Cruz no Rio Grande do Norte ................................................... 16

Mapa 3 - Municípios com fluxos diários com destino a Santa Cruz - 2017............................. 45

Mapa 4 - Santa Cruz - Área de jurisdição da V URSAP – 2017 .............................................. 50

Mapa 5 - Área de atuação da 7ª DIREC – 2017 ....................................................................... 53

Mapa 6 - Estados de origem dos alunos da FACISA/UFRN - 2016 ........................................ 57

Mapa 7 - Rio Grande do Norte - Municípios de origem dos alunos da FACISA/UFRN – 2016.

.................................................................................................................................................. 64

Mapa 8 - Rio Grande do Norte - Municípios de origem dos alunos do IFRN – 2016. ............ 65

Mapa 9 - Municípios de atuação da Agência do IBGE de Santa Cruz ..................................... 68

Mapa 10 - Área de Atuação da 9ª DRP de Santa Cruz - 2017 ................................................. 70

Mapa 11 - Área de Atuação da 4ª CIPM – Santa Cruz - 2017 ................................................. 71

Mapa 12 - Área de atuação da Unidade Regional da EMATER em Santa Cruz - 2017 .......... 79

Mapa 13 - Área de atuação da ULSAV de Santa Cruz - 2017 ................................................. 79

Mapa 14 - Área de influência de Santa Cruz por segmentos do setor de serviços ................... 81

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ATER - Assistência Técnica e Extensão Rural

BNH - Banco Nacional da Habitação

CAERN - Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte

CCI - Centro Comunitário Integral

CDP - Centro de Detenção Provisória de Santa Cruz

CHESF - Companhia Hidrelétrica do São Francisco

COHAB-RN - Companhia de Habitação Popular do Rio Grande do Norte

CRUTAC - Centro Rural Universitário de Treinamento e Ação Comunitária

DAP - Declaração de Aptidão

DATASUS - Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil

DETRAN - Departamento Estadual de Trânsito

DNER - Departamento Nacional de Estradas de Rodagem

DRT - Delegacia Regional do Trabalho

EBSERH - Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares

EJA - Educação de Jovens e Adultos

EMATER - Assistência Técnica e Extensão Rural

FACISA-UFRN - Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi

FIES - Fundo de Financiamento Estudantil

GTO - Grupo Tático Operacional

ICMS - Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDHM - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

IDIARN - Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária

IFRN - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte

IOF - Imposto Sobre Movimentações Financeiras

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

IPI - imposto sobre produtos industrializados

ISS- Imposto Sobre Serviço

ITEP - Instituto Técnico de Polícia

MEC - Ministério da Educação

NTE - Tecnologia em Educação

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PENUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no Brasil

PIB - Produto Interno Bruto municipal

PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

PROCON - Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor

PRONAF - Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar

PRONAV - Programa Nacional de Voluntariado

PROUNI - Programa Universidade para Todos

REGIC – Regiões de Influências das Cidades

ROCAM - Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicleta

SESAP - Secretaria Estadual de Saúde Pública do Rio Grande do Norte

SINE - Sistema Nacional de Emprego

TRE - Tribunal Regional Eleitoral

UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte

ULSAV - Unidade Local de Saúde Animal e Vegetal

V USARP - V Unidade Regional de Saúde Pública

4ª CIPM - 4ª Companhia Independente de Polícia Militar

7ª DIREC - 7ª Diretoria Regional da Educação e Cultura

9ª DRP - 9ª Delegacia Regional de Polícia

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 14

2 MANIFESTAÇÕES DO URBANO E CENTRALIDADE REGIONAL: NA TRAMA,

A CIDADE DE SANTA CRUZ ............................................................................................. 20

2.1 A CIDADE E URBANO: CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS NA PERSPECTIVA DA

CENTRALIDADE REGIONAL .............................................................................................. 21

2.2 SANTA CRUZ: TECENDO A CONFIGURAÇÃO CITADINA. .................................... 25

3 O TERCIÁRIO NA TESSITURA DA CENTRALIDADE URBANA E REGIONAL

DE SANTA CRUZ .................................................................................................................. 38

3.1 SERVIÇOS DISTRIBUTIVOS: COMÉRCIO E TRANSPORTES .................................. 38

3.1.1 Atividade comercial como elemento da centralidade em Santa Cruz ............................. 39

3.1.1.1 A Feira Livre de Santa Cruz: mercado periódico de abrangência regional .................. 41

3.1.2 Os transportes: Santa Cruz como ponto de convergência dos fluxos. ............................. 44

3.2 SERVIÇOS SOCIAIS: SAÚDE, EDUCAÇÃO ................................................................. 49

3.3 SERVIÇOS PESSOAIS DE HOTELARIA E ALOJAMENTOS: O TURISMO

RELIGIOSO COMO ELEMENTO DE CENTRALIDADE. .................................................. 71

3.4 SERVIÇOS PRODUTIVOS: SERVIÇOS DE APOIO À PRODUÇÃO E A ATIVIDADE

PROFISSIONAL. ..................................................................................................................... 75

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 83

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 85

APÊNDICES ............................................................................................................................ 89

ANEXOS ................................................................................................................................ 101

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1 INTRODUÇÃO

A temática centralidade urbano-regional tem sido alvo de estudos realizados pelo

IBGE, sendo a REGIC 2007 o mais recente deles. Nesse estudo foi estabelecida uma

classificação e hierarquia dos centros urbanos e delimitada suas respectivas regiões de

influência a partir dos aspectos de gestão federal e empresarial e da dotação de equipamentos

e serviços, de modo a identificar os pontos do território a partir dos quais são emitidas

decisões e é exercido o comando em uma rede de cidades. As áreas de influência dos centros

urbanos foram delineadas a partir da intensidade das ligações entre eles, com base em dados

secundários e dados obtidos por questionário específico (IBGE, 2008).

Considerando a crescente importância das ligações interurbanas, consistindo em

múltiplas transações entre firmas, com constantes participações das redes eletrônicas e

intensificação da circulação de bens, serviços e mão de obra, a centralidade passa a ser

definida não apenas da maneira clássica, como acúmulo de funções urbanas (oferta de bens e

serviços para a população dispersa no território), mas como a capacidade de cada cidade em

desenvolver a infraestrutura técnica e social necessária para as novas redes e em abrigar as

funções de alto nível que as utilizam. Essa centralidade contribui para aumentar a

desigualdade entre as cidades, assim como no interior do tecido urbano (IBGE, 2014).

A hierarquia dos centros urbanos, conforme a REGIC 2007 (IBGE, 2008), levou

em conta a classificação dos centros de gestão do território, a intensidade de relacionamentos

e a dimensão da região de influência de cada centro, bem como as diferenciações regionais.

De fato, diferenças nos valores obtidos para centros em diferentes regiões não

necessariamente implicam distanciamento na hierarquia, pois a avaliação do papel dos centros

dá-se em função de sua posição em seu próprio espaço. Nesse ínterim, centros localizados em

regiões menos densamente ocupadas em termos demográficos ou econômicos, ainda que

apresentem indicativos de centralidade mais fracos do que os de centros localizados em outras

regiões, podem assumir o mesmo nível na hierarquia.

De acordo com a REGIC (2007), no Rio Grande do Norte a hierarquia dos centros

urbanos (cidades) compreende centros regionais, centros sub-regionais, centros de zona e

centros locais (Mapa 1), havendo subclassificações no âmbito de um determinado nível.

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Mapa 1 - Hierarquia urbana do Rio Grande do Norte, segundo o REGIC 2007

Fonte: REGIC, 2007.

Segundo a classificação da REGIC (2007), o nível de “capital regional” é aquele

no qual a cidade tem a capacidade de gestão no nível imediatamente inferior ao das

metrópoles, têm área de influência de âmbito regional, sendo referidas como destino para um

conjunto de atividades por grande número de municípios. Na hierarquia dos centros urbanos

do Rio Grande do Norte, Natal assume a posição de “Capital Regional A” e Mossoró de

“Capital Regional C”.

O nível de “Centro Subregional” compreende cidades com atividades de gestão

menos complexas, que têm área de atuação mais reduzida e os relacionamentos com centros

externos à sua própria rede dão-se, em geral, apenas com as três metrópoles nacionais (IBGE,

2008). No Rio Grande do Norte, encontram-se no nível de “Capital Subregional A”, as

cidades de Caicó e Pau dos Ferros, e de “Capital Subregional B”, as cidades de Currais Novos

e Assu.

O nível identificado como “Centro de Zona” compreende cidades de menor porte

e com atuação restrita à sua área imediata, exercendo funções de gestão elementares. No

estado correspondem a “Centro de Zona A”, as cidades de João Câmara e Macau, e de

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“Centro de Zona B”, as cidades de Apodi, Umarizal, Patu, São Paulo do Potengi, Santa Cruz,

Passa e fica, Santo Antônio, Canguaretama, Parelhas, Alexandria e São Miguel.

O nível de “Centro Local” é aquele no qual a cidade não exerce funções regionais,

ou seja, a centralidade e atuação não extrapolam os limites do seu município, servindo apenas

aos seus habitantes; em geral, tem população dominantemente inferior a 10 mil habitantes.

Considerando a classificação e hierarquia dos centros urbanos do Rio Grande do

Norte estabelecida pela REGIC 2007 (IBGE, 2008), a Cidade de Santa Cruz (Mapa 2), objeto

desse estudo configura-se um “Centro de Zona B”, cuja centralidade abrange 7 municípios.

Embora seja reconhecível que a região de influência de uma dada cidade pode variar de

acordo com os critérios utilizados para sua definição, considera-se importante que os estudos

sobre o tema contemplem a dinâmica dos fluxos que articulam a rede urbana.

Mapa 2 - Município de Santa Cruz no Rio Grande do Norte

Diante desse cenário e sendo reconhecida empiricamente, a partir da dinâmica que

envolve o cotidiano que Santa Cruz estabelece relações com um número maior de municípios

do que aquele indicado pela REGIC (2007) problematizou-se o tema centralidade regional,

assumindo como base empírica a referida cidade1.

A problematização da pesquisa desenvolveu-se com base no seguinte

questionamento: Existe relação entre o processo de produção do espaço urbano e a

1

O Município de Santa Cruz, localizado na Mesorregião Agreste Potiguar, na Microrregião Borborema Potiguar,

possui uma população total de 35.797, sendo 30.499 residentes urbanos e 5.298 moradores rurais (IBGE, 2010).

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centralidade regional? Associada a esta questão basilar, buscou-se ainda investigar: Como

ocorreu o processo de produção do espaço urbano em análise? Quais as atividades que

fundamentam a centralidade regional exercida pela cidade?

Nesse sentido, definiu-se como objetivo geral analisar a relação entre o processo

de produção do espaço urbano de Santa Cruz e a centralidade regional que exerce, e como

objetivos específicos: analisar o processo de produção do espaço urbano; examinar as

atividades que fundamentam a centralidade regional exercida pela cidade; elaborar a

cartografia da área de influência de Santa Cruz, segundo segmentos do setor de serviços.

Os procedimentos técnicos e metodológicos foram devidamente articulados a

problematização e aos objetivos. Deste modo, realizou-se a pesquisa bibliográfica com base

em livros e artigos que contemplam abordagens teóricas sobre espaço, cidade, urbano, região,

centralidade, rede urbana e fluxos na perspectiva de contribuir para a análise da configuração

urbana e da centralidade regional de Santa Cruz. Entre os autores estudados, destacam-se:

Corrêa (1989) e Santos (1997), com abordagens sobre o espaço urbano da cidade capitalista e

rede urbana; Santos (1993) e Gomes (2010) com reflexões acerca dos fixos e fluxos; Lefebvre

(2001) com análises sobre a produção do espaço, cidade e modo de vida urbano; Sposito

(2008; 2010) com estudos sobre a produção do espaço urbano e regional das cidades médias,

a configuração das cidades em redes; Branco (2006) e a centralidade urbana das cidades

médias; Catelan (2012) com alguns aspectos analíticos acerca da centralidade regional;

Ressalta-se, ainda, o documento publicado pelo IBGE (2007), intitulado Região de Influência

das Cidades - REGIC 2007, que se constitui no mais recente estudo acerca da rede urbana

brasileira.

Paralelamente ao estudo teórico foi realizada a pesquisa com base na

historiografia local e regional, na perspectiva de buscar subsídios para analisar o processo de

produção urbana de Santa Cruz e evidenciar os segmentos do espaço citadino que contribuem

para a centralidade regional que exerce. Para tal, recorreu-se as contribuições de Hermando

Amorim (1998), Edgar Santos (2010) e Mons. Severino Bezerra (1983), obras estas que

remetem a história de Santa Cruz; Dantas (2012), que trata a dinâmica da cidade,

considerando os dois circuitos da economia urbana; e Nunes Filho (2012) que estudou a feira

livre e as territorialidades de Santa Cruz.

Concomitante à compreensão teórica da temática de estudo, para melhor

apreender a configuração urbana de Santa Cruz também recorreu-se a pesquisa documental

por meio de levantamento de dados secundários sobre a população e a economia local, em

sítios de órgãos que possuem publicações estatísticas, tais como: Instituto de Pesquisa

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Econômica Aplicada (IPEA), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Instituto

de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEMA),

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no Brasil (PNUD).

Ainda na perspectiva de atingir esse objetivo, foi realizada uma pesquisa

documental sobre comércio e serviços, para evidenciar o número de estabelecimentos em

funcionamento registrados na Prefeitura Municipal de Santa Cruz, particularmente na

Secretaria de Tributação, Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Social e Secretaria de

Transportes, a fim de caracterizarmos as principais atividades econômicas que impulsionam a

dinâmica urbana de Santa Cruz, na atualidade e a contribuição destas para os indicadores

econômicos do município.

Para evidenciar as atividades que fundamentam a centralidade regional exercida

por Santa Cruz, analisamos a configuração do setor comercial e dos serviços, com base em

dados obtidos junto as instituições públicas que tem sede na cidade e atuação em escala

regional, buscamos entender a estrutura de funcionamento, a finalidade da instituição e o seu

raio de influência. Além disso, recorremos às observações in lócus e registros fotográficos,

com a finalidade de retratar a dinâmica de Santa Cruz.

Prosseguindo no exame da centralidade regional de Santa Cruz, consideramos os

fluxos gerados pela atuação do terciário. Nesse ínterim, recorreu-se a aplicação de formulários

com pessoas de outros municípios e motoristas de transportes alternativos responsáveis pelos

deslocamentos de pessoas para a cidade. Esse instrumento permitiu saber sobre a origem dos

fluxos, a periodicidade (temporalidade), o número aproximado de pessoas que envolve

(densidade) e o que buscavam essas pessoas na cidade (natureza). Com base nas informações

obtidas, elaboramos uma cartografia da área de influência de Santa Cruz considerando os

pontos de origem desses fluxos para a cidade. A elaboração dessa cartografia possibilitou a

correlação com o mapa dos fluxos apresentado pela REGIC 2007, tendo a Cidade de Santa

Cruz como ponto de referência.

A justificativa para a realização deste trabalho fundamenta-se na importância que

estudos dessa natureza assumem, tanto na perspectiva da reflexão teórica quanto da

compreensão de uma realidade socioespacial existente, inclusive com possibilidades de servir

de subsídios ao planejamento e a gestão do território. Considera-se relevante o estudo também

pelo fato de que, embora tenham sido realizados alguns trabalhos científicos acerca de

municípios da Mesorregião Agreste Potiguar, estes remetem a uma escala local, não

contemplando Santa Cruz na perspectiva da dinâmica urbano-regional. Desse modo, entende-

se que a pesquisa em pauta sinaliza para uma abordagem teórica e um percurso de pesquisa

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que visa refletir e elucidar aspectos importantes para a produção da Geografia do Rio Grande

do Norte, tomando como referência uma escala regional.

Nessa lógica, o trabalho segue estruturado em dois capítulos: no primeiro,

intitulado “Manifestações do urbano e centralidade regional: na trama, a cidade de Santa

Cruz”, analisa-se sua atual configuração citadina e a presença do terciário no quadro da

economia local. No segundo capítulo, intitulado “O terciário na tessitura da centralidade

urbana e regional de Santa Cruz”, examina-se os elementos que compõem o setor terciário da

cidade, levando em consideração a atuação e a contribuição destes para a centralidade

regional que esta assume e apresenta-se a cartografia da área de influência de Santa Cruz,

segundo segmentos do setor de serviços.

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2 MANIFESTAÇÕES DO URBANO E CENTRALIDADE REGIONAL: NA TRAMA,

A CIDADE DE SANTA CRUZ

Estudar o espaço no âmbito da Geografia requisita apreender sua relação com a

sociedade, considerando, dentre outros, as noções de processo (tempo e mudança), forma,

função e estrutura, elementos fundamentais para a compreensão da sua produção (SANTOS,

2004). Neste sentido, compreende-se que

O espaço é simultaneamente produtor e produto; determinante e

determinado; um revelador que permite ser decifrado por aqueles mesmos a

quem revela; e, ao mesmo tempo, em que adquire uma significação

autêntica, atribui um sentido a outras coisas. (SANTOS, 2004, p. 163)

Na concepção deste autor (2004), o espaço geográfico é um conjunto

indissociável, solidário e também contraditório, de sistemas de objetos e sistemas de ações,

não considerados isoladamente, mas como o quadro único no qual a história se dá. Nessa

perspectiva, pode-se dizer que o espaço é um fato social, um fator social e uma instância

social (SANTOS, 2004).

A sociedade produz e reproduz sua existência de um modo determinado, o qual

imprimirá características históricas específicas e, consequentemente, influenciará e

direcionará o processo de produção espacial (CARLOS, 2001). Partindo desses pressupostos,

considera-se que a produção do espaço urbano se dá a partir de diferentes usos desencadeados

por diferentes agentes sociais.

Por esse ângulo, constata-se que, nos primeiros decênios do século XXI, a

sociedade mundial tem reafirmado a tendência à consolidação de um perfil marcadamente

urbano, que “é mais do que um modo de produzir, é também um modo de consumir, pensar,

sentir, enfim, é um modo de vida” (CARLOS, 1997, p. 27). Nesse âmbito, as cidades têm

passado por transformações que ampliam e aguçam o interesse da comunidade geográfica

pelos os estudos do urbano.

Para Carlos (2001), pensar a cidade significa refletir sobre o espaço urbano

enquanto produção e reprodução histórica, que é simultaneamente realidade presente e

imediata e a sociedade urbana em seu devir. Na contemporaneidade, a cidade e o urbano estão

em estreita articulação com o sistema capitalista, o que repercute sob a forma como esse

fenômeno – o urbano - se materializa no espaço, de modo geral, assumindo a configuração de

cidade. Nessa perspectiva, a cidade pode ser definida como a base material e arquitetônica, a

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forma concreta, prático-sensível, que tomou o processo histórico de divisão socioespacial

(LEFEBVRE, 1999).

Considerando a dinamicidade do capitalismo, a cidade enquanto um

condicionante e um reflexo desse sistema tem entre suas características, a mutabilidade.

Assim, a cidade não se constitui um receptáculo passivo da produção e das políticas de

planejamento, visto que sua construção se dá na tessitura de relações que envolvem o

cotidiano dos seus habitantes (LEFEBVRE, 1999).

Sposito (2008) afirma que a cidade revela os interesses e as ações da sociedade e,

ao mesmo tempo, oferece condições para que esses se realizem contribuindo para determinar

o próprio movimento oriundo desse conjunto de ações.

Para Silva (2008), a cidade implodiu e explodiu, simultaneamente. Em outras

palavras, apresenta um aumento na malha urbana, ao mesmo tempo que concentra cada vez

mais atividades em um mesmo local, passando a ser produzida sob novas lógicas que geram

processos espaciais que tanto repercutem na escala intraurbana quanto na interurbana.

Assim, elegendo a perspectiva interurbana como norteadora da análise, ressalta-se

o processo de centralidade regional, o qual se configura a partir de uma dinâmica de fluxos

que articula uma rede de cidades. De modo geral, esse processo assume uma configuração

espacial marcada pela existência de uma cidade que assume a condição de centro regional,

ponto de convergência e dispersão de fluxos que alimentam uma rede urbana tecida em seu

entorno. A seguir, serão traçadas algumas considerações teóricas acerca da cidade, urbano e

centralidade regional.

2.1 A CIDADE E URBANO: CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS NA PERSPECTIVA DA

CENTRALIDADE REGIONAL

Os estudos acerca da cidade e do urbano tem contribuído para a compreensão dos

termos e, por conseguinte, o estabelecimento de suas especificidades. Tanto a cidade como

objeto, como o urbano enquanto fenômeno, se situam no âmbito das reflexões sobre o espaço

e a sociedade, pois são produtos dessa relação; mais precisamente, são produzidos por

relações sociais determinada historicamente. Considerando ser a cidade uma produção social

e histórica, resguarda em suas formas, marcas reveladoras da sobreposição e coexistência de

tempos (CARLOS, 2004).

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Para Corrêa (1989) a cidade enquanto espaço fragmentado, articulado, reflexo e

condicionante social, também é o lugar onde as diversas classes sociais vivem e se

reproduzem. Nesse ínterim, Gomes (2010, p. 19), afirma que:

A cidade não pode, pois, ser concebida como uma forma que se produz

simplesmente pela contiguidade das moradias pelo simples adensamento de

população; ela é, antes de qualquer coisa, um tipo de associação entre

pessoas, associação esta que é uma forma física e um conteúdo.

Na discussão que trata sobre urbano e cidade, Lefebvre (1999) ainda remete as

noções de morfologia material (cidade) e de morfologia social (urbano), que servem para

abarcar teoricamente o processo de urbanização, funcionando como uma totalidade onde os

termos são indissociados (não existe sociedade sem organização do espaço).

Assim, não se pode confundir urbano e cidade. Segundo Lefebvre (1999), a

cidade, sendo algo que existe desde a Antiguidade, desde a própria separação campo-cidade a

partir da divisão social do trabalho pode ser definida como a base material e arquitetônica, a

forma concreta, prático-sensível, que tomou o processo histórico de divisão socioespacial. O

urbano pode ser definido como a dinâmica que engendra o tecido social presente na cidade, a

centralidade, as relações e atividades desenvolvidas por “seres concebidos, construídos ou

reconstruídos pelo pensamento” (LEFEBVRE, 1999, p. 54).

Para Carlos (1994), o produto do processo de produção urbana se dá num

determinado momento histórico, não apenas no que se refere à dimensão econômica do

processo (produção, distribuição, circulação e troca), mas também as dimensões sociais,

políticas, ideológicas, jurídicas que se articulam na totalidade da formação econômica e

social. Dessa maneira, o urbano é mais que um modo de produzir, é um modo de consumir,

pensar, sentir; enfim, é um modo de vida.

De acordo com Sposito (2010), o caráter urbano amplia-se quanto maior for o

nível e a quantidade de atividades não agrícolas presentes em uma cidade. Considerando que

na contemporaneidade a cidade tem aprofundado o seu papel de centro prestador de serviços,

incluindo-se nestes o comércio, tem assumido relevância tanto as abordagens que contemplam

a perspectiva intraurbana quanto aquelas que se voltam para as relações interurbanas. No

âmbito destas últimas, situam-se os estudos acerca da centralidade urbana regional.

Os pioneiros nos estudos referentes à centralidade urbana e regional foram Walter

Christaller (1933) e August Lösch (1954), os quais desenvolveram modelos e formulações

que ficaram conhecidos como Teoria dos Lugares Centrais, sendo estudada e reinterpretada

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por Keith Beavon (1977). Esta teoria procura explicar a dinâmica e o comportamento dos

centros urbanos, defendendo que cada localidade detém uma influência em seu entorno,

galgada na disponibilidade e na oferta de bens e serviços. Muitos estudiosos adotaram esta

teoria na perspectiva de explicar o crescimento urbano, embora originalmente este não fosse o

propósito, pois, de acordo com Andrade e Lodder (1974, p. 96), o desenvolvimento da Teoria

do Lugares Centrais

Se deve ao interesse de entender a distribuição espacial das atividades

terciárias, ou seja, como a oferta de bens e serviços confrontada com a

demanda de consumidores dispersos pelo espaço gera as áreas de mercados

para estes bens e serviços e como a concorrência de seus ofertantes

determina uma estruturação hierárquica das atividades econômicas exercidas

nos lugares centrais.

Deve-se levar em consideração que Christaller (1966, apud CORRÊA, 1989) não

se preocupa com a localização, mas com a organização do espaço, pois segundo o autor a

centralidade é definida pela capacidade de oferecer bens e serviços (de melhor qualidade) para

outras localidades. Com isso, a teoria da centralidade apresenta dificuldades para trabalhos

empíricos de regionalização, já que aos poucos foi ocorrendo “a passagem de um esquema de

polarização clássico baseado no terciário para uma situação onde a atividade industrial é a

predominante” (ROLIM 1993, p.25).

Na abordagem teórica de Chistaller (1966), o terciário é considerado como

determinante na indicação do processo de polarização, por envolver tanto a produção quanto o

consumo. Por ser um setor da economia que favorece a concentração, possibilita o surgimento

de economias de aglomeração que por sua vez, facilitarão o aparecimento de novas atividades.

Para Catelan (2012), algumas perspectivas analíticas são importantes nos estudos

acerca da centralidade regional, das funções e dos papéis que a cidade – centro regional - vem

desempenhando na rede a qual está inserida, tais como: as redes regionais que se formam a

partir de suas atividades e funções, bem como as atividades e fluxos que mais contribuem

para consolidação da centralidade regional que exerce; os crescentes processos de

concentração econômica e espacial, crucial para a compreensão do momento atual destas

cidades e as interações espaciais que delas partem e nelas chegam e o movimento de inserção

delas na escala global e principalmente, como as lógicas desta escala, via agentes econômicos,

os quais apontam a necessidade de pensá-las mais pelas interações espaciais interescalares

que delas resultam que em sua posição hierárquica.

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Nesse sentido, no estudo da centralidade regional torna-se importante considerar a

interligação entre os fixos e fluxos. De acordo com Santos, (2009, p. 62), “os fixos são cada

vez mais artificiais e mais fixados ao solo; os fluxos são cada vez mais diversos, mais amplos,

mais numerosos, mais rápidos.” Os elementos fixos, permitem ações que modificam o próprio

lugar, fluxos novos ou renovados que recriam as condições ambientais, as condições sociais e

redefinem cada lugar. Os fluxos resultam direta ou indiretamente das ações e atravessam ou se

instalam nos fixos, modificando a sua significação e o seu valor, ao mesmo tempo em que,

também se modificam (SANTOS, 2009).

O estudo dos fluxos e das trocas que se estabelecem em um contexto regional,

seja de mercadorias, serviços, mão de obra, entre outros, conduz a uma valorização das

relações econômicas (GOMES, 2010). De acordo com Sposito (2010, p. 222):

Esses fluxos não dizem respeito somente ao núcleo do „organismo‟ urbano,

mas ao conjunto das cidades aglomeradas ou em processo de aglomeração,

pois o tamanho desses equipamentos, o nível e atração que eles exercem em

função da diversidade de produtos e serviços que eles oferecem, as

facilidades de acesso e estacionamento e mesmo a imagem do modernismo

que eles exprimem são fatores que permitem a definição de um raio

ampliado de mercado

A referida autora considera ainda que o processo de recomposição da rede urbana

é condicionado a partir das novas formas de concentração econômica e a composição

territorial da atividade terciária, com as novas formas flexíveis de produção industrial

terciária, como as novas formas flexíveis de produção industrial e as relações entre estas ou

aquelas.

Santos (2009) assegura que o conceito de rede está sustentado sob duas grandes

matrizes: a realidade material e o dado social. A rede vista sob o aspecto material refere-se à

infraestrutura que permite o transporte de matéria, energia ou informação (rede técnica),

enquanto que a rede analisada a partir de uma perspectiva social (rede social) refere-se às

pessoas, mensagens e valores. De acordo com Araújo (2009, p. 28),

Enquanto uma cidade se interliga com outra através de uma rede bancária,

por exemplo, expandindo o capital e sanando demandas sociais, ela também

mantém um certo vínculo com diferentes cidades através de elementos de

sua formação social própria, que, por conseguinte, se une através de redes

menores e menos desenvolvidas.

Ao tratar de rede urbana, Corrêa (1989) a define como um conjunto de centros

funcionalmente articulados e que reflete e reforça as características sociais e econômicas de

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um território. Nota-se que essa concepção está articulada a noção de hierarquia urbana, em

outras palavras, uma escala de subordinação entre as cidades de diferentes portes: metrópoles,

cidades grandes, médias e pequenas.

Todavia, com a difusão do meio técnico-cientifico-informacional, as redes e os

fluxos passaram a tecer conexões entre os lugares e alteraram a ideia de próximo e distante

(RODRIGUES, 1994). Nessa conjuntura, as relações entre cidades foram alteradas, já não se

configurando a partir de conexões estabelecidas segundo uma hierarquia urbana, mas pautada

numa nova lógica na qual as articulações entre cidades existem, independentemente de sua

dimensão (pequena, média, grande). Assim, desenham-se novas configurações para a rede

urbana.

Dessa forma, no âmbito da urbanização brasileira, que se intensificou no final do

século passado, evidencia-se uma configuração de uma rede urbana na qual a hierarquia entre

as cidades levou algumas delas a condição de centro regional. Dessa forma, os estudos sobre

centralidade regional assumem importância não apenas do ponto de vista da produção do

conhecimento, mas também em uma perspectiva pragmática que se associa ao planejamento e

gestão do território.

Na perspectiva de compreender os fundamentos da centralidade regional exercida

por Santa Cruz no contexto da rede urbana potiguar, considerou-se importante, inicialmente,

evidenciar aspectos históricos e geográficos que constroem a trama na qual emerge a cidade.

2.2 SANTA CRUZ: TECENDO A CONFIGURAÇÃO CITADINA.

A cidade de Santa Cruz (Latitude: 6° 13‟ 46” Sul; Longitude: 36° 01‟ 22” Oeste)

está localizada a 122 km de Natal, da capital do estado do Rio Grande do Norte, a qual se liga

através da BR-226 (IBGE, 2017). Sua origem, de acordo com fontes historiográficas e

documentais apresenta duas versões, sendo uma lendária e outra baseada em fatos históricos.

Segundo Santos (2010), a perspectiva lendária, que assume um caráter mítico-religioso, está

articulada a uma narrativa que fala da existência em abundância de inharé, árvore tida como

sagrada e que ao aparecerem galhos quebrados anunciava secas, epidemias e outros males. De

acordo com o referido autor (2010), diz a lenda que um santo missionário tomando

conhecimento do fato, dirigiu-se ao local e fez uma cruz com os galhos de inharé e os

malefícios cessaram como por encanto; das fontes, a água jorrou em abundância, os animais

tornaram-se mansos e humildes, as aves entoaram cânticos. A localidade foi então chamada

Santa Cruz do Inharé.

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Ainda de acordo com a lenda, anos se passaram e o topônimo Inharé foi trocado

por Trairi, nome indígena dado a importante curso d'água que banha o território. Mais tarde o

local passou a ser chamado simplesmente de Santa Cruz.

Conforme Bezerra (1983), a Ribeira do Trairi era habitada pela nação Tapuia que

se aglomerava nas serras do Ronca, Tapuia e Doutor, áreas que atualmente integram o

Município de Santa Cruz.

Segundo os registros historiográficos, a colonização desse espaço foi iniciada em

março de 1831, quando Lourenço da Rocha, seu irmão João da Rocha e um companheiro de

nome João Rodrigues da Silva iniciaram a edificação de uma pequena capela, sob a invocação

de Santa Rita de Cássia.

A aglomeração humana que deu origem a Santa Cruz surgiu no período em que a

pecuária era a atividade basilar do interior do Rio Grande do Norte, sendo esta subsidiária da

atividade canavieira, principal economia voltada para a exploração do território colonial.

Segundo Dias (2011, p. 17), “no limiar do século XVIII, o sertão do Rio Grande estava

marcado pelos currais de gado, que não só tomavam e alteravam os territórios indígenas,

como também modificavam seu modo de viver”. Nesse período, o desenvolvimento da

pecuária que fornecia carne, alimento e força motriz para a atividade canavieira, contribuiu

para a interiorização da colonização do Rio Grande do Norte, pois se adequou as condições

fisiográficas do espaço sertanejo.

Na história da evolução político-administrativa de Santa Cruz consta que em

março de 1835, a Lei Provincial nº 24, oficializou a criação do Distrito sob o nome de Santa

Cruz da Ribeira do Trairi, em território do Município de São José do Mipibu; em 11 de

dezembro de 1876, a Lei Provincial n° 777 oficializou a emancipação política do então

Distrito, que passou a condição de município-vila sob a denominação de Santa Cruz, e,

finalmente, em 03 novembro de 1914, a Lei Estadual nº 372 elevou a vila a condição de

cidade (AMORIM, 1998).

Durante a década de 1960, a cotonicultura foi a atividade de maior expressão no

quadro da economia local, contribuindo para a dinâmica urbana de Santa Cruz. Por ser uma

atividade que envolvia tanto a produção, que ocorria no campo, quanto o beneficiamento, que

a grosso modo se processava na cidade, onde se localizavam grandes usinas que empregavam

uma expressiva quantidade de pessoas. Essa fase próspera da cotonicultura, repercutiu, entre

outros, no processo de migração rural-urbana e na ampliação do perímetro urbano de Santa

Cruz.

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Na década de 1980, a crise da cotonicultura do Rio Grande do Norte foi

consumada, em decorrência de um conjunto de fatores, dos quais destacam-se a difusão do

tecido sintético, a descapitalização dos produtores e a praga do bicudo2, fez com que o

contexto urbano do estado vivenciasse um processo de reestruturação produtiva, que segundo

Azevedo (2013, p. 114) compreende:

[...] um conjunto de transformações de caráter estrutural, organizacional e

técnico, fazendo-se refletir no espaço geográfico em sua totalidade. Tais

transformações se articulam e se configuram como alternativas de superação

das crises cíclicas do sistema capitalista para a ampliação/reprodução do

próprio capital, afetando sobretudo o mundo do trabalho, com contornos

muito bem definidos, especialmente nos países subdesenvolvidos, onde o

Estado do bem-estar-social ainda apresenta sérios problemas, limites e

vulnerabilidades.

Com isso, as cidades que em termos econômicos dependiam da agricultura e/ou

da pecuária, desenvolveram um novo arranjo espacial produtivo, marcado por um

fortalecimento do setor terciário em que sobressaem o comércio e os serviços, sobretudo nas

cidades que assumem a condição de centros regionais. Soja (1993, p. 194) sublinha que a

reestruturação produtiva “implica fluxo e transição, posturas ofensivas e defensivas, e uma

mescla complexa e irresoluta de continuidade e mudança”. Em outras palavras, essa

configuração interferiu na estrutura espacial de tais cidades, delineando as necessidades de

novos agentes econômicos.

Assim, um primeiro aspecto a se analisar em relação a atual configuração

econômica de Santa Cruz diz respeito ao Produto Interno Bruto Municipal (PIB) (Tabela 1).

Através deste, pode-se análise ter uma noção da riqueza do município por meio dos dados

referentes às estimativas dos preços correntes e per capita, dos valores adicionados da

agropecuária, impostos sobre produtos líquidos de subsídios3, indústria e serviços.

2 MEDEIROS, Aldo; CANAN, Bhaskara; FELIPE, Maria; BACURAU, Maria. A Cotonicultura no Estado do

Rio Grande do Norte: aspectos históricos e perspectivas. REDIGE v. 3, n. 02, ago. 2012

ARAÚJO, R. O algodão: do auge a derrocada. Tribuna do Norte, 2013. Disponível em:

<http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/o-algodao-do-auge-a-derrocada/246029>. Acesso em: 19 de jun.

2017 3 Tributos que incidem sobre os bens e serviços quando são produzidos ou importados, distribuídos, vendidos,

transferidos ou de outra forma disponibilizados pelos seus proprietários, como IPI, ICMS, imposto de

importação, ISS, IOF, impostos sobre exportação e outros. IBGE. Séries Estatísticas & Séries Histórica:

conceitos e definições – pesquisas econômicas. Disponível

em:<http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/pdfs/definicoes_economicas.pdf>. Acesso em: 21 de mai. 2017.

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Tabela 1 - Santa Cruz – PIB municipal (mil reais) - 2000 - 2014

PIB Municipal (setores) Anos

2000 2005 2010 2014

Agropecuária 2 088 8 548 9 837 6 557

Impostos sobre produtos líquidos de subsídios 3 256 6 044 13 639 29 331

Indústria 5 258 8 493 15 178 20 222

Serviços 44 407 75 653 152 459 181 634

Total 55 009 98 738 191 113 237 744

Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática - IBGE (2016).

De acordo com os dados apresentados, o PIB de Santa Cruz, entre 2000 e 2014,

registrou aumento de 332,19%. Analisando o PIB por setores de atividades econômicas, tem-

se um quadro em que cresceram os valores relativos aos setores industriais (284,59%) e de

serviços (309,02%). Outrossim, em 2014, os serviços responderam por 76,39% do PIB

municipal. Isso demonstra a importância do setor terciário, especialmente o comércio e os

serviços sociais – segmentos de educação e saúde e serviços pessoais, na configuração da

economia de Santa Cruz.

No que concerne ao comércio de Santa Cruz houve um significativo crescimento

entre os anos de 1997 e 2017. Segundo Amorim (1998), em 1997 a cidade possuía 124

estabelecimentos comerciais. De acordo com os dados da Secretaria de Tributação do

município, em 2017, Santa Cruz detém 726 estabelecimentos comerciais em funcionamento

(Tabela 2). Neste sentido, registra-se um crescimento de 485,48 % em 20 anos.

Tabela 2 - Número de contribuintes ativos segundo a atividade - 2017

Atividade Nº

Prestação de Serviços 613

Comércio Varejista 696

Comércio Atacadista 30

Indústrias 114

Profissionais Autônomos 725

Total 2 182

Fonte: Prefeitura Municipal de Santa Cruz/Secretaria de Tributação, 2017.

A análise por categoria denota que os serviços correspondem a 28,09% das

atividades, o comércio varejista e o atacadista totalizam 33,27%. Esses dados demonstram que

as atividades que apresentam o maior número de contribuintes ativos são o comércio e os

serviços.

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29

Também é pertinente dizer que o setor industrial, embora apresente apenas 5,22%

dos estabelecimentos cadastrados em 2017, é importante por gerar renda e emprego em Santa

Cruz. Conforme demonstrado na análise sobre o PIB, este foi um dos segmentos que mais

ampliou sua contribuição. Em alguns estabelecimentos há até 80 funcionários em atividade

(Figura 1), os quais também são oriundos de municípios vizinhos. Estes realizam

deslocamento diário para trabalhar, ou moram em apartamentos na área central da cidade,

indo para suas respectivas localidades nos finais de semanas e feriados.

Figura 1 - Funcionários trabalhando em fábrica de massas -2017

Fonte: Arquivo do autor, 2017.

Ainda no que concerne às indústrias de transformação, Santa Cruz conta com a

presença de indústrias de massas que produzem e exportam uma grande diversidade de

produtos - biscoitos, bolachas e pães - para outros estados do Nordeste (Ceará, Paraíba e

Pernambuco).

No âmbito dos serviços, Santa Cruz dispõe de quatro agências bancárias - Banco

do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste e Bradesco - que atendem tanto ao

próprio município, quanto as circunvizinhanças. Os serviços bancários fazem com que

pessoas, sobretudo aposentados, pensionistas e funcionários públicos das localidades

circunvizinhas se desloquem a Santa Cruz para realizar transações financeiras e adquirir

mercadorias no comércio da cidade.

Ainda no setor de serviços ressalta-se o segmento da Educação. Na cidade há 26

instituições de diferentes níveis de ensino, sendo duas federais (UFRN e IFRN), 14 estaduais

(educação básica), 3 municipais (educação básica) e 7 privadas (educação básica, cursos

técnicos, graduação, pós-graduação) (MEC, 2017). Em 2017, Santa Cruz dispõe de quatro

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instituições de ensino superior (Quadro 1) que, juntas, somam aproximadamente 500 vagas

em diferentes cursos.

Quadro 1 - Instituições de Ensino Superior em Santa Cruz - 2017

INSTITUIÇÕES CURSOS

Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi

(FACISA) - Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN)

Enfermagem, Fisioterapia,

Psicologia e Nutrição

Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do

Rio Grande do Norte (IFRN) Física e Matemática

Universidade Estadual do Rio Grande do

Norte (UERN) Ciência da Computação

Universidade do Paraná (UNOPAR)

Administração, Assistência

Social, Gestão Ambiental,

Pedagogia e Gestão Hospitalar Fonte: Ministério da Educação, 2017.

Com relação ao setor de saúde de Santa Cruz, que também está inserido no âmbito

dos serviços, sistematizou-se as informações com base no Cadastro Nacional de

Estabelecimento de Saúde Púbicas e Particulares, disponibilizado pelo sistema de cadastro e

pesquisa do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), do Ministério da Saúde.

Segundo a referida fonte, em 2007, existiam em Santa Cruz 23 estabelecimentos cadastrados,

entre hospitais, postos de saúde e clínicas particulares, com 286 profissionais ativos. Em

2017, esses estabelecimentos totalizaram 31 unidades com 971 profissionais atuantes

(Apêndices A a D). Isso se deve aos investimentos do Governo Municipal na construção de

unidades básicas de saúde em diversos bairros e na zona rural, da ampliação do Hospital

Universitário Ana Bezerra, com a atuação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares

(EBSERH)4, além da instalação na cidade de clínicas especializadas, de caráter particular.

Esses dados mostram que Santa Cruz possui serviços básicos nos segmentos de

educação e saúde, por exemplo, que contribuem para melhorias no Índice de

Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) (Tabela 3), calculado pelo Programa das

Nações Unidas para o Desenvolvimento no Brasil (PNUD).

4

A criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) integra um conjunto de ações

empreendidas pelo Governo Federal no sentido de recuperar os hospitais vinculados às universidades federais. A

empresa é um órgão do MEC responsável pela gestão do Programa de Reestruturação e que, por meio de

contrato firmado com as universidades federais que assim optarem, atua no sentido de modernizar a gestão dos

hospitais universitários federais, preservando e reforçando o papel estratégico desempenhado por essas unidades

de centros de formação de profissionais na área da saúde e de prestação de assistência à saúde da população

integralmente no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) (EBSERH, 2017).

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Tabela 3 - Santa Cruz - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – 1991-2010

Ano IDHM IDHM

Renda

IDHM

Longevidade

IDHM

Educação

1991 0,394 0,465 0,597 0,220

2000 0,513 0,530 0,702 0,362

2010 0,635 0,597 0,761 0,564

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2013.

Os dados indicam que o IDHM de Santa Cruz se mostrou crescente no período em

foco. Em 1991 o IDHM era considerado baixo, passando para o nível médio nos anos de 2000

e 2010. Dentre as variáveis em análise, a que mais contribuiu para que isso ocorresse foi a

Longevidade, cujos índices mostraram um crescimento mais expressivo, confirmando a

importância que tem o setor saúde para o município.

As mudanças que ocorreram na estrutura econômica de Santa Cruz, cuja base

transitou da agropecuária para o setor terciário, especialmente comércio e serviços, se

processaram em um quadro no qual a distribuição espacial da população pelo território

municipal também foi alterada (Tabela 4).

Tabela 4 - Santa Cruz - População Urbana e Rural - 1940 - 2010

Anos População

Total Urbana Rural

1940 35 749 3 846 31 903

1950 43 092 5 027 38 065

1960 16 584 6 213 10 371

1970 20 323 9 906 10 417

1980 22 332 13 180 9 152

1991 28 654 21 783 6 871

2000 31 294 25 594 5 700

2010 35 797 30 499 5 298

Fonte: IPEA, 2017.

Analisando os dados da população de Santa Cruz, verifica-se que, entre as

décadas de 1950 e 1960, houve um decréscimo de -62% na população total. Isso aconteceu

devido alguns distritos pertencentes a Santa Cruz terem sido desmembrados e elevados a

categoria de municípios, conforme descrito a seguir: a Lei Estadual nº 1029, de 11 de

dezembro de 1953 criou o município de Coronel Ezequiel, a partir dos distritos de Jericó e

Jaçanã; pela Lei nº. 2.336, de 31 de dezembro de 1958, Tangará foi desmembrado de Santa

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Cruz e elevado à categoria de município e a Lei Estadual nº 2340, 31 de dezembro de 1958,

emancipou o então Distrito de Campo Redondo (AMORIM, 1998).

O Censo de 1980 demonstrou a transição em termos demográficos, visto que a

população urbana se tornou predominante (59% do total). A partir desse censo, verifica-se

uma tendência de crescimento da população urbana, de modo que a taxa de urbanização

passou a ser de 76% em 1991, 82% em 2000 e 85% em 2010. Considerando os intervalos

censitários, observa-se que a variação percentual do crescimento da população urbana, entre

1980 e 1991, registrou o maior índice, correspondente a 65%. Quanto a população rural,

verifica-se a consolidação da tendência de declínio5.

A análise da dinâmica demográfica sinaliza para a redefinição da estrutura

socioespacial do Município de Santa Cruz, que se evidencia, entre outros, por meio de um

expressivo crescimento do perímetro urbano no intervalo entre 1980 e os dias atuais (Figura

2). Verifica-se uma expansão da área urbana da cidade, onde alguns eventos históricos foram

importantes para a modificação da cidade, notadamente através do crescimento físico.

5 Percentual de crescimento da população urbana entre os censos:1940-1950 = 30%; 1950-1960 = 23%; 1960-

1970 = 59%; 1970-1980 = 33%; 1980-1991= 65%; 1991-2000 = 17%; 2000-2010 = 19%. Percentual de

crescimento da população rural entre os censos:: 1940-1950 = 19%; 1950-1960 = -73; 1960-1970 = 0; 1970-

1980 = -12%; 1980-1991= -25%; 1991-2000= -17%; 2000-2010= -7%.

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Figura 2 - Crescimento do Perímetro Urbano de Santa Cruz – 1980 a 2017

A compreensão do processo de crescimento urbano de Santa Cruz está articulada,

entre outros, a um evento catastrófico: o arrombamento do Açude Santa Cruz ocorrido em 01

de abril de 1981, num período atipicamente bastante chuvoso. Parte da cidade foi destruída

pela inundação provocada por este arrombamento, que deixou muitas pessoas desabrigadas e

determinou a suspensão do fornecimento de energia elétrica da CHESF, durante 4 dias, em

todo o Estado do Rio Grande do Norte (AMORIM, 1997). Até esse momento, a cidade só

dispunha de 3 bairros - Centro, Paraíso e DNER, conforme demonstrado na Figura 2.

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Esse evento, reconhecido como a maior catástrofe da história de Santa Cruz,

exigiu do poder público a formação de uma comissão de reconstrução da cidade6, em caráter

de urgência. Nessa tessitura, em decorrência de uma ação conjunta dos governos Federal,

Estadual e Municipal, com o objetivo de amparar a população que teve as casas destruídas

pela cheia, principalmente as que moravam nas proximidades do Rio Trairi, foi construído o

Conjunto Cônego Monte, em terreno doado pela Paróquia de Santa Rita de Cássia

(AMORIM, 1997). Sabe-se que muitas das pessoas que foram contempladas com a referida

ação, venderam as casas e voltaram para os locais onde moravam antes da tragédia, sobretudo

naqueles que foram condenados pela defesa civil.

Desse modo, em 1997, segundo croqui publicado por Amorim (1997), Santa Cruz

teve acrescido ao seu perímetro urbano mais 3 bairros: Conjunto Cônego Monte, Bairro 3 a 1

e o Bairro Maracujá.

Atualmente, a Cidade de Santa Cruz é constituída por 10 bairros (Centro, Paraíso,

Nova Santa Cruz, Maracujá, Conjunto Cônego Monte, Barro Vermelho, 3a1, DNER, Alegre

I, Vila Rica) (Figura 3). Não obstante o uso do termo, ressalta-se que não existe na cidade

bairros oficialmente reconhecidos e delimitados7, tendo em vista que as instâncias municipais

com competência para tal não legislaram sobre o assunto. Neste sentido, para fins desta

pesquisa, foi adotada a divisão da cidade em bairros utilizada pela Agência dos Correios de

Santa Cruz na realização dos serviços que presta a sociedade.

6

Comissão de Reconstrução da Cidade de Santa Cruz, pós enchente: Secretário do Planejamento- Humberto

Manoel de Freitas, secretária do trabalho- Marlúsia Saldanha, secretário do interior e justiça- Manoel de

Medeiros Brito, secretário de transporte- Vauban Bezerra de Farias, secretário chefe do gabinete civil- Iberê

Ferreira de Souza. Órgãos executores: BNH, presidente- José Lopes de Oliveira; SUDENE, superintendente -

Walfrido Salmito Filho, COHAB/RN; diretores: Lauro Duarte Filho, Nelson Newton de Farias e João Eudes

Ferreira. Comissão especial de defesa civil de Santa Cruz: Prefeito Municipal: Hildebrando Teixeira de Souza;

Juiz de Direito: Osvaldo Soares da Cruz; vice-prefeito; Gilson Alves de Andrade; Presidente da Câmara

Municipal: Geraldo Bezerra da Fonseca; vigário da paróquia: Raimundo Gomes Barbosa; delegado de Polícia:

Lauro de Oliveira Barros; delegado do serviço militar: Volney Roberto da Silva; Chefe regional da EMATER:

Cândido da Costa Neto. Teve também o apoio do MEIOS/PRONAV (AMORIM, 1997). 7

Informações obtidas junto a técnicos do IBGE que atuam na cidade, Santa Cruz não possui bairros

reconhecidos e delimitados oficialmente. Nesse sentido, para fins de pesquisa, o referido órgão considera a

delimitação por ele instituída em setores censitários.

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Figura 3 - Bairros da Cidade de Santa Cruz segundo divisão adotada pela Agência dos

Correios – 2017

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No período de 1980 a 2017, a cidade ampliou consideravelmente seu perímetro

urbano, verifica-se também que há vários loteamentos que ainda não foram inseridos no

referido perímetro, embora tenham sido construídas algumas casas, que já se encontram

habitadas (Figura 4), mesmo sem as condições de infraestrutura urbana necessárias, como

calçamento, rede de água e esgotos. Segundo funcionários dos Correios, cerca de 200

domicílios não recebem correspondências devido ao fato de estarem em novos bairros,

loteamentos ou em área de expansão de bairros já existentes.

Figura 4 - Casas construídas no loteamento Monsenhor Raimundo - 2017

Fonte: Pesquisa de campo, 2017

Ao analisar a atual configuração espacial de Santa Cruz, verifica-se a ampliação

do sítio urbano em um contexto no qual ocorreu aumento populacional e mudanças em sua

estrutura econômica, que passou a se fundamentar no setor terciário, mediante a ampliação do

número de estabelecimentos comerciais e de serviços. Esses processos contribuíram para

fortalecer a condição de centralidade que a cidade exerce historicamente em relação ao seu

entorno, ratificando o seu papel de centro regional no âmbito da rede urbana potiguar.

Nesse contexto, é importante destacar a atuação da classe política, que teve uma

intervenção importante na instalação de instituições públicas que servem de aporte a base

terciária de Santa Cruz. O município se sobressai por ter filhos da terra que se destacaram na

política do Rio Grande do Norte, dentre eles: Theodorico Bezerra, que foi Deputado Estadual

(1946-1951), Deputado Federal (1951-1955, 1955-1959, 1959-1963, 1967-1971) e Vice

Governador (1961-1966); Fernando Bezerra, que foi Senador (1995-2007) e Ministro da

Integração Regional (1999-2001); Iberê Ferreira de Souza, que foi Deputado Estadual (1971-

1979, dois mandatos consecutivos), Deputado Federal (1987-2006, cinco mandatos

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consecutivos), Secretário Estadual de Agricultura (2003-2006), Vice Governador (2007-2010)

e Governador (2010); Por último, Tomba de Farias, atual Deputado Estadual, em segundo

mandato (2010-2017).

A atuação desses personagens políticos teve um importante papel na ampliação e

dinamização do setor de serviços da Cidade de Santa Cruz, via instalação de instituições

públicas com atuação regional, o que fortaleceu sua condição de centralidade. Os principais

segmentos do terciário e a forma como estes contribuem para a centralidade urbano regional

de Santa Cruz serão examinados a seguir.

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3 O TERCIÁRIO NA TESSITURA DA CENTRALIDADE URBANA E REGIONAL

DE SANTA CRUZ

A dinâmica urbana de Santa Cruz evidencia a relevância que assume o setor

terciário no quadro da economia local. A sistematização de informações acerca do referido

setor baseou-se na classificação utilizada por Cano et al., (1990 apud CLEMENTINO, 1995),

segundo a qual o terciário apresenta basicamente quatro sub-setores:

Serviços distributivos: comércio, armazenagem, transportes e comunicações;

Serviços sociais: saúde, ensino, administração pública e serviços comunitários;

Serviços pessoais: hotelaria e alojamento; alimentação e higiene pessoal; confecção

e conservação do vestuário; conservação e manutenção de edifícios; esporte, cultura,

diversão, rádio e TV;

Serviços produtivos: serviços técnico-profissionais; serviços de apoio à produção e

à atividade profissional e outros serviços pessoais: crédito, capitalização; comércio de

imóveis.

Considerando essa classificação foram identificados como segmentos existentes

em Santa Cruz que contribuem para o fortalecimento da centralidade regional que a cidade

assume, os seguintes serviços: comércio e transportes; saúde, ensino e administração pública;

hotelaria e alojamento; serviços técnico-profissionais e serviços de apoio à produção e à

atividade profissional. O conjunto desses segmentos será examinado a seguir.

3.1 SERVIÇOS DISTRIBUTIVOS: COMÉRCIO E TRANSPORTES

A centralidade regional de Santa Cruz tem entre seus fundamentos a atividade

comercial e, por conseguinte, a dinâmica dos fluxos diários de pessoas que buscam a cidade

para atender suas demandas, utilizando-se de veículos de lotações8. Nesse sentido, a análise

do comportamento do comércio e dos fluxos dos transportes de passageiros ajudou na

identificação das cidades que participam dessa rede de articulação, os tipos, a quantidade de

veículos e a natureza dos deslocamentos.

8 Considera-se veículos de lotação os meios de transporte no qual os passageiros não são proprietários e pagam

uma quantia para se deslocarem das suas respectivas cidades para a Santa Cruz. Compreendem veículos

destinados a lotação: carros populares, vans, alternativos, ônibus, micro-ônibus, caminhões adaptados (pau-de-

arara).

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3.1.1 Atividade comercial como elemento da centralidade em Santa Cruz

Santa Cruz é considerada o centro regional do Agreste Potiguar e essa condição

serve de atração para investimentos externos. Como afirma Santos (2003), quanto mais

importante é a cidade, em termos funcionais, maior é o número de empresários, de

profissionais liberais, de funcionários e de assalariados e, por conseguinte, maior é o número

de consumidores.

No que se refere ao comércio de Santa Cruz, a cidade dispõe de uma vasta

concentração de estabelecimentos ligados aos segmentos varejista e atacadista, além de lojas

de franquias, que tem sua organização relacionada a ambientes externos a cidade.

Paralelamente aos estabelecimentos, pode-se destacar a atuação dos camelôs, que utilizam o

espaço da principal avenida da cidade, a Dr. Pedro Medeiros, todos os dias da semana. Esses

estabelecimentos contribuem expressivamente para a dinâmica da Cidade de Santa Cruz tanto

em nível local como regional.

Todavia, torna-se importante destacar que o comércio de Santa Cruz, mesmo com

a tradicional importância da cidade do ponto de vista regional, apresenta uma dinâmica de

funcionamento que predomina em pequenas cidades interioranas. Por exemplo, em relação ao

horário de funcionamento: os estabelecimentos abrem de segunda a sexta, entre 7 ou 8 horas,

fecham ao meio dia, reabrem entre 13 ou 14 horas e fecham entre 17 ou 18 horas, aos

sábados, ficam abertos das 7 ás 17 horas, em virtude da feira livre. Dessa maneira, a

população local já é acostumada com esses horários de funcionamento do comércio e o

mesmo ocorre com aqueles residentes em outras cidades. Essa dinâmica de funcionamento

influencia nos horários das lotações, cujos deslocamentos são predominantemente no turno

matutino.

Contudo, essa dinâmica começou a ser afetada com a chegada de

estabelecimentos de grandes redes que atuam na capital e Região Metropolitana de Natal, os

quais apresentam algumas práticas diferenciadas do que até então prevalecia.

Um exemplo foi a abertura da Farmácia da Rede Irmã Dulce, no ano de 2009, cujo

funcionamento é de domingo a domingo, das 7 às 22 horas, diferindo do que era adotado na

cidade – das 7 às 18 horas e, passando desse horário, ficava aberta apenas a que estava de

plantão.

Outro exemplo foi a abertura de um estabelecimento vinculado a Rede Mais de

Supermercados no ano de 2016. Este estabelecimento inovou o comércio local em termos de

estrutura física - oferece numerosas vagas de estacionamentos, amplo ambiente interno, além

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de lojas de roupas, farmácia, panificadora, restaurante e lanchonete – e de horário de

funcionamento, visto que está aberto ao público de 7 às 20 horas e de domingo a domingo

(Figura 5).

Figura 5 - Supermercado Rede Mais em Santa Cruz - 2017

Fonte: Pesquisa de campo, 2017.

Esse acontecimento fez com que os comerciantes locais do segmento de

mercadinhos e supermercados ficassem preocupados com a concorrência, que poderia se

tornar gigantesca. Com isso, alguns donos de supermercados já tradicionais da cidade

começaram a investir em seus estabelecimentos. Esse foi o caso do Supermercado Varejão

(Figura 6), que investiu bastante em termos de infraestrutura, ampliação do espaço,

climatização, padaria interna e aumento no horário de funcionamento.

Figura 6 - Supermercado Varejão após reforma em Santa Cruz - 2017

Fonte: Pesquisa de campo, 2017.

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A chegada do estabelecimento da Rede Mais contribuiu para dinamizar o

comercio local e ampliou ainda mais o papel de Santa Cruz na rede urbana a qual está

inserida, acentuando a condição de centralidade já existente. Pessoas de outras cidades se

deslocam para Santa Cruz para adquirir produtos comercializados neste estabelecimento,

inclusive aproveitando sua localização estratégica, as margens da BR 226.

A despeito de ter provocado grande impacto nos estabelecimentos existentes em

Santa Cruz, é importante ressaltar que um fator que possibilita a sobrevivência do comércio

local é o crédito de caderneta, ou seja, o “fiado”, que ainda tem expressividade, inclusive no

Supermercado Varejão. Alguns donos de supermercados afirmam que é bastante comum o

fato de pessoas, inclusive de outras cidades, terem fichas promissórias que possibilitem a

venda no crédito próprio da loja, o que não é possível no Supermercado Rede Mais, onde o

crédito só é concedido através de cartão. Também é comum uma família já ser cliente do

estabelecimento há bastante tempo, sendo a venda “fiado” uma prática que passa de geração a

geração – desde os avós. Geralmente se paga a dívida do mês anterior e faz uma nova, se

tornando uma coisa cíclica quase que infindável.

Dessa forma, verifica-se que os estabelecimentos comerciais de Santa Cruz, além

de gerarem capital para a própria cidade, também alimentam os fluxos da rede urbana,

especialmente as articulações que fazem da cidade um centro regional.

3.1.1.1 A Feira Livre de Santa Cruz: mercado periódico de abrangência regional

A feira livre de Santa Cruz é um evento tradicional de expressiva importância,

tanto em termos de geração de renda para os feirantes que nela atuam, quanto para a dinâmica

regional que confere centralidade a cidade, visto que muitos feirantes e consumidores advêm

de municípios do Rio Grande do Norte e da Paraíba. Segundo Bezerra (1983, p. 80)

Santa Cruz ainda era vila quando foi iniciada a feira local, em 1879, em um

dia de domingo. A Câmara Municipal, na sessão de 26 de Setembro de 1890,

determinou a transferência da feira para o dia de sábado, em vez de

domingo, e para que o público tivesse conhecimento dessa mudança, a

Câmara contratou o preto de nome Joaquim Bernardo, que pregoava pública

e solenemente essa transferência. Ainda em 1890 a Câmara Municipal, em

sessão, marcou o lugar da feira que deveria ser localizada em frente à casa de

Joaquim Claudiano da Rocha até á de Alexandre de Melo Ferreira Pinto.

A feira livre requisita uma reorganização espacial do centro da cidade, local onde

se realiza. Essa reorganização se inicia na quinta-feira e se intensifica na sexta-feira, quando

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alguns feirantes começam a chegar de outros municípios para prepararem as bancas onde são

expostos os produtos. Aos sábados, dia da realização da feira, aumenta o fluxos de pessoas

que vem a Santa Cruz, de modo que a área central da cidade se reorganiza para alojar esse

mercado periódico que já é bastante tradicional (Figura 7), inclusive os pontos de parada dos

veículos coletivos.

Figura 7 - Santa Cruz - Pontos de parada das lotações no dia da feira livre

Fonte: Pesquisa de campo, 2017.

Os feirantes comercializam frutas, verduras, cereais, legumes, carne – sendo esta

vendida nas bancas dispostas nas ruas e no interior do mercado público –, bem como roupas,

alumínios, cordas, redes, chás, ervas, bacias, cópias de calçados de marcas famosas, CD‟s e

DVD‟s. Há também os “mangaieiros” que comercializam chapéus, celas de cavalo e sandálias

(NUNES FILHO, 2012) e outros produtos artesanais. A organização espacial da feira revela

que há locais especializados, ou seja, determinado tipo de produto vai ser facilmente

encontrado em um local específico (Figura 8).

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Figura 8 - Organização da Feira Livre de Santa Cruz.

Fonte: Pesquisa de campo, 2017

A organização do espaço da feira é prerrogativa do poder público municipal, que

define os locais destinados a determinadas atividades e os horários para circulação de veículos

na área ocupada por essa atividade. Essas iniciativas visam evitar confrontos entre os feirantes

devido a ocupação de espaço e facilitar a cobrança do imposto pelos fiscais da Secretaria de

Tributação (Figura 9). No entanto, não há um registro desses comerciantes, o que ajudaria a

gestão municipal em termos de dimensionamento da feira livre e no que se refere a promoção

de melhorias no espaço que ela ocupa. Outrossim, seria importante para os estudos sobre a

realidade local no sentido de se obter dados acerca dos sujeitos envolvidos na feira – origem,

renda obtida, entre outros.

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Figura 9 - Vista parcial da feira livre de Santa Cruz.

Fonte: Arquivo do autor, 2017

A importância que a Feira Livre de Santa Cruz assume no contexto regional está

associada, entre outros fatores, ao fato de não existir essa atividade em algumas cidades

circunvizinhas como Campo Redondo, Japi, Sítio Novo. Essa situação pode ser elucidada a

partir das reflexões de Rolim (1993), que se fundamentam na Teoria da Centralidade, de

Chistaller, segundo a qual, muitas vezes o serviço do mesmo nível apresentado no lugar

central pode inibir o seu surgimento naqueles lugares de ordem inferior, mesmo que tenha um

mercado para ofertá-lo. Em outras palavras, cidades que detém a condição de centralidade e

oferecem determinados serviços, podem inibir o surgimento deste mesmo serviço nas cidades

menores, por apresentarem melhores condições em termos de preço e qualidade, por exemplo.

Segundo os entrevistados, dentre os fatores que contribuem para que as pessoas

sejam atraídas a feira de Santa Cruz, está o baixo preço das mercadorias, que se tornam mais

acessíveis para os consumidores. Portanto, a feira livre de Santa Cruz se constitui um dos

fatores que contribuem para verificar o papel da cidade como centro regional.

3.1.2 Os transportes: Santa Cruz como ponto de convergência dos fluxos.

O aspecto econômico, pautado no setor terciário tem ratificado a condição de

Santa Cruz como centro regional, o que pode ser também avaliado pela dinâmica dos fluxos

que envolvem a cidade e os municípios de seu entorno. Nesse sentido, elegendo os fluxos de

transportes como referência empírica, procurou-se identificar as cidades que participam dessa

rede de articulação, os tipos e a quantidade de veículos e as motivações que levam aos

constantes deslocamentos de pessoas com destino a Santa Cruz.

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Através de uma malha rodoviária que converge a referida cidade, esta se articula a

uma rede urbana que se manifesta pela existência os fluxos diários de transportes que a

interligam a aproximadamente 12 cidades, sendo 10 do interior do Rio Grande do Norte -

Campo Redondo, Lajes Pintadas, São Tomé, Japi, Tangará, Sítio Novo, Serra Caiada, São

Bento, Coronel Ezequiel e Jaçanã, e duas da Paraíba - Nova Floresta e Cuité (Mapa 3).

Mapa 3 - Municípios com fluxos diários com destino a Santa Cruz - 2017

Os fluxos que articulam Santa Cruz aos municípios circunvizinhos envolvem

cerca de 100 automóveis de diferentes tipos e portes, em sua maioria usados como veículos de

lotação (Tabela 5).

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Tabela 5 - Transportes que interligam aos municípios vizinhos à Santa Cruz - 2017

Municípios de

origem

Quantidade de

carros/tipo

Finalidades do

deslocamento

Quant. de pessoas

transportadas

(média por veículo)

Frequência

Rio Grande do Norte

Tangará 1/ônibus Estudar 20 Diária

12/ lotação (táxis) Outros 4 Diária

Sítio Novo 1/ lotação (táxis) Estudar 4 Diária

3/bestas Outros 15 Diária

Campo Redondo 2/bestas Estudar 20 Diária

10/lotação (táxis) Outros 4 Diária

Serra Caiada 1/lotação (táxis) Outros 4 Irregular

Coronel Ezequiel 1/ônibus Estudar 20 Diária

São Bento 1/ônibus Estudar 20 Diária

10/lotação (táxis) Outros 4 Diária

Lajes Pintadas

1/ônibus Estudar 20 Diária

2/bestas Estudar 15 Diária

10/lotação (táxis) Outros 4 Diária

Japi

1/ônibus Estudar 20 Diária

2/micro-ônibus Outros 20 Diária

1/van Trabalhar 10 Diária

20/lotações Outros 4 Diária

São Tomé 1/lotação Outros 4 Irregular

Coronel Ezequiel

15/lotação (táxis)

Outros

4-22

Diária Jaçanã

Paraíba

Nova Floresta

Cuité

Fonte: Entrevistas, 2017.

Os resultados obtidos indicam que, diariamente, chegam a Santa Cruz em torno de

100 veículos, de diferentes tipos - ônibus, carros populares (táxis), vans e bestas, que

transportam, em média, 600 pessoas. Segundo os motoristas desses veículos, o fluxo de

pessoas aumenta entre os dias 25 e 10 do mês seguinte, devido ao pagamento de salários e

benefícios sociais governamentais. Geralmente, cada lotação realiza de uma a duas viagens de

ida e volta, por dia. Esse número aumenta nos dias de maior fluxo, quando os funcionários

públicos, aposentados e pensionistas se deslocam para receberem suas respectivas

remunerações ou benefícios.

A paisagem urbana de Santa Cruz se reorganiza diariamente, tendo em vista a

quantidade de carros que advém tanto da zona rural do município, como de municípios

próximos que não dispõem dos serviços oferecidos pela cidade. As ruas do centro são os

pontos principais de estacionamento (Figura 10). Cada local é organizado de forma a não

gerar conflitos ou disputa de espaço para estacionamento e a partir de um sistema de fila, onde

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o primeiro veículo faz o retorno para o seu município logo que a lotação se complete,

evitando o que os motoristas chamam de “roubo de passageiros”.

Figura 10 - Área Central de Santa Cruz: locais de estacionamento das lotações

Fonte: Pesquisa de Campo, 2017.

Os pontos de paradas são estrategicamente localizados, levando-se em conta a

localização geográfica do município de origem do fluxo. Por exemplo, as lotações que fazem

a linha de Coronel Ezequiel, Jaçanã, Nova Floresta, Cuité, ficam na Rua Antônio Henrique

Medeiros, já as de São Bento do Trairi, ficam no início da Rua Maria das Dores. Ambos os

locais são próximos a saída para essas cidades, cujo acesso é a Rodovia RN – 023. As

lotações oriundas de Japi compartilham o espaço do Pátio da Igreja Matriz de Santa Rita de

Cássia com os veículos que transportam os residentes da zona rural de Santa Cruz (Figura 11).

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Figura 11 - Lotações no Pátio da Igreja Matriz de Santa Cruz.

Fonte: Pesquisa de campo, 2017

Os veículos que transportam as pessoas de Campo Redondo, Sítio Novo e Serra

Caiada estacionam ao lado da principal praça de Santa Cruz, a Coronel Ezequiel Mergelino

(Figura 12). Os que provém de Tangará estacionam ao lado do Banco do Brasil e os

provenientes de Lajes Pintadas fazem sua parada em frente ao Bradesco, na rua Cosme

Ferreira Marques. Esses pontos de paradas são bastante estratégicos em virtude da

proximidade tanto da área comercial situada no Centro da cidade, como também das agências

bancárias, principais serviços buscados pelas pessoas que dinamizam os fluxos diários com

destino a Santa Cruz.

Figura 12 - Veículos de lotação na Praça Coronel Ezequiel Mergelino – Santa Cruz

Fonte: Pesquisa de campo, 2017

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Um elemento importante a se destacar é que ao entrevistar passageiros dessas

lotações, estes afirmaram que o fato de realizarem movimentação financeira nas agências

bancárias de Santa Cruz, especialmente saque de salário, contribui para que também realizem

compras no comércio local. Em alguns casos, são pessoas que já são clientes de

estabelecimentos comerciais há bastante tempo, inclusive alguns revelam que esse vínculo

vem passando de geração a geração entre familiares. No entanto, afirmam que não deixam de

comprar na cidade onde residem, sobretudo alguns produtos alimentícios.

As informações obtidas permitem inferir que os fluxos dos residentes em cidades

circunvizinhas para Santa Cruz ocorrem principalmente devido a procura por serviços

bancários - via pagamentos de aposentadoria, bolsa família; atendimento médico - pré-natal,

odontologia e diversos; educação - ensino médio, cursinho pré-vestibular e superior, e

comércio - principalmente no ramo do material de construção.

Essa dinâmica que envolve a rede de relações urbanas comandada por Santa Cruz

coloca em movimento diário um contingente de aproximadamente 600 pessoas, estando

atrelada a centralidade que a cidade exerce como polo de prestação de serviços e de atividades

comerciais.

3.2 SERVIÇOS SOCIAIS: SAÚDE, EDUCAÇÃO

Dentre os serviços sociais existentes em Santa Cruz, que desempenham papel

relevante na centralidade regional que a cidade exerce, destaca-se o segmento de Saúde. Um

dos eventos que contribuíram para a configuração da referida centralidade foi a inauguração

da Maternidade Ana Bezerra, em 04 de fevereiro de 1952, um marco no setor de saúde do

município e da Microrregião Borborema Potiguar. A maternidade demarcou um novo tempo

em termos de atendimento as parturientes, tendo em vista que, até então, era recorrente a

prática de realização de partos no ambiente familiar, contando apenas com os serviços das

chamadas parteiras, por vezes pessoas que não tinham formação e desempenhavam seu papel

com base, sobretudo, na experiência (SANTOS, 2010).

Essa centralidade regional foi ratificada por meio da inauguração do Hospital

Regional Aluízio Bezerra, cujo atendimento abrange 9 municípios: Campo Redondo, Cel.

Ezequiel, Jaçanã, Japi, Lajes Pintadas, Santa Cruz, São B. do Trairi, Sítio Novo e Tangará. O

referido hospital foi inaugurado em 1 de setembro de 1990, através de uma parceria entre

Governo Estadual e municípios.

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Santa Cruz ainda se destaca por sediar a V Unidade Regional de Saúde Pública (V

URSAP), órgão integrante da estrutura da Secretaria Estadual de Saúde Pública do Rio

Grande do Norte (SESAP), cuja função é prestar assessoramento técnico aos municípios

visando a melhoria do desempenho nos serviços oferecidos às suas populações. A atuação

desse órgão abrange 21 municípios: Santa Cruz, Coronel Ezequiel, Jaçanã, São Bento do

Trairi, Japi, Tangará, São José de Campestre, Sítio Novo, Bom Jesus, Boa Saúde, Serra

Caiada, Campo Redondo, Lajes Pintadas; Barcelona, Ruy Barbosa, Lagoa de Velhos, Senador

Elói de Souza, São Paulo de Potengi São Pedro, Santa Maria e Monte das Gameleiras. (Mapa

4).

Mapa 4 - Santa Cruz - Área de jurisdição da V URSAP – 2017

Além dos serviços voltados a saúde pública, é importante frisar a atuação dos

estabelecimentos de saúde privados - policlínicas, clínicas oftalmológicas e clínicas

odontológicas -, cujo atendimento é voltado tanto para Santa Cruz como para a população de

municípios circunvizinhos (Figura 13).

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Figura 13 - Santa Cruz - policlínica (A), clínica odontológica (B), clínica oftalmológica

(C) e clínica de fisioterapia (D).

Fonte: Arquivo do autor, 2017.

Um fato importante a ser acrescentado é que os serviços oferecidos pelas clínicas

privadas se voltam para faixas da população com diferentes níveis de poder aquisitivo, tendo

em vista a abertura de planos de atendimento mais acessíveis, através do pagamento mensal

de uma determinada quantia, o qual o assegurado passa a ter a garantia da cobertura de seus

gastos médicos, hospitalares e ambulatoriais segundo o seu plano9.

No tocante ao segmento da Educação, destaca-se que Santa Cruz sedia a 7ª

Diretoria Regional da Educação e Cultura (7ª DIREC), vinculada à Secretaria de Educação e

Cultura do Rio Grande do Norte, que tem como função a gestão das escolas estaduais e de

seus respectivos recursos humanos (professores, coordenadores pedagógicos e técnicos

administrativos) (Figura 14).

9 Embora a assistência à saúde esteja disposta na Constituição Federal do Brasil, se configurando como um

direito de todos e um dever do Estado. Esta garantia não é suficientemente eficaz para atender toda a população.

Por isso, o Estado permite que a iniciativa privada preste serviços médicos e hospitalares como forma de

assistência complementar à saúde.

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Figura 14 - Santa Cruz - 7ª DIREC – 2017

Fonte: Pesquisa de campo, 2017

Estão vinculadas a 7ª DIREC, 25 escolas estaduais (Quadro 2) situadas em 9

municípios: Santa Cruz, São Bento do Trairi, Tangará, Japi, Campo redondo, Lajes Pintadas,

Jaçanã, Coronel Ezequiel, Sítio Novo. A referida Diretoria dispõe de 43 funcionários ativos,

que atuam em setores como gestão de recursos financeiros destinados as escolas estaduais

para a aquisição de merenda e material de expediente; execução de projetos dos governos

estadual e federal, voltados à Educação; desenvolvimento de treinamentos e capacitação de

pessoal, prestação de assistência técnica pedagógica para as escolas e fiscalização da

distribuição de Livros Didáticos.

Quadro 2 - Escolas vinculadas a 7ª DIREC, por municípios – 2017

Município Escolas Município Escolas

Santa Cruz

E. E. T. I. Pr. Franc. de Assis

Dias Ribeiro* Tangará

E. E. Prof. João Ataíde de Melo

E. E. José Bezerra

Cavalcante**

Japi

E. E. Severina Pontes de

Medeiros

E. E. João Ferreira de Souza E. E. Manoel Medeiros I

E. E. Rita Nelly Furtado E. E. Manoel Medeiros II

E. E. T. I. Cosme Ferreira

Marques

E. I. Paulo Alípio de Pontes

E. E. Quintino Bocaiúva Campo

Redondo

E. E. Maria Arione de Souza

E. E. Pedro Severino Bezerra E. E. Dr. José Borges de

Oliveira

E. E. Isabel Oscarlina

Marques Lajes

Pintadas

E. E. Virgínio Furtado

E. I. Prof. Francisco Maia*** E. E. São Francisco

E. I. Prof. Antônio Justino

Bezerra Jaçanã

E. E. Profª. Terezinha Carolino

Sítio Novo E. E. José Nunes de Carvalho E. E. Manoel Fernandes

São Bento

do Trairi

E. E. Profª. Maria Lídia da

Silva

Cel.

Ezequiel

E. E. José Joaquim

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Tangará E. E. Prof. Severino Bezerra Fonte: 7º DIREC, 2017.

Nota: * E.E.T.I significa Escola Estadual em Tempo Integral (zona urbana).

** E. E. significa Escola Estadual (zona urbana)

*** E. I. significa Escola Isolada (zona rural).

No âmbito da 7ª DIREC funciona o Núcleo de Tecnologia em Educação (NTE),

inaugurado em fevereiro de 2010, que tem a função de oferecer cursos de formação a

profissionais da educação da área sob sua influência (Mapa 5). Desta forma, a 7ª DIREC

também contribui para a centralidade exercida por Santa Cruz, haja vista sua atuação no

campo educacional favorecer o formação e ampliação de fluxos de pessoas e informações.

Mapa 5 - Área de atuação da 7ª DIREC – 2017

Ainda no segmento da Educação, um evento de grande significado para Santa

Cruz e circunvizinhanças foi a instalação do Centro Rural Universitário de Treinamento e

Ação Comunitária - CRUTAC, vinculado a Universidade Federal do Rio Grande do Norte –

UFRN. Esse programa pioneiro de extensão universitária foi criado e implantado na UFRN,

em 1966, na gestão do Reitor Onofre Lopes da Silva, seu primeiro reitor. Em Santa Cruz,

primeiro município a receber o programa, inicialmente funcionou no prédio da Maternidade

Ana Bezerra, tendo como Diretor Dr. Daladier da Cunha Lima (AMORIM, 1997).

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Pode-se considerar o CRUTAC como elemento pioneiro da centralidade de Santa

Cruz. Além de desenvolver um programa de fortalecimento da educação (estágio de

universitários nas escolas públicas dos municípios), foram desenvolvidos programas na área

da saúde (atendimento médico e dentário) e da cultura (palestras, entretenimentos, filmes

educativos, apresentações culturais, cursos profissionalizantes como bordados, articulinários,

entre outros).

Em 14 de fevereiro de 1981, o CRUTAC passou a funcionar em uma sede própria

na Comunidade Caiçarinha, distante três quilômetros da Cidade de Santa Cruz e recebeu o

nome de Núcleo de Ensino Superior do Trairi (NEST). Segundo Santos (2010), o prédio do

NEST foi erguido para ser a Escola de Agronomia da Região do Trairi. Todavia, essa

edificação foi utilizada para instalação do campi da UFRN em Santa Cruz visando ofertar os

cursos de Letras, Pedagogia e Ciências. No entanto, pela distância da cidade e dificuldades de

deslocamento, principalmente em períodos chuvosos, o prédio foi abandonado, sucateado e

destruído por vândalos. Na década de 1990, o NEST foi totalmente fechado (Anexo E).

Em 1997, a UFRN intensificou sua política de interiorização e juntamente com o

Governo do Estado e Prefeituras da Região do Trairi, foi ofertado o curso de Pedagogia por

meio do convênio Pró-Básica, o qual funcionou no Centro Comunitário Integral (CCI)

(Anexo F).

Finalmente, em 21 de novembro de 2008 foi reinaugurado o Campus da UFRN

em Santa Cruz, designado Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA/UFRN) com a

oferta dos cursos de: Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição (Figura 15). Em 2013, foi criado o

curso de Psicologia, sendo realizado processo seletivo específico para ingresso no ano de

2015 (Anexo G ao M).

Figura 15 - Campus da FACISA/UFRN em Santa Cruz - 2017

Fonte: Arquivo do autor, 2017.

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A UFRN é uma instituição que demonstrou nos últimos anos uma expansão

voltada a interiorização das suas ações de Ensino (graduação e pós-graduação), Pesquisa e

Extensão. A partir do Programa de Reestruturação e Expansão das Instituições de Ensino

Superior (REUNI)10

lançado pelo governo federal, a UFRN proporcionou melhorias na

infraestrutura e na qualidade de suas atividades acadêmicas.

A instalação da FACISA foi de grande relevância para Santa Cruz, tanto no que se

refere a dinâmica intraurbana, quanto em termos de centralidade regional. Além da ampliação

do acesso a alunos de diversas localidades do país (Tabela 6), a instituição tem como

prioridade a consolidação e estruturação de um polo de pesquisa na área da saúde, bem como

ações de extensão sólidas e facilmente acessíveis a comunidade em geral (FACISA, 2017).

Tabela 6 - Origem dos alunos ativos da FACISA/UFRN - 2016

Estado Número de Alunos Ativos

Rio Grande do Norte 506

Ceará 04

Paraíba 16

Pernambuco 01

Pará 02

Amazonas 02

Minas Gerais 02

Rio de Janeiro 02

Paraná 01

Goiás 03

Distrito Federal 03

Não informado 15

Total 557

Fonte: Registros dos alunos ativos da UFRN, Campus de Santa Cruz, 2016.

Os dados evidenciam que em 2016, 90,84% dos alunos ativos da FACISA eram

naturais do Rio Grande do Norte. Dentre os municípios potiguares destacam-se Currais Novos

(23,15%), Natal (16,87%), Santa Cruz (12,74%) e Caicó (9,51%) como aqueles que tinham o

maior número de alunos ativos na FACISA em 2016. Outrossim, verifica-se que dos 167

municípios potiguares, 51 foram indicados como local de origem dos alunos matriculados na

10

O Reuni foi instituído pelo Decreto nº 6.096, de 24 de abril de 2007, e é uma das ações que integram o Plano

de Desenvolvimento da Educação (PDE), tendo como principal objetivo ampliação do acesso e a permanência na

educação superior. Com o Reuni, o governo federal adotou uma série de medidas para retomar o crescimento do

ensino superior público, criando condições para que as universidades federais promovam a expansão física,

acadêmica e pedagógica da rede federal de educação superior (MEC, 2017).

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FACISA. Isso significa que quanto a origem dos alunos, a área de influência deste campi da

UFRN abrange quase todas as regiões do estado.

No referido ano, dentre os cursos da FACISA, Enfermagem foi o que apresentou

o maior número de matrículas (174 alunos), seguido de Fisioterapia (163 alunos), Nutrição

(136 alunos) e Psicologia (84 alunos) (Apêndice E). A respeito da origem dos alunos do curso

de Enfermagem, Currais Novos lidera com 25,29% de matrículas, seguido por Santa Cruz

(17,24%), Natal (16%) e Caicó (6,32%).

Considerando o número de alunos matriculados em 2016, o curso de Fisioterapia

apresentou o seguinte perfil: 22,70% eram provenientes de Currais Novos, 12,88% eram de

Natal, 9,82% de Santa Cruz, 8,59% de Caicó e 4,29% de Parelhas (Apêndice F). Neste curso,

houve matrícula de alunos oriundos de outros estados, como Paraíba, São Paulo, Pará, Distrito

Federal, Rio de Janeiro, Pernambuco e Minas Gerais, evidenciando um raio de abrangência

que extrapola os limites do estado potiguar.

Em relação a origem dos alunos do curso de Nutrição, em 2016, 22,79% eram

provenientes de Currais Novos, 14,70% de Caicó, 14,70% de Natal, 11,02% de Santa Cruz e

5,88% de Assu. Além dos alunos naturais do Rio Grande do Norte, também havia os de São

Paulo, Goiás, Paraíba e Amazonas.

O curso de Psicologia é o que detém o menor número de alunos da FACISA,

devido ao fato de ser o mais recente tem apenas 3 anos de existência. Segundo os dados de

2016, a origem dos alunos ativos era bastante diversa, incluindo os estados do Ceará, Rio de

Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Dentre os alunos ativos, 29,76% eram oriundos de Natal,

20,23% de Currais Novos e 11,90% de Santa Cruz.

Mediante esses dados, constata-se que em 2016, os alunos da FACISA/UFRN

eram oriundos de municípios das mais diversas regiões do Rio Grande do Norte, sobretudo da

Região do Seridó Potiguar e de Natal, capital do Rio Grande do Norte. Vale o registro de que

em Currais Novos, Caicó e Natal há campi da UFRN.

O Sistema de Seleção Unificada (SISU), juntamente com as políticas de

interiorização e de assistência estudantil da UFRN, ampliaram as possibilidades de ingresso

de alunos de diferentes localidades do país na instituição, por exemplo, Minas Gerais, São

Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Amazonas, Pará, Paraná, Paraíba, Goiás, Distrito Federal

e Ceará (mapa 6). As políticas de Assistência Estudantil da UFRN são Residência

Universitária, Auxílio Moradia, Auxílio Alimentação, Auxílio Transporte, Auxílio Óculos,

Auxílio Creche, Bolsas de Apoio Técnico e Bolsas de Pesquisa, que ajudam os estudantes a se

manterem longe de casa.

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Mapa 6 - Estados de origem dos alunos da FACISA/UFRN - 2016

Ainda no campo da Educação em Santa Cruz, destaca-se a instalação do Instituto

Federal de Educação e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), em 20 de agosto de 2009,

que oferta o ensino médio integralizado com cursos técnicos e cursos de graduação -

licenciaturas em Matemática e Física.

A instalação do campus do IFRN de Santa Cruz tem um importante papel na

formação técnica não só da população do município, como também da região sob sua

influência. Segundo os dados obtidos (Tabela 7), em 2016, 51,23% dos alunos do IFRN eram

de Santa Cruz. Dentre os municípios com maior número de alunos destacam-se Campo

Redondo com 13,11% e Tangará com 11,65%, ambos localizados nas circunvizinhanças de

Santa Cruz.

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Tabela 7 - Alunos do IFRN de Santa Cruz por município de origem - 2016

Município de origem Número de alunos

Rio Grande do Norte

Apodi 1

Bom Jesus 4

Caicó 1

Campo Redondo 117

Ceará-Mirim 1

Cel. Ezequiel 13

Currais Novos 10

Jaçanã 14

Januário Cicco 2

Japi 31

Jardim de Piranhas 1

Lagoa Nova 1

Lajes Pintadas 39

Macaíba 2

Monte das Gameleiras 1

Natal 4

Parnamirim 2

Santa Cruz 457

São Bento 34

São José de Campestre 7

São Paulo do Potengi 3

São Tomé 3

Senador Elói de Souza 5

Serra Caiada 27

Sitio Novo 7

Tangará 104

Paraíba

Nova Floresta 1

Total 892

Fonte: Relatório de matrículas do IFRN, Campus Santa Cruz, 2016.

Além de fortalecer a centralidade exercida por Santa Cruz na rede urbana em que

está inserida, a instalação do Campus do IFRN na cidade também se refletiu na dinâmica

intraurbana. Nesse caso, houve a valorização dos terrenos próximos ao local onde foi

instalado o campus - Bairro do Paraíso, que até então eram desvalorizados e também em

outras áreas da cidade, além de ter contribuído para a expansão de estabelecimentos como

restaurantes e lanchonetes, gerando renda para a população local.

O IFRN de Santa Cruz oferece graduação em Física e Matemática e três

modalidades de cursos técnicos: Integrado, Subsequente e EJA. De acordo com dados de

2016, os cursos integrados ofertados pelo IFRN são Informática, Mecânica e Refrigeração e

Climatização, os quais contavam com 234, 191 e 48 alunos respectivamente. A origem dos

alunos dos cursos técnicos integrados pode ser visualizada na Tabela 8.

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Tabela 8 - Origem dos alunos ativos dos Cursos Integrados da IFRN - 2016

Curso

Origem

Informática Mecânica Refrigeração e

Climatização

Rio Grande do Norte

Apodi 1 - -

Bom Jesus 1 - -

Campo Redondo 28 - -

Coronel Ezequiel 3 26 13

Jacana 6 4 3

Januario Cicco 2 - -

Japi 6 4 -

Lajes Pintadas 8 11 1

Macaíba 1 1 -

Macaíba - - -

Natal 2 1 -

Santa Cruz 122 100 18

São Bento do Trairi 12 8 -

São Jose do Campestre 4 2 1

São Paulo do Potengi 2 - -

São Tomé 2 1 -

Senador Elói de Souza 4 - -

Serra Caiada 11 6 6

Sitio Novo 2 2 1

Tangará 17 24 5

Paraíba

Nova Floresta - 1 -

Total 234 191 48

Fonte: Relatório de matrículas do IFRN, campus Santa Cruz, 2016.

Em 2016, dentre os alunos do curso de Informática Integrada os municípios com

maior número de matrículas são: Santa Cruz (52,13%), Campo Redondo (11,96%), Tangará

(7,26%), São Bento do Trairi (5,12%), Serra Caiada (4,7%), Lajes Pintadas (3,41%), Japi

(2,56%). O restante corresponde a menos de 2% cada.

Examinando os dados do curso de Mecânica Integrada, no ano de 2016, 52,35%

dos alunos eram de Santa Cruz, 13,61% de Coronel Ezequiel, 12,56% de Tangará, 5,75% de

Lajes Pintadas, 4,18% de São Bento do Trairi, 3,14% de Serra Caiada, 2,10% de Jaçanã e

2,10% de Japi. O restante corresponde a menos de 2% cada município.

Refrigeração e Climatização apresentou o menor número de alunos dos cursos

integrados em 2016. No entanto, a maioria dos seus alunos eram externos a Santa Cruz,

conforme descrito a seguir: 24,52% de Coronel Ezequiel; Serra Caiada e Tangará possuíam

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9,43% cada; 5,66% eram de Jaçanã. De Santa Cruz eram 33,96% do total de alunos

matriculados.

Os cursos técnicos subsequentes do IFRN ofertados em Santa Cruz são

Refrigeração e Climatização e Manutenção e Suporte em Informática. Nessa modalidade, o

ingresso se dá após os alunos terem cursado o ensino médio em outras instituições. Em 2016,

o curso de Refrigeração e Climatização detinha 84 alunos matriculados e Manutenção e

Suporte em Informática possuía 78 alunos. A origem desses alunos está demonstrada na

Tabela 9.

Tabela 9 - Origem dos alunos ativos dos Cursos Subsequentes do IFRN - 2016

Curso

Origem

Refrigeração e

Climatização

Manutenção e

Suporte em

Informática

Caicó - 1

Coronel Ezequiel 17 -

Coronel Ezequiel - 14

Currais Novos - 1

Japi 5 4

Jardim de Piranhas 1 -

Lajes Pintadas 4 5

Parnamirim 1 -

Santa Cruz 42 33

São Bento do Trairi 2 4

Tangará 12 16

Total 84 78

Fonte: Relatório de matrículas do IFRN, Campus Santa Cruz, 2016.

Quanto a origem dos alunos do curso Técnico Subsequente de Refrigeração e

Climatização em 2016, nota-se que exatamente 50% dos alunos eram de Santa Cruz, 20,23%

de Coronel Ezequiel, 14,28% de Tangará, 5,95% de Japi, 4,76% de Lajes Pintadas, 2,38% de

São Bento do Trairi. Jardim de Piranhas e Parnamirim são os municípios mais distantes de

Santa Cruz possuem 1,19% cada um. Esses dados mostram que o IFRN contribui para o

aumento do raio de influência da Cidade de Santa Cruz, não se detendo apenas as cidades

circunvizinhas.

Em 2016, no que se refere aos alunos de Manutenção e Suporte em Informática,

na modalidade subsequente, o quadro é o seguinte: Santa Cruz - 42, 31%; Tangará - 20,51%;

Coronel Ezequiel - 17,95%; Lajes Pintadas - 6,41%; Japi e São Bento do Trairi - 5,12% cada,

e Caicó e Currais Novos, municípios da Região do Seridó, com 1,28% do total.

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61

Os cursos técnicos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos - EJA tem

como objetivo oferecer uma oportunidade para as pessoas que, por qualquer motivo, não

concluíram o médio na idade apropriada. No Campus do IFRN de Santa Cruz em 2016, os

cursos oferecidos nesta modalidade, foram “Manutenção e Suporte em Informática” com 59

matriculados e “Refrigeração e Climatização” com apenas 14 alunos (Tabela 10).

Tabela 10 - Quantidade e origem dos alunos ativos dos cursos EJA do IFRN - 2016

Curso

Origem

Manutenção e

Suporte em

Informática

Refrigeração e

Climatização

Bom Jesus 1 -

Campo Redondo 4 2

Japi 2 1

Lajes Pintadas 2 2

Santa Cruz 36 9

São Bento do Trairi 2 -

Tangará 12 -

Total 59 14

Fonte: Relatório de matrículas do IFRN, Campus Santa Cruz, 2016.

Os cursos técnicos na modalidade EJA foram os que apresentaram o maior

número de alunos naturais de Santa Cruz no ano de 2016. O curso de Manutenção e Suporte

de Informática possuía 61,02% de matriculados oriundos do Município de Santa Cruz. Isso se

deve ao fato do curso ser voltados para jovens e adultos que não estão mais em idade escolar,

a maioria trabalha e estuda a noite, dificultando mais ainda para as pessoas de outras cidades.

Quanto a origem dos alunos deste curso, tem-se o seguinte: Tangará detém 20,34% do

alunado, 6,78% eram de Campo Redondo, de Japi, Lajes Pintadas e São Bento do Trairi

vinham 3,39% cada e 1,70% era proveniente de Bom Jesus.

O curso técnico em Refrigeração e Climatização-EJA foi o que apresentou o

menor número de matrículas da instituição no ano de 2016. Ainda assim, é formado por

alunos de quatro municípios: 64% de Santa Cruz, 14,28% de Campo Redondo, 14,28% de

Lajes Pintadas e 7,14% de Japi.

Embora os alunos da modalidade EJA apresentem as dificuldades já mencionadas,

boa parte advém de municípios vizinhos a Santa Cruz, ressaltando a importância regional

desta cidade.

Por fim, no que concernem aos cursos de nível superior, o Campus do IFRN em

Santa Cruz oferece vagas na modalidade licenciatura de Física e Matemática. Em 2016, esses

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62

cursos registraram matrículas totais muito próximas (93 e 89 matrículas, respectivamente)

(Tabela 11).

Tabela 11 - Quantidade e origem dos alunos ativos dos cursos superiores em licenciatura

do IFRN - 2016

Curso

Origem Física Matemática

Bom Jesus - 1

Campo Redondo 8 14

Ceará-Mirim 1 -

Currais Novos 7 2

Jaçanã - 1

Japi 5 4

Lagoa Nova - 1

Lajes Pintadas 3 3

Monte das Gameleiras - 1

Natal 1 -

Parnamirim 1 -

Santa Cruz 53 44

São Bento do Trairi 3 3

São Paulo do Potengi - 1

Senador Elói de Souza 1 -

Serra Caiada 1 3

Sitio Novo 2 -

Tangará 7 11

Total 93 89

Fonte: Relatório de matrículas do IFRN, Campus Santa Cruz, 2016.

Analisando a origem dos alunos que cursaram Licenciatura em Física no ano de

2016, 56,99% eram de Santa Cruz, 8,60% de Campo Redondo, 7,52% de Currais Novos,

7,52% de Tangará, 5,37% de Japi, 3,22% de Lajes Pintadas, 3,22% de São Bento do Trairi e

2,15% de Sitio Novo. Os demais municípios correspondem a 1% cada.

No curso de Licenciatura em Matemática, em 2016, 49,4% dos alunos eram de

Santa Cruz, 15,7% de Campo Redondo, 12,4% de Tangará, 4,49% de Japi. Lajes Pintadas,

São Bento do Trairi e Serra Caiada respondiam por 3,37%, cada. O município de Currais

Novos correspondia a 2,25% do total e os demais municípios, 1,12%.

De modo geral, no ano de 2016 os cursos apresentaram um padrão semelhante no

que se refere a origem dos alunos, visto que aproximadamente 65% são de Santa Cruz, os

demais eram de municípios circunvizinhos ou de outras regiões do estado. Isso se deve ao fato

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de que os municípios de Campo Redondo, Lajes Pintadas, São Bento do Trairi, Tangará e Japi

oferecerem transporte escolar diário para os estudantes do IFRN.

A importância do IFRN de Santa Cruz no contexto regional é indiscutível,

oferecendo oportunidade de formação técnica e de nível superior com qualidade,

considerando-se a infraestrutura de salas, laboratórios, biblioteca e quadro de professores com

qualificação elevada.

Conforme os dados obtidos, a origem dos alunos da UFRN e do IFRN extrapola a

Microrregião Agreste Potiguar, onde se localiza Santa Cruz (Mapas 7 e 8).

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Mapa 7 - Rio Grande do Norte - Municípios de origem dos alunos da FACISA/UFRN – 2016.

64

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Mapa 8 - Rio Grande do Norte - Municípios de origem dos alunos do IFRN – 2016.

65

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A chegada de alunos, professores e funcionários dessas instituições repercute

sobre o mercado imobiliário e promove modificações na paisagem urbana por meio da

construção de kitnets e apartamentos maiores, visando atender as demandas por moradia

(Figura 16).

Figura 16 - Santa Cruz - Condomínio ao lado da FACISA/UFRN - 2017

Fonte: Pesquisa de campo, 2017

Entretanto, um problema que vem se manifestando na cidade em decorrência da

expansão imobiliária diz respeito as construções desordenadas. Muitas pessoas fazem o

famoso “puxadinho”, ou seja, aproveitam alguma parte de terreno ou da própria casa e

constroem lajes, construindo pavimentos sem a autorização ou acompanhamento de técnicos e

órgãos competentes. Isso pode gerar riscos para quem vai usufruir do empreendimento.

Com relação aos serviços voltados a Educação, podemos citar escolas de ensino

fundamental e médio e universidades particulares, além de cursinhos pré-vestibulares, que

também atendem pessoas das cidades circunvizinhas. Quanto as universidades particulares,

evidencia-se o crescente número de alunos assistidos pelo Programa Universidade para Todos

(PROUNI)11

e pelo Fundo de Financiamento Estudantil (FIES)12

.

No que se refere a Administração Pública, a Cidade de Santa Cruz sedia várias

instituições que prestam serviços aos municípios do seu entorno. Dentre essas instituições, é

11

Programa do Governo Federal, criado em 2004 e institucionalizado pela Lei n° 11.096, em 13 de janeiro de

2005, que tem como finalidade a concessão de bolsas de estudo integrais e parciais em cursos de graduação e

sequenciais de formação específica, em instituições privadas de educação superior (MINISTÉRIO DA

EDUCAÇÃO E CULTURA, 2017). 12

Programa do Ministério da Educação destinado a financiar a graduação na educação superior de estudantes

matriculados em cursos superiores não gratuitas na forma da Lei 10.260/2001. Podem recorrer ao financiamento

os estudantes matriculados em cursos superiores que tenham avaliação positiva nos processos conduzidos pelo

Ministério da Educação.

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importante mencionar a existência de dois cartórios eleitorais, os quais centralizam e

coordenam os eleitores domiciliados nas localidades delimitadas pelas 16ª e 68ª zonas

eleitorais (Japi e Santa Cruz – 16ª; Campo Redondo, São Bento do Trairi, Jaçanã, Lajes

Pintadas e Coronel Ezequiel – 68ª zona).

Outro equipamento urbano importante é a Central do Cidadão, inaugurada em 27

de outubro de 2006, com a finalidade de atender a demanda da população da região através de

serviços integrados em um mesmo local, tais como: Departamento Estadual de Trânsito -

DETRAN, Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor - PROCON, Instituto Técnico

de Polícia - ITEP, Receita Federal, Junta Militar, Companhia de Águas e Esgotos - CAERN,

Delegacia Regional do Trabalho - DRT, Tribunal Regional Eleitoral - TRE, Junta Militar,

Sistema Nacional de Emprego - SINE, Banco do Cidadão, Secretarias Estaduais e Municipais.

Na cidade tem ainda a Agência do IBGE, que atua na coleta de dados em 28

municípios: Barcelona, Bodó, Bom Jesus, Campo Redondo, Cerro Corá, Coronel Ezequiel,

Jaçanã, Boa Saúde, Japi, Lagoa D‟anta, Lagoa de Velhos, Lajes Pintadas, Monte das

Gameleiras, Passa e Fica, Santa Maria, Serra Caiada, Riachuelo, Ruy Barbosa, Santa Cruz,

São Bento do Trairi, São José de Campestre, São Paulo do Potengi, São Pedro, São Tomé,

Senador Elói de Souza, Serra de São Bento, Sítio Novo e Tangará (Mapa 9). Além dos censos

populacionais realizados a cada 10 anos, outra função é a Pesquisa Nacional por Amostra de

Domicílios (PNAD), coletando informações de forma contínua13

por meio de uma amostra de

domicílios, sobre a inserção da população no mercado de trabalho associada a características

demográficas e de educação, e, também, para o estudo do desenvolvimento socioeconômico

da região, agregando a produção de resultados anuais sobre temas permanentes da pesquisa

(como trabalho infantil e outras formas de trabalho, migração, fecundidade etc.) e outros

aspectos relevantes selecionados de acordo com as necessidades de informação. É o órgão

ligado aos serviços da administração pública com maior raio de influência regional.

13

Periodicidade da PNAD contínua: Mensal, para um conjunto restrito de indicadores relacionados à força de

trabalho e somente para o nível geográfico de Brasil; trimestral, para indicadores relacionados à força de

trabalho; anual, para os demais temas permanentes da pesquisa e indicadores complementares relacionados à

força de trabalho; e variável, para outros temas ou tópicos dos temas permanentes a serem pesquisados com

maior periodicidade ou ocasionalmente (IBGE, 2017).

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Mapa 9 - Municípios de atuação da Agência do IBGE de Santa Cruz

No segmento da Administração Pública, em termos de segurança pública há em

Santa Cruz a 9ª Delegacia Regional de Polícia (9ª DRP), unidade policial que tem como

função o atendimento ao público, no que concerne a registros de Boletins de Ocorrências

(BO), base e administração de operações policiais, investigações criminais e detenção

temporária de suspeitos e presos em flagrante delito.

Nas instalações da 9ª DRP funciona também o Centro de Detenção Provisória de

Santa Cruz (CDP), que tem a função de receber presos provisórios que

aguardam julgamento em regime fechado. O CDP de Santa Cruz apresenta problemas de

diferentes naturezas: infraestrutura precária, superlotação de celas, número reduzido de

agentes policiais, fazendo com que se acumulem inquéritos e vários apenados que deveriam

ser transferidos para as penitenciárias ou soltos, continuam na Detenção Provisória. O CDP de

Santa Cruz funciona com apenas sete Agentes Penitenciários e a DRP com 10 Agentes de

Polícia, o que se mostra insuficiente para atender a demanda de Santa Cruz e da jurisdição da

Delegacia.

Outro órgão da administração pública com sede na Cidade de Santa Cruz é a 4ª

Companhia Independente de Polícia Militar (4ª CIPM), criada pelo Decreto nº 21.612, de

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07 de abril de 2010, como órgão de execução na estrutura organizacional da Polícia Militar do

Rio Grande do Norte (PM/RN, 2017). Segundo a Lei Complementar 090 de 04 de janeiro de

1991, que dispõe sobre a organização básica da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, as

Companhias e Pelotões são constituídos de um Comandante e elementos de comando (Seção

ou Grupos de comando), bem como de frações subordinadas (Pelotões ou Grupos) em número

variável, de acordo com as necessidades indicadas pela missão, devendo sua organização

pormenorizada constar dos Quadros de Organização da Corporação14

. Com isso, na

organização da 4ª CIPM as cidades maiores como São Paulo do Potengi, Tangará e Jaçanã

sediam os Pelotões e as menores sediam os destacamentos. Cada destacamento Policial

Militar é responsável pela manutenção da ordem pública nos Municípios e Distritos do

Interior, constitui-se de um Grupo PM, com efetivo variável, de acordo com a missão do

Destacamento.

De acordo com a Administração da 4ª CIPM, o batalhão conta com subdivisões

para uma melhor atuação, quais sejam: o Pelotão de Rádio Patrulha que tem como finalidade

realizar o policiamento preventivo e ostensivo, preservando a manutenção da ordem, a paz

pública nas áreas urbana e rural dos municípios da região, atendendo os mais diversos tipos de

crimes e auxiliando a população em geral em situações de caráter de urgência e emergência.

Acionada sempre pela central de operações de 4ª CIPM, a rádio patrulha tem se diferenciado

em prisões de infratores que tentam perturbar a paz pública e a incolumidade das pessoas,

com atendimento urbanizado, respeitando os direitos constitucionais de cada pessoa.

Além disso, tem-se o Grupo Tático Operacional (GTO), criado no dia 21 de abril

de 2001 para o enfrentamento ao crime organizado, não só na área de atuação operacional da

4ª CIPM, como também em outras áreas do estado quando requisitado. A Ronda Ostensiva

com Apoio de Motocicleta - ROCAM, que tem sido a nova modalidade de policiamento na

cidade de Santa Cruz atua com agilidade e rapidez no patrulhamento diário pelas vielas,

logradouros, terrenos baldios, locais de difícil acesso para as viaturas, realizando rondas nas

imediações das escolas apoiando as viaturas nas abordagens á pessoas suspeitas e prisões.

Segundo a administração da 4ª CIPM, dos problemas encontrados nos municípios

da área de abrangência da Companhia, pode-se destacar o déficit de efetivo, posto que estão

operando com apenas 50% do total necessário. Em alguns municípios, apenas 10% estão na

14

RIO GRANDE DO NORTE. Lei Complementar 090 de 04/01/1991. Dispõe sobre a organização básica da

Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte e dá outras providências. Diário Oficial do Estado do Rio

grande do Norte. RN, n 7.449, p. 1 a 5. 5 de Jan. 1991. Disponível em:

<http://adcon.rn.gov.br/ACERVO/gac/DOC/DOC000000000067410.PDF>. Acesso em: 10 de jan. 2017.

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ativa, muitas vezes atuando apenas dois policiais de plantão nos destacamentos. Há falta de

armamento novo e adequado, tendo em vista os correntes casos de assaltos a caixas

eletrônicos de agências bancárias na região, onde as quadrilhas agem com armamento pesado

e em grande número. Isso faz com que as agências e os correspondentes bancários de Santa

Cruz sobrecarreguem no atendimento ao público.

Portanto, no segmento de Segurança Pública, tem-se a 9ª DRP, que atende 10

municípios - Santa Cruz, Campo Redondo, Coronel Ezequiel, Jaçanã, Japi, Lajes Pintadas,

São Bento do Trairi, Sítio Novo, Tangará, Serra Caiada (Mapa 10); e a 4ª CIPM cuja atuação

abrange os municípios de Santa Cruz, Campo Redondo, Coronel Ezequiel, Jaçanã, Japi, Lajes

Pintadas, São Bento do Trairi, São Paulo do Potengi, Bom Jesus, São Pedro, Barcelona,

Senador Elói de Sousa, Serra Caiada, Rui Barbosa, Lagoa de Velhos, São Tomé, Sítio Novo e

Tangará (Mapa 11).

Mapa 10 - Área de Atuação da 9ª DRP de Santa Cruz - 2017

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Mapa 11 - Área de Atuação da 4ª CIPM – Santa Cruz - 2017

3.3 SERVIÇOS PESSOAIS DE HOTELARIA E ALOJAMENTOS: O TURISMO

RELIGIOSO COMO ELEMENTO DE CENTRALIDADE.

Na Cidade de Santa Cruz, os serviços de hotelaria e alojamento tem sido alvo de

um processo de expansão que está associado a própria dinâmica do terciário via instalação de

instituições públicas e privadas, com destaque para o segmento de Educação.

Acrescente-se a esse aspecto, que Santa Cruz vivenciou uma situação particular ao

ter ampliado suas funções urbanas quando se tornou um destino turístico, por meio da

construção do Complexo Turístico Religioso Alto de Santa Rita, o que influenciou

diretamente na oferta de serviços, dentre eles, aqueles ligados a hotelaria e aos alojamentos.

Considerando a capacidade que tem o turismo de transformar o espaço no qual se

estabelece, observa-se que a cidade vem passando por uma reorganização espacial

implementada pelo e para o atendimento as demandas dessa atividade. Em decorrência disso,

os setores de comércio e serviços foram ampliados, fortalecendo ainda mais o perfil terciário

que a economia local vem assumindo. O número de estabelecimentos de serviços,

especialmente os hotéis e pousadas aumentou a partir da construção do referido Complexo em

2008 (Tabela 12).

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Tabela 12 - Santa Cruz: Rede Hoteleira - 2017

Hotel/Pousada Inauguração Funcionários Apartamentos Leitos

Aliança I 2010 6 26 55

Aliança II 2012 6 30 74

Casa Nossa 1986 4 10 20

Dallas 2009 2 30 100

Esperança 2002 2 7 21

Hotel Brasa 1975 3 20 40

Master 2011 2 7 14

O Ideal 1992 2 8 18

Panela Quente 2002 2 9 20

Riviera 2005 8 31 101

Santa Rita I 1999 4 21 62

Santa Rita II 2009 3 11 28

Terra Santa 2016 2 6 18

Trairi 2017 2 20 39

Total - 54 233 571

Fonte: Prefeitura Municipal de Santa Cruz/Secretaria Municipal de Turismo e Desenvolvimento

Econômico de Santa Cruz, 2017.

Os dados da Secretaria de Turismo do Município de Santa Cruz, demonstram que

em 2008 – antes do complexo turístico o número de pousadas da cidade era de apenas 7; em

2017 conta com 14 estabelecimentos. Além das pousadas, os restaurantes também

demonstraram expressivo crescimento da cidade era de apenas 4; em 2017 conta com 23

estabelecimentos (Anexo N).

Nessa perspectiva, observa-se que a dinâmica socioespacial de Santa Cruz foi

intensificada nos últimos 9 anos em decorrência de sua nova funcionalidade enquanto lugar

turístico. De acordo com Santos (2010), o complexo ganhou o título de Santuário em

homenagem a Rainha dos Sertões, conferido através do decreto nº 017/2009, assinado pelo

Arcebispo Metropolitano na Arquidiocese de Natal D. Matias Fabrício de Macedo, no dia 11

de outubro de 2009.

O Santuário tem como símbolo principal, a estátua de Santa Rita de Cássia,

padroeira das “causas impossíveis”, com 56 metros de altura (Figura 17). O complexo se

constitui de capela, praça do romeiro, sala de promessas, auditório, mirantes, restaurante,

lanchonete, estacionamento, lojinhas e banheiros (SANTOS, 2010).

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Figura 17 - Estátua de Santa Rita de Cássia

Fonte: Arquivo do autor, 2017.

Essa nova funcionalidade urbana tem gerado impactos positivos a economia de

Santa Cruz, visto que, semanalmente, a cidade tem recebido uma média de 30 ônibus de

romeiros em visita ao Santuário. Ressalta-se que no dia da padroeira Santa Rita de Cássia, no

ano de 2011, Santa Cruz recebeu 514 ônibus. Essa dinâmica inseriu a cidade no roteiro do

turismo religioso do estado. No dia 21 de maio de 2017 foram contabilizadas cerca de 15.000

visitantes, segundo dados da Secretaria de Turismo do Município (Figura 18).

Figura 18 - Santa Cruz - Romeiros em visita ao Alto de Santa Rita - 2017

Fonte: Pesquisa de campo, 2017

Além de movimentar a economia dos estabelecimentos que formam o Complexo

(lanchonetes, restaurantes, lojinhas), a presença desses romeiros alimenta o circuito inferior

da economia (ambulantes) que se situa nas calçadas de acesso ao Santuário. Nesse tipo de

comércio, realizado nos finais de semana e feriados são vendidos itens religiosos, réplicas em

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miniatura da estátua, camisetas, porta retratos e vários outros artigos. O número de

ambulantes envolvidos na atividade chega a 60 (com associação registrada) e a renda gerada

é, em média, de 700 reais mensais. Todavia, há diferenciais, tendo em vista que uma banca de

camisetas pode chegar a uma renda de 10.000 reais no mês dos festejos da padroeira, segundo

os comerciantes.

Entre os agentes que controlam e regulam o espaço do complexo turístico

religioso Alto de Santa Rita de Cássia, destacam-se a Igreja Católica e o Estado. A Igreja,

enquanto administradora deste espaço, detém meios que proporcionam às verticalidades se

sobreporem as horizontalidades, através das atividades desenvolvidas pela paróquia, como por

exemplo: os cartões de crédito, o estoque e a exploração do trabalho que são desenvolvidas no

âmbito das lojas e lanchonetes administrados por esta. Contudo, os ambulantes que sempre

encontram alternativas, estão presente nas calçadas que dão acesso ao complexo e, desta

forma, embora enfrentem dificuldades para o desenvolvimento de suas atividades neste local,

também influenciam em sua produção (Figura 19).

Figura 19 - Santa Cruz - Ambulantes na calçada de acesso ao Alto de Santa Rita – 2017

Fonte: Pesquisa de campo, 2017.

Recentemente, muitas atividades que envolvem o comércio e os serviços da

Cidade de Santa Cruz estão sendo direcionadas para atender demandas do turismo religioso.

Registra-se a construção de pousadas, restaurantes, kitnets e apartamentos que atendem ao

turismo religioso, sobretudo durante a realização da Festa de Santa Rita, e a outras demandas

que surgiram com a instalação de estabelecimentos de ensino, por exemplo.

A construção do Alto de Santa Rita em Santa Cruz apresenta uma dimensão

cultural e política. Cultural porque envolve religião, crença, fé e produção do espaço. A

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cidade vem sendo marcada pelo surgimento de estabelecimentos comerciais e de serviços, que

levam o nome de “Santa Rita”, em sintonia com esse evento. Esse complexo inseriu Santa

Cruz no roteiro do turismo religioso do Rio Grande do Norte.

Com relação ao viés político, nas últimas eleições a propaganda eleitoral do

Deputado Tomba, veiculada inclusive na televisão era diretamente articulada a imagem do

Alto de Santa Rita. A força política de Tomba, em nível estadual, advém dessa produção

cultural do espaço. Deriva da atuação do referido deputado a obtenção de verbas para

construção de um teleférico, para ligar a Igreja Matriz ao Alto de Santa Rita de Cássia. A

Estação I, ao lado da Igreja já foi finalizada. Espera-se o término da Estação II, ao lado do

Complexo Turístico Religioso. Esse empreendimento foi decisivo para o delineamento da

condição de Santa Cruz como cidade turística e contribui efetivamente para o fortalecimento

da centralidade regional por ela exercida, com um raio de influência que vai além da

Mesorregião Agreste Potiguar.

3.4 SERVIÇOS PRODUTIVOS: SERVIÇOS DE APOIO À PRODUÇÃO E A ATIVIDADE

PROFISSIONAL.

No segmento dos serviços produtivos, se inserem aqueles ligados ao crédito, os

quais são ofertados pelos bancos. Nesse aspecto, ressalta-se que as agências bancárias têm

recorrido a terceirização de serviços mediante parcerias com instituições correspondentes, o

que contribui para diminuir as filas e superlotações nos bancos. No entanto, devido aos

recorrentes assaltos, algumas dessas instituições como os Correios que prestam serviços

bancários ao Banco do Brasil, vem deixando de realizar esses serviços em algumas cidades do

entorno de Santa Cruz. Um exemplo é a Agência dos Correios de Japi, que deixou de realizar

até os próprios serviços que envolviam transação com dinheiro e passou a trabalhar apenas

com a entrega de correspondências.

Dessa maneira, se um cliente quiser enviar uma carta não vai poder fazer, pois

envolve o pagamento desta. Assim, este tem que se dirigir a Agência de Santa Cruz para

realizar esse serviço, o que gera problemas de superlotação (Figura 20). Segundo o gerente da

Agência dos Correios de Japi, os serviços que envolvem dinheiro só serão retomados após o

término das instalações de segurança, como a porta giratória e detector de metais. Contudo, os

serviços referentes a transações bancárias como depósitos e saques terão limites máximos

reduzidos, para diminuir o fluxo de cédulas no cofre da instituição.

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Figura 20 - Agência dos Correios de Santa Cruz

Fonte: Pesquisa de campo, 2017.

Levando em consideração os serviços produtivos destaca-se os órgãos que

prestam serviços de apoio à produção e a atividade profissional. Em Santa Cruz há dois

órgãos que prestam serviços de assistência técnica agropecuária em escala regional. Dentre

eles, está o Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER) (Figura 21),

instalado em 1983. Trata-se de uma instituição pública estadual, que tem por função oferecer

assistência técnica para garantir a melhoria da produção agrícola familiar, difundir novas

tecnologias para a agricultura familiar e médio produtores. É um importante intermediário

entre os agricultores familiares da região e as políticas públicas.

Figura 21 - Santa Cruz - Unidade Regional da EMATER

Fonte: Pesquisa de campo, 2017

De modo a não sobrecarregar a sede e facilitar o acesso aos agricultores dos

municípios vinculados, a EMATER firma acordos com as prefeituras para disponibilização de

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um anexo do órgão. Desse modo, são disponibilizados locais de atendimentos, geralmente em

alguma secretaria da prefeitura para atendimento ao público do município que firmou

convênio. O técnico disponibilizado para o atendimento a demanda local pode ser um bolsista

da prefeitura, um comissionado ou um próprio servidor efetivo da EMATER. Caso o

município não tenha convênio, os agricultores têm que se deslocar a Santa Cruz para receber

os serviços que precisam.

Dentre os principais serviços, podemos destacar a emissão da Declaração de

Aptidão (DAP) ao PRONAF. Essa declaração garante que o agricultor esteja em

conformidade para ser atendido pelo Programa de Fortalecimento da Agricultura familiar

(PRONAF), o qual é mais conhecido pela disponibilização de crédito aos agricultores

familiares. Junto com o financiamento, atualmente o programa conta com o subprograma de

Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), que busca fomentar a geração de renda pela

agroindústria, turismo rural, biocombustíveis, plantas medicinais, cadeia produtiva, seguro

agrícola, seguro de preço e seguro contra calamidade por seca na Região Nordeste15.

Paralelo a esses serviços, a Unidade Regional da EMATER de Santa Cruz tem

parcerias com outros órgãos, como o IFRN e IFPB, que organizam visitas técnicas em

assentamentos rurais para estudos e desenvolvimentos de tecnologias acessíveis aos pequenos

produtores rurais. Também atua em escolas municipais e estaduais, promovendo a semana de

meio ambiente e assistências técnicas na produção de hortas.

Outro estabelecimento vinculado a categoria de serviço produtivo, no ramo de

apoio a produção e a atividade profissional é a Unidade Local de Saúde Animal e Vegetal

(ULSAV), órgão público vinculado ao Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária

(IDIARN), que trabalha com duas bases de atuação: Fiscalização e Registro da produção de

animais. Na primeira vertente, a fiscalização acontece na propriedade produtora animal

(granjas, fazendas de gado, caprinos, ovinos, suínos), já o registro é feito a partir do Trânsito

de Animais, onde emitem uma Guia de Trânsito Animal que autoriza o proprietário a

transportar os animais. Segundo um dos técnicos que atua no órgão, até na mesma localidade

faz-se necessário o registro para que sejam controladas a quantidade dos animais em cada

criadouro (caso não possua esse documento no ato do transporte, o proprietário é autuado e

lavrado o auto de infração. Caso se repita é multado).

15

SECRETARIA ESPECIAL DE AGRICULTURA FAMILIAR E DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO.

Assistência Técnica e Extensão Rural. Disponível em:

<http://www.mda.gov.br/sitemda/noticias/assist%C3%AAncia-t%C3%A9cnica-e-extens%C3%A3o-rural>.

Acesso em 10 de Jan de 2017.

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Das atividades de fiscalização, pode-se destacar o controle de pragas e

fiscalização de agrotóxicos, o qual se realiza pela inspeção de entrada de produtos agrícolas

que advêm de outras regiões com foco de pragas catalogadas. Esses insumos não

contaminarão os produtos locais, evitando problemas futuros. Outra atividade desenvolvida

pelo órgão é a fiscalização e adequação de vaquejadas da região. Como são comuns esses

eventos na região, o transporte de animais também se dá de forma expressiva, assim, o órgão

atua evitando os maus tratos e doenças infecciosas para o ser humano, como a anemia

infecciosa equina e mormo.

Além destas atividades, o órgão considera importante o controle da Febre Aftosa,

pois a pecuária ainda é um importante setor da economia, inclusive no mercado de

exportação. Assim, a ULSAV atua no registro de animais e vacinas, emitindo a declaração de

vacina duas vezes por ano, fazendo com que a cada semestre seja atualizado o banco de dados

com a quantidade, a localização e o estado de saúde do rebanho da região. De acordo com o

técnico entrevistado, em caso de algum produtor não vacinar o gado nos períodos de

campanha é feito um agendamento e a vacinação é feita in lócus com a presença dos técnicos

da IDIARN.

Em termos de estrutura, o órgão contém cinco funcionários, sendo dois

agrônomos e três técnicos. Tem parcerias com as prefeituras de outras cidades e com a

EMATER para emissão de declaração de vacina da febre aftosa, devido este ter maior atuação

na região, dispondo funcionários e anexos em todos os municípios. Dessa forma, a atuação da

ULSAV em nível regional, faz com que Santa Cruz, que é a cidade sede do órgão, ganhe

expressão e fortaleça o seu papel de centro regional.

Dentre os serviços técnico-profissionais e de apoio a produção, tem-se delimitada

a área de atuação da Unidade Regional da EMATER, que presta serviços a 12 municípios –

Campo Redondo, Lajes Pintadas, São José de Campestre, Japi, Sítio Novo, Monte das

Gameleiras, Serra de São Bento, Jaçanã, Coronel Ezequiel, Tangará, São Bento do Trairi e

Santa Cruz (Mapa12), e da ULSAV, com atuação em 12 municípios: Santa Cruz, Lajes

Pintadas, Campo Redondo, Cel Ezequiel, Jaçanã, São Bento do Trairi, Japi, Tangará, Sítio

Novo, Serra Caiada, São José de Campestre e Boa Saúde (Mapa 13).

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Mapa 12 - Área de atuação da Unidade Regional da EMATER em Santa Cruz - 2017

Mapa 13 - Área de atuação da ULSAV de Santa Cruz - 2017

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A discussão acerca da centralidade regional requisita a espacialização desse

processo como uma forma de favorecer o seu entendimento. Nesse sentido, ao se analisar a

relação entre produção do espaço urbano e centralidade regional, tendo a Cidade de Santa

Cruz como referência, identificou-se no segmento dos serviços algumas instituições cuja

atuação abrange uma escala regional. Diante desse reconhecimento, buscou-se delimitar a

área de atuação dessas instituições e recorreu-se a sobreposição dessas representações

espaciais, como forma de conferir visibilidade a cartografia da área de influência da Cidade de

Santa Cruz (Mapa 14).

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Mapa 14 - Área de influência de Santa Cruz por segmentos do setor de serviços

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O produto cartográfico resultante do exercício de sobreposição das áreas de

influência de alguns segmentos do Setor de Serviços, cujas sedes ou instituições localizam-se

na Cidade de Santa Cruz revela o espaço por ela polarizado. Nessa cartografia da área de

influência de Santa Cruz constam 31 municípios do Rio Grande do Norte, que estabelecem

relações com a cidade, inclusive mediante a geração de fluxos que extrapolam os limites da

Microrregião Borborema Potiguar, onde se situa o município.

Nessa perspectiva, torna-se evidente que a centralidade regional que Santa Cruz

construiu historicamente reafirma-se e se fortalece no contexto atual, no qual o terciário se

apresenta como base da economia. Nesse cenário, o comércio e os serviços são fundamentais

a compreensão dos processos que engendram a constituição do urbano em Santa Cruz,

também respondendo, em grande parte, pelos fixos e fluxos que tecem a centralidade regional

que a cidade assume. A dinâmica do terciário repercute na geração e na constância dos

fluxos, por vezes diários, que articulam as relações interurbanas e alimentam a rede urbana

regional.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho, analisamos a relação entre o processo de produção do espaço

urbano de Santa Cruz e a centralidade regional que exerce. Com isso, a partir da realização de

pesquisa bibliográfica, em dados estatísticos e de campo, o trabalho foi desencadeado de

acordo com as seguintes questões: Existe relação entre o processo de produção do espaço

urbano e a centralidade regional? Associada a esta questão basilar, buscou-se ainda investigar:

Como ocorreu o processo de produção do espaço urbano em análise? Quais as atividades que

fundamentam a centralidade regional exercida pela cidade?

A análise do processo de produção urbana de Santa Cruz demonstrou que a

aglomeração humana que deu origem a cidade surgiu no período da pecuária, com a

interiorização da colonização do território brasileiro. Com o desenvolvimento da

cotonicultura, a ocupação do espaço tornou-se mais efetiva, tendo em vista que essa atividade

gerava capital e dinamizava a vida urbana.

Nos anos de 1980, no âmbito da reestruturação produtiva do estado, Santa Cruz

alterou sua base econômica que passou da agropecuária para o terciário. Também foi notável

o crescimento demográfico, inclusive com a população urbana passando a ser predominante, e

a ampliação do sítio urbano, via ocupação de novas áreas que deram origem a novos bairros.

Essa expansão urbana também foi influenciada por um evento catastrófico – arrombamento

do açude municipal – que exigiu ações governamentais no sentido de produzir moradias para

os desabrigados. Nesse contexto, a produção do espaço urbano de Santa Cruz passou a ser

dinamizada, especialmente pelo comércio e pelos serviços.

Acrescente-se que a partir das primeiras décadas do século XXI, a cidade ampliou

suas funções urbanas ao assumir o perfil de destino turístico e recebeu investimentos externos

voltados para a atividade comercial, sobretudo de estabelecimentos de comércio em rede. No

tocante ao setor de serviços, a instalação de instituições como a UFRN e IFRN contribuiu

para mudanças na paisagem urbana de Santa Cruz, por meio da construção de apartamentos,

tanto na área central como nos bairros periféricos da cidade, visando atender a crescente

demanda de estudantes de várias partes do Rio Grande do Norte e do Brasil. Nesse ínterim,

verificou-se também que algumas instituições públicas e privadas que prestam serviços a

municípios potiguares e paraibanos foram instalados na cidade.

A investigação realizada, que levou em conta atividades comerciais e de serviços,

indica que o raio de influência de Santa Cruz é maior que o definido pela REGIC 2007. O fato

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de sediar instituições cujos serviços abrangem pessoas de várias localidades do entorno e até

de outras regiões potiguares e de outros estados, ampliam a área de influência da cidade.

Diante do exposto, é possível afirmar que a Cidade de Santa Cruz vivenciou

processos que redefiniram sua estrutura espacial e ampliaram suas funções urbanas. O

conjunto desses eventos que se materializam por meio de fixos e fluxos, contribuem

efetivamente para fortalecer a centralidade regional exercida por Santa Cruz e ampliar sua

área de influência, que extrapola os limites do território potiguar. Dessa forma, no caso em

análise torna-se evidente a relação entre a produção do espaço urbano e a centralidade

regional exercida pela Cidade de Santa Cruz.

Dessa forma, a realização do trabalho nos propiciou chegar um entendimento de

como se constitui a relação entre o processo de produção do espaço urbano de Santa Cruz e a

centralidade regional que exerce no contexto do território do Rio Grande do Norte. Além

disso, no percorrer do estudo amadurecemos enquanto pesquisador através da realização de

um trabalho científico, com rigor teórico e metodológico em nível de mestrado, preposto

desde a elaboração do projeto.

Além disso, tendo em vista que Santa Cruz se apresenta historicamente como

parte de uma região que está atrelada a identidade cultural dos cidadãos, sendo inclusive

objeto de discursos políticos e referência midiática como a Capital da Região do Trairi.

Algumas indagações surgiram no percurso do trabalho, as quais não entraram no enfoque do

mesmo e deixamos como possibilidades de pesquisas futuras, sendo elas: qual o processo

histórico de formação da região do Trairi? Qual a configuração teórico-geográfica da referida

região? Em que medida a região sobrevinda de uma identidade político-cultural passa a ser

adotada por órgãos oficiais?

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APÊNDICES

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Apêndice A: Estabelecimentos de Saúde Ativos em Santa Cruz - 2007

Estabelecimento de Saúde (nome fantasia) Gestão SUS

Administração Pública

Unidade Móvel Terrestre M* Sim

Posto de Saúde de Baixo do Roçado M Sim

Posto de Saúde de Boa Vista D** Sim

Posto de Saúde de Bom Jesus M Sim

Posto de Saúde de Cacaruaba D Sim

Centro de Saúde do Paraiso D Sim

CAPS Francisca Maria da Conceição Chiquita E*** Sim

CRI (Centro de Reabilitação Infantil) D Sim

Vigilância Sanitária - VISA M Sim

SMS Santa Cruz Regulação M Sim

Hospital Regional Aluízio Bezerra D Sim

Hospital Universitário Ana Bezerra D Sim

Unidade Básica de Saúde do Conj. Conego Monte D Sim

Unidade Básica de Saúde do DNER D Sim

Unidade Básica de Saúde do Maracujá D Sim

Centro de Saúde Santa Cruz D Sim

Centro Social S.B. Cavalcante (Serra Branca) M Sim

CRA (Centro de Reabilitação Adulto de Santa Cruz) D Sim

Entidades empresariais

Center Fisio Trairi M Não

Laboratório de Análises Clínicas Carlos Chagas E Não

Laboratório de Análises Clínicas Adolf Lutz M Não

Clínica Santa Clara E Sim

Pessoas físicas

Consultório Odontológico Dr Carlos Alberto M Não

Fonte: Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), 2007.

Nota: * “M” significa Municipal

** “D” significa dupla (Municipal e estadual)

*** “E” significa Estadual

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Apêndice B: Estabelecimentos de Saúde Ativos em Santa Cruz - 2017

Estabelecimento de Saúde (nome fantasia) Gestão SUS

Administração Pública

Vigilância Sanitária Municipal Visa M* Sim

SAMU 192 USB Santa Cruz D** Sim

CAPS AD III Álcool e Drogas Santa Cruz RN M Sim

Secretaria Municipal de Saúde de Santa Cruz M Sim

CER II (Centro Especializado em Reabilitação) M Sim

Unidade Básica de Saúde Bonsucesso M Sim

Controle de Zoonoses e Endemias de Santa Cruz RN M Sim

Unidade Básica de Saúde do Bairro Centro M Sim

Hospital Regional Aluízio Bezerra M Sim

Unidade Básica de Saúde do Bairro Conjunto Conego Monte M Sim

Laboratório de Próteses Geraldo Alves da Silva M Sim

Unidade Básica de Saúde do Bairro DNER M Sim

Posto de Saúde de Baixio do Rocado M Sim

CAPS Francisca Maria da Conceição Chiquita M Sim

Unidade Móvel Terrestre M Sim

Unidade Básica de Saúde do Bairro Paraiso II M Sim

Unidade Básica de Saúde do Bairro Paraiso I M Sim

Unidade Básica de Saúde do Bairro Maracujá M Sim

Clinica Escola da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi M Sim

Posto de Saúde de Boa Vista M Sim

NASF (Núcleo de Apoio A Saúde da Família de Santa Cruz) M Sim

Hospital Universitário Ana Bezerra HUAB M Sim

Entidades empresariais

Oftalmed Hospital de Olhos D Sim

Laboratório de Analises Clinicas Carlos Chagas M Não

Laboratório Aderson Leão M Não

Citoanálises Laboratório de Análises Clínicas e Citoanálises M Sim

Centro de Nefrologia Santa Rita M Sim

Center Fisio Trairi M Não

Cefisio Centro de Fisioterapia Integrada LTDA M Não

Pessoas físicas

Lidianne Dantas M Não

Consultório Odontológico Dr Carlos Alberto M Não Fonte: Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), 2017.

Nota: * “M” significa Municipal

** “D” significa dupla (Municipal e estadual)

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Apêndice C: Profissionais da Área de Saúde vinculados a estabelecimentos de Saúde de Santa Cruz - 2007

Setor/Ocupação Nº Setor/Ocupação Nº

Administração pública Operador de computador (inclusive microcomputador) 1

Agente comunitário de saúde 77 Pedagogo 2

Assistente social 6 Medico veterinário 1

Atendente de enfermagem 1 Psicólogo clínico 8

Auxiliar de enfermagem 52 Técnico de enfermagem 38

Auxiliar de escritório, em geral 1 Técnico de enfermagem do trabalho 1

Auxiliar de farmácia de manipulação 4 Técnico em métodos eletrográficos em encefalografia 1

Auxiliar de laboratório de análises clínicas 4 Técnico em métodos gráficos em cardiologia 1

Auxiliar em saúde bucal 1 Técnico em radiologia e imagenologia 10

Auxiliar técnico em patologia clínica 12 Visitador sanitário 1

Cirurgião dentista clínico geral 1 Entidades empresariais

Cirurgião dentista radiologista 1 Auxiliar de enfermagem 1

Cirurgião dentista de saúde coletiva 1 Auxiliar técnico em patologia clínica 3

Descrição CBO 1 Farmacêutico bioquímico 2

Enfermeiro 13 Fisioterapeuta geral 1

Enfermeiro obstétrico 6 Técnico de ortopedia 1

Farmacêutico 1 Pessoa física

Farmacêutico bioquímico 17 Auxiliar em saúde bucal 1

Fisioterapeuta geral 6 Cirurgião dentista clínico geral 1

Fonoaudiólogo 2

Nutricionista 5 Total 286

Fonte: Consulta de Profissionais do Cadastro Nacionais de Estabelecimentos de Saúde, 2007.

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Apêndice D: Profissionais da Área de Saúde vinculados a estabelecimentos de Saúde de Santa Cruz – 2017

Setor/Ocupação Nº Setor/Ocupação Nº

Administração pública Médico infectologista 4

Administrador 1 Médico mastologista 1

Administrador de banco de dados 1 Médico neurologista 3

Advogado 2 Médico oftalmologista 1

Agente comunitário de saúde 87 Médico ortopedista e traumatologista 2

Agente de combate às endemias 25 Médico patologista 1

Agente fiscal de qualidade 1 Médico pediatra 26

Almoxarife 4 Médico pneumologista 1

Analista de informações (pesquisador de informações de rede) 1 Médico psiquiatra 2

Arquiteto de patrimônio 1 Médico residente 30

Artesão com material reciclável 1 Médico veterinário 1

Assistente administrativo 38 Motorista de carro de passeio 1

Assistente social 18 Motorista de furgão ou veiculo similar 11

Atendente de farmácia balconista 7 Motorista de ônibus rodoviário 1

Auxiliar de enfermagem 20 Motorista de taxi 1

Auxiliar de enfermagem da estratégia de saúde da família 26 Nutricionista 18

Auxiliar de enfermagem do trabalho 3 Ouvidor 1

Auxiliar de escritório, em geral 7 Professor de enfermagem do ensino superior 2

Auxiliar de faturamento 1 Professor de odontologia 1

Auxiliar de laboratório de análises clínicas 2 Profissional de educação física na saúde 2

Auxiliar de lavanderia 2 Programador de sistemas de informação 1

Auxiliar de pessoal 3 Psicólogo clínico 16

Auxiliar em saúde bucal da estratégia de saúde da família 14 Psicólogo hospitalar 2

Auxiliar nos serviços de alimentação 1 Psicopedagogo 1

Auxiliar técnico em patologia clínica 10 Recepcionista, em geral 5

Biomédico 1 Relações públicas 1

Cirurgião dentista clínico geral 8 Sanitarista 1

Cirurgião dentista odontologista legal 1 Servente de obras 1

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Cirurgião dentista odontopediatra 1 Socorrista (exceto médicos e enfermeiros) 3

Cirurgião dentista da estratégia de saúde da família 13 Supervisor de controle patrimonial 1

Contador 2 Supervisor de digitação e operação 1

Copeiro 2 Técnico de enfermagem 124

Copeiro de hospital 3 Técnico de enfermagem da estratégia de saúde da família 1

Costureira de reparação de roupas 2 Técnico de enfermagem do trabalho 1

Cozinheiro de hospital 6 Técnico em farmácia 5

Diretor administrativo 2 Técnico em laboratório de farmácia 1

Diretor administrativo e financeiro 1 Técnico em manutenção de equipamentos de informática 4

Diretor de instituição educacional publica 1 Técnico em nutrição e dietética 1

Diretor de serviços de informática 1 Técnico em patologia clínica 7

Diretor de serviços de saúde 3 Técnico em radiologia e imagenologia 12

Educador social 1 Técnico em saúde bucal 1

Eletricista de instalações 1 Tecnólogo em radiologia 1

Eletrotécnico 1 Tecnólogo em segurança do trabalho 2

Encanador 1 Terapeuta ocupacional 3

Enfermeiro 59 Vigia 3

Enfermeiro da estratégia de saúde da família 15 Vigilante 3

Enfermeiro de terapia intensiva 6 Visitador sanitário 2

Enfermeiro do trabalho 1 Entidades empresariais

Enfermeiro neonatologista 2 Administrador 1

Enfermeiro obstétrico 15 Almoxarife 1

Engenheiro civil 1 Assistente administrativo 1

Engenheiro de segurança do trabalho 1 Assistente social 1

Estatístico 1 Auxiliar de manutenção predial 1

Farmacêutico 24 Enfermeiro 1

Farmacêutico analista clínico 6 Enfermeiro nefrologista 1

Faxineiro 16 Farmacêutico analista clínico 2

Fisioterapeuta geral 37 Fisioterapeuta geral 1

Fisioterapeuta respiratória 3 Médico nefrologista 4

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Fonoaudiólogo 4 Médico nefrologista 3

Gerente administrativo 6 Médico oftalmologista 6

Gerente de departamento pessoal 1 Médico pediatra 1

Gerente de serviços de saúde 1 Nutricionista 1

Lavadeiro, em geral 5 Psicólogo clínico 1

Médico anestesiologista 15 Recepcionista, em geral 1

Médico cardiologista 1 Servente de obras 1

Médico cirurgião geral 9 Técnico de enfermagem 8

Médico cirurgião pediátrico 1 Vigia 1

Médico clínico 8 Pessoa física

Médico da estratégia de saúde da família 12 Psicólogo clínico 1

Médico do trabalho 1 Auxiliar em saúde bucal 1

Médico em radiologia e diagnóstico por imagem 8 Cirurgião dentista clínico geral 1

Médico gastroenterologista 1

Médico ginecologista e obstetra 30 Total 971

Fonte: Consulta de Profissionais do Cadastro Nacionais de Estabelecimentos de Saúde, 2017.

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Apêndice E: Origens dos alunos ativos da FACISA - 2016

Estado/Município Nº Estado/Município Nº Estado/Município Nº

Amazonas Rio de Janeiro Messias Targino 1

Manaus 1 Rio de Janeiro 1 Mossoró 7

São Gabriel da Cachoeira 1 São João de Meriti 1 Natal 94

Ceará Rio Grande Do Norte Nova Floresta 3

Fortaleza 2 Acari 15 Parelhas 13

Jardim 1 Alexandria 2 Parnamirim 2

Limoeiro do Norte 1 Antônio Martins 1 Passa e Fica 1

Distrito federal Apodi 6 Patu 2

Brasília 3 Assu 16 Pau dos Ferros 8

Goiás Barcelona 1 Portalegre 1

Goiânia 1 Bom Jesus 1 Ruy Barbosa 1

Itumbiara 1 Caicó 53 Santa Cruz 71

Santa Helena de Goiás 1 Campo Grande 1 Santana do Matos 2

Minas Gerais Campo Redondo 5 Santo Antônio 3

Uberlândia 2 Caraúbas 1 São Gonçalo do Amarante 2

PARÁ Carnaúba dos Dantas 5 São José do Campestre 4

Altamira 1 Carnaubais 1 São Mamede 1

Belém 1 Cerro Corá 1 São Miguel 1

Paraíba Coronel Ezequiel 1 São Vicente 5

Araruna 1 Cruzeta 5 Senador Elói De Souza 1

Campina Grande 2 Currais Novos 129 Serrana 1

Cuité 8 Florânia 3 Severiano Melo 1

João Pessoa 1 Gov. Dix-Sept Rosado 1 Tangará 2

Picuí 3 Jaçanã 1 Umarizal 1

Santa Luzia 1 Jardim de Piranhas 2 São Paulo

PARANÁ Jardim do Seridó 7 Jundiaí 1

Cascavel 1 Jucurutu 3 São Paulo 5

Pernambuco Lagoa Nova 4 Suzano 1

São José do Belmonte 1 Lajes Pintadas 1 Não Informado 15

Macaíba 2

Macau 3 Total 557

Fonte: Registros dos alunos ativos da UFRN, Campus de Santa Cruz, 2016.

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Apêndice F: Municípios de origem dos alunos da FACISA/UFRN por curso - 2016

Curso

Estado/

Município

Enfermagem Fisioterapia Nutrição Psicologia

Amazonas

Manaus - - 1 -

São Gabriel da Cachoeira 1 - - -

Ceará

Fortaleza 1 - 1 -

Jardim - - - 1

Limoeiro do Norte 1 - - -

Distrito Federal

Brasília 2 1 - -

Goiás

Goiânia - - 1 -

Itumbiara - - 1 -

Santa Helena de Goiás - 1 - -

Minas Gerais

Uberlândia - 1 - 1

Pará

Altamira - 1 - -

Belém 1 - - -

Paraíba

Araruna - 1 - -

Campina Grande 2 - - -

Cuité 3 3 - 2

João Pessoa - - 1 -

Picuí 1 1 1 -

Santa Luzia 1 - - -

Paraná

Cascavél - 1 - -

Pernambuco

São José do Belmonte - 1 - -

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro - 1 - -

São João de Meriti - - - 1

Rio Grande do Norte

Acari 4 4 6 1

Alexandria - 2 - -

Antônio Martins - 1 - -

Apodi 1 2 1 2

Assu - 5 8 3

Barcelona - 1 - -

Bom Jesus 1 - - -

Caicó 11 14 20 8

Campo Grande - 1 - -

Campo Redondo 2 2 1 -

Caraúbas 1 - - -

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Carnaúba dos Dantas 1 1 3

Carnaubais - 1 - -

Cerro Corá 1 - - -

Coronel Ezequiel 1 - - -

Cruzeta 1 1 1 2

Currais Novos 44 37 31 17

Florânia 2 1 - -

Governador Dix-Sept Rosado - - 1 -

Jaçanã 1 - - -

Jardim de Piranhas 1 - 1 -

Jardim do Seridó 4 2 1 -

Jucurutu 2 1 - -

Lagoa Nova 2 2 - -

Lajes Pintadas 1 - - -

Macaíba 2 - - -

Macau - 1 1 1

Messias Targino - 1 - -

Mossoró 1 3 1 2

Natal 28 21 20 25

Nova Floresta 1 1 - 1

Parelhas 3 7 3 -

Parnamirim 1 1 - -

Passa e Fica 1 - - -

Patu - 1 - 1

Pau dos Ferros - 4 3 1

Portalegre - 1 - -

Ruy Barbosa 1 - - -

Santa Cruz 30 16 15 10

Santana do Matos 1 1 - -

Santo Antônio 1 1 1 -

São Gonçalo do Amarante 1 1 - -

São José do Campestre 2 1 1

São Mamede 1 - - -

São Miguel - - 1 -

São Vicente 2 2 - 1

Senador Elói De Souza - - 1 -

Serrana - - 1 -

Severiano Melo - 1 - -

Tangará 1 - 1 -

Umarizal 1 - - -

São Paulo

Jundiaí 1 - - -

São Paulo - 2 2 1

Suzano 1 - - -

Não Informado 2 6 5 2

Total 174 163 136 84

Fonte: Registros dos alunos ativos da UFRN, Campus de Santa Cruz, 2016.

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APÊNDICE G - QUESTIONÁRIO - MOTORISTAS DE TRANSPORTES DE

OUTRAS CIDADES

DATA ___/___/___ HORA: ____ :____

PONTO DE PARADA: ______________________

CIDADE DE ORIGEM:___________ TIPO DE VEÍCULO __________

QUANTIDADE DE PASSAGEIROS: _____

FREQUÊNCIA: DIÁRIA ( ) SEMANAL ( ) IRREGULAR ( ) MENSAL ( )

SE SEMANAL OU IRREGULAR: SEG ( ) TER ( ) QUA ( ) QUI ( ) SEX ( ) SÁB ( )

OBSERVAÇÕES:

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

______________

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APÊNDICE H - QUESTIONÁRIO - PASSAGEIROS DE OUTRAS CIDADES

DATA ___/___/___ HORA: ____ :____

PONTO DE PARADA: ______________________

CIDADE DE ORIGEM:___________

IDADE: _________

FREQUÊNCIA: DIÁRIA ( ) SEMANAL ( ) IRREGULAR ( ) MENSAL ( )

SE SEMANAL OU IRREGULAR: SEG ( ) TER ( ) QUA ( ) QUI ( ) SEX ( ) SÁB ( )

FINALIDADE DO DESLOCAMENTO

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

______________

OBSERVAÇÕES:

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

______________

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ANEXOS

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Anexo A – Situação cadastral dos contribuintes da Secretaria Municipal de Tributação de

Santa Cruz

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Anexo B - Planta da Área Central de Santa Cruz - 1975

Fonte: IBGE. Monografia de Santa Cruz: coleção de monografias, n. 605.Oficinas do Serviço Gráfico do IBGE: Rio de Janeiro, 1975.

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Anexo C - Croqui da Área Urbana de Santa Cruz - 1997

Fonte: AMORIM, H. J. Santa Cruz nos caminhos do desenvolvimento. Natal: Gráfica Santa Maria, 1998.

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Anexo D – Resolução de criação do Núcleo Superior do Trairi/UFRN

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Anexo E – Resolução de indeferimento de reabertura do Campus de Santa Cruz/UFRN

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Anexo F – Resolução que autoriza convênio para oferta da Licenciatura em Pedagogia/UFRN

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Anexo G – Resolução que aprova criação do curso de graduação em Enfermagem em Santa

Cruz/UFRN

RESOLUÇÃO No 084/2006-CONSEPE, 27 de junho de 2006.

Aprova criação do Curso de Graduação em

Enfermagem, no Município de Santa Cruz/RN.

O REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE faz saber que o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, usando da atribuição que lhe confere o artigo 17, inciso VII, do Estatuto,

CONSIDERANDO o que consta do processo no 23077.018229/2006,

RESOLVE:

Aprovar a criação do Curso de Graduação em Enfermagem, do Centro de Ciências da Saúde, fora de sede, a funcionar no Município de Santa Cruz/RN.

Reitoria, em Natal, 27 de junho de 2006.

José Ivonildo do Rêgo

REITOR

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Anexo H – Resolução que aprova criação do curso de graduação em Fisioterapia em Santa

Cruz/UFRN

RESOLUÇÃO No 090/2008-CONSEPE, de 27 de maio de 2008.

Aprova criação do Curso de Graduação

em Fisioterapia, Modalidade Formação,

Turno Matutino/Vespertino, em Santa

Cruz - RN.

O REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE faz saber que o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, usando das atribuições que lhe confere o artigo 17, inciso XII do Estatuto da UFRN,

CONSIDERANDO o que consta do processo no 23077.017728/2008-48,

RESOLVE: Art. 1

o Aprovar a criação do Curso de Graduação em Fisioterapia, Modalidade

Formação, Turno Matutino/Vespertino, em Santa Cruz - RN, desta Universidade.

Art. 2o Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as

disposições em contrário.

Reitoria, em Natal, 27 de maio de 2008.

José Ivonildo do Rêgo

REITOR

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Anexo I – Resolução que aprova criação do curso de graduação em Nutrição em Santa

Cruz/UFRN

RESOLUÇÃO No 088/2008-CONSEPE, de 27 de maio de 2008.

Aprova criação do Curso de Graduação

em Nutrição, Modalidade Formação,

Turno Matutino/Vespertino, em Santa

Cruz - RN.

O REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE faz saber que o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, usando das atribuições que lhe confere o artigo 17, inciso XII do Estatuto da UFRN,

CONSIDERANDO o que consta do processo no 23077.017724/2008-60,

RESOLVE: Art. 1

o Aprovar a criação do Curso de Graduação em Nutrição, Modalidade

Formação, Turno Matutino/Vespertino, em Santa Cruz - RN, desta Universidade.

Art. 2o Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as

disposições em contrário.

Reitoria, em Natal, 27 de maio de 2008.

José Ivonildo do Rêgo

REITOR

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Anexo H – Resoluções que aprovam a criação da Unidade Acadêmica Especializada em

Saúde de Santa Cruz – FACISA/UFRN

RESOLUÇÃO No 144/2008-CONSEPE, de 14 de outubro de 2008.

Emite parecer favorável ao projeto de

criação da Unidade Acadêmica

Especializada em Saúde de Santa Cruz.

O REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE faz saber que o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, usando das atribuições que lhe confere o artigo 17, inciso VI do Estatuto da UFRN,

CONSIDERANDO as sugestões de modificação nos artigos 7o, 22 e 43 da proposta do

Regimento Interno, no parecer do relator,

CONSIDERANDO o que consta do processo no 23077.038791/2008-18,

RESOLVE: Art. 1

o Emitir parecer favorável ao projeto de criação da Unidade Acadêmica

Especializada em Saúde de Santa Cruz, desta Universidade, e de seu Regimento Interno.

Art. 2o Propor ao Conselho de Administração - CONSAD, nos termos do Art. 19,

inciso VI, do Estatuto da UFRN, emissão de parecer sobre o projeto de criação da referida

Unidade, bem como do seu Regimento Interno.

Art. 3o Esta Resolução entra em vigor a partir da data de sua publicação, revogadas as

disposições em contrário.

Reitoria, em Natal, 14 de outubro de 2008.

José Ivonildo do Rêgo

REITOR

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RESOLUÇÃO No 040/2008-CONSAD, de 20 de novembro de 2008.

Emite parecer favorável ao projeto de

criação da Unidade Acadêmica

Especializada em Saúde de Santa

Cruz.

O REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE faz

saber que o Conselho de Administração - CONSAD, usando das atribuições que lhe confere o

artigo 19, inciso VI, do Estatuto da UFRN,

CONSIDERANDO a Resolução no 144/2008-CONSEPE, de 14 de outubro de 2008,

CONSIDERANDO o que consta do processo de no 23077.038791/2008-18,

RESOLVE:

Art. 1o Emitir parecer favorável ao projeto de criação da Unidade Acadêmica

Especializada em Saúde de Santa Cruz, desta Universidade, e de seu Regimento Interno.

Art. 2o Propor ao Conselho Universitário – CONSUNI, nos termos do Art. 14,

inciso IX, do Estatuto da UFRN, a criação da referida Unidade, bem como a aprovação do seu

Regimento Interno.

Art. 3o

Esta Resolução entra em vigor a partir da data de sua publicação, revogadas

as disposições em contrário.

Reitoria, em Natal, 20 de novembro de 2008.

José Ivonildo do Rêgo

REITOR

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Anexo I – Resolução que aprova criação do curso de graduação em Psicologia em Santa

Cruz/UFRN

RESOLUÇÃO No 191/2013-CONSEPE, de 03 de dezembro de 2013.

Aprova criação do Curso de Graduação em Psicologia,

Modalidade Bacharelado, da Faculdade de Ciências da Saúde

do Trairi – FACISA, da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte – UFRN.

A REITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE faz saber que o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, usando das atribuições que lhe confere o Artigo 17, Inciso XII, do Estatuto da UFRN,

CONSIDERANDO a decisão do Conselho da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi – CONFACIS/FACISA, de 22 de novembro de 2013;

CONSIDERANDO o parecer da Diretoria de Desenvolvimento Pedagógico, da Pró-Reitoria de Graduação – PROGRAD, de 29 de novembro de 2013;

CONSIDERANDO a Resolução no 632/2013-CG, da Câmara de Graduação – CG, do

Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão – CONSEPE, de 03 de dezembro de 2013;

CONSIDERANDO o que consta no processo no 23077.071121/2013-71,

RESOLVE:

Art. 1o Aprovar a criação do Curso de Graduação em Psicologia, Modalidade

Bacharelado, da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi – FACISA, da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte – UFRN.

Art. 2o Esta Resolução entra em vigor a partir da data de sua publicação, revogadas as

disposições em contrário.

Reitoria, em Natal, 03 de dezembro de 2013.

Ângela Maria Paiva Cruz

REITORA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

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Rua Antônio Henrique de Medeiros, nº 219, Santa Cruz/RN – CEP 59200-000 CNPJ 08.358.889/0001-95 – Tel.: (84) 3291-4013

Anexo J - Levantamento dos restaurantes de santa Cruz – 2017

SECRETARIA MUNICIPAL DE TURISMO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

LEVANTAMENTO DOS RESTAURANTES DE SANTA CRUZ/RN 2017

RESTAURANTES INAUGURADO Nº DE FUNCIONÁRIOS

Restaurante Lanche Bem 1980 05

Restaurante Sabor Sertanejo 1986 03

Panificadora e Restaurante Elite 1998 40

Churrascaria Boi Gordo 1999 06

Restaurante Casa do Sabor 2007 04

Restaurante Refúgio e Requinte 2007 08

Churrascaria Santa Rita 2007 07

Point Pizzaria e Restaurante 2008 10

Panificadora e Restaurante Seridó 2010 20

Restaurante e Pizzaria Bom Demais 2010 11

Restaurante e Pizzaria La Zella 2012 04

Restaurante Bizaco 2012 03

Restaurante Degust 2013 06

Sushibá 2014 02

Restaurante Chellys Salada 2015 02

Restaurante Irachai 2015 04

Restaurante Sabor do Nordeste 2015 06

Restaurante Sabor Caseiro 2015 03

Boteco Regional 2015 03

Ponto do Estudante 2015 02

Rei da Pizza 2015 04

Restaurante Rede Mais 2016 09

Restaurante Chapa Kenti 2016 05

TOTAL - 23 RESTAURANTES --------- 167