UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO … · 2019-04-14 · 2 Monografia apresentada...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS CURSO DE BIOMEDICINA FLÁVIA TOSCANO MOURA Entomotoxicologia: Perspectivas no Brasil e Rio Grande do Norte NATAL Novembro, 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS CURSO DE BIOMEDICINA

FLÁVIA TOSCANO MOURA

Entomotoxicologia: Perspectivas no Brasil e Rio Grande do Norte

NATAL Novembro, 2018

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Monografia apresentada como Trabalho de

Conclusão de Curso ao Centro de Biociência

da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, como requisito parcial à obtenção do

grau de Bacharela em Biomedicina.

Entomotoxicologia: Perspectivas no Brasil e Rio Grande do Norte

por

Flávia Toscano Moura

Orientador: Profa. Dra. Renata Antonaci Gama

NATAL Novembro, 2018

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Leopoldo Nelson - ­Centro de Biociências - CB

Moura, Flávia Toscano. Entomotoxicologia: perspectivas no Brasil e Rio Grande do

Norte / Flávia Toscano Moura. - Natal, 2018. 36 f.: il.

Monografia (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do

Norte. Centro de Biociências. Curso de Biomedicina. Orientadora: Profa. Dra. Renata Antonaci Gama.

1. Entomologia - Monografia. 2. Forense - Monografia. 3.

Entomotoxicologia - Monografia. I. Gama, Renata Antonaci. II.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/UF/BSE-CB CDU 595.7

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

CURSO DE BIOMEDICINA

A Monografia Entomotoxicologia: Perspectivas no Brasil e Rio Grande do Norte

elaborada por Flávia Toscano Moura e aprovada por todos os membros da Banca examinadora foi aceita pelo Curso de Biomedicina e homologada pelos membros da banca, como requisito parcial à obtenção do título de

BACHAREL EM BIOMEDICINA

Natal, 30 de Novembro de 2018

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________ Prof.ª Dra. Renata Antonaci Gama

(Departamento de Microbiologia e Parasitologia - UFRN)

______________________________________________ Mestre Alexandre do Nascimento dos Santos (ITEP- RN)

_______________________________________________

Mestre Larissa Gabriela Vasconcelos Martins (UFRN)

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À minha mãe por não me deixar desistir nunca.

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiramente a Deus por guiar meus caminhos.

À minha família, em especial minha mãe Regina por sempre acreditar em mim e me

apoiar.

Ao meu namorado Igor que me ajudou a ter dias de escape e distração no meio de

todo o estresse de fim de curso.

À professora Renata, por ser uma excelente orientadora e não me deixar desaminar

mesmo quando as coisas davam errado.

Ao pessoal do LIVe, em especial Marsseli, Sarah, Larissa, Márjore, Jucélia e Jéssica

que me motivaram e ajudaram durante o processo de escrita deste trabalho.

Aos colegas do CETO, Vinícius, Natália, Igor e Mariotto que me apoiaram nos

momentos mais estressantes desse semestre.

A uma paciente que me mostrou que apesar de diversos problemas que podem

surgir em sua vida, tudo ainda pode dar certo no final.

Ao meu Hi5, que estiveram comigo durante toda a jornada da Biomedicina,

colocando a alegria nos momentos de maior desespero, ajudando nos estudos e

resumos malucos, e são minhas inspirações de profissionais, Ana Luíza, Anne Aline,

Patrícia Tainá e Larissa Dayane.

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RESUMO

A Entomologia é a ciência que estuda os insetos e outros artrópodes, suas

características e seus hábitos. O ramo forense da entomologia, aplica esse

conhecimento sobre insetos para auxiliar investigações criminais e cíveis. Essa área

de estudo ainda é relativamente nova no Brasil, apesar de já ser utilizada no mundo

há cerca de 150 anos, com finalidade de determinar o intervalo pós-morte, identificar

casos de negligência ou abuso de crianças e idosos, se o cadáver foi movido e até

mesmo detectar drogas e toxinas. Essa última parte é referente à subdivisão da

entomologia forense chamada entomotoxicologia, que é ainda mais recente, tendo

iniciado em 2001 no Brasil e apenas em 2013 no Rio Grande do Norte. Ainda

existem poucos trabalhos desenvolvidos nesta área devido a dificuldades como falta

de financiamento e de associação entre pesquisadores e pessoas do âmbito

criminal. O presente estudo teve como objetivo realizar um levantamento sobre os

estados do Brasil que possuem publicações em entomologia forense até o momento

e também fazer uma revisão sobre a entomotoxicologia no Brasil e no Rio Grande

do Norte, abordando seus obstáculos e perspectivas futuras. Para isso foi realizada

uma pesquisada bibliográfica utilizando a palavra-chave “Entomotoxicology” no

NCBI, Scielo e no ResearchGate no período de Janeiro a Novembro de 2018. Foram

encontrados 80 artigos e/ou teses, sendo destes 55 voltados à Entomotoxicologia.

Dos 55 trabalhos analisados, 29 foram escritos por pesquisadores Brasileiros e

destes, seis foram realizados no Rio Grande do Norte. Dos 27 estados do Brasil,

apenas em 7 não foram encontradas publicações até o momento e outros 7

possuem uma associação entre a área criminalística e pesquisadores. Portanto,

ainda são necessários estudos na área, especialmente no Brasil, bem como uma

maior integração entre a perícia oficial de natureza criminal e os entomologistas.

Palavras-Chave: Entomologia. Forense. Entomotoxicologia.

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ABSTRACT

Entomology is the science that studies insects, their characteristics and their

habits. The forensic branch of entomology applies this knowledge about insects and

other arthropods to help solve criminal and civil investigations. This area of study is

still relatively new in Brazil, although it has been used in the world for about 150

years, in order to determine the postmortem interval, to identify cases of neglect or

abuse of children and the elderly, if the cadaver was moved and even detect drugs

and toxins. This last part refers to the subdivision of forensic entomology called

entomotoxicology, which is even more recent, having started in 2001 in Brazil and

only in 2013 in Rio Grande do Norte. There are still few works developed in this area

due to difficulties such as lack of funding and association between researchers and

people of criminal scope. The present study had aimed to make a survey about the

states of Brazil that have publications in forensic entomology to date and also to

make a review on entomotoxicology in Brazil and Rio Grande do Norte, addressing

its obstacles and future perspectives. For this, a bibliographical research was carried

out using the keyword "Entomotoxicology" in the NCBI, Scielo and ResearchGate

from January to November 2018. There were 80 articles and / or theses, of which 55

were related to Entomotoxicology. Of the 55 papers analyzed, 29 were written by

Brazilian researchers and six of them were carried out in Rio Grande do Norte. Of the

27 states in Brazil, only in 7 there wasn’t any published work so far and another 7

have an somo sort of association between the criminal area and researchers.

Therefore, studies are still needed in the area, especially in Brazil, as well as a

greater integration between official criminal expertise and entomologists.

Keywords: Entomology. Forensic. Entomotoxicology.

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

IPM: Intervalo pós-morte;

UFRN: Universidade Federal do Rio Grande do Norte;

DMP: Departamento de Microbiologia e Parasitologia;

NIRS: Espectroscopia de Infravermelho Próximo;

FTIRS: Espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier;

NCBI: National Center for Biotechnology Information;

LIVe: Laboratório de Insetos e Vetores;

ITEP: Instituto Técnico-Científico de Perícia.

SNC: Sistema Nervoso Central.

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LISTA DE TABELAS

Tabela I: Efeitos em dípteros de importância forense das substâncias avaliadas nos

estudos analisados. – Páginas 25 e 26.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Ciclo de Chrysomya megacephala. – Página 15.

Figura 2: Situação atual da Entomologia Forense no Brasil. – Página 20.

Figura 3: Situação da Entomologia Forense no Nordeste. – Página 21.

Figura 4: Situação da Entomologia Forense no Sudeste. – Página 21.

Figura 5: Situação da Entomologia Forense no Sul. – Página 22.

Figura 6: Situação da Entomologia Forense no Norte. – Página 22.

Figura 7: Situação da Entomologia Forense no Centro-Oeste. – Página 23.

Figura 8: Estados com pesquisas em entomologia forense associadas a Perícia

oficial de natureza criminal. – Página 23.

Figura 9: Estados do Brasil com pesquisas em entomotoxicologia e porcentagem de

trabalhos encontrados. – Página 24.

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ............................................................................................... 6

RESUMO ................................................................................................................. 7

ABSTRACT .............................................................................................................. 8

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 13

1.1 Entomologia Forense .......................................................................................... 13

1.2 Entomotoxicologia ............................................................................................... 17

2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 18

3. MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................................... 19

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 20

5. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 30

6. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 31

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1. INTRODUÇÃO

1.1 Entomologia Forense

A Entomologia é o ramo da ciência que estuda os insetos, suas

características e seus hábitos. Estudos sobre diversas espécies evidenciaram que

muitos destes insetos são atraídos por cadáveres em decomposição, seja para

servir de fonte de alimentação ou local para postura de ovos (OLIVEIRA-COSTA;

OLIVEIRA e BASTOS, 2013). Surgiu assim a Entomologia Forense, área da

Entomologia cujo foco é aplicar esse conhecimento sobre insetos para auxiliar

elucidações de investigações criminais e cíveis (LIMA, 2009).

A Entomologia Forense é dividida em quatro subáreas distintas, a

Entomologia Urbana, que analisa casos de danos causados por insetos em

construções, a Entomologia de Produtos Estocados, que avalia infestações de

insetos em alimentos e outros produtos comerciais, a Entomologia Ambiental, a qual

investiga casos de biopirataria e estuda bioindicadores ambientais, e a subárea de

interesse nesse estudo que é chamada Entomologia Médico-legal, cuja aplicação

mais comum é na determinação do intervalo pós-morte (IPM – intervalo entre a

ocorrência da morte e achado do cadáver) mas também pode servir para identificar

casos de negligência ou abuso de crianças e idosos, averiguar se o cadáver foi

movido após a morte e até mesmo detectar drogas e toxinas. (GOFF et al., 1988).

Os insetos são utilizados nessa vertente desde o século XIII, quando um

investigador chinês descreveu um caso de assassinato que havia ocorrido em região

próxima a uma lavoura. Nesse caso, as possíveis armas do crime foram colocadas

no solo e com isso foi observado que apenas uma delas atraiu insetos e que esse

fato se deu pela presença de traços do sangue da vítima presente nessa ferramenta

(BENECKE, 2001). A partir desta constatação, o assassino confessou o crime.

A utilização de insetos ocorre pois minutos após a morte, o corpo humano já

começa a passar por diversos processos, como autólise de células e aumento na

atividade de bactérias intraintestinais, que levam à eliminação de gases e cheiros

que atraem os insetos fazendo com que estes sejam os primeiros a chegarem ao

local da morte (GOMES; VON ZUBEN, 2006). A sucessão da fauna

entomocadavérica, ou seja, insetos e outros artrópodes que podem ser encontrados

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no cadáver, foi primeiramente descrita por Jean Pierre Mégnin (1828-1905) em seu

livro “La Faune des Cadavres: application de l’entomologie a la medecine legale”

publicado em 1894, no qual também detalha oito estágios de decomposição e

associou a esses estágios a sucessão de achados entomológicos (MÉGNIN, 1894).

A quantidade de estágios varia de acordo com diferentes autores, mas

segundo Reed (1958), que é o que mais se aproxima do que acontece no Brasil,

existem quatro, sendo eles: a fase inicial, a fase gasosa, a fase coliquativa e a fase

seca.

A fase inicial, também chamada de fase de coloração, é quando a

temperatura do cadáver passa a se igualar à temperatura ambiente e começa a

aparecer a mancha verde abdominal devido à atividade das bactérias e à

pigmentação da bile. Ela dura em média de 12 a 24 horas. Neste estágio são mais

frequentes dos dípteros, principalmente das famílias Calliphoridae e Muscidae.

Na segunda fase, referida como gasosa ou de inchaço, o cadáver assemelha-

se a um balão devido ao acumulo dos gases, ocorre o rigor mortis (enrijecimento das

fibras musculares), protrusão dos olhos e língua e a mancha verde fica maior. Esse

estágio tem duração de aproximadamente 3 dias. São encontrados nessa fase ainda

dípteros, surgem coleópteros e podem aparecer insetos das ordens Lepidoptera e

Hymenoptera.

A fase coliquativa, na qual há rompimento de tecidos, o odor começa a ser

exalado mais fortemente e há uma perda da rigidez. Neste estágio além dos insetos

que encontra-se na fase anterior podem ser encontrados ácaros. Não há um tempo

de duração determinado para essa fase.

E por fim, a fase seca ou esqueletizada, ocorre quando já não resta tecido

mole e só encontra-se pele, cartilagem e ossos. Assim como o anterior, esse estágio

possui tempo indeterminado. Nessa fase, encontra-se ácaros e coleópteras. (REED,

1958).

Os intervalos desses estágios sofrem influências de diversas variáveis, desde

o tamanho do cadáver, temperatura, fauna local, solo, vegetação e se o local de

crime é coberto ou não, até a questão das roupas do indivíduo, se está

completamente vestido ou não e causa da morte (GREENBERG, 1991). Além disso,

nem todos os insetos que compõem essa entomofauna participam do processo de

decomposição. Dentre eles existem espécies:

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Necrófagas: que se alimentam do tecido em decomposição;

Predadores e parasitas: que atacam outros insetos presentes no cadáver;

Omnívoros: que podem se alimentar tanto do cadáver em estágio mais

avançado de decomposição quanto de outros artrópodes;

Acidentais: espécies que chegaram acidentalmente e não se alimentam do

cadáver em si mas de fungos, bactérias e outras fontes de proteína presentes

no corpo (GOFF et al., 1988).

O IPM pode ser determinado de diversas maneiras, uma delas é utilizando a

Entomologia Forense, analisando principalmente a fauna entomológica cadavérica

que coloniza o corpo durante o processo de decomposição, seja por sua sucessão

ou pelo desenvolvimento de insetos encontrados (CAMPOBASSO e INTRONA,

2001). A partir da análise da sucessão da fauna entomocadavérica e de informações

e exemplares coletados na cena do crime de maneira adequada, é possível calcular

IPMs de até 52 dias ou mais (GOMES e VON ZUBEN, 2006).

O primeiro caso documentado no qual foi utilizada a entomologia forense para

determinar o IPM, apesar de errôneo, foi o de Bergeret (1855), um médico que

investigou o caso do cadáver mumificado de uma criança e identificou a possível

hora da morte pela presença de larvas de moscas e traças presentes no corpo, mas

ele errou ao assumir que ambas se reproduziam apenas uma vez por ano e a

metamorfose destas duraria um ano inteiro (GREENBERG, 1991).

O principal objeto de estudo dos entomologistas forenses são os insetos da

ordem Díptera, principalmente as moscas-varejeiras da família Calliphoridae, pois

são estas as primeiras a chegarem aos locais de crime devido à atração pelo cheiro

exalado dos cadáveres e por utilizarem o mesmo como alimento e local para

oviposição (SANTOS, 2013). Dentre essas moscas, algumas das espécies de maior

importância forense são Chrysomya megacephala, Chrysomya albiceps, Lucilia

cuprina, Lucilia eximia e Cochliomyia macellaria (duas espécies exóticas e 3 nativas,

respectivamente), visto que os ciclos delas já foi descrito, são facilmente mantidas

sob condições experimentais (MORETTO, 2011) e demonstram preferência por

ovipor em cadáveres recentes, o que fornece uma maior precisão ao estimar o IPM

(BYRD e CASTNER, 2001).

O ciclo da C. megacephala (Figura 01), é utilizado como um exemplo nesse

estudo pois, assim como o de todos os dípteros, é holometábolo. A 25ºC, ele inicia

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com a postura dos ovos, dos quais eclodem larvas de primeiro estádio cerca de 16

horas após serem incubados. As larvas chegam ao segundo estádio

aproximadamente 1 dia após a eclosão e passam para o 3º estádio após, em média,

22 horas. O próximo passo do ciclo é mais demorado, levando em média 108 horas

para empupar e passam cerca de 180 horas como pupas até emergirem adultos.

Com isso, temos um total de aproximadamente duas semanas para o

desenvolvimento completo da mosca, sendo o tempo mínimo de aproximadamente

11 dias (TRIVIA, 2017).

O avanço da entomologia forense, permitiu que, além de determinar o IPM,

pudéssemos identificar se o cadáver havia sido movimentado, qual a causa da morte

e também associar suspeitos ao crime (CATTS e GOFF, 1992). Mais recentemente,

após observarem que toxinas ou drogas ingeridas pelo indivíduo antes da morte

poderiam afetar a taxa de desenvolvimento das moscas ou até mesmo o

comportamento das larvas, tornando a investigação mais difícil e demorada

(SANTOS, 2013), surgiu o mais novo ramo da entomologia forense, a

Entomotoxicologia, área que estuda os efeitos dessas substâncias nos insetos

necrófagos (INTRONA et al, 2001).

Figura 1: Ciclo holometábolo de Chrysomya megacephala: I – Ovos; II –

Larva; III – Pupa; IV – Adulto. Fonte: LIVe, 2018.

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1.2 Entomotoxicologia

Os insetos e outros artrópodes, além de auxiliarem na determinação do IPM,

podem ser utilizados como amostras para análise toxicológica em casos de

decomposição avançada e de cadáveres já em fase esqueletizada, visto que as

amostras biológicas normalmente usadas – como sangue, urina e pele – não estão

mais disponíveis (GOFF; LORD, 1994).

Ao utilizarem o cadáver como fonte nutricional, os insetos ingerem e

incorporam drogas e toxinas que podem estar presentes no mesmo, e estas ficam

acumuladas na cutícula das larvas e em seus pupários durante anos (TRIVIA, 2017).

O primeiro estudo sobre a entomotoxicologia foi publicado há cerca de 60

anos relatando que dípteros tinham comportamentos de atração diferentes por

carcaças de ratos a depender do veneno que causou a morte dos mesmos

(STOJAK, 2017). Na década de 70 começaram a ser identificados os metais em

larvas de dípteros, e na década de 80 (GUNATILAKE; GOFF, 1989) foi publicado o

primeiro estudo sobre detecção de pesticida. Também nos anos 80, Beyer e

colaboradores foram os primeiros a detectar uma droga, o fenobarbital, em larvas

presentes em um cadáver em avançado estágio de decomposição, possibilitando

esclarecer que a moça havia cometido suicídio (GANGLIANO, 2001).

Apesar de ser uma boa alternativa, o uso da larva para análises toxicológicas

tem suas limitações, pois uma droga ou toxina só pode ser identificada se a

absorção desta exceder a excreção da mesma pela larva (INTRONA, 2001). E por

isso, a partir de então, o foco dos estudos passou a ser como as substâncias afetam

o inseto, seu ciclo, desenvolvimento e comportamento (STOJAK, 2017).

Os efeitos de diversos compostos já foram estudados em diferentes espécies

de importância forense até o momento, como analgésicos, antidepressivos,

estimuladores e depressores do sistema nervoso e pesticidas (SILVA et al., 2017).

Visto que a presença dessas substâncias químicas pode alterar o cálculo do

IPM e que para evitar esse erro é necessário conhecimento em entomologia forense

e entomotoxicologia, o presente estudo visa avaliar o estado atual dessas áreas no

Brasil e no Rio Grande do Norte e relatar perspectivas para o futuro deste ramo em

crescimento da entomologia forense, analisando também as dificuldades para o

desenvolvimento da área.

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2. OBJETIVOS

2.1 Geral: Analisar o estado da Entomologia Forense e Entomotoxicologia

atualmente no Brasil com enfoque no Rio Grande do Norte.

2.2 Específicos:

Realizar um levantamento das regiões do Brasil onde há publicações

sobre Entomologia Forense;

Avaliar o andamento da entomotoxicologia no Brasil;

Investigar o estado da entomotoxicologia no Rio Grande do Norte;

Refletir sobre o futuro da entomotoxicologia no estado;

Discutir sobre a associação entre entomologistas e perícia criminal.

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

A bibliografia foi pesquisada utilizando a palavra-chave “Entomotoxicology” no

NCBI, abrangendo 2 bancos de dados: o PubMed e o PubMed Central. Também foi

utilizada a mesma palavra chave para buscar novos dados no ResearchGate e

Scielo. Os dados foram coletados no período de Janeiro a Novembro de 2018.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante a pesquisa bibliográfica foi encontrado um total de 80 artigos e/ou

teses, sendo destes 55 voltados à Entomotoxicologia. Dos 55 trabalhos analisados

pouco mais da metade (29) foram escritos por pesquisadores Brasileiros. E destes

29, seis foram realizados no Rio Grande do Norte pela UFRN.

Essa pesquisa corroborou com o relatado por Oliveira e colaboradores

(2013), de que a maior parte dos estudos na área forense ocorrem no hemisfério

Norte, e que há muito a ser explorado em nosso hemisfério afim de criarmos um

banco de dados de entomologia forense (OLIVEIRA-COSTA et al., 2013).

No Brasil, a entomologia forense iniciou há 110 anos atrás, com os estudos

feitos por Oscar Freira e Edgard Rouquette Pinto, que descreveram a diversidade de

insetos necrófagos com base em cadáveres humanos e de pequenos animais

respectivamente na Bahia e no Rio de Janeiro (PUJOL-LUZ; ARANTES;

CONSTANTINO, 2008).

Após os primeiros poucos trabalhos publicados no Brasil sobre entomologia

forense, não houve nenhuma publicação em um período de 51 anos (1940-1991)

(GOMES e VON ZUBEN, 2006), não se sabe ao certo o porquê, mas supõe-se que

as pesquisas se voltaram para a área de entomologia geral, focando na biologia dos

insetos e não em suas aplicações no âmbito forense.

As pesquisas na área forense voltaram a tomar força no final do século XX e

início do século XXI com os trabalhos de Carvalho e colaboradores e Linhares e

colaboradores (2000/2001) (MARTINS, 2009). A partir de então, diversos grupos de

pesquisa foram formados em universidades de diferentes estados do país. Em 2005,

Andrade e colaboradores foram os pioneiros no Rio Grande do Norte a relatar sobre

califorídeos de cadáveres humanos, tendo na época apenas mais um trabalho no

Nordeste sobre o assunto, o de Freire (1914) sobre a fauna cadavérica da Bahia

(ANDRADE et al., 2005; GOMES e VON ZUBEN, 2006).

Mapas evidenciando os locais de pesquisa em entomologia forense foram

confeccionados com base nos dados de Oliveira et al. (2013) e são apresentados a

seguir (Figuras de 2 a 7). Cada cor representa uma região do Brasil e os pontos de

interrogação são referentes a estados onde ainda não há publicações. Os nomes

mencionados são de professores e/ou pesquisadores da área forense.

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Figura 2: Estado atual da Entomologia Forense no Brasil. Cada cor representa uma

região do país, as bolas são os estados onde foram encontradas publicações e as

interrogações os locais onde não foram encontradas publicações até o momento. Fonte:

LIVe, 2018 com base nos dados de Oliveira et al. (2013).

A partir deste mapa é possível observar que em apenas 7 estados do Brasil,

cerca de 26%, não foram encontradas publicações sobre Entomologia Forense até o

momento, o que demonstra que o país é importante para o desenvolvimento da

área.

Os obstáculos encontrados para o desenvolvimento da entomologia forense

atualmente são a falta de financiamento para as pesquisas básicas,

desconhecimento do tema por parte de muitas pessoas no meio acadêmico da área

criminal e/ou biomédica, alusões errôneas sobre o assunto em obras de ficção

(como séries de televisão), e não associação da perícia criminal com pesquisadores

da área (GOMES e VON ZUBEN, 2006; MAGNI et al., 2012).

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Figura 3: Situação da Entomologia Forense no Nordeste. As bolas representam os

estados onde foram encontradas publicações e as interrogações os locais onde não foram

encontradas publicações até o momento. Os nomes são referentes aos pesquisadores da

área. Fonte: LIVe, 2018.

Figura 4: Situação da Entomologia Forense no Sudeste. Os nomes são dos

pesquisadores da área. Fonte: LIVe, 2018.

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Figura 5: Situação da Entomologia Forense no Sul. As bolas representam os estados

onde foram encontradas publicações e a interrogação onde não foram encontradas

publicações até o momento. Fonte: LIVe, 2018

Figura 6: Situação da Entomologia Forense no Norte. As bolas representam os

estados onde foram encontradas publicações e as interrogações os locais onde não foram

encontradas publicações até o momento. Fonte: LIVe, 2018

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Figura 7: Situação da Entomologia Forense no Centro-Oeste. A bola representa o

estado onde foram encontradas publicações e as interrogações os locais onde não foram

encontradas publicações até o momento. Fonte: LIVe, 2018

Dos 27 Estados do Brasil, 7 possuem pesquisas associadas com a perícia

criminal (Figura 8), o que dificulta estudos na área já que os estudos feitos em

laboratório não reproduzem todas as condições de um local de crime.

Figura 8: Estados com pesquisas em entomologia forense associadas a Perícia

oficial de natureza criminal.

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Em relação à Entomotoxicologia, um ramo mais recente da Entomologia

Forense, o estudo mais antigo realizado no Brasil data de 2001, feito por Carvalho e

colaboradores sobre o efeito do diazepam no crescimento de moscas necrófagas de

importância forense no sudeste do Brasil. A área da entomotoxicologia vem

crescendo no país desde então, com estudos avaliando o efeito de diferentes

substâncias no ciclo de insetos de importância forense, em especial dípteros. Com

base na pesquisa bibliográfica, foi confeccionado um mapa mostrando os locais de

pesquisa em entomotoxicologia no Brasil (Figura 9).

Figura 9: Estados do Brasil com pesquisas em entomotoxicologia e porcentagem de

trabalhos encontrados.

As substâncias estudadas até o momento, os resultados desses estudos e

suas referências são evidenciados na Tabela I.

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Tabela I: Efeitos em dípteros de importância forense das substâncias avaliadas nos estudos

analisados.

Substância Resultado Obtido Referência

Diazepam (Benzodiazepínico –

Ansiolítico)

O diazepam acelera o ciclo de C. albiceps e C. putoria, além de conseguirem identificar presença da droga desde larva até a fase adulta.

Carvalho et al., 2001

Diazepam e Fipronil (Benzodiazepínico –

Ansiolítico e Inseticida estimulador do SNC)

O diazepam retardou o ganho de massa de larvas de C. megacephala e Musca domestica e alterou seus comportamentos de dispersão larval pós-alimentar. O Fipronil causou mortalidade das larvas e aumento do metabolismo causando perda de massa.

Gomes, 2006

Cafeína (Estimulador do SNC)

A cafeína diminuiu o intervalo entre L1 e pré-pupa e prolongou o tempo entre pré-pupa e adulto.

Silvério, 2008

Metanfetamina e Ecstasy (Estimuladores do SNC)

A taxa de crescimento de C. albiceps e C. putoria não apresentaram alterações quando comparadas ao controle, diferente de C. megacephala, que teve seu desenvolvimento acelerado no grupo teste com Ecstasy.

Lima, 2009

Cocaína (Overdose) (Estimulador do SNC)

Reduziu o tempo do ciclo de C. albiceps e C. macellaria.

Martins, 2009

Buscopan (Anticolinesterásico)

O desenvolvimento dos grupos que continham uma concentração mais elevada foi retardado.

Oliveira et al., 2009

Topiramato (Anticonvulsivante)

Alta dosagem retardou o crescimento de larvas de C. megacephala.

Pereira, 2011

Citalopram (Antidepressivo)

O desenvolvimento larval de C. megacephala em altas concentrações foi acelerado, e retardado quando em concentrações baixas. Além de diminuir a taxa de sobrevivência.

Moretto, 2011

Decanoato de Nandrolona (Esteroide)

Não houve alterações significativas no desenvolvimento de C. megacephala, C. albiceps e C. putoria.

Souza et al., 2011

Escopolamina (Anticolinesterásico)

O desenvolvimento larval de C. putoria foi retardado.

Thyssen & Grella, 2011

Cocaína (Estimulador do SNC)

O desenvolvimento de C. albiceps e C. putoria foi acelerado.

Carvalho et al., 2012

Anticoncepcional humano Redução da massa das larvas de C. megacephala no grupo teste com maior dosagem.

Santos, 2013

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Continuação Tabela I

Gentamicina (Antibiótico)

Não houve diferença significativa no desenvolvimento de C. putoria.

Ferraz et al., 2014

Ciprofloxacina (Antibiótico)

Não houve diferença significativa no desenvolvimento de C. putoria

Ferraz et al., 2014

Fenobarbital e Cloridrato de Metilfenidato

(Sedativo, anticonvulsivante e estimulador do SNC)

As drogas retardaram o desenvolvimento de C. albiceps, tanto separadamente quanto associadas.

Rezende et al., 2014

Ciclofosfamida (Quimioterápico)

Não houve alteração significativa no crescimento e peso das larvas de C. megacephala.

Almeida, 2015

Nicotina (tabagismo)

Interferiu no padrão de sucessão das espécies necrófagas, repelindo as moscas da família Calliphoridae.

Parra et al., 2016

Ciclofosfamida e Metotrexato (Quimioterápicos)

Ciclofosfamida não alterou significativamente o crescimento das larvas de C. megacephala, mas o tempo total de desenvolvimento foi atrasado em 22h. Já o Metotrexato causou uma redução no tamanho das larvas e adultos, mas não teve variação significativa no tempo total de desenvolvimento.

Trivia & Pinto, 2018

No Rio Grande do Norte temos apenas os trabalhos desenvolvidos no

Departamento de Microbiologia e Parasitologia (DMP) da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte (UFRN). O início da entomologia forense no RN foi em 2005

com Andrade et al., que estudou dípteros coletados de cadáveres. Mais estudos

sobre dipterofauna foram realizados assim como a associação dessa fauna

necrófaga a zonas fisicamente mapeadas de interesse entomoforense (CAMPOS et

al., 2015; COSTA, 2016; D’OLIVEIRA, 2018).

O primeiro trabalho envolvendo drogas relacionadas a dípteros de importância

forense foi sobre o efeito do Flunitrazepam, conhecido por ser utilizado no golpe

“Boa noite, Cinderela”, no ciclo de desenvolvimento de C. megacephala (BAIA et al.,

2016), um estudo importante visto a gravidade dos crimes nos quais essa droga de

abuso é utilizada, como por exemplo em casos de estupro.

Posteriormente, surgiram trabalhos sobre associação da entomotoxicologia

com ferramentas que pudessem a auxiliar, como o NIR – Near Infrared

Spectroscopy- ou espectroscopia por infravermelho próximo, e o FTIR –

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Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier -, que fazem uma

análise de maneira não destrutiva da amostra, de forma rápida e com um bom custo-

benefício (BAIA et al., 2015; LIMA et al., 2014; OLIVEIRA et al., 2014). Nesses

casos, os trabalhos foram realizados em associação com o Instituto de Química da

UFRN.

Dos seis trabalhos encontrados relacionados à entomotoxicologia, 33,3%

discorrem sobre efeito de substâncias na atratividade ou desenvolvimento de

moscas de importância forense. Eles possuem mesma autoria, sendo um uma

Monografia e o outro uma Dissertação de Mestrado. Esses trabalhos tratam do efeito

do Flunitrazepam no ciclo de desenvolvimento de C. megacephala e o efeito da

associação dessa droga com etanol na atratividade de dípteros necrófagos. Esses

estudos mostraram que não houve alteração significativa no ciclo de C.

megacephala e nem na atratividade de insetos necrófagos, apesar de ter atraído

mais insetos no grupo que continha a mistura das duas substâncias (BAIA et al.,

2016; BAIA, 2015).

Os outros 66,7% tratam de uso de ferramentas alternativas para a detecção

dessas substâncias nas larvas. Usualmente, os insetos podem ser homogeneizados

em tampões ou solução fisiológica e submetidos a procedimentos comuns de

análise toxicológica como radioimunoensaio, imunohistoquímica e os diversos tipos

de cromatografia, a depender do que se deseja detectar (PACINI et al., 2015). Com

esses trabalhos, foram apresentadas alternativas a esse tipo de análise toxicológica,

propondo o uso de espectroscopia de infravermelho próximo (NIRS), espectroscopia

de infravermelho com transformada de Fourier (FTIRS) e voltametria de pulso

diferencial associada a espectroscopia com análise multivariada. Esses métodos de

detecção são rápidos, de baixo custo, não invasivos e necessitam de mínima

preparação da amostra (BAIA et al., 2015; LIMA et al., 2014, 2018; OLIVEIRA et al.,

2014).

Apesar da entomotoxicologia ser de grande vantagem em casos de

decomposição avançada e detecção de diferentes substâncias qualitativamente,

faltam estudos que consigam associar a concentração dessas substâncias no tecido

e no espécime entomológico de maneira confiável e com isso torna difícil a

quantificação (SANKHLA; SHARMA; KUMAR, 2017). Isso ocorre devido a fatores

como redistribuição pós-morte da droga, estabilidade da mesma nos tecidos e

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órgãos do cadáver e da farmacocinética das substâncias nas larvas (TRACQUI et

al., 2004). Além disso, ainda existem diversas substâncias não estudadas que

podem alterar o ciclo de desenvolvimento de insetos de importância forense,

levando a erros na estimativa do IPM, e há certa dificuldade de conduzir estudos

com algumas substâncias comuns de serem encontradas em cadáveres mas que

são ilícitas.

Essa revisão mostrou que a maior limitação para o avanço da entomologia e

entomotoxicologia forense no Brasil ainda é a falta de interação entre as perícias

oficiais de natureza criminal e os entomologistas. Os entomologistas não são

incluídos nas investigações desde o começo e raramente acompanham os agentes

até a cena do crime (GOMES e VON ZUBEN, 2006), para isso seria necessário uma

autorização e preparação melhor do entomologista já que o local de crime precisa

ser preservado e apenas os peritos são permitidos no mesmo. Estudos realizados

na Austrália refletem bem o que acontece no Brasil em relação ao lado forense da

entomologia. Segundo Magni et al., em questionário aplicado a 70 entomologistas

apenas 9 (13%) responderam que estavam integrados à polícia (MAGNI et al.,

2012). Mas, no Rio Grande do Norte isso já começa a mudar, visto que foi feito um

convênio entre a UFRN e o ITEP-RN, o que já propicia uma maior facilidade para

futuras pesquisas nessa área.

Atualmente, no Rio Grande do Norte, muitos dos casos de suicídio foram

associados ao inseticida Aldicarb, popularmente conhecido como chumbinho

(Comunicação pessoal)1. Tendo a entomotoxicologia em vista, o Laboratório de

Insetos e Vetores (LIVe) da UFRN, propôs avaliar o efeito desse inseticida no ciclo

da C. megacephala e sua importância forense, estando esse estudo ainda em

desenvolvimento.

1 Comunicação pessoal feita pelo perito criminal Alexandre do Nascimento dos Santos- 2017.

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5. CONCLUSÃO

Com esse estudo é possível concluir que ainda são necessárias pesquisas na

área, focando em como as toxinas e drogas são metabolizadas pelos insetos e seus

mecanismos de acumulo e excreção das mesmas, assim como os efeitos fisiológicos

e comportamentais que elas possuem especialmente nas moscas de importância

forense, por serem as mais utilizadas na determinação do IPM. É preciso também

que haja uma maior integração entre a perícia de natureza criminal e entomologistas

e/ou até mesmo um preparo dos patologistas e agentes para coleta e identificação

adequada de espécimes entomológicos no local do crime e durante necropsia. Além

disso, percebe-se que o Brasil tem um papel significativo no avanço da entomologia

forense, sendo o Rio Grande do Norte de suma importância, tanto na área forense

geral quanto no ramo da entomotoxicologia.

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6. REFERÊNCIAS

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desenvolvimento larval de Chrysomya megacephala (Fabricius, 1794) (Diptera:

Calliphoridae). Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de

Graduação em Ciências Biológicas do Centro de Ciências Biológicas da

Universidade Federal de Santa Catarina, como parte das exigências para a

obtenção do título de Licenciado. 2015.

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Implications for Forensic Entomology. p. 1–4, 2016.

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à carcaça de rato em um fragmento de mata atlântica no município do Natal ( RN ) e

detecção dessas substâncias por espectroscopia no infravermelho próximo.

Dissertação de Mestrado do Curso de Pós-Graduação em Biologia Parasitária, para

obtenção do título de Mestre. 2015.

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CAMPOS, A. et al. Comparação da Dipterofauna de importância forense entre dois

perfis de vegetação de mangue no Rio Grande do Norte, Brasil. Trabalho de

conclusão do curso de graduação em Ecologia do Departamento de Ecologia,

Centro de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como

requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel. 2015.

CARVALHO, L. M. L.; LINHARES, A. X.; PALHARES, F. A. B. The effect of cocaine

on the development rate of immatures and adults of Chrysomya albiceps and

Chrysomya putoria ( Diptera : Calliphoridae ) and its importance to postmortem

interval estimate. v. 220, p. 27–32, 2012.

CATTS, E. P.; GOFF, M. L. Forensic entomology in criminal investigations. n. 116,

1992.

COSTA, C. L. Avaliação de iscas na atratividade de dípteros de importância forense.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção

do Diploma de Graduação em Biomedicina – Bacharelado. 2016.

D’OLIVEIRA, R. C. B. F. Sucessão Ecológica da Fauna Necrófaga em fragmento de

mata atlântica no município de Macaíba, e mapeamento de zonas fisicamente

similares no estado do Rio Grande do Norte. Dissertação de Mestrado apresentada

à Coordenação do Curso de Pós Graduação em Ciências Biológicas da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do

Título de Mestre. 2018.

FERRAZ, A. C. P. et al. Effects of the Antibiotics Gentamicin on the Postembryonic Development of Chrysomya putoria ( Diptera : Calliphoridae ). p. 1–5, 2014a. FERRAZ, A. C. P. et al. Evaluation of the influence of the antibiotic ciprofloxacin in

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Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista,

como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre. 2006 .

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