UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ROBERTA CAROLINA FERREIRA A A P P O O I I O O S S O O C C I I A A L L N N O O T T R R A A B B A A L L H H O O E E A A B B S S E E N N T T E E Í Í S S M M O O - - D D O O E E N N Ç Ç A A E E M M T T R R A A B B A A L L H H A A D D O O R R E E S S D D E E E E N N F F E E R R M M A A G G E E M M Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ROBERTA CAROLINA FERREIRA

AAPPOOIIOO SSOOCCIIAALL NNOO TTRRAABBAALLHHOO EE AABBSSEENNTTEEÍÍSSMMOO--DDOOEENNÇÇAA EEMM

TTRRAABBAALLHHAADDOORREESS DDEE EENNFFEERRMMAAGGEEMM

Rio de Janeiro

2010

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ROBERTA CAROLINA FERREIRA

AAPPOOIIOO SSOOCCIIAALL NNOO TTRRAABBAALLHHOO EE AABBSSEENNTTEEÍÍSSMMOO--DDOOEENNÇÇAA EEMM

TTRRAABBAALLHHAADDOORREESS DDEE EENNFFEERRMMAAGGEEMM

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Escola de

Enfermagem Anna Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em

Enfermagem.

Orientadora: Profª. Drª. Rosane Harter Griep

Co- Orientadora: Profª Drª Angela Maria Mendes Abreu

Rio de Janeiro

2010

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Ferreira, Roberta Carolina

Apoio social no trabalho e absenteísmo-doença em trabalhadores de enfermagem / Roberta Carolina Ferreira. --

Rio de Janeiro: UFRJ/EEAN, 2010 xi, 143f. : il. ; 31 cm. Orientador: Rosane Harter Griep

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola de Enfermagem Anna Nery, Programa de pós-

graduação em Enfermagem, 2010. 1. Saúde do Trabalhador. 2. Enfermagem. 3. Absenteísmo. 4. Apoio social. I. Griep, Rosane Harter. II. Universidade

Federal do Rio Janeiro, Escola de Enfermagem Anna Nery, Programa de Pós-graduação em Enfermagem. III. Título.

CDD 610.73

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ROBERTA CAROLINA FERREIRA

AAPPOOIIOO SSOOCCIIAALL NNOO TTRRAABBAALLHHOO EE AABBSSEENNTTEEÍÍSSMMOO--DDOOEENNÇÇAA EEMM

TTRRAABBAALLHHAADDOORREESS DDEE EENNFFEERRMMAAGGEEMM

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Escola de Enfermagem Anna Nery, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos

requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Enfermagem.

Rio de Janeiro: 22 de Outubro de 2010 Aprovada por:

__________________________________________________________________ Rosane Harter Griep- Doutora em Ciências- FIOCRUZ

(Presidente)

___________________________________________________________________ Márcia Guimarães de Mello Alves- Doutora em Saúde Pública- UFF

(1º Examinadora)

___________________________________________________________________ Regina Célia Gollner Zeitoune- Doutora em Enfermagem- UFRJ

(2º Examinadora)

___________________________________________________________________ Helena Maria Scherlowski Leal David- Doutora em Saúde Pública- UERJ

(Suplente)

___________________________________________________________________ Maria Helena do Nascimento Souza- Doutora em Enfermagem- UFRJ

(Suplente)

Rio de Janeiro

2010

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Aos meus pais, Rita e Roberto.

À minha avó, mais que maravilhosa, Magnólia.

Aos meus irmãos Rafael e Raíssa.

Ao meu esposo, Rafael.

Amo vocês!!!

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AGRADECIMENTOS

Para realização deste estudo, foi importante a participação de muitas pessoas. Coloco aqui meus sinceros agradecimentos a todos. E, em especial:

À Deus, por ter me concedido força, saúde e sabedoria para concretizar mais esta etapa em

minha vida profissional. Aos meus pais, Rita e Roberto, pelos ensinamentos, carinho e apoio ao longo de todos os anos

de minha vida, e que fizeram o possível e o impossível para tornar realidade todos meus sonhos.

Aos meus irmãos, Rafael e Raíssa, que apoiaram e incentivaram nessa trajetória.

A todos os meus familiares pelo incentivo e carinho.

Ao grande amor da minha vida, Rafael Edgard, pelo companherismo, amor, carinho e cumplicidade ao longo destes anos. Foi quem me deu apoio social em cada momento deste trabalho.

À minha orientadora preferida e única, Rosane Harter Griep, que me apresentou o ―apoio

social‖ e me confiou parte de seu trabalho. Pelos ensinamentos, carinho, incentivo e paciência na construção deste estudo. A cada dia te admiro mais e mais. Obrigada por tudo!

À minha co-orientadora Angela Maria Mendes Abreu, pela colaboração com o estudo.

À Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ pela minha formação profissional (graduação e pós graduação stricto sensu).

Aos professores e funcionários da Escola de Enfermagem Anna Nery, em especial aos funcionários da pós-graduação Jorge Anselmo e Sônia Xavier pela disponibilidade e atenção

que demonstraram neste processo. Aos colegas do Curso de Mestrado em Enfermagem/EEAN/UFRJ e amigos, com os quais

pude compartilhar alegrias, conhecimentos e angústias, que contribuíram para o meu crescimento. Em especial, agradeço a Bárbara, Helena e Nilmar.

Aos professores doutores que fizeram parte das diversas bancas examinadoras durante este processo, Regina Célia Gollner Zeitoune, Márcia Guimarães de Meloo Alves, Helena Maria

Scherlowski Leal David, Maria Helena do Nascimento Souza e Lúcia Rotenberg, que aceitaram o convite contribuindo de modo tão significativo para o estudo.

A todos aqueles que participaram direta ou indiretamente para que este trabalho se

tornasse realidade.

Muito obrigada a cada um de vocês!

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“Metade de mim

Agora é assim

De um lado a poesia, o verbo, a saudade

Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim

E o fim é belo incerto... depende de como você vê

O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só

Só enquanto eu respirar

Vou me lembrar de você

Só enquanto eu respirar”

(O anjo mais velho, O Teatro Mágico)

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RESUMO

FERREIRA, Roberta Carolina, Apoio social no trabalho e absenteísmo-doença em trabalhadores de enfermagem. Rio de Janeiro, 2010. Dissertação (Mestrado em Enfermagem)

– Escola de Enfermagem Anna Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010.

A percepção do apoio social no trabalho, proveniente dos colegas e da chefia, é uma dimensão

de qualidade favorável existente no conteúdo das relações sociais, atuando como mediador entre o estresse no trabalho e a saúde dos trabalhadores. Portanto, baixos níveis de apoio

social podem estar associados a problemas de saúde física e mental, com conseqüentes elevadas taxas de absenteísmo-doença no trabalho. Este reflete o estado de saúde dos trabalhadores de enfermagem e têm conseqüências importantes para os indivíduos,

organizações e a sociedade como um todo. Esta dissertação tem o objetivo de avaliar a associação entre apoio social no trabalho e o absenteísmo-doença em trabalhadores de

enfermagem. Utilizou-se parte do banco de dados de um estudo seccional realizado em três hospitais públicos do Rio de Janeiro, intitulado ―Gênero, trabalho e saúde em profissionais de enfermagem: morbidade e sua associação com o trabalho noturno, as longas jornadas e o

trabalho doméstico‖. Nesse estudo, foram entrevistados no ambiente de trabalho, 1509 trabalhadores de enfermagem atuantes na assistência hospitalar durante período de junho de

2005 a fevereiro de 2006, através de questionário multidimensional. Na presente dissertação foram utilizadas variáveis sócio-demográficas, ocupacionais, comportamentos e condições de saúde, absenteísmo-doença e apoio social no trabalho. Para verificar as associações, adotou-se

o teste qui-quadrado, Odds Ratio e seus respectivos intervalos de confiança (IC95%). As co-variáveis foram testadas, e aquelas associadas (p<0,20) tanto com a exposição quanto com o

desfecho foram incluídas nos modelos multivariados, levando-se em conta que poderiam ser possíveis confundidores. O programa SPSS, versão 13 foi utilizado para análise dos dados. Dos trabalhadores avaliados 86,6% eram mulheres, 52,6% estavam na faixa etária de 35 anos

ou mais, 44,2% eram casados, 59,7% com filhos menores de 18 anos e 54,6% referiu ensino médio de escolaridade. Na época do estudo, 32% tinham renda per capita entre R$ 350,00 a

R$ 699,00. Mais da metade dos entrevistados era constituída por auxiliares de enfermagem, com vínculo temporário com a instituição, com 10 anos ou mais de tempo de trabalho na profissão, em trabalho diurno e com uma carga horária semanal de 31 a 60 horas. Após

ajustes por fatores de confundimento, a chance do absenteísmo curto (≤9 dias) foi 1,60 vezes maior no nível médio e 2,04 no nível baixo de apoio social no trabalho, quando comparados

ao nível de alto apoio social no trabalho. Já a chance de absenteísmo longo (≥10 dias) foi 1,71 e 2,37 vezes maior nos níveis médio e baixo de apoio social no trabalho, quando comparado ao nível alto. Essa consistência de resultados corrobora com a hipótese sobre a contribuição

do apoio social no trabalho para a redução do absenteísmo-doença em trabalhadores de enfermagem. Investir no ambiente psicossocial do trabalho pode ter um impacto positivo na

saúde e nas condições de trabalho dos trabalhadores de enfermagem.

PALAVRAS-CHAVE: SAÚDE DO TRABALHADOR, ENFERMAGEM, ABSENTEÍSMO, APOIO SOCIAL

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ABSTRACT

FERREIRA, Roberta Carolina. Social support at work and absenteeism due to illness in nursing. Rio de Janeiro, 2010. Dissertation (Masters in Nursing) - School of Nursing Anna Nery, Federal University of Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010.

The perception of social support at work from colleagues and superiors, is a dimension of quality content in favor of existing social relations, serving as a mediator between job stress and health of workers. Therefore, low levels of social support may be associated with

problems of physical and mental health, with consequent high rates of absenteeism and illness at work. This reflects the health status of nursing and have important consequences for

individuals, organizations and society as a whole. This dissertation aims to evaluate the association between social support at work and absenteeism and illness in nursing. We used part of the database from a cross-sectional study conducted in three public hospitals in Rio de

Janeiro, entitled "Gender, Work and Health nursing personnel: morbidity and its association with night shift work, long journeys and domestic work" . In this study, were interviewed in

the workplace, 1509 nursing staff working at the hospital during the period from June 2005 to February 2006 using a multidimensional questionnaire. In this thesis we used socio-demographic, occupational, behavior and health status, absenteeism, illness and social support

at work. To assess associations, we adopted the chi-square, Odds Ratio and its confidence intervals (95%). The covariates were tested and those associated (p <0.20) with both the

exposure and the outcome were included in multivariate models, taking into account that could be potential confounders. SPSS, version 13 was used for data analysis. Among the workers evaluated 86.6% were women, 52.6% were aged 35 or older, 44.2% were married,

59.7% with children under 18 years and 54.6% reported high school schooling. At the time of the study, 32% had an income per capita between $ 350.00 to $ 699.00. More than half of

respondents consisted of nursing assistants with temporary bond with the institution, with 10 years or more time on the job, working day and with a weekly schedule from 31 to 60 hours. After adjustment for confounders, the odds of absenteeism short (≤ 9 days) was 1.60 times

higher in average level and 2.04 at the low level of social support at work, compared to the level of high social support at work. Since the chance of absenteeism long (≥ 10 days) was

1.71 and 2.37 times higher in medium and low levels of social support at work, compared to high level. This consistency of results corroborates the hypothesis about the contribution of social support at work to reduce absenteeism due to illness in nursing. Investing in the

psychosocial work environment can have a positive impact on health and working conditions of nursing staff.

KEY-WORDS: HEALTH WORKERS, NURSES, ABSENTEEISM, SOCIAL SUPPORT

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Características dos estudos incluídos na revisão de bibliográfica............................. 27

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Modelo Demanda-Controle de Karasek......................................................................... 33

Figura 2 Modelo Tridimensional do ambiente psicossocial no trabalho...................................... 35

Figura 3 Diagrama da população de estudo.................................................................................. 51

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Descrição dos trabalhadores de enfermagem que participaram do estudo, Rio de Janeiro, RJ, 2010 (n=1509)...............................................................

60

Tabela 2 Associação entre variáveis socioeconômicas e apoio social no trabalho entre os trabalhadores de enfermagem, Rio de Janeiro, RJ, 2010 (n=1509)............

62

Tabela 3 Associação entre variáveis ocupacionais e apoio social no trabalho entre os trabalhadores de enfermagem, Rio de Janeiro, RJ, 2010 (n=1509).....................

63

Tabela 4 Frequência de trabalhadores que referiram concordo nos indicadores do

apoio social no trabalho entre os trabalhadores de enfermagem, Rio de Janeiro, RJ, 2010 (n=1509)....................................................................................................

64

Tabela 5 Associação entre variáveis de comportamentos relacionados à saúde e apoio social no trabalho entre os trabalhadores de enfermagem, Rio de Janeiro,

RJ, 2010 (n=1509)...................................................................................................

66

Tabela 6 Associação entre variáveis de condições de saúde e apoio social no

trabalho entre os trabalhadores de enfermagem, Rio de Janeiro, RJ, 2010 (n=1509)...................................................................................................................

66

Tabela 7 Associação entre as variáveis sócio-demográficas e o absenteísmo entre os trabalhadores de enfermagem, Rio de Janeiro, RJ, 2010 (n=1509).....................

67

Tabela 8 Associação entre as variáveis ocupacionais e o absenteísmo entre os

trabalhadores de enfermagem, Rio de Janeiro, RJ, 2010 (n=1509).........................

68

Tabela 9 Associação entre as variáveis de comportamentos relacionados à saúde

e o absenteísmo entre os trabalhadores de enfermagem, Rio de Janeiro, RJ, 2010 (n=1509)....................................................................................................................

69

Tabela 10 Associação entre as variáveis de condições de saúde e o absenteísmo entre os trabalhadores de enfermagem, Rio de Janeiro, RJ, 2010 (n=1509)............

70

Tabela 11 Associação bruta e ajustada entre apoio social no trabalho e

absenteísmo-doença entre trabalhadores de enfermagem, Rio de Janeiro, RJ, 2010 (n=1509)..........................................................................................................

71

Tabela 12 Distribuição dos trabalhadores de enfermagem por quadrante envolvendo o controle e o apoio social no trabalho, segundo características sócio-

demográficas e ocupacionais, Rio de Janeiro, RJ, 2010 (n=1509)..........................

72

Tabela 13 Associação bruta e ajustada entre os quadrantes de contro le e apoio

social no trabalho e absenteísmo-doença entre trabalhadores de enfermagem, Rio de Janeiro, RJ, 2010 (n=1509).................................................................................

73

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AST Apoio Social no Trabalho

BDENF Base de Dados de Enfermagem

BVS Biblioteca Virtual de Saúde

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CLT Consolidação das Leis Trabalhistas

CONEP Comissão Nacional de Ética em Pesquisa

DORT Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho

EEAN Escola de Enfermagem Anna Nery

EUA Estados Unidos da América

FIOCRUZ Fundação Oswaldo Cruz

ICT Índice de Capacidade para Trabalho

JCQ Job Content Questionnaire

LER Lesões por Esforços Repetitivos

LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da saúde

IC Intervalo de Confiaça

IMC Índice de Massa Corpórea

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

MD-C Modelo Demanda-Controle

MEDLINE Literatura Internacional em Ciências da Saúde

NR Norma Regulamentadora

NUPENST Núcleo de Pesquisa Enfermagem e Saúde do Trabalhador

OR Odds ratio

SM Salário Mínimo

SPSS Statistical Package for the Social Sciences

UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

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SUMÁRIO

CAPÍTULO I- CONSIDERAÇÕES INICIAIS___________________________________

1.1. Contextualização da trajetória profissional e aderência ao tema de estudo ....................16

1.2. Apresentação do problema de estudo..............................................................................17

1.3. Pergunta de Investigação..................................................................................................22

1.4. Objetivos...........................................................................................................................22

1.5. Justificativa e Contribuições..............................................................................................23

CAPÍTULO II- REVISÃO DE LITERATURA____________________________________

2.1. Definições de rede e apoio social......................................................................................28

2.2. O Modelo Demanda-Controle e suporte social.................................................................31

2.3. Apoio Social no Trabalho e sua relação com a saúde do trabalhador...............................38

2.4. Conceituando o absenteísmo.............................................................................................40

2.5. Hospital, enfermagem e absenteísmo-doença....................................................................44

CAPÍTULO III- METODOLOGIA_____________________________________________

3.1. Descrição do estudo no qual essa dissertação está inserida ..............................................48

3.1.1. Tipo de Estudo.........................................................................................................48

3.1.2. Local do estudo........................................................................................................48

3.1.3. População do estudo................................................................................................50

3.1.4. Instrumentos ............................................................................................................51

3.1.5. Treinamento dos aplicadores/entrevistadores...........................................................52

3.1.6. Pré-testes, Estudo-Piloto, Estudo de Confiabilidade...............................................53

3.1.7. Coleta de Dados.......................................................................................................53

3.1.8. Criação do Banco de dados......................................................................................54

3.1.9. Aspectos Éticos do Estudo.......................................................................................54

3.2. Etapas realizadas nesta dissertação de mestrado................................................................55

3.2.1. Tratamento das variáveis do estudo.........................................................................55

3.2.2. Análise de dados......................................................................................................59

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CAPÍTULO IV – RESULTADOS_______________________________________________

4.1. Caracterização sócio-demográfica e ocupacional dos trabalhadores de enfermagem........60

4.2. Descrição do apoio social no trabalho percebido pelos trabalhadores de enfermagem

(objetivo específico 1)...............................................................................................................62 4.3. Caracterização do absenteísmo dos trabalhadores de enfermagem (objetivo específico

2)...............................................................................................................................................67

4.4. Associação entre apoio social no trabalho e o absenteísmo dos trabalhadores de enfermagem (objetivo específico 3)..........................................................................................71

4.5. Associação entre combinações do apoio social no trabalho e controle no trabalho (objetivo específico 4)..............................................................................................................................72

CAPÍTULO V- DISCUSSÃO __________________________________________________

5.1. Considerações sobre a descrição dos trabalhadores de enfermagem.................................74

5.2. Considerações sobre os achados do apoio social no trabalho (objetivo específico 1).......76

5.3. Considerações acerca do absenteísmo em trabalhadores de enfermagem (objetivo

específico 2)..............................................................................................................................84 5.4. Considerações acerca da associação entre o apoio social no trabalho e o absenteísmo dos

trabalhadores de enfermagem (objetivo específico 3)..............................................................94

5.5. Considerações acerca da associação entre combinações do apoio social no trabalho e controle no trabalho (objetivo específico 4).............................................................................96

5.6. Limitações do estudo.........................................................................................................100

CAPÍTULO VI- CONSIDERAÇÕES FINAIS__________________________________102

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS________________________________________ 110

ANEXOS_________________________________________________________________136

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CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização da trajetória profissional e aderência ao tema de estudo

Ao ingressar no curso de mestrado, tive a oportunidade de conhecer o estudo

epidemiológico ―Gênero, trabalho e saúde em profissionais de enfermagem: morbidade e sua

associação com o trabalho noturno, as longas jornadas e o trabalho doméstico‖ realizado em

parceria entre pesquisadores do Laboratório de Educação em Ambiente e Saúde do Instituto

Oswaldo Cruz- FIOCRUZ e a Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do

Rio de Janeiro- UFRJ, através do Núcleo de Pesquisa Enfermagem e Saúde do Trabalhador-

NUPENST do Departamento de Enfermagem de Saúde Pública.

Neste estudo entrevistou-se 1509 trabalhadores de três hospitais públicos do Rio de

Janeiro, com o objetivo principal de estudar as relações entre a organização do trabalho

hospitalar, a saúde e o bem estar dos trabalhadores de enfermagem. Entre os diversos aspectos

incluídos na referida pesquisa, chamou minha atenção a escala de apoio social no trabalho que

envolve o relacionamento dos trabalhadores com seus colegas e chefes. Observei que é

recente e crescente o interesse nas publicações da enfermagem acerca da importância do

relacionamento social em vários aspectos da saúde (ARAÚJO et al., 2003; SHIREY, 2004;

STOLTZ et al., 2007).

Levando em conta que o absenteísmo é uma variável que sintetiza as condições de

saúde dos trabalhadores, decidi explorar as relações de apoio social no trabalho e a ocorrência

do absenteísmo entre os trabalhadores de enfermagem que fizeram parte do referido estudo.

Portanto, esta dissertação tem como tema central a associação entre o apoio social no trabalho

e o absenteísmo-doença auto-referido entre trabalhadores de enfermagem.

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Desde minha graduação, tenho me interessado por questões relacionadas às interações

e laços sociais dos trabalhadores de enfermagem, por reconhecer que estes podem influenciar

positivamente ou não, na saúde e na qualidade de vida destes profissionais.

Durante minha trajetória profissional, tive a oportunidade de atuar como enfermeira

assistencial em algumas instituições hospitalares. Nestas, pude constatar que o absenteísmo-

doença é freqüente entre a equipe de enfermagem e vivenciei as consequências destas

ausências no processo de cuidado que é desenvolvido essencialmente em equipe. O

absenteísmo-doença reflete as condições de saúde física e mental e a satisfação dos

trabalhadores e tem determinação complexa e multifatorial. Investigações internacionais

recentes têm postulado que, no contexto do trabalho, o apoio social da equipe pode ser fator

determinante de maior ou menor falta ao trabalho (VÄÄNÄNEN et al., 2008; DAVEY et al.,

2009).

Realizar o curso de Pós Graduação Lato Sensu em Enfermagem do Trabalho, e estudar

as relações de saúde e trabalho de diferentes classes trabalhadoras, veio a contribuir para o

aumento de meu interesse pela temática em questão.

1.2. Apresentação do Problema de Estudo

A importância das relações sociais na saúde tem sido destacada por meio de suas

associações com a morbidade física e psicológica, a recuperação em doenças crônicas e a

mortalidade (COHEN et al., 2000; GIOVANETTI, 2006). O apoio social é um dos fatores

psicossociais no trabalho importantes para a compreensão da saúde dos trabalhadores

(HOUSE et al., 1988; THEORELL, 1996; KARLIN et al., 2003).

O conceito do apoio social foi introduzido na área da saúde por Caplan, Cobb e Cassel

na década de 70 (HOUSE, 1983; HOUSE et al., 1988; COHEN et al., 2000), e tem suas

origens na Teoria da Integração Social de Durkheim, a qual apresenta os efeitos da estrutura

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social no bem-estar psicológico das pessoas apontando o apoio social como fator de proteção

(COHEN et al., 2000; RAMOS, 2002). O Apoio Social no Trabalho (AST) é uma derivação

teórica e conceitual do apoio social global aplicado ao ambiente de trabalho, que foi

introduzida por James House e seu grupo de estudos, em 1981 (UNDÉN, 1996). Segundo

House (1983) o AST envolve preocupação emocional, ajuda instrumental e fornecimento de

informações entre pessoas e está relacionado aos nível de interação social disponível no

ambiente de trabalho pelos colegas e supervisores (KARASEK; THEORELL, 1990).

O AST é considerado como um fator relevante para a minimização dos efeitos

adversos na saúde ocasionados pelos estressores do ambiente de trabalho (HOUSE et al.,

1982). A relação entre o apoio social e os vários efeitos na saúde tem sido investigada em

vários estudos teóricos e empíricos (como exemplo, os estudos de Cohen e Syme, 1985; e

Leppin e Schwarzer, 1997). No entanto, discordância teórica e metodológica de como o AST

deve ser definido e mensurado persistem (HUPCEY, 1998). Payne e Jones (1987) já

destacavam, por exemplo, que as diferentes fontes de apoio, de colegas de trabalho e

supervisores, devem ser diferenciadas, a fim de propiciar investigações mais claras do

conceito de apoio social.

Há uma distinção teórica importante que tem sido explorada na literatura

epidemiológica, ao longo dos últimos anos, acerca do apoio social (HOUSE, 1983; COHEN;

WILLS, 1985; HOUSE et al., 1988; KARLIN et al., 2003): o main effect ou hipótese do efeito

direto e o buffering ou hipótese de efeito ―tampão‖. No main effect, o apoio social exerce

função direta na promoção de saúde e na eliminação das fontes de estresse, fato que ocorre

porque o apoio satisfaz necessidades como segurança, contato social, aprovação, pertença e

afeição. O buffering sugere a moderação do impacto do estresse na saúde (e não um efeito

direto), e modifica a relação entre esses, ou seja, com a percepção da presença do apoio

haveria uma minimização dos efeitos deletérios do estresse ocupacional. No caso do main

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effect, o efeito benéfico independe se os indivíduos estão sob estresse, e o buffering, é apenas

(principalmente) se estão sob este efeito.

No constructo teórico de efeito moderador (buffering) foi desenvolvido o AST como

uma expansão do modelo bidimensional de desgaste ocupacional, desenvolvido por Karasek

(1979) - o Modelo Demanda-Controle. A questão central desse modelo se refere ao

pressuposto de que altos níveis de demanda psicológica combinados com baixos níveis de

controle de decisão estão relacionados aos efeitos adversos a saúde (Karasek e Theorell,

1990).

Tal modelo foi aplicado em vários países e em diversos contextos ocupacionais, e

encontra-se uma associação positiva entre aspectos psicossociais do trabalho (alta demanda

psicológica e baixo controle) e diferentes desfechos, como, por exemplo: risco de doenças

cardiovasculares (AQUINO, 1996; BELKIC et al., 2004; ALVES, 2004); doenças do sistema

digestivo (KARASEK; THEÖRELL, 1990); problemas psiquiátricos menores (ARAÚJO,

1999; AMARAL, 2006; SILVA, 2007); desordens musculoesqueléticas (BONGERS et al.,

1993, 2002; JOSEPHSON et al., 1997;); absenteísmo no trabalho (MACEDO et al., 2007),

entre outros.

A incorporação do AST ao modelo demanda-controle foi proposta por Johnson e Hall

(1988). Segundo esses autores, o AST teria um efeito mediador nas consequências mais

adversas do estresse psicossocial do trabalho que seriam observadas em situações de menor

apoio social combinado ao baixo controle no ambiente de trabalho, conforme será explicado

mais adiante (item 2.2. da Revisão de Literatura).

A presença e/ou percepção do apoio social no trabalho aumenta a satisfação, a

motivação e o comprometimento com o trabalho (BOND et al., 2004); reduz o estresse e os

fatores desencadeantes de transtornos mentais (LINDORFF, 2001); reduz o risco de doenças

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cardiovasculares (THEORELL; KARASEK, 1996; KAWAKAMI et al., 2000); melhora da

saúde geral e qualidade de vida, evitando o absenteísmo (UNDÉN, 1996), dentre outros.

Ressalta-se que as relações sociais no ambiente de trabalho podem ser prejudicadas

pelos obstáculos organizacionais do trabalho (KARLIN et al., 2003). Neste contexto,

destacam-se o empobrecimento e a repetividade das tarefas, a falta de motivação e estímulo, a

precária integração entre empregados e a organização, e os impactos psicológicos de uma

direção deficiente que não visa uma política prevencionista e humanista. As relações sociais

no trabalho neste contexto convertem-se em fontes de exigências e estresse, influenciam a

saúde no cotidiano dos trabalhadores (BELTRÁN et al., 2004) e podem promover o

absenteísmo por doença no trabalho (UNDÉN, 1996; VÄÄNÄNEN et al., 2008)

O absenteísmo por doença se refere ao não comparecimento ao trabalho por motivo de

doença ou problema de saúde, relacionado ou não ao trabalho (GEHRING JUNIOR et al.,

2007). Ele reflete o estado de saúde dos trabalhadores (KIVIMÄKI et al., 2003), tem impactos

econômicos importantes gerando custos elevados às empresas e à seguridade social

(NIEDHAMMER; SIEGRIST, 1998).

No caso dos trabalhadores de enfermagem é considerado um fenômeno de natureza

complexa e multifatorial. Fatores, tais como, cultura organizacional, estratégias de

valorização do trabalhador, burnout e estresse, o ambiente psicossocial do trabalho e a

satisfação com o trabalho, já foram associados às faltas dos trabalhadores (JOHNS, 2002;

DAVEY et al., 2009). No entanto, modelos teóricos que elucidem esta multicausalidade, bem

como seus principais preditores ainda são escassos (HANEBUTH et al., 2006; DAVEY et al.,

2009).

Além disso, o ambiente hospitalar, onde atuam grande parte dos trabalhadores de

enfermagem, pode favorecer o absenteísmo em função da natureza ocupacional complexa,

pela exposição a agentes nocivos, incluindo equipamentos médicos, compostos químicos,

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materiais infectantes e o estresse psicológico e a heterogeneidade dos serviços prestados e de

trabalhadores atuantes (LIM et al., 2002).

A enfermagem é a maior força de trabalho no hospital, desenvolvendo atividades

repetitivas e pesadas junto aos pacientes, em longas jornadas desgastantes e em turnos fixos e

contínuos (GUIMARÃES, 2005). Soma-se a isso uma característica histórica da profissão que

é o fato do trabalho ser basicamente realizado por mulheres (PITTA, 1994), portanto, além de

conviverem com a dinâmica atual das organizações no desenvolvimento de suas atividades,

em geral apresentam sobrecarga doméstica, já que precisam gerenciar suas vidas como

pessoas, esposas e mães (SPINDOLA; SANTOS, 2003). Estes fatores interagem e favorecem

o adoecimento e, portanto às ausências no trabalho destes profissionais.

Para exemplificar os custos do absenteísmo entre profissionais de saúde Davey et al.

(2009), utilizaram dados do Instituto Canadense de Informação em Saúde (CIHI) do ano de

2005, o qual mostra que, em média, esses trabalhadores tem 1,5 vezes mais chance de estar

ausente ao trabalho por motivo de doença ou lesão do que outros profissionais. A média de

dias perdidos por ano para os profissionais de saúde canadenses chega a 12-15 dias. Se uma

enfermeira que recebe US$ 28 /h e trabalha 40 horas por semana, ausentar-se seis dias no

período de 1 ano por motivo de doença, gera um custo para a instituição de US$ 1344,00 (não

incluindo benefícios) para pagamento desta enfermeira enquanto ausente. Para substituir a

enfermeira em tempo dobrado (são necessárias taxas de horas extras para a substituição da

enfermeira ausente, ou seja, a enfermeira que realizará a substituição recebe em dobro, o dia

dela e o da enfermeira ausente) os custos da organização são de US$ 2688, ou seja, o custo

total é de US$ 4032. Então, para substituir 50 enfermeiras que se ausentarem por seis dias em

um ano custaria aproximadamente US$ 201.600 para a instituição de saúde. No entanto, uma

parte intangível desses custos se refere às consequências relacionadas à desorganização do

serviço, a insatisfação e a sobrecarga entre os trabalhadores presentes e o conseqüente

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comprometimento da qualidade da assistência prestada ao paciente (BELÉM; GAIDZINSKI,

1998; TAIMELA et al., 2007)

A partir destas considerações, esta dissertação buscou discutir a associação entre apoio

social no trabalho e o absenteísmo por doença entre trabalhadores de enfermagem que atuam

em ambiente hospitalar, e as possíveis conseqüências desta relação para estes profissionais.

Considerou-se a seguinte hipótese: no ambiente de trabalho, a percepção de níveis mais

baixos de apoio social está associada às maiores chances de absenteísmo-doença em

trabalhadores de enfermagem.

1.3. Pergunta de Investigação

Trabalhadores de enfermagem com níveis mais baixos de apoio soc ial no trabalho têm

chances mais elevadas de referirem absenteísmo-doença?

1.4. Objetivos

1.4.1. Objetivo geral

Avaliar a associação entre apoio social no trabalho e o absenteísmo-doença em

trabalhadores de enfermagem.

1.4.2. Objetivos específicos

- Descrever o apoio social no trabalho percebido segundo variáveis sócio-

demográficas, ocupacionais, de comportamentos e condições de saúde em trabalhadores de

enfermagem;

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- Identificar a prevalência de absenteísmo-doença auto-referido e sua associação com

variáveis sócio-demográficas, ocupacionais, de comportamentos e condições de saúde em

trabalhadores de enfermagem;

- Analisar a associação entre diferentes níveis de apoio social percebido e o

absenteísmo-doença auto-referido;

- Explorar a associação entre combinações do apoio social e níveis de controle sobre o

trabalho no absenteísmo-doença auto-referido.

1.2. Justificativa e Contribuições

Desde a década 70, tem sido observado um interesse crescente em estudos acerca do

apoio social e sua influência em diversos aspectos da vida (BERKMAN; GLASS, 2000;

MATSUKURA et al., 2002). Alguns autores refletem sobre o interesse neste constructo, em

função de diversos fatores, dentre eles a importância de sua relação com a promoção da saúde

e prevenção de doenças (SIQUEIRA, 2008). Há evidências de que a ruptura de vínculos

sociais aumenta a suscetibilidade a diversas doenças – como hipertensão arterial, depressão e

tuberculose – o que mostra a estreita relação entre apoio social e saúde (CHOR et al., 2001).

A importância das relações sociais na saúde tem sido destacada por meio de suas

associações com mortalidade, morbidade física e psicológica e recuperação em doenças

crônicas (COHEN et al., 2001). Estudos epidemiológicos identificaram associação entre

ligações sociais e a ocorrência de diversos desfechos relacionados à saúde. Dentre esses

desfechos, a associação entre maior apoio social e menor mortalidade geral (consideradas

todas as causas) é o que apresentou, até agora, maior consistência, já que diversos estudos

identificaram que indivíduos isolados socialmente apresentaram risco entre duas e cinco vezes

maior de morrer, comparados aqueles que mantêm vínculos fortes com amigos, parentes ou

grupos (BERKMAN; SYME, 1979; HOUSE et al., 1982; GRIEP et al., 2003).

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De fato, vários estudos apontam a associação entre apoio social e níveis de saúde e/ou

a presença de apoio social funcionando como agente ―protetor‖ frente ao risco de

adoecimento (BLOOM, 1990). Mas, ainda são poucas as publicações que tratam desta

temática no Brasil (MATSUKURA et al., 2002). Nesse sentido, pesquisas que busquem a

relação entre apoio social e a saúde dos trabalhadores podem contribuir na identificação de

fatores que influenciam as interações sociais e consequentemente na produção e divulgação

da importância do fortalecimento de vínculos sociais como forma de manter e promover a

saúde.

No contexto do trabalho de colegas e chefes o apoio social constitui-se relevante para

a compreensão e o estudo da saúde dos trabalhadores (HOUSE, 1983; KARLIN et al., 2003;

BELTRÁN et al., 2004). A avaliação dos aspectos relacionados à dimensão psicossocial do

trabalho, como o apoio social no ambiente laboral, tem sido objeto de estudos recentes em

saúde e trabalho. Porém, no Brasil, ainda é pouco explorado e são raras as publicações

relacionadas a este constructo (MATSUKURA et al., 2002). Para exemplificar, nos meses de

Março a Junho de 2009, realizei um levantamento bibliográfico de publicações nacionais e

internacionais utilizando as Bases de Dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS): Medical

Line (MEDLINE), Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Literatura Latina-

Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e o Banco de Dados da Enfermagem

(BDENF); e o Banco de teses da CAPES. Para isso, foram utilizados os descritores: ―Apoio

Social‖, ―Trabalho‖, ―Enfermagem‖, e ―Absenteísmo‖, com o recorte temporal dos últimos 10

(dez) anos, ou seja, de 1998 a 2008. É válido ressaltar que, não foi utilizado apoio social no

trabalho, por não haver este descritor na BVS. Como critérios de inclusão foram utilizadas as

publicações de artigos, dissertação e teses com a temática em tela.

Ao realizar a busca pelos descritores, foi encontrado um total de 107 referências.

Dessas, foram excluídos 102 publicações (58 delas por não terem aderência ao tema; 24 por

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se repetirem durante as buscas; sete trabalhos por abordar apenas o estresse no ambiente

ocupacional, sem menção ao apoio social no trabalho e treze não utilizaram trabalhadores de

enfermagem como sujeitos do estudo). No quadro 1 podem-se observar as principais

características e resultados dos cinco estudos selecionados.

Ao analisar as cinco publicações, percebe-se que se trata de estudos internacionais e

relativamente recentes. Quanto aos resultados dos estudos, podemos dizer: o estudo de Baba

et al. (1999) trata do apoio social de forma periféirca, apresentando seu foco nas relações do

estresse, Burnout e absenteísmo; Lindholm (2006) traz resultados referentes a níveis de

estresse de gerentes enfermeiros e médicos e sua não associação com absenteísmo; Hall

(2007) mostra a relação entre o apoio social no trabalho e o estresse neste ambiente, sem

abordar o absenteísmo; somente os dois últimos trabalhos apresentados, o de Nyathi e

Jooste.(2008) e de Alderson (2008) abordaram algumas características do apoio social no

trabalho (como a inadequada coesão em grupo e a falta de reconhecimento pelos colegas de

trabalho) mostrando relação com o absenteísmo.

Este levantamento bibliográfico mostrou que a questão do apoio social no trabalho

bem como sua associação com o absenteísmo no trabalho por trabalhadores de enfermagem

tem sido abordada de forma periférica. É evidente a existência de lacunas no conhecimento

acerca do objeto de estudo proposto, justificando assim a contribuição desta dissertação.

Portanto, esta pesquisa pretende contribuir com conhecimentos que subsidiem ações de

melhoria das relações sociais no ambiente de trabalho, a fim de evitar possíveis danos físicos

e/ou psicológicos que possam vir a gerar absenteísmo por adoecimento entre trabalhadores de

enfermagem estudados.

É ampla a descrição de efeitos nocivos sobre a saúde, provenientes de elevados níveis

de demanda e estimulação ambiental excessiva. Especialmente os trabalhadores de

enfermagem, que estão sujeitos a sobrecargas de trabalho e ao sofrimento psíquico, são

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considerados profissionais com maior risco de apresentar doenças como hipertensão arterial,

diabetes mellitus, distúrbios ortopédicos, neurológicos dentre outros (ARAÚJO et al., 2003)

Nas organizações de saúde, as pressões provocadas sobre o empregado comprometem

a qualidade de vida no trabalho e, freqüentemente, levam ao elevado índice de absenteísmo

que, além do custo financeiro para as instituições, trazem dificuldades para o trabalho em

equipe, decorrente da sobrecarga dos presentes e prejuízo para os usuários do serviço

hospitalar (APOLLINÁRIO, 2008). A categoria de enfermagem tem sido bastante estudada

considerando sua relação com os índices de absenteísmo os quais são elevados, considerando-

a isoladamente ou quando comparados com outras categorias (SILVA; MARZIALE, 2000;

GODOY, 2001; BARBOZA; SOLER, 2003). Pretende-se contribuir para o avanço do

conhecimento, através do aprofundamento e incentivo de produções científicas sobre apoio

social e absenteísmo no trabalho e suas implicações na saúde dos trabalhadores. Espera-se que

os resultados desta pesquisa, possam auxiliar na compreensão da importância do ambiente

psicossocial e das interações sociais para uma melhor qualidade de vida, promovendo a saúde

e prevenindo o adoecimento e conseqüente absenteísmo em trabalhadores de enfermagem.

A natureza das relações pessoais e hierárquicas na organização reflete-se no

incremento das taxas de absenteísmo: a relação do trabalhador com seu ambiente familiar e

como a chefia administra essa problemática (ISOSAKI, 2003); a exigência de assiduidade e

baixa capacidade de flexibilidade no ritmo do trabalho (JOHANSSON; LUNDBERG, 2004);

o clima organizacional desfavorável; limitações na carreira; baixa qualidade do trabalho em

equipe; e constrangimentos pessoais podem aumentar as ausências ao trabalho (PIIRAINEN

et al., 2004).

As investigações da influência do meio social na área da saúde são bastante relevantes

para o desenvolvimento de programas e políticas de saúde, já que é notória a influência da

rede social na vida e na saúde individual e/ou coletiva dos elementos nela envolvidos.

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Quadro 1- Características dos estudos incluídos na revisão de bibliográfica

Identificação

do Estudo

Origem

do

Estudo

Perfil do

Estudo

Sujeitos do

Estudo

Resultados do estudo

Baba et al.1999

Canadá Estudo multicêntrico, prospectivo

Enfermeiros hospitalares

O conflito de papéis, a sobrecarga de funções e o baixo apoio social

são preditores do estresse. E o baixo apoio social é preditor do

burnout. Burnout foi o único preditor do absenteísmo e da

intenção de rotatividade Lindholm,

2006 Suécia Estudo

epidemiológico, seccional

Gerentes enfermeiros e medicos

hospitalares

O resultado mostrou que tanto os gerentes de enfermagem (OR 6,8

IC 95%: 3,5-13,5) quanto os diretores clínicos (OR 6,7 IC 95%: 3,6-12,5) que estão expostos à alta

demanda de trabalho tem uma probabilidade significativamente

maior de elevado nível de estresse no trabalho. Nenhuma relação foi

encontrada entre o estresse no trabalho e faltas por doença e

salário.

Hall, 2007 EUA Estudo caso-controle

Enfermeiros de um centro

médico acadêmico

Enfermeiros com maiores níveis de apoio percebido do supervisor

resultam menos estresse ocupacional e menores desgastes no trabalho, que os enfermeiros com menos apoio percebido por

parte do supervisor.

Nyathi e Jooste,2008

Sul da África

Estudo epidemiológico,

seccional

Equipe de enfermagem

hospitalar

Os resultados deste estudo indicam que as características

pessoais e de gestão e organização e as condições de

trabalho(inadequada coesão de grupo, falta de autonomia, ambigüidade de papéis e

rotinização) podem levar ao absenteísmo no trabalho

Alderson, 2008

Canadá Estudo qualitativo,

abordagem da psicodinâmica

do trabalho

Enfermeiros hospitalares

Principal fonte de insatisfação dos enfermeiros é a incapacidade de gestão, falta de reconhecimento

pelos colegas de trabalho, autonomia e poder profissional, quem vem a elevar as taxas de

absenteísmo.

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CAPÍTULO II

REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Definições de rede e apoio social

As contribuições do sociólogo Durkheim, são imensas ao estudo do comportamento

social e sua relação com a saúde dos indivíduos. De acordo com Silva (2007), este autor

tentou explicar como a doença individual estava relacionada a dinâmica social. Talvez a mais

importante contribuição que fez foi a compreensão como a morte por suicídio recebia

influência da integração e da coesão social.

Os efeitos da estrutura social no bem-estar psicológico das pessoas estão presentes

implicitamente na Teoria da Integração Social de Durkheim [1897](1951). Segundo a

perspectiva deste autor, a integração social promove um sentido de significado e de propósito

para a vida (DURKHEIM, 1991). De acordo com Thoits (1982), a integração social leva ao

suporte social protegendo a pessoa contra problemas que podem levar a comportamentos

desviantes. Estes contatos reforçam sentimentos de pertencimento nos grupos sociais dos

quais o indivíduo faz parte, o que poderia afetar positivamente a saúde dos indivíduos

(RAMOS, 2002). Nesse sentido, a integração social acontece através do comprometimento

que os indivíduos têm com a ordem social, a qual vem a exercer controle sobre o

comportamento dos mesmos.

Neste contexto, destacam-se os vínculos sociais e sua associação com diversos

aspectos da saúde física e mental (BÉLAND et al., 2006) Dentre as diferentes idéias inseridas

na expressão "vínculos sociais", dois conceitos têm merecido destaque: rede social e apoio

social.

A Rede Social pode ser definida como o grupo de pessoas com as quais o indivíduo

mantém contato ou alguma forma de vínculo social (BOWLING, 1997). Griep et al. (2005)

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complementam dizendo que podem ou não oferecer ajuda em diversas situações ao longo da

vida.

O Apoio Social se refere à dimensão funcional ou qualitativa da rede social, ou seja,

ter alguém com quem contar em situações difíceis para receber ajuda material, emocional ou

afetivo e também se sentir valorizado no grupo no qual faz parte (SHERBOURNE;

STEWART, 1991; GRIEP, 2003).

Há uma série de definições de apoio social que podem ser encontradas na literatura,

em sua maioria internacional. Assim temos a definição de Cobb (1976), ―como a informação

que leva o indivíduo a acreditar que é querido, amado e estimado, e que faz parte de uma rede

social com compromissos mútuos.‖ Para Due et al., (1999) apoio social refere-se aos recursos

disponíveis por outras pessoas em situações de necessidade e Sherbourne e Stewart (1991)

criaram um instrumento que pode ser mensurado através da percepção individual do grau com

que relações interpessoais correspondem a determinadas funções, por exemplo, apoio

emocional, material e afetivo.

Segundo Spiegel (1997), há um conjunto de teorias que sustentam a idéia de que o

apoio social influencia o comportamento das pessoas, ou seja, o apoio social ajuda as pessoas

a evitarem maus hábitos que podem comprometer os sistemas imunológico, nervoso e

cardiovascular, dificultando o domínio do sofrimento físico pelo organismo. Isso ocorre na

medida em que a partir da convivência em grupo, as pessoas tendem a adquirir bons hábitos

cotidianos, tais como parar de fumar, se alimentar melhor e abandonar vícios graves

(PIETRUKOWICZ, 2001). As pessoas que participam desses grupos se sentem com menos

medo, menos ansiosas, mais estáveis emocionalmente, menos isoladas, preocupadas umas

com as outras. Ao auxiliarem-se mutuamente nos grupos de apoio, os doentes também podem

engrandecer seu próprio sentido de valor. O apoio do grupo social pode promover a

capacidade para enfrentar os problemas; a percepção de que não são as únicas pessoas a

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passarem por tal problema, ou que outras pessoas passam por problemas piores – e por isso

não devem se isolar; além, disso, traz a redefinição dos valores pessoais e demonstração de

cuidado pessoal (PIETRUKOWICZ, 2001).

As interações sociais podem ocorrer de maneira intencional ou não e são capazes de

criar impacto positivo ou negativo nas pessoas, sendo este impacto influenciado pelo

reconhecimento das necessidades individuais e pelo modo como o apoio é percebido

(WILLIAMS et al., 2004). Isso quer dizer que se a interação social é imprópria, pode ser

propiciadora de estresse e, portanto, promover adoecimento (ORTH-GOMER; UNDEN,

1987). Então, o aspecto considerado fundamental na medida dos componentes funcionais da

rede se refere à avaliação da percepção do indivíduo sobre o apoio social disponível

(SHERBOURNE; STEWART, 1991). Assim, a percepção da disponibilidade de apoio é

influenciada por estados de bem-estar ou depressão: pessoas que em determinadas situações

relatariam apoio insatisfatório, podem apresentar relatos distorcidos por estados de solidão ou

depressão (GRIEP, 2003). Portanto, correspondem principalmente às necessidades subjetivas

dos indivíduos, particularmente no que refere à intensidade, confidencialidade, reciprocidade

e interação (MARTINEZ, 2002).

Por isso, a presença do apoio é associada aos níveis de saúde, pois elevado grau de

apoio funciona como um agente de proteção frente aos riscos de doenças induzidas, por

exemplo, pelo estresse. Estudos revelam que ele exerce um tipo de efeito moderador destes

agravos contribuindo assim na qualidade e predisposição à saúde (COHEN; WILLS, 1985;

COHEN; SYME, 1995; PIETRUKOWICZ, 2001; MARTINEZ, 2002).

A rede social de apoio também já foi associada de forma direta, com a sobrevida após

diagnósticos de doença coronariana, câncer e acidente vascular cerebral (VOGT et al., 1992).

Além disto, foi associado de maneira inversa com a incidência de insônia (HANSON;

OSTERGREN, 1987), com a freqüência de hipertensão arterial (STROGATZ; JAMES,

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1986), com a aquisição de hábitos como o tabagismo e consumo de álcool (WESTMAN et al.,

1985), e também com o risco de demência (FRATIGLIONE et al., 2000).

Sentir-se amado e amparado por amigos está associado com baixos níveis de

ansiedade, depressão e doenças somáticas, proporcionando uma melhor adaptação aos efeitos

dos eventos vitais estressantes, o que possibilita que estes tenham menores conseqüências

negativas sobre o organismo (COSTA; LUDEMIR, 2005).

Assim, o apoio social baixo afeta diretamente o sistema de defesa do corpo,

relacionando-se ao processo saúde-doença e aumentando a suscetibilidade para enfermidades

(CHOR et al., 2001; CHAVES; FONSECA, 2006).

2.2. O Modelo Demanda-Controle e apoio social

A proposta de Karasek surgiu a partir da verificação de que os diversos estudos sobre

estresse no trabalho e as repercussões sobre a saúde mental das pessoas eram baseados apenas

nas demandas das tarefas (modelos unidimensionais); outros se detinham sobre demandas

versus capacidades do indivíduo, e o controle não fazia parte da análise dos processos de

estresse (KARASEK; THEÖRELL, 1990).

Nessa perspectiva, o pesquisador Robert Karasek, no final da década de 70, propôs um

modelo teórico bi-dimensional que relacionava dois aspectos – demandas psicológicas e

controle sobre o trabalho – ao risco de adoecimento, o chamado Modelo Demanda-Controle

(Demand-Control Model) ou "Job Strain", como tem sido mais recentemente nominado

(ALVES, 2004).

Para avaliar esses aspectos Karasek (1985) elaborou um instrumento: o Job Content

Questionnaire – JCQ (Questionário sobre Conteúdo do Trabalho). Sua versão recomendada

compreende 49 questões, abordando, além de controle e demanda psicológica, o suporte

social proveniente da chefia e dos colegas de trabalho, demanda física e insegurança no

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emprego. Theorell (1988) elaborou uma versão resumida desse questionário, com 17

perguntas sobre demanda, controle e apoio social. Tal versão foi traduzida para o português

por Alves et al. (2004).

Conforme concebidas no modelo, as duas dimensões abarcam aspectos específicos do

processo de trabalho. O controle sobre o trabalho engloba aspectos referentes ao uso de

habilidades (o grau pelo qual o trabalho envolve aprendizagem de coisas novas,

repetitividade, criatividade, tarefas variadas e o desenvolvimento de habilidades

especiais individuais) e autoridade de decisão (inclui a habilidade individual para a tomada de

decisões sobre o próprio trabalho, a influência do grupo de trabalho e a influência na

política gerencial). Já, a demanda psicológica diz respeito às exigências psicológicas

enfrentadas pelo trabalhador durante a execução das suas tarefas. Tal demanda envolve

pressão do tempo (proporção do tempo de trabalho realizado sob tal pressão), nível de

concentração requerida, interrupção das tarefas e necessidade de se esperar pelas

atividades realizadas por outros trabalhadores (KARASEK; THEÖRELL, 1990).

Partindo-se dessas duas dimensões, podem ser evidenciados, no Modelo Demanda-

Controle, quatro grupos básicos de experiências no ambiente psicossocial do trabalho

(KARASEK; THEÖRELL, 1990):

1 - Alta exigência no trabalho (alta demanda psicológica e baixo controle), é a

principal predição estabelecida, na qual a maioria das reações adversas das exigências

psicológicas, tais como fadiga, ansiedade, depressão e doença física ocorrem quando a

demanda do trabalho é alta e o grau de controle do trabalhador sobre o trabalho é baixo.

2 - Trabalho ativo (alta demanda psicológica e alto controle), implica motivação para

desenvolver novos tipos de comportamentos, propor e aceitar desafios. A aprendizagem

ocorre em situações que requerem do indivíduo a liberação de energia psíquica associada ao

exercício da capacidade de tomar decisões relevantes. Essas oportunidades propiciam o

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desenvolvimento intelectual. Uma situação de trabalho saudável permite o desenvolvimento

do indivíduo, alternando períodos de estímulos e pausas numa interação dinâmica entre o

homem e o ambiente.

3 - Baixa exigência (baixa demanda psicológica e alto controle), Este se configura

num estado altamente confortável, ideal, uma situação de relaxamento.

4 - Trabalho passivo (baixa demanda psicológica e baixo controle), há um declínio na

atividade global do indivíduo e uma redução da capacidade de produzir soluções para as

atividades e os problemas enfrentados. Promovem a desmotivação para o trabalho, conduzem

ao declínio da aprendizagem e à perda gradual das habilidades previamente adquiridas.

Essas experiências são geradas pela simultaneidade de interação dos níveis de maior

ou menor demanda psicológica e de controle sobre o trabalho. No esquema da Figura 1, as

quatro combinações geradas a partir dessa configuração estão representadas por quadrantes

atravessados por duas diagonais, determinadas por Karasek e Theörell (1990) de Diagonal A e

Diagonal B.

Grau de Demanda

Baixa Alta

3

Baixa Exigência

2

Trabalho Ativo

4

Trabalho Passivo

1

Alta Exigência

Fonte: Karasek (1979); Karasek; Theörell (1990)

Figura 1- Modelo Demanda-Controle de Karasek

Alto

Baixo

Grau de Controle

Diagonal B Motivação para

desenvolver novos tipos de

comportamentos

Diagonal A Riscos de Exigência

psicológica e

adoecimento físico

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A diagonal A assinala o risco de distúrbios de ordem psicológica e de doença física. A

principal predição estabelecida aqui é que a maioria das reações adversas das exigências

psicológicas, tais como fadiga, ansiedade, depressão e doença física ocorrem quando a

demanda do trabalho é alta e o grau de controle do trabalhador sobre o trabalho é baixo

(quadrante 1), como acontece no processo de trabalho em linhas de montagem

(KARASEK; THEÖRELL, 1990).

Na diagonal B, registra-se motivação para desenvolver novos padrões de

comportamento (KARASEK; THEÖRELL, 1990). Entretanto, o modelo prediz que trabalho

na condição do quarto quadrante, definido como trabalho passivo, pode conduzir ao declínio

na atividade global do indivíduo e à redução da capacidade de produzir soluções para as

atividades e problemas enfrentados.

No entanto, o modelo demanda-controle não era capaz de explicar diversas situações

detectadas no ambiente de trabalho. Por isso, uma terceira dimensão, o apoio social no

trabalho foi incorporado ao modelo original (JOHNSON; HALL,1988). Segundo esse modelo

revisto, o AST em interação com o controle no trabalho poderia potencializar os efeitos do

estresse psicossocial sobre a saúde, embora seja difícil a separação teórica entre o apoio

coletivo e o controle coletivo. Trabalhadores expostos a condições adversas de trabalho

podem se unir e aumentar o controle no trabalho (JOHNSON; HALL, 1988).

Johnson (1991) trouxe um novo conceito teórico, controle coletivo, uma síntese dos

dois conceitos de controle sobre o trabalho e apoio social no trabalho que tinham sido

estudados separadamente, e o qual está igualmente em consonância com a idéia de Gardell

(1982), que diz que ao combinar a influência do coletivo na tomada de decisão gerencial com

a formação de grupos autônomos, o indivíduo e o grupo serão capazes de conseguir um

controle maior sobre o sistema de trabalho e os métodos de trabalho.

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Controle do coletivo pode ser relacionado com a saúde dos trabalhadores de várias

maneiras (JOHNSON, 1991; CHOI et al., 2010; BOERJAN et al., 2010): pode alterar o nível

de demanda de trabalho diretamente (por exemplo, através de uma negociação coletiva);

modificar os impactos prejudiciais à saúde da demanda de trabalho (por exemplo, prestação

de apoio emocional); ou afetar a saúde de trabalhadores através de conquistas das

necessidades humanas básicas, tais como o companheirismo e a necessidade de controle,

independente da demanda de trabalho. Portanto, o controle coletivo implica no que poderia

ser uma interação sinérgica entre controle e AST em diversos desfechos na saúde relacionada

ao estresse no trabalho.

A Figura 2 representa o modelo psicossocial tridimensional de demanda-controle e

apoio social no trabalho.

Fonte: Karasek (1979); Karasek; Theörell (1990)

Figura 2- Modelo Tridimensional do ambiente psicossocial no trabalho

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De forma semelhante aos quadrantes do modelo demanda-controle, a combinação

entre o controle no trabalho e o apoio social no trabalho poderia gerar quatro diferentes

situações (KARASEK; THEÖRELL, 1990):

1 - O alto controle e o alto apoio social - ―lider participativo‖ (“participatory

leader”). House (1981) aponta que ambos (participação na decisão e o apoio social)

constituem uma importante força para mudar o ambiente de trabalho. Claro que nem todos os

trabalhadores são necessariamente líderes convencionais, mas em geral, se partilha m do

poder, poderiam influenciar, ou teriam maior chance de influenciar as decisões coletivas.

Algumas das profissões que se encontram neste quadrante são: cientistas, professores,

gerentes, bancários e enfermeiras.

2 - O alto controle e o baixo apoio social - ―vaqueiro herói‖(―cowboy hero‖), no qual

o trabalhador possui muita habilidade, mas opera de forma isolada, quase em oposição à

autoridade social convencional. O rótulo de “cowboy hero” é baseado na cultura americana, e

ilustra o importante exercício do controle irrestrito pela autoridade social. No entanto, torna-

se difícil imagens comparáveis em outros países, tais como a Suécia, Europa Ocidental, ou na

sociedade japonesa. São incluídas as profissões de arquitetos, engenheiros, artistas, advogados

e gerente de produção.

3- O baixo controle e o baixo apoio social – denominado de ―prisioneiro isolado‖

(“isolated prisioner‖). Estes grupos, mais claramente do que qualquer outro na sociedade

representa o trabalhador da automação, do ritmo de linha de montagem, pois eles incorporam

os princípios de Taylor nos postos de trabalho. Portanto os seus baixos salários e a natureza

psicossocial do seu trabalho são indesejáveis ao extremo. Nesse quadrante poderiam ser

encontrados trabalhadores tais como os montadores e operadores de máquinas de várias

indústrias. Entre as mulheres, as operadoras de máquinas de perfuração e as telefonistas estão

incluídas.

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4 - O baixo controle e o alto apoio social - denominado de ―camarada obediente‖

(“obedient comrade”). A primeira característica deste grupo é a antítese do ideal americano

de “cowboy hero‖. Essas ocupações envolvem muitos recursos e obrigações sociais, mas têm

pouca liberdade de ação. Em algumas culturas, tais como na norte-americana, ficaria difícil de

conceituar, no entanto, na Suécia esses são os trabalhadores de status baixo - serviços que

mantêm esta sociedade em funcionamento. Estão incluídos neste grupo, os profissionais, tais

como: vigias, expedidor, garçonetes, mineradores e as auxiliares de enfermagem

(KARASEK; THEÖRELL, 1990).

Ainda segundo o modelo teórico do AST diferentes variedades de apoio social são

relevantes. Nesse sentido, as principais fontes de apoio no ambiente de trabalho seriam

fornecidas pelos gerentes, supervisores e os colegas de trabalho. Diferentes tipos de recursos

também devem ser levados em conta, tais como o apoio instrumental (quando falta o recurso

material, alguém deve estar disponível para ajudar) e o emocional. A integração social, a

oportunidade de ser cuidado, o reconhecimento do valor de alguém, o senso de aliança

confiável, a obtenção de orientação, a ajuda material e os serviços de informação são os

principais (ROCHA; GLIMA, 2000). Portanto, o AST envolve a sociabilidade dentro do local

de trabalho e a proteção do grupo depende do grau de integração social e confiança entre os

colegas de trabalho e supervisores, isto é, o apoio sócio-emocional. O baixo apoio social no

trabalho intensifica o risco associado ao trabalho de alto desgaste. Esta é, hipoteticamente, a

pior situação prevista pelo modelo tridimensional (JOHNSON; HALL, 1988; KARASEK;

THEÖRELL, 1990; KARASEK; THEÖRELL, 2000). A revisão da literatura aponta o apoio

social elevado como um fator de amortecimento dos efeitos prejudiciais do trabalho de alto

desgaste (SCHNALL et al., 1994)

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2.3. Apoio social no trabalho e sua relação com a saúde do trabalhador

Schaefer et al. (1986) sugeriram a dificuldade de definição e contextualização do

constructo do Apoio Social no Trabalho, o que foi verificada também na diversidade e

ausência de acordo comum entre os pesquisadores em estudos recentes (HUPCEY, 1998).

House (1983) assinala que AST é um ―fluxo de preocupação emocional, ajuda instrumental, e

fornecimento de informações para auto-avaliação entre pessoas‖. Já Thoits (1995) afirma que

o apoio social é uma função de auxílio a indivíduos, desempenhada por pessoas significativas,

em termo de provisão social (de materiais, informações e assistência emocional) à qual se

pode recorrer quando se enfrenta uma situação de estresse. Beltrán et al. (2004) assinalam que

as relações de apoio social se caracterizam pelas trocas e provisão de ajuda entre indivíduos,

para satisfazer as necessidades, em uma rede social específica, diferenciando-se do

companheirismo e das simples interações sociais por ter o caráter de busca voluntária pela

ajuda.

As fontes de apoio social para os trabalhadores se referem ao próprio ambiente de

trabalho (como supervisor e os colegas de trabalho) ou extra trabalho (como família, cônjuge,

amigos, vizinhos, dentre outros) (HOUSE, 1983; BARUCH-FELDMAN et al., 2002).

House (1983) afirma que AST se relaciona com a supervisão e os colegas de trabalho

somente, sendo as outras possibilidades consideradas extra trabalho. O autor, ao priorizar as

fontes de supervisão e colegas, ressalta a importância do próprio ambiente psicossocial de

trabalho e suas influências na saúde como fator principal para estratégias de intervenção.

Considera que as fontes extra trabalho são importantes para ajudar no estresse ocupacional,

mas apresentam poucos efeitos na saúde e adoecimento no trabalho quando comparadas com

as fontes no trabalho.

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Bowling (1997) estudaram reciprocidade e interesse pessoal no trabalho e

identificaram que o apoio social está associado às variáveis que compõem a recip rocidade e

não associado às variáveis de interesse pessoal, sugerindo que a prontidão da resposta dada às

necessidades do trabalhador são potencializadoras dos efeitos de apoio que há na atratividade

entre os trabalhadores. Portanto, a percepção do apoio pelo trabalhador é determinada pela

qualidade das trocas interpessoais com pessoas significativas e pouco influenciada pela

disposição perceptiva pessoal, o que sugere a importância do grupo e do coletivo na formação

das relações de trabalho.

Apesar das dificuldades conceituais e metodológicas, verificam-se efeitos adversos e

agravos à saúde, relacionados com ausência de AST, bem como suas repercussões favoráveis

na prevenção de adoecimento e na promoção da saúde. Efeitos adversos e agravos à saúde dos

trabalhadores relacionados com ausência ou baixo nível percebido de AST, foram citados por

Giovanetti (2006), tais como: distúrbios do sono, percepção subjetiva de deterioração da

saúde e da diminuição da capacidade funcional para o trabalho. Estas condições aumentam o

risco de adoecimento, influenciam inclusive no aumento das taxas de pressão arterial com

repercussões negativas no sistema cardiovascular, verificados durante a jornada de trabalho.

Além disto, baixos níveis de AST foram relacionados aos seguintes desfechos: aumento do

absenteísmo, desenvolvimento ou agravamento de exaustão emocional e da síndrome do

esgotamento profissional, surgimento de fadiga associada a conflitos com supervisor,

desenvolvimento de dores lombares durante o trabalho, altos níveis de ansiedade e depressão

durante o trabalho, aumento de risco de adoecimento físico e mental, aumento da

concentração de glicose sanguínea, aumento de sintomas depressivos, insatisfação e

hostilidade no trabalho, surgimento de sintomas gastrointestinais, psicossomáticos,

deterioração de saúde geral e da qualidade de vida.

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Efeitos favoráveis e bem-estar relacionados com a presença e/ou percepção de AST,

também foram identificados por Giovanetti (2006), dentre os quais, aumento da motivação,

satisfação, comprometimento organizacional e desempenho no trabalho, redução do estresse e

das conseqüências negativas para a saúde mental e bem estar psicológico. Estes aspectos

repercutem no aumento da produtividade no trabalho, em comportamentos seguros na

prevenção de acidentes do trabalho, percepção subjetiva positiva sobre desenvolvimento e

sucesso na carreira e na diminuição do papel do estresse durante o processo de reestruturação

organizacional. Além disto, facilita o esclarecimento de papéis quando no excesso de

demanda e tensão psicológica, redução da síndrome do esgotamento profissional e exaustão

emocional, moderação do humor deprimido no trabalho, diminuição dos níveis de ansiedade

no trabalho, moderação do estresse, tensão, disfunções psicológicas e dos agravos à saúde do

trabalhador de forma geral.

2.4. Conceituando o Absenteísmo

Várias abordagens e definições aparecem na literatura para a expressão ―absenteísmo‖.

O termo originou-se do absentismo, aplicado aos proprietários rurais que abandonavam o

campo para viver na cidade. No período industrial, a palavra foi usada para definir os

trabalhadores que faltavam ao serviço (QUICK; LAPERTOSA, 1982).

Segundo Chiavenato (2000) o absenteísmo, absentismo ou ausentismo, é expressão

utilizada para designar a falta do empregado ao trabalho. Isto é, a soma dos períodos em que

os empregados de determinada organização se encontram ausentes do trabalho, não sendo a

ausência motivada por desemprego, doença prolongada ou licença legal.

Segundo a Associação Internacional de Medicina do Trabalho (1989), o absenteísmo é

conceituado como a ausência dos trabalhadores ao trabalho, naquelas ocasiões em que seria

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de se esperar a sua presença, por razões de ordem médica ou quaisquer outras, ou

absenteísmo-doença que é a ausência ao trabalho atribuída a doença ou lesão acidental

(COUTO, 1987). Para Souto (1980) o absenteísmo é um dos mais complexos e visíveis

problemas de comportamento humano com que as organizações se vêem frente a frente

diariamente, com altos custos operacionais resultantes da perda de tempo.

O absenteísmo-doença pode ser definido como falta não prevista ao trabalho por

motivo de doença (ORGANIZACION INTERNACIONAL DEL TRABAJO, 1989) . Este

tipo de ausência caracteriza-se pela freqüência (número de faltas ao trabalho) e duração

(número de dias de ausência). Com base nesses dados e em outros, como início da doença,

duração, diagnóstico médico, ocupação, gênero e idade, pode-se observar as tendências

do fenômeno ao longo do tempo e as áreas problema para futura investigação (MONIZ,

1978).

Este estudo utiliza como referência o absenteísmo-doença, que entre os trabalhadores

constitui um fenômeno permanente no hospital, representando um problema sério e

expressivo, por acarretar ônus ao trabalhador, ao paciente, à empresa, à família e à sociedade

(GUIMARÃES, 2005).

As causa do absenteísmo são várias. Dentre elas, podem-se citar as doenças

efetivamente comprovadas e as não comprovadas, motivos familiares, atrasos involuntários,

faltas voluntárias, dificuldades e problemas de transporte, redução da motivação para o

trabalho, supervisão ineficaz; dificuldades do trabalhador em relação à administração, a

superiores imediatos e a colegas de trabalho, falta de integração do trabalhador à

organização e política organizacional imprópria (COUTO, 1987; ORGANIZACION

INTERNACIONAL DEL TRABAJO, 1989; CHIAVENATO, 2000).

As faltas ao trabalho são de interesse da instituição, que deverá dedicar tempo e

esforço na compreensão e controle do fenômeno. O conhecimento das causas do

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absenteísmo e, especificamente, do absenteísmo-doença possibilita implementar

medidas preventivas que, certamente, irão refletir na melhoria do quadro de saúde dos

trabalhadores, reduzir o custo para a empresa e aumentar a produtividade e satisfação

(GUIMARÃES, 2005).

A literatura atribui como principal tipo de absenteísmo a incapacidade por doença e os

acidentes de trabalho, que abrangem 75% ou a totalidade das ausências na indústria, sendo

justificadas por atestados médicos, de acordo com as normas legais da seguridade social

(ORGANIZACION INTERNACIONAL DEL TRABAJO, 1989).

Semelhantes resultados foram encontrados para os profissionais de enfermagem

(ROBAZZI et al., 1990; ALVES, 1994; PAVANI, 2000; SILVA; MARZIALE, 2000;

NASCIMENTO, 2003; FARIAS, 2003; OLIVEIRA; SOUZA, 2005). Percebe-se portanto,

que as justificativas para a maioria das ausências ao trabalho, por meio de atestados médicos

são fenômenos mundiais que vem sendo aceitos sem uma análise mais criteriosa pelas

organizações, como já referido por Alves (1994).

No Brasil considera-se licença-saúde (ou licença médica), às ocorrências para

tratamento, conferidas por meio de atestados médicos; àquela de curta duração paga pela

empresa, ou licença Instituto Nacional do Seguro Social (INSS); àquela cujo período é

superior a 15 dias e remunerada pelo INSS; e a licença por acidente de trabalho ou em

decorrência do trabalho (BRASIL, 2005).

Em relação aos trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas

(CLT), a qual institui normas individuais e coletivas de trabalho mediante direitos e

obrigações recíprocas, concede-se ao segurado, durante os primeiros 15 dias

consecutivos de afastamento da atividade por motivo de doença, salário integral, pago pela

empresa, que deve ainda fornecer o exame médico e o abono de faltas, através de um

serviço médico ou convênio de saúde. Se o afastamento ultrapassar 15 dias consecutivos, o

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segurado deverá ser encaminhado à perícia médica do INSS, fazendo jus aos direitos

previdenciários que tem o trabalhador segurado (Decreto nº3048, 1999).

Para o servidor público da União, a concessão destas licenças passa por

determinações legais que envolvem o trabalhador que está submetido ao regime estatutário,

instituído pela Lei 8112/90 - Regime Jurídico Único dos Servidores Civis da União,

que dispõe incluindo suas modificações posteriores até 1999: "os benefícios do Plano

de Seguridade Social do servidor compreendem, quanto ao servidor: aposentadoria,

auxílio-natalidade, salário-família, licença para tratamento de saúde", dentre outros. A União

tem, entre seus diversos compromissos com o trabalhador, o oferecimento de uma cobertura

aos riscos a que tanto o servidor como a sua família está sujeita, garantindo benefícios e ações

que ofereçam meios de subsistência nos eventos de doença, invalidez, velhice, acidente em

serviço, inatividade, falecimento, reclusão, proteção à maternidade, à adoção e à

paternidade, e assistência à saúde.

Os benefícios do plano de seguridade do servidor abrangem tanto o servidor

como os seus dependentes, destacando-se a licença para tratamento de saúde, que será

percebida sem prejuízo à sua remuneração, podendo o trabalhador ausentar-se até 30

dias, após passar pelo médico do setor de assistência do órgão pessoal. Se necessitar de

prazo de afastamento superior, o servidor passará por uma perícia médica oficial da

instituição (Lei nº 8112).

No afastamento por doença ocupacional o trabalhador tem garantido por um período

de 12 meses, contados a partir da cessação do auxílio-doença acidentário, a

manutenção do seu emprego quando retomar ao trabalho, após 15 dias de afastamento

(Decreto nº3048, 1999). No que diz respeito ao afastamento por motivos de doença que

não foi classificado como acidente de trabalho nem como doença profissional ou do

trabalho, o trabalhador não tem garantia do seu emprego ao retomar ao trabalho. Existem

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algumas convenções coletivas estipulando estabilidade provisória de alguns meses, após

o retomo do trabalhador à atividade laboral, a fim de que este possa readq uirir o ritmo de

produção, mantendo assim o seu emprego (OLIVEIRA, 1996). Contudo, torna-se

importante o estabelecimento do nexo causal entre a doença e a ocupação exercida, uma

vez que o trabalhador poderá permanecer muito tempo recebendo tratamento de uma

doença ocupacional como se fosse comum. Para isso, o empenho dos profissionais

de saúde é um fator determinante na diminuição das incapacidades geradas pelo

trabalho. Segundo Mendes (2003), os profissionais de saúde, que têm oportunidade e a

obrigação de acompanhar os trabalhadores anos a fio, detêm maiores condições de detectar

os agravos precocemente nas populações expostas às condições de risco.

2.5. Hospital, enfermagem e absenteísmo-doença

O hospital, que pode ser considerado uma organização de alta complexidade,

com várias especificidades, vem integrando o setor de serviços na sociedade

contemporânea. Caracterizado como uma empresa prestadora de serviços, apresenta no

seu processo de trabalho ações direcionadas para a promoção da saúde, a prevenção de

doenças, o tratamento e a recuperação de doentes (MOURA, 1992).

Nas instituições hospitalares, a enfermagem constitui a maior força de trabalho, sendo

suas atividades registradas por divisão de tarefas, severa estrutura hierárquica para o

cumprimento de rotinas, normas e regulamentos, dimensionamento qualitativo e quantitativo

insuficiente de pessoal, situação de exercício profissional refletido em elevado absenteísmo

(BARBOZA; SOLER, 2003).

Silva e Marziale (2000) reforçam que o absenteísmo pode estar diretamente

relacionado às condições de trabalho. No caso do ambiente hospitalar essas condições

incluem: o rodízio constante de horário, as longas jornadas de trabalho; os turnos desgastantes

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(vespertino e noturno, domingos e feriados); a multiplicidade de funções, repetitividade e

monotonia, intensividade e ritmo excessivo de trabalho; ansiedade; o elevado esforço físico e

as posições incômodas. Além disto, o desenvolvimento de tarefas desagradáveis, repulsivas e

aterradoras pode levar à tensão emocional que acrescidos à baixa remuneração e ao duplo

vínculo empregatício, acabam gerando danos à saúde e favorecendo a ocorrência de acidentes,

doenças ou até mesmo a morte prematura dos trabalhadores de enfermagem (LOPES, 1992;

ALVES, 1996; ANSELMI, 2000; GODOY, 2009).

As condições de trabalho englobam tanto as características do próprio lugar

(iluminação, aeração, presença de gases, poeiras e vapores de produtos químicos, fumaças,

radiações e agentes biológicos), quanto os elementos relativos à atividade em si (tipo de

trabalho, posição do trabalhador, ritmo e horário de trabalho), entre outros. Dependendo da

intensidade e tempo de contato dos indivíduos com esses elementos podem resultar formas

variadas de danos à saúde do trabalhador (NASCIMENTO, 2003)

A legislação brasileira ao se referir aos riscos relacionados ao trabalho, enfoca os mais

diversos ambientes, ocupações e agentes de doenças e acidentes, notadamente no s serviços de

saúde. Nesse sentido impõe riscos de diferentes dimensões a que os trabalhadores estão

submetidos (BRASIL, 2001).

Condições de trabalho inadequadas expõe os trabalhadores de enfermagem a uma

multiplicidade de agentes de riscos os quais podem ser de origem física, química, biológica,

ergonômica, mecânica e psicossocial (SILVA, 1999). Os riscos existentes no ambiente laboral

podem desencadear prejuízos a saúde do trabalhador, devido ao aparecimento de doenças e

ocorrência de acidentes, provocando níveis elevados de absenteísmo.

Vale ressaltar, que os agentes ergonômicos e psicossociais, estão contemplados na

legislação brasileira, através da Norma Regulamentadora de Ergonomia (NR 17), que

"visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às

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características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de

conforto, segurança e desempenho eficiente" (BRASIL, 1999).

As instituições de saúde são mais propensas a expor seus profissionais a problemas de

saúde devido às características do ambiente de trabalho, ao tipo de trabalho desenvolvido e às

atividades insalubres realizadas, portanto, os trabalhadores de enfermagem estão

constantemente expostos aos riscos ergonômicos, tanto na prestação do cuidado direto ao

paciente, quanto no preparo e acondicionamento de materiais, carregamento de peso

excessivo, longos percursos percorridos, posturas penosas e deslocamentos freqüentes

(SILVA, 1999; BARBOZA; SOLER, 2003).

A exposição a agentes psicossociais também é uma constante para os profissionais de

saúde. Tais agentes estão relacionados a carga afetiva e ao contato com o sofrimento dos

pacientes e familiares.

Para Mendes (2001), o trabalho da enfermagem por si só, constitui fonte de estresse

em função do sofrimento dos clientes, dos acontecimentos inesperados e da necessidade de

agir com diligência.

O estresse no ambiente de trabalho acarreta sintomas físicos, que podem ser

manifestados por diversas queixas, dentre as quais: sensação de fadiga, dor de cabeça por

tensão ou dor muscular, diminuição do interesse sexual, dificuldade de sono, dor de

estômago, sudorese e taquicardia, tremores musculares, dispnéia, redução do apetite, dentre

outros. Estes sintomas interferem negativamente na vida e no trabalho do funcionário,

gerando freqüentes absenteísmos (CARVALHO; LIMA, 2001; PEGORARO, 2002).

Uma característica histórica, expressiva e de grande relevância para a equipe de

enfermagem é fato de ser um trabalho basicamente realizado por mulheres (ELIAS;

NAVARRO, 2006), o que evidencia que as profissionais de enfermagem além de conviverem

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com a dinâmica atual das organizações no desenvolvimento de suas atividades, ao mesmo

tempo, gerenciam suas vidas como pessoas, esposas e mães (SPINDOLA; SANTOS, 2003).

As condições inadequadas presentes no trabalho hospitalar são fontes geradoras de

doenças e agravos à saúde dos trabalhadores, pois as pessoas lançarão mão de mecanismos de

fuga, como o absenteísmo-doença, já que o sofrimento provocado pela situação de

trabalho e pela insatisfação com a administração corrobora para tal atitude (SATO, 1994;

MENDES, 2003).

As observações de Godoy et al. (2006) em um estudo realizado com profissionais de

enfermagem de uma rede de hospitais públicos do Estado de Minas Gerais, no ano de 2002,

constatou um número equivalente de 4735 licenças médicas concedidas, sendo que 65%

delas ocorreram principalmente por adoecimento de curto prazo, ou seja, de 1 a 3 dias de

afastamento do trabalho. Os autores atribuem esta ocorrência ao desgaste biopsíquico,

consequente do tipo de trabalho prestado e pelo ambiente laboral em que o trabalhador

está inserido.

O registro das ausências ao trabalho por motivo de doença torna-se indispensável

para o estudo do fenômeno, e este conhecimento permite uma visão mais detalhada,

tanto individual como epidemiológica, favorecendo estudos científicos que subsidiem a

gerência de recursos humanos e o serviço de medicina do trabalho, a fim de reavaliar a

política institucional (GUIMARÃES, 2005). Através do conhecimento das doenças mais

prevalentes dos trabalhadores, será possível colaborar com o aumento do grau de satisfação

do trabalhador nas suas atividades profissionais e com a redução do índice de absenteísmo.

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CAPÍTULO III

METODOLOGIA

3.1. Descrição do estudo no qual essa dissertação está inserida

3.1.1. Tipo de estudo

Esta dissertação de mestrado utiliza parte dos resultados do banco de dados do estudo

epidemiológico ―Gênero, trabalho e saúde em profissionais da enfermagem: morbidade e sua

associação com o trabalho noturno, longas jornadas e trabalho doméstico‖. Trata-se de um

estudo epidemiológico, seccional, em que exposição e desfecho são identificados no mesmo

momento do tempo. Segundo Rouquayrol (2003), são investigações que produzem

―instantâneos‖ da situação de saúde de uma população ou comunidade, de acordo com a

avaliação do estado de saúde de cada um do grupo estudado. Com base nesses resultados são

produzidos indicadores globais de saúde para o grupo investigado.

3.1.2. Local do Estudo

O estudo foi realizado em três hospitais públicos do Rio de Janeiro, sendo um Hospital

Geral de grande porte, um hospital de pesquisa, ensino e assistência às doenças infecciosas, e

um centro de referência para a saúde materno- infantil.

O Hospital Geral de grande porte localiza-se na região central do município do Rio de

Janeiro, é um hospital da rede pública federal, do Ministério da Saúde. O complexo

hospitalar, está instalado em 107.000 m 2 de área construída, contando com 450 leitos em

funcionamento, sendo 73 leitos infantis (43 leitos Pediátricos e 30 leitos neonatais), 377 leitos

adultos, sendo 21 destes, em unidades fechadas. Utiliza 248 salas de ambulatório, 20 salas de

cirurgias de média e grande complexidade, 5 salas de cirurgia geral ambulatorial e 4 de

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cirurgia oftalmológica ambulatorial. Neste hospital, são realizados procedimentos de alta

complexidade e tecnologia de ponta, além de cirurgias de grande porte. O espectro de

atendimento compreende mais de 50 Serviços especializados, que cobrem todas as

ocorrências clínicas. Atualmente possui 2354 funcionários, dos quais, 604 médicos, 846

profissionais de enfermagem, além de 179 médicos residentes.

O hospital de pesquisa, ensino e assistência às doenças infecciosas, é um hospital da

rede pública federal e localiza-se na região norte do município do Rio de Janeiro, no bairro de

Manguinhos. Este centro integra as atividades de assistência à pesquisa, oferecendo serviços

de excelência para a população. Sua atuação na área de doenças infecciosas garante o

reconhecimento nacional e internacional de muitos dos seus laboratórios e departamentos. É

considerado Centro de Referência em diversas doenças infecto-parasitárias, como a

Leishmanioses, a Doenças de Chagas, Tuberculose, a Hanseníase, as Doenças Infecciosas do

Sistema Nervoso/HTLV, em Oftalmologia, Otorrinolaringologia, Endocrinologia, as

Zoonoses, as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/AIDS), dentre outras. O instituto é

composto por Assistência Técnica Médica, Assistência Técnica de Enfermagem, Serviço de

Internação, Serviço de Ambulatório, Serviço de Hospital-Dia, Serviço de Farmácia, Serviço

de Nutrição e Dietética, Serviço de Estatística e Documentação, Serviço de Imagem, Serviço

de Vigilância em Saúde, Serviço de Anatomia Patológica, Seção de Psicologia, Seção de

Reabilitação, Seção de Serviço Social, Laboratório de Análises Clínicas e Agência

Transfusional.

O centro de referência em saúde materno-infantil, da rede pública federal, está

instalado na zona sul do município do Rio de Janeiro. Este instituto reúne as atribuições de

um hospital materno-infantil e de um centro científico, realizando atividades de pesquisa,

ensino e assistência à saúde da mulher, da criança e do adolescente. Fundado em 1924, o

instituto é um pólo gerador e difusor de tecnologias, além de centro de referência para o

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50

município e para o estado do Rio de Janeiro em diversas áreas, entre elas genética médica,

neonatologia de alto risco, patologia perinatal e doenças infecciosas e parasitárias pediátricas.

Em 1970 se notabilizou na área de aleitamento materno. A partir de um trabalho iniciado em

1980, o instituto elaborou uma política de aleitamento que resultou na criação da Rede

Nacional de Bancos de Leite Humano, hoje com mais de 150 unidades espalhadas pelo Brasil.

Seu banco de leite humano, pioneiro no País, é referência nacional. O instituto dispõe de uma

maternidade para pacientes de alto risco e um berçário para recém-nascidos com recursos

tecnológicos de última geração. É a maior unidade pública de atendimento a recém-nascidos

no Rio de Janeiro e abriga o único ambulatório gratuito de genética clínica do país.

3.1.3. População do estudo

O estudo tinha como meta realizar um censo abrangendo toda a equipe de enfermagem

(enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem) que trabalhavam diretamente na

assistência de enfermagem. De um total de 1687 elegíveis, verificou-se uma perda de 10,5%

por motivos, tais como: recusas profissionais, profissionais não encontrados e de licenças

médicas. Portanto a população de estudo foi constituída por 1509 trabalhadores de

enfermagem (Figura 3).

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51

Figura 3- Diagrama da população de estudo

3.1.4. Instrumentos

Para a coleta de dados foi utilizado um questionário multidimensional e estruturado,

organizado em treze blocos, com 310 questões, dividido em duas partes: a primeira parte

preenchida por entrevistadores treinados a partir das informações prestadas pelos

profissionais, e a segunda parte, preenchida pelos próprios trabalhadores. Este instrumento foi

desenvolvido com o objetivo de estudar as relações entre a organização do trabalho hospitalar

e a saúde e bem-estar dos profissionais de enfermagem.

Faziam parte do instrumento geral: dados sócio-demográficos, ocupacionais, relato de

doenças e sintomas, distúrbios psiquiátricos menores, índice de capacidade para o trabalho,

hábitos relacionados à saúde/estilo de vida, distúrbios do sono, fadiga e recuperação após o

trabalho, gestão de tempo para atividades não-profissionais, e várias escalas para identificar

ELEGÍVEIS Profissionais da Enfermagem que prestam assistência

(N=1687)

PERDAS

Recusas, profissionais não encontrados

(N=178; 10,5%)

POPULAÇÃO DE ESTUDO (N=1509; 89,5%)

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os fatores psicossociais no trabalho. No entanto, para este projeto de Mestrado foram

utilizadas apenas as seguintes variáveis:

• Sócio-demográficas: idade, escolaridade, situação conjugal, filhos, renda familiar per

capita, cor/raça (ANEXO 1).

• Ocupacionais: função que exerce no hospital, tempo que trabalha na enfermagem, se

trabalha em outro hospital, vínculo empregatício e carga horária semanal (ANEXO 2).

• Comportamentos relacionados à saúde: Tabagismo, IMC categórico, prática atividade física

e consumo de bebida alcoólica (ANEXO 3).

• Condições/Hábitos de saúde: presença de Doenças Ósteomusculares Relacionadas ao

Trabalho (DORT), auto-percepção da saúde, distúrbio psíquico menor e presença de insônia

(ANEXO 4).

• Absenteísmo-doença auto-referido pelos trabalhadores de enfermagem (ANEXO 5).

• O instrumento sueco do modelo demanda-controle, traduzido e adaptado para o português

por Alves e colaboradoes (2004), do instrumento desenvolvido por Töres Theörell

(THEÖREL; KARASEK, 1996), baseado no ―Job Content Questionnare‖ (JCQ, 49 itens)

originalmente elaborado por Karasek (1979). A escolha deste instrumento foi devido às

análises psicométricas adequadas em sua versão original (THEÖRELL, 1988) e na sua versão

em português (ALVES et al., 2004. Nessa dissertação foram utilizadas a escala de Apoio

Social no Trabalho (ANEXO 6) e o controle no trabalho.

3.1.5. Treinamento dos aplicadores/entrevistadores

Participaram do estudo 17 aplicadores de campo e dois supervisores de campo.

O treinamento para a aplicação do questionário foi realizado em março de 2005, constituído

por sessões de apresentação e discussão dos objetivos da pesquisa, enfatizando-se a

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importância da adesão do conjunto dos funcionários. Estas sessões foram seguidas da

simulação de situações que poderiam ocorrer no trabalho de campo.

3.1.6. Pré-testes, Estudo-Piloto, Estudo de Confiabilidade

Realizaram-se três etapas de pré-testes, em abril de 2005, envolvendo cerca de 50

voluntários, cujo perfil social e funcional foi semelhante ao perfil da população-alvo. Nestas

etapas, buscou-se o aperfeiçoamento dos instrumentos, foi analisada a compreensão das

perguntas formuladas e a distribuição das respostas por categorias de sexo e escolaridade.

O estudo-piloto foi realizado no mês de abril de 2005, com 120 trabalhadores de

enfermagem de outro hospital público federal que não faz parte dos hospitais do estudo

principal, por apresentarem perfil social e funcional semelhante ao perfil da equipe de

enfermagem do estudo. O estudo de confiabilidade (teste-reteste) foi realizado com os

mesmos funcionários do estudo piloto, no intervalo de 10 a 15 dias após a primeira aplicação

do instrumento de coleta dos dados. Nesta etapa, participaram 80 trabalhadores de

Enfermagem.

3.1.7.Coleta de Dados

A coleta de dados foi realizada entre junho de 2005 e fevereiro de 2006

durante o horário de trabalho das profissionais de enfermagem e em locais que permitissem

privacidade, como, sala de repouso/estar ou da chefia de enfermagem. Foi realizado

um trabalho de divulgação nas enfermarias e locais de circulação da equipe de enfermagem

nos hospitais que fizeram parte do estudo.

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3.1.8. Criação do Banco de dados

Após a revisão e codificação das questões, as informações contidas nestes

instrumentos foram transcritas por dois funcionários contratados, para o meio digital

através de digitação dupla independente. Após, foi realizada a ―limpeza‖ do banco de dados,

utilizando-se o ―validate‖ do software Epi Info, de forma a corrigir erros de consistência em

função de erros de digitação das respostas.

3.1.9. Aspectos Éticos do estudo

Antes da coleta de dados, os protocolos referentes à pesquisa do Projeto principal ao

qual esta dissertação está vinculada foram submetidos aos Comitês de Ética em Pesquisa da

Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro e

à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP-Brasília), para onde foram

encaminhados por envolver cooperação estrangeira. Sendo por todas as comissões aprovados

e considerados adequados para ser realizado em população humana (ANEXO 7).

A pesquisa não envolveu métodos invasivos, emprego de substâncias, exposição a

agentes nocivos ou a fatores que possam causar danos aos sujeitos estudados.

Os procedimentos adotados no primeiro contato com os pesquisados foram: (1) a

apresentação e a identificação da equipe de pesquisa, informando a; (2) a nossa autonomia e

independência em relação às chefias de enfermagem e demais postos hierárquicos dos

hospitais; (3) a descrição clara e em linhas gerais dos objetivos da pesquisa, suas etapas e os

possíveis benefícios para os participantes e (4) a garantia do caráter voluntário e da liberdade

para desistir e abandonar a pesquisa em qualquer momento sem prejuízo de suas atividades

profissionais e (5) a garantia do anonimato para todos os envolvidos na pesquisa. O

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profissional de enfermagem respondeu as perguntas do formulário após leitura e assinatura do

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 8).

Os profissionais foram identificados através de um código numérico que é conhecido

pelos membros da equipe de pesquisa. Este código identificou todos os materiais da pesquisa,

como os questionários e formulários. Desta forma, ainda que uma pessoa externa à equipe de

pesquisa, por algum motivo, tenha acesso aos materiais, não houve possibilidade de

identificação dos sujeitos estudados.

3.2. Etapas realizadas nesta dissertação de mestrado

3.2.1. Tratamento das variáveis do estudo:

Exposição: Apoio Social no Trabalho

A escala de Apoio Social no Trabalho é do tipo Likert (1-4), com escores que variam

entre ―concordo totalmente‖ e ―discordo totalmente‖ (ANEXO 6). O apoio social no

trabalho foi avaliado através de seis itens os quais inclui aspectos do relacionamento dos

trabalhadores com seus colegas e chefes. São eles:

1. Existe um ambiente calmo e agradável onde trabalho

2. No trabalho, nos relacionamos bem uns com os outros

3. Eu posso contar com o apoio dos meus colegas de trabalho

4. Se eu não estiver em um bom dia, meus colegas me compreendem

5. No trabalho eu me relaciono bem com meus chefes

6. Eu gosto de trabalhar com meus chefes

Para facilitar as análises, estes itens foram agrupados em escores independentes, os quais

foram obtidos por meio da razão entre as somas dos pontos obtidos no conjunto dos itens da

escala e o valor máximo de pontos possíveis de serem obtidos.

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Escores Independentes = _____Soma dos pontos obtidos nos itens______ Máximo de pontos que poderiam ser obtidos de

acordo com o total dos itens da escala de AST

Para estimativa do escore, foram incluídos somente os funcionários que responderam a

todos os itens da escala. Para as análises, os escores foram divididos em tercis: quanto maior o

tercil, maior o nível de apoio social no trabalho. O tercil mais alto foi utilizado como

categoria de referência nas análises multivariadas.

Exposição: Combinação Controle e Apoio Social no Trabalho

Os quatro quadrantes propostos por Karasek e Theörell (1990) foram criados a partir

da combinação de alto/baixo controle no trabalho e alto/baixo apoio social no trabalho, cujas

escalas foram obtidas por meio da versão brasileira do Questionário Sueco Demanda-

Controle-Apoio Social (ALVES et al., 2004). O componente controle do instrumento é

composto por seis itens com quatro categorias de respostas variando de ―freqüentemente‖ a

‖nunca/quase nunca‖. De forma semelhante ao AST o escore do controle foi categorizado em

tercis. No caso do controle e do AST os tercis foram dicotomizados, sendo que os dois tercis

mais baixos foram agrupados - representando baixo controle no trabalho - e o terceiro tercil

representou alto controle no trabalho.

Para a combinação (controle/AST), os trabalhadores foram categorizadas em quatro

grupos, sendo aquele não exposto em nenhuma dimensão (alto controle e alto AST)

considerado como categoria de referência.

Desfecho: Absenteísmo-doença

O absenteísmo foi mensurado através da seguinte pergunta: ―Quantos DIAS

INTEIROS você esteve fora do trabalho devido a problema de saúde, consulta médica ou para

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fazer exame durante os últimos 12 meses?‖ (ANEXO 5). Esta pergunta faz parte o

instrumento ―Índice de Capacidade para Trabalho‖ [Work Capacity Index] (TUOMI et al.,

2005), validado para o português e avaliado com bom desempenho psicométrico

(MARTINEZ et al., 2009). O item do instrumento referente a esta pergunta é o que diz

respeito às faltas ao trabalho por doença no último ano- 12 meses (TUOMI et al., 2005).

Com o objetivo de facilitar a análise e interpretação dos resultados, a frequência desta

variável foi classificada em três categorias: nenhum dia, absenteísmo curto (≤ 9 dias de

ausências no trabalho) e absenteísmo longo (≥ 10 dias de ausências no trabalho). Esta

classificação foi extraída da versão brasileira do questionário "Índice de Capacidade para o

Trabalho" de Tuomi et al. (2005), com Kappa = 0,67 e IC95% = 0,51-0,83, a qual também é

semelhante ao corte adotado por Nielsen et al. (2006).

Co-variáveis

• Variáveis sócio-demográficas

- Sexo- Categorizado em feminino e masculino.

- Idade – Para análise, foram criadas duas categorias de faixas etárias: até 34 anos e 35 anos

ou mais de idade.

- Escolaridade - Agrupadas: Ensino fundamental completo, ensino médio completo e ensino

superior.

- Situação Conjugal - Categorias: casado, separado/divorciado/ viúvo e solteiro.

- Cor/Etnia - Categorias: preta, parda, branca e amarela ou indígena.

- Renda familiar per capita – Agrupadas em relação ao salário mínimo (SM) nacional na

época do estudo: <R$ 350,00 (<1SM), entre R$ 350,00 a R$ 699,00 (1 e <2 SM), entre R$

700,00 a R$ 1.049,99 (2 a <3SM) e ≥ R$ 1.050,00 (3 ou mais SM)

- Filhos menores de 18 anos- Sim ou Não

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• Variáveis ocupacionais

- Função que exerce no hospital: Enfermeiro, Técnico de Enfermagem ou Auxiliar de

Enfermagem.

- Número de empregos na enfermagem: 1 emprego ; 2 ou mais empregos.

- Trabalho noturno: Nunca noturno, ex-noturno e noturno.

- Vínculo empregatício: Permanente ou não permanente.

- Carga horária semanal: de 9 a 30 horas, de 31 a 60horas, acima de 61horas.

• Variáveis de comportamentos relacionados à saúde

- Tabagismo: Nunca fumou, fumante e não fumante.

- IMC categórico: baixo peso e peso normal, sobrepeso e obeso.

- Pratica atividade física: Não pratica, pratica de 1 a 3 horas por semana, ou 4 ou mais horas

por semana.

- Consumo de bebida alcoólica: classificado em baixo, médio e alto consumo de acordo com a

quantidade e a freqüência de ingestão de bebida alcoólica. Essa classificação foi de acordo

com os padrões de consumo preconizados pela OMS, onde abaixo de 20g de álcool diário=

baixo risco , de 20 a 40 g/diária= médio risco e acima de 40g/diária= alto risco. Foram

considerados esses valores para homens e mulheres.

• Variáveis de condições de saúde

- Presença de Doenças Ósteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT): categorizadas

em nenhuma DORT, uma e duas ou mais de duas DORTs.

- Autopercepção da saúde: boa ou muito boa como primeira categoria, ruim ou regular como

outra categoria.

- Distúrbio psíquico menor: categorizado em sim ou não.

- Presença de insônia: categorizado em com queixa ou sem queixa de insônia.

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3.2.2. Análise dos dados

Inicialmente, foram realizadas análises univariadas com distribuição de frequências

simples para a descrição da amostra. A seguir, as análises bivariadas foram realizadas,

verificando a associação entre cada co-variável do estudo e o absenteísmo (desfecho) e o

apoio social no trabalho (exposição). Estas análises são baseadas no teste do qui-quadrado de

Pearson, adotando-se nível de significância de 0,05. A análise multivariada foi feita por meio

de regressão logística multinomial, buscando identificar a associação ajustada por variáveis de

confundimento. Foram incluídas no modelo logístico inicial todas as variáveis que, na análise

bivariada, apresentaram associação com o absenteísmo com nível de significância inferior a

0,20. O programa SPSS, versão 13 foi utilizado para análise dos dados.

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CAPÍTULO IV

RESULTADOS

4.1. Caracterização sócio-demográfica e ocupacional dos trabalhadores de enfermagem

Tabela 1- Descrição dos trabalhadores de enfermagem que participaram do estudo, Rio de Janeiro, RJ, 2010

(n=1509)

Variáveis n %

Sexo

Feminino 1307 86,6

Masculino 202 13,4

Faixa Etária

Até 34 anos 703 47,4

35 anos ou mais 793 52,6

Situação Conjugal

Casado 667 44,2

Solteiro 535 35,5

Separado, Divorciado e Viúvo 307 20,3

Tem Filhos menores de 18 anos

Sim 901 59,7

Não 608 40,3

Nível Escolaridade

Até Ensino Fundamental 115 7,6

Ensino Médio 822 54,6

Ensino Superior 570 37,8

Raça/Cor

Branca 561 37,4

Mestiça 596 39,7

Negra 346 23,9 Renda Familiar per capita

< R$ 350,00 222 14,7

Entre R$ 350,00 a R$ 699,99 483 32,0

Entre R$ 700,00 a R$ 1.049,99 314 20,8

≥ R$ 1,050,00 474 31,4

Categoria Profissional

Enfermeiro 416 27,6

Técn ico de Enfermagem 304 20,1

Auxiliar de Enfermagem 789 52,3

Servidores Públicos

Sim 732 48,6

Não 759 51,4

Tempo que trabalha na Enfermagem

Até 9 anos 604 40,0

10 anos ou mais 905 60,0

Nº de Empregos na Enfermagem

1 emprego 935 62,0

2 ou mais empregos 574 38,0

Horário de Trabalho

Diurno 866 61,6

Noturno 592 38,4

Horas Semanais

9 a 30 horas 230 15,2

31 a 60 horas 965 63,9

61 horas ou mais 290 19,2

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A população de estudo foi constituída por 1509 trabalhadores de enfermagem que

apresentavam as seguintes características (Tabela 1): 86,6% eram do sexo feminino; 52,6%

estavam na faixa etária de 35 anos ou mais; 44,2% eram casados; 59,7% tinham filhos;

54,6% possuíam nível médio de escolaridade; 39,7% se autoreferiram como mestiços;na

época do estudo, 32,0% tinham renda per capita entre R$ 350,00 a R$ 699,00; dados

semelhantes aos que referiram renda per capita igual ou superior a R$ 1.050,00

(31,4%); 52,3% exerciam atividade de auxiliar de enfermagem; 51,4% não era servidores

públicos; 60,0% referiu trabalhar há dez anos ou mais na enfermagem; 62,0% possuíam

apenas um emprego; 61,6% trabalhavam no turno diurno e 63,9% dedicavam de 31 a 60 horas

semanais às atividades profissionais.

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4.2. Descrição do apoio social no trabalho percebido pelos trabalhadores de enfermagem

(objetivo específico 1)

Tabela 2- Associação entre variáveis socioeconômicas e apoio social no trabalho entre os trabalhado res de

enfermagem, Rio de Janeiro, RJ, 2010 (n=1509)

Variáveis

Sócio-demográficas

Tercis de Apoio Social no Trabalho

Baixo Médio Alto Valor de

p n % n % n %

Sexo

Feminino

Masculino

460

57

35,2

28,2

534

84

40,9

41,6

313

61

23,9

30,2

0,072

Idade

Até 34 anos 35 anos ou mais

222 292

40,5 30,7

223 387

40,7 40,7

103 271

18,8 28,5

0,000

Nível de Escolaridade

Fundamental Completo Médio Completo

Superior Completo

22 149

345

19,1 27,8

40,3

48 234

335

41,7 43,7

39,1

45 153

176

39,1 28,5

20,6

0,000

Situação Conjugal

Solteiro

Casado Separado, viúvo e divorciado

190

232 93

35,5

34,8 30,7

216

265 135

40,4

39,7 44,6

129

170 75

24,1

25,5 24,8

0,575

Filhos menores de 18 anos

Sim Não

232 283

34,0 34,5

285 331

41,8 40,4

165 206

24,2 25,1

0,844

Renda Familiar per capita

< R$ 350,00

de R$ 350,00 a R$ 699,99 de R$ 700,00 a R$ 1.049,99 ≥ R$ 1,050,00

56

156 122 179

25,2

32,3 38,9 37,8

101

201 124 187

45,5

41,6 39,5 39,5

65

126 68 108

29,3

26,1 21,7 22,8

0,019

Raça/Cor

Branca

Mestiça Negra

203

199 112

36,2

33,4 32,4

226

251 139

40,3

42,1 40,2

132

146 95

23,5

24,5 27,5

0,595

Identificou-se associação estatisticamente significante (p<0,05) entre Apoio Social no

Trabalho e as variáveis idade, nível de escolaridade e renda familiar per capita. Os resultados

mostraram que os mais jovens, de maior escolaridade e maior renda foram classificados com

escores mais baixos de apoio social percebido. Entre as mulheres identificou-se níveis mais

baixos de apoio social no trabalho percebido, embora a associação seja limítrofe (p=0,072) As

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63

variáveis situação conjugal, filhos menores de 18 anos e raça autoreferida não estavam

associadas estatisticamente ao apoio social no trabalho (p>0,05).

Tabela 3- Associação entre variáveis ocupacionais e apoio social no trabalho entre os trabalhadores de

enfermagem, Rio de Janeiro, RJ, 2010 (n=1509)

Variáveis

Ocupacionais

Tercis de Apoio Social no Trabalho

Baixo Médio Alto Valor de

p n % n % n %

Categoria Profissional

Enfermeiro Técnico de Enfermagem

Auxiliar de Enfermagem

174 115

228

41,8 37,8

28,9

179 133

315

40,9 43,8

39,9

72 56

246

17,3 18,4

31,2

0,000

Servidor Público

Sim Não

242 273

32,9 35,5

301 315

40,9 41,0

193 181

26,2 23,5

0,397

Número de Empregos

1 empregos 2 ou mais empregos

303 214

32,4 37,3

400 218

42,8 38,0

232 142

24,8 24,7

0,107

Trabalho Noturno

Nunca Noturno Ex-Noturno

Noturno

21 112

384

32,3 35,8

34,0

32 125

461

49,2 39,9

40,8

12 76

286

18,5 24,3

25,3

0,611 Horas Semanais

9 a 30 horas 31 a 60 horas 61 horas ou mais

78 311 113

33,9 32,2 39,0

87 405 118

37,8 42,0 40,7

65 249 59

28,3 25,8 20,3

0,112

Os resultados da Tabela 3 mostraram que apenas a variável categoria profissional foi

associada estatisticamente (p<0,05) ao apoio social no trabalho, mostrando que os

enfermeiros e os técnicos de enfermagem foram classificados com escores mais baixos de

apoio social percebido. As demais variáveis: tipo de vínculo, número de empregos, trabalho

noturno e horas semanais trabalhadas, não estavam associadas ao apoio social no trabalho.

Ao observarmos apenas a categoria profissional de enfermagem apresentando

associação com o absenteísmo, dentre as variáveis ocupacionais, ficamos instigados a detalhar

o AST através de seus indicadores, ou seja, os seis itens da escala utilizada em nosso estudo

(ANEXO 6), os quais dão a dimensão do apoio dos colegas e dos chefes dos trabalhadores de

enfermagem estudados. E então criamos a tabela abaixo, referente a freqüência dos

indicadores de AST referido pelas categorias de enfermagem

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64

Tabela 4- Frequência de trabalhadores que referiram concordo nos indicadores do apoio social no trabalho entre

os trabalhadores de enfermagem, Rio de Janeiro, RJ, 2010 (n=1509)

Questões indicadoras de apoio social

no trabalho

Categorias de enfermagem (função)

Enfermeiro Técnico Auxiliar Valor

de p n % n % n %

1. Existe um ambiente calmo e agradável onde trabalho

240

57,7

183

60,8

577

73,5

0,000

2.No trabalho, nos relacionamos bem

uns com os outros

370

88,9

264

87,7

725

92,2

0,370

3.Eu posso contar com o apoio dos meus colegas de trabalho

365

88,2

263

87,4

712

90,8

0,163

4.Se eu não estiver em um bom dia,

meus colegas me compreendem

343

82,7

238

79,1

677

86,2

0,012

5.No trabalho eu me relaciono bem com meus chefes

369

88,7

279

92,7

738

93,8

0,007

6.Eu gosto de trabalhar com meus

colegas

400

96,2

290

96,3

762

96,9

0,741

Pode-se observar na tabela 4 percentuais mais elevados de auxiliares de enfermagem

que consideram a existência de ambiente calmo e agradável onde trabalha (73,5% contra

60,8% e 57,7% de técnicos de enfermagem e enfermeiros respectivamente), ter a

compreensão dos colegas quando não está em um bom dia (86,2% contra 79,1 e 82,7% de

técnicos de enfermagem e enfermeiros respectivamente) e relacionar bem com os chefes (93,8

contra 92,7 e 88,7 de técnicos de enfermagem e enfermeiros respectivamente), apresentando

associação estatisticamente significante (p<0,05). Os demais itens da escala não apresentaram

diferenças estatísticas entre os profissionais de enfermagem (p>0,05).

Das variáveis de comportamentos relacionados à saúde, apenas o consumo de bebida

alcoólica mostrou-se associada estatisticamente ao apoio social no trabalho. Os trabalhadores

de enfermagem com médio e alto consumo de bebida alcoólica foram classificados com

escores mais baixos de apoio social. As variáveis tabagismo, IMC categórico e atividade

física não se mostraram associadas ao apoio social no trabalho (p>0,05)- tabela 5.

Os resultados da Tabela 6 mostraram que os profissionais de enfermagem que

referiram mais de uma DORT, ruim ou regular autopercepção da saúde e presença de

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65

distúrbio psíquico menor foram classificados com escores mais baixos de apoio social. Não se

identificou associação entre apoio social no trabalho e a insônia.

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66

Tabela 5- Associação entre comportamentos relacionados à saúde e apoio social no trabalho entre os

trabalhadores de enfermagem, Rio de Janeiro, RJ, 2010 (n=1509)

Comportamentos relacionados a

saúde

Tercis de Apoio Social no Trabalho

Baixo Médio Alto Valor de

p n % n % n %

Tabagismo

Nunca fumou Sim

Não

365 69

83

34,8 32,2

34,0

435 91

90

41,5 42,5

36,9

249 54

71

23,7 25,2

29,1

0,428 IMC categórico

Baixo/Normal Sobrepeso Obeso

278 149 74

35,0 33,5 32,5

333 181 91

41,9 40,7 39,9

184 115 63

23,1 25,8 27,6

0,658

Atividade Física

Não pratica

1 a 3 horas por semana 4 ou mais horas por semana

353

107 57

33,9

35,4 34,1

432

117 69

41,5

38,7 41,3

255

78 41

24,5

25,8 24,6

0,942

Consumo Bebida Alcoólica

Baixo consumo Médio consumo

Alto consumo

310 135

72

31,8 37,4

41,4

414 145

59

42,5 40,2

33,9

250 81

43

25,7 22,4

24,7

0,058

Tabela 6- Associação entre condições de saúde e apoio social no trabalho entre os trabalhadores de enfermagem,

Rio de Janeiro, RJ, 2010 (n=1509)

Condições de saúde

Tercis de Apoio Social no Trabalho

Baixo Médio Alto Valor de

p n % n % n %

DORT

Nenhum

Um e dois Mais de dois

161

171 185

27,5

34,8 42,9

256

194 168

43,7

39,4 39,0

169

127 78

28,8

25,8 18,1

0,000

Autopercepção da Saúde

Boa ou muito Boa Ruim ou Regular

383 130

31,3 46,3

515 103

42,1 36,7

326 48

26,6 17,1

0,000

Distúrbio Psíquico Menor

Não Sim

287 230

27,6 49,0

438 180

42,1 38,4

315 59

30,3 12,6

0,000

Insônia

Sem queixa

Com queixa

371

146

33,2

37,1

454

164

40,7

41,8

291

82

26,1

20,9

0,102

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67

4.3. Caracterização do absenteísmo dos trabalhadores de enfermagem (objetivo específico 2)

A maior parte dos trabalhadores (61,8%) referiu nenhum dia de ausência por motivos

de saúde nos últimos doze meses anteriores a entrevista. O absenteísmo curto (≤9 dias) foi

referido por 20,3% e o absenteísmo longo (≥10 dias) por 16,6% dos trabalhadores.

Tabela 7 – Associação entre as variáveis sócio-demográficas e o absenteísmo entre os trabalhadores de

enfermagem, Rio de Janeiro, RJ, 2010 (n=1509)

Variáveis

Sócio-demográficas

Absenteísmo

Nenhum Curto

(≤9 dias)

Longo

(≥10 dias)

P valor

n % n % n %

Sexo

Feminino Masculino

790 143

61,3 72,2

273 33

21,2 16,7

225 22

17,5 11,1

0,010

Idade

Até 34 anos

35 anos ou mais

359

567

66,1

60,8

135

168

24,9

18,0

49

197

9,0

21,1

0,000

Nível de Escolaridade

Fundamental Completo

Médio Completo Superior Completo

72

343 518

64,3

64,7 61,4

14

99 193

12,5

18,7 22,9

26

88 132

23,2

16,6 15,7

0,031

Situação Conjugal

Solteiro Casado

Separado, viúvo e divorciado

361 402

168

68,6 61,1

56,4

108 134

63

20,5 20,4

21,1

57 122

67

10,8 18,5

22,5

0,000

Filhos menores de 18 anos

Sim Não

405 523

60,4 64,6

143 163

21,3 20,1

122 123

18,2 15,2

0,194

Renda Familiar per capita

< R$ 350,00 de R$ 350,00 a R$ 699,99

de R$ 700,00 a R$ 1.049,99 ≥ R$ 1,050,00

142 304

192 288

65,4 64,1

61,9 61,4

36 96

64 107

16,6 20,3

20,6 22,8

39 74

54 74

18,0 15,6

17,4 15,8

0,650

Raça/Cor

Branca Mestiça

Negra

353 371

205

63,3 63,0

61,6

127 121

57

22,8 20,5

17,1

78 97

71

14,0 16,5

21,3

0,039

Em relação às características sócio-demográficas, as variáveis que apresentaram

associação estatisticamente significante com o absenteísmo foram o sexo, idade, nível de

escolaridade, situação conjugal e raça autoreferida. As mulheres, os mais jovens, com nível

fundamental completo de escolaridade, os separados, viúvos e divorciados e os que se

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68

autoreferiram brancos, apresentaram maior absenteísmo curto. Já em relação ao absenteísmo

longo, as mulheres, os mais velhos, com nível fundamental completo de escolaridade, os

separados, viúvos e divorciados e os que se autoreferiram negros, apresentaram maior

absenteísmo longo. As variáveis filhos menores de 18 anos e renda familiar per capita não se

mostraram associadas estatisticamente ao absenteísmo (p>0,05) – Tabela 7.

Tabela 8 – Associação entre as variáveis ocupacionais e o absenteísmo entre os trabalhadores de enfermagem,

Rio de Janeiro, RJ, 2010 (n=1509)

Variáveis

Ocupacionais

Absenteísmo

Nenhum Curto

(≤9 dias)

Longo

(≥10 dias)

Valor de

p

n % n % n %

Categoria Profissional

Enfermeiro Técnico de Enfermagem

Auxiliar de Enfermagem

257 159

517

62,1 53,0

67,0

101 79

126

24,4 26,3

16,3

56 62

129

13,5 20,7

16,7

0,000

Servidor Público

Sim

Não

420

510

58,3

66,9

126

179

17,5

23,5

174

73

24,2

9,6

0,000

Número de Empregos

1 emprego

2 ou mais empregos

607

326

66,1

57,4

167

139

18,2

24,5

144

103

15,7

18,1

0,002

Trabalho Noturno

Nunca Noturno Ex-Noturno Noturno

45 173 715

69,2 56,4 64,2

10 62 234

15,4 20,2 21,0

10 72 165

15,4 23,5 14,8

0,005

Horas Semanais

9 a 30 horas

31 a 60 horas 61 horas ou mais

115

639 168

50,7

67,4 58,5

55

172 72

24,2

18,1 25,1

57

137 47

25,1

14,5 16,4

0,000

Com relação às características ocupacionais, todas as variáveis apresentaram

associação estatisticamente significante com absenteísmo (p<0,05). Os técnicos de

enfermagem, os contratados, aqueles com dois ou mais empregos, os trabalhadores noturnos e

os que trabalham 61 horas ou mais, referiram maior absenteísmo curto. Com relação ao

absenteísmo longo, ao técnicos de enfermagem, os com vínculo empregatício permanente,

com dois ou mais empregos na enfermagem, os que foram trabalhadores noturnos e os que

trabalham de 9 a 30 horas semanais apresentaram maior absenteísmo longo – Tabela 8.

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69

Tabela 9– Associação entre comportamentos relacionados à saúde e o absenteísmo entre os trabalhadores de

enfermagem, Rio de Janeiro, RJ, 2010 (n=1509)

Comportamentos relacionados a

saúde

Absenteísmo

Nenhum Curto

(≤9 dias)

Longo

(≥10 dias)

Valor de

p

n % n % n %

Tabagismo

Nunca fumou

Sim Não

649

130 153

62,8

61,9 63,8

224

42 39

21,7

20,0 16,3

161

38 48

15,6

18,1 20,0

0,241

IMC categórico

Baixo/Normal Sobrepeso

Obeso

504 276

126

64,0 63,3

56,8

175 79

46

22,2 18,1

20,7

109 81

50

13,8 18,6

22,5

0,011

Atividade Física

Não pratica 1 a 3 horas por semana 4 ou mais horas por semana

629 188 116

61,3 63,5 70,7

225 57 24

21,9 19,3 14,6

172 51 24

16,8 17,2 14,6

0,166

Consumo Bebida Alcoólica

Baixo consumo

Médio consumo Alto consumo

607

221 105

63,3

62,4 60,7

190

73 43

19,8

20,6 24,9

162

60 25

16,9

16,9 14,5

0,639

Das variáveis de comportamentos relacionados à saúde, apenas apresentou associação

estatisticamente significativa com absenteísmo, o IMC categórico (p<0,05). Os com baixo

peso ou normal referiram maior absenteísmo curto e os obesos referiram maior absenteísmo

longo. As variáveis tabagismo, atividade física e consumo de bebida alcoólica não estavam

estatisticamente associadas ao absenteísmo (p>0,05).- Tabela 9.

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70

Tabela 10 – Associação entre condições de saúde e o absenteísmo entre os trabalhadores de enfermagem, Rio de

Janeiro, RJ, 2010 (n=1509)

Condições de saúde

Absenteísmo

Nenhum Curto

(≤9 dias)

Longo

(≥10 dias)

Valor de

p

n % n % n %

DORT

Nenhum

Um e dois Mais de dois

422

311 200

73,6

63,9 46,9

101

92 113

17,6

18,9 26,5

50

84 113

8,7

17,2 26,5

0,000

Autopercepção da Saúde

Boa ou muito Boa Ruim ou Regular

810 123

67,2 44,4

233 70

19,3 25,3

162 84

13,4 30,3

0,000

Distúrbio Psíquico Menor

Não

Sim

689

244

67,6

52,2

190

116

18,6

24,8

140

107

13,7

22,9

0,000

Insônia

Sem queixa

Com queixa

713

219

64,9

56,7

220

86

20,0

22,3

166

81

15,1

21,0

0,008

Entre as condições de saúde, todas as variáveis apresentaram significância estatística

com absenteísmo (p<0,05). Aqueles com mais de duas DORTs, com regular ou ruim

autopercepção da saúde, com distúrbio psíquico menor e com queixa de insônia, apresentaram

maior absenteísmo curto. Os mesmos resultados foram observados com relação ao

absenteísmo longo (tabela 10).

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71

4.4. Associação entre apoio social no trabalho e o absente ísmo em trabalhadores de

enfermagem (objetivo específico 3)

Tabela 11- Associação bruta e ajustada entre apoio social no trabalho e absenteísmo-doença entre trabalhadores

de enfermagem, Rio de Janeiro, RJ, 2010 (n=1509)

Absenteísmo AST Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3

-doença OR bruta

(IC 95%)

OR ajustada*

(IC 95%)

OR ajustada**

(IC 95%)

≤ 9 dias Baixo 2,75(1,90-3,97) 2,45(1,68-3,58) 2,04(1,38-3,02)

Médio 1,73(1,20-2,48) 1,70(1,17-2,46) 1,60(1,10-2,33) Alto 1,00 1,00 1,00

≥ 10 dias Baixo 2,61(1,76-3,87) 3,10(2,04-4,69) 2,37(1,54-3,65) Médio 1,65(1,12-2,45) 1,88(1,25-2,82) 1,71(1,13-2,59)

Alto 1,00 1,00 1,00

*ajustada por sexo, idade, nível de escolaridade, categoria profissional, número de empregos e

horas semanais trabalhadas. **adicionalmente ajustada por DORT, autopercepção da saúde, distúrbio psíquico menor e insônia

Na tabela 11 observa-se as análises ajustadas da associação dos níveis de apoio social

no trabalho e o absenteísmo-doença. No Modelo 2 (ajustado por condições

sociodemográficas) observou-se que a chance de absenteísmo curto (≤9 dias) foi 70% e

1,45% maior entre os trabalhadores classificados nos níveis médio e baixo de apoio social no

trabalho respectivamente, quando comparado ao nível alto. De forma mais marcante, a chance

de absenteísmo longo (≥10 dias) foi 88% maior no nível médio e 2,10% no baixo, quando

comparado aos níveis de referência (alto apoio social no trabalho).

Quando ajustado adicionalmente por condições de saúde (Modelo 3) os resultados

foram semelhantes, mostrando que a chance absenteísmo curto (≤9 dias) foi 60% maior no

nível médio e 1,04% no nível baixo de apoio social no trabalho, quando comparados ao nível

de alto de AST. Já a chance de absenteísmo longo (≥10 dias) foi 71% e 1,37% maior nos

níveis médio e baixo de apoio social no trabalho, quando comparado ao nível alto.

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72

4.5. Associação entre combinações do apoio social no trabalho e controle no trabalho

(objetivo específico 4)

Tabela 12- Distribuição dos trabalhadores de enfermagem por quadrante envolvendo o controle e o apoio social

no trabalho, segundo características sócio-demográficas e ocupacionais, Rio de Janeiro, RJ, 2010 (n=1509)

Co-variáveis sócio-

demográficas e

ocupacionais

Baixo

controle e

Baixo AST

Baixo

controle e

alto AST

Alto

controle e

baixo AST

Alto

controle e

alto AST

Valor

de p

n % n % n % n %

Sexo

Feminino 577 45,8 290 23,0 226 17,9 167 13,3 Masculino 81 45,7 39 19,6 33 16,6 36 18,1 0,266 Idade

Até 34 anos 335 48,3 135 19,5 145 20,9 79 11,4 35 anos ou mais 327 43,4 193 25,6 112 14,9 122 16,2 0,000

Categoria profissional Enfermeiro 168 41,0 50 12,2 124 30,2 68 16,6 Téc. Enfermagem 152 52,1 58 19,9 54 18,5 28 9,6

Aux. Enfermagem 348 46,0 221 29,2 81 10,7 107 14,1 0,000

Tipo de vínculo

Permanente 313 44,7 172 24,5 116 16,5 100 14,3 Não permanente 354 46,9 156 20,7 141 18,7 103 13,7 0,278 Número de empregos

1 emprego 422 46,9 211 23,4 152 16,9 115 12,8 2 ou mais empregos 246 44,0 118 21,1 107 19,1 88 15,7 0,202 Absenteísmo

Nenhum 380 42,2 224 24,9 152 16,9 145 16,1

≤ 9 dias 155 52,2 55 18,5 56 18,9 31 10,4

≥ 10 dias 124 51,7 46 19,2 47 19,6 23 9,6 0,001

Observa-se na tabela 12 que os grupos ocupacionais de maior risco (baixo

controle/baixo AST) constituem-se de mais jovens, técnicos e auxiliares de enfermagem e

aqueles de maior absenteísmo. As variáveis sexo, tipo de vínculo e número de emprego não

estavam associadas aos quadrantes de controle e AST (p>0,05).

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Tabela 13- Associação bruta e ajustada entre os quadrantes de controle e apoio social no trabalho e absenteísmo-

doença entre trabalhadores de enfermagem, Rio de Janeiro, RJ, 2010 (n=1509)

Absenteísmo

-doença

Controle e

apoio social

no trabalho

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3

OR bruta

(IC 95%)

OR ajustada*

(IC 95%)

OR ajustada**

(IC 95%)

≤ 9 dias Baixo controle e baixo AST

1,91(1,24-2,93)

1,93(1,24-3,03)

1,62(1,02-2,55)

Baixo controle e alto AST

1,15(0,71-1,87)

1,30(0,79-2,15)

1,21(0,73-2,00)

Alto controle e

baixo AST

1,72(1,05-2,83)

1,65(0,99-2,75)

1,47(0,88-2,48) Alto controle e

alto AST

1,00

1,00

1,00

≥ 10 dias Baixo controle

e baixo AST

2,06(1,27-3,34)

2,55(1,54-4,23)

1,90(1,12-3,22) Baixo controle

e alto AST

1,30(0,75-2,23)

1,34(0,76-2,35)

1,15(0,64-2,06) Alto controle e

baixo AST 1,95(1,13-3,37)

2,34(1,32-4,17)

1,94(1,07-3,51)

Alto controle e alto AST

1,00

1,00

1,00

*ajustada por sexo, idade, nível de escolaridade, categoria profissional, número de empregos e horas semanais trabalhadas.

**adicionalmente ajustada por DORT, autopercepção da saúde, distúrbio psíquico menor e insônia

Na tabela 13, observa-se no Modelo 2 e 3 chances mais elevadas de absenteísmo curto

(≤9 dias) e longo (≥10 dias) no quadrante que combina baixo controle/baixo AST no trabalho

(maior risco) quando comparado ao quadrante de alto controle/alto AST. No entanto, no caso

do absenteísmo longo, no modelo 3, observou-se chances semelhantes de absenteísmo-doença

entre os quadrantes baixo controle/baixo AST e alto controle/baixo AST e a categoria de

referência (alto controle/alto AST).

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CAPÍTULO V

DISCUSSÃO

Nesse capítulo discutiremos os resultados encontrados e descritos no capítulo

anterior. Para melhor compreensão, compusemos sua estrutura em função da

apresentação dos resultados, sendo dividida da seguinte forma: considerações sobre a

descrição dos trabalhadores de enfermagem; considerações sobre os achados do apoio

social no trabalho; considerações acerca do absenteísmo por doença em trabalhadores de

enfermagem; considerações acerca da associação entre o apoio social no trabalho e o

absenteísmo em trabalhadores de enfermagem; considerações sobre a saúde do trabalhador de

enfermagem e promoção da saúde e as limitações do estudo.

5.1. Considerações sobre a descrição dos trabalhadores de enfermagem

Foi possível delinear o perfil da população estudada, de trabalhadores de enfermagem

hospitalares que participaram do presente estudo. Um dos aspectos mais relevantes deste

perfil, diz respeito à predominância do gênero feminino como característica marcante da

profissão enfermagem, o qual já foi identificado e demonstrado por outros trabalhos

científicos (AQUINO et al., 1993; SILVA; MARZIALE, 2000; ARAÚJO et al., 2003;

BARBOZA; SOLER, 2003; FARIA et al., 2005; MAGNAGO, 2008; DAVEY et al., 2009).

Além disso, verificou-se alta freqüência de trabalhadores casados e com filhos.

Portanto, os estudos nesse grupo populacional devem levar em conta aspectos

relacionados ao gênero e sua influência na saúde, tais como a interação entre as elevadas

cargas de trabalho associadas ao trabalho doméstico, predominante na população feminina.

Segundo Rotenberg et al. (2001) quando se analisa condições de trabalho como fonte de

impacto à saúde, as mulheres mostram-se responsáveis pelas atribuições domésticas – papel

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que tem se alterado pouco apesar da crescente participação feminina na força de trabalho.

Quando realizados sob condições adversas, ambos os trabalhos (doméstico e profissional)

afetam a saúde física e mental das mulheres, enquanto apenas o trabalho profissional tende a

afetar a saúde nos trabalhadores do sexo masculino (HALL et al., 1990; ROTENBERG et al.,

2001).

Em relação as características ocupacionais identificou-se a predominância de baixos

salários, elevadas horas semanais de trabalho, o relato de mais de um emprego e o grande

número de trabalhadores com vínculo não permanente de emprego. Estudos corroboram,

mostrando que as duplas e triplas jornadas de trabalho, a insuficiência de pessoal e material, o

excesso de tarefas, os grandes esforços físicos e o trabalho doméstico, podem provocar

conseqüências sobre à saúde dos trabalhadores de enfermagem (como o cansaço, o estresse,

distúrbios psíquicos, abstenções ao trabalho, lesões músculo-esqueléticas, insônia, dentre

outros) e sobre o comprometimento da assistência aos pacientes(AQUINO et al., 1993;

BORGES; FISCHER, 2003; ARAÚJO et al., 2003; PORTELA et al., 2005; MAGNAGO,

2008).

De forma semelhante a outros estudos (ARAÚJO, 1999; VARELA; FEREIRA, 2004;

SILVA, 2007; MAGNAGO, 2008), trabalhadores de nível médio de escolaridade e a

categoria de técnico de enfermagem, apresentaram elevada frequência em nossos achados.

Na enfermagem, esse fato se deve, principalmente, à hierarquização e à redistribuição das

tarefas entre os diferentes níveis de qualificação, que desencadeia maior número de

contratações para profissionais de enfermagem de nível médio e, conseqüentemente, menor

custo institucional (PIRES, 1996).

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76

5.2. Considerações sobre os achados do apoio social no trabalho (objetivo específico 1)

De maneira geral, observou-se níveis menores de apoio social no trabalho entre as

mulheres, os mais jovens, os de maior escolaridade, aqueles classificados com maior renda

familiar per capita, categoria profissional de enfermeiros e técnicos de enfermagem, os que

referiram uma ou mais DORTS, auto-percepção da saúde regular ou ruim e presença de

distúrbio psíquico menor.

Em relação à associação entre gênero e apoio social, nossos resultados mostraram que

os homens referiram níveis maiores de AST, embora com significância limítrofe (p=0,072).

Vermeulen e Mustard (2000) que utilizam dados da Pesquisa Nacional da Saúde da População

Canadenses e a escala de AST na versão resumida da “job stress scale” de Theörell (1988),

observaram que trabalhadores do sexo masculino tiveram maiores chances de perceberem

apoio social mais elevado, embora a diferença entre os sexos não tenha sido substancial.

Segundo estes autores, as mulheres são mais prováveis de perceberem menores níveis de

apoio social no trabalho do que os homens, e uma possível explicação para este fato, é a

segregação das mulheres em profissões de alta tensão ou as diferenças entre os gêneros na

percepção das condições de trabalho e do estresse nesse ambiente. Na medida em que pode

haver diferenças fundamentais com relação aos atributos psicológicos e psicossociais entre

homens e mulheres, os mecanismos de adaptação, ou respostas afetivas no ambiente de

trabalho podem determinar a percepção do estresse e do AST. Outros estudos não

encontraram associação entre essas características (BELLON-SAAMEÑO et al., 1996;

BROADHEAD et al., 1988).

Nosso estudo mostrou que os trabalhadores mais jovens possuem menores níveis de

AST. Achados semelhantes foram encontrados na coorte de Andre´-Petersson et al. (2007),

realizada na Suécia, a qual utilizou a escala de apoio soc ial do instrumento original de

Karasek, em que aqueles que possuíam idade inferior a 45 anos apresentaram menor

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percepção de apoio social no trabalho. Escriba-Agüir e Tenías-Burillo (2004) em estudo com

profissionais hospitalares de Valência na Espanha, onde utilizaram para mensuração do AST

o instrumento original JCQ de Karasek and Theörell (1990), mostraram que os trabalhadores

com idade inferior a 45 anos apresentaram menor apoio social percebido, que os com idade

superior a este valor. Evans e Steptoe (2001) apresentaram resultados semelhantes em estudo

com enfermeiros e auxiliares de enfermagem, onde os homens e mulheres, mais jovens,

apresentaram menores níveis de apoio social no trabalho percebido, o qual foi mensurado com

instrumento resumido de Theörell.

Estes autores não entram no mérito da discussão referente a questão da idade associar-

se ao AST. Uma possível explicação para esta relação, é que os trabalhadores mais velhos,

atuam na assistência de enfermagem desde a juventude e muitas vezes no mesmo local de

trabalho, ou por longos períodos em determinada instituição de saúde. Este fato leva a crer

que estes profissionais possuem laços sociais com colegas e até mesmo com a chefia, que

foram construídos ao longo dos anos de atividade laboral, mostrando ter maiores chances de

percepção de uma rede social mais sólida que os mais jovens. Segundo Meleiro (2005) as

relações mantidas no dia a dia de trabalho são consideradas integrações sociais importantes na

vida de um indivíduo, pois é durante o seu trabalho que ele tem oportunidade de relacionar-se

com pessoas que podem auxiliá- lo em seu crescimento e desenvolvimento profissional, onde

ele discute as tendências do trabalho que realiza e ainda pode encontrar respaldo nas pessoas

quando atravessa um momento difícil.

As menores percepções de apoio social no trabalho foram identificadas entre os

trabalhadores com maior escolaridade e categoria profissional de enfermagem. Andre´-

Peterson et al.(2007) em coorte sobre dieta e câncer na Suécia, observando a distribuição das

características da linha de base da população de estudo, encontraram maior chance de níveis

de apoio social no trabalho menores em homens e mulheres com melhor educação e empregos

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de maior ocupação, quando comparados aos que relataram maiores níveis de apoio. Vale

ressaltar que estes autores utilizaram o instrumento original JCQ de Karasek e Theörell

(1990) para mensuração do AST. Segundo Rosvall et al. (2000) esperava-se o relacionamento

contrário devido a associação freqüentemente observada entre baixo status de escolaridade e o

fator de risco elevado padrão, que no caso são os níveis menores de AST. Andre´-Peterson et

al.(2007) justificam seus resultados, dizendo que embora os itens utilizados para a medida de

apoio social no trabalho tenha mostrado uma confiabilidade aceitável, a validade pode ser

sempre questionada quando são utilizados os auto-relatos. Eles trazem. por exemplo, que não

havia nenhum item no questionário referente ao AST em que trabalhadores se reuniam fora do

trabalho e nenhuma medida quantitativa do tempo disponível para a interação social. A

relação entre a escolaridade e o AST ainda precisa ser explorada em busca de resultados e

respostas com maior consistência em relação a diferentes categorias profissionais.

O trabalho de enfermagem é desempenhado por uma equipe de trabalhadores com

qualificações e formações diversas (enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de

enfermagem). O objetivo do trabalho é assistir ao indivíduo sadio ou doente e sua família

através de atividades que promovam, mantenham ou recuperem a saúde. Este trabalho é

organizado de forma hierarquizada e seus profissionais estabelecem relações com a estrutura

institucional, com outros trabalhadores e com os usuários dos serviços, buscando atender as

necessidades da clientela assistida (MARZIALE, et al., 1998; PIRES, et al., 1994; SILVA,

2008).

A hierarquização da categoria e dos papéis dos profissionais de enfermagem, segundo

Giovanini (2002) reflete a diferença de classes existente na sociedade. Há uma hipótese de

que diferenças de categorias profissionais podem se traduzir em desigualdades na qualidade

de vida e saúde dos trabalhadores (SILVA, 2008). Na enfermagem, as categorias profissionais

podem definir condições de trabalho diferentes, com relação às cargas físicas, psíquicas e em

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outros aspectos relacionados a organização do trabalho. Além das condições objetivas do

trabalho, as percepções sobre essas condições também podem diferir entre os trabalhadores e

influenciar os desfechos na saúde (BOURBONNAIS et al., 1999; SILVA, 2008).

No ambiente hospitalar as condições do trabalho do enfermeiro diferem das outras

categorias de enfermagem. O papel do profissional enfermeiro tem sido apontado como

altamente estressante. As responsabilidades assumidas, apesar da autonomia proporcionada,

contribuem para uma situação na qual confluem vários pontos de tensão. De acordo com

Gray-Toft e Anderson (1981) as enfermeiras costumam relatar maior estresse profissional

do que as auxiliares e atendentes de enfermagem.

As enfermeiras são responsáveis pela administração e ges tão do pessoal de

enfermagem, possuem maior autonomia no trabalho e, encontram-se acima das auxiliares na

hierarquia institucional. Ao mesmo tempo, tal posição também lhes confere pesadas

responsabilidades, nas quais respondem pela qualidade e produtividade do trabalho. Ao

assumirem o controle sobre o trabalho de outras profissionais, responsabilizam-se também

pelo gerenciamento e equacionamento dos conflitos e insatisfações, assumindo papel de

controladoras e responsáveis pela manutenção do poder disciplinar. Também se deparam,

por outro lado, com os conflitos advindos de duas lógicas de funcionamento distintas: a

lógica da cura e a lógica do cuidado. A enfermagem, regida pela lógica do cuidado,

mantém-se subordinada à lógica da cura, exercida pelos médicos. Nesse embate, é a

enfermeira quem mais diretamente assume os confrontos contra o poder médico,

confirmando o elo de ligação entre o corpo médico e a equipe de enfermagem.

Responsável pelo segundo e subordinada ao primeiro, soma tensões, conflitos e atritos de

ambos (MAGNAGO et al., 2003).

Pressupõe-se que ao assumirem cargos mais elevados hierarquicamente, os

enfermeiros passam a ter laços sociais menos intensos em relação a outros profissionais da

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categoria (Andre´-Peterson et al.,2007). Por outro lado, os auxiliares e técnicos de

enfermagem, com formação de nível médio de ensino, são a força majoritária na execução do

cuidado de enfermagem, são os profissionais em maior número na categoria e a classe mais

unida socialmente, a qual possui maiores laços sociais entre os pares. Não encontramos

nenhum relato na literatura referente a relação da categoria profissional de enfermagem e o

apoio social no trabalho.

Segundo Karasek e Theörell (1990) o apoio social de colegas e supervisores, remete,

através das interações sociais úteis e disponíveis no trabalho, à hipótese de reduzir o efeito da

tensão do trabalho na saúde. O apoio social é considerado um fator muito importante que

influencia o bem-estar da enfermagem. A maior parte dos estudos faz uma distinção entre o

apoio recebido do supervisor e apoio recebido dos colegas de trabalho. O apoio do supervisor

parece ser mais importante para os enfermeiros do que o apoio dos colegas (GELSEMA et al.,

2006). O apoio do supervisor é definido como a medida em que os gestores são acessíveis,

confiáveis e solidários, conhecem os problemas enfrentados pela equipe, e se comunicam bem

com os demais trabalhadores (HART et al., 1996). O apoio dos colegas é definido como o

nível de aceitação e apoio que os profissionais recebem uns dos outros, incluindo o nível de

envolvimento, de partilha de recursos, boa comunicação e ajuda quando necessário (HART et

al., 1996).

Abu Al-Rub e Voyiadjis (2004) em um estudo realizado com enfermeiras hospitalares,

observaram que a percepção de suporte social dos colegas de trabalho e da chefia aumentou o

nível de desempenho no trabalho relatado e diminuiu o nível de estresse no trabalho relatado

por estes trabalhadores.

Realizamos a avaliação dos seis itens da escala de AST segundo categoria profissional

de enfermagem, apresentada nos resultados deste estudo, a fim de observar o comportamento

do apoio do supervisor e dos colegas, já que cada item aborda um apoio diferente, se

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analisarmos sob esta perspectiva. Observamos que a categoria dos auxiliares de enfermagem

apresentaram percentuais mais elevados de apoio tanto dos colegas quanto da chefia, quando

comparados às demais categorias. Estes resultados reafirmaram que os auxiliares de

enfermagem possuem níveis mais elevados de AST (agora subdividido em apoio do

supervisor e apoio dos colegas) que os enfermeiros, mostrando que as categorias profissionais

mais elevadas possuem menores níveis de AST entre os trabalhadores de enfermagem. Não

encontramos na literatura estudos que corroborassem os nossos resultados.

Em nossos resultados, foram identificadas também percepções mais baixas de apoio

social entre os indivíduos com maior renda familiar per capita. Manetti (2009), em estudo

transversal com enfermeiros atuantes em um hospital universitário no qual utilizou escala de

apoio social no trabalho do JCQ de Karasek, mostrou que a renda familiar apresentou

associação positiva significativa (p=0,05), embora fraca, com o apoio do supervisor,

assinalando que quanto maior o apoio referido, maior a renda.

Com relação às variáveis de comportamentos relacionados à saúde somente o

consumo de bebida alcoólica apresentou associação com AST, mostrando que os

trabalhadores com médio e alto consumo de bebida alcoólica apresentaram níveis menores de

AST. Existem evidências de que há relação entre os resultados do tratamento do uso abusivo

do álcool e o apoio social, e isso ainda tem sido pouco informado na literatura nacional

(OLIVA, 2007). O apoio social tem sido ressaltado como possível fator de proteção contra o

desenvolvimento de problemas de uso de substâncias psicoativas, particularmente para

indivíduos dependentes de álcool (AVERNA, 2001). Reforçando esses dados, Michael et al.

(2000) enfatizam que o apoio social pode influenciar de maneira positiva e, assim, aumentar a

possibilidade de diminuir os comportamentos de risco e o uso de substâncias psicoativas

como o álcool e outras drogas.

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Alguns estudos corroboram com nossos achados, como o de Hernmingsson e

Lundberg (1998), que utilizaram a escala resumida de AST, em que os autores indicaram que

trabalhadores com baixo controle de trabalho, particularmente em combinação com baixa

demanda de trabalho, e baixo apoio social no trabalho, aumentam o risco relativo do

alcoolismo. Allen et al.(2001), em estudo com homens e mulheres de quatro centros urbanos

que utilizou o AST do instrumento original de Karasek, reportou que o apoio social tem

associação positiva com aumento da atividade física, a redução do tabagismo e consumo de

álcool. Chen et al. (2008) ao realizarem uma pesquisa com trabalhadores de uma empresa

petrolífera estatal chinesa, utilizando para mensuração de AST o instrumento resumido de

Theorell, observaram que a freqüência do consumo de álcool tem uma relação positiva com a

falta de apoio social instrumental pelos colegas de trabalho e amigos. O estudo de Gu et al.

(2000) na China indicou que o aumento de cigarros e de consumo de álcool tem aumento

significativo com a redução do apoio social por parte dos colegas de trabalho.

Os trabalhadores que referiram uma e duas e mais de duas DORT, apresentaram

menores níveis de apoio social no trabalho, em nossos achados. Ahlberg-Hultén et al. (1995),

em estudo sobre a relação entre o ambiente psicossocial do trabalho e as dores músculo-

esqueléticas com enfermeiros e auxiliares de enfermagem, mostraram que o baixo apoio

social no trabalho teve associação significativamente estatística com a presença de sintomas

músculo-esqueléticos da região lombar, do pescoço e dos ombros. Estes autores utilizaram

para mensuração do AST a escala resumida de Theörell, e acrescentam que quanto menor o

escore de apoio social no trabalho, mais graves são os sintomas das DORT. Elfering et al.

(2002) contribuíram com estes resultados na apresentação de seu estudo de coorte de 5 anos,

relatando que o desenvolvimento de dores lombares durante o trabalho estão associadas com

pouco apoio por parte da supervisão no ambiente de trabalho. Estes utilizaram a mesma escala

de AST usada em nosso estudo.

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Observamos que os trabalhadores de enfermagem que referiram ter auto percepção da

saúde ruim ou regular, apresentaram níveis mais baixos de apoio social no trabalho. Lindholm

et al. (2003) corroboram com nossos achados, onde realizaram um estudo com enfermeiras

suecas, o qual utilizou a mesma escala de apoio social no trabalho deste estudo, verificaram

que os trabalhadores com baixos níveis de apoio social no trabalho apresentaram maior

chance de autopercepção de saúde de baixa, ajustado pelas variáveis idade, sexo e nível de

escolaridade.

A saúde auto referida ou autopercepção da saúde, tem sido muito estudada ao longo da

última década. Este parâmetro tem vantagens para investigação epidemiológica, por ser um

auto relato dos indivíduos, ser facilmente coletado e por englobar vários aspectos da saúde,

como sugerido pela Organização Mundial da Saúde, que inclui aspecto físico, mental e social.

Vários estudos têm encontrado associações fortes entre a saúde autoreferida e morbidade e

mortalidade (KAPLAN, 1988; MOLLER et al., 1996). Estudos prospectivos que utilizam a

escala de AST do instrumento original de Karasek, mostram que altas demandas físicas, a

baixa autoridade de decisão social e o baixo apoio social no ambiente de trabalho são

preditivos de pobre autopercepção de saúde (NIEDHAMMER; CHEA, 2003; CHENG et al.,

2005)

Cheng et al. (2005) em estudo de coorte realizado com enfermeiros dos Estados

Unidos, no qual utilizaram a escala de AST de Karasek do JCQ, mostraram que menores

níveis de apoio social no trabalho referido estão associados a autopercepção da saúde ruim.

Niedhammer e Chea (2003) ao realizar uma coorte com trabalhadores de indústrias de

eletricidade da França com mensuração do AST pelo JCQ de Karasek, observaram que as

altas demandas psicológicas e físicas, o baixo controle sobre o trabalho e o baixo AST

percebido foram significativamente associados a autopercepção da saúde ruim em ambos os

sexos. Em contrapartida, Pikhart et al. (2001) não relataram qualquer associação significante

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entre as dimensões do modelo de Karasek e a autopercepção da saúde. O estudo prospectivo

por Cheng et al. (2000) mostraram que as demandas, o controle, e o AST foram associados

com um declínio do status de saúde entre uma população de mulheres.

Sobre os aspectos psicológicos, Langford et al. (1997) afirmam, em uma meta-análise,

que o apoio social é favorável a saúde, dentre vários fatores, por promover bem estar

psicológico e diminuir a ansiedade e a depressão. A associação entre a presença de distúrbio

psíquico menor e o baixo apoio social no trabalho, foi observado em nosso estudo. Evans e

Steptoe (2001) mostraram em resultados de seu estudo que o baixo apoio social esteve

associado com maiores níveis de ansiedade, depressão, e a tensão no trabalho. Sinokki et al.

(2000) observaram resultados semelhantes na base populacional da Finlândia em estudo sobre

a Saúde da população, onde o baixo apoio social no trabalho (avaliado pelo JCQ de Karasek),

esteve associado ao auto relato dos últimos 12 meses de distúrbios psíquicos menores (Odds

ratio 2,02, IC95%: 1,48-2,82 para o apoio de supervisão, 1,65, IC95%: 1,05-2,59 apoio de

colegas). Zimet et al. (1988) contribuem mostrando que os altos níveis de percepção do apoio

social estão associados com baixos níveis de depressão e ansiedade.

5.3. Considerações acerca do absenteísmo em trabalhadores de enfermagem (objetivo

específico 2)

Os nossos resultados mostraram que entre o sexo feminino as freqüências de

absenteísmo curto e longo foram mais elevadas. Isto pode ser justificado pelo fato de além de

desenvolver as atividades profissionais no ambiente laboral, possuir sobrecarga das

responsabilidades domésticas, nas quais, muitas vezes, a mulher assume função de provedora

e coordenadora das questões familiares, por ser a figura central deste meio (SANTOS;

SOLER, 2003; FARIA et al., 2005). Outra explicação, segundo PRIMO (2008) estaria na

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dupla jornada de trabalho, pois a mulher não compartilha em iguais condições com os homens

das tarefas da casa.

A precarização do trabalho levou também à busca de mais de um emprego ou extensão

de jornada na própria instituição. Sabe-se também que a mulher tende a buscar mais os

serviços de saúde que os homens, podendo levar a novos afastamentos (ISOSAKI, 2003).

Reis et al. (2003) em seu estudo com profissionais de enfermagem de um hospital

universitário, que analisou afastamentos destes profissionais no período de um ano, refere m

que as mulheres procuram 1,47 vezes mais o SAST - Serviço de Atenção à Saúde dos

Trabalhadores - do que os homens e, ainda, a chance de uma mulher ter afastamento é de

1,59 vezes maior do que a chance de um homem.

No presente estudo, a idade apresentou associação significativa com o absenteísmo por

doença curto e longo, sendo que os mais jovens tem maior absenteísmo curto e os mais

velhos, o absenteísmo longo. Vahtera et al. (2001), utilizaram dados do estudo de coorte de 5

anos de duração com trabalhadores municipais da Finlândia, e observaram que idades mais

avançadas aumentavam o risco do absenteísmo geral. Primo (2008), em seu estudo com

trabalhadores de um hospital público universitário, cujo objetivo foi avaliar os indicadores do

absenteísmo por doença no período de um ano, observou uma relação positiva entre a faixa

etária e o número de ausências no trabalho. Demonstrou ainda que, os menores índices de

absenteísmo por faixa etária estão entre 18 e 29 anos [(3,12% (IC95% 2,36% – 3,89%)],

elevando-se para 4,86% (IC95% 3,87%-5,85%) na terceira década de vida, 6,41% (IC95%

5,31%-7,50%) na quarta e 7,24% (IC95% 5,27%-9,20%) para os trabalhadores com 50

anos ou mais.

Lim et al. (2002), em estudo com trabalhadores da faculdade de medicina do sul da

Tailândia, com duração de três anos, relataram as maiores taxas de absenteísmo por doença

curto em grupos etários mais jovens. Brenner et al. (2000), realizou pesquisa com

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trabalhadores da construção civil, onde também verificaram um aumento da taxa de

absenteísmo e do número de dias afastados com o aumento da idade. Com o aumento da idade

ocorre um aumento da freqüência de doenças crônicas gerando um maior absenteísmo de

longo período (MENDES; DIAS, 1999).

O baixo nível de escolaridade e a categoria profissional de técnico de enfermagem se

mostraram associadas ao absenteísmo curto e longo. Bittencourt (1993) afirma que o maior

percentual de afastamento do trabalho por doença incide sobre os profissionais que

completaram apenas o nível fundamental e que o menor percentual incidiu sobre os que

completaram o nível superior de escolarização.

Corroborando com nossos resultados, Primo (2008) aponta a freqüência entre os

auxiliares de enfermagem (62,4%) e técnicos de enfermagem (65,2%) como maior que

nos enfermeiros (45,7%) (p<0,0001). Este mesmo autor diz que as taxas de absenteísmo

são diferentes de acordo com o nível de escolaridade do cargo, sendo que as maiores taxas

estão concentradas no nível elementar (8,45%±1,02) seguida do nível médio

(5,60%±0,41) e superior (3,45%±0,38). Neste sentido, em relação à Enfermagem, Silva

(1999) observou que dos 173 trabalhadores que adoeceram 131 (74,8%) eram auxiliares de

enfermagem e 42 (62,5%) enfermeiros, confirmando maior absenteísmo entre os

profissionais de menor escolaridade. Guimarães (2005), ao realizar estudo com servidores

civis de um hospital geral de Brasília, com o intuito de analisar o absenteísmo-doença no

período de um ano, corrobora observando um menor número de afastamento entre as funções

com grau de escolaridade maior. No nível fundamental e médio foi observado um

afastamento de 141 (94,6%) servidores e um afastamento de 8 (5,4%) servidores com

nível superior de escolaridade, uma distribuição estatisticamente significante (p=0,0001).

Entre divorciados/separados/viúvos e casados identificou-se frequências mais elevadas

de absenteísmo curto e longo. Belém e Gadzinski (1998) relatam que o estado civil é fator de

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grande influência nos níveis de absenteísmo, principalmente quando o trabalhador possui

filhos. Fischer (1986) descreveu que um grande absenteísmo é observado entre os casados

quando associados a um grande número de dependentes. Primo (2008) aponta que os maiores

índices de absenteísmo estão entre os separados e viúvos (12,37% – IC95% 7,83%-16,92%)

comparado com outros estados civis: casado (5,19% - IC95% 4,32%-6,05%) e solteiro

(4,69% - IC95% 3,98%-5,40%). Kivimaki et al. (2003) traz dados complementares

relacionados à viuvez associada ao aumento do absenteísmo em sua coorte prospectiva com

trabalhadores públicos de Londres. Ao abordar o absenteísmo relacionado ao adoecimento e

estado civil em trabalhadores de enfermagem, estudo de Alves (1996) afirma que os

trabalhadores casados apresentam maior índice de afastamentos por terem mais

responsabilidades domésticas. Corroborando os achados deste estudo, Silva (1999) mostrou

que 52,3% dos profissionais de enfermagem de um hospital universitário do estado de São

Paulo envolvidos em faltas são casados.

No que se refere à raça/cor, identificou-se associação com absenteísmo curto e

longo, sendo este último associado aos que se autoreferiram negros e aqueles que se referiram

brancos. Estudos epidemiológicos sobre as morbidades relacionadas à raça/cor são

importantes para aprofundamento do conhecimento científico sobre como as desigualdades

étnicas influenciam na saúde populacional, incluindo a saúde do trabalhador (SILVA,

2007). No entanto, esta variável pode estar refletindo as condições sócio-demográficas

subjacentes da população de estudo.

Entre os servidores públicos, identificou-se proporções mais elevadas de absenteísmo

longo. Este comportamento, confirmado em outros trabalhos (LIM et al., 2002; PRIMO,

2008), pode ser explicado pela maior segurança na manutenção do emprego, acoplado à

facilidade/direito de se obter licenças médicas a cada ano, maior insatisfação com o trabalho e

menor pressão competitiva (WUNSCH et al., 1998). Primo (2008) observa que os

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trabalhadores estatutários apresentaram maiores taxas (6,36% x 2,47%) de absenteísmo em

relação aos contratados. A diferença entre as médias [3,89 (IC95% 2,90 – 4,88)] é

significativa (p< 0,0001). Além disso, deve-se considerar que os servidores eram mais velhos,

condição já demonstrada como associada ao absenteísmo longo. Nossos resultados também

mostraram associação entre o vínculo temporário e o absenteísmo curto, porém não foram

encontrados estudos que corroborassem com esses achados na literatura. No entanto, eram

trabalhadores mais jovens, portanto com frequências mais elevadas de absenteísmo curto.

Pode-se perceber a relação existente entre o número de empregos e o número de horas

semanais trabalhadas, ao ponto que os trabalhadores que disseram ter dois ou mais empregos

na enfermagem, acarretam como conseqüência longas horas de jornadas de trabalho

assistencial. No Brasil os trabalhadores de enfermagem compreendem uma categoria

profissional peculiar quando se trata de carga horária, uma vez que o duplo vínculo

empregatício é comum e a opção por um segundo emprego é estimulada em decorrência dos

baixos salários e facilitada pela flexibilidade nos horários laborais (ROTENBERG et al.,

2008).

Schimidt e Dantas (2006) complementam Rotenberg, ao dizerem que a profissão de

enfermagem por ser mal remunerada no país, faz com que a maioria dos trabalhadores seja

obrigada a optar por mais de um emprego, o que acarreta a permanência do trabalhador no

ambiente de serviço de saúde a maior parte do tempo de suas vidas produtivas, aumentando a

exposição aos riscos ocupacionais, contribuindo para o elevado absenteísmo destes

profissionais.

Em nossos resultados, mostramos que os trabalhadores que possuem dois ou mais

empregos na enfermagem apresentam associação tanto com absenteísmo curto quanto longo.

De modo similar, entre profissionais de enfermagem atuantes em um hospital universitário no

Rio Grande do Sul, Magnago (2008) observou que 26,3% possuíam outro vínculo

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empregatício. Em contrapartida, nos Estados Unidos, apenas 10,2% das enfermeiras, atuantes

em instituições hospitalares, referiram ter outro emprego (ZAPKA et al., 2009).

Com relação à carga horária semanal, esta tem sido apontada como variável preditora

de diversos desfechos relacionados ao trabalho de enfermagem, dentre os quais o

absenteísmo-doença (MANETTI, 2009). Na Holanda, um estudo realizado por Schreuder et

al. (2009) com enfermeiras de unidades clínicas, mostrou que a frequência do absenteísmo

por doença aumentava significativamente com o aumento do número de horas trabalhadas.

Kroenke et al. (2007), em estudo com enfermeiras hospitalares, destacaram que as

altas cargas de horas trabalhadas poderiam levar a longos períodos de exposição a condições

de trabalho estressantes, o qual poderia ainda levar ao absenteísmo das enfermeiras. Nossos

resultados se mostraram semelhantes, onde a variável horas semanais mostrou-se associada ao

absenteísmo-doença, mostrando que os trabalhadores de enfermagem que disseram trabalhar

61 h ou mais/semana apresentaram maior absenteísmo curto e os que trabalhavam de 9 a 30

h/semana, maior absenteísmo longo. Não encontramos na literatura, referências com relação

às horas trabalhadas pelos profissionais de enfermagem e à divisão entre absenteísmo curto e

longo, o que é visto e parece possível é que o aumento do número de horas trabalhadas

contribui com o absenteísmo por doença.

Metzner e Fischer (2001) destacam que a jornada de trabalho prolongada pode

provocar aumento considerável da carga de trabalho. Na atual conjuntura política sobre a

jornada de trabalho da categoria de enfermagem, com luta sindical pela fixação da carga

horária semanal de 30 horas, percebe-se a relevância deste movimento pela melhoria das

condições de trabalho com consequente qualidade de vida e saúde física e mental dos

trabalhadores de enfermagem. Para isso, é importante que o trabalhador desfrute essa

conquista de forma que a redução na carga horária não se transforme em acúmulos de outros

empregos.

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Ao relacionar o absenteísmo e o turno de trabalho, encontrou-se associação entre

trabalhadores ex-noturnos e maior absenteísmo curto e trabalhadores noturnos e maior

absenteísmo longo. Os trabalhadores noturnos se afastam mais, porque o trabalho noturno

provoca alterações fisiológicas decorrentes da ausência de sincronismo entre seu rítmo

circadiano e o prolongamento do período de vigília (COSTA et al., 2009).

Mendes (1999) assegura que, devido ao limite entre vigília e repouso enfrentado

pelos trabalhadores durante uma noite de trabalho, pode haver comprometimento da

capacidade de concentração e, além disso, esses funcionários sofrem a privação do convívio

com a família em razão da incompatibilidade de horário. Assim, o conjunto desses

fatores pode desencadear problemas de ordem emocional e psíquica.

O estudo do impacto do trabalho noturno na saúde tem recebido destaque na literatura

(ROTENBERG et al., 2001). Muitos trabalhadores noturnos não dormem durante o dia

a mesma quantidade de horas que dormiriam à noite, principalmente as mulheres. Elas

têm mais dificuldade para dormir durante o dia, uma vez que, em geral, são as que cuidam dos

afazeres diurnos da casa. Outros agravantes, como os sons da casa e da rua e a

claridade da iluminação natural do dia impedem que ocorram todas as fases do sono,

fundamentais para a reposição das energias. Não passar por todas as suas fases

provoca alterações no ritmo biológico, sonolência no trabalho, perda de memória,

diminuição do processo cognitivo e dos reflexos. O trabalhador fica mais exposto a acidentes

ocupacionais, ao estresse e a fatores emocionais (POLLONE, 2004; MAGNAGO, 2008).

Menezes (1996) estudando enfermeiras e auxiliares de enfermagem de um hospital

público de Salvador mostrou, entre trabalhadoras noturnas, elevada prevalência de

problemas de saúde tais como: alteração da qualidade do sono, distúrbios digestivos e

sintomas de fadiga. Marziale e Rozestraten (1995) observaram que traba lhadoras de

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enfermagem noturnas de um hospital universitário de Ribeirão Preto, apresentavam mais

sintomas subjetivos relacionados ao embotamento emocional e distúrbios do sono.

Ao avaliar as variáveis de comportamento relacionado a saúde de nosso trabalho,

observamos que os trabalhadores de enfermagem com baixo peso ou peso normal

apresentaram maior absenteísmo curto e os trabalhadores obesos, maior absenteísmo longo.

Resultados semelhantes foram observados na coorte prospectiva de trabalhadores da Holanda

por Jans et al. (2007), onde a freqüência de absenteísmo longo foi significativamente maior

nos trabalhadores com excesso de peso do que os trabalhadores com peso normal. Em média,

os trabalhadores obesos estavam ausentes 14 dias mais por ano do que os de peso normal.

Ala-Mursula et al. (2002) em estudo com trabalhadores municipais da Finlândia

realizado de 1996 a 1998, corroboram com nossos achados, mostrando que o aumento do

absenteísmo está associado ao hábito de fumar, ao sedentarismo e a obesidade. Cawley et al.

(2007) ao examinar os dados de um estudo médico no período de 2000 a 2004 com

trabalhadores de Nova York, mostrou que os custos substanciais do absenteísmo estão

associados com a obesidade e obesidade mórbida.

A quantificação dos custos anuais atribuíveis à obesidade, incluindo o aumento de

despesas médicas e absenteísmo por doença, tem sido bastante utilizada por diversas

instituições de trabalho e também demonstrada em pesquisas na área médica

(FINKELSTEIN, et al., 2005).

Em diversos países a obesidade é considerada um problema oneroso para os

empregadores de diversas instituições de trabalho. Uma das consequências relacionadas à

obesidade é o aumento do absenteísmo. Um levantamento nacional realizado nos Estados

Unidos com trabalhadores adultos (N = 2722) explorou se não ter uma boa saúde física e

mental poderia explicar (ou seja, mediar) a relação entre a obesidade e o absenteísmo. Os

dados revelaram que 19,3% dos trabalhadores adultos (23,6 milhões de trabalhadores) eram

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obesos e ser obeso foi positivamente relacionado ao aumento do absenteísmo (MICHAEL;

FRONE, 2008).

A presença de uma e duas e mais de duas DORT apresentaram associação estatística

com o absenteísmo doença curto e longo. No estudo de Guimarães (2005) as doenças do

sistema osteomuscular representaram 33,1 % dos afastamentos por mais de 3 dias e 13,1%

dos afastamentos por 3 dias ou menos.

O perfil epidemiológico dos trabalhadores brasileiros tem revelado modificações ao

longo dos anos, com a predominância das lesões por esforços repetitivos – LER/DORT

relacionadas às ausências do trabalho. Em servidores públicos britânicos, as doenças

cardiovasculares, desordens musculoesqueléticas e transtornos mentais estão entre as

principais razões de absenteísmo (WUNSCH et al., 1998) . Na Suécia, causas semelhantes

também foram encontradas por Kivimaki et al., 2001. As afecções músculoesqueléticas

resultantes de acidentes ou de enfermidades, ocupam os primeiros lugares nas estatísticas de

morbidade em todos os países (FISCHER, 1986). Algumas atividades executadas por

trabalhadores de enfermagem provocam demasiado desgaste físico. O transporte e a

movimentação de equipamento e de pacientes, longa permanência de pé durante a assistência,

associados à adoção de má postura corporal e à inadequação do espaço físico e mobiliário são

apontados como fatores de risco ergonômico responsáveis por danos à saúde, com

conseqüente elevadas taxas de absenteísmo curto e longo (SILVA, 1999; SANTOS; SOLER,

2003).

Diversos estudos têm relatado uma chance aumentada de absenteísmo doença entre

indivíduos com uma autopercepção da saúde regular ou ruim. Kivimäki et al. (2001) mostram

que uma autopercepção da saúde ruim está relacionada às ausências curtas e longas, sendo

nesta última uma relação mais forte estatisticamente. Em estudo longitudinal com

trabalhadores industriais alemãs de Hanebuth et al. (2006) a auto-avaliação da saúde mostrou

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uma forte associação com todas as medidas de ausência no trabalho. Segundo o autor,

certamente, esta variável não pode substituir um exame médico, mas pode ser suficiente para

uma primeira análise de todos os trabalhadores em um ambiente ocupacional. Outros estudos

contribuem com os resultados encontrados nesta pesquisa (KIVIMAKI et al., 2003). Em

nossos resultados, a autopercepção da saúde ruim ou regular se mostrou associada ao

absenteísmo curto e longo, corroborando com demais estudos.

A presença de distúrbio psíquico menor mostrou-se associado ao absenteísmo curto e

longo. Kivimaki et al. (2003) mostra que o distúrbio ou morbidade psíquica menor apresenta

relação com as ausências por doença. Outros estudos também mostram esta relação, e m que

os casos de distúrbios psíquicos menores foram associados ao absenteísmo por períodos

curtos e longos (SILVA, 2004; PRIMO, 2008).

A presença de insônia se mostrou associada ao absenteísmo curto e longo entre os

trabalhadores do estudo. Godet-Cayré et al. (2006) obtiveram como resultados de coorte

retrospectiva de dois anos, realizado com trabalhadores da região da França, que os

trabalhadores que sofriam de insônia tiveram um número significativamente maior de taxa de

absenteísmo no trabalho do que aqueles que dormiam bem. Estas ausências representam um

alto custo para a sociedade francesa, sendo que 88% destes gastos são assumidos pelas

entidades patronais. Davey et al. (2009), em estudo com enfermeiras hospitalares, corroboram

com estes achados, indicando que a insônia está associada significativamente em termos de

problemas de saúde e de cuidados de saúde, ao absenteísmo no trabalho, a redução da

produtividade e ao risco de acidentes ocupacionais. Kleinman et al. (2009), em um estudo de

caso-controle, mostraram que a insônia estava associada com aumento de custos, maior

absenteísmo e aumento do número de comorbidades nos trabalhadores estudados. Este estudo

estimou o custo anual da insônia na força de trabalho dos Estados Unidos, em cerca de US $

15.0-17.7 bilhões.

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5.4. Considerações acerca da associação entre o apoio social no trabalho e o absenteísmo dos

trabalhadores de enfermagem (objetivo específico 3)

A hipótese formulada nesta pesquisa, de que no ambiente de trabalho, a percepção de

níveis mais baixos de apoio social estaria associada às maiores chances de absenteísmo-

doença em trabalhadores de enfermagem, pode ser confirmada em nossos resultados. Esses

mostraram que trabalhadores com menos apoio social no trabalho apresentam maiores

chances de se ausentarem no trabalho por motivos de doenças, do que aqueles com maior

apoio. Esta associação foi observada tanto para o absenteísmo curto quanto longo, sendo mais

intensa neste último.

Numerosos estudos, entre os quais as metanálises, relataram uma associação inversa

entre o apoio social e absenteísmo (MOWDAY et al., 1982; BURTON et al., 2002; DARR et

al., 2008; ROELEN et al., 2009). O estudo longitudinal realizado com trabalhadores

industriais no sul da Alemanha por Hanebuth et al. (2006) mostrou que a falta de apoio social

por parte dos supervisores ou colegas de trabalho estava significativamente associada com os

períodos curtos e longos de ausência no trabalho e com o índice de absenteísmo. Na coorte

prospectiva com trabalhadores de escritório de seguros realizada por Roelen et al. (2009) o

apoio social por parte dos colegas de trabalho esteve associada com absenteísmo por doença.

A meta-análise de Darr e Johns (2008) apresentou resultados semelhantes, nos quais o apoio

percebido pelos trabalhadores estava associado à frequência e ao tempo perdido das ausências

por doença. Estes estudos corroboram com os achados de nossa pesquisa.

Segundo Johns (2001) um dos indicadores mais comuns e utilizados da saúde

organizacional é o absenteísmo. Este pode ser vinculado a fatores individuais, organizacionais

e sociais (STETZER et al.,2000). Dois fatores organizacionais que podem contribuir para o

absenteísmo são as percepções individuais dos estressores no local de trabalho (ou seja, as

demandas de trabalho) e a capacidade de lidar com os estressores no local de trabalho,

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incluindo o nível de apoio social no trabalho (SCHECK et al., 1997). Estes autores relatam a

notória importância do AST como agente minimizador do estresse no ambiente de trabalho e

do adoecimento dos trabalhadores, o que contribui consequentemente para redução da

freqüência das ausências por motivo de doença no ambiente laboral.

Os resultados obtidos no presente estudo e aqueles relatados por outros pesquisadores

(NORTH et al., 1993;. RAEL et al., 1995;. UNDEN, 1996; KIVIMÄKI et al., 2001;.

KIVIMÄKI et al., 2003;. PIIRAINEN et al., 2004) apoiam a idéia de Rael et al. (1995) em

que as ausências por doença são de natureza complexa, não dependendo apenas dos

problemas de saúde, mas também de fatores psicossociais, como o AST. A relação positiva

que encontramos em nossos resultados entre o AST e o absenteísmo-doença sugere que o

apoio no ambiente de trabalho pode aumentar a auto-estima e o senso/grau de controle,

fazendo com que os trabalhadores tenham uma melhor forma de lidar com a doença (RAEL et

al., 1995). O AST pode também funcionar como um mecanismo facilitador levando os

trabalhadores a se afastar do trabalho quando estão doentes por saberem que seus

companheiros de trabalho irão entendê- los e substituí- los quando necessário.

Em um estudo realizado com enfermeiros canadenses, as ausências por doença de

curta duração esteve associada com a tensão no trabalho em termos de alta demanda, baixo

controle e baixo apoio social no trabalho (BOURBONNAIS; MONDOR, 2001). O estudo de

Schreuder et al. (2009) realizado com enfermeiras hospitalares de uma província holandesa,

mostrou que menores níveis de apoio social no ambiente de trabalho estavam associados às

ausências de longa duração (p=0,03). Iverson et al. (1998) ao realizarem um estudo com

profissionais de saúde de um hospital público da Austrália, observaram que a frequência do

absenteísmo era aumentada pelo elevado nível de estresse no ambiente de trabalho, e

diminuída com a elevada realização pessoal, com o apoio dos colegas de trabalho, com a

autonomia de decisão e apoio da supervisão. Outro estudo corrobora com estes achados,

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mostrando que, em trabalhadores de enfermagem rurais que atuam em um Distrito de Serviço

de Saúde nas Colinas do Sul da Austrália, o AST percebido estava associado ao absenteísmo

entre estes profissionais (MACHIN et al., 2001).

No que se refere aos aspectos psicossociais do trabalho, alguns componentes do

trabalho da enfermagem interferem na saúde desses trabalhadores, dentre os quais

destacamos, a atenção constante; a supervisão estrita, que determina graus de controle,

autonomia e criatividade dos trabalhadores; o ritmo acelerado e a fragmentação das tarefas;

conflitos interpessoais; falta de participação nas decisões; demandas emocionais relacionadas

ao cuidado com o paciente e confronto com a dor e a morte; a falta de segurança no trabalho;

a falta de reconhecimento e recompensas dos trabalhadores; e a falta de apoio social pelos

colegas e pela supervisão, dentre outras situações (SILVA et al., 1998; CALLAGHAN et al.,

2000; GOMES et al., 2006). Todos estes achados relacionados ao trabalho da enfermagem,

segundo a literatura, estão relacionados ao risco de afastamentos dos profissionais por

problemas de saúde (RUAHALA et al., 2007).

Esses achados sinalizam ainda que, no trabalho da enfermagem, não apenas as

freqüentes exposições físicas e mecânicas, mas também aspectos organizacionais,

psicológicos e sociais podem se constituir em fatores de risco para as ausências o trabalho por

motivos de doenças.

5.5. Considerações acerca da associação entre combinações do apoio social no trabalho e

controle no trabalho (objetivo específico 4)

Analisamos as combinações do AST + controle no trabalho e algumas variáveis do

estudo, a fim de observar o comportamento dessas combinações que foram idealizadas por

Karasek e Theörell (1990). Observamos poucos estudos na literatura estrangeira que

observaram a combinação e o efeito da interação entre estes dois componentes. Alguns

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pesquisadores (JOHNSON; HALL, 1988; LANDSBERGIS et al., 1992) relataram os efeitos

sinérgicos entre controle sobre o trabalho e apoio social no trabalho sobre as doenças

cardiovasculares e a insatisfação no emprego quando em baixas demandas no trabalho, mas

estes efeitos não foram observados quando a demanda foi elevada.

Em estudo transversal com trabalhadores da Suécia realizado por CHOI et al. (2010)

que tratava do efeito da interação entre o controle sobre o trabalho e o AST sobre os

transtornos mentais comuns, o qual utilizou o JCQ de Karasek para mensurar AST, foi

observado um significante excesso de risco para o sofrimento psíquico quando os

trabalhadores tiveram tanto baixo controle sobre o trabalho quanto baixo apoio social no

trabalho, fato verificado em homens e mulheres. No entanto, o efeito sinérgico era afetado

pelas altas demandas do trabalho diferentemente por sexo. Nas mulheres, o efeito sinérgico

foi mantido, mas atenuado em certa medida quando o nível de demanda de trabalho era

elevado. Nos homens, um efeito antagonista entre controle e AST foi observado quando o

nível de demanda foi alto.

BOERJAN et al. (2010) realizaram um estudo para investigar as interações entre os

níveis de apoio social de supervisores e colegas e a autonomia relacionada ao trabalho e seus

efeitos sobre problemas de saúde relacionados ao estresse em residentes holandeses na

formação de cirurgia geral, onde utilizaram o JCQ para avaliação de AST. Como resultados

foram identificados que a baixa autonomia no trabalho (baixo controle) relacionada aos

menores níveis de apoio social dos supervisoress foram preditores das queixas de saúde

relacionadas com o estresse.

Como apresentado no referencial teórico, Karasek e Theörell (1990) propuseram

quatro experiências no ambiente psicossocial do trabalho geradas pela simultaneidade

entre maiores e menores graus de AST e de controle sobre o trabalho, quais sejam:

“participatory leader” (alto controle e alto apoio social no trabalho), “cowboy hero” (alto

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controle e baixo apoio social no trabalho), “isolated prisioner‖ (baixo controle e baixo

apoio social no trabalho) e “obedient comrade” (baixo controle e alto apoio social no

trabalho).

No presente estudo, ao serem avaliados os quadrantes citados acima segundo

categoria profissional, verificamos que no seguimento “participatory leader”, de alto

controle e alto apoio social no trabalho, os enfermeiros (16,6%) se apresentaram em

proporção maior em relação aos técnicos (9,6%) e auxiliares de enfermagem (14,1%). Já o

quadrante “obedient comrade” , de baixo controle e alto apoio social no trabalho, os

auxiliares de enfermagem (29,2%) apresentaram-se em maior proporção, seguidos pelos

técnicos (19,9%) e enfermeiros (12,2%). Estes dados corroboram com os estudos de Karasek

e Theorell (1990) ao mostrar na distribuição das ocupações de apoio social e controle no

trabalho, que as enfermeiras se encontram no seguimento de alto AST e alto controle sobre

trabalho, e os auxiliares de enfermagem no alto AST e baixo controle.

A avaliação do controle no trabalho da enfermagem nos remete à reflexão

sobre o processo de formação dos profissionais dessa área ao longo da histó ria. Foram na

escolas nightingaleanas que se iniciou o processo de hierarquização, divisão e subordinação

dentro da própria profissão, subdividindo em duas classes: as ladies e as nurses. As primeiras

eram provenientes das camadas mais elevadas da sociedade e desempenhavam funções

consideradas mais intelectuais como administração, supervisão, direção e controle dos

serviços de enfermagem. As segundas procediam dos níveis sociais mais baixos e

desempenhavam o trabalho manual de enfermagem/ o cuidado direto ao paciente sob a

supervisão e coordenação das ladies, raramente interferindo nos processos de tomada de

decisão (GIOVANINI, 2002).

A formação profissional por si só determina maior ou menor grau de controle

ao profissional, à medida que configura a divisão de atribuições e tarefas entre os

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trabalhadores de enfermagem. Pode-se dizer que o processo de divisão do trabalho da

enfermagem reproduziu as formas hegemônicas de estruturação mais gerais da vida no

trabalho, fortemente voltadas para dividir, fragmentar, parcelar, hierarquizar e subordinar,

tanto as tarefas e atividades, quanto as relações entre os indivíduos (ARAÚJO, 1999). Silva

et al. (1998) e Geselma et al. (2006) relatam que devido a divisão hierarquizada do traba lho

da enfermagem, os enfermeiros expressam maior grau de controle sobre o próprio trabalho.

Com relação à associação entre os quadrantes (AST e controle) e o absenteísmo-

doença por período curto e longo, os resultados foram semelhantes aos observados na

associação do AST e o absenteísmo. As análises ajustadas, mostram chances mais elevadas de

absenteísmo curto (≤9 dias) e longo (≥10 dias) no quadrante que combina baixo

controle/baixo AST no trabalho (maior risco) quando comparado ao quadrante de alto

controle/alto AST. No entanto, no caso do absenteísmo longo, no modelo 3 de regressão,

observou-se chances semelhantes de absenteísmo-doença entre os quadrantes baixo

controle/baixo AST e alto controle/baixo AST e a categoria de referência (alto controle/alto

AST).

Estudos demonstraram que situações com alto controle sobre o trabalho, baixas

demandas psicológicas e alto AST foram fatores que influenciaram a redução da freqüência

do absenteísmo por doença (NORTH et al., 1993; MACHIN et al., 2001; BOURBONNAIS;

MONDOR, 2001; MOREAU et al., 2004; SCHREUDER et al., 2009).

Estes resultados sugerem que outros tipos de análises com estes elementos se fazem

necessários para explorar os mecanismos que ocorrem na saúde quando há baixo apoio social

no trabalho e baixo controle no trabalho, as quais são situações desfavoráveis no trabalho da

enfermagem.

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5.6. Limitações do estudo

Estudos seccionais como este estão suscetíveis à causalidade reversa, já que não se

pode concluir a respeito das relações causais entre a exposição e o desfecho por serem

avaliados em um mesmo momento no estudo. Portanto, não podemos afirmar, a partir de

nossa avaliação, que os baixos níveis de apoio social no trabalho ―causaram‖ mais

frequentemente o absenteísmo por doença nos trabalhadores de enfermagem estudados.

Estudos longitudinais são necessários para verificar as relações causais entre apoio social no

ambiente laboral e as ausências por doença nos trabalhadores estudados.

Além disso, o absenteísmo por doença foi obtido através de informação auto-referida,

portanto, viés de memória ou de informação poderiam refletir em super ou subestimação da

informação. No entanto, estudos já demonstraram que o absenteísmo por doença auto-referido

se mostrou fortemente correlacionado com medidas baseadas em registros, considerada

portanto, uma medida válida para obter dados sobre absenteísmo por doença (LINTONA et

al., 1995; FERRIE et al., 2005; VOSS et al.,2007). A maior vantagem dessa forma de

obtenção dos dados se refere ao fato de que captura o absenteísmo curto que, em geral, se

constituem na grande maioria das faltas ao trabalho e que não são notificados para a

Seguridade Social. Outro aspecto que limita nossos resultados se refere ao fato de que não

mensuramos o tempo de duração de cada episódio de faltas por doença.

Outra limitação é a possível ocorrência de uma superestimação do apoio social no

trabalho, uma vez que os dados foram coletados no ambiente laboral, e os trabalhadores

poderiam de alguma forma, relatar níveis mais elevados de AST, devido a aproximação com

colegas e chefes de trabalho.

A informação referente ao absenteísmo-doença foi coletada a partir da pergunta

―Quantos DIAS INTEIROS você esteve fora do trabalho devido a problema de saúde,

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consulta médica ou para fazer exame durante os últimos 12 meses?‖ retirada do instrumento

ICT (Índice de Capacidade para o Trabalho) de Tuomi (2005). Embora este autor tenha

reconhecido as ausências por problemas de saúde, consulta médica ou realização de exames

como faltas ao trabalho por doença, pode ter ocorrido um viés de informação/classificação em

nosso estudo, pelo fato de que as ausências para realização de consultas médicas ou exames,

podem ser consequências de prevenção ou investigação das condições de saúde dos

trabalhadores, e não pela existência de um quadro de doença propriamente dito.

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102

CAPÍTULO VI

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objeto de estudo desta dissertação de mestrado foi o apoio social no trabalho e a

relação com o absenteísmo-doença em trabalhadores de enfermagem. Para tal observação,

utilizou-se o modelo proposto por Karasek, que destaca, o apoio social no trabalho como

mediador entre as demandas e o controle no ambiente psicossocial do trabalho. A partir dos

resultados obtidos nesta dissertação, são apresentadas a seguir, as conclusões e

recomendações deste estudo.

• Com relação ao perfil da população de estudo

Os trabalhadores de enfermagem dos três hospitais públicos do Rio de Janeiro

estudados, são em sua grande maioria, mulheres, adultos jovens, casados, com filhos menores

de 18 anos, com escolaridade até o ensino médio, mestiços, renda familiar per capita de 1 a 2

salários mínimos. Predominam os auxiliares de enfermagem, os trabalhadores com vínculo

permanente com a instituição, os que trabalham há dez anos ou mais na profissão, trabalham

no diurno, com uma carga horária semanal de 31 a 60 horas e a maioria possui apenas um

emprego.

• Com relação ao apoio social no trabalho

No que diz respeito às características sócio demográficas, foi percebido escores mais

baixos de apoio social no trabalho entre os trabalhadores do sexo feminino, os mais jovens,

de maior escolaridade e maior renda familiar per capita.

Em relação às características laborais, encontravam-se na categoria de mais baixo

apoio social no trabalho percebido, os profissionais enfermeiros seguidos pelos técnicos de

enfermagem. Ao analisar a freqüência de cada item da escala de AST e as categorias

profissionais de enfermagem, confirmou-se que os enfermeiros e técnicos de enfermagem

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sentem-se menos apoiados, pelos chefes e pelos colegas, que os auxiliares de enfermagem no

ambiente laboral.

Das características de comportamentos relacionados à saúde, foram classificados com

escores mais baixos de apoio social os trabalhadores de enfermagem com médio e alto

consumo de bebida alcoólica.

Com referência as condições de saúde, apresentaram níveis mais baixos de AST, os

trabalhadores de enfermagem que referiram mais de uma DORT, autopercepção da saúde

ruim ou regular e presença de distúrbio psíquico menor.

• Com relação ao absenteísmo por doença em trabalhadores de enfermagem

A freqüência do absenteísmo nos trabalhadores de enfermagem no período do estudo,

foi nenhum dia de ausência (61,8%), seguido por ausência menor ou igual a 9 dias (20,3) e

por último, a ausência maior ou igual a 10 dias (16,6%) nos últimos 12 meses.

Em relação às características sócio-demográficas, apresentaram maior absenteísmo

curto às mulheres, os mais jovens, com nível fundamental completo de escolaridade, os

separados, viúvos e divorciados e os que se autoreferiram brancos; e, apresentaram maior

absenteísmo longo as mulheres, os mais velhos, com nível fundamental completo de

escolaridade, os separados, viúvos e divorciados e os que se autoreferiram negros.

Com relação às características ocupacionais, foi observado absenteísmo curto entre os

técnicos de enfermagem, os contratados, com dois ou mais empregos, os trabalhadores

noturnos e os que trabalham 61 horas ou mais; e observado absenteísmo longo, entre os

técnicos de enfermagem, os com vínculo empregatício permanente, com dois ou mais

empregos na enfermagem, os que foram trabalhadores noturnos e os que trabalham de 9 a 30

horas semanais.

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Das variáveis de comportamentos relacionados à saúde, os trabalhadores com baixo

peso ou normal referiram maior absenteísmo curto e os obesos referiram maior absenteísmo

longo.

Entre as condições de saúde, os trabalhadores com mais de duas DORTs, com

autopercepção da saúde ruim ou regular, com distúrbio psíquico menor e com queixa de

insônia, apresentaram maior absenteísmo curto. Os mesmos resultados foram observados com

relação ao absenteísmo longo.

O absenteísmo é um processo no qual as causas não podem ser atribuídas apenas à

decisão individual do trabalhador. A insatisfação no trabalho, a falta de motivação, a falta de

apoio social no trabalho, dentre outros, podem ocasionar atrasos, licenças de saúde ou altas

deliberadas que podem estar vinculadas à organização do trabalho (sobrecargas), à existência

ou não de supervisão e ás estratégias adotadas pela instituição.

Para que um serviço de saúde realize intervenções no absenteísmo, é necessário em

um primeiro momento conhecê- lo em sua dimensão quantitativa, ou seja, mensurá-lo. Em um

segundo momento, é importante identificar as causas deste evento, as quais revelarão nuances

que envolvem questões variadas qualitativas, entre elas: as relações interpessoais e sociais, a

interação do grupo de trabalho, as condições de trabalho oferecidas e os processos de trabalho

desenvolvidos na instituição na qual se encontram os trabalhadores de enfermagem.

• Com relação a hipótese do estudo

A hipótese de que, no ambiente de trabalho, o apoio social percebido estaria

inversamente associado ao absenteísmo-doença em trabalhadores de enfermagem, pode ser

confirmada em nossos resultados. Foram observadas maiores chances de absenteísmo curto e

longo nos níveis de médio e baixo apoio social no trabalho quando comparado ao alto, ou

seja, quanto mais baixos os níveis de AST percebidos no ambiente de trabalho, maiores as

chances de absenteísmo-doença em trabalhadores de enfermagem.

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Diante disso, os resultados expõem a necessidade da percepção do apoio social no

trabalho por parte dos colegas e da chefia para redução do adoecimento e absenteísmo entre

trabalhadores de enfermagem. Para isso, é fundamental expor a eles o significado e as

implicações dessa dimensão psicossocial sobre o cotidiano laboral.

Os dados obtidos no estudo revelaram aspectos importantes sobre o AST e sua relação

com absenteísmo-doença entre os trabalhadores de enfermagem durante o processo de

trabalho, oferecendo subsídios para que sejam implementados programas de orientação e

promoção à saúde. Acredita-se que este estudo contribuirá para um momento de

reflexão entre profissionais de enfermagem e chefias do hospital, à medida que os

resultados forem apresentados no local de estudo como compromisso assumido no Termo de

Consentimento e divulgados em periódicos científicos.

Espera-se que mais estudos epidemiológicos sejam realizados na área da saúde

do trabalhador e, em especial, relacionados ao apoio social no trabalho e o absenteísmo

contribuindo, assim, para a melhoria das condições de qualidade de vida e saúde dos

trabalhadores de enfermagem. Da mesma forma, é necessário destacar que, após ter-se

um pouco mais de conhecimento sobre essa metodologia, foi percebido que diversos

aspectos merecem uma investigação mais detalhada e a avaliação de outras variáveis

poderiam enriquecer os dados encontrados.

Apresentadas estas reflexões, ressalta-se a importância de buscar realizar algumas

ações relacionadas aos trabalhadores de enfermagem e área da Saúde do Trabalhador, para

que se possa ocorrer transformação nas condições laborais e comportamentais e consequente

redução do absenteísmo por doença.

• No âmbito da instituição hospitalar:

- oferecer aos trabalhadores atendimento multiprofissional e multidisciplinar no

Serviço de Segurança e Saúde do Trabalhador;

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- melhor compreensão do processo de adoecimento físico e psicológico dos

trabalhadores de enfermagem;

- promover ações de educação em saúde para prevenir e intervir no estresse no

ambiente laboral, permitindo o reconhecimento precoce e atuação o mais breve possíve l;

- promover e desenvolver ações de conscientização, educação e prevenção de

doenças ocupacionais e acidentes do trabalho, junto com os trabalhadores, adotando uma

postura pró-ativa diante dos riscos ocupacionais;

- estabelecer programas de orientação dos trabalhadores que focalizem as

condições ambientais e ergonômicas de trabalho na instituição e a prevenção dos

riscos inerentes a essas diversas categorias profissionais;

- realizar acompanhamento de saúde periódico;

- implementar medidas preventivas que auxiliem evitar o surgimento de agravos à

saúde e desenvolver ações efetivas de promoção à saúde dos trabalhadores;

- criar oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional do

trabalhador, como forma de aumentar seu compromisso com o trabalho e com a

organização;

- favorecer uma gestão participativa, oportunizando os trabalhadores de enfermagem

na atuação de forma integrada na resolução dos problemas relacionados à organização e ao

processo de trabalho da enfermagem;

- realizar intervenções que estimulem vínculos sociais poderiam ser

implementadas no ambiente de trabalho em grupos de apoio com os próprios colegas

de trabalho, através de lembretes em cartazes e nas reuniões periódicas de equipe;

- criar grupos de apoio para trabalhadores com problemas de ordem física e/ou

psíquica com o objetivo de elevar a auto-estima, para que eles se sintam valorizados e

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não sozinhos ou isolados, para que possam coletivizar suas experiências, dividir ansiedades e

dúvidas;

- estimular a atenção mais específica e cuidadosa por parte da supervisão de

enfermagem que poderia ser oferecida aos trabalhadores que expressem maior solidão;

- adoção de espaços de convivência que estimulem o encontro e a troca de

experiências entre os trabalhadores nos horários das refeições que deveria ser

reivindicado no ambiente de trabalho;

- facilitar a transferência de setor do trabalhador que esteja insatisfeito com o

seu ambiente de trabalho, procurando reduzir os níveis de insatisfação e de absenteísmo;

- melhorar o sistema de registro dos problemas de saúde e das licenças

médicas, facilitando análises mais amplas do problema absenteísmo-doença em seus diversos

aspectos;

- acompanhar e monitorar a assiduidade dos trabalhadores;

- promover ambiente saudável, com atividades como ginástica laboral, música

ambiente, cursos de aperfeiçoamento e atualizações, dentre outros.

• No âmbito dos trabalhadores de enfermagem:

- pensar criticamente sobre o seu trabalho, de forma a agir e lutar por uma

organização do trabalho que favoreça as relações sociais, a subjetividade e a saúde como

trabalhador de enfermagem;

- lutar por condições de trabalho adequadas e por um processo de trabalho hospitalar

que permita práticas comunicativas entre a gerência e os trabalhadores, o desenvolvimento de

um trabalho contínuo valorizando competências, capacitação e uma rede social de ajuda ao

trabalhadores;

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- manter boas relações interpessoais com os colegas de trabalho e outros profissionais

da saúde, a fim de favorecer a integração multiprofissional contribuindo para resultados

satisfatórios no crescimento pessoal e na qualidade da assistência prestada em equipe;

- manter relacionamento interpessoal da equipe com o enfermeiro gerente é

bastante relevante, sendo que o mesmo deve adotar uma postura acessível, flexível,

democrática, compreensiva, dando espaço a equipe para dar sugestões, assim como traba lhar

em prol do bem estar da sua equipe e da manutenção da unidade com condições

adequadas para a o atendimento ao cliente;

- manter uma comunicação constante com a Direção de Enfermagem e Direção Geral

do Hospital, para que haja compartilhamento dos problemas encontrados nas unidades, e de

forma a permitir que a direção desenvolva mecanismos de integração com a equipe, buscando

ouvi- los, mantendo-se acessível e estabelecendo estratégias de valorização da equipe;

- repensar juntamente com a direção, as políticas de Recursos Humanos e de

saúde, direcionando-as para os riscos relacionados à organização do trabalho,

observando-se também particularidades tais como gênero, estado civil, idade, tempo de

empresa, e funções que mais apresentaram adoecimentos;

- discutir com os colegas e com a supervisão de enfermagem, os fatores que levam os

trabalhadores a se ausentarem e as conseqüências dessas ausências para os que ficam na

instituição, como a sobrecarga da equipe de enfermagem e o cuidado deficitário aos pacientes;

- construir e participar das atividades de promoção à saúde e prevenção de doenças e

riscos presentes no ambiente laboral, com objetivo de promover e manter a saúde dos

trabalhadores de enfermagem.

• No âmbito das Escolas de Enfermagem:

- promover envolvimento do acadêmico com as questões da Saúde do Trabalhador, a

fim de que ele desenvolva ações voltadas à própria saúde e para a de seus pares;

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- formar profissionais tecnicamente preparados para atuação na prática da profissão e

com compromisso com as questões ideológicas da Saúde do Trabalhador;

- oferecer uma disciplina de Saúde do Trabalhador de Enfermagem ou Enfermagem do

Trabalho, que aborde conteúdos referentes à saúde dos trabalhadores de diversas profissões,

dentre as quais a da saúde.

• No âmbito dos pesquisadores:

- desenvolver pesquisas que mensurem a associação entre o apoio social no trabalho

percebido e a ocorrência de absenteísmo por doença entre trabalhadores de enfermagem com

a utilização de outras variáveis que não foram investigadas neste estudo, a fim de sistematizar

o conhecimento e o conceito acerca da relação apresentada e disponibilizar aos

participantes da pesquisa, informações atualizadas que possam contribuir para a melhoria

das condições de saúde e do processo de trabalho. Além disso, estudos que avaliem

intervenções de gerenciamento do estresse e que promovam relações interpessoais positivas

no ambiente de trabalho são importantes. Estes permitiriam avaliar de forma mais acertiva

quais estratégias teriam maior impacto na melhoria das condições de trabalho e saúde dos

trabalhadores de enfermagem.

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136

ANEXO 1

PERGUNTAS REFERENTES AOS SEUS DADOS PESSOAIS

Qual a sua data de nascimento? __ __/__ __/__ __

1.1 - Qual é o seu grau de escolaridade?

1 � Ensino Fundamental incompleto 5 � Ensino Superior incompleto

2 � Ensino Fundamental completo 6 � Ensino Superior completo 3 � Ensino Médio incompleto/Curso 7 � Pós-graduação incompleto

Técnico Incompleto 4 � Ensino Médio completo/Curso técnico 8 � Pós-graduação completo

de enfermagem

Qual a sua situação conjugal atual?

1 � casado (a) ou vive em união 2 � separado (a) ou divorciado (a)

3 � viúvo (a) 4 � solteiro(a) (Nunca se casou ou viveu em união)

Qual é aproximadamente sua renda familiar LÍQUIDA, isto é, a soma de rendimentos,

já com os descontos, de todas as pessoas que contribuem regularmente para as despesas

de sua casa?

1 � Até 500 reais

2 � Entre 501 e 1000 reais 3 � Entre 1001 e 1500 reais

4 � Entre 1501 e 2000 reais 5 � Entre 2001 e 2500 reais

6 � Entre 2501 e 3000 reais 7 � Entre 3001 e 4000 reais 8 � Entre 4001 e 5000 reais

9 � Mais de 5001 reais

Quantas pessoas (adultos e crianças), incluindo você, dependem dessa renda para viver?

(Se for o caso, inclua dependentes que recebem pensão alimentícia. Não inclua empregados

domésticos aos quais você paga salário) ________________________

O Censo Brasileiro (IBGE) usa os termos preta, parda, branca, amarela e indígena para

classificar a cor ou raça das pessoas. Se você tivesse que responder ao Censo do I BGE

hoje, como se classificaria a respeito de sua cor ou raça?

1 � Preta/negra 2 � Parda 3 � Branca 4 � Amarel 5 � Indígena

Sexo: 1� Feminino 2 � Masculino

1.2 - Você tem filhos?

1 � Sim 2 � Não

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137

ANEXO 2

PERGUNTAS SOBRE O TRABALHO PROFISSIONAL NA ASSISTÊNCIA DE

ENFERMAGEM

Qual a sua categoria profissional, de acordo com a escolaridade?

1 � enfermeiro(a) 2 � técnico(a) 3 � auxiliar 4 � Outra _____________

Qual a função que você exerce neste hospital?

1 � enfermeiro(a) 3 � auxiliar 5 � Outra _____________

2 � técnico(a) 4 � AOSD (aux. operacional de serv. diversos)

Qual o seu vínculo empregatício neste hospital?

1 � Do quadro permanente (MS / Estado / Município) 4 � Terceirizado (CLT) 2 � Cooperativado 5 � Contratado (CLT)

3 � RPA 6 � Contratado (MS /Estado/Município) 7�Outro_____________

Há quanto tempo trabalha na área de enfermagem?

_______________anos. � Há menos de um ano. ___ dias; ___ meses

Além deste emprego, você trabalha na assistência de enfermagem em outro local?

1 �Sim, em 1 local. Local1:____________________________

2 �Sim, em 2 locais. Local2:____________________________

Local 3:____________________________

3 � Não.

Qual o seu horário de trabalho neste hospital? (Se trabalhar em mais de um horário, informe o predominante). (ATENÇÃO: SE NECESSÁRIO QUESTIONAR SOBRE AS

COMPLEMENTAÇÕES OU FOLGAS) 1 � Plantão diurno 12/60

2 � Plantão noturno 12/60 3 � Plantão diurno 12/60 (40 h – com complementações)

4 � Plantão noturno 12/60 (40 h – com complementações) 5 � Plantão de 24 horas com ____ dias de folga

6 � Plantão diurno 12/36 7 � Plantão noturno 12/36 8 � Plantão diurno 12/36 (40 h – com folgas)

9 � Plantão noturno 12/36 (40 h – com folgas) 10 � 2ª, 4ª e 6ª / 3ª e 5ª

11 � Diarista: de ____ às ____ horas 12 � Manhista: de ____ às ____ horas

13 � Tardista: de ____ às _____ horas 14 � Outro. Qual?_______________________________________________

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138

ANEXO 3

PERGUNTAS REFERENTES AOS COMPORTAMENTOS RELACIONADOS À

SAÚDE

Você é ou já foi fumante de cigarros, ou seja, já fumou ao longo da vida, pelo menos 100

cigarros?

1 � sim

2 � Não

Você fuma cigarros atualmente?

1 � sim

2 � Não Nas últimas duas semanas, quantos dias, ao todo, você consumiu algum tipo de bebida

alcoólica?

1 � Todos os dias

2 � 10 a 13 dias 3 � 6 a 9 dias

4 � 2 a 5 dias 5 � 1 único dia

Nas últimas duas semanas, nos dias em que você bebeu, em geral quantas doses você

bebeu em cada um desses dias?

1 � 1 dose 2 � 2 a 4 doses

3 � 5 a 7 doses 4 � 8 a 10 doses

5 � Mais de 10 doses Em média, quantas horas você pratica atividade física para melhorar sua saúde,

condição física ou com objetivo estético ou de lazer em uma semana habitual de

trabalho?

1 � Não pratica 2 � Menos de 1 hora

3 � 1 a 3 horas 4 � 4 a 6 horas

5 � Mais que 6 horas Qual o seu peso? ____ ____ ____. ____ _____ _____ Kg 777 � Não sabe/não lembra

Qual sua altura? ____ ____ ____cm 777 � Não sabe/não lembra

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ANEXO 4

PERGUNTAS REFERENTES ÀS CONDIÇÕES/HÁBITOS DE SAÚDE

De um modo geral, em comparação a pessoas da sua idade, como você considera seu

próprio estado de saúde?

1 � Muito bom 2 � Bom

3 � Regular 4 � Ruim

Nas últimas quatro semanas, com que freqüência você?

Nunca Raramente Às vezes Quase

sempre

Sempre

a)Teve dificuldade em pegar no sono 1□ 2□ 3□ 4□ 5□

b) Acordou durante o sono e teve

dificuldade para dormir de novo?

1□ 2□ 3□ 4□ 5□

c) Acordou antes da hora desejada e

não conseguiu adormecer de novo?

1□ 2□ 3□ 4□ 5□

Na sua opinião quais das lesões por acidentes ou doenças citadas abaixo você possui

ATUALMENTE. Marque também aquelas que foram confirmadas pelo médico. Caso

não tenha nenhuma doença, deixe em branco a questão e todos os seus sub-itens?

Minha

opinião

Diagnóstico

médico

01.lesão nas costas 1□ 2□

02.lesão nos braços/mãos 1□ 2□

03.lesão nas pernas/pés 1□ 2□

04.lesão em outras partes do corpo. Onde?__________Que tipo de lesão?___ 1□ 2□

05.doença da parte superior das costas ou região do pescoço, com dores

frequentes

1□ 2□

06.doença na parte inferior das costas com dores frequentes 1□ 2□

07.dor nas costas que se irradia para perna(ciática) 1□ 2□

08.doença músculo-esquelética afetando os membros(braços e pernas) com

dores ferquentes

1□ 2□

09.artritre reumatóide 1□ 2□

10.outra doença músculo-esquelética? Qual?_________ 1□ 2□

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140

Agora nós gostaríamos de saber mais alguns aspectos da sua saúde física e emocional?

Sim Não

a)Tem dores de cabeça freqüentes? 1□ 2□

b) Tem falta de apetite? 1□ 2□

c) Dorme mal? 1□ 2□

d) Assusta-se com facilidade? 1□ 2□

e) Tem t remores nas mãos? 1□ 2□

f) Sente-se nervoso(a), tenso(a) ou preocupado(a)? 1□ 2□

g) Tem má digestão? 1□ 2□

h) Tem sensações desagradáveis no estômago? 1□ 2□

i)Tem dificu ldade de pensar com clareza? 1□ 2□

j) Tem se sentido triste ultimmente? 1□ 2□

l) Tem chorado mais do que do costume? 1□ 2□

m) Encontra dificuldades em realizar com satisfação suas atividades diárias? 1□ 2□

n) Tem d ificuldades em tomar decisões? 1□ 2□

o) Tem d ificuldades no serviço(seu trabalho é penoso, lhe causa sofrimento)? 1□ 2□

p) É incapaz de desempenhar um papel útil em sua vida? 1□ 2□

q) Tem perd ido o interesse pelas coisas? 1□ 2□

r) Você se sente uma pessoa inútil, sem préstimo? 1□ 2□

s) Tem tido a idéia de acabar com a vida? 1□ 2□

t) Sente-se cansado o tempo todo? 1□ 2□

u) Você se cansa com facilidade?

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ANEXO 5

PERGUNTAS REFERENTES ÀS AUSÊNCIAS DO TRABALHO

Quantos DIAS INTEIROS você esteve fora do trabalho devido a problema de saúde,

consulta médica ou para fazer exame durante os últimos 12 meses?

1� nenhum

2 � até 9 dias 3 � de 10 a 24 dias 4 � de 25 a 99 dias

5 � de 100 a 365 dias

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142

ANEXO 6

PERGUNTAS REFERENTES AO APOIO SOCIAL NO TRABALHO

Responda até que ponto você concorda ou discorda das seguintes afirmativas sobre seu

ambiente de trabalho

Concordo

Totalmente

Concordo

mais do que

discordo

Discordo

mais do que

concordo

Discordo

Totalmente

a)Existe um ambiente calmo e agradável

onde trabalho

4□ 3□ 2□ 1□

b) No trabalho, nos relacionamos bem

uns com os outros

4□ 3□ 2□ 1□

c) Eu posso contar com o apoio dos

meus colegas de trabalho

4□ 3□ 2□ 1□

d) Se eu não estiver em um bom dia,

meus colegas me compreendem

4□ 3□ 2□ 1□

e) No trabalho eu me relac iono bem com

meus chefes

4□ 3□ 2□ 1□

f) Eu gosto de trabalhar com meus

chefes

4□ 3□ 2□ 1□

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ANEXO 7

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145

ANEXO 8

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Convidamos você, profissional de enfermagem do Hospital _____________________ , a participar de uma pesquisa sobre o trabalho em hospitais e suas repercussões à saúde dos

trabalhadores. O objetivo desta pesquisa é estudar os impactos de seu trabalho à saúde e vida familiar, levando em conta o trabalho no hospital e também as tarefas realizadas em casa.

O estudo se inicia com um encontro com um dos membros da equipe de pesquisa no próprio hospital. Nesta ocasião, você será convidado(a) a fornecer dados gerais sobre a sua saúde, o sono, o trabalho profissional e as atividades domésticas. Você conhecerá os

resultados da pesquisa através de folhetos com um resumo dos resultados e de palestras nas quais discutiremos em conjunto as questões mais importantes. Nossa meta é que a pesquisa

possa contribuir para a discussão sobre as condições de trabalho hospitalar e suas repercussões à saúde dos profissionais, visando gerar ações de melhoria do trabalho nos hospitais.

Você tem total liberdade para se recusar a participar da pesquisa ou interromper a sua participação a qualquer momento, sem punição alguma e sem prejuízo a sua atividade

profissional. Sua participação no estudo não envolve nenhum gasto, desconforto ou alteração na sua rotina. Além disso, a pesquisa é anônima, de forma a garantir a sua privacidade, de forma que seu nome não estará associado a nenhum tipo de informação ou resultado da

pesquisa. Também esteja ciente de que os resultados da pesquisa podem vir a ser apresentados em congressos ou publicados futuramente, mas que o sigilo e a confidencialidade serão

sempre mantidos. Segue abaixo o nome, endereço e telefone da coordenadora da pesquisa, que está à

disposição para sanar qualquer tipo de dúvida e fornecer mais informações sobre o estudo,

caso seja de seu interesse.

Concordo em participar da pesquisa acima descrita. _____________________________ Assinatura do participante Rio de Janeiro, ______de ______________de _______ ________________________________ Assinatura da coordenadora da pesquisa Coordenadora: Lúcia Rotenberg Laboratório de Educação em Ambiente e Saúde, Departamento de Biologia, Instituto Oswaldo Cruz, Fiocruz Av. Brasil, 4365, Pav. Lauro Travassos, sala 11; Telefones: 2598-4378 e 2598 4379 ramais 130 ou 131 e.mail: [email protected]

Nome do participante: ______________________________Setor: _____________