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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
ESCOLA POLITÉCNICA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA URBANA
RICIERI NEGRELY FERNANDES
REFLEXÕES SOBRE DENSIDADE URBANA PARA O
DESENVOLVIMENTO DAS CIDADES- PROJETOS DE INTERVENÇÃO:
RIO DE JANEIRO, PELOTAS, CURITIBA, OPERAÇÃO DIAGONAL SUL/SP
Rio de Janeiro
2015
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RICIERI NEGRELY FERNANDES
REFLEXÕES SOBRE DENSIDADE URBANA PARA O
DESENVOLVIMENTO DAS CIDADES- PROJETOS DE INTERVENÇÃO:
RIO DE JANEIRO, PELOTAS, CURITIBA, OPERAÇÃO DIAGONAL SUL/SP
Trabalho de Conclusão apresentado ao CURSO DE
ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA URBANA, como parte
dos requisitos necessários à obtenção do título de Especialista em
Engenharia Urbana.
Rio de Janeiro
2015
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Ficha Catalográfica
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Escola Politécnica.
Curso de Especialização em Engenharia Urbana
Título do Trabalho. Cidade do Rio de Janeiro
Por Ricieri Negrely Fernandes – Rio de Janeiro, 2015.
49 p. Trabalho de Conclusão – 2015
1.Densidade Urbana. 2. Cidades. 3.Intervenções 4. Desenvolvimento
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RICIERI NEGRELY FERNANDES
REFLEXÕES SOBRE DENSIDADE URBANA PARA O
DESENVOLVIMENTO DAS CIDADES- PROJETOS DE INTERVENÇÃO:
RIO DE JANEIRO, PELOTAS, CURITIBA, OPERAÇÃO DIAGONAL SUL/SP
Rio de Janeiro
2015
______________________________________________________
Orientador, Profa. Rosane Martins Alves, D. Sc. PEU/Poli/UFRJ
_______________________________________________________
Coordenador, Profa. Rosane Martins Alves, D. Sc. PEU/Poli/UFRJ
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................7
1.1 Considerações Iniciais sobre a Densidade Urbana.............................................................8
1.2 Objetivo..............................................................................................................................8
1.3 Justificativa.........................................................................................................................9
1.4 Metodologia.......................................................................................................................9
1.5 Estrutura do Trabalho.........................................................................................................9
SESSÃO I
2. BREVE HISTÓRICO..........................................................................................................12
3. URBANIZAÇÃO NO BRASIL............................................................................................13
4. DESENVOLVIMENTO URBANO NA REGIÃO SUDESTE (RJ/SP) .............................15
4.1 Rio de Janeiro: urbanização e planos..................................................................................15
4.2 São Paulo: da fazenda de café a cidade...............................................................................18
SESSÃO II
5. DENSIDADE, A MAZELA DAS CIDADES......................................................................21
5.1.Altas densidades urbanas e seus problemas........................................................................21
5.1.1 Trânsito mega adensado.............................................................................................22
5.1.1.1 Saúde......................................................................................................................23
5.1.1.2 Meio ambiente........................................................................................................23
5.1.1.3 Economia...............................................................................................................24
5.1.2 Favelização...................................................................................................................25
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5.1.2.1 Meio ambiente e saúde.....................................................................................26
5.1.2.2 Segurança pública............................................................................................27
5.1.2.2.1 Desastres...................................................................................................27
5.1.2.2.2 Marginalização..........................................................................................28
5.2. Os vazios urbanos..............................................................................................................29
5.2.1 Áreas industriais.........................................................................................................29
5.2.2 Vazios urbanos temporários......................................................................................31
SESSÃO III: PROPOSTAS EM IMPLANTAÇÃO, PROJETOS E CONCLUSÕES
6. PROPOSTAS.EM IMPLANTAÇÃO...................................................................................32
7. PROJETOS...........................................................................................................................33
7.1 Porto Maravilha (RJ) ..........................................................................................................33
7.2 Curitiba (PR) ......................................................................................................................36
7.3 Quartier-Pelotas (RS) .........................................................................................................39
7.4 Operação Diagonal Sul- Moca (SP) ...................................................................................40
8.CONCLUSÕES.....................................................................................................................44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................46
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1.INTRODUÇÃO
“ Quais são as densidades apropriadas às áreas residenciais em cidades? A resposta para
isso é algo que Abraham Licoln deu à questão. ‘Qual deve ser o comprimento das pernas de um
homem? Longas o suficiente para alcançarem o chão, disse Lincoln’. Assim, densidades apropriadas
a áreas residenciais em cidades são uma questão de performance. Elas não podem estar baseadas em
abstrações sobre as quantidades de solo urbano que idealisticamente devem ser alocadas para tal-e-
tal número de pessoas (vivendo em alguma sociedade dócil e imaginária). Densidades são muito
baixas, ou muito altas, quando frustram a diversidade da cidade ao invés de estimulá-las. Nós temos
que olhar para densidades muito da mesma maneira como olhamos para calorias e vitaminas.
Quantidades certas são quantidades certas por causa de como se comportam. E o que é correto difere
em instâncias específicas”, Jacobs, 1961.
Esta citação foi retirada de um trabalho da escritora americana Jane Jacobs, apesar de
ser escrito a mais ou menos meio século atrás, seu tema diz respeito a um problema que
persiste nos centros urbanos.
Praticamente todas as cidades médias e grandes tem de lidar com tal questão de gestão
para gestão. A variação de densidade urbana pode criar centro urbanos superpopulosos ou
desérticos, ou até mesmo os dois em mesmo local, dependendo da hora e dia. Independente de
qual seja a situação que estiver presente, aquela localidade sofrerá um leque de problemas que
poderão fazer parte do cenário de diversas áreas.
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1.1 – O PROBLEMA
A densidade urbana está ligada diretamente às decisões que são feitas no
planejamento (ou não-planejamento) urbano. Decisões às quais se refletem diretamente na
saúde, meio ambiente, na economia da cidade e no desenvolvimento humano daqueles que ali
habitam.
Para que a densidade urbana seja equilibrada é necessário um planejamento urbano
que tome medidas de médio a longo prazo, medidas estas que contemplem os assentamentos
urbanos e suas disposições, que englobem a sociedade como um todo. Tais atitudes que
foram, em sua maioria, negligenciadas historicamente nos planos urbanos brasileiros.
1.2 –OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivos:
Demonstrar que altas densidades urbanas, bem como baixas e as de transição,
estão direta e indiretamente ligadas a grande parte dos problemas da
população, quando praticadas de forma não planejada e não acompanhada de
infraestrutura suficiente
Demonstrar que não houve um adequado planejamento urbano acompanhando
o crescimento e desenvolvimento urbano das grandes cidades, sendo a sua
ausência umas das principais articuladoras do caos urbano.
Apresentar situações passíveis de estudos, propostas em implantação, análises
críticas.
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1.3 –Justificativa
As populações dos grandes centros sofrem com a má distribuição da ocupação urbana,
onde muitos problemas acabam se conectando entre si e a um alto nível de adensamento
desacompanhado de infraestrutura suficiente e da desertificação das áreas no torno.
As pessoas acabam perdendo grande parte da vida no trajeto casa/trabalho –
trabalho/casa, principalmente. O tempo perdido nos deslocamentos diários da população pode
causar grande estresse, que por sua vez contribui para baixos níveis de desempenho na
atividade exercida, em geral, e principalmente no trabalho e por fim causando prejuízos
econômicos. Outro ponto de vista que pode ser considerado, no mesmo contexto, é o acumulo
de veículos em uma mesma região ocasionando prejuízos no meio ambiente com emissões de
gases poluentes, congestionamentos frequentes que contribuem para o aumento do tempo das
viagens diárias e com a baixa produtividade de alguns serviços nas cidades, adicionando ainda
prejuízos a saúde dos que nela habitam.
1.4 – Metodologia
Este estudo foi realizado por meio de consultas bibliográficas a artigos, revistas,
livros, trabalhos e teses acadêmicas, sites acadêmicos e institucionais, projetos e operações
urbanas.
1.5 – Estrutura do trabalho
O seguinte estudo está divido em três sessões compostas por capítulos.
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O primeiro capítulo introduz o tema apresenta os objetivos do trabalho, justificativa,
metodologia utilizada e a estrutura que aqui é apresentada com a composição dos capítulos
agrupados em seções.
Do capítulo 2 ao 4 apresenta-se um breve histórico do início do urbanismo passando
pelo urbanismo no Brasil até o urbanismo na região sudeste. No capítulo 5 trata-se dos
problemas causados pela densidade urbana apresentando reflexões sobre cada um deles. No
capítulo 6 se apresentam propostas para amenizar esses problemas e no capítulo 7 são
apresentados projetos implantados, projetos futuros, ou em implantação que visam minimizar
esses problemas. No capítulo 8 tem-se a as considerações finais e por fim são apresentadas as
referências bibliográficas.
No caso das sessões, elas serão divididas em:
SESSÃO 1: Histórico, Urbanização e Desenvolvimento Urbano-Capítulos 2 a 4
SESSÃO 2: Densidade e Problemas Urbanos -Capítulo 5
SESSÃO 3: Propostas, Projetos e Conclusões -Capítulos 6 a 8.
Figura 01 – Diagrama das Sessões que compõem o trabalho
Fonte: própria
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SESSÃO 1: HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO URBANO
2. BREVE HISTÓRICO DO URBANISMO
As cidades existem desde os tempos antigos, sendo difícil afirmar quando a primeira
foi fundada ou dizer qual foi a primeira cidade, levando-se em conta que um pequeno vilarejo,
um conjunto de habitações poderiam receber esse título de “cidade” em vista ao parâmetro
comparativo para o momento. Como as cidades estão sempre sofrendo com o fator de
mudanças, é levado em consideração o principal momento para a urbanização, a Revolução
Industrial.
Com a revolução industrial iniciada na Inglaterra no século 19, as cidades começaram a se
desenvolver, começaram a se expandir e aumentar seu tamanho e a chegada de novas pessoas
vindas do campo em busca de trabalho nas fábricas, processo esse denominado de êxodo
rural. A revolução industrial redirecionou as funções do campo e da cidade com uma forma
avassaladora devido a necessidade de mão-de-obra nas indústrias e a redução de trabalhadores
no campo.
Contudo o aumento significativo da população transformou as cidades num verdadeiro
caos, pois problemas como moradia, saneamento, começaram a aparecer quando as ruas
começaram a se tornar insalubres, pessoas sem lugar para morar ou famílias inteiras
empilhadas em um único cômodo.
A urbanização por um lado trouxe desenvolvimento e progresso, por outro causou
enormes problemas como a desorganização social, a carência em habitação saneamento e
desemprego (já que a demanda de pessoas que vinham do campo era muito maior que a de
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empregos disponíveis das fábricas). Modifica-se a utilização do solo e a paisagem urbana.
Nos países desenvolvidos causou problemas sérios como a peste e a luta de classes (francesa).
Os problemas gerados pela urbanização começaram a ser solucionados quando o poder
público interveio, tomando medidas como o processo de deliberação e correção urbana, ou da
criação de núcleos urbanos, como as novas cidades.
3. URBANIZAÇÃO NO BRASIL
O processo de urbanização teve início no final do Séc. XIX e início do Séc. XX. Todo
o processo de industrialização estava começando a ser implantado no Brasil. Até a década de
50 o país era de predominância rural, tendo em torno de apenas 36% da população vivendo
nos centros urbanos.
Figura 03- Taxa de urbanização
Fonte: IBGE,2007
Durante os governos de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, o processo de
industrialização começou a se intensificar e houve uma inversão no quadro de controle
populacional, permitindo assim um aumento significativo na taxa do êxodo rural.
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Com o desnivelamento econômico entre as regiões, a urbanização não pode ocorrer e
evoluir de forma equilibrada entre elas. Sendo a região sudeste a mais desenvolvida e
assim sendo a que mais aglomerava pessoas vindas do campo.
Figura 04 - Mapa com grau de urbanização. Fonte IBGE:2007
Tendo este desequilíbrio na evolução da urbanização, acabou tornado o processo
rápido e desorganizado, causando assim grandes consequências, que em sua maioria,
impactaram negativamente.
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4. DESENVOLVIMENTO URBANO NA REGIÃO SUDESTE (RJ/SP)
É fato conhecido que a região sudeste tem a maior taxa de área urbanizada do Brasil.
Tendo em destaque os estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
Nesses dois estados o desenvolvimento urbano se tomou de forma e motivos
diferentes. Enquanto o Rio de Janeiro se desenvolvia por ser capital do império e
posteriormente a capital da república, São Paulo se desenvolvia pela sua importância
econômica.
4.1 – Rio de Janeiro: urbanização e planos
Durante muito tempo a cidade do Rio de Janeiro foi o foco principal do estado, sendo ela a
capital do império, da republica e por final sendo capital do estado, por estes motivos a
maioria dos investimentos em modernização e expansão urbana focaram apenas a esta cidade.
Durante este período onde foi a capital do Brasil, não houveram planos significativos para os
demais munícipios (tomando com exceção a município de Niterói, que neste mesmo período
era foi a capital do estado da Guanabara e pode desenvolver projetos de loteamento das
grandes fazendas e projetos aquaviários ligando as duas capitais).
No final do império, o Ministério do Império, juntou um grupo de renomados engenheiros
e conceituados profissionais, para formar o “Plano da Comissão de Melhoramento”, que
visava conceber um novo plano de reurbanização e de infraestrutura para a cidade do Rio de
Janeiro.
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A equipe propôs a interligação da cidade pela antiga área central com outras ao seu
entorno a partir de alargamento dos logradouros públicos e criação de avenidas, este processo
facilitaria o deslocamento dos veículos entre os bairros periféricos como a Tijuca e Andaraí.
Esse plano só pode ser concretizado no Brasil República, como o presidente Rodrigo
Alves e com o prefeito Pereira Passos (um dos criadores iniciais do plano, ainda na época do
Ministério do Império). Esta reforma tinha como principal foco o embelezamento da cidade,
criação de moradia (para as classes médias e alta) e para favorecer a indústria e o comercio.
Este plano tinha como foco a classe burguesa, levando em consideração que somente a
favorecia, tendo vista de que para que pudesse ser feito o embelezamento da cidade (o plano
tinha como um dos objetivos transformar o Rio de janeiro em uma nova Paris), deveria de ser
feita a retirada dos cortiços e barracos no meio da cidade, tanto para abertura de novos
logradouros quanto para construção de novas moradias, sem ao menos ter de realocar e
indenizar a população que ali moravam. Fato que permitiu a intensa ocupação e favelização
das encostas e morros da cidade do Rio de Janeiro.
Após um período de vinte anos, durante o mandato do prefeito Antônio Silva Prado
Junior, outro plano significativo foi apresentado para ser implantado na cidade, o Plano
Agache, desenvolvido pelo arquiteto francês Alfred Agache, possuía uma visão urbanística
mais completa, que influenciaria a tal ponto que foi responsável pela criação do Departamento
de Urbanismo da Prefeitura Municipal (PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO, 2004).
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Figura 05 – Perspectiva aérea RJ
Fonte:www.educacaoemlinha.com.br, acessado em 04/06/2015
O Plano possuía a proposta de intervenção urbana a cidade do Rio de Janeiro com
preocupações genuinamente modernas, pela primeira vez. Ele tinha uma visão mais global e
completa sobre o aspecto da cidade, não apenas se restringia ao embelezamento e alargamento
de vias, ele discutia a necessidade de um zoneamento, da delimitação de áreas verdes, a
preocupação com o transporte de massas, o descongestionamento das vias públicas, da
habitação operária, abastecimento de água e com as favelas.
O prefeito Antônio Prado Junior conseguiu apresentar uma visão de futuro ao implantar
um plano que determinava áreas de expansão, prevendo a criação de redes de serviços e
tratando da instalação da infraestrutura urbana. Ao termino de seu mandato, o plano agache,
não havia sido implantado por inteiro, e seus sucessores, por divergências políticas, não
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deram continuidade ao plano. Contudo o mesmo serviu como base para os planos que o
seguiram, mesmo que esses possuíssem outros enfoques.
Com o passar do tempo as zonas centrais começavam a crescer com ajuda de uma
regularização concreta, investimentos e infraestrutura, enquanto áreas pericentrais e mais
abastadas seguiam seu crescimento sem igual zelo.
4.2 – São Paulo: da fazenda de café a cidade
Diferente do Rio de Janeiro, que teve seu desenvolvimento Urbano impulsionado pelo
fator político (sendo ela a capital da República), a cidade de São Paulo se desenvolvem por
um viés econômico. Tendo os maiores produtores de café do Brasil e ele sendo o produto de
maior valor de exportação do país, São Paulo se tornou o centro econômico da nação. Tendo
assim que crescer por necessidade de continuar “sustentando” economicamente o país.
A instalação dos trilhos para o interior do estado viu se necessária para que pudesse
ser feito o escoamento da safra de café até a zona portuária (porto de Santos) onde era
despachada para o exterior. A linha férrea passava pela capital (São Paulo) para depois ir para
a zona do porto, isso fazia que a cidade de São Paulo, um ponto estratégico e de muita
importância, já que ela era interligação da capital do país com as demais regiões do Brasil e
com a principal porta de entrada e saída marítima. A capital paulista conseguiu assim as
premissas básicas para a instalação urbana, pois permitia além da circulação de pessoas e
mercadoria, a incrementou a ligação entre as outras regiões (em Jundiaí abria se ramais
férreos para as demais regiões). Assim São Paulo se transformou em uma área tributária
privilegiada, como uma encruzilhada de caminhos que na qual a atividade comercial foi
largamente favorecida.
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O porto não apenas servia para levar o café para o exterior, ele também trazia os
imigrantes que vinham da Europa. No final da década de 80 foi possível a consolidação do
mercado de trabalho com a vinda dos imigrantes para começar nova vida aqui, seja nos
setores industriais das cidades ou nas lavouras de café, substituindo os escravos.
Durante o período de 1910 a 1930 a cidade de São Paulo teve um crescimento
populacional de 136%, um crescimento extremante elevado, levando em consideração que a
capital nacional crescera menos da metade, apenas 66%. Durante este período os estrangeiros
que compunham a mão-de-obra industrial ultrapassam 50% em relação aos trabalhadores
nacionais. Esse contingente de trabalhadores acabava estabelecendo moradia na parte baixa da
cidade, esta área acabou se tornando uma das zonas residências que mais se concentrava
trabalhadores, chegando ao ponto que logo em 1910 um terço da população da capital morava
ali.
Neste mesmo período o governo de São Paulo começa a implementar um plano
urbanístico ao mesmo molde que o do Rio de Janeiro (Plano da Comissão de
Melhoramentos), onde tinha como base o embelezamento e modernização, o conceito belle
époque, da cidade que as elites requeriam. Assim como no Rio, São Paulo alargou ruas e
demoliu cortiços, fazendo que seus moradores fossem para as áreas mais baixas da cidade
(áreas próximas as encostas dos rios) e aumentando o adensamento daquela região e o nível
de insalubridade.
Aqueles que se estabeleceram nas margens dos rios acabaram passando por situações
ainda mais agravantes, pois ali o nível de insalubridade era mais alto graças ao rio poluído,
que transmitia doenças por meio da putrefação da água, do lixo, dos esgotos, entre outros
problemas.
Graças ao desenvolvimento urbano do Brasil que, em sua predominância, visava os
interesses da classe média e alta, tentava criar cidades sobre padrões de beleza urbana
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estrangeiras e para conseguir retirava tudo que pudesse atrapalhar, no caso a população de
baixa renda. As pessoas que eram consideradas como estorvo eram retidas de duas moradias e
elas destruídas, não recebiam nenhum tipo de indenização ou local em troca para morarem,
apenas eram retidas e deixadas a sorte. Sem terem para onde ir, recorrem para áreas de baixo
valor, ou tomando posses em locais de risco de desabamento e inundação. Com o passar do
tempo, e ainda sem apoio, esses sítios aumentavam ainda mais, e o número de habitantes
cresciam ainda maiores que o espaço físico, criando uma densidade demográfica absurda. O
êxodo rural permitia que essa curva aumentasse ainda mais.
Apesar de terem sidos expulsos, as populações, em sua maioria, ainda trabalhavam nos
grandes centros, o que por ironia, faziam que elas tivessem de voltar para o mesmo local para
onde estavam. Contudo, criava se assim um outro problema, já que agora não só os moradores
que já moravam naquela região tinham de ir ao centro trabalhar, agora, os recém-chegados
também teriam de tomar o mesmo caminho para o mesmo. Criando um afunilamento e
congestionamento das vias que ligam as áreas periféricas com as centrais. Fenómeno se traduz
como apenas uma transferência de densidades. A situação se agrava quando o tempo passa e
essa população aumenta, e os investimentos para suportar esse fluxo de transferência não,
gerando assim um caos urbano. (SANTOS, 2005)
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SESSÃO 2: DENSIDADE URBANA COMO PROBLEMA DAS CIDADES
5. DENSIDADE, A MAZELA DAS CIDADES
A densidade como fator estratégico é de vital importância, pois é um dos mais
importantes indicadores de desenho urbano utilizado no processo de planejamento e gestão
dos assentamentos urbanos. Ela expressa o número total da população em uma área
especifica. Este é um conceito básico para a densidade tomando partido para o planejamento
urbano. Contudo se tornou um desafio montar um planejamento que consiga lidar com a
incrível taxa de super adensamento ou dos vazios urbanos dos médios e grandes centros.
Com a alta densidade urbana as cidades passam por problemas de locomoção,
desenvolvimento, economicamente, saúde, segurança e bem-estar. A baixa densidade gera
problema sociais
5.1 – Altas densidades urbanas e seus problemas
O problema com altas densidades urbanas, não é exclusivo do modo de urbanização
brasileira, outras grandes cidades têm de conviver com esta situação, cidades desenvolvidas
como Hong Kong, Nova York, Tóquio, Cairo, também tem altas densidades urbanas e
desenvolvem maneiras para que o fluxo de pessoas não atrapalhe o fluxo de desenvolvimento
da cidade. As altas densidades, acima de certo nível considerado factível, impedem que as
cidades possam se desenvolver de maneira adequada. (ACIOLY e DAVIDSON, 2011)
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Ao analisar a cidade com o enfoque na densidade urbana, é percebido que os picos de
adensamento urbano se encontram nas comunidades, as favelas, e nos incontáveis e longos
congestionamentos.
5.1.1 Trânsito mega adensado
No caso das cidades brasileiras o gestor tem além de lidar com o problema de
adensamento habitacional o fato que se tornou rotina de trabalhadores contabilizarem horas
gastas no transito, parados em congestionamento, sejam em seus próprios carros ou em ônibus
lotados. Se formos comparar o americano gasta em média 55 minutos para percorrer 47 km,
enquanto um carioca leva em média de 2 a 3 horas para percorrer 30 km. De acordo com um
estudo da CNI (2012) o tempo médio gasto no trânsito no Brasil aumentou 20% em um
período de 7 anos.
Além da falta de investimento em infraestrutura e transporte coletivo, no período de
2000 a 2011, teve um crescimento de mais 130% na sua frota de veículos. Atualmente o
trânsito é a forma mais visível de se notar o quão adensada as nossas cidades estão. Uma
pesquisa do Ipea mostra que nos últimos 20 anos, o tempo de viagens nas regiões
metropolitanas cresceu três vezes mais que nas áreas não metropolitanas. Situação que pode
ser extremamente nociva a população, ao meio ambiente e a própria cidade em si (VIDER,
2013).
Tomando o tráfego como a grande consequência da alta densidade urbana da
atualidade, seguir serão apresentados os problemas gerados como consequência da alta
densidade.
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5.1.1.1 Saúde
O desgaste mental de ficar preso durante horas no trânsito é fruto de uma sensação de
impotência, que origina o estresse, podendo causar inclusive danos fisiológicos e mentais.
Outra disfunção pode ser ansiedade. O engenheiro Thiago de Campos Negrelly relata isso ao
dizer: “... sai do escritório na terça-feira e fiquei três horas no engarrafamento até chegar em
... é uma sensação ruim, sei lá. Quando cheguei só queria ficar deitado até o outro dia.”. No
geral uma pessoa precisa de, no mínimo, meia hora para se recompor. Ao identificar-se a
soma de trabalhadores que, nas grandes cidades, enfrentam o trânsito gastando mais de uma
hora ou duas por dia, a perda é muito grande. Como resposta orgânica ao estresse, pode-se
desenvolver doenças que afetam desde o coração (hipertensão), estomago (úlcera), intestino
(constipação) e pâncreas (diabetes) até a pele (dermatite) e o sistema reprodutivo (perda de
libido).
Além dos problemas de saúde derivados do estresse, existem os derivados da agressão
ao meio ambiente, com a forte descarga de emissão de gases e o aquecimento gerado pelas
ilhas de calor, ocasionando assim graves danos respiratórios, sanguíneos e os danos à visão.
5.1.1.2 Meio ambiente
De acordo com o PITU 2020 e a FIRJAN 2013, 77% das emissões de gases na
atmosfera é provinda do trânsito, um dado alarmante a ser considerando e também constatado
é o fato de haver engarrafamentos a qualquer hora do dia (DRUMM, 2014).
O trânsito caótico das cidades contribui seriamente para a poluição atmosférica,
principalmente de manhã, quando as atividades humanas aumentam a emissão de poluentes, e
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com o clima favorável, e assim se torna propício a criação de microclimas, como as ilhas de
calor (MORTARIE RACHEL; EUZÉBOP GILSON LUIZ, 2009). As ilhas de calor se
formam quando a poluição, a alta densidade demográfica, as estruturas e asfalto, os veículos
outros fatores que contribuem para retenção do calor na superfície.
A poluição e a mudança de clima afetam o meio como um todo, gerando doenças. A
escassez da vegetação e de animais nas cidades, a má conservação do patrimônio público são
fatores que acabam afetando o cidadão. Outro fator que sofre com esse desequilíbrio é a
contaminação dos lençóis freáticos e fontes hídricas. Os gases poluentes dispersos na
atmosfera se misturam a partículas d’água mudando assim o seu pH criando uma chuva ácida.
5.1.1.3. Economia
Graças a poluição e a chuva ácida o estado precisa atender uma demanda de
manutenção ao patrimônio público, criando assim um gasto constante e crescente aos cofres
públicos. Com o passar do tempo a chuva ácida começa a deformar as estatuas e monumentos
enquanto a poluição encarde as fachadas das edificações.
A cidade paga um custo alto por ter seu fluxo interrompido pelos congestionamentos
frequentes. De acordo com o sistema FIRJAM, na região metropolitana do Rio de Janeiro, o
tempo médio perdido por dia em congestionamento atingiu a 130 quilômetros (km), o que
acarretou um prejuízo de R$29 bilhões, ou o equivalente a 8,2% total do PIB metropolitano.
De acordo um estudo da Fundação Getúlio Vargas, a cidade de São Paulo perde em produção
26,8 bilhões de reais por ano, este valor é considerado o valor adicional de riqueza que
poderia ser gerada, se o tempo perdido no trânsito fosse gasto no trabalho. Em média o
cidadão perde em torno de duas horas em um congestionamento, levando em consideração
que ainda irá levar em média meia hora do seu tempo no trabalho pelo menos para se
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recuperar do esforço despendido no trânsito. Tomando-se o caminho inverso, o mesmo tempo
perdido no trajeto mais o mesmo tempo perdido para se recompor, acabam desmotivando
muitas pessoas a praticarem atividades noturnas (levando assim a uma baixa na economia de
entretenimento – bares, restaurantes, boates, cinemas, teatros- e uma queda na qualidade de
vida – muitas vezes é nesse período que o cidadão se dedica a prática de atividade
física)(SILVA,2014).
5.1.2 Favelização, o histórico adensamento populacional
A população de baixa renda foi deixada a própria sorte, principalmente na área de
habitação. Assim que os projetos urbanos de modernização eram implantados ao longo da
história do Brasil, a população mais pobre era a que mais sofria com desapropriações, tendo
que sair de suas moradias, tendo assim como único recurso irem para regiões de baixo valor
econômico (regiões baixas, no caso de São Paulo) ou invadirem terrenos (morros, no caso do
Rio de Janeiro), tendo iniciado assim um processo de favelização.
Com o passar do tempo as comunidades aumentavam pela falta de fiscalização e pela
chegada de retirantes e imigrantes que vinham tentar nova vida nas principais capitais
brasileiras, contudo, sem fiscalização e uma urbanização mínima as favelas começaram a se
tornar um perigo ao meio ambiente e aos seus habitantes, para a saúde pública e bem-estar
geral.
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Figura 6 – Favela da Rocinha
Fonte: http://noticias.r7.com, acessado em 12/06/2015
5.1.2.1 Meio ambiente e saúde
A favela é um conjunto de construções informais que não seguem nenhum padrão ou
norma. Os assentamentos estão aglutinados de maneira que se possa aproveitar o máximo
possível o espaço, assim criando um ambiente residencial superlotado, tal característica faz os
habitantes estarem continuamente expostos a um ambiente residencial superlotado estando
diretamente ligado ao aumento mortalidade, doenças transmissíveis, infecções e doenças
crônicas e infecciosas. Estas condições são devidas às más condições de ventilação,
facilitando assim a propagação de doenças respiratórias e transmissíveis pelo ar.
Durante o processo de favelização não existe a preocupação com o meio ambiente,
nas construções em encostas o desmatamento segue a vontade do usuário daquele “terreno”
enquanto nas áreas planas são construídos em margens de rios ou até mesmo sobre o próprio
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rio. As favelas normalmente não possuem sistema de tratamento de esgoto nem coleta de lixo
(algumas favelas em áreas planas possuem), os dejetos e lixo são jogados em valas
improvisadas ao céu aberto ou encostas, isso quando os assentamentos estão em morros.
Quando o assentamento ocorre em margens de rios, o problema é ainda mais sério, pois são
dispostos diretamente no rio, causando contaminação e envenenamento aos animais e plantas,
causando contaminação e danos à população.
5.1.2.2 Segurança pública
O processo de assentamento irregular das comunidades não cria apenas problemas ao
meio ambiente e a saúde, mas impacta diretamente com a segurança pública. Graças aos
impactos ao meio ambiente, a falta de fiscalização e a ausência do setor público.
5.1.2.2.1 Desastres
A agressão sofrida pela implantação maciça das favelas, tanto nas encostas quanto nas
margens dos rios e nas áreas planas, não afeta apenas ao meio ambiente, mas também a
segurança daqueles que ali vivem. Com o desmatamento e construções de forma desenfreada,
há o enfraquecimento do solo devido a retirada da vegetação na superfície. Com a ocorrência
de chuvas, o solo já fragilizado com o acúmulo de água favorece os desmoronamentos o que
acaba se tornando, muitas vezes, letal.
Nos anos de 2010 e 2011, as chuvas causaram 789 óbitos por deslizamentos (53 em
Angra dos Reis, 166 em Niterói, 506 na região Serrana).
28
Figura 07 - Morro do Bumba, 2010
Fonte:www.revistaepoca.oglobo.com, acessado em 12/06/2015
O incêndio é outro desastre comum das favelas que estão em terrenos planos (comuns
em São Paulo). Isso se deve ao método construtivo, normalmente de madeira e materiais
inflamáveis.
5.1.2.2.2 Marginalização
A partir de sua estrutura adensada e disposição irregular, as favelas dificultam a
presença do setor público, principalmente pela polícia. Essa brecha permitiu que o poder
paralelo (tráfico de drogas e a milícia) preenchessem esse espaço. Quando essas atividades
criminais se estabelecem no território aplicam suas leis naqueles que ali vivem e nas
localidades em seu entorno. Pelo alto adensamento populacional e construtivo, dificultam que
sejam localizados e reconhecidos.
29
5.2 O Vazio Urbano
Não somente a alta densidade urbana gera problemas, mas, também a baixa, gerando
falta de segurança, degradação de áreas subutilizadas e falta de serviços básicos, o que muitas
vezes acabam agravando os problemas das regiões de altas densidades, já que, a população
prefere estar em áreas mais densas, porém mais seguras. As principais áreas que sofrem com a
baixa densidade urbana são as antigas áreas industriais, centros financeiros e áreas residências
(em horários distintos).
Com o passar dos anos as industrias se afastaram dos grandes centros urbanos, como
consequência essas áreas que antes eram supervalorizadas, perdem seu valor, perdem seus
investimentos e começam a entrar em colapso, até chegar ao ponto de que os que ali viviam
e/ou trabalhavam, abandonam a região. Normalmente esse êxodo industrial é devido aos
incentivos fiscais de outros municípios, ou por restrições de órgãos ambientais, ou a procura
de melhores infraestruturas, ou até mesmo fuga da violência crescente da localidade.
5.2.1 Áreas Industriais
Como exemplo a zona portuária do Rio de Janeiro, que pode ser separada em dois
grupos, a área superadensada (área residencial) e o vazio urbano (área industrial – como o
moinho Fluminense - ligada diretamente ao porto). O porto do Rio, que engloba um grupo de
bairros como Santo Cristo e Gamboa, teve seu isolamento e deterioração com a expansão
industrial para as zonas oeste e norte e a sub urbanização das classes médias para a zona sul.
Com esse movimento os bairros portuários se esvaziavam, deixando para traz uma quantidade
30
de galpões industriais (devidos principalmente do tempo da indústria cafeeira). Antes do
projeto de revitalização do Porto Maravilha, a área industrial, estava em estado de abandono,
as vias estavam, em sua maioria, sem sinalização; havia sensação de insegurança pela má
iluminação e desertificação do local. Por estas condições as principais vias usadas eram o
elevado da Perimetral (extensão da ponte Presidente Costa e Silva) e a Avenida Rodrigo
Alves, apesar de existirem outras vias internas, era uma das mais utilizadas. Sendo que essas
vias faziam ligação direta entre os acessos da ponte ao aterro do Flamengo, não interferindo
assim na baixa densidade da região. Pela sensação de insegurança a população preferia passar
pelas regiões mais adensadas do que por essa região desértica, mesmo sendo um trajeto
alternativo viabilizando um caminho mais rápido (GIANNELLA,2013).
Outro exemplo, e que está diretamente ligado ao porto, e à expansão para as zonas
oeste e norte, a Avenida Brasil, que foi construída para facilitar a expansão para os subúrbios.
A Av. Brasil permitiu a interiorização do município e serviu de ligação direta ao porto. As
indústrias não precisariam mais estar próximas a ele. Isto permitiu que a instalação de várias
industrias, fábricas e comércio fossem realizados nas margens das vias. Porém, sua criação
permitiu um crescimento desordenado, e a ocupação desenfreada com o intenso processo de
favelização provocou a saída das empresas das margens da rodovia devido à falta de
segurança. Antes um lugar considerado de valor pela sua localização, tempos depois, galpões
e edificações abandonadas, levando essa área de baixa densidade nas margens da Avenida
Brasil, a passar por uma situação parecida a da Zona Portuária, de inseguridade e medo pela
desertificação e alto nível de violência (CEZAR; SARDINHA, 2012 e
GAMA;COSTA,2005).
Em São Paulo a região da Diagonal Sul sofre atualmente os mesmos problemas de
densidade habitacional semelhante à que a região do porto do Rio de Janeiro (parte industrial)
31
sofria tempos atrás. A região da Diagonal Sul teve seu desenvolvimento marcado pela
instalação da estrada de ferro no ano de 1897 e teve o desenvolvimento industrial estimulado
as margens da estrada férrea e a criação de bairros operários nas proximidades. A região teve
seu apogeu na década de 50 com a chegada da indústria automobilística após a implantação da
rodovia Anchieta. Porém, nos anos de 70 o setor industrial se retirou da região deixando um
legado de extensas áreas de galpões vazios. Atualmente a densidade habitacional é baixa
devido as áreas subutilizadas pelos galpões, pelas dificuldades de se transitar pelos
logradouros, principalmente dos pedestres, devido aos longos quarteirões margeando as
estradas de ferro onde ficavam as indústrias.
5.2.2 Vazios Urbanos Temporários
Uma situação controversa é a dos centros financeiros e das cidades dormitórios.
Durante o horário comercial os centros financeiros apresentam alta densidade urbana,
enquanto as áreas residências apresentam uma baixa taxa de densidade. Já no período da
noite, esses perfis se invertem. O grande problema é que nos centros financeiros no período da
noite, aquela área extremamente adensada passa a se tornar um vazio urbano, e após essa
mudança a sensação de insegurança e o nível de criminalidade podem aumentar,
acompanhados da diminuição de serviços de transporte e segurança, que intensificam essa
sensação.
32
SESSÃO 3: PROPOSTAS EM IMPLANTAÇÃO, PROJETOS E CONCLUSÃO
6. PROPOSTAS EM IMPLANTAÇÃO
Como foi visto, o estudo da densidade urbana é determinante para o desenvolvimento
das cidades. Na tentativa de solucionar problemas gerados por altas e baixas densidades deve-
se buscar maneiras de se integrar essas áreas, dando novos usos e redirecionando tantos
outros, para que se possa aliviar a alta/baixa densidade. Com essa mesma finalidade, criar
novas rotas que possam assim diminuir o tráfego e que possam reintegrar e desenvolver as
áreas de baixa densidade. Estudos recentes (CERVERO, et al, 2009) tem mostrado que,
acompanhados do planejamento em termos de infraestrutura, a densidade nos centros urbanos
pode ser uma medida sustentável em relação ao ambiente construído e do devido uso do solo.
Sob outro ponto de vista, uma forma de minimizar problemas de congestionamento e
superlotação dos meios de transporte, é a iniciativa de estimular novas formas de
deslocamento, mais sustentáveis estimulando a intermodalidade, sempre integradas ao
transporte público de massa, incluindo as caminhadas e o uso de bicicletas principalmente em
locais onde já há demarcação por ciclofaixas, de forma que, haja aos poucos uma mudança de
hábito por parte da população a partir do momento que sejam oferecidos melhores serviços
que convençam mudanças de hábito como a troca do transporte individual pelo transporte
público, diminuindo, assim, o fluxo de carros nas ruas e consequentemente os
congestionamentos e a emissão de gases poluentes que são liberados na atmosfera,
principalmente pelo modo de transporte rodoviário.
Curitiba apresenta um estudo prévio para alivio da densidade urbana a partir de um
programa de transporte público, ou o bairro projetado (DAYVISON, ACIOLY, 2009). Quartier
33
em Pelotas, onde além de ser uma rota alternativa também é moradia e centro financeiro. Caso
não tenha sido feito um plano preliminar para manter a densidade urbana em um nível
adequado, projetos de adequação, reestruturação e revitalização urbana se fazem necessários,
como os do Porto Maravilha (Rio de Janeiro) e a Operação Urbana Diagonal Sul (São Paulo).
7. PROJETOS EM IMPLANTAÇÃO
Serão apresentados projetos nacionais que se utilizaram de artifícios para controlar a
densidade urbana de forma que melhor pudesse beneficiar a cidade. Projetos em que se
utilizou de áreas de baixas densidades e espaço urbano degradado que ao término da
intervenção urbana, tem-se a expectativa de integração com a cidade, de forma econômica,
social e assim equilibrar as densidades das áreas de baixa densidade urbana que margeiam as
de alta densidade urbana. Também serão apresentados projetos que para evitar o
superadensamento urbano em relação aos congestionamentos, foram tomadas medidas que
permitissem a melhor fluidez e organização. Estes projetos têm em comum a preocupação
com o controle da densidade urbana de determinadas áreas e as vantagens que essa
requalificação irá exercer nas áreas próximas.
As informações seguintes foram retiradas de sites institucionais, publicações oficiais,
projetos e propostas de cada projeto a seguir.
7.1 Porto Maravilha (RJ)
O projeto do Porto é uma ação estratégica que visa criar novas condições de trabalho,
moradia, transporte, cultura e lazer para a população que vive naquela região e desenvolver
fortemente o setor econômico atraindo novas empresas para o local (JOSÉ; CESARIO, 2004).
34
As obras de infraestrutura urbana (esgoto, água, drenagem) e a demolição do Elevado da
Perimetral já estão prontas, enquanto as obras de construção de 4,8 km de túneis, a
reurbanização de 70km de vias e 650.000 m² de calçadas, implantação de 17 km de ciclovias e
o plantio de 15.000 árvores estão em andamento.
Figura 08 – Nova infraestrutura
Fonte: http://www.portomaravilha.com.br, acessado em 12/06/2015
Estas obras se fazem necessárias para atender aos principais serviços como a
conversão e manutenção do sistema viário; conversão e manutenção de áreas verdes e praças;
manutenção e reparo de iluminação pública e calçadas; execução de serviços de limpeza
urbana; implantação de coleta seletiva de lixo; manutenção da rede de drenagem e de galerias
universais; manutenção e implantação da sinalização de trânsito; instalação e conservação de
bicicletários; manutenção e conservação de pontos e monumentos turísticos, históricos e
geográficos; atendimento ao cidadão.
35
Figura 09 – modelo do novo passeio público na Praça Mauá
Fonte: http:// www.portomaravilha.com.br, acessado em 16/06/2015
As obras irão seguir regras urbanísticas e ambientais como promover um ambiente
urbano e sustentável. As novas edificações da região deverão obedecer a parâmetros
urbanísticos e ambientais específicos, como: afastamento e recuo adequados entre as novas
construções; economia de consumo de água e reaproveitamento de águas pluviais e servidas;
economia e/ou geração local de energias limpas; uso de aquecimento solar; uso de telhados
verdes e/ou reflexivos do aquecimento solar; maximização da ventilação e iluminação natural;
uso de materiais com certificação ambiental; facilitação de acesso e uso de bicicletas.
Para isso a operação Urbana do Porto Maravilha toma como compromisso social o
pressuposto de que os atuais moradores devem permanecer na região portuária. Pelo menos
36
3% dos recursos da venda dos CEPACs (Certificados de Potencial Adicional Construtivos)
serão obrigatoriamente investidos na valorização do patrimônio material e imaterial da área e
em programas de desenvolvimento social para moradores e trabalhadores.
Para isso são oferecidos vários estímulos como criação de habitações de interesse
social; instalação de creches, UPAs e escolas que atendam a densidade populacional prevista;
integração entre os diversos modais de transporte público, facilitando a acessibilidade e
comunicação com outras áreas; recuperação da qualidade ambiental da área; geração de
empregos diretos e permanentes na região; regularização das atividades econômicas;
formação profissional; criação dos programas Porto Cultural e Porto Cidadão; apoio a
iniciativas de desenvolvimento comunitário.
Tendo assim seus principais impactos têm como previsão o aumento da população
local de 32 mil para 100 mil habitantes em 10 anos; aumento da área verde de 2,46% para
10,96%; aumento de 50% na capacidade de fluxo se trafego na região; redução da poluição
sonora, com a retirada da perimetral e redução do transporte pesado da região; aumento da
permeabilidade; do solo; aumento e melhoria da qualidade da oferta de serviços públicos;
transformação em referência para a cidade.
7.2 Curitiba (PR)
Curitiba se desenvolveu sobre um forte planejamento urbano. Em 1783 teve seu
primeiro plano urbanístico instituído pela câmara dos vereadores, nele se determinou o
traçado das ruas e a localização das novas construções. De 1886 a 1970, Curitiba recebeu
diversas intervenções urbanas e instituiu diversas regras urbanas e ambientais para melhoria
do bem-estar e desenvolvimento da cidade. Em 1971 começa a ser implantado o Plano diretor
37
de Curitiba desenvolvido pelos urbanistas da Universidade Federal do Paraná. Este plano
instituía, por exemplo, as ruas exclusivas para pedestres, a integração do transporte exclusivo,
e as canaletas exclusivas para ônibus.
O plano tinha duas preocupações: descongestionar o centro da cidade, revitalizá-lo e
preservar a herança arquitetônica e urbanística, reforçando seu caráter de centralidade; e
alterar o modelo de crescimento e urbanização da cidade, de um padrão radioconcêntrico para
linear, através da implantação de um eixo Norte-Sul de circulação de tráfego e transporte
público, tangenciando o centro, denominado eixo estrutural. Para isso foram criadas
condições para que o plano não se tornasse o típico modelo de plano diretor, estático,
inflexível, normativo e restritivo ao desenvolvimento. Um contínuo monitoramento e revisão
do plano, e a criação de uma agência de planejamento responsável para executa-lo e gerencia-
lo (IPPUC) foram as principais razões de seu sucesso. Isso sem falar do aspecto da
continuidade administrativa e da política urbana, e na permanência de uma equipe local de
profissionais com pleno conhecimento da realidade local (SOUZA,2014).
Figura 10 – Setor viário estrutural de Curitiba
Fonte: DAYVISON, ACIOLY, 2009)
38
Figura 11- Setor viário estrutural Curitiba
Fonte: DAYVISON, ACIOLY, 2009)
A estratégia era fomentar novos empreendimentos comerciais fora do centro da cidade
e conectá-los com a implantação de áreas residenciais de alta densidade e com oferta de
transporte público. O princípio era de que esses locais devem ser bem servidos por transporte
público e que os coeficientes de densidade, por exemplo o índice de aproveitamento e taxas e
ocupação dos terrenos, diminuam à medida que a distância para os eixos de transporte
aumentem. O eixo estrutural é formado por um sistema trinário, formado pelo eixo principal
de transporte público e de duas vias de circulação com tráfego em direções opostas, um em
direção ao centro e outro do centro para a periferia, geralmente localizadas em um quarteirão
de distância para cada lado do eixo principal. O eixo principal de transporte é formado por um
eixo central e duas ruas de circulação local paralelas, dentro de um mesmo espaço e
logradouro, estes exclusivamente voltados para tráfego uso local do comércio, residências e
alguns equipamentos urbanos. A circulação central é reservada exclusivamente para o
transporte público, agindo como uma canaleta de tráfego exclusivo e contínuo para os ônibus,
uma solução que alcança uma performance ao nível do metrô. Essa solução criou um setor
39
estrutural que demarca áreas ao longo dos eixos estruturais de transporte nas direções Norte-
Sul, Leste-Oeste e Sudeste -Norte. Esses setores demarcam o perfil urbano da cidade,
acomodam usos residenciais e comerciais, a uma densidade de 600 hab/ha. Nesses setores, os
edifícios podem alcançar uma área equivalente a 6 vezes a área do lote.
Em termos de política urbana, a Prefeitura partiu a aquisição das glebas de terra
previamente à implantação dos eixos de transporte, a fim de garantir a maximização das
infraestruturas e serviços, e também para direcionar e monitorar o processo de densificação ao
longo dos eixos estruturais.
7.3 Quartier –Pelotas (RS)
O projeto Quartier, no município de Pelotas, Rio Grande do Sul, se trata de um bairro
projetado que tem como premissa resolver os diversos problemas, comuns aos centros
urbanos, entre eles a questão da densidade urbana. O bairro possui uma setorização onde o
uso misto (residencial, comercial e serviços) das edificações é predominante. Esta
caracterização permite que haja uma integração com um todo, e que não haja áreas
superadensadas, vazios urbanos ou áreas com densidades oscilantes (áreas dormitórios /
centros financeiros). Outro fator que favorece esse equilíbrio é o fato de que ela foi projetada
para que pessoas com condições, de se locomover a pé para os locais de desejo, e assim
sendo, impedem ou minimizam a formação dos vazios urbanos evitando assim, os
adensamentos urbanos, que por sua vez são também causadores dos congestionamentos.
O projeto tem uma preocupação com a mobilidade urbana, e para facilitar o
deslocamento e impedir os congestionamentos, as ruas foram dimensionadas para que se
possa manter o transito fluido, além de haver faixas compartilhadas para pedestres e ciclistas.
40
Também haverá uma linha de ônibus que irá interligar o Bairro Quartier com o centro de
Pelotas.
Figura 12 – Perspectiva ilustrativa do Bairro Quartier
Fonte: www.facebook.com/BairroQuartier, acessado em 18/06/2015
A localização onde foi implantado a operação urbana, é de muita importância, já que
se encontra perto do centro da cidade e por estar próximo a áreas residenciais, universidades e
outros locais importantes da cidade, permite um acesso rápido a eles. Por ser capaz de se
conectar a outras áreas com facilidade, o bairro se torna uma rota alternativa e sendo assim
permite um equilíbrio da densidade das regiões do entorno.
7.4 Operação Diagonal Sul- Moca (SP)
A Operação Diagonal Sul, assim como o Projeto Porto Maravilha, trata-se de uma
intervenção que visa revitalizar e reurbanizar uma área industrial degradada. Essa área está
sendo estruturada pelos eixos do rio Tamanduateí e atual linha 10-Turquesa da CPTM,
compreendendo o território das subprefeituras da Sé. Mooca. Ipiranga e Vila Prudente.
41
Esta região possui características singulares que deve ser considerada na
transformação pretendida, tais como a topografia, a drenagem, o uso do solo, o padrão
fundiário, a infraestrutura de transporte ferroviário, o patrimônio histórico e a memória
industrial.
O imenso parque industrial que se instalou neste território, estritamente ligado à
ferrovia por meio de ramais e pátios privados, gerou um tecido urbano com feição própria,
desde a região do ABC até a foz do Tamanduateí. Quadras de grandes dimensões,
descontinuidade do sistema de circulação viária, áreas subtilizadas, drenagem deficiente e
densidades demográficas baixas são algumas das características dessa faixa que devem ser
revertidas.
O tecido urbano existe, composto de quadras de grande extensão lindeiras à ferrovia, é
pouco permeável à circulação, sobretudo para os pedestres, com poucas ligações que
articulem as regiões a leste e oeste da ferrovia. Sua requalificação urbana deve ter por base a
melhoria dos sistemas de mobilidade e acessibilidade, a reestruturação da ocupação do uso do
solo e de padrões urbanísticos adequados ao sítio no qual se inserem.
42
Figura 13 – Patrimônio Industrial
Fonte: www.relasc.org, acessado em 13/06/2015
Outra característica deste território é a presença de edificações e conjuntos edificados
de grande valor histórico, bem como de outros remanescentes significativos que merecem ser
preservados e constituem rico potencial a explorar, permitindo que a preservação da memória
industrial e operária seja um diferencial de alto valor agregado que, articulado à renovação de
usos e de edificações, eleve a dinâmica de utilização desta região, permitindo um
desenvolvimento harmônico e integrado do existente a preservar com o novo a ser instalado.
Fazendo assim a tese é do reaproveitamento dos vazios urbanos centrais como
contraponto a expansão periférica, ou seja, juntando assim o adensamento populacional e de
43
atividades onde há infraestrutura e localização central. Criando a ideia de uma cidade
compacta é mais sustentável (LEITE; MANA; RIERGER, 2009).
Para isso deve se:
Operar nas áreas abandonadas e utilizar o potencial dos vazios urbanos
centrais;
As infraestruturas existentes devem apoiar o redesenvolvimento das novas
áreas metropolitanas;
Os projetos urbanos contemporâneos devem operar com estratégias dinâmicas
e flexíveis;
O desafio da arquitetura contemporânea é trabalhar para operar e gerir as
intervenções na Diagonal Sul.
Figura 14 – Assentamento irregular
Fonte: www.relasc.org, acessado em 13/06/2015
44
8. CONCLUSÕES
Quando se há um planejamento futuro para o desenvolvimento das cidades e a
densidade urbana é estudada a médio e longo prazo para a implantação dos planos
urbanísticos, pode haver um controle do crescimento das cidades. Caso contrário, esse
crescimento ocorre de forma desordenada causando muitos problemas tanto à cidade, quanto
às pessoas e à economia que dependendo do grau do problema gerado, pode vir a criar uma
estagnação em seu desenvolvimento.
Durante a concepção de um plano urbanístico, deve se ter em vista como a cidade irá
evoluir e como a densidade daquela localidade irá progredir e interagir com os demais centros
urbanos ao seu redor. O adensamento urbano não é o ponto de partida para o desenvolvimento
de um plano urbano de um novo sítio, mas deve ser um dos focos principais de um plano, para
que esse seja sempre analisado em todos os pontos de seu desenvolvimento e que possa ser
monitorado de forma eficiente após a implantação.
Quando um plano de intervenção urbana atua em uma região já degradada, deve ser
incorporado ao plano de necessidades do projeto o controle e monitoramento da densidade.
Para isso são necessários estudos que possam melhor aproveitar o uso e a ocupação do solo e
as circulações, e sendo assim, considerar tanto a morfologia das vias e das quadras, como as
opções de transporte que permitirão que o fluxo da cidade tenha continuidade. Para casos
como o de reestruturação urbana de áreas degradadas, o estudo deve ter cuidado com a
projeções dos impactos que possam causar a as áreas de influência aos redores da intervenção,
e também o impacto que essas mesmas áreas possam causar.
45
A partir desse estudo, conclui-se que para se ter uma estabilidade no desenvolvimento
de um sítio, de seus habitantes e de seus arredores, deverá haver um controle e manutenção
sobre a densidade urbana, e para tal procedimento são utilizadas intervenções urbanas como
ferramenta de manutenção e que o mesmo possa progredir para alcançar êxito.
46
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