UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PRÓ-REITORIA...

20
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA 2014/2015 RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA PATRÍCIA WERNER TSCHOEKE INICIAÇÃO CIENTÍFICA BOLSISTA FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA PLANO DE TRABALHO: Uso de reciclados na arquitetura contemporânea Relatório final apresentado à Coordenadoria de Iniciação Científica e Integração Acadêmica da UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ UFPR por ocasião do desenvolvimento das atividades de Iniciação Científica Edital 2014-2015. NOME DO ORIENTADOR: Prof. Dr. Antonio Manoel Nunes Castelnou, neto Departamento de Arquitetura e Urbanismo TÍTULO DO PROJETO: Green Architecture: Estratégias de sustentabilidade aplicadas à arquitetura e design BANPESQ/THALES: 2014015429 CURITIBA PR 2015

Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PRÓ-REITORIA...

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – 2014/2015 RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA

PATRÍCIA WERNER TSCHOEKE

INICIAÇÃO CIENTÍFICA – BOLSISTA FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA

PLANO DE TRABALHO:

Uso de reciclados na arquitetura contemporânea

Relatório final apresentado à Coordenadoria de Iniciação Científica e Integração Acadêmica da UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – UFPR por ocasião do desenvolvimento das atividades de Iniciação Científica – Edital 2014-2015.

NOME DO ORIENTADOR:

Prof. Dr. Antonio Manoel Nunes Castelnou, neto

Departamento de Arquitetura e Urbanismo

TÍTULO DO PROJETO:

Green Architecture: Estratégias de sustentabilidade aplicadas à arquitetura e design

BANPESQ/THALES: 2014015429

CURITIBA PR

2015

1

1 TÍTULO

Uso de reciclados na arquitetura contemporânea

2 RESUMO

Uma das áreas de maior interesse na atualidade refere-se à questão da sustentabilidade,

em especial aquela aplicada ao design, arquitetura e construção civil, o que se relaciona

essencialmente aos modos de projetar, construir e viver em edificações urbanas. Desde o

despertar ecológico – ocorrido em meados dos anos 1970 e promovido por uma série de crises e

denúncias quanto aos riscos de uma prática profissional que menospreza a limitação dos recursos

naturais e os reflexos disso nas condições de vida e sobrevivência das sociedades –, são

inúmeros os esforços em pesquisar e implementar soluções para a habitação mais sustentável,

buscando a melhoria da qualidade espacial, a eficiência energética, o reaproveitamento de

materiais e a diminuição de impactos ambientais.

Esta proposta de iniciação à pesquisa científica buscou desenvolver uma investigação

preliminar, de caráter teórico-conceitual e cunho exploratório, a respeito do uso de materiais

reciclados e/ou reaproveitados (Earthship Biotecture) na arquitetura contemporânea, incluindo

informações históricas, estéticas, técnicas e funcionais para o projeto e execução de edificações

mais sustentáveis, visando à definição geral de diretrizes de concepção e construção. A primeira

etapa traz a contextualização do tema, buscando um recorte do objeto de pesquisa no que se

refere à aplicação arquitetônica de paletes para, em um segundo momento e de modo específico,

fazer a seleção, a descrição e a análise de 03 (três) obras que façam o emprego prático dos

mesmos no projeto arquitetônico.

Palavras-chave: Arquitetura. Sustentabilidade. Reciclagem.

3 INTRODUÇÃO

Como Mucelin et Bellini (2008) alertam, “a criação das cidades e a crescente ampliação

das áreas urbanas têm contribuído para o crescimento de impactos ambientais negativos” (p.111).

Tais impactos são mais evidentes quando se trata de resíduos sólidos, devido à grande

quantidade de lixo produzido. Inicialmente, a quantidade destes resíduos era pequena, sendo

essencialmente constituída de restos orgânicos. Entretanto, a partir da Revolução Industrial (1750-

1830) e, principalmente, da cultura do consumo que se difundiu com o desenvolvimento da

industrialização nos séculos XIX e XX – com especial destaque para os últimos 50 anos – o

volume de restos inorgânicos sofreu um grande crescimento. De acordo com o jornal The

Economist (2012), a média de resíduos sólidos produzidos por pessoa naquela época (2012) era

de 1,2kg, sendo que, para 2025, prevê-se que a mesma suba para 1,4kg por pessoa. Isto

resultará em um aumento de 900 milhões de toneladas de resíduos sólidos gerados pelas cidades

2

por ano1. Com o objetivo ilustrativo, o mapa da Figura 01 expõe a média da quantidade de lixo

gerado por habitante em cada país.

Para Adam (2001), o

volume de lixo gerado re-

presenta tanto o consumo

como os modelos sociocul-

turais da sociedade e de-

monstra a falta de cons-

ciência ecológica. Adicional-

mente, o descarte irregular

ocasiona enchentes e doen-

ças, assim como a poluição

de rios e mares, ou seja,

causa e agrava o desequi-

líbrio no ecossistema.

O reaproveitamento dos resíduos sólidos para a fabricação de novos produtos tem

aumentado nos últimos anos, tornando-se uma tendência mundial, como relata Namili (2008).

Uma das razões para que isto venha ocorrendo é que, através do uso da reciclagem, contribui-se

para a economia de matéria-prima, água e energia, os quais são fornecidos pela natureza. Em

paralelo, gera-se emprego e renda na região em que se faz a reciclagem.

Em termos gerais, o conceito de reciclagem, segundo a Política Nacional de Resíduos

Sólidos, é o seguinte:

[...] processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou novos produtos, observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do SISNAMA e, se couber, do SNVS e do SUASA. (BRASIL, 2015, p.1)

Para fazer sua reutilização basicamente existem duas maneiras: o reaproveitamento

propriamente dito, que consiste em utilizar o produto sem passá-lo por nenhum processo químico

– que, na arquitetura, resulta em uma prática denominada Earthship Biotecture –; e o

reprocessamento ou reciclagem, a qual é realizada com processos que alteram as propriedades

físico-químicas ou biológicas dos resíduos, que ocorrem a partir da coleta seletiva (Figura 02).

Uma das práticas da arquitetura sustentável, conhecida como Green Architecture, consiste no

emprego de materiais reciclados, duráveis e com baixo grau de toxidade. Cita-se aqui como

1 Em 2012, as cidades geraram cerca de 1,3 bilhões de toneladas de resíduos sólidos. Para 2025, o previsto é de que esta quantidade chegue a 2,2 bilhões. A média do brasileiro, de acordo com reportagem do Jornal da Globo, era de, naquele ano, 1,22kg de resíduos sólidos por pessoa, ou seja, ligeiramente acima da média mundial. (THE ECONOMIST, 2012)

FIGURA 01

3

providências paralelas ao reuso de materiais as práticas “verdes” de aplicação de telhado verde

ou paredes em de terra, além da instalação de biogestores e outras fontes de energia alternativa,

como painéis fotovoltaicos e o reaproveitamento de águas pluviais e cinzas. (CASTELNOU, 2010)

Inicialmente, segundo Keeler et Burke (2010), as construções sustentáveis eram simples e

rústicas, simbolizando um modo de vida diferenciado – que, pelo caráter alternativo, expressavam

muito mais anticonformismo e uma dose de

excentralidade. Hoje em dia não representam

mais o movimento sociopolítico da Contra-

Cultura, que se opunha ao american way-of-

life (“estilo de vida norte-americano”) e

refletia uma crítica entre as décadas de 1960

e 1970. Com a evolução da tecnologia – e o

amadurecimento do pensamento

ambientalista – as edificações passaram a

apresentar um alto grau de desempenho

energético, melhoria de qualidade do ar

interno e diminuição de despesas com

recursos, sendo assim incluídas e

valorizadas cada vez mais por setores

esclarecidos da sociedade.

De acordo com Castelnou (2010), a postura que se tem diante da questão ambiental,

especialmente no caso da arquitetura e construção civil, reflete aquilo que mais se valoriza, ou

seja, o que o projetista ou construtor enfatiza em suas decisões e qual o caminho que seguirá

para melhorar a sustentabilidade de uma edificação. Disto decorre, na sua opinião, em 03 (três)

posturas que são verificadas na história da arquitetura contemporânea, principalmente a partir do

Despertar Ecológico dos anos 1960 em diante: o ecocentrismo, o tecnocentrismo e o

antropocentrismo.

A atitude ecocentrista coloca a natureza, o meio ambiente e o equilíbrio ecológico como

elementos mais importantes, conduzindo assim à chamada ecoarquitetura ou arquitetura

ecológica, a qual procura resgatar o passado, valorizando materiais naturais, técnicas

semiartesanais e tradição popular. Já o tecnocentrismo prioriza a ciência, a máquina e os avanços

tecnológicos – estes capazes de criar condições de maior sustentabilidade das edificações, o que

levou à arquitetura ecotecnista ou sustentável, mais preocupada com a projeção do futuro e

calcada em materiais e técnicas industrializadas, automação predial e invenções. Finalmente, o

antropocentrismo busca reestabelecer a harmonia entre os dois extremos, passando a priorizar o

homem e sua relação equilibrada com o que é natural e artificial ao mesmo tempo: retomando o

presente, a Green Architecture procura maior conscientização ambiental e universal, tentando

FIGURA 02

4

fazer uso tanto de materiais naturais

como industrializados, aplicados de

forma racional e certificada; daí o

aparecimento de difusão de selos

que indicam o grau de

sustentabilidade das construções, os

quais passaram a se disseminar

mundialmente no início do século

XXI2. (CASTELNOU, 2010)

Segundo o site Sustentarqui

(2015a), as construções

sustentáveis são mais confortáveis e

saudáveis para os usuários, além de

que, a longo prazo, proporcionam

retorno financeiro, devido à

economia que geram. A partir do infográfico apresentado na Figura 03, percebe-se que, sendo o

custo da implantação uma porcentagem menor que a de valorização, economicamente, torna-se

mais favorável construir de modo sustentável. Também se constata uma redução de custo

operacional do edifício, o que corresponde à economia de energia e de água.

[...] Os projetistas que estão deixando a faculdade interessados na sustentabilidade precisam olhar com atenção para os materiais que usam em suas edificações. Este é um dever na pratica de arquitetura e dos cuidados com a saúde humana. (KEELER et BURKE, 2010, p.85)

É importante ressaltar que materiais sustentáveis não possuem o mesmo conceito que

materiais ecológicos. Enquanto os primeiros preocupam-se tanto com questões socioambientais

como com o ciclo econômico, os ecológicos levam em consideração apenas o impacto ambiental

(SUSTENTARQUI, 2015b; 2015c). Ademais, há características que devem ser consideradas para

definir se um material é ou não sustentável, como, por exemplo, a origem da matéria-prima,

observando-se se provém de recursos renováveis e legais; ou ainda, se o material é reciclável ou

reciclado. Outras características que precisam ser avaliadas referem-se a: o processo produtivo,

quantidade de energia e recursos naturais necessários; a legalidade e responsabilidade ambiental

e social da empresa fornecedora; a qualidade, durabilidade e toxidade do material; a certificação e

aplicação de selos; e o transporte, que leva em consideração a distância percorrida. Deve-se

também observar a utilização, manutenção e limpeza do material; assim como se há excesso de

2 Castelnou (2010) aponta ainda o que seria uma quarta vertente da arquitetura contemporânea, esta representada pelo biocentrismo, ou seja, uma atitude que busca encontrar outras dimensões para o espaço arquitetônico, incluindo valores espirituais ou mesmo esotéricos – equilíbrio corpo/mente/espírito –, a partir do estudo de disciplinas não-ortodoxas, práticas alternativas e filosofias orientais. Isto corresponderia a uma vertente mais recente, ainda heterogênea, a qual pode ser expressa por várias designações, tais como: bioarquitetura, arquitetura saudável, arquitetura antroposófica, etc,

FIGURA 03

5

embalagem e se a mesma é reciclável. Por fim, recomenda-se verificar o descarte final, visto que

é importante analisar o ciclo de vida útil e o impacto de seu descarte e/ou resíduos.

Adicionalmente, é necessário considerar o local em que o material será inserido, para que esteja

de acordo com a história e geografia local, com o ecossistema e suas condições bioclimáticas e

com a responsabilidade social. (ARAÚJO, 2015)

5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Segundo Gouveia et Righetti (2009), foi a

partir da década de 1970 que a construção civil

começou a experimentar alternativas para

aproveitar os materiais que eram descartados,

principalmente devido à crise mundial do

petróleo, visando a redução de custos. Na

arquitetura, diferentes materiais recicláveis

podem ser reutilizados, tais como garrafas, sejam

de vidro como plástico, as quais podem ser

usadas empilhadas como tijolos, permitindo a

passagem da luz natural e assim contribuindo

para economizar energia elétrica (Figura 04). Já

os pneus podem ser utilizados em muros de

arrimo ou mesmo em paredes, pois atuam

mantendo a temperatura interior constante, por

causa da sua grande massa térmica (Figura 05).

Por sua vez, as madeiras de demolição

têm a vantagem de seu reuso quando

apresentarem bom estado de conservação e

tratarem-se de madeiras nobres (Figura 06).

Paralelamente, os containers ou contêineres são

usados pelo baixo custo de manutenção, além da

sua grande resistência e durabilidade, assim

como serem compactos e modulares (Figura 07).

Por fim, os pallets ou paletes (Figura 08)

contribuem para construções de baixo custo e de

rápida execução. (JACQUES, 2013)

FIGURA 04

FIGURA 05

FIGURA 06

6

Em termos gerais, os paletes são

estruturas reforçadas feitas em madeira, aço ou

plástico usadas para guardar e transportar

mercadorias e cargas pesadas. Podem ser

inclusive executadas em madeiras de lei, tais

como: cambará, peroba, canafistola, jatobá,

guarucaia, paraju, sucupira, angelim,

massaranduba, cumaru e ipê, entre várias outras,

chegando a suportar até 1.500 kg (PICORELLI,

2011). Após sua utilização são geralmente

descartados, estimando-se que, segundo o site

Ciclo Vivo (2015), cerca de 21 milhões de paletes

são descartados só nos EUA.

Picorelli (2011) defende o uso de pallets, tanto na arquitetura quanto no design, visto que

muitos são feitos de madeiras nobres e caras, as quais passaram por tratamentos de

higienização3, recomendados pela Agência Nacional de Saúde; e cuja extração já produziu grande

volume de emissão de gás carbônico (CO2), de modo a evitar mais custos ao meio ambiente com

novos desmatamentos. Economicamente, trata-se de uma alternativa bastante viável, pois o valor

unitário do palete é de cerca de R$ 5,00. No Rio de Janeiro e nas demais capitais podem ser

encontrados desde em depósitos de ferro-velho à beira de rodovias até empresas

organizadas como a Força Pallete e a Tarin, esta sediada em São Paulo.

A fabricação de paletes processa-se conforme a necessidade do cliente, para que os

mesmos sejam adaptados de acordo com o meio de transporte e as cargas dos produtos que irão

suportar, podendo ou não ser fechados na parte superior. Segundo este critério, Oelke (2009)

classifica-os da seguinte forma:

a) Paletes descartáveis (one way): como o nome já indica, são utilizados apenas uma vez. Embora sugira que sejam mais baratos, caso seja necessário transportar cargas elevadas, tornam-se mais caros do que os paletes retornáveis.

b) Paletes retornáveis: são utilizados mais de uma vez para fazer carregamentos e, portanto, possuem uma estrutura mais reforçada de modo a ser mais resistente e durável. Em geral, seu valor é mais elevado comparado aos descartáveis, mas a relação custo/benefício torna-o compensador.

c) Paletes de movimentação (estocagem): são fabricados para estocar mercadorias e também para sua locomoção. Há pallets de duas ou quatro entradas, optando-se geralmente pelos primeiros por apoiarem melhor no solo ou em prateleiras, sendo confeccionados por mão-de-obra mais barata. A desvantagem é que as empilhadeiras somente podem se conectar em apenas dois dos quatro lados. Por sua vez, os paletes de quatro entradas são feitos de tábuas superiores, podendo assim ter a face superior vazada ou fechada.

3 Entre os tratamentos que os pallets previamente sofrem, citam-se dois deles: o MB, quando o material recebe um

banho químico de Brometo de Metila; e o HT, que é realizado em estufas onde as unidades são submetidas a altas temperaturas. O segundo é ecologicamente o mais indicado para o reaproveitamento, tanto por não expor os materiais a produtos químicos como pelo fato do Brometo de Metila ser prejudicial à camada de Ozônio. (N. A.)

FIGURA 07

FIGURA 08

7

d) Paletes reversíveis: são aqueles em que as faces superior e inferior são iguais e, portanto, podem ser utilizados por qualquer face. Possuem duas entradas e são próprios para prateleiras porta-pallets, permitindo a superposição de cargas em superfícies regulares, o que é considerado ideal para movimentação interna de cargas. São mais resistentes e duráveis pela quantidade maior de madeira utilizada na sua fabricação.

e) Paletes vazados: são aqueles em que as tábuas na face superior são distribuídas para que existam vãos, definidos a partir da resistência necessária ao peso que deverão suportar. A espessura da madeira também definirá a resistência do produto bem como o seu custo.

f) Paletes assoalhados ou de face superior fechada: são, ao contrário dos vazados, fechados na face superior, sendo geralmente utilizados com complementos feitos de caixa de papelão para diminuir os custos.

g) Paletes dupla-face: são aqueles reversíveis ou não, com duas ou quatro entradas, executados com tábuas em cima e em baixo.

Oelke (2009) acrescenta que os pallets padronizados foram introduzidos no Brasil somente

em 1990, por iniciativa da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SUPERMERCADOS (ABRAS) e por entidades

que fazem parte do Comitê Permanente de Paletização – CPP, as quais são assessoradas pelo

INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (IPT-USP). Estes são

conhecidos como Paletes PBR e utilizados em toda cadeira produtiva. Suas dimensões são de

1000x1200 mm – ou 100x120cm. Possuem número de peças (tábuas superiores, intermediárias e

inferiores, além dos tocos) com quantidade e medidas padronizadas, apresentando gravação a

fogo nos tocos que mostra o nome do fabricante e o mês/ano da fabricação4.

Os paletes destinados à exportação podem ser de qualquer modelo e dimensão, pois são

transportados por qualquer meio de transporte. Assim, são fabricados de forma a se adaptarem às

condições que precisam estar submetidos. A maior preocupação é com o tratamento para eliminar

possíveis fontes de pragas e doenças. Muitos paletes são recolhidos por empresas

especializadas, as quais acabam oferecendo o serviço de reciclagem, através do

reaproveitamento dos próprios pallets ou mesmo para serem usados na geração de energia.

Denominam-se paletes reformados aqueles padronizados que são recolocados no mercado

depois de restaurados. (OELKE, 2009)

As principais vantagens do reuso de paletes na atividade arquitetônica referem-se

principalmente ao seu apelo sustentável, devido à sua facilidade de obtenção e uso

(disponibilidade e versatilidade), baixo custo (viabilidade) e contribuição para minimizar os

impactos ambientais (sustentabilidade). No design de interiores, há diferentes móveis que podem

ser feitos com pallets, como sofás, mesas, camas, estantes e bancadas, dependendo apenas da

criatividade (Figuras 09 a 11).

4 A Comunidade Europeia adota nas suas exportações os chamados EURO Pallets, cujas medidas padronizadas são de 800 x 1200 mm. Da mesma forma que existem paletes com as medidas de 1000 x1 200 mm que não são necessariamente PBR aqui no país, também há pallets com medidas 800 x 1200 m que não são necessariamente EURO, pois a coincidência ocorre apenas nas medidas de largura e comprimento, já que sua composição (número de peças e medidas de espessura e largura) acaba sendo distinta daquela padronizada. Existem ainda os Pallets CP, os quais fazem parte de um conjunto de modelos que foram projetados especificamente para uso na indústria química de toda a Europa, classificados de 1 a 9. Cada tipo tem medidas padronizadas, sendo os mais usados no Brasil os Pallet CP2, de 800 x 1200 mm; e o Pallet CP3, de 1140 x 1140 mm. Tais modelos, assim como os demais, são frequentemente encontrados no comércio brasileiro de paletes usados. (OELKE, 2009)

8

Na arquitetura, os paletes podem ser

usados na vedação, separação de ambientes e

até como escada. Podem constituir uma parede,

como Almeida et Bastos (2014) idealizaram, a

partir de um "sanduíche" de painéis duplos de

paletes de madeira. Estes são preenchidos com

resíduos da construção civil, como cerâmica,

concreto e argamassa, de modo que a parede

seja mais resistente e, consequentemente, mais

durável (Figura 12). Na parte externa da parede,

os pallets desmontados foram dispostos de modo

a simularem uma veneziana que impedisse a

penetração da água da chuva. Seus criadores

alertam para que o lançamento do concreto com

resíduos seja feito quando os painéis já

estiverem fixados, de modo que não ocorram

vazamentos.

Em um projeto residencial desenvolvido

por Baungarten, Mello et Almeida (2012), foram

feitos painéis fechados modulares a partir dos

paletes destinados a comportar esquadrias, além

do telhado (Figura 13). O módulo foi realizado

tendo como base dois montantes externos e um

interno, além de uma travessa superior e outra

interior. Cada palete foi desmontado e montado

novamente para criar a modulação escolhida. As

tábuas foram fixadas entre si através de pregos

cravados de topo ou em ângulo. Entre o

revestimento interno e externo, colocou-se caixas

Tetrapak para isolamento. Já a fixação do painel

na fundação em radier foi realizada através de parafusos auto-atarrachantes. Para portas e

janelas, o painel recebeu um reforço estrutural de vergas, contra-vergas e umbrais, sendo as

primeiras apoiadas e fixadas sobre os umbrais e a contra-verga nos montantes curtos. Os autores

determinaram que cada umbral fosse fixado lateralmente a um montante inteiro e seu

comprimento limitado pela verga. Pela menor quantidade de ripas no painel, a rigidez tornou-se

menor e o vão para encaixar a esquadria aconteceu internamente.

FIGURA 10

FIGURA 09

9

Mais recentemente, em 2014, foi realizado outro projeto de habitação utilizando os pallets

em sua vedação (Figuras 15 e 16). Criada pelo arquiteto Francis Pfenninger, em parceria com

Valeria Verlezza, esta residência – a Holmes House – possui cerca de 155 m2, em que os paletes

foram utilizados entre as esquadrias, cujos vãos foram preenchidos por placas de poliestireno

expandido cortado. (ARCHDAILY, 2015; TECNONICA BLOG, 2015)

Aplicados em fachadas, os paletes auxiliam na proteção solar, funcionando como

persianas. Suas diversas opções de instalação permitem diferentes aberturas e geram movimento

no exterior do edifício, como pode ser observado no edifício AME-LOT (Figura 16), proposto pelo

arquiteto Sthephane Malka, no qual os pallets foram utilizados para revestir uma moradia de

estudantes em Paris (França). Buscando a sustentabilidade a partir de um material reciclável, o

FIGURA 12 Parede de camada dupla de paletes de madeira preenchida com concreto de resíduo de construção civil reciclado: Vistas em planta (A) e em corte (B). (ALMEIDA et BASTOS, 2014)

FIGURA 15

FIGURA 14

10

arquiteto optou pelo emprego de paletes unidos por dobradiças (Figura 17), as quais permitem

uma articulação que proporciona regulagem de iluminação e ventilação natural. (DELAQUA, 2012)

Também é possível aplicar esse material

em outros elementos da construção, como, por

exemplo, em coberturas. Devido ao seu baixo

custo, o palete foi escolhido para ser usado na

Casa Gertopan (Figura 18), criada pelo arquiteto

Javier Corvalán e construída em 2007 na cidade

de Assunção (Paraguai). De acordo com o site

Archdaily (2013), o projeto representa a

flexibilidade do uso dos paletes ao serem

utilizados de forma a construir uma estrutura curvilínea. Por sua vez, no projeto citado de Almeida

et Bastos (2014), os pallets foram usados para conformar o forro da residência.

Criado por dois estudantes de arquitetura da Universidade de Viena (Áustria), o projeto da

PalletHaus (Figura 19) propõe a construção de casas de emergência com o uso de paletes.

Conforme Cilento (2010), a estrutura da cobertura segue a modulação das paredes laterais, com

um ponto de captação de água para uma cisterna (Figura 20). Para a estrutura da edificação

foram escolhidos os pallets, segundo os autores do projeto, devido ao seu baixo custo e por

serem de fácil transporte, graças à existência de modulações. (MEINHOLD, 2010a)

FIGURA 16

FIGURA 18

FIGURA 20

FIGURA 17

FIGURA 19

FIGURA 18

11

Por fim, os pallets também podem ser utilizados como base para a estrutura de jardins

verticais (Figura 21). Este tipo de vedação

oferece, segundo Nunes (2015), diversas

vantagens, tais como isolamento térmico,

melhoria da eficiência energética do edifício,

redução dos ruídos externos – visto que a

vegetação absorve os ruídos – e diminuição da

poluição, além de combater as ilhas de calor,

reter a água proveniente da chuva e contribuir

para o aumento da biodiversidade.

Adicionalmente, os jardins verticais são

esteticamente agradáveis.

6 MATERIAIS E MÉTODOS

De caráter teórico-conceitual e cunho exploratório, esta pesquisa de iniciação científica foi

fundamentada na revisão web e bibliográfica, realizando-se por meio da investigação, seleção e

coleta de fontes impressas (livros nacionais e internacionais) e publicações on line, que tratavam

direta ou indiretamente sobre o tema: uso de materiais reciclados em arquitetura, com ênfase na

aplicação de pallets ou paletes. Em resumo, a metodologia seguiu as seguintes etapas:

a) Revisão Bibliográfica e Coleta de Dados: Pesquisa sobre a conceituação, contextualização e pressupostos de sustentabilidade aplicados à arquitetura, enfatizando o uso de materiais reciclados e/ou reprocessados, com destaque dos pallets ou paletes;

b) Seleção de Exemplares Ilustrativos: Identificação e descrição de 03 (três) obras representativas que tenham feito uso de paletes em sua execução, seja em nível construtivo como de interiores, excluindo propostas teóricas e/ou experimentais;

c) Análise e Avaliação dos Casos: Descrição e comparação de características funcionais, técnicas e estéticas mais relevantes, ilustrando-se com imagens dos exemplares escolhidos;

d) Conclusão e Redação Final: Elaboração do RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA, e também material expositivo por ocasião do 23º Evento de Iniciação Científica da UFPR – EVINCI, previsto para ocorrer em outubro de 2015.

7 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir da revisão bibliográfica realizada, ficou clara a ampla utilização de paletes no

design e na arquitetura, principalmente devido ao seu baixo custo graças à sua

reutização/reciclagem. Isto contribui para a sustentabilidade visto que se utiliza um material que

seria descartado, reduzindo a quantidade de matéria-prima extraída da natureza, assim como a

água e energia utilizadas na transformação da mesma. Outro fator diz respeito aos pallets serem

feitos em madeira; material que requer menor consumo energético para a sua transformação.

Para ilustrar seu reuso na arquitetura, selecionou-se 03 (três) casos de estudo representados por

projetos de pavilhões, sendo um brasileiro e dois internacionais. Apresenta-se na sequência a

descrição, ilustração e análise dessas obras em paletes reaproveitados.

FIGURA 21

12

ESTUDO DE CASO I Pavilhão Rio+20 2012, Rio de Janeiro RJ – Brasil

P&G Cenografia

Localização: Parque dos Atletas – Rio de Janeiro RJ (Brasil)

Autoria: Abel Gomes (P&G Cenografia)

Área do projeto: 3.500 m²

Data do projeto: 2012

Data de construção: 2012

Inaugurado oficialmente para abrir o Rock in Rio

2012, este pavilhão foi implantado no Parque dos

Atletas, que consiste em uma área em frente ao Rio

Centro Convention Center, onde ocorreram as reuniões

oficiais da CONFERÊNCIA MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE

E DESENVOLVIMENTO (CMMAD) promovida pela ONU na

capital carioca e que, devido à cidade voltar a sediar

este evento depois de duas décadas, ficou conhecida

popularmente como Rio+20. O local futuramente

também será usado nas Olimpíadas de 2016.

(ALVARADO, 2012)

O projeto, que foi executado em apenas 40 dias,

é constituído de dois edifícios (Figuras 22 e 23),

possuindo o primeiro cerca de 1.400 m² para uso como

plenária com a capacidade de até 500 pessoas, além de

duas salas de reuniões e área de serviços. O segundo

conta com 700 m² de área construída, servindo como

área de exposição de projetos do Governo do Rio de

Janeiro e contando com três salas de reunião e um lobby

(Figuras 24 e 25). Foram utilizados aproximadamente

7.000 paletes na construção, sendo o material

empregado por questões estéticas e servindo também

como bloqueio físico e visual, pois vedava parcialmente a

edificação. A ventilação natural foi aproveitada devido à

permeabilidade do material (SOBRAL, 2012).

Os pallets também foram usados no mobiliário

interno e externo, assim como no suporte para o jardim

vertical. Eles revestiam uma estrutura tubular de tenda,

no caso, alugada; e, além deles, foram empregadas

raspas de pneus no piso do edifício da plenária, assim

como carpete de fibra de PET. Houve uma preocupação

para que o pavilhão pudesse ser desmontável, além do

fato de que houvesse uma gestão dos resíduos, em conjunto a uma estratégia de utilizar materiais de reuso,

reciclados e certificados.

FIGURA 22

FIGURA 23

FIGURA 24

FIGURA 25

13

ESTUDO DE CASO II Pavilhão de Paletes Reciclados 2010, Florença – Itália

Avatar Architettura

Localização: Jardim da Villa Romana – Florença (Itália)

Autoria: Nicola Santini e Paolo Taddei (Avatar Architettura)

Área do projeto: 100 m²

Data do projeto: 2010

Data de construção: 2010

Fundado em 2001, na Itália, o Avatar

Architettura é um escritório multidisciplinar de

arquitetura e desenho industrial, cujo pavilhão de

pallets reciclados (Figura 26), criado por iniciativa do

Instituto Alemão de Cultura de Florença, é uma

estrutura temporária que atua como um espaço de arte

versátil, podendo abrigar diferentes tipos de eventos e

oferecendo uma ampla diversidade de formas de

produção. (FRANCO, 2013)

A estrutura possui forma de diamante e é

modular e desmontável, sendo os paletes unidos no

formato de losangos por juntas metálicas feitas sob

medida (Figuras 27 e 28). Ainda segundo Franco

(2013), a cobertura do pavilhão possui uma estrutura

de modulação diferente das paredes, sendo composta

por módulos triangulares formados pelas ripas dos

paletes, unindo 07 (sete) peças de madeira em uma

junção vazada.

O conjunto de pallets é coberto por uma

membrana única de PVC, sendo que na cobertura a

área da membrana é opaca e nas paredes laterais é

transparente (Figura 29). Essa cobertura de PVC faz a

vedação e protege os paletes contra as intempéries.

(ADMIN, 2013)

Toda a estrutura foi montada em apenas

quatro dias, sendo iniciada pela construção do piso de

madeira, que abrange todo o pavilhão. Durante a noite,

recebe uma iluminação diferenciada, que faz com que

haja contraste entre a estrutura de paletes e o vão entre

os mesmos. (DIVISARE, 2012)

FIGURA 26

FIGURA 33

FIGURA 35

FIGURA 27

FIGURA 29

FIGURA 28

14

ESTUDO DE CASO III Palleten Pavillon 2005, Oberstdorf – Alemanha

Matthias Loebermann

Localização: Oberstdorfm (Alemanha)

Autoria: Matthias Loebermann

Área do projeto: 140 m²

Data do projeto: 2005

Data de construção: 2005

Este pavilhão (Figura 30), criado pelo designer

alemão Matthias Loebermann em 2005, foi concebido

para o campeonato mundial de esqui como estrutura

temporária, servindo como um espaço de encontro e

mídia para atletas e jornalistas. Composto por 1.300

paletes de madeira da gama EURO Pallets, possuía 6

(seis) metros de altura, 8 (oito) metros de largura e 18

metros de comprimento, resultando em uma construção

facilmente desmontada e remontada em outro local.

(MEINHOLD, 2010b; MAIS PALETES, 2015)

A estrutura foi construída a partir do

empilhamento de paletes, amarrados por tirantes e

apertados com tiras de compressão, conformando um

formato irregular curvilíneo, similar a uma caverna

(Figura 31 e 32). De acordo com Meinhold (2010b), por

se tratar de uma região sujeita a nevascas no inverno, o

pavilhão deveria resistir à neve, a qual a cobriria

frequentemente.

Ao final do evento a estrutura foi desmontada e

os paletes foram reutilizados para outros fins. Além do

formato diferenciado do pavilhão, o mesmo chamava a

atenção por outro motivo: sua iluminação durante a

noite. No interior do edifício durante a noite era aceso

lâmpadas e refletores, fazendo com que a luz passasse

pelas aberturas dos paletes, iluminando em conjunto o

pavilhão externamente (Figura 33).

FIGURA 30

FIGURA 30

FIGURA 32

FIGURA 31

FIGURA 33

15

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este relatório resumiu a pesquisa sobre o reuso arquitetônico dos paletes, exemplificando

a prática da utilização de materiais reciclados na arquitetura e no design contemporâneo tendo em

vistas a maior sustentabilidade. Ainda, apresentou os diferentes tipos de paletes, seus

tratamentos e aplicações funcionais, além de formas para a sua reutilização. A preocupação

sustentável está presente diante do quadro de que, a cada ano, a quantidade de lixo gerado tem

aumentado em todo o planeta, o que leva a um descarte progressivo de materiais, dos quais

também fazem parte os pallets utilizados para armazenamento e transporte de cargas. Assim,

torna-se fundamental difundir metodologias de reaproveitamento desses materiais descartados,

além da tentativa para uma maior conscientização da população sobre este problema,

sensibilizando arquitetos e outros profissionais ligados à construção e mobiliário para a adoção de

alternativas que ajudem a diminuição de resíduos sólidos gerados.

Por se tratar de um uso arquitetônico relativamente recente, percebeu-se, no

desenvolvimento desta pesquisa, que há poucas referências bibliográficas sobre a utilização dos

pallets após o seu descarte, o que restringiu o campo de investigação e fez com que se

procurassem fontes webgráficas, geralmente mais atualizadas. Da mesma forma, há um número

ainda pequeno, porém ascendente, de obras arquitetônicas que utilizam esse material reciclado,

existindo portanto mais projetos ou propostas teóricas do que obras propriamente realizadas.

Mesmo assim é possível afirmar que o pallet de madeira consiste em um material, cujo reuso tem

elevado potencial de aplicação, devido ao baixo custo e à grande acessibilidade na sua obtenção,

o que gera uma grande quantidade de material descartado. Porém, deve-se procurar conhecer

sua procedência para garantir que não haja toxinas contidas nos mesmos, as quis sejam

provenientes do tratamento anterior do material e que podem ser prejudiciais à saúde.

A partir do estudo de casos realizado, ficou evidente a versatilidade do uso do material,

especialmente em construções temporárias, as quais exijam rapidez de montagem, desmontagem

e remontagem. Observou-se que as diferentes técnicas construtivas utilizadas resultaram em

distintas formas e estruturas, desde orgânicas até geométricas, de caráter retilíneo ou mesmo

irregular. Isto comprova que os pallets são elementos facilmente manejáveis, favorecendo

diversas composições. Sua leveza, transparência e maleabilidade contribuem para projetos

originais, especialmente se há a exploração conjunta de iluminação, ventilação e texturização, o

que é bastante importante em se tratando de pavilhões de exposição. Soma-se a isto os fatos de

que a possibilidade das estruturas serem desmontáveis e os paletes serem novamente

reutilizados contribuem para uma significativa redução dos impactos ambientais ocasionados pelo

acúmulo de resíduos sólidos.

Para a continuação da pesquisa, pode-se apontar vários desdobramentos como, por

exemplo, a investigação de novas técnicas desenvolvidas, assim como novos usos na arquitetura

e no design para os paletes. Novos estudos de caso podem ser apontados em edifícios com

16

outras funções. Acredita-se assim que a pesquisa, apesar de suas limitações acadêmicas e

preliminares, tenha atingido seus objetivos e possa contribuir nos primeiros 0passos em direção

de uma arquitetura cada vez mais sustentável e consciente do seu verdadeiro papel diante da

natureza.

9 REFERÊNCIAS

ADAM, R. S. Princípios do ecoedifício: Interação entre ecologia, consciência e edifício. São Paulo: Aquariana, 2001.

ADMIN. Unique wooden pallets pavilion (2013). Disponível em: <http://palletfurnitureplans.com/pallet-projects/unique-wooden-pallets-pavilion/>. Acesso em: 08/07/2015.

ALMEIDA, M. M.; BASTOS, P. K. X. Proposta de habitação com reuso e reciclagem de materiais e resíduos industriais. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, XV. Maceió: Anais ENTAC, 12 a 14 de novembro de 2014 [On line]. Disponível em: <http://www.infohab.org.br/entac2014/artigos/paper_457.pdf>. Acesso em: 27/02/2015.

ALVARADO, P. Massive pavilion covered with 7000 pallets at Rio+20 Exibition (2012). Disponível em: <http://www.treehugger.com/green-architecture/massive-pavilion-covered-7000-pallets-rio20-exhibition.html>. Acesso em: 02/07/2015.

ARAÚJO, M. A. A moderna construção sustentável. Disponível: <http://www.idhea.com.br/pdf/ moderna.pdf>. Acesso em: 27/02/2015.

ARCHDAILY. Residência Holmes: Fuentealba/Francis Pfenninger (2015). Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/760657/residencia-holmes-fuentealba-francis-pfenniger>. Acesso em: 08/04/2015.

______. Casa Gertopan: Laboratório de arquitetura (2013). Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-146699/casa-gertopan-laboratorio-de-arquitectura>. Acesso em: 15/05/2015.

BAUNGARTEN, C.; MELLO, N. V. C.de.; ALMEIDA, J. S. Casa Palete. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS, I. Passo Fundo RS: Anais SNCS, 27 e 28 de novembro de 2012 [On line]. Disponível em: <http://www.imed.edu.br/Uploads/ Casa%20Palete.pdf>. Acesso em: 27/02/2015.

BRASIL. Política Nacional dos Resíduos Sólidos. Disponível em: <http://www7.fiemg.com.br/ Cms_Data/ Contents central/Media/Documentos/Biblioteca/PDFs/FIEMG/cartilha-RESIDUOS-SOLIDOS-FINAL-11-11.pdf>. Acesso em: 27/02/2015.

CASTELNOU, A. M. N. Arquitetura e cidade contemporânea. Curitiba: Apostila didática, Universidade Federal do Paraná – UFPR, 2010.

CILENTO, K. Pallet house: Schnetzer Andreas Claus + Pils Gregor (2010). Disponível em: <http://www.archdaily.com/55205/pallet-house-schnetzer-andreas-claus-pils-gregor>. Acesso em: 15/05/2015.

DELAQUA, V. Ame-LOT: Fachada flexível a partir da reutilização de pallets (2012). Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-39335/ame-lot-fachada-flexivel-a-partir-da-reutilizacao-de-pallets-stephane-malka>. Acesso em: 23/04/2015.

DIVISARE. Pallet Pavilion (2012). Disponível em: <http://divisare.com/projects/201524-avatar-architettura-Pallett-Pavillion->. Acesso em: 08/07/2015.

FRANCO, J. T. Pavilhão de pallets reciclados: Avatar Architettura (2013). Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-102537/pavilhao-de-pallets-reciclados-avatar-architettura>. Acesso em: 07/072015.

17

GOUVEIA, F.; RIGHETTI, S. Inovação e meio ambiente: Pressão verde motiva empresas a inovar de forma sustentável. In: CONHECIMENTO & INOVAÇÃO, Campinas SP, v. 5, n. 3, set. 2009. Disponível em: <http://inovacao.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid= S198443952009000300012&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 27/02/2015.

KEELER, M.; BURKE, B. Fundamentos de projeto de edificações sustentáveis. Porto Alegre: Bookman, 2010.

MAIS PALETES. Pavilhão de paletes. Disponível em: <http://www.maispaletes.com/pavilhao-de-paletes/>. Acesso em: 06/07/2015.

MEINHOLD, B. Beautiful german pavilion made from 1300 shipping pallets (2010b). Disponível em: <http://inhabitat.com/beautiful-german-pavillion-made-from-1300-shipping-pallets/>. Acesso em: 06/07/2015.

_____. Efficiente and affordable wood house made from shipping pallets (2010a). Disponível em: <http://inhabitat.com/pallet-haus-an-efficient-affordable-modular-house/>. Acesso em: 15/05/2015.

MUCELIN, C. A.; BELLINI, M. Lixo e impactos ambientais perceptíveis no ecossistema urbano. In: SOCIEDADE & NATUREZA, Uberlândia MG, v. 20, n. 1, jun.2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1982-45132008000100008&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 27/02/2015.

NAMILI, J. E. O reaproveitamento dos resíduos sólidos para a fabricação de novos produtos tem aumentado nos últimos anos, tornando-se um tendência mundial (2008). Disponível em: <http://www.sapientia.pucsp.br/tde_arquivos/10/TDE-2008-10-29T11:50:07Z-6636/Publico/ Jose%20Eduardo%20Nalini.pdf>. Acesso em: 27/02/2015.

NUNES, C. Jardins verticais: Vantagens e aplicações. Disponível em: <http://sustentarqui.com.br/dicas/jardins-verticais-vantagens-e-aplicacoes/> Acesso em: 30/06/2015.

OELKE, O. J. Pallets: Diferenças básicas entre modelos (2009). Disponível em: <http://www.artigos.com/ artigos/engenharia/industrial-madeireira/pallets-e-seus-diversos-modelos-8597/artigo/#.VPMMpHzF8rU>. Acesso em: 27/02/2015.

PICORELLI, L. C. Pallets ou paletes reutilizados: Opção ecológica para construir, reformar e decorar (2011). Disponível em: <http://lecycpicorelli-bioarquitetura.blogspot.com.br/ 2011/04/pallets-ou-paletes-reutilizados-opcao.html#axzz3T8YbEuvT>. Acesso em: 27/02/2015.

TECNONICA BLOG. Casa Holmes. Disponível em <http://tectonicablog.com/docs/yutuy.pdf>. Acesso em: 08/04/2015.

THE ECONOMIST. A rubbish map (2012). Disponível em: <http://www.economist.com/blogs/graphicdetail/ 2012/06/daily-chart-3?zid=313&ah=fe2aac0b11adef572d67aed9273b6e55>. Acesso em: 27/02/2015.

SOBRAL, L. Pavilhão Rio de Janeiro: Reutilizadop reutilizável. In: REVISTA AU, n. 221, ago.2012. p.50.

SUSTENTARQUI. Dez dicas para reutilizar paletes de madeira. Disponível em: <http://sustentarqui.com.br/dicas/dez-dicas-para-reutilizar-paletes-de-madeira/>. Acesso em: 30/06/2015c.

_____. Por que construir sustentável? Disponível em: <http://sustentarqui.com.br/construcao/ porque-construir-sustentavel/>. Acesso em: 27/02/2015a.

_____. Saiba o que é e como escolher um material sustentável. Disponível em: <http://sustentarqui.com.br/dicas/saiba-como-escolher-um-material-sustentavel/>. Acesso em: 27/02/2015b.

MOLA, F.Z. Wood houses. Barcelona: LOFT Publications, 2014.

18

9 FONTES DE ILUSTRAÇÕES

Figura Disponível em: Acesso em:

01 http://www.economist.com/blogs/graphicdetail/2012/06/daily-chart-3?zid=313&ah= fe2aac0b11adef572d67aed9273b6e55

27/02/2015

02 KEELER, M.; BURKE, B. Fundamentos de projeto de edificações sustentáveis. Porto Alegre: Bookman, 2010.

-

03 http://sustentarqui.com.br/construcao/porque-construir-sustentavel/ 27/02/2015

04 a 08 http://atitudesustentavel.com.br/blog/2013/05/24/5-materiais-reciclados-para-usar-na-construcao-de-casas-sustentaveis/

27/02/2015

09 a 11 http://www.essenciamoveis.com.br/blog/2013/10/decoracao-com-paletes/ 27/02/2015

12 http://www.infohab.org.br/entac2014/artigos/ paper_457.pdf 27/02/2015

13 http://www.imed.edu.br/Uploads/ Casa%20Palete.pdf 27/02/2015

14 http://images.adsttc.com/media/images/54a3/88fb/e58e/ce6c/5a00/0064/medium_jpg/Casa_Yutuy_09.jpg?1420003572

08/04/2015

15 http://images.adsttc.com/media/images/54a3/89f4/e58e/ce6c/5a00/0069/large_jpg/Detalle_2_2411.jpg?1420003778

08/04/2015

16 e 17 http://www.archdaily.com.br/br/01-39335/ame-lot-fachada-flexivel-a-partir-da-reutilizacao-de-pallets-stephane-malka

23/04/2015

18 http://images.adsttc.com/media/images/5127/d490/b3fc/4b11/a700/2a40/medium/1261571179-27401-090615-007d.png?1361564816

15/05/2015

19 http://images.adsttc.com/media/images/557f/9eb4/c843/c2b3/7600/0f02/medium_jpg/pallet01.jpg?1434427057

15/05/2015

20 http://1.bp.blogspot.com/-i8Ei7x2QZY8/UoJQkNzrJZI/AAAAAAAAANs/3hQfIPSKRCs/s400/PH1.png

12/05/2015

21 http://sustentarqui.com.br/wp-content/uploads/2014/11/FotorCreated-jardim-e1416607397192.jpg

30/06/2015

22 http://au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/221/imagens/i349555.jpg 02/07/2015

23 http://au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/221/imagens/g349549s.jpg 02/07/2015

24 - 25 SOBRAL, L. Pavilhão Rio de Janeiro: Reutilizadop reutilizável. In: REVISTA AU, n. 221, ago.2012. p.50.

-

26 http://www.detail.de/daily/wp-content/uploads/2012/03/012.jpg 10/07/2015

27 http://www.detail.de/daily/wp-content/uploads/2012/03/04.jpg 10/07/2015

28 http://www.morethangreen.es/wp-content/uploads/2013/10/02.jpg 10/07/2015

29 http://www.detail.de/daily/wp-content/uploads/2012/03/06.jpg 10/07/2015

30 http://www.maispaletes.com/wp-content/uploads/2013/12/Ideias_paletes.jpg 06/07/2015

31 - 33 http://inhabitat.com/beautiful-german-pavillion-made-from-1300-shipping-pallets/ 08/07/2015

32 MOLA, F.Z. Woodh Houses. Barcelona: LOFT Publications, 2014. p. 306Pa -

10 APRECIAÇÃO DO ORIENTADOR

Este trabalho de iniciação científica cumpriu o cronograma inicial, permitindo atingir os objetivos

iniciais, não ocorrendo atrasos e imprevistos. Seu desenvolvimento junto ao professor-orientador

permitiu a complementação e publicação de material didático do curso de arquitetura e urbanismo da

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – UFPR. A aluna bolsista apresentou interesse e dedicação

satisfatórias na elaboração das tarefas indicadas pelo professor-orientador, permitindo o

desenvolvimento adequado da pesquisa. Tratando-se de um trabalho introdutório sobre o tema e da

19

vastidão de questões possíveis de serem abordadas em investigações nesse campo de trabalho,

considera-se que os resultados atingidos são suficientes aos meios utilizados e também aos fins

pretendidos.

DATA E ASSINATURAS

Curitiba, julho de 2015.

Patrícia Werner Tschoeke

Antonio Manoel Nunes Castelnou, neto

OBSERVAÇÃO Em anexo, recibos referentes aos meses da Bolsa Fundação Araucária segundo modelo disponível em:

<http://www.prppg.ufpr.br/sites/default/files/documentos/ic/docs2015/Modelo_Recibo_Fundacao_Araucaria_

Edital_2014_2015.docx>.