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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE BLOCO CERÂMICO E
BLOCO DE CONCRETO CELULAR AUTOCLAVADO, COMO
ALVENARIA DE VEDAÇÃO, NO CUSTO DE UMA EDIFICAÇÃO
EM CONCRETO ARMADO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Henrique Fracari Fonseca
Santa Maria, RS, Brasil
2017
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE BLOCO CERÂMICO E
BLOCO DE CONCRETO CELULAR AUTOCLAVADO, COMO
ALVENARIA DE VEDAÇÃO, NO CUSTO DE UMA EDIFICAÇÃO
EM CONCRETO ARMADO
Por
Henrique Fracari Fonseca
Trabalho de Conclusão de curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil,
Centro de Tecnologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM,RS),
como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil
Orientador: Prof. Dr. Almir Barros da S. Santos Neto
Santa Maria, RS, Brasil
2017
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de tecnologia
Curso de Engenharia Civil
A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de Conclusão de Curso:
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O USO DE BLOCO
CERÂMICO E BLOCO DE CONCRETO CELULAR
AUTOCLAVADO, COMO ALVENARIA DE VEDAÇÃO, NO
CUSTO DE UMA EDIFICAÇÃO EM CONCRETO ARMADO
Elaborado por
Henrique Fracari Fonseca
Como requisito parcial para obtenção do grau de
Engenheiro Civil
Comissão Examinadora
______________________________________________
Almir Barros da S. Santos Neto, Dr. (UFSM)
(Presidente/Orientador)
______________________________________________
André Lübeck, Dr. (UFSM) (Professor convidado)
______________________________________________
Rogerio C. Antocheves de Lima, Dr. (UFSM) (Professor convidado)
Santa Maria, 06 de Julho de 2017
RESUMO
Trabalho de Conclusão de Curso
Curso de Engenharia Civil
Universidade Federal de Santa Maria
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O USO DE BLOCO
CERÂMICO E BLOCO DE CONCRETO CELULAR
AUTOCLAVADO, COMO ALVENARIA DE VEDAÇÃO, NO
CUSTO DE UMA EDIFICAÇÃO EM CONCRETO ARMADO
AUTOR: HENRIQUE FRACARI FONSECA ORIENTADOR: ALMIR BARROS da S. SANTOS NETO
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 06 de julho de 2017
Os edifícios com estrutura de concreto armado utilizam-se de alvenaria de
vedação a fim de compor as divisórias internas e externas e de proporcionar isolamento
térmico e acústico, sem apresentar função estrutural. Essas alvenarias são constituídas
de blocos de vedação. Neste sentido foram escolhidos para estudo nesta pesquisa o
bloco cerâmico vazado e o bloco de concreto celular autoclavado, o primeiro por ser o
mais utilizado, e o segundo por sua utilização vir crescendo nos últimos anos. Este
trabalho propõe uma investigação a respeito desses materiais a fim de traçar um
comparativo do emprego desses blocos nos custos da estrutura e da alvenaria de um
edifício. O trabalho parte de um projeto arquitetônico no qual desenvolve-se um projeto
estrutural utilizando o programa Eberick V9. Foram dimensionadas as estruturas para
dois edifícios considerando as duas opções de bloco de vedação, analisando sua
estabilidade global e consumo de materiais. Por fim, realizou-se um orçamento
englobando os custos referentes à estrutura e à alvenaria para os edifícios analisados.
Palavras chave: Bloco cerâmico, bloco de concreto celular autoclavado, alvenaria de
vedação, análise estrutural, custos.
Lista de Tabelas
Tabela 1 – Peso específico dos materiais de construção ................................................ 34
Lista de Figuras
Figura 1 – Bloco de concreto celular autoclavado. ........................................................ 14
Figura 2 – Execução de alvenaria em bloco de CCA ..................................................... 15
Figura 3 – Estrutura de concreto armado........................................................................ 17
Figura 4 – Pórtico 3D do edifício modelo. ..................................................................... 29
Figura 5 – Planta baixa do pavimento tipo do edifício modelo. ..................................... 30
Figura 6 – Lançamento estrutural do pavimento Tipo 1. ............................................... 31
Figura 7 – Mapa de Isopletas de velocidade básica (m/s) .............................................. 39
Figura 8 – Configurações das ações de vento do programa Eberick .............................. 40
Figura 9 – Forças devido à ação do vento para cada pavimento da estrutura. ............... 41
Figura 10 – Economia da estrutura do edifício com bloco de CCA ............................... 52
Figura 11 – Economia da concretagem por elemento estrutural. ................................... 53
Lista de Quadros
Quadro 1 – Valores base dos coeficientes de ponderação de resistências...................... 19
Quadro 2 – Combinações últimas usuais. ....................................................................... 22 Quadro 2 (continuação) .................................................................................................. 23 Quadro 3 – Combinações de serviço .............................................................................. 24
Quadro 4 – Coeficientes de ponderação de ações γ𝑓1 e γ𝑓3 para ELU. ....................... 25
Quadro 5 – Valores para o coeficiente de ponderação γ𝑓2. ........................................... 26 Quadro 6 – Composição de execução de alvenaria em bloco de CCA .......................... 28 Quadro 7 – Classes e requisitos para blocos de CCA..................................................... 32 Quadro 8 – Dimensões nominais de blocos de CCA...................................................... 32 Quadro 9 – Dimensões usuais de fabricação dos blocos de CCA. ................................. 32
Quadro 10 – Dimensões de fabricação de blocos cerâmicos de vedação. ...................... 33
Quadro 11 – Classes de agressividade ambiental. .......................................................... 35
Quadro 12 – Correspondência entre a classe de agressividade ambiental e o cobrimento
nominal. .......................................................................................................................... 36 Quadro 13 – Correspondência entre classe de agressividade e qualidade do concreto. . 37 Quadro 14 – Valores limite para verificação de deslocamentos excessivos .................. 44
Quadro 14 (continuação). ............................................................................................... 45 Quadro 15 – Valores limite para deslocamento horizontais do edifício analisado. ....... 46
Quadro 16 – Quantitativo de alvenaria para as opções de bloco de vedação. ................ 47 Quadro 17 – Composições sintéticas de execução de alvenaria. .................................... 47 Quadro 18 – Coeficiente γz para as estruturas. .............................................................. 48
Quadro 19 – Deslocamentos horizontais no topo da edificação. .................................... 49 Quadro 19 – Custos da estrutura do edifício com alvenaria de bloco cerâmico. ........... 50
Quadro 21 - Custos da estrutura do edifício com alvenaria de bloco CCA. ................... 51
Quadro 22 – Diferença de custo entre as estruturas dos edifícios. ................................. 52
Quadro 23 – Custo da alvenaria do edifício com bloco cerâmico. ................................. 53 Quadro 24 – Custo da alvenaria do edifício com bloco cerâmico. ................................. 54 Quadro 25 – Diferença de custo da alvenaria de vedação dos edifícios......................... 54 Quadro 26 – Proporção entre custo dos insumos e mão de obra nos custos das
composições de execução de alvenaria. ......................................................................... 55 Quadro 27 – Comparativo do custo total para os edifícios............................................. 55
SUMÁRIO
1 Introdução .................................................................................................................. 10
1.1 Justificativa ........................................................................................................... 12
1.2 Objetivos ............................................................................................................... 12
1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 12
1.2.2 Objetivos Específicos ..................................................................................... 12
2. Fundamentação teórica ............................................................................................ 13
2.1 Concreto Celular Autoclavado (CCA) .................................................................. 13
2.2 Bloco cerâmico ..................................................................................................... 15
2.3 Concreto armado ................................................................................................... 16
2.4 Dimensionamento em Concreto Armado ............................................................. 17
2.4.1 Método dos estados limites ............................................................................ 18
2.4.2 Ações .............................................................................................................. 20
2.4.2.1 Ações Permanentes .................................................................................. 20
2.4.2.2 Ações Variáveis ....................................................................................... 20
2.4.3.1 Combinações últimas ............................................................................... 21
2.4.3.2 Combinações de serviço .......................................................................... 23
2.4.4 Coeficientes de ponderação de ações ............................................................. 24
2.5 Orçamento ............................................................................................................. 27
2.5.1 SINAPI ........................................................................................................... 27
2.5.2 Composições de custos unitários ................................................................... 27
3 Metodologia ................................................................................................................ 29
3.1 Programa Eberick ................................................................................................. 29
3.2 Projeto arquitetônico e lançamento estrutural ...................................................... 30
3.2 Descrição dos materiais ........................................................................................ 31
3.2.1 Bloco de concreto celular autoclavado........................................................... 31
3.2.2 Bloco cerâmico ............................................................................................... 33
3.3 Considerações de projeto ...................................................................................... 34
3.3.1 Classe de Agressividade Ambiental ............................................................... 34
3.3.2 Cobrimento nominal ....................................................................................... 35
3.3.3 Classe de concreto .......................................................................................... 36
3.3.4 Características do solo .................................................................................... 37
3.4 Ações .................................................................................................................... 37
3.4.1 Ações permanentes ......................................................................................... 38
3.4.3 Ações variáveis .............................................................................................. 38
3.4.4 Ações do vento ............................................................................................... 38
3.4.6 Combinações de ações ................................................................................... 41
3.5 Estabilidade Global ............................................................................................... 41
3.5.1 Coeficiente γz ................................................................................................. 42
3.5.2 Deslocamento Horizontal limite..................................................................... 43
3.6 Levantamento dos custos ...................................................................................... 46
3.6.1 Custos da estrutura ......................................................................................... 46
3.6.2 Custos da alvenaria......................................................................................... 46
4 Análise dos resultados ............................................................................................... 48
4.1 Estabilidade global ................................................................................................ 48
4.1.1 Coeficiente γz ................................................................................................. 48
4.1.2 Deslocamento horizontal ................................................................................ 49
4.2 Custos .................................................................................................................... 49
4.2.1 Custos da Estrutura......................................................................................... 50
4.2.2 Custo da alvenaria .......................................................................................... 53
4.2.3 Custo total ...................................................................................................... 55
5 Conclusões e discussões ............................................................................................. 56
5.1 Sugestões para trabalhos futuros ........................................................................... 57
6 Referências Bibliográficas ........................................................................................ 58
Anexo 1 – Plantas arquitetônicas ................................................................................ 59
Anexo 2 – Plantas de fôrma das estruturas ................................................................ 62
Anexo 3 – Composições analíticas ............................................................................... 66
10
1 Introdução
Na atual conjuntura econômica, o mercado da construção civil brasileiro
atravessa uma fase de instabilidade. Após o crescimento impulsionado pelas obras da
Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, o setor da construção civil
enfrenta queda nos últimos anos. Essa situação deve-se a diversos fatores, dentre eles,
destaca-se a limitação de crédito, a queda do consumo, o menor investimento público e
privado e as altas taxas de juros.
Para enfrentar este cenário desfavorável, as empresas do setor buscam
racionalizar as construções, investir em planejamento e corte de custos de produção. A
redução dos custos de produção está relacionada com a escolha do sistema construtivo a
ser utilizado, assim como, dos materiais a serem empregados. Essa decisão tem impacto
significativo nos custos e no desempenho final de uma edificação.
Segundo Giongo (2007) a escolha do tipo de estrutura para edifícios residenciais
e comerciais depende de fatores essencialmente econômicos, pois as condições técnicas
para se desenvolver o projeto estrutural e as condições para a construção são de
conhecimento da engenharia.
Este trabalho trata de estruturas de concreto armado, estas são o sistema
construtivo mais popular no Brasil, tanto para construção de edifícios residenciais e
comerciais, quanto para residências. A popularidade desse sistema construtivo deve-se,
principalmente, ao seu baixo custo, às suas técnicas construtivas difundidas em todo o
país e à sua adaptação a concepções arquitetônicas diversas.
As estruturas de concreto armado utilizam-se de alvenaria de vedação, a fim de
compor as divisórias internas e externas e de proporcionar isolamento térmico e
acústico. Essas alvenarias não apresentam função estrutural e são constituídas de blocos
de vedação.
A análise proposta neste trabalho trata-se de uma comparação dos custos da
alvenaria e da estrutura de um edifício em concreto armado, considerando dois tipos de
bloco de vedação. Para isso, foram escolhidos o bloco cerâmico vazado e o bloco de
Concreto Celular Autoclavado (CCA), o primeiro por ser o mais utilizado, e o segundo
por sua utilização vir crescendo nos últimos anos.
O bloco cerâmico vazado apresenta bom isolamento térmico e acústico. A
grande oferta deste material nas olarias torna-o a opção mais econômica para alvenaria
11
de vedação. Esse material não exige mão de obra qualificada, tendo técnicas simples de
execução.
No entanto, a busca por soluções que possam resultar em alvenarias mais leves,
visando economia de estrutura, vem destacando-se. Nesse contexto, o concreto celular
autoclavado surge como uma alternativa, este material possui estrutura porosa, o que
resulta em um peso específico inferior quando comparados aos materiais cerâmicos
convencionais. Essa redução de peso específico pode acarretar em economia de
concreto e aço, na superestrutura e fundações.
Além de proporcionar uma alvenaria mais leve, o bloco de CCA apresenta
melhor isolamento térmico e acústico que o bloco cerâmico, isso torna possível a
execução de paredes com menor espessura e com desempenho superior.
Entretanto, o concreto celular autoclavado requer um processo de fabricação
mais elaborado e matérias-primas mais caras, o que torna o custo da alvenaria de bloco
de CCA superior quando comparado com a de bloco cerâmico.
Nesse trabalho, analisou-se duas estruturas de mesma altura em concreto
armado, constituídas por lajes maciças, elementos de vigas, pilares, e fundações. Foi
utilizando o bloco cerâmico como elemento de vedação em uma das estruturas e bloco
de CCA na outra. Estas foram dimensionadas utilizando um programa comercial de
dimensionamento de estruturas, em conformidade com as prescrições da ABNT NBR
6118:2014.
Após o dimensionamento das estruturas, realizou-se um levantamento dos
quantitativos de materiais a serem empregados na estrutura e alvenaria, considerando as
duas opções de blocos de vedação. A partir destes quantitativos, foi possível a
realização do orçamento, a fim de analisar as consequências do emprego das duas
opções de bloco de vedação, nos custos das estruturas e alvenarias da edificação
analisada.
12
1.1 Justificativa
O tema escolhido para esse trabalho relaciona-se ao crescimento do emprego do
bloco de concreto celular autoclavado e aos benefícios que este material pode
proporcionar a uma edificação.
Este trabalho propõe uma análise comparativa entre o emprego do bloco de CCA
e do bloco cerâmico, como alvenaria de vedação, avaliando os custos das etapas da
estrutura e da alvenaria. É fato que estas etapas corresponderem à significativa parcela
no custo final de um edifício, isso torna importante a análise proposta neste trabalho.
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
Comparar os custos da estrutura e alvenaria de um edifício em concreto armado,
considerando o emprego de blocos cerâmicos e de blocos de concreto celular
autoclavado como alvenaria de vedação.
1.2.2 Objetivos Específicos
a) Modelar e dimensionar estruturas em concreto armado, utilizando um
programa comercial, considerando o uso das opções de bloco de vedação
apresentadas;
b) Analisar os custos da estrutura, considerando insumos e mão de obra,
para as opções de bloco de vedação abordadas;
c) Analisar os custos da alvenaria vedação, considerando insumos e mão de
obra, para as duas opções de bloco abordadas;
d) Analisar a estabilidade global das estruturas propostas;
13
2. Fundamentação teórica
Este capítulo aborda conceitos relacionados aos blocos de vedação, concreto
armado, dimensionamento de estruturas e orçamento.
2.1 Concreto Celular Autoclavado (CCA)
O concreto celular autoclavado é produzido a partir da mistura de areia, cal,
cimento e pó de alumínio. Primeiramente, mistura-se areia, cal e cimento em proporções
específicas, em seguida, adiciona-se água e pó de alumínio, formando uma pasta. Após
a mistura, a pasta é colocada em moldes cúbicos onde deixa-se a mistura repousar. Essa
fase chama-se pré-cura, nela ocorre a expansão e o início da hidratação do cimento.
Após cerca de uma hora, a pasta adquire resistência suficiente para que os blocos sejam
cortados, com a utilização de fios metálicos.
Os blocos devidamente cortados são introduzidos em autoclaves, onde ocorre a
cura sob temperaturas entre 180 e 200°C e uma pressão de 12 atmosferas, este processo
dura, em média, 12 horas. Durante o processo de cura em autoclave, ocorre reação
química entre a cal livre presente no cimento e a sílica formando os silicatos de cálcio,
estes conferem resistência mecânica e estabilidade dimensional ao material.
A expansão da mistura que compõe o CCA se deve à adição do pó de alumínio,
que provoca a liberação de gás hidrogênio formando bolhas esféricas e não interligadas.
Essas bolhas de gás tornam o material altamente poroso e compõem sua estrutura
celular. A estrutura do CCA é compostas de macrocélulas, com dimensões que variam
entre 0,5 e 2 mm, e microcélulas com dimensões capilares.
Dependendo da classe, a estrutura aerada do CCA pode corresponde a até 80%
do volume final, isso confere ao material um baixo peso específico. A alvenaria em
bloco de CCA utilizada neste trabalho apresenta peso específico de 580 kg/m³.Na
Figura 1, pode-se visualizar aparência dos blocos de CCA.
14
Figura 1 – Bloco de concreto celular autoclavado.
Fonte: Precon (2016).
O bloco de CCA, devido a sua estrutura celular, apresenta um excelente
isolamento térmico e acústico. Segundo Azeredo (1977), o bloco de CCA é da ordem de
quatro a oito vezes mais isolante do que o tijolo comum e de oito a dez vezes mais que o
concreto. Esse material é incombustível e pode ser aplicado como proteção contra o
fogo.
Conforme a norma ABNT NBR 13438:2013 os blocos de CCA são:
“Componentes de edificações, maciços, com função estrutural ou não, utilizados
principalmente para a construção de paredes internas e externas e preenchimentos de
lajes.”
O bloco de CCA utilizado neste trabalho possui dimensões de 10 cm x 30 cm x
60 cm (espessura x altura x comprimento). Devido às dimensões superiores em relação
aos blocos convencionais e o baixo peso específico a utilização de blocos de CCA
possibilita aumento de produtividade na execução de paredes de alvenaria. Segundo
dados do SINAPI, considerando as dimensões de bloco utilizadas neste trabalho, a
elevação de alvenaria em bloco de CCA é 4,3 vezes mais rápida que a em bloco
cerâmico. Na Figura 2, pode-se visualizar a execução de alvenaria em bloco de CCA
15
Figura 2 – Execução de alvenaria em bloco de CCA
Fonte: Construpor (2017).
Este material possui comportamento semelhante ao das madeiras podendo ser
facilmente serrado, escarificado e furado utilizando ferramentas convencionais de
carpintaria. Essa característica possibilita o aproveitamento de partes de blocos
restantes, além de maior facilidade de instalações embutidas nas paredes, reduzindo
assim o desperdício de materiais.
2.2 Bloco cerâmico
Segundo a ABNT NBR 15270:2005, os blocos cerâmicos para vedação
constituem as alvenarias externas e internas que não tem função de resistir cargas
verticais, além do peso da alvenaria que fazem parte. Esses blocos possuem forma de
prisma reto, são produzidos para serem usados com furos na horizontal. Existem,
também, blocos cerâmicos de vedação produzidos com furos na vertical.
O bloco cerâmico utilizado neste trabalho possui dimensões de 11,5 cm x 19 cm
x 19 cm (espessura x altura x comprimento) com furos na horizontal.
Este material é fabricado basicamente com argila, moldado por extrusão e
queimado a uma temperatura (em torno de 800°C) que permita ao produto final atender
às condições determinadas nas normas técnicas (YAZIGI, 1997).
As cerâmicas comumente utilizadas para a produção de blocos são as chamadas
cerâmicas vermelhas. A coloração avermelhada desse tipo de material ocorre devido à
utilização de argilas sedimentares com altos teores de compostos de ferro.
O processo de fabricação das cerâmicas inicia-se com a extração da argila nas
jazidas, essa etapa ocorre a céu aberto preferencialmente nos meses de menor
16
precipitação, podendo ser realizada manualmente ou mecanizada. O material é
transportando e armazenado. A preparação da massa cerâmica consiste na mistura de
diversos tipos de argila com água.
A massa é moldada por extrusão, que consiste na aplicação de por pressão por
meio de um pistão ou eixo helicoidal, fazendo com que a massa a passe através de um
bocal com formato apropriado ao tipo de peça a ser produzida. Após a extrusão, os
blocos são cortados nas devidas dimensões e deixados secar.
Após o processo de secagem, os blocos sofrem queima em fornos com
temperaturas entre 800º C a 1.000º C, nessa etapa as peças adquirem suas propriedades
finais.
2.3 Concreto armado
Segundo Carvalho e Figueiredo Filho (2014), o concreto é obtido da mistura
adequada de cimento, agregado fino, agregado graúdo e água. É possível, também,
adição de produtos químicos ou outros materiais com o intuito de melhorar algumas
propriedades com trabalhabilidade e resistência.
Esse material é muito durável e possui boa resistência a compressão porém sua
baixa resistência a tração impossibilita sua utilização como elemento estrutural. O
emprego do concreto como estrutura na construção civil só foi possível com a
associação deste material com o aço, que possui resistência a tração, em média 10 vezes
superior ao do concreto. Dessa associação de materiais surgiu o concreto armado.
Atribui-se a invenção do concreto armado ao francês Joseph Lambot, que em
1855 construiu um barco feito de argamassa de cimento reforçada com barras de ferro.
O concreto armado consiste na associação entre concreto simples e barras de aço,
chamadas armaduras, de tal forma que ambos os materiais devidamente aderidos
resistam conjuntamente aos esforços solicitantes.
O concreto é um material resiste a fogo, a desgaste mecânico, a choques e a
vibrações. Esse material é econômico quando comparado a outros sistemas estruturais,
visto que é composto de matérias-primas relativamente baratas, além de necessita de
equipamentos simples para preparo, transporte e adensamento, não exigindo mão de
obra especializada.
As estruturas de concreto armado podem ser pré-moldadas ou moldadas no local
da utilização. No caso de estruturas pré-moldadas, cada elemento é produzido de
17
maneira independente e seu dimensionamento é feito isoladamente. Nas estruturas
moldadas in-loco, o concreto endurecido adere ao que é lançado posteriormente
possibilitando a execução de estruturas monolíticas, ou seja, em que há a transmissão
dos esforços entre a estrutura. Na Figura 3, observa-se uma estrutura de concreto
armado em fase de construção.
Figura 3 – Estrutura de concreto armado.
Fonte: Blog Construir (2013)
2.4 Dimensionamento em Concreto Armado
Com popularização do concreto armado como material empregado na construção
civil surgiram as primeiras normas sobre o assunto ainda no século XX, com o intuito
de promover uma padronização do material, garantir segurança e qualidade. No Brasil,
o dimensionamento de estruturas de concreto armado é regido, principalmente, pela
NBR 6118 de 2014, que abrange a fase de projeto estrutural.
O projeto estrutural consiste no dimensionamento de uma estrutura para a
sustentação de uma determinada edificação, assim como especificar os materiais a
serem empregados. Neste contexto:
A finalidade do cálculo estrutural é garantir, com segurança adequada, que a
estrutura mantenha certas características que possibilitem a utilização
satisfatória da construção, durante sua vida útil, para as finalidades às quais
foi concebida. (CARVALHO E FIGUEIREDO FILHO, 2014, p. 46).
18
2.4.1 Método dos estados limites
Esse método de dimensionamento consiste em garantir que as solicitações,
correspondentes às cargas majoradas, sejam menores que as solicitações últimas,
minoradas por coeficientes de ponderação de resistências.
Segundo a ABNT NBR 6118:2014, as resistências não podem ser menores que
as solicitações e devem ser verificadas em relação a todos os estados limites e todos os
carregamentos especificados para o tipo de construção considerado, aplicando-se a
condição:
𝑅𝑑 ≥ 𝑆𝑑 (1)
Onde:
𝑅𝑑 – Resistências de cálculo;
𝑆𝑑 – Solicitações de cálculo;
Os estados limites considerados no dimensionamento de estruturas de concreto
armado são os estados limites últimos (ELU) e os estados limites de serviço (ELS).
O estado limite último corresponde ao colapso, ou qualquer outra forma de ruína
estrutural, que determina a paralisação do uso da estrutura. Segundo a ABNT NBR
6118:2014, a segurança das estruturas de concreto deve sempre ser verificada em
relação aos seguintes estados limites últimos:
a) Perda do equilíbrio da estrutura, admitida como corpo rígido;
b) Esgotamento da capacidade resistente da estrutura, em seu todo ou em
parte, por causa de solicitações normais e tangenciais;
c) Esgotamento da capacidade resistente da estrutura, em seu todo ou em
parte, considerando os esforços de segunda ordem;
d) Provocado por solicitações dinâmicas;
e) Colapso progressivo;
f) Esgotamento da capacidade resistente da estrutura, no seu todo ou em
parte, considerando exposição a fogo;
g) Esgotamento da capacidade resistente da estrutura, considerando ações
sísmicas;
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h) Outros que, eventualmente, possam ocorre em casos especiais;
Os estados limites de serviço com base na ABNT NBR 6118:2014 são aqueles
relacionados ao conforto do usuário, à durabilidade, à aparência e boa utilização das
estruturas, seja em relação aos usuários, ou em relação às máquinas e aos equipamentos
utilizados. Exige-se a verificação dos seguintes estados limites de serviço:
a) Formação de fissuras (ELS-F): inicia-se com a formação de fissuras;
b) Abertura de fissuras (ELS-W): estado em que as fissuras apresentam
aberturas iguais a valores máximos previstos na norma em questão;
c) Deformação excessiva (ELS-DEF): estado em que a apresenta-se
deformações que atingem os limites estabelecidos para a utilização
normal da estrutura, definidos na norma em questão;
d) Vibrações excessivas (ELS-VE): estado em que as vibrações atingem os
limites estabelecidos para a utilização normal da construção;
Os valores de cálculo das resistências (𝑓𝑑) são obtidos através das resistências
características (𝑓𝑘), por meio da Equação 2:
𝑓𝑑 =𝑓𝑘
𝛾𝑚 (2)
Onde:
𝛾𝑚 – Coeficiente de ponderação das resistências.
Os valores base dos coeficientes de ponderação das resistências (𝛾𝑚), para o
estado limite último (ELU), para as devidas combinações de ações, tem seus valores
base expostos no Quadro 1.
Quadro 1 – Valores base dos coeficientes de ponderação de resistências.
Fonte: ABNT NBR 6118:2014.
20
2.4.2 Ações
Segundo Carvalho e Figueiredo Filho (2015), ações são qualquer influência, ou
conjunto de influências, capaz de produzir estado de tensão ou deformação em uma
estrutura.
2.4.2.1 Ações Permanentes
Com base na ABNT NBR 6118:2014 ações permanentes são as que ocorrem
praticamente constantes durante toda a vida útil da edificação. Também são
consideradas constantes ações que crescem durante o tempo, tendendo a um valor
constante. Estas devem ser consideradas com seus valores mais desfavoráveis para a
segurança da edificação.
As ações permanentes podem ser divididas em diretas e indiretas. As ações
permanentes diretas são referentes aos pesos próprios da estrutura, dos elementos
construtivos, das instalações e empuxos permanentes. As ações permanentes indiretas
são constituídas por deformações impostas por retração e fluência do concreto,
deslocamentos de apoio, imperfeições geométricas e protensão.
2.4.2.2 Ações Variáveis
Segundo a ABNT NBR 6118:2014, as ações variáveis são as que sofrem
alterações significativas durante a vida útil da edificação, sendo classificadas como
diretas e indiretas.
As ações variáveis diretas são referentes às cargas acidentais devido ao uso da
construção, pela ação da água e do vento, tais como, cargas móveis, impactos verticais e
laterais, forças longitudinais de frenação ou aceleração e força centrífuga. Ações
variáveis indiretas são relacionadas a variações uniformes e não uniformes de
temperatura e por ações dinâmicas.
21
2.4.3 Combinações de ações
Segundo a ABNT NBR 6118:2014, um carregamento é definido pela
combinação de ações que têm probabilidades não desprezíveis de atuarem
simultaneamente sobre a estrutura durante um período preestabelecido.
Conforme a norma a combinação de ações deve ser feita de maneira que possam
ser determinados os efeitos mais desfavoráveis a estrutura. A verificação de segurança
em relação aos estados limites último (ELU) e aos de serviço (ELS) são realizadas
através de combinações de últimas e de combinações de serviço, respectivamente.
2.4.3.1 Combinações últimas
Para as combinações últimas são consideradas as ações permanentes e a ação
variável principal, com seus valores característicos, e as demais ações variáveis,
consideradas secundárias, com seus valores reduzidos de combinação. As combinações
últimas podem ser classificadas normal, especial e excepcional. No Quadro 2 estão
expostas as combinações últimas usuais.
22
Quadro 2 – Combinações últimas usuais.
Fonte: ABNT NBR 6118:2014.
Onde:
𝛾𝑔 - corresponde ao coeficiente de ponderação das ações permanentes
(consideradas em conjunto);
𝛾𝑔𝑖 - é o coeficiente de ponderação de cada uma das ações permanentes
(consideradas separadamente);
𝛾𝑞 - é o coeficiente de ponderação das ações variáveis (consideradas
conjuntamente);
𝛾𝑞1 - é o coeficiente de ponderação da ação variável considerada como ação
principal para a combinação, quando as ações variáveis são consideradas
separadamente;
𝛾𝑞𝑗 - é o coeficiente de ponderação de cada uma das demais ações variáveis,
quando as ações variáveis são consideradas separadamente.
23
Quadro 2 (continuação)
Fonte: ABNT NBR 6118:2014.
2.4.3.2 Combinações de serviço
De acordo com a norma ABNT NBR 6118:2014 as combinações de serviço são
classificadas como estabelecido a seguir:
a) Quase permanentes: podem atuar durante grande parte do período de
vida da estrutura, e sua consideração pode ser necessária na verificação
do estado limite de deformações excessivas;
b) Frequentes: repetem-se várias vezes durante o período de vida da
estrutura, e sua consideração pode ser necessária na verificação dos
estados limites de formação de fissuras, de abertura de fissuras e de
vibrações excessivas;
c) Raras: ocorrem durante o período de vida da estrutura, e sua
consideração pode ser necessária na verificação do estado-limite de
formação de fissuras;
24
As combinações de serviço usuais em edificações constam no Quadro 3.
Quadro 3 – Combinações de serviço
Fonte: ABNT NBR 6118:2014.
2.4.4 Coeficientes de ponderação de ações
Segunda a ABNT NBR 6118:2014, as ações devem ser majoradas pelo
coeficiente de ponderação γ𝑓, este é obtido pelo produto de outros três coeficientes
parciais através da Equação 3:
γ𝑓 = γ𝑓1. γ𝑓2. γ𝑓3 (3)
Sendo que o coeficiente γ𝑓1 considera a variabilidade das ações, γ𝑓2 considera a
simultaneidade das ações e o coeficiente γ𝑓3 considera os possíveis desvios gerados na
construção e as aproximações feitas em projeto.
25
Segundo Carvalho e Figueiredo Filho (2014), o desdobramento do coeficiente de
ponderação em coeficientes parciais permite que os valores gerais especificados para
γ𝑓 possam ser discriminados em função das peculiaridades dos diferentes tipos de
estruturas e materiais considerados.
Os valores de dos coeficientes de ponderação γ𝑓1 e γ𝑓3, das ações no estado
limite último (ELU) são apresentados no Quadro 4.
Quadro 4 – Coeficientes de ponderação de ações γ𝑓1 e γ𝑓3 para ELU.
Fonte: ABNT NBR 6118:2014.
O valores para o coeficiente γ𝑓2, é discriminado em outros 3 fatores de redução
de combinação, sendo eles: ψ 1 fator de redução de combinação para o ELU, ψ 2 fator
de redução frequente para ELS e ψ 3 fator de redução permanete para o ELS. Os valores
para o coeficiente de ponderação constam no Quadro 5.
26
Quadro 5 – Valores para o coeficiente de ponderação γ𝑓2.
Fonte: ABNT NBR 6118:2014.
Para o estado limite de serviço (ELS), o coeficientes de combinação γ𝑓 é
considerado igual ao coeficiente γ𝑓2, e tem os valores de ѱ 1 e ψ 2 obtidos através do
Quadro 5.
Onde:
γ𝑓2 = 1 para combinações raras;
γ𝑓2 = ψ 1 para combinações frequentes;
γ𝑓2 = ψ 2 para combinações quase permanetes;
27
2.5 Orçamento
Segundo Mattos (2006), independentemente de localização, recursos, prazo,
cliente e tipo de projeto, uma obra é eminentemente uma atividade econômica e, como
tal, o aspecto custo reveste-se de especial importância.
Segundo Avila, Liberato e Lopes (2003), orçar é quantificar insumos, mão de
obra, ou equipamentos necessários à realização de uma obra ou serviço, bem como os
respectivos custos e tempo de duração dos mesmos.
O orçamento basicamente divide-se em fases, sendo elas: identificação das
etapas, levantamento dos quantitativos, discriminação dos custos diretos e indiretos,
cotação de preços e definição de encargos sociais e trabalhistas.
2.5.1 SINAPI
Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI)
estabelece regras e critérios para elaboração do orçamento de obras e serviços de
engenharia, contratados e executados com recursos dos orçamentos da União, para
obtenção de referência de custo.
A gestão do SINAPI é realizada em conjunto pela Caixa Econômica Federal que
é responsável pela base técnica de engenharia, e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) que responsável pela pesquisa de preços.
Os preços de insumos e custos de composições do SINAPI abrangem materiais,
mão de obra e equipamentos, estes são utilizados em composições de serviços mais
frequentes na construção civil.
2.5.2 Composições de custos unitários
Segundo Mattos (2006), composição de custos trata-se de uma tabela que
apresenta todos os insumos considerados diretamente na execução de uma unidade de
serviço, com seus respectivos custos unitários. No Quadro 6, pode-se observar as
composições referentes a execução de alvenaria.
28
Quadro 6 – Composição de execução de alvenaria em bloco de CCA
73863/1
Alvenaria com blocos de concreto celular
10x30x60cm, espessura 10cm, assentados com
argamassa traço 1:2:9 (cimento, cal e areia)
preparo manual
m² Índice Custo
unitário
Custo
total
Insumo 00367 Areia grossa - posto jazida/fornecedor (retirado na
jazida, sem transporte) m³ 0,0073 R$ 55,00 R$ 0,40
Insumo 00674 Bloco vedação concreto celular autoclavado 10 x 30
x 60 cm (e x a x c) m² 1,0300 R$ 50,43 R$ 51,94
Insumo 01107 Cal virgem comum para argamassas (NBR 6453) kg 0,9720 R$ 0,69 R$ 0,67
Insumo 01379 Cimento portland composto CP II-32 kg 0,9720 R$ 0,56 R$ 0,54
Composicao 88309 Pedreiro com encargos complementares h 0,3000 R$ 16,13 R$ 4,84
Composicao 88316 Servente com encargos complementares h 0,1500 R$ 13,17 R$ 1,98
29
3 Metodologia
A metodologia do presente trabalho parte de um projeto arquitetônico de um
edifício residencial. A análise realizou-se considerando dois edifícios com mesma
arquitetura, sendo um deles utilizando blocos cerâmicos como alvenaria de vedação, e o
outro blocos de concreto celular autoclavado. Adotou-se o mesmo lançamento estrutural
para as estruturas dos edifícios, ou seja, os elementos estruturais de vigas e pilares estão
dispostos nas mesmas posições. A diferença na estrutura dos edifícios foi observada nas
dimensões dos elementos estruturais e nas armaduras após o dimensionamento.
Através do programa Eberick V9, as estruturas foram analisadas e
dimensionadas de acordo com as recomendações da ABNT NBR 6118:2014. Após o
dimensionamento, obteve-se o relatório quantitativo de materiais para a estrutura, e este
foi utilizado posteriormente na análise dos custos da estrutura.
3.1 Programa Eberick
O Eberick é um programa comercial para projeto estrutural em concreto armado,
desenvolvido pela empresa brasileira AltoQi. Este programa possibilita lançamento,
análise, dimensionamento e detalhamento de estruturas de concreto armado, com base
na norma ABNT NBR 6118:2014. Na Figura 4, observa-se a visualização
tridimensional da estrutura modelada no programa.
Figura 4 – Pórtico 3D do edifício modelo.
Fonte: Do autor (2017).
30
O programa analisa a estrutura através de um pórtico espacial composto barras
ligadas por nós que simulam o comportamento das vigas e pilares da estrutura. Os
esforços solicitantes, necessários para o dimensionamento, são obtidos através da
análise do pórtico espacial.
Por fim, o programa realiza o detalhamento dos elementos estruturais, com base
na norma ABNT NBR 6118:2014 e fornece resumo dos materiais a serem empregados
para o projeto.
3.2 Projeto arquitetônico e lançamento estrutural
O projeto arquitetônico que serviu de base para este trabalho consiste em um
edifício residencial de 7 pavimentos. Este apresenta 5 pavimentos tipo, cada um com
dois apartamentos, um pavimento térreo em pilotis com vagas de garagem e um
pavimento ático contendo reservatório superior e casa de máquinas. A edificação
analisada neste trabalho possui 20,30 m de altura e 702,97 m² de área total. A Figura 5
apresenta a planta baixa do pavimento tipo do edifício, sendo as demais plantas
arquitetônicas encontradas no Anexo 1.
Figura 5 – Planta baixa do pavimento tipo do edifício modelo.
Fonte: do autor (2017).
Segundo Gingo (2007), a posição ocupada pelos elementos estruturais deve estar
de acordo com projeto arquitetônico. O projeto estrutural deve atender todas as
exigências quanto a transferência de ações e segurança da edificação, contudo, estando
em harmonia com o ambiente que o cerca.
31
O lançamento estrutural foi escolhido de modo a se obter uma composição
simétrica, buscando maior facilidade de dimensionamento e execução. Buscou-se,
sempre que possível, maiores vãos entre pilares para não prejudicar as vagas de
garagem do pavimento térreo. Outra preocupação na fase de lançamento foi “esconder”
os elementos estruturais (vigas e pilares) dentro das paredes com o intuito de preservar a
estética Na Figura 6 é apresentada a planta de formas dos pavimentos tipo da edificação,
sendo as demais plantas de fôrmas encontradas no Anexo 2.
Figura 6 – Lançamento estrutural do pavimento Tipo 1.
Fonte: Do autor (2017).
3.2 Descrição dos materiais
3.2.1 Bloco de concreto celular autoclavado
Segundo a ABNT NBR 13438:2013, os blocos de CCA são classificados através
de seus valores de resistência à compressão e densidade aparente seca, conforme os
requisitos do Quadro 7.
32
Quadro 7 – Classes e requisitos para blocos de CCA.
Fonte: NBR 13438 (ABNT, 2013).
Conforme a norma em questão, as dimensões nominais dos blocos de CCA são
recomendadas conforme o Quadro 8.
Quadro 8 – Dimensões nominais de blocos de CCA.
Espessura (mm) Altura (mm) Comprimento (mm)
>75 >200 ≥200
Fonte: NBR 13438, item 4.4.2 (ABNT,2013).
Os blocos de CCA têm dimensões usuais de fabricação conforme o Quadro 9,
sendo mais comum nas dimensões de 30 cm x 60 cm (altura x comprimento), variando
em espessura.
Quadro 9 – Dimensões usuais de fabricação dos blocos de CCA.
Altura x Comprimento (cm)
Espessura
(cm)
30 x 60
7,5
10
12,5
15
17,5
20
30 x 25
7,5
10
12,5
15
17,5
20
Fonte: Precon (2015).
33
O bloco de concreto celular autoclavado utilizado neste trabalho foi o bloco
classe C25, que possui dimensões de 10 cm x 30 cm x 60 cm (espessura x altura x
comprimento). Este bloco foi escolhido pois é amplamente utilizado como alvenaria de
vedação, além de ser um material normatizado. Essa classe de blocos apresenta
densidade aparente seca de 550 kg/m³, porém foi adotado um peso específico de cálculo
de 580 kg/m³, conforme recomendação do fabricante.
3.2.2 Bloco cerâmico
Segundo a ABNT NBR 15270-1:2005, os blocos cerâmicos do tipo vedação
possuem as dimensões de fabricação conforme o Quadro 10
Quadro 10 – Dimensões de fabricação de blocos cerâmicos de vedação.
Fonte: NBR 15270-1, adaptado do item 4.6.3 (ABNT, 2005).
34
O bloco cerâmico escolhido para este trabalho é vazado com furos na horizontal
e possui dimensões de 11,5 cm x 19 cm x 19 cm (largura x altura x comprimento). Este
bloco foi escolhido por ser um produto normatizado, largamente utilizado e por possuir
uma espessura semelhante ao do bloco de CCA adotado.
Segundo a ABNT NBR 6120:1980, o peso específico de cálculo dos blocos
cerâmicos vazados é de 13 kN/m³, como consta na Tabela 1.
Tabela 1 – Peso específico dos materiais de construção
Fonte: NBR 6120, adaptada do item 2.2 (ABNT, 1980).
3.3 Considerações de projeto
Neste item serão abordas as considerações referentes à classe de agressividade
ambiental, ao cobrimento nominal, à classe de concreto e aos carregamentos e ações.
3.3.1 Classe de Agressividade Ambiental
Segundo a ABNT NBR 6118:2014, a classe de agressividade ambiental de uma
edificação é obtida através do Quadro 11.
35
Quadro 11 – Classes de agressividade ambiental.
Fonte: NBR 6118 (ABNT ,2014).
Segundo a norma, as estruturas abordadas neste trabalho são de classe de
agressividade ambiental II, de agressividade moderada, pois localizam-se em ambiente
urbano com pequeno risco de deterioração.
3.3.2 Cobrimento nominal
A partir da classe de agressividade ambiental, define-se os cobrimentos nominais
a serem utilizados nos elementos estruturais da edificação. No Quadro 12 constam os
cobrimentos nominais a serem adotados para cada elemento estrutural, segundo a
ABNT NBR 6118:2014.
36
Quadro 12 – Correspondência entre a classe de agressividade ambiental e o cobrimento
nominal.
Fonte: NBR 6118, tabela 7.2 (ABNT, 2014).
Conforme os requisitos da norma, adotou-se cobrimento nominal de 30 mm para
as vigas e pilares, 25 mm para as lajes e 30 mm para os elementos estruturais em
contato com o solo.
3.3.3 Classe de concreto
Segundo a ABNT NBR 6118:2014, a durabilidade das estruturas está
relacionada com as características do concreto a ser utilizado. Essa norma estipula as
classes de concreto com base na resistência à compressão a serem empregadas em cada
elemento estrutural. O Quadro 13 apresenta a relação entre a classe de agressividade
ambiental e a qualidade do concreto.
37
Quadro 13 – Correspondência entre classe de agressividade e qualidade do concreto.
Fonte: NBR 6118, Tabela 7.1 (ABNT, 2014).
Adotou-se para o projeto, em conformidade com a norma, concreto classe C25
para as vigas e lajes, esta classe apresenta resistência à compressão característica de 25
MPa. Para os pilares e elementos de fundação, adotou-se concreto classe C30, com
resistência característica à compressão de 30 MPa.
3.3.4 Características do solo
Para as edificações abordadas neste trabalho optou-se por fundações superficiais
do tipo sapata isolada. Para o dimensionamento das fundações, em ambas as estruturas,
adotou-se os seguintes parâmetros de resistência do solo:
Tipo de solo: arenoso;
Pressão admissível: 4 kgf/cm²;
Peso específico: 1700 kgf/m³;
Ângulo de atrito: 30°.
3.4 Ações
As ações consideradas neste trabalho estão em conformidade com a ABNT NBR
6120:1980 e ABNT NBR 6118:2014.
38
3.4.1 Ações permanentes
Foram consideradas as ações permanentes diretas decorrentes do peso próprio
dos elementos estruturais, da alvenaria, dos revestimentos, dos equipamentos e do
empuxo d’água do reservatório. As ações permanentes indiretas foram consideradas no
processamento da estrutura feito pelo programa.
Os valores adotados para os carregamentos oriundos das ações permanentes
estão resumidos abaixo:
Peso próprio concreto armado: 25 kN/m³;
Peso próprio bloco cerâmico: 13 kN/m³;
Peso próprio concreto celular: 5,8 kN/m³;
Carregamento referente ao peso próprio do revestimento inferior e
superior das lajes: 1,15 kN/m²;
Carregamento referente ao peso do telhado, uniformemente distribuído
sobre as lajes do pavimento de cobertura: 2 kN/m²;
Carregamento uniformemente distribuído na laje do reservatório (5000
litros): 6 kN/m²;
3.4.3 Ações variáveis
Foram consideradas as ações variáveis diretas referentes ao vento e às cargas
acidentais de utilização, estas estão resumidas abaixo:
Carga acidental nas lajes de salas de estar e dormitórios: 1,5 kN/m²;
Carga acidental nas lajes de cozinhas e áreas de serviço: 2,0 kN/m²;
Carga acidental nas lajes de escadas e corredores de uso comum: 3,0
kN/m²;
Carga acidental na laje da casa de máquinas: 7,5 kN/m²;
3.4.4 Ações do vento
A ação do vento foi calculada pelo software Eberick, em conformidade com a
ABNT NBR 6123:1988 – Forças Devidas ao Vento em Edificações.
Segundo a referida norma, a velocidade básica (𝑉0) deve ser obtida através do
mapa de isopletas, que consta na Figura 7. Para este projeto adotou a velocidade básica
39
de Santa Maria (RS), que segundo o mapa é de aproximadamente 45 m/s, sendo
aplicada na edificação nas duas direções, 0º e 90º.
Figura 7 – Mapa de Isopletas de velocidade básica (m/s)
Fonte: NBR 6123 (ABNT, 1988).
Conforme a norma em questão, para a determinação da velocidade característica
(𝑉𝑘) do vento, utiliza-se a velocidade básica (𝑉0) faz-se uso de 3 fatores, a consta na
equação abaixo:
𝑉𝑘 = 𝑉0. 𝑆1. 𝑆2. 𝑆3 (3)
O fator topográfico “𝑆1” foi adotado com igual a 1, considerando terreno plano
ou pouco acidentado. O fator “𝑆2” relaciona-se com a rugosidade do terreno e com as
dimensões da edificação. Adotou-se um terreno de categoria IV, ou seja, localizado em
cidades pequenas, e com maior dimensão horizontal e vertical entre 20 e 50 m. Para o
40
fator “𝑆3”, denominado fator estatístico, adotou-se valor igual a 1, considerando uma
edificação para fim residencial.
Os dados inseridos no programa referentes aos fatores relacionados as ações do
vento estão indicados na Figura 8.
Figura 8 – Configurações das ações de vento do programa Eberick
Fonte: Do autor (2017).
A partir destes dados, as forças oriundas da ação do vento foram obtidas através
do programa. Na Figura 9, pode-se observar os valores das forças oriundas da ação do
vento em cada pavimento da estrutura.
41
Figura 9 – Forças devido à ação do vento para cada pavimento da estrutura.
Fonte: do autor (2017).
3.4.6 Combinações de ações
As combinações de ações foram realizadas pelo programa Eberick, de maneira a
ser determinados os efeitos mais desfavoráveis a estrutura, em conformidade com a
NBR 6118 (2014). As verificações de segurança são realizadas através de combinações
últimas e de combinações de serviço, em relação aos estados limites último (ELU) e aos
de serviço (ELS), respectivamente.
3.5 Estabilidade Global
Segundo Giongo (2007), a atuação simultânea das ações verticais e horizontais
provocam deslocamentos laterais dos nós da estrutura. Esse feito denomina-se não
linearidade geométrica, este pressupõe um equilíbrio na posição deslocada (deformada),
implicando no aparecimento de esforços solicitantes de 2ª ordem globais.
Segundo Pinto e Ramalho (2002), uma vez que os deslocamentos laterais
resultantes de uma análise estrutural são diretamente afetados pela rigidez dos
elementos estruturais, deve-se estimar essa rigidez através de processos que considerem
a não linearidade física dos materiais empregados na estrutura.
42
O item 15.7.3 da ABNT NBR 6118:2014 estabelece valores de rigidez dos
elementos estruturais, levando em consideração a não linearidade física de maneira
aproximada. Este método é utilizado para análise dos esforços globais de segunda
ordem. Segundo a norma, deve-se reduzir a os valores de rigidez dos elementos
estruturais conforme exposto a seguir:
Lajes: Redução de 70%;
Vigas (𝐴𝑆′ ≠ 𝐴𝑆): Redução de 60%;
Vigas (𝐴𝑆′ = 𝐴𝑆): Redução de 50%;
Pilares: Redução de 20%;
3.5.1 Coeficiente γz
Segundo a ABNT NBR 6118:2014, o coeficiente 𝛾𝑧 é utilizado para avaliar a
importância dos esforços de segunda ordem globais para a estabilidade global de uma
estrutura, tendo validade para estruturas reticuladas de no mínimo quatro pavimentos,
levando em consideração a não linearidade física estrutura de maneira aproximada.
Este coeficiente pode ser determinado através dos resultados obtidos na análise
linear de primeira ordem da estrutura, através da equação abaixo:
𝛾𝑧 =1
1−𝛥𝑀𝑡𝑜𝑡,𝑑𝑀1,𝑡𝑜𝑡𝑑
(5)
Em que:
𝛥𝑀𝑡𝑜𝑡,𝑑 - Somatório de todas as forças verticais atuantes na estrutura, na
combinação considerada, com seus valores de cálculo, pelos deslocamentos horizontais
de seus respectivos pontos de aplicação, obtidos através de análise de primeira ordem.
𝑀1,𝑡𝑜𝑡𝑑 - Momento de tombamentos, corresponde à soma de todas as forças
horizontais da combinação considerada, com seus momentos de cálculo em, relação à
base da estrutura.
Após a obtenção do valor do coeficiente 𝛾𝑧 é possível classificar a estrutura. Para
estruturas que apresentem valor de 𝛾𝑧 inferior a 1,10 os efeitos de segunda ordem global
43
podem ser desprezados, estas são chamadas de estruturas de nós fixos. As estruturas que
apresentem valor de 𝛾𝑧 entre 1,10 e 1,30 são denominada estruturas de nós móveis,
neste caso os efeitos de segunda ordem devem ser considerados, majorando as ações
horizontais pelo coeficiente 𝛾𝑧.
3.5.2 Deslocamento Horizontal limite
A ABNT NBR 6118:2014 fixa valores limites para verificação deslocamentos
excessivos, visando propiciar um adequado comportamento da estrutura em serviço
(ELS). A norma divide os efeitos oriundos dos deslocamentos da estrutura em quatro
grupos, relacionados a seguir:
i) Acessibilidade sensorial: limite caracterizado por vibrações indesejáveis ou
efeito visual desagradável;
ii) Efeitos específicos: deslocamentos que podem impedir a normal utilização
da edificação;
iii) Efeito em elementos não estruturais: deslocamentos estruturais podem
ocasionar mau funcionamento de elementos que não fazem parte da
estrutura, mas que estão ligados a ela;
iv) Efeito em elementos estruturais: deslocamentos que podem afetar o
comportamento do elemento estrutural, provocando afastamento das
hipóteses de cálculo adotadas;
No Quadro 14, consta os valores limites para deslocamentos excessivos adotados
para o projeto.
44
Quadro 14 – Valores limite para verificação de deslocamentos excessivos
Fonte: ABNT NBR 6118:2014.
45
Quadro 14 (continuação).
Fonte: ABNT NBR 6118:2014.
O deslocamento horizontal oriundo da ação do vento na edificação causa efeito
em elementos não estruturais como as paredes de alvenaria, podendo ocasionar fissuras
que comprometem o uso da edificação.
Segundo o Quadro 13, os valores para deslocamento limite no topo da
edificação, considerando sua altura de 21,30 m, e os deslocamento entre pavimentos,
considerando vão entre pavimentos de 2,80 m, constam no Quadro 15.
46
Quadro 15 – Valores limite para deslocamento horizontais do edifício analisado.
Deslocamento limite no
topo da edificação (cm). 2130/1700 1,25 cm
Deslocamento relativo entre
pavimentos adjacentes (cm) 280/850 0,33 cm
Fonte: Do autor (2017).
3.6 Levantamento dos custos
Este item abordará o levantamento dos custos referentes à alvenaria e estrutura
dos edifícios analisados. Serão considerados os custos diretos, englobando os materiais,
equipamentos e mão de obra (acrescido dos encargos sociais cabíveis). Os custos são
baseados em composições do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da
Construção Civil (SINAPI), de março de 2017, considerando a localidade de Porto
Alegre.
3.6.1 Custos da estrutura
Os custos da estrutura avaliados neste item são armação de aço, concretagem de
elementos estruturais e montagem e desmontagem de fôrmas. O orçamento da estrutura
baseou-se no relatório de materiais gerado pelo programa Eberick, que engloba os
quantitativos de volume de concreto, peso do aço e área de fôrmas.
Os custos das composições utilizadas no orçamento da estrutura, estão
disponíveis no Anexo 3.
3.6.2 Custos da alvenaria
Os quantitativos para realização do orçamento da alvenaria foram obtidos
através do cálculo da área dos vãos a serem e preenchidos. Como critério de medição,
foram descontadas as área das aberturas que excederam a 2m², foram descontados
também os elementos estruturais inclusos na alvenaria. No Quadro 16, estão expostos os
quantitativos de alvenaria para os edifícios.
47
Quadro 16 – Quantitativo de alvenaria para as opções de bloco de vedação.
Alvenaria (m²)
Edifício com
Bloco cerâmico 1248,02
Edifício com
Bloco de CCA 1266,60
Fonte: Do autor (2017).
Os custos unitários para a execução da alvenaria, para as duas opções de blocos
de vedação, basearam-se em composições do SINAPI. Estes abrangem apenas a
elevação da alvenaria, sem levar em consideração os revestimentos. As composições
sintéticas referentes à alvenaria constam no Quadro 17.
Quadro 17 – Composições sintéticas de execução de alvenaria.
Código Descrição Un. Custo
87513
Alvenaria de vedação de blocos cerâmicos furados na horizontal de 11,5
x 19 x 19cm (espessura 11,5cm) de paredes com área líquida maior ou
igual a 6m² com vãos e argamassa de assentamento com preparo em
betoneira. af_06/2014
m² R$ 52,73
73863/001
Alvenaria com blocos de concreto celular 10x30x60cm, espessura 10 cm,
assentados com argamassa traço 1:2:9 (cimento, cal e areia) preparo
manual
m² R$ 60,35
Fonte: Do autor (2017).
As composições analíticas referentes à execução de alvenaria estão expostas no
Anexo 3.
48
4 Análise dos resultados
4.1 Estabilidade global
Os dados relativos à estabilidade global para as duas estruturas analisadas, com
alvenaria de bloco cerâmico e de bloco de CCA, são oriundos do relatório de
estabilidade global gerado pelo software Eberick.
4.1.1 Coeficiente γz
Ambas as estruturas analisadas neste trabalho são classificadas pela ABNT NBR
6118:2014 como estruturas de nós fixos, apresentando γz inferior a 1,10. Para este tipo
de estrutura, a influência dos efeitos globais de segunda ordem não apresenta
importância na análise da estabilidade global, podendo ser desconsiderada. No Quadro
18 estão expostos os valores do coeficiente γz das estruturas analisadas.
Quadro 18 – Coeficiente γz para as estruturas.
Edifício com bloco Cerâmico Edifício com bloco de CCA
Verificações
(direções) Eixo X Eixo Y Eixo X Eixo Y
Momento de
tombamento
de cálculo
(tf.m)
116.93 429.54 116.93 429.54
Momento de
2a. ordem de
cálculo(tf.m)
7.11 19.72 8.66 21.44
Gama-Z 1.06 1.05 1.08 1.05
Fonte: do autor (2017).
49
4.1.2 Deslocamento horizontal
No Quadro 19 é traçado um comparativo entre os resultados obtidos para os
deslocamentos horizontas no topo da edificação, das estruturas analisadas, considerando
a combinação frequente de serviço.
Quadro 19 – Deslocamentos horizontais no topo da edificação.
Edifício em Bloco Cerâmico Edifício em Bloco de CCA
Verificações (Direções) X Y X Y
Altura total da edificação
(cm) 2130,00 2130,00
Deslocamento limite (cm) 1,25 1,25
Deslocamento frequente
(cm) 0,34 0,67 0,53 1,02
Fonte: Do autor (2017).
Percebe-se que o deslocamento horizontal no topo da edificação para ambas as
estruturas foi maior na direção Y. Isso se deve a arquitetura da edificação, que apresenta
menor inércia nesta direção.
Os deslocamentos horizontais, tanto no topo da edificação, quanto entre
pavimentos, para as duas estruturas analisadas, estão dentro dos limites fixados pela
ABNT NBR 6118:2014. Destaca-se que para o edifício composto por alvenaria de bloco
de CCA, obteve-se deslocamentos horizontais superiores aos do edifício de bloco
cerâmico. Esta diferença deve-se ao fato de a estrutura ser mais esbelta, o que diminui
sua inércia, tornando-a mais sujeita a deformações.
4.2 Custos
Partindo das composições de custos e dos quantitativos de materiais, realizou-se
o orçamento para as estrutura e da alvenaria.
50
4.2.1 Custos da Estrutura
Os custos da estrutura do edifício considerando alvenaria de bloco cerâmico
constam no Quadro 20.
Quadro 19 – Custos da estrutura do edifício com alvenaria de bloco cerâmico.
Item Cód.
SINAPI Descrição dos serviços Un. Quant.
Custo
unitário
Custo
total
1 Estrutura
1.1 Concretagem
1.1.1 92720 Concretagem de pilares fck 30 m³ 37,00 R$ 402,68 R$ 14.899,06
1.1.2 92725 Concretagem de vigas fck 25 m³ 52,80 R$ 387,19 R$ 20.443,59
1.13 92725 Concretagem de lajes fck 25 m³ 98,80 R$ 387,19 R$ 38.254,37
1.14 92720 Concretagem de fundações fck 30 m³ 17,10 R$ 402,68 R$ 6.885,83
1.2 Armação
1.2.1 92768 Armação de laje aço CA-60 5.0 mm kg 1369,40 R$ 7,21 R$ 9.873,37
1.2.2 92769 Armação de laje aço CA-50 6.3 mm kg 1.748,70 R$ 6,48 R$ 11.331,58
1.2.3 92770 Armação de laje aço CA-50 8.0 mm kg 604,40 R$ 6,40 R$ 3.868,16
1.2.4 92771 Armação de laje aço CA-50 10.0 mm kg 732,40 R$ 5,16 R$ 3.779,18
1.2.6 92759 Armação de pilar, viga e fundação aço
CA-60 de 5.0 mm kg 1.569,10 R$ 9,65 R$ 15.141,82
1.2.7 92760 Armação de pilar, viga e fundação aço
CA-50 de 6.3 mm kg 66,60 R$ 8,94 R$ 595,40
1.2.8 92761 Armação de pilar, viga e fundação aço
CA-50 de 8.0 mm kg 1.414,80 R$ 8,64 R$ 12.223,87
1.2.9 92762 Armação de pilar, viga e fundação aço
CA-50 de 10.0 mm kg 3.353,30 R$ 7,04 R$ 23.607,23
1.2.10 92763 Armação de pilar, viga e fundação aço
CA-50 de 12.5 mm kg 964,40 R$ 5,87 R$ 5.661,03
1.2.11 92764 Armação de pilar, viga e fundação aço
CA-50 de 16.0 mm kg 326,80 R$ 4,63 R$ 1.513,08
1.3 Fôrmas
1.3.1 92419 Montagem e desmontagem de fôrma de
pilar m² 575,90 R$ 47,58 R$ 27.401,32
1.3.2 92479 Montagem e desmontagem de fôrma de
viga m²
878,80 R$ 32,11 R$ 28.218,27
1.3.3 92509 Montagem e desmontagem de fôrma de
laje m²
912,10 R$ 31,41 R$ 28.649,06
Total R$ 252.346,37
Fonte: do autor (2017).
51
Os custos da estrutura obtidos para o edifício com alvenaria de bloco de CCA
estão expostos no Quadro 21.
Quadro 21 - Custos da estrutura do edifício com alvenaria de bloco CCA.
Item Cód.
SINAPI Descrição dos serviços Un. Quant.
Custo
unitário
Custo
total
1 Estrutura
1.1 Concretagem
1.1.1 92720 Concretagem de pilares fck 30 m³ 29,60 R$ 402,68 R$ 11.919,25
1.1.2 92725 Concretagem de vigas fck 25 m³ 43,70 R$ 387,19 R$ 16.920,20
1.13 92725 Concretagem de lajes fck 25 m³ 98,80 R$ 387,19 R$ 38.254,37
1.14 92720 Concretagem de fundações fck 30 m³ 13,30 R$ 402,68 R$ 5.355,64
1.2 Armação
1.2.1 92768 Armação de laje aço CA-60 de
5.0 mm kg 1474,70 R$ 7,21 R$ 10.632,59
1.2.2 92769 Armação de laje aço CA-50 de
6.3 mm kg 1619,3 R$ 6,48 R$ 10.493,06
1.2.3 92770 Armação de laje aço CA-50 de
8.0 mm kg 749,3 R$ 6,40 R$ 4.795,52
1.2.4 92771 Armação de laje aço CA-50 de
10.0 mm kg 316,1 R$ 5,16 R$ 1.631,08
1.2.5 92759 Armação de pilar, viga e
fundação aço CA-60 de 5.0 mm kg 1417,90 R$ 9,65 R$ 13.682,74
1.2.6 92760 Armação de pilar, viga e
fundação aço CA-50 de 6.3 mm kg 60,70 R$ 8,94 R$ 542,66
1.2.7 92761 Armação de pilar, viga e
fundação aço CA-50 de 8.0 mm kg 1459,80 R$ 8,64 R$ 12.612,67
1.2.8 92762 Armação de pilar, viga e
fundação aço CA-50 de 10.0 mm kg 3495,90 R$ 7,04 R$ 24.611,14
1.2.9 92763 Armação de pilar, viga e
fundação aço CA-50 de 12.5 mm kg 905,30 R$ 5,87 R$ 5.314,11
1.2.10 92764 Armação de pilar, viga e
fundação aço CA-60 de 16 mm kg 179,10 R$ 4,63 R$ 829,23
1.3 Fôrmas
1.3.1 92419 Montagem e desmontagem de
fôrma de pilar m² 487,40 R$ 47,58 R$ 23.190,49
1.3.2 92479 Montagem e desmontagem de
fôrma de viga m² 818,00 R$ 32,11 R$ 26.265,98
1.3.3 92509 Montagem e desmontagem de
fôrma de laje m² 912,40 R$ 31,41 R$ 28.658,48
Total
R$ 235.709,40
Fonte: do autor (2017).
52
A diferença de custo da estrutura, entre o edifício com bloco cerâmico e bloco de
CCA consta no Quadro 22.
Quadro 22 – Diferença de custo entre as estruturas dos edifícios.
Item Edifício com bloco
cerâmico
Edifício com
bloco de CCA
Diferença
de custo
Diferença
percentual
Concretagem R$ 80.482,99 R$ 72.449,55 R$ 8.033,44 9,98%
Armação R$ 87.594,73 R$ 85.144,79 R$ 2.449,94 2,80%
Fôrmas R$ 84.268,65 R$ 78.114,96 R$ 6.153,70 7,30%
Total da
estrutura R$ 252.346,37 R$ 235.709,40 R$ 16.637,07 6,59%
Fonte: do autor (2017).
Observa-se que o emprego do bloco de CCA acarretou em uma economia de R$
16.637,08 equivalente a um percentual 6,59% no total da estrutura. Na Figura 10 pode-
se visualizar um gráfico de economia da estrutura da edificação executada com bloco de
CCA, por item.
Figura 10 – Economia da estrutura do edifício com bloco de CCA
Fonte: do autor (2017).
A maior economia apresentada na estrutura foi na etapa de concretagem dos
elementos estruturais. Na Figura 11, pode-se visualizar o gráfico que apresenta a
economia de concretagem por elemento estrutural.
9,98%
2,80%
7,30%
6,59%
0,00%
5,00%
10,00%
CONCRETAGEM ARMAÇÃO FÔRMAS TOTAL
53
Figura 11 – Economia da concretagem por elemento estrutural.
Fonte: do autor (2017).
A maior economia de concretagem é observada nas fundações com 22,22%,
seguida dos pilares apresentando 20% de economia, e das vigas com 17,23%. Todavia,
a concretagem das lajes, que possui o maior volume de concreto, não apresenta
diferença de volume entre as duas estruturas. Isto explica o fato da economia total de
concretagem 9,98% ser inferior quando comparada a economia apresentada por
fundações, pilares e vigas isoladamente.
4.2.2 Custo da alvenaria
Os custos da alvenaria de vedação, para o edifício com blocos cerâmicos
constam no Quadro 23.
Quadro 23 – Custo da alvenaria do edifício com bloco cerâmico.
Item Cód.
SINAPI Descrição dos serviços Un. Quant.
Custo
unitário
Custo
total
2.1 87513
Alvenaria de vedação de blocos cerâmicos
furados na horizontal de 11,5x19x19cm
(espessura 11,5cm)
m² 1.248,02 R$ 52,73 R$ 65.808,09
Fonte: do autor (2017).
20,00%
17,23%
22,22%
9,98%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
PILARES VIGAS FUNDAÇÕES TOTAL
54
De maneira análoga, os custos da alvenaria de vedação do edifício com bloco de
CCA estão expostos no Quadro 24.
Quadro 24 – Custo da alvenaria do edifício com bloco cerâmico.
Item Cód.
SINAPI Descrição dos serviços Un. Quant.
Custo
unitário
Custo
total
2.1 73863/001 Alvenaria com blocos de concreto
celular 10x30x60cm (espessura 10cm) m² 1266,58 R$ 60,35 R$ 76.438,10
Fonte: do autor (2017).
A diferença de custo da alvenaria, entre o edifício com bloco cerâmico e bloco
de CCA está exposta no Quadro 25.
Quadro 25 – Diferença de custo da alvenaria de vedação dos edifícios.
Item Edifício com bloco
cerâmico
Edifício com
bloco de CCA
Diferença
de custo
Diferença
percentual
Alvenaria R$ 65.808,09 R$ 76.438,10 -R$ 10.630,01 -16,15%
Fonte: do autor (2017).
Através da análise dos custos, conclui-se que o emprego do bloco de CCA no
edifício analisado acarretou em um acréscimo de custo de R$ 10.630,01 na etapa de
execução de alvenaria. Este acréscimo corresponde a 16,15 %, com relação ao custo da
alvenaria com bloco cerâmico.
Apesar do custo do insumo do bloco de CCA ser mais que o dobro do custo do
bloco cerâmico, o custo final da composição não apresentou esta mesma proporção. Isso
ocorreu devido à maior produtividade na execução de alvenaria em bloco de CCA, que
proporcionando economia de mão de obra. A proporção entre insumos e mão de obra
para os custos da execução de alvenaria, baseado nas composições analíticas, pode ser
vista no Quadro 26.
55
Quadro 26 – Proporção entre custo dos insumos e mão de obra nos custos das
composições de execução de alvenaria.
Composição Código
SINAPI Un.
Custo da composição
Insumos Mão de obra Total
Alvenaria em
bloco de CCA 73863/1 m² R$ 53,56 88,7% R$ 6,81 11,3% R$ 60,37
Alvenaria em
bloco cerâmico 87521 m² R$ 23,47 44,5% R$ 29,26 55,5% R$ 52,73
Fonte: do autor (2017).
4.2.3 Custo total
O custo total dos edifícios abrange os custos da estrutura e da alvenaria
apresentados anteriormente. No Quadro 27, encontra-se um comparativo do custo total
dos itens analisados no orçamento, para os dois edifícios.
Quadro 27 – Comparativo do custo total para os edifícios.
Item Edifício com bloco
cerâmico
Edifício com bloco
de CCA
Diferença
de custo
Diferença
percentual
Estrutura R$ 252.346,37 R$ 235.709,30 R$ 16.637,08 6,59%
Alvenaria R$ 65.808,09 R$ 76.438,10 -R$ 10.630,01 -16,15%
Total R$ 318.154,47 R$ 312.147,40 R$ 6.007,07 1,89%
Fonte: do autor (2017).
Observando o Quadro 27, é possível concluir que o opção de bloco de CCA
como alvenaria de vedação para o edifício analisado acarretou em economia de 1,89%
no custo total em comparação ao emprego de bloco cerâmico.
56
5 Conclusões e discussões
Através da análise dos resultados obtidos neste trabalho, conclui-se que o
emprego de bloco de CCA como alvenaria de vedação no edifício analisado
proporcionou economia de 1,89% no custo total das etapas consideradas no orçamento.
Embora o custo da alvenaria de bloco de CCA ser mais elevado em relação ao bloco
cerâmico, a economia da estrutura foi suficiente para a redução do custo total da
edificação.
Além da economia na estrutura, o bloco de CCA apresenta melhor produtividade
na execução de alvenaria. Baseado em dados do SINAPI para os blocos analisados, a
execução de alvenaria em bloco de CCA é cerca de 4 vezes mais rápida que a do bloco
cerâmico. Portanto, o emprego desse material possibilita economia de mão de obra e
redução de tempo de elevação de alvenaria.
A economia da estrutura analisada neste trabalho foi possível através da redução
de seção de pilares e vigas, proporcionada pelo peso específico reduzido da alvenaria de
blocos de CCA. Essa redução de seção não acarretou em impacto significativo na
estabilidade global das estruturas analisadas.
Apesar da redução dos custos ser pequena, 1,89% do custo total, a maior
produtividade na execução de alvenaria aliada com o desempenho térmico e acústico
superior torna a escolha deste material uma boa alternativa para a edificação analisada.
57
5.1 Sugestões para trabalhos futuros
Fica de sugestão para trabalhos futuros um estudo semelhante a este porém
considerando estruturas de diversas alturas. Para estruturas mais altas os esforços de
segunda ordem globais seriam relevantes na análise da estabilidade global. Isso tornaria
uma estrutura mais esbelta desfavorável, apresentando maiores deslocamentos frente às
ações horizontais. A tendência é de que quanto mais alta a estrutura, menor seria a
economia proporcionada pelo emprego do bloco de CCA, pois não seria possível
reduzir a seção dos elementos estruturais devido à necessidade de atender os
deslocamentos horizontais limites, previstos em norma.
58
6 Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13438 – Blocos de
concreto celular autoclavado – Requisitos. Rio de janeiro: ABNT, 2013.
______. NBR 14956-2 – Blocos de concreto celular autoclavado – Execução de
alvenaria sem função estrutural - Parte 2: Procedimento com argamassa convencional.
Rio de Janeiro: ABNT, 2013.
______. NBR 15270-1 – Componentes cerâmicos Parte 1: Blocos cerâmicos para
alvenaria de vedação - Terminologia e requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.
______. NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto Procedimento. Rio de Janeiro:
ABNT, 2014.
______. NBR 6120 – Cargas para o cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro:
ABNT, 2000.
______. NBR 6123 – Forças devidas ao vento em edificações. Rio de Janeiro: ABNT,
1988.
AZEREDO, Helio Alves – O Edifício Até Sua Cobertura. – São Paulo, Blucher, 1977.
CARVALHO, Roberto Chust; FIGUEIREDO FILHO, Jasson Rodrigues. – Cálculo e
Detalhamento de Estruturas Usuais de Concreto Armado. 4. ed. São Carlos:
Universidade de São Carlos, 2014.
YAZIGI, Walid – A técnica de edificar – 10. Ed – São Paulo, Pini, 2009.
FERRAZ, Fabiana Carvalho – Comparação dos Sistemas de Alvenaria de Vedação:
Bloco de Concreto Celular Autoclavado X Bloco Cerâmico – Belo Horizonte, 2011.
GIONGO, José Samuel – Concreto armado: projeto estrutural de edifícios. Apostila
– Escola de Engenharia de São Carlos, Departamento de Engenharia de Estruturas,
Universidade de São Paulo, São Carlos, 2007.
PINTO, Rivelli da Silva; RAMALHO, Marcio Antonio – Não-linearidade física e
geométrica no projeto de edifícios usuais em concreto armado – Cadernos de
Engenharia de Estruturas, São Carlos, 2002 Guia técnico ambiental da indústria de cerâmica vermelha – Federação das
Indústrias do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2013
MATTOS, Aldo Dórea – Como preparar orçamentos de obras – São Paulo, Pini,
2006
AVILA, Antonio Victorino; LIBRELOTTO, Liziane Ilha; LOPES, Oscar Ciro –
Orçamento de Obras. Apostila – UNISUL, Florianópolis, 2003.
66
Anexo 3 – Composições analíticas
PARE 73863/1
Alvenaria com blocos de concreto celular
10x30x60cm, espessura 10cm, assentados com
argamassa traço 1:2:9 (cimento, cal e areia)
preparo manual
m²
Insumo 367 Areia grossa - posto jazida/fornecedor (retirado na
jazida, sem transporte) m³ 0,0073
Insumo 674 Bloco vedação concreto celular autoclavado 10 x 30 x
60 cm (e x a x c) m² 1,0300
Insumo 1107 Cal virgem comum para argamassas (NBR 6453) Kg 0,9720
Insumo 1379 Cimento portland composto CP II-32 Kg 0,9720
Composição 88309 Pedreiro com encargos complementares H 0,3000
Composição 88316 Servente com encargos complementares H 0,1500
PARE 87521
Alvenaria de vedação de blocos cerâmicos furados
na horizontal de 11,5x19x19cm (espessura 11,5cm)
de paredes com área líquida maior ou igual a 6m²
com vãos e argamassa de assentamento com
preparo em betoneira. af_06/2014
m²
Insumo 34558
Tela de aço soldada galvanizada/zincada para
alvenaria, fio d = *1,20 a 1,70* mm, malha 15 x 15
mm, (c x l) *50 x 10,5* cm
M 0,4200
Insumo 37395 Pino de aço com furo, haste = 27 mm (ação direta) cento 0,0100
Insumo 38783 Bloco cerâmico de vedação com furos na horizontal,
11,5 x 19 x 19 cm - 4,5 Mpa (NBR 15270) Um 28,3100
Composição 87292
Argamassa traço 1:2:8 (cimento, cal e areia média)
para emboço/massa única/assentamento de alvenaria
de vedação, preparo mecânico com betoneira 400 l.
af_06/2014
m³ 0,0125
Composição 88309 Pedreiro com encargos complementares H 1,2900
Composição 88316 Servente com encargos complementares H 0,6450
67
FUES 92419
Montagem e desmontagem de fôrma de pilares
retangulares e estruturas similares com área média das
seções maior que 0,25 m², pé-direito simples, em chapa de
madeira compensada resinada, 4 utilizações. af_12/2015
m²
Insumo 2692 Desmoldante protetor para formas de madeira, de base oleosa
emulsionada em água L 0,0100
Insumo 40271 Locação de aprumador metálico de pilar, com altura e angulo
reguláveis, extensão de *1,50* a *2,80* m mês 0,1960
Insumo 40275
Locação de viga sanduiche metálica vazada para travamento
de pilares, altura de *8* cm, largura de *6* cm e extensão de
2 m
mês 0,3930
Insumo 40287 Locação de barra de ancoragem de 0,80 a 1,20 m de extensão,
com rosca de 5/8", incluindo porca e flange mês 0,7850
Insumo 40304 Prego de aço polido com cabeça dupla 17 x 27 (2 1/2 x 11) kg 0,0190
Composição 88239 Ajudante de carpinteiro com encargos complementares h 0,1590
Composição 88262 Carpinteiro de formas com encargos complementares h 0,8660
Composição 92263 Fabricação de fôrma para pilares e estruturas similares, em
chapa de madeira compensada resinada, e = 17 mm. m2 0,2630
FUES 92479
Montagem e desmontagem de fôrma de viga, escoramento
com garfo de madeira, pé-direito simples, em chapa de
madeira plastificada, 18 utilizações. af_12/2015
m²
Insumo 2692 Desmoldante protetor para formas de madeira, de base oleosa
emulsionada em agua L 0,0040
Insumo 6193 Tabua madeira 2a qualidade 2,5 x 20,0cm (1 x 8") nao
aparelhada m 0,3280
Insumo 40304 Prego de aço polido com cabeça dupla 17 x 27 (2 1/2 x 11) kg 0,0490
Composição 88239 Ajudante de carpinteiro com encargos complementares h 0,1090
Composição 88262 Carpinteiro de formas com encargos complementares h 0,5960
Composição 92266 Fabricação de fôrma para vigas, em chapa de madeira
compensada plastificada, e = 18 mm. af_12/2015 m² 0,1050
Composição 92272 Fabricação de escoras de viga do tipo garfo, em madeira. m 0,6590
FUES 92509
Montagem e desmontagem de fôrma de laje maciça com
área média menor ou igual a 20 m², pé-direito simples, em
chapa de madeira compensada resinada, 2 utilizações.
m2
Insumo 2692 Desmoldante protetor para formas de madeira, de base oleosa
emulsionada em água L 0,0100
Insumo 10749
Locação de escora metálica telescópica, com altura regulável
de *1,80* a *3,20* m, com capacidade de carga de no mínimo
1000 kgf (10 kn), incluso tripe e forcado
mês 0,2780
Insumo 40270 Viga de escoramaento h20, de madeira, peso de 5,20 kg/m, m 0,0210
Composição 88239 Ajudante de carpinteiro com encargos complementares h 0,1410
Composição 88262 Carpinteiro de formas com encargos complementares h 0,7670
Composição 92267 Fabricação de fôrma para lajes, em chapa de madeira
compensada resinada, e = 17 mm. af_12/2015 m² 0,5770
68
FUES 92720
Concretagem de pilares, fck = 30 Mpa, com uso de
bomba em edificação com seção média de pilares
maior que 0,25 m² - lançamento, adensamento e
acabamento. af_12/2015
m³
Insumo 1525
Concreto usinado bombeável, classe de resistência
c30, com brita 0 e 1, slump = 100 +/- 20 mm, inclui
serviço de bombeamento (NBR 8953)
m3 1,1030
Composição 88262 Carpinteiro de formas com encargos complementares h 0,1990
Composição 88309 Pedreiro com encargos complementares h 0,1990
Composição 88316 Servente com encargos complementares h 1,1920
Composição 90586
Vibrador de imersão, diâmetro de ponteira 45mm,
motor elétrico trifásico potência de 2 CV - CHP
diurno.
CHP 0,0680
Composição 90587 Vibrador de imersão, diâmetro de ponteira 45mm,
motor elétrico trifásico potência de 2 CV - CHI diurno. CHI 0,1310
FUES 92725
Concretagem de vigas e lajes, fck=25 Mpa, para
lajes maciças ou nervuradas com uso de bomba em
edificação com área média de lajes menor ou igual
a 20 m² - lançamento, adensamento e acabamento.
m³
Insumo 1527
Concreto usinado bombeável, classe de resistência
c25, com brita 0 e 1, slump = 100 +/- 20 mm, inclui
serviço de bombeamento (NBR 8953)
m³ 1,1030
Composição 88262 Carpinteiro de formas com encargos complementares h 0,0940
Composição 88309 Pedreiro com encargos complementares h 0,5650
Composição 88316 Servente com encargos complementares h 0,6380
Composição 90586 Vibrador de imersão, diâmetro de ponteira 45mm,
motor elétrico trifásico de 2 CV - CHP diurno. CHP 0,0560
Composição 90587 Vibrador de imersão, diâmetro de ponteira 45mm,
motor elétrico trifásico potência de 2 CV - CHI diurno. CHI 0,1330
FUES 92759
Armação de pilar ou viga de uma estrutura
convencional de concreto armado em edifício de
múltiplos pavimentos utilizando aço CA-60 de 5.0
mm - montagem.
kg
Insumo 337 Arame recozido 18 bwg, 1,25 mm (0,01 kg/m) kg 0,0250
Insumo 39017 Espaçador / distanciador circular com entrada lateral,
em plástico, para vergalhão *4,2 a 12,5* mm un 1,1900
Composição 88238 Ajudante de armador com encargos complementares h 0,0203
Composição 88245 Armador com encargos complementares h 0,1241
Composição 92791 Corte e dobra de aço ca-60, diâmetro de 5.0 mm,
utilizado em estruturas diversas, exceto lajes. kg 1,0000
69
FUES 92760
Armação de pilar ou viga de uma estrutura
convencional de concreto armado em um edifício de
múltiplos pavimentos utilizando aço CA-50 de 6.3 mm
- montagem. af_12/2015
kg
Insumo 00337 Arame recozido 18 bwg, 1,25 mm (0,01 kg/m) kg 0,0250
Insumo 39017
Espaçador / distanciador circular com entrada lateral, em
Plástico, para vergalhão *4,2 a 12,5* mm, cobrimento 20
mm
un 0,9700
Composição 88238 Ajudante de armador com encargos complementares h 0,0155
Composição 88245 Armador com encargos complementares h 0,0947
Composição 92792 Corte e dobra de aço ca-50, diâmetro de 6.3 mm,
utilizado em estruturas diversas, exceto lajes. af_12/2015 kg 1,0000
FUES 92761
Armação de pilar ou viga de uma estrutura
convencional de concreto armado em um edifício de
múltiplos pavimentos utilizando aço CA-50 de 8.0 mm
- montagem. af_12/2015
kg
Insumo 00337 Arame recozido 18 bwg, 1,25 mm (0,01 kg/m) kg 0,0250
Insumo 39017
Espaçador / distanciador circular com entrada lateral, em
plástico, para vergalhão *4,2 a 12,5* mm, cobrimento 20
mm
un 0,7430
Composição 88238 Ajudante de armador com encargos complementares h 0,0115
Composição 88245 Armador com encargos complementares h 0,0707
Composição 92793 Corte e dobra de aço ca-50, diâmetro de 8.0 mm,
utilizado em estruturas diversas, exceto lajes. af_12/2015 kg 1,0000
FUES 92762
Armação de pilar ou viga de uma estrutura
convencional de concreto armado em um edifício de
múltiplos pavimentos utilizando aço CA-50 de 10.0
mm - montagem. af_12/2015
kg
Insumo 00337 Arame recozido 18 bwg, 1,25 mm (0,01 kg/m) kg 0,0250
Insumo 39017
Espaçador / distanciador circular com entrada lateral, em
plástico, para vergalhão *4,2 a 12,5* mm, cobrimento 20
mm
un 0,5430
Composição 88238 Ajudante de armador com encargos complementares h 0,0086
Composição 88245 Armador com encargos complementares h 0,0529
Composição 92794 Corte e dobra de aço ca-50, diâmetro de 10.0 mm,
utilizado em estruturas diversas, exceto lajes. af_12/2015 kg 1,0000
70
FUES 92763
Armação de pilar ou viga de uma estrutura
convencional de concreto armado em um edifício de
múltiplos pavimentos utilizando aço CA-50 de 12.5
mm - montagem. af_12/2015
kg
Insumo 00337 Arame recozido 18 bwg, 1,25 mm (0,01 kg/m) kg 0,0250
Insumo 39017
Espaçador / distanciador circular com entrada lateral,
em plástico, para vergalhão *4,2 a 12,5* mm,
cobrimento 20 mm
un 0,3670
Composição 88238 Ajudante de armador com encargos complementares h 0,0063
Composição 88245 Armador com encargos complementares h 0,0386
Composição 92795
Corte e dobra de aço ca-50, diâmetro de 12.5 mm,
utilizado em estruturas diversas, exceto lajes.
af_12/2015
kg 1,0000
FUES 92764
Armação de pilar ou viga de uma estrutura
convencional de concreto armado em um edifício de
múltiplos pavimentos utilizando aço CA-50 de 16.0
mm - montagem. af_12/2015
kg
Insumo 00337 Arame recozido 18 bwg, 1,25 mm (0,01 kg/m) kg 0,0250
Insumo 39017
Espaçador / distanciador circular com entrada lateral,
em plástico, para vergalhão *4,2 a 12,5* mm,
cobrimento 20 mm
un 0,2120
Composição 88238 Ajudante de armador com encargos complementares h 0,0043
Composição 88245 Armador com encargos complementares h 0,0261
Composição 92796
Corte e dobra de aço ca-50, diâmetro de 16.0 mm,
utilizado em estruturas diversas, exceto lajes.
af_12/2015
kg 1,0000
FUES 92768
Armação de laje de uma estrutura convencional de
concreto armado em um edifício de múltiplos
pavimentos utilizando aço ca-60 de 5.0 mm -
montagem. af_12/2015_p
kg
Insumo 00337 Arame recozido 18 bwg, 1,25 mm (0,01 kg/m) kg 0,0250
Insumo 39017
Espaçador / distanciador circular com entrada lateral,
em plástico, para vergalhão *4,2 a 12,5* mm,
cobrimento 20 mm
un 2,1180
Composição 88238 Ajudante de armador com encargos complementares h 0,0140
Composição 88245 Armador com encargos complementares h 0,0855
Composição 92800 Corte e dobra de aço ca-60, diâmetro de 5.0 mm,
utilizado em laje. af_12/2015 kg 1,0000
71
FUES 92769
Armação de laje de uma estrutura convencional de
concreto armado em um edifício de múltiplos
pavimentos utilizando aço ca-50 de 6.3 mm -
montagem. af_12/2015_p
kg
Insumo 00337 Arame recozido 18 bwg, 1,25 mm (0,01 kg/m) kg 0,0250
Insumo 39017
Espaçador / distanciador circular com entrada lateral,
em plástico, para vergalhão *4,2 a 12,5* mm,
cobrimento 20 mm
un 1,3330
Composição 88238 Ajudante de armador com encargos complementares h 0,0105
Composição 88245 Armador com encargos complementares h 0,0646
Composição 92801 Corte e dobra de aço ca-50, diâmetro de 6.3 mm,
utilizado em laje. af_12/2015 kg 1,0000
FUES 92770
Armação de laje de uma estrutura convencional de
concreto armado em um edifício de múltiplos
pavimentos utilizando aço ca-50 de 8.0 mm -
montagem. af_12/2015_p
kg
Insumo 00337 Arame recozido 18 bwg, 1,25 mm (0,01 kg/m) kg 0,0250
Insumo 39017
Espaçador / distanciador circular com entrada lateral,
em plástico, para vergalhão *4,2 a 12,5* mm,
cobrimento 20 mm
un 0,7280
Composição 88238 Ajudante de armador com encargos complementares h 0,0078
Composição 88245 Armador com encargos complementares h 0,0475
Composição 92802 Corte e dobra de aço ca-50, diâmetro de 8.0 mm,
utilizado em laje. af_12/2015 kg 1,0000
FUES 92771
Armação de laje de uma estrutura convencional de
concreto armado em um edifício de múltiplos
pavimentos utilizando aço ca-50 de 10.0 mm -
montagem. af_12/2015_p
kg
Insumo 00337 Arame recozido 18 bwg, 1,25 mm (0,01 kg/m) kg 0,0250
Insumo 39017
Espaçador / distanciador circular com entrada lateral,
em plástico, para vergalhão *4,2 a 12,5* mm,
cobrimento 20 mm
un 0,3570
Composição 88238 Ajudante de armador com encargos complementares h 0,0057
Composição 88245 Armador com encargos complementares h 0,0348
Composição 92803 Corte e dobra de aço ca-50, diâmetro de 10.0 mm,
utilizado em laje. af_12/2015 kg 1,0000