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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
Ricardo Furtado de Mendonça Rosa
ESTUDO DE VIABILIDADE FINANCEIRA DE
EMPREENDIMENTO DE EDIFICAÇÕES UNIFAMILIARES
Santa Maria, RS
2017
Ricardo Furtado de Mendonça Rosa
ESTUDO DE VIABILIDADE FINANCEIRA DE EMPREENDIMENTO DE
EDIFICAÇÕES UNIFAMILIARES
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Curso de Engenharia Civil da Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como
requisito parcial para obtenção do título de
Engenheiro Civil.
Orientador: Prof. Dr. Joaquim César Pizzutti dos Santos
Santa Maria, RS
2017
Ricardo Furtado de Mendonça Rosa
ESTUDO DE VIABILIDADE FINANCEIRA DE EMPREENDIMENTO DE
EDIFICAÇÕES UNIFAMILIARES
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Curso de Engenharia Civil da Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como
requisito parcial para obtenção do título de
Engenheiro Civil.
Aprovado em 14 de julho de 2017:
____________________________________
Joaquim César Pizzutti dos Santos, Dr. (UFSM)
(Presidente/Orientador)
___________________________________
Eduardo Rizzatti, Dr. (UFSM)
___________________________________
Évelyn Paniz, Prof. (UFSM)
Santa Maria, RS
2017
AGRADECIMENTOS
A minha família pelo suporte e apoio, meus amigos e colegas por todo o
companheirismo assim como aos professores por todos ensinamentos e pela
disponibilidade em ajudar no decorrer da graduação.
RESUMO
ESTUDO DE VIABILIDADE FINANCEIRA DE EMPREENDIMENTO DE
EDIFICAÇÕES UNIFAMILIARES
AUTOR: Ricardo Furtado de Mendonça Rosa
ORIENTADOR: Prof. Dr. Joaquim César Pizzutti dos Santos
A crise vivida pelo Brasil atualmente atingiu em cheio o mercado da construção civil. Os
investidores estão receosos e o mercado apresenta recessão nos últimos anos. Diante
disso, se torna claro a importância de um estudo preliminar e planejamento para qualquer
empreendimento a ser construído afim de evitar imprevistos, principalmente relacionados
ao custo. O estudo de viabilidade tem grande importância pois fornece informações
preliminares essenciais para o planejamento da execução do empreendimento, prevendo
os custos totais envolvidos e possibilitando a alocação de recursos de forma eficiente
conforme sua disponibilidade. Nesse contexto, o presente trabalho destina-se ao estudo
de viabilidade financeira de um empreendimento, a ser construído em Santa Rosa, Rio
Grande do Sul. Definiu-se como empreendimento uma obra de seis edificações térreas
unifamiliares, com área total construída igual a 324m² além da obtenção de seus custos
médios de execução através de dados fornecidos por construtores com experiência no
mercado, que foi de R$ 1.175,00/m², servindo para a comparação com o custo orçado. O
custo total do empreendimento foi estimado em R$527.241,04, já incluso o terreno, e seu
preço de venda estipulado em R$780.000,00, sendo o empreendimento viável e com boa
perspectiva de lucro.
Palavras-chave: Orçamento. Construção civil. Planejamento.
ABSTRACT
FINANCIAL VIABILITY STUDY OF UNIFAMILIARY BUILDING
DEVELOPMENT
AUTHOR: Ricardo Furtado de Mendonça Roda
ADVISOR: Prof. Dr. Joaquim César Pizzutti dos Santos
The crisis experienced by Brazil today has hit the market of construction. Investors are
scared and the market has been plagued by recession in recent years. Given this, it
becomes clear the importance of a preliminary study and planning for any enterprise to
be built, in order to avoid unforeseen, mainly related to the cost. The feasibility study
has a great importance as it provides preliminary information essential for the planning
of the execution of the enterprise, predicting the total costs involved and allowing the
allocation of resources in an efficient way according to their availability. In this context,
the present work is intended to study the financial viability of an enterprise, to be built
in Santa Rosa, Rio Grande do Sul. It was defined as a project a work of six single-
family buildings, with a total constructed area equal to 324sqm In addition to obtaining
their average execution costs through data provided by builders with experience in the
market, which was R $ 1,175.00 / m², serving to compare with the budgeted cost. The
total cost of the project was estimated at R $ 527,241.04, already included the land, and
its sale price stipulated at R $ 780,000.00, being the project feasible and with a good
profit perspective.
Keywords: Budget. Construction. Planning.
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 8
1.1. JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 8 1.2. OBJETIVOS .................................................................................................................. 8 1.2.1. Objetivo Geral ..................................................................................................... 8 1.2.2. Objetivos Específicos ............................................................................................ 8 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 9
2.1. ORÇAMENTO .............................................................................................................. 9 2.1.1. Definição .............................................................................................................. 9 2.1.2. Enfoques do orçamento ........................................................................................ 9 2.1.3. Grau de detalhamento do orçamento ................................................................. 10 2.1.4. Custos ................................................................................................................ 10 2.1.5. Encargos sociais ................................................................................................. 11 2.1.6. Despesas Tributárias .......................................................................................... 11 2.1.7. Lucro ................................................................................................................. 12 2.1.8. BDI – Benefícios e Despesas Indiretas ................................................................ 12 2.1.9. Curva ABC de insumos e serviços ...................................................................... 13 2.1.9.1. Utilidades da curva ABC ............................................................................................. 14
3 ESTUDO DE CASO .................................................................................................. 15
3.1. ANÁLISE DE MERCADO ......................................................................................... 15 3.1.1. Pesquisa de oferta e demanda............................................................................. 15 3.1.2. Pesquisa de preço ............................................................................................... 15 3.2. DEFINIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO .......................... 16 3.3. ORÇAMENTO ............................................................................................................ 18 3.3.1. Elaboração do orçamento ................................................................................... 18 3.3.2. Referência de custo ............................................................................................ 18 3.3.2.1. Composições e custo unitário ...................................................................................... 19
3.3.3. Especificação dos serviços .................................................................................. 20 3.3.4. Quantitativos ...................................................................................................... 22 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ......................................... 24
4.1. CUSTO POR ETAPAS ............................................................................................... 27 4.2. CURVA ABC .............................................................................................................. 27 4.3. COMPARATIVO DE PREÇOS .................................................................................. 28 4.4. BDI E PREÇO FINAL ................................................................................................ 29 5 CONCLUSÕES .......................................................................................................... 30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 31
8
1 INTRODUÇÃO
Este capítulo apresenta o objetivo geral, os objetivos específicos, a justificativa da
realização deste trabalho e sua estrutura.
1.1. JUSTIFICATIVA
Em um cenário de instabilidade econômica se torna evidente a importância de um
estudo de viabilidade, principalmente no que abrange a questão financeira. É indicado
que o empreendedor tome a decisão de investir baseando-se nos dados econômicos e
financeiros que o projeto apresenta, bem como atender o mercado onde se pretende
empreender.
Com o estudo preliminar se faz possível prever os riscos e custos, possibilitando
um melhor planejamento e concentração de esforços em etapas de maior significância.
1.2. OBJETIVOS
1.2.1. Objetivo Geral
Este trabalho tem como objetivo geral a realização de um estudo de viabilidade
financeira de um empreendimento imobiliário a ser construído na cidade de Santa Rosa,
no noroeste do estado do Rio Grande do Sul.
1.2.2. Objetivos Específicos
De Forma a atingir o objetivo geral, destacam-se os objetivos específicos:
Análise de mercado com pesquisa de demanda e custos de construção;
Definição e caracterização do empreendimento;
Levantamento de quantitativos e composição de custos para elaboração do
orçamento;
Análise de concentração de custo por etapas;
Comparativo de preços;
Definição de preço de venda.
9
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Neste capítulo serão abordados os principais conceitos e definições do tema proposto.
2.1. ORÇAMENTO
2.1.1. Definição
O levantamento dos custos – e a consequente definição do preço de venda – é
basicamente um exercício de previsão. Há uma grande variedade de itens que influenciam
e contribuem para o custo total de um empreendimento. A execução do orçamento
envolve a identificação, descrição, quantificação, análise e valorização de uma série de
itens exigindo muita atenção e conhecimento técnico. Sendo o orçamento preparado antes
da construção, muito estudo deve ser feito para que não existam erros na composição do
custo (MATTOS, 2010).
De uma forma geral, orçamento é a quantificação dos insumos, mão de obra e
equipamentos necessários para realizar uma obra ou serviço, assim como o custo a ser
despendido por tais serviços e produtos (ÀVILA, 2003).
Para Giammusso (1991), orçamento é a determinação do custo de uma obra antes
de sua realização, podendo ser também denominado como previsão de custo.
2.1.2. Enfoques do orçamento
Segundo Mattos (2014), os enfoques são distintos quando o orçamento é analisado
sob a visão do proprietário do empreendimento ou do construtor.
Do ponto de vista do proprietário, o orçamento é a descrição dos serviços, com as
quantidades multiplicadas pelos respectivos preços unitários, sendo o preço final definido
pela somatória total. O proprietário não tem preocupação direta com cotação de insumos,
eventuais perdas ou baixa produtividade de equipes, por exemplo. Sua preocupação está
no custo total do empreendimento e como esse montante será desembolsado no decorrer
do tempo.
Do ponto de vista do construtor o orçamento é a especificação de todos os
insumos, quantificados e multiplicados pelos custos unitários, somado a isso as despesas
indiretas, cuja somatória define o custo total, soma-se ainda o lucro e impostos, gerando
10
o preço total, que é quanto ele irá receber. Para o construtor os valores obtidos no
orçamento passam a ser metas de desempenho durante a obra. O preço de venda é fixado
antes e o custo é variável e precisa ser monitorado em função dessas metas.
2.1.3. Grau de detalhamento do orçamento
Mattos (2014) destaca que o orçamento pode ser classificado a partir do seu grau
de detalhamento como:
Estimativa de custo – avaliação estimada a partir de custos históricos e através de
comparação com projetos semelhantes. Dá um valor aproximado do custo total;
Orçamento preliminar – está em um nível mais detalhado do que a estimativa de
custos. Leva em conta o levantamento de quantidades e a pesquisa de preços dos insumos
e serviços. O grau de incerteza é menor que a estimativa.
Orçamento analítico ou detalhado – realizado com composição de custos e
pesquisa de preços dos insumos para a elaboração com valores atualizados e o mais
próximo possível do custo real, com baixa margem de incerteza (MATTOS, 2014).
2.1.4. Custos
O orçamento tem como objetivo a definição do preço de venda, o qual é
determinado a partir da soma dos custos diretos (mão de obra, materiais e equipamentos),
dos custos indiretos (salário de engenheiros, técnicos, despesas gerais e taxas), lucros e
impostos (MATTOS, 2010).
Para Verri (2010), custos diretos são os custos relacionados diretamente ao
produto final, isto é, são custos obtidos através da soma dos custos de insumos básicos
que ficam agregados ao produto final. Por exemplo: mão de obra de execução, chapas de
aço, alvenaria.
Os custos indiretos são aqueles provenientes de insumos, atividades e serviços
que não estão diretamente relacionados com o produto final, mas que contribuem para a
realização dos serviços. Por exemplo: aluguéis de equipamentos, coordenadores, mão de
obra de gerentes, técnicos de planejamento (VERRI, 2010).
11
2.1.5. Encargos sociais
Durante a execução do orçamento de um serviço, cabe ao construtor conceder à
hora de cada insumo de mão-de-obra o custo real que ela representa para a empresa. O
custo de um operário não se limita a seu salário-base. É um valor superior, pois não é só
o salário que compõe o ônus do empregador – este deve arcar com diversos encargos
sociais e trabalhistas impostos pela legislação e pelas convenções do trabalho, que são
somados ao salário ao qual o funcionário recebe (MATTOS, 2014).
Tem-se um primeiro grupo que são os Encargos Básicos, que incidem sobre toda
e qualquer remuneração recebida pelos empregados. Neles estão contidos os encargos da
Previdência Social, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), Salário-educação,
Serviço Social da Indústria (SESI), Seguro de acidentes do trabalho entre outros. No
segundo grupo estão os encargos devidos a horas não trabalhadas como o 13º salário,
férias, repouso semanal remunerado, feriados, auxílio-enfermidade, faltas justificadas,
licença paternidade, etc. (GIAMMUSSO, 1991).
2.1.6. Despesas Tributárias
Toda atividade que envolve produção é onerada de impostos, na construção não é
diferente. As diferentes esferas de poder – federal, estadual e municipal – têm seus
impostos incidentes sobre a obra.
No processo de realização do orçamento, a inserção dos impostos vem ao final,
pois, como eles recaem sobre o preço de venda da obra, é necessário que os custos diretos
e indiretos já tenham sido definidos.
É de extrema importância que o responsável pelo orçamento tenha em mente que
os impostos a serem inseridos como despesas tributárias são aqueles que incidem sobre o
faturamento, ou seja, sobre o preço de venda (receita bruta do contrato) (MATTOS,2014).
Sendo assim, conforme Mattos (2014), os impostos a serem computados como
despesas tributárias são:
COFINS (Contribuição para financiamento da seguridade social);
PIS (Programa de Integração Social);
ISSQN (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza);
12
IRPJ (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica);
CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).
2.1.7. Lucro
Segundo Giammusso (1991), lucro é a diferença entre o preço de venda e o custo
total (direto mais indireto).
Para Mattos (2014), o lucro por si só não diz muito. Se alguém obtém, por
exemplo, um lucro de R$ 100.000,00 em um contrato, o valor absoluto não significa
muito. A relatividade é que tem grande importância. Se o lucro foi obtido em um contrato
de R$ 500.000,00, sua representatividade é muito maior do que se tiver sido obtido em
um de R$ 2.000.000,00.
A medida da relatividade é dada pela lucratividade, que é a relação entre o lucro
e a receita. É um quociente e é expresso em percentual (valor relativo) A lucratividade dá
uma ideia do percentual do contrato que se transforma em ganho para a empresa.
Rentabilidade é a remuneração medida em percentual do capital investido, ou seja,
a proporção de ganho. Ela é expressa pela percentagem de lucro em relação ao
investimento feito. A rentabilidade refere-se ao retorno sobre o investimento realizado na
empresa e serve para a comparação com a rentabilidade que o dinheiro teria se fosse
aplicado de outra forma, no banco por exemplo.
Em resumo, o lucro representa a diferença entre as receitas e as despesas em
unidade monetária. A lucratividade é a relação entre o lucro e a receita medida em
percentagem. Já a rentabilidade é a relação entre o lucro e o investimento, também medida
em percentagem (MATTOS, 2014).
2.1.8. BDI – Benefícios e Despesas Indiretas
O preço é composto pelos custos diretos somados ao total das despesas indiretas
e por fim o acréscimo do benefício ou lucro. Este acréscimo se denomina BDI, ou seja,
Benefício e Despesa Indireta.
Quanto melhor a reflexão dos custos indiretos reais, melhores as expectativas de
se denotar preços que não sendo muito baixos, asseguram a estabilidade financeira da
empresa (GIAMMUSSO, 1991).
13
Em outras palavras, sobre o custo direto é necessário empregar um fator que
represente o custo indireto e o lucro, além dos impostos incidentes. Este fator de
majoração é o BDI – Benefício e Despesas Indiretas, expresso em percentual.
(MATTOS,2014)
Segundo Cordeiro (2007), o BDI é a taxa relacionada às despesas indiretas e lucro,
para a execução dos serviços, incidindo sobre a soma dos custos de materiais, mão-de-
obra, equipamentos etc. Pode ser aplicada na composição dos custos unitários, como
também diretamente no final do orçamento, no custo total, tendo como objetivo final
estipular-se o preço de execução da obra.
2.1.9. Curva ABC de insumos e serviços
Para quem vai orçar e para o gerente da obra, é de extrema importância saber quais
são os principais insumos e serviços, a quantidade total de cada um e quanto ele representa
no custo total (MATTOS, 2014).
A curva ABC representa graficamente, em ordem decrescente de preço, os itens
presentes no orçamento. Esta técnica é baseada no princípio de Pareto, segundo o qual
grande parcela do custo orçado incide sobre uma pequena parte dos insumos ou serviços.
A proporção é de 20-80%, ou seja, apenas 20% dos itens equivalem a 80% do custo,
embora essa proporção possa variar de caso para caso (GIAMMUSSO, 1991).
A curva ABC é representada na Figura 1.
Figura 1 – Curva ABC para Construção Civil 2016
Fonte: www.centrodeeconomiaeestatistica.com. Acesso em: 20 de junho de 2017.
14
2.1.9.1. Utilidades da curva ABC
Segundo Mattos (2014), a curva ABC traz benefícios tanto para o orçamentista
quanto para o engenheiro responsável pela gerencia da obra. A curva ABC indica os itens
com o maior peso no custo da obra. É exatamente nesses itens que o gerente da obra deve
concentrar sua atenção para chegar ao resultado desejado. Dentre os benefícios o autor
cita como principais:
Hierarquia dos insumos – Os insumos de maior significância no custo
estão listados no topo da tabela, sendo facilmente identificados.
Priorização na negociação – Os insumos listados no Grupo A, isto é,
aqueles do topo da tabela são os que devem ter atenção especial na cotação e negociação,
pois são os de maior representatividade no custo total. Um pequeno desconto em um
insumo dessa faixa pode representar muito mais ganho do que um grande desconto em
um insumo do Grupo C.
Atribuição de responsabilidades – O procedimento de compra dos
principais insumos deve ter atuação ativa do gerente da obra, pois neles revelam-se um
grande potencial de melhoria do resultado da obra. Os insumos de menor impacto no
custo da obra podem ser delegados aos compradores ordinários pois não provocarão uma
grande alteração no custo total.
Avaliação dos impactos – Através da Curva ABC, o construtor pode fazer
uma avaliação do impacto que um aumento (ou diminuição) do preço de um insumo terá
no resultado da obra. Através da hierarquia demonstrada no gráfico, pode se medir o quão
significativo será o impacto positivo ou negativo na formação do preço final (MATTOS,
2014).
15
3 ESTUDO DE CASO
O estudo de caso foi distribuído em:
Análise de mercado e pesquisa de preço;
Definição e caracterização do empreendimento;
Levantamento de custos.
3.1. ANÁLISE DE MERCADO
Neste capítulo são colhidos dados que serve de balizamento para a definição do
empreendimento assim como para comparação de preços.
3.1.1. Pesquisa de oferta e demanda
Através desse estudo foi feita a análise de oferta e demanda de residências
unifamiliares, com indicação do padrão de maior procura. A indicação foi colhida por
consulta a duas imobiliárias da cidade de Santa Rosa, Rio Grande do Sul e estão dispostas
abaixo:
Imobiliária A: Alta demanda por residências unifamiliares, padrão médio, de valor
de até R$ 140.000,00 devido ao acesso a programas de financiamentos do Governo
Federal, pela Caixa Econômica.
Imobiliária B: Déficit de oferta, com fila de espera por residências unifamiliares
financiáveis pelo programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal. Com faixa de
preço entre R$110.000,00 e R$140.000,00.
3.1.2. Pesquisa de preço
Constatado o déficit de oferta de residências unifamiliares de padrão médio com
valores de até R$ 140.000,00, buscou-se informações adicionais junto a construtores
atuantes no mercado citado. A pesquisa baseou-se em 3 tópicos:
Demanda;
Média de custo da obra (m²);
16
Média de Preço de venda (m²).
Os cálculos dos custos por m² feito pelos construtores não seguem a norma ABNT
(CUB), sendo os valores informados obtidos apenas pela razão entre o custo total e sua
área construída em m². Os construtores possuem experiência no ramo sendo os dados
colhidos a partir de estatísticas de empreendimentos construídos anteriormente. As
respostas estão dispostas na Tabela 1.
Tabela 1 - Dados das construtoras e média.
O valor do terreno não está incluso, sendo os preços informados relativos apenas
à construção.
3.2. DEFINIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
Considerados os dados adquiridos pela pesquisa de mercado foi definido como
empreendimento uma obra de edificações unifamiliares, de concreto armado, de área total
construída igual a 324m², composta de 6 residências unifamiliares, de padrão médio. O
terreno proposto tem área de 720m² (36m x 20m), e é localizado no loteamento Montese
no município de Santa Rosa, Rio Grande do Sul. Cada unidade residencial possui 54m²
de área construída, com 2 quartos, 1 banheiro, sala e cozinha americana.
A planta baixa preliminar de uma unidade residencial está representada na Figura
2, a maquete eletrônica do empreendimento na Figura 3 e a planta baixa do
empreendimento está representada no Anexo 1.
Construtora A Construtora B Média
Demanda Alta Alta
Custo médio (R$/m²) 1.200,00 1.150,00 1.175,00
Preço médio de venda 2.000,00 2.100,00 2.050,00
BDI (%) 66,7 82,6 74,65
18
Figura 3 - Maquete eletrônica do empreendimento
Fonte: O autor (2017)
3.3. ORÇAMENTO
3.3.1. Elaboração do orçamento
Para a elaboração do orçamento foi utilizado o software Arquimedes, escolhido
devido a sua praticidade.
O programa também disponibiliza ferramentas de planejamento de atividades,
acompanhamento de serviços e controle financeiro.
3.3.2. Referência de custo
Foi utilizado como referência de custo a tabela SINAPI (Sistema Nacional de
Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil), com encargos sociais inclusos e
valores atualizados em 2017 para o Rio Grande do Sul.
O SINAPI estabelece regras e critérios para elaboração do orçamento de
referência de obras e serviços de engenharia.
Os preços de insumos são divulgados para 27 localidades incluindo materiais, mão
de obra e equipamentos que são utilizados em composições de serviços mais frequentes
na construção civil.
19
Para permitir a utilização dessas referências são disponibilizados os preços e
custos do SINAPI para que possam ser consultados e utilizados como referência na
elaboração de orçamentos (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, 2017).
3.3.2.1. Composições e custo unitário
A composição lista todos os insumos que entram na execução do serviço, com
suas respectivas quantidades, e seus custos unitários e totais (MATTOS, 2006).
Custo unitário é o custo que corresponde a uma unidade de serviço. O SINAPI
disponibiliza uma planilha que relacionadas com os preços dos insumos e serviços
fornece o custo unitário da composição.
As composições aferidas possuem Cadernos Técnicos que apresentam os itens
considerados para cada serviço, bem como suas características, os critérios para
quantificação dos serviços e os critérios adotados na aferição (CAIXA ECONÔMICA
FEDERAL, 2017)
A Tabela 2 apresenta um exemplo de composição representativa de um serviço de
montagem e desmontagem de forma de laje maciça.
Tabela 2 – Exemplo de composição de serviço
Fonte: SINAPI (2017)
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE LAJE MACIÇA
COM ÁREA MÉDIA MENOR OU IGUAL A 20 M², PÉ-DIREITO
DUPLO, EM CHAPA DE MADEIRA COMPENSADA RESINADA, 6
UTILIZAÇÕES. AF_12/2015
M2
DESMOLDANTE PROTETOR PARA FORMAS DE MADEIRA, DE BASE
OLEOSA EMULSIONADA EM AGUA L
VIGA DE ESCORAMAENTO H20, DE MADEIRA, PESO DE 5,00 A 5,20
KG/M, COM EXTREMIDADES PLASTICASM
TORRE METALICA COMPLETA PARA UMA CARGA DE 8 TF (80 KN) E
PE DIREITO DE 6 M, INCLUINDO MODULOS , DIAGONAIS, SAPATAS
E FORCADOS (LOCACAO) (COLETADO CAIXA)
MES
AJUDANTE DE CARPINTEIRO COM ENCARGOS COMPLEMENTARES H
CARPINTEIRO DE FORMAS COM ENCARGOS COMPLEMENTARES H
FABRICAÇÃO DE FÔRMA PARA LAJES, EM CHAPA DE MADEIRA
COMPENSADA RESINADA, E = 17 MM. AF_12/2015M2
20
3.3.3. Especificação dos serviços
Os serviços apurados no orçamento estão dispostos de acordo com cada categoria.
Em atividades preliminares, orçou-se:
Limpeza mecanizada de terreno com remoção de camada vegetal, utilizando
motoniveladora;
Execução de sanitário, vestiário e depósito em canteiro de obra em chapa de
madeira compensada;
Placa de obra em chapa de aço;
Locação convencional de obra, através de gabarito de tábuas.
Para a parte de infraestrutura:
Escavação manual de valas;
Lastro com preparo de fundo com camada de brita;
Alvenaria de embasamento em tijolos cerâmicos maciços;
Viga baldrame, aço CA-60.
Para supraestrutura:
Estrutura convencional de concreto armado, fck = 25 MPA, aço CA-60
Para a alvenaria:
Blocos cerâmicos furados na horizontal de 9x14x19cm;
Argamassa de assentamento com preparo em betoneira.
Para revestimentos:
Chapisco aplicado em alvenarias e estruturas de concreto;
Argamassa industrializada com preparo manual;
Emboço, em argamassa traço 1:2:8 espessura de 20mm;
Massa única, em argamassa traço 1:2:8, espessura de 20mm.
Para piso com revestimentos cerâmicos:
Contrapiso em argamassa traço 1:4 (cimento e areia);
Revestimento cerâmico para piso com placas tipo grês de dimensões 35x35 cm;
Revestimento cerâmico para parede com placas tipo grês ou semi-grês, dimensões
20x20cm;
Rodapé em madeira, altura 7cm;
21
Para a parte de impermeabilização:
Impermeabilização de superfície com emulsão asfáltica a base d'agua;
Impermeabilização de estruturas enterradas, com tinta asfáltica, duas demãos.
Para esquadrias:
Portas de madeira, semi-oca padrão médio, 80x210cm, espessura de 3,5cm;
Janelas de alumínio de correr, 2 folhas;
Janela de aço basculante.
Para a cobertura:
Telhamento com telha ondulada de fibrocimento e = 6 mm;
Trama de madeira composta por terças;
Cumeeira tipo shed.
Para a pintura:
Tinta látex PVA em paredes internas;
Tinta látex acrílica em teto;
Tinta texturizada acrílica em paredes externas.
Para instalações hidrossanitárias:
Tubulação embutida de PVC
Vaso sanitário sifonado com caixa acoplada louça branca
Lavatório louça branca com coluna;
Registro de gaveta bruto, latão, roscável;
Registro de pressão bruto de latão;
Caixa sifonada de PVC;
Ralo sifonado de PVC;
Caixa d´água em polietileno;
Tanque de louça branca;
Bancada de granito;
Cuba de embutir de aço inoxidável;
Torneira cromada tubo móvel.
Para as instalações elétricas:
Eletroduto flexível PVC;
Interruptor e tomada de embutir;
Cabo de cobre flexível isolado;
Quadro de distribuição de energia de embutir, em chapa metálica.
22
3.3.4. Quantitativos
Os quantitativos foram calculados a partir da planta baixa e o modo em que são
medidos se diferenciam entre eles. Abaixo, são informadas as unidades de medição para
cada item.
Para atividades preliminares:
Limpeza mecanizada de terreno medido – por m² a ser limpo;
Execução de sanitário, vestiário e depósito - por unidade;
Placa de obra em chapa de aço – por unidade;
Locação convencional de obra, através de gabarito de tabuas – por metro;
Para infraestrutura:
Escavação manual de valas – por volume a ser escavado;
Lastro com preparo de fundo com camada de brita – m³;
Alvenaria de embasamento – m³;
Viga baldrame, aço CA-60 – composição medida em m³;
Para supra estrutura:
Composição padrão de estruturas de casas térreas medida em m³.
Para alvenaria:
Quantitativos medido através de áreas de paredes e muros.
Para a cobertura
Trama de madeira – m²;
Telha ondulada de fibrocimento – m²;
Cumeeira – m;
Para revestimentos:
Chapisco, emboço e massa fina calculado pela área em m² de paredes a
serem revestidas.
Para pisos com revestimentos cerâmicos:
Contrapiso e revestimentos cerâmicos - m²;
Rodapé – m.
Para impermeabilização:
Impermeabilização – pela área a ser impermeabilizada em m².
23
Para instalações Elétricas:
Pontos de iluminação, tomadas e quadros de distribuição – por unidades;
Cabos e eletrodutos – m.
Para instalações hidrossanitárias:
Tubulação medida em metro;
Vasos sanitários, lavatórios, registros, caixas sifonadas, ralos, tanques,
torneiras e demais itens calculados por unidade.
Para esquadrias:
Portas de madeira, por unidade;
Janelas - área em m².
Para pintura:
Tintas – por área a ser pintado, em m².
24
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
O resultado final obtido através do orçamento foi de R$ 383.241,04. O orçamento
com a especificação dos serviços e suas respectivas quantidades encontra-se na tabela
abaixo:
Tabela 3 - Resultado final de orçamento
Ud Resumo Quantidade Preço (R$)
Importância (R$)
383.241,04 383.241,04
Atividades Preliminares 5.101,71 5.101,71
M2 LIMPEZA MECANIZADA DE TERRENO COM REMOCAO DE CAMADA VEGETAL, UTILIZANDO MOTONIVELADORA
360,0000 0,51 183,60
M2 EXECUÇÃO DE SANITÁRIO E VESTIÁRIO EM CANTEIRO DE OBRA EM CHAPA DE MADEIRA COMPENSADA, NÃO INCLUSO MOBILIÁRIO. AF_02/2016
2,5000 553,92 1.384,80
M2 EXECUÇÃO DE DEPÓSITO EM CANTEIRO DE OBRA EM CHAPA DE MADEIRA COMPENSADA, NÃO INCLUSO MOBILIÁRIO. AF_04/2016
3,0000 397,32 1.191,96
M2 PLACA DE OBRA EM CHAPA DE ACO GALVANIZADO 1,0000 214,95 214,95
M2 LOCACAO CONVENCIONAL DE OBRA, ATRAVÉS DE GABARITO DE TABUAS CORRIDAS PONTALETADAS A CADA 1,50M, SEM REAPROVEITAMENTO
240,0000 8,86 2.126,40
1 5.101,71 5.101,71
Infra Estrutura 31.171,56 31.171,56
M3 ESCAVAÇÃO MANUAL DE VALAS. AF_03/2016 43,8000 59,42 2.602,60
M3 LASTRO COM PREPARO DE FUNDO, LARGURA MAIOR OU IGUAL A 1,5 M, COM CAMADA DE BRITA, LANÇAMENTO MANUAL, EM LOCAL COM NÍVEL BAIXO DE INTERFERÊNCIA. AF_06/2016
6,4000 152,96 978,94
M3 ALVENARIA DE EMBASAMENTO EM TIJOLOS CERAMICOS MACICOS 5X10X20CM, ASSENTADO COM ARGAMASSA TRACO 1:2:8 (CIMENTO, CAL E AREIA)
9,0000 587,66 5.288,94
M3 (COMPOSIÇÃO REPRESENTATIVA) EXECUÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO, PARA EDIFICAÇÃO HABITACIONAL UNIFAMILIAR TÉRREA (CASA ISOLADA), FCK = 25 MPA. AF_01/2017
11,9000 1.874,04 22.301,08
2 31.171,56 31.171,56
Supra Estrutura 72.080,09 72.080,09
M3 (COMPOSIÇÃO REPRESENTATIVA) EXECUÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO, PARA EDIFICAÇÃO HABITACIONAL UNIFAMILIAR TÉRREA (CASA ISOLADA), FCK = 25 MPA. AF_01/2017
27,2000 1.874,04 50.973,89
M2 PISO EM CONCRETO 20MPA PREPARO MECANICO, ESPESSURA 7 CM, COM ARMACAO EM TELA SOLDADA
290,0000 72,78 21.106,20
3 72.080,09 72.080,09
Alvenaria - Paredes e Muro 64.497,54 64.497,54
M2 ALVENARIA DE VEDAÇÃO DE BLOCOS CERÂMICOS FURADOS NA HORIZONTAL DE 9X19X19CM (ESPESSURA 9CM) DE PAREDES COM ÁREA LÍQUIDA MAIOR OU IGUAL A 6M² COM VÃOS E ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO COM PREPARO MANUAL. AF_06/2014
1.086,0000 59,39 64.497,54
4 64.497,54 64.497,54
Cobertura 17.737,80 17.737,80
25
M2 TRAMA DE MADEIRA COMPOSTA POR TERÇAS PARA TELHADOS DE ATÉ 2 ÁGUAS PARA TELHA ONDULADA DE FIBROCIMENTO, METÁLICA, PLÁSTICA OU TERMOACÚSTICA, INCLUSO TRANSPORTE VERTICAL. AF_12/2015
330,0000 10,73 3.540,90
M2 TELHAMENTO COM TELHA ONDULADA DE FIBROCIMENTO E = 6 MM, COM RECOBRIMENTO LATERAL DE 1 1/4 DE ONDA PARA TELHADO COM INCLINAÇÃO MÁXIMA DE 10°, COM ATÉ 2 ÁGUAS, INCLUSO IÇAMENTO. AF_06/2016
330,0000 35,05 11.566,50
M CUMEEIRA TIPO SHED PARA TELHA DE FIBROCIMENTO ONDULADA, INCLUSO JUNTAS DE VEDACAO E ACESSORIOS DE FIXACAO
60,0000 43,84 2.630,40
5 17.737,80 17.737,80
Revestimentos 57.322,38 57.322,38
M2 CHAPISCO APLICADO EM ALVENARIAS E ESTRUTURAS DE CONCRETO INTERNAS, COM ROLO PARA TEXTURA ACRÍLICA. ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA COM PREPARO MANUAL. AF_06/2014
1.572,0000 7,94 12.481,68
M2 EMBOÇO, PARA RECEBIMENTO DE CERÂMICA, EM ARGAMASSA TRAÇO 1:2:8, PREPARO MANUAL, APLICADO MANUALMENTE EM FACES INTERNAS DE PAREDES, PARA AMBIENTE COM ÁREA ENTRE 5M2 E 10M2, ESPESSURA DE 20MM, COM EXECUÇÃO DE TALISCAS. AF_06/2014
274,0000 27,84 7.628,16
M2 MASSA ÚNICA, PARA RECEBIMENTO DE PINTURA, EM ARGAMASSA TRAÇO 1:2:8, PREPARO MANUAL, APLICADA MANUALMENTE EM FACES INTERNAS DE PAREDES, ESPESSURA DE 20MM, COM EXECUÇÃO DE TALISCAS. AF_06/2014
1.293,0000 28,78 37.212,54
8 57.322,38 57.322,38
Piso e Revestimentos cerâmicos paredes 34.864,64 34.864,64
M2 REVESTIMENTO CERÂMICO PARA PISO COM PLACAS TIPO GRÊS DE DIMENSÕES 35X35 CM APLICADA EM AMBIENTES DE ÁREA MAIOR QUE 10 M2. AF_06/2014
282,0000 25,46 7.179,72
M2 REVESTIMENTO CERÂMICO PARA PISO COM PLACAS TIPO GRÊS DE DIMENSÕES 45X45 CM APLICADA EM AMBIENTES DE ÁREA MENOR QUE 5 M2. AF_06/2014
0,0000 38,85 0,00
M2 (COMPOSIÇÃO REPRESENTATIVA) DO SERVIÇO DE REVESTIMENTO CERÂMICO PARA AMBIENTES DE ÁREAS MOLHADAS, MEIA PAREDE OU PAREDE INTEIRA, COM PLACAS TIPO GRÊS OU SEMI-GRÊS, DIMENSÕES 20X20 CM, PARA EDIFICAÇÃO HABITACIONAL MULTIFAMILIAR (PRÉDIO). AF_11/2014
274,0000 51,17 14.020,58
M RODAPE EM MADEIRA, ALTURA 7CM, FIXADO EM PECAS DE MADEIRA
294,0000 12,34 3.627,96
M2 (COMPOSIÇÃO REPRESENTATIVA) DO SERVIÇO DE CONTRAPISO EM ARGAMASSA TRAÇO 1:4 (CIMENTO E AREIA), PREPARO COM BETONEIRA 400 L, ESPESSURA 4 CM PARA ÁREAS SECAS E 3 CM PARA ÁREAS MOLHADAS, PARA EDIFICAÇÃO HABITACIONAL MULTIFAMILIAR (PRÉDIO). AF_11/2014
282,0000 35,59 10.036,38
9 34.864,64 34.864,64
impermeabilização 7.076,10 7.076,10
M2 IMPERMEABILIZACAO DE SUPERFICIE COM EMULSAO ASFALTICA A BASE D'AGUA
150,0000 22,27 3.340,50
M2 IMPERMEABILIZACAO DE ESTRUTURAS ENTERRADAS, COM TINTA ASFALTICA, DUAS DEMAOS.
440,0000 8,49 3.735,60
12. 7.076,10 7.076,10
Instalações Elétricas 14.634,84 14.634,84
UN PONTO DE ILUMINAÇÃO RESIDENCIAL INCLUINDO INTERRUPTOR PARALELO, CAIXA ELÉTRICA, ELETRODUTO, CABO, RASGO, QUEBRA E CHUMBAMENTO (EXCLUINDO LUMINÁRIA E LÂMPADA). AF_01/2016
48,0000 106,68 5.120,64
UN PONTO DE TOMADA RESIDENCIAL INCLUINDO TOMADA 10A/250V, CAIXA ELÉTRICA, ELETRODUTO, CABO, RASGO, QUEBRA E CHUMBAMENTO. AF_01/2016
60,0000 122,43 7.345,80
UN PONTO DE ILUMINAÇÃO E TOMADA, RESIDENCIAL, INCLUINDO INTERRUPTOR SIMPLES E TOMADA 10A/250V, CAIXA ELÉTRICA, ELETRODUTO, CABO, RASGO, QUEBRA E CHUMBAMENTO (EXCLUINDO LUMINÁRIA E LÂMPADA). AF_01/2016
12,0000 145,43 1.745,16
26
UN QUADRO DE DISTRIBUICAO DE ENERGIA DE EMBUTIR, EM CHAPA METALICA, PARA 3 DISJUNTORES TERMOMAGNETICOS MONOPOLARES SEM BARRAMENTO FORNECIMENTO E INSTALACAO
6,0000 70,54 423,24
6 14.634,84 14.634,84
Instalações Hidrosanitárias 23.268,78 23.268,78
M (COMPOSIÇÃO REPRESENTATIVA) DO SERVIÇO DE INSTALAÇÃO TUBOS DE PVC, SOLDÁVEL, ÁGUA FRIA, DN 32 MM (INSTALADO EM RAMAL, SUB-RAMAL, RAMAL DE DISTRIBUIÇÃO OU PRUMADA), INCLUSIVE CONEXÕES, CORTES E FIXAÇÕES, PARA PRÉDIOS. AF_10/2015
340,0000 18,27 6.211,80
UN KIT DE REGISTRO DE GAVETA BRUTO DE LATÃO ¾", INCLUSIVE CONEXÕES, ROSCÁVEL, INSTALADO EM RAMAL DE ÁGUA FRIA - FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO. AF_12/2014
6,0000 52,99 317,94
UN KIT DE REGISTRO DE PRESSÃO BRUTO DE LATÃO ¾", INCLUSIVE CONEXÕES, ROSCÁVEL, INSTALADO EM RAMAL DE ÁGUA FRIA - FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO. AF_12/2014
6,0000 45,96 275,76
UN VASO SANITÁRIO SIFONADO COM CAIXA ACOPLADA LOUÇA BRANCA - FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO. AF_12/2013
6,0000 305,64 1.833,84
UN LAVATÓRIO LOUÇA BRANCA COM COLUNA, 45 X 55CM OU EQUIVALENTE, PADRÃO MÉDIO - FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO. AF_12/2013
6,0000 221,68 1.330,08
UN CAIXA SIFONADA, PVC, DN 150 X 185 X 75 MM, JUNTA ELÁSTICA, FORNECIDA E INSTALADA EM RAMAL DE DESCARGA OU EM RAMAL DE ESGOTO SANITÁRIO. AF_12/2014
6,0000 50,07 300,42
UN RALO SIFONADO, PVC, DN 100 X 40 MM, JUNTA SOLDÁVEL, FORNECIDO E INSTALADO EM RAMAL DE DESCARGA OU EM RAMAL DE ESGOTO SANITÁRIO. AF_12/2014
6,0000 8,39 50,34
UN CAIXA D´ÁGUA EM POLIETILENO, 1000 LITROS, COM ACESSÓRIOS 6,0000 690,05 4.140,30
UN TANQUE DE LOUÇA BRANCA SUSPENSO, 18L OU EQUIVALENTE - FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO. AF_12/2013
6,0000 310,72 1.864,32
UN BANCADA DE GRANITO CINZA POLIDO PARA PIA DE COZINHA 1,50 X 0,60 M - FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO. AF_12/2013
6,0000 613,01 3.678,06
UN CUBA DE EMBUTIR DE AÇO INOXIDÁVEL MÉDIA, INCLUSO VÁLVULA TIPO AMERICANA E SIFÃO TIPO GARRAFA EM METAL CROMADO - FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO. AF_12/2013
6,0000 356,00 2.136,00
UN TORNEIRA CROMADA TUBO MÓVEL, DE MESA, 1/2" OU 3/4", PARA PIA DE COZINHA, PADRÃO ALTO - FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO. AF_12/2013
6,0000 84,49 506,94
UN TORNEIRA CROMADA 1/2" OU 3/4" PARA TANQUE, PADRÃO MÉDIO - FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO. AF_12/2013
6,0000 32,75 196,50
UN TORNEIRA CROMADA DE MESA, 1/2" OU 3/4", PARA LAVATÓRIO, PADRÃO MÉDIO - FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO. AF_12/2013
6,0000 71,08 426,48
7 23.268,78 23.268,78
Esquadrias 39.100,32 39.100,32
M2 JANELA DE ALUMÍNIO DE CORRER, 2 FOLHAS, FIXAÇÃO COM PARAFUSO SOBRE CONTRAMARCO (EXCLUSIVE CONTRAMARCO), COM VIDROS PADRONIZADA. AF_07/2016
45,0000 565,49 25.447,05
M2 JANELA DE AÇO BASCULANTE, FIXAÇÃO COM PARAFUSO SOBRE CONTRAMARCO (EXCLUSIVE CONTRAMARCO), SEM VIDROS, PADRONIZADA. AF_07/2016
3,0000 605,97 1.817,91
UN PORTA DE MADEIRA PARA PINTURA, SEMI-OCA (LEVE OU MÉDIA), 80X210CM, ESPESSURA DE 3,5CM, INCLUSO DOBRADIÇAS - FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO. AF_08/2015
36,0000 328,76 11.835,36
10. 39.100,32 39.100,32
Pintura 16.385,28 16.385,28
M2 APLICAÇÃO MANUAL DE PINTURA COM TINTA TEXTURIZADA ACRÍLICA EM PAREDES EXTERNAS DE CASAS, DUAS CORES. AF_06/2014
288,0000 17,18 4.947,84
M2 APLICAÇÃO MANUAL DE PINTURA COM TINTA LÁTEX ACRÍLICA EM TETO, DUAS DEMÃOS. AF_06/2014
282,0000 11,62 3.276,84
M2 APLICAÇÃO MANUAL DE PINTURA COM TINTA LÁTEX PVA EM PAREDES, DUAS DEMÃOS. AF_06/2014
1.005,0000 8,12 8.160,60
11 16.385,28 16.385,28
27
ORÇAMENTO 6 CASAS 383.241,04 383.241,04
4.1. CUSTO POR ETAPAS
Como já visto, o orçamento prevê um custo total de R$ 383.241,04. A Tabela 4
mostra como se dá a concentração dos custos se analisado por etapas.
Tabela 4 - Custo por etapas
4.2. CURVA ABC
Neste capítulo é apresentado a curva ABC. Os serviços classificados como A são
responsáveis por 70% do custo da obra. A Tabela 5 representa a classificação de cada
serviço, e a Figura 4 apresenta a curva ABC do orçamento.
SERVIÇO CUSTO %
Supra estrutura R$ 72.080,09 18,81%
Alvenaria R$ 64.497,54 16,83%
Revestimentos R$ 57.322,38 14,96%
Esquadrias R$ 39.100,32 10,20%
Pisos e Revestimentos Parede R$ 34.864,64 9,10%
Infraestrutura R$ 31.171,56 8,13%
Instalações Hidro sanitárias R$ 23.268,78 6,07%
Cobertura R$ 17.737,80 4,63%
Pintura R$ 16.385,28 4,28%
Instalações Elétricas R$ 14.634,84 3,82%
Impermeabilização R$ 7.076,10 1,85%
Atividades Preliminares R$ 5.101,71 1,33%
CUSTO TOTAL R$ 383.241,04 100,00%
28
Tabela 5 - Classificação dos serviços
Figura 4 - Curva ABC do orçamento
4.3. COMPARATIVO DE PREÇOS
Para a comparação de preços, o custo direto orçado do empreendimento foi
dividido pela sua área. Assim como feito pelos construtores.
Sendo assim, o custo direto obtido por metro quadrado de área foi:
SERVIÇO CUSTO % % ACUMULADA CLASSIFICAÇÃO
Supraestrutura R$ 72.080,09 18,81% 18,81% A
Alvenaria R$ 64.497,54 16,83% 35,64% A
Revestimentos R$ 57.322,38 14,96% 50,59% A
Esquadrias R$ 39.100,32 10,20% 60,80% A
Pisos e Revestimentos Parede R$ 34.864,64 9,10% 69,89% A
Infraestrutura R$ 31.171,56 8,13% 78,03% B
Instalações Hidrosanitárias R$ 23.268,78 6,07% 84,10% B
Cobertura R$ 17.737,80 4,63% 88,73% B
Pintura R$ 16.385,28 4,28% 93,00% C
Instalações Elétricas R$ 14.634,84 3,82% 96,82% C
Impermeabilização R$ 7.076,10 1,85% 98,67% C
Atividades Preliminares R$ 5.101,71 1,33% 100,00% C
CUSTO TOTAL R$ 383.241,04 100,00%
29
𝑅$383.241,04
324𝑚²= 𝑅$1.182,80/𝑚²
Verifica-se que o valor obtido por metro quadrado é semelhante aos pesquisados,
uma vez que o custo médio colhido da análise de mercado foi de R$ 1.175,00/m².
4.4. BDI E PREÇO FINAL
Os valores orçados anteriormente não incluem o custo do terreno. O lote em que
será construído o empreendimento tem área de 720m² (36mx20m) e é avaliado em
R$144.000,00. Sendo assim, o custo total do empreendimento é de:
𝑅$383.241,04 + 𝑅$144.000,00 = 𝑅$527.241,04
Obtendo-se um custo de R$ 87.873,51 por unidade residencial.
Para definir-se o preço de venda, aplica-se o BDI (Benefícios e Despesas
Indiretas). Em termos práticos, o BDI é o percentual que deve ser aplicado sobre o custo
direto da obra para se chegar ao preço de venda (MATTOS, 2014).
Baseado nos preços de venda coletados na análise de mercado, definiu-se o B.D.I
em 65%. Sendo assim, com o BDI definido, juntamente com o custo final, tem-se o preço
final. O BDI foi aplicado apenas sobre o preço de execução. O preço final se dá por:
(𝑅$383.241,04 ∙ 1,65) + 𝑅$144.000,00 = 𝑅$776.347,70
O que resulta em um valor de R$ 129.391,28 por unidade. Definiu-se como preço
final R$ 130.000,00 por unidade residencial.
30
5 CONCLUSÕES
Quanto ao cumprimento dos objetivos, pode-se considerar satisfeitos, visto que
foi feita a análise de mercado, a definição do empreendimento, o orçamento com a
especificação dos materiais, quantitativos, custos por etapa bem como o cálculo do preço
de venda.
A pesquisa de mercado serviu de balizamento para a tomada de decisão de etapas
posteriores, definindo-se como empreendimento de melhor perspectiva de retorno uma
obra de edificações unifamiliares padrão médio. A pesquisa também envolveu a coleta de
preços médios de construção do setor, sendo útil para a comparação com o preço orçado.
O orçamento propiciou o conhecimento real dos custos totais envolvidos na obra, sendo
o custo total estimado em R$ 527.241,04, assim como a identificação das concentrações
de investimentos de cada etapa de construção. Por fim a definição do preço de venda
possibilitou quantificar o retorno de capital, sendo estipulado em R$ 780.000,00, o que
garante ao investidor uma boa perspectiva de lucro.
Analisando o empreendimento de uma forma geral, através do trabalho pode-se
constatar que o mercado considerado é viável e apresenta uma boa perspectiva de sucesso,
dando maior segurança ao investidor e mostrando que mesmo diante de um cenário
econômico instável a construção civil segue sendo um setor de oportunidades.
31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ÁVILA, A. V.; LIBRELOTTO, L. Ilha; LOPES, O. C. Orçamentos de obras.
Florianópolis: Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL, 2003.
CORDEIRO, F. R. F. S., Orçamento e controle de custos na construção civil.
Universidade Federal de Minas Gerais. Monografia. 2007.
GIAMMUSSO, S. E., Orçamento e custo na construção civil. 2 Edição. 1991.
MATTOS, A. D., Como preparar orçamentos de obras. 2.ed São Paulo: Pini, 2014.
MATTOS, A. D., Planejamento e controle de obras. 1.ed São Paulo: Pini, 2010.
MUTTI, C. N., Administração da construção. Universidade Federal de Santa Catarina.
Notas de aula. 2016.
SITE DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. Disponível em www.caixa.gov.br.
VERRI, L. A., Sucesso em projetos de capital. 1 Edição. 2010.