UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ · relacionados a hábitos saudáveis e fatores de risco...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ

CAMPUS DE JACAREZINHO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

DILSON RIBEIRO DE OLIVEIRA

A IMPORTÂNCIA DA AQUISIÇÃO DE HÁBITOS SAUDÁVEIS PAR A O

DESENVOLVIMENTO DO ADOLESCENTE

JACAREZINHO 2012

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A IMPORTÂNCIA DA AQUISIÇÃO DE HÁBITOS SAUDÁVEIS PAR A O

DESENVOLVIMENTO DO ADOLESCENTE

Dílson Ribeiro de Oliveira1

Claudinei Ferreira dos Santos2

RESUMO

O objetivo do presente trabalho, foi de promover dentro do processo educativo, conhecimentos, discussões e reflexões sobre a diversidade de informações nas áreas do estilo de vida, atividade física e nutrição e sua influência em indicadores da composição corporal e desempenho motor. Fizeram parte da amostra sete indivíduos do gênero masculino (15,71±0,75 anos) e seis do feminino (16,16±0,98 anos). Os voluntários realizaram uma bateria de testes motores propostos por Guedes; Guedes (1997) antes e após doze semanas de intervenção. Os testes realizados foram: sentar-e-alcançar, salto em distância parado, flexão de braços na barra, abdominal modificado e corrida de 50 metros. Para verificar a resistência cardiorrespiratória, foi realizado o teste de Léger e Lambert e mensuração das espessuras de dobras cutâneas, tricipital e panturrilha, para estimativa da composição corporal. Como intervenção, os alunos assistiram a uma palestra com uma nutricionista, com orientações sobre a importância de uma alimentação saudável. Foram também orientados a realizar pesquisas em grupos sobre temas relacionados a hábitos saudáveis e fatores de risco para a saúde, além de outras possibilidades de práticas corporais, vivenciadas fora da escola e posteriormente socializá-las em grupo. Para análise dos dados foi utilizada ANOVA, seguido por post hoc de Scheffé, com p<0,05). Após doze semanas de intervenção, aumento significativo foi observado para a variável estatura para o gênero masculino. Ambos os gêneros aumentaram seus valores para os testes abdominal modificado e flexibilidade. Assim, doze semanas de intervenção, aparentemente não foi suficiente para alterar os componentes da composição corporal, mas sim resultados de testes motores.

Palavras-chave. Adolescentes, Estilo de vida, Atividade física, Nutrição.

1 Professor de Educação Física, com Especialização em Educação Física Escolar, atuando no

Colégio Estadual Dr. Ubaldino do Amaral – EFM. Professor PDE 2010. 2 Professor Orientador PDE, Dr. em Educação Física (Universidade Estadual do Norte do Paraná).

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ABSTRACT

The objective of the present work was of promoting inside the educative process, knowledges, discussions and reflections on the diversity of informations in the area of the way of life, physical activity and nutrition and his it influences indicators of the physical composition and driving performance. They made part of the sample seven individuals of the masculine type (15,71±0,75 years) and six of the feminine one (16,16±0,98 years). The volunteers carried out a battery of driving tests proposed by Guedes; Guedes (1997) before and after twelve weeks of intervention. The fulfilled tests were: to sit and to reach, motionless long jump, flexing of arms in the bar, abdominal modified and run of 50 meters. To check the resistance cardiorrespiratória, there was carried out the test of Léger and Lambert and measuring espessuras of cutaneous folds tricipital and panturrilha, for estimate of the physical composition. Like intervention, the pupils assisted a conversation with nutritionist, with directions on the importance of a healthy food. They were orientated also carrying out inquiries in groups on subjects made a list of to healthy habits and factors of risk for the health, besides other means of physical practices, survived out of the school and subsequently to socialize them in group. For analysis of the data ANOVA was used, followed for post hoc of Scheffé, with p <0,05). After twelve weeks of intervention, significant increase it was observed for the variable stature for the masculine type. Both types increased his values for the tests abdominal when it was modified and flexibility. So, twelve weeks of intervention, apparently it was not sufficient to alter the components of the physical composition, but yes resulted from driving tests.

Key-words . Adolescents, Way of life, Physical activity, Nutrition.

1 INTRODUÇÃO

O movimento é inerente ao ser humano, desde o início da sua existência a

atividade física esteve sempre presente. Para garantir a própria sobrevivência, os

homens realizavam várias atividades como: correr, nadar, arremessar e caçar, o que

foi fundamental para perpetuação da espécie.

Na sociedade moderna, ocorreu uma diminuição na prática de atividades

físicas realizadas no cotidiano. Em função do processo de automação e

desenvolvimento tecnológico, ocasionaram mudanças no estilo de vida e hábitos

sociais da população.

O sedentarismo associado a uma alimentação inadequada, pode provocar no

organismo humano várias doenças e fatores de riscos prejudiciais ao seu

desenvolvimento e para manutenção da saúde. Muitos adolescentes em seu tempo

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livre, preferem a realização de atividades que envolvem pouca movimentação, não

incorporando a atividade física em seus hábitos de vida.

Na comunidade escolar do Colégio Estadual Dr. Ubaldino do Amaral de Santo

Antonio da Platina – Paraná é possível observar que uma parcela de adolescentes

nas séries finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio, prefere atividades que

exigem pouco esforço físico, assim como seus hábitos alimentares possuem um

baixo teor nutritivo, e com alto valor calórico. Uma alimentação saudável, equilibrada

e recomendada, com nutrientes fundamentais para um desenvolvimento físico e

psíquico, está sendo substituída pela ingestão de guloseimas, refrigerantes e demais

alimentos industrializados.

Hábitos comuns em uma sociedade moderna - alimentação inadequada

associada ao sedentarismo – podem, além de prejudicar o desenvolvimento do

adolescente, levar ao surgimento de doenças, dentre elas as hipocinéticas,

causadas pela falta de movimento corporal como diabetes, hipertensão arterial,

osteoporose e outros fatores de risco que comprometem a saúde.

A disciplina de Educação Física, pode proporcionar além da vivência de

práticas corporais, contribuir para levar os alunos ao conhecimento, através de

pesquisas, debates, discussões e reflexões sobre temas voltados para melhoria de

sua vida, possibilitando mudanças de hábitos característicos da sociedade moderna.

O adolescente é um ser em formação e pode sofrer influências externa, em

relação ao seu comportamento e em suas decisões. Muitas vezes as influências

podem ser negativas e trazerem consequências graves para o seu desenvolvimento

e para a sua saúde.

Entre os problemas mais comuns nesta fase pode-se destacar o estresse e a

ansiedade, que podem levar ao uso de drogas como cigarro, álcool e esteróides

anabolizantes, seja como um processo de pertencer ao grupo, de superar timidez,

de buscar um “corpo perfeito” de acordo com os modismos do momento. Em busca

de integração, muitos adolescentes, incorporam comportamento de seu grupo, em

detrimento de uma vida saudável.

Dessa forma têm-se como objetivos promover dentro do processo educativo,

conhecimentos, discussões e reflexões sobre a diversidade de informações nas

áreas do estilo de vida, atividade física e nutrição e suas influências em indicadores

da composição corporal e desempenho motor; incentivar a prática regular de

atividades físicas de forma prazerosa; discutir sobre hábitos alimentares e estilo de

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vida; e motivar atitudes que os levem a buscar um estilo de vida saudável, com mais

prazer, energia e saúde.

2 ESTILO DE VIDA

A busca por uma vida com mais qualidade, levou o homem moderno a

valorizar mais o “ter” do que o “ser”. Esta inversão de valores levou as pessoas a

cada vez mais buscarem conquistas materiais, esquecendo de si próprio e da sua

saúde. O consumismo nos coloca que, temos que trabalhar para podermos adquirir

bens que nos farão “mais felizes”. Com isso o homem moderno segue uma rotina

exaustiva de tarefas que acaba contribuindo para o surgimento de vários males

prejudicando sua saúde e o seu prazer de viver.

“O estilo de vida do homem do século XXI conspira contra a saúde. É a

correria, é a falta de tempo, são os compromissos em horários impróprios, é o

acúmulo de atividades, muitas vezes desde a infância” (SABA, 2008: p. 31).

Nas primeiras décadas de vida, a principal função do organismo humano, é

crescer e se desenvolver, sendo um processo simultâneo e que depende do nível

maturacional e das experiências vivenciadas pela criança ou adolescente.

(KALBERG; TARANGER apud; GUEDES; GUEDES, 1997, p. 11)

A fase da adolescência é um processo de formação, caracterizado por

alterações físicas, psíquicas e sociais marcado por muita ansiedade, agressividade e

insegurança, sendo estes reflexos da falta de conhecimento de si próprio, e do seu

corpo; fase em que o indivíduo está sujeito a influências na escolha de seu estilo de

vida. Da mesma forma que, adolescentes não estão ou são preparados para lidar

com situações de conflito, frustrações, ansiedades e dificuldades de auto aceitação,

e acabam buscando um estilo de vida influenciado pela mídia ou pelo seu grupo

social, e sabe-se que muitas destas influências são nocivas à sua saúde.

Na adolescência, muitos já incorporaram hábitos de vida e que se não

mudados, permanecerão pelo resto de suas vidas. Na opinião de Nahas (2006),

existe uma grande necessidade de um trabalho educativo junto aos escolares sobre

suas escolhas, para auxiliar e abrir discussões sobre esse momento.

As Diretrizes Curriculares da Educação Básica (DCE) da área de Educação

Física enfatizam que o corpo humano é entendido na sua totalidade e que os

referenciais de beleza e saúde devem ser construídos sob uma perspectiva crítica.

(DCE 2008; p.54)

O elemento articulador referente à cultura corporal e saúde permite entender

a saúde como construção que supõe uma dimensão histórico-social. Portanto, é

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contrária à tendência dominante de conceber a saúde como simples volição (querer)

individual. (DCE, 2008, p. 55).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (O.M.S.), saúde é "um estado

dinâmico de completo bem-estar físico, mental, espiritual e social e não apenas a

ausência de doença ou enfermidade".

O conceito de saúde tornou-se mais abrangente, pois não se deve esperar

que uma doença se manifeste para tomar providências. A prevenção se dá

principalmente através da aquisição de hábitos de vida saudáveis.

De acordo com Nahas (apud ARAÚJO, 2009), hábitos saudáveis são

definidos como sendo “um conjunto de ações habituais que refletem as atitudes, os

valores e as oportunidades na vida das pessoas”.

Porém ao constatarmos que algumas doenças, estão relacionadas aos maus

hábitos de saúde, não podemos considerar que adolescentes que apresentam

índices de crescimento e desempenho motor abaixo do esperado, sejam

considerados saudáveis. (GUEDES; GUEDES: 1997, p.3)

O estilo de vida das pessoas passou a ser considerado de fundamental

importância na promoção da saúde e prevenção de doenças, tornando-se

necessário um trabalho que deverá iniciar-se na infância, enquanto o indivíduo está

em formação.

2.1 ATIVIDADE FÍSICA

O corpo humano foi constituído para ser ativo e o sedentarismo diminui a

utilização dos músculos e articulações do corpo humano, comprometendo a aptidão

física e o desempenho motor do indivíduo. Por outro lado, na sociedade atual o

processo de automação e o uso das novas tecnologias proporcionaram mais

comodidade e conforto às pessoas, mas consequentemente diminuiu as tarefas

físicas mais intensas do cotidiano. As várias formas de lazer passivo como

computador e televisão, têm diminuído o tempo em que os adolescentes poderiam

estar ativos fisicamente.

Com a mudança do estilo de vida das pessoas, os exercícios físicos do seu

cotidiano já não exigem tanto esforço como em outros tempos. A atividade física

ficou deixada em segundo plano na vida de muitas pessoas. Entretanto, o homem

está redescobrindo a necessidade dos exercícios físicos para a melhoria de sua

vida e de sua saúde.

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“A atividade física é definida como qualquer movimento corporal, produzido

pelos músculos esqueléticos, que resulta em gasto energético maior do que os

níveis de repouso” (CASPERSEN et all apud GUEDES; GUEDES, 1997, p.11).

Alves (2003) considera que “ser fisicamente ativo desde a infância apresenta

muitos benefícios, não só na área física, mas também nas esferas social e

emocional, e pode levar a um melhor controle das doenças crônicas da vida adulta”.

Para Guedes; Guedes (1997), os componentes da aptidão física relacionado

ao desempenho atlético, comparados com a aptidão física relacionada à saúde,

apresentam abrangência bem mais restrita, incluindo somente aqueles componentes

que podem prevenir doenças ou promover a saúde. Esses componentes da aptidão

física relacionados com a saúde se caracterizam por apresentar uma forte influência

do meio ambiente, são eles: resistência cardiorrespiratória, força, resistência

muscular, flexibilidade e potência.

Através da realização de testes motores, podem-se obter informações do tipo

“quantitativo”, que proporcionarão comparações inter (com outros indivíduos) e intra-

indivíduos (consigo mesmo) para identificar o comportamento relacionado ao seu

aspecto motor.

Na opinião de Guedes; Guedes (1997), os testes motores possibilitam

informações relacionadas com variáveis que procuram evidenciar características de

crescimento, composição corporal, desempenho motor e suas interações podem se

constituir, reconhecidamente, em importantes indicadores dos níveis de saúde de

uma população jovem.

É preciso procurar mudar o conceito relacionado à atividade física,

principalmente quando ela é realizada apenas por obrigação ou por estar na moda,

não conseguindo manter sua prática por muito tempo. A atividade física deve ser

incorporada aos hábitos de vida, sendo realizada de forma prazerosa, em que cada

um possa escolher entre suas várias formas o que lhe dê mais prazer, realizando

por toda sua vida. “O melhor exercício é aquele que se pode fazer regularmente. A

atividade física para crianças não pode ser punitiva e nem necessariamente

competitiva, mas sempre prazerosa” (ALVES, 2003).

Dessa forma, durante a prática pedagógica, podem-se utilizar instrumentos

voltados para diagnosticar a influência do sedentarismo no desempenho das

atividades do cotidiano dos alunos. De posse dos dados, direciona-se a ação para a

melhoria da aptidão física relacionadas à saúde, motivando a prática de atividade

física de forma regular.

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2.2 NUTRIÇÃO

“Uma alimentação adequada faz parte das necessidades básicas dos seres

humanos” (SHERAFAT, 2011). Os alimentos consumidos geram a energia para

manter em funcionamento suas funções vitais.

Nutrição: refere-se à abordagem das necessidades diárias de ingestão de

carboidratos, de lipídios, de proteínas, de vitaminas e de aminoácidos e também de

seu aproveitamento pelo organismo, no processo metabólico que ocorre durante

uma determinada prática corporal (DCE, 2008 p.55).

A prevenção de doenças pode começar pela nutrição. Uma alimentação

saudável é aquela composta por alimentos que atendam as necessidades que

temos com a nossa saúde e pela água que também se constitui um elemento vital

para o funcionamento do corpo. Alimentar-se bem é dar ao organismo tudo aquilo

que ele necessita.

Segundo Saba (2008), deve haver uma combinação entre os nutrientes

proporcionando um equilíbrio para o organismo.

Uma alimentação adequada e hábitos alimentares saudáveis desempenham

importante papel no processo de crescimento, pois contribuem para o

desenvolvimento de todo potencial do adolescente.

Para muitos adolescentes, a alimentação é somente uma maneira de saciar

sua fome. Por este motivo eles preferem ingerir em maior quantidade alimentos que

mais gostam, não reconhecendo que alimentação é a nossa fonte de energia, e que

seus nutrientes são importantes para o crescimento e sua saúde no presente e

futuro.

A mídia influencia na escolha da alimentação dos adolescentes; alimentos

industrializados e mais saborosos substituem alimentos naturais e mais nutritivos,

importantíssimos nesta fase das suas vidas.

Santos; Serra, (2003), observam que os meios de comunicação veiculam ou

produzem notícias, representações e expectativas nos indivíduos com propagandas,

informações e noticiário em que de um lado estimulam o uso de produtos dietéticos

e práticas alimentares para emagrecimento e, de outro, instigam ao consumo de

lanches tipo fast food. O que não deixa de ser contraditório, pois primeiro induzem a

uma alimentação inadequada e depois oferecem produtos para os consumidores

que querem emagrecer.

“A atuação do professor de Educação Física é de suma importância, para

aprofundar a abordagem de conteúdos veiculados na mídia, possibilitando aos

alunos, discussões e reflexões sobre modismos, estética, saúde e consumo”. (DCE,

2008 p. 62).

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Os adolescentes são considerados grupos de risco, pois, muitos têm uma

alimentação inadequada, uma vez que as refeições são substituídas por lanches,

bolachas, chocolates, doces, salgadinhos e refrigerantes em grandes quantidades. A

ingestão de uma grande quantidade de calorias e a inatividade física,

consequentemente podem levá-los à obesidade.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o peso dos

brasileiros vem aumentando nos últimos anos. De acordo com dados desse Instituto,

em 2009, uma em cada três crianças de 5 a 9 anos estava acima do peso

recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A parcela dos meninos e

rapazes de 10 a 19 anos de idade com excesso de peso passou de 3,7% (1974-75)

para 21,7% (2008-09), já entre as meninas e moças o crescimento do excesso de

peso foi de 7,6% para 19,4%. Também o excesso de peso em homens adultos

saltou de 18,5% para 50,1% e ultrapassou, em 2008-09, o das mulheres, que foi de

28,7% para 48%. (IBGE, 2010).

A prática reduzida de atividade física na adolescência é uma condição de

desequilíbrio de energia, causando variações nas reservas, principalmente quando o

consumo supera o gasto energético gerando ganho de peso, levando à obesidade.

De acordo com Guedes; Guedes (1997), obesidade, portanto não deve ser

confundida pelo maior peso corporal, que pode ter como fator o desenvolvimento

muscular associado a uma sólida constituição óssea, mas pelo excesso de tecido

adiposo. Em algumas crianças, com peso corporal inferior para sua estatura, que

pode ser simplesmente magra ou, de forma antagônica, demonstrar deficiências no

desenvolvimento muscular e/ou na mineralização óssea. Existe o risco de que um

adolescente com adiposidade elevada, de tornar-se um adulto obeso no futuro.

Os adolescentes, por estarem em processo de intenso crescimento e

desenvolvimento, necessitam de uma dieta equilibrada com todos os nutrientes,

porém sem excessos, principalmente de alimentos ricos em gorduras.

“A gordura não deve ser um tecido totalmente indesejado no organismo, porém o

controle dos excessos é de fundamental importância“. (KNITTLE apud GUEDES;

GUEDES, 1997, p. 40).

Uma alimentação em que o consumo de alimentos energéticos prevalece e

um baixo nível de atividade física provoca o acúmulo de gordura no organismo dos

indivíduos. É preciso oportunizar a busca de conhecimento sobre os benefícios de

uma alimentação equilibrada em que os alimentos devem ser em quantidades

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adequadas e equilibradas, suprindo assim todos os nutrientes indispensáveis para o

seu desenvolvimento.

3 MATERIAL E MÉTODO

A implementação do projeto de intervenção pedagógica iniciou-se em agosto

de 2011, na turma do 1° ano do ensino médio do perí odo vespertino.

Foi realizada exposição do projeto através de slides, para motivar e envolver a

turma em relação aos temas que seriam desenvolvidos. Foram solicitadas

autorizações dos pais ou responsáveis para participação dos alunos nas atividades

de implementação.

Para a avaliação dos testes motores foram utilizadas a bateria de testes

propostos e normatizados por Guedes; Guedes (1997), para crianças e

adolescentes, conforme descrito detalhadamente abaixo:

O teste denominado “sentar-e-alcançar”, foi realizado com a utilização de um

aparelho em forma de caixa medindo 30,5x30, 5x30,5, tendo a parte superior plana

com 56,5 cm., onde está fixada uma escala de medindo de 0 à 50 cm.; de modo que

o referencial de 23 cm coincida com a linha de apoio dos pés. Partindo da posição

sentada, com os joelhos estendidos, pés apoiados na caixa, o aluno flexionou o

tronco à frente, tentando alcançar com as mãos sobrepostas a maior distância

possível, em relação à posição inicial, mantendo por um tempo aproximado de 2

segundos.

Para o teste de velocidade cada aluno se posicionou com afastamento antero-

posterior das pernas, com o pé da frente o mais próximo possível da linha de saída.

Após um sinal sonoro, partiu para uma corrida em linha reta em uma distância de 50

metros, procurando percorrer em um menor tempo possível esta distância, onde foi

cronometrado seu tempo, em apenas uma tentativa.

Para medir a resistência cardiorrespiratória, foi realizado o teste de Léger

(apud DUARTE; DUARTE, 2001) ou vai-e-vem de 20 metros, para avaliar a potência

aeróbica máxima (VO2máx.), coforme a seguinte equação:

• VO2máx=31,025+3,238*veloc–3,248*idade+ 0,1536*idade*velocidade, onde:

VO2 em ml/kg/min; veloc = velocidade em km/h (no estágio atingido); id =

idade em anos. Neste teste os alunos realizaram um percurso de 20 metros

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em regime de vai-e-vem a uma velocidade controlada por sinais sonoros

(bips) contidos em um CD3.

Para a realização do teste, tomando com parâmetro Duarte; Duarte (2001), é

necessário um espaço de 20 metros, demarcados no solo por duas fitas, cones de

demarcação colocados sobre as linhas, com 1 metro de distância entre eles (para

definir corredores), um fita métrica (trena), aparelho de CD, com gravação de áudio

dos bips, folha para registro e cronômetro.

Foi realizado o teste de salto em distância parado, sendo fixado no solo uma

trena de com 3 metros de comprimento. Cada aluno, partindo de uma posição

parada, com os pés paralelos, executou um salto horizontal, tentando atingir uma

maior distância possível, em até três tentativas.

A força e resistência muscular no teste de flexão de braços na barra foram

realizadas em uma armação de madeira de 1,40 m. de altura, com uma barra de

ferro de 1,50 m de comprimento com regulagem a cada cinco cm, para que possa

ser ajustada conforme o comprimento dos braços do avaliado. Cada aluno estando

em decúbito dorsal, colocou-se pendurado, apenas os calcanhares em contato com

o solo, fazendo a elevação de seu corpo, até que a região da garganta tocasse a

linha de demarcação, colocada a dois espaços abaixo da barra, sendo computadas

as tentativas realizadas de forma completa.

O teste flexões abdominais seguiu o seguinte procedimento: cada aluno, na

posição decúbito dorsal sobre um colchão de ginástica, joelhos flexionados, plantas

pés em contato com o solo; quadris e joelhos flexionados; braços cruzados sobre o

tórax; palma das mãos voltadas para os ombros opostos. O avaliado elevou o tronco

até o contato dos antebraços com as coxas, mantendo encostado ao peito,

retornando à posição inicial. Foram considerados os movimentos realizados durante

o tempo de 60 segundos.

Para as medidas da estatura, foi utilizado um estadiômetro de metal e para a

coleta da massa corporal, utilizou-se uma balança eletrônica da marca Edulab®, para

posterior cálculo de índice de massa corporal (IMC), expressos em kg/m2, dividindo

massa corporal (peso) (em quilogramas), pela estatura (em metros ao quadrado),

mediante a seguinte fórmula: IMC= Massa Corporal / (Altura)2. 3 A gravação do áudio pode ser encontrada na internet em sites de busca, utilizando as palavras chaves: navette, vai-e-vem, teste de Léger.

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Para coleta de dados referentes à análise da composição corporal, foram

utilizadas as medidas das espessuras de dobras cutâneas nas regiões tricipital e

panturrilha, segundo a técnica descrita por Harrison et all (1988). As medidas foram

realizadas no hemicorpo direito do avaliado, através de um compasso específico da

marca Lange®. Estas medidas devem ser realizadas com o avaliado em posição

ortostática (em pé) e em repouso, sem nenhum tipo de vestimenta sobre a região a

ser manuseada.

Na região tricipital a espessura da dobra cutânea deve ser determinada

paralelamente ao eixo longitudinal do braço em sua face posterior, na distância

média entre a borda súpero-lateral do acrômio e o olecrano. Já na região da

panturrilha a espessura da dobra cutânea deve ser obtida com o avaliado sentado,

mantendo um ângulo de 90o. A medida é realizada no ponto de maior massa

muscular da face medial da perna, com a dobra sendo mensurada no sentido

longitudinal.

De posse dos valores das espessuras das dobras cutâneas tricipital e

panturrilha, para a estimativa da composição corporal, de ambos os sexos, foram

utilizadas as equações propostas por Slaugther (apud VANLOAN, 1988), que utiliza

a soma dessas dobras cutâneas (TR+PAN), para todas as idades (7 a 18 anos),

independente da etnia, conforme segue abaixo:

• Meninos de todas as idades: % GC (gordura corporal)= 0,735 (TR+PAN) +1,0

• Meninas de todas as idades: % GC (gordura corporal)= 0,610 (TR+PAN) +5,1

No início das coletas das medidas e testes motores, os alunos foram

orientados sobre a influência de seus hábitos de vida em sua aptidão física e em sua

saúde. Posteriormente foram realizadas a coleta das medidas de massa corporal e

estatura. Durante a realização do teste abdominal, ocorreram resistências por parte

de alguns alunos, especialmente daqueles não se consideravam capazes de

realizar, sendo eles realmente os que mais poderiam ser beneficiados. Nesta

oportunidade os alunos foram motivados e orientados que, através de uma vida

fisicamente mais ativa, todos poderiam melhorar em comparação ao seu próprio

resultado, quando os testes e as coletas de medidas fossem repetidos.

De um total de vinte alunos da referida turma, cinco não aceitaram participar

da pesquisa, dois foram descartados por estarem fora da faixa etária e treze

realizaram todos os testes propostos.

Aconteceu uma palestra para os alunos que contou com a participação de

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uma nutricionista, representantes do Núcleo Regional de Educação (NRE) de

Jacarezinho - Paraná, direção, equipe pedagógica e funcionários, sobre alimentação

saudável e equilibrada com dicas importantes para os alunos. Também foram

orientados sobre a importância e os benefícios dos nutrientes encontrados nos

alimentos naturais e os riscos de uma alimentação composta por alimentos

industrializados. Nesta oportunidade especial apoio existiu por parte das

merendeiras e funcionários da escola que se envolveram de maneira a contribuir

para o sucesso desta atividade. As mesas foram decoradas com frutas e alimentos

saudáveis, para demonstração e degustação dos alunos. Foram feitos alimentos

com ingredientes saudáveis e com partes que normalmente são descartadas e

sucos naturais que foram muito apreciados pelos alunos.

Durante a implementação, os alunos realizaram pesquisas em grupos sobre

temas relacionados a hábitos saudáveis e fatores de risco para a saúde. Cada aluno

socializou seus conhecimentos adquiridos sobre os temas pesquisados. Foram

compartilhados conhecimentos, dificuldades, ansiedades e as influências sofridas

durante a adolescência, relacionadas aos hábitos de vida que foram incorporados

por eles. Esta dinâmica possibilitou uma reflexão para a busca de uma vida mais

saudável.

Também foram pesquisadas pelos alunos outras possibilidades de práticas

corporais, que não são vivenciadas na escola, possibilitando a descoberta de outras

atividades que poderão ser realizadas de forma prazerosa e com regularidade fora

do ambiente escolar. As aulas práticas do 2º semestre de 2011 foram dos conteúdos,

esportes, jogos e ginástica.

Até o final do mês de outubro de 2011, foram realizadas as coletas das

medidas antropométricas e dos testes motores referentes à aptidão física

relacionados à saúde, com tabulação dos resultados. Durante o mês de novembro

de 2011, foram repetidas as coletas das medidas e testes motores, sendo

comparados os momentos pré e pós intervenção.

Após coleta e tabulação dos dados, foram confirmadas distribuições normais

para todas as variáveis. Análise de variância (ANOVA) foi utilizada para verificação

das diferenças entre os momentos (pré vs pós) e entre os gêneros (masculino e

feminino). Quando diferenças foram identificadas por ANOVA, o teste post hoc de

Scheffé foi utilizado para identificar onde ocorreram as diferenças. Para todas as

análises o nível de significância adotado foi de p<0,05. O programa estatístico

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utilizado foi o Bioestat versão 5.0, de livre acesso pelo sítio:

http://www.mamiraua.org.br/downloads/programas.

4 RESULTADOS

A seguir na tabela 1 serão apresentados os principais resultados encontrados

no presente estudo referentes às características gerais dos adolescentes e

indicadores da composição corporal, comparando os gêneros (masculino vs

feminino) e os momentos (pré vs pós).

Tabela 1. Características gerais e de composição corporal antes e após a intervenção. Variáveis ♂ Pré ♂ Pós ♀ Pré ♀ Pós

Idade (anos) 15,71±0,75 -- 16,16±0,98 -- Estatura (cm) 172,05±0,04 172,54±0,04* 164,75±0,09 164,93±0,09

Massa corporal (kg) 76,98±14,68 76,82±15,92 52,21±9,49 51,88±9,10

IMC (kg/m2) 25,94±4,62 25,73±5,01 19,29±3,67 19,10±3,38

Gordura Relativa (%) 29,35±9,77 28,72±8,93 24,21±5,57 25,12±6,09

Massa Gorda (kg) 23,76±11,43 23,20±10,79 12,93±5,38 13,27±5,41

Massa Magra (kg) 53,22±4,73 53,62±5,90 39,28±5,44† 38,61±5,77†

*diferença significativa entre os momentos (pré vs pós). †diferença significativa entre os gêneros (masculino vs feminino).

Foram observadas diferenças significativas entre os momentos para a

estatura no gênero masculino após as doze semanas de intervenção. Para o IMC, a

Anova acusou efeito do gênero, mas o post hoc de Scheffé não confirmaram essas

diferenças. Para as demais variáveis, não foram obervados efeitos do gênero e do

momento. Diferenças significativas entre os gêneros foram observadas para a

variável massa magra, tanto no momento pré quanto no pós.

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Tabela 2. Variáveis relacionadas aos testes motores e de capacidade cardiorrespiratória antes e após a intervenção. Variáveis ♂ Pré ♂ Pós ♀ Pré ♀ Pós

Abdominal (rep/min) 30,85±11,85 35,85±11,72* 19,50±3,93 25,00±4,00*

VO2máx. (ml.kg.min.) 40,14±3,93 39,74±4,62 30,98±2,90 32,39±3,29

FB (repetições) 10,71±7,13 12,28±6,18 3,16±0,98 3,66±0,81

Flexibilidade (cm) 22,0±7,0 25,0±6,0* 20,0±6,6 23,0±5,0*

Velocidade (m/s) 5,34±0,35 5,39±0,38 4,42±0,46 4,56±0,52

Salto horizontal (cm) 1,71±0,29 1,80±0,32 1,58±0,33 1,57±0,33

*diferença significativa entre os momentos (pré vs pós).

Ambos os gêneros aumentaram significativamente os valores para a força e

resistência abdominal e flexibilidade após as doze semanas de intervenção. Já as

demais variáveis, não apresentaram efeitos significativos do momento e do gênero.

5 DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

Para fins de classificação dos testes motores, e medidas antropométricas as

tabelas de percentis propostas por Guedes; Guedes (1997), utilizando como

referência população da cidade de Londrina - Paraná.

Em relação à coleta da massa corporal, não houve diferença entre os

momentos pré e pós e também não houve diferenças entre os gêneros. Para a

coleta de medidas referente à massa corporal, as meninas tiveram o resultado pré e

pós entre P10 e P25. Os meninos tiveram o resultado pré e pós entre P75 e P90.

Na comparação da estatura, houve diferença entre os momentos pré e pós,

somente para o gênero masculino. e ambos os gêneros tiveram o resultado pré e

pós entre, P25 e P50.

Em relação ao IMC, a ANOVA identificou efeito do gênero, contudo o post hoc,

não demonstrou diferença significativa. Assim, as meninas tiveram o resultado pré e

pós entre P25 e P50 e os meninos tiveram os resultados pré e pós entre P90 e P95.

Para o teste abdominal modificado e flexibilidade, ambos os grupos

aumentaram de maneira significativa os resultados. Para o teste abdominal

modificado, meninas e meninos tiveram o resultado pré abaixo do recomendado e

resultado pós ficou entre o P25 e P50, estando dentro do recomendado. Para o teste

16

de flexibilidade, as meninas tiveram o resultado pré e pós abaixo do recomendado.

Os meninos tiveram o resultado pré abaixo do recomendado e o resultado pós ficou

entre o P25 e P50, estando dentro do recomendado.

Segundo Lamari et all (2007), a maioria dos adolescentes não toca os dedos

das mãos nos pés ao realizar o teste de sentar-e-alcançar, sendo que 12 cm acima

dos pés foram alcançados por 90% deles. No movimento rápido, 10% dos

adolescentes menos flexíveis atingem no máximo 15 cm acima dos pés, e 10%

daqueles mais flexíveis atingem no mínimo torno de 8 cm abaixo dos pés.

Em outro estudo, os autores citados observaram que 40,8 % dos

adolescentes não atingiram os critérios estabelecidos para a saúde referentes a

flexibilidade. Diferença significante foi encontrada entre os sexos na idade de 14

anos, sendo a proporção de inadequação maior no feminino que no masculino

(PETROSKI, 2011, p.6).

Em relação aos testes de VO2máximo, flexão de braços, potência e

velocidade, nenhum dos dois grupos aumentou de maneira significativa os

resultados. Para o teste de resistência cardiorrespiratória, as meninas tiveram o

resultado pré considerado fraco e um resultado pós regular. Os meninos tiveram

resultados pré e pós classificados como regular (COOPER, 1983).

Dellagrana et all (2010), encontraram que os meninos apresentaram valores

nos testes de impulsão horizontal, agilidade e abdominal significativamente melhor

comparado às meninas, o que não foi confirmado no presente estudo.

Petroski et all (2011), relatam que para aptidão cardiorrespiratória, 35,4 % dos

adolescentes tiveram desempenho abaixo do estabelecido para a saúde. Diferenças

entre os sexos nas proporções foram verificadas nas idades de 14 e 16 anos. Esses

achados apontam uma maior proporção de adolescentes do sexo masculino na

idade de 14 anos, e do feminino na idade de 16 anos que não atenderam aos

critérios mínimos recomendados para a saúde.

Para o teste de flexão de braços na barra, meninas e meninos, tiveram o

resultado pré e pós entre P25 e P50, estando dentro do recomendado. Já o teste de

salto em distancia parado, as meninas tiveram os resultados pré e pós entre o P50 e

P75, estando dentro do recomendado e os meninos tiveram o resultado pré abaixo

do recomendado e o resultado pós ficou entre o P25 e P50, estando dentro do

recomendado. Ambos os gêneros tiveram resultados pré e pós abaixo do

recomendado para o teste de velocidade.

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Segundo (Petroski et all 2011), para a força/resistência muscular, observou-se

que 98,5 % dos adolescentes encontraram-se classificados abaixo dos critérios de

saúde. Diferença significante foi encontrada na comparação entre as proporções na

idade de 15 anos. Esses resultados indicaram maior proporção de adolescentes do

sexo feminino (99,2 %) que do masculino (97,7 %) abaixo dos critérios mínimos

recomendados para a saúde. Em relação à classificação geral, observou-se elevada

prevalência de adolescentes (masculino 99,6 % e feminino 100 %) que não

atenderam, simultaneamente, aos critérios de saúde estabelecidos pela proposta

adotada nos três testes motores.

Em relação ao percentual de gordura e massa gorda, não foi identificado

diferença significativa entre os momentos pré e pós e entre os gêneros. Para as

coletas das medidas referentes à gordura corporal relativa, as meninas tiveram o

resultado pré adequado, e um resultado pós, moderadamente alto. Os meninos

tiveram resultados altos, nos momentos pré e pós (Bristish Journal of Nutrition 1990).

Em relação à massa magra, houve diferença significativa entre os gêneros nos

momentos pré e pós.

Em estudo desenvolvido por Dellagrana et all, (2010), os meninos são mais

altos e mais pesados comparados as meninas, porém, apesar de apresentar maior

peso, os valores do %G são mais baixos. Referente às diferenças no desempenho

motor entre os gêneros, os rapazes apresentaram melhores escores para os testes

motores de impulsão horizontal, agilidade e abdominal em relação às moças, porém,

no teste de flexão de braços meninas apresentaram valores mais elevados.

De maneira geral, o fator tempo comprometeu os resultados da

implementação no presente estudo, pois o tempo ideal deveria ser todo ano letivo

para desenvolver as atividades e conseguir um resultado satisfatório. Todo processo

de implementação ocorreu em torno de doze semanas, não sendo suficiente para

realizar todas as atividades, repeti-las e atingir os objetivos e resultados esperados.

Ocorreu dificuldade de envolver a todos, pois na preferência de alguns

alunos, as aulas de educação física, devem ser somente práticas esportivas. Estes

alunos não valorizaram o que foi realizado. Aqueles que aceitaram participar, foi

observado o envolvimento crescente durante a implementação.

Também ocorreram dificuldades relacionadas aos espaços físicos, quando os

alunos foram realizar o teste de velocidade em um clube da cidade, pois a escola

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não dispunha de um espaço físico adequado. Os equipamentos necessários para

realização das coletas e testes motores foram emprestados ou construídos com

recursos próprios. O material humano para auxiliar na realização dos testes e

coletas das medidas, contou com a colaboração dos próprios alunos, sendo um fator

positivo, pois envolveu os alunos diretamente na implementação.

Enfim, doze semanas de intervenção, aparentemente não foi suficiente para

alterar os componentes da composição corporal (percentual de gordura, massa

magra), mas sim os resultados de testes motores. Contudo, o fato de algumas

variáveis analisadas, apesar de não terem sofridas alterações significativas, a sua

alteração em relação à classificação por percentil, indica para a sinalização que

intervenções com essas características realizadas por períodos maiores possam

surtir efeitos substancias para a aptidão física e saúde de adolescentes.

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