UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE ...civil.uefs.br/DOCUMENTOS/THIAGO MESSIAS...
-
Upload
phamkhuong -
Category
Documents
-
view
212 -
download
0
Transcript of UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE ...civil.uefs.br/DOCUMENTOS/THIAGO MESSIAS...
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
THIAGO MESSIAS CARVALHO SOARES
AVALIAÇÃO DAS PERDAS DE ÁGUA NO SISTEMA DE
ABASTECIMENTO EM UM BAIRRO DO MUNICÍPIO DE FEIRA
DE SANTANA (Estudo de Caso: expansão do bairro Feira IX)
FEIRA DE SANTANA
2010
THIAGO MESSIAS CARVALHO SOARES
AVALIAÇÃO DAS PERDAS DE ÁGUA NO SISTEMA DE
ABASTECIMENTO EM UM BAIRRO DO MUNICÍPIO DE FEIRA DE
SANTANA (Estudo de Caso: expansão do bairro Feira IX)
Monografia apresentada à disciplina Projeto Final
II do Departamento de Tecnologia oferecida ao
curso de graduação em Engenharia Civil da
Universidade Estadual de Feira de Santana como
requisito parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Engenharia Civil.
Orientador: Prof. MSc. Diogenes O. Senna
FEIRA DE SANTANA
2010
THIAGO MESSIAS CARVALHO SOARES
FOLHA DE APROVAÇÃO
AVALIAÇÃO DAS PERDAS DE ÁGUA NO SISTEMA DE
ABASTECIMENTO EM UM BAIRRO DO MUNICÍPIO DE FEIRA DE
SANTANA (Estudo de Caso: expansão do bairro Feira IX)
Monografia apresentada à disciplina Projeto Final II do Departamento de Tecnologia
oferecida ao curso de graduação em Engenharia Civil da Universidade Estadual de Feira
de Santana como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia
Civil.
Feira de Santana, Bahia, ___/___/2010.
_____________________________________________________________
Prof. MSc. Diogenes O. Senna
Professor do Departamento de Tecnologia
Universidade Estadual de Feira de Santana
Orientador
_____________________________________________________________
Prof. MSc Luis Claudio Alves Borja
Professor do Departamento de Letras e Artes
Universidade Estadual de Feira de Santana
_____________________________________________________________
Eng. Lúcio Ivo M. Oliveira
Engenheiro Civil da EMBASA
Mestrando em Engenharia Civil e Ambiental (UEFS)
Dedico este trabalho: a Deus, para Sua obra,
Sua presença, Seu amor, sendo-O a razão do
meu viver; a meus pais pelo amor
incondicional e sacrifícios, as minhas irmãs,
amigos e familiares pelo apoio e a Eva
Passos, presente de Deus, pela carinhosa e
fundamental participação.
AGRADECIMENTOS
A Deus pela concretização do sonho da Engenharia Civil na Universidade
Estadual de Feira de Santana;
Às amizades sinceras que Deus me concedeu, na expressão de familiares ou
amigos, pelas verdades ditas e pelo apoio concedido;
Aos colegas de sala, os chamados SUTRAS, pelos 5 anos de lição de vida e
pelos tantos momentos que não voltarão, mas que estarão sempre vivos em mim;
Aos funcionários da EMBASA pelo apoio e pelos dados fornecidos, em especial
ao Engº Civil Lúcio e a Jailson Jordão componentes do NUCOP e a Andrea e Silas
componentes do NTI, não só pelos dados, mas também pela educação e excelência no
tratamento, tão raros hoje em dia.
Ao corpo docente e discente do curso de Engenharia Civil da UEFS, ao meu
orientador Diogenes pelo apoio e pela oportunidade de ter me orientado, aos professores
Eufrosina Azêvedo e Gerinaldo Costa pelos conhecimentos transmitidos e as
professoras Selma e Rosa e professor Luiz Ferraro pelas orientações iniciais.
RESUMO
O presente trabalho tem como tema a Avaliação das Perdas de Água no Sistema de
Abastecimento em um Bairro do Município de Feira de Santana (Estudo de Caso:
expansão do bairro Feira IX). Esse estudo tem como objetivo analisar as perdas de água
na expansão do bairro Feira IX, através do indicador Água Não Contabilizada (ANC),
sendo o mesmo um importante parâmetro para uma avaliação inicial das perdas de água.
O estudo das perdas na expansão do Feira IX foi feito durante todo o ano de 2009. O
mesmo envolveu análise de literaturas e de dados numéricos e sondagens da área, com
registros fotográficos, vídeo e distribuição de folders. O ANC encontrado na localidade
em estudo apresentou valores elevados, acima de 50% na maioria dos meses estudados e
chegando a um valor máximo de 67,29% no mês de Abril. A unidade da EMBASA em
Feira de Santana já tem desenvolvido algumas ações de engenharia para combate às
perdas, como a setorização da região de Feira de Santana e regiões vizinhas e
implantação de macromedidores em pontos estratégicos no sistema de abastecimento de
água. Mas também foi desenvolvida uma cartilha (folder), com caráter social, para os
moradores da expansão do Feira IX sobre perdas de água, como alerta e como um
primeiro passo para a conscientização sócio-ambiental sobre perdas de água. Observa-se
co isso a importância da mesclagem de ações de engenharia com ações sociais.
Palavras-Chave: Perdas de água; Sistema de Abastecimento de Água; ANC; Ações de
Combate às Perdas de Água.
ABSTRACT
The present work has as its theme the Loss Assessment of Water Supply System in a
neighborhood of the city of Feira de Santana (Case study: expansion of the
neighborhood Feira IX). This study aims to analyze water losses in the expansion of
district IX Feira, by indicator unaccounted for water (ANC), the same being an
important parameter for an initial assessment of water losses. The study of losses in the
expansion of Feira IX was done throughout the year 2009. This also involved analysis
of literature and numerical data and surveys of the area with photographic records,
video and distribution of brochures. The ANC found in the study site was high, above
50% in most months studied and reaching a maximum value of 67.29% in April. The
unity of EMBASA in Feira de Santana already has developed some actions engineering
combat losses, such as the sectorization of the region of Feira de Santana and
surrounding regions and deployment macromedidores at strategic points in the system
of water supply. But it also developed a booklet (folder) with a social character, for the
residents of the expansion of Feira IX on water losses, as alert and as a first step
towards social and environmental awareness on water losses. It is observed that the
importance of joint actions merge engineering with social action.
Keywords: Leaks; Water Supply System; ANC; Actions to Combat Water Losses
LISTA DE TABELAS E QUADROS
Tabela 1. Indicadores de perdas......................................................................................25
Tabela 2. Indicadores de perdas recomendados.............................................................26
Tabela 3. Estudo da expansão do bairro Feira IX...........................................................54
Tabela 4. Estudo da expansão do bairro Feira IX...........................................................55
Tabela 5. Estudo da expansão do bairro Feira IX...........................................................56
Quadro 1. Formula básica de perdas de água.................................................................15
Quadro 2. Fórmula do ANC...........................................................................................27
Quadro 3. Ligações de água na expansão Feira IX (2009)............................................35
Quadro 4. ANC no município de Feira de Santana em 2009.........................................39
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Escopo do PNCDA.........................................................................................16
Figura 2. Visão sistemática do problema das perdas......................................................21
Figura 3 Mapa temático do SIAAFS..............................................................................31
Figura 4. Macromedidores antigos.................................................................................32
Figura 5. Antigo macromedidor, em alto estado de degradação....................................32
Figura 6. Sistema de Telemedição..................................................................................33
Figura 7. Mapa esquemático de Feira de Santana..........................................................36
Figura 8. Detalhe do Feira IX e sua expansão................................................................36
Figura 9. Perdas de Água na expansão do Feira IX em 2009.........................................38
Figura 10. Casas vizinhas, uma com e ao outra sem o hidrômetro................................48
Figura 11. Tubulação de água vazando em cavalete há duas semanas...........................48
Figura 12. Vazamento de água (perda real) próximo ao hidrômetro.............................49
Figura 13. Estado do cavalete........................................................................................49
Figura 14. By-pass (perdas aparentes)............................................................................50
Figura 15. Distribuição de Folder nas ruas da expansão do Feira IX.............................51
Figura 16. Leitura do Folder por habitantes do conjunto...............................................51
Figura 17. Distribuição do folder nas casas....................................................................52
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
PMSS Programa de Modernização do Setor de Saneamento
UNESCO United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization
PNCDA Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água
ETA Estação de Tratamento de Água
DTA Documento Técnico de Apoio
SNSA Secretaria nacional de Saneamento Ambiental
FUSP Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo
UNF Unidade de Negócios Feira
ANC Água Não Contabilizada
SIAAFS Sistema Integrado de Abastecimento de Água de Feira de Santana
EL Escritório local
EPT Estação Pitométrica
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................11
1.1 JUSTIFICATIVA.............................................................................................................12
1.2 OBJETIVOS.....................................................................................................................12
1.2.1 Objetivo Geral..............................................................................................................12
1.2.2 Objetivo Específico......................................................................................................12
1.3 METODOLOGIA.............................................................................................................12
2. REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................14
2.1 NOÇÕES BÁSICAS .........................................................................................................14
2.1.1 O Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água- PNCDA ..........................16
2.1.2 Causas Históricas das Perdas de Água ...........................................................................18
2.1.3 Classificação das Perdas..................................................................................................19
2.1.4 Indicadores de Perdas......................................................................................................22
2.1.5 O Indicador Água Não Contabilizada- ANC..................................................................27
2.1.6 Ações de Combate às Perdas de Água............................................................................27
2.1.7 Ações de Combate da Embasa (UNF).............................................................................30
2.1.8 Ações Desenvolvidas para Diagnóstico das Perdas ANC no SIAAFS...........................33
3. APRESENTAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO DE CASO.............35
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..................................................37
5.CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÃO............................................41
5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................41
5.2 RECOMENDAÇÃO.................................................................................................41
REFERÊNCIAS............................................................................................................43
APÊNDICES..................................................................................................................46
ANEXOS........................................................................................................................54
11
INTRODUÇÃO
A água é fundamental para o planeta. Nela, surgiram as primeiras formas de vida, e a
partir dessas, originaram-se as formas terrestres, as quais somente conseguiram sobreviver na
medida em que puderam desenvolver mecanismos fisiológicos que lhes permitiram retirar
água do meio e retê-la em seus próprios organismos. A evolução dos seres vivos sempre foi
dependente da água.
Existe uma falsa idéia de que os recursos hídricos são infinitos. Realmente há muita
água no planeta, mas menos de 3% da água do mundo é doce, da qual mais de 99% apresenta-
se congelada nas regiões polares ou em rios e lagos subterrâneos, o que dificulta sua
utilização pelo homem (WERDINE, 2002)
Não obstante a já reduzida porcentagem de água doce no planeta temos outro sério
problema, as perdas de água em sistemas de abastecimento. As perdas de água tornaram-se
um dos maiores problemas dos sistemas de abastecimento de água brasileiros, operando com
perdas elevadas que é incompatível com uma gestão racional e eficiente. Além do que
devemos ter em mente que a água passa por uma estação de tratamento, com um custo cada
vez mais alto com a intenção de torná-la potável e simplesmente ela é perdida.
As perdas de água em sistemas de abastecimento correspondem aos volumes não
contabilizados, incluindo os volumes não utilizados e os volumes não faturados. Além disto,
em um sistema de abastecimento, os volumes perdidos podem ser ainda contabilizados por
perdas ocorridas na adução, reservação, tratamento e distribuição, esbanjamento na utilização
da água nas instalações prediais não providas de hidrômetro, erros na marcação da medição,
qualquer utilização não contabilizada pela empresa de saneamento (MOTA, 1983), que no
caso da Bahia é a Embasa. De forma mais clara, o termo “perdas” refere-se à idéia traduzida
pela relação entre o volume de água faturado e o volume de água produzido.
Os volumes perdidos distribuem-se em perdas reais ou físicas e perdas aparentes ou
não-fisicas, sendo tal distribuição de fundamental importância para a definição e
hierarquização das ações de combate às perdas, e também para a construção dos indicadores
de desempenho.
Tal problemática pode começar a ser solucionada, ou ao menos minimizada, pela
construção de um arranjo organizacional adequado, que envolva as áreas do prestador de
serviços, uma vez que as perdas de água têm relação direta com as atividades desenvolvidas
em praticamente todos os setores de um operador. Mas, sobretudo o sistema de abastecimento
12
deve ter um controle e manutenção aceitáveis, com garantias de sustentabilidade no decorrer
do tempo e não só reduzir perdas (HELLER; LÚCIO, 2006).
1.1 JUSTIFICATIVA
O trabalho em questão está sendo formulado, por conta dos altos índices de perdas de
água encontrados nas literaturas por todo o Brasil e pela dimensão do problema nos sistemas
de abastecimentos de água nacionais. No âmbito local focamos o estudo na expansão do
bairro Feira IX, em Feira de Santana-BA, pois o mesmo apresenta uma série numérica
continua (ininterrupta) de índices de perdas de água, viabilizando a pesquisa e facilitando a
análise dos resultados. Faz-se este estudo também pela água potável ser um bem finito que a
cada dia que passa está ficando mais escassa, gerando problemas e impactos ambientais.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
- Avaliar as perdas de água na expansão do bairro Feira IX, no município de Feira de
Santana.
1.2.2 Objetivo Específico
- Analisar ações de combate às perdas de água feitas pela concessionária de água local.
- Implementar ações educativas contra as perdas de água junto a comunidade estudada
(população da expansão Feira IX)
1.3 METODOLOGIA
O trabalho iniciou-se com uma revisão bibliográfica, coletando várias informações, dados
e idéias a respeito da perda de água em sistemas de abastecimentos. Nesta revisão começamos
com noções básicas, com PNCDA (Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água),
com causas históricas, classificação e indicadores de perdas, ações de combate e por fim o
13
indicador ANC (Água Não Contabilizada) que é a base para a análise numérica deste estudo.
Depois da etapa da revisão bibliográfica, ou seja, tendo um embasamento teórico sobre o
assunto perdas de água, foram feitas visitas a campo para compreender o sistema de
abastecimento de água da expansão do bairro Feira IX, identificando os possíveis pontos de
perdas como, por exemplo, observando a micromedição (hidrômetro) nas residências locais e
presenciando de fato vazamentos na rede de abastecimento de água. Além disto, foram feitos
registros fotográficos técnicos e sociais do bairro analisado, coletou-se dados numéricos de
micro e macromedição na concessionária de água local (onde o autor desta pesquisa atua
como estagiário), foi feita a análise numérica das perdas de água através do ANC (histórico de
2009) usando para isso a sua fórmula apresentada no referencial teórico e ferramentas
computacionais como o Word e o Excel e distribuiu-se folder aos moradores locais como ação
sócio-educativa. E para finalizar discutiu-se os resultados obtidos, foram feitas as
considerações finais de todo o estudo e recomendou-se ações sócio-educativa para ajudar no
combate às perdas de água.
.
14
REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 NOÇÕES BÁSICAS
O papel essencial da água para a sobrevivência humana e para o desenvolvimento das
sociedades é de conhecimento geral da atualidade. Ao mesmo tempo sabe-se que a sua
disponibilidade na natureza tem sido insuficiente para atender à demanda requerida em muitas
regiões do Planeta, fenômeno que vem se agravando crescentemente, além do custo com o seu
tratamento ter tornado-se mais oneroso. O comentário de Sonia Maria Dias, socióloga e
consultora do PMSS (Programa de Modernização do Setor de Saneamento), descrever
perfeitamente o problema da escassez e disponibilidade da água:
É cada vez maior o grito das águas, clamor de denúncia sobre a precária situação da
disponibilidade de água no planeta... Fonte primordial de vida, a água é um recurso
finito que estamos dilapidando a passos lagos. O grito das águas nos conclama a um
constrangimento ético: somos todos co-responsáveis no equacionamento do
problema – instituições públicas e privadas, entidades da sociedade civil, cidadãos
do planeta. Devemos todos dar a nossa contribuição (PMSS, 2010).
A água encontra-se na natureza sob três formas: líquida, gasosa e sólida. Segundo a
UNESCO (1998), do total de água existente na Terra, 97,5% estão na forma de oceanos e
mares e 2,5% é água doce. Dos 2,5% de água doce existente, 68,9% estão na forma de calotas
polares, 29,9% são águas subterrâneas, 0,9% são água de pântanos e 0,3% águas doces de rios
e lagos, de onde o homem retira a maior parte para atendimento de sua demanda.
E para captar a reduzida porcentagem de água doce usa-se instalações para
abastecimento de água que têm, neste contexto, a função de serem capazes de fornecer água
com qualidade, com regularidade e de forma acessível para as populações, além de respeitar
os interesses dos outros usuários dos mananciais utilizados, pensando na presente e nas
futuras gerações. Assim, os profissionais encarregados de planejar, projetar, implantar, operar,
manter e gerenciar as instalações de abastecimentos de água podem sempre ter presente essa
realidade e devem ter a capacidade de considerá-la nas suas atividades.
Contudo esses profissionais necessitam lidar com uma problemática muito séria, as
perdas de água em sistemas de abastecimento. Um tema complexo e ainda não tratado em
profundidade. Somente em 1999 o assunto se tornou mais relevante, com um programa
15
consistente para o assunto (Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água -
PNCDA).
Perda de água é toda perda real ou aparente de água ou todo o consumo não autorizado
que determina aumento do custo de funcionamento ou que impeça a realização plena da
receita operacional (HELLER; DE PÁDUA, 2006).
De forma bem simples podemos equacionar a perda da seguinte forma:
Perda de Água = Volume de Entrada - Consumo Autorizado
Quadro 1. Formula básica de perdas de água. (HELLER; DE PÁDUA, 2006).
As elevadas perdas de água tornaram-se um dos maiores problemas dos sistemas de
abastecimento de águas brasileiros. Contribuem para tal situação, dentre outros motivos, a
baixa capacidade institucional e de gestão dos sistemas; a pouca disponibilidade de recursos
para investimentos, sobretudo em ações de desenvolvimento tecnológico na rede de
distribuição e na operação dos sistemas; a cultura do aumento da oferta e do consumo
individual, sem preocupações com a conservação do aumento racional; e as decisões
pragmáticas de ampliação da carga hidráulica e extensão das redes até áreas mais periféricas
dos sistemas, para atendimento aos novos consumidores, sem os devidos estudos de
engenharia (HELLER; DE PÁDUA, 2006).
Em sistemas de abastecimento de água onde não exista o combate organizado das
perdas, estas estão geralmente entre 40 e 50% do volume de água fornecido ao sistema,
podendo algumas vezes atingir até volumes superiores (MOTA, 1983). Essas porcentagens
permitem visualizar que a redução das perdas corresponderia à colocação no sistema de
ofertas de água para atender satisfatoriamente às ações de comercialização. Essa redução das
perdas pode refletir numa melhoria das condições de abastecimento dos sistemas com reflexos
favoráveis sob o ponto de vista técnico, econômico, financeiro e social (MOTA, 1983).
Ressalte-se ainda que, além de economizar água, um programa de controle das perdas
de água bem sucedido resulta em conservação de energia, menor produção de esgoto sanitário
e na proteção dos mananciais de água.
16
2.1.1 O Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água- PNCDA
O PNCDA, instituído em abril de 1997 pelo Governo federal, tem por objetivo geral
promover o uso racional da água de abastecimento público nas cidades brasileiras, em
benefício da saúde pública, do saneamento ambiental e da eficiência dos serviços, propiciando
a melhor produtividade dos ativos existentes e a postergação de parte dos investimentos para a
ampliação dos sistemas. Tem por objetivos específicos definir e implementar um conjunto de
ações e instrumentos tecnológicos, normativos, econômicos e institucionais, concorrentes para
uma efetiva economia dos volumes de água demandados para consumo nas áreas urbanas
(PNCDA DTA A2, 2004).
Figura 1. Escopo do PNCDA. Fonte: PNCDA DTA A2, (2004).
O PNCDA encontra-se em sua Fase III. As fases I e II do PNCDA concentraram
esforços no apoio ao desenvolvimento, à transferência e à disseminação de tecnologia, em
articulação com outros programas federais e apoiando os Planos de Combate ao Desperdício
de Água.
Na Fase I, em 1997, foram discutidos 16 DTAs (Documentos Técnicos de Apoio), que
refletiram a retomada de estudos abrangentes na área. A Fase II do Programa, em 1998,
incluiu a produção de mais 4 DTA’s, sua publicação e a implantação de um sistema de acesso
via Internet (www.pncda.gov.br). Como parte da Fase II foi realizado em dezembro de 1999 o
1º Curso Básico de Combate ao Desperdício de Água em Brasília.
17
Com início em 1999, foi realizado o Projeto Piloto do PNCDA em Juazeiro-Bahia. O
Projeto, que teve por finalidade implementar melhorias práticas no SAAE local, foi
constituído dos seguintes subprojetos (PNCDA DTA A2, 2004):
Modernização do Cadastro Técnico.
Estudo de Setorização e Macromedição do Sistema.
Modernização do Cadastro Comercial.
Avaliação do Nível de Erro de Hidrômetros Existentes.
Avaliação Comparativa de Hidrômetros Classes C e B.
Avaliação de perdas de água em ligações prediais.
Influência da Redução de Pressão nas Perdas da Distribuição.
Pesquisa de Vazamentos não Visíveis.
Avaliação do Volume de Água de Processo Utilizado na ETA.
Em agosto de 2003 foi realizada em Brasília a Oficina de Planejamento do PNCDA,
que consistiu num fórum de especialistas de todo o país - consultores externos, técnicos do
Ministério das Cidades e instituições parceiras - para debate sobre as estratégias do Programa
e refinamento de seus elementos chave. A Oficina levantou metas (qualitativas e
quantitativas) de curto, médio e longo prazo, detalhou ações e atividades prioritárias,
determinou estratégias de implementação e definiu períodos de realização e agentes
envolvidos nas ações. Foram produzidos subsídios para a orientação de atividades e alcance
das metas propostas para as principais linhas estratégicas do programa, tais como o conjunto
de atividades e estratégias para implementação da terceira fase do PNCDA e uma lista de
potenciais entidades parceiras por linha estratégica do programa.
Na Fase III do PNCDA, através de Convênio firmado entre o Ministério das
Cidades/SNSA (Secretaria nacional de Saneamento Ambiental) e a FUSP (Fundação de
Apoio à Universidade de São Paulo), foram feitas atividades diversas, revisão e elaboração de
DTAs ( Documento Técnico de Apoio), conforme a seguir:
DTA A2 - Indicadores de Perdas nos Sistemas de Abastecimento de Água (revisão).
DTA A4 - Bibliografia Anotada (revisão).
DTA C2 - Panorama dos Sistemas Públicos de Abastecimento no País (revisão).
DTA D2 - Macromedição (revisão).
DTA D3 - Micromedição (revisão).
DTA F2 - Produtos Economizadores nos Sistemas Prediais (revisão).
DTA A5 - Diretrizes e procedimentos para desenvolvimento dos Planos [regionais e
locais] de Combate ao Desperdício de Água (elaboração).
18
DTA B4 - Prospecção das necessidades de Capacitação Técnica dos Prestadores do
Serviço de Abastecimento de Água no Brasil (elaboração).
DTA B6 - Estratégias de educação e comunicação (elaboração).
DTA F3 - Código de Prática de Projeto e Execução de Sistemas Prediais de Água -
Conservação de Água em Edifícios (elaboração).
DTA F4 - Código de Prática de Projeto e Execução de Ramais Prediais de Água em
Polietileno (elaboração).
Reformulação e alimentação da página do PNCDA na rede mundial de computadores.
Ainda no âmbito da fase III do Programa, no projeto de Estratégias de Educação e
Comunicação, foram realizados em 2003 cinco cursos de capacitação em combate ao
desperdício de água, de 40 horas aula cada, para uma clientela diversificada
Os Documentos Técnicos de Apoio podem ser acessados também através página
eletrônica do Programa na Internet. Além das informações técnicas (documentos produzidos
pelo PNCDA e demais documentos correlatos), o site conta ainda com uma parte de notícias,
eventos e campanhas de combate ao desperdício. Este novo site encontra-se plenamente
concluído e é permanentemente renovado com informações sobre o combate ao desperdício e
redução de perdas de água (PNCDA DTA A2, 2004).
2.1.2 Causas Históricas das Perdas de Água
O 24º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental em 2007 faz um
retrato genérico logo abaixo das situações que ocorreram, e ainda ocorrem, ao longo do
tempo, no setor.
Tradicionalmente, no Brasil, as atividades de projeto, construção, operação e
manutenção, costumam se dar em tempos diferentes, com protagonistas diferentes.
Normalmente quem projetou o sistema nunca construiu. Quem construiu nunca projetou ou
operou. Quem opera e mantém nunca projetou nem construiu, entretanto, não raramente faz a
expansão do sistema (GOMES, 2007). É interessante notar que isto ocorre muitas vezes
mesmo quando os diversos protagonistas trabalham em uma mesma empresa. Esta
constatação está presente na vivência de todos os consultores do PMSS (Programa de
Modernização do Setor Saneamento) com histórico de atuação nas operadoras do setor e de
muitos técnicos consultados, vinculados a estas operadoras.
Mais ainda, quase sempre os projetos construídos não previram os instrumentos de
controle operacional do sistema, como a macromedição, a telemetria, a automação, o controle
19
de pressões, o cadastro, a micromedição, uma adequada integração com o sistema antigo e sua
reabilitação, e instalações e equipamentos operacionais básicos (GOMES, 2007). Ou, mesmo
quando previu, faltou pessoal qualificado para utilizar, manter e desenvolver as ferramentas
disponibilizadas.
Executando projetos padronizados e desalinhados com as novas tecnologias, muitas
vezes incompletos ou pouco detalhados, os construtores não raramente tiveram que
improvisar durante as obras – sendo que estes improvisos muitas vezes sequer foram
documentados. Pressões políticas ditadas por agendas eleitorais frequentemente obrigaram os
sistemas a entrarem em operação sem os testes necessários e sem uma adequada pré-operação,
desvinculando a responsabilidade dos construtores para com os problemas construtivos
surgidos depois de algum tempo (GOMES, 2007).
Os operadores, por sua vez, premidos pela demanda dos usuários dedicaram-se a
expandir o sistema para atender o crescimento desordenado das nossas cidades,
frequentemente sem um conhecimento adequado dos requisitos de boa técnica para projeto e
construção. Tudo isto somado com a ausência de controle operacional significa
indubitavelmente perdas elevadas (GOMES, 2007).
2.1.3 Classificação Das Perdas
Os volumes não-faturados e não utilizados em sistemas de abastecimento de
distribuem-se em dois tipos de perdas: as perdas reais e as perdas aparentes, ou em termos
empregados no Brasil, as perdas físicas e as perdas não físicas, respectivamente. No presente
trabalho será adotada as nomenclaturas reais e aparentes por questões práticas.
Fazer a separação e identificação das perdas reais de água das aparentes e
tecnicamente possível mediante pesquisas de campo, utilizando a metodologia da análise de
histogramas (registros contínuos) de consumo de vazões macromedidas. A estimativa das
perdas é feita por comparação entre um volume de água transferido de um ponto do sistema e
o volume de água recebido em um ou mais pontos do sistema, situados na área de influência
do ponto de transferência (HELLER; DE PÁDUA, 2006).
De acordo com Ernani Ciríaco de Miranda, em Abastecimento de água para o
consumo humano, a definição de cada perda está definida da seguinte forma:
20
-Perdas reais: correspondem aos volumes decorrentes de vazamentos e
extravasamentos nas unidades do sistema, desde a captação até a distribuição, mais os
volumes utilizados de forma inadequada na operação de tais unidades, provocando consumos
superiores ao estritamente necessário, dentre estes últimos destacando-se a descarga para
limpeza de rede de distribuição e a lavagem de filtros em estações de tratamento de água.
A magnitude das perdas será tanto maior quanto pior for o estado das tubulações,
principalmente nos casos de pressões elevadas. A perdas físicas em redes de distribuição
ocorrem, em ordem crescente de importância, nas seguintes peças: registros, juntas, anéis,
hidrantes e tubos. Nestes últimos podem ocorrer até 95% das perdas na distribuição, quando
estão rachados, perfurados ou partidos. Ressalte-se ainda que variações de pressão na rede são
determinantes de rupturas de tubulações e influenciam o volume de perda (SILVA, 2005).
Perdas reais representam a incapacidade da infra-estrutura dos sistemas de cumprirem
sua função técnica: a de entregar água aos consumidores. Assim, oneram diretamente a
capacidade de oferta dos sistemas e realimentam a “cultura da oferta”, que tende a combater
qualquer falta de água com oferta de mais água, independentemente do conhecimento de
quanta água está sendo perdida. Tudo indica que ainda é a dinâmica da super oferta que
movimenta os investimentos nos sistemas de água existentes: praticamente não se pleiteiam
recursos ao nível do governo federal que sejam para o combate as perdas – como aqueles
destinados à substituição de redes e ramais fora de condições de serviço, setorização e
controle de pressões, etc., apesar do índice médio de cobertura do serviço de água para as
populações urbanas estar em um nível alto: 96,3% (HELLER; DE PÁDUA, 2006).
-Perdas aparentes: correspondem aos volumes decorrentes do uso por ligações
clandestinas (não cadastradas) e por by-pass irregular no ramal de ligações cadastradas (o
chamado “gato”), mais os volumes não contabilizados devido a hidrômetros parados ou com
submedição, fraudes em hidrômetros, erros de leitura e outros similares (HELLER; DE
PÁDUA, 2006).
As perdas aparentes são normalmente expressivas e podem representar 50% ou mais
do percentual de água não faturada, dependendo de aspectos técnicos como critério de
dimensionamento e manutenção preventiva de hidrômetros e de procedimentos comerciais e
de faturamento, que necessitam de um gerenciamento integrado
A cultura operacional dominante negligencia a acuracidade das medições e os estudos
de controle. Mesmo a micromedição, que recebeu grande impulso no país nos últimos anos
ainda tem papel limitado. O fato é que a construção e a implantação de equipamentos públicos
é supervalorizada em detrimento da operação e da manutenção (MOTA, 1983).
21
A micromedição é um ponto chave no controle de perdas aparentes. É importante a
micromedição por esta trazer não apenas benefícios técnicos, mas também econômico-
financeiros e sociais (PNCDA, DTA D3, 2003).
Cabe aqui uma observação do PNCDA (Programa Nacional de Combate ao
Desperdício de Água) sobre perdas reais e aparentes, em seu documento técnico de apoio,
DTA A2-INDICADORES DE PERDAS NOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA: a
redução das perdas reais permite diminuir os custos de produção mediante redução do
consumo de energia, de produtos químicos e outros e utilizar as instalações existentes para
aumentar a oferta, sem expansão do sistema produtor. Já a redução das perdas aparentes
permitem aumentar a receita tarifária, melhorando a eficiência dos serviços prestados e o
desempenho financeiro dos prestadores de serviços. Contribuem indiretamente para a
ampliação da oferta efetiva, uma vez que induz a redução de desperdícios por força da
aplicação da tarifa aos volumes efetivamente consumidos.
Figura 2. Visão sistemática do problema das perdas. Fonte: COPASA, 2003.
22
2.1.4 Indicadores De Perdas
Perdas no sistema de abastecimento de água podem ocorrer tanto na estrutura física,
por meio de vazamentos, quanto administrativamente no gerenciamento e na forma de
ligações irregulares. Atualmente a grande maioria das empresas/órgãos de abastecimento de
água têm problemas com perdas físicas e de faturamento que comprometem a sua saúde
financeira e a qualidade da prestação do serviço (HELLER; DE PÁDUA, 2006).
Na tentativa de unificar a quantificação das perdas e uniformizar a linguagem com
relação a esse assunto, possibilitando a comparação entre os diferentes sistemas, foram
criados, por organismos nacionais e internacionais, os indicadores de perdas (HELLER; DE
PÁDUA, 2006).
Tais indicadores são medidas da eficiência e eficácia na prestação dos serviços de
abastecimento de água. Eles são um instrumento gerencial utilizado para controle e suporte na
tomada de decisões econômicas e financeiras. O seu objetivo principal é promover uma
linguagem de referência adequada para uma gestão do sistema voltada ao desempenho e
cumprimento de metas, permitindo a comparação entre países e regiões distintas.
Os indicadores de perdas desenvolvidos pelo Programa Nacional de Combate ao
Desperdício de Água (PNCDA) classificam–se em três níveis: (1) básicos: que seriam
derivados de informações técnicas e gerenciais mínimas, exigíveis de todos os serviços
,indistintamente, e as perdas físicas e aparentes que ainda não são separadas completamente;
(2) intermediários: que já se apresentam um estágio acima com relação ao conhecimento das
perdas físicas com indicadores relacionados a condições operacionais e de desempenho
hídrico do sistema; e (3) avançados: que são obtidos por meio de informações-chave mais
sofisticadas e que são usados para comparação do desempenho entre serviços.
A análise de estudos existentes sobre o tema em questão evidencia a grande
quantidade de indicadores de perdas de água adotados no cenário nacional e internacional.
Isso pode ser visto pelo resultado de ampla pesquisa realizada especificamente sobre
indicadores de perdas de água (HELLER; DE PÁDUA, 2006). A pesquisa mostra que o
principal problema com o qual se depara é a falta de linguagem uniforme, tanto nos termos e
suas definições quanto nas fórmulas adotadas, dificultando a comparação de desempenho.
Conquanto essa constatação seja importante, merece destaque, no entanto, o fato de
que os indicadores não são propostos com o objetivo exclusivo de comparação de
desempenho. Muitos tem uma função gerencial, para planejamento, formulação de linhas de
23
ação para combate às perdas e controle de metas; ou operacionais excessivos, por exemplo
(HELLER; DE PÁDUA, 2006). Nestes casos, as terminologias e equações de calculo devem
ser adequadas às especificidades do sistema de água em análise, sem necessariamente estarem
atreladas a uma padronização nacional ou internacional.
Por exemplo: um determinado indicador usa em sua fórmula a extensão total de rede;
entretanto, o operador não dispõe desta informação, pois falta a extensão dos ramais prediais.
Nessa situação, é perfeitamente aceitável que ele utilize a extensão da rede sem incluir os
ramais. Outro exemplo: um determinado indicador exclui das perdas de água os volumes de
usos autorizados não faturados; entretanto, o operador decide por uma postura mais
conservadora perfeitamente aceitável.
Quando se trata, no entanto, da utilização do indicador para comparação de
desempenho, este deve obedecer a formulações, e precisa retratar, ao Maximo, condições
uniforme de funcionamento dos sistemas que estão sendo comparados. Nesse sentido,
percebem-se duas correntes que, de formas distintas, buscam alcançar a homogeneidade da
informação (HELLER; DE PÁDUA, 2006).
Uma das correntes propõe a utilização de indicadores compostos por variáveis que, em
tese, permitem a uniformização das condições operacionais do sistemas, os quais, na maioria
da vezes, funcionam em condições diferentes. É o caso de indicadores que incorporam no
calculo os chamados fatores de escala – extensão de rede e quantidade de economias ou
ligações – e/ou a pressão de operação das redes, o exemplo mais recente desse tipo é o
Indicador de Vazamentos da Infra-estrutura- IVIN (HELLER; DE PÁDUA, 2006).
A outra corrente aponta para a utilização de um conjunto de indicadores que se
completam e permitem a analise integral das condições operacionais do sistema, ou seja, além
do indicador que retrata as perdas propriamente ditas, são utilizados indicadores
complementares que refletem as condições operacionais, tais como indicadores de macro e
micromedição, indicadores de consumo médio, indicador de ligações inativas, dentre outros.
Considerando a possibilidade de se adotar os conceitos de uma ou outra das correntes
citadas, e tendo por base uma ampla análise dos indicadores pesquisadores em diversos
estudos nacionais e internacionais, adotamos uma proposta padronizada com os indicadores
que melhor representa as condições necessária ao gerenciamento das perdas, seja como
ferramenta de planejamento e controle operacional, seja como instrumento de avaliação de
desempenho. Acompanha a proposta um glossário com a padronização de siglas, termos e
definições.
24
No que diz respeito aos indicadores propostos, convém descrever em mais detalhes o
Indicador de Vazamentos da Infra-estrutura – IVIN, assim como ressaltar três questões
importantes que merecem destaque e se referem: a) aos problemas com os indicadores
expressos em percentual; b) ao equivoco do uso do indicador de perdas de faturamento como
indicador de desempenho operacional; c) ao impacto do uso de caixas d’água domiciliares nas
perdas aparentes (CIRÍACO, 2006)..
O Indicador de Vazamentos da Infra-estrutura – IVIN é a maior inovação em termos
de indicadores de perdas proposta por Lambert et al. Trata-se do indicador denominado em
inglês Infrastructure Leakage Index – ILI. O conceito empregado reconhece que é impossível
eliminar todas as perdas reais de um sistema de distribuição, mesmo em sistemas com ótimo
gerenciamento de perdas. Assim, os autores estabelecem os Volumes de Perdas Reais
Inevitáveis - VPRI, que correspondem à melhor estimativa do valor mínimo tecnicamente
atingível. O IVNI corresponde à relação entre as perdas anuais correntes (VPRE) e as VPRI.
Trata-se de um índice adimensional, que representa as condições de gerenciamento de toda a
infra-estrutura, em uma determinada pressão de operação de rede.
A seguir estão os indicadores de perdas mais recomendados e seus complementares .
As siglas abaixo, segundo Ernani Ciríaco, para o caso de indicadores mais
recomendados, significam:
-VANF: volume de águas não faturadas.
-VDIS: volume de água disponibilizado para distribuição.
-VFAT: volume de água faturada.
-VPRO: volume de água produzido.
-VTIM: volume de água tratada importado.
-VPAG: volume de perdas totais de água.
-VCAU: volume de água de consumo autorizado total.
-VTEX: volume de água tratada exportado.
-VCON: volume de água consumido.
-VCNF: volume de água de consumo autorizado não faturado.
-VOPE:volume de água para o usos operacionais.
-VREC: volume de água recuperado.
-VESP: volume de água para usos especiais.
-QLAT: quantidade de ligações ativas de água.
-QDIA: quantidade de dias.
-VPRE: volume de perdas reais de água.
25
-VVAZ: volumes de água e vazamentos de redes.
-VOEX: volume de água de usos operacionais extraordinários.
-QTPR: tempo de pressurização do sistema.
-VPAP: volume de perdas aparentes de água.
-VCNA: volume de água de consumo não autorizado.
-VCMC: volume de água de consumo mal contabilizado.
-QTMA: tarifa media de água.
-QCMP: custo médio assumido das perdas reais.
-QDEX: despesa de exploração.
-QPME: pressão media de operação da rede.
-VPRI: volume de perdas reais inevitáveis.
-QEPR: extensão da rede de água.
-QERA: extensão do ramal predial interno.
Tabela 1. Indicadores de perdas.
Sigla Nome Unidade Fórmula
Nível Básico
IANF/V Indicador de águas não % VANF*100/VDIS
faturadas por volume VANF = VDIS - VFAT
VDIS = VPRO + VTIM
IPAG Indicador de perdas % VPAG*100/VDIS
totais de água VPAG = VDIS - VCAU
VCAU = VTEX + VCON +
VCNF
VCNF = VOPE + VREC +
VESP
IPAG/L Indicador de perdas totais l/lig.dia
(VDIS -
VCAU)/(QLAT*QDIA)
de água por ligação
Nível
Intermediário
IPRE/L Indicador de perdas reais l/lig.dia VPRE/(QLAT*QDIA*T)
por ligação VPRE = VVAZ + VOEX
T = QTPR/(QDIA*24)
IPAP/L Indicador de perdas l/lig.dia VPAP/(QLAT*QDIA)
aparentes por ligação VPAP = VCNA + VCMC
IANF/C Indicador de águas não % [(VCNF + VPAP)* QTMA
faturadas em termos de custo +(VPRE*QCMP)]/QDEX
Nível Avançado
IPRE/P Indicador de perdas reais por l/lig.mca.dia VPRE/(QLAT*QPME*QDIA)
26
ligação associado à pressão
IVIN Indicador de vazamento da VPRE/VPRI
infra-estrutura
VPRI = [(18*QEPR)
+(0,8*QLAT)
+(25*QERA)]*QMPE/1000 Fonte: Léo Heller e Valter Lúcio 2006
Já para os indicadores complementares, segundo Ernani Ciríaco, temos a seguinte
tabela (Tabela 2), onde:
-VPROm: volume de água produzido macromedido.
-VTIMm: volume de água tratada importado macromedido.
-QLAN: quantidade de ligações ativas de água micromedida.
-VCONm: volume de água consumido medido.
-QLIN: quantidade de ligações inativas de água.
-QERE: quantidade de economia ativas residenciais de água.
-QREP: quantidade de reparos realizados.
-QETR: extensão total da rede de água.
-VCAP: volume de água captado.
-VDAZ: volume de água aduzido.
Tabela 2 Indicadores de perdas recomendados
Sigla Nome Unidade Fórmula
Nível Básico
IMAC Indicador de eficiência da macromedição % (VPROm+VTIMm)*100/VDIS
IHID Indicador do nível de hidrometração % (QLAN*100/QLAT
IMIC Indicador da eficiência da micromedição % VCONm*100/CVON
ILIN Indicador do nível de ligação inativa % QLIN*100/(QLAT+QLIN)
IOER Indicador da oferta bruta de agua por l/eco.dia VDIS/(QERE*QDIA)
economia residencial
ICER Indicador do consumo de água por l/eco.dia VCON/(QERE*QDIA)
economia residencial
IREP Indicador da quantidade de reparos reparos/ QREP/(QETR*QDIA)
por extensão de rede total Km.dia
Nível
Intermediário
IRIR Indicador da ineficiência no uso dos % VPRE*100/(VCAP+VTIM)
recursos hídricos T = QTPR/(QDIA*24)
IPRP Indicador de perdas reais na produção % (VCAP-VPRO)*100/VCAP
IPRA Indicador de perdas reais na adução % (VCAP-VDAZ)*100/VCAP
IPRT Indicador de perdas reais no tratamento % (VCAZ-VPRO)*100/VDAZ Fonte: Léo Heller e Valter Lúcio 2006)
27
2.1.5 O Indicador Água Não Contabilizada- ANC
O indicador ANC fornece uma primeira avaliação das perdas de água em determinado
sistema é a base da análise numérica desta pesquisa pela facilidade de sua obtenção e por ser
amplamente usado como análise inicial. O uso de outros indicadores para esta pesquisa
tornou-se de certa forma inviável, pois os mesmos dependem de valores que inexistentes ou
de difícil acesso, como por exemplo, o indicador avançado IVIN (Indicador de vazamento na
infra-estrutura) que depende da extensão da rede de água das residências, além de dados como
vazões especiais e quantidades de reparos realizados na rede. Na Tabela 1 (Indicadores de
perdas recomendados) o ANC é o mesmo que o IPAG (Indicador de Perdas Totais de Água).
O ANC relaciona o volume disponibilizado ao volume utilizado. A água que é
disponibilizada e não utilizada constitui uma parcela não contabilizada, que incorpora o
conjunto das perdas físicas e não físicas no subsistema de distribuição. A formula do ANC é
dada por:
ANC =Volume disponibilizado (VD) - Volume utilizado (VU) x 100
Volume disponibilizado (VD)
Quadro 2. Fórmula do ANC.
2.1.6 Ações de Combate às Perdas de Água
A redução dos índices de perda exige planejamento e controle sistemático. O
estabelecimento de metas deve ser realístico e a elevação destas feita de forma gradual.
Também, é necessário que os resultados sejam bem distribuídos entre os sistemas. Assim, os
principais itens a serem considerados são relatados a seguir (MOTA,1983):
a) Elaborar diagnóstico operacional e comercial das perdas físicas e não físicas;
b) Desenvolver projeto para redução e controle de perdas, definindo cenários e metas;
c) Elevar o Índice de hidrometração;
d) Estabelecer normas de combate à fraude;
e) Dar maior eficiência à manutenção e correção de hidrômetros;
28
f) Estabelecer plano de macromedição;
g) Avaliar o efeito das pressões de serviço nas redes sobre as perdas;
h) Avaliar os aspectos conservação das redes-mestre sobre as perdas;
i) Avaliar a o efeito da qualidade da água sobre as perdas.
Para que se obtenha efetivo sucesso no combate às perdas é necessário o
comprometimento, nas ações a serem desenvolvidas, de praticamente todos os órgão que
compõe uma companhia de saneamento básico (MOTA,1983).
Os procedimentos deverão estar contidos num plano global, elaborado com a
participação de todas as unidades que compõe o sistema empresa, as quais deverão
desenvolver ações harmônicas, sincronizadas, de forma a que se obtenham os melhores
resultados possíveis.
Estas atividades deverão ser desenvolvidas pelas unidades administrativas, operativas,
projetos e planejamento.
Evidentemente, este combate terá reflexos não somente internos, mas também será
extrapolado para fora da empresa, através da exigência do mercado de produtos, de qualidade
técnica cada vez mais apurada (MOTA, 1983). Na prática essa atitudes provocam uma
melhoria de qualidade dos produtos componentes de uma sistema de abastecimento de água,
isto é, de tubos, registros, peças especiais, dentre outros.
A seguir é apresentado três etapas de um roteiro básico de referencia para um
gerenciamento sustentável das perdas (HELLER; DE PÁDUA, 2006):
a. Etapa 1: corresponde ao diagnóstico da situação atual, feito com base na análise
dos dados disponíveis, fornecidos pelo próprio operador, e na investigação de
campo para atestar dados e verificar in loco a situação do sistema de abastecimento
de água e das instalações administrativas e de apoio técnico.
b. Etapa 2: corresponde a um conjunto de ações desenvolvidas em uma área piloto,
onde são feitas pesquisas de campo para identificação e avaliação das perdas, bem
como implementadas as ações de combate a elas, cujos resultados servem de base
a proposição de um plano global de ação para o operador.
c. Etapa 3: corresponde à proposição de ações de curto e médio prazos, como
previsão de custos, estimativa dos benefícios e avaliação econômico-financeira.
Quando uma empresa pretende desenvolver um programa de combate às perdas em
uma cidade, defronta-se normalmente com a dúvida. Qual a ordem de prioridade que deve ser
obedecida nos trabalhos?
29
Algumas vezes, existem setores que facilmente identificados como prioritários. No
entanto, normalmente, existem grupos em que fica difícil estabelecer qual o que deve ser
atacado primeiro.
A escala de prioridade deve ser estabelecida para que exista uma racionalização dos
recursos, de forma que o retorno do investimento seja o mais rápido possível. E mais, que
sejam autofinanciáveis, se possível, os trabalhos de combate às perdas.
Deve-se procurar conseguir a melhor eficiência do balanço, custo, beneficio no
período.
Algumas vezes em cidades, esse trabalho torna-se bastante fácil. Entretanto, quando
existe equilíbrio dos setores e dos fatores que o inter-influenciam, exige-se um estudo até
certo ponto apurado. Existem setores onde os resultados dos trabalhos de combate às perdas
são significativamente superiores a outros da mesma localidade (MOTA, 1983).
Devem ser analisados todos os aspectos pertinentes à solução correta do problema
(MOTA, 1983).
Também deve-se levar em conta a existência de condições gerais do setor para
desenvolvimento do distrito de medição.
Um cadastro técnico de rede distribuidora desatualizado representa um sério entrave
para o desenvolvimento de trabalhos. Se a ação de atualização do cadastro técnico da rede é
demorada, o distrito em consideração deverá ter um baixo grau de prioridade, já que para
solução do entrave será necessário descobrir os registros, fazer escavações de sondagem para
localização, identificar as tubulações, etc.
O cadastro de usuário constitui-se numa das condições necessárias à execução das
análises, principalmente se estamos tratando de um “setor típico de abastecimento”.
A situação dos registros que bloqueiam a área deve ser conhecida juntamente com os
prováveis tempos de reparo (MOTA, 1983). Pode acontecer que em determinado tipo de
registro não exista peças de reposição no estoque da empresa, o que poderia redundar em
graves atrasos os serviços.
A alternativa ótima com relação à escolha do setor representa a que propicia maiores
benefícios técnicos, financeiros, econômicos e sociais.
30
2.1.7 Ações De Combate Da Embasa (UNF)
A Empresa Baiana de Águas e Saneamento (EMBASA), na Unidade de Negócios
Feira (UNF) localizada na cidade de Feira de Santana, tem desenvolvido ações no combate as
perdas de água. Evidente que o Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água
(PNCDA) disseminou suas idéias de combate as perdas por todo o Brasil, por exemplo, a
SABESP - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a CAGECE -
Companhia de Água e Esgoto do Ceará, a CASAN - Companhia Catarinense de Águas e
Saneamento e a própria EMBASA nas outras regiões do estado da Bahia (Salvador, Itabuna,
Irecê, dentre outras), também tem desenvolvido ações para combater as perdas de água.
Em Dezembro de 2008 houve a contratação de um engenheiro para o NUCOP ou
Núcleo de Combate as Perdas e começou a ser elaborado um roteiro para combate às perdas
em distritos pilotos. Em Janeiro de 2009 foi definido o foco nos estudos das linhas troncos
com instalação de EPT´s e devidas medições. No final de Março de 2009 contratou-se um
técnico para reforça a equipe do NUCOP. Em Abril de 2009 um engenheiro assume a gestão
do ELFS (Escritório Local Feira de Santana), sendo que o mesmo está ligado setor de águas
da UNF. Em meados de Abril um laboratório móvel finalmente é disponibilizado com todas
as instalações prontas (armários, rádio e ar condicionado) o que representa uma grande ajuda
no combate às perdas. E em Junho de 2009 é criado um comitê de combate às perdas do
SIAAFS. Nesta primeira instância aconteceu uma reorganização da equipe de combate às
perdas.
O SIAAFS, Sistema Integrado de Abastecimento de Água de Feira de Santana, tem
atualmente em seu sistema 149.223 ligações existentes, no qual atende uma população
estimada em 700.000 habitantes e perdas de água ANC de 36,30% no ano de 2007. Envolve
tanto Feira de Santana como regiões vizinhas tais: Conceição da Feira, São Gonçalo dos
Campos, Santa Bárbara e Tanquinho. Na verdade no período descrito acima ocorreu uma
reorganização da equipe e definição de metas e focos no combate às perdas de água.
A figura 3 mostra mapa temático dos setores de abastecimento no SIAAFS. Nesta
figura temos a seguinte análise: a região azul é definida como a saída (caixa I e caixa II); a
região amarela é o Novo Horizonte, fazendo parte da área Norte III; a área vermelha é o setor
de abastecimento Norte I, que engloba bairros como Centenário, Mangabeira e João Paulo II;
a região cinza é o setor de abastecimento Norte II, envolve locais como Campo Limpo,
Gabriela, Campo do Gado e Feira VI; a localidade verde é o chamado setor de abastecimento
31
Leste, que tem por exemplo integrantes como o SIM, a Santa Mônica e o Caseb; a área roxa
definida como setor de abastecimento CIS BR 324 engloba empresas como a Yazaki; a área
bege definida como setor de abastecimento suleste tem como integrantes o transbordo do
tomba e o bairro do Panorama; a área verde laguna definida como setor de abastecimento CIS
BR 116 envolve locais como Viveiros, Galhardo e Vila São Jose; o local rosa definido como
setor Centro II, tem por exemplo bairros como Chácara São Cosme, Jardim Cruzeiro e o
Centro de Abastecimento; a área laranja é o setor Centro I, que tem bairros como Brasília,
Jomafa, Capuchinhos; e finalmente a área cinza escura é o setor Zona Baixa, formado por
exemplo com bairros como Jussara, Feira X, Feira IX e Muchila.
O bairro analisado, expansão do Feira IX, faz parte do setor Zona Baixa, que na figura
3 está indicado com a cor cinza escuro.
Figura 3. Mapa temático do SIAAFS. Fonte: EMBASA, 2009.
32
Reorganizando a equipe de combate às perdas, definido áreas de estudo e metas,
iniciaram-se de fato ações de combate. No primeiro momento houve um reconhecimento das
perdas no SIAAFS com:
• Controle do volume produzido das localidades (planilhas diárias);
• Estudo das águas importadas/ exportadas para cada um dos EL´s (Escritórios Locais, Feira
de regiões vizinhas), setores e também com outros sistemas (SIAA de Coração de Maria);
• Estudo das linhas troncos da distribuição de Feira de Santana;
• Estudos de estanqueidade e ajuste fino dos limites dos setores de abastecimento e alguns
distritos pitométricos;
• Recuperação da macromedição do SIAAFS (Figura 4 e Figura 5);
• Recuperação de cinco pontos de telemedição (Figura 6) das redes troncos: Centro I, Centro
II, Rede 1000mm, CIS BR-116 e CIS BR-324;
• Reestudo dos dados inseridos no COPAE e levantamento de ligações irregulares em áreas de
invasão e APP.
Figura 4. Macromedidores antigos (EMBASA, 2009).
Figura 5. Antigo macromedidor, em alto estado de degradação (EMBASA, 2009)..
33
Figura 6. Sistema de Telemedição (EMBASA, 2009)..
2.1.8 Ações Desenvolvidas para Diagnóstico das Perdas ANC no SIAAFS
No que diz respeito ao indicador ANC (Água Não Contabilizada) a EMBASA (UNF)
fez um estudo no ano de 2007 e contatou perdas de água ANC de 36,30%. Diante disto, a
mesma tomou algumas atitudes prevencionistas descritas a seguir:
• Setorização de zonas de abastecimentos e distritos pitométricos.
• Delimitação em planta de 11 zonas de abastecimento e 41 distritos pitométricos.
• Delimitação em planta dos 36 condomínios macromedidos, para monitoramento das
perdas.
• Execução de Balanço Hídrico do SIAA de Feira e das principais localidades do sistema
integrado, para identificar as principais causas das perdas.
• Instalação de macromedidores nos bairros da Vila Olímpia, Jussara, Feira X e Feira IX,
para conhecer as perdas nesses locais.
• Investigação de vazamentos não visíveis através da equipe noturna, 21.000 m de rede
geofonada, com detecção de 31 vazamentos em ramal e 05 em rede.
• Instalação de P.O para medir as vazões nas derivações do Centro I, Centro II, Suleste, Cis
Br-116 e Cis Br-324.
• Migração no sistema comercial das ligações que se encontravam potenciais para factíveis
no SCI, sendo 1417 ligações somente na zona baixa.
• Incremento de R$ 5.493,63 no faturamento e recuperação de 1.203m³, em fiscalizações
realizadas em 07 condomínios.
34
• Contagem das redes na base de Feira de Santana para identificação do total de redes
existentes por Setor de abastecimento e distrito pitométrico.
• Aquisição e instalação de válvulas controladoras de nível nos reservatórios de São
Cristovão e Novo Horizonte, evitando perdas de aproximadamente 500 m³/mês.
• Instalação de válvula controladora de vazão ON/OFF, com atuador elétrico para controle
operacional no distrito de Alto do Canuto e ações de combate à fraudes e clandestinas.
35
3. APRESENTAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO DE CASO
O estudo de caso desta monografia teve como foco o a expansão do Conjunto
Habitacional Feira IX. Este conjunto foi construído com recursos do extinto Banco Nacional
de Habitação (BNH), apresentando rede de água e de esgotamento sanitário (SANTO, 2003).
A expansão do conjunto Feira IX está situada numa área de Feira de Santana conhecida como
Calumbí. Era uma fazenda da tradicional família Pinto. Seu nome se deu em virtude da
abundância de arbustos cheios de espinhos, chamados calumbi, ali outrora existentes
(SANTO, 2003).
A localidade, por ser uma expansão que cresce de maneira desodernada, carece de um
planejamento urbano adequado como, por exemplo, ruas pavimentadas, drenagem de águas
pluviais, iluminação publica e serviços regulares de saneamento. É bem verdade que um
crescimento desordenado gera problemas sociais, como exemplo, pode-se citar o alerta de
estado de emergencia que a expansão ficou depois das fortes chuvas ocorridas em abril de
2010, onde parte dos moradores tiveram que sair de suas residencias e se abrigar no
Complexo Poliesportivo Oyama Pinto da Silva, no bairro Campo Limpo (RODRIGUES,
2010).
Em relação ao índice de criminalidade a expansão do Feira IX ficou em 6° lugar em
pesquisa feita no ano de 2009 com 9 homicídios. Em relação às ligações de água pode-se
expressar alguns valores apresentados no quadro a seguir, referente ao mês de dezembro do
ano de 2009.
DADOS
Exp. Feira
IX
Número de ligações cortadas 26
Número de ligações factíveis 437
Número de ligações inativas 384
Número de ligações ligadas 1.691
Número de ligações potenciais 152
Número de ligações suprimidas 35
Total de ligações existentes medidas 1.601
Total de ligações existentes não medidas 535
Quadro 3. Ligações de água na expansão Feira IX (2009).
36
Observa-se a seguir um mapa esquemático de Feira de Santana e em destaque a
expansão do Feira IX.
Figura 7. Mapa esquemático de Feira de Santana.
Figura 8. Detalhe do Feira IX e sua expansão.
37
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Segundo Coelho (2002) atualmente o índice de perdas nas redes distribuidoras de água
das empresas de saneamento básico do Brasil e da América Latina alcança valores, em média,
superiores a 40% do volume produzido. Está realidade é perfeitamente aplicável nesta
discussão das perdas de água na expansão do Feira IX.
A localidade em estudo apresentou elevadas perdas de água, mensuradas pelo
indicador de Água Não Contabilizada (ANC) ou Índice de Perdas na Distribuição (IPD). As
perdas tanto física como aparente (visto que o indicador ANC não distingue os tipos de perdas
quantificando um valor de perda onde estão embutidas as perdas físicas e aparentes) variando
entre 31,46% a 67,29% (ver Figura 9).
De acordo com o levantamento realizado em 2005 pelo SNIS – Sistema Nacional de
Informações sobre Saneamento, o Brasil perde, em média, 44,81% da água distribuída em
relação à água captada. Isso quer dizer que quase a metade da água que é tratada é
desperdiçada antes de chegar ao consumidor. Essa quantidade de água seria suficiente para
abastecer, simultaneamente, países como a França, a Suíça, a Bélgica e o norte da Itália.
Dados mais recentes têm mostrado índices de perdas (incluindo o ANC) preocupantes
que variam entre 18% e 77%. Fazendo uma comparação bem simples desses sistemas com
mais de 70% de perdas, é o mesmo que uma indústria automobilística fabricar dez carros e só
disponibilizar três deles para a venda. “Os melhores sistemas brasileiros, neste quesito, têm
perdas de cerca de 18%, valor ainda alto para os padrões europeus, onde há índices de perdas
menores que 5%”, (CHEUNG, 2009 apud LEAL;MERTENS, 2009).
Centralizando as atenções no ANC, base numérica desta pesquisa, podemos fazer uma
comparação deste indicador em outras localidades e encontramos valores também elevados
como o da COPASA em 2002 variando de 36,4% a 62,5%, segundo WERDINE (2002) e de
dados da própria EMBASA (Núcleo de Combate as Perdas-NUCOP) em locais de Feira de
Santana como Três Riachos e Viveiros com valores de ANC acima de 50%.
Não é possível uma comparação quantitativa e direta do indicador de perda ANC com
os outros indicadores, visto que as formulações de cada indicador remetem a dados
particulares como extensão de rede, volume macro e micromedido e dados que não se repetem
entre os indicadores. WERDINE (2002) apresenta valores altos para os outros indicadores
como, por exemplo, em relação ao índice de perdas de faturamento tem-se que as que mais
38
perdem no país são CAESA (Companhia de Águas e Esgotos do Amapá) com (68,7%),
DEAS, do Acre com (68,1%), CAEMA (Companhia de Água e Esgoto do Maranhão) com
(66,5%) e SANEMAT, do Mato Grosso com (61,1%) de perdas. E o mesmo indicador
segundo SILVA (2005) alcançou valores em 2004 de 63% em São Luiz-MA, 52,9% em
Salvador-BA e 46,7 % em João Pessoa na Paraíba.
Em relação ao indicador Água Não Faturada os valores no país oscilam entre 25% e
65%, ficando com uma media de 35% enquanto que a média foi em torno de 17% em outros
países como a Grã-Bretanha, Taiwan e Hong Kong (SILVA 2005).
Observa-se que independente do indicador as perdas de água são elevadas, diariamente
nas capitais brasileiras as perdas de água potável equivale a 2.500 piscinas olímpicas (em
média 2,5 milhões de litros de água), refletindo e comprovando um dos maiores problemas no
abastecimento de água hoje no Brasil, as perdas.
A seguir é apresentado o histórico de perdas de água no ano de 2009 na expansão do
bairro Feira IX. No gráfico os meses de Novembro e Dezembro ficaram sem os valores do
ANC porque o macromedidor da concessionária de água no local estava parado
impossibilitando assim a leitura.
Figura 9. Perdas de Água na expansão do Feira IX em 2009.
39
Como se pode observar, os valores encontrados apresentaram-se muito elevados e
comparando o ANC com outras regiões temos: Fortaleza, com ANC variando de 23,2% a
46.7% em 2005 e onde se encontrou o menor indicador ANC do Brasil de 28,4% e em países
desenvolvidos este índice oscila de 15 a 20% . Feira de Santana, cidade na qual a expansão
está inserida, apresentou as seguintes perdas
Mês de
2009 Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
ANC (%) 31,1 29,3 33,7 36,3 39,6 41 43,1 45,7 42,3 41,8
Quadro 4. ANC no município de Feira de Santana em 2009
Para especialistas na área o problema se resume numa palavra: gestão. Plínio Tomaz
(TOMAZ 2002) defende o seguinte ponto de vista:
Poucos ligam para o saneamento no Brasil. Lembro que quando o Fernando Henrique
assumiu tinha feito um projeto no senado para o setor de saneamento básico e tinha
dado uma entrevista animadora na revista da ABES.FHC assumiu em primeiro de
janeiro e no dia 3 de janeiro revogou a lei que era dele e tinha sido aprovada no
Congresso Nacional, pois já estava eleito.Espero que o governo Lula trate a área de
saneamento como problema de saúde pública e não como problema econômico.
Outra explicação bastante simples para os altos índices de perdas encontrados no
estudo na expansão do Feira IX, é a falta de planejamento na organização dos bairros, ou seja,
expansões desenfreadas de conjuntos habitacionais sem o devido planejamento. Isso faz com
que o número de ligações clandestinas (“os gatos”) aumente e por conseqüência cresça a
parcela das perdas aparentes e também aumenta a possibilidade de se ter vazamento e defeitos
nas tubulações e conexões devido à falta de projetos e planejamento para a área (com isso a
parcela das perdas reais cresce). Lembrando que tanto as perdas reais como as perdas
aparentes compõe o ANC.
Evidente que perdas tão elevadas como no estudo apresentado também causam perdas
em capital (dinheiro) como mostram dados do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre
Saneamento) em 2005 afirmando que um valor de R$ 1,3 bilhão por ano estaria sendo
simplesmente jogado fora devido às perdas de água. O dinheiro perdido é prejuízo para a
concessionária de água (neste caso a EMBASA), que tem um alto custo no tratamento de água
e percebe que esta água simplesmente desaparece e evidente é prejudicial ao consumidor da
40
expansão do Feira IX ou em qualquer outra localidade nacional, que terá que arcar com
alguns percentuais a mais em sua conta de água fruto de perdas que o mesmo muitas vezes
não sabe a existência e/ou a magnitude.
41
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÃO
5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As perdas de água ainda é um dos principais problemas no sistema de abastecimento
de água no país. Aqui neste estudo detectamos o que já era esperado, elevadas perdas de água
na expansão do bairro Feira IX e certamente por todo o Brasil a situação não é diferente. Na
expansão do bairro do Feira IX observar-se que as perdas ANC oscilaram entre 31,46% e
67,29%, valores elevados quando comparados a média do ANC nacional que varia em torno
de 30% a 45% e mesmo quando comparado com a cidade na qual a expansão está inserida,
Feira de Santana, onde detectou-se de março a dezembro de 2009 um ANC mínino de 29,3%
e máximo de 45,7%.
Ações técnicas como estabelecer plano de macromedição e micromedição, bem como
ações de caráter social alertando a população são atitudes essenciais. Entretanto o
gerenciamento do sistema de abastecimento de água é um fator crucial no combate das perdas
de água, sendo que o Brasil ainda carece de um gerenciamento racional e eficiente. Dado o
exposto é claramente possível reduzir às perdas com ações técnicas, sociais e gerenciais, não
anular, pois, mesmo no melhor gerenciamento ainda temos perdas de água.
5.2 RECOMENDAÇÃO
Quando as operadoras de saneamento em todo o país desenvolvem planos de combate
às perdas de água, raramente ultrapassam o campo da engenharia. As ações adotadas estão
sempre na área técnica-operacional, com medidas de caça-vazamentos, troca de hidrômetros,
medição da pressão, entre outras. Em geral, as poucas vezes em que campanhas educativas
fazem parte dos planos, estão dirigidas somente à população. “Precisamos entender que
redução de perdas é um processo de mudança cultural”, afirma Rodolfo Alexandre Cascão
Inácio, coordenador da equipe de Mobilização Social do PMSS – Programa de Modernização
do Setor Saneamento - na área de Mobilização Social. “E esse processo de mudança
42
cultural deve ser internalizado por todos os funcionários da operadora e, da mesma forma,
disseminado na sociedade”, complementa.
Este trabalho tentou faz a ponte engenharia-ação social na área estudada, a expansão
do bairro Feira IX, que se apresenta com carência sócio-econômica, mas também com
carência de saber da existência das perdas de água, o quanto de água era desperdiçada na sua
comunidade, quais as conseqüências das perdas e como agir para evitar este problema. Na
expansão identificou-se e quantificou-se perdas muito acima da média nacional (ANC de 30 a
45%) e essa monografia recomenda que não seja feito apenas análises numéricas, que por
sinal são fundamentais, mas também um trabalho de alerta social sobre perdas de água com os
moradores dos locais das áreas estudadas assim como foi feito na expansão do Feira IX, ainda
que este alerta seja apenas a entrega de um simples folder, informando a população sobre as
perdas em sua localidade. Por exemplo, no histórico de 2009 foi detectado um valor de perda
ANC de 93,42% no mês de Junho e o que fazer para evitar ou minimizar este grave
problema? Para isso foi criado um folder apresentado no Apêndice C.
Este alerta, que na verdade é protótipo de uma ação social, se desenvolveu nas ruas do
bairro em análise. Os folders eram distribuídos e explicados a moradores, afirmando que no
bairro estudos indicavam grandes perdas de água e que o folder era uma explicação que como
minimizar as perdas de água e ao mesmo tempo alertando a população para tal problema.
Além disto, sempre que se chegava aos bairros se procurava no primeiro momento o líder
comunitário local, pois, o mesmo tem conhecimentos dos problemas locais e é uma
importante ferramenta para disseminação no combate às perdas.
Ação social deste gênero foi feita, por exemplo, no município de Cachoeira Dourada-
MG, onde se desenvolveu campanhas educativas sobre o tema desperdício e redução de
perdas e houve o envolvimento entre a administração pública municipal e a comunidade para
cooperarem conjuntamente para evitarem o desperdício e as perdas da água promovendo a
educação ambiental. Além disto, podemos citar também a Companhia de Saneamento do Pará
(COSANPA), que tem perdas em torno de 42% e começou a desenvolver campanha educativa
com a comunidade local, voltada para o uso racional da água.
43
REFERÊNCIAS
BASTOS Carlos Pedro; CHICCHI Clemente Antonio. REDUÇÃO E CONTROLE DE
PERDAS DE ÁGUA EM FAVELAS DE REGIÕES METROPOLITANAS. 2007. In: 24º
Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, Belo Horizonte- MG. Disponível
em:< http://www.abes.locaweb.com.br/XP/XP-EasyPortal/Site/XP-PortalPaginaShow
.php?id=37 6> . Acesso em: 23 jan. 2010.
COELHO Adalberto Cavalcanti. METODOLOGIA PARA ESTUDO DE PERDAS EM
SETOR DE ABASTECIENTO DE ÁGUA. 2002. Disponível em: < http://www.lenhs.c
t.ufpb.br/html/downloads/serea/trabalhos/A18_34.pdf>. Acesso em 20 nov. 2009.
GOMES Airton Sampaio; MORAES
Hugo Tomaz Neto; JEROZOLIMSKI
Tobias.
PERDAS REAIS EM SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA: AVANÇOS
NECESSÁRIOS NO CASO BRASILEIRO. 2007. In: 24º Congresso Brasileiro de
Engenharia Sanitária e Ambiental, Belo Horizonte- MG. Disponível em:<
http://www.abes.locaweb.com.br/XP/XP-EasyPortal/Site/XP-
PortalPaginaShow.php?id=376>. Acesso em: 23 jan. 2010.
HELLER, Léo; DE PÁDUA Valter Lucio. Abastecimento de água para consumo humano.
Belo horizonte, UFMG, 2006.
LEAL, Caroline; MERTENS Graziela. Preocupação Ambiental e novas tecnologias: tudo
em prol do desenvolvimento sustentável. Jornalismo Científico, 23 nov. 2009. Disponível
em: < http://jcientifico.wordpress.com/tag/perdas-de-agua/>. Acesso em: 10 dez. 2009.
MACHADO José Nelson de Almeida. METODOLOGIA PARA CONTROLE DE PERDAS
EM SISTEMAS PÚBLICOS DE ÁGUA. Seminário ABAE. Aracaju-SE, 16 set. 2004.
MEDEIROS João Bosco. Redação Científica, 11ª edição, Ed. Atlas, São Paulo, 2009.
MOTA Suetônio. Medição de água e controle de perdas. Rio de Janeiro. Editora ABES,
1983.
44
MOTA, Suetônio. Introdução à engenharia ambiental. Rio de Janeiro : ABES, 1983. 292p.
PEREIRA José Almir F. et al. PERDAS DE ÁGUA NO SISTEMA DE
ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO“CAMPUS” DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
PARÁ – UFPA. Belém, v.5, nº 10, p. 05-10 Dez. 2002.
PMSS. Mobilização Social e Engenharia atuam juntas no combate às perdas. Boletim
Eletrônico, 27 abr. 2010. Disponível em:< http://www.pmss.gov.br/
pss/PaginaCarrega.php?EWRErterterTERTer=155>. Acesso em: 30 abr. 2010.
PNCDA, DTA A2 - Indicadores de Perdas nos Sistemas de Abastecimento de Água.
Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, (revisão) 2004.
PNCDA, DTA A5 - Diretrizes e procedimentos para desenvolvimento dos Planos
[regionais e locais] de Combate ao Desperdício de Água (elaboração). Ministério das
Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, 2004.
PNCDA, DTA B4 - Prospecção das necessidades de Capacitação Técnica dos Prestadores
do Serviço de Abastecimento de Água no Brasil (elaboração). Ministério das Cidades.
Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, 2004.
PNCDA, DTA B6 - Estratégias de educação e comunicação (elaboração). Ministério das
Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, 2004.
PNCDA, DTA C2 - Panorama dos Sistemas Públicos de Abastecimento no País.
Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, (revisão) 2004.
PNCDA, DTA D2 - Macromedição. Ministério das Cidades.Secretaria Nacional de
Saneamento Ambiental, (revisão) 2004.
PNCDA, DTA D3 - Micromedição. Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de
Saneamento Ambiental, (revisão) 2004.
45
RODRIGUES, Alean. Chuva destrói imóveis e deixa 40 desabrigados em Feira de
Santana. A tarde On-Line, Salvador, 9 abr. 2010. Disponível em:http://www .atarde.com.br
/cidad es /noticia.jsf?id=2233243. Acesso em: 21 abr. 2010.
SANTO Sandra Medeiros. O desenvolvimento urbano em Feira de Santana (BA).
Sitientibus, Feira de Santana. n.28, p.9.20, jan/jun.2003.
SILVA Fernando José Araújo da. PERDA DE ÁGUA EM SISTEMAS PÚBLICOS DE
ABASTECIMENTO NO CEARÁ. Rev. Tecnol., Fortaleza, v. 26, n. 1, p. 1-11, jun. 2005 .
Disponível em: < http://medindoagua.wordpress.com/2009/10/02/perda-agua-sistemas-
publicos-de-abastecimento-ceara/. Acesso em: 23 nov. 2009.
TOMAZ, Plinio. O problema é gerenciamento. Revista Aqua, aqua.eng.br, São Paulo,
2002. Disponível em: < http://www.aqua.eng.br/entrevista%20plinio%20tomaz.htm>. Acesso
em: 07 jan. 2010.
UNESCO. Origem, Distribuição e Preservação da Água no Planeta Terra. 1998.
Disponível em: < http://revistadasaguas.pgr.mpf.gov.br/edicoes-da-revista/edicao-atual/mat
erias/origem-distribuicao-e-preservacao-da-agua-no-planeta-terra>. Acesso em 13 maio.
2009.
WERDINE Demarcus. PERDAS DE ÁGUA EM SISTEMAS DE ABASTECIMENTO.
2002. 144 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia da Energia) - UNIVERSIDADE
FEDERAL DE ITAJUBÁ, Minas Gerais.
46
APÊNDICE A - Termo de Solicitação
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA
COLEGIADO DE ENGENHARIA CIVIL
SOLICITAÇÃO PARA UTILIZAÇÃO DO BANCO DE DADOS
De: Thiago Messias Carvalho Soares
Graduando de Engenharia Civil
Para: EMBASA (UNF)
Data: ___/___/___
TERMO DE SOLICITAÇÃO
Eu, Thiago Messias Carvalho Soares, graduando do curso de Engenharia Civil da
Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS, venho através deste, solicitar à EMBASA
(UNF) a utilização do banco de dados do NUCOP, como atividade da disciplina Projeto Final
II do trabalho que tem como tema: AVALIAÇÃO DAS PERDAS DE ÁGUA NO SISTEMA
DE ABASTECIMENTO NO BAIRRO DO MUNICÍPIO DE FEIRA DE SANTANA (Estudo
de Caso: expansão do bairro Feira IX), do curso de graduação em Engenharia Civil desta
Universidade Estadual de Feira de Santana.
Certo de contar com a compreensão e atendimento à solicitação, desde já agradeço.
____________________________________________________
Thiago Messias Carvalho Soares
Aluno da Graduação do curso de Engenharia Civil
49
APÊNDICE C – FOTOS TÉCNICAS NA EXPANSÃO FEIRA IX
Figura 10. Micromedição nas casas.
Figura 11. Tubulação de água vazando em cavalete há duas semanas.
50
Figura 12. Vazamento de água (perda real) próximo ao hidrômetro.
Figura 13. Péssimo estado de conservação do cavalete.
.
52
APÊNDICE D – FOTOS DA AÇÃO SOCIAL
Figura 15. Distribuição de Folder nas ruas da expansão do Feira IX.
Figura 16. Leitura do Folder por habitantes do conjunto.
Dados Feira IX Feira IX Feira IX Feira IX Feira IX
Total de Ligações 2.701 2.692 2.694 2.696 2.701
Número de ligações cortadas 18 23 24 28 18
Número de ligações factíveis 452 461 458 459 452
Número de ligações inativas 421 417 418 407 421
Número de ligações ligadas 1.610 1.589 1.592 1.601 1.610
Número de ligações potenciais 154 156 156 155 154
Número de ligações suprimidas 46 46 46 46 46
Total de ligações existentes medidas 1.541 1.522 1.527 1.528 1.541
Total de economias existentes medidas 1.670 1.571 1.576 1.580 1.670
Total de ligações existentes não medidas 554 553 553 554 554
Total de economias existentes não medidas 556 555 555 556 556
Volume efetivo (micromedido) m³ 10.954 11.594 12.438 11.709 10.572
Volume Estimado m³ 0 4212.54 4504.40 4245.28 3800.71
Volume Disponibilizado M³ 0 43754 24718 48776 30103
Mês do ano Janeiro Fevereiro Março Abril Maio
Período da Medição (dias) 0 35 26 33 30
Tabela 3. Estudo da expansão do bairro Feira IX
ESTUDO DA EXPANSÃO DO BAIRRO FEIRA IX (2009)
ANEXO- TABELA DOS DADOS TÉCNICOS
Dados Feira IX Feira IX Feira IX Feira IX Feira IX
Total de Ligações 2.701 2.679 2.704 2.701 2.710
Número de ligações cortadas 18 37 16 29 5
Número de ligações factíveis 452 472 450 450 442
Número de ligações inativas 421 428 426 421 417
Número de ligações ligadas 1.610 1.637 1.614 1.603 1.649
Número de ligações potenciais 154 157 154 154 153
Número de ligações suprimidas 46 48 44 44 44
Total de ligações existentes medidas 1.541 1.601 1.546 1.543 1.565
Total de economias existentes medidas 1.670 1.619 1.675 1.672 1.695
Total de ligações existentes não medidas 554 549 554 554 550
Total de economias existentes não medidas 556 551 556 556 551
Volume efetivo (micromedido) m³ 10.954 10.442 10.110 11.107 13.597
Volume Estimado m³ 3938.04 3580.67 3622.86 caixa c/água caixa c/água
Volume Disponibilizado M³ 42891 23561 30374 caixa c/água caixa c/água
Mês do ano Junho Julho Agosto Setembro Outubro
Período da Medição (dias) 31 27 29 0 0
Tabela 4. Estudo da expansão do bairro Feira IX
ESTUDO DA EXPANSÃO DO BAIRRO FEIRA IX (2009)
Dados Feira IX Feira IX Feira IX
Total de Ligações 2.725 2.725 2.734
Número de ligações cortadas 28 26 5
Número de ligações factíveis 440 437 434
Número de ligações inativas 406 384 366
Número de ligações ligadas 1.656 1.691 1.762
Número de ligações potenciais 153 152 137
Número de ligações suprimidas 42 35 30
Total de ligações existentes medidas 1.596 1.601 1.640
Total de economias existentes medidas 1.719 1.732 1.771
Total de ligações existentes não medidas 536 535 523
Total de economias existentes não medidas 537 536 524
Volume efetivo (micromedido) m³ 12.667 12.874 18.144
Volume Estimado m³ caixa c/água Parado Parado
Volume Disponibilizado M³ caixa c/água Parado Parado
Mês do ano Novembro Dezembro Janeiro (2010)
Período da Medição (dias) 0 0 0
Tabela 5. Estudo da expansão do bairro Feira IX
ESTUDO DA EXPANSÃO DO BAIRRO FEIRA IX (2009)
COMO VOCÊ PODE
ECONOMIZAR ÁGUA?
Não deixe a torneira aberta enquanto se
ensaboa no banho, escova os dentes ou faz a
barba;
Evite banhos demorados;
Para lavar os pratos, abra a torneira só para
enxaguar;
Lave de uma só vez toda a roupa acumulada.
Evite lavar a calçada e não use mangueira; use
a vassoura;
Conserte os vazamentos o quanto antes;
Mantenha a válvula de descarga do vaso
sanitário sempre regulada;
Não deixe a torneira pingando. UMA
TORNEIRA MAL FECHADA PODE
DESPERDIÇAR 46 litros DE ÁGUA POR DIA!
PRESERVE A ÁGUA:
VOCÊ É PARTE DO MEIO
AMBIENTE!
CONSERVE A VIDA:
É SUA RESPONSABILIDADE!
REALIZAÇÃO
THIAGO MESSIAS CARVALHO SOARES
DISCENTE DE ENGENHARIA CIVIL
DIOGENES O. SENNA
ENGENHEIRO CIVIL
COLABORADORES:
Eva Carneiro Silva Passos
Patrícia Carvalho Soares
Pedro Raimundo Soares da Conceição
Silvano Rodrigues Oliveira
Tânia Maria Carvalho Soares
Thaise Carvalho Soares
APOIO:
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE
SANTANA – UEFS
EMPRESA BAIANA DE ÁGUAS E
SANEAMENTO- EMBASA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA
COLEGIADO DE ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA: PROJETO FINAL II
MONOGRAFIA
PERDAS DE ÁGUA
COMO EVITAR ESSE PROBLEMA?
Feira de Santana
Novembro, 2009.
APÊNDICE B – Folder
INTRODUÇÃO
A água é fundamental para a vida no
planeta, e não é um bem infinito!
De toda a água que existe no mundo,
apenas 3% é água doce, de onde
retiramos água potável, própria para
consumo.
Além da quantidade ser reduzida,
enfrentamos outro grave problema: AS
PERDAS DE ÁGUA!
O QUE É PERDA DE ÁGUA?
É todo consumo não autorizado, que põe
em risco o devido abastecimento de água da
população, e encarece o fornecimento e a
manutenção da rede hidráulica. Atualmente,
representa o maior problema de
abastecimento de água no Brasil e quem
mais sofre com isso é o meio ambiente e
você!
PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS
Aumento do custo do tratamento de água;
Desperdício de um bem tão precioso;
Geração de custo causado
pelo desperdício;
Ameaça ao meio ambiente.
COMO EVITAR A PERDA DE ÁGUA?
Avalie periodicamente as instalações
hidráulicas de sua residência;
Sinalize aos responsáveis os vazamentos
de água em sua casa ou na vizinhança;
No caso de vazamento nas ruas, entre em
contato com a EMBASA;
Evite “gatos” e roubos
de água.