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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE ECONOMIA ALEXANDRE RICARDO DE ARAGÃO BATISTA Estrutura Produtiva Brasileira na Era dos Serviços Uma Análise Baseada na Matriz de Insumo-Produto Campinas, 2019

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE ECONOMIA

ALEXANDRE RICARDO DE ARAGÃO BATISTA

Estrutura Produtiva Brasileira na Era dos Serviços

Uma Análise Baseada na Matriz de Insumo-Produto

Campinas, 2019

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE ECONOMIA

ALEXANDRE RICARDO DE ARAGÃO BATISTA

Estrutura Produtiva Brasileira na Era dos Serviços

Uma Análise Baseada na Matriz de Insumo-Produto

Professor Dr. Renato de Castro Garcia - Orientador

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência

Econômica da Universidade estadual de Campinas para obtenção do título de Mestre em

Ciência Econômica

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL

DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELO ALUNO

ALEXANDRE RICARDO DE ARAGÃO BATISTA E ORIENTADO PELO PROF. DR. RENATO DE CASTRO

GARCIA.

Orientador

Campinas, 2019

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE ECONOMIA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

ALEXANDRE RICARDO DE ARAGÃO BATISTA

Estrutura Produtiva Brasileira na Era dos Serviços

Uma Análise Baseada na Matriz de Insumo-Produto

Defendida em 14/02/2019

COMISSÃO JULGADORA

Prof. Dr. Renato de Castro Garcia

Instituto de Economia/Unicamp

Prof. Dr. Marcelo Pereira da Cunha

Instituto de Economia/Unicamp

Prof. Dr. Paulo Henrique Assis Feitosa

Universidade de São Paulo A ata de defesa, assinada pelos membros da

Comissão Examinadora, consta no processo

de vida acadêmica do aluno.

Para todos aqueles acometidos por

depressão e outros transtornos

psicológicos: sempre há uma saída e

é possível vencer.

AGRADECIMENTOS

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento

de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.

Agradeço ao Prof. Dr. Célio Hiratuka e aos brasileiros pela alocação destes recursos.

Agradeço à minha Mãe Helena Toyoko Nakai por ter me ajudado de todas as

maneiras a vida toda. Ao meu tio Hiromi pelos papos e apoio. Também aos demais da

minha família e minha quase família Adriana Teixeira. Não posso deixar de agradecer a

meu cachorro Salsicha, fonte de minha vontade de viver.

Agradeço aos meus companheiros da URSAL, Renan, Jão, Vítor, Andrés,

Fortaleza, Chicão. Sem a ajuda do Renan e do Jão eu não poderia ter feito o curso no IE.

Tenho enorme gratidão ao meu orientador Prof. Dr. Renato de Castro Garcia que

me aguentou durante um ano enviando trilhões de zaps e me fez refazer a dissertação 2

bilhões e uma vez. Tenho muita honra de poder ter trabalhado ao seu lado. Da mesma

maneira o Prof. Dr. Marcelo Cunha que acreditou no meu potencial e me ajudou a

crescer como pessoa e profissional.

Estendo minha gratidão aos demais professores doutores do IE/UNICAMP: André

Biancarelli, Lopreato, Simone de Deos, Fracalanza, Ivete, Marcelo Pereira, Adriana e

demais.

Não posso deixar de agradecer também a Professora Doutora Anita Kon da

PUC/SP, uma das principais colaboradoras deste trabalho e ao Prof. Dr. Claílton Freitas

da UFSM.

Agradeço aos professores da FEA/USP que contribuíram para este trabalho, em

especial ao professor Haddad por ajuda metodológica. Da mesma maneira o pessoal do

IME/USP, sejam professores, sejam alunos, do curso de BMAC. Sempre foi bom perder

um bom tempo debatendo política e mandando memes nos grupos de zap uspianos.

Agradeço ao meu amigo Prof. Dr. Paulo de Tarso da FEA/USP por ter me ajudado

de todas as maneiras nos meus momentos mais difíceis.

Sem a amizade, o carinho e a paciência de meus amigos eu não sobreviveria

jamais. Portanto deixo meus agradecimentos de amizade à Patty, Denise, Daniel, Lau,

Sertanejo, Pércio, pessoal do UEFANSO, Ahmad, Raquel, Rayanne, Tiagão, Tabiner,

Gabriel, à Ana e Pedro do BMAC, ao Makoto, Biagioni, Márcia Muller, Maikão, Paulão

e todos que não citei porque a folha tá acabando.

Agradeço, finalmente, a Monique Marques, por mudar minha vida em tão curto

espaço de tempo e fazer acreditar que ainda existe esperança na busca da felicidade.

RESUMO

O estudo tem como objetivo verificar as ligações intersetoriais entre as atividades

produtivas expressas na Matriz de Insumo-Produto, com especial atenção para o Setor

Terciário. Nesse sentido, procura responder qual o impacto de Serviços para o estímulo

das atividades econômicas no Brasil, dado que sua participação relativa ultrapassou

70% do Produto Interno Bruto na década de 2010. Especificamente, é realizado um

conjunto de medições, cujos indicadores apresentam, a destacar: a) o número de

empregos e de produção adicionados com uma unidade monetária (dada em milhões de

reais) de uma determinada atividade. b) as atividades que têm maior encadeamento ou

que são setores-chave, isto é, identificar as que conseguem estimular o ambiente

econômico acima das demais. c) o quão heterogêneos, em termos de oferta e produção,

são os setores Primários, Secundário e Terciário, baseados em desigualdades dos

coeficientes técnicos de Leontief. d) o quão concentradas ou dispersas estão as

atividades em termos de oferta e demanda de produtos e serviços, com base nos

coeficientes técnicos de Leontief. Para tanto, utiliza-se metodologia baseada na Matriz

de Insumo-Produto, provida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

no ano de 2015. A partir desta, são feitas avaliações por meio de Indicadores de

Rasmussen-Hirschman, de Indicadores Puros Normalizados de GHS, de

Multiplicadores de Produto e Emprego, de Extração Hipotética, da Matriz de Impacto,

do Campo de Influência, de um indicador desenvolvido a partir do Gini - o Indicador de

Desigualdade Tecnológica Intersetorial, de Análise de Sistema de Redes e, por fim, é

desenvolvido um Ranking para tentar capturar, como um saldo, as atividades mais

importantes nestes indicadores. Os principais resultados indicam que os setores-chave,

em comum, nos índices mais importantes de ligação intersetorial (Rasmussen-

Hirschman e GHS), são os de Refino de petróleo e coquerias (19), Transporte Terrestre

(41) e Telecomunicações (50). Outras atividades com altas pontuações nestes

indicadores são Comércio de atacado e varejo (41), Abate e produtos de carne (8),

Intermediação financeira (53), Outros produtos alimentares (10), Construção (40),

Administração pública (61), Agricultura (1), Fabricação de químicos, resinas (21). Os

resultados indicam que as atividades do Terciário que têm melhor desempenho nos

índices utilizados estão relacionadas a canais de transporte, distribuição,

telecomunicação, financiamento e público-burocrático, ou seja, serviços que

complementam a produção do Secundário. Já as atividades mais destacadas no

Secundário e Primário estão vinculadas à exploração e transformação de recursos

naturais, tais como agricultura e refino de petróleo. A indústria da construção também

desempenha importante papel no Brasil, assim como a química, que mostra forte

encadeamento na Economia. As informações atualizadas neste trabalho corroboram

maior encadeamento do Setor de Serviços frente aos trabalhos anteriores. Isto pode ser

decorrente da evolução do processo de flexibilização de segmentos produtivos,

especificamente fabris, nos quais terceirizam atividades, mas mantém vínculos

operacionais.

Palavras-chave: Indústria de Serviços; Estrutura Industrial e Mudança Estrutural;

Insumo-Produto

Classificação JEL: O14, L16, C67

ABSTRACT

The study aims to verify the inter-sectoral links between productive activities expressed

in the Input-Output Matrix, with special attention to the Tertiary Sector. In this sense, it

seeks to answer the impact of Services to stimulate economic activities in Brazil, since

its relative share exceeded 70% of the Gross Domestic Product in the decade of 2010.

Specifically, a set of measurements is performed, whose indicators show the highlight:

a) the number of jobs and production added with a monetary unit (given in millions of

reais) of a given activity. b) activities that have the greatest linkage or are key sectors,

that is, identify those that can stimulate the economic environment above the others. c)

how heterogeneous, in terms of supply and production, are the Primary, Secondary and

Tertiary sectors, based on inequalities in Leontief's technical coefficients. d) how

concentrated or dispersed are the activities in terms of supply and demand of products

and services, based on the Leontief technical coefficients. For that, a methodology

based on the Input-Output Matrix, provided by the Brazilian Institute of Geography and

Statistics (IBGE) in the year 2015, is used. From this, evaluations are made through

Rasmussen-Hirschman Indicators, Pure Indicators of GHS, of Product and Employment

Multipliers, of Hypothetical Extraction, of the Impact Matrix, of the Influence Field, of

an indicator developed from Gini - the Indicator of Intersectorial Technological

Inequality, System Network Analysis and, finally, a ranking is developed to try to

capture, as a balance, the most important activities in these indicators. The main results

indicate that the key sectors in common in the most important indices of intersectoral

linkage (Rasmussen-Hirschman and GHS) are Petroleum Refining and Coking (19),

Land Transport (41) and Telecommunications (50). Other activities with high scores in

these indicators are: Wholesale and retail trade (41), Slaughter and meat products (8),

Financial intermediation (53), Other food products (10), Construction (40), Public

administration (61), Agriculture (1), Manufacture of chemicals, resins (21). The results

indicate that the Tertiary activities that perform better in the indexes used are related to

transport, distribution, telecommunication, financing and public-bureaucratic channels,

that is, services that complement Secondary production. On the other hand, the most

outstanding activities in the Secondary and Primary are linked to the exploration and

transformation of natural resources, such as agriculture and petroleum refining. The

construction industry also plays an important role in Brazil, as does chemistry, which

shows a strong link in the economy. The updated information in this work corroborates

the greater connection of the Service Sector with the previous works. This may be due

to the evolution of the flexibilization process of productive segments, specifically

manufacturing, in which they outsource activities, but maintain operational links.

Keywords: Manufacturing and Service Industries; Industrial Structure and Structural

Change; Input–Output Models

JEL Classification: O14, L16, C67

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Produto Interno Bruto brasileiro, em milhões de reais a valores de 2018, de

2010 a 2018. ................................................................................................................... 30

Figura 2: Taxa de crescimento do PIB brasileiro, de 2010 a 2018. ................................ 31

Figura 3: Composição (%) do PIB do Brasil em relação aos setores entre 1947 e 2013.

........................................................................................................................................ 32

Figura 4: Composição (%) do PIB do Brasil em relação aos setores entre 1995 e 2017.

........................................................................................................................................ 32

Figura 5: Participação no Valor Adicionado a Custo de Fatores das 67 atividades, em

2015. ............................................................................................................................... 69

Figura 6: Participação no Consumo Intermediário das 67 atividades, em 2015. ........... 71

Figura 7:Participação na composição do Salário das 67 atividades, em 2015. .............. 72

Figura 8: Participação na composição do Consumo das Famílias das 67 atividades, em

2015. ............................................................................................................................... 74

Figura 9: Participação na composição da Formação Bruta de Capital Fixo das 67

atividades, em 2015. ....................................................................................................... 75

Figura 10: Participação na composição da pauta de exportações das 67 atividades, em

2015. ............................................................................................................................... 77

Figura 11: Participação na composição dos Gastos do Governo das 67 atividades, em

2015. ............................................................................................................................... 78

Figura 12 : Índice de Ligação para Frente (Ui) de RH, com 67 setores, em 2015. ........ 80

Figura 13: Índice de Ligação para Trás, (Uj) de RH, com 67 setores, em 2015. ........... 81

Figura 14: Índice de Dispersão para Frente, (Vi) de RH, com 67 setores, em 2015. ..... 83

Figura 15: Índice de Dispersão para Trás, (Vj) de RH, com 68 setores, em 2015. ........ 84

Figura 16: Distribuição dos coeficientes do índice PBLN de GHS, em 2015................ 90

Figura 17: Distribuição dos coeficientes do índice PFLN de GHS, em 2015. ............... 92

Figura 18: Distribuição dos coeficientes do índice PTLN de GHS, em 2015. ............... 94

Figura 19: Distribuição dos Multiplicadores de Produção do Tipo I, em 2015. ............ 97

Figura 20: Distribuição dos Multiplicadores de Produção do Tipo II, em 2015. ........... 99

Figura 21: Distribuição dos Multiplicadores de Emprego do Tipo I, em 2015. ........... 100

Figura 22: Distribuição dos Multiplicadores de Emprego do Tipo II, em 2015. ......... 101

Figura 23: Distribuição das reduções percentuais causadas sobre a demanda das

atividades econômicas no PIB, após extração Hipotética, em 2015. ........................... 103

Figura 24: Distribuição das reduções percentuais causadas sobre a demanda das

atividades econômicas, após extração Hipotética do Setor 42, em 2015. .................... 105

Figura 25: Distribuição dos coeficientes dos IDTI-DT e IDTI-OT na economia e por

setores, em 2015. .......................................................................................................... 106

Figura 26: Topografia da Matriz de Intensidade para a Economia Brasileira em 2015.

...................................................................................................................................... 109

Figura 27: Campo de Influência, em 2015. .................................................................. 113

Figura 28: Grafo da tabela de recursos e usos da MIP de 2015 com aplicação de filtro.

...................................................................................................................................... 115

Figura 29: Grafo Setorial de 2013 em termos de fluxos ponderados ........................... 115

Figura 30: Centralidade de grau 2015 – destacam-se os setores 1, 19, 38, 40, 41, 42, 52.

...................................................................................................................................... 117

Figura 31: Centralidade de grau ponderado 2015 – destacam-se os setores 1, 8, 10, 19,

42, 41, 52. ..................................................................................................................... 118

Figura 32: Loop 2015 – destacam-se os setores 19, 21, 38, 40, 41, 42, 52. ................. 120

Figura 33: Desempenhos das atividades considerando o Ranking de PTS, em 2015. . 124

Figura 34: Desempenhos das atividades considerando o Ranking de PTP, em 2015. . 125

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: As dez maiores e menores participações relativas das atividades econômicas

no Valor Adicionado a Custo de Fatores em 2015. ........................................................ 68

Quadro 2: As dez maiores e menores participações relativas das atividades econômicas

no Consumo Intermediário em 2015. ............................................................................. 70

Quadro 3: As dez maiores e menores participações relativas das atividades econômicas

na composição de Salários em 2015. .............................................................................. 71

Quadro 4: As dez maiores e menores participações relativas das atividades econômicas

no Consumo das Famílias em 2015. ............................................................................... 73

Quadro 5: As dez maiores e menores participações relativas das atividades econômicas

na Formação Bruta de Capital Fixo em 2015. ................................................................ 74

Quadro 6: As dez maiores e menores participações relativas das atividades econômicas

na pauta de exportação em 2015..................................................................................... 76

Quadro 7: As dez maiores e menores participações relativas das atividades econômicas

nos Gastos do Governo em 2015. ................................................................................... 77

Quadro 8: Os 10 maiores e menores coeficientes de Ligação para Frente (Ui) de RH, em

2015. ............................................................................................................................... 79

Quadro 9: Os 10 maiores e menores coeficientes de Ligação para Trás (Uj) de RH, em

2015. ............................................................................................................................... 80

Quadro 10: Os 10 Menores e maiores coeficientes de Dispersão para frente (Vi) de RH,

em 2015. ......................................................................................................................... 82

Quadro 11: Os 10 maiores e menores coeficientes de Dispersão para Trás (Vj) de RH,

em 2015. ......................................................................................................................... 83

Quadro 12: Atividades consideradas chave para a Matriz Insumo-Produto de 2015 pelo

índice de RH. .................................................................................................................. 85

Quadro 13: Os dez maiores coeficientes PBL e PBLN do Índice de GHS, em 2015. ... 89

Quadro 14: Os dez menores coeficientes PBL e PBLN do Índice de GHS, em 2015. .. 89

Quadro 15: Os dez maiores coeficientes PFL e PFLN do Índice de GHS, em 2015. .... 90

Quadro 16: Os dez menores coeficientes PFL e PFLN do Índice de GHS, em 2015. ... 91

Quadro 17: Os dez maiores coeficientes PTL e PTLN do Índice de GHS, em 2015. .... 92

Quadro 18: Os dez menores coeficientes PTL e PTLN do Índice de GHS, em 2015. ... 93

Quadro 19: Atividades consideradas chave para a Matriz Insumo-Produto de 2015 pelo

método GHS. .................................................................................................................. 94

Quadro 20: Atividades com os 10 maiores e menores Multiplicadores de Produção MP

do Tipo I, em 2015. ........................................................................................................ 97

Quadro 21: Atividades com os 10 maiores e menores Multiplicadores de Produção MP

do Tipo II, em 2015. ....................................................................................................... 98

Quadro 22: Atividades com os 10 maiores e menores Multiplicadores de Emprego ME

do Tipo I, em 2015. ........................................................................................................ 99

Quadro 23: Atividades com os 10 maiores e menores Multiplicadores de Emprego ME

do Tipo II, em 2015 ...................................................................................................... 101

Quadro 24: Dez maiores e menores reduções percentuais causadas sobre o PIB, após

extração Hipotética de uma atividade, em 2015. .......................................................... 102

Quadro 25: Dez maiores reduções percentuais causadas sobre a demanda das atividades

econômicas, após extração Hipotética do Setor 42, em 2015. ..................................... 104

Quadro 26: Atividades com os maiores e menores coeficientes de ligações para trás

(demanda) na Matriz de Intensidade, em 2015............................................................. 107

Quadro 27: Atividades com os maiores e menores coeficientes de ligações para frente

(oferta) na Matriz de Intensidade, em 2015 .................................................................. 108

Quadro 28: Os dez maiores Coeficientes na Matriz de Intensidade com os setores

ofertantes e Demandantes, em 2015 ............................................................................. 108

Quadro 29: Atividades com os maiores e menores coeficientes do Campo de Influência

de oferta, em 2015 ........................................................................................................ 110

Quadro 30: Atividades com os maiores e menores coeficientes do Campo de Influência

de demanda, em 2015. .................................................................................................. 111

Quadro 31: Atividades com os maiores e menores coeficientes do Campo de Influência

no total, em 2015 .......................................................................................................... 112

Quadro 32: As dez atividades com maiores e menores interações em Centralidade de

Grau, em 2015. ............................................................................................................. 116

Quadro 33: As dez atividades com maiores e menores interações em Centralidade de

Grau Ponderado, em 2015. ........................................................................................... 117

Quadro 34: As dez atividades com maiores e menores interações em nível de Loop, em

2015. ............................................................................................................................. 119

Quadro 35: Resumo dos Indicadores utilizados no Trabalho com suas principais

vantagens e algumas limitações. ................................................................................... 121

Quadro 36: Indicadores contidos no Ranking Geral. ................................................... 122

Quadro 37: As dez melhores atividades no Ranking Geral, considerando os PTS, em

2015. ............................................................................................................................. 123

Quadro 38: As dez melhores atividades no Ranking Geral, considerando os PTP, em

2015. ............................................................................................................................. 124

QUADROS DO APÊNDICE A

Quadro A 1: Índice Rasmussen-Hirschman de Ligação Para Frente Ui, para Trás Uj,

Dispersão Para Frente Vi e Para Trás Vj, para o Ano de 2015 ..................................... 147

Quadro A 2: Índice GHS de Ligação Para Frente Ui, para Trás Uj, Dispersão Para

Frente Vi e Para Trás Vj, para o Ano de 2015 ............................................................. 149

Quadro A 3: Multiplicador de Produto (MP) e Emprego (ME) Tipo I e Tipo II, para o

Ano de 2015 ................................................................................................................. 151

Quadro A 4: Extração Hipotética dos Setores e impacto percentual em termos de

retração na Produção Nacional, em 2015. .................................................................... 153

Quadro A 5: Coeficientes da Matriz de Intensidade pelo lado da Oferta e da Demanda,

em 2015 ........................................................................................................................ 155

Quadro A 6: Coeficientes do Campo de Influência em 2015. ...................................... 157

Quadro A 7: Ordem de classificação no Sistema de Análise de Redes para Centralidade

Grau, Grau Ponderado (GrauP) e Loop, em 2015. ....................................................... 159

Quadro A 8: Pontuação Simples (PTS) e Ponderada (PTP) no Ranking Geral, em 2015

...................................................................................................................................... 161

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Atividades da Economia agrupadas em três grandes setores. ........................ 65

Tabela 2: Coeficientes do Indicador de Desigualdade Tecnológica Intersetorial ........ 105

LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas

DECOMTEC Departamento de Competitividade e Tecnologia

DT Demanda Tecnológica

FIESP Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

GHS Guilhoto, Sonis e Hewings

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDTI Indicador de Desigualdade Tecnológica Intersetorial

IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

LRF Lei de Responsabilidade Fiscal

MEI Multiplicador de Emprego Tipo I

MEII Multiplicador de Emprego Tipo II

MIP Matriz Insumo-Produto

MPI Multiplicadores de Produção Tipo I

MPII Multiplicadores de Produção Tipo II

OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico

OT Oferta Tecnológica

PAEG Programa de Ação Econômica do Governo

PAC Plano de Aceleração ao Crescimento

PIA Pesquisa Industrial Anual

PBL Índice Puro de Ligação para Trás

PBLN Índice Puro de Ligação para Trás Normalizado

PBM Plano Brasil Maior

PED Programa Estratégico de Desenvolvimento

PFL Índice Puro de Ligação para Frente

PFLN Índice Puro de Ligação para Frente Normalizado

PIA Pesquisa Industrial Anual

PIB Produto Interno Bruto

PME Pesquisa Mensal de Emprego

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

PND Plano Nacional de Desenvolvimento

PP Pontos Ponderados

PRIM Primário

PS Pontos Simples

PTP Pontos Totais Ponderados

PTL Índice Puro de Ligação Total

PTLN Índice Puro de Ligação Total Normalizado

PTS Pontos Totais Simples

RAIS Relação Anual de Informações Sociais

RH Rasmussen-Hirschman

RMSP Região Metropolitana do Estado de São Paulo

SEC Secundário

SNA System Network Analysis

SNC Sistema de Contas Nacionais

TER Terciário

TI Tecnologia de Informação

Ui Índice de Ligação para Frente

Uj Índice de Ligação para Trás

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

Vi Índice de Dispersão para Frente

Vj Índice de Dispersão para Trás

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 19

2. CONTEXTUALIZAÇÃO .......................................................................................... 24

2.1 SÍNTESE HISTÓRICA PELO VIÉS DO PLANEJAMENTO

GOVERNAMENTAL ................................................................................................. 24

2.2 INDICADORES DE PIB E DEBATES ATUAIS ................................................. 29

2.2.1 INDICADORES ECONÔMICOS ................................................................. 30

2.2.2 DESINDUSTRIALIZAÇÃO ......................................................................... 33

2.2.3 SERVIÇOS .................................................................................................... 38

2.3 ESTUDOS PRÉVIOS COM UTILIZAÇÃO DE MATRIZ INSUMO-PRODUTO

.................................................................................................................................... 44

3. METODOLOGIA ....................................................................................................... 51

3.1 MATRIZ INSUMO-PRODUTO .......................................................................... 53

3.2 ÍNDICE DE RASMUSSEN-HIRSCHMAN ........................................................ 54

3.3 ÍNDICE PURO DE GUILHOT, HEWINGS E SONIS (GHS) ............................ 56

3.4 MULPLICADORES DE PRODUÇÃO E EMPREGO ........................................ 57

3.5 EXTRAÇÃO HIPOTÉTICA ................................................................................ 59

3.6 INDICADOR DE DESIGUALDADE TECNOLÓGICA INTERSETORIAL .... 61

3.7 MATRIZ DE INTENSIDADE ............................................................................. 63

3.8 CAMPO DE INFLUÊNCIA ................................................................................. 64

3.9 ANÁLISE DE SISTEMA DE REDES ................................................................. 64

3.10 RANKING ........................................................................................................... 67

4. RESULTADOS E ANÁLISE...................................................................................... 68

4.1 ABORDAGEM DA MATRIZ INSUMO-PRODUTO.......................................... 68

4.2 ÍNDICE DE RASMUSSEN-HIRSCHMAN (RH) ............................................... 78

4.2.1 ÍNDICES DE LIGAÇÃO PARA FRENTE E PARA TRÁS .......................... 78

4.2.2 ÍNDICES DE DISPERSÃO PARA FRENTE E PARA TRÁS ...................... 81

4.2.3 SETORES-CHAVE ........................................................................................ 84

4.3 ÍNDICE PURO DE GUILHOTO, HEWINGS E SONIS (GHS) ......................... 88

4.4 MULTIPLICADORES DE PRODUTO E DE EMPREGO ................................. 96

4.5 EXTRAÇÃO HIPOTÉTICA .............................................................................. 102

4.6 INDICADOR DE DESIGUALDADE TECNOLÓGICA INTERSETORIAL .. 105

4.6 MATRIZ DE INTENSIDADE ........................................................................... 107

4.8 CAMPO DE INFLUÊNCIA ............................................................................... 110

4.9 ANÁLISE DE SISTEMA DE REDES ............................................................... 114

4.10 ANÁLISE GERAL ........................................................................................... 120

4.10.1 RANKING GERAL ....................................................................................... 120

4.10.2 ANÁLISE COMPARATIVA SINTÉTICA DOS PRINCIPAIS RESULTADOS

.................................................................................................................................. 126

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 129

BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... 139

APÊNDICE A .............................................................................................................. 147

19

1. INTRODUÇÃO

O Setor Terciário (ou de Serviços) mostra elevada participação no Produto Interno

Bruto (PIB) na maioria dos países. Dados do Banco Mundial mostram que mais de 50%

das localidades avaliadas, em seus levantamentos, tem Serviços com participação

relativa acima de 50% do Valor Adicionado na composição do PIB para o ano de 2015.

Estas estatísticas incluem países como os Estados Unidos com aproximadamente 75%,

Reino Unido com 70%, Japão com 70% e França com 70%.

Isso não é novidade. Em 1999, Téboul (1999) lançou o livro ―A Era dos

Serviços‖, cujo título sugestivo mostrou um novo arranjo estrutural em que havia uma

preponderância pautada no Terciário. Serviços detinha participação relativa do PIB em

torno de 70% nos Estados Unidos, Reino Unido, Suécia, França, Alemanha e Itália,

dentre outros. Para o ano de 2001, Wölfl (2005), apresentou dados da Organização para

a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em que Suécia, Estados Unidos,

Dinamarca, Países Baixos, França, Austrália e Reino Unido tinham o setor com

participação superior a 70% no Valor Adicionado Bruto de seus respectivos PIBs.

No caso brasileiro, a história econômica nacional mostra que a partir da Era

Vargas e o início de políticas governamentais em direção a diversas reformas, um novo

patamar estrutural com grande peso na indústria foi forjado. De país extremamente

agrário, passa-se a ter um crescimento industrial em que sua participação relativa no

PIB chegou ao ponto máximo por volta das décadas de 1970 e 1980, com farta

diversificação que ia desde o processamento de alimentos até o fabrico de veículos

militares. É nessa época que há indícios de um começo de crescimento acelerado do

setor Terciário. Enquanto em meados dos anos de 1980 a faixa percentual deste beirava

a ordem de 50% do PIB, os finais dos anos 2010 apresentavam valor estabilizado ao

redor de 70%.

O ganho de espaço do Terciário tem duas principais explicações no Brasil que são

aprofundadas no capítulo 2, mas que se adianta aqui:

A primeira frente diz respeito a um processo de desindustrialização. Neste caso,

conforme FIESP e DECOMTEC (2013), após uma fase de industrialização bem-

sucedida com aumento de renda per capita, há uma ampliação de serviços mais

especializados como comunicações, internet, consultorias, etc., e Serviços acaba por

ganhar espaço na composição relativa do PIB. Contudo, o caso brasileiro apresentou

uma desindustrialização precoce em que serviços mais intensivos em conhecimento não

20

conseguem absorver a mão de obra desempregada pela indústria. Desta feita,

proliferaram atividades com baixa produtividade e subempregos.

A segunda frente é associada a um próprio processo dinâmico natural que aparece

em certas atividades de Serviços. Conforme observado em Kon (2015), esta

dinamicidade seria decorrente, por exemplo, de aspectos relacionados à necessidade de

diferenciação de produtos e qualidades, não apenas preços. Nesta ilustração, por meio

de uma interação entre a manufatura e Serviços, os mercados são atendidos e ocorre a

geração de riqueza. Além disso, inovação e tecnologia melhoraram a produtividade e

vantagens competitivas do setor. Com a modernização tecnológica, uma das

consequências foi que muitos serviços auxiliaram nas implementações do comércio

internacional de forma mais acelerada das mais variadas atividades produtivas. Outro

ponto a destacar é a ampliação de terceirização - a empresa dedicar-se-ia mais às

atividades fins e transferiria a outrem as atividades meio. Nesta perspectiva, muitas

empresas passaram a ser particionadas e se concentraram em suas atividades de maior

interesse.

Dado este cenário, o estudo tem como objetivo verificar as ligações intersetoriais

entre as atividades produtivas expressas na Matriz de Insumo-Produto, com especial

atenção para o Setor Terciário. Nesse sentido, procura responder qual o impacto de

Serviços para o estímulo das atividades econômicas no Brasil, dado que sua

participação relativa ultrapassou 70% do Produto Interno Bruto na década de 2010.

Especificamente, é realizado um conjunto de medições, cujos indicadores apresentam, a

destacar: a) o número de empregos e de produção adicionados com uma unidade

monetária (dada em milhões de reais) de uma determinada atividade. b) as atividades

que têm maior encadeamento ou que são setores-chave, isto é, identificar as que

conseguem estimular o ambiente econômico acima das demais. c) o quão heterogêneos,

em termos de oferta e produção, são os setores Primários, Secundário e Terciário,

baseados em desigualdades dos coeficientes técnicos de Leontief. d) o quão

concentradas ou dispersas estão as atividades em termos de oferta e demanda de

produtos e serviços, com base nos coeficientes técnicos de Leontief.

Por ter o Setor Terciário com maior peso relativo no PIB brasileiro, há um arranjo

intersetorial, ou de encadeamento, da estrutura produtiva brasileira em que suas

atividades impactam na economia como um todo. Este trabalho ajuda a investigar estes

efeitos de encadeamento e, principalmente, identificar as atividades que mais estimulam

a criação de produto. Os resultados obtidos na pesquisa permitem que agentes

21

econômicos tenham melhor previsibilidade no que se refere aos fluxos de insumos e

produtos. Como consequência, fornece ferramenta auxiliar em planejamentos

econômicos, que serve aos interesses tanto de entes privados, quanto públicos. A

organização de informações providas nesta pesquisa permite que os recursos sejam mais

bem aproveitados e a economia, em sua totalidade, possa ser impulsionada com

incentivos a determinados setores de modo mais racional. Possibilita, também,

encontrar estrangulamentos em determinados segmentos que necessitam maiores

investimentos ou modernizações, dentre outros. Em adição, este trabalho contribui para

a atualização de trabalhos prévios, de modo a acreditar que a conquista de maior

participação no Terciário possa ter alterado alguns resultados obtidos de pesquisas

anteriores. Além disso, ao fazer uso de vários indicadores, permite confrontar seus

resultados e verificar se estes convergem a resultados similares.

Para o tratamento dessa problemática levantada, faz-se uso, como metodologia, de

indicadores baseados na Matriz de Insumo-Produto (MIP) de 2015, provida pelo

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além da própria MIP, os Índices

de Rasmussen-Hirschman (RH), os Índices Puros Normalizados de Guilhoto, Sonis e

Hewings (1996) (GHS), a Análise de Sistema de Redes (ou System Network Analysis –

SNA), a Extração Hipotética, são utilizados, principalmente, para identificar setores-

chave e as atividades com maior encadeamento, bem como adensamentos intersetoriais.

Assim como a Análise de redes, a Matriz de Impacto e o Campo de Influência auxiliam

a prover informações de modo visual da estrutura produtiva brasileira baseada nos

segmentos econômicos e seus efeitos de encadeamento. Os Multiplicadores de Produto

e Emprego são usados para mostrar os números de produção e empregos gerados com

uma unidade monetária de uma dada atividade. Para a pesquisa, foi desenvolvido um

indicador a partir do Gini - o Indicador de Desigualdade Tecnológica Intersetorial que

permite identificar a desigualdade tecnológica entre os grandes setores.

Ainda na metodologia, foi elaborado um Ranking para tentar capturar, como um

saldo, as atividades mais importantes dos principais indicadores. O desenvolvimento

desta métrica se valeu pela ressalva posta por Guilhoto et al.(1994). O autor alertou que

índices como o de Rasmussen-Hirschman para a identificação de setores-chaves podem

não ter muito acordo entre os pesquisadores, mas existe consenso na existência de que

alguns setores contribuem de modo acima da média para a economia, fazendo com que

esta, como um todo, acabe sofrendo mudanças. É decorrente desta observação que se

22

faz uso, neste trabalho, de mais de um índice nas medições e, portanto, como um

indicador-resumo, foi desenvolvido o Ranking.

Em virtude da dificuldade de se empregar o método aqui utilizado ano a ano até o

presente, opta-se, neste estudo, por comparar os resultados obtidos com trabalhos

anteriores tais como os de Pereira (2012), Pereira (2014) e Lugli (2015), dentre outros.

Estes trabalhos abrangeram anos variados e/ou fizeram uso de técnicas ou temáticas

similares. Desta maneira, com a ajuda de outros autores é possível tecer considerações

atualizadas e, mesmo com a obtenção de resultados diferentes, identificar tendências de

divergências/convergências, da estrutura produtiva nacional e, em especial, do setor de

Serviços, que enriquecerá deveras o debate.

Neste sentido, alguns trabalhos cuja temática e metodologia são similares

merecem ser destacados. Pereira (2012) apresentou uma análise sistêmica do setor de

serviços com o estudo de sua evolução estrutural de interações. Isto é, procurou

responder as questões de como era a demanda de seus insumos pelos Primário e

Secundário, qual era sua estrutura de interação e o impacto de variações na produção

entre os demais segmentos produtivos da economia. Além de fazer uso da metodologia

de insumo-produto, utilizou também os Multiplicadores de Produto e Emprego e os

índices relacionados ao encadeamento produtivo tais como o de Rasmussen-Hirschman

(RH). O autor aplicou a metodologia para os anos de 2000 e 2005. Seus principais

resultados indicaram que havia alta capacidade de geração de emprego por parte do

setor de serviços, mas baixa capacidade de geração de produto. Também encontrou

inexistência de atividades de Serviços como setor-chave em ambos os anos.

Já Pereira (2014), avaliou se o processo de terciarização da economia brasileira,

entre os anos de 2000 e 2009, deslocou força de trabalho para atividades com maior

contribuição para o crescimento. Utilizou a metodologia da matriz de insumo-produto,

dos multiplicadores de produção e emprego, dos índices de RH e de GHS. Concluiu que

o setor de serviços elevou sua participação de emprego na economia, mas o rendimento

médio do setor e a produtividade caíram, uma vez que a terciarização brasileira é

sustentada com baixos salários, efeitos multiplicadores em salário e produto e índices de

ligação. Não encontrou setores-chave por RH, mas encontrou Comércio, Intermediação

Financeira e Transporte Terrestre como atividades-chave pelo método de GHS.

Lugli (2015) analisou de forma detalhada o setor de serviços no Brasil entre os

anos de 2000 e 2012. O estudo compreendeu o entendimento da mudança estrutural

dentro do terciário, dinâmica e seus impactos sobre o desenvolvimento econômico

23

brasileiro. Na metodologia usou também as matrizes de Insumo-Produto. Dentre alguns

resultados, a autora não encontrou setores-chave do setor de Serviços para a economia

ao utilizar o índice de RH. Também notou que os multiplicadores de emprego são muito

baixos em relação aos da indústria, em que se destaca o refino de petróleo e coque e

produtos de fumo.

Assim, além da Introdução, o trabalho está dividido em mais quatro capítulos com

subcapítulos. O Capítulo 2 inicia com um resumo por viés histórico, cujos detalhes

mostram as principais decisões que fomentaram a alavancagem da estrutura produtiva

brasileira. Em seguida, é apresentado um quadro com alguns indicadores

macroeconômicos relacionados ao Produto Interno Bruto para se capturar o cenário

econômico nacional. Ainda no capítulo são abordados dois temas que tentam explicar a

crescente participação de Serviços na economia, a desindustrialização e reflexões

teóricas e empíricas acerca do Setor de Serviços no Brasil. Finalmente, são apresentadas

algumas contribuições de outros autores para a problemática aqui determinada.

O capítulo 3 é o capítulo onde a metodologia é exposta. Esta é baseada na Matriz

Insumo-Produto (MIP) de 2015, provida pelo IBGE. A partir desta, uma série de índices

são aplicados.

O capítulo 4 traz os resultados de todas as aplicações sobre a MIP. Apresenta

análises objetivas baseadas nas métricas obtidas e em seguida são verificados os

aspectos qualitativos. Além disso, comparam-se os resultados de trabalhos anteriores

com o do presente estudo.

O Capítulo 5 traz as considerações finais com um resumo geral do que foi

encontrado na pesquisa, as principais perspectivas, respostas para os problemas

propostos, limitações encontradas e sugestões futuras.

Há também um apêndice que traz os quadros com os resultados encontrados nos

indicadores.

24

2. CONTEXTUALIZAÇÃO

Este capítulo tenta prover uma visualização panorâmica da estrutura produtiva

brasileira em termos históricos, dos principais debates, de alguns indicadores

estatísticos e trabalhos correlacionados com o escopo deste estudo. Acredita-se ser apoio

necessário para ajudar a entender o desenvolvimento intertemporal da estrutura

produtiva nacional, de modo que se possa contextualizar aos resultados obtidos nesta

pesquisa.

É sabido que existem diversas opções para se abordar o processo histórico

econômico nacional. Dentre estas, o viés do planejamento governamental é escolhido e

resumido aqui, ainda que já tenha sido extensamente explorado na literatura. Explica-se

pelo fato de que grande parte da estrutura produtiva moderna brasileira foi

impulsionada, de alguma maneira, por várias decisões estratégicas de governos que

passaram, sobretudo, a serem mais ativos a partir da Era Vargas. Isto se verá em

seguida, a partir do item 2.1.

2.1 SÍNTESE HISTÓRICA PELO VIÉS DO PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL

A análise histórica aqui apresentada é fundamentada nas políticas de

planejamento, uma das principais artífices para o fortalecimento da estrutura produtiva

nacional. Para o Brasil, Tavares (1998) analisa que o processo de acumulação de capital

oriundo do complexo cafeeiro e sua diferenciação urbano-rural explicariam o

surgimento da indústria bem como sua articulação com o movimento cíclico da própria

economia cafeeira. O assalariamento e a urbanização criou um mercado interno em

expansão de bens o qual abriu alternativas para aplicações de capitais financeiros,

inclusive voltados à indústria, ainda que não tão rentáveis, a princípio. Tais

investimentos se materializavam quando não havia espaço no núcleo básico do café. O

desenvolvimento da indústria no Brasil não passou pelo processo clássico de

industrialização com uma acumulação ―originária‖ e a passagem da manufatura para a

grande indústria. No país, nasceu certa grande indústria que produzia bens de consumo

e em seguida a indústria leve de bens de produção.

Este estágio corresponderia à primeira fase de industrialização caracterizada pela

predominância dos interesses dos setores comercial e agrícola, com rara intenção de

industrializar o Brasil. Já a segunda fase compreenderia o período dos anos 1930 e 50,

25

quando a política econômica passou a apoiar o crescimento da produção industrial

(Suzigan, 1975). É a partir da era varguista que surge uma política deliberada de

desenvolvimento industrial, sendo esta apresentada por Vargas a qual mostraria

contornos precisos de um planejamento governamental (nacional) desenvolvimentista

(Suzigan, 1975; Bastos, 2009).

Este período inicial consolidou os segmentos produtores de bens de consumo não

duráveis, duráveis menos complexos, alguns empreendimentos de produtos

intermediários e bens de capital no processo de substituição de importações. O próximo

grande programa seria o Programa de Metas (1956/60) que atribuía prioridade absoluta

à complementação industrial. Contudo, já em 1962, elaborava-se o Plano Trienal para o

período 1963/65 cuja conjuntura econômica apresentava desgaste do modelo de

substituição de importações, com o agravante de aceleração da taxa de inflação e queda

da taxa de crescimento. Abandonado o plano Trienal, sobretudo decorrente de

instabilidade política, adotou-se o Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG)

(1964/66) que pouco se diferenciava do anterior, mas com foco no controle do processo

inflacionário (Guimarães e Ford, 1975).

Vindo a público em 1967, o Programa Estratégico de Desenvolvimento (PED)

para o período 1968/70 seria um novo ponto de inflexão na história econômica

brasileira. Imbuído de ideário progressista, poderia ser resumido a partir daquele que

seria o futuro Ministro da Fazenda:

―O ideal que desejamos atingir pode resumir-se em duas proposições básicas:

1) a maximização da taxa de desenvolvimento econômico do

País, com uma extensão tão rápida quanto seja possível dos benefícios de tal

desenvolvimento a todos os cidadãos;

2) uma descentralização do poder político que torne possível a

todos os cidadãos desfrutar, livremente, desses benefícios.‖ (DELFIM

NETTO, 1966, p. 11)

Contudo, nem a primeira e nem a segunda proposição vingaram no curto prazo,

exceto o rápido e exuberante crescimento que o país vivenciou no período 1967/73.

Conforme atesta Lago (1990), o PED intencionava operar no momento inicial por meio

de melhor utilização da capacidade existente até então, em seguida elevar a taxa de

investimento, cujo este governamental deveria ser concentrado em infraestrutura,

mineração, habitação, saúde, educação e agricultura. Também enfatizava promover uma

redução progressiva da participação do setor público global. Como consequência do

PED, o Brasil apresentou taxas de crescimento superiores a 8% desde 1968, culminando

26

em torno de 10% em 1973. Além disso, foi celebrado o controle inflacionário e o

balanço superavitário. Este suposto milagre foi ―[...] o corolário da aplicação de um

modelo econômico bem estruturado e acompanhado de um bom tempero de

pragmatismo [...]‖ (SIMONSEN; CAMPOS, 1974, p.1).

O documento de Metas e Bases para o período 1970/71 dava continuidade à

ênfase do PED com prioridades na educação, saúde, saneamento, agricultura e

abastecimento, desenvolvimento científico e tecnológico e o fortalecimento da

competitividade da indústria nacional. Já o I Plano Nacional de Desenvolvimento

(PND) entra em uma conjuntura distinta quando da elaboração do PAEG e do PED, pois

sua formulação era baseada na retomada do processo de crescimento e manutenção de

elevada taxa de expansão. Seus objetivos incluíam colocar o Brasil no rol das nações

desenvolvidas, duplicar até 1980 a renda per capita, alcançar taxas de crescimento na

ordem de 8% a 10%, expandir o emprego e reduzir a inflação (Guimarães e Ford, 1975).

O II PND foi o último grande plano e trouxe como aspiração principal levar o país

à fronteira do desenvolvimento pleno, cuja configuração definitiva seria o Brasil com

perfil industrial. A ênfase seria dada nas Indústrias Básicas, sobretudo o setor de Bens

de Capital e Eletrônica Pesada, assim como a produção de Insumos Básicos, cujo intuito

ainda se mantinha no ideário de substituição de importações. Além destes setores

considerados prioritários, entrou na pauta a mineração (Lessa, 1998).

O modelo para subsistir em seu intento se valeu principalmente de endividamento

externo, seja pelas empresas estatais, seja por empresas privadas que, posteriormente,

acabaram por socializar suas dívidas. Não se tratava de algo incomum para a época esse

tipo de mecanismo. Contudo, com as duas crises do petróleo de 1973 e 1979, o

programa teve de alterar suas táticas, mas conservava a estratégia de desenvolvimento a

qualquer custo em essência como o original. Isso pode ser observado, conforme

Hermann (2005), com os embates de Simonsen, cuja baixa tolerância à inflação e

preconização de necessidade de recessão descontentou o empresariado nacional, além

de gerar sérios debates. Sua renúncia foi o apogeu da questão que levou Delfim Netto a

assumir o Ministério do Planejamento em 1979.

O fato foi que se criou um grande endividamento externo com consequências

macroeconômicas futuras. Dado que as crises internacionais fizeram aumentar os juros

da dívida e surgiu relativo clima de instabilidade com aversão aos riscos relacionados

aos países em desenvolvimento, principalmente após a moratória mexicana de 1982,

que contraiu a cessão de investimentos oriundos do exterior, o Brasil entrou numa

27

espiral de insolubilidade da dívida externa e aumento inflacionário. Porém, se por um

lado alguns autores atestam o II PND como fracasso (Lessa, 1977), outros veem que o

intento foi praticamente um sucesso (Hermann, 2005), o qual levou o país a ter uma

estrutura que não mais caracterizaria o subdesenvolvimento (Castro e Souza, 1985).

Após o II PND, embora houvesse sido elaborado o III PND em 1979, dada a

conjuntura econômica da época, este sequer funcionou como plano, mas apenas como

um conjunto de intenções. Já na Nova República, seguiram-se o I Plano Nacional de

Desenvolvimento da Nova República, o Plano de Ação Governamental (ambos

anteriores à Constituição de 1988) e os Planos Plurianuais (91, 96 e 2000). Este

conjunto de planos do período pós – II PND até 1996 é praticamente a falência do

planejamento no Brasil, consumado com enorme descrédito de seu potencial. É somente

a partir de 1996 que há a retomada da importância do planejamento (Matos, 2002).

Findado os problemas estruturais de 1981/84 no que diz respeito à falta de balança

superavitária, o novo viés de importância econômica se concentrou na estabilização

econômica por meio do combate à inflação. De 1985 a 1994 podem-se destacar os

planos Cruzado I, Bresser, Verão, Collor I, Collor II e, finalmente, o Plano Real.

Alcançada a estabilização inflacionária, o período de 1995-2002 foi marcado, de acordo

com Giambiagi (2005), com reformas aprofundadas em termos de privatizações, fim

dos monopólios estatais nos setores petrolíferos e de telecomunicações, mudança do

capital estrangeiro, saneamento do sistema financeiro, reforma (parcial) da Previdência

Social, renegociação das dívidas Estaduais, aprovação da Lei de Responsabilidade

Fiscal (LRF), ajuste fiscal a partir de 1999, criação de agências reguladoras de serviços

de utilidade pública e estabelecimento do sistema de Metas de Inflação.

A nova orientação de diminuição da participação do Estado na estrutura produtiva

econômica acompanhada da LRF trouxe mudanças institucionais cuja intenção era

fechar os canais de descontrole monetário, desmontar a forma de atuação do Estado

modelado sob a égide do PAEG e, ao mesmo tempo, intervir na disciplina dos entes

subnacionais. Definir-se-ia a integração da economia brasileira ao movimento da

economia globalizada. Ainda assim, apesar de tais restrições impostas, e sem

desrespeitá-las, o período de 2003/11 é marcado novamente por um aparente caráter

desenvolvimentista cujo alvo era acelerar o crescimento. O Plano de Aceleração ao

Crescimento (PAC), iniciado a partir de 2007, trouxe de volta o espírito do

planejamento. Articularam-se ações entre empresas públicas e privadas, instituições

públicas e de instrumentos fiscais apoiariam o crédito, cujos esforços eram direcionados

28

a projetos de infraestrutura e programas sociais. Além de políticas anticíclicas contra a

eclosão da crise mundial de 2008, ações sistêmicas de apoio ao campo industrial são

tomadas tal como a Política de Desenvolvimento Produtivo (Lopreato, 2013).

Já em agosto de 2011 foi anunciado o Plano Brasil Maior (PBM) que apresentava

um conjunto articulado de medidas de apoio à competitividade do setor produtivo

brasileiro baseado em política industrial, tecnológica e de comércio exterior pelo

governo federal. Estas medidas podiam ser dividas em três blocos que enfatizavam os

propósitos de redução dos custos dos fatores de produção e oferta de crédito para

investimentos; desenvolvimento das cadeias produtivas, indução de desenvolvimento

tecnológico e qualificação profissional e; por fim, promoção das exportações e defesa

do mercado interno. No seu curto espaço de tempo até 2014, fora diagnosticado que a

política industrial tinha contribuído para impedir uma recessão no Brasil e garantido

crescimento de emprego e qualidade de renda da população brasileira (ABDI, 2014).

Tal estratégia industrialista já sinalizava contradições em 2013 devido à elevação

da taxa de juros e o abrir de mão por parte do governo da regulação cambial. A partir de

junho de 2013 a política fiscal teve um escopo expandido para compensar os impactos

negativos do aumento de juros (Mello e Rossi, 2017). Ainda em um cenário adverso, ao

final de 2014, diante de novos choques econômicos, ocorreu forte desaceleração da

atividade. Disto acarretou retração de arrecadações e pioras significativas de resultados

fiscais. Como consequência, medidas restritivas foram adotadas em 2015, que levou a

um dos maiores ajustes fiscais da história recente (Dweck; Teixeira, 2017).

Por fim, conforme Oreiro e Marconi (2016), o final de 2015 apresentou um

cenário econômico com retração do PIB anual na ordem de 3,8%, desemprego perto de

9% e inflação por volta de 11%. Dado que para os autores a indústria de transformação

seria a locomotiva de crescimento da economia no longo prazo, a estagnação da

produção industrial foi responsável também pela estagnação do PIB. Isto seria derivado

do fato de que o estímulo de demanda transbordava para o exterior na forma de

importação e o setor de serviços tradicional (não vinculado às operações industriais), de

menor produtividade, foi beneficiado pela apreciação cambial.

29

2.2 INDICADORES DE PIB E DEBATES ATUAIS

Conforme dito anteriormente, este estudo tem como objetivo verificar as ligações

intersetoriais entre as atividades produtivas expressas na Matriz de Insumo-Produto,

com especial atenção para o Setor Terciário. Isto permite responder qual o impacto de

Serviços para o estímulo das atividades econômicas no Brasil, dado que sua

participação relativa ultrapassou 70% do Produto Interno Bruto na década de 2010. Um

suporte estatístico e teórico, baseado nos principais debates, ajuda a explicar o porquê

do ganho de participação do Terciário. Este subcapítulo tenta contribuir ao prover

detalhes de alguns indicadores econômicos interessantes ao objeto de estudo, o caso da

―desindustrialização‖ e o entendimento do que seja ―Serviços‖, bem como suas

características.

Os indicadores econômicos retratam como têm sido o desempenho nas últimas

décadas do PIB brasileiro. Além disso, este é dividido em participações compostas por

Agropecuária, Indústria e Serviços, conforme metodologia de IBGE (2007). A partir de

então, graficamente, é possível retirar informações visuais da composição da estrutura

produtiva brasileira.

O resgate do tema de desindustrialização é relevante ao trabalho porque traz

possíveis respostas teóricas e empíricas que ajudam a explicar o processo de

transformação estrutural que culminou com o domínio do Terciário no país. Assomado

aos indicadores, fica viável tecer algumas considerações de como foi o processo de

domínio do Setor de Serviços, intertemporalmente, na economia nacional. Contudo, o

texto apenas tenta fornecer um suporte básico, sem aprofundamento no assunto, de

modo que é recomendável consulta bibliográfica apresentada no final do texto principal,

caso existam maiores interesses no tema.

Analogamente, ainda neste subitem, faz-se breve relatório de discussões inerentes

às conceituações de ―Serviços‖. O texto levanta a dificuldade de sua definição e

características. Além disso, recupera trabalhos inerentes às últimas pesquisas

relacionadas quanto ao caso brasileiro, no que se refere às tendências do setor. Tal

perspectiva colabora no entendimento dos resultados obtidos conforme o objetivo

proposto.

30

2.2.1 INDICADORES ECONÔMICOS

O Produto Interno Bruto do Brasil (PIB), a preços de 2018, de acordo com dados

do Banco Central Brasileiro e IBGE, mostrou inclinação positiva desde 2010 até 2014.

Houve queda no PIB de 2014 a 2016 e a partir daí começou a haver uma recuperação

gradual. O desempenho do PIB pode ser visto no gráfico da Figura 1.

Figura 1: Produto Interno Bruto brasileiro, em milhões de reais a valores de 2018, de

2010 a 2018.

Fonte: Elaboração própria a partir de dados do Banco Central Brasileiro e IBGE.

As quedas do PIB nos anos de 2015 e 2016 estão na faixa de 3,55% e 3,31%

respectivamente. Castro e Camara (2017) avaliam que uma das principais causas para as

retrações está relacionada às questões dos desencontros políticos da época, que afetou as

conduções das políticas econômicas. Tal fato notadamente ficou evidenciado no

aumento da taxa de desocupados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

(PNAD). Já Carvalho (2018), avalia que os números revistos apontam a queda de 2015-

2016 para em torno de 8,2%. O gráfico das taxas de crescimento conforme dados do

Banco Central Brasileiro e do IBGE podem ser visualizados no gráfico 2.

31

Figura 2: Taxa de crescimento do PIB brasileiro, de 2010 a 2018.

Fonte: Elaboração própria a partir de dados do Banco Central Brasileiro e IBGE.

No que diz respeito à estrutura produtiva do Brasil, a Figura 3 mostra a

composição relativa do PIB entre os setores da economia para os anos de 1947 a 2013 a

valores de 2000. Verifica-se que, a partir de meados da década de 1980, há aumento

significativo do ganho relativo de participação do Setor de Serviços. Visualmente, há

correlação negativa entre este e a Indústria1. A Agropecuária demonstra queda relativa

até a metade da década de 1990, quando aparenta ter adquirido certa estabilidade. Com

esta análise, entende-se que Serviços ganhou importância percentual não apenas sobre o

Setor Industrial, mas também sobre o Agropecuário.

Cabe, contudo, certas ressalvas, a primeira é que a década de 1980 até 1994 foi

bastante marcada por problemas crônicos de inflação e cambiais. Bem como uma série

de planos baseados em congelamento de preços foram postos em prática. De acordo

com Bonelli e Pinheiro (2012), as perdas da indústria de transformação foram mais

acentuadas em 1981-83 e 1987-92 (neste caso coincidiu com anos de abertura comercial

mais intensa) e durante períodos de valorização do câmbio real (1996-99 e 2004-09). A

segunda grande ressalva diz respeito ao processo de avaliação metodológica do IBGE

que não foi constante ao longo do tempo.

1 Coeficientes de Correlação, usando as observações 1947 – 2013, 5% valor crítico (bicaudal) = 0,2404

para n = 67, apontam correlação entre Agropecuária e Indústria = -0,1882, Agropecuária e Serviços = -

0,6628 e Serviços e Indústria = -0,6107.

32

Figura 3: Composição (%) do PIB do Brasil em relação aos setores entre 1947 e 2013.

Fonte: Elaboração própria a partir de dados do IPEADATA e IBGE.

Já ao se analisar a série de 1995 a 2017, a preços de 2010, cuja metodologia do

IBGE não contempla o período de maior volatilidade inflacionária, a tendência do

ganho de espaço de Serviços, em termos relativos, também é evidente em comparação

com a série a partir de 1947. O gráfico em colunas da Figura 4 mostra forte evidência da

grande presença do Setor de Serviços, quando a partir de 2014 ultrapassa 70% de

participação relativa no sistema produtivo para não mais cair abaixo desse patamar. A

Indústria mantém queda de 2010 a 2017, mas aparenta estabilidade, assim como o setor

Agropecuário.

Figura 4: Composição (%) do PIB do Brasil em relação aos setores entre 1995 e 2017.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

19

47

19

51

19

55

19

59

19

63

19

67

19

71

19

75

19

79

19

83

19

87

19

91

19

95

19

99

20

03

20

07

20

11

Agropecuária

Indústria

Serviços

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

19

95

19

96

19

97

19

98

19

99

20

00

20

01

20

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17

Agropecuaria

Industria

Serviços

33

Fonte: Elaboração própria a partir de dados do IPEADATA e IBGE.

Observa-se que estes indicadores econômicos corroboram uma era

preponderantemente dominada por serviços, na participação relativa do PIB brasileiro,

na mesma tendência já observada por Téboul (1999) em nível mundial. Dentre as várias

vertentes que tentam explicar essa questão, destacam-se dois grupos de pesquisas:

Primeiro aqueles que defendem uma causa relacionada à desindustrialização. Segundo

aqueles que veem Serviços como um processo de desenvolvimento natural econômico.

Um breve resumo de ambos os debates são mostrados nos itens 2.2.2 e 2.2.3

subsequentes.

2.2.2 DESINDUSTRIALIZAÇÃO

Conforme exposto, o tema de desindustrialização é de relevo ao trabalho. Isto

porque apresenta um debate teórico e empírico no qual apresenta uma alternativa para

compreender o processo de transformação estrutural, que culminou com o domínio do

Terciário. O texto aqui se limita a discutir sua tipologia, mas apresenta alguns escritos

que discutem o fenômeno, em nível nacional. Os principais questionamentos gravitam

em torno de tentar entender se a desindustrialização é benéfica ou prejudicial ao país e

se isso traz como consequência uma maior preponderância do setor de Serviços no

Brasil.

Ante de discutir a desindustrialização, é necessário comentar acerca da indústria,

um dos temas mais recorrentes na história do pensamento econômico. Além das fortes

relações comerciais que propulsionaram o sistema capitalista, a questão industrial é,

talvez, o âmago deste, desde seus primórdios. A partir da Indústria foram argumentados

a Divisão do Trabalho por Adam Smith (1723-1790), a Mais-Valia por Karl Marx

(1818-1883), a economia de aglomeração de Alfred Marshall (1842-1924), o modelo de

―big-push‖ de Rosenstein-Rodan (1902-1985). Foi também argumentado como o

caminho para o desenvolvimento pela Comissão Econômica para a América Latina e o

Caribe (CEPAL), nos anos de 1948-60, dentre muitos outros temas organizados por

autores e agências pesquisadoras.

Dentre outras qualidades, a Indústria gera empregos diretos e indiretos e provém

ampliação de encadeamento entre os vários setores econômicos. A capacidade de

ampliar tais efeitos permite o acesso ao consumo a uma variedade de produtos. Estes

aspectos virtuosos podem ser vistos no trabalho de Squeff (2012), que abrange a

relevância da Indústria por meio de Nicholas Kaldor (1908-1986). Neste, destaca-se que

34

o setor detém nível de produtividade maior que os demais, locus onde ocorre grande

parte da inovação tecnológica, economias de escala que permitem crescimento mais

rápido que o Produto, e o dinamismo intersetorial que gera externalidades positivas ao

resto da economia.

Todos esses efeitos benéficos podem ser alterados quando ocorre a

desindustrialização. Neste caso, segundo Oreiro e Feijó (2010), o conceito ―clássico‖ de

―desindustrialização‖ está em muito associado a uma redução persistente tanto da

participação do emprego industrial quanto do valor adicionado total de um país ou

região. Em regra geral, vê-se que, ainda que haja uma redução absoluta da produção em

termos físicos, não necessariamente ocorre desindustrialização, uma vez que a medida

que a qualifica se pauta nas variáveis valor adicionado e emprego em termos relativos

ao restante da economia. Disto deriva dois tipos conceituais de desindustrialização

bastante citados na literatura, a ―positiva‖ e a ―negativa‖:

1) Desindustrialização ―positiva‖: Neste caso, a redução de emprego industrial e

valor adicionado total pode ser acarretada em função da transferência para o exterior das

atividades manufatureiras mais intensivas em trabalho e/ou com menor valor

adicionado. Caso ocorra um aumento produtivo decorrente de melhoria tecnológica e

maior valor adicionado na pauta de exportações, a desindustrialização pode ser

considerada ―positiva‖ (Oreiro e Feijó, 2010).

2) Desindustrialização ―negativa‖ ou no sentido ―pejorativo‖: Nesta situação não

há melhorias tecnológicas industriais nem tampouco transferências de atividades na

forma mão de obra intensiva ao exterior. Contudo, podem surgir agravantes de retorno à

exportação de bens primários, inclusive, decorrente de questões macroeconômicas

associadas tais como apreciação da taxa real de câmbio resultante da descoberta de

recursos naturais escassos num determinado país ou região (Oreiro e Feijó, 2010).

Na literatura, uma explicação bastante comum das causas da desindustrialização é

o caso da ―Doença Holandesa‖, muito levantado por Bresser-Pereira (2008) e de ordem

macroeconômica. O autor a define como uma falha de mercado decorrente da existência

de ―recursos humanos‖ ou ―naturais‖ que sobrevalorizam a moeda de um país por

tempo indeterminado. Isso faz com que a produção de bens comercializáveis que

utilizam tecnologias mais atuais não seja lucrativa. Se um país sofre de Doença

Holandesa, é a demanda pela manufatura da indústria local que está ―doente‖. O país

pode incorrer na desindustrialização precoce e voltar à condição de especialização em

indústrias intensivas em recursos naturais.

35

Com base nessas conceituações expressas acima, os países desenvolvidos teriam

passado por algum tipo de desindustrialização já a partir da década de 1970 e a América

Latina, a partir dos anos 1990. (Oreiro e Feijó, 2010). Cardoso et al. (2012) apontam

que o caso mais comum de desindustrialização ―positiva‖ é a observada nos países

desenvolvidos. Estes transferem produção com menor valor agregado ou intensivo em

trabalho para países em desenvolvimento. Os produtos nacionais intensivos em

tecnologia e com alto valor agregado aumentam, de modo que estes passam também a

fazer parte da pauta de exportação. Nesta situação não ocorria desemprego, pois os

trabalhadores passaram a ser empregados naturalmente no setor de serviços,

caracterizando o sucesso do desenvolvimento econômico no país.

No trato à questão nacional, Nassif (2008) verificou se o Brasil sofreu algum

processo de desindustrialização seja por via da ―doença holandesa‖, seja pela via

―natural‖, isto é, quando um país já atingiu determinado estágio avançado econômico e

passa a desindustrializar. Observou também queda da participação industrial no PIB na

segunda metade dos anos 1980 em meio a um cenário de forte retração da produtividade

do trabalho e estagnação econômica. Já entre 1991 e 1998, houve manutenção do peso

da indústria, com aumento na produtividade do trabalho, mas com queda na formação

bruta de capital fixo. Após 1999 houve retração da produtividade e continuidade de

baixas taxas de investimento. O autor encontrou que desde o período de 1990 até os

anos 2000 não teria ocorrido ―desindustrialização‖.

Oreiro e Feijó (2010) analisaram o caso brasileiro e encontraram evidências

conclusivas de desindustrialização, no sentido ―pejorativo‖, no período de 1986-1998.

Já para o período posterior à mudança de regime cambial, a desindustrialização não

pode ser tão conclusiva por conta da metodologia de apuração das Contas Nacionais

pelo IBGE em 2007. Segundo os autores, a mudança inviabilizou a comparação entre as

séries da participação do valor adicionado na indústria no PIB nos períodos anterior e

posterior a 1995. Ainda assim, verificaram perda de importância relativa da indústria e

fortes sinais de ―doença holandesa‖ no Brasil. Isto se deveria ao fato de que setores

intensivos em escala, diferenciado e baseado em ciência, tiveram participação no valor

adicionado da indústria reduzida na ordem de 53,72% em 1996 para 50,15% em 2004.

Bonelli e Pessôa (2010) verificaram pouca evidência indicativa de

desindustrialização, no sentido ―pejorativo‖, no Brasil. Contudo, observaram que

haveria o risco de ocorrer o caso da ―Doença Holandesa‖ no país. Os principais

resultados decorrentes de suas pesquisas indicaram que:

36

Houve breve perda de participação da indústria desde os anos de 1970.

Conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), a

ocupação manufatureira teve pequeno aumento de 1992 a 2008.

Com dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME-IBGE) houve perda de

importância da indústria desde 1991.

Os dados de emprego das Contas Nacionais indicaram que não houve perda de

participação do emprego industrial entre 1992 e 2007 sobre o total.

Pela Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), houve evolução de

emprego formal na participação industrial entre 1995 e 2009, embora

concentrada entre 1995 e 1998.

Pela Pesquisa Industrial Anual (PIA-IBGE) houve forte aumento de emprego

desde 1996 até 2007.

Houve forte aumento de investimento entre os anos de 1996 e 1997.

Já Morceiro (2012) concluiu que está em curso um processo de

desindustrialização, no sentido ―pejorativo‖, reiniciado desde 2005, tornando-se agudo

nos anos 2009-2011. Com exceção de 1999 a 2004, o fenômeno, vem acontecendo

desde a segunda metade dos anos 1980. Já no período recente à sua pesquisa, houve

geração expressiva de emprego que poderia contradizer a conclusão principal. Contudo,

observou que a desindustrialização brasileira ocorre pelo encolhimento de valor

adicionado manufatureiro no PIB, tanto em valores correntes, quanto constantes.

Também, pela deterioração da posição da indústria de transformação local frente ao

exterior. Esta se manifesta em três modos: nível de demanda, estrutura de demanda e

investimentos.

Squeff (2012) obteve resultados antagônicos que tanto corroboram, quanto

contrariam a hipótese de que o Brasil passa por um processo de desindustrialização no

sentido ―pejorativo‖. A avaliação foi baseada na estrutura e dinâmica da indústria de

transformação vis-à-vis o restante da economia e sob a ótica intraindustrial a partir da

classificação econômica, segundo a intensidade tecnológica da OCDE. Dos principais

resultados, encontrou:

Redução da participação da indústria de transformação no valor adicionado

total desde meados dos anos 1980.

Uma forte associação entre a razão deflator da indústria de transformação e o

deflator do PIB, o qual proveu reforço na justificativa teórica em que mudanças

37

de preços relativos é artefato estatístico. Isto contrariou a hipótese de

desindustrialização prematura, visto que claramente a mudança metodológica

de 1995 por parte do IBGE beneficiou o setor de serviços em detrimento dos

demais setores.

Que dentro da indústria de transformação não houve concentração de baixo

valor adicionado e de ocupações em atividades de baixo valor agregado.

Que desde 1995 a proporção das ocupações na indústria de transformação em

relação às ocupações totais está praticamente constante.

Outras perspectivas de desindustrialização são consideradas no estudo de Hiratuka

e Sarti (2015). Os autores chamaram atenção para a ascensão chinesa – e outros

produtores asiáticos - que combinam custos de trabalho, escala, câmbio e incentivos

governamentais potentes. Nesta situação, a estrutura brasileira se defronta com acirrada

competição oligopolística global que reforça ativos, sobretudo intangíveis, como

marcas, canais de comércio, tecnologias, que comandam cadeias globais de valores.

Observaram que, frente aos novos desafios, soluções simples, para a problemática da

desindustrialização, tais como ajustes de taxas de câmbio, são insuficientes. Sugerem,

para a resolução do problema, principalmente, adequações nos âmbitos institucionais,

de modo que estas sejam pautadas em políticas industriais, científicas e tecnológicas.

Finalmente, destacam-se alguns trabalhos que resumem os principais debates a

respeito de desindustrialização e suas vertentes, tais como o de Vergnhanini (2013).

Além de conceituações teóricas acerca do tema, Torres e Cavalieri (2015) também

apresentaram críticas em relação a indicadores usuais de diagnóstico de

desindustrialização, em especial o valor da transformação industrial e o valor bruto da

produção industrial.

38

2.2.3 SERVIÇOS

Faz-se necessário, dado o escopo deste trabalho, um breve entendimento a

respeito do setor de Serviços no que tange sua conceituação, características e

revisitações de trabalhos recentes, principalmente no caso brasileiro. O debate de

Serviços se estende desde os pensadores clássicos econômicos até os dias de hoje.

Enquanto a definição de Indústria pode ser derivada de suas características produtivas,

de maneira simples, a conceituação de Serviços já tem por origem de dificuldade a

própria significação de seu caráter produtivo. Suas características são evidenciadas por:

Heterogeneidade: Ampla faixa de atividades que vão desde transportes a um

trabalho de emprego doméstico.

Dinamicidade: Há segmentos que deixam de existir e outros são criados

rapidamente tais como um designer de páginas de Internet, novos cortes de

cabelo e outros. Alterações de processos produtivos, aumentos de

produtividade, etc. são mais comuns e velozes em comparação com os setores

Secundário e Primário.

Intangibilidade: Mais marcantes no setor Terciário, serviços são, em sua

maioria, produzidos e consumidos ao mesmo tempo, embora agora possam ser

estocados em mídias, por exemplo.

É esta última característica o centro de atenções no que concerne ao seu caráter

conceitual produtivo, do que acaba sendo considerado ―produtivo‖ ou ―improdutivo‖

conforme o viés do pensador econômico. Isto já era discutido desde os autores clássicos,

sem chegar a um acordo propriamente dito. Tal debate mais aprofundado a respeito da

temática pode ser visto em Kon (2015).

Desta maneira, muitas das tentativas de conceituar Serviços têm como origem as

características acima descritas. Além disso, comparações são feitas com produtos ou

processos dos demais setores. Para clarificar, Melvin (1995) observou que uma das

maiores dificuldades encontradas no que diz respeito a Serviços é medir sua produção e

definir exatamente o que são serviços e como eles diferem de mercadorias

convencionais. Isto é, como dizia Walker (1985), serviços não seriam tangíveis e,

consequentemente, não possuiriam forma como produtos.

Ainda na busca do entendimento para sua definição, Kon (2015) analisou,

ilustrativamente, que a característica da simultaneidade entre seu fornecimento e

consumo pode constar, agora, em etapas diferentes ou não. Isto é, ao longo do tempo as

definições e classificações teóricas podem se diferenciar em virtude da evolução de

39

atividades outrora tradicionais, bem como a criação de novas modalidades. Ou seja, as

várias mudanças conceituais são derivadas da própria dinâmica de serviços no contexto

econômico. Para ser mais claro ainda, o conceito de Serviços é mutável. Se antes, por

exemplo, havia uma característica fundamental de intangibilidade ou incapacidade de

estocagem, hoje é possível materializar atividades, tais como aulas gravadas em discos

ou mesmo armazenadas em um servidor na Internet.

Dentre os vários exemplos de conceitos teóricos, pode-se citar Meirelles (2006)

em que Serviço é definido como ―[...] trabalho em processo, e não o resultado da ação

do trabalho; por esta razão elementar, não se produz um serviço, e sim se presta um

serviço‖ (MEIRELLES, p. 16, 2006). Mais prática, no entanto, é a abordagem de Clark

(1940) que fez uma divisão da economia em três setores. Serviços, como produção

terciária ―[…]is defined by difference as consisting of all other economic ativities […]‖

(CLARK, pg. 182, 1940). Contudo, tratar Serviços como um setor residual implica em

outra questão, que é identificar de onde e até que lugar vão seus limites, conforme

analisado por Téboul (1999). Para o autor, há pouca pertinência na distinção entre

Indústria e Serviços: ―[...] os serviços não podem prosperar na ausência de um setor

industrial poderoso, e a indústria depende dos serviços.‖ (TÉBOUL, p. 18, 1999).

Para a base deste estudo, utiliza-se a compreensão e medição de produção do

setor, no Brasil, com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). Esta

tem como princípio o agrupamento de unidades econômicas com base em similaridades

de produção. O conceito de similaridade de processo de produção é aplicado

estritamente no nível de classe, isto é, trabalha-se com homogeneidade de atividade

econômica (IBGE, 2007). A atividade principal é identificada com base no principal

processo produtivo da unidade analisada. Por exemplo, um estabelecimento comercial

pode, além de vender, também instalar um ar condicionado. Então, neste caso, a

atividade principal seria o comércio, logo, a unidade é partícipe do setor de serviços e

não do industrial.

No tocante ao ganho de espaço relativo do Setor de Serviços no país, vale destacar

alguns trabalhos. Melo et al.(1998) chamaram a atenção de que a expansão de Serviços

no Brasil seguiu a mesma trajetória que a internacional, desde os anos de 1970, com a

industrialização e a urbanização acelerada dessa década.

Já Silva et al. (2006) buscaram compreender as questões relacionadas à inovação

tecnológica e crescimento produtivo dos serviços mais dinâmicos, principalmente de

consumo intermediário, no Brasil. Dentre os principais resultados, encontraram que:

40

Serviços empresariais intensivos em conhecimento corroboram a inovação

tanto no próprio setor quanto na Indústria.

No Brasil, existe uma concentração espacial maior em Serviços que na

manufatura. Contudo, no Centro-Oeste, a expansão agrícola não resultou em

atração de Serviços na região.

Empresas de capital estrangeiro são, em maioria, mais produtivas que as de

nacional.

Analogamente, nas empresas de software, os mercados menos dinâmicos são

dominados por empresas de capital nacional e nos segmentos de maior valor

agregado, de estrangeiras.

Na atividade de transporte de cargas, existe participação desproporcional do

modal rodoviário, que impacta em todos os setores necessitários de escoar seus

bens nos mercados interno e externo.

No relatório da Confederação Nacional da Indústria (2014), é encontrado que

Indústria e Serviços se complementam, de modo que o consumo intermediário de

Serviços aumentou ao longo do tempo. O valor adicionado, em termos relativos, atingiu

níveis comparáveis aos de economias ricas, como o de 2011, na ordem de 64,5%.

Porém, Serviços pouco contribui para elevar a competitividade industrial, seus preços

são elevados e de baixa qualidade. Outros resultados são que:

A elevada participação do setor no valor adicionado da indústria se deve,

principalmente, às mudanças de preços relativos.

Não há um padrão de relação comum entre serviços e indústrias, há elevada

heterogeneidade.

As maiores despesas industriais com serviços estão relacionadas aos

financeiros e de manutenção prestados por terceiros.

O perfil de consumo de serviços está ligado ao perfil tecnológico da indústria.

O Brasil já é grande consumidor de serviços importados.

Na literatura, também são encontrados vários estudos a respeito de serviços

intensivos em conhecimento. Um destes é o de Costa (2014), cujo objetivo foi

investigar as externalidades positivas geradas por uma análise dos serviços de

Tecnologia de Informação (TI) na Região Metropolitana do Estado de São Paulo

(RMSP). A autora escolheu serviços de TI por ser um segmento produtivo que compõe

estruturas diversificadas e por apresentar expressiva concentração na região de

41

interesse, além de agregar uma série de atividades tecnológicas consideradas elementos

centrais no contexto de desenvolvimento baseado em inovação. Por meio de

mapeamento dos serviços de TI presentes no Brasil e um questionário semiestruturado

recolhido de 13 empresas na RMSP, dentre os principais resultados, a autora obteve

que:

O fator proximidade é relevante. Empresas de TI estão próximas de empresas

grandes, também fornecedoras de TI, de maneira que geram relações de

confiança.

Serviços de TI podem ser considerados complementares para outros tipos de

empresas.

Os melhores serviços de comunicação estão associados à infraestrutura como

malha rodoviária e aeroportos, o que facilita o deslocamento de consultores e

sócios.

O setor demanda pessoal qualificado. Contudo, com grande concentração na

RMSP, há alta rotatividade laboral.

No que concerne às características relacionadas à realização de serviços, Batista et

al.(2017) tentaram verificar se, de maneira agregada, Capital ou Trabalho são mais

intensivos para sua consecução no Setor de Serviços do Brasil. Aplicaram a função de

produção de Cobb-Douglas sobre um conjunto de dados da Pesquisa Anual de Serviços

entre 2007-2014. Utilizaram os modelos econométrico de dados em painel de Efeitos

Fixos, Dados Agrupados e Efeitos Aleatórios. Encontraram coeficientes na ordem de

0,45 para capital e 0,41 para Trabalho, o que provém retornos decrescentes de escala.

Observaram que, considerando tais insumos como produção de serviços, existe certo

equilíbrio na ponderação entre os dois coeficientes que seriam na ordem de 0,52 e 0,48

respectivamente.

Jacinto e Ribeiro (2015) analisaram a evolução da produtividade do setor de

serviços com foco na relação entre estrutura e crescimento. Ressaltaram que na

literatura internacional, Serviços já foram associados a um desempenho histórico

negativo da indústria, pelo fato de ser intensivo em mão de obra e com tendência

estagnacionista como supunha William Baumol, o qual caracterizou o problema como

―doença de custos‖. A metodologia que utilizaram foi baseada nas Contas Nacionais, na

Pesquisa Anual de serviços e no uso de decomposições para explorar a dinâmica

produtiva. Dos principais resultados, observaram falta de evidências de doença de

42

custos no Brasil tanto em Serviços, quanto na Indústria. Ratificaram também marcante

heterogeneidade do setor que apresenta dinâmica em parte similar e em parte diferente

da indústria, de modo que esta foi determinada em grande medida pelo desempenho

intrassetorial. Finalmente, avaliaram que o setor de Serviços, ao contrário do senso

comum, é de alta produtividade enquanto a produtividade no período de 2002 a 2009 foi

positiva, a indústria passou a ter queda nos anos de 1996 a 2002 e 2002 a 2009.

Lugli (2015) se dispôs a analisar de forma detalhada o setor de serviços no Brasil

entre 2000 e 2012. Seu estudo baseou-se nos dados das matrizes do Sistema de Contas

Nacionais (SNC), da Pesquisa Anual de Serviços (PAS), da Pesquisa Industrial Anual

(PIA) e objetivou a comparação entre os setores. A autora percebeu que Serviços

superam os demais setores na geração do valor da produção, no valor adicionado bruto,

no pagamento de salários e no volume de empregos. Observou que o setor perde a

liderança para a indústria quando se trata da participação no consumo intermediário, no

total das importações, na produtividade e no salário médio.

Já Silva et al. (2016) resumiu que a literatura brasileira diverge quando o tema é a

produtividade do setor de serviços, coexistindo tanto visões pessimistas de baixa

produtividade quanto outras mais otimistas (que destacam segmentos altamente

produtivos e intensivos em tecnologia). Com dados da Pesquisa Anual de Serviços do

IBGE no período de 2007 a 2013, verificaram aumento no crescimento de 58% no

número de empresas e de 50% no número de pessoal ocupado. Os principais resultados

do estudo indicaram que serviços mais relacionados ao consumidor final (serviços

prestados às famílias, de manutenção e reparação) apresentam produtividade e salários

comparativamente menores. Serviços mais intensivos em capital ou tecnologia (alguns

segmentos de transportes, telecomunicações, auxiliares financeiros, compra, venda e

aluguel de imóveis próprios) apresentaram altos níveis de produtividade e salários.

Também, serviços intensivos em conhecimento são mais produtivos e com maiores

salários e remunerações.

Ambrozio e Melo (2017) revisitaram a literatura a respeito do Setor de Serviços e

deram ênfase na questão da produtividade e suas implicações para a dinâmica de

crescimento econômico. Analisaram que houve modificação da imagem do Setor de

Serviços, isto é, passa da visão de ter pouco dinamismo para uma como força por trás da

elevação da produtividade e, consequentemente, do desenvolvimento econômico.

Observaram que na literatura houve avanços de técnicas de definição e mensuração do

produto do setor. Desta maneira, no Brasil há uma crescente literatura empírica que faz

43

uso dos dados existentes. Destacam em primeiro lugar que serviços empresariais

intensivos em conhecimento desempenham importante papel na alavancagem da

produtividade industrial. Em segundo lugar, que a disponibilidade de obter fatores

produtivos, principalmente trabalho, a um custo razoável é importante para a capacidade

das firmas mais eficientes do Setor de Serviços substituírem as que são menos eficientes

no mercado.

Finalmente, Cândido Junior e Simonassi (2017) indicaram que o setor de

comércio e serviços se expandiu a partir de meados dos anos 2000 e início da década de

2010. Os autores verificam que além da evolução positiva ao longo do período, o setor

marcou participação em torno de 70% do PIB, comportamento que atribuem à expansão

de serviços no consumo final das famílias e aumento dos preços relativos dos bens do

setor terciário. Observaram que alguns fatores explicativos, para tal ocorrência, podem

estar relacionados ao ciclo expansionista de demanda interna pelo qual o Brasil

recentemente passou, isto é, decorrente da incorporação de enorme contingente de

trabalhadores no mercado de consumo. Com a melhoria de condições de trabalho e

diminuição de desemprego, houve ampliação da concessão de crédito que, conjugados,

ampliou o consumo das famílias, cuja cesta está alocada na ordem de 62% em serviços.

Com essa expansão, houve pressão sobre os preços, sobretudo nos custos de mão de

obra qualificada. Além disso, tal aumento foi contribuído pelo fato de que a maior parte

do setor não está exposta à concorrência externa. Os autores ainda destacaram, dentre

outros, que é fundamental para o país que se possa elevar a produtividade setorial. Isso

somente seria possível ao melhorar o ambiente de negócios e de operações das

empresas.

Em resumo, na maior parte da literatura, existe certa dificuldade para se

conceituar precisamente Serviços por conta de seus maiores níveis de Heterogeneidade,

Dinamicidade e Intangibilidade de suas atividades, em comparação com os setores

industriais, extrativistas e agropecuários. Soluções de conceituação teórica se pautam

em comparações das características entre os produtos dos demais setores, em definição

por via residual frente aos demais setores, ou em avaliações empíricas por meio da

identificação de atividades-fim. No que diz respeito ao ganho de espaço de Serviços no

Brasil, observa-se que foi seguida uma tendência internacional.

Nos trabalhos abordados parece haver consenso de que há grande diversificação

de atividades de serviços no país. Os estudos mais recentes, destacados acima, apontam

aumentos de produtividade em serviços tecnológicos ou intensivos em conhecimento,

44

sendo que aqueles direcionados ao consumidor final apresentam menores desempenhos

em termos relativos. Alguns trabalhos indicam que o setor é um grande provedor de

vagas e empregos, mas faz uso intensivo quase na mesma proporção de capital e

trabalho, de maneira geral.

2.3 ESTUDOS PRÉVIOS COM UTILIZAÇÃO DE MATRIZ INSUMO-PRODUTO

Este trabalho tem como objetivo verificar as ligações intersetoriais entre as

atividades produtivas expressas na Matriz de Insumo-Produto (MIP), com especial

atenção para o Setor Terciário. Desta maneira, neste item, recuperam-se alguns estudos

prévios cujas metodologias e temáticas assemelham-se às utilizadas neste trabalho.

Também são apresentados estudos recentes ou correlatos que influenciaram o

desenvolvimento desta pesquisa aqui exposta, com destaque para o caso do Brasil. São

apresentados de maneira cronológica os trabalhos baseados na MIP e em seguida os

trabalhos que usam MIP e Análise de Redes, também em ordem cronológica.

No que tange a utilização de diferentes índices para a determinação da

importância das ligações interindustriais de uma economia, isto é, encontrar setores-

chave, Guilhoto et al.(1994) aplicaram os índices de ligações para trás de Rasmussen-

Hirschman, para frente e total de Cella e Clements, para trás, para frente e total dos

Índices Puros e apresentaram uma noção de Campo de Influência. Os autores aplicaram

os métodos para a economia brasileira nos anos de 1959, 1970, 1975 e 1980, com 27

setores. Os índices de Rasmussen/Hirschman e o enfoque do Campo de Influência

foram usados pra estudar o comportamento da estrutura interna, sem levar em

consideração o nível de produção de cada setor. Já o índice Puro de ligação foi usado

para analisar a estrutura produtiva tomando em consideração os diferentes níveis em

cada setor. Dentre os principais resultados, notaram que de 1959 a 1980 é observado

aumento na complexidade da economia brasileira, em que setores primários e

secundários vêm perdendo importância para o terciário, o que mostra tendências

similares às nações desenvolvidas.

Por meio de análise de insumo-produto, Silva (1988), desenvolveu um modelo de

preços e distribuição de renda entre salários e margem de lucro. Com as tabelas de

insumo-produto agregadas em nove setores, para os anos de 1970 e 1975 estimou as

curvas de salários da economia brasileira. Neste estudo, encontrou que o Brasil chegou

a uma estrutura industrial semelhante ou até superior em complexidade, à da Inglaterra e

45

à dos Estados Unidos de antes da I Guerra Mundial, mas a participação dos salários se

mostrou abaixo das razões medidas nestes países naquele período.

Guilhoto e Picerno (1995) compararam a estrutura produtiva entre o Brasil e o

Uruguai para o ano de 1980. Utilizaram o índice de Rasmussen-Hirschman com as

propriedades de ligação para frente e para trás, bem como suas dispersões. Suas análises

levaram à conclusão de que a economia brasileira está mais interligada, mais

desenvolvida, é menos dependente de importações e faz uso mais intensivo do capital

do que a economia do Uruguai.

Melo et al.(1998) estudaram o processo de terceirização da economia brasileira,

sob a ótica da renda, valendo-se das matrizes de insumo-produto para os anos de 1985,

1990 e 1992. Dos principais resultados, concluíram que:

Não havia evidência de ―doenças de custos‖ para o caso nacional, isto é,

salários de Serviços, considerados menos produtivos, não apresentariam

uniformidade com salários dos demais setores.

Não se confirma a hipótese de crescimento superior dos serviços

intermediários, mas há tendência maior de crescimento de serviços finais.

O Setor de Serviços apresentou maior contribuição absoluta e relativa ao

aumento dos postos de trabalho.

De maneira geral, a expansão de Serviços esteve concentrada em atividades de

baixa qualidade dos postos de trabalho.

Najberg e Vieira (1996) tentaram desenvolver um instrumento que quantifica a

criação de postos de trabalho no curto e médio prazo, como resultado de aumentos

exógenos de demanda em diferentes setores da Economia. Avaliaram o nível de

emprego para os anos de 1985, 1990 e 1995. Além disso, utilizaram o índice de

Rasmussen-Hirschman para avaliar os setores-chave da Economia, no ano de 1985. De

acordo com os resultados, nenhuma atividade do Terciário foi considerada chave.

Também, encontraram significativa redução no coeficiente de emprego na indústria

entre 1990 e 1995.

Figueiredo e Oliveira (2016) analisaram as mudanças estruturais na Indústria

brasileira entre 1995 e 2009. Para tanto, consideraram as relações intersetoriais por meio

da análise de insumo-produto e aplicaram o método de decomposição estrutural e o

cálculo dos índices de ligação. De seus principais resultados, obtiveram que a expansão

da demanda final tem papel central no crescimento industrial em termos de emprego,

46

valor adicionado e bruto. Além disso, observaram que a indústria intensiva em recursos

naturais cresceu fortemente.

Nassif et al. (2015) utilizaram o indicador de Rasmussen-Hirschman para a

economia brasileira de 1996, 2000, 2005 e 2009 e concluíram que havia pouca

evidência para sustentar a tese de desindustrialização, no sentido ―pejorativo‖, no

período. Já Ultremare e Marcato (2013) debateram as mudanças estruturais da economia

brasileira, considerando as relações de interdependência econômica entre os setores

produtivos também por meio do índice de Rasmussen-Hirschman e de Campo de

Influência para os anos de 2000 e 2009. Já com enfoque direcionado ao estudo sobre

indústrias do açúcar e do álcool, mas ainda com metodologia semelhante, incluindo o

modelo de Guilhoto, Hewings e Sonis (GHS), o qual leva em conta a demanda final,

Martins et al. (2016) verificaram que tanto a Indústria do açúcar quanto a do Álcool não

são consideradas chaves para a economia.

Com foco no Setor de Serviços, Pereira (2012) fez um estudo para os anos de

2000 e 2005 com a utilização da MIP com 65 setores, comparando imediatamente os

períodos. Para tanto, utilizou Multiplicadores de Produto e Emprego, índices de ligação

de Rasmussen-Hirschman e Campo de Influência. Concluiu que os setores de serviços

apresentaram fraco desempenho nos multiplicadores de produção, mas alta capacidade

de gerar emprego. No que diz respeito ao índice de Rasmussen-Hirschman, nenhuma

atividade de serviços foi considerada chave. No que tange ao campo de influência, os

setores de serviços não apresentou elos acima da média. Mas no método de extração

hipotética, verificou-se que a remoção causava maior impacto na produção dos setores

secundários, demonstrando sua indispensabilidade na economia.

Pereira (2014) estudou o processo de terciarização da economia brasileira, isto é,

uma mudança estrutural que torna o Setor de Serviços cada vez maior. O autor utilizou

como base de sua metodologia a MIP e, a partir desta, derivou os Multiplicadores de

Produção e Emprego, os índices de ligação intersetoriais de Rasmussen-Hirschman e os

da metodologia GHS para os anos de 2000 e 2009. Não encontrou nenhuma atividade

de Serviços que fosse considerada chave pelo índice de Rasmussen-Hirschman. Já pelo

GHS, comércio, transporte e intermediação financeira são segmentos considerados

chaves. Concluiu que o Terciário elevou sua participação do emprego na economia, mas

que o rendimento médio e a produtividade caíram, pois a terciarização brasileira tem

sustentado atividades com baixos salários.

47

Passoni e Freitas (2017) analisaram a estrutura produtiva brasileira nos anos de

2010 e 2014 utilizando o instrumental insumo-produto. Avaliaram os encadeamentos

setoriais por meio do índice Hirschman-Rasmussen (backward linkage/poder de

dispersão e forward linkage/sensibilidade de dispersão) de forma a prover cálculos para

produção, emprego e valor adicionado. O nível proposto de desagregação ficou em 19

setores e os indicadores revelaram importância acentuada das atividades industriais.

Encontraram commodities agrícolas, commodities industriais, indústria tradicional e

indústria inovativa como atividades-chaves. Duas atividades de serviços também são

inclusas, sendo estas Transporte, armazenagem e correio e Informação e Comunicação.

No capítulo de Metodologia, deste presente estudo, será observado que a

aplicação da Teoria dos Grafos e Análise de Redes permite visualizações de atividades

que mais impactam numa estrutura econômica, isso por conta de sua versatilidade de

representação espacial não necessariamente cartesiana. Alguns trabalhos que utilizam

esta aplicação são apresentados a seguir.

Abreu (2014), com Análise de redes, verificou como a estrutura da economia

brasileira, definida pelos encadeamentos setoriais, reagia aos processos de difusão como

a propagação de choques de demanda, inflação e tecnologias. Para tanto aplicou o

sistema sobre as matrizes de insumo e produto de 1985 e 2007. Como resultado tem que

as atividades com maior centralidade de grau estão relacionadas a Comércio,

Transporte, Refino de Petróleo, Fabricação de produtos Metalúrgicos e Fabricação e

Manutenção de Máquinas e Equipamentos para o ano de 1985. Para o ano de 2007

encontra Comércio, Transporte, Instituições Financeiras, Serviços Industriais de

Utilidade Pública e Refino de Petróleo. Ainda, dentre as principais conclusões, obteve

que setores com posições estratégicas para o controle de informações considerado

chaves seriam os de Comércio e Transporte. Já os setores de maior eficiência, devido a

sua localização na estrutura produtiva seriam os setores de Comércio, Transportes e

Refino de Petróleo.

Martins (2009) estudou o grau de interdependência de setores-chave na economia

Brasileira. Sua metodologia foi fundamentada por meio de análise de redes. Utilizou

uma MIP inferida de 2002 e criou duas redes que representaram as relações dos setores

produtivos da economia. A primeira enfatizou as origens dos insumos utilizados pelo

sistema produtivo e a segunda destacou os destinos desses insumos. Concluiu que os

setores que mais impactaram no sistema e, consequentemente, são merecedores de

48

atenção especial são Famílias, Agropecuária, Resto do Mundo, Refino de Petróleo e

Construção Civil.

Fornari et al.(2017) examinaram as mudanças ocorridas nas últimas décadas nos

vínculos entre as diferentes atividades da economia, especialmente nos elos entre as

industriais e de serviços. Para tanto, verificaram os vínculos (direções) e as intensidades

(valor) das relações intersetoriais na economia brasileira e de outros países em 1995 e

2010. Utilizaram dados de matriz insumo-produto internacionais e fizeram Análise de

Rede com o software Pajek. Seus resultados indicaram uma relação sistêmica entre a

Indústria e os Serviços nos países que adensaram a estrutura produtiva.

Drach (2016) teve como objetivo quantificar as modificações estruturais da

indústria brasileira pelo lado do emprego. Para tanto aplicou um modelo de

decomposição estrutural às matrizes insumo-produto de 2003 e 2013. Dos principais

resultados, destaca-se:

Participação do emprego industrial, no total, aumentou. Contudo, esta

industrialização teve uma redução na eficiência relativa.

O efeito de substituição de insumos nacionais por importados foi bastante

acentuado para indústria de transformação, o que indica o estabelecimento de

atividades de ―maquilla‖ — enfraquecimento das cadeias produtivas associadas

à indústria.

Apesar da participação relativa do setor agropecuário no total do emprego ter

caído, observou-se que esta queda foi determinada por elevados ganhos de

eficiência produtiva.

O setor de serviços funcionou como polo atrator de empregos, conjugando

baixos ganhos de produtividade — perda de eficiência relativa — com

elevação relativa da demanda.

Hegele (2018) objetivou responder se a dependência entre os setores da indústria e

de serviços no Brasil aumentou entre os anos de 2003 e 2013. Para tanto, mediu o grau

de dependência na relação entre grupos de atividades da indústria e de serviços,

identificou os setores do terciário que mais impactaram, relativamente, no produto da

indústria e tentou analisar a centralidade destas, por meio de redes, na estrutura

econômica. Dos principais resultados encontrados, observou que, por Razão de

Dependência, grupos das indústrias de Energia, de Base, de Processamento

Agroalimentar, Indústrias Leves e de bens de capital passaram a depender mais de

49

serviços no período. Por meio de Extração Hipotética, verificou que as atividades de

Serviços que mais impactaram foram Serviços de Alojamento e Alimentação,

Transporte, Armazenagem e Correio e Comércio, no que se refere a efeitos de

demanda. Já para oferta, destacam-se Comércio, Transporte, Armazenagem e Correio e

Intermediação Financeira e Seguros. Finalmente, por meio de análise de redes,

observou que atividades do grupo de Serviços ao Produtor apresentaram

comportamentos ambíguos, pois algumas se localizaram no centro e outras em regiões

periféricas da rede.

Por fim, Batista et al. (2018) analisaram o comportamento do Setor de Serviços a

partir de meados do século XX no Brasil. Com uso do índice de Rasmussen-Hirschman

sobre a matriz de insumo-produto de 2013, esta com 68 atividades econômicas e

inferida pelo Nucleo de Economia Regional e Urbana da USP (Nereus), encontraram

que três modalidades de Serviços são setores-chave na economia em 2013: Outras

Atividades Profissionais, Científicas e Técnicas, Transportes Terrestres e

Telecomunicações. Também utilizaram Análise de Redes e encontraram que o resultado

por Rasmussen-Hirschman é ratificado, mas o método adicionou Comércio por Atacado

e Varejo e Intermediação Financeira como atividades primordiais.

Dos trabalhos aqui abordados, resume-se que já a partir do período entre 1959 e

1980 havia uma tendência de ganho de importância, em termos de encadeamentos

produtivos, do setor de Serviços (Guilhoto et al., 1994). Ainda em Serviços, nos anos de

1985, 1990 e 1995, pelo índice de Rasmussen-Hirschman, nenhuma atividade foi

considerada chave (Najberg e Vieira, 1996). Para a indústria entre 1990 e 1995, houve

significativa redução no coeficiente de emprego (Najberg e Vieira, 1996). Já 1995 e

2009, a indústria intensiva em recursos naturais cresceu fortemente (Figueiredo e

Oliveira, 2016). Para os anos de 2000 e 2005 com a utilização da MIP com 65 setores,

Serviços apresentaram fraco desempenho nos multiplicadores de produção, mas alta

capacidade de gerar emprego. Com o índice de Rasmussen-Hirschman, nenhuma

atividade de Serviços foi considerada chave (Pereira, 2012). Para 2000 e 2009, pelo

mesmo índice, nenhuma atividade de Serviços foi considerada chave. Já pelo índice de

GHS, comércio, transporte e intermediação financeira são segmentos considerados

chaves (Pereira, 2014).

Por análise de redes, para 1985, atividades com maior centralidade de grau estão

relacionadas a Comércio, Transporte, Refino de Petróleo, Fabricação de Produtos

Metalúrgicos e Fabricação e Manutenção de Máquinas e Equipamentos. Para 2007,

50

foram encontrados Comércio, Transporte, Instituições Financeiras, Serviços Industriais

de Utilidade Pública e Refino de Petróleo (Abreu, 2014). Para 2002, setores que mais

impactam no sistema foram Famílias, Agropecuária, Resto do Mundo, Refino de

Petróleo e Construção Civil (Martins, 2009). Para 2013, pelo índice de Rasmussen-

Hirschman Outras Atividades Profissionais, Científicas e Técnicas, Transportes

Terrestres e Telecomunicações foram consideradas chaves. Já por Análise de Redes,

adicionou-se Comércio por Atacado e Varejo e Intermediação Financeira como

atividades primordiais pelo Terciário (Batista et. al, 2018). Ainda, no período de 2003-

2013, Serviços teve relativo aumento de demanda e serviu como polo de atração de

empregos, embora tenha provido baixos ganhos de produtividade (Drach, 2016).

Observa-se, neste capítulo, que a contribuição literária da temática e metodologia

envolvida neste trabalho é extensa e aprofundada. Como é sabido, o Setor de Serviços

segue ainda em ascendência no que se refere à composição estrutural do PIB. Ainda

assim, muito dos trabalhos mostraram resultados que dificilmente contemplavam

atividades do Terciário como setor-chave, ou ainda, abriram lacunas que põem em

dúvida a capacidade dos efeitos de ligação para frente e para trás do setor. Isto torna

discutível a sua capacidade de indução econômica, de estimular a economia como um

todo. Este trabalho, além do objetivo exposto, também contribui na literatura com a

atualização destes estudos. Em adição, com o uso das métricas tradicionais, ajuda a

verificar e comparar os resultados anteriores, cujo resultado pode auxiliar na captura de

uma tendência de mudança estrutural ou não, por exemplo.

51

3. METODOLOGIA

Conforme exposto no início deste trabalho, o presente estudo tem como objetivo

verificar as ligações intersetoriais entre as atividades produtivas expressas na Matriz de

Insumo-Produto, com especial atenção para o Setor Terciário. Procura responder qual o

impacto de Serviços para o estímulo das atividades econômicas no Brasil, dado que sua

participação relativa ultrapassou 70% do Produto Interno Bruto na década de 2010. É

assim feito um conjunto de medições, cujos indicadores apresentam, a destacar:

a) O número de empregos e de produção adicionados com uma unidade monetária

(dada em milhões de reais) de uma determinada atividade.

b) As atividades que têm maior encadeamento ou que são setores-chave, isto é,

identificar as que conseguem estimular o ambiente econômico acima das demais.

c) O quão heterogêneos, em termos de oferta e produção, são os setores Primários,

Secundário e Terciário, baseados em desigualdades dos coeficientes técnicos de

Leontief.

d) O quão concentradas ou dispersas estão as atividades em termos de oferta e

demanda de produtos e serviços, com base nos coeficientes técnicos de Leontief.

Assim, em vistas de atender o objetivo proposto, a ideia é utilizar no trabalho um

conjunto de índices e mensurações que possui como base a Matriz Insumo-Produto

(MIP) provida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A MIP tem

como característica a disponibilidade de informações a respeito do fluxo de valores

entre diversas atividades econômicas. Além disso, é possível a formação de

agrupamentos conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE),

encontrada em IBGE (2007), e delimitar a que Setor – Primário, Secundário ou

Terciário – encontra-se o ramo, de acordo com sua atividade-fim. Isso permite uma

melhor visualização, como uma fotografia, da estrutura produtiva nacional e considerar

a MIP como proxy de uma economia nacional.

O ano escolhido foi o de 2015 por ser a última MIP oficial divulgada pelo IBGE.

E, a partir daí, são aplicados o Índice de Rasmussen-Hirschman, o Índice Puro de GHS,

os Multiplicadores de Produção e Emprego, o método de Extração Hipotética, o

Indicador de Desigualdade Tecnológica Intersetorial, a Matriz de Intensidade, o Campo

de Influência e uma avaliação por Análise de Redes. Como cada indicador tem sua

peculiaridade, um Ranking foi desenvolvido neste estudo para tentar fornecer uma

síntese dos resultados. Maiores detalhes dos procedimentos são explicados nos

52

subcapítulos a seguir. Desta forma, com os resultados, é possível comparações com

trabalhos similares anteriores que utilizaram a MIP como base metodológica.

Destaca-se que a utilização da Matriz Insumo-Produto como proxy de uma

Economia tem muitas virtudes, mas também tem algumas limitações. Como vantagens,

pode-se elencar a quantidade de informações contidas, o nível de detalhamento dos

fluxos intersetoriais, a possibilidade de manipulações matriciais e previsibilidade. Essa

quantidade de informações facilita sobremaneira a confecção de índices e aplicações

estatísticas.

Por outro lado, algumas desvantagens podem ser resumidas conforme Carvalheiro

(1998). O autor lembra que as principais limitações implicam em:

Retornos constantes de escala, ou seja, para qualquer quantidade produzida as

combinações têm as mesmas proporções.

Assunção de que os coeficientes técnicos não mudam ao longo do tempo, isto

é, não são considerados avanços tecnológicos ou de preços.

Pressuposição de que a oferta de recursos produtivos seja infinita e

perfeitamente elástica.

Pode-se dizer que a matriz captura muitos efeitos diretos e até mesmo indiretos.

Contudo, grande quantidade de efeitos indiretos, sobretudo os não mensuráveis, são

difíceis de ser captados. Um exemplo é o caso de Serviços de Educação. Embora haja

consumo de atividades desse setor, é de difícil verificação o quanto o conhecimento

obtido com educação influi nos fluxos monetários. Ou seja, para determinadas relações

existem dados quantificáveis de valores de troca, mas não de uso.

Outro problema é o de cunho metodológico intertemporal. Algumas atividades,

produtos e/ou serviços podem ser criados ou deixar de existir. Desta maneira, ao longo

do tempo é necessário reajustar as classificações ou agrupamentos de atividades. Isto

dificulta comparações intertemporais. Apesar dessas ressalvas, trabalhar com a MIP

fornece resultados bastante precisos e importantes, principalmente quando se analisa

cortes transversais no que tange o assunto de estrutura produtiva. A seguir, serão

elencados os indicadores utilizados neste trabalho.

53

3.1 MATRIZ INSUMO-PRODUTO

Conforme Grijó e Bêrni (2006), a primeira versão da MIP feita por Wassily

Leontief em 1936 mostrou grande vitória das ciências econômicas ao se aproximar da

realidade empírica. Esta mostrou inter-relacionamento entre setores produtivos da

economia americana para os anos de 1919 e 1929, aprofundando o que se chama de

―modelo fechado‖ iniciado com Quesnay e Walras.

Para Leontief (1983), uma das vantagens da matriz era propiciar melhor

previsibilidade econômica. Para ele, uma tabela de insumo-produto podia funcionar com

a mesma facilidade que um horário ferroviário. Visando ao homem de negócios, o autor

observava que não haveria dificuldade na compreensão de uma tabela que mostrasse a

quantidade de mercadorias e serviços, cuja produção ou distribuição eram absorvidas

por outros setores na economia. Lamentava, contudo, o detalhamento ainda incipiente,

de modo que o ideal seria descrever uma demanda com 150 a 400 indústrias diferentes.

No Brasil, as MIPs oficiais passaram a ser divulgadas pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística a partir de 1970. Entre 1970 e 1990 estas eram quinquenais e a

partir de então passaram a ser anuais. Porém, sua defasagem era de três anos, justificada

pela manipulação de extensa coleta de dados. Para obter matrizes em períodos que as

originais ainda não existem, seria possível elaborá-las a partir de dados provenientes das

Contas nacionais, mesmo em versões preliminares (Guilhoto, 2011).

O presente estudo tem como base a Matriz de Insumo-Produto de 2015 fornecida

pelo IBGE. Para informações completas e notas metodológicas de sua confecção, deve

ser verificado IBGE (2018). Esta matriz além de ser a mais atual, está em consonância

com a última divulgação do Sistema de Contas Nacionais também de 2015. A tabela da

MIP a ser utilizada é a de recursos e usos Setor x Setor. Nesta, além do fluxo de valores

intersetorias entre 67 setores, há ainda informação de Valor Adicionado, Mão de Obra,

Demanda Final, com informações do Consumo das Famílias, Governo, Exportação e

investimento com Formação Bruta de Capital Fixo. Com tais informações, é possível

extrair, em termos percentuais, a participação relativa setorial que será mostrado no

capítulo seguinte. Também, é esta tabela que permitirá os mais diversos cálculos para a

obtenção de coeficientes, indicadores e fluxos, dentre outros. Todos os segmentos que

serão analisados se encontram em qualquer um dos quadros no Apêndice A.

54

3.2 ÍNDICE DE RASMUSSEN-HIRSCHMAN

Os índices de ligações de Rasmussen-Hirschman servem para identificar setores-

chave. Conforme Guilhoto e Sesso Filho (2010), o índice de ligação para trás indica o

quanto um setor demanda dos outros setores na economia, o de ligação para frente,

significa o quanto é demandado. De acordo com Pereira (2012), quando um setor tem os

coeficientes acima de uma unidade em ambos os índices, é caracterizado como setor-

chave, isto é, tem um desempenho acima da média comparativamente com os demais e

pode ser considerado estratégico para o crescimento da economia. Quando o valor do

índice é inferior à unidade, a atividade avaliada está abaixo da média e, por

consequência, apresenta capacidade reduzida de dinamizar outras atividades.

O ponto de partida é a matriz insumo-produto. Neste estudo, será utilizada a

Matriz de Consumo Intermediário com 67x67 setores fornecida pelo IBGE. Pode-se

chamar esta matriz de X, que por sua vez permite o cálculo da matriz de coeficientes

técnicos, dados pela equação matricial (1):

[ ]

(1)

Em que A é a matriz aij de coeficientes técnicos; i e j são os setores; Xij é a

transferência de recursos do setor i ao setor j; Xj é a produção do setor j. Por sua vez,

cada linha da matriz de insumo-produto permite que se calcule o total da produção do

setor i por meio dos valores de X:

∑ (2)

Em que Yi é a demanda final do setor i. A equação (2) pode ser representada por

notação matricial em (3)

AX + Y = X (3)

A partir desta relação, calcula-se a inversa da matriz de Leontief, que é

encontrada em (4), por manipulação matricial:

AX + Y = X → ( I – A)X = Y → X = (I – A)-1

Y = BY (4)

Em que I é matriz identidade; (I – A)-1

= B = [bij] é a matriz inversa de Leontief,

em que cada elemento bij representa os insumos requeridos do setor i para atender uma

configuração de demanda do setor j.

Conforme Guilhoto e Sesso Filho (2005), com os coeficientes da matriz B,

calculam-se os Índices de Rasmussen-Hirschman de ligação para frente (Ui) e para trás

(Uj). Primeiro, calcula-se B* que é a média de todos os elementos de B. Em seguida, B•j

55

e Bi•, que são as somas dos elementos de uma coluna e de uma linha típica de B, sendo n

o número total de setores na economia. O cálculo pode ser visto em (5):

∑ e ∑

, i,j = 1,..., n (5)

O índice de ligações Ui para frente é dado em (6):

[

]

(6)

Analogamente, o índice de ligações Uj para trás é dado em (7):

[

]

(7)

Oliveira e Teixeira (2006) e Haddad et al. (1989) mostraram outro índice

importante para análise dos setores-chaves que é o de dispersão. O índice de dispersão

para frente (Vi) e o índice de dispersão para trás (Vj) são indicadores que permitem

mensurar o nível de impacto setorial que é distribuído para as demais atividades

econômicas. Em outras palavras, verificar o quão concentradas ou distribuídas estão as

ofertas e as demandas setoriais, respectivamente. Assim, quanto maior Vi, a demanda

por insumos do setor i ocorre de maneira mais concentrada. Analogamente, quanto

maior Vj, a demanda por insumos dos outros setores pelo setor j ocorre de maneira mais

concentrada. Vi é dado na equação (8) e Vj na equação (9):

∑ [

]

(8)

∑ [

]

(9)

56

3.3 ÍNDICE PURO DE GUILHOT, HEWINGS E SONIS (GHS)

Conforme Guilhoto e Sesso Filho (2005), os índices de ligações de Rasmussen-

Hirschman não levam em consideração os níveis de produção de cada setor analisado.

Com a abordagem GHS, é possível determinar a importância do setor para o resto da

economia de acordo com a produção de cada um e da interação deste com os demais,

diminuindo as limitações do índice de Rasmussen-Hirschman, ou seja, ocorre uma

ponderação conforme o nível produtivo. Maiores detalhes a respeito deste índice podem

ser encontrados em Guilhoto, Sonis e Hewings (2012).

Os procedimentos para obter os índices puros de ligação pela abordagem GHS são

apresentados a seguir (Guilhoto e Sesso Filho, 2005). Inicia-se com a definição da

matriz A, que contém os coeficientes de insumo diretos do setor j destacado do resto da,

a equação é destacada em (10):

[

] (10)

Em que Ajj e Arr são, respectivamente, matrizes que representam insumos diretos

do setor j e do resto da economia, Arj e Ajr representam matrizes de insumos diretos

comprados pelo setor j do resto da economia e os insumos diretos comprados pelo resto

da economia pelo setor j.

Considerando esta matriz A, pode-se calcular o a sua inversa de Leontief L, dada

em (11):

[

] [

] [

] [

] (11)

Em que,

(12)

(13)

(14)

(15)

Com (11), calcula-se (16):

(16)

A partir de (16) é possível derivar um conjunto de índices que permitem ordenar

setores tanto com relação á importância no valor da produção gerada, quanto no

processo de produção na economia. O desenvolvimento de (16) é dado em (17):

(

) (

) (

) (

) (

) (17)

57

Com operação matricial, chega-se em (18):

(

) (

) (

) (18)

A partir daí já se obtém o Índice Puro de Ligação para Trás (PBL) e para Frente

(PFL), dados respectivamente por (19) e (20):

PBL = ΔrArjYj (19)

PFL = ΔjAjrYr (20)

O PBL representa o impacto do valor da produção total do setor j sobre o resto da

economia, sem contabilizar a demanda de seus próprios insumos e dos retornos do resto

da economia sobre si. Analogamente, o PFL representa o impacto do valor da produção

total do resto da economia sobre o setor j. O índice puro total das ligações é a soma

destes dois índices, em valores correntes, visto na equação (21):

PTL = PBL + PFL (21)

Ao se dividir os índices puros pelo seu valor médio é possível normalizá-los. O

Índice Puro Normalizado para trás PBLN é obtido na equação (22):

(22)

Em que PBLm é a média dos índices puros de ligação de todos os setores, dada em

(23):

(23)

Da mesma maneira, o índice puro normalizado para frente PTLN é obtido na

equação (24):

(24)

Em que PTLm é a média dos índices puros de ligação de todos os setores, dada em

(25):

(25)

3.4 MULPLICADORES DE PRODUÇÃO E EMPREGO

O impacto que uma variação na produção de um setor tem sobre o resto da

economia pode ser calculado por meio do que se chama Multiplicador Tipo I (Pereira,

2014). Quando o consumo das famílias é endogeneizado, ou seja, levado em

consideração, é necessário ser calculada outra matriz de Leontief, em que o consumo da

58

família seria uma espécie de setor a mais. Esta abordagem se chama Multiplicador Tipo

II.

Tomando em consideração a matriz de Leontief dada no item 3.2 deste capítulo,

encontrou-se que esta é (I – A)-1

= B a qual será agora chamada de L. Facilmente

encontra-se que o Multiplicador de Produção do Tipo I é dado na equação (26):

∑ , j = 1,...,n (26)

Em que MPj é o Multiplicador de Produção do Tipo I do setor j; lij é um elemento

da matriz inversa de Leontief L.

Para encontrar o Multiplicador de Produção do Tipo II, deve-se obter uma matriz

de Leontief com o item Consumo das Famílias endogeneizado. Neste trabalho, tem-se

67 setores, então, é construída uma matriz 68x68. Obtêm-se seus coeficientes técnicos

em uma matriz , de modo análogo à equação (1) e calcula-se = (I - )-1

. Este

multiplicador é encontrado via equação (27):

∑ , j = 1,...,n (27)

Em que é o Multiplicador de Produção do Tipo II do setor j; é um

elemento da matriz inversa de Leontief .

Conforme Pereira (2014), o Multiplicador de Emprego do Tipo I mede o número

de empregos adicionados na economia de acordo com o aumento de uma unidade

monetária adicionada na demanda final de um determinado setor.

É necessário, antes, obter a razão entre o fator trabalho e o valor bruto da

produção (Pereira, 2012). Esta é mostrada na equação (28):

(28)

Em que é o número de pessoas ocupadas no setor j por unidade monetária

produzida; ej é o número de trabalhadores do setor j, Xj é o valor bruto de produção do

setor j.

O Multiplicador de Emprego do Tipo I do setor j, MEj , é obtido, na equação (29):

∑ , j = 1,...,n (29)

Em que MEj é o Multiplicador de Emprego do Tipo I do setor j; é o

número de pessoas ocupadas no setor j por unidade monetária produzida; lij é um

elemento da matriz inversa de Leontief L.

59

Da mesma forma que o Multiplicador de Produção do Tipo II, no Multiplicador de

Emprego do Tipo II, pois o consumo das famílias é considerado. Desta maneira, utiliza-

se a matriz de Leontief endogeneizada e o seu cálculo é dado na equação (30):

∑ , j = 1,...,n (30)

Em que é o Multiplicador de Emprego do Tipo I do setor j; é o

número de pessoas ocupadas no setor j por unidade monetária produzida; é um

elemento da matriz inversa de Leontief .

3.5 EXTRAÇÃO HIPOTÉTICA

Conforme Pereira (2012), por meio do método da Extração Hipotética é possível

calcular os efeitos para trás (de demanda) de um setor haja vista que os bens

intermediários que este compra são hipoteticamente extraídos. A extração é realizada

setor a setor, o que permite identificar a dependência que uma determinada atividade

apresenta sobre as demais na economia. Ou seja, tira-se um setor e obtém-se que,

quanto menor o produto obtido, maior a interdependência.

O ponto de partida é a mesma matriz inversa de Leontief do item 3.2 deste

capítulo, identificada como matriz B. Seguindo estritamente Pereira (2012), ao se

considerar uma matriz insumo-produto com n setores, o vetor coluna é particionado

conforme equação (31), bem como o vetor de demanda final:

X = (X1´

,..., XI´, ...,X

n´ ) (31)

Em que XI = (

; i, j = 1, ..., n os setores.

A matriz de coeficientes tem como forma a representada na equação (32):

[

] (32)

A partir daí, pode-se isolar um setor. Por exemplo, ao se isolar o primeiro setor

pode-se formalizar que X = (X1´

, XR´

)´ e XR = (X

2´,..., X

I´, ...,X

n´ ), este um vetor coluna

em que R significa os demais setores da economia. O formato da matriz de coeficientes

técnicos A pode ser visto em (33):

[

] (33)

A inversa de Leontief na forma particionada é apresentada em (34):

[

] (34)

A partir de (33) tem-se que a forma particionada é representada por (35) e (36):

60

X1 = B

11Y

1 + B

1RY

R (35)

XR = B

R1Y

1 + B

RRY

R (36)

Ao se extrair hipoteticamente um setor, a equação (3) do item 3.2 fica rearranjada

na equação (37):

(37)

Em que é o vetor que representa o produto do restante da economia para o

modelo reduzido, de modo que a equação (38) mostra sua solução:

(38)

O efeito da extração de um setor sobre o restante da economia é obtida por meio

do cálculo da diferença de XR - . Antes, é necessário calcular a inversa da matriz

particionada, o que pode ser visto pelas equações (39), (40) e (41):

B1R

= B11

A1R

(I – ARR

)-1

(39)

BR1

= (I – AR1

)-1

AR1

B11

(40)

BRR

= (I – ARR

)-1

+ (I – ARR

)-1

AR1

B11

A1R

(I – ARR

)-1

(41)

Por meio da subtração de (36) e (38), chega-se à diferença em (42):

(42)

Ao aplicar (39), (40) e (41) em (42) e realizar cálculo matricial, obtém-se (43):

(43)

No exemplo de extração hipotética do setor 1, baseado em Perobelli, Haddad e

Domingues (2006), a equação (43) subsidia um melhor entendimento do método. O

setor 1 deveria produzir B11

Y1 para satisfazer a demanda Final Y

1, mas este não tem os

insumos para chegar nesse nível de produto. É preciso obter de outros setores, de modo

que a quantidade adquirida deve ser igual a . Similarmente a

análise pode ser aplicada para o lado da demanda YR da economia. Assim, ao ser

extraído o setor 1, a equação (43) tem seu sobrescrito modificado e tem a sua forma em

(44):

(44)

Finalmente, o resultado provido por (44) mede a dependência para trás do restante

da economia, no que se refere ao setor 1, por meio da diferença .

61

3.6 INDICADOR DE DESIGUALDADE TECNOLÓGICA INTERSETORIAL

Neste trabalho é desenvolvido o que aqui é definido por Indicador de

Desigualdade Tecnológica Intersetorial (IDTI). A elaboração deste índice é baseado no

coeficiente Gini e visa medir as desigualdades tecnológicas entre os setores.

Em termos teóricos, supõe-se que os setores adquirem certa quantidade de

insumos, das mais variadas espécies, de acordo com a tecnologia que dispõem.

Analogamente, conseguem produzir bens ou serviços que são ofertados na economia

também de acordo com sua tecnologia. Como cada setor tem sua tecnologia própria, é

possível que alguns sejam tecnicamente mais dependentes do que outros. Inversamente

é possível que seu produto ou serviço ofertado cause mais dependência técnica do que

outros. O indicador proposto visa, então, capturar essas desigualdades.

O Indicador de Desigualdade Tecnológica Intersetorial é baseado no Índice Gini

desenvolvido pelo estatístico Corrado Gini (1884-1965)2 e é aplicado na matriz inversa

de Leontief (denominada por B neste trabalho, no item 3.2 deste capítulo).

Para se calcular, o ponto de partida é a matriz B inversa de Leontief. A

dependência ou demanda tecnológica de um setor é feita de acordo com quanto este

demanda de insumo dos demais setores. Esta é calculada na equação (45):

∑ , i,j = 1, ..., n (45)

Em que DT é a demanda tecnológica do setor j; bij é o coeficiente tecnológico do

insumo-produto dos setores i e j.

Uma vez obtida as DTj é possível construir uma tabela com seus vários valores de

forma ordenada e aplicar os mesmos procedimentos para encontrar o coeficiente de

Gini. A partir da ordenação, calcula-se os valores de DTa , que são aqueles acumulados

do valor precedente, sempre mantendo a ordem.

Para ilustrar melhor, considere o vetor linha DT = [3 2 5]. Ordenando-se temos

DT = [2 3 5]. Os valores acumulados e ordenados é dado por DTa = [2 2+3 2+3+5].

Disso tem-se que DTa = [2 5 10]. Calcula-se, então, a proporção de cada elemento em

relação ao último elemento, inclusive si próprio, do que resulta Φj = [2/10 3/10 5/10],

isto é Φj = [0,2 0,3 0,5]. Finalmente, constrói-se um vetor em que são calculadas as

somas dos valores proporcionais do setor j ao seu precedente: Φj-1 + Φj = [0,2 0,5 0,8].

2 O índice foi proposto no documento Varibilita e mutabilita: contributo allo studio dele distribuzioni e

dele relacioni statistiche. Atualmente está divulgado no sítio de Internet <

http://archive.digibess.eu/islandora/object/librib%3A680892#page/1/mode/2up >, acesso em 07/08/2018.

62

De retorno para o IDTI, como este é baseado no coeficiente de Gini, tem-se o seu

valor dado em (46):

, j = 1,...,n (46)

Em que IDTI(DT) é o Indicador de Desigualdade Tecnológica Intersetorial de

Demanda Tecnológica; G é o coeficiente Gini; j são os setores; n é o número de setores.

No exemplo em questão, o índice ficou em IDTI(DT) = 0,5. Quanto mais afastado

de zero, maior a desigualdade. Portanto a desigualdade em termos de dependência

tecnológica entre os setores, neste caso, ficou em 0,5 que pode significar uma

desigualdade mediana, mas a partir daí o pesquisador é quem interpreta o quão bom ou

ruim é tal desigualdade.

Com procedimentos similares é calculado o IDTI da Oferta Tecnológica (OT). OT

é a produção ofertada por setores, de modo que esta é requisitada das mais variadas

quantidades pelos setores da economia, inclusive si próprio. A produção total de cada

setor é dotada de certa tecnologia incorporada o que faz com que sua oferta seja

diferente das demais. Nesta abordagem o IDTI(OT) captura o quão desigual ou

heterogênea é a oferta de produtos e serviços na economia, em geral, numa perspectiva

de técnica.

Da mesma maneira que a DT, o ponto de partida é a matriz B inversa de Leontief.

A oferta tecnológica de um setor é feita de acordo com quanto este oferta de insumo aos

demais setores. Esta é calculada na equação (47):

∑ , i,j = 1, ..., n (47)

Em que OT é a oferta tecnológica do setor i; bij é o coeficiente tecnológico do

insumo-produto dos setores i e j.

Uma vez obtida as OTi é possível construir uma tabela com seus vários valores de

forma ordenada e aplicar os mesmos procedimentos para encontrar o coeficiente de

Gini. A partir da ordenação, calcula-se os valores de OTa , que são aqueles acumulados

do valor precedente, sempre mantendo a ordem. A ideia é a mesma que os

procedimentos de DTa , embora nesse caso, a somatória proveja um vetor-coluna.

De maneira similar à equação (46), o IDTI(OT) é dado em (48):

, j = 1,...,n (48)

Em que IDTI(OT) é o Indicador de Desigualdade Tecnológica Intersetorial de

Oferta Tecnológica; G é o coeficiente Gini; i são os setores; n é o número de setores.

63

No exemplo anterior, supondo o mesmo vetor, o valor fica em IDTI(OT) = 0,5.

Portanto a desigualdade em termos de oferta tecnológica entre os setores seria 0,5 que

pode significar uma desigualdade mediana em termos de oferta na produção pelos

setores.

O IDTI é aplicado no presente trabalho tanto para DT, quanto para OT. É feito

tanto no nível de 67 produtos desagregados, quanto dentro dos três grandes setores.

Cabe aqui dizer que o IDTI pode ser aplicado intertemporalmente ou mesmo

intrassetorialmente, de modo que, ao aplicar nesta última situação, talvez seja possível

capturar se determinado setor tem se desenvolvido tecnologicamente ao longo do

tempo, mas tal exercício e outros ficam como sugestão ou para trabalhos posteriores.

3.7 MATRIZ DE INTENSIDADE

A Matriz de Intensidade é uma construção gráfica no espaço R3 que, conforme

desenvolvido por Sonis e Hewings (1999) e exposto em Caldas et al. (2016), permite

fácil visualização da estrutura econômica das regiões de interesse, podendo esta ser

regional ou temporal. Este trabalho, contudo extrapola tais limites e aplica à MIP

intersetorial de consumo intermediário que, conforme exposto no início do capítulo,

refere-se ao ano de 2015.

Seguindo estritamente a metodologia exposta em Caldas et al. (2016), O ponto de

partida é a matriz inversa de Leontief B exposta no item 3.2 deste capítulo. Considera-se

que Mc(B) seja um vetor (1 x n) em que cada elemento é a soma de uma coluna de B

fechada e Ml(B) é um vetor (n x 1) em que cada elemento é a soma de uma linha da

matriz B fechada. Os vetores podem ser vistos nas igualdades (49) e (50):

Mc(B) = [B1* B2* ... Bn* ] (49)

[

] (50)

Seja b** a soma de todos os elementos da matriz inversa de Leontief B, a matriz de

intensidade M é dada na equação (51):

(51)

Em que M é a matriz intensidade; b** é a soma de todos os elementos da inversa

da matriz B; Ml é o vetor linha; Mc é o vetor coluna; mij são os elementos da matriz M

em que i,j = 1, ..., n são os setores da economia.

64

No gráfico em R3 da economia brasileira, os eixos x e y são apresentados com os

multiplicadores linha e coluna, respectivamente, ordenados por tamanho. Neste

trabalho, os maiores multiplicadores de linha e coluna ficam em vértice definido pelos

dois eixos, enquanto no lado oposto ficam os menores. O eixo z apresenta a magnitude

da conjunção de ambos os setores. Visualmente, o gráfico apresenta uma topografia em

que é feito uma varredura entre os vértices opostos, dos maiores valores para os

menores, com a observação de uma queda.

3.8 CAMPO DE INFLUÊNCIA

Conforme Martins e Guilhoto (2012), a definição de Campo de Influência permite

entender quais os coeficientes técnicos gerariam maior impacto num sistema

econômico, como um todo. Este tipo de abordagem facilita a identificação de setores

que mantém maior interdependência entre si.

O método, assim, é descrito de acordo com Martins e Guilhoto (2012), cujo ponto

de partida é a matriz A=[aij] de coeficientes técnicos. Em seguida, define-se uma

variação incremental no coeficiente direto de insumo E=[εij]. Então, calcula-se a matriz

inversa de Leontief B=[I-A]-1

= [bij] e a B(ε) = [I-A-ε]-1

= [bij(ε)]. Define-se ε em (52)

εij = ε quando i=i1, j=j1 ou εij = 0 quando i≠i1, j≠j1 (52)

E o Campo de Influência é, então, aproximado pela equação (53):

F(εij) = [B(εij) – B] / εij (53)

Em que F(εij) é uma matriz (nxn) resultante do impacto sobre os demais

coeficientes da variação do coeficiente aij.

Por fim, encontra-se a matriz Sij em que são comparados os efeitos dos diversos

impactos decorrentes das variações nos coeficientes, conforme equação (54):

𝑆 ∑ ∑ 𝑓𝑘

𝑘 𝜀 ² (54)

Encontrado os valores de Sij, define-se que os seus maiores valores são aqueles

com maior campo de influência no sistema econômico analisado.

3.9 ANÁLISE DE SISTEMA DE REDES

A Análise de Sistema de Redes (System Network Analysis - SNA) é bastante útil

para visualizar relações n-dimensionais como alternativa às coordenadas cartesianas ou

mesmo a outros tipos de modelos de mensuração. Isto é, além de se poder capturar o

adensamento intersetoriais, concentração e magnitudes setoriais, um de seus pontos

fortes é o aspecto visual, baseado na Teoria dos Grafos. Um grafo, por sua vez, pode ser

65

definido como ―[...] uma coleção finita de pontos, chamados vértices ou nós, juntamente

com um conjunto finito de arestas ou arcos ligando pares de vértices. Uma aresta que

liga um vértice a si próprio é chamada de laço.‖ (KOLMAN, p. 338, 1999). Conforme

este autor, a determinação do grafo é feito pelo conjunto de vértices e arestas que o

ligam e não pela aparência da figura.

Ainda, de acordo com Nooy et al. (2005), o grafo representa a estrutura de uma

rede e seu vértice é a menor unidade desta. A linha ou aresta é uma ligação entre dois

vértices na rede. A linha pode ser unidirecional ou bidirecional. Já um loop é um tipo de

linha especial que conecta o vértice a ele mesmo. No presente estudo, é definido como

vértice a atividade setorial com uso de centralidades de grau, de grau ponderado e os

loops.

A Análise de Redes pode ser conjugada com estudos de MIP. Por exemplo,

Fedriani e Tenorio (2012) aplicaram a Teoria dos Grafos ao estudo de alguns conceitos

relacionados a Insumo-Produto: produtos fundamentais, conjuntos autônomos e

matrizes indecomponíveis. Os autores perceberam que a aplicação detectou importantes

vantagens educacionais a estudantes, pois estes preferem os grafos por mais facilidade

de assimilação de conceitos econômicos e realização de cálculos. Outra vantagem

encontrada neste tratamento é a possibilidade de programar algoritmos computacionais

para achar os conjuntos de produtos autônomos e fundamentais na economia.

A Análise de Redes é empregada, nesta pesquisa, na Matriz Insumo-Produto de

2015, sobre a tabela de recursos e usos setoriais, com 67 atividades econômicas, provida

pelo IBGE. O software utilizado para a confecção da rede é o Pajek. Contudo, foi

necessário escrever um script na linguagem Python para facilitar a conversão da matriz

em um formato legível no Pajek, haja vista a grande quantidade de inter-relações.

O primeiro passo, após o carregamento dos dados da MIP no Pajek, é

―clusterizar‖, ou seja, estabelecer classes às atividades de maneira que cada uma esteja

corretamente dentro de seu grupo como referência setorial. Para tanto se recorreu ao que

o IBGE compreende como atividades primárias, secundárias e terciárias e ao trabalho de

Clark (1940). A ―clusterização‖ pode ser vista na tabela 1.

Tabela 1: Atividades da Economia agrupadas em três grandes setores.

Número da Classe Setor Atividades Característica

1 Primário 1-7 Agropecuária e Extrativista 2 Secundário 8-40 Indústrias 3 Terciário 41-67 Serviços

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

66

A aplicação de um filtro sobre os fluxos se vê necessária, dado que o contingente

de relações intersetoriais é elevado, pois envolve todas as transações da matriz insumo-

produto . De modo arbitrário, é estabelecido um corte de 0,1% da Produção total das

atividades setoriais na Tabela de Recursos e Usos. 0,1% provê uma boa magnitude do

que pode ser realmente significante na produção de um país. Assim, fluxos abaixo de

0,1% da Produção são removidos. Caso este filtro não seja aplicado, a densidade da rede

é 1 (ou 100% em que todos os fluxos são contabilizados), o que praticamente

impossibilita uma análise mais nítida.

Após a aplicação de filtros é realizada a análise de rede sobre os três setores em

termos de centralidade e loop para 2015. Justifica-se, pois a técnica permite observar

quais são os setores mais importantes em termos de transações

intersetoriais/intrassetoriais. A partir daí as seguintes análises são feitas:

1) Centralidade de grau:

Sua justificativa é a verificação de quais atividades se inter-relacionam mais com

as outras. Economicamente, uma atividade que possui mais interações com outras pode

ter potencial de encadeamento econômico. Conforme Jackson (2008), a medida mais

simples da posição de um dado nó em uma rede é medir o seu grau. Um nó com grau n-

1 seria diretamente conectado a todos os outros e consequentemente central à rede. Já

um nó com grau 2 (em uma rede de grande tamanho n) seria menos central. O grau de

centralidade é simplesmente dado por di(g)/(n-1) em que di(g) é o número que a

atividade ou setor i tem de ligações e n é a quantidade de setores ou atividades.

2) Centralidade de grau ponderado:

A justificativa para esta análise é que intuitivamente pode-se dizer que maiores

fluxos de recursos tendem a estimular uma economia. Neste caso, a centralidade grau é

ponderada pelos valores dos fluxos ou, para ser mais claro, dos valores que cada

atividade transmite a outra. É apenas uma somatória dos recursos que, neste trabalho,

são caracterizados pelos valores dos fluxos.

3) Nível de loop:

Em termos econômicos de utilização de recursos, deve-se atentar também a

recursos produzidos por determinado setor e consumidos por si próprio. Sua atividade

centrada em si mesmo, por vezes também pode gerar benefícios econômicos tais como

geração de emprego. No caso da métrica do loop, é meramente a somatória de quanto

em recurso uma atividade direciona a si própria, ou seja, os valores estabelecidos na

tabela de recursos e usos da MIP de 2015.

67

3.10 RANKING

Cada índice apresentado neste estudo apresenta diferentes medidas com diferentes

interpretações, de modo que, por vezes, um indicador complementa outro. Além disso,

as atividades podem ser ordenadas de acordo com os valores encontrados em cada

métrica. No presente trabalho é desenvolvido um Ranking de ordenamento geral, por

meio de pontuações.

Isto também ajuda a focalizar melhor quais atividades econômicas têm melhor

desempenho geral. Para o cálculo, dos vários indicadores dos métodos expostos

anteriormente, são somadas as participações de cada setor em cada um destes se a

atividade econômica figurar entre as dez primeiras posições. A essa medida se dá o

nome de Pontos Simples (PS). Por outro lado, outra medida são os Pontos Ponderados

(PP). Neste caso, atribui-se 10 pontos à primeira posição, 9 à segunda e,

sequencialmente, 1 à décima posição e 0 ao restante.

Tanto os PS, quanto os PP tem seu equivalente positivo e negativo, isto é, há uma

classificação entre os dez melhores e os dez piores coeficientes nos indicadores. Então

após somar todos os pontos acumulados subtraem-se PS dos coeficientes dos dez

melhores indicadores do PS dos dez piores. Faz-se a mesma coisa com os PP. O valor

proverá o saldo que dirá se o setor teve um desempenho positivo ou negativo na

avaliação dos vários indicadores, de modo geral.

Ao saldo dessas operações se dá o nome de Pontos Totais Simples (PTS) e Pontos

Totais Ponderados (PTP) e é possível fazer um ranking que mostrará os setores mais

impactantes, de modo geral, na economia.

68

4. RESULTADOS E ANÁLISE

Neste capítulo são apresentados os resultados provenientes dos métodos aplicados

à Matriz Insumo-Produto explicados na Metodologia. Para uma melhor compreensão,

tenta-se seguir uma padronização. Primeiro é mostrado um resumo descritivo e por

quadros, com os dez melhores e os dez piores desempenhos de cada atividade

econômica no indicador. Em seguida é realizada breve análise qualitativa e são expostos

gráficos ou figuras para ilustrar os setores comparativamente. Desta maneira, tenta-se

alcançar o objetivo proposto que é verificar as ligações intersetoriais entre as atividades

produtivas expressas na Matriz de Insumo-Produto, com especial atenção para o Setor

Terciário. Também, tenta-se responder qual o impacto de Serviços para o estímulo das

atividades econômicas no Brasil.

4.1 ABORDAGEM DA MATRIZ INSUMO-PRODUTO

A possibilidade de extração de informações por meio da Matriz Insumo-Produto é

extremamente elevada. Desta maneira, focalizaram-se apenas algumas julgadas

relevantes para a pesquisa aqui realizada, de modo arbitrário.

Quando analisados os principais setores com maior participação de Valor

Adicionado a Custo de Fatores, em termos relativos aos demais, verificou-se forte

presença de atividades do Terciário. Nas dez primeiras posições observou-se apenas

uma atividade do Secundário e uma do Primário. Nas dez últimas posições, foi

encontrado que três fazem parte do Terciário, duas do Primário e o restante do

Secundário. O Quadro 1 provê as principais participações em ambos os casos.

Quadro 1: As dez maiores e menores participações relativas das atividades econômicas

no Valor Adicionado a Custo de Fatores em 2015.

Setores: Maior participação %VA Setores: Menor participação %VA

Comércio por atacado e a varejo (41) 13,26% Fabric. prod. do fumo (12) 0,08%

Administração pública (60) 9,99% Extr. met. não-ferrosos (7) 0,08%

Atividades imobiliárias (53) 9,78% Transporte aéreo (44) 0,12%

Intermediação financeira (52) 7,02% Fabr. e refino de açúcar (9) 0,14%

Construção (40) 5,74% Fabr. prod. de limpeza (23) 0,16%

Educação pública (61) 5,05% Impr. e repr. Gravações (18) 0,16%

Agricultura (1) 3,39% Transporte aquaviário (43) 0,16%

Transporte terrestre (42) 2,85% Fabr. Biocombustíveis (20) 0,17%

Outras atividades administrativas (58) 2,83% Edição integ. impressão (48) 0,17%

Saúde privada (64) 2,57% Extr carvão, min não-met (4) 0,17%

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

69

Nota-se que os setores com maior participação de Valor adicionado a Custos de

Fatores são os de mão de obra intensiva. Estes resultados são compatíveis aos

encontrados por Lugli (2015). Segundo a autora, estes números indicam menor

produtividade por parte de Serviços frente à indústria, além disso, há um grande

impacto por conta da Demanda Final, cujos maiores consumidores são Famílias e

Governo. Já as atividades com menor participação não possuem um padrão exato e têm

atividades pertencentes aos três setores. A Figura 5 mostra o gráfico em colunas desta

análise.

Figura 5: Participação no Valor Adicionado a Custo de Fatores das 67 atividades, em

2015.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

No que se refere à participação das Atividades com maior participação no

Consumo Intermediário, entre as dez principais, consta-se cinco atividades do Terciário,

três do Secundário e duas do Primário. Do lado contrário, as dez menores participações

têm o Terciário com cinco representantes, o Secundário com quatro e o Primário com

um. As principais participações podem ser vista no Quadro 2:

70

Quadro 2: As dez maiores e menores participações relativas das atividades econômicas

no Consumo Intermediário em 2015.

Setores: Maior participação %CI Setores: Menor participação %CI

Comércio por atacado e a varejo (41) 9,88% Serviços domésticos (67) 0,00%

Intermediação financeira (52) 7,66% Saúde pública (63) 0,01%

Refino petróleo coquerias (19) 6,58% Fabric. prod. do fumo (12) 0,01%

Transporte terrestre (42) 5,33% Educação pública (61) 0,04%

Energia elétrica, gás natural (38) 4,33% Fab. calçados e artef. Couro (15) 0,11%

Ativ. Jur. contábeis consult (54) 3,97% Confecção vestuário e acess. (14) 0,14%

Outras atividades administrativas (58) 3,94% Ativ. artísticas, criativas (65) 0,16%

Agricultura (1) 3,58% Extr. met. não-ferrosos (7) 0,19%

Fab. químicos, resinas (21) 3,00% Fabricação automóveis (33) 0,20%

Extração petróleo e gás (5) 2,86% Edição integ. impressão (48) 0,22%

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

É de se fazer bastante sentido que as principais atividades de Consumo

Intermediário tenham como liderança o Comércio, dado que o Brasil é uma economia

capitalista de troca constante. Mas, em geral, é de se reparar que a maioria das

atividades com maior participação no Consumo Intermediário também tem elevada

demanda final. Em especial, afasta-se das considerações de Lugli (2015) em que a

participação de Serviços neste indicador é pequena. Contudo, aproxima-se mais da

observação de Kon (2015) em que Serviços está dotado com mais flexibilidade,

principalmente no auxílio às atividades produtivas e não apenas à Demanda Final.

Neste indicador é possível perceber que não apenas Serviços, mas os demais

setores também detêm heterogeneidade no que se refere ao consumo Intermediário, de

modo que a Indústria e as atividades Primárias figuram em ambos os extremos de

classificação. A distribuição pode ser vista graficamente na Figura 6:

71

Figura 6: Participação no Consumo Intermediário das 67 atividades, em 2015.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Dentre as maiores participações relativas nos salários, há predominância do Setor

com nove posições dentre as dez primeiras. O Secundário completa com uma atividade.

Já as menores participações em termos relativos na distribuição salarial são compostas

em cinco atividades do Secundário, quatro do Primário e uma do Terciário, conforme

pode ser visto no Quadro 3.

Quadro 3: As dez maiores e menores participações relativas das atividades econômicas

na composição de Salários em 2015.

Setores: Maior participação %SAL Setores: Menor participação %SAL

Administração pública (60) 14,79% Fabric. prod. do fumo (12) 0,05%

Comércio por atacado e a varejo (41) 12,94% Extr. met. não-ferrosos (7) 0,08%

Educação pública (61) 9,66% Produção florestal, pesca (3) 0,09%

Intermediação financeira (52) 5,20% Extr carvão, min não-met (4) 0,15%

Construção (40) 4,80% Extração de minério de ferro (6) 0,16%

Saúde pública (63) 4,38% Transporte aquaviário (43) 0,19%

Outras atividades administrativas (58) 3,80% Fabr. prod. de limpeza (23) 0,21%

Transporte terrestre (42) 3,02% Impr. e repr. Gravações (18) 0,22%

Serviços domésticos (67) 2,76% Metalurgia não-ferrosos (28) 0,22%

Saúde privada (64) 2,75% Refino petróleo coquerias (19) 0,22%

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

O resultado mostra que as atividades do Terciário são o principal carro-chefe da

economia brasileira no que diz respeito à distribuição de salários. O estudo de Pereira

(2012) mostrou que Serviços apresenta as atividades que menos remuneram, mas que

72

detém a maior participação no emprego. Analogamente, Pereira (2014) avaliou que o

Comércio é a atividade que paga os salários mais baixos. Da literatura e da análise dos

resultados aqui obtidos, conclui-se que a conjugação de baixos salários e grande

quantidade de emprego no Terciário faz com que as atividades de Serviços detenham,

em sua maioria, as maiores participações na composição total do pagamento de salários

no Brasil. A Figura 7 mostra a distribuição que torna evidente a forte participação de

Serviços neste indicador.

Figura 7:Participação na composição do Salário das 67 atividades, em 2015.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

A participação setorial no Consumo das Famílias nas dez principais atividades

tem presença do Terciário com sete setores e Secundário com três. As dez menores

participações relativas conta com quatro do Primário, quatro do Terciário e dois do

Secundário, conforme Quadro 4:

73

Quadro 4: As dez maiores e menores participações relativas das atividades econômicas

no Consumo das Famílias em 2015.

Setores: Maior participação %CF Setores: Menor participação %CF

Atividades imobiliárias (53) 14,95% Extração de minério de ferro (6) 0,00%

Comércio por atacado e a varejo (41) 13,87% Extr. met. não-ferrosos (7) 0,00%

Intermediação financeira (52) 7,91% Extr carvão, min não-met (4) 0,00%

Alimentação (47) 5,87% Extração petróleo e gás (5) 0,01%

Abate e produtos de carne (8) 5,31% Atividades de vigilância (59) 0,02%

Saúde privada (64) 5,07% Construção (40) 0,02%

Outros produtos alimentares (10) 4,55% Manutenção Máq. e equip. (37) 0,02%

Transporte terrestre (42) 3,17% Serv Arquit. Eng. P & D (55) 0,03%

Educação privada (62) 3,14% Des. Sist. Serv. Informação (51) 0,03%

Refino petróleo coquerias (19) 3,03% Educação pública (61) 0,03%

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

É de se observar que a maioria das atividades que as Famílias consomem está

ligada aos bens finais de consumo. Como por exemplo, o uso cotidiano de alimentação,

saúde, moradia, combustível/transporte e utilização de atividades financeiras.

Inversamente, atividades primárias, sobretudo de extração não fazem parte do consumo

direto cotidiano das famílias. Ressalva-se que este indicador tem certa distorção, pois o

que é considerado como fornecimento público não consta no fluxo, dado que são

medidos em valor de troca monetário e não valor de uso. Assim, educação pública que é

muito consumido pelas famílias e tem uso, mas não tem valor quantificado

monetariamente, o valor monetário é constado no Consumo do Governo. A distribuição

é heterogênea, embora tenha mais concentração no Terciário, conforme Figura 8:

74

Figura 8: Participação na composição do Consumo das Famílias das 67 atividades, em

2015.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

No lado dos dez maiores investimentos em Formação Bruta de Capital Fixo, o

Secundário tem o maior número de participações com cinco atividades, o Terciário com

três atividades e o Primário com duas atividades econômicas. Dentre as menores

participação, destacam-se que nove são do setor Terciário e é completada com uma do

Secundário, conforme o Quadro 5:

Quadro 5: As dez maiores e menores participações relativas das atividades econômicas

na Formação Bruta de Capital Fixo em 2015.

Setores: Maior participação %FBCF Setores: Menor participação %FBCF

Construção (40) 58,37% Serviços domésticos (67) 0,00%

Fab. máq. equip. mec. (32) 6,63% Ativ. Jur. contábeis consult (54) 0,00%

Des. Sist. Serv. Informação (51) 6,49% Transporte aéreo (44) 0,00%

Fabricação automóveis (33) 5,44% Armaz. ativ. aux. correio (45) 0,00%

Comércio por atacado e a varejo (41) 5,26% Refino petróleo coquerias (19) 0,00%

Fab. equip. info. eletr. (30) 2,93% Outras ativ. Prof. Cient. (56) 0,00%

Educação pública (61) 1,98% Ativ. tv, rádio, cine (49) 0,00%

Pecuária (2) 1,57% Ativ. artísticas, criativas (65) 0,00%

Fab. máq. equip. elet. (31) 1,54% Atividades de vigilância (59) 0,00%

Extração petróleo e gás (5) 1,49% Alojamento (46) 0,00%

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Os resultados corroboram o que é esperado do setor secundário em termos de

investimento na Formação Bruta de Capital Fixo, que pode ser visto no gráfico em

75

barras da Figura 9. O Setor de construção se destaca com mais de 50% da participação

neste indicador. As dez principais atividades neste indicador são heterogêneas, embora

preponderem atividades relacionadas à intensidade tecnológica/conhecimento e/ou

reposição de equipamentos. Por outro lado, atividades que demandam menor

investimento em Capital Fixo estão relacionadas ao setor Terciário, embora haja

surpresa que o Setor Industrial de Refino de Petróleo conste neste lado do indicador,

talvez porque seja necessitária de grandes capitais que duram longo período.

Figura 9: Participação na composição da Formação Bruta de Capital Fixo das 67

atividades, em 2015.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Em termos de participação relativa na exportação, o Setor Secundário lidera a

pauta com seis atividades, o Primário com três e o Terciário com uma, dentre as dez

principais atividades exportadoras. Por outro lado, as dez menores participações são

compostas por sete atividades Terciárias e três secundárias, conforme Quadro 6:

76

Quadro 6: As dez maiores e menores participações relativas das atividades econômicas

na pauta de exportação em 2015.

Setores: Maior participação %EXP Setores: Menor participação %EXP

Agricultura (1) 13,48% Serviços domésticos (67) 0,00%

Comércio por atacado e a varejo (41) 9,22% Saúde pública (63) 0,00%

Abate e produtos de carne (8) 5,68% Atividades de vigilância (59) 0,00%

Extração de minério de ferro (6) 5,35% Água, esgoto, resíduos (39) 0,00%

Extração petróleo e gás (5) 5,06% Educação pública (61) 0,01%

Prod. ferro-gusa, siderurgia (27) 4,55% Org. associativas (66) 0,01%

Outros produtos alimentares (10) 4,35% Educação privada (62) 0,01%

Outros eq. transp. exc auto. (35) 3,39% Energia elétrica, gás natural (38) 0,01%

Fab. celulose, papel (17) 3,10% Impr. e repr. Gravações (18) 0,02%

Metalurgia não-ferrosos (28) 2,80% Saúde privada (64) 0,03%

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Observa-se na distribuição das atividades que mais exportam, em termos relativos,

presença de bens e manufaturados com forte relação ao extrativismo e/ou transformação

dos recursos naturais e commodities. Um exemplo é a indústria de ferro e celulose que

têm grandes vínculos com extração destes recursos. A atividade de Comércio também

tem forte presença, setor este imprescindível para que se realizem trocas na economia.

Inversamente, a maioria dos setores que menos exportam estão relacionados à

atividades menos tangíveis, predominantemente de Serviços, e/ou que exigem consumo

local como energia elétrica e educação pública. A distribuição pode ser vista na Figura

10.

77

Figura 10: Participação na composição da pauta de exportações das 67 atividades, em

2015.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

O último indicador é o Consumo do Governo. Este pode preencher lacunas de

demanda em que o setor privado não consegue ofertar, permitindo que a economia

cresça. Nesta métrica, sete atividades pertencem ao Terciário e três ao Secundário. Dos

setores com menor participação, há três atividades do Secundário, quatro do Terciário e

três do Primário, conforme por ser visto no Quadro 7:

Quadro 7: As dez maiores e menores participações relativas das atividades econômicas

nos Gastos do Governo em 2015.

Setores: Maior participação %GOV Setores: Menor participação %GOV

Administração pública (60) 57,36% Serv Arquit. Eng. P & D (55) 0,00%

Educação pública (61) 24,61% Serviços domésticos (67) 0,00%

Saúde pública (63) 14,98% Energia elétrica, gás natural (38) 0,00%

Saúde privada (64) 3,05% Atividades imobiliárias (53) 0,00%

Fab. farmoquímicos e farm. (24) 0,61% Construção (40) 0,00%

Comércio por atacado e a varejo (41) 0,31% Extr. met. não-ferrosos (7) 0,00%

Intermediação financeira (52) 0,16% Fab peças automotores (34) 0,00%

Outros produtos alimentares (10) 0,01% Fabricação automóveis (33) 0,00%

Abate e produtos de carne (8) 0,01% Extração petróleo e gás (5) 0,00%

Transporte terrestre (42) 0,01% Extração de minério de ferro (6) 0,00%

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Como é de se esperar, os Gastos do Governo estão concentrados, na matriz

produtiva de Insumo-Produto, na parte de administração pública com mais de 50% de

78

participação. Também, conforme dito anteriormente aparecem como consumo, dado os

gastos monetários, a educação pública e a saúde pública. Basicamente o governo

consome muito do Setor de Serviços, mas também produtos relativos à alimentação e

fármacos no tocante à Indústria. Por outro lado, há grande heterogeneidade quanto ao

que menos consome como pode ser visto na distribuição gráfica da Figura 11:

Figura 11: Participação na composição dos Gastos do Governo das 67 atividades, em

2015.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

4.2 ÍNDICE DE RASMUSSEN-HIRSCHMAN (RH)

Os índices de Rasmussen-Hirschman (RH) estão dispostos neste capítulo sob os

Índices de Ligação para Frente (Ui), para trás (Uj), de Dispersão para Frente (Vi) e para

Trás (Vj). O quadro com o resultado completo dos índices RH pode ser visto no

Apêndice A, Quadro A1. Conforme exposto no Capítulo 3, o Índice foi calculado sobre

a Matriz Insumo-Produto, do ano de 2015, provida pelo IBGE. A seguir são fornecidas

as análises dos resultados deste indicador.

4.2.1 ÍNDICES DE LIGAÇÃO PARA FRENTE E PARA TRÁS

O Índice de Ligação para Frente (Ui) significa que quanto maior o indicador,

maior a quantidade de insumos de uma atividade é demandada por outros segmentos, é

79

um índice de oferta. Dentre os dez primeiros coeficientes, há predominância do Setor

Terciário com cinco atividades. Em seguida aparecem o Secundário com três e o

Primário com duas. Por outro lado, as atividades com os menores coeficientes estão

divididas entre o Terciário com seis atividades e o Secundário com quatro, conforme

Quadro 8:

Quadro 8: Os 10 maiores e menores coeficientes de Ligação para Frente (Ui) de RH, em

2015.

Setores: Maior coeficiente Ui Setores: Menor coeficiente Ui

Comércio por atacado e a varejo (41) 3,84 Serviços domésticos (67) 0,55

Refino petróleo coquerias (19) 2,77 Saúde pública (63) 0,55

Transporte terrestre (42) 2,35 Educação pública (61) 0,57

Intermediação financeira (52) 2,16 Fabric. prod. do fumo (12) 0,58

Energia elétrica, gás natural (38) 2,02 Fabricação automóveis (33) 0,60

Agricultura (1) 1,89 Saúde privada (64) 0,61

Ativ. Jur. contábeis consult (54) 1,83 Edição integ. impressão (48) 0,61

Fab. químicos, resinas (21) 1,82 Fab. farmoquímicos e farm. (24) 0,62

Extração petróleo e gás (5) 1,41 Alojamento (46) 0,62

Outras atividades administrativas (58) 1,40 Confecção vestuário e acess. (14) 0,63

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

O gráfico de Ui mostra grande magnitude do primeiro e segundo maiores

coeficientes em relação aos demais. Estas são as atividades de Comércio por atacado e

a varejo (41) e Refino de petróleo e coquerias (19), respectivamente. Visualmente, as

atividades que ofertam acima da média na economia estão relacionadas ao Terciário.

Inversamente, há certa homogeneidade entre as menores ofertas de bens e serviços,

dados que as últimas posições estão distribuídas entre atividades do Secundário e do

Terciário. Convém observar que, na mesma direção de Pereira (2012), Comércio obteve

alta pontuação, mas este não será considerado setor-chave, como se verá mais adiante.

Isso decorre que a atividade tem alto encadeamento no que tange a oferta, mas o setor

demanda insumos abaixo da média do Consumo Intermediário total. A distribuição

completa pode ser visto gráfico de barras da Figura 12.

80

Figura 12 : Índice de Ligação para Frente (Ui) de RH, com 67 setores, em 2015.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

O Índice de Ligação para Trás (Uj) significa que quanto maior o indicador, maior

a quantidade de insumos que uma atividade demanda de outros segmentos. Dentre os

dez primeiros coeficientes, há predominância total do Setor Secundário. Por outro lado,

as atividades com os menores coeficientes estão relacionados ao Terciário, em que

apenas uma atividade do Primário completa as dez últimas posições, conforme Quadro

9:

Quadro 9: Os 10 maiores e menores coeficientes de Ligação para Trás (Uj) de RH, em

2015.

Setores: Maior coeficiente Uj Setores: Menor coeficiente Uj

Abate e produtos de carne (8) 1,39 Serviços domésticos (67) 0,55

Refino petróleo coquerias (19) 1,37 Atividades imobiliárias (53) 0,61

Fabr. e refino de açúcar (9) 1,33 Atividades de vigilância (59) 0,67

Fabr. Biocombustíveis (20) 1,31 Educação pública (61) 0,69

Outros produtos alimentares (10) 1,30 Produção florestal, pesca (3) 0,75

Fabricação bebidas (11) 1,23 Des. Sist. Serv. Informação (51) 0,76

Fabr. prod. de limpeza (23) 1,21 Outras atividades administrativas (58) 0,77

Fabricação automóveis (33) 1,20 Educação privada (62) 0,77

Fabric. prod. do fumo (12) 1,20 Administração pública (60) 0,78

Prod. ferro-gusa, siderurgia (27) 1,19 Alug. não-imob. prop. intel. (57) 0,78

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa

81

Os coeficientes de Uj indicam a magnitude em que as atividades demandam bens

e serviços das demais. O resultado mostra claro impulso em que a indústria acarreta

sobre as demais atividades, ou seja, a sua capacidade de encadeamento e estímulo às

demais atividades econômicas por meio de demanda. Deve-se observar, contudo, que a

maioria dos setores melhor pontuados está relacionada à transformação de produtos

primários. Do lado contrário, Serviços detém os menores coeficientes. A distribuição é

mostrada na Figura 13.

Figura 13: Índice de Ligação para Trás, (Uj) de RH, com 67 setores, em 2015.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

4.2.2 ÍNDICES DE DISPERSÃO PARA FRENTE E PARA TRÁS

O Índice de Dispersão para Frente (Vi) significa que quanto maior o indicador,

mais concentrada é a oferta de bens ou serviços de uma atividade em direção a outras,

ou seja, poucos segmentos são demandantes desta. Dentre os dez primeiros coeficientes

mais baixos, há predominância total do Setor Terciário com cinco atividades, em

seguida o Secundário com três e o Primário com dois. Por outro lado, as atividades com

os maiores coeficientes estão entre o Secundário e o Terciário com cinco segmentos

cada, conforme pode ser visto no Quadro 10:

82

Quadro 10: Os 10 Menores e maiores coeficientes de Dispersão para frente (Vi) de RH,

em 2015.

Setores: Menor coeficiente Vi Setores: Maior coeficiente Vi

Comércio por atacado e a varejo (41) 1,22 Serviços domésticos (67) 8,19

Transporte terrestre (42) 2,13 Fabric. prod. do fumo (12) 8,18

Intermediação financeira (52) 2,33 Saúde pública (63) 8,16

Refino petróleo coquerias (19) 2,45 Saúde privada (64) 8,16

Ativ. Jur. contábeis consult (54) 2,62 Fab. calçados e artef. Couro (15) 8,05

Agricultura (1) 3,10 Educação pública (61) 7,96

Fab. químicos, resinas (21) 3,13 Fabricação automóveis (33) 7,83

Outras atividades administrativas (58) 3,26 Outros eq. transp. exc auto. (35) 7,76

Energia elétrica, gás natural (38) 3,32 Confecção vestuário e acess. (14) 7,54

Extração petróleo e gás (5) 3,65 Edição integ. impressão (48) 7,41

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Um maior coeficiente de dispersão não significa dizer que determinada atividade

não estimula os setores de maneira uniforme, mas apenas alguns segmentos. Disso

decorre que atividades como Comércio por atacado varejo (41), Intermediação

financeira (52), Transporte terrestre (42), Refino petróleo coquerias (19) e Energia

elétr., gás natural (38), dentre outras, têm os demais segmentos dependentes de sua

oferta de modo distribuído, que poderia ser dito de outra maneira, com maior

encadeamento. Por outro lado, as atividades com os maiores coeficientes têm sua oferta

de produtos e serviços consumidos de maneira concentrada, isto é, com pouca

variabilidade de atividades demandantes. Observa-se que o Terciário é bastante

presente neste quesito em algumas atividades, dado que a maior parte do consumo de

Saúde, Educação e Serviços Domésticos é consumida majoritariamente pelas Famílias

ou pelo Governo. As demais atividades com oferta de maneira concentrada são do

Secundário. Estas são bastante específicas tais como fabricação de fumo, de automóveis

e calçados, que se destacam por produzirem bens prontos para consumo. O gráfico em

barras do indicador pode ser visto na figura 14.

83

Figura 14: Índice de Dispersão para Frente, (Vi) de RH, com 67 setores, em 2015.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

O Índice de Dispersão para Trás (Vj) significa que quanto maior o indicador, mais

concentrada é a demanda de bens ou serviços de uma atividade com relação às outras,

ou seja, esta consome insumo de poucos segmentos. Dentre os dez primeiros

coeficientes mais baixos, há predominância quase total do Setor Secundário com nove

atividades, em seguida o Primário detém uma posição. Por outro lado, as atividades com

os maiores coeficientes estão predominantemente no Terciário com nove segmentos e

um pertencente ao Primário, conforme pode ser visto no Quadro 11:

Quadro 11: Os 10 maiores e menores coeficientes de Dispersão para Trás (Vj) de RH,

em 2015.

Setores: Menor coeficiente Vj Setores: Maior coeficiente Vj

Abate e produtos de carne (8) 3,77 Serviços domésticos (67) 8,19

Fabr. Biocombustíveis (20) 3,81 Atividades imobiliárias (53) 7,40

Fabr. prod. de limpeza (23) 3,86 Atividades de vigilância (59) 6,70

Fabr. e refino de açúcar (9) 3,93 Educação pública (61) 6,57

Fabricação automóveis (33) 3,96 Intermediação financeira (52) 6,32

Outros produtos alimentares (10) 3,96 Produção florestal, pesca (3) 6,30

Prod. ferro-gusa, siderurgia (27) 4,15 Des. Sist. Serv. Informação (51) 6,29

Fabric. prod. do fumo (12) 4,20 Ativ. Jur. contábeis consult (54) 6,21

Extr. met. não-ferrosos (7) 4,20 Outras atividades administrativas (58) 6,04

Fabricação bebidas (11) 4,21 Serv Arquit. Eng. P & D (55) 5,99

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

84

O índice de Dispersão para Trás ratifica que o setor Secundário tem grande

encadeamento na Economia, pois demanda seus insumos de maneira mais heterogêna,

estimulando mais uniformemente as demais atividades. A mesma coisa não parece

ocorrer com grande parte do setor Terciário, com atividades relacionadas a Serviços. O

setor detém a característica de demandar de maneira concentrada os produtos das

demais atividades, fato já observado em Pereira (2012). Pode-se dizer que, Serviços

ainda que detenham atividades heterogêneas, a forma com que demanda seus insumos é

homogênea, na maior parte, conforme pode ser visto no gráfico da Figura 15.

Figura 15: Índice de Dispersão para Trás, (Vj) de RH, com 68 setores, em 2015.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

4.2.3 SETORES-CHAVE

Setores-chave são aqueles que conseguem estimular a economia, com um padrão

acima da média, em relação aos demais. No caso dos índices de ligação para frente e

para trás de RH, ambos devem ter coeficientes maiores do que um. Nesta definição

foram encontradas 11 atividades consideradas chave, de modo que oito pertencem ao

setor Secundário e três ao Terciário, conforme pode ser visto no Quadro 12.

85

Quadro 12: Atividades consideradas chave para a Matriz Insumo-Produto de 2015 pelo

índice de RH.

Setor Atividade

Secundário Fab. celulose, papel (17)

Secundário Refino petróleo coquerias (19)

Secundário Fab. químicos, resinas (21)

Secundário Fab. Defensivos, desinf. (22)

Secundário Fab. borracha e plástico (25)

Secundário Prod. ferro-gusa, siderurgia (27)

Secundário Fab. Prdo. Met. Exc Maq. (29)

Secundário Energia elétrica, gás natural (38)

Terciário Transporte terrestre (42)

Terciário Telecomunicações (50)

Terciário Outras ativ. Prof. Cient. (56)

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

A forte presença da Indústria com setores-chave ratifica o grande poder de

encadeamento econômico do setor Secundário no que tange a oferta e a demanda.

Contudo, nota-se que a maior parte destas atividades tem relação com transformações

de produtos primários, tais como a produção e distribuição de energia, fabricação de

ferro, de celulose e produtos de metal e refino de petróleo. Em adição, neste trabalho

foram também encontrados Transportes Terrestres (43), Telecomunicações (50) e

Outras atividades profissionais (57) pertencentes ao Terciário. O resultado difere dos de

Pereira (2012), Pereira (2014) e Lugli (2015) que não encontraram nenhum setor-chave

do Terciário. Contudo, encontra os mesmos resultados que em Batista et al.(2018).

As atividades encontradas como setores-chave são mais detalhadas conforme o

IBGE (2007). Abaixo é exposto um pequeno resumo destas:

Fabricação de celulose, papel e produtos de papel (17): Compreende a fabricação

de polpa, papel, papel-cartão e papelão e de produtos fabricados com papel, papel-

cartão ou papelão ondulado, mesmo impressos, desde que a impressão de informação

não seja a finalidade principal do produto. Compreende também a fabricação de polpa

moldada (produtos obtidos a partir de pastas químicas ou mecânicas e/ou aparas, na

forma desejada e para uso específico).

Refino de petróleo e coquerias (19): Compreende, principalmente, fabricação de

produtos do refino do petróleo: gás liquefeito do petróleo (GLP) gasolina, nafta, gás de

nafta craqueada, querosene de aviação, querosene comum, óleo diesel, óleo

combustível, gasóleo, gases residuais, parafina, óleos lubrificantes básicos, asfalto

(cimento asfáltico), coque de petróleo, alcatrão de petróleo, outros resíduos de petróleo,

86

etc.; fabricação do coque a partir do carvão mineral ou do linhito em coquerias

independentes.

Fabricação de químicos orgânicos e inorgânicos, resinas e elastômeros (21):

fabricação de produtos da primeira geração petroquímica como: eteno, propeno,

benzeno, tolueno, xilenos, butadieno, butenos, metanol e naftaleno a fabricação de

produtos intermediários para resinas termoplásticas e termofixas, como: cloreto de

vinila monômero, dicloroetano, estireno, etilbenzeno, anidrido maleico, bisfenol A, etc..

Também a fabricação de produtos intermediários para plastificantes, como: anidrido

ftálico, octanol, iso-butanol, etc.; a fabricação de produtos intermediários para fibras,

como: ácido adípico, caprolactama, ácido tereftálico, acrilonitrila, adipato de

hexametilenodiamina, dimetiltereftalato, monoetilenoglicol, etc.; a elaboração de

combustíveis nucleares; o enriquecimento de urânio e tório, dentre outros.

Fabricação de defensivos, desinfetantes, tintas e químicos diversos (22):

Compreende a fabricação de formulações químicas para o controle de insetos, fungos e

ervas daninhas na agricultura; a fabricação de acaricidas, formicidas, etc. para uso na

agricultura; a fabricação de formulações químicas para o controle de insetos e fungos

para uso doméstico, comercial e/ou industrial; a fabricação de formulações químicas

para controle de ervas daninhas na jardinagem; a fabricação de acaricidas, bactericidas,

cupinicidas, formicidas, moluscicidas, pesticidas, raticidas, rodenticidas para uso

doméstico, comercial e/ou industrial; a fabricação de espirais mata mosquito para uso

doméstico; a fabricação de tintas, vernizes, esmaltes e lacas para pintura e repintura de

imóveis, automóveis e móveis, dentre outros.

Fabricação de produtos de borracha e de material plástico (25): Compreende a

fabricação de produtos de borracha ou de material plástico. As atividades desta divisão

são determinadas pela matéria-prima utilizada. Alguns exemplos são a fabricação de

pneumáticos e de câmaras-de-ar novos para todos os tipos de veículos e máquinas; a

fabricação de laminados planos e tubulares de material plástico (plástico em lençol,

filmes, tecidos, placas, etc.); a fabricação de cordas e cordoalhas de material plástico; a

fabricação de espuma de material plástico expandido; a fabricação de BOPP

(polipropileno biorientado), dentre outras.

Produção de ferro-gusa/ferroligas, siderurgia e tubos de aço sem costura (27):

Compreende a produção de ferro-gusa por produtores independentes (guseiros); a

produção de ferroligas (ferrocromo, ferromanganês, ferronióbio, ferrossilício, etc.), por

87

produtores independentes; a produção de lingotes, blocos ou tarugos e placas, em aço-

carbono e aços especiais/ligados, por processo de lingotamento convencional ou

contínuo; a produção de bobinas, chapas e folhas em aço-carbono, obtidas na

laminação, a quente ou a frio; a produção de laminados planos em aço-carbono

revestidos: folhas e bobinas de flandres (estanhadas), folhas e bobinas cromadas,

bobinas e chapas eletrogalvanizadas e zincadas a quente; a produção de bobinas, chapas

e folhas em aços especiais/ligados (aços ao silício, aços inoxidáveis), obtidos na

laminação, a quente e a frio, dentre outras.

Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (29):

Compreende a fabricação de produtos de metal como estruturas metálicas e obras de

caldeiraria pesada para diversas aplicações, caldeiras, tanques e reservatórios metálicos

utilizados como instalação para armazenamento e uso industrial e a fabricação de

produtos de serralheria, forjaria, estamparia, funilaria, metalurgia de pó, artigos de

cutelaria, embalagens metálicas e ferramentas. Compreende também a fabricação de

artefatos metálicos para uso doméstico, a fabricação de armas e munições e os serviços

de tratamento de metais.

Energia elétrica, gás natural e outras utilidades (38): Compreende a geração de

energia elétrica em alta tensão, a transmissão desde as usinas de geração até os centros

de distribuição, distribuição para os consumidores finais e o comércio atacadista de

energia elétrica. Compreende também a produção de gás derivado de fontes primárias

de energia, por processos que envolvem reação química; por exemplo, o gás produzido

de carvão vegetal ou hidrocarbonetos líquidos, como a nafta (gás manufaturado).

Transporte Terrestre (42): Compreende o transporte de passageiros e carga por

rodovias e ferrovias e dutos. Compreende também o transporte rodoviário sob regime de

fretamento e o transporte em trens turísticos, teleféricos e similares.

Telecomunicações (50): Compreende as atividades de prestação de serviços de

telecomunicações e serviços conexos. Ou seja, atividades de transmissão, emissão ou

recepção de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de

qualquer natureza. A infraestrutura de telecomunicações que dá suporte às atividades

pode ser baseada em uma única tecnologia ou em uma combinação de tecnologias, seja

por fio, micro-ondas ou satélite. A principal característica das atividades é a transmissão

de conteúdo, sem envolver as atividades de criação.

Outras atividades profissionais, científicas e técnicas (56): Compreende as

atividades de serviços profissionais, científicos e técnicos, exceto as atividades

88

jurídicas, de contabilidade e auditoria, de engenharia e de arquitetura. Não compreende

as atividades de realização de testes e análises técnicas, de consultoria em gestão

empresarial, de pesquisa e desenvolvimento científico e as atividades de publicidade e

de pesquisa de mercado e de opinião. Compreende design e decoração de interiores;

atividades fotográficas e similares; serviços de tradução, interpretação e similares;

escafandria e mergulho; serviços de agronomia e de consultoria às atividades agrícolas e

pecuárias; atividades de intermediação e agenciamento de serviços e negócios em geral,

exceto imobiliários; agenciamento de profissionais para atividades esportivas, culturais

e artísticas; serviço de previsão meteorológica; serviços de avaliação não-imobiliária

(joias, antiguidades, etc.); as atividades de assessoria e consultoria técnica em áreas

profissionais, científicas e técnicas não especificadas anteriormente, inclusive as

realizadas por profissionais autônomos ou constituídos como empresas individuais,

dentre outras.

4.3 ÍNDICE PURO DE GUILHOTO, HEWINGS E SONIS (GHS)

O índice de RH que não leva em conta o nível de produção de uma determinada

atividade. Os índices de GHS tentam corrigir esta imperfeição. O Quadro A2 no

Apêndice A mostra todos os coeficientes dos índices de puros de ligação de GHS das

atividades compostas sobre a MIP de 2015, que foi a matriz submetida à aplicação deste

índice neste estudo, conforme explicado no capítulo de metodologia.

O Índice Puro de Ligação para Frente (PBL) significa que quanto maior o

indicador, maior a quantidade de insumos de uma atividade demandada por outros

segmentos, ponderados pelo valor da produção. O PBLN é o PBL normalizado pela

média, que não altera a ordem de classificação dos segmentos de acordo com os

coeficientes obtidos. Dentre os dez primeiros coeficientes, há maior participação do

Setor Secundário com cinco atividades. Em seguida, aparece o Terciário com quatro e o

Primário com um, que podem ser vistos no Quadro 13.

89

Quadro 13: Os dez maiores coeficientes PBL e PBLN do Índice de GHS, em 2015.

Atividade PBL PBLN

Construção (40) 366425,87 6,70

Comércio por atacado e a varejo (41) 327146,64 5,98

Abate e produtos de carne (8) 287209,62 5,25

Administração pública (60) 281500,97 5,15

Outros produtos alimentares (10) 208464,10 3,81

Fabricação automóveis (33) 158518,94 2,90

Alimentação (47) 155816,78 2,85

Agricultura (1) 115054,26 2,10

Refino petróleo coquerias (19) 92066,85 1,68

Intermediação financeira (52) 91435,58 1,67

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

As atividades com os menores coeficientes de PBL e PBLN (cuja ordem não se

altera) são dominadas pelo Terciário com seis atividades seguida pelo Secundário e

Primário, ambos com duas, conforme Quadro 14:

Quadro 14: Os dez menores coeficientes PBL e PBLN do Índice de GHS, em 2015.

Atividade PBL PBLN

Serviços domésticos (67) 0,00 0,00

Atividades de vigilância (59) 107,94 0,00

Impr. e repr. Gravações (18) 697,54 0,01

Ativ. tv, rádio, cine (49) 1296,62 0,02

Extr carvão, min não-met (4) 1976,61 0,04

Alug. não-imob. prop. intel. (57) 3187,10 0,06

Outras ativ. Prof. Cient. (56) 3557,70 0,07

Transporte aquaviário (43) 4714,76 0,09

Produção florestal, pesca (3) 5641,39 0,10

Fabricação prod. Madeira (16) 6340,96 0,12

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

O índice PBLN mostra que a oferta de produtos tem grande participação do setor

Terciário, cujos serviços são bastante utilizados no consumo intermediário das

atividades produtivas, mas também no consumo final. As atividades com maiores

coeficientes são bastante heterogêneas, incluindo as do setor secundário, mas estão

ligados aos bens finais ou de grande volume produtivo como é o caso da agricultura. Na

outra ponta, há grande participação do Terciário que, surpreendentemente, tem o setor

Outras atividades profissionais, científicas e técnicas (56) tendo baixa importância,

uma vez que foi considerado chave no índice RH. A distribuição desse indicador pode

ser visto no gráfico da Figura 16.

90

Figura 16: Distribuição dos coeficientes do índice PBLN de GHS, em 2015.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

O índice puro de ligação para trás PFL significa que quanto maior o indicador,

maior a quantidade de insumos que uma atividade demanda de outros segmentos,

ponderados pelo valor da sua produção. O PFLN é o PFL normalizado pela média, que

não altera a ordem de classificação dos segmentos de acordo com os coeficientes

obtidos. Dentre os dez primeiros coeficientes, há maior participação do Setor Terciário

com cinco atividades. Em seguida, aparece o Secundário com três e o Primário com

dois, que podem ser vistos no Quadro 15.

Quadro 15: Os dez maiores coeficientes PFL e PFLN do Índice de GHS, em 2015.

Atividade PFL PFLN

Comércio por atacado e a varejo (41) 386424,54 7,09

Intermediação financeira (52) 256676,47 4,71

Refino petróleo coquerias (19) 225086,44 4,13

Transporte terrestre (42) 221189,13 4,06

Outras atividades administrativas (58) 157716,17 2,89

Ativ. Jur. contábeis consult (54) 157659,73 2,89

Energia elétrica, gás natural (38) 143480,27 2,63

Agricultura (1) 137536,26 2,52

Fab. químicos, resinas (21) 113930,41 2,09

Extração petróleo e gás (5) 107769,30 1,98

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

91

As dez atividades com os menores coeficientes de PBL e PFLN (cuja ordem não

se altera) e, portanto, com menor encadeamento na economia Tem cinco participações

do Terciário, quatro do Secundário e um do Primário, conforme Quadro 16:

Quadro 16: Os dez menores coeficientes PFL e PFLN do Índice de GHS, em 2015.

Atividade PFL PFLN

Serviços domésticos (67) 0,00 0,00

Fabric. prod. do fumo (12) 47,23 0,00

Saúde pública (63) 308,59 0,01

Saúde privada (64) 399,75 0,01

Fab. calçados e artef. Couro (15) 1168,98 0,02

Educação pública (61) 1697,28 0,03

Fabricação automóveis (33) 3253,20 0,06

Outros eq. transp. exc auto. (35) 3960,37 0,07

Extr. met. não-ferrosos (7) 6286,10 0,12

Confecção vestuário e acess. (14) 6760,22 0,12

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

O PFL/PFLN incorpora apenas a matriz insumo-produto de consumo

intermediário, de modo que também não evita algumas distorções, sobretudo as

relacionadas aos setores que têm seus principais consumidores: o Governo e as

Famílias. Em decorrência disso, Serviços domésticos e públicos acabam sendo

prejudicados na avaliação. Desconsiderando este detalhe e posicionando o viés para o

consumo intermediário inter e intrassetorial é possível ver por meio do gráfico da Figura

17, enorme heterogeneidade nos índices em ambas as avaliações. O índice conseguiu

capturar o enorme fluxo de valores monetários, principalmente, nas atividades de

Comércio atacado varejo (41), Intermediação financeira (52), Refino petróleo e

coquerias (19) e Transporte terrestre (42).

92

Figura 17: Distribuição dos coeficientes do índice PFLN de GHS, em 2015.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Já o índice puro de ligação total (PTL) nada mais é do que a soma dos índices

PBL e PFL. Analogamente, o PTLN é o PTL normalizado pela média, que não altera a

ordem de classificação dos segmentos de acordo com os coeficientes obtidos. Este é um

bom indicador para ver quais são os setores com maior peso, em termos de participação

de valores na economia de Insumo-Produto. Dentre os dez primeiros coeficientes, há

maior participação do Setor Secundário com cinco atividades. Em seguida, aparecem o

Terciário com quatro e o Primário com um, que podem ser vistos no Quadro 17.

Quadro 17: Os dez maiores coeficientes PTL e PTLN do Índice de GHS, em 2015.

Atividade PTL PTLN

Comércio por atacado e a varejo (41) 713571,19 6,54

Construção (40) 414015,04 3,79

Intermediação financeira (52) 348112,04 3,19

Abate e produtos de carne (8) 318932,55 2,92

Refino petróleo coquerias (19) 317153,29 2,90

Administração pública (60) 303039,31 2,78

Transporte terrestre (42) 302241,84 2,77

Outros produtos alimentares (10) 275072,24 2,52

Agricultura (1) 252590,52 2,31

Alimentação (47) 190497,22 1,74

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

93

Já as dez atividades com os menores coeficientes de PTL e PTLN (cuja ordem não

se altera) e, portanto, com menor peso na economia tem maior participação do setor

Terciário com cinco segmentos, em seguida vem o Primário com três e o Secundário

com dois, conforme Quadro 18:

Quadro 18: Os dez menores coeficientes PTL e PTLN do Índice de GHS, em 2015.

Atividade PTL PTLN

Serviços domésticos (67) 0,00 0,00

Extr. met. não-ferrosos (7) 15763,21 0,14

Fabric. prod. do fumo (12) 16169,35 0,15

Edição integ. impressão (48) 17352,38 0,16

Transporte aquaviário (43) 17453,68 0,16

Produção florestal, pesca (3) 19054,84 0,17

Impr. e repr. Gravações (18) 19179,30 0,18

Extr carvão, min não-met (4) 19206,73 0,18

Alojamento (46) 20747,19 0,19

Ativ. artísticas, criativas (65) 22497,85 0,21

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

É de se observar, novamente, bastante heterogeneidade dos setores que possuem

tanto maior peso, quanto menor peso, em termos de transações na economia de

consumo intermediário, nos coeficientes de PTLN de GHS. Ou seja, nas atividades

com os melhores desempenhos do índice não é possível estabelecer precisamente um

padrão, mas nota-se que, de fato, há uma enorme influência por conta da ponderação de

valores totais produzidos. No outro extremo, o baixo nível de produção em termos

monetários, sem levar em conta a Demanda Final, também é perceptível. Desta análise

se depreende que os maiores encadeamentos contemplam não apenas o uso técnico dos

insumos, mas também a influência em termos de valores monetários. Disto, pode-se

concluir que certas atividades de Serviços promovem grande encadeamento na

economia, como Comércio (41), Intermediação Financeira (52), Administração Pública

(60) e Transporte Terrestre (42). Atividades que envolvem a flexibilidade produtiva tal

como visto em Kon (2015) ou de característica burocrática. A distribuição do indicador

pode ser vista na Figura 18.

94

Figura 18: Distribuição dos coeficientes do índice PTLN de GHS, em 2015.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Finalmente, para que um setor seja considerado chave é necessário que este esteja

acima da média, ou seja, com valores acima de 1 nos índices de PBLN e PFLN,

concomitantemente. Os resultados podem ser vistos no Quadro 20.

Quadro 19: Atividades consideradas chave para a Matriz Insumo-Produto de 2015 pelo

método GHS.

Setor Setores-Chave pelo Índice de Ligações Puras de GHS

Primário Agricultura (1)

Secundário Outros produtos alimentares (10)

Secundário Refino petróleo coquerias (19)

Terciário Comércio por atacado e a varejo (41)

Terciário Transporte terrestre (42)

Terciário Telecomunicações (50)

Terciário Intermediação financeira (52)

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Conforme extensamente dito, além do próprio encadeamento na economia, o

principal diferenciador do índice de GHS é a ponderação por valores monetários nos

fluxos entre os segmentos em comparação ao índice de RH. Nesta avaliação, fica

evidente o potencial do setor Terciário na economia, que é bastante capturado quando se

vê a participação no PIB de modo relativo entre os três grandes setores tal qual no

95

Capítulo 2, no item de avaliações do PIB, deste trabalho. As atividades encontradas

como chave se referem à flexibilidade, visto em Kon (2015), para a

complementariedade produtiva tal como canais de distribuição, comunicação,

investimento e fluxo financeiro. Ainda no Brasil, há grande impacto do setor

alimentício e de agricultura (ambos fortemente interligados aparentemente). Os serviços

de Transporte Terrestre (42) novamente aparecem ao lado de Refino de petróleo (19) e

Telecomunicações (50), já constados no índice de RH. É muito clara a importância de

ambos num país onde a estrutura produtiva é extremamente dependente de transporte

rodoviário, tanto para cargas, quanto para passageiros, além do vasto uso atual de

telefonia móvel e Internet. Os resultados, no que tange o setor de Serviços, caminham

em direção ao encontrado por Pereira (2014), o autor só não encontrou

Telecomunicações (50) como chave neste mesmo indicador.

As atividades encontradas como setores-chave na abordagem de GHS estão mais

detalhadas em IBGE (2007). Abaixo é exposto um pequeno resumo das atividades

consideradas chaves no GHS, em adição às encontradas no índice de RH:

Comércio por atacado e a varejo (41): Compreende as atividades de venda por

atacado de mercadorias, quer realizada por comerciante atacadista ou por representante

ou agente do comércio. Em geral, esta venda é uma etapa intermediária da distribuição

de mercadorias e está organizada para vender mercadorias em grandes quantidades a

varejistas, a empresas, estabelecimentos agropecuários, cooperativas e a uma clientela

institucional. Entretanto, alguns atacadistas, sobretudo os que fornecem bens de capital

de grande porte, vendem mercadorias por unidade aos usuários finais. Compreende

também as manipulações habituais do comércio atacadista como montagem,

classificação e agrupamento de produtos em grande escala, fracionamento,

acondicionamento e envasamento, redistribuição em recipientes de menor escala –

quando realizadas por conta própria e as atividades de representantes comerciais e

agentes do comércio atacadista realizadas via internet.

Intermediação financeira, seguros e previdência complementar (52): Compreende

as unidades voltadas primordialmente à realização de transações financeiras, isto é,

transações envolvendo a criação, liquidação e troca de propriedade de ativos

financeiros. Também compreende as atividades de seguros, capitalização, resseguros,

previdência complementar, planos de saúde e as atividades de serviços de apoio às

transações financeiras e às atividades de seguros. O Banco Central, como autoridade

monetária do país, também está enquadrado. Compreende também as atividades

96

relacionadas à propriedade de ativos, tais como as empresas holdings, as atividades de

fundos de investimento e outras entidades financeiras.

Outros produtos alimentares (10): Compreende Fabricação de produtos de

panificação; Fabricação de biscoitos e bolachas; Fabricação de produtos derivados do

cacau, de chocolates e confeitos; Fabricação de massas alimentícias; Fabricação de

especiarias, molhos, temperos e condimentos; Fabricação de alimentos e pratos prontos;

Fabricação de vinagres; Fabricação de pós-alimentícios; Fabricação de fermentos e

leveduras; Fabricação de gelo comum; Fabricação de produtos para infusão (chá, mate,

etc.); Fabricação de adoçantes naturais e artificiais; dentre outros.

Agricultura, inclusive o apoio à agricultura e a pós-colheita (1): Compreende

cultivo de lavouras identificadas quatro segmentos (grupos): produção de lavouras

temporárias; horticultura e floricultura ; produção de lavouras permanentes; produção de

sementes e mudas certificadas onde estão incluídos os processos de cultivo tradicional,

orgânico, bem como o cultivo de plantas modificadas geneticamente. De atividades de

apoio à agricultura, compreende o preparo do solo, plantio, colheita, etc.. Por atividades

pós-colheita entende-se a preparação primária de produtos agrícolas para o mercado

(limpeza, ornamentação, classificação, desinfecção).

4.4 MULTIPLICADORES DE PRODUTO E DE EMPREGO

O Multiplicador de Produção captura o impacto direto e indireto na economia

causado pelo crescimento de uma atividade econômica (Pereira, 2014). Se a demanda de

um setor aumentar em uma unidade monetária, então o valor do coeficiente será o

equivalente produzido na economia direta e indiretamente. O cálculo dos

Multiplicadores de Produção, de acordo com o Capítulo de Metodologia, é feito sobre a

MIP de 2015 e a relação dos valores obtidos está no Quadro A3 no Apêndice A.

Ao se analisar os 10 maiores Multiplicadores de Produção Tipo I (MPI), observa-

se que todos pertencem ao Secundário. Em contrapartida, das atividades que detêm os

dez menores Multiplicadores, nove pertencem ao Terciário e um ao setor primário,

conforme o Quadro 20.

97

Quadro 20: Atividades com os 10 maiores e menores Multiplicadores de Produção MP

do Tipo I, em 2015.

Setor MP Tipo I Setor MP Tipo I

Abate e produtos de carne (8) 2,51 Serviços domésticos (67) 1,00

Refino petróleo coquerias (19) 2,48 Atividades imobiliárias (53) 1,11

Fabr. e refino de açúcar (9) 2,41 Atividades de vigilância (59) 1,22

Fabr. Biocombustíveis (20) 2,38 Educação pública (61) 1,24

Outros produtos alimentares (10) 2,36 Produção florestal, pesca (3) 1,36

Fabricação bebidas (11) 2,22 Des. Sist. Serv. Informação (51) 1,38

Fabr. prod. de limpeza (23) 2,19 Outras atividades administrativas (58) 1,39

Fabricação automóveis (33) 2,18 Educação privada (62) 1,39

Fabric. prod. do fumo (12) 2,18 Administração pública (60) 1,41

Prod. ferro-gusa, siderurgia (27) 2,15 Alug. não-imob. prop. intel. (57) 1,42

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Observa-se diante destes resultados que a indústria é a que mais impacta no

crescimento produtivo da economia com uso desta métrica. Por outro lado, o Terciário é

o setor que detém os menores coeficientes, sobretudo aqueles relacionados às atividades

públicas, conforme pode também ser verificado no gráfico da Figura 19.

Figura 19: Distribuição dos Multiplicadores de Produção do Tipo I, em 2015.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Conforme Guilhoto e Sesso Filho (2010), o Multiplicador Tipo II tem o Consumo

das Famílias endogeneizado, o que faz com que este capture efeito direto, indireto e

induzido (renda). A interpretação é a mesma que no MP Tipo I.

98

Para o Multiplicador de Produção do Tipo II (MP II), dentre os dez maiores

valores, seis atividades pertencem ao setor Terciário e quatro ao Secundário. Na posição

oposta, dos dez menores valores, cinco pertencem ao Primário, quatro ao Terciário e um

ao Secundário, conforme pode ser visto no quadro 21.

Quadro 21: Atividades com os 10 maiores e menores Multiplicadores de Produção MP

do Tipo II, em 2015.

Setor MP Tipo II Setor MP Tipo II

Serviços domésticos (67) 4,48 Atividades imobiliárias (53) 1,24

Educação pública (61) 4,24 Produção florestal, pesca (3) 1,81

Saúde pública (63) 4,09 Agricultura (1) 2,41

Administração pública (60) 3,89 Alug. não-imob. prop. intel. (57) 2,55

Educação privada (62) 3,87 Fab. equip. info. eletr. (30) 2,63

Atividades de vigilância (59) 3,87 Extração de minério de ferro (6) 2,65

Abate e produtos de carne (8) 3,80 Extração petróleo e gás (5) 2,68

Fabr. e refino de açúcar (9) 3,76 Ativ. Jur. contábeis consult (54) 2,77

Fab peças automotores (34) 3,74 Pecuária (2) 2,80

Fab. calçados e artef. Couro (15) 3,72 Intermediação financeira (52) 2,81

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Com os resultados, consegue-se notar uma grande diferença do MPII em relação

ao MPI, isto por conta da endogeneização do Consumo das Famílias que, com renda

adquirida, consegue induzir sobremaneira a economia. Isso é claramente visto quando

se observa que as principais atividades estão relacionadas a serviços públicos e a

serviços domésticos que, embora não tenham grande participação no consumo

intermediário, conseguem ―puxar‖ a economia com consumo. O mesmo não se pode

dizer das atividades primárias e do segmento de Intermediação Financeira (53) cujos

muitos de seus efeitos indiretos não são capturados no índice. A distribuição no gráfico

da Figura 20 deixa nítida essa situação.

99

Figura 20: Distribuição dos Multiplicadores de Produção do Tipo II, em 2015.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

O Multiplicador de Emprego (ME) é o efeito direto e indireto na geração de

empregos para cada unidade monetária produzida na Economia. No ME Tipo I (MEI)

dentre os dez maiores coeficientes, o Secundário detém oito coeficientes e o primário

dois. Já dentre os dez menores coeficientes, sete são do Terciário e três do Primário

conforme Quadro 22.

Quadro 22: Atividades com os 10 maiores e menores Multiplicadores de Emprego ME

do Tipo I, em 2015.

Setor ME I Setor ME I

Refino petróleo coquerias (19) 81,67 Serviços domésticos (67) 1,00

Extração petróleo e gás (5) 12,76 Atividades de vigilância (59) 1,08

Fabric. prod. do fumo (12) 12,44 Produção florestal, pesca (3) 1,13

Abate e produtos de carne (8) 9,90 Educação privada (62) 1,14

Fab. químicos, resinas (21) 8,47 Ativ. artísticas, criativas (65) 1,16

Energia elétrica, gás natural (38) 8,34 Outras atividades administrativas (58) 1,16

Fabricação automóveis (33) 8,24 Pecuária (2) 1,16

Prod. ferro-gusa, siderurgia (27) 7,32 Educação pública (61) 1,20

Fabr. Biocombustíveis (20) 6,98 Agricultura (1) 1,22

Extração de minério de ferro (6) 6,78 Org. associativas (66) 1,24

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Observa-se forte presença de atividades do Setor Secundário também nos

multiplicadores de Emprego que provê resultados à geração de emprego na cadeia

100

produtiva. As atividades que mais impactam estão ligadas a setores de processamento e

extração de recursos naturais, embora segmentos de produtos químicos e de automóveis

também geram grandes impactos na geração de empregos. O setor de Serviços, no lado

contrário mostra baixa geração de emprego a cada unidade monetária investida, fato já

observado em Pereira (2014). Também, os segmentos agropecuários, de extração

florestal e pesca têm propensão a gerar menos empregos, como pode ser visto no gráfico

da Figura 21. É de se notar o forte potencial para geração de emprego do ramo de refino

de Petróleo e Coquerias.

Figura 21: Distribuição dos Multiplicadores de Emprego do Tipo I, em 2015.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

O Multiplicador de Emprego do Tipo II (MEII) tem o Consumo das Famílias

endogeneizado, o que faz com que este capture efeito direto, indireto e induzido (renda)

na Economia. Neste indicador, em que cada unidade monetária geraria um equivalente

de emprego na mesma magnitude que seu coeficiente. Os dez maiores valores

encontrados têm como participação oito atividades do Secundário e duas do Primário.

Inversamente, dos dez menores valores, seis pertencem ao setor Terciário, três ao

Primário e um ao Secundário. O quadro 23 provê tais resultados.

101

Quadro 23: Atividades com os 10 maiores e menores Multiplicadores de Emprego ME

do Tipo II, em 2015

Setor ME II Setor ME II

Refino petróleo coquerias (19) 153,13 Serviços domésticos (67) 1,21

Extração petróleo e gás (5) 28,00 Produção florestal, pesca (3) 1,22

Fabric. prod. do fumo (12) 17,53 Pecuária (2) 1,30

Energia elétrica, gás natural (38) 16,37 Agricultura (1) 1,44

Fab. químicos, resinas (21) 15,97 Ativ. artísticas, criativas (65) 1,49

Fabricação automóveis (33) 15,82 Org. associativas (66) 1,57

Prod. ferro-gusa, siderurgia (27) 13,37 Alimentação (47) 1,69

Abate e produtos de carne (8) 12,67 Confecção vestuário e acess. (14) 1,74

Extração de minério de ferro (6) 12,38 Outras atividades administrativas (58) 1,78

Fab. Defensivos, desinf. (22) 11,20 Comércio por atacado e a varejo (41) 1,79

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Neste indicador, não há muita alteração na configuração em relação ao Tipo I,

exceto os incrementos nos valores dos índices. Da mesma maneira também aparecem

muitas atividades de processamento e extração de recursos naturais. No lado contrário,

segmentos ligados ao Setor Primário constituem débil poder de geração de emprego a

cada unidade monetária, idêntica ao Multiplicador de Emprego Tipo I. O Setor Terciário

se destaca por baixa capacidade de gerar emprego por unidade, mesmo com o consumo

das famílias endogeneizado. A distribuição pode ser vista no gráfico da Figura 22.

Figura 22: Distribuição dos Multiplicadores de Emprego do Tipo II, em 2015.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

102

4.5 EXTRAÇÃO HIPOTÉTICA

Conforme exposto no capítulo de Metodologia, na abordagem da Extração

hipotética, supõe-se que um setor seja retirado da Economia. Em seguida, verifica-se o

impacto na economia. Este impacto, de acordo com Miller e Blair (2009), pode ser

mensurado em termos percentuais. No presente estudo, cada atividade econômica foi

extraída uma a uma para fins de simulação. A partir de então foi avaliado o impacto na

Produção Nacional. Os valores podem ser vistos no Quadro A5, contido no Apêndice A.

Das dez atividades que, na sua ausência, causam maiores reduções percentuais na

Produção Nacional, cinco são do Secundário, quatro do Terciário e uma do primário. As

dez atividades que menos causam impactos na economia têm quatro pertencentes ao

Terciário, três ao Secundário e três ao Primário, conforme o Quadro 24.

Quadro 24: Dez maiores e menores reduções percentuais causadas sobre o PIB, após

extração Hipotética de uma atividade, em 2015.

Maiores Impactos % Menores Impactos %

Comércio por atacado e a varejo (41) 15,83% Fabric. prod. do fumo (12) 0,31%

Construção (40) 10,06% Extr. met. não-ferrosos (7) 0,31%

Administração pública (60) 9,88% Transporte aquaviário (43) 0,32%

Intermediação financeira (52) 7,26% Impr. e repr. Gravações (18) 0,33%

Refino petróleo coquerias (19) 6,06% Edição integ. impressão (48) 0,35%

Atividades imobiliárias (53) 5,90% Extr carvão, min não-met (4) 0,35%

Transporte terrestre (42) 5,75% Alojamento (46) 0,40%

Abate e produtos de carne (8) 5,73% Produção florestal, pesca (3) 0,41%

Outros produtos alimentares (10) 5,26% Fabricação prod. Madeira (16) 0,45%

Agricultura (1) 5,07% Atividades de vigilância (59) 0,48%

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

É de se notar, por meio deste método, que existe grande heterogeneidade no que

se refere aos efeitos de ligação para frente e para trás das atividades. Com um olhar

mais preciso, repara-se que as atividades que mais causam impactos estão muito

relacionadas à grande volume monetário em termos de produção e/ou Demanda Final.

Algumas das atividades de Serviços que mais impactaram ao serem extraídas coincidem

com os resultados do índice de GHS com Comércio (41), Intermediação Financeira

(52) e Transporte Terrestre (42). Os resultados também se assemelham a Hegele (2018)

que encontrou Comércio (41) e Transporte Terrestre (41) como um dos maiores

responsáveis por quedas no PIB.

Os segmentos que menos causam impactos no PIB são bastante heterogêneos,

embora prevaleçam muitos do setor de Serviços. É de se reparar que as atividades

103

extrativas não provêm muitos encadeamentos na economia, ou seja, não afetam em

demasia tanto o Consumo Intermediário, quanto a Demanda Final na sua ausência.

Percebe-se também que, em termos de consumo intermediário, os setores que

podem causar maiores quedas percentuais no Produto Nacional, na sua ausência, estão

relacionados aos canais de transporte e distribuição de produtos, bem como aqueles

vinculados aos setores alimentícios, de moradia, investimento e produção de

combustíveis. Os resultados encontrados podem ser vistos na representação gráfica na

Figura 23.

Figura 23: Distribuição das reduções percentuais causadas sobre a demanda das

atividades econômicas no PIB, após extração Hipotética, em 2015.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Além de redução na Produção Nacional, este método avalia o encadeamento da

atividade na economia, no consumo intermediário intersetorial. Isto significa que além

da queda no PIB, os segmentos podem causar transtornos do tipo efeito em cadeia.

Um exemplo pode ser verificado na greve dos caminhoneiros de 2018. Com a

parada de uma grande parcela destes, os estoques de combustíveis e outras mercadorias

foram rareando, o que ocasionou a paralisação de muitas atividades, embora não todas.

Com o desabastecimento, alguns tiveram lucros ao possuir mercadorias com maior

procura, como os combustíveis, mas a grande maioria teve prejuízos, como perda de

eficiência devido a filas, ausência de serviços etc..

104

Para ilustrar melhor, foi realizada uma simulação em que o setor Transporte

terrestre (42) é retirado. Decorrente disso, a produção nacional total teve uma queda de

5,75%. Dos dez mais setores mais impactados, cinco são do setor Terciário, quatro são

do Secundário e um do Primário. Dos menos impactados, seis são do Terciário, três do

Secundário e um do Primário. Os dez maiores e menores impactos podem ser vistos no

Quadro 25.

Quadro 25: Dez maiores reduções percentuais causadas sobre a demanda das atividades

econômicas, após extração Hipotética do Setor 42, em 2015.

Extração Setor 42 Maiores Extração Setor 42 Menores

Transporte terrestre (42) 100,00% Serviços domésticos (67) 0,00%

Refino petróleo coquerias (19) 25,09% Saúde pública (63) 0,00%

Extração petróleo e gás (5) 14,87% Saúde privada (64) 0,00%

Fab peças automotores (34) 11,35% Educação pública (61) 0,01%

Fabr. Biocombustíveis (20) 10,09% Fabric. prod. do fumo (12) 0,01%

Armaz. ativ. aux. correio (45) 8,12% Abate e produtos de carne (8) 0,07%

Transporte aquaviário (43) 8,01% Fab. farmoquímicos e farm. (24) 0,10%

Alug. não-imob. prop. intel. (57) 7,22% Pecuária (2) 0,11%

Fab. borracha e plástico (25) 6,71% Administração pública (60) 0,14%

Atividades de vigilância (59) 5,16% Alimentação (47) 0,16%

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Observa-se que além de o próprio setor ter uma queda na sua demanda, os que

mais caíram têm relação com produção e distribuição de combustíveis, que acarretaram

uma reação em cadeia. Do lado oposto, as menores quedas se referem a serviços

públicos e de saúde, mas também há atividades industriais e primárias que parecem ter

menor encadeamento direto e indireto com Transportes Terrestres. Os resultados aqui

encontrados ratificaram tal efeito em cascata, revelando o encadeamento dos mais

diversos setores. Decorrente desta falta de transporte e distribuição de alimentos e

demais insumos, muitos setores tiveram suas atividades interrompidas tais quais as de

educação pública. Contudo, na extração hipotética, a atividade de educação pública não

mostra que teria sofrido grande impacto. Isto poderia ser explicado, novamente, pelo

fato de que o método captura os impactos em termos de valores de troca monetários, e

não valores de uso. Consequentemente, não se captura o não uso da estrutura produtiva.

A Figura 24 mostra os impactos percentuais na demanda sobre as atividades

econômicas da MIP de 2015.

105

Figura 24: Distribuição das reduções percentuais causadas sobre a demanda das

atividades econômicas, após extração Hipotética do Setor 42, em 2015.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

4.6 INDICADOR DE DESIGUALDADE TECNOLÓGICA INTERSETORIAL

Conforme exposto na metodologia, foi desenvolvido para este trabalho o

Indicador de Desigualdade Tecnológica Intersetorial (IDTI) sobre a matriz inversa de

Leontief. Além de verificar os índices com base em todas as atividades da matriz, seja

como Demanda Total (DT), seja como Oferta Total (OT), os três grandes setores são

avaliados de modo desagregado em Primário (PRIM), Secundário (SEC) e Terciário

(TER). Os resultados são mostrados na tabela 2, a seguir.

Tabela 2: Coeficientes do Indicador de Desigualdade Tecnológica Intersetorial

IDTI(DT) IDTI(OT) PRIM(DT) PRIM(OT) SEC(DT) SEC(OT) TER(DT) TER(OT)

0,103 0,253 0,0553 0,226 0,0612 0,208 0,122 0,299

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

As distribuições dos coeficientes podem ser vistas na figura 25.

106

Figura 25: Distribuição dos coeficientes dos IDTI-DT e IDTI-OT na economia e por

setores, em 2015.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

A análise qualitativa dos resultados exige entender que um dado setor demanda

uma cesta de insumos e produz bens ou serviços sujeitos a uma restrição tecnológica.

Com tal configuração, este setor pode ofertar o seu produto que possui incorporado toda

essa tecnologia (ainda que muito simples como serviços domésticos). O mercado então

demandará a produção que também será insumo em outras atividades. Como existe uma

suposição de equilíbrio entre ofertantes e demandantes, a oferta tem de possuir uma

combinação entre quantidade e preços para que o produto ou serviço não seja

substituído por outro, ainda que imperfeitamente. Portanto, quanto menor o IDTI-OT,

menores as disparidades setoriais no que se refere a estas combinações ofertadas entre

as atividades.

Analisado todos os setores, de modo geral, o coeficiente de IDTI-OT foi próximo

de 0,25, o que indica que há relativa desigualdade no que se refere às ofertas de

combinação tecnológica e quantidades monetárias de produtos e serviços.

Analogamente, do ponto de vista intrassetorial, o setor que mais apresentou

desigualdade interna foi o Terciário com coeficiente na ordem de 0,3. Esse resultado

sugere que esse setor é o mais heterogêneo em termos de provimento de bens ou

serviços.

O lado da demanda é mais fácil de interpretar. São apenas cestas com insumos e

quantidades necessárias para que um determinado setor faça uso eficiente de sua

107

tecnologia. O IDTI-DT, que provê o coeficiente em termos totais, mostrou desigualdade

na ordem de 0,10. Setorialmente, o Terciário revelou ser o mais desigual, com o

coeficiente na ordem aproximada de 0,12. O resultado ratifica a maior heterogeneidade

do setor em relação aos demais, que tiveram coeficientes menores. Os resultados

indicaram baixas desigualdades na requisição tecnológica de insumos dos vários outros

segmentos, seja em termos gerais, seja intrassetoriais nos três grandes Setores.

4.6 MATRIZ DE INTENSIDADE

A Matriz de Intensidade é uma ferramenta que fornece informações adicionais aos

índices de ligação para frente e para trás (Brasil, 2015). Esta foi aplicada à Matriz

Insumo-Produto de 2015 de acordo com a metodologia exposta no capítulo anterior.

O resultado mostrou que do lado da demanda, das dez atividades que têm maiores

ligações para trás, todas são do Setor Secundário. Das dez com menores encadeamentos,

nove são do Setor Terciário e uma do Primário, conforme pode ser visto no quadro 26.

Nota-se que os resultados são idênticos aos Multiplicadores de Produção do Tipo I.

Portanto o ponto forte desta metodologia é a representação topográfica dos coeficientes

técnicos.

Quadro 26: Atividades com os maiores e menores coeficientes de ligações para trás

(demanda) na Matriz de Intensidade, em 2015

Atividade Maior Atividade Menor

Abate e produtos de carne (8) 2,51 Serviços domésticos (67) 1,00

Refino petróleo coquerias (19) 2,48 Atividades imobiliárias (53) 1,11

Fabr. e refino de açúcar (9) 2,41 Atividades de vigilância (59) 1,22

Fabr. Biocombustíveis (20) 2,38 Educação pública (61) 1,24

Outros produtos alimentares (10) 2,36 Produção florestal, pesca (3) 1,36

Fabricação bebidas (11) 2,22 Des. Sist. Serv. Informação (51) 1,38

Fabr. prod. de limpeza (23) 2,19 Outras atividades administrativas (58) 1,39

Fabricação automóveis (33) 2,18 Educação privada (62) 1,39

Fabric. prod. do fumo (12) 2,18 Administração pública (60) 1,41

Prod. ferro-gusa, siderurgia (27) 2,15 Alug. não-imob. prop. intel. (57) 1,42

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Já do lado da oferta, das dez atividades que têm maiores ligações para frente,

cinco são do Terciário, três do Secundário e duas do Primário. Das dez menores, seis

são do setor Terciário e quatro do Secundário, conforme pode ser visto no quadro 27.

108

Quadro 27: Atividades com os maiores e menores coeficientes de ligações para frente

(oferta) na Matriz de Intensidade, em 2015

Atividade Maior Atividade Menor

Comércio por atacado e a varejo (41) 6,96 Serviços domésticos (67) 1,00

Refino petróleo coquerias (19) 5,02 Saúde pública (63) 1,00

Transporte terrestre (42) 4,25 Educação pública (61) 1,03

Intermediação financeira (52) 3,91 Fabric. prod. do fumo (12) 1,05

Energia elétrica, gás natural (38) 3,66 Fabricação automóveis (33) 1,08

Agricultura (1) 3,43 Saúde privada (64) 1,11

Ativ. Jur. contábeis consult (54) 3,32 Edição integ. impressão (48) 1,11

Fab. químicos, resinas (21) 3,30 Fab. farmoquímicos e farm. (24) 1,13

Extração petróleo e gás (5) 2,56 Alojamento (46) 1,13

Outras atividades administrativas (58) 2,54 Confecção vestuário e acess. (14) 1,13

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Ainda na Matriz Intensidade, dos dez maiores coeficientes que indicam os mais

altos índices técnicos entre os setores, como ofertantes e demandantes, tem-se que os

mais altos coeficientes de oferta estão relacionados ao setor Primário, principalmente

com a agricultura. Do lado da demanda, todas as atividades são do Secundário,

conforme pode ser visto no Quadro 28.

Quadro 28: Os dez maiores Coeficientes na Matriz de Intensidade com os setores

ofertantes e Demandantes, em 2015

Atividade Coeficiente Atividade

Agricultura (1) 0,5215 Fabr. e refino de açúcar (9)

Agricultura (1) 0,4203 Fabr. Biocombustíveis (20)

Agricultura (1) 0,3725 Fabric. prod. do fumo (12)

Ativ. tv, rádio, cine (49) 0,3492 Serv Arquit. Eng. P & D (55)

Energia elétrica, gás natural (38) 0,3312 Energia elétrica, gás natural (38)

Pecuária (2) 0,3200 Abate e produtos de carne (8)

Refino petróleo coquerias (19) 0,3163 Refino petróleo coquerias (19)

Extração petróleo e gás (5) 0,2522 Refino petróleo coquerias (19)

Agricultura (1) 0,2184 Outros produtos alimentares (10)

Fab Têxteis (13) 0,2039 Confecção vestuário e acess. (14)

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Observa-se, no geral, que as maiores intensidades de encadeamento na economia

em ligações para frente apresentam bastante diversificação. Como ofertantes, Comércio

atacado varejo (41), Transporte terrestre (42) e Agricultura (1) se destacam além de

Refino petróleo coquerias (19), Extração petróleo e gás (5) e de Energia elétrica, gás

natural (38). Os menores índices são relacionados às atividades de serviços. Destaca-se

109

o baixo encadeamento de Serviços domésticos (67), muito presente nos menores

coeficientes neste estudo e dependente da Demanda Final.

No lado da demanda, a totalidade do setor Secundário explica o quão importante

são suas indústrias no que se refere à ligação para trás no Consumo Intermediário.

Embora haja certa heterogeneidade, atividades de indústria pesada, alimentícia e de

combustíveis são as mais importantes. Já o setor Terciário domina o percentil dos

menores coeficientes de ligação para trás, sobretudo aqueles relacionados à demanda

final, tais como educação e atividades administrativas.

Os dez maiores coeficientes da matriz toda têm como carro-chefe a Agricultura

(1) e segmentos relacionados aos combustíveis e à energia. Os maiores demandantes são

aqueles que fazem uso dos insumos produzidos na agricultura, como para a produção de

açúcar, biocombustível e fumo.

A Matriz Intensidade é mostrada na topografia da Figura 26 e é apresentada em

um espaço R³. Os números do eixo no plano horizontal correspondem aos setores

(conforme os quadros do Apêndice A) e os valores na vertical, a intensidade de ligações

do setor. O eixo da esquerda relaciona os setores de acordo com suas ligações para

frente e os da direita sua ligação para trás.

Figura 26: Topografia da Matriz de Intensidade para a Economia Brasileira em 2015.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

110

4.8 CAMPO DE INFLUÊNCIA

O Campo de Influência permite identificar quais os coeficientes que geram mais

impacto no sistema econômico caso sofra alterações (Guilhoto, 2012). De acordo com a

metodologia exposta no capítulo anterior, é necessário estabelecer uma variação

incremental no coeficiente direto de insumo ε, que neste estudo foi definido com o valor

de 0,001 e aplicado à Matriz de Coeficientes Técnicos da MIP de 2015. Os valores

totais completos encontra-se no Quadro A6 do Apêndice A.

Obtém-se que, no lado da oferta, das dez atividades com os maiores coeficientes

totais, oito pertencem ao Secundário e duas pertencem ao Terciário. Já os dez menores

coeficientes estão todos concentrados no Terciário, conforme o quadro 29.

Quadro 29: Atividades com os maiores e menores coeficientes do Campo de Influência

de oferta, em 2015

Atividade Maior Atividade Menor

Refino petróleo coquerias (19) 199,7 Serviços domésticos (67) 82,3

Energia elétrica, gás natural (38) 187,4 Educação pública (61) 82,6

Fab. químicos, resinas (21) 132,2 Atividades de vigilância (59) 82,9

Fab Têxteis (13) 126,0 Atividades imobiliárias (53) 83,0

Abate e produtos de carne (8) 116,0 Educação privada (62) 83,1

Fabr. e refino de açúcar (9) 115,6 Saúde pública (63) 83,2

Metalurgia não-ferrosos (28) 114,7 Administração pública (60) 83,8

Transporte terrestre (42) 114,7 Alojamento (46) 84,2

Telecomunicações (50) 114,3 Org. associativas (66) 84,5

Fab. calçados e artef. Couro (15) 114,0 Edição integ. impressão (48) 85,8

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Por este método, observa-se que os maiores coeficientes estão relacionados às

indústrias de combustíveis e energia, mas também há heterogeneidade não ocorrendo

algum tipo de padronização. Contudo, é evidente que as atividades, mesmo as do

Terciário que têm elevados coeficientes, estão vinculadas à cadeia produtiva tal como

Transportes Terrestres (42) e Telecomunicações (50), essenciais como serviços

complementares à indústria. Na outra ponta, a maior heterogeneidade do Setor de

Serviços fica claro quando se observa que os menores coeficientes são de atividades do

Terciário que têm pouco vínculo no Consumo Intermediário, mas maior na Demanda

Final.

111

No lado da demanda, das dez atividades com os maiores coeficientes, quatro

pertencem ao Terciário, quatro ao Secundário e duas ao Primário. Já das atividades com

os dez menores coeficientes, todos pertencem ao Terciário, conforme o quadro 30.

Quadro 30: Atividades com os maiores e menores coeficientes do Campo de Influência

de demanda, em 2015.

Atividade Maior Atividade Menor

Refino petróleo coquerias (19) 214,1 Serviços domésticos (67) 82,3

Energia elétrica, gás natural (38) 194,3 Saúde pública (63) 82,3

Agricultura (1) 151,1 Educação pública (61) 82,3

Comércio por atacado e a varejo (41) 146,8 Alojamento (46) 82,5

Fab. químicos, resinas (21) 142,6 Educação privada (62) 82,5

Fab Têxteis (13) 127,8 Atividades de vigilância (59) 82,9

Transporte terrestre (42) 121,3 Alimentação (47) 82,9

Intermediação financeira (52) 119,3 Transporte aéreo (44) 82,9

Ativ. tv, rádio, cine (49) 118,0 Administração pública (60) 82,9

Extração petróleo e gás (5) 113,7 Edição integ. impressão (48) 83,0

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

No lado da demanda, as atividades que mais influenciam as demais são

heterogêneas, pois abrangeram todos os três grandes setores (Primário, Secundário e

Terciário). Também não se encontrou um padrão, mas é possível verificar que a maioria

dos setores que se identifica com o sistema produtivo está vinculada à indústria de

transformação, sobretudo os que manipulam recursos naturais. Observa-se que muitos

segmentos são relacionados aos canais de distribuição ou complementariedade

produtiva como Comércio (41), Transporte Terrestre (42) e Intermediação Financeira

(52). Uma atividade de Serviços que apareceu e que embora seja importante na

Economia, mas causa estranheza por constar no indicador é a Atividade de TV, rádio

(49). Isto pode ser decorrente do fato de que o Campo de Influência também trabalha

com a matriz inversa dos Coeficientes Técnicos de Leontief, sem levar em conta a

produção total. Isto pode causar distorções já que se trabalha com medidas de

proporção.

Por fim, quando se soma os coeficientes de demanda e de oferta, chega-se ao

valor total. Disto, tem-se que das atividades com os dez maiores coeficientes, cinco

pertencem ao Setor Secundário, quatro ao Terciário e uma ao Primário. Os dez menores

coeficientes totais são todos do Terciário, conforme pode ser visto no quadro 31.

112

Quadro 31: Atividades com os maiores e menores coeficientes do Campo de Influência

no total, em 2015

Atividade Maior Atividade Menor

Refino petróleo coquerias (19) 413,7 Serviços domésticos (67) 164,6

Energia elétrica, gás natural (38) 381,7 Educação pública (61) 164,9

Fab. químicos, resinas (21) 274,8 Saúde pública (63) 165,5

Fab Têxteis (13) 253,8 Educação privada (62) 165,6

Agricultura (1) 242,2 Atividades de vigilância (59) 165,9

Comércio por atacado e a varejo (41) 237,9 Alojamento (46) 166,6

Transporte terrestre (42) 235,9 Administração pública (60) 166,8

Intermediação financeira (52) 228,9 Atividades imobiliárias (53) 167,4

Telecomunicações (50) 226,8 Org. associativas (66) 167,6

Metalurgia não-ferrosos (28) 225,1 Edição integ. impressão (48) 168,8

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Não há muita novidade em que das atividades com menor influência no sistema

produtivo estejam relacionados àquelas com maior Demanda Final e menor

fornecimento de insumos ao Consumo Intermediário. Isso por conta do índice que capta

mais efeitos diretos que indiretos, por conta dos fluxos monetários. Contudo, ainda

assim, os resultados se assemelham muito aos obtidos pelo índice de GHS. Neste caso,

os setores considerados chaves e pertencentes ao Terciário coincidiram, sem exceção,

com os obtidos entre os dez primeiros: Comércio (41), Transporte Terrestre (42),

Intermediação Financeira (52) e Telecomunicações (50). Destaca-se também

Agricultura (1) e Refino de Petróleo (19). Isso significa que, por meio dos coeficientes

técnicos, são estas atividades as que mais encadeiam as demais provendo influência e

impactando assim tanto na oferta, quanto na demanda produtiva.

Os resultados aqui seguem na mesma direção de Kon (2015). A autora observa

que os papéis dos serviços e de muitas atividades industriais estão cada vez mais

interdependentes. É observado que, além dos tradicionais canais de distribuição,

comunicação e financiamento, certas atividades, como rádio e televisão, influenciam o

sucesso de um produto no mercado, daí a necessidade de utilização dessa atividade

econômica.

Nota-se que o Campo de Influência serve como ferramenta adicional aos índices

de RH, de ligação para frente e para trás, provendo maiores detalhamentos das inter-

relações. Este também tem forte apelo visual que ajuda a identificar a força destes

encadeamentos. Por meio da Figura 27 é possível ver como ocorre a intensidade dos

fluxos na economia como um todo, considerando o Consumo Intermediário.

113

113

Figura 27: Campo de Influência, em 2015.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa. Obs.: Quanto mais escura a cor, maior o valor do coeficiente.

SETOR 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

31

32

33

34

35

36

37

38

39

40

41

42

43

44

45

46

47

48

49

50

51

52

53

54

55

56

57

58

59

60

61

62

63

64

65

66

67

114

114

4.9 ANÁLISE DE SISTEMA DE REDES

Para confeccionar as redes, neste trabalho, foi utilizada a Matriz Insumo-Produto

(MIP) do ano de 2015 provida pelo IBGE. Por meio desta técnica é possível verificar os

fluxos de alocação de recursos intra e intersetoriais de maneira que permite encontrar

um grau de importância de determinada atividade na cadeia produtiva.

Primeiramente, as atividades foram divididas nos três grandes Setores: Primário

(1), Secundário (2) e Terciário (3), já explicado no item 3.9. Estas estão numeradas por

chaves, que estão dispostas no Apêndice A, Quadro A7, que inclui também a ordem de

classificação que o setor obteve nos resultados de Centralidade de Grau, de Grau

Ponderado e Loop.

Dado que as conexões em uma MIP, na tabela de recursos e usos, são da ordem de

100%, ou seja, todas as atividades setoriais interagem com as demais, estabeleceu-se um

corte aproximado de 0,1% do valor monetário da Produção Nacional do Consumo

Intermediário. Isso quer dizer que só são considerados fluxos de entrada e saída no qual

apresentam valores acima de 0,1% da Produção Nacional de recursos e usos.

A economia brasileira, com base nessa configuração, seria a representada com o

grafo na figura 28. Grosso modo, o aspecto visual está apresentando fluxos de

transmissão e recepção de recursos, de modo mais adensado, no setor terciário e parte

no secundário, na região inferior direita da imagem.

115

115

Figura 28: Grafo da tabela de recursos e usos da MIP de 2015 com aplicação de filtro.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa. Obs.: setor primário: amarelo,

secundário: verde, terciário: vermelho.

O grafo da Figura 29 apresenta os três grandes setores ponderados em termos de

seus fluxos, que caracteriza vértices em tamanhos diferentes e exprime sua importância

em relação aos demais. Observa-se nesse quesito que o Secundário tem importância

levemente superior ao Terciário. Já o Primário é o que tem menos peso na economia.

Figura 29: Grafo Setorial de 2013 em termos de fluxos ponderados

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa. Obs.: setor primário: amarelo,

secundário: verde, terciário: vermelho.

A centralidade de grau permite entender as atividades que mais interagem com as

demais em quantidade de fluxos. Neste quesito, das dez atividades com maiores

interações, quatro são do Secundário, cinco do Terciário e um do Primário.

116

116

Inversamente, as dez menores são compostas por cinco atividades do Terciário, três do

Secundário e duas do primário, conforme pode ser visto no quadro 32.

Quadro 32: As dez atividades com maiores e menores interações em Centralidade de

Grau, em 2015.

Atividade Grau Atividade Grau

Comércio por atacado e a varejo (41) 53 Produção florestal, pesca (3) 0

Transporte terrestre (42) 22 Extr. met. não-ferrosos (7) 0

Intermediação financeira (52) 22 Fabr. prod. de limpeza (23) 0

Construção (40) 17 Alojamento (46) 0

Agricultura (1) 15 Edição integ. impressão (48) 0

Refino petróleo coquerias (19) 15 Educação privada (62) 0

Energia elétrica, gás natural (38) 15 Ativ. artísticas, criativas (65) 0

Outras atividades administrativas (58) 12 Serviços domésticos (67) 0

Administração pública (60) 12 Extração de minério de ferro (6) 1

Outros produtos alimentares (10) 11 Fabric. prod. do fumo (12) 1

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Observa-se que das atividades com maior adensamento na Centralidade de Grau,

os segmentos do Secundário são voltado à transformação de energia, tanto elétrica,

como fóssil, de construção e alimentar. Por outro lado, os serviços que se destacam no

Terciário são imprescindíveis para o Secundário seja no transporte, seja na distribuição

de seus produtos, bem como financiamento e serviços administrativos. A agricultura

também mostra elevado encadeamento na Economia. Observa-se grande centralidade

por parte do Comércio (41) que tem grande adensamento com os setores industriais e de

serviços, mas ainda assim exprime certa influência sobre alguns setores do Primário. A

centralidade de Transportes Terrestres (42), já em Intermediação Financeira, percebe-se

fortes adensamentos provenientes do próprio Setor Terciário. Percebe-se também que as

atividades industriais mais centrais são adensadas com o próprio setor Secundário, a

exemplo de Construção (40) e Refino de Petróleo (19) A centralidade de Grau pode ser

vista no grafo da Figura 30.

117

117

Figura 30: Centralidade de grau 2015 – destacam-se os setores 1, 19, 38, 40, 41, 42, 52.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa. Obs.: setor primário: amarelo,

secundário: verde, terciário: vermelho.

A Centralidade de Grau Ponderada reflete as atividades que mais interagem com

as demais, mas leva em consideração a quantidade de fluxos ponderada pelos valores

destes. Neste quesito, das dez atividades com maiores interações, cinco são do

Secundário, quatro do Terciário e um do Primário. Inversamente, as dez menores são

compostas por seis atividades do Terciário, duas do Secundário e duas do primário,

conforme pode ser visto no quadro 33.

Quadro 33: As dez atividades com maiores e menores interações em Centralidade de

Grau Ponderado, em 2015.

Maiores Menores

Comércio por atacado e a varejo (41) Produção florestal, pesca (3)

Refino petróleo coquerias (19) Extr. met. não-ferrosos (7)

Intermediação financeira (52) Fabr. prod. de limpeza (23)

Transporte terrestre (42) Alojamento (46)

Construção (40) Edição integ. impressão (48)

Agricultura (1) Educação privada (62)

Abate e produtos de carne (8) Ativ. artísticas, criativas (65)

Outros produtos alimentares (10) Serviços domésticos (67)

Energia elétrica, gás natural (38) Transporte aquaviário (43)

Administração pública (60) Alug. não-imob. prop. intel. (57)

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

118

118

Ao se levar em conta a ponderação nos fluxos por meio dos valores monetários

destes, observa-se que as principais atividades do Secundário são preponderantemente

relacionadas à alimentação e energia, exceto construção. Estas têm como características

uso direto de recursos naturais. Por outro lado, os principais segmentos do Terciário são

de elevada complementaridade ao Secundário tais como canais de distribuição,

transporte, financiamento e mesmo de ordem burocrática. Novamente a agricultura

mostra importante papel para a economia ao mostrar grande encadeamento, mesmo a

preços ponderados.

É de se notar que as atividades mais importantes se assemelham ao obtido pelo

índice de GHS, exceto que neste havia Telecomunicações como setor-chave, mas não

Administração Pública. Reitera-se que no primeiro são levados em conta os valores de

produção ponderados e na análise por meio de redes, os valores totais dos fluxos que

ultrapassaram o valor (arbitrário) de corte na ordem de 0,1% da produção nacional. A

centralidade de Grau Ponderada pode ser vista no grafo da Figura 31.

Figura 31: Centralidade de grau ponderado 2015 – destacam-se os setores 1, 8, 10, 19,

42, 41, 52.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa. Obs.: setor primário: amarelo,

secundário: verde, terciário: vermelho.

A análise de Loop leva em conta a oferta e a demanda intrassetorial, ou seja, o

quanto uma atividade utiliza de insumos e/ou produtos/serviços que ela mesma produz.

Neste quesito, das dez atividades com maiores interações, cinco são do Secundário e

119

119

cinco do Terciário. Inversamente, as dez menores são compostas por seis atividades do

Secundário quatro do primário, conforme pode ser visto no quadro 34.

Quadro 34: As dez atividades com maiores e menores interações em nível de Loop, em

2015.

Maiores Menores

Refino petróleo coquerias (19) Produção florestal, pesca (3)

Energia elétrica, gás natural (38) Extr carvão, min não-met (4)

Intermediação financeira (52) Extração de minério de ferro (6)

Construção (40) Extr. met. não-ferrosos (7)

Transporte terrestre (42) Fabr. e refino de açúcar (9)

Comércio por atacado e a varejo (41) Fabric. prod. do fumo (12)

Fab. químicos, resinas (21) Confecção vestuário e acess. (14)

Outros produtos alimentares (10) Fabricação prod. Madeira (16)

Telecomunicações (50) Impr. e repr. Gravações (18)

Saúde privada (64) Fabr. Biocombustíveis (20)

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Em nível de Loop observa-se, portanto, que as maiores transações comerciais não

seguem um padrão exato, mas há destaque aos segmentos ligados ao setor de

combustíveis e de energia. Além disso, os tradicionais serviços ligados à distribuição, ao

financeiro, comunicação e transportes refletem grande dinâmica intrassetorial. Do lado

dos setores de menor desempenho, há bastante heterogeneidade entre o Primário e o

Secundário, incluindo Setores do Terciário, mas que não aparecem no quadro por conta

da ativação do filtro no valor de 0,1% da Produção Nacional de Consumo

Intermediário.O nível de Loop pode ser visto no grafo da Figura 32.

120

120

Figura 32: Loop 2015 – destacam-se os setores 19, 21, 38, 40, 41, 42, 52.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa. Obs.: setor primário em amarelo,

secundário em verde e terciário em vermelho, respectivamente.

4.10 ANÁLISE GERAL

Nesta última análise antes das Considerações Finais, faz-se um resumo dos

principais resultados encontrados. Uma maneira abreviada de mostrar as atividades com

os melhores desempenhos nos indicadores foi por meio do Ranking desenvolvido para

este trabalho, explicado no capítulo de metodologia. Outra é por meio de comparação

dos resultados aqui encontrados com relação a outros trabalhos anteriores, de modo

sintético.

4.10.1 RANKING GERAL

Utilizar um sistema de Ranking ajuda a sintetizar quais atividades econômicas

têm melhor desempenho geral, dado que no presente trabalho há uma diversidade de

indicadores. Cada um desses mecanismos de medidas têm suas vantagens, mas também

apresentam certas limitações. Portanto, a opção de fazer uso de um conjunto de métricas

ajuda a mitigar as restrições de cada um. O quadro 35 resume as principais

características de cada indicador e expressa a complementaridade que existem entre si.

121

121

Quadro 35: Resumo dos Indicadores utilizados no Trabalho com suas principais

vantagens e algumas limitações.

Indicador Principais Vantagens Algumas Limitações

MIP

Captura os fluxos intersetoriais, bom

nível de detalhamento, facilidade de

manipulações matriciais, grande

quantidade de informações.

Representação estática e voltada para o

passado, divulgação demorada,

necessidade de inferência. Excessiva

utilização de fluxos monetários.

Incapacidade de mostrar impactos não

mensuráveis tais como o da educação.

Índice de RH

Identificação de setores considerados

chaves para a economia, ordenação por

meio de desempenhos em termos de

fluxos monetários acima da média,

captura de efeitos diretos e indiretos.

Não leva em consideração o valor total

de produção, trabalha muito em termos

de proporcionalidade. Não captura

exatamente a influência de um

determinado setor em sua totalidade.

Índice de

Dispersão

Captura por meio de desvio padrão os

setores que são mais ou menos

concentrados em termos de oferta e

demanda dos recursos utilizados.

Trabalha apenas com os coeficientes

técnicos sem levar em conta o valor

total da produção.

Índice de GHS

O mesmo que o índice de RH. Além

disso, leva em consideração os valores

totais de cada setor.

Muito preso a efeitos monetários, ou

seja, não leva em conta efeitos não

mensuráveis como o quanto educação

impacta nas demais atividades. Ainda

trabalha só com consumo

intermediário.

Multiplicadores

de Emprego e

Produção

Captura o impacto de uma unidade

monetária sobre o Emprego e a

Produção, ou seja, permite ter uma

ideia do quanto se gera em termos de

Emprego e Produção.

É uma medida de proporção que não

leva em conta retornos crescentes ou

decrescentes de escala. A tecnologia

pode mudar, então nem sempre se pode

considerar a proporção.

Extração

Hipotética

Permite verificar o impacto de um setor

sobre a economia por meio de análise

de efeitos de ligação intersetoriais. O

método permite simular uma extração

teórica de uma determinada atividade.

É uma simulação ainda baseada em

proporção, portanto nem sempre

espelha a realidade. Dificuldades na

apresentação de substituição mais

próxima à perfeição.

Matriz de Impacto

Complementa os índices de ligações

tais como os de RH. Apresenta uma

topografia das atividades que estão

mais interligadas.

Tem grande apelo visual e informativo,

grande limitação apenas pelo aspecto

visual.

Índice de

Desigualdade

Tecnológica

Intersetorial

Permite verificar o quão desigual estão

as atividades em termos de coeficientes

técnicos. Captura a heterogeneidade de

setores ou de um conjunto de setores.

Captura as desigualdades, mas muito

dependente dos coeficientes técnicos

que são decorrentes de proporções

monetárias de cortes transversais.

Análise de

Sistema de Redes

Permite verificar a concentração dos

fluxos intersetoriais, a concentração

intrassetorial, o quanto uma atividade

exerce influência sobre as demais, tem

boa representação visual do fluxo entre

as atividades econômicas.

Quando aplicada à MIP limita-se muito

a fluxos monetários e ao corte

transversal.

Campo de

Influência

Da mesma forma que a Matriz de

Impacto, complementa os índices de

ligações como o de RH. Tem um apelo

visual que mostra nitidamente os

pontos mais conectados entre as

atividades.

Não leva em consideração os valores

totais de produção. Apenas as

influências dos coeficientes técnicos.

Não necessariamente determinado setor

influenciará como está proposto na

metodologia, pois grandes valores

podem ser centros de atração/repulsão.

Fonte: Elaboração própria.

122

122

Desta maneira, o objetivo de utilizar um ranking é contabilizar a quantidade de

vezes que um determinado setor é citado entre os dez maiores valores de um índice e

subtrair da quantidade de vezes que consta nos dez piores. Somam-se os Pontos Simples

(PS) a cada citação de uma atividade econômica dentre os dez melhores desempenhos

em um determinado índice e o saldo é chamado por Pontos Totais Simples (PTS).

É feita também uma ponderação. Neste caso, são os Pontos Ponderados (PP) em

que são atribuídos 10 pontos à primeira ordem, 9 à segunda e assim sucessivamente. O

saldo é chamado por Pontos Totais Ponderados (PTP). Os indicadores que participaram

do Ranking são os definidos no Quadro 36 e a classificação geral consta no Quadro A7

do Apêndice A. Maiores detalhes a respeito deste método desenvolvido podem ser visto

no capítulo de Metodologia.

Quadro 36: Indicadores contidos no Ranking Geral.

Indicadores Indicadores

Participação no Valor Adicionado a Custo de

Fatores PBLN do Índice de GHS

Participação no Consumo Intermediário PFLN do Índice de GHS

Participação na composição de Salários Multiplicadores de Produção MP do Tipo I

Participação no Consumo das Famílias Multiplicadores de Produção MP do Tipo II

Participação na Formação Bruta de Capital Fixo Multiplicadores de Emprego ME do Tipo I

Participação na pauta de Exportação Multiplicadores de Emprego ME do Tipo II

Participação nos Gastos do Governo Extração Hipotética

Ligação para Frente (Ui) de RH Campo de Influência

Ligação para Trás (Uj) de RH Centralidade de Grau

Dispersão para frente (Vi) de RH Centralidade de Grau Ponderada

Dispersão para Trás (Vj) de RH Nível de Loop

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa. Obs.: Nos índices de Dispersão, são

considerados como melhores desempenhos as atividades menos concentradas porque implicam em maior

encadeamento intersetorial.

Dos dez melhores desempenhos de PTS, constam seis atividades do Setor

Secundário, três do Terciário e um do Primário. Já dos dez piores, constam seis

atividades do Terciário, três do Primário e um do Secundário, Conforme o Quadro 37.

123

123

Quadro 37: As dez melhores atividades no Ranking Geral, considerando os PTS, em

2015.

Maiores PTS Menores PTS

Comércio por atacado e a varejo (41) Serviços domésticos (67)

Transporte Terrestre (42) Produção florestal, pesca (3)

Refino petróleo coquerias (19) Extr. met. não-ferrosos (7)

Abate e produtos de carne (8) Atividades de vigilância (59)

Intermediação Financeira (52) Edição integ. impressão (48)

Outros produtos alimentares (10) Extr carvão, min não-met (4)

Agricultura (1) Educação pública (61)

Fab. químicos, resinas (21) Impr. e repr. Gravações (18)

Energia elétrica, gás natural (38) Ativ. artísticas, criativas (65)

Prod. ferro-gusa, siderurgia (27) Alojamento (46)

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Observa-se que dos segmentos com melhor desempenho nos indicadores aqui

utilizados, muitos aparentam estar relacionados a determinados ramos de atividades

com forte uso de recursos naturais tais como os de ordem alimentar,

combustível/energética e siderúrgica. Porém, alguns setores como Comércio atacado

varejo (42), Transportes terrestres (42) e Intermediação financeira (53) são

imprescindíveis como fontes de distribuição de mercadorias e financiamento,

ressaltando a complementariedade junto aos setores produtivos.

Das atividades com menor desempenho, destaca-se que são atividades com baixo

nível de encadeamento na economia a exemplo dos setores extrativistas ou com mais

participação na Demanda Final. A maioria das atividades deste lado têm características

de uso intensivo em mão de obra. O gráfico em barras da Figura 33 mostra a

distribuição de PTS no Ranking Geral. Observa-se que há fraco desempenho nos

indicadores da maioria das atividades do setor Terciário, assim como do Primário, em

relação ao Secundário.

124

124

Figura 33: Desempenhos das atividades considerando o Ranking de PTS, em 2015.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

No Ranking de PTP, entre os dez maiores valores constam cinco atividades do

Secundário, quatro do Terciário e um do Primário. Já dos dez piores, constam cinco

atividades do Terciário, três do Primário e dois do Secundário, como pode ser observado

no quadro 38.

Quadro 38: As dez melhores atividades no Ranking Geral, considerando os PTP, em

2015.

Maiores PTP Menores PTP

Comércio por atacado e a varejo (41) Serviços domésticos (67)

Refino petróleo coquerias (19) Produção florestal, pesca (3)

Intermediação financeira (52) Extr. met. não-ferrosos (7)

Abate e produtos de carne (8) Atividades de vigilância (59)

Transporte terrestre (42) Fabric. prod. do fumo (12)

Construção (40) Extr carvão, min não-met (4)

Administração pública (60) Saúde pública (63)

Outros produtos alimentares (10) Educação pública (61)

Energia elétrica, gás natural (38) Impr. e repr. Gravações (18)

Fab. químicos, resinas (21) Ativ. artísticas, criativas (65)

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

125

125

Ao se comparar os resultados de PTS ao PTP, percebe-se que não há muita

diferença, apenas permutação de posições, tanto nas atividades com altos, quanto com

baixos desempenhos. De fato, o Ranking apenas espelhou o que veio se encontrando ao

longo do trabalho: uma forte heterogeneidade do Setor de Serviços que contempla

atividades tanto no topo dos indicadores, quanto na parte de baixo. Esta representação

indica o novo patamar que Serviços adquiriu ao longo do tempo. O Terciário não apenas

aumentou sua participação em termos de valores absolutos, como já é sabido, mas

também em termos de maior interdependência entre as variadas atividades ou grupos

econômicos, sejam estes do sistema produtivo propriamente dito (consumo

intermediário), seja relacionado à Demanda Final, em especial Famílias e Governo.

Novamente se ratifica que o tipo de atividade industrial, que vem se destacando ao

longo do trabalho, são aquelas vinculadas aos recursos naturais como petróleo, energia e

alimentos. O setor de Construção (40) se destaca, sobretudo, no consumo intermediário

em relação às outras atividades industriais, pois faz uso de componentes tais como os

siderúrgicos, de energia, etc., o que provê forte encadeamento no sistema produtivo. A

Figura 34 mostra a distribuição de PTP no Ranking Geral.

Figura 34: Desempenhos das atividades considerando o Ranking de PTP, em 2015.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

126

126

4.10.2 ANÁLISE COMPARATIVA SINTÉTICA DOS PRINCIPAIS RESULTADOS

Neste último item, os resultados alcançados por meio da MIP de 2015 são

comparados com os principais resultados dos estudos prévios citados nesta pesquisa. De

modo geral, ao se verificar outros trabalhos de mesma temática, dispostos no capítulo 2,

percebe-se que há tendência de ganho de relevância, acima da média, de certas

atividades do Setor Terciário. Dos segmentos mais citados, destacam-se Transportes

Terrestres, Comércio e Intermediação Financeira. Dos estudos prévios, há uma nítida

impressão que ocorre convergência aos principais resultados aqui obtidos.

O trabalho de Guilhoto et al. (1994) já anunciava, frente aos estudos das MIPs de

1959, 1970, 1975 e 1980, um aumento na complexidade da economia brasileira, com

ganho de importância do Terciário. Os resultados deste trabalho corroborou a assertiva

dos autores mostrando que, no presente, pelos indicadores da MIP de 2015, houve

grande convergência à importância do Setor. Isso pode ser visto que nos principais

indicadores do item 4.1 em que Serviços se destaca em participação no Valor

Adicionado, Consumo das Famílias, Gastos do governo e Composição Salarial.

Algumas atividades que merecerem destaque são Comércio por Atacado e Varejo (41),

Administração Pública (60), Intermediação Financeira (52), Educação Pública (61),

Transporte Terrestre (42), Atividades imobiliárias (53). Deve-se notar que, a época

estudada pelos autores, Serviços não ultrapassava 60% da composição no PIB

brasileiro.

Já Silva (1988) encontrou que o Brasil chegou a uma estrutura industrial

complexa, ainda nas décadas de 1970-1980. Ao contrário, neste estudo, as atividades

industriais que mais se destacam no Consumo Intermediário, na Formação Bruta de

Capital Fixo e na Pauta de exportação estão relacionadas à forte utilização de recursos

naturais. Este resultado converge mais ao de Figueiredo e Oliveira (2016). Desta forma,

parece que houve um avanço com relação à complexidade na economia, sobretudo, por

conta de Serviços, mas talvez, não das principais atividades industriais, isto é, aquelas

que mais impactam na economia como um todo.

Com relação aos resultados encontrados nos índices de Rasmussen-Hirschman

(RH), das atividades consideradas chave no presente estudo, a maioria pertence ao setor

Setor Secundário e muitas têm vínculos relacionados ao uso intensivo de recursos

naturais. Do setor Terciário, foram obtidos três segmentos Transporte Terrestre (42),

Telecomunicações (50) e Outras atividades profissionais, científicas e técnicas (57).

127

127

O resultado neste indicador difere dos trabalhos de Najberg e Vieira (1996) para

1985,1990 e 1995, Pereira (2012) para os anos de 2000 e 2005, Lugli (2015), nos anos

de 2000 a 2012, pois não encontraram nenhum setor-chave de Serviços. Contudo, o

resultado converge em Guilhoto et al. (1994), pois foram encontraram Transporte e

Margens de comércio de 1959 a 1980, em Pereira (2014), pois encontraram serviços de

alojamento e alimentação, em Passoni e Freitas (2017), pois acharam Transporte,

armazenagem e correio e Informação e Comunicação para 2010 e 2014 e, finalmente,

em Batista et al. (2018), porque os autores obtiveram Outras Atividades Profissionais,

Científicas e Técnicas, Transportes Terrestres e Telecomunicações para uma matriz

inferida do ano de 2013.

Desta forma, no índice de RH, as evidências parecem confirmar as tendências

norteadas por Guilhoto et al.(1994), Batista et al. (2018) e Passoni e Freitas (2017) no

tocante à participação de Serviços. Nota-se que os segmentos que mais se destacam

neste indicador são Transportes Terrestres, Telecomunicações e atividades intensivas

em que conhecimento, como as atividades científicas e técnicas. Isto significa que

Serviços não apenas ganhou relevância em termos de participação no PIB, mas também

passou a ter maior interdependência entre as demais atividades econômicas. Ou, outra

possibilidade, seria exercer mais seu papel de atividade complementar dentro das

orientações produtivas mais flexíveis em termos de divisão do trabalho.

Ainda em relação ao índice de RH, no que diz respeito aos principais resultados

dos demais setores, Nassif et al. (2015) encontraram como setores-chave, em 1996-

2009, atividades vinculadas à indústria extrativa mineral, diferentemente do presente

estudo que, inclusive, destaca fraco encadeamento deste tipo de ramo. Os autores não

encontraram entre 1996-2009 o refino de petróleo como setor-chave, assim como

Guilhoto et. al (1994). Tais resultados divergem deste trabalho, de Pereira (2012) e

Batista e Hegele (2018). Novamente, ratifica-se aqui que metade das indústrias

consideradas chave está vinculada a transformação direta de recursos naturais tais como

petróleo, papel e ferro. Outro adendo é que todos os segmentos industriais chaves

parecem estar ligados aos incentivos das políticas de planejamento econômico

apresentados no capítulo 2.

Com o índice de GHS, os resultados foram similares à de Pereira (2014), com os

setores de produção de alimentos, do refino de petróleo, comércio, transporte e

intermediação financeira sendo consideradas atividades chave. A única diferença é que

aqui foi encontrada também a atividade de Agricultura.

128

128

Com relação aos multiplicadores de produto, os resultados foram na mesma

direção de Pereira (2012) e Pereira (2014) em que os maiores coeficientes estão

relacionados ao Setor Secundário e os menores ao Terciário. No presente estudo

também foi utilizado os multiplicadores de Tipo II. Neste caso, com endogeneização do

consumo das famílias, o Setor Terciário ganha relevância com atividades relacionadas à

saúde, administração pública e educação, por exemplo.

Os resultados dos multiplicadores de emprego divergiram do encontrado por

Pereira (2012), pois se verificou que os maiores geradores de emprego não estão

relacionados a Serviços. Nesse sentido convergem ao encontrado por Pereira (2014) e

Lugli (2015). Conforme destaca esta última autora, as atividades de serviços do terciário

têm grande autonomia em relação ao Secundário e Primário, isto porque a maior parte

de sua demanda é proveniente da demanda final, principalmente do consumo das

famílias e do próprio setor, como intermediário.

No que diz respeito à Extração hipotética relativa somente ao setor terciário, os

resultados encontrados foram convergentes aos de Hegele (2018). Comércio,

Transportes Terrestres (Transportes no caso da autora) e Intermediação Financeira se

destacaram em ambos os trabalhos como principais impactantes na economia caso sua

produção fosse zerada.

Os principais resultados provenientes da Análise de Sistema de Redes

encontraram muita similaridade em Abreu (2014) no que diz respeito ao ano de 1985,

cujas atividades encontradas em comum com este trabalho estão associadas à Comércio,

Transporte, Refino de Petróleo. Também para o ano de 2007, são aproximadamente

comuns Comércio, Transporte, Instituições Financeiras, Serviços Industriais de

Utilidade Pública e Refino de Petróleo. Em Martins (2009) são comuns Agropecuária,

Refino de Petróleo e Construção Civil. Em Batista et al.(2018), para a avaliação de

2013, Outras Atividades Profissionais, Científicas e Técnicas, Transportes Terrestres e

Telecomunicações, Comércio por Atacado e Varejo e Intermediação Financeira são

comuns em ambos os trabalhos.

129

129

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo teve como objetivo verificar as ligações intersetoriais entre as atividades

produtivas expressas na Matriz de Insumo-Produto, com especial atenção para o Setor

Terciário. Nesse sentido, procurou responder qual o impacto de Serviços para o estímulo

das atividades econômicas no Brasil, dado que sua participação relativa ultrapassou

70% do Produto Interno Bruto na década de 2010. Especificamente, foi realizado um

conjunto de medições, cujos indicadores apresentaram, a destacar: a) o número de

empregos e de produção adicionados com uma unidade monetária (dada em milhões de

reais) de uma determinada atividade. b) as atividades que têm maior encadeamento ou

que são setores-chave, isto é, identificar as que conseguem estimular o ambiente

econômico acima das demais. c) o quão heterogêneos, em termos de oferta e produção,

são os setores Primários, Secundário e Terciário, baseados em desigualdades dos

coeficientes técnicos de Leontief. d) o quão concentradas ou dispersas estão as

atividades em termos de oferta e demanda de produtos e serviços, com base nos

coeficientes técnicos de Leontief.

A metodologia utiliza várias ferramentas baseadas na Matriz Insumo-Produto,

para o ano de 2015, provida pelo IBGE. Desta forma, foi possível verificar quais são as

principais atividades dos três grandes setores (Primário, Secundário e Terciário) que

impulsionam, por meio dos fluxos de insumo e produto, a economia brasileira. Os

resultados mostraram que os setores-chave em comum, nos índices de Rasmussen-

Hirschman e GHS, são os de Refino de petróleo e coquerias (19), Transporte Terrestre

(41) e Telecomunicações (50). Outras atividades que valem a pena destacar dado seu

bom desempenho nestes indicadores são Comércio de atacado e varejo (41), Abate e

produtos de carne (8), Intermediação financeira (53), Outros produtos alimentares

(10), Construção (40), Administração pública (60), Agricultura (1), Fabricação de

químicos, resinas (21).

Obteve-se que as atividades do Terciário com melhor desempenho nas métricas

aqui utilizadas estão relacionadas a canais de transporte, distribuição, telecomunicação,

financiamento e público-burocrático, ou seja, serviços com grande uso como consumo

intermediário pelo Secundário. Já as atividades mais destacadas no Secundário e

Primário estão vinculadas à exploração e transformação de recursos naturais, tais como

agricultura e refino de petróleo. A indústria da construção também desempenha

importante papel no Brasil, assim como a química, que demonstraram forte

130

130

encadeamento na Economia. Observou-se diversidade na oferta de produtos na

economia como um todo e um Secundário ainda com grande potencial de Geração de

Produtos e Empregos, embora os resultados mostraram ganho de participação do

Terciário quando endogeneizado, nos cálculos, o Consumo das Famílias no que diz

respeito aos Multiplicadores de Produto.

A seguir são destacados os principais resultados de cada índice:

Abordagem da Matriz Insumo-Produto: teve como resultado que a participação

das atividades do Terciário é maior em Valor Adicionado, Salários, Consumo das

Famílias e Consumo do Governo. Já as atividades do setor Secundário foram

preponderantes na participação de Consumo Intermediário, Formação Bruta de Capital

Fixo e Exportação.

Índice de Rasmussen-Hirschman: a maior parte dos setores-chaves foram do

Secundário, o que mostra forte capacidade de estimular a economia de modo acima da

média que os demais. Com exceção de Manutenção, reparação e instalação de

máquinas e equipamentos (37), Fabricação de químicos orgânicos e inorgânicos,

resinas e elastômeros (21), Fab. Defensivos, desinf. (22), Fab. Produtos. Met. Exc Maq.

(29), as demais atividades têm fortes relações com insumos naturais, tais como o Refino

de petróleo e coquerias (19), Fab. celulose, papel (17), Fab. borracha e plástico (25),

Prod. ferro-gusa, siderurgia (27), Energia elétrica, gás natural (38). Por outro lado, há

três segmentos de Serviços, que são Transporte Terrestre (42), Telecomunicações (50) e

Outras atividades profissionais, científicas e técnicas (57). Note-se nestas duas

primeiras atividades que, embora pertençam ao Terciário, são intensivas em capital, mas

no que se refere à mão de obra, as duas últimas são intensivas em conhecimento.

No quesito concentração, o indicador de Dispersão para Frente mostrou grande

heterogeneidade em termos de espraiamento de ofertas, isto é, atividades que ofertam

seus produtos a uma maior variedade de segmentos. Os melhores índices nesse quesito

são de atividades relacionadas à combustíveis e canais de distribuição tal como Refino

de Petróleo (19), Comércio (41), Transporte Terrestre (43). Em contrapartida, os

maiores demandantes, de forma desconcentrada, são essencialmente de atividades

industriais do Secundário enquanto os que têm sua demanda de forma concentrada

pertencem, com raras exceções, ao Terciário.

Índice de Ligações Puras de GHS: este índice baseado nas ligações para frente e

para trás normalizadas, leva em conta o fluxo monetário das atividades. Nesse âmbito, o

Terciário mostrou grande destaque com segmentos complementares aos demais, isto é,

131

131

aqueles relacionados à distribuição, transporte ou financiamento, como Comércio por

atacado e a varejo (41), Telecomunicações (50), Intermediação financeira, seguros e

previdência complementar (52) e Transporte terrestre (42). O setor Primário também

tem um setor chave, que é a Agricultura (1), que mostrou ser bastante presente na no

encadeamento da economia brasileira. Outros resultados obtidos mostram a importância

da transformação e utilização dos recursos naturais nos setores-chave pertencentes ao

setor Secundário. As atividades que se destacam nesse quesito são os de Refino de

petróleo e coquerias (19) e Outros produtos alimentares (10).

Análise de Sistema de redes: por meio desta ferramenta, observou-se grande

heterogeneidade entre os setores que mais influenciam no que tange a centralidade de

grau. As atividades mais inter-relacionadas entre si são as mesmas do índice puro de

GHS, com adição de Administração pública (60), Energia elétrica, gás natural (38),

Outras Atividades Administrativas (58) e Construção (40) e a subtração de

Telecomunicações (50). Na centralidade de grau ponderado, os setores que mais se

destacaram foram quase os mesmos que a análise anterior, em que se vê a ordenação

classificatória das atividades econômicas alterada. Já em Loop, os maiores valores de

consumo intrassetorial estão relacionados ao Refino de petróleo e coquerias (19),

Energia elétrica, gás natural (38) Construção (40), Fab. químicos, resinas (21) Outros

produtos alimentares (10). O setor Terciário se destaca com Transportes Terrestres (41)

e Intermediação Financeira (52), Comércio por atacado e a varejo (41),

Telecomunicações (50) e Saúde privada (64).

Multiplicadores de Produto e Emprego: Nos multiplicadores de Produto do Tipo I,

as atividades produtivas que mais são capazes de gerar produto estão relacionadas ao

setor Secundário. Nota-se que as atividades estão fortemente vinculadas à alimentação,

combustíveis e metalurgia. Já quando se aplica o Multiplicador de Produto Tipo II, em

que o consumo das famílias é endogeneizado, há um salto do Terciário, o que mostra

que é este tipo de demanda quem mais impulsiona suas atividades. Já os

Multiplicadores de Emprego do Tipo I e do Tipo II proveram aproximadamente os

mesmos resultados, destacando o setor Secundário e algumas atividades do Primário,

em termos de capacidade de geração de emprego por unidade monetária. Os setores

mostraram forte relação com produção de combustíveis, químicos e energia. Os piores

indicadores estão relacionados às atividades de serviços do Terciário.

Matriz de Intensidade: na matriz de intensidade, os fluxos mais intensos de troca

de insumos e produtos estão relacionados a uma variedade de atividades tais como

132

132

química, combustíveis, siderurgia e alimentação. No aspecto topográfico considerado,

os menores impactos na Economia estão relacionados às atividades do Terciário tais

como os Serviços Domésticos.

Campo de Influência: Esta metodologia tem bastante peso pelo seu método visual,

mas também provê coeficientes. Dentre as várias ligações que se pode observar e mais

impactaram, é bastante nítido as interdependências setoriais mais fortes de Refino

petróleo e coquerias (19), Energia elétrica, gás natural (38), Fabricação de Químicos

(21), Têxteis (13), Agricultura (1), Comércio por atacado e a varejo (41), Transporte

terrestre (42), Intermediação financeira (52), Telecomunicações (50) e Metalurgia não-

ferrosos (28). Note-se que as atividades do Terciário que mais são interdependentes

com as demais, no Consumo Intermediário, coincidiram com os setores-chave do índice

de GHS.

Ranking Geral: este indicador fez uma avaliação geral tendo como base os demais

índices. A técnica foi de atribuição e soma de pontos unitários e ponderados às

atividades melhores e piores posicionadas nos demais índices, classificando-as. Em

geral, foi encontrado que, das atividades com melhor desempenho nos indicadores aqui

utilizados, destacaram-se o ramo de alimentos com Outros produtos alimentares (10) e

Abate e produtos de carne (8). Já os bons resultados de Refino de petróleo e coquerias

(19) e Transporte terrestre (42) mostraram a importância do uso do sistema de

transporte brasileiro pautado como dependente de combustíveis fósseis. Outros

segmentos bastante pontuados são o de Comércio de atacado varejo (42) e

Intermediação financeira (53) como canais de distribuição de mercadorias e

financiamento, complementares ao sistema produtivo. Em adição, o ramo de construção

com a atividade de Construção (40) mostrou forte encadeamento no sistema produtivo,

principalmente junto ao fabril. No lado oposto, algumas atividades do Terciário

apresentaram baixo desempenho juntamente com atividades Extrativas Primárias. Isto

pode ser decorrente do fato que muitos indicadores se pautam na tabela do Consumo

Intermediário, de maneira que algumas atividades de Serviços têm fortes vínculos com a

tabela de Demanda Final, como exemplo os Serviços Domésticos (67).

Indicador de Desigualdade tecnológica: Pelo viés de combinação tecnológica e

quantidades monetárias de produtos e serviços, no lado da oferta, a maior desigualdade

interna foi a do Setor Terciário com coeficiente na ordem de 0,3, o que sugere ser o

mais heterogêneo dos setores em termos de provimento de bens ou serviços. A

economia, como um todo, teve um índice na faixa de 0,25, mostrando relativa

133

133

diversidade na oferta de bens e produtos. No lado da demanda, em que cestas com

insumos e quantidades são necessárias para que um determinado setor faça uso eficiente

de sua tecnologia, o indicador mostrou desigualdade na ordem de 0,10. Setorialmente,

mais uma vez o Terciário revelou ser o mais desigual, com o coeficiente na ordem

aproximada de 0,12. O resultado ratifica a maior heterogeneidade do setor em relação

aos demais, que tiveram coeficientes menores. Ainda assim, os coeficientes indicaram

baixas desigualdades na requisição tecnológica de insumos dos vários outros segmentos,

seja em termos gerais, seja intrassetoriais nos três grandes Setores.

Extração Hipotética: Este item simula a extração de setores. O segmento que mais

impactou foi Comércio por Atacado e Varejo (41), cuja ausência causaria uma retração

de 15,83% na Produção Nacional. Em seguida, Construção (40) é grande impactante e

pode causar uma retração na ordem de 10,06% no PIB, sobretudo por ter forte

encadeamento com as demais atividades voltadas aos setores produtivos, o Consumo

Intermediário. Os resultados apontam que certas atividades, que mais podem causar

quedas no PIB, também estão relacionadas às atividades de distribuição de mercadorias

e serviços, produção alimentícia e energia. Isso pode ser visto nos segmentos de

Agricultura (1) que responde tanto por prover insumos de biocombustíveis, quanto por

alimentação; Indústrias alimentares como Abate e produtos de carne (8); Refino de

Petróleo (19) para a produção de combustíveis; e Transportes Terrestres (42),

importante canal de distribuição e escoamento de mercadorias. Nota-se que esta última

atividade tem forte encadeamento também com as atividades de Refino e Extração de

Petróleo. Embora seja sabido que, num modo mais desagregado, Transportes Terrestres

(42), detenha serviços com uso de oleodutos, o que necessitaria entrar num nível de

detalhamento superior ao do presente estudo. De qualquer modo, serviços de ordem

burocrática como Administração Pública (60), Intermediação Financeira (52) e

Atividades Imobiliárias (53) estão fortemente encadeadas na economia pela análise

deste indicador, tanto no Consumo Intermediário, quanto na Demanda Final.

No que se refere à comparação com estudos prévios, algumas considerações são

levantadas com os seguintes temas:

Desindustrialização: O debate exposto no capítulo 2 mostrou que há,

principalmente, duas frentes de discussão: uma a desindustrialização no sentido

―pejorativo‖, que seria um caso prejudicial para produto e emprego ao país e a outra no

sentido ―positivo‖, que seria um caso benéfico para estas duas variáveis. O presente

trabalho não capturou desindustrialização no sentido ―pejorativo‖. Capturou-se perda de

134

134

participação em termos relativos de produção nacional. As atividades econômicas do

setor apresentam elevado poder de encadeamento e apresentam forte geração de

emprego e produto. Contudo, qualitativamente, as atividades com os melhores

desempenhos nos indicadores têm fortes vínculos com utilização de recursos naturais

tais como energia combustível, elétrica, alimentação, construção e

metalurgia/siderurgia.

Setor de Serviços: percebe-se que ainda há aumento da participação do Setor de

Serviços no Brasil. Muitas atividades que antes eram da indústria foram subdivididas

com terceirizações e terciarizações. Se antes um equipamento necessitava voltar a uma

fábrica para ser consertado, hoje este pode ser feito em unidades especializadas

espalhadas, por exemplo. O debate exposto no capítulo 2 mostra que o setor apresenta

dinamicidade de modo a alterar o desenvolvimento de atividades antes tradicionais. Por

exemplo, transportes terrestres, cujo desempenho neste estudo foi bastante elevado nos

indicadores. Embora seja tradicional, tecnologias de GPS podem expandir sua fronteira

de possibilidades de produção, porque ajudam veículos a encontrar caminhos com

menos trânsito ou escolher alguma via não interditada de antemão. Ainda no aspecto de

dinamicidade, Serviços tem alta capacidade de criação e destruição a la Schumpeter.

Isto é, novas atividades surgem rotineiramente em substituição a outras, como por

exemplo, a profissão de Data Scientist. Serviços também podem se alterar em termos de

processos como, por exemplo, a estocagem de aulas em mídias e na Internet, com o

aprendizado virtual. Outras mudanças estão relacionadas à forma de se fazer comércio

como vendas online ou a intermediação financeira com as Fintechs e a utilização do

dinheiro virtual ou plástico.

Origens Estruturais: Muitas das atividades econômicas que tiveram bom

desempenho nos indicadores utilizados no presente estudo estão fortemente vinculadas

à estrutura produtiva cuja origem remonta aos planejamentos governamentais – ainda

que muitas em mãos privadas hoje -. São exemplos os segmentos de refino de petróleo e

coquerias, siderurgia, fabricação de automotivos, além do setor energético, químico e o

de intermediação financeira.

No que tange a análise comparativa dos resultados dos demais autores, em termos

gerais, houve mais convergências que divergências. Dos resultados que convergiram, é

digno de citação Guilhoto et al. (1994) e Kon (2015) em que os resultados deste

trabalho corroboraram a assertiva dos autores que nortearam a predição de crescimento

do setor Terciário, com especial atenção que algumas atividades de Serviços não apenas

135

135

ganharam espaço em termos de PIB, mas também ganharam novas formas em termos de

complementariedade aos segmentos produtivos. Isto é, as flexibilizações das cadeias

produtivas permitiram uma maior divisão do trabalho, de modo que o Terciário cumpre

agora papéis produtivos, principalmente como canais de distribuição, financiamento e

comunicações mais efetivas que acabaram aumentando a produtividade das demais

atividades econômicas. Embora as produtividades setoriais não tenham sido trabalhadas

nessa pesquisa, observou-se grande encadeamento de certos segmentos do Terciário que

mostraram elevado grau de interdependência aos demais.

Dentre os resultados divergentes, destaca-se Silva (1988), cujo trabalho asseverou

que o Brasil chegou a uma estrutura industrial complexa, ainda nas décadas de 1970-

1980. Ao contrário, aqui neste estudo e no de Figueiredo e Oliveira (2016), as

atividades industriais que mais se destacam no Consumo Intermediário, na Formação

Bruta de Capital Fixo e na Pauta de exportação ainda estão relacionadas à forte

utilização direta de recursos naturais.

Os resultados nos índices de Rasmussen-Hirschman (RH) diferem dos trabalhos

de Najberg e Vieira (1996) para 1985,1990 e 1995, Pereira (2012) para os anos de 2000

e 2005, Pereira (2014) para 2000-2009, Lugli (2015), nos anos de 2000 a 2012, pois os

autores não encontraram nenhum setor-chave de Serviços, enquanto foram encontrados

três neste estudo. Desta maneira, converge para os trabalhos de Guilhoto et al. (1994),

Passoni e Freitas (2017) e Batista et al. (2018). Este trabalho acaba corroborando a

análise de Batista et al.(2018) para o ano de 2013 com as mesmas atividades sendo

consideradas chave. Nota-se que os segmentos que mais se destacam neste indicador

são Transportes Terrestres, Telecomunicações e atividades intensivas em que

conhecimento, como as atividades científicas e técnicas. Deve ser observado que o

presente trabalho, conforme o capítulo 2 foi realizado diante de uma época de queda no

PIB, ou seja, um período recessivo. Contudo, não houve alteração dos resultados

quando comparado a 2013 de Batista et al. (2018). Isso talvez seja decorrente do fato de

que os índices de RH trabalhem em termos de proporção, de modo que esta pode não ter

sido alterada entre os anos de 2013 e 2015.

Já com o índice de GHS, os resultados foram similares à de Pereira (2014), com

os setores de produção de alimentos, do refino de petróleo, comércio, transporte e

intermediação financeira sendo consideradas atividades-chave. A única diferença é que

aqui foi encontrada também a atividade de Agricultura.

136

136

Com relação aos multiplicadores de produto, os resultados foram na mesma

direção de Pereira (2012) e Pereira (2014) em que os maiores coeficientes estão

relacionados ao Setor Secundário e os menores ao Terciário. Os resultados dos

multiplicadores de emprego divergiram do encontrado por Pereira (2012), pois se

verificou que os maiores geradores de emprego não estão vinculados a Serviços. Nesse

sentido convergem ao encontrado por Pereira (2014) e Lugli (2015).

No que diz respeito à Extração hipotética relativa somente ao setor terciário, os

resultados encontrados foram convergentes aos de Hegele (2018). Comércio,

Transportes Terrestres (Transportes no caso da autora) e Intermediação Financeira se

destacaram em ambos os trabalhos como principais impactantes na economia caso sua

produção fosse zerada. Os principais resultados provenientes da Análise de Sistema de

Redes encontraram muita similaridade em Abreu (2014) no que diz respeito ao ano de

1985, cujas atividades encontradas em comum com este trabalho estão associadas à

Comércio, Transporte, Refino de Petróleo. Já em Batista et al.(2018), para a avaliação

de 2013, Outras Atividades Profissionais, Científicas e Técnicas, Transportes

Terrestres e Telecomunicações, Comércio por Atacado e Varejo e Intermediação

Financeira são comuns em ambos os trabalhos.

Já caminhando para os apontamentos finais, destaca-se que o setor de Serviços

desponta com uma quantidade maior de atividades impactantes na economia, como um

todo, quando comparado às décadas passadas. O setor se destaca com grande

participação salarial e de mão de obra. Mas a novidade é que algumas atividades

mostram grande encadeamento econômico, como os Transportes Terrestres, a

Intermediação financeira, e as Atividades Técnicas e de Telecomunicações que auxiliam

a estrutura produtiva, tornando-se setores-chaves, fato que até então não se via

constantemente nos estudos prévios.

Serviços se mostrou como o mais heterogêneo dos setores nas avaliações aqui

impostas. Além dos indicadores de desigualdade utilizados, isto se tornou evidente por

se destacar em duas pontas. A primeira diz respeito ao fato de possuir atividades com

fortes elos no que tange distribuição, financiamento ou administração de recursos

financeiros, comercialização dos produtos industrializados e interdependência entre os

setores produtivos do Consumo Intermediário. A segunda diz respeito ao aspecto de que

muitas de suas atividades se destacaram como os menores valores dos coeficientes nos

indicadores utilizados. Isso decorre de que alguns dos segmentos dependem da

Demanda Final, sobretudo consumo do Governo e Famílias.

137

137

Serviços se mostra capaz de estimular a economia por apresentar setores-chave

em todos os indicadores, o que pode contrariar hipóteses de que não seja capaz de

induzir a economia. Isto é, a nova configuração estrutural indica maior interdependência

de suas atividades entre os demais setores produtivos. Tal fato se torna mais sólido ao se

perceber na literatura, conforme dito anteriormente, que até então havia dificuldade de

se encontrar segmentos do Terciário como chave. Daí a importante contribuição deste

trabalho no que se refere à atualização dos indicadores e comparações entre si e

trabalhos anteriores.

Em adição, percebe-se nos resultados que os fortes laços de encadeamento com as

demais atividades econômicas de Refino de petróleo e coquerias (19) e Transporte

Terrestre (42) mostram elevado grau de dependência da economia brasileira a esses

segmentos. Isso pode sugerir a necessidade de implementação de mais investimentos

nesses setores ou alternativas para que a dependência diminua. Isso poderia envolver

utilização de fontes energéticas alternativas, que pode ser discutido em trabalhos

posteriores.

As informações atualizadas neste trabalho corroboram maior encadeamento do

Setor de Serviços frente aos trabalhos anteriores. Isto pode ser decorrente da evolução

do processo de flexibilização de segmentos produtivos, especificamente fabris, nos

quais terceirizam atividades, mas mantém vínculos operacionais. Por exemplo, se antes

havia uma frota de caminhões em uma empresa para distribuir seus produtos, agora se

contrata empresas especializadas.

Desta feita, investimentos, melhorias tecnológicas, infraestruturas, incentivo às

pesquisas e estudos, dentre outros, em certas atividades Serviços, podem prover

substituições melhores ou similares na cadeia produtiva quando outras atividades se

mostrarem mais caras, inviáveis ou mais incertas quanto a retornos, por exemplo.

Das limitações encontradas neste trabalho, destacam-se as possíveis distorções

dos mais variados índices, daí a importância de se ter uma maior variabilidade possível

ou mesmo aglomerá-los. Estas distorções podem estar associadas, principalmente, aos

bens e serviços consumidos pela demanda final, principalmente consumo das famílias e

governo. Deve ser atentado que o trabalho foi feito numa época de ambiente recessivo,

o que exigirá nova atualização para verificação de tendências.

Outra limitação é a contabilidade na matriz insumo-produto que é focada no valor

de troca e não no valor de uso. Por exemplo, embora o ensino público seja usufruído por

138

138

muitos, é contabilizado principalmente no consumo do governo e, desta forma, não

captura os efeitos diretos e indiretos, de maneira plena, na economia.

Algumas das sugestões para tais correções e trabalhos futuros seria endogeneizar

o consumo das famílias, mas para a construção da matriz inversa de Leontief é

necessário que esta seja quadrada. Por hipótese poderia ser utilizada o consumo das

famílias como o lado demandante e os salários como proxy ofertante. Neste caso, a

teoria segue o rumo clássico de circulação de bens por troca de salário. Analogamente, o

consumo do governo pode ter como contrapartida a oferta de seus produtos comprados:

os impostos, de modo que se manteria a forma quadrática da matriz.

Ainda como sugestão, destaca-se que o trabalho contemplou o método de

Extração Hipotética que é a retirada de um setor, já outros trabalhos futuros podem

simular o que se definiria aqui por Inclusão Hipotética. Neste caso seria incluído um

setor que não existe na economia nacional, mas que por meio de inferência baseada em

matrizes de outros países, poderiam ser obtidos os valores para o Brasil e, então, ser

simulada no plano nacional.

139

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APÊNDICE A

Quadro A 1: Índice Rasmussen-Hirschman de Ligação Para Frente Ui, para Trás Uj,

Dispersão Para Frente Vi e Para Trás Vj, para o Ano de 2015

Chave Atividade3 Ui Uj Vi Vj

1 Agricultura, inclusive o apoio à agricultura e a pós-colheita 1,89 0,95 3,10 4,93

2 Pecuária, inclusive o apoio à pecuária 0,90 0,99 5,48 4,76

3 Produção florestal; pesca e aquicultura 0,74 0,75 6,43 6,30

4 Extração de carvão mineral e de minerais não-metálicos 0,68 1,01 6,76 4,57

5 Extração de petróleo e gás, inclusive as atividades de apoio 1,41 0,94 3,65 5,21

6 Extração de minério de ferro, inclusive beneficiamentos e a

aglomeração 0,64 0,99 7,18 4,65

7 Extração de minerais metálicos não-ferrosos, inclusive beneficiamentos 0,66 1,13 7,12 4,20

8 Abate e produtos de carne, inclusive os produtos do laticínio e da pesca 0,80 1,39 6,22 3,77

9 Fabricação e refino de açúcar 0,69 1,33 6,73 3,93

10 Outros produtos alimentares 0,99 1,30 5,07 3,96

11 Fabricação de bebidas 0,74 1,23 7,00 4,21

12 Fabricação de produtos do fumo 0,58 1,20 8,18 4,20

13 Fabricação de produtos têxteis 0,96 1,12 5,84 4,94

14 Confecção de artefatos do vestuário e acessórios 0,63 1,03 7,54 4,72

15 Fabricação de calçados e de artefatos de couro 0,65 1,16 8,05 4,52

16 Fabricação de produtos da madeira 0,73 1,08 6,98 4,75

17 Fabricação de celulose, papel e produtos de papel 1,00 1,12 5,00 4,53

18 Impressão e reprodução de gravações 0,74 1,01 6,44 4,75

19 Refino de petróleo e coquerias 2,77 1,37 2,45 5,07

20 Fabricação de biocombustíveis 0,72 1,31 6,34 3,81

21 Fabricação de químicos orgânicos e inorgânicos, resinas e elastômeros 1,82 1,11 3,13 5,09

22 Fabricação de defensivos, desinfestantes, tintas e químicos diversos 1,12 1,10 4,39 4,54

23 Fabricação de produtos de limpeza, cosméticos/perfumaria e higiene

pessoal 0,64 1,21 7,21 3,86

24 Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos 0,62 0,97 7,40 4,73

25 Fabricação de produtos de borracha e de material plástico 1,20 1,12 4,29 4,68

26 Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 0,85 1,17 5,88 4,33

27 Produção de ferro-gusa/ferroligas, siderurgia e tubos de aço sem

costura 1,06 1,19 4,65 4,15

28 Metalurgia de metais não-ferosos e a fundição de metais 0,90 1,17 5,79 4,46

29 Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 1,03 1,09 4,75 4,54

30 Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e

ópticos 0,69 0,93 7,24 5,38

31 Fabricação de máquinas e equipamentos elétricos 0,79 1,14 6,22 4,36

32 Fabricação de máquinas e equipamentos mecânicos 0,85 1,03 5,78 4,79

33 Fabricação de automóveis, caminhões e ônibus, exceto peças 0,60 1,20 7,83 3,96

3 Chaves 1-7: Primário, 8-40: Secundário e 41-67: Terciário.

148

148

Chave Atividade4 Ui Uj Vi Vj

34 Fabricação de peças e acessórios para veículos automotores 0,84 1,15 6,00 4,37

35 Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos

automotores 0,67 1,06 7,76 4,91

36 Fabricação de móveis e de produtos de indústrias diversas 0,65 1,00 7,10 4,60

37 Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos 1,11 0,97 4,13 4,79

38 Energia elétrica, gás natural e outras utilidades 2,02 1,15 3,32 5,88

39 Água, esgoto e gestão de resíduos 0,78 0,87 5,84 5,27

40 Construção 0,91 0,99 5,47 5,03

41 Comércio por atacado e a varejo, exceto veículos automotores 3,84 0,85 1,22 5,55

42 Transporte terrestre 2,35 1,10 2,13 4,79

43 Transporte aquaviário 0,68 0,95 6,92 5,01

44 Transporte aéreo 0,70 1,03 6,49 4,48

45 Armazenamento, atividades auxiliares dos transportes e correio 1,25 0,88 3,75 5,36

46 Alojamento 0,62 0,94 7,26 4,81

47 Alimentação 0,71 1,01 6,32 4,51

48 Edição e edição integrada à impressão 0,61 0,96 7,41 4,75

49 Atividades de televisão, rádio, cinema e gravação/edição de som e

imagem 1,10 0,95 4,84 5,33

50 Telecomunicações 1,00 1,00 5,21 5,26

51 Desenvolvimento de sistemas e outros serviços de informação 0,92 0,76 5,15 6,29

52 Intermediação financeira, seguros e previdência complementar 2,16 0,82 2,33 6,32

53 Atividades imobiliárias 1,00 0,61 4,51 7,40

54 Atividades jurídicas, contábeis, consultoria e sedes de empresas 1,83 0,79 2,62 6,21

55 Serviços de arquitetura, engenharia, testes/análises técnicas e P & D 0,91 0,79 5,19 5,99

56 Outras atividades profissionais, científicas e técnicas 1,20 1,10 3,88 4,54

57 Aluguéis não-imobiliários e gestão de ativos de propriedade intelectual 0,87 0,78 5,26 5,87

58 Outras atividades administrativas e serviços complementares 1,40 0,77 3,26 6,04

59 Atividades de vigilância, segurança e investigação 0,77 0,67 5,87 6,70

60 Administração pública, defesa e seguridade social 0,73 0,78 6,17 5,83

61 Educação pública 0,57 0,69 7,96 6,57

62 Educação privada 0,64 0,77 7,08 5,86

63 Saúde pública 0,55 0,81 8,16 5,57

64 Saúde privada 0,61 0,84 8,16 5,91

65 Atividades artísticas 0,65 0,88 7,09 5,26

66 Organizações associativas e outros serviços pessoais 0,70 0,92 6,47 4,92

67 Serviços domésticos 0,55 0,55 8,19 8,19

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

4 Chaves 1-7: Primário, 8-40: Secundário e 41-67: Terciário..

149

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Quadro A 2: Índice GHS de Ligação Para Frente Ui, para Trás Uj, Dispersão Para

Frente Vi e Para Trás Vj, para o Ano de 2015

Chave Atividade5 PBLN PFLN PTLN

1 Agricultura, inclusive o apoio à agricultura e a pós-colheita 2,10 2,52 2,31

2 Pecuária, inclusive o apoio à pecuária 0,57 1,71 1,14

3 Produção florestal; pesca e aquicultura 0,10 0,25 0,17

4 Extração de carvão mineral e de minerais não-metálicos 0,04 0,32 0,18

5 Extração de petróleo e gás, inclusive as atividades de apoio 0,65 1,98 1,31

6 Extração de minério de ferro, inclusive beneficiamentos e a

aglomeração 0,64 0,13 0,39

7 Extração de minerais metálicos não-ferrosos, inclusive beneficiamentos 0,17 0,12 0,14

8 Abate e produtos de carne, inclusive os produtos do laticínio e da pesca 5,25 0,58 2,92

9 Fabricação e refino de açúcar 0,77 0,31 0,54

10 Outros produtos alimentares 3,81 1,22 2,52

11 Fabricação de bebidas 0,83 0,53 0,68

12 Fabricação de produtos do fumo 0,29 0,00 0,15

13 Fabricação de produtos têxteis 0,24 0,49 0,36

14 Confecção de artefatos do vestuário e acessórios 0,78 0,12 0,45

15 Fabricação de calçados e de artefatos de couro 0,59 0,02 0,30

16 Fabricação de produtos da madeira 0,12 0,33 0,22

17 Fabricação de celulose, papel e produtos de papel 0,59 0,74 0,67

18 Impressão e reprodução de gravações 0,01 0,34 0,18

19 Refino de petróleo e coquerias 1,68 4,13 2,90

20 Fabricação de biocombustíveis 0,53 0,39 0,46

21 Fabricação de químicos orgânicos e inorgânicos, resinas e elastômeros 0,34 2,09 1,21

22 Fabricação de defensivos, desinfestantes, tintas e químicos diversos 0,17 1,15 0,66

23 Fabricação de produtos de limpeza, cosméticos/perfumaria e higiene

pessoal 0,63 0,18 0,41

24 Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos 0,60 0,24 0,42

25 Fabricação de produtos de borracha e de material plástico 0,32 1,43 0,87

26 Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 0,18 1,43 0,81

27 Produção de ferro-gusa/ferroligas, siderurgia e tubos de aço sem costura 0,73 1,10 0,92

28 Metalurgia de metais não-ferosos e a fundição de metais 0,48 0,48 0,48

29 Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 0,41 1,16 0,78

30 Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e

ópticos 0,73 0,17 0,45

31 Fabricação de máquinas e equipamentos elétricos 0,71 0,51 0,61

32 Fabricação de máquinas e equipamentos mecânicos 1,27 0,43 0,85

33 Fabricação de automóveis, caminhões e ônibus, exceto peças 2,90 0,06 1,48

34 Fabricação de peças e acessórios para veículos automotores 0,33 0,92 0,62

5 Chaves 1-7: Primário, 8-40: Secundário e 41-67: Terciário.

150

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Chave Atividade6 PBLN PFLN PTLN

35 Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos

automotores 0,57 0,07 0,32

36 Fabricação de móveis e de produtos de indústrias diversas 0,79 0,28 0,54

37 Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos 0,18 0,88 0,53

38 Energia elétrica, gás natural e outras utilidades 0,82 2,63 1,73

39 Água, esgoto e gestão de resíduos 0,25 0,69 0,47

40 Construção 6,70 0,87 3,79

41 Comércio por atacado e a varejo, exceto veículos automotores 5,98 7,09 6,54

42 Transporte terrestre 1,48 4,06 2,77

43 Transporte aquaviário 0,09 0,23 0,16

44 Transporte aéreo 0,21 0,43 0,32

45 Armazenamento, atividades auxiliares dos transportes e correio 0,33 1,47 0,90

46 Alojamento 0,13 0,25 0,19

47 Alimentação 2,85 0,64 1,74

48 Edição e edição integrada à impressão 0,15 0,17 0,16

49 Atividades de televisão, rádio, cinema e gravação/edição de som e

imagem 0,02 0,74 0,38

50 Telecomunicações 1,07 1,01 1,04

51 Desenvolvimento de sistemas e outros serviços de informação 0,37 1,04 0,71

52 Intermediação financeira, seguros e previdência complementar 1,67 4,71 3,19

53 Atividades imobiliárias 0,92 1,31 1,11

54 Atividades jurídicas, contábeis, consultoria e sedes de empresas 0,17 2,89 1,53

55 Serviços de arquitetura, engenharia, testes/análises técnicas e P & D 0,16 0,84 0,50

56 Outras atividades profissionais, científicas e técnicas 0,07 1,62 0,84

57 Aluguéis não-imobiliários e gestão de ativos de propriedade intelectual 0,06 0,69 0,37

58 Outras atividades administrativas e serviços complementares 0,32 2,89 1,60

59 Atividades de vigilância, segurança e investigação 0,00 0,72 0,36

60 Administração pública, defesa e seguridade social 5,15 0,40 2,78

61 Educação pública 1,36 0,03 0,70

62 Educação privada 0,71 0,21 0,46

63 Saúde pública 1,52 0,01 0,76

64 Saúde privada 1,56 0,01 0,78

65 Atividades artísticas 0,27 0,14 0,21

66 Organizações associativas e outros serviços pessoais 1,49 0,39 0,94

67 Serviços domésticos 0,00 0,00 0,00

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

6 Chaves 1-7: Primário, 8-40: Secundário e 41-67: Terciário.

151

151

Quadro A 3: Multiplicador de Produto (MP) e Emprego (ME) Tipo I e Tipo II, para o

Ano de 2015

Chave Atividade7 MPI MPII ME I ME II

1 Agricultura, inclusive o apoio à agricultura e a pós-colheita 1,72 2,41 1,22 1,44

2 Pecuária, inclusive o apoio à pecuária 1,80 2,80 1,16 1,30

3 Produção florestal; pesca e aquicultura 1,36 1,81 1,13 1,22

4 Extração de carvão mineral e de minerais não-metálicos 1,83 3,07 1,75 2,89

5 Extração de petróleo e gás, inclusive as atividades de apoio 1,71 2,68 12,76 28,00

6 Extração de minério de ferro, inclusive beneficiamentos e a

aglomeração 1,79 2,65 6,78 12,38

7 Extração de minerais metálicos não-ferrosos, inclusive

beneficiamentos 2,05 3,24 4,25 7,77

8 Abate e produtos de carne, inclusive os produtos do laticínio e da

pesca 2,51 3,80 9,90 12,67

9 Fabricação e refino de açúcar 2,41 3,76 5,29 7,51

10 Outros produtos alimentares 2,36 3,58 3,80 5,36

11 Fabricação de bebidas 2,22 3,46 4,62 7,68

12 Fabricação de produtos do fumo 2,18 3,16 12,44 17,53

13 Fabricação de produtos têxteis 2,02 3,44 1,75 2,40

14 Confecção de artefatos do vestuário e acessórios 1,86 3,52 1,37 1,74

15 Fabricação de calçados e de artefatos de couro 2,10 3,72 1,89 2,73

16 Fabricação de produtos da madeira 1,96 3,36 1,75 2,36

17 Fabricação de celulose, papel e produtos de papel 2,03 3,22 4,31 7,26

18 Impressão e reprodução de gravações 1,83 3,45 1,61 2,60

19 Refino de petróleo e coquerias 2,48 3,20 81,67 153,13

20 Fabricação de biocombustíveis 2,38 3,61 6,98 10,03

21 Fabricação de químicos orgânicos e inorgânicos, resinas e

elastômeros 2,01 2,85 8,47 15,97

22 Fabricação de defensivos, desinfestantes, tintas e químicos diversos 2,00 3,08 5,91 11,20

23 Fabricação de produtos de limpeza, cosméticos/perfumaria e

higiene pessoal 2,19 3,46 3,51 5,79

24 Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos 1,77 3,06 4,64 9,18

25 Fabricação de produtos de borracha e de material plástico 2,02 3,39 2,51 4,44

26 Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 2,11 3,65 2,05 3,35

27 Produção de ferro-gusa/ferroligas, siderurgia e tubos de aço sem

costura 2,15 3,33 7,32 13,37

28 Metalurgia de metais não-ferosos e a fundição de metais 2,13 3,21 5,31 9,13

29 Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 1,97 3,50 1,81 3,01

30 Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e

ópticos 1,68 2,63 4,21 7,69

31 Fabricação de máquinas e equipamentos elétricos 2,07 3,54 3,37 6,32

32 Fabricação de máquinas e equipamentos mecânicos 1,88 3,38 3,00 5,74

33 Fabricação de automóveis, caminhões e ônibus, exceto peças 2,18 3,60 8,24 15,82

7 Chaves 1-7: Primário, 8-40: Secundário e 41-67: Terciário.

152

152

Chave Atividade8 MPI MPII ME I ME II

34 Fabricação de peças e acessórios para veículos automotores 2,08 3,74 2,81 5,34

35 Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos

automotores 1,92 3,27 3,86 7,62

36 Fabricação de móveis e de produtos de indústrias diversas 1,82 3,21 1,65 2,43

37 Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos 1,75 2,99 1,68 2,63

38 Energia elétrica, gás natural e outras utilidades 2,09 2,84 8,34 16,37

39 Água, esgoto e gestão de resíduos 1,58 2,90 1,53 2,51

40 Construção 1,80 2,94 1,46 1,93

41 Comércio por atacado e a varejo, exceto veículos automotores 1,54 3,04 1,24 1,79

42 Transporte terrestre 1,99 3,38 1,48 2,24

43 Transporte aquaviário 1,72 3,17 2,59 5,66

44 Transporte aéreo 1,86 3,13 4,74 9,97

45 Armazenamento, atividades auxiliares dos transportes e correio 1,59 3,35 1,72 3,26

46 Alojamento 1,70 3,56 1,34 1,96

47 Alimentação 1,83 3,09 1,34 1,69

48 Edição e edição integrada à impressão 1,73 3,53 1,77 3,14

49 Atividades de televisão, rádio, cinema e gravação/edição de som e

imagem 1,72 3,19 2,76 5,02

50 Telecomunicações 1,81 2,87 5,91 10,43

51 Desenvolvimento de sistemas e outros serviços de informação 1,38 3,03 1,55 3,22

52 Intermediação financeira, seguros e previdência complementar 1,49 2,81 2,76 6,71

53 Atividades imobiliárias 1,11 1,24 1,87 2,96

54 Atividades jurídicas, contábeis, consultoria e sedes de empresas 1,42 2,77 1,40 2,32

55 Serviços de arquitetura, engenharia, testes/análises técnicas e P & D 1,44 2,90 1,45 2,55

56 Outras atividades profissionais, científicas e técnicas 1,99 3,27 2,36 3,85

57 Aluguéis não-imobiliários e gestão de ativos de propriedade

intelectual 1,42 2,55 1,46 2,44

58 Outras atividades administrativas e serviços complementares 1,39 3,36 1,16 1,78

59 Atividades de vigilância, segurança e investigação 1,22 3,87 1,08 1,85

60 Administração pública, defesa e seguridade social 1,41 3,89 1,51 3,69

61 Educação pública 1,24 4,24 1,20 2,58

62 Educação privada 1,39 3,87 1,14 1,83

63 Saúde pública 1,46 4,09 1,50 3,03

64 Saúde privada 1,53 3,04 1,43 2,15

65 Atividades artísticas 1,59 3,12 1,16 1,49

66 Organizações associativas e outros serviços pessoais 1,66 3,14 1,24 1,57

67 Serviços domésticos 1,00 4,48 1,00 1,21

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

8 Chaves 1-7: Primário, 8-40: Secundário e 41-67: Terciário.

153

153

Quadro A 4: Extração Hipotética dos Setores e impacto percentual em termos de

retração na Produção Nacional, em 2015.

Chave Atividade9 %

1 Agricultura, inclusive o apoio à agricultura e a pós-colheita 5,07%

2 Pecuária, inclusive o apoio à pecuária 2,31%

3 Produção florestal; pesca e aquicultura 0,41%

4 Extração de carvão mineral e de minerais não-metálicos 0,35%

5 Extração de petróleo e gás, inclusive as atividades de apoio 2,64%

6 Extração de minério de ferro, inclusive beneficiamentos e a aglomeração 0,91%

7 Extração de minerais metálicos não-ferrosos, inclusive beneficiamentos 0,31%

8 Abate e produtos de carne, inclusive os produtos do laticínio e da pesca 5,73%

9 Fabricação e refino de açúcar 1,11%

10 Outros produtos alimentares 5,26%

11 Fabricação de bebidas 1,45%

12 Fabricação de produtos do fumo 0,31%

13 Fabricação de produtos têxteis 0,76%

14 Confecção de artefatos do vestuário e acessórios 1,07%

15 Fabricação de calçados e de artefatos de couro 0,72%

16 Fabricação de produtos da madeira 0,45%

17 Fabricação de celulose, papel e produtos de papel 1,42%

18 Impressão e reprodução de gravações 0,33%

19 Refino de petróleo e coquerias 6,06%

20 Fabricação de biocombustíveis 0,98%

21 Fabricação de químicos orgânicos e inorgânicos, resinas e elastômeros 2,30%

22 Fabricação de defensivos, desinfestantes, tintas e químicos diversos 1,33%

23 Fabricação de produtos de limpeza, cosméticos/perfumaria e higiene pessoal 0,84%

24 Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos 0,98%

25 Fabricação de produtos de borracha e de material plástico 1,75%

26 Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 1,66%

27 Produção de ferro-gusa/ferroligas, siderurgia e tubos de aço sem costura 1,97%

28 Metalurgia de metais não-ferosos e a fundição de metais 1,03%

29 Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 1,62%

30 Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos 1,27%

31 Fabricação de máquinas e equipamentos elétricos 1,33%

32 Fabricação de máquinas e equipamentos mecânicos 2,03%

33 Fabricação de automóveis, caminhões e ônibus, exceto peças 3,02%

34 Fabricação de peças e acessórios para veículos automotores 1,30%

35 Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores 0,83%

9 Chaves 1-7: Primário, 8-40: Secundário e 41-67: Terciário.

154

154

Chave Atividade10

%

36 Fabricação de móveis e de produtos de indústrias diversas 1,23%

37 Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos 1,05%

38 Energia elétrica, gás natural e outras utilidades 3,54%

39 Água, esgoto e gestão de resíduos 0,95%

40 Construção 10,06%

41 Comércio por atacado e a varejo, exceto veículos automotores 15,83%

42 Transporte terrestre 5,75%

43 Transporte aquaviário 0,32%

44 Transporte aéreo 0,68%

45 Armazenamento, atividades auxiliares dos transportes e correio 1,71%

46 Alojamento 0,40%

47 Alimentação 3,99%

48 Edição e edição integrada à impressão 0,35%

49 Atividades de televisão, rádio, cinema e gravação/edição de som e imagem 0,65%

50 Telecomunicações 2,45%

51 Desenvolvimento de sistemas e outros serviços de informação 1,59%

52 Intermediação financeira, seguros e previdência complementar 7,26%

53 Atividades imobiliárias 5,90%

54 Atividades jurídicas, contábeis, consultoria e sedes de empresas 2,41%

55 Serviços de arquitetura, engenharia, testes/análises técnicas e P & D 0,95%

56 Outras atividades profissionais, científicas e técnicas 1,76%

57 Aluguéis não-imobiliários e gestão de ativos de propriedade intelectual 0,62%

58 Outras atividades administrativas e serviços complementares 2,75%

59 Atividades de vigilância, segurança e investigação 0,48%

60 Administração pública, defesa e seguridade social 9,88%

61 Educação pública 3,75%

62 Educação privada 1,51%

63 Saúde pública 2,57%

64 Saúde privada 3,01%

65 Atividades artísticas 0,53%

66 Organizações associativas e outros serviços pessoais 2,36%

67 Serviços domésticos 0,61%

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

10

Chaves 1-7: Primário, 8-40: Secundário e 41-67: Terciário.

155

155

Quadro A 5: Coeficientes da Matriz de Intensidade pelo lado da Oferta e da Demanda,

em 2015

Chave Atividade11

Oferta Demanda

1 Agricultura, inclusive o apoio à agricultura e a pós-colheita 3,43 1,72

2 Pecuária, inclusive o apoio à pecuária 1,64 1,80

3 Produção florestal; pesca e aquicultura 1,34 1,36

4 Extração de carvão mineral e de minerais não-metálicos 1,23 1,83

5 Extração de petróleo e gás, inclusive as atividades de apoio 2,56 1,71

6 Extração de minério de ferro, inclusive beneficiamentos e a aglomeração 1,15 1,79

7 Extração de minerais metálicos não-ferrosos, inclusive beneficiamentos 1,20 2,05

8 Abate e produtos de carne, inclusive os produtos do laticínio e da pesca 1,44 2,51

9 Fabricação e refino de açúcar 1,24 2,41

10 Outros produtos alimentares 1,80 2,36

11 Fabricação de bebidas 1,34 2,22

12 Fabricação de produtos do fumo 1,05 2,18

13 Fabricação de produtos têxteis 1,73 2,02

14 Confecção de artefatos do vestuário e acessórios 1,13 1,86

15 Fabricação de calçados e de artefatos de couro 1,17 2,10

16 Fabricação de produtos da madeira 1,33 1,96

17 Fabricação de celulose, papel e produtos de papel 1,82 2,03

18 Impressão e reprodução de gravações 1,34 1,83

19 Refino de petróleo e coquerias 5,02 2,48

20 Fabricação de biocombustíveis 1,31 2,38

21 Fabricação de químicos orgânicos e inorgânicos, resinas e elastômeros 3,30 2,01

22 Fabricação de defensivos, desinfestantes, tintas e químicos diversos 2,03 2,00

23 Fabricação de produtos de limpeza, cosméticos/perfumaria e higiene

pessoal 1,16 2,19

24 Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos 1,13 1,77

25 Fabricação de produtos de borracha e de material plástico 2,17 2,02

26 Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 1,54 2,11

27 Produção de ferro-gusa/ferroligas, siderurgia e tubos de aço sem costura 1,92 2,15

28 Metalurgia de metais não-ferosos e a fundição de metais 1,63 2,13

29 Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 1,86 1,97

30 Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e

ópticos 1,25 1,68

31 Fabricação de máquinas e equipamentos elétricos 1,44 2,07

32 Fabricação de máquinas e equipamentos mecânicos 1,54 1,88

33 Fabricação de automóveis, caminhões e ônibus, exceto peças 3,43 1,72

34 Fabricação de peças e acessórios para veículos automotores 1,08 2,18

35 Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos

automotores 1,52 2,08

11

Chaves 1-7: Primário, 8-40: Secundário e 41-67: Terciário.

156

156

Chave Atividade12

Oferta Demanda

36 Fabricação de móveis e de produtos de indústrias diversas 1,21 1,92

37 Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos 1,17 1,82

38 Energia elétrica, gás natural e outras utilidades 2,00 1,75

39 Água, esgoto e gestão de resíduos 3,66 2,09

40 Construção 1,42 1,58

41 Comércio por atacado e a varejo, exceto veículos automotores 1,65 1,80

42 Transporte terrestre 6,96 1,54

43 Transporte aquaviário 4,25 1,99

44 Transporte aéreo 1,24 1,72

45 Armazenamento, atividades auxiliares dos transportes e correio 1,26 1,86

46 Alojamento 2,27 1,59

47 Alimentação 1,13 1,70

48 Edição e edição integrada à impressão 1,29 1,83

49 Atividades de televisão, rádio, cinema e gravação/edição de som e

imagem 1,11 1,73

50 Telecomunicações 2,00 1,72

51 Desenvolvimento de sistemas e outros serviços de informação 1,82 1,81

52 Intermediação financeira, seguros e previdência complementar 1,67 1,38

53 Atividades imobiliárias 3,91 1,49

54 Atividades jurídicas, contábeis, consultoria e sedes de empresas 1,81 1,11

55 Serviços de arquitetura, engenharia, testes/análises técnicas e P & D 3,32 1,42

56 Outras atividades profissionais, científicas e técnicas 1,65 1,44

57 Aluguéis não-imobiliários e gestão de ativos de propriedade intelectual 2,17 1,99

58 Outras atividades administrativas e serviços complementares 1,58 1,42

59 Atividades de vigilância, segurança e investigação 2,54 1,39

60 Administração pública, defesa e seguridade social 1,39 1,22

61 Educação pública 1,32 1,41

62 Educação privada 1,03 1,24

63 Saúde pública 1,15 1,39

64 Saúde privada 1,00 1,46

65 Atividades artísticas 1,11 1,53

66 Organizações associativas e outros serviços pessoais 1,18 1,59

67 Serviços domésticos 1,27 1,66

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

12

Chaves 1-7: Primário, 8-40: Secundário e 41-67: Terciário.

157

157

Quadro A 6: Coeficientes do Campo de Influência em 2015.

Chave Atividade13

Oferta Demanda Total

1 Agricultura, inclusive o apoio à agricultura e a pós-colheita 151,1 91,1 242,2

2 Pecuária, inclusive o apoio à pecuária 100,4 92,3 192,7

3 Produção florestal; pesca e aquicultura 92,2 91,5 183,7

4 Extração de carvão mineral e de minerais não-metálicos 85,5 88,6 174,1

5 Extração de petróleo e gás, inclusive as atividades de apoio 113,7 99,1 212,8

6 Extração de minério de ferro, inclusive beneficiamentos e a

aglomeração 84,6 87,3 171,8

7 Extração de minerais metálicos não-ferrosos, inclusive

beneficiamentos 90,1 95,1 185,2

8 Abate e produtos de carne, inclusive os produtos do laticínio e da

pesca 99,9 116,0 215,9

9 Fabricação e refino de açúcar 86,6 115,6 202,2

10 Outros produtos alimentares 104,1 112,1 216,2

11 Fabricação de bebidas 108,4 112,0 220,4

12 Fabricação de produtos do fumo 90,9 107,1 198,0

13 Fabricação de produtos têxteis 127,8 126,0 253,8

14 Confecção de artefatos do vestuário e acessórios 89,8 97,8 187,6

15 Fabricação de calçados e de artefatos de couro 109,1 114,0 223,1

16 Fabricação de produtos da madeira 105,9 109,2 215,1

17 Fabricação de celulose, papel e produtos de papel 104,3 106,9 211,1

18 Impressão e reprodução de gravações 92,6 95,2 187,8

19 Refino de petróleo e coquerias 214,1 199,7 413,7

20 Fabricação de biocombustíveis 85,1 106,5 191,6

21 Fabricação de químicos orgânicos e inorgânicos, resinas e

elastômeros 142,6 132,2 274,8

22 Fabricação de defensivos, desinfestantes, tintas e químicos diversos 101,2 104,4 205,5

23 Fabricação de produtos de limpeza, cosméticos/perfumaria e higiene

pessoal 86,5 92,2 178,7

24 Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos 85,5 88,2 173,7

25 Fabricação de produtos de borracha e de material plástico 110,4 113,4 223,8

26 Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 102,8 106,8 209,7

27 Produção de ferro-gusa/ferroligas, siderurgia e tubos de aço sem

costura 101,4 102,0 203,5

28 Metalurgia de metais não-ferosos e a fundição de metais 110,4 114,7 225,1

29 Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 98,6 101,8 200,4

30 Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e

ópticos 100,6 102,7 203,2

31 Fabricação de máquinas e equipamentos elétricos 99,4 103,9 203,2

32 Fabricação de máquinas e equipamentos mecânicos 99,3 101,9 201,2

33 Fabricação de automóveis, caminhões e ônibus, exceto peças 88,0 95,9 183,9

13

Chaves 1-7: Primário, 8-40: Secundário e 41-67: Terciário.

158

158

Chave Atividade14

Oferta Demanda Total

34 Fabricação de peças e acessórios para veículos automotores 103,9 105,0 208,8

35 Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos

automotores 109,3 112,2 221,5

36 Fabricação de móveis e de produtos de indústrias diversas 85,5 88,7 174,2

37 Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos 88,0 88,7 176,7

38 Energia elétrica, gás natural e outras utilidades 194,3 187,4 381,7

39 Água, esgoto e gestão de resíduos 85,3 86,4 171,7

40 Construção 101,6 103,0 204,6

41 Comércio por atacado e a varejo, exceto veículos automotores 146,8 91,1 237,9

42 Transporte terrestre 121,3 114,7 235,9

43 Transporte aquaviário 90,4 93,7 184,1

44 Transporte aéreo 82,9 88,0 171,0

45 Armazenamento, atividades auxiliares dos transportes e correio 94,0 91,0 185,1

46 Alojamento 82,5 84,2 166,6

47 Alimentação 82,9 86,3 169,2

48 Edição e edição integrada à impressão 83,0 85,8 168,8

49 Atividades de televisão, rádio, cinema e gravação/edição de som e

imagem 118,0 105,9 223,9

50 Telecomunicações 112,5 114,3 226,8

51 Desenvolvimento de sistemas e outros serviços de informação 93,3 92,9 186,2

52 Intermediação financeira, seguros e previdência complementar 119,3 109,5 228,9

53 Atividades imobiliárias 84,4 83,0 167,4

54 Atividades jurídicas, contábeis, consultoria e sedes de empresas 104,9 97,2 202,1

55 Serviços de arquitetura, engenharia, testes/análises técnicas e P & D 92,2 92,3 184,6

56 Outras atividades profissionais, científicas e técnicas 92,0 104,0 196,0

57 Aluguéis não-imobiliários e gestão de ativos de propriedade

intelectual 86,4 86,4 172,9

58 Outras atividades administrativas e serviços complementares 91,2 87,5 178,7

59 Atividades de vigilância, segurança e investigação 82,9 82,9 165,9

60 Administração pública, defesa e seguridade social 82,9 83,8 166,8

61 Educação pública 82,3 82,6 164,9

62 Educação privada 82,5 83,1 165,6

63 Saúde pública 82,3 83,2 165,5

64 Saúde privada 100,2 101,2 201,4

65 Atividades artísticas 86,9 88,2 175,1

66 Organizações associativas e outros serviços pessoais 83,1 84,5 167,6

67 Serviços domésticos 82,3 82,3 164,6

14

Chaves 1-7: Primário, 8-40: Secundário e 41-67: Terciário.

159

159

Quadro A 7: Ordem de classificação no Sistema de Análise de Redes para Centralidade

Grau, Grau Ponderado (GrauP) e Loop, em 2015.

Chave Atividade15

Grau GrauP Loop

1 Agricultura, inclusive o apoio à agricultura e a pós-colheita 5 6 25

2 Pecuária, inclusive o apoio à pecuária 22 14 33

3 Produção florestal; pesca e aquicultura 60 60 60

4 Extração de carvão mineral e de minerais não-metálicos 43 49 50

5 Extração de petróleo e gás, inclusive as atividades de apoio 17 11 14

6 Extração de minério de ferro, inclusive beneficiamentos e a aglomeração 53 54 55

7 Extração de minerais metálicos não-ferrosos, inclusive beneficiamentos 61 61 61

8 Abate e produtos de carne, inclusive os produtos do laticínio e da pesca 12 7 11

9 Fabricação e refino de açúcar 44 34 41

10 Outros produtos alimentares 10 8 8

11 Fabricação de bebidas 23 28 16

12 Fabricação de produtos do fumo 54 56 57

13 Fabricação de produtos têxteis 32 36 19

14 Confecção de artefatos do vestuário e acessórios 45 42 45

15 Fabricação de calçados e de artefatos de couro 46 57 30

16 Fabricação de produtos da madeira 47 50 51

17 Fabricação de celulose, papel e produtos de papel 33 37 18

18 Impressão e reprodução de gravações 55 55 56

19 Refino de petróleo e coquerias 6 2 1

20 Fabricação de biocombustíveis 48 33 40

21 Fabricação de químicos orgânicos e inorgânicos, resinas e elastômeros 14 13 7

22 Fabricação de defensivos, desinfestantes, tintas e químicos diversos 24 26 29

23 Fabricação de produtos de limpeza, cosméticos/perfumaria e higiene

pessoal 62 62 62

24 Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos 49 52 53

25 Fabricação de produtos de borracha e de material plástico 15 21 13

26 Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 25 18 17

27 Produção de ferro-gusa/ferroligas, siderurgia e tubos de aço sem costura 11 17 22

28 Metalurgia de metais não-ferosos e a fundição de metais 34 39 21

29 Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 26 25 27

30 Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e

ópticos 35 45 20

31 Fabricação de máquinas e equipamentos elétricos 27 35 28

32 Fabricação de máquinas e equipamentos mecânicos 28 31 15

33 Fabricação de automóveis, caminhões e ônibus, exceto peças 18 22 31

34 Fabricação de peças e acessórios para veículos automotores 19 23 26

35 Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos

automotores 36 48 23

15

Chaves 1-7: Primário, 8-40: Secundário e 41-67: Terciário.

160

160

Chave Atividade16

Grau GrauP Loop

36 Fabricação de móveis e de produtos de indústrias diversas 37 43 46

37 Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos 38 44 47

38 Energia elétrica, gás natural e outras utilidades 7 9 2

39 Água, esgoto e gestão de resíduos 56 51 52

40 Construção 4 5 4

41 Comércio por atacado e a varejo, exceto veículos automotores 1 1 6

42 Transporte terrestre 2 4 5

43 Transporte aquaviário 57 59 59

44 Transporte aéreo 50 47 49

45 Armazenamento, atividades auxiliares dos transportes e correio 20 30 34

46 Alojamento 63 63 63

47 Alimentação 21 16 36

48 Edição e edição integrada à impressão 64 64 64

49 Atividades de televisão, rádio, cinema e gravação/edição de som e

imagem 58 32 39

50 Telecomunicações 16 19 9

51 Desenvolvimento de sistemas e outros serviços de informação 29 29 24

52 Intermediação financeira, seguros e previdência complementar 3 3 3

53 Atividades imobiliárias 39 24 38

54 Atividades jurídicas, contábeis, consultoria e sedes de empresas 13 15 12

55 Serviços de arquitetura, engenharia, testes/análises técnicas e P & D 51 53 54

56 Outras atividades profissionais, científicas e técnicas 31 20 37

57 Aluguéis não-imobiliários e gestão de ativos de propriedade intelectual 59 58 58

58 Outras atividades administrativas e serviços complementares 8 12 32

59 Atividades de vigilância, segurança e investigação 40 41 44

60 Administração pública, defesa e seguridade social 9 10 35

61 Educação pública 52 46 48

62 Educação privada 65 65 65

63 Saúde pública 41 38 42

64 Saúde privada 30 27 10

65 Atividades artísticas 66 66 66

66 Organizações associativas e outros serviços pessoais 42 40 43

67 Serviços domésticos 67 67 67

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

16

Chaves 1-7: Primário, 8-40: Secundário e 41-67: Terciário.

161

161

Quadro A 8: Pontuação Simples (PTS) e Ponderada (PTP) no Ranking Geral, em 2015

Chave Atividade17

PTS PTP

1 Agricultura, inclusive o apoio à agricultura e a pós-colheita 7 28

2 Pecuária, inclusive o apoio à pecuária -2 -11

3 Produção florestal; pesca e aquicultura -13 -98

4 Extração de carvão mineral e de minerais não-metálicos -7 -38

5 Extração de petróleo e gás, inclusive as atividades de apoio 4 16

6 Extração de minério de ferro, inclusive beneficiamentos e a

aglomeração -3 -22

7 Extração de minerais metálicos não-ferrosos, inclusive

beneficiamentos -9 -68

8 Abate e produtos de carne, inclusive os produtos do laticínio e da

pesca 13 84

9 Fabricação e refino de açúcar 2 13

10 Outros produtos alimentares 12 51

11 Fabricação de bebidas 3 11

12 Fabricação de produtos do fumo -4 -38

13 Fabricação de produtos têxteis 0 0

14 Confecção de artefatos do vestuário e acessórios -5 -11

15 Fabricação de calçados e de artefatos de couro -1 -11

16 Fabricação de produtos da madeira -2 -4

17 Fabricação de celulose, papel e produtos de papel 1 2

18 Impressão e reprodução de gravações -7 -26

19 Refino de petróleo e coquerias 12 99

20 Fabricação de biocombustíveis 2 21

21 Fabricação de químicos orgânicos e inorgânicos, resinas e

elastômeros 6 25

22 Fabricação de defensivos, desinfestantes, tintas e químicos diversos 1 1

23 Fabricação de produtos de limpeza, cosméticos/perfumaria e higiene

pessoal -1 -10

24 Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos 0 3

25 Fabricação de produtos de borracha e de material plástico 0 0

26 Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 0 0

27 Produção de ferro-gusa/ferroligas, siderurgia e tubos de aço sem

costura 6 18

28 Metalurgia de metais não-ferosos e a fundição de metais 0 -1

29 Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 0 0

30 Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e

ópticos 0 -1

31 Fabricação de máquinas e equipamentos elétricos 1 2

32 Fabricação de máquinas e equipamentos mecânicos 1 9

33 Fabricação de automóveis, caminhões e ônibus, exceto peças 3 16

17

Chaves 1-7: Primário, 8-40: Secundário e 41-67: Terciário.

162

162

Chave Atividade18

PTS PTP

34 Fabricação de peças e acessórios para veículos automotores 7 26

35 Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos

automotores

-2 -11

36 Fabricação de móveis e de produtos de indústrias diversas -13 -94

37 Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos -7 -42

38 Energia elétrica, gás natural e outras utilidades 4 16

39 Água, esgoto e gestão de resíduos -3 -22

40 Construção -9 -69

41 Comércio por atacado e a varejo, exceto veículos automotores 13 82

42 Transporte terrestre 2 13

43 Transporte aquaviário 12 49

44 Transporte aéreo 3 11

45 Armazenamento, atividades auxiliares dos transportes e correio -4 -39

46 Alojamento 0 0

47 Alimentação -5 -11

48 Edição e edição integrada à impressão -1 -11

49 Atividades de televisão, rádio, cinema e gravação/edição de som e

imagem

-3 -6

50 Telecomunicações 1 2

51 Desenvolvimento de sistemas e outros serviços de informação -7 -31

52 Intermediação financeira, seguros e previdência complementar 12 96

53 Atividades imobiliárias 2 21

54 Atividades jurídicas, contábeis, consultoria e sedes de empresas 6 25

55 Serviços de arquitetura, engenharia, testes/análises técnicas e P & D 1 1

56 Outras atividades profissionais, científicas e técnicas -1 -10

57 Aluguéis não-imobiliários e gestão de ativos de propriedade

intelectual

0 3

58 Outras atividades administrativas e serviços complementares 0 0

59 Atividades de vigilância, segurança e investigação 0 0

60 Administração pública, defesa e seguridade social 6 18

61 Educação pública 0 -1

62 Educação privada 0 0

63 Saúde pública 0 -1

64 Saúde privada 1 2

65 Atividades artísticas 1 9

66 Organizações associativas e outros serviços pessoais 3 16

67 Serviços domésticos 0 -2

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

18

Chaves 1-7: Primário, 8-40: Secundário e 41-67: Terciário.