Marcelos Aragão - Auditoria - CESPE - Ano 2010

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QUESTÕES COMENTADAS Marcelo Aragão comentadas e organizadas por assunto C oordenação Vicente Paulo Marcelo Alexandrino .*** 0 1 ED.ITORA METODO SÃO PAULO Vicente Marcelo

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QUESTÕESCOMENTADAS

Marcelo Aragão

comentadas e organizadas por assunto

C o o r d e n a ç ã o

Vicente Paulo Marcelo Alexandrino

. * * *

0 1ED. ITORAMETODO

SÃO PAULO

VicenteMarcelo

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Capa: Rafael Molotievschi

Coordenador Edito ria l: Luciano Oliveira

CIP-BRASIL CATALOGAÇÃO NA FONTE SiNDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.

Aragão, MarceloAuditoria - CESPE - Questões comentadas e organizadas por assunto / Marceio Aragão. - Rio de Janeiro : Forense ; São Paulo : MÉTODO, 2010.

Bibliografia1. Auditoria. 2. Auditoria - Problemas, questões, exercícios. 3. Serviço público - Brasil - Concursos. I. Universidade de Brasilia. Centro de Seieção e de Promoção de Eventos, H. Titulo.

10-1337. COD: 657,45

CDU: 657.6

ISBN 978-85-309-3181-0

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Impresso no Brasil Printed in Brazil

2010

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Dedico esta obra aos meus colegas de trabalho amigos da Secretaria Federal de Controle e do Tribunal

de Contas da União, pelo incentivo e aprendizado;E, especialmente, à minha esposa, Cleusa,

e aos meus filhos, Mylena, Marcelo e João Gabriel, razões da minha vida, pela compreensão em virtude

do tempo dedicado a este e a outros projetos relacionados à auditoria governamental

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AUDITORIA — Quesfões comentadas - CESPE

Visando tomar mais objetivo o estudo, as questões foram organizadas por assunto, embora não tenha sido tarefa fácil, em virtude de o CESPE elaborar questões multidisciplinares. A organização em capítulos seguiu, na medida do possível, a ordem determinada nos editais de abertura dos concursos públicos, cujas questões foram comentadas no livro.

Então, bons estudos e sucesso na prova!

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PROVAS DO CESPE CONSIDERADAS NESTE TRABALHO

TCU/2007:

TCU/2008:

TST/2008:

SEBRAE/2008:

STF/2008:

CGE-PB/2008:

TJDFT/2008:

TJDFT/2008:

FISCAL-Teresina/2008:

TJ-CE/2008

MS/PS/2008:TRE-GO/2008:

TCE-TO/2009:

TCE-TO/2009:

Analista de Controle Externo do Tribunal de Contas da União.Analista de Controle Externo do Tribunal de Contas da União.Analista Judiciário (Contabilidade) do Tribunal Superior do Trabalho.

Analista Técnico (UAUD) do SEBRAE Nacional.

Analista Judiciário (Contabilidade) do Supremo Tribunal Federal.

Auditor de Contas Públicas da Controladoria-Geral da Paraíba.Analista Judiciário (Contabilidade) do Tribunal de Justiça do DF e Territórios.Analista Judiciário (Controle Intemo) do Tribunal de Justiça do DF e Territórios.Fiscal de Tributos Municipais da Prefeitura Municipal de Teresina.

Analista Judiciário do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará.

Técnico de Nível Superior do Ministério da Saúde.

Analista Judiciário (Contabilidade) do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás.Analista de Controle Externo do Tribunal de Contas do Tocantins.Técnico de Controle Extemo do Tribunal de Contas do Tocantins.

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AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

AUDITOR-MG/2009:

MC/2008:

SECONT-ES/2009:

TCE-RN/2009:

Auditor Interno da Auditoria-Geral do Estado de Minas Gerais. ^

Contador do Ministério das Comunicações.

Auditor do Estado do Espírito Santo.

Inspetor de Controie Externo do Tribuna! de Contas do Rio Grande do Norte.

Nota da Editora: o Acordo Ortográfico foi aplicado nesta obra, exceto nas citações.

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SUMÁRIO

1. Fundamentos da auditoria............................................................................. 13Conceitos, origens e evolução. Auditoria intema e externa. Ética e res­ponsabilidade do auditor

2. Governança......................................................................................................... 19Governança Corporativa. Governança e análise de risco. Governança no setor público. Papel da auditoria na estrutura de governança

3. Controles internos e gerenciamento de riscos ......................................... 23COSO I: Estrutura integrada de Controles Internos. COSO II: ERJVI (Enterprise Rislc Management): Estrutura Integrada de Gerenciamento de Riscos

4. Auditoria interna............................................................... ............................... 31Conceito, funções, objetivos e atribuições. Normas brasileiras para o exercício da auditoria intema.

5. Normas internacionais de auditoria......................... .................................. 41Normas da INTOSAI (International OrganizatÍon'of Supreme Audit Ins­tituí ions): código de ética e padrões de auditoria. Normas do IIA (The Institute o f Internai Auditors): definição de auditoria intema, normas de atributo e normas de desempenho

6. Auditoria no setor púbiico federal............................................................... 49Abrangência, finalidades, atuação da auditoria intema e extema gover­namental, auditoria e fiscalização

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AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

7. Tipos e formas de auditoria governam ental............................................. 63Auditoria de conformidade; auditoria operacional e avaliação de programas de governo; auditoria de sistemas contábeis e financeiros informatizados; demais tipos e formas de execução

8. Planejamento de aud ito ria ............................................................................. 75Plano de auditoria. Atividades preliminares. Determinação de escopo. Materialidade, risco e relevância. Exame e avaliação do controle interno.Risco inerente, de controle e de detecção. Programas de auditoria

9. Amostragem estatística em aud ito ria ........................................... ....... ....... 89Conceitos, importância, tipos, processos de seleção e testes, níveis de representatividade

10. Testes, técnicas e procedimentos de auditoria........ . . ..................... . 97Testes substantivos e de observância. Revisão analítica. Técnicas de auditoria. Procedimentos de auditoria das demonstrações contábeis

11. Execução da au d ito ria .................................................................................... 117Caracterização de achados e evidências de auditoria. Papéis de trabalho de auditoria (conceito, técnicas de elaboração, arquivamento, revisão e guarda)

12. Erros e fraudes em auditoria ..... ...................... ............................................ 125Normas de auditoria sobre erros e fraudes. Prevenção e detecção de fraudes

13. Comunicação de resultados e controle de qualidade ............ ................. 129Relatórios de auditoria e pareceres. Monitoramento, supervisão e controle de qualidade em auditoria intema, independente e governamental.

14. Processos de tomadas e prestações de contas.............................. ............ 143Procedimentos. Exame de conformidade e de desempenho conforme disposto na Instrução Normativa TCU 47/2004. Peças e conteúdos do processo de contas

Bibliografia 147

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FUNDAMENTOS DA AUDITORIA

CONCETTOS, ORIGENS E EVOLUÇÃO.A u d it o r ia in t e r n a e e x t e r n a . É t ic a e

RESPONSABILIDADE DO AUDÍTOR

0 (Auditor/CGE-PB/2008) Com relação às origens da auditoria e seus tipos, assinalea opção correta.A) O surgimento da auditoria externa está associado à necessidade das empresas

de captarem recursos de terceiros.B) Os sócios-gerentes e acionistas fundadores são os que têm maior necessidade de

recorrer aos auditores independentes para aferir a segurança, liquidez e rentabilidade de seus investimentos na empresa.

C) A auditoria externa surgiu como decorrência da necessidade de um acompanhamento sistemático e mais aprofundado da situação da empresa.

D) A auditoria intema é uma resposta ã necessidade de independência do exame das transações da empresa em refação aos seus dirigentes.

E) Os auditores internos direcionam o foco de seu trabalho para as demonstrações contábeis que a empresa é obrigada a publicar.

A questão obriga o candidato a distinguir os fatores que ievaram ao surgimento da auditoria externa e da auditoria intema, além dos objetivos de cada tipo de auditoria.Quanto ao item “A”, na medida em que as empresas passam a captar recursos de terceiros, em forma de investimentos, empréstimos, fornecimentos, etc., surge a necessidade de uma auditoria externa, independente dos administradores, para atestar a situação financeira e patrimonial dessas entidades.No tocante ao item "B”, os acionistas mais distantes da administração das empresas são os que apresentam maior necessidade de recorrer aos auditores independentes para aferir a segurança e liquidez de seus investimentos na empresa.

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AUDÍTORIA - Questões comentadas - CESPE

Com referência ao item "C \ foi a auditoria interna que surgiu como decorrência da necessi­dade de um acompanhamento sistemático e mais aprofundado da situação da empresa.Quanto ao item "D", a auditoria externa é que constitui uma resposta à necessidade de independência do exame das transações da empresa em relação aos seus dirigentes. A auditoria intema surge para dar uma resposta mais gerencial, de controle, assessoria e administração aos dirigentes das organizações.Com relação ao ilem “E", os auditores externos é que direcionam o foco de seu trabalho para as demonstrações contábeis que a empresa é obrigada a publicar.Portanto, a alternativa “A" é a correta. O surgimento da auditoria externa está associado á necessidade das empresas de captarem recursos de terceiros.

B (Contador/MC/2008) Os auditores internos terão acesso a todos os processos, documentos ou informações no desempenho de suas atribuições. Assim, os profissionais da auditoria interna devem guardar sigilo das informações, conforme previsto na normatização técnica, usando nos relatórios e notas técnicas apenas informações de caráter consolidado. No entanto, poderão identificar pessoa física ou jurídica em seus relatórios internos, mesmo quando essas informações estiverem protegidas por sigilo.

De acordo com o Código de Ética do Contabilista, é vedado ao contador/auditor, no de­sempenho de suas funções, emitir referência que identifique o ciiente ou empregador, com quebra de sigilo profissional, em publicação em que haja menção a trabalho que tenha realizado ou orientado, saivo quando autorizado por eles. Item errado.

0 {Contador/MC/2008) O grau de prudência e de zelo do auditor poderá ser comprovado quando ele avalia e documenta a obtenção de conhecimento preliminar da atividade da entidade auditada, após levantamento junto à administração, da estrutura organizacional, da complexidade das operações e do grau de exigência requerido para a realização do trabalho de auditoria, de modo a avaliar se está capacitado ou não a assumir a responsabilidade pelo trabalho que será efetuado.

Nos termos das Normas Profissionais do Auditor Independente, antes de aceitar o trabalho, o auditor deverá obter conhecimento preliminar da atividade da entidade a ser auditada, mediante avaliação, junto à administração, da estrutura organizacional, da complexidade das operações e do grau de exigência requerido, para a realização do trabalho de auditoria, de modo a poder avaliar se está capacitado a assumir a responsabilidade pelo trabalho a ser realizado. Esta avaliação deve ficar evidenciada de modo a poder ser comprovadoo grau de prudência e zelo na contratação dos serviços. Item certo.

H (Analista/TJ-CE/2G08) Considere que um empregado da empresa X que ocupa posição que lhe permita exercer influência direta e significativa no objeto da auditoria se transfira para uma entidade de auditoria contratada para opinar sobre as demonstrações contábeis da empresa X. Nesse caso, o ex-empregado não deverá integrar a equipe de auditoria da contratada, pois haveria comprometimento da independência, ou uma ameaça concreta, em função de atos ou decisões do ex-empregado passíveis de análise pela atiditoria contratada.

A condição de independência é fundamental e óbvia para o exercício da auditoria inde­pendente. Entende-se como independência o estado no qual as obrigações ou os interes­

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Cap. 1 - FUNDAMENTOS DA AUDITORIA

ses da entidade de auditoria são, suficientemente, isentos dos interesses das entidades auditadas para permitir que os serviços sejam prestados com objetividade e os relatórios sejam imparciais.De acordo com as normas do Conselho Federai de Contabilidade (CFC), atualmente em vigor a NBC PA 02, a independência do auditor pode ser afetada por ameaças de interesse próprio, autorrevisão, defesa de interesses da entidade auditada, familiaridade e intimidação. Como o ex-empregado da empresa auditada desempenhava uma função que lhe permitia exercer influência direta e importante sobre o objeto do trabalho de auditoria, a sua participação como membro da equipe de auditoria constitui uma ameaça concreta à independência. É a denominada ameaça de autorrevisão. item certo.

EO (ACE/TCE-T0/Cantabifidade/2Q09) De acordo com o Código de Ética, o auditor deve fixar previamente o valor dos serviços, por contrato escrito, sendo, para tanto, irrelevanteA) a impossibilidade de realização de outros trabalhos paralelos.B) o ganho ou a perda financeira que o cliente poderá obter com o resultado do

trabalho.C) a peculiaridade de tratar-se de trabalho eventual ou habitual.D) o íocaf e as condições de prestação do serviço.E) a nacionalidade do contratante.

O Código dei Ética do Contabilista, aprovado pela Resolução CFC 803/1996, define oseguinte quanto ao valor dos serviços profissionais:

Art. 6 ° O Contabilista deve fixa r previamente o va lor dos serviços, p o r contrato escrito, conside­rados os elementos seguintes:

I - a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade do serviço a executar;

II - o tempo que serà consumido para a realização do trabalho;

III - a possibilidade de fica r impedido da realização de outros serviços;

IV - o resultado lícito favorável que para o contratante advirá com o serviço prestado;

V - a peculiaridade de tratar-se de cliente eventual, habitual ou permanente;

VI - o locai em que o serviço será prestado.

Portanto, a nacionalidade do contratante não é um elemento relevante para a definição do valor dos serviços a serem prestados pelo auditor ou contador. A alternativa que satisfaz o enunciado da questão é a “E".

El (ACE/TCE-T0/Contabilídade/2009) De acordo com a relação do auditor com a entidade auditada, distinguem-se as auditorias interna e externa. Acerca desse assunto, assinale a opção correta.

A) O vinculo de emprego do auditor interno lhe retira a independência profissional desejável para atuar nos termos das normas vigentes.

B) As empresas, de um modo gerai, independentemente de seu porte e da relação custo- Deneffcio, devem dispor de auditoria interna permanente.

C) A auditoria intema não tem como objetivo precipuo a emissão de parecer sobre as demonstrações contábeis, sendo executada mais para fins administrativos internos do qu-2 para prestação de contas a terceiros.

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AUDITORIA — Questões comentadas — CESPE

D) A auditoria extema deve prescindir do concurso da auditoria intema, sob pena de ser induzida em seus exames e perder a desejável independência.

E) A auditoria extema deve atuar permanentemente e continuamente, exercendo um controle prévio, concomitante e conseqüente.

Segundo Franco e Marra, o vínculo iempregatício do auditor interno com a empresa e sua subordinação á alta administração não ihe deve retirar a independência e a autono­mia necessárias ao bom desempenho dé suas funções, que devem ser exercidas com a mais absoluta independência, sem interferência da administração. Apesar de sua função superiormente hierárquica, a administração deve sujeitar-se também ao seu controle e submeter a seu exame todos os atos por eia praticados.Apesar da importância da auditoria interna para o resultado das empresas, somente empresas de porte acima do médio comportam a manutenção de auditor interno, para um controle permanente. Portanto, nem toda empresa deve dispor de auditoria intema permanente.Uma das características que distingue á auditoria extema é justamente o grau de indepen­dência que o auditor pode, e deve, manter em relação à entidade auditada. isso porque a auditoria intema geralmente não objetiva a emissão de parecer sobre as demonstrações contábeis, sendo executada mais para fins administrativos internos do que para prestação de contas a terceiros.Apesar de apresentarem objetivos distintos, è desejável que os auditores internos e exter­nos trabalhem em colaboração, programando em conjunto os serviços, de forma a evitar o retrabaiho e assegurar um controle mais eficiente e efetivo.A auditoria que atua de forma permanente e contínua, exercendo um controle prévio, concomitante e conseqüente de todos os atos da administração, é a auditoria intema. Portanto, a única alternativa correta é a “C".

0 (Auditor lntemo/AGE-MG/2009) O Código de Ética do Profissional de Contabilidade tem por objetivo fixar a forma pela qual se devem conduzir os contabilistas, quando no exercício profissional. Assinale a opção correta nos termos da legislação contábil brasileira.

A) Quando solicitadas pelos CRCs, os auditores do serviço público devem fornecer as informações obtidas em razão do exercício profissional licito.

B) Desde que regularmente designado, o auditor não está obrigado a renunciar às suas funções quando o cliente ou empregador manifestar desconfiança em relação ao seu trabalho.

C) No caso de substituição involuntária de suas funções durante a realização dos trabalhos, o auditor deve abster-se de prestar quaisquer informações ao seu substituto.

D) Após a sua designação e o início dos respectivos trabalhos, o auditor não está mais obrigado a manifestar-se acerca de impedimento superveniente.

E) Se, no decorrer de seu trabalho, o auditor identificar circunstância adversa quepossa influir na decisão de quem o tiver contratado ou designado, deverá fazera comunicação somente quando do encerramento do referido trabalho.

A questão trata dos deveres do contabilista previstos no Código de Ética do Contabilista.Em conformidade com o código, uma das obrigações do contabilista é guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito, inclusive no âmbito do ser­viço público, ressalvados os casos previstos em lei ou quando solicitado por autoridades

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Cap. 1 - FUNDAMENTOS DA AUDITORIA

competentes, entre estas os Conselhos Regionais de Contabilidade. Portanto, o item A está correto e satisfaz o enunciado da questão.O item B está incorreto, pois deve o contador/auditor renunciar às funções que exerce, logo que se positive falta de confiança por parte do cliente ou empregador, a quem de­verá notificar com trinta dias de antecedência, zelando, contudo, para que os interesses do cliente ou empregador não sejam prejudicados, evitando declarações públicas sobre os motivos da renúncia.O item C está incorreto. Caso o auditor seja substituído em suas funções, deve informar ao substituto sobre fatos que devam chegar ao conhecimento desse, a fim de habilitá-lo para o bom desempenho das funções a serem exercidas. O item D também está incorreto, pois é dever do contador/auditor manifestar, a qualquer tempo, a existência de impedimento para o exercício da profissão.Por fim, o item E também apresenta incorreção, haja vista a obrigação do auditor de comunicar, desde iogo, ao cliente ou empregador, em documento reservado, eventual circunstância adversa que possa influir na decisão daquele que lhe formular consulta ou ihe confiar trabalho, estendendo-se a obrigação a sócios e executores.

0 (Auditor lntemo/AGE-MG/2009} Algumas preocupações exigem a opinião de alguémnão ligado ao negócio e que confirme, de forma independente, a qualidade eprecisão das informações. Essas situações ensejam o aparecimento do auditor.Assinale a opção que não corresponde a esse tipo de preocupação.A) avaliação do retorno do investimentoB) cumprimento da legislaçãoC) comportamento da economiaD) consecução dos objetivos e atingimento das metasE) correta aplicação do capital investido

: Dos itens relacionados, o único que não constitui uma preocupação direta do auditor é o comportamento da economia. O auditor até considera no planejamento de uma auditoria os fatores econômicos que possam impactar as atividades da organização auditada e, consequentemente, as demonstrações contábeis. Todavia, os fatores constantes das demais alternativas são objeto dos exames e procedimentos do auditor, pois estão relacionados com a gestão da entidade auditada.

0 (Auditor lnterno/AGE-MG/2009} As influências que possibilitaram o desenvolvimento da auditoria no Brasil não incluemA) a disseminação de filiais e subsidiárias de empresas estrangeiras.B) o financiamento de empresas brasileiras por instituições estrangeiras e

internacionais.C) as limitadas circunstâncias de obrigatoriedade da auditoria.D) a expansão do mercado de capitais.E) a complexidade crescente da legislação tributária.

Segundo William Attie, a evolução da auditoria no Brasil está primariamente relacionada com a instalação de empresas internacionais de auditoria independente, uma vez que investimentos também internacionais foram aqui implantados e compulsoriamente tiveram de ter suas demonstrações financeiras auditadas.

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AUDITORIA ~ Questões comentadas — CESPE

As principais influências que possibilitaram o desenvolvimento da auditoria no Brasil foram:

a) filiais e subsidiárias de firmas estrangeiras;

b} financiamento de empresas brasileiras por meio de entidades internacionais;

c) crescimento das empresas brasileiras e necessidade de descentralização e diversificação de suas atividades econômicas;

d) evolução do mercado de capitais;

e) criação das normas de auditoria promulgadas peío Banco Cenirai do Brasil em 1972; e

0 criação da Comissão de Valores Mobiliários e da Lei das Sociedades Anônimas em 1976.

Os investimentos internacionais no Brasil representaram circunstâncias significativas da obrigatoriedade da auditoria das demonstrações financeiras das empresas e os demais fatores apontados acima também contribuíram para essa obrigação. Assim, o item “C” é o único que não apresenta uma influência que tenha possibilitado o desenvolvimento da auditoria no Brasil.

0 3 (lnspetor/TCE-RN/2009) A regra aplicável ao contador que exerce funções de auditor no serviço público, do mesmo modo que no setor privado, é manter sigilo sobre as informações que obtiver na entidade auditada. Isso não o isenta, todavia, de revelar fatos que possam produzir efeitos relevantes nas demonstrações contábeis, quando a lei o exigir, inclusive sob demanda do conseiho regional de contabilidade.

Em conformidade com o inciso II do art. 2.° do Código de Ética do Contabilista, constitui um dos deveres do contador, inclusive na qualidade de auditor, guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito, inclusive no âmbito do serviço público, ressalvados os casos previstos em lei ou quando solicitado por autoridades competentes, entre estas os Conselhos Regionais de Contabilidade. Item certo.

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2GOVEENANCA

G o v e r n a n ç a C o r p o r a tiv a . G o v e r n a n ç a .......e ANÁüSE de r is c o . G o v e r n a n ç a n o

se to r p ú b ü c o . P a p e l d a AUDrroRiA NA ESTRUTURA d e g o v e r n a n ç a

SJ {ACE/TCU/2C07) De acordo com a estrutura conceituai de análise de risco do tipo COSO, em uma negociação que envolva gestão de divida pública sob a responsabilidade da Secretaria do Tesouro Nacional junto a terceiros, a avaliação dos riscos deve ser responsabilidade da auditoria interna.

Para o COSO, até certo ponto, o gerenciamento de riscos corporativos é responsabilida­de de todos aqueles que trabalham em uma organização, devendo, portanto, fazer parte expiicíta da descrição do cargo. Contudo, a Administração é diretamente responsável por todas as atividades de uma organização, inclusive pelo gerenciamento de riscos. Com relação aos auditores internos, estes desempenham uma função essencial ao avaliar a eficácia do gerenciamento de riscos e ao recomendar melhorias.O item descreve um processo de renegociação de dividas sob a responsabilidade da Secretaria do Tesouro Nacional. Em conformidade com o estudo do COSO, a identifi­cação de risco:;, sua avaliação em termos de probabilidade e impacto nos objetivos da organização e o seu tratamento caberiam ao gestor responsável pela gestão da divida, e não à auditoria intema. Item errado.

LEMBRETE: A sigla COSO é a abreviação de Comitee o f Spansaring Organizatian, ou seja. Comitê das Organizações Patrocinadoras, uma organização voluntária privada, sem fins lucrativos, existente nos Estados Unidos. O COSO publicou estudo denominado Intemal Comrol - Integrzted Framework (Estrutura Integrada de Controles Internos), considerado a primeira definição de princípios de controle interno geralmente aceitos,

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AUDITORIA - Questões comentadas — CESPE

cujo objetivo principal era auxiliar empresas e organizações a avaliar e aperfeiçoar a aplicação de controles internos, publicação que se tomou referência mundial sobre o assunto, atualmente conhecido como COSO i. Em 2004, o COSO publicou o modelo Enterprise Risk Management - Integrated Framework (Gerenciamento de Riscos Cor­porativos - Estrutura integrada), também conhecido como COSO ERM ou COSO II, que amplia seu alcance em controles internos, oferecendo um enfoque mais vigoroso e extensivo no tema, abrangendo o gerenciamento de riscos corporativos.

B (ACE/TCU/2007) A função dos administradores públicos é utilizar, de forma econômica, eficiente e eficaz, os recursos ao seu dispor para a consecução das metas que lhes foram determinadas, devendo ser observado, nesse aspecto, em sentido amplo, o conceito de governança, cuja finalidade é atingida por meio da técnica denominada análise de risco.

A boa governança pública pressupõe a adoção de princípios e valores, tais como o controle, a supervisão, a transparência, a equidade, a responsabilidade, a ênfase no de­sempenho e a prestação de contas. Por outro lado, a análise de risco é uma atividade de fundamental importância na estrutura de governança tanto no setor público quanto no setor privado, posto que auxilia na adoção de medidas contra os riscos, visando assegurar o atingimento dos objetivos.O item apresenta uma possível incoerência, quando afirma que o administrador público deve observar, em sentido amplo, o conceito de governança, que engloba vários princípios, valores e boas práticas e, em seguida, restringe o seu conceito, sustentando que a sua finalidade é atingida por meio da técnica denominada análise de risco.Todavia, considerando que a análise de risco visa assegurar o atingimento da finalidade ou objetivos da governança e que a afirmação contida no item não exclui a possibilidade de outros instrumentos que também possam auxiliar no alcance dessa finalidade, concor­damos com o gabarito oficial do CESPE que define o item como certo.

0 (Auditor/CGE-PB/2008) O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa deftne as linhas mestras das boas práticas de governança corporativa, relacionando- -as em quatro vertentes. Assinale a opção que não corresponde a essas quatro vertentes.A) entidade {entity)B) prestação de contas (accountability)C) transparência (disclosura)D) equidade (faimess)E) responsabilidade corporativa na'conformidade com as regras (compliance)

O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) define em seu Código das Me­lhores Práticas que Governança Corporativa é o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre Acionistas/Cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As boas práticas de Governança Corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para "a sua perenidade.O código de boas práticas de governança ,-corporativa estabelece os seguintes princípios da boa governança: transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa. Portanto, o principio da entidade não é de governança. A alternativa “A" è a que satisfaz o enunciado da questão. ;

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Cap. 2 - GOVERNANÇA

LEMBRETE: Princípios da boa governança:Transparência (disclosure): Mais do que Ma obrigação de informar", a administração deve cultivar o “desejo de informar", sabendo que da boa comunicação intema e exter­na, particularmente quando espontânea franca e rápida, resulta um clima de confiança, tanto internamente quanto nas relações da empresa com terceiros. A comunicação não deve restringir-se ao desempenho econõmico-financeiro, mas deve contemplar também os demais fatores (inclusive intangíveis) que norteiam a ação empresarial e que con­duzem à criação valor.Equidade (faírness): Caracteriza-se pelo tratamento juslo e igualitário de todos os gru­pos minoritários, sejam do capital ou das demais “partes interessadas" (stakeholders), colaboradores, clientes, fornecedores ou credores. A governança busca a implementação de controle em um ambiente de poder equilibrado entre todas as partes interessadas na organização.Prestação de contas {accountabiüty}: Os agentes de governança corporativa devem prestar contas de sua atuação a quem os elegeu e respondem integralmente por todos os atos que praticarem no exercício de seus mandatos.Responsabilidade corporativa: Conselheiros e executivos devem zelar pela perenidade das organizações (visão de iongo prazo, sustentabilidade) e, portanto, devem incorporar considerações de ordem sociai e ambiental na definição dos negócios e operações. Responsabilidade corporativa è uma visão mais ampla da estratégia empresarial, con­templando todos os relacionamentos com a comunidade em que a sociedade atua.

23 (ACE/TCU/2008) Para o governo federal, aumentar a governança é promover acapacidade do governo de form ular e implementar políticas públicas e de decidir, entre diversas opções, qual seria a mais adequada. A implementação dessas políticas requer que as organizações públicas — com foco nos resultados — disponham de sistemas contínuos de monitoramento e avaliação dos programas e do desempenho institucional.

Nessa prova, o CESPE abordou governança no setor publico exclusivamente com base no plano de gestão do governo Lula, chamado de “Gestão Pública para um Brasil de Todos", focado na redução do déficit institucional e na ampliação da governança, para o alcance de mais eficiência, transparência, participação e um alto nivel ético.Nesse contexto, aumentar a governança é promover a capacidade do governo em formular e implementar políticas públicas e em decidir as mais adequadas. Para isso, são neces­sários o fortalecimento da inteligência estratégica governamental e a adoção de novas práticas de interlocução e participação. Em especial, a reativação da função planejamento demonstra essas competências.Diferentemente da reforma gerencial do governo anterior (1995), que propunha o mercado como solução para a crise do Estado, a estratégia do govemo atual foi a de reestruturar o núcleo estratégico do Estado e fortalecê-lo para que pudesse exercer papel mais ativo no desenvolvimento com inclusão social.Segundo dispõe o Plano, no que tange á implementação das políticas públicas, trata-se de proporcionar meios para que as organizações públicas tenham como foco os resultados. Isto requer, entre várias condições, o desenvolvimento de sistemas contínuos de monitoramento e avaliação de políticas, programas, projetos e desempenho institucional. Portanto, o item está certo, pois apenas reproduz trechos do Plano de Gestão do Governo Lula.

B (ACE/TCU/2008) Na visão do atual governo federal, as transformações propostas na gestão pública no que se refere à redução do déficit institucional e à

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AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

ampliação da governança requerem aumento da eficiência. Nesse sentido, o melhor aproveitamento dos recursos escassos deve apoiar-se em informações confiáveis sobre os custos para uma melhor avaiiação dos gastos, o que possibilita efetuar cortes seletivos e diferenciados das despesas públicas.

Segundo o Plano de Gestão Pública um Brasil para Todos, significativas transformações na gestão pública serão necessárias para que se reduza o déficit institucional e seja ampliada a governança, a!cançando-se mais eficiência, transparência, participação e um alto nivel ético.A eficiência é fazer mais e melhor com os recursos disponíveis, que são escassos em função da restrição fiscal e do desperdício no âmbito do Estado. Eficiência è um principio claramente republicano, que busca um meihor aproveitamento dos recursos dos cidadãos em seu próprio beneficio. A perspectiva da eficiência deve estar balizada em informações confiáveis sobre os custos que permitam uma avaliação correta sobre os gastos. Isto evitaria o simples corte linear de despesas que leva, usualmente, ao aumento do custo relativo e à ineficácia, item certo.

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CONTROtES INTERNOS E GERENCIAMENTO DE RISCOS

COSO I: E s t r u t u r a in te g r a d a de

C o n t r o le s In te r n o s . COSO II: E R M (E n t e r p r is e R is k M a n a g e m e n t ): E s t r u t u r a

In te g r a d a de G e re n c ia m e n to de R is c o s

0 (ACE/TCU/2G07) De acordo com a estrutura conceituai da análise de risco do tipo COSO, é imprescindível a existência de controles intemos para o cumprimento das metas e objetivos da entidade. Caso se detecte potencial de risco na obtenção desses objetivas, poderá o controle interno atuar como a auditoria intema.

De acordo com o COSO, controles internos ajudam a assegurar que as diretrizes da administração sejam realmente seguidas e adotadas medidas adequadas dirigidas contra eventos negativos (riscos), que possam prejudicar o alcance dos objetivos da entidade. O controie interno compreende um conjunto de atividades e procedimentos de responsa­bilidade dos gestores e demais empregados da entidade e deve propiciar a detecção e o tratamento adequado dos riscos.A auditoria intema tem o papel de periodicamente examinar e avaliar a adequação de controles internos e fazer recomendações para aperfeiçoamentos, mas não atua como o controle interno na garantia de que as medidas concretas sejam adotadas contra os riscos. Item errado.

@ (Analista/UAUD/SEBRAE/2008) Duas organizações podem gerenciar seus riscos corporativos, de forma idêntica, mesmo que possuam culturas administrativas diferentes.

Nos termos do documento do COSO, denominado Gerenciamento de Riscos - Estrutura Integrada, comumente chamado de COSO II, é praticamente impossível que duas organi­

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AUDITORIA - Questões comentadas — CESPE

zações devam aplicar o gerenciamento de riscos de uma forma idêntica. As organizações e suas características e necessidades de administração de riscos diferem amplamente de acordo com o setor e o porte, bem como segundo a filosofia e a cuitura administra­tiva. Desse modo, embora todas as organizações devam ter cada um dos componentes implementados e funcionando efetivamente, a aplicação do gerenciamento de riscos cor­porativos, inclusive com o emprego de ferramentas e técnicas e a atribuição de funções e responsabilidades, geralmente serão muito específicas, item errado.

0 (Analista/UAUD/SEBRAE/2008} A aquisição de produtos de seguro e a terceirização de atividades dizem respeito ao componente denominado resposta a riscos, que se caracteriza pela redução da probabilidade de ocorrência ou do impacto dos riscos pela transferência ou pelo compartilhamento de uma porção de risco.

Segundo o COSO, após ter conduzido uma avaliação dos riscos pertinentes, a admi­nistração determina como responderá aos riscos. As respostas incluem evitar, reduzir, compartilhar ou aceitar os riscos.Evitar significa descontinuar as atividades que geram os riscos. Evitar riscos pode implicar a descontinuação de uma linha de produtos, o declínio da expansão em um novo mercado geográfico ou a venda de uma divisão.Reduzir corresponde à adoção de medidas para reduzir a probabilidade ou o impacto dos riscos, ou, até mesmo, ambos. Tipicamente, esse procedimento abrange qualquer uma das centenas de decisões do negócio no dia a dia.Compartilhar implica reduzir a probabilidade ou o impacto dos riscos pela transferência ou pefo compartilhamento de uma porção do risco. As técnicas comuns compreendem a aquisição de produtos de seguro, a realização de transações de headging ou a terceiri­zação de uma atividade.Aceitar significa que nenhuma medida é adotada para afetar a probabilidade ou o grau de impacto dos riscos.Ao considerar a própria resposta, a administração avalia o efeito sobre a probabilidade de ocorrência e o impacto do risco, assim como os custos e benefícios, selecionando, dessa forma, uma resposta que mantenha os riscos residuais dentro das tolerâncias a risco desejadas.Entre as formas de resposta ao risco, tem-se o compartilhamento do risco com terceiros, como, por exemplo, contratar seguro de bens e instalações, participar de acordo de con­sórcio, terceirizar uma atividade etc. Item certo. :

0 {Analista/UAUD/SEBRAE/2008) Os componentes do gerenciamento de riscos corporativos somente são aplicados em organizações de pequeno e de médio porte.

Nos termos do documento do COSO II, os oito componentes não funcionarão de forma idêntica em todas as organizações. A sua aplicação em organizações de pequeno e médio portes, por exemplo, poderá ser menos formal e menos estruturada. Não obstante, as pequenas organizações podem apresentar ürrTgerenciamento de riscos eficaz, desde que cada um de seus componentes esteja presente e funcionando adequadamente. Assim, os componentes do gerenciamento de riscos corporativos também são aplicados em organi­zações de pequeno e de médio porte. Item errado.

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Cap. 3 - CONTROLES INTERNOS E GERENCIAMENTO DE RISCOS

LEMBRETE: Em conformidade com o COSO, o gerenciamento de riscos corporativosé constituído de oito componentes inter-relacionados, por meio dos quais a adminis­tração gerencia a organização, e estão integrados com o processo de gestão. Essescomponentes são:1} Ambiente Interno - o ambiente interno compreende o tom de uma organização e

fornece a base pela qual os riscos são identificados e abordados pelo seu pessoal, inclusive a filosofia de gerenciamento de riscos, o apetite a risco, a integridade e os valores éticos, além do ambiente em que estes estão.

2) Fixação de Objetivos - os objetivos devem existir antes que a administração possa identificar os eventos em potencial que poderão afe tara sua realização. O gerenciamento de riscos corporativos assegura que a administração disponha de um processo implementado para estabelecer os objetivos que propiciem suporte e estejam alinhados com a missão da organização e sejam compatíveis com o seu apetite a riscos.

3) Identificação de Eventos - os eventos internos e externos que influenciam o cum­primento dos objetivos de uma organização devem ser identificados e classificados entre riscos e oportunidades. Essas oportunidades são canalizadas para os processos de estabelecimento de estratégias da administração ou de seus objetivos.

4) Avaliação de Riscos - os riscos são analisados, considerando-se a sua probabilidade e o impacto como base para determinar o modo pelo qual deverão ser administrados. Esses riscos são avaliados quanto à sua condição de inerentes e residuais.

5) Resposta a Rísco - a administração escolhe as respostas aos riscos - evitando, aceitando, reduzindo ou compartilhando desenvolvendo uma série de medidas para alinhar os riscos com a tolerância e com o apetite a risco.

6) Atividades de Controle - políticas e procedimentos são estabelecidos e implemen­tados para assegurar que as respostas aos riscos sejam executadas com eficácia.

7) Informações e Comunicações ~ as informações relevantes são identificadas, colhidas e comunicadas de forma e no prazo que permitam que cumpram suas responsabi­lidades. A comunicação eficaz também ocorre em um sentido mais amplo, fluindo em todos os níveis da organização.

8) Monitoramento - a integridade da gestão de riscos corporativos è monitorada e são feitas as modificações necessárias. O monitoramento é realizado por meio de atividades gerenciais contínuas ou avaliações independentes ou de ambas as formas.

0 (Analista/UAUD/SEBRAE/2008) O monitoramento é a base para todos os outros componentes do gerenciamento de riscos corporativos, o que propicia disciplina e estrutura.

Na estrutura de gerenciamento de riscos do COSO, o ambiente interno é a base para todos os outros componentes do gerenciamento de riscos corporativos, o que propicia disciplina e estrutura. Esse ambiente influencia o modo pelo qual as estratégias e os objetivos são estabelecidos, os negócios são estruturados, e os riscos são identificados, avaliados e geridos. Item errado.

0 (Analista/UAUD/SEBRAE/2008) Caso uma companhia seguradora que opera uma grande frota de automóveis mantenha uma base de dados de reclamações de acidentes e, mediante análise, constate que uma porcentagem desproporcional de

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AUDITORIA - Questões comentadas — CESPE

acidentes está associada a motoristas de determinada unidade, área geográfica e faixa etária, nessa situação, a referida análise estará relacionada ao componente informações e comunicações.

Conforme o COSO II, uma das técnicas de identificação de eventos é o uso de metodo­logias de dados sobre eventos de perda. As bases de dados sobre eventos individuais de perdas passados representam uma fonte útii de informações para identificar as tendências e a raiz dos problemas.Após ter identificado uma raiz, a administração poderá decidir que é mais eficaz avaiiá-la e tratá-la do que abordar eventos individuais. Por exemplo, uma Companhia que opera uma grande frofa de automóveis mantém uma base de dados de reclamações de acidentes e, mediante análise, constata que uma porceniagem desproporcional de acidentes, em número e valor monetário, está associada a motoristas de determinadas unidades, área geográfica e faixas etárias. Essa anáíise permite que a direção identifique as causas dos eventos e adote as medidas necessárias.Assim, o exemplo dado no item refere-se ao componente identificação de eventos, líem errado.

0 (Analista/UAUD/SEBRAE/2008) A segregação de funções é um tipo do componente denominado atividades de controle e pode ser observada quando se constata que o gerente que autoriza vendas a crédito não é o responsável por manter o registro de contas a pagar nem pela distribuição de recibos de pagamentos.

A segregação de funções é uma importante atividade de controie e requer que as obriga­ções sejam atribuidas ou divididas entre pessoas diferentes com a finalidade de reduzir o risco de erro ou de fraude. Por exemplo, o gerente que autoriza vendas a crédito não deve ser o responsável por manter os registros de contas a pagar nem peía distribuição de recibos de pagamentos. Da mesma forma, os vendedores não devem modificar arqui­vos de preços de produtos nem as taxas de comissão. São tarefas incompatíveis quando conduzidas por uma mesma pessoa e/ou setor. Devem ser segregadas para reduzir o risco potencial de erros e fraudes. Item certo.

0 (Analista/UAUD/SEBRAE/2008) Constitui atividade de monitoramento a realização de seminários de treinamento, de sessões de planejamento e de outras reuniões que forneçam à administração retomo que lhe permita determinar se o gerenciamento de riscos corporativos permanece eficaz.

O gerenciamento de riscos corporativos è monitorado, avaliando-se a presença e o fun­cionamento de seus componentes ao longo do tempo. Essa tarefa é realizada mediante atividades continuas de monitoramento, avaliações independentes ou uma combinação de ambas.O monitoramento contínuo oconre no decurso normal das atividades de administração. Já o alcance e a frequência das avaliações independentes dependerão basicamente de uma avaliação dos riscos e da eficácia dos procedimentos contínuos de monitoramento.Segundo o COSO, seminários de treinamênto, sessões de planejamento e outras reuniões fornecem à administração importante feedback (retomo) que lhe permite determinar se o gerenciamento de riscos corporativos permanece eficaz. Portanto, constituem instrumentos ou atividades de monitoramento. Item certo.

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Cap. 3 - -CONTROLES ÍNTERNÒS E GERENCIAMENTO OE RISCOS

0 (Analista/UAUD/SEBRAE/2008) As respostas a riscos classificam-se nas seguintes categorias: svitar, reduzir, compartilhar e aceitar.

Como visto anteriormente, as quatro formas de respostas aos riscos são evitar (prevenção), reduzir, compartilhar e aceitar. Item certo.

H3 (Auditor/CGli-PB/2008) O gerenciamento de riscos corporativos é constituído de vários componentes inter-relacionados, que se originam com base na maneira como a administração gerencia a organização e que se integram ao processo de gestão, l-ntre esses componentes, destaca-se

A) o ambiente externo, que determina a forma como os riscos e os controles serão percebidos pelos empregados da organização.

B) a escolha dos objetivos, condicionada à identificação das situações de risco, aos quais a missão da organização deve alinhar-se.

C) a avaliação de riscos, que devem ser identificados, administrados e associados aos objetivos passíveis de ser influenciados e seus respectivos impactos.

D) a resposta aos riscos, que a administração tratará de compartilhar com os clientes e usuários, ou, sendo o caso, transferir para os empregados.

E) a comunicação, que deve fluir sempre de baixo para cima, mantendo informados os dirigentes dos níveis hierárquicos superiores.

Quanto á assertiva A, o ambiente externo não é um componente de gerenciamento de risco. O ambierite interno é que determina a forma como os riscos e os controles serão percebidos pelos empregados da organização.A assertiva B inverteu a ordem. Primeiro escolhem-se os objetivos que devem alinhar- se á missão da organização e, depois, identificam-se os riscos que irão impactar esses

i objetivos.No tocante à assertiva C, avaliar riscos significa identificar a probabilidade de sua ocorrên­cia e o possível impacto no alcance dos objetivos da organização. Portanto, está correta e satisfaz o enunciado da questão.Quanto à assertiva D, não cabe á administração compartilhar riscos com os clientes, a não ser que haja um acordo escrito, tampouco transferir os riscos para os empregados.Quanto à assertiva E, a comunicação deve fluir de cima para baixo, mediante atitude da administração de bem comunicar a todos os empregados, de baixo para cima e em toda a organização.

ü l (Auditor/CGl*-PB/20O8) Entre os fatores que compõem o ambiente de controle de uma entidade, destacam*se a Integridade e os valores éticos. Para se aicançar essas qualidades, os mais altos dirigentes devem reduzir ou eliminar incentivos e tentações que possam levar indivíduos a praticar atos desonestos, ilegais ou não éticos. Desse modo, recomenda-se que a organização dê ênfase

A) à obtenção de elevados lucros e benefícios a curto prazo.B) à consecução de metas ambiciosas, ainda que irreaiistas.C) á pariicipeção nos resultados, baseada em relatórios financeiros elaborados segundo

critérios definidas por setores internos.

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AUDITORIA — Quesfões comentadas — CESPE

D) a clara definição das atribuições de autoridade e responsabilidade.E) ao funcionamento do conselho fiscal apenas quando convocado expressamente.

Entre as alternativas, a clara definição das atribuições de autoridade e responsabilidade é a única que pode reduzir incentivos e tentações que levam individuos a praticar atos desonestos, ilegais ou não éticos. As assertivas A, B e C constituem práticas que acabam incentivando a fraude e atos iiícilos em busca de alcançar a qualquer custo as metas de resultado e a participação nos iucros. A assertiva E está errada, pois a atuação eficaz e permanente dos Conselhos de Administração e Fiscal configura um bom ambiente de controle. Portanto, a alternativa correta é a D.

H3 (Audítor/CGE-PB/2008) O gerenciamento de riscos corporativos trata de riscos eoportunidades que afetam a criação ou a preservação do valor, refletindo certosconceitos fundamentais. Desse modo, o gerenciamento corporativo é

A) conduzido por um grupo especializado de profissionais que constitui um setor autônomo da organização.

B) um modo de atuação que trata dos eventos cuja ocorrência afetou a organização, mas cujos efeitos ainda não foram completamente avaliados.

C) um processo destinado a compatibilizar os riscos de eventos em potencial aos riscos admitidos pela organização, sem maiores prejuízos ao cumprimento de seus objetivos.

D) orientado para a realização de objetivos distintos e independentes.E) um processo que se desencadeia sempre que a organização se sinta ameaçada

pela ocorrência de eventos externos.

Gerenciar riscos é identificar e tratar os riscos de forma a tomar sua; probabilidade de ocorrência e o seu possivei impacto compatíveis com o apetite a risco da organização. O risco tem que se situar em uma faixa de tolerância definida pela organização, de acordo com o seu apetite a risco.O que se pretende é que não haja maiores prejuízos ao cumprimento dos objetivos. Por exemplo, se uma companhia aérea define como objetivo de que peio menos 85% de seus voos saiam no horário correto, ela poderia aceitar, dependendo do sèu apetite, que de 75% a 90% dos voos decolem no horário. Essa é a faixa de tolerância. Em função disso, qualquer evento provável que possa impactar esse objetivo e fazer com que menos de 75% dos voos saiam no horário deve ser tratado e administrado adequadamente, para redução de sua probabilidade e impacto no objetivo.O gerenciamento de risco não é um processo conduzido por um grupo especializado de profissionais que constitui um setor autônomo da organização. Todas as pessoas dentro de uma organização têm algum grau de responsabilidade ria condução de gestão de riscos.Tampouco não se pode esperar que os eventos afetem a organização. Deve-se identificá- los e tratá-ios preventivamente. Portanto, não é um processo que se desencadeia sempre que a organização se sinta ameaçada pela ocorrência de eventos externos. Não se pode esperar uma ameaça para então tratá-ia. Pode ser tarde demais. Por outro lado, tanto os eventos internos como os externos podem impactar os objetivos da organização.Pode-se afirmar que o gerenciamento de risco corporativo é um processo destinado a compatibilizar os riscos de eventos em potencial aos riscos admitidos pêla organização, sem maiores prejuízos ao cumprimento de seus objetivos.

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Cap. 3 - CONTROLES INTERNOS E GERENCIAMENTO DE RISCOS

É um processo orientado para a realização de objetivos distintos, porém integrados e interdependentes. Por exemplo, objetivos de conformidade podem afetar os de comuni­cação e vice-versa.

Pelo exposto, verifica-se que a alternativa C é a correta.

03 (Auditor/CGE-PB/2008) Considerando que o objetivo principal de uma informação é influenciar decisões e que informação é um tratamento especial que se dá a um dado ou a um conjunto de dados à disposição do respectivo usuário, assinale a opção correta.

A) A capacidade de a informação reduzir incertezas está associada com a oportunidade de sua distribuição e, portanto, com uma relação beneficio/custo maior do que um.

B) Em razão da multiplicidade e diversidade de usuários das informações de uma entidade, cada interessado deverá buscar a apreensão do conteúdo e da forma da mensagem.

C) Os dados coletados de fontes internas são sempre mais confiáveis que os obtidos de fontes externas.

D) Os dados disponíveis não devem passar por processos de filtragem, para permitir ao usuário da informação que faça as suas próprias escolhas.

E) As informações geradas no âmbito da entidade devem ser disponibilizadasindistintamente a todos os níveis e setores, de acordo com o princípio de que é ao usuário que cabe a seleção das informações que lhe possam interessar.

Toda organização identifica e coleta uma ampla gama de informações relacionadas a■ atividades e eventos externos e internos, pertinentes à administração. Essas informações

são transmitidas ao pessoal em uma forma e um prazo que lhes permita desempenhar :: suas responsabilidades na administração de riscos corporativos e outras.í A obtenção e a distribuição da informação têm que ser oportunas, devendo os benefícios; superar os custos, portanto, a relação beneficio/custo tem que ser maior do que um. A: assertiva A está correta.ji As assertivas B, D, e E estão incorretas, pois a organização deve filtrar e organizar a : informação de acordo com a motivação, interesse e perfil do usuário da informação.

A assertiva C está incorreta, pois os dados coletados tanto de fontes internas quanto externas são importantes para a estrutura e eficácia de gerenciamento de riscos.

B3 (ACE/TCU/2008) Segundo o COSO, as pequenas empresas enfrentam desafios importantes para manter um controle interno a custos razoáveis. Nesses casos, entretanto, não obstante a limitação do número de empregados ou servidores, não há comprometimento da segregação de funções, não havendo necessidade de obtenção de recursos adicionais para assegurar a adequada segregação de funções.

Em entidades menores, a probabilidade de que existam códigos formais de conduta, ; manuais formais de políticas e pessoal suficiente para que haja uma boa segregação de

funções ou auditores internos è pequena.

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AUDITORIA - Quesiões comentadas ~ CESPE

Contudo, a ausência desses eiementos pode ser contrabalançada com o desenvolvimen­to de uma cultura que enfatize integridade, valores éticos e competência. Aiém disso, proprietários-administradores podem assumir responsabilidade por certas tarefas criticas- aprovação de crédito, assinatura de cheques, revisão de conciliações bancárias, mo­nitoração de saldos de clientes e aprovação da baixa de contas a receber incobráveis. A familiaridade que administradores de pequenas entidades podem ter com todas as áreas críticas de operações e a existência de linhas de comunicação mais curtas podem diminuir a necessidade de inúmeras outras atividades de controle que são essenciais em entidades maiores.Portanto, o item incorre em erro quando afirma que, em entidades menores, não há comprometimento da segregação de funções.

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AUDITORIA INTERNA

C o n c e it o , f u n ç õ e s , o b j e t iv o s e a t r ib u iç õ e s . N o r m a s BRASILEIRAS PARA O

EXERCÍCIO DA AUDITORIA INTERNA.

ü (ACE/TCU/2087) O uso da técnica de amostragem é facultativo para o auditor interno; entrstanto, a realização de exames e investigações, como a verificação junto a terceiros sobre operações de grande vulto, as inspeções no capitai financeiro e o registro de transações de recursos financeiros, é obrigatória. São esses resultados, denominados achados de auditoria, que irão fundamentar as conclusões do auditor.

Essa questão causou certa polêmica, pois muitos candidatos assinalaram o item como errado,: interpretando qus as normas de auditoria não definem, como procedimentos obrigatórios, as

inspeções no cs pitai financeiro e o registro de transações de recursos financeiros.■ No entanto, o gabarito oficial aponta o item como certo, cuja razão, a nosso ver, está

relacionada ao fato de a expressão “é obrigatória" estar concordando com “a realização de exames e investigações”, havendo uma oração intercalada, que apenas exemplifica determinados exames na área financeira.Assim, o enunciado estabelece que a amostragem é facultativa para o auditor interno, porém a realização de exames e investigações em busca de achados de auditoria é obrigatória, estando em convormídade com a norma do CFC acerca da auditoria intema - NBC T 12. Em que pese a polêmica gerada, concordo com o gabarito que define o item como certo.

B (ACE/TCU/2007) É responsabilidade da auditoria intema fazer periodicamente uma avaliação dos controles internos. Nesse sentido, é correto afirmar que a auditoria intema representa um controle interno.

Uma das principais atividades da auditoria intema é avaliar periodicamente a adequação e a eficácia dos. controles internos da organização. Segundo Marcela Cavalcanti Aimeida,

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AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

não adianta a empresa implantar um excelente sistema de controle interno sem que al­guém verifique periodicamente se os funcionários estão cumprindo o que foi determinado no sistema, ou se o sistema não deveria ser adaptado às novas circunstâncias. Portanto, nesse sentido, pode-se considerar que a auditoria Interna constitui ou representa um mecanismo de controle interno das organizações. Item certo.

0 (Auditor lnterno/AGE-WIG/2009) A auditoria interna é exercida no âmbito daspessoas jurídicas de direito público, interno ou externo, e de direito privado.Com relação às normas de execução dos trabalhos, assinale a opção correta.A) O planejamento do trabalho de auditoria intema devè ser feito de forma independente

de quaisquer diretrizes emanadas da administração da entidade auditada.B) A utilização do trabalho de especialistas é prerrogativa disponível apenas para a

auditoria independente.C) Constitui fator de risco, a ser considerado no planejamento dos trabalhos, a

possibilidade de não se atingirem os objetivos em razão de limitações ao alcance dos procedimentos de auditoria interna.

D) Os testes de observância sé refererrr á verificação do cumprimento das normas legais aplicáveis à entidade sob exame.

E) São as evidências que possibilitam a comprovação completa e definitiva da certeza - expressa nas conclusões do auditor.

De acordo com a NBCT 12, o planejamento do trabalho da auditoria interna deve con­siderar as orientações e expectativas da administração da organização. A participação da alta administração na revisão e aprovação do plano da auditoria intema em nada . prejudica a independência da audjtoria, pelo contrário, visa assegurá-la. A alternativa A está incorreta.A utilização do trabalho de especialistas é prerrogativa tanto do auditor interno quanto do externo. As normas definem que o planejamento da auditoria intema deve considerar, entre V outros fatores relevantes na execução dos trabalhos, o uso do trabalho de especialistas.A alternativa B está incorreta.A NBCT 12 define que a análise dos riscos da auditoria intema deve ser festa na fase de planejamento dos trabalhos e os riscos estão relacionados â possibilidade de não se atingir, de forma satisfatória, o objetivo dos trabalhos. Nesse sentido, devem ser considerados, principalmente, os seguintes aspectos: a) a verificação e a comunicação de eventuais limitações ao alcance dos procedimentos da Auditoria Interna, a serem aplicados, consi­derando o volume ou a complexidade das transações e das operações; e b) a extensão da responsabilidade do auditor interno no uso dos trabalhos de especialistas. A alternativa C é a única com possibilidade de ser aceita como correta.Os testes de observância se referem á verificação do cumprimento das normas internas de controles e procedimentos da entidade sob exame. A alternativa D está incorreta.As informações que fundamentam os resultados da auditoria intema são denominadas "evidências", que devem ser suficientes, fidedignas, relevantes e úteis, de modo a for­necer base sólida para as conclusões e recomendações à administração da entidade. As evidências são coletadas com base em testes, definidos em função dos riscos, portanto, não possibilitam a comprovação completa e definitiva da certeza expressa nas conclusões do auditor. As evidências proporcionam uma base sólida e oferecem uma segurança razoável para a formação da opinião do auditor. A alternativa E também está incorreta.

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Cap. 4 - AUDITORIA INTERNA

0 (Analista/STF/2008) A amplitude do trabafho do auditor interno e sua responsabilidade não estão limitadas à sua área de atuação, pois compete à auditoria interna avaliar o grau de confiabilidade dos controles internos.

Conforme estabelecem as Normas Brasileiras para o Exercicio da Auditoria Interna, apro­vadas pelo Instituto dos Auditores Internos do Brasii (AUDIBRA), o âmbito do trabalho de auditoria interna envolve a determinação do trabalho de auditoria a ser feito, cabendo à alia administração, contudo, fornecer orientação geral quanto ao âmbito desse trabalho e os setores a serem examinados.No âmbito do trabalho dos auditores internos devem ser considerados os controles inter­nos da organização. No entanto, as responsabilidades da Administração e dos auditores são claramente estabelecidas e distintas. A Administração planeja, organiza, implementa e mantém controles internos e aos auditores internos cabe revisar, avaliar e contribuir para a melhoria da eficácia desses controles. Portanto, a amplitude do trabalho e a responsa­bilidade estão limitadas à sua área de atuação, ou seja, dentro da própria organização e até o limite definido em normas e pela própria administração. Item errado.

Í3 (Analista/STF/2008} Cabe ao auditor interno, quando solicitado, prestar assessoria ao conselho fiscal ou a órgãos equivalentes.

As normas profissionais do auditor interno (NBC P 3) estabelecem que cabe ao auditor interno, quando solicitado, prestar assessoria ao conselho fiscal ou a órgãos equivalentes. Entre outras atribuições e competências, o auditor intemo deve estar capacitado a prestar o apoio necessário ao Conselho Fiscal ou a órgãos equivalentes, no tocante à explanação, comparação, análise, avaliação e opinião sobre os dados, cifras e fatos gerados pela

: organização e fornecidos a esse conselho. Item certo.

0 (Analista/TST/2008) Os papéis de trabalho dos auditores internos são aqueles elaborados com vistas a evidenciarem, perante a auditoria independente, a adequação e a suficiência das tarefas realizadas e a avaliação das recomendações formuladas.

Os papéis de trabalho dos auditores internos são o conjunto de documentos e aponta­mentos com informações e provas coligidas pelo auditor intemo que consubstanciam o trabalho executado. As evidências contidas nos papéis de trabalho dos auditores internos objetivam fundamentar os resultados da auditoria intema e fornecer base sólida para as conclusões e recomendações.Há um relacionamento importante entre auditoria externa e interna, podendo o auditor extemo acessar e obter cópia dos papéis de trabalho da auditoria intema. Entretanto, o auditor interno não elabora a sua documentação para provar a realização do trabalho ao auditor extemo. Item errado.

Q (Analista/TST/2008) É da competência da direção da entidade definir a natureza, a extensão, a profundidade e a oportunidade dos trabalhos a serem realizados pela auditoria, de acordo com os objetivos e diretrizes previamente estabelecidos.

Compete ao chefe da auditoria interna definir o plano de auditoria, que compreende a natureza, a extensão, a profundidade e a oportunidade dos trabalhos a serem rea­

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AUDITORIA ~ Questões comentadas - CESPE

lizados. A direção da entidade pode apresentar informações úteis para o processo de planejamento e a alta administração ou conselho deve revisar e aprovar o plano. Item errado.

0 (Analista/TST/2008) Caso a auditoria intema, durante a realização de seus trabalhos, constate que estão ocorrendo fraudes por descumprimento de normas legais em determinada área, deverá comunicá-las imediatamente à administração da entidade, por escrito e de forma reservada.

Segundo a NBCT-12, a Auditoria Interna deve assessorar a administração da entidade no trabalho de prevenção de fraudes e erros, obrigando-se a informá-la, sempre por es* crito, de maneira reservada, sobre quaisquer indícios ou confirmações de irregularidades detectadas no decorrer de seu trabaiho. Cabe ressaltar que o auditor intemo comunica sempre por escrito tanto os indícios como as confirmações ou evidências de irregulari­dades. Item certo.

0 (AnaiistafiTST/2008) O auditor interno deverá mencionar obrigatoriamente fatos que lhe cheguem ao conhecimento e que considere em condições de provocar efeito sobre demonstrações contábeis objeto de seu trabalho, respeitado o dever de guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercicio profissional lícito.

O Código de Ética do Contabilista estabelece em seu art. 5.°, inciso V, que o contador, quando perito, assistente técnico, auditor ou árbitro, deverá mencionar obrigatoriamente íatos que conheça e repute em condições de exercer efeito sobre peças contábeis, objeto de seu trabalho, respeitado o disposto no inciso í! do art. 2.°, quanto à obrigação de guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercicio profissional licito, inclusive no âmbito do serviço púbiico, ressalvados os casos previstos em lei ou quando soiícitado por autoridades competentes, entre estas os Conselhos Regionais de Contabilidade. Item certo.

SE) (Analista/ContabiHdaderrJDFT72Q08) Para a realização dos testes de observância, o auditor interno, por meio de investigação e confirmação, pode obter informações a respeito do cumprimento efetivo das normas e dos procedimentos de controle interno do órgão ou entidade auditado(a).

Os testes de observância visam à obtenção de razoável segurança de que os controles internos estabelecidos pela administração estão em efetivo funcionamento, inclusive quanto ao seu cumprimento pelos funcionários e administradores da entidade.Na sua aplicação, devem ser considerados os seguintes procedimentos: a) inspeção - verificação de registros, documentos e ativos tangíveis; b) observação - acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua execução; e c) investigação e confirmação- obtenção de informações perante pessoas físicas ou jurídicas conhecedoras das tran­sações e das operações, dentro ou fora da entidade.Portanto, o auditor intemo pode obter informações sobre o cumprimento efetivo das nor­mas e procedimentos de controle interno, por meio da técnica ou procedimento básico de investigação e confirmação, liem certo.

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Cap. 4 - AUDITORIA INTERNA

HfJ {Anatista/ContabilidadefrJDFT/2008) As eventuais limitações ao alcance dos procedimentos de auditoria não devem ser mencionadas no relatório de auditoria interna, porque esse documento não se destina a terceiros.

A NBC-T-12 estabelece que o relatório da Auditoria Intema deve abordar, no minimo, os seguintes aspectos:

a) o objetivo e a extensão dos trabalhos;

b) a metodologia adotada;

c) os principais procedimentos de auditoria apücados e sua extensão;

d) eventuais limitações ao alcance dos procedimentos de auditoria;

e} a descrição dos fatos constatados e as evidências encontradas;

f) os risco:; associados aos fatos constatados; e

g} as conclusões e as recomendações resultantes dos fatos constatados.

Como visto, eventuais limitações ao alcance dos procedimentos de auditoria devem ser devidamente relatadas aos clientes ou usuários do relatório de auditoria intema, o que toma o item errado. Quanto ao destino do relatório da auditoria intema, a norma estabelece que será encaminhado a quem solicitar o trabalho ou a quem este autorizar.

(ACE/TCUÍ2GQ8) O vínculo empregatício do auditor intemo com a empresa deve ser meramente circunstancial, em virtude de ele prestar serviços exclusivamente para a empresa, em tempo integral. Nesse sentido, a administração, apesar de hierarquicamente superior, deve sujeitar-se ao controle do auditor, submetendo- -fhe a exarne seus próprios atos.

O gabarito preliminar do CESPE apontou o item como certo, para depois anulá-So, quando do gabarito definitivo, em decorrência de divergência doutrinária acerca do tema tratado na assertiva, especialmente no tocante ao vínculo empregatício do auditor intemo ser “meramente circunstancial”, "exclusivamente para a empresa” e “em tempo integral".O item foi extraído do livro de Franco e Marra, Auditoria contábil, 4. ed., Atlas, 2001, p. 219. Segundo os autores, a auditoria interna é aquela exercida por funcionário da própria empresa, em caráter permanente. Apesar de seu vínculo à empresa, o auditor intemo deve executar sua função com absoluta independência profissional, preenchendo todas as condições necessárias ao auditor externo, mas também exigindo da empresa o cumprimento daquelas que lhe cabem.Ele deve exercer sua função com total obediência às normas de auditoria, e o vinculo de emprego não lhe deve tirar a independência profissional, pois sua subordinação à admi­nistração da empresa deve ser apenas sob o aspecto funcionai. O vínculo empregatício do auditor interno com a empresa deve ser meramente circunstancial, em virtude de seus serviços serem prestados exclusivamente para a empresa, em tempo integral. Suas funções, entretanto, devem ser exercidas com a mais absoluta independência, sem interferência da administração, que apesar de sua função superiormente hierárquica deve sujeitar-se também ao seu controle e submeter a seu exame todos os atos por ela praticados.Em que pese o item ser transcrição literal do livro de Franco e Marra, a banca o anulou em função da afirmação de que o vínculo empregatício do auditor intemo é "meramente circunstancial", posto que o auditor intemo é empregado da própria empresa, em caráter permanente. Por outro lado, a afirmativa de que o auditor intemo “presta serviços exclusiva­mente” para a empresa, “em tempo integrai", contraria as normas internacionais do HA, que definem que a auditoria intema pode prestar serviços para terceiros fora da organização.

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AUDITORIA - Questões comentadas ~ CESPE

I S (ACE/TCU/2008) As evidências que respaldam os resultados da auditoria interna devem ser, entre outros aspectos, fidedignas, sendo considerada adequada a informação que, sendo confiável, propicie, com o emprego apropriado das técnicas da auditoria interna, a melhor evidência possível.

As informações que fundamentam os resultados da auditoria interna são denominadas “evidências", que devem ser suficientes, fidedignas, relevantes e úteis, de modo a fornecer base sóiida para as condusões e recomendações à administração da entidade.A informação suficiente é aquela que é factual e convincente, de tal forma que uma pessoa prudente e informada possa entendè-ia da mesma forma que o auditor intemo; a infor­mação adequada é aquela que, sendo confiável, propicia a melhor evidência alcançável, por meio do uso apropriado das técnicas de Auditoria Intema; a informação relevante éa que dá suporte às conclusões e às recomendações da Auditoria Interna; a informaçãoútil è a que auxilia a entidade a atingir suas metas.

Assim, a evidência tem que ser suficiente (aspecto quantitativo), fidedigna (adequada econfiável, pelo uso apropriado das técnicas), relevante (aspecto qualitativo) e útil (para agregar valor à entidade). A informação adequada é aquela que, sendo confiável, propi­cia a meihor evidência alcançável, por meio do uso apropriado das técnicas de Auditoria Interna. Item certo.

íBfl (Anaiista/TJ-CE/2008) No planejamento da auditoria interna, é essencial que os auditores internos não levem em conta, na execução dos trabalhos, as expectativas e, sobretudo, as orientações da administração, pois isso afetaria sua independência e poderia induzir os auditores a direcionarem suas atenções e providências.

Nos termos da NBCT 12, o planejamento do trabalho da Auditoria intema compreende os exames preliminares das áreas, atividades, produtos e processos, pára definir a amplitude e a época do trabalho a ser realizado, de acordo com as diretrizes estabelecidas pela administração da entidade.Entre os vários aspectos e fatores relevantes que o auditor interno deve considerar, ao planejar as auditorias, incluem-se as orientações e as expectativas externadas pela ad­ministração aos auditores internos.O chefe da auditoria interna está subordinado à alta administração e esse víncuio asse­gura a independência da auditoria interna em relação às áreas auditadas da organização. Portanto, é recomendável que o auditor considere as orientações e expectativas da ad­ministração, na qualidade de principal cliente de seus trabalhos. Esse procedimento não afeta a independência e a objetividade, tampouco induz os auditores a direcionarem suas atenções e providências. Item errado.

I S (Anaíista/TJ-CE/2008) Para a realização de testes de observância, um dos procedimentos aplicados é a observação, efetuada, por exemplo, durante o inventário, quando se pode verificar se as instruções correspondentes estão sendo cumpridas pelos responsáveis pela identificação e valoração dos componentes dos estoques.

A observação è o procedimento utilizado pelo auditor para acompanhar um processo ou um procedimento, e geralmente é aplicada como um teste de observância para testar e avaliar a eficácia do desenho e da operação de um procedimento de controle intemo.

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Cap. 4 - AUDITORIA INTERNA

O auditor intemo pode observar, durante o inventário, o cumprimento das normas defini­das peta organização auditada e verificar se as instruções correspondentes estão sendo cumpridas peios responsáveis peía identificação e valoração dos componentes dos es­toques. item certo.O auditor também poderia, durante o inventário, aplicar a técnica da inspeção física ou contagem física dos itens em estoque. Os dois procedimentos - observação e contagem física - são aplicadas pelo auditor, sendo a inspeção física mais para teste substantivo, com o propósito de verificar a exatidão e a validade de uma informação contábil, em função do confronto entre o saldo levantado na contagem e aquele constante do registro auxiliar e do razão gerai. A contagem física dos estoques é um procedimento frequentemente utilizado pelo auditor independente, especialmente quando os estoques são relevantes no contexto das demonstrações contábeis.

líIH ÍAnalista/TJ-CH/2008) O trabalho dos auditores internos não deve ser levado em conta pelos auditores independentes que forem contratados, exceto a titulo de colaboração eventual, quando for elaborado o planejamento dos trabalhos. Além da inexistência de qualquer relação de subordinação, a auditoria interna pode funcionar, seguidamente, com pouca autonomia e até de forma preventiva em face de falhas ou irregularidades passíveis de ocorrerem por ações ou omissões da administração.

Recomenda-se que os auditores internos e externos trabalhem em colaboração, pro­gramando em conjunto os serviços, de forma que o auditor intemo realize um trabalho mais analítico e até de revisão integral dos registros contábeis, ao passo que o auditor externo faria a revisão desses serviços, para planejar os seus e executá-los de forma complementar ao dos auditores internos. Sendo assim, o trabalho dos auditores internos deve ser levado em conta petos auditores independentes.A segunda parte da questão refere-se à atuação da auditoria interna e ao seu vínculo com a administração. A auditoria interna está subofdinada à aita administração {conselho de administração ou presidência da empresa), todavia esse vinculo ou subordinação não deve lhe retirar a autonomia e a independência necessárias ao exercício de suas funções.

Portanto, o item apresenta vários erros.

Wk {AnaüstarrJ-CE/2008) O auditor interno estará obrigado a revelar fatos que repute de efeitos relevantes sobre as demonstrações contábeis da empresa, comunicando- -os espontaneamente ao CRC, não se aplicando, no caso, o dever de sigilo.

O Código de Ética Profissional do Contabilista estabelece como um dos deveres do contabilista {na qualidade de contador, auditor, perito, etc.) guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito, inclusive no âmbito do serviço público, ressalvados os casos previstos em lei ou quando solicitados por autoridades competentes, entre estas os Conselhos Regionais de Contabilidade. Portanto, o auditor intemo estará obrigado a revelar fatos que repute de efeitos relevantes sobre as demonstrações con­tábeis da empresa, comunicando-os, todavia, ao CRC, quando solicitado e não de forma espontânea, como apontado no item. Item errado.

HD (Contador/WlC/2008) A auditoria interna deve avaliar e apresentar recomendações apropriadas para a melhoria do processo de governança corporativa da empresa onde atua. Assim, a auditoria interna deve coordenar, de forma eficiente, eficaz

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AUDITORIA — Questões camsntadas - CESPE

e efetiva suas atividades, além de fomentar a comunicação entre o conselho, os auditores, externos e internos e a administração.

A auditoria intema tem como um dos seus propósitos contribuir para a melhoria da eficácia do processo de governança da organização a quai pertence. Essa contribuição se efetiva, entre outras ações, mediante a avaliação pela auditoria das políticas de integridade da organização, dos mecanismos de controle e gerenciamento de risco, fortalecendo-os, bem como do processo de comunicação, ampliando a transparência e a comunicação entre os agentes (conselho, diretoria, auditoria, etc.), e assegurando a prestação de contas dos gestores. Portanto, o item reproduz de forma cometa o papel da auditoria perante o processo de governança.

HO (Contador/MC/2GG8) Ao concluir os trabalhos, o auditor interno deve listar suas constatações antes de elaborar o relatório de recomendações. Nesse sentido, nem toda constatação gerará necessariamente recomendação, mas todas as recomendações deverão ser incluídas no foliow-up da unidade de auditoria intema.

O núcleo ou a essência do relatório da auditoria intema consiste nas constatações da auditoria, o que oTCU denomina de achados, bem como nas recomendações que o auditor apresenta ao cliente do trabalho, para solução dos problemas ou não conformidades observadas.Se considerarmos que uma constatação também pode ser positiva (relação de conformidade ou boa prática), a meu ver, estaria correto afirmar que nem ioda constatação gerará necessa­riamente recomendação. Somente pela análise do conteúdo da NBCT 12 não seria possível chegarmos a essa conclusão, posto que a referida norma estabelece apenas que o relatório deve conter as conclusões e as recomendações resultantes dos fatos constatados.Respaldo minha conclusão nas normas do Instituto dos Auditores internos do Brasil (AU- DIBRA) e nos padrões definidos pelo The Institute of Internai Auditors (i!A), no sentido de que o relatório conterá recomendações, quando for o caso ou sempre que possível. Entendo que o erro do item estaria na afirmação de que todas as recomendações deverão ser incluídas no follow-up da unidade de auditoria interna. Seria extremamente ineficiente o auditor ser obrigado a acompanhar a implementação de todas as recomendações. Devem- se acompanhar aquelas que sejam relevantes para o objeto da auditoria.

0 2 (Contador/MC/2008) Segundo as normas brasileiras de contabilidade, as informações que fundamentam os resultados da auditoria interna são denominadas evidências. Mesmo com o risco operacional apresentado no programa de auditoria, as recomendações e conclusões do audito r fundamentam~se parcialmente na fidedignidade e relevância das evidências.

Nos termos da NBCT 12, as informações que fundamentam os resultados da Auditoria Intema são denominadas “evidências", que devem ser suficientes, fidedignas, relevantes e úteis, de modo a fornecer base sólida para as conclusões e recomendações à admi­nistração da entidade.Em função dos riscos, o auditor define a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos, para coletar evidências apropriadas e suficientes. As conclusões e reco­mendações do auditor fundamentam-se integralmente nas evidências que são coletadas durante a auditoria, em termos de suficiência, fidedignidade, adequação e utilidade. Item errado. ___.

£ 3 (Contador/MC/2008) Quando o auditor interno divulgar relatório de não conformidade com as normas, ele deverá informar, entre outros aspectos, a norma cuja conformidade

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Cap. 4 - AUDITORIA INTERNA

nao foi at&ndida, a{s) razao(ões) que ocasionou(aram) a falta de conformidade e o impacto da não conformidade sobre os trabalhos da equipe de auditoria.

Segundo as normas internacionais de auditoria intema, quando a falta de conformidade das normas tiver impacto em um trabalho de auditoria especifico, a comunicação dos resultados (da constatação) deve divulgar: a) Norma(s) cuja conformidade total não foi atingida, b) Razão(ões) para a falta de conformidade e c) Impacto da não conformidade sobre o trabelho de auditoria. Em outras palavras, o auditor intemo deve identificar a norma ou padrão não cumprido, a causa e o efeito, liem certo.

(Contador/iVlC/2Q08) Como o auditor intemo geralmente não dispõe de conhecimentos aprofundados em informática, a Norma Brasileira de Contabilidade faculta ao auditor a possibilidade de consulta técnica a profissional da área. Essa consulta deve ser documentada e incorporada ao programa de auditoria para justificar a profundidade e abrangência dos testes aplicados nos sistemas de processamento de dados contábeis.

A NBCT 12 estabelece que a utilização de processamento eletrônico de dados pela en­tidade requer: que exista, na equipe da Auditoria Intema, profissional com conhecimento suficiente sobre a tecnologia da informação e os sistemas de informação utilizados.Por outro lado, o uso de técnicas de Auditoria (ntema, que demandem o emprego de recursos tecnológicos d 2 processamento de informações, requer que exista na equipe da Auditoria Intema profissional ccm conhecimento suficiente de forma a implementar os próprios procedimentos ou, se for o caso, orientar, supervisionar e revisar os trabalhos de especialistas.Assim, há erro na afirmação de que geralmente o auditor intema não dispõe de conhe­cimentos aprofundados em informática, posto que a norma exige que pelo menos um membro da equipe de auditoria disponha de conhecimento suficiente sobre a tecnologia da irfformação e os sistemas de informação utilizados, inclusive para orientar, supervisionar e revisar as trabalhos de especialistas.

BU (Contador/MC/2008) O relatório do auditor interno é confidencial e deve ser apresentado ao superior imediato ou pessoa autorizada que o tenha solicitado. É facultada ao auditor a inclusão das áreas não examinadas. seja pela irrelevância, seja pela imaterialidade dos valores envolvidos. Assim, o relatório deve ser redigido com objetividade e imparcialidade, de forma a expressar claramente os resultados dos trabalhos realizados.

As normas estabelecem que o relatório da Auditoria Intema deve ser apresentado a quem tenha solicitado o trabalho ou a quem este autorizar, devendo ser preservada a confiden­cialidade do seu conteúdo. Portanto, a norma atual não estabelece que o relatório será encaminhado ao superior imediato, mas ao cliente do trabalho, que pode ser o conselho, a diretoria ou até mesmo terceiros.Outro aspecto do item é quanto à inclusão em relatório das áreas não examinadas pelo auditor. A NECT 12 não é muito clara quanto ao assunto, definindo apenas que o rela­tório deve abordar, no mínimo, os seguintes aspectos: a) o objetivo e a extensão dos trabalhos; b) 3 metodologia adotada; c) os principais procedimentos de auditoria aplicados e sua extensão; d) eventuais limitações ao alcance dos procedimentos de auditoria; e) a descrição dos fatos constatados e as evidências encontradas; f) os riscos associados aos fatos constatados; e g) as conclusões e as recomendações resultantes dos fatos constatados.

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AUDiTORIA - Questões comentadas - CESPE

Assim, a meu ver, não há como o auditor incluir em relatório as áreas não examinadas, até para assegurar a sua objetividade e concisão. Item errado.

ES (Contador/MC/2008) Os empregados que desempenham atividades na unidade de auditoria intema podem retirar cópia pessoal de relatório de auditoria, de nota técnica ou dos respectivos papéis de trabalho em meio fis ico ou em meio magnético, quando participarem de auditoria de departamentos superiores hierarquicamente ao setor auditado,

Os empregados que desempenham atividades na unidade de auditoria intema não podem retirar cópia pessoal de relatório de auditoria, de nota técnica ou dos respectivos papéis de trabalho em meio fisico ou em meio magnético, quando participarem de auditoria de departamentos superiores hierarquicamente ao setor auditado, a não ser que devidamente autorizados pela administração, item errado.

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5NORMAS INTERNACIONAIS

DE AUDITORIA

N o rm a s d a INTOSA1 { I n t e r n a t io n a l O r g a n iz a t io n o f S u p re m e A u d i t I n s t i t u t i o n s ):

CÓDIGO DE ÉTICA E PADRÕES DE AUDITORIA.N o rm a s d o IIA (T h e I n s t i t u t e o f I n t e r n a l

A u d i t o r s ) : d e f in iç ã o DE a u d i to r ia in te r n a , n o rm a s de a t r ib u t o e n o rm a s de desem penho.

0 (ACE/TCU/2007) A INTOSA! é um organismo internacional cujo objetivo é fomentaro intercâmbio de ideias e experiências entre entidades fiscalizadoras superiores quanto ao controle das finanças públicas. Entre os documentos elaborados pela INTOSAI, destacam-se a Declaração de Lima, o código de ética e normas de auditoria. Na Declaração de Líma, só constam o controle prévio e o controle posterior, ao passo que, no Brasil, além desses, há o controle concomitante, por expressa disposição legal.

A Organização internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores (INTOSAI, em inglês) foi fundada em 1953 por 34 países, entre eies o Brasil. A organização conta hoje com mais de 170 membros. A INTOSAI é um organismo internacional autônomo, independente e apolítico que congrega as entidades fiscalizadoras superiores dos países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU). A organização trabalha no sentido de promover o intercâmbio de informações e de experiências sobre os principais desafios enfrentados pelas EFS no desempenho de suas funções.Os principais documentos ou normas da INTOSAI são: (a) a “Declaração de Lima sobre Preceitos de AuditoriaYadotada no Congresso Internacional de 1977 e reconhecida como a Magna Carta da auditoria governamental, fornecendo as bases filosóficas e conceitu­ais dos Srabaihos desenvolvidos pela INTOSAI; (b) o Código de Ética para os auditores governamentais, aprovado na 42.a Reunião do Conselho Diretor em Viena, em 1996; e (c) as Normas de Auditoria, publicadas pela Comissão de Normas de Auditoria no XIV Congresso da INTOSAI de 1992, realizado em Washington.

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AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

A Declaração de Lima, em seu capitulo inicial, aborda dois tipos de controle ou auditoria no setor público, conforme o momento, que são o controle prévio aos atos administrativos (ou pré-auditoria) e o posterior aos atos de gestão (ou subsequente). No Brasii, além desses, há o controle concomitante, em função do disposto no art 77 da Lei 4.320/1964, que prevê os três tipos de controles da legaiidade dos atos de gestão ou da execução do orçamento: prévio, concomitante e subsequente. Item certo.

B (AnalÈsta/UAUD/SEBRAE/2008) Os auditores internos devem utilizar cuidados e habilidades esperados de um profissional prudente e competente. Entretanto, procedimentos de auditoria, por si só, mesmo quando desenvolvidos com o cuidado proflssionaf devido, não garantem que todos os riscos significativos serão identificados.

As normas internacionais de auditoria interna, editadas pelo Institute o f Internai Audi to rs (IIA), relativas ao zelo profissional devido, estabelecem que o auditor intemo deve estar alerta aos riscos significativos que poderiam afetar os objetivos, operações ou recursos. Entretanto, procedimentos de auditoria, por si sós, mesmo quando desenvolvidos com o cuidado profissional devido, não garantem que todos os riscos significativos serão iden­tificados. Item certo.

0 (Analista/UAUD/SEBRAE/2008) A auditoria interna deve monitorar e avaliar a eficácia geral do programa de qualidade, e as avaliações externas devem ser conduzidas ao menos uma vez a cada dois anos, por revisor quaíificado e independente, ou por equipe de revisão externa à organização.

De acordo com as normas do HA, relativas ao Programa de Qualidade e Melhoria da Auditoria Intema, a atividade da auditoria interna deve adotar um projeto para monitorar e avaliar a eficácia geral do programa de qualidade. O processo deve incluir tanto avaliações internas como externas. As Avaliações Internas devem incluir: a) Revisões continuas do desempenho da atividade de auditoria intema; e b) Revisões periódicas executadas por meio de autoavaliação ou por outras pessoas da organização, com conhecimento das práticas internas de auditoria e das Normas. As Avaliações Externas, tais como revisões de qualidade do trabalho de auditoria, devem ser conduzidas ao menos uma vez a cada cinco anos por revisor qualificado e independente ou por equipe de revisão extema á organização. Item errado.

0 (Analista/UAUD/SEBRAE/2008) A auditoria intema deve avaliar o desenho, a implantação e a eficácia dos objetivos, programas e atividades da organização no que se refere â ética.

O âmbito de atuação da auditoria intema abrange a Governança Corporativa. Nesse sentida, a atividade de auditoria intema deve avaliar e apresentar recomendações apro­priadas para a melhoria do processo de governança corporativa, no cumprimento dos seguintes objetivos: ___.

a) Promoção da ética e valores apropriados dentro da organização.

b} Assegurar a gestão do desempenho eficaz da organização e a responsabilidade por prestação de contas.

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Cap. 5 - NORMAS INTERNACIONAIS DE AUDITORIA

c) Comunicar de forma eficaz ás áreas apropriadas da organização as informações relacionadas a risco e controle.

d) Coordenar de forma eficaz as atividades e comunicar a informação enlre o conselho, os auditores externos e internos e administração.

Assim, a atividade de auditoria intema deve avaiiar o desenho, a implantação e a eficácia dos objetivos, programas e atividades da organização, relacionados á ética. Item certo.

g {Analista/UAUD/SEBRAE/2008) O ambiente do trabalho de auditoria deve considerar sistemas relevantes, registros, pessoal e propriedades físicas, incluindo-se aquelas sob o controle de terceiros.

As normas do li A definem que o escopo estabelecido deve ser suficiente para satisfazer os objetivos do trabalho de auditoria. O ambiente do trabalho de auditoria deve incluir a consideração de sistemas relevantes, registras, pessoal e propriedades físicas, incluindo aqueias sob CDntrole de terceiros. Item certo.

@ (Analista/UAUD/SEBRAE/2008) Os auditores internos são exigidos a aplicar e a manter os princípios da integridade, da objetividade, da confidencialidade e da competência.

Os princípios contidos no Código de Ética do IIA são:Integridade - A integridade dos auditores internos exige confiança e, assim, representa a base para í \ confiabilidade em seu julgamento.Objetividade - Auditores internos apresentam o mais alto grau de objetividade profissio­nal na coleta, avaliação, comunicação de informações sobre a atividade ou processo em exame. Auditores internos geram uma avaliação equilibrada de todas as circunstâncias relevantes e não são influenciados de forma indevida pelos seus próprios interesses ou por outros, na formulação de julgamentos {opiniões).Confidencialidade - Os auditores internos respeitam o valor e a propriedade das infor­mações a quc2 têm acesso e não as divulgam sem a autorização apropriada, a não ser em caso de obrigação legai ou profissional.Competência - Auditores internos aplicam o conhecimento, as habilidades e a experiência necessários na realização de serviços de auditoria intema. Item certo.

0 {Analista/UAUD/SEBRAE/2008) Ao observar a regra de conduta de publicidade, o auditor intem o deve divulgar todos os fatos materiais de seu conhecimento que, se não divulgados, podem distorcer relatórios das atividades sob sua responsabilidade.

O auditor intemo deve divulgar todos os fatos materiais de seu conhecimento que, se não divulgados, podem distorcer relatórios das atividades sob sua responsabilidade. Essa obrigação refere-se à norma ética da objetividade e não da publicidade. Item errado.

03 (Audítor/CGE-PB/2008) Entre as normas de atributos, deve-se considerar que, se a independência ou objetividade forem prejudicadas de fato ou na aparência,

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AUDITORIA - Questões comentadas — CESPE

os detalhes de tal prejuízo devem ser informados às partes apropriadas. Neste sentido, é correto afirmar queA) trabalhos de auditoria relacionados a funções sob responsabilidade do dirigente

de auditoria não devem ser realizados enquanto perdurar a situação.B) caso se constatem potenciais prejuízos à independência ou objetividade, relacionados

a serviços de consultoria propostos, o cliente deve ser informado na conclusão do trabalho.

C) os auditores internos podem prestar serviços de consultoria relacionados às operações pelas quais tenham sido responsáveis anteriormente.

D) auditores que tenham sido responsáveis pela avaliação de operações especificas devem manifestar expressamente essa condição.

E) os auditores internos que tenham prestado serviços de consultoria não poderão assumir responsabilidade sobre as respectivas operações.

A questão refere-se às normas de atributo do HA, relativas à independência e objetividade v da unidade de auditoria e dos auditores internos.Quanto à alternativa A, os trabalhos de auditoria relacionados a funções sob responsa­bilidade do dirigente de auditoria podem ser : realizados desde que supervisionados por pessoa externa á unidade de auditora.Quanto à alternativa B, o cliente deve ser informado antes da realização dos trabalhos e não quando de sua conclusão.No tocante à alternativa C, as normas permitem a prestação de consultoria relacionada a operações pelas quais o auditor tenha sido responsável anteriormente, fazendo restrição, nesse particular, apenas aos trabalhos de avaliação ou segurança objetiva. Por exempío, se um auditor interno, antes de ingressar no quadro da auditoria intema, foi gestor da área de recursos humanos da organização, deve abster-se de realizar trabalhos de auditoria de avaliação naquela área, para não prejudicar a objetividade dos trabalhos. No entanto, ■ pode prestar serviço de consultoria.Quanto à alternativa D, caso auditores internos tenham sido anteriormente responsáveis pelas operações especificas, devem abster-se de realizar os trabalhos de avaliação sobre essas operações, não resolvendo caso declare essa condição.Por fim, relativamente à alternativa E. não prejudica a objetividade o fato de o auditor interno prestar um serviço de consultoria e assumir futuramente uma responsabilidade sobre as respectivas operações.A alternativa correta é a C. Os auditores internos podem prestar serviços de consultoria relacionados às operações pelas quais tenham sido responsáveis anteriormente. Eies não podem é prestar serviços de avaliação, nessas circunstâncias.

0 (Auditor/CGE-PBÍ20Q8) No tocante às normas de desempenho, o gerenciamento da atividade de auditoria interna deve assegurar que se adicione valor ã organização. Com relação a esse assunto, é correto afirmar queA) a aprovação dos planos de atividades de auditoria é de responsabilidade exclusiva

do diretor executivo de auditoria.B) as politicas para orientar a atividade de auditoria interna são de responsabilidade

da alta administração e, em particular, do conselho de administração.C) o diretor executivo de auditoria deve coordenar atividades com outros prestadores

— internos e externos—' de serviços relevantes de auditoria.D) o plano aprovado deve ser adaptado aos recursos que foram previamente destinados

à auditoria interna.

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Ca p. 5 - NORMAS INTERNACIONAIS DE AUDITORIA

E) a avaliação de risco, para efeito de estabelecimento do plano de trabalho de auditoria, não deve levar em conta propostas formuladas por consultorias externas.

As normas de Gerenciamento da Atividade de Auditoria Intema definem que o diretor executivo de auditoria deve gerenciar de forma eficaz a atividade de auditoria intema para assegurar que se adicione valor à organização.Quanto ao planejamento, o diretor executivo de auditoria deve estabelecer planos com base em análise de riscos para determinar as prioridades da atividade de auditoria inter­na, consistentes com as metas da organização. As propostas formuladas por consultorias externas devem ser levadas em consideração na avaliação de risco, para definição do plano de trabalho da auditoria. O diretor executivo define os planos, mas quem os revisa e aprova são a alta administração e o conselho.O diretor executivo de auditoria deve comunicar à alta administração e ao Conselho as necessidades de recursos, para viabilizar os planos. Deve também comunicar o impacto de limitações de recursos. Portanto, ele deve assegurar que os recursos de auditoria intema sejam apropriados, suficientes e efetivamente utilizados para cumprimento do plano aprovado.Outra competência do diretor executivo de auditoria é estabelecer políticas e procedimentos para orientar a atividade de auditoria interna.Assim, a alternativa correta é a UC \ por destacar uma competência do diretor da auditoria. Eie deve coordenar todos os serviços de auditoria prestados internamente ou por pessoas externas à organização.

ES (ACE/TCU/2008) Na definição do Institute o f Internai Auditors, a auditoria interna, que presta serviços de avaliação e de consultoria, visa à eficácia dos processos de gestão de risco, controle e governança corporativa.

O HA apresenta o seguinte conceito para a auditoria intema: A auditoria intema è uma atividade independente e objetiva que presta serviços de avaliação e de consultoria com o objetivo adicionar valor e melhorar as operações de uma organização. A auditoria au­xilia a organização a alcançar seus objetivos por meio de uma abordagem sistemática e disciplinada para a avaliação e melhoria da eficácia dos processos de gerenciamento de risco, controle e governança corporativa.Como visto, a auditoria interna presta os dois tipos de serviços e visa à eficácia dos processos de gerenciamento de risco, de controles internos e de governança. Melhorando a eficácia desses processos, a auditoria intema auxilia a organização a agregar valor a suas operações e a atingir seus objetivos. Item certo.

® (ACE/TCU/2008) De acordo com o INTOSAI, as entidades fiscalizadoras superiores, quando responsáveis pela auditoria financeira das empresas privatizáveis, devem considerar que a auditoria contábil prévia à venda das empresas implica, para o auditor, menor nível de risco do que nos casos em que não haja transferência de propriedade.

A questão foi retirada das normas especificas da INTOSAI para privatizações (1SSA1 5210), cuja versão em inglês, espanhol, francês e alemão pode ser consultada em www.issai.org. Em conformidade com essas normas, nos casos em que as Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS) têm a responsabilidade de realizar a auditoria contábil

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AUDITORiA - Quesíâes comentadas - CESPE

das empresas a serem privatizadas, tem de levar em conta que a auditoria prévia à venda provavelmente significa um maior nível de risco para o auditor, do que nos casos em que não haverá uma mudança de propriedade, isso acontece porque as partes envolvidas no processo de venda estão baseadas em informação financeira sobre a empresa que foi auditada pela EFS. (tem errado.

129 (ACE/TCU/2008) As normas de auditoria da INTOSAI, ao contrário das de outras procedências, em particular no âmbito interno de cada pais, não podem ser prescritivas nem aplicadas compulsoriamente pelas entidades fiscalizadoras superiores ou por seu pessoal.

O gabarito preliminar apresentava o item como errado e, quando do definitivo, o CESPE alterou o ilem para certo. As normas da INTOSAI trazem apenas preceitos e principios que não são de adoção obrigatória pelas EFS, cabendo a estas juígar quais normas são compatíveis com suas atividades e atribuições previstas na Constituição e na legislação do pais e em suas próprias normas internas. Portanto, as normas da INTOSAI não são obrigatórias para as EFS, mas as normas internas no âmbito de cada país devem ser cumpridas. A redação ficou confusa e a banca alterou o gabarito, o que é condenável no meu entendimento. O melhor seria anular o item.

ES (ACE/TCU/2008) A exemplo da auditoria no setor privado, as entidades públicas auditadas devem manter uma relação de cliente com a entidade fiscalizada superior (EFS). Nesse sentido, ao levar em consideração as opiniões da administração em suas conclusões e recomendações, a EFS assume, perante essa administração, quaisquer responsabilidades quanto ao âmbito ou à natureza de sua auditoria.

Não há relação de clientela - cliente e prestador de serviços - entre a EFS e o audita­do. As normas da INTOSAI (Capitulo 1 - normas 100) definem que, ao contrário do que acontece no setor privado, na qual a tarefa do auditor está descrita em um contrato, a entidade fiscalizada não tem um relacionamento de cliente com a EFS, pois isso prejudi­caria o exercicio independente, livre e imparcial da EFS. !tem errado.

EE3 (ACE/TCU/2008) Os auditores internos devem abster*se de avaliar operações especificas pelas quais tenham sido responsáveis anteriormente, entretanto podem prestar serviços de consultoria relacionados a tais operações.

Segundo as normas internacionais de auditoria intema, existem normas de atributo e de desempenho que se aplicam especificamente a serviços de avaliação e outras somente a serviços de consultoria. Essas normas especificas são denominadas de normas de implantação.A questão se refere às normas de implantação de independência e objetividade. Segun­do as normas, os auditores internos não devem audilar áreas pelas quais tenham sido responsáveis anteriormente, por prejudicar a objetividade. Contudo, as normas permitem que esse mesmo auditor preste serviços de consultoria para essas áreas. Essa condição não afetaria a objetividade do auditor. Item certo.

SE (Auditor lnterno/AGE-MG/2009) Á INTOSAI emitiu um conjunto de normas gerais e específicas que definem um nível mínimo de aceitabilidade para os sistemas

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Cap. 5 - NORMAS INTERNACIONAIS DE AUDITORIA

de controle intemo. Entre as normas específicas, citam-se as que estabelecemqueA) as principais responsabilidades, nos diferentes estágios das transações, devem

ser atribuídas ás mesmas pessoas.B) o acesso a recursos e registros pode ser irrestrito, desde que monitorado pelos

responsáveis por sua custódia ou uso.C) o registro das transações e atividades deve ser imediato.D) os objetivos de controle especifico para cada atividade da organização devem ser

definidos.E) o sistema deve fornecer garantia absoluta de que os objetivos de controle interno

serão cumpridos.

A questão refere-se ãs diretrizes para as normas de controle interno do setor púbíico publicadas pela INTOSAI.Essas diretrizes foram elaboradas tendo com referência o estudo do COSO. Assim, con- troie intemo â um processo integrado efetuado pela direção e corpo de funcionários, e é estruturado para enfrentar os riscos e fornecer razoável segurança de que na consecução da missão da entidade os seguintes objetivos gerais serão alcançados:

* execução ordenada, ética, econômica, eficiente e eficaz das operações;

* cumprimento das obrigações de accountability,

* cumprimento das leis e regulamentos aplicáveis;

* salvaguarda dos recursos para evitar perdas, mau uso e dano.

O controle interno compreende cinco componentes inter-relacionados: ambiente de con­trole, avaliação de risco, procedimentos de controle, informação e comunicação e moni­toramento.A alternativa: "A" não está correta, pois um procedimento de controle interno importante é a segregação de funções. Para reduzir o risco de erro, desperdício ou procedimentos incorretos e o risco de não detectar tais problemas, não deve haver apenas uma pessoa ou equipe que controie todas as etapas-chave de uma transação ou evento. As obriga­ções e responsabilidades devem estar sistematicamente atribuídas a um certo número de indivíduos para assegurar a realização de revisões e avaliações efetivas.A alternativa “Bn não está correta. O acesso a recursos ou registros deve ser iimitado a indivíduos autorizados que sejam responsáveis pela sua guarda e/ou utilização. A res­ponsabilidade pela guarda se evidencia pela existência de recibos, inventários ou outros registros, outorgando a guarda e registrando suas transferências. A restrição de acesso aos recursos reduz o risco da utilização não autorizada ou de prejuízo e ajuda a alcançar as diretrizes; gerenciais.A alternativa\ correta quanto às normas da INTOSAI é a “C", que corresponde ao compo­nente informação/comunicação. Uma condição prévia para a informação confiável e rele­vante sobre as transações e eventos é o registro imediato e sua classificação adequada. A informação relevante deve ser identificada, armazenada e comunicada de uma forma e em determinado prazo, que permita que os funcionários realizem o controle intemo e suas outras -esponsabilidades (comunicação tempestiva às pessoas adequadas). Por esse motivo, o sistema de controle intemo propriamente dito e todas as transações e eventos significativos devem ser completamente documentados.A alternativa “D" está incorreta. São definidos objetivos-chave da organização, para os quais são estabelecidos procedimentos de controie interno com o intuito de identificar, avaliar e tratar os riscos. Um enfoque estratégico para a avaliação de risco depende da identificarão dos riscos que ameaçam os objetivos-chave da organização. Os riscos

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AUDITORIA - Questões comentadas — CESPE

relevantes a esses objetivos devem ser considerados e avaliados, resultando em uma pequena quantidade de riscos-chave.A alternativa “E” também está incorreta. Não importa quão bem planejado ou executado esteja, o controie interno não pode dar segurança absoluta à gerência, em relação ao alcance dos objetivos gerais. Ém vez disso, as diretrizes reconhecem que apenas um nivel ‘'razoável" de segurança pode ser alcançado. São as chamadas limitações inerentes aos controles, tais como erro de julgamento, coniuio, atropelo da administração e relação custo/beneficio.

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Au d it o r ia n o se t o r pú b lic o FEDERAL

A b r a n g ê n c ia , f in a l id a d e s , a t u a ç á o

DA AUDITORIA INTERNA E EXTERNA GOVERNAMENTAL, AUDITORIA E FISCALIZAÇÃO.

0 {ACE/TCU/2007} A aplicação dos recursos transferidos pelo Tesouro Nacional aentidades privadas é um dos objetos dos exames de auditoria, cuja finalidade primordial é garantir resultados operacionais na gerência da coisa pública.

A questão trocou finalidade por objetivo primordial da auditoria. Conforme dispõe a Instru­ção Normativa da Secretaria Federal de Controle Intemo 01, de 2001 (IN SFC 01/2001), a auditoria tem por objetivo primordial garantir resultados operacionais na gerência da coisa púbiica. Essa auditoria ê exercida nos meandros da máquina púbiica em todas as unidades e entidades públicas federais, observando os aspectos relevantes relacionados à avaliação dos programas de governo e da gestão pública.A finalidade básica da auditoria é comprovar a legalidade e legitimidade dos atos e fatos administrativos e avaliar os resultados alcançados, quanto aos aspectos de eficiência, efi­cácia e economicidade da gestão orçamentária, financeira, patrimonial, operacional, contábil e finalistica das unidades e das entidades da administração pública, em todas as suas esferas de governo e níveis de poder, bem como a aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado, quando legalmente autorizadas nesse sentido. Item errado.

B (ACE/TCU/2007) Em uma situação em que se avaliem dados e informações de licitações e contratos, o sistema de controle intemo do Poder Executivo federal deve, necessariamente, adotar os critérios de economicidade e efetividade.

O gabarito preliminar apresentava o item como errado. Em auditorias ou análises de licitações e contratos, geralmente os auditores consideram, em seus exames, critérios

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AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

de legalidade, legitimidade e economicidade dos procedimentos licitatórios e contratuais. Todavia, não há obrigatoriedade, nessas auditorias, de adoção dos critérios de economi­cidade e, especialmente, de efetividade dos processos.Contudo, a banca alterou o gabarito para certo, com a seguinte justificativa: “tendo em vista que critérios de economicidade e efetividade (este abrangido pelo conceito de eficiência, que é um dos princípios norteadores da Administração Púbiica) devem estar presentes em qualquer atividade do serviço público, em particular na situação descrita no item". Discordo da alteração do gabarito, bem como do argumento apresentado peio CESPE, a meu ver, sem muita consistência, de que a eficiência abrange a efetividade e que esses critérios devem estar presentes na situação descrita no item, que se referia a um trabalho do controle intemo.

0 (ACE/TCU/2007) Os projetos autorizados na ieí orçamentária anuai terão pareceresemitidos por uma comissão mista permanente de senadores e deputados e, caso haja denúncia anônima ao TCU sobre projetos dessa natureza, deverá o tribuna) determinar a devida auditoria para apuração dos fatos.

O Tribunal de Contas da União só deve admitir denúncias que atendam aos requisitos de admissibilidade definidos em seu Regulamento interno, que não prevê hipótese de denúncia anônima, em função de princípios constitucionais. Em aíguns casos, a Ouvi­doria do TCU recebe reclamações sem identificação da autoria, mas, nesse caso, não é autuada como denúncia. Caso os elementos sejam graves e confirmados por fontes internas ou externas, autua~se um processo de representação por unidade técnica do próprio Tribunal. Item errado.

□ (Analista/TST/2008) O Tribunal de Contas da União é competente para realizar auditoria de natureza operacional em qualquer unidade administrativa do Poder Judiciário, por iniciativa de comissão técnica da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal.

Conforme o capuí do art. 71 c/c o inciso IV do mesmo artigo, ambos da Constituição Federal, compete privativamente ao TCU realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federai, de Comissão Técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais enti­dades públicas. Item certo.

0 (Analista/TST/2008) No apoio ao controie externo, os órgãos de controle interno do Poder Judiciário devem alertar a autoridade administrativa competente para que instaure tomada de contas especial, se tomarem conhecimento de prática de ato antieconômico de que resulte dano ao erário.

O art. 50 da Lei 8.443/1992 (LOATCU) define que, no apoio ao controle extemo, os órgãos integrantes do sistema de controle intemo deverão exercer, entre outras, as se­guintes atividades: (a) realizar auditorias nas contas dos responsáveis sob seu controle, emitindo relatório, certificado de auditoria e parecer; (b) alertar formaimente a autoridade administrativa competente para que instaure tomada de contas especial, sempre que tiver conhecimento de qualquer das ocorrências referidas no caput do art. 8.° da Lei.

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Cap. 6 - AUDITORIA NO SETOR PÚBLICO FEDERAL

As ocorrências previstas no a rt 8.° da Lei Orgânica do TCU, que ensejam a instauração de TCE, são: (aj a omissão no dever de prestar contas; (b) a não comprovação da apli­cação dos recursos repassados pela União; (c) a ocorrência de desfalque ou desvio de dinheiro, bens ou valores públicos; ou (d) a prática de qualqüer ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico do que resulte dano ao erário.Portanto, quando os responsáveis pelos órgãos de controle intemo, no âmbito de cada poder, tomarem conhecimento de irregularidade que resulte em dano ao Erário, devem alertar formalmente a autoridade administrativa competente para que instaure tomada de contas especial. Item certo.

LEMBRETE: Tomada de contas especial (TCE) é um processo devidamente formaíizado, com rito própno, para apurar responsabilidade por ocorrência de dano à administração pública federai e obtenção do respectivo ressarcimento. A tomada de contas especial é instaurada pela autoridade administrativa competente, depois de esgotadas as medidas administrativas internas para obtenção do ressarcimento pretendido ao erário público.

0 (Analista/TST/2008) As contas nacionais das empresas supranacionais estão sujeitas ao controle governamental, mesmo quando a participação brasileira é minoritária.

O art. 71 da CF estabelece como competência do TCU fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indi­reta, nos termos; do tratado constitutiva. No caso das contas nacionais dessas empresas, a fiscalização será exercida pelo TCU, independentemente de a participação brasileira ser majoritária ou minoritária, em relação à de outro país. Item certo.

0 (Analista/Contabilidade/TJDFT/2G08) Nos programas financiados pelo Banco Interamerlcano de Desenvolvimento (BID), sujeitos à auditoria Independente, as demonstrações financeiras do mutuário ou do executar deverão obedecer às Normas Internacionais de Contabilidade.

A Controladoria-Gerai da União é a auditoria independente aceita pelo Banco Interameri- cano de Desenvolvimento (BID) para auditar os projetos, no âmbito do governo federal, que são financiados por aquele organismo internacional.Os objetivos e o conteúdo dos relatórios de auditoria são definidos na Instrução Normativa SFC 01, de 2001. As diretrizes relativas ás demonstrações financeiras são definidas nas normas do BID, que podem ser encontradas no site da CGU (www.cgu.gov.br).

O documento AF-300 do BiD define que os princípios de contabilidade a serem utilizados no registro das operações e na elaboração das demonstrações financeiras correspondem aos estabelecidos nas Normas Internacionais de Contabilidade (NICs) emitidas pela Comissão de Normas Internacionais de Contabilidade (1ASC), que prevalecerão sobre as normas de contabilidade do Pais, em caso de eventuais divergências, item certo.

0 (Analista/ContabilÍdade/TJDFT/2008) A competência do TCU para a fiscalização das transferências voluntárias efetuadas pela União aos municípios mediante

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AUDITORIA — Questões comentadas - CESPE

convênio, acordo, ajuste ou instrumento congênere nao é incompatível com a autonomia das diversas esferas da Federação.

Conforme jurisprudência do STF, o TCU tem atribuição constitucional e legal de fiscalizar a aplicação dos recursos federais repassados aos entes federados (Estados e Municípios), não havendo que se falar em quebra de autonomia dos entes federados, porquanto a fiscalização não incide sobre recursos estaduais e municipais, mas exclusivamente sobre verbas provenientes do orçamento da União. Item certo.

0 (AnaHsta/ContabíltdadeTJDFT/2008) A Controladoría-Geral da União integra a Secretaria Federal de Controle Intemo, que é o órgão central do sistema de controle interno dos três poderes da União.

O órgão central do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal (SCI) ê a Controladoria-Gera! da União (CGU), Além do órgão central, o sistema conta com os seguintes órgãos e unidades:

• órgãos setoriais de controle interno: Secretarias de controle interno do Ministério da Defesa, do Ministério das Relações Exteriores e da Casa Cívíí da Presidência da Repúbiica;

• unidades setoriais de controle intemo: Unidades de controle intemo dos comandos militares; e

• unidades regionais de controle intem o: Controladorias Regionais da União nos estados da federação.

A Secretaria Federal de Controle Intemo, assim como a Corregedoria-Geral e a Ouvidoria- Gerai da União, são unidades que integram a CGU. Item errado.

HD (Anaiista/CI/TJDFT/2008) O controle interno do Poder Executivo, por meio do órgão incumbido da elaboração da proposta orçamentária ou de outro indicado na legislação, abrange o cumprimento do programa de trabalho, tanto em termos financeiros como físicos.

O art. 75 da Lei 4.320, de 1964, define que o controle da execução orçamentária com­preenderá:

l - a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa;

tl - a fidelidade funcional dos agentes da administração responsáveis por bens e valores públicos; e

III - o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em termos de realização de obras e prestação de serviços.

Esses três tipos de controle serão exercidos pelo Poder Executivo, ou seja, pelos próprios gestores e pelos órgãos de controle intemo, sem prejuízo das atribuições do Tribunal de Contas. O art. 79 da mesma Lei estabelece que ao órgão incumbido da elaboração da proposta orçamentária ou a outro indicado na legislação caberá o controle estabelecido no inciso III do art. 75, ou seja, a verificação do cumprimento do programa de trabalho em termos monetários e físicos (controle de resultados). Item certo.

EU (Anaüsta/Cf/TJDFT/2Q08) O processo de tomada de contas especial deve ser instruído por certificado de auditoria emitido pelo órgão de controle intemo

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Cap. 6 - AUDITORIA NO SETOR PÚBLiCO FEDERAL

competente, com o enquadramento legal das irregularidades encontradas, além da identificação do responsável e da quantificação do prejuízo.

O art. 9.° da Lei Orgânica do TCU define que integrarão a tomada ou prestação de contas, inclusive a tomada de contas especial, entre outros eiementos estabelecidos no regimento intemo, os seguintes: (a) relatório de gestão; (b) relatório do tomador de contas, quando couber; (c) relatório e certificado de auditoria, com o parecer do dirigente do órgão de controle intemo, que consignará qualquer irregularidade ou ilegalidade constatada, indicando as medidas adotadas para corrigir as faltas encontradas; e (d) pronunciamento do Ministro de Estado supervisor da área ou da autoridade de nível hierárquico equivalente.Por ocasião do concurso para o TJDF, estava em vigor a Instrução Normativa 13, de 1996, do TCU, que definia os procedimentos de instauração e organização de tomadas de contas especiais (TCE). Atualmente, está em vigor a IN TCU 56, de 2007, que revogou a iN TCU 13/1996.Conforme as normas, uma das peças do processo de TCE é o certificado de auditoria emitido peio órgão de controle intemo competente, acompanhado do respectivo relató­rio, que trará manifestação acerca dos seguintes quesitos: a) adequada apuração dos fatos, com indicação das normas ou regulamentos eventualmente infringidos; b) correta identificação do responsávei; c) precisa quantificação do dano e das parcelas eventual­mente recolhidas; e d) identificação da autoridade administrativa federal responsável pela ausência de adoção das providências previstas no art. 1.° da IN TCU 56/2007, quando for o caso. Item certo.

1 0 {MS/PS/2008) A avaliação da efetividade dos controles internos de um órgão ou entidade visa perm itir que o auditor se certifique de que as operações e os registros se processam de acordo com o que tiver sido previamente estabelecido.

Na auditoria do setor publico, deve-se efetuar um adequado exame visando à avalisção da capacidade e da efetividade dos sistemas de controles internos administrativos das unidades da administração direta, entidades da administração indireta, projetos e programas.A avaliação da efetividade consiste na realização de exame das operações que se pro­cessam nos sistemas de controie intemo administrativo, com o propósito de verificar se os procedimentos, políticas, mecanismos, registros e outros dados relevantes funcionam de acordo com o previsto e se os objetivos de controle estão sendo atendidos, de forma permanente, sem desvios. Item certo.

iB (MS/PS/2Ò08) Um relatório de auditoria deve conter uma avaliação qualitativa que evidencie conformidade ou não conformidade. No caso de irregularidade, há descumprimento de norma ou lei, de que resulta prejuízo quantificável e(ou) configuração de dolo. Um exemplo típico disso é a falta de publicação do extrato de um contrato entre a administração e particular ou o atraso desse procedimento.

Nos termos da iN SFC 01/2001, impropriedade consiste em falhas de natureza formal de que não resuite dano ao erário, porém evidencia-se a não observância aos princípios de legalidade, legitimidade, eficiência, eficácia e economicidade. A irregularidade é carac­terizada pela não observância desses princípios, constatando a existência de desfalque, alcance, desvio de bens ou outra irregularidade de que resulte prejuízo quantificável para o Erário.

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AUDiTORIA - Questões comentadas - CESPE

Note-se que a falta de publicação do extrato de um contrato entre a administração e particular ou o atraso desse procedimento constitui uma ilegalidade, mas que não resulta em prejuízo ao Erário, sendo, então, um exemplo típico de impropriedade. Item errado.

09 (MS/PS/2008) O planejamento das atividades de auditoria intema das entidades da administração indireta do Poder Executivo Federai será consignado no Plano Anual de Atividades de Auditoria Interna (PAINT).

Em função de exigência contida na legislação, as unidades de auditoria intema das enti­dades da administração indireta devem elaborar o Plano Anual de Atividades de Auditoria Intema (PAAAI ou PAINT), bem como o Relatório Anual de Atividade da Auditoria Intema (RAAAI ou RAINT), a serem encaminhados ao órgão ou a unidade de controle interno a que estiver jurisdicionado, para efeito de integração das ações de controle, nos prazos estabelecidos em instrução normativa do SCI. Item certo.

00 (Analista/TJ-CE/2008) Estão sujeitas à auditoria específica do controle interno e externo no âmbito da União as empresas em que a União, embora não detendo a maioria das ações com direito a voto, detém a maioria do capital, no somatório das ações ordinárias e preferenciais.

Consoante a definição legal, são quatro os requisitos para enquadramento como Socie­dade de Economia Mista: a) personalidade jurídica de direito privado; b) criação por lei;c) constituição sob regime de S.A.; d) União ou outra entidade da Administração tenha maioria das ações com direito a voto. Assim, uma das condições para que uma empresa esteja sujeita à auditoria específica do controle intemo e externo no âmbito da União é que a maioria do capita! votante pertença direta ou indiretamente à União. Item errado.

SUO (Analista/TJ-CE/2008) A auditoria intema das entidades da administração indireta, a exemplo do que ocorre em grandes corporações, deve vincular-se ao conselho de administração ou órgão de atribuições equivalentes. Não existindo esse órgão, a vinculação se dará obrigatoriamente com o dirigente máximo, vedada a delegação.

O Decreto 3.591/2000 exige que as entidades da Administração Pública Federal indi­reta organizem a respectiva unidade de auditoria interna, com o suporte necessário de recursos humanos e materiais, com o objetivo de fortalecer a gestão e racionalizar as ações de controle. Quanto à sua subordinação, o decreto defme ainda que a auditoria interna vincula-se ao conselho de administração ou a órgão de atribuições equivalen­tes e, quando a entidade da Administração Púbiica Federal indireta não contar com conselho de administração ou órgão equivalente, a unidade de auditoria interna será subordinada diretamente ao dirigente máximo da entidade, vedada a delegação a outra autoridade, item certo.

SH (Analista/TJ-CE/2008) O programa de fiscalização a partir de sorteios públicos é desenvolvido pela Controfadoria-Gerai da União, que seleciona, para fiscalizações especiais, por meio de sorteios públicos, estados e municípios beneficiários de

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Cap. 6 - AUDITORIA NO SETOR PÚBLICO FEDERAL

transferências, aplicadas diretamente por órgãos federais em cada região ou local, ou mediantí; repasses a órgãos e entidades das respectivas administrações ou mesmo a órgãos não governamentais.

O programa de sorteio público de municfpios foi criado em 2003 pela CGU e consiste no sorteio, pela Caixa Econômica Federat, de unidades municipais e Estados, para que sejam realizadas ações de fiscalização nos programas de governo executados de forma descentralizada por esses entes e até mesmo por entidades privadas sem fins lucrativos, parceiras do governo na execução das políticas, item certo.

JEEJ (Analista/TJ-CE/2008) Os recursos transferidos por meio de convênios e instrumentos congêneres, não utilizáveis por prazo igual ou superior a um mês, devem ser aplicados em caderneta de poupança de instituição financeira oficia!. Se não o forem, a reparação corresponderá ao que deixou de ser auferido naquela aplicação.

As normas editadas peio Governo Federal, acerca da celebração de convênios de natureza financeira, definem que, quando o destinatário da transferência for estado. Distrito Federal ou município, entidade a eles vinculada ou entidade particular, os recursos transferidos, enquanto não empregados na sua finalidade, serão obrigatoriamente aplicados: a) em

' caderneta de psupança de instituição financeira oficial, se a previsão de seu uso for igual ou superior a um mês; e b) em fundo de aplicação financeira de curto prazo, ou operação de mercado aberto lastreada em titulo da divida pública federal, quando sua utilização estiver prevista: para prazos menores.

; A Tomada de Contas Especial será instaurada visando à apuração dos fatos, identificação : dos responsáveis e quantificação do daqo, quando, entre outras hipóteses de prejuízo, : não for aprovada a prestação de contas em decorrência da não aplicação de rendimentos

de aplicações financeiras no objeto pactuado. No caso do convenente deixar de aplicar os recursos em caderneta de poupança ou em fundo de aplicação financeira, conforme o caso, a reparação do dano corresponderá ao que deixou de ser auferido naquela apli­cação, item certo.

HO (Analista/TJ -CE/2008) O controle interno do Poder Executivo federal refere-se à opinião emifida pelo órgão ou unidade do controle intemo, e não, pelo auditor. Por isso mesmo, e dadas as características dos concursos públicos, que selecionam profissionais de todas as áreas, considera-se que o exercício da auditoria contábil constitui prerrogativa de analistas de qualquer formação, desde que registrados nos respectivos conselhos.

A IN SFC 01/2001 estabelece que os certificados ou pareceres de auditoria deverão conter a assinatura do Coordenador-Geral ou chefe da CGU estadual. Portanto, a norma estabelece apenas a responsabilidade pela assinatura, que é atribuída ao corpo geren­cia! ou de dirigentes, no caso da CGU regional Essa è a regra indicada no caso das auditorias de gestão.Todavia, no caso de auditoria contábil, a mesma norma indica que os certificados/pareceres deverão conter o nome e o número de registro no Conselho Regional de Contabilidade do servidor do Sistema de Controle Intemo do Poder Executivo Federal que examinou as demonstrações financeiras.

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AUDITORIA - Gues/ões comentadas - CESPE

O item apresenta erro quando afirma que o exercicio da auditoria contábil constitui prerrogativa de analistas de qualquer formação, desde que cadastrados no CRC, pois somente contadores possuem registro no CRC e, nesse caso, possuem a competência para examinar e emitir opinião sobre as demonstrações contábeis. Item errado.

0 0 (Contador/MC/2008) Os papéis de trabalho utilizados e(ou) produzidos, incluídos os programas de auditoria, e os elementos comprobatóríos respectivos podem ser disponibilizados, resguardando a independência da unidade de auditoria interna, como apoio ao sistema de controle intemo do Poder Executivo federal.

Conforme estabelece a IN SFC 01/2001, as entidades da Administração Pública Federal Indireta, bem como os serviços sociais autônomos, deverão organizar suas respectivas unidades de auditoria interna, as quais terão como finalidades básicas fortalecer a gestão e racionalizar as ações de controle, bem como prestar apoio aos órgãos do Sistema de Controie Interno do Poder Executivo Federai (SCI).Esse apoio ao SCI consiste no fornecimento periódico de informações sobre os resulta­dos dos trabalhos realizados, bem como no atendimento das solicitações de trabalhos específicos. Assim, os papéis de trabalho utilizados e produzidos, incluídos os programas : de auditoria e os elementos comprobatóríos respectivos podem ser disponibilizados, res­guardando a independência da unidade de auditoria interna, como apoio ao sistema de controle interno do Poder Executivo federal. Item certo.

B3 (Contador/MC/2008) Todos os trabalhos de auditoria in loco, de cunho ordinário, devem ser desenvolvidos com a apresentação prévia do respectivo programa de auditoria, o qual se configura na essência do ato de auditar, definindo o ponto de controle sobre o quai se deve atuar. r

Em conformidade com a IN SFC 01/2001, procedimento de auditoria é o conjunto de verificações e averiguações previstas num programa de auditoria,: que permite obter evidências ou provas suficientes e adequadas para analisar as informações necessárias ã formulação e fundamentação da opinião por parte do Sistema de Controle Intemo do Poder Executivo Federal.Trata-se, ainda, do mandamento operacional efetivo; são as ações necessárias para atingir os objetivos nas normas auditoriais. Também chamado de comando, o procedimento repre­senta a essência do ato de auditar, definindo o ponto de controle sobre o qual se deve atuar. Todos os trabalhos de auditoria in loco, de cunho ordinário, devem ser desenvolvidos com a apresentação prévia do respectivo programa de auditoria, item certo.

0 9 (Contador/MC/2008) As inspeções e auditorias serão objeto de controle centralizado pela unidade técnica competente, mediante encaminhamento pelas unidades executoras de comunicação de início dos trabalhos acompanhada de cópia do programa e respectivos resultados das auditorias.

O item trata de uma modalidade de fiscalização adotada no TCU denominada de Fiscali­zação de Orientação Centralizada (FOC), que consiste no planejamento e na coordenação centralizada por uma unidade técnica responsável pelos trabalhos de fiscalização que serão executados por outras unidades técnicas do Tribunal. Item certo.

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Cap. 6 - AUDiTORIA NO SETOR PÚBLICO FEDERAL

ggj (Contador/MC/2008) Ao servidor responsável peios trabalhos de auditoria externa será assegurada a prerrogativa de acessar todos os documentos necessários p a ra a r e a liz a ç ã o de seus trabalhos, inclusive acesso aos sistemas eletrônicos de processamento do órgão fiscalizado.

De acordo com o a rt 87 da Lei Orgânica do TCU, uma das prerrogativas do servidor do TCU credenciado para desempenhar funções de auditoria, inspeções e diligências è ter acesso a todos os documentos e informações necessários à realização de seu trabalho e, na forma do Regimento Intemo, inclusive acesso aos sistemas eletrônicos de proces­samento do órgão fiscalizado, item cerio.

P%1 (Contador/MC/2008) O servidor responsável pelos trabalhos de auditoria tem a obrigação de manter sigilo sobre dados e informações obtidos nos trabalhos pertinentes aos assuntos sob sua fiscalização, utilizando-os, exclusivamente, para a elaboração de pareceres e de relatórios destinados ã sua chefia imediata.

Na forma do art. 86 da Lei Orgânica do TCU, são obrigações do servidor que exerce funções de controie externo do Tribunal: a) manter, no desempenho de suas tarefas, atitude de independência, serenidade e imparcialidade; b) representar a chefia imediata contra os responsáveis pelos órgãos e entidades sob sua fiscalização, em casos de falhas e/ou irregularidades; c) propor a aplicação de multas, nos casos previstas no regimento interno; d) guardar sigilo sobre dados e informações obtidos em decorrência do exercicio de suas funções e pertinentes aos assuntos sob sua fiscalização, utilizando- os, exclusivamente, para a elaboração de pareceres e relatórios destinados à chefia imediata. Item certo.

ES (TCE/CONTAB1LIDADE/TCE-TO/2QG9) De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade, o controle interno, sob o enfoque contábil, compreende o conjunto de recursos, métodos, procedimentos e processos adotados pela entidade do setor público. Acerca do controle intemo e do controle extemo, no âmbito da administração pública, assinale a opção correta.

A) O controle intemo operacional está relacionado à observância da regulamentação pertinente.

B) O mapeamento de riscos é a identificação dos eventos ou das condições que podem afetar a qualidade da informação contábil e é executado pelo controle extemo.

C) A resposta ao risco, indicando a decisão gerencial para mitigar os riscos, a partir de uma abordagem geral e estratégica, considerando as hipóteses de eliminação, redução, aceitação ou compartilhamento advêm da análise do controle externo.

D) A avaliação de riscos corresponde à análise da relevância dos riscos identificados e inclui, entre outros aspectos, a avaliação da probabilidade de sua ocorrência e a forma como serão gerenciados.

E) Os procedimentos de detecção são medidas que visam â identificação, concomitante ou a posteriori, de erros, omissões, inadequações e intempestividade da informação contábil, e são vinculados ao controie externo e não ao controle intemo.

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AUDiTORlA - Quesiões comentadas — CESPE

A questão trata do controle intemo contábil no setor público, cujas normas (N8C T 16.8) foram aprovadas peia Resolução CFC 1.135/2008. Controie interno sob o enfoque contábil compreende o conjunto de recursos, métodos, procedimentos e processos adotados pela entidade do setor público, com a finalidade de: (a) salvaguardar os ativos e assegurar a veracidade dos componentes patrimoniais; (b) dar conformidade ao registro contábil em relação ao ato correspondente; (c) propiciar a obtenção de informação oportuna e adequada; (d) estimular adesão às normas e ás diretrizes fixadas; (e) contribuir para a promoção da eficiência operacionai da entidade; e (f) auxiliar na prevenção de práticas ineficientes e antieconômicas, erros, fraudes, malversação, abusos, desvios e outras inadequações.O controle interno é classificado nas seguintes categorias:

(a) operacional - relacionado às ações que propiciam o alcance dos objetivos da entidade;

(b) contábil - relacionado á veracidade e à fidedignidade dos registros e das demonstrações contábeis;

(c) normativo - relacionado ã observância da regulamentação pertinente.

A estrutura de controle interno compreende os seguintes componentes: ambiente de controie; mapeamento e avaliação de riscos; procedimentos de controie; informação e comunicação; e monitoramento.

O ambiente de controie deve demonstrar o grau de comprometimento em todos os níveis da administração com a qualidade do controle intemo em seu conjunto.

O mapeamento de riscos é a identificação dos eventos ou das condições que podem afetar a qualidade da informação contábil.

A avaliação de riscos corresponde à análise da relevância dos riscos identificados, incluindo a avaliação da probabilidade de sua ocorrência; a forma como serão gerenciados; a defi­nição das ações a serem implementadas para prevenir a sua ocorrência ou minimizar seu potencial; e a resposta ao risco, indicando a decisão gerencial para mitigar os riscos.Os procedimentosrde controle são medidas e ações estabelecidas para prevenir ou de­tectar os riscos inerentes ou potenciais ã tempestividade, â fidedignidade e à precisão da informação contábil, ciassificando-se em: (a) procedimentos de prevenção ~ medidas que antecedem o processamento de um ato ou um fato, para prevenir a ocorrência de omissões, inadequações e intempestívidade da informação contábil; e (b) procedimentos de detecção - medidas que visem à identificação, concomitante ou a posteríori, de erros, omissões, inadequações e intempestívidade da informação contábil.O monitoramento compreende o acompanhamento dos pressupostos do controie interno, vi­sando assegurar a sua adequação aos objetivos, ao ambiente, aos recursos e aos riscos.

O sistema de informação e comunicação da entidade do setor público deve identificar, armazenar e comunicar toda informação relevante, na forma e no período determinados, a fim de permitir a realização dos procedimentos estabelecidos e outras responsabilida­des, orientar a tomada de decisão, permitir o monitoramento de ações e contribuir para a realização de todos os objetivos de controle intemo.

Analisando a questão, cabe concluir que:

A alternativa UA" está incorreta, pois o controle intemo normativo está relacionado à ob­servância da regulamentação pertinente.A alternativa “B" está incorreta, pois o mapeamento de riscos é a identificação dos even­tos ou das condições que podem afetar a qualidade da informação contábil, porém é executado pelo controle intemo. ■ ‘A alternativa “C" está incorreta, pois a resposta ao risco advém da análise do controie interno.

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Cap. 6 - AUDiTORIA NO SETOR PÚBÜCO FEDERAL

A alternativa UD' está correta e é a que satisfaz o enunciado cfa questão. Na forma da NBCT 16.8, a a/aliação de riscos corresponde ã análise da relevância dos riscos identi­ficados e inclui, entre outros aspectos, a avaliação da probabilidade de sua ocorrência e a forma como serão gerenciados.Por fim, a alternativa “E" está incorreta. Os procedimentos de detecção, tais como auto­rizações e revisões de desempenho, são vinculados ao controie intemo.

@3 (Auditor lntemo/AGE-MG/2009) Com relação ao controle Interno na administração púbiica, assinale a opção correta.A) O sistema de controle intemo é inerente a todos os atos e processos administrativos de

quaisquer órgão e entidade; devendo ser concebido sob a ótica da integração. 8) O sistema de controie intemo, típico dos poderes executivos, se contrapõe aos

controles externos dos demais poderes.C) O controle intemo, no âmbito do serviço público, corresponde á auditoria independente

no setor privado, por atuar de forma esporádica e sob demanda.D) As manitestações do controie intemo são de caráter impositivo e punitivo, e

independem de legislação específica.E) O foco da atuação do controle intemo está voltado para a despesa, havendo

outros órgãos especializados voltados para o controle da receita.

O controie interno deve ser exercido em todos os niveis da entidade do setor público, compreendendo: (a) a preservação do patrimônio público; (b) o controle da execução das ações que integram os programas; (c) a observância ás leis, aos regulamentos e às diretrizes eslabelecidas. Portanto, o sistema de controle interno é inerente a todos os atos e processos administrativos de quafquer órgão e entidade, devendo ser concebido sob a ótica da integração. A alternativa “A" é a correta.O sistema de controie intemo, típico de qualquer dos poderes, não se contrapõe aos controles externos dos demais poderes. Pelo contrário, visa apoiá-lo. A alternativa “B” está incorreta.O controle intemo, no âmbito do serviço público, nâo corresponde á auditoria indepen­dente no setor privado, atuando, peío contrário, de forma permanente e sistemática sob a gestão pública. A alternativa “C" está incorreta.As manifestações do controle intemo são de caráter orientador e preventivo e dependem de legislação específica. A alternativa “D" está incorreta.Por fim, vale destacar que o controle intemo está voltado tanto para a legalidade da despesa como para a legalidade da receita pública. A alternativa “E” também está incorreta.

E3 (lnspetor/TCE'RN/2009) A auditoria governamental visa estabelecer a mefhoria e a homogeneização dos procedimentos administrativos e dos controles internos das unidades da administração direta e indireta, daí resultando a padronização dos processos de licitação e dos contratos firmados com entidades privadas.

Em conformidade com a IN SFC 01/2001, constitui objetivo da auditoria governamental apresentar subsídios para o aperfeiçoamento dos procedimentos administrativos e ge­renciais e dos controles internos administrativos dos órgãos da administração direta e entidades da administração indireta. Todavia, não compete á auditoria pública estabelecer a homogeneização dos procedimentos administrativos relativos ás licitações e contratos com entidades; privadas. Essa seria uma finalidade das normas relativas às licitações e contratações no setor público, e não da auditoria. Item errado.

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AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

0 3 (lnspetor/TCE-RN/2009) Uma das atribuições de controle afetas ao TCE/RN é a realização de inspeções e auditorias de natureza contábil, orçamentária, financeira, patrimonial e operacional nas unidades e entidades que compõem as administrações municipais, por solicitação das respectivas câmaras municipais.

A realização das auditorias e inspeções pelo TCE/RN pode se dar de oficio (por inicialiva própria) ou por solicitação da Assembleia Legislativa estadual. Item errado.Cabe destacar que a fiscalização da gestão pública pode ser realizada de cinco modos, como apontado no item; contábil, orçamentária, financeira, patrimonial e operacional.A fiscalização contábil está relacionada à aplicação dos recursos públicos conforme as técnicas contábeis. Tem como propósito verificar se os fatos relacionados com a gestão dos recursos públicos estão sendo escriturados de acordo com as normas contábeis apli­cadas ao caso. Além da conformidade dos registros, verifica-se a adequada elaboração e divulgação dos demonstrativos contábeis - balanços.A fiscalização orçamentária está relacionada à aplicação dos recursos públicos, conforme as leis orçamentárias, acompanhando a arrecadação dos recursos e a aplicação. Ou seja, o seu objetivo é verificar se as receitas e despesas públicas guardam conformidade com as peças orçamentárias: Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei do Orçamento Anual (LOA).A fiscalização financeira está relacionada ao fluxo de recursos (ingressos e saídas) geridos pelo administrador, independentemente de serem ou não recursos orçamentários. Constitui objeto da fiscalização financeira a verificação da legalidade e legitimidade na realização das despesas, observando se o gestor público cumpriu os princípios e as regras estabelecidas para as aquisições de bens e serviços e de liquidação da despesa pública.A fiscalização patrimonial está relacionada ao controle, salvaguarda, conservação e alie­nação de bens públicos. Portanto, verifica-se o adequado controle e proteção dos bens públicos, incluindo-se a proteção e conservação do meio ambiente. Também constitui objeto dessa fiscalização a transferência de bens públicos para o setor privado e a con­cessão de uso,A fiscalização operacional está relacionada à verificação do cumprimento de metas, resul­tados, eficácia e eficiência da gestão dos recursos públicos. Por meio desta modalidade de fiscalização, é feito o acompanhamento da execução de programas e projetos gover­namentais. Ê um tipo de fiscalização que tem por enfoque orientar e fornecer apoio aos gestores públicos, de modo que possam otimizar a aplicação dos recursos financeiros para atingimento das metas.

0 0 (Auditor/SECONT/ES/2009) Fiscalização e auditoria são procedimentos distintos. Enquanto a fiscalização tem por objetivo obter dados e informações de natureza contábil, financeira, orçamentária e patrimonial dos órgãos e entidades jurisdicionados, o objetivo da auditoria é fazer avaliações operacionais e aferição dos resultados dos programas e projetos governamentais.

A fiscalização e a auditoria são procedimentos distintos. De acordo com o Decreto 3.591, de 2000, e a IN SFC 01/2001, esses instrumentos apresentam as seguintes finalidades:

• A auditoria visa avaliar a gestio pública, peios processos e resultados gerenciais, e a aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado.

• A fiscalização visa comprovar se a objeto dos programas de governo corresponde às especifica­ções estabelecidas/atende às necessidades para as quais foi definido, guarda coerência com as condições e caracíeristicas pretendidas e se os mecanismos de controle são eficientes.

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Cap. 6 - AUDITORIA NO SETOR PÚBLICO FEDERAL

Compete à auditoria obter dados e informações de natureza contábil, financeira, orçamen­tária e patrimonial dos órgãos e entidades jurisdicionados para comprovar a legalidade e legitimidade dos atos e fatos administrativos e avaliar os resultados alcançados. Pode-se afirmar que o objetivo da auditoria é fazer avaliações operacionais e aferição dos resul­tados dos programas e projetos governamentais. A fiscalização é uma ação de controle mais pontual e especifica para verificar a existência do objeto do programa de governo, item errado.

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TIPOS E FORMAS DE AUDITORIA GOVERNAMENTAL

A u d it o r ia d e c o n f o r m id a d e ; a u d it o r ia o p e r a c io n a l

E AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS d e GOVERNO; AUDITORIA DE SiSTEMAS CONTÁBEIS E FINANCEIROS INFORMATIZADOS;

DEMAIS TIPOS E FORMAS DE EXECUÇÃO.

0 (ACE/TCU/2007): Considere que a União tenha repassado vultosa quantia aum estado da Federação, com objetivo de aquisição de maquinário para uma corporação militar daquele estado, e que, após determinação do Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, foi realizada uma auditoria que constatou irregularidades na aplicação desses recursos federais da ordem de RS 49 miihões. Foram detectados tanto vícios na dispensa de licitação quanto inadequação dos bens adquiridoí;. Nessa situação hipotética, a auditoria realizada é classificada como especial, de forma indireta compartilhada.

A IN SFC 01/2001 define os tipos de auditorias realizadas pelos órgãos de controie intemo do Poder Executivo Federal e as formas de execução. De acordo com a referida IN, os tipos de auditoria ro setor público federal são os seguintes:

• auditoria de avaliação de gestão - è a auditoria que tem o objetivo emitir opinião e certificar a regularidade dos processos de tomadas e prestações de contas anuais, verificar a execução de contratos e convênios, a probidade na aplicação dos dinheiros públicos e na guarda ou ad­ministração de vélores e outros bens da União ou a ela confiados. Nesse trabalho, são emitidas pelos órgãos de controle intemo as seguintes peças: a} relatório de auditoria; b) certificada de auditoria; e c) parecer do dirigente de controie intemo.

• auditoria de acompanhamento de gestão - è a auditoria realizada ao longo dos processos de gestão, com o objetivo de atuar em tempo real sobre os atos efetivos e os efeitos potenciais positivos e negatií/os de uma unidade ou entidade federal, que contém evidências e relatos sobre melhorias e economias existentes no processo ou oportunidades de prevenção de gargalos ao desempenho da missão institucional.

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AUDiTORIA - Questões comentadas ~ CESPE

• auditoria contábil - é a auditoria de natureza contábil, que contém a opinião do auditor se os registros contábeis foram efetuados de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e se as demonstrações deles originárias refletem, adequadamente, em seus aspectos mais relevantes, a situação econõmico-financeira do patrimônio, os resuitados do período administrativo examinado e as demais situações nelas demonstradas. Tem por objeto, também, verificar a efetividade e a aplicação de recursos externos, oriundos de agentes financeiros e organismos internacionais, por unidades ou entidades públicas executoras de projetos celebrados com aqueles organismos visando emitir opinião sobre a adequação e fidedignidade das demonstrações financeiras (auditoria de recursos externos = auditoria do tipo contábil).

• auditoria operacional - è a auditoria peia qual o auditor governamental apresenta a sua ava­liação acerca da economia, eficiência e eficácia dos órgãos e entidades auditados, programas de govemo, projetos, atividades, ou segmentos destes, procurando auxiliar a administração na gerência e nos resultados, por meio de recomendações, que visem aprimorar os procedimentos, melhorar os controles e aumentar a responsabilidade gerencia!.

• auditoria especial - é o trabalho de auditoria governamental relativo ao exame de fatos ou situa­ções consideradas relevantes, de natureza incomum ou extraordinária, para atender determinação expressa de autoridade competente. Classificam-se nesse tipo os demais trabalhos audítoriais não inseridos em outras classes de atividades.

A mesma norma define também as formas de execução das auditorias, quais sejam;

• Direta - trata-se das atividades de auditoria executadas diretamente por servidores em exercí­cio nos órgãos e unidades do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, sendo : subdividas em: a) centralizada - executada exclusivamente por servidores em exercicio nos Órgãos Central ou setorial do Sistema de Controle interno do Poder Executivo Federal; b) des­centralizada - executada exclusivamente por servidores em exercicio nas unidades regionais ou setoriais do Sistema de Controle Intemo do Poder Executivo Federal; e c) integrada - executada conjuntamente por servidores em exercicio nos Órgãos Centrai, setoriais; unidades regionais e/ ou setoriais do Sistema de Controle Intemo do Poder Executivo Federal. ; :

• Indireta - trata-se das atividades de auditoria executadas com a participação de servidores não. lotados nos órgãos e unidades do Sistema de Controie Intemo do Poder Executivo Federal, que desempenham atividades de auditoria em quaísquer instituições da Administração Pública Federa! ou entidade privada. São subdivididas em; a) compartilhada - coordenada pelo Sistema de Controle Intemo do Poder Execútivò Federal com o auxilio de órgãos/instituições públicas ou privadas; e b) terceirizada - executada por instituições privadas, ou seja, pelas denominadas empresas de auditoria extema.

• Simplificada - trata-se das atividades de auditoria realizadas por servidores em exercício nos Órgãos Central, setoriais, unidades regionais ou setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, sobre informações; obtidas por meio de exame de processos e por meio eletrônico, especifico das unidades ou entidades federais, cujo custo-benefício não justifica o deslocamento de uma equipe para o órgão.

No item em questão, não existem informações suficientes no enunciado que permitam aos candidatos concluir quanto ao tipo e ã forma de execução da auditoria.A auditoria foi realizada em função de solicitação de uma autoridade ministerial, porém não há nada que indicasse tratar-se de situação considerada relevante, de natureza incomum ou extraordinária, que caracterizasse uma auditoria do tipo especial.Quanto à forma de realização, também não existem dados que indicassem que a auditoria foi executada de forma direta (pelos órgãos e/ou unidades do SCI) ou indireta (com o auxílio de terceiros ou terceirizada).A meu ver, o item deveria ter sido anulado por não permitir a conclusão quanto ao tipo e à forma de execução da auditoria. Entretanto, foi considerado errado peia banca/ posto que, na situação hipotética, não se pode afirmar que a auditoria realizada é classificada como especial, de forma indireta compartilhada.

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Cap. 7 - TIPOS E FORMAS DE AUDITORIA GOVERNAMENTAL

@ (ACE/TCU/2007) O julgamento das contas dos gestores públicos em virtude dedanos ao erário decorrentes de atos de gestão itegitima ou antieconômica, ou por desfalques ou desvio de dinheiros, bens e valores públicos, é um meio de detecção de fraudes propiciado pela fiscalização adotada pelo TCU, e a modalidade específica de auditoria que o TCU utiliza para detectar fraudes é a auditoria de conformidade.

O julgamento do Tribunal, com as possíveis sanções previstas em lei, constitui um meio de repressão às fraudes. Os meios de detecção de fraudes são as atividades e procedi­mentos de fiscalização com esse propósito. Portanto, o item está errado quando afirma que o julgamento é um meio de detecção de fraude.Outro aspecto abordado na questão e por demais polêmico diz respeito à modalidade de auditoria específica para se detectar fraudes. Alguns coiegas do próprio TCU entendem que fraudes ou desvios podem ser revelados tanto em auditoria de conformidade como em auditoria operacional. Por outro lado, muitos não vislumbram a hipótese de que fraudes e desvios sejam detectados em auditorias operacionais, por considerarem que essas auditorias têm o foco exclusivamente voltado para resultados e oportunidades de melhoria de desempenho.Considerando este último entendimento e, ainda, que o propósito da auditoria de confor­midade é verificar a legalidade e a legitimidade dos atos de gestão, pode-se afirmar que a auditoria de conformidade constitui a modalidade ou tipo de auditoria que o TCU utiliza, especificamente, para detectar fraudes.

0 (ACE/TCU/2007) Suponha que uma auditoria, realizada em uma escola agrícolafederal subordinada ao Ministério da Educação, tenha constatado falhas e deficiências na área orçamentário-financeira, no sistema escola-fazenda e na área de recursos humanos. Nessa situação hipotética, a auditoria descrita ê um exemplo de auditoria de natureza operacional, que abrange, inclusive, avaliação de programas, o que permite à equipe de auditoria pronunciar-se sobre o aumento da evasão escolar em virtude da situação.

As auditorias realizadas pelo TCU são classificadas conforme os seus objetivos em:

a) auditorias de conformidade: visam examinar a legalidade e a legitimidade dos atos de gestão dos responsáveis sujeitos a sua jurisdição, quanto ao aspecto contábil, financeiro, orçamentário e patrimonial; e

b) auditorias de natureza operacional: visam avaliar o desempenho dos órgãos e entidades jurisdicionados, assim como dos sistemas, programas, projetos e atividades governamentais, quanto aos aspectos de economicidade, eficiência e eficácia dos atos praticados. As Auditorias de Natureza Operacional do Tribunal classificam-se, conforme os aspectos que examinam, nos seguintes subtipos:

- auditoria de desempenho operacional: exame da ação governamental quanto aos aspectos da economicidade, eficiência, eficácia; e

- avaliação de programas: exame da efetividade dos programas e projetos governamentais, o que inclui a dimensão de equidade.

O item em questão aponta que a auditoria realizada constatou falhas e deficiências no processo de gestão dos recursos de uma escola agrícola ou mesmo de execução de um programa governamental com o propósito de formar técnicos agrícolas para melhorar o setor agropecuário do País. Como são aspectos relativos à eficiência e à eficácia da gestão da escola, cabe concluir tratar-se de uma auditoria de natureza operacional.

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fSm AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

A segunda parte da questão também está correta, pois as auditorias operacionais abrangem a modalidade de avaliação de programas, cujo propósito é avaliar os efeitos produzidos peia intervenção governamental. O aumento ou a redução da evasão escolar constitui um indicador de efetividade do programa, elemento caracterizador da avaliação de programa.

0 (ACE/TCU/2007) O TCU, nos processos de auditorias operacionais, usa metodologiasespecíficas para análise do objeto auditado e apresentação dos dados coletados. Um dos métodos é o modelo insumo-produto, que objetiva demonstrar como o objeto da auditoria desenvolve as suas atividades, identificando, por exemplo, as informações e os recursos humanos, físicos e financeiros exigidos (insumos), os processos de transformação dos insumos em produtos e os bens e serviços ofertados (produtos).

De acordo com o Manual de Auditoria de Natureza Operacional do TCU, aprovado pela Portaria TCU 144, de 10.07.2000, nas auditorias operacionais, podem-se adotar os se­guintes modelos analíticos para análise preliminar do objeto da auditoria:

• Modelo Marco Lógico: Esse modelo anaiiSico foi criado pelo Banco Interamerscano de Desenvolvi­mento (BID) para orientar a formulação, execução, acompanhamento e avaliação de programas ou projetos governamentais submetidos a sua apreciação. O Modelo de Marco Lógico propicia a análise detalhada do programa ou do projeto objeto da auditoria e visa retratar como esíão logicamente estruturadas as atividades desenvolvidas por programas g u projetos governamentais, identificando- se as suas principais atividades, produtos (bens e serviços}, objetivos e finalidades.

• Modelo Insumo-Produto: Esse modelo procura exprimir como o objelo da auditoria desenvolve as suas atividades, identificando: a) as informações e os recursos humanos, físicos e financeiros exigidos (insumos); b) os processos de transformação dos insumos em produtos; c) os bens e serviços ofertados (produtos); d) os benefícios proporcionados (impado); e) os possíveis indi­cadores de-desempenho; f) a demanda existente para os produtos gerados; e g) os benefícios desejados (escala de preferências). O Modelo de Insumo-Produto facilita os trabalhos de análise acerca dos aspectos da economicidade, eficiência, eficácia e, também, da efetividade do objeto da auditoria. Ademais, a identificação dos principais processos permite que a equipe apure o controle que os gestores têm sobre esses processos.

• Modelo de Condições Ambientes: Esse modelo identifica os fatores iníemos e externos (clien­tes, fornecedores, competidores, sindicatos, associações profissionais, autoridades diversas, etc.) que influenciam as atividades desenvolvidas pelo objeto da auditoria. O modelo deve exibir as interações e inter-refações existentes entre os vários grupos de interessados, indicando se são ou não estáveis, complexas ou concorrentes.

A questão apenas reproduz o conceito do modelo insumo-produto contido no Manual de Auditoria de Natureza Operacional do TCU. Uma das técnicas utilizadas nesse modelo é o Mapa de Produtos, que está vinculada à definição ou identificação de indicadores para medir o desempenho da entidade ou programa auditado. Item certo.

B (ACE/TCU/2007) Suponha-se que determinada auditoria, com o objetivo de verificar a execução de convênio, tenha sido executada exclusivamente por servidores lotados nos órgãos setoriais do sistema de controle interno, os quais, após terem utilizado os procedimentos e as técnicas de controle, elaboraram uma forma de comunicação com o seguinte conteúdo: I) introdução, que fazia remissão ao processo de tomada de contas, perlütio examinado e â unidade examinada; SI) controles internos; III) exames das peças que orientavam o processo, IV) legalidade, legitimidade e economicidade na realização das despesas; V) recomendações; Vi) conclusão. Nessa situação, considerando-se os tópicos do documento descrito,

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Cap. 7 - TIPOS E FORMAS DE AUDITORIA GOVERNAMENTAL

é correto afirmar que foi elaborado relatório de auditoria de acompanhamento de gestão, cuja forma de execução foi a direta descentralizada.

Em função de a auditoria ter sido realizada por servidores de órgãos setoriais do Sistema de Controie Interno (SCI), a forma de execução dessa auditoria seria a direta centralizada. Quanto ao tipo, a auditoria é de avaliação de gestão, pois está vinculada à verificação da regularidade s do desempenho da gestão demonstrada em um processo de tomada de contas anual,; conforme apontado no enunciado, ao listar as principais informações do documento que comunica os resultados do trabalho, no caso, um relatório de auditoria. Portanto, o item contém erro quanto ao tipo e à forma de realização da auditoria.

(ACE/TCU/2007} Considere-se que o Ministério da Saúde, com o aval da União, tenha firmadci contrato com o Banco Mundial (BIRD), para obtenção de recursos para compra de vacinas. Considere-se, também, que, conforme o acordo de cooperação, 3 competência para a auditoria desse contrato estava a cargo da Controladoria-Geral da União (CGU) e que tenham sido constatadas, na realização da auditoria interna para fiscalização da aplicação dos recursos, incompatibilidades entre os desembolsos efetuados pelo órgão beneficiado e os extratos fornecidos pelo Banco Mundial. Nessa situação, compete ao auditor da CGU opinar sobre as contas do projeto, por meio de parecer, destacando o ocorrido, e encaminhá-lo ao banco financiador, junto com a movimentação financeira dos recursos oriundos do contrato referente ao exercício anterior à auditoria realizada.

O item refere-se à auditoria de recursos externos (tipo contábil) que é realizada pela CGU em contratos financiados peto Banco Mundial (BIRD).A IN SFC 01/20C1 define o conteúdo do relatório dessas auditorias que deve conter, entre outros, os seguintes documentos e aspectos: (a) opinião sobre as contas do projeto (Pa­recer); (b) opinião sobre o cumprimento de cláusulas contratuais, de leis e regulamentos (Parecer); (c) opinião sobre os “Statement of Expenditures - SOE" (demonstrativos dos certificados de despesas) ou outros demonstrativos que os substituam (Parecer); (d) Carta Gerencial à direção executiva do projeto; (e) opinião sobre a Conta Especial administrada pela Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda (Parecer); e (f) Procedi­mentos de Auditoria Aplicados.A redação do item ficou um pouco confusa, identificando-se um erro na afirmação de que incompatibilidades entre os desembolsos efetuados pelo órgão beneficiado e os extratos fornecidos pelo líanco Mundiai devem ser consideradas no parecer emitido pelo auditor. Como visto, o auditor emite um relatório, cuja falha apontada deveria ser registrada na carta gerencial que compõe esse relatório e não no parecer sobre as contas do projeto.Vale destacar que a Carta Gerencial é um tipo de relatório, que deve conter as seguintes informações:

- levantamento e avaliação dos controles internos, quando então serão apresentadas observa­ções;

-com entários sobre aspectos financeiros específicos, abordando: compatibilidade entre os de­sembolsos previstos ou orçados, do Banco cofinanciador e da Contrapartida Nacional, com os recursos realizados até o período auditado; compatibilidade entre os desembolsos efetuados no periodo e «m inado, em confronto com os extratos fornecidos pelo Banco cofinanciador; e compatibilidade entre os recursos utilizados, do Banco cofinanciador e da Contrapartida Nacional, com os montantes apresentados nos relatórios de progresso encaminhados periodi­camente ao primeiro;

- comentários sobre a implementação das recomendações de auditorias anteriores; e

- recomendaçõcis como resultado dos exames de auditoria e fiscalização efetuados.

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AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

Outros erros no enunciado do item seriam: a omissão de que o auditor que emite o pa­recer deveria ser contador com CRC (auditoria de recursos externos = auditoria contábil) e a afirmação de que o parecer seria enviado ao banco financiador com a movimentação financeira do projeto, quando o correto seria demonstrações financeiras do projeto.

0 (ACE/TCU/2007) Em auditoria realizada pelo TCU, com base no m odelo analíticodo tipo marco lógico, obrigatoriamente adotado nas auditorias operacionais para avaiiação de programa governamental, é possível obter, ao final dos trabalhos, um completo sistema de informações quanto ao impacto e à finalidade do projeto executado.

O Marco Lógico é um modelo analítico criado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para orientar a formulação, execução, acompanhamento e avaiiação de programas ou projetos governamentais submetidos a sua apreciação. Trata-se de um instrumento de planejamento obrigatoriamente adotado por todas as organizações publicas que postulam financiamento junto àquele Banco.Por ser um modelo com grande potencial analítico, o seu desenvolvimento pela equipe de auditoria no decorrer da etapa de levantamento propiciará uma visão abrangente e uma análise detalhada do programa ou projeto sob estudo. A equipe deve avaiíar, contudo, a conveniência do emprego desta técnica, pois, por ser complexa, requer considerável dispo­nibilidade de tempo, além da existência de sofisticado sistema de informações gerenciais. Portanto, não é obrigatoriamente utilizado nas auditorias. Item errado.

B (ACE/TCU/2007) Considere-se que, em cumprimento a decisão do TCU, tenha sido elaborado relatório de auditoria na área de licitações e contratos de determinado tribunal e tenham sido constatadas as seguintes falhas na condução de procedimentos licitatórios: edital de licitação com imposições restritivas à competição; prévio cadastramento de licitantes no sistema integrado de cadastramento unificado de fornecedores; exigências, durante a fase de habilitação de licitantes, de documentos não previstos em lei específica; falta de critério de aceitabilidade dos preços unitário e global. Nesse caso, a situação descrita caracteriza uma auditoria operacional.

Todas as constatações da auditoria, apontadas no item, referem-se â conformidade e á legalidade dos procedimentos licitatórios, com base na Lei 8.666/1993 e demais dis­positivos legais e normativos. Assim, o tipo de auditoria utilizado é o de conformidade. Para caracterizar uma auditoria operacional, os aspectos abordados no relatório seriam a eficiência na utilização dos recursos e a eficácia da gestão, em termos de metas e objetivos atingidos pela área auditada. Item errado.

0 (Analista/STF/2008) Para avaliar a execução dos programas de governo, a fiscalização pode ocorrer nas formas centralizada, descentralizada e integrada.

Os órgãos de controle interno dispõem de^duas técnicas ou instrumentos de controle: a auditoria e a fiscalização. A IN SFC 01/2001 estabelece as seguintes formas de execução para a Fiscalização: direta (centralizada, descentralizada ou integrada) e indireta (compar­tilhada ou terceirizada). Item certo.

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Cap. 7 - TiPOS E FORMAS DE AUDITORIA GOVERNAMENTAL

U3 (AnaÜ5ta/STF/20O8) Considerando as características dos tipos de auditoria realizados na gerência da coisa pública, julgue o item a seguir.A auditoria operacional é realizada ao longo dos processos de gestão de uma entidade federal, prevenindo empecilhos ao desempenho de sua missão institucional.

O tipo de auditoria que é realizado ao longo dos processos de gestão de uma entidade federai, prevenindo empecilhos ou gargalos gerenciais e operacionais ao desempenho da sua missão, é a auditoria de acompanhamento de gestão. É uma auditoria concomitante aos atos de gestão com papel preventivo, item errado.

f f l (Auditor/CGE-PB/2008) Entre os tipos de auditoria, a operacional é aqueia que

A) objetiva avaliar a execução de programas e projetos governamentais espe­cíficos.

B) visa avaiiar a eficácia dos resultados em relação aos recursos disponíveis e utilizados.

C) visa evidenciar a adequação e pertinência das demonstrações à situação patrimoniaí.

D) objetiva aferir a regularidade da execução dos contratos, convênios e instrumentos afins.

E) trata do acompanhamento fisico-financeiro das atividades e projetos prioritários nos termos do PPA.

: A questão refere-se aos tipos de auditoria governamental, tais como a auditoria de ges­tão, a auditoria operacional, a auditoria contábil, a auditoria de programas e a auditoria especial.A auditoria operacional visa avaliar a economicidade, a eficiência e a eficácia dos resul­tados de uma gestão em relação aos recursos disponíveis e utilizados. Portanto, o item correto é o B.Os demais itens referem-se a outros tipos de auditoria: auditoria contábil (item C), auditoria de gestão (item D) e auditoria de programas (itens A e E).

EE {ACE/TCU/2008} No Brasil, as disposições constitucionais e legais conferem às entidades fiscalizadoras superiores poderes para examinar a economicidade, a eficiência e a eficácia da ação governamental, o que a INTOSAI denomina de auditoria de otimização de recursos, que se insere, juntamente com a auditoria de regularidade, no âmbito geral da fiscalização pública.

O art. 70 e o inciso IV do art. 71, ambos da CF, conferem ao Controle Extemo (Congresso Nacional e TCU) poderes para fiscalizar e auditar o desempenho operacional de órgãos e entidades e programas, o que inclui a economicidade, a eficiência e a eficácia. A Lei Orgânica do Tribunal também prevê este tipo de fiscalização. Por outro lado, a INTOSAI define em suas normas de auditoria que o âmbito geral da fiscalização púbiica abrange a auditoria de regularidade e a auditoria de desempenho ou de otimização de recursos, cuja definição aproxima-se da definição de auditoria operacional aqui no Brasil. Portanto, o item está certo.

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AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

LEMBRETE: Segundo as normas de auditoria da INTOSAI (Capítulo 1 - normas 100), o âmbito geral da fiscalização pública abrange as auditorias de conformidade (ou regu­laridade ou financeira) e de desempenho (ou operacional ou otimização de recursos).

Objetivos da auditoria de regularidade Objetivos da auditoria de desempenho

• certificar que as entidades responsáveis cumpriram sua obrigação de prestar contas, o que envolve o exame e a avaliação dos registros financeiros e a emissão de parecer sobre as demonstrações financeiras;

• emitir parecer sobre as contas do governo;• audilar os sistemas e as operações financeiras,

incluindo o exame da observância ás disposições legais e regulamentares aplicáveis;

• auditar o controle intemo e as funções da auditoria intema;

• auditar a probidade e a propriedade das decisões administrativas tomadas pela entidade auditada;

• informar sobre quaisquer outros assuntos, decorrentes ou relacionados com a auditoria, que a EFS considere necessário revelar.

• determinar se a administração desempenhou suas atividades com economia, de acordo com princípios, práticas e políticas administrativas corretas;

• determinar se os recursos humanos, financeiros e de quaiquer outra natureza são utilizados com eficiência, incluindo o exame dos procedimentos de mensuraçao e controle do desempenho e as providências adotadas pelas entidades auditadas para sanar as deficiências detectadas; e

• determinar a eficácia do desempenho das entidades auditadas em relação ao alcance de seus objetivos e avaliar o verdadeiro efeito de suas atividades em comparação com o efeito esperado.

H3 (ACE/TCU/2008) Na auditoria operacional realizada no âmbito de um órgão ou programa governamental, os critérios ou objetivos pelos quais eficiência e eficácia são medidas devem ser especificados pelos auditores e, não, peia administração, e os pareceres relativos a esses trabalhos não podem conter recomendações ou sugestões.

Em uma auditoria operacional, os critérios ou padrões pelos quais o desempenho de um órgão ou programa será aferido devem ser definidos para cada auditoria. Os critérios podem ser definidos em função de: a) objetivos e metas fixados em lei ou determinados pela administração; b) opiniões de especialistas; c) desempenho de entidades similares;d) desempenho de anos anteríores.Como o propósito dessas auditorias é melhorar o desempenho de órgãos e programas, os relatórios produzidos peios auditores operacionais devem sempre conter recomendações ou sugestões para o aprimoramento da gestão, dos processos, controles, resultados etc.Portanto, o item apresenta dois erros, quando afirma que os critérios não devem ser especificados pela administração e que os pareceres (relatórios) não devem conter reco­mendações ou sugestões. Item errado.

ES (MS/OS/2OQ8) O teste-piloto em uma auditoria de natureza operacional destina-se a checar a estratégia metodológica proposta, as premissas iniciais acerca do funcionamento do objeto auditado e a qualidade e confiabilidade dos dados.

Muitas vezes, a complexidade e a falta de informações precisas a respeito do objeto da auditoria podem comprometer o resultado de uma Auditoria de Natureza Operacional. Nesse

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Cap. 7 - TIPOS E FORMAS DE AUDITORIA GOVERNAMENTAL

caso, a equipe deve considerar a conveniência de realizar um teste-piloto que permita checar a estratégia metodológica proposta, as premissas iniciais acerca do funcionamento do objeto auditado e a qualidade e confiabilidade dos dados. Item certo.Para obter um quadro representativo, a equipe deve escolher, para a realização do pi­loto, um local ou aspecto do abjeto da auditoria que apresente dificuldades potenciais à condução dos trabalhos, permitindo que a equipe antecipe os problemas que poderão ser enfrentados. Além disso, os dados coletados permitirão ajustar o tamanho da amostra e certificar que a estratégia metodológica selecionada oferecerá uma resposta conclusiva a questão de auditoria.Portanto, a realização do teste-piloto não só se justifica, como é altamente recomendável no caso de auditcrias de grande complexidade e custos elevados, pois reduz as incerte­zas e aumenta as chances de que o trabalho desenvolvido alcance o nivel de qualidade desejado com o menor custo possível.

ggíj (Contador/iV!C/2Q08) A auditoria especia! examina de maneira tempestiva e não prevista fatos ou situações consideradas relevantes, de natureza incomum ou extraordinária atendendo à solicitação expressa de autoridade competente.

O item trata de um dos tipos de auditoria do Sistema de Controle Intemo do Poder Executivo Federali A Auditoria Especial objetiva o exame de fatos ou situações conside­radas relevantes, de natureza incomum ou extraordinária, sendo realizadas para atender determinação expressa de autoridade competente. Trata-se de uma ação de controie tempestiva sobre fatos não previstos e reievantes, para atender uma solicitação de uma autoridade ministerial. Item certo.

EÜJ {Contador/MC/2008) Há duas modalidades de atuação da auditoria externa governamental: auditoria de desempenho operacional e avaliação de programa. A auditoria da desempenho operacional verifica em que medida as ações implementadas lograram produzir os efeitos pretendidos pela administração e a avaliação de programa busca apurar, além da eficiência operativa, o grau de cumprimento tias metas, comparando as previstas com as realizadas.

A auditoria de des=mpenho operacional constitui uma das formas de auditoria de natureza operacional e estes voltada para o exame da ação governamental quanto aos aspectos da economicidade, eficiência e eficácia e tem como foco principal o processo de ges­tão nos seus múlàplos aspectos - de planejamento, de organização, de procedimentos operacionais e de: acompanhamento gerencial, inclusive quanto aos seus resultados em termos de metas alcançadas.Já o objetivo da avaliação de programa, outra modalidade de auditoria operacional, é examinar a efetividade dos programas e projetos governamentais, ou seja, os benefícios e impactos gerados com a ação de governo.Enquanto a auditoria de desempenho operacional verifica, aíém da eficiência operativa, o grau de cumprimento das metas, comparando metas previstas com metas realizadas, a avaliação de programa busca apurar em que medida as ações implementadas lograram produzir os efeitos pretendidos pela administração.Assim, o item inverteu os objetivos dessas modalidades de auditorias. O certo seria: A auditoria de avaliação de programa verifica em que medida as ações implementadas lograram produzir os efeitos pretendidos pela administração, e a de desempenho ope­racional busca apjrar, aiém da eficiência operativa, o grau de cumprimento das metas, comparando as previstas com as realizadas.

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AUDiTORIA - Questões comentadas - CESPE

0 3 (Auditor interno/AGE-MG/2009) A auditoria da gestão pública é a vertente da auditoria governamental realizada pelo Estado visando ao controle de sua gestão. Assinale a opção correta acerca dos tipos de auditoria governamental.A) A verificação do cumprimento da legislação pertinente é objeto da auditoria

contábil.B) A auditoria de sistemas tem, entre outros, o objetivo de identificar as áreas criticas e

riscos potenciais, proporcionando as bases para a sua eliminação ou redução.C) A análise da realização físico-fsnanceira, em face dos objetivos e metas estabelecidos,

é um aspecto contemplado pela auditoria de gestão.D) A auditoria integral utiliza-se de critérios sob a ótica dos quais busca avaliar a

organização, como, ;por exemplo, a gestão e desenvolvimento de pessoas.E) Constitui objetivo da auditoria operacional aferir a confiabilidade, a segurança,

a fidedignidade e a consistência dos sistemas administrativos, gerenciais e de informações.

A questão trata dos tipos de auditoria governamental e foi elaborada com base no livro de Maria da Glória Arrais Peter e Marcus Vínicius Veras Machado, intitulado Manual de auditoria governamental, da Atlas. Os autores relacionam os seguintes tipos de auditoria governamental:

• Auditoria de Gestão - objetiva emitir opinião visando certificar a regularidade das con­tas, verificar a execução de contratos, convênios, acordos ou ajustes, a probidade na aplicação dos dinheiros públicos e na guarda ou administração de valores e outros bens da União ou a ela confiados, compreendendo, entre outros, os seguintes aspectos:

- exame das peças que instruem os processos de tomada pu prestação de contas;

- exame da documentação comprobatòria dos atos e fatos administrativos;

- verificação da existência fisica de bens e outros vatores;

- verificação da eficiência dos sistemas de controles administrativo e-contábil; e- verificação do cumprimento da legislação pertinente.

•Auditoria de Programas - objetiva acompanhar, examinar e avaliar a execução deprogramas e projetos governamentais específicos, bem como a aplicação de recursos descentralizados, compreendendo, entre outros, os seguintes aspectos:

- análise da realização fisico-financeira em face dos objetivos e metas estabelecidos;

- análise dos demonstrativos e dos relatórios de acompanhamento produzidos visando à avaiiação dos resultados alcançados e a eficiência gerenciai;

- verificação da documentação instrutiva e comprobatòria, quanto à propriedade dos gastos rea­lizados; e

-a n á lis e da adequação dos instrumentos de gestão - contratos, convênios, acordos, ajustes e outros congêneres - para consecução dos ptanos, programas, projetos e atividades desenvolvidas peto gestor, inclusive quanto à legalidade e diretrizes estabelecidas.

* Auditoria Operacional - consiste em avaliar as ações gerenciais e os procedimentos relacionados ao processo operacional, ou parte dele, dos órgãos e entidades da Adminis­tração Púbiica, programas de governo, atividades ou segmentos destes, com a finalidade de emitir opinião sobre a gestão. Atua nas áreas inter-relacionadas do órgão/entidade, avaliando a eficácia dos seus resultados em relação aos recursos materiais, humanos e tecnológicos disponíveis, bem como a.economicidade e eficiência dos controles internos existentes para a gestão dos recursos públicos. Sua filosofia de abordagem dos fatos è de apoio, pela avaliação do atendimento às diretrizes e normas, bem como pela apre­sentação de sugestões para seu aprimoramento. Seus principais objetivos são:

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Cap. 7 - TIPOS E FORMAS DE AUDITORIA GOVERNAMENTAL

- comprovar a conformidade ás diretrizes, políticas, estratégias e ao universo normativo;

- avaliar os controles internos;

- identificar procedimentos desnecessários ou em duplicidade e recomendar sua correção;

- identificar as áreas criticas e riscos potenciais, proporcionado as bases para sua eliminação ou redução;

- meihorar o desempenho e aumentar o êxito das organizações;

- avaliar as medidas adotadas para a preservação dos ativos e do patrimônio para evitar o des­perdício de recursos;

- aferir 3 confiabilidade, a segurança, a fidedignidade e a consistência dos sistemas administrativos, gerenciais e de informação;

- avaliar o alcance dos objetivos e meias identificando as causas dos desvios, quando houver;

- identificar áreas que concorrem para aumento e/ou diminuição de custos e/ou receitas;

- recomendar e assessorar a implantação de mudanças,

• Auditoria Contábil - è a técnica que, utilizada no exame dos registros e documentos e na coleta de informações e confirmações, mediante procedimentos específicos, pertinentes ao controle do patrimônio de um órgão ou entidade, objetiva obter elementos comprobatóríos suficientes que permitam opinar se os registros contábeis foram efetuados de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e se as demonstrações deles originárias refletem, adequadamente, a situação econòmico-financeira do patrimônio, os resultados do período administrativo examinado e as demais situações nelas demonstradas.

• Auditoria de Sistemas - objetiva assegurar a adequação, privacidade dos dados e informações oriundas dos sistemas eletrônicos de processamento de dados, observando ás diretrizes estabelecidas e a legislação específica.

• Auditoria Especial - objetiva o exame de fatos ou situações consideradas relevantes, de natureza incomum ou extraordinária, sendo realizadas para atender determinação do Presidente da República, Ministros de Estado ou por solicitação de outras auto­ridades.

• Auditoria da Qualidade - tem como objetivo permitir a formação de uma opinião mais concreta sobre o desempenho gerencial dos administradores públicos, servindo como estimulo a adoção de uma cultura gerencial voltada para o atingimento de resultados dentro dos princípios da qualidade, identificando os pontos fortes e fracos da organização. Utiliza-se de.aíguns critérios que buscam avaliar a organização, quais sejam: liderança, planejamento estratégico, foco no cliente e no cidadão, informações a análise, gestão e desenvolvimento de pessoas, gestão de processos e resultados institucionais.

• Auditoria Integral - envolve o exame dos controles, processos e sistemas utilizados para gerenciar os recursos da organização, quais sejam: dinheiros, pessoas, ativos físi­cos e informações, fundamentando-se em dois princípios de gestão pública: a) primeira: a gestão deve ser conduzida de forma que as decisões resultem no melhor uso dos recursos públicos, e, consequentemente, em serviços públicos econômicos, eficientes e efetivos; b) segundo: as pessoas que conduzem a gestão devem ser responsabilizadas pelo gerenciamento prudente e efetivo dos recursos delegados. A auditoria integral en­volve vários elementos da auditoria de gestão, operacional e financeira.

Portanto, a alternativa correta é a “E". Constitui objetivo da auditoria operacional aferir a confiabilidade, a segurança, a fidedignidade e a consistência dos sistemas administra­tivos, gerenciais e de informações. A alternativa "A" refere-se a aspecto da auditoria de gestão. A alternativa “B" corresponde à auditoria operacional. A alternativa UC" concerne a um aspecto abordado na auditoria de programa. Por fim, a alternativa “D" diz respeito à auditoria de qualidade.

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AUDITORIA — Questões comentadas — CESPE

H0 (lnspetor/TCE-RN/2009) Um dos principais objetivos da auditoria operacional é atestar a conformidade do funcionamento do órgão ou entidade à estratégia e às políticas e diretrizes que lhes foram estabelecidas.

O exame de conformidade è comum tanto á auditoria contábil ou de conformidade quanto à auditoria operacional. Esta examina se os atos de gestão estão em conformidade com as normas que estabelecem desempenho satisfatório ou resultados esperados, bem como se as operações estão sendo executadas de acordo com a estratégia e as políticas e diretrizes estabelecidas pela administração. Item certo.

09 (Auditor/SECONT/ES/2009) Considere que o controle interno de um ente governamental tenha decidido dividir o trabalho de 'determinada auditoria entre os servidores lotados no órgão central e em unidades regionais de controle interno. Nesse caso, trata-se de uma auditoria integrada.

As auditorias no setor público federal podem ser realizadas de forma direta, indireta ou simplificada. A auditoria realizada por servidores do SCI do órgão central, tendo a par­ticipação de servidores dos órgãos setoriais e/ou de unidades regionais, é denominada direta integrada. Item certo.

03 (Auditor/SECONT/ES/2009) Quando se pretende fazer o exame dos registros e documentos mediante procedimentos específicos pertinentes ao controie do patrimônio da unidade, da entidade ou do projeto, deve-se realizar uma auditoria de acompanhamento da gestão.

A auditoria contábil é a técnica que, utilizada no exame dos registros e documentos e na coleta de informações e confirmações, mediante procedimentos específicos, pertinentes ao controle do patrimônio de um órgão ou entidade, objetiva obter elementos comprobatóríos suficientes que permitam opinar se os registros contábeis foram efetuados de acordo com os principios fundamentais de contabilidade e se as demonstrações deles originárias re­fletem, adequadamente, a situação econômico-financeira do patrimônio, os resultados do periodo administrativo examinado e as demais situações nelas demonstradas.Portanto, quando se pretende fazer o exame dos registros e documentos mediante pro­cedimentos específicos pertinentes ao controle do patrimônio da unidade, da entidade ou do projeto, deve-se realizar uma auditoria contábil. Item errado.

F51 (Auditor/SECONT/ES/2009) Somente por meio da auditoria operacional verifica-se a efetividade e a aplicação de recursos externos, oriundos de agentes financeiros e organismos internacionais.

Em conformidade com a IN SFC 01/2001, a auditoria contábil tem por objeto, também, verificar a efetividade e a aplicação de recursos externos, oriundos de agentes financeiros e organismos internacionais, por unidades ou entidades públicas executoras de projetos celebrados com aqueles organismos visando emitir opinião sobre a adequação e fidedig­nidade das demonstrações financeiras..Item errado.

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8PIjWEJAMENTO d e a u d it o r ia

P l a n o d e a u d it o r ia . A t iv id a d e s p r e l im in a r e s . D e t e r m in a ç ã o d e e s c o p o . M a t e r ia l id a d e , risc o e r e l e v â n c ia . E x a m e e a v a l ia ç ã o d o c o n t r o l e

in t e r n o . R ís c o in e r e n t e , d e c o n t r o l e e d e d e t e c ç ã o . P r o g r a m a s d e a u d it o r ia .

I I {ACE/TCU/200Í) O plano de auditoria do TCU deve ser elaborado semestralmente pela unidade técnica responsável pela coordenação e controle das auditorias. Todo o trabalho de auditoria, desde o planejamento até a emissão de parecer, deve ser supervisionado pelo titular da unidade técnica, e, na sua execução, todas as requisições de documentos e informações devem ser feitas por escrito.

Conforme a Resoíução TCU 1B5/2005, o piano de fiscalização do Tribunal terá periodici­dade anual e será compatível com os planos Estratégico e de Diretrizes do TCU e com as diretrizes aprovadas para subsidiar o exame das Contas do Governo da República.O plano de fiscali;:ação será elaborado pela presidência, com auxílio da Secretaria-Geral de Controle Extemo e mediante consulta prévia aos relatores das listas de unidades juris- dicionadas, sendo apresentado pelo Presidente do Tribunal para aprovação pelo Plenário, em sessão de caráter reservado, até o fim do primeiro trimestre de cada ano.O item apresenta vários erros, pois o plano de fiscalização do TCU (e não de auditoria, que é um dos instrumentos previstos no plano) deve ser elaborado anualmente (e não semestralmente) pelo presidente do Tribunal, com o auxilio dos relatores (e não pelas áreas técnicas). A segunda parte da questão não apresenta erros, pois todo o trabalho de auditoria, desde o pianejamento aíé a emissão de parecer, deve ser supervisionado peio titular da unidade técnica ou pelo diretor, e, na sua execução, todas as requisições de documentos e informações devem ser feitas por escrito, mediante a elaboração do Oficio de Requisição.

@ (ACE/TCU/2007) O planejamento de auditoria objetiva a elaboração do programade auditoria. Nessa fase, a equipe de auditoria deve buscar, por meio de fontes

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AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

internas e externas, elementos que permitam o pleno conhecimento da organização que se vai auditar. Como exemplo de fontes internas citam-se as secretarias de controie externo e a secretaria de controle intemo.

De acordo com os Padrões de Auditoria de Conformidade do TCll, na fase de planeja­mento, a equipe de auditoria deve, preliminarmente, construir uma visão geral do objeto a ser auditado, permitindo o conhecimento e a compreensão do objeto, bem como do ambiente organizacional em que este éstá inserido. Para construção dessa visão geral, as informações são coletadas de fontes internas e externas ao Tribunal.Considerando-se a auditoria como do TCU, as Secretarias de Controle Externo seriam fontes internas de consulta, dentro do próprio Tribunal, e a Secretaria de Controle interno, correspondente ao órgão auditado, seria uma fonte extema. Portanto, o item está errado.Outro problema está na afirmação de que o estudo na fase de planejamento permite pleno conhecimento da organização a ser auditada, posto que o conhecimento e a avaiiação sobre o objeto auditado permitem ao auditor apenas conhecimento e segurança razoáveis, e não de forma plena e absoluta.

B (Analista/STF/2008) Sempre que novos fatos recomendarem, o planejamento e os programas de trabalho devem ser revisados e atualizados.

As normas sobre planejamento da auditoria estabelecem que o planejamento e os programas de trabalho devem ser revisados e atualizados sempre que novos fatos :o recomendarem. Isso porque somente durante a execução dos exames o auditor poderá perceber a ne­cessidade desse ajuste, o que poderá levar o auditor, por exemplo, a revisar os niveis de risco e de relevância estabelecidos anteriormente e modificar a natureza, a extensão e a oportunidade dos testes de auditoria. Nesse caso. o auditor deve revisar e atualizar, formalmente, o planejamento e o programa de trabalho da auditoria, item certo.

0 (Analista/CI/TJDFT/2008) Uma recomendação que os auditores que avaliam os controles internos costumam formular em relação aos servidores que manuseiam e custodiam valores refere-se à conveniência de os mesmos poderem converter as férias em dinheiro e evitarem o rodízio de funções com servidores de outras áreas.

Entre os princípios de controie intemo administrativo, estabelecidos na IN SFC 01/2001, inclui-se a "qualificação adequada, o treinamento e o rodízio de funcionários", segundo o qual a eficácia dos controles internos administrativos está diretamente relacionada com a competência, formação profissional e integridade do pessoal. É imprescindível haver uma política de pessoal que contemple: a) seleção e treinamento de forma criteriosa e siste­matizada, buscando melhor rendimento e menores custos; b) rodízio de funções, visando reduzir/eliminar possibilidades de fraudes; e c) obrigatoriedade de funcionários gozarem férias regularmente, como forma, inclusive, de evitar a dissimulação de irregularidades, item errado.

0 (AnaHsta/CI/TJDFT/2Q08) O exame dos controles internos permite avaliar os riscos associados aos registros contábeis e respectivas demonstrações e, consequentemente, determinar os procedimentos a serem adotados. Quanto menor

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Cap. S - PLANEJAMENTO DE AUOITORiA

a probabilidade de erros, maior será a quantidade de evidências necessárias e a extensão dos testes a serem realizados.

A primeira parte do item está certa, posto que o auditor avalia os controles internos con­tábeis para determinar os riscos e, consequentemente, definir a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de auditoria. Todavia, a segunda parte está errada, pois quanto menor a probabilidade de erros menor será a quantidade de evidências a serem coletadas pelo auditor e menor poderá ser a extensão dos testes de auditoria (tamanho da amostra ou quantidade de documentos/operações examinados). Item errado.

LEMBRETE: Deve-se ter especial atenção quanto ao enunciado da questão, quando envolver relevância (materialidade), risco, evidências e procedimentos de auditoria. A seguir, apresentamos alguns exemplos de afirmações verdadeiras sobre a relação entre esses elementos:

~ Quanto maior o risco inerente e de controle avaliado pelo auditor, menor o risco de detecção a ser aceito pelo auditor, para que o risco de auditoria fique em nivei aceitável {relação inversa).

- Quanto menor o risco inerente e de controle avaliado pelo auditor, maior poderá ser o risco de detecção a ser aceito pelo auditor (reiação inversa).

~ Quanto maior a probabilidade de erros e fraudes em uma afirmação ou saldo de transação, maior será o volume de testes substantivos e de evidências e informações a serem coletadas pelo auditor (relação direta).

- Quanto menor o nivei de risco definido pelo auditor, maior será a quantidade de evidência para fundamentar seu parecer (relação inversa).

- Quanto o menor o nivei de relevância estabelecido (materialidade do erro), maior será o risco de auditoria (relação inversa).

13 (Analista/UAUD/SEBRAE/2008) A determinação do risco de auditoria independe da avaliação das políticas de pessoal e da segregação de funções.

Risco de auditoria é a possibilidade de o auditor vir a emitir uma opinião tecnicamente inadequada sobre demonstrações contábeis significativamente incorretas. A anàíise do risco de auditoria deve ser feita na fase de planejamento dos trabalhos, devendo o auditor avaiiar o ambiente e os procedimentos de controle da entidade auditada. A avaliação do ambiente de controle da entidade compreende, entre outros elementos, as políticas de pessoal e de segregação de funções. Portanto, item errado.

B (Analista/UAUD/SEBRAE/2008) O risco de auditoria pode ser considerado relativo, dado que ele não pode ser padronizado, pois não se manifesta de forma idêntica em todas as entidades ou em todas as demonstrações contábeis.

De acordo com Franco e Marra, o risco de auditoria pode ser considerado relativo, dado o fato de que ele não pode ser padronizado, pois não se manifesta de forma idêntica em todas as entidades ou em todas as demonstrações contábeis. Além disso, ele pode manifestar-se também de diferentes formas nos variados trâmites do procedimento audi- torial. Item certo.

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AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

0 (Auditor/CGE-PB/2008) Entre as características de qualquer sistema de controleinterno satisfatório, não é passível de determinação pelos fluxogramasA) o emprego de pessoal com aptidão e treinamento compatíveis com a sua

responsabilidade.B) a divisão da escrituração dos registros, de modo que um registro seja controlado

por outro, escriturado independentemente.C) a delegação de poderes a indivíduos específicos para aprovação das transações

e a instituições de controles para garantir que as transações sejam aprovadas pelas pessoas autorizadas.

D) a verificação periódica da existência dos ativos registrados.E) a separação da custódia dos ativos do registro destes mesmos ativos e das

respectivas transações.

Fluxogramas são diagramas esquemátícos que ilustram os passos envolvidos no proces­samento de informação ao longo do sistema contábil. Os fluxogramas permitem obter entendimento sobre o funcionamento dos procedimentos de controle. O único item na questão que não se refere a um procedimento ou princípio de controie interno que pode ser devidamente identificado em um fiuxograma é o que se refere ao emprego de pessoal com qualidade e responsabilidade.

0 (Auditor/CGE-PB/2008) Os sistemas de tecnologia da informação apresentam benefícios e riscos em comparação com sistemas manuais. Em um ambiente computadorizado, os controles internos têm de levar em conta esses riscos, entre os quais menciona-seA) os arquivos e registros que se encontram em linguagem que não permite a leitura

em computador.B) a diminuição do envolvimento humano, facilitando o obscurecimento de erros.C) as diversas funções que estão dispersas, sem uma visão integrada e coesa.D) as alterações que são implementadas com muita facilidade, com perda de registro

e memória.E) a coerência que é menor em razão de as transações estarem submetidas a

controles distintos, heterogêneos.

William Boynton e outros autores, no livro Auditoria, da Atlas, apontam os benefícios que sistemas de TI apresentam, em comparação com sistemas manuais: a) sistemas de tecno­logia da informação podem proporcionar maior coerência de processamento que sistemas manuais, pois submetem todas as transações aos mesmos contrates, uniformemente; b) relatórios contábeis mais tempestivos podem fornecer â administração meios mais eficazes de análise, supervisão e revisão das operações da empresa.Todavia, existem vários riscos em sistemas de TI, também em comparação com sistemas manuais, quais sejam: a) o sistema de TI produz uma trilha de transação que é disponível para auditoria apenas por um curto período de tempo; b) muitas vezes, existe menos evidência documentária do desempenho de procedimentos em sistemas de TI; c) arquivos e registros em sistemas de Ti, geralmente, encontram-se em linguagem de máquina e não podem ser lidos sem um computador; d) a diminuição do envolvimento humano em processamento de dados pode obscurecer erros que poderiam ser observados em siste­mas manuais; e) sistemas de TI podem ser mais vulneráveis a desastres, movimentação não autorizada e falhas mecânicas que sistemas manuais; f) várias funções podem ser concentradas em sistemas de TI, com uma correspondente redução na segregação de funções a que se obedece em sistemas manuais; g) alterações no sistema, muitas vezes,

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Cap. 8 - PLANEJAMENTO DE AUDITORIA

sao mais difíceis de ser implantadas e controladas em sistemas de TI que em sistemas manuais.

A assertiva A de questão está incorreta, pois os arquivas e registros que se encontram em linguagem de máquina podem ser lidos com o auxilio de um computador. O risco decorre da necessidade de um computador e do conhecimento especializado.

A assertiva B refere-se a um dos riscos de ambiente de TI e é a alternativa correta. Em função da diminuição do envolvimento de pessoas no registro e processamento das informações, toma-se mais difícil identificar os erros.

A assertiva C está incorreta, pois as funções em ambiente de TI estão concentradas e, portanto, há prejuízos à segregação de funções.A assertiva D está incorreta, pois, apesar da possibilidade de alterações serem implemen­tadas com muita facilidade, não há perda de registro e memória.

Por fim, a asserciva E está incorreta, pois sistemas de TI submetem as transações aos mesmos controles, uniformemente e, portanto, propiciam maior coerência de processamento que sistemas manuais.

íffl {FíscalfTeresina/2QG8} No processo de planejamento de seus trabalhos, o auditor pode ter, intencionalmente, estabelecido nível de relevância em um patamar acima daquele utilizado para avaliar os resultados da auditoria. Isso pode ser feito para reduzir a probabiíidade de distorções não identificadas e para aumentar a margem de segurança, ao se avaliarem as distorções identificadas no curso dos trabalhos.

O auditor independente deve considerar a relevância e seu relacionamento com os riscos identificados durante o processo de auditoria. O auditor independente pode, no processo de planejamento ida auditoria, ter intencionalmente estabelecido *nível de relevância em um patamar abaixo daquele utilizado para avaliar os resultados da auditoria.

A definição de um nivel de reievãncia mais baixo pode ser feito para reduzir a probabilida­de de existência de distorções não identificadas e para propiciar ao auditor independente uma margem deisegurança, ao avaliar as distorções identificadas no curso da auditoria. Ou seja, quando! o auditor reduz o nível de relevância é porque ele precisará aplicar maior volume de; testes substantivos para reduzir o risco de detecção e elevar o nível de segurança na: auditoria e parecer. Portanto, o item está errado.

f f l (Fiscai/Teresina/2008) Se o auditor verificar, no curso de seus trabalhos, que o nível de risco é maior que o previsto inicialmente, ele tem a opção de reduzir o risco de detecção via modificação da natureza, época e extensão dos testes substantivos planejados.

O auditor avalia o nível combinado de risco inerente e de controle para definir o risco de detecção, mediante planejamento adequado dos testes substantivos. Se o risco foi avaliado como baixo, o auditor pode aceitar um risco de detecção maior. Todavia, caso o auditor, durante a execução dos testes, verifique que o nível de risco é maior do que ele havia previsto inicialmente, ele tem a opção de reduzir o risco de detecção via modi­ficação da natureza {testes detalhados de saldos), da época (aplicar procedimentos mais próximo da data do fechamento do balanço) e da extensão (tamanho da amostra) dos testes substantives. Item certo.

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AUDITORIA — Questões comentadas — CESPE

BS (Fiscal/Teresina/2008) O planejamento da auditoria interna deve considerar os fatores relevantes na execução dos trabalhos. Para assegurar a independência necessária ao bom andamento dos trabalhos, esse planejamento não deve, de forma alguma, levar em conta as orientações e as expectativas externadas pela administração.

O chefe da unidade de auditoria interna prepara o plano de auditoria com base nos riscos e na relevância. Esse plano, contudo, deve levar em consideração as orientações e expectativas apresentadas pela administração, que é o principal cliente dos trabalhos da auditoria intema. A participação da falta administração na construção e na aprovação do plano contribui para uma maior independência e objetividade da auditoria interna, em relação às áreas auditadas. Uem errado.

1 0 (ACE/TCU/2008) Caso uma empresa transfira para um prédio vizinho as instalações de seu centro de processamento de dados e obrigue todos os usuários a utilizar senha exclusiva, bem como substitua o adm inistrador - que, além dessa atividade, seja um dos acionistas da empresa - por profissional da área, nessa situação, ao avaliar o ambiente de controle da entidade em relação às mudanças efetuadas, um auditor independente deverá conclu ir que os riscos de auditoria tendem a aumentar.

O auditor externo não é responsável nem pode ser responsabilizado pela prevenção de fraudes ou erros. Entretanto, deve planejar seu trabalho avaliando o risco de sua ocor­rência, de forma a ter grande probabilidade de detectar aqueles que impliquem efeitos relevantes nas demonstrações contábeis.O auditor deverá avaliar criticamente o sistema contábil, incluindo o controle intemo, tanto em termos de concepção quanto de funcionamento efetivo, concedendo especial atenção às condições ou eventos que representem aumento de risco de fraude ou erro, que incluem fatores específicos no ambiente de sistemas de informação computadorizados.O item afirma que uma empresa transferiu para um prédio vizinho as instalações de,'seu centro de processamento de dados e obrigou todos os usuários a utilizar senha exclusiva, bem como substituiu o administrador - que, além dessa atividade, era um dos acionistas da empresa - por profissional da área.Nessa situação, ao avaliar o ambiente de controie da entidade em relação às mudanças efetuadas, um auditor independente deverá concluir que os riscos: de auditoria tendem a diminuir, pois as medidas visam fortalecer os controles gerais de processamento da informação, especialmente os controles de acesso aos equipamentos e aos arquivos de dados e programas de computador, melhorando o ambiente de tecnologia da informação e a gestão da informação por profissional especializado e capacitado, item errado.

BS (ACE/TCU/2008) Segundo a orientação do TCU, na fase de planejamento, a equipe de auditoria deve constru ir uma visão gerai do objeto a ser auditado. Entre as fontes de informação disponíveis, recomenda-se que notícias veiculadas pela mídia não sejam levadas em conta, a fim de evitar a contaminação ou o direcionamento dos trabalhos, que devem caracterizar-se pela isenção e pela objetividade.

O Roteiro de Auditoria de Conformidade do TCU, aprovado pela Portaria TCU 90/2003 (atualmente denominado de Padrões de Auditoria de Conformidade), estabelece que na fase de planejamento a equipe de auditoria deve, preliminarmente, construir uma visão

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Cap. 8 - PLANEJAMENTO DE AUDiTORIA

geral do objeto a ser auditado, podendo fazer uso, entre outras, das seguintes fontes de informação:

a) sistemas informatizados;

b) cadastros existentes na Unidade Técnica a que se vrncuia o órgão/entidade auditado;c) legislação e normas específicas;

d) contas dos úitimos exercícios;

e) fiscalizações anteriores, incluindo os respectivos papéis de trabalho;

f) outros processos relacionados ao orgãofenlidade auditado ou ao objeto da auditoria;

g) servidores do TCU que tenham participado de trabalhos recentes no órgão/entidade auditado ou em objetos afins;

h) órgãos de controie intemo;i) próprio órgão/entidade auditado;

j) noticias veiculadas na mídia;

k) trabalhos acadêmicos publicados;

I) Tribunais de Contas Estaduais e Municipais e Ministério Público;

m) possíveis ações judiciais concernentes ao órgão/entidade auditado; n) levantamentos anteriores sobre o objeto.

Assim, entre as fontes de informações incluem-se notícias veiculadas na midia sobre o objeto auditado. Essas informações auxiliam o auditor na compreensão gerai do objeto, além de constüusr indícios e indicadores relevantes para a auditoria. Logicamente que a confiabilida­de, a fidedignidade e a relevância dessas informações são examinadas e confirmadas peío

; : auditor para que possam ser consideradas como evidências de auditoria, item errado.

(Contador/MC/2008) Os controles internos diretivos incrementam a eficiência operacional e promovem a obediência a normas internas.

Podem-se classificar os controles internos, quanto ao nivei gerencial, em:

estratégicos - fundamentais no contexto esíruturai e para servir de guia para o dimensionamento e tratamento as outras categorias de controle. São planejados pela Alta Administração e executados pela alta gerência;

diretivos - relacionam-se às diversas situações de risco a que estão expostas a entidade, bus­cando a minimização dos efeitos das ações executadas. Normalmente executados pela alta e média gerências; e

operacionais - garantem a eficácia dos anteriores, ao contribuir para a eliminação ou constatação de fafhas na realização dos negócios, ineficiência na tomada de decisões ou na execução de rotinas de trabalho preeslabeiecidas. São mais fáceis de ser identificados por estarem diretamente íigados aos executores/gestoras das atividades da entidade.

Portanto, tendo como referência a classificação dos controles quanto ao nível de gestão, controles diretivos são aqueles executados pela aita e média gerências com o propósito de reduzir os riscos que possam impactar os objetivos da organização. Item errado.

fOOl (Contador/MC/2008) O programa de auditoria, elaborado peto auditor interno, é um piano de ação detalhado, pois define os objetivos, determina o escopo e o roteiro de procedimentos. Além de orientar a equipe de auditoria, configura-se

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AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

na essência operacional do trabalho de auditagem relativamente a uma área específica da companhia ou à gestão de determinado sistema organizacional, estabelecendo os procedimentos para a identificação, análise, avaliação e registro da informação durante a execução do trabalho.

O programa de auditoria constitui-se no objetivo finai do planejamento. É um plano de ação detalhado e se destina, precipuamente, a orientar adequadamente o trabalho do auditor interno, facultando-se-ihe, ainda, sugerir oportunamente complementações quando as circunstâncias o recomendarem.O programa de auditoria é uma definição ordenada de objetivos, determinação de escopo e roteiro de procedimentos detalhados, destinado a orientar a equipe de auditoria; configura- se na essência operacional do trabalho de auditagem relativamente a uma área especifica da Companhia ou à gestão de determinado sistema organizacional e deve estabelecer os procedimentos para a identificação, análise, avaliação e registro da informação durante a execução do trabalho.É o programa de auditoria que estabelece a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos a serem aplicados pela equipe de auditoria, quando dos exames de campo. Item certo.

H ij (Contador/MC/2008) A composição dos elementos referenciais de vulnerabilidade, das fraquezas, dos pontos de controle, com riscos operacionais latentes dos processos contábeis e organizacionais de entes públicos, que representam o, quadro de situações existentes ou potenciais a con tro la r é v inculada diretamente à materialidade e à relevância no processo de planificação dos trabalhos.

Nos termos da IN SFC 01/2001, as variáveis básicas utilizadas em todas as fases do processo de planificação dos trabalhos de controie são fundamentais, e determinadas variáveis apresentam-se com maior destaque ou contribuição para o processo. Essas variáveis são: materialidade, relevância e criticidade.A materialidade refere-se ao montante de recursos orçamentários ou financeiros alocados por uma gestão, em um específico ponto de controle (unidade, sistema, área, processo, programa ou ação) objeto dos exames de auditoria ou fiscalização. Essa abordagem leva em consideração o caráter relativo dos valores envolvidos.A relevância significa a importância relativa ou papei desempenhado por uma determinada questão, situação ou unidade, existentes em um dado contexto.A criticidade representa o quadro de situações criticas efetivas ou potenciais a auditar ou fiscalizar, identificadas em uma determinada unidade ou programa. Trata-se da composição dos elementos referenciais de vulnerabilidade, das fraquezas, dos pontos de controle com riscos latentes, das trilhas de auditoria ou fiscalização. Deve-se levar em consideração o valor relativo de cada situação indesejada. Representa o perfil organizado, por área, dos pontos fracos de uma organização.Portanto, a composição dos elementos referenciais de vulnerabilidade, das fraquezas, dos pontos de controle, com riscos operacionais latentes dos processos contábeis e organizacionais de entes públicos, que representam o quadro de situações existentes ou potenciais a controlar é vinculada diretamente à criticidade no processo de planificação dos trabalhos. Item errado.

m (Contador/N!C/20Q8) A materialidade dos recursos, a relevância dos assuntos a serem abordados e a importância socioeconõmica dos órgãos, entidades e

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Cap. 8 - PLANEJAMENTO DE AUDITORIA

programas de governo a serem auditados deverão ser considerados para a inclusão de unidades da administração federal em planos de auditoria.

Em que pese o TCU (auditoria extema no setor público) dispor de um plano de fiscali­zação, a expressão "planos de auditoria” foi empregada, a meu ver, para referência ao planejamento das fiscalizações do Tribunal, não havendo, portanto, erro nesta parte do item. Também esta correta a afirmação de que a materialidade dos recursos e a relevância ou importância socioeconõmica de órgãos e programas governamentais são levados em consideração pars inclusão de objetos de auditoria em planos e programas de auditoria. A Resolução TCU; 185, de 2005, define que o plano de fiscalização do TCU contemplará os temas de maior signíficância, caracterizados pela materialidade, relevância, risco e oportunidade. Item certo.

0 3 (Contador/MC/2008) É necessário constar no plano de auditoria, entre outras informações, a indicação dos órgãos, entidades e programas de governo a serem auditados no período, além do objetivo dos trabalhos, prazos e custos estimados para a realização das auditorias.

Inicialmente, vale: destacar que o comando para julgamento do item, suprimido neste trabalho, referia-s2 ã auditoria extema governamental, ou seja, ao Tribunal de Contas da União.Na forma do Recjimento Interno do TCU e de acordo com a Resolução TCU 185, de 2005, o Tribunal dispõe de um plano anual de fiscalização e não de auditoria. Também está errado afirmar que constam do plano os órgãos, entidades e programas de governo a serem auditadoE; no período, além do objetivo dos trabalhos, prazos e custos estimados para a realizaçãoidas auditorias. Conforme a referida Resolução, o plano de fiscalização do TCU contém exclusivamente as diretrizes e os temas de maior signíficância.Pelos molivos expostos, discordo do gabarito apresentado pelo CESPE, que define o item como certo.

m (ACE/TCE-TO/CONTAB1LÍDADE/2009) A auditoria intema é exercida nas pessoas jurídicas em gerai, públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras. Vários aspectos são ipeculiares e relevantes no planejamento dos trabalhos, como

A) a impossibilidade de contar com outros especialistas.B) a necessidc.de de documentar o planejamento e explicar em detalhes os procedimentos

a serem aplicados.C) a possibilicade de desconhecimento das políticas e estratégias da entidade.D) a necessidade de neutralizar as expectativas da administração.E) a conveniência de não modificar os programas de trabalho.

Nos termos da NBCT 12, o planejamento da auditoria intema deve considerar os fatores relevantes na execução dos trabalhos, especialmente os seguintes:

a) o conhecimemo detalhado da política e dos instrumentos de gestão de riscos da entidade;

b) o conhecimento detaíhado das atividades operacionais e dos sistemas contábil e de controles internos e seu grau de confiabilidade da entidade;

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AUDITORIA - Quesfões comentadas - CESPE

c} a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de auditoria intema a serem apli­cados, alinhados com a política de gestão de riscos da enüdade;

d) a existência de entidades associadas, filiais e partes relacionadas que estejam no âmbito dos trabaihos da Auditoria intema;

e) o uso do trabalho de especialistas;f) os riscos de auditoria, quer pelo voiume ou pela complexidade das transações e operações;g) o conhecimento do resultado e das providências tomadas em relação a trabalhos anteriores,

semelhantes ou relacionados;h) as orientações e as expectativas externadas pela administração aos auditores internos;i) o conhecimento da missão e objetivos estratégicos da entidade.

A norma estabelece ainda que:

- o planejamento deve ser documentado e os programas de trabalho formalmente pre­parados, detalhando-se o que for necessário à compreensão dos procedimentos que serão aplicados, em termos de natureza, oportunidade, extensão, equipe técnica e uso de especialistas.

- os programas de trabalho devem ser estruturados de forma a servir como guia e meio de controle de execução do trabaího, devendo ser revisados e atualizados sempre que as circunstâncias o exigirem.

Portanto, a única alternativa correta è a “B". O auditor deve documentar o planejamento e detalhar os procedimentos a serem aplicados.

F51 (TCE/CONTABILIDADE/TCE-TO/2009) Assinale a opção correta que verse acercada auditoria interna e externa e suas especificidades.A) Os indícios de erros repetitivos irrelevantes individualmente não caracterizam

deficiência nos controles internos a ponto de requerer do auditor independente o aprofundamento dos exames.

B) A avaliação da relevância em auditoria não será influenciada por requisitos regulatórios e aspectos particulares de rubricas específicas das demonstrações.

C) Existe uma relação direta entre o risco de auditoria e o nível estabelecido de relevância, isto é, quanto menor for o risco de auditoria, menor será o valor estabelecido como nivei de relevância, e vice-versa.

D) Caso o auditor independente, no processo de planejamento da auditoria, tenha intencionalmente estabelecido nível de relevância em um patamar abaixo daquele a ser utilizado para avaliar os resultados da auditoria, haverá aumento da probabilidade de existência de distorções não identificadas e redução da margem de segurança, ao avaliar as distorções identificadas no curso da auditoria.

E) A ausência de divulgação de um descumprimento regulamentar ou contratual quando tal descumprimento possa vir a afetar, de forma relevante, a capacidade operacional da entidade auditada ou possa resultar em sanções é denominada de distorção de caráter qualitativo.

A questão trata da relevância em auditoria independente das demonstrações contábeis, objeto da NBCT 11.16, aprovada pela Resolução CFC 981/2003.Conforme a norma citada, indícios de erros repetitivos, mesmo não relevantes, individual­mente, podem indicar deficiência nos controles' internos, requerendo do auditor independente o aprofundamento dos exames. A alternativa “A" está incorreta.O auditor independente deve avaliar a questão da relevância, tanto em relação às demons­trações contábeis tomadas em conjunto como no tocante a saldos individuais de contas,

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Cap. B - PLANEJAMENTO DE AUDITORIA

classes de transações e divulgações (notas explicativas). A avaliação da relevância pode ser influenciada por requisitos regulatórios e aspectos particulares de rubricas especificas das demonstrações. Tal avaliação pode resultar em diferentes níveis de relevância para as demonstrações como um todo ou para conlas ou classes específicas. A alternativa “B" está incorreta.Existe uma relação inversa entre o risco de auditoria e o nível estabelecido de relevância, isto é, quanto menor for o risco de auditoria, maior será o valor estabelecido como nivei de relevância, e vice-versa. O auditor independente toma essa relação inversa em conta ao determinar a natureza, a época e a extensão dos procedimentos de auditoria. Por exemplo, se na execução de procedimentos específicos de auditoria o auditor indepen­dente determinar que o nível de risco è maior que o previsto na fase de planejamento, o nível de relevância, preliminarmente estabelecido, deve ser reduzido. A alternativa “C" está incorreta.Em síntese, quando o risco é alto, o nivei de relevância deve ser baixo, para obrigar o auditor a apiicar mais testes e obter maior volume de evidências, para revelar todo e qualquer erro ou fraude acima do vaior de relevância estabelecido. Vale dizer que nível de relevância é o valor mínimo de erro a partir do qual o auditor o considera material e que prejudica um usuário das demonstrações, ou seja, é a materialidade de um erro.O auditor independente pode, no processo de planejamento da auditoria, ter intencional­mente estabelecido nível de relevância num patamar abaixo daquele a ser utilizado para avaliar os resultados da auditoria. Todavia, essa medida de prudência visa justamente reduzir a probabilidade de existência de distorções não identificadas e para propiciar ao auditor independente uma margem de segurança, ao avaliar as distorções identificadas no curso da auditoria. A alternativa "D" está incorreta.Tanto o montante (aspecto quantitativo) como a natureza (aspecto qualitativo) de possiveis distorções devem ser considerados e documentados nos papéis de trabalho de auditoria, para referência durante a execução e a conclusão dos trabalhos. Exemplos de distorções de caráter qualitativo são: a) inadequada descrição de uma prática contábil quando for provável que um usuário das demonstrações contábeis possa interpretar, incorretamente, tal prática; e b) ausência de divulgação de um descumprimento regulamentar ou contratual

: quando tal descumprimento possa vir a afetar, de forma relevante, a capacidade operacional da entidade auditada ou possa resultar em sanções. A alternativa “E" está correta.

OBSERVAÇÃO: Em função da convergência das normas brasileiras ao padrão inter­nacional, a partir de 1.°.01.2010 entrou em vigor a NBC TA 320 - Materialidade no Planejamento e na execução de auditoria, aprovada pela Resolução 1.213/2009.A nova norma substituiu o termo relevância por materialidade. Para fins da NBC TA 320, materialidade para execução da auditoria significa o valor ou valores fixados pelo auditor, inferiores ao considerado relevante para as demonstrações contábeis como um todo, para adequadamente reduzir a um nível baixo a probabilidade de que as distorções não corrigidas e não detectadas em conjunto excedam a materialidade para as demonstrações contábeis como um todo.

0 3 (Auditor lntemo/AGE-lVSG/2009) O auditor deve efetuar o estudo e a avaliação do sistema contábil e de controles internos da entidade, como base para determinar a natureza, a oportunidade e a extensão da aplicação dos procedimentos de auditoria. Nos termos da normatízação do CFC, assinale a opção correta.

A) A aplicação dos procedimentos de auditoria independe do porte da entidade e do volume dos negócios.

B) O sistema de controles internos é de responsabilidade da auditoria interna da entidade.

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AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

C) A auditoria independente deve abster-se de efetuar recomendações para o aperfeiçoamento dos controles internos.

D) A avaliação do ambiente de controle existente deve considerar o processo decisório adotado na entidade.

E) Para a avaliação dos procedimentos de controle é irrelevante a comparação entre dados verificados e dados projetados.

Quanto à alternativa “A", a aplicação dos procedimentos de auditoria depende do porte, da complexidade e do volume dos negócios da entidade auditada. A aplicação dos pro­cedimentos de auditoria deve ser realizada, em razão da complexidade e volume das operações, por meio de provas seletivas, testes e amostragens, cabendo ao auditor, com base na análise de riscos de auditoria e outros elementos de que dispuser, determinar a amplitude dos exames necessários à obtenção dos elementos de convicção que sejam válidos para o todo.Quanto à alternativa “8 ”, o sistema de controles internos é de responsabilidade da admi­nistração da entidade. Cabe ao auditor avaliar os controles e contribuir para a melhoria de sua eficácia.

No tocante á alternativa “C", em que pese o propósito da auditoria externa ser emitir parecer sobre as demonstrações contábeis, a auditoria independente pode efetuar recomendações para o aperfeiçoamento dos controles internos da empresa auditada.

Relativamente à alternativa MD", a avaliação do sistema contábil e de controles internos pelo auditor deve considerar os seguintes aspectos: a) o ambiente de controle existente na entidade; e b) os procedimentos de controie adotados pela administração da entidade. A avaliação do ambiente de controle existente deve considerar: a) a definição de funções de toda a administração; b) o processo decisório adotado na entidade; c) a estrutura organizacional da entidade e os métodos de delegação de autoridade e responsabilida­de; d) as políticas de pessoal e segregação de fun0es; e e) o sistema de controle da administração, incluindo as atribuições da auditoria intema, se existente.Quanto à alternativa “E", a avaiiação dos procedimentos de controle deve considerar: a) as normas para elaboração de demonstrações contábeis e quaisquer outros informes contábeis e administrativos, para fins quer internos, quer externos; b) a elaboração, revisão e aprovação de conciliações de contas; c) a sistemática revisão da exatidão aritmética dos registros; d) a adoção de sistemas de informação computadorizados e os controles adotados na sua implantação, alteração, acesso a arquivos e geração de relatórios; e} os controles adotados sobre as contas que registram as principais transações da enti­dade; f) o sislema de aprovação e guarda de documentos; g) a comparação de dados internos com fontes externas de informação; h) os procedimentos de inspeções físicas periódicas em ativos da entidade; i) a limitação do acesso fisico a ativos e registros; e j) a comparação dos dados realizados com os dados projetados. Portanto, a alternativa correta é a "D".

EE1 (tnspetor/TCE-RN/2009) O objetivo primordial dos controles internos é a proteção do patrimônio da entidade. Desse modo, melhores controles internos permitem maior extensão e profundidade nos testes e plena segurança nas conclusões do auditor.

Melhores controles internos possibilitam menor extensão e profundidade nos testes apli­cados pelo auditor. Em função do reduzidcTrisco de controle, o auditor pode aceitar um maior risco de detecção, aplicando menor volume de testes e procedimentos de auditoria, item errado.

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Cap. 0 - PLANEJAMENTO DE AUDITORIA

5 3 (Auditor/SECONT/ES/2009) Oe modo a dar consistência ao processo de auditoria, os critérios empregados para avaliação devem ser fixos, independentemente da entidade auditada, embora possam ser adaptados à realidade de cada caso na fase da elaboração da visão geral da entidade auditada.

Apenas na auditoria contábü os critérios de avaliação são fixos, ou seja, são estabelecidas nas normas brasileiras de contabilidade, nos princípios geralmente aceitos ou na legisla­ção que estabelece a estrutura adequada dos relatórios financeiros a ser auditados. Em auditorias de conformidade e, especialmente, em auditorias operacionais, os critérios de avaliação da gestão variam de auditoria para auditoria, de acordo com as características da entidade e com os propósitos da auditoria, item errado.

B3 (Auditor/SECONT/ES/2QQ9) O controle interno deve basear-se no principio da segregação de funções, segundo o qual uma mesma pessoa ou entidade não pode ser simultaneamente responsável pelos ativos e pelos registros contábeis.

A segregação de funções è um principia de controle intemo e consiste em estabelecer que uma mesma pessoa não pode ter acesso aos ativos e aos registras contábeis, para reduzir riscos e garantir instâncias de controle.A segregação de funções faz parte de um conjunto de atividades de controle consideradas relevantes para urna auditoria das demonstrações contábeis. Significa dizer que se deve fazer com que os: indivíduos não realizem funções incompatíveis. Do ponto de vista de controie, funções são consideradas incompatíveis quando é possível que um indivíduo cometa um erro cu fraude e esteja em posição que lhe permita esconder o erro ou a fraude no curso normal de suas atribuições.As funções incompatíveis ou que não devem ser exercidas por um mesmo indivíduo ou setor sao; EXECUÇÃO - REGISTRO - CUSTÓDIA - CONTROLE. Por exemplo, um mesmo indivíduo não pode ser responsável por comprar bens (execução) e ao mesmo tempo proceder ao registro administrativo ou contábil das compras (registro), por rece­ber e guardar os bens adquiridos (custódia) e por controlar a boa guarda desses bens (controle). Hem ceio.

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9AMOSTRAGEM ESTATÍSTICA

EM AUDITORIA

CONCEÍTOS, IMPORTÂNCIA, TiPOS, PROCESSOS DE SELEÇÃO E TESTES, NÍVEIS DE

REPRESENTATIVIDADE.

0 0 (ACE/TCU/2007) Em auditoria, as técnicas de amostragem objetivam coletar e avaliar evidências numéricas das entidades administrativas no intuito de determinar e relatar o grau de adequação das informações obtidas. O método de amostragem probabüístico envolve a amostra aleatória simples, a estratificada e a amostra por conglomerados. Quanto a esse método, juigue o item abaixo.Suponha-se que, em uma pesquisa, se pretenda estimar a proporção de beneficiários do crédito educativo que conseguem completar o curso superior. Suponha-se, ainda, que á metodologia de coleta de dados desse estudo seja feita por meio de questionários compulsórios e que estes sejam remetidospelo correio. Nesse caso, a estratificação por curso, gênero ou localidade érelevante para o resultado da pesquisa, cujo método probabilístíco é exemplo típico de amostra aleatória simples.

Essa questão foi extraída do Manual de Amostragem em Auditoria do TCU, que pode ser consultado e obtido no site do Tribunal, em avaiiação de programas/técnicas de auditoria. A pesquisa pode ser utiiizada em auditorias governamentais, com a adoção, conforme o caso, de três tipos de métodos de amostragem probabilistica, que são: a amostragem aleatória simples, a amostragem por estraíificação e a amostragem por conglomerados.O item afirma que a pesquisa foi realizada mediante a eslratiflcação por curso, gêneroe localidade, pois essa forma seria relevante para o seu resultado. Assim, o méto­do probabiiistico é o de amostragem estratificada, em que cada estrato apresenta elementos com características homogêneas (para cada curso, por exemplo), o que permite a seleção de uma amostra menor, porém com maior margem de confiança. Item errado.

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AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

LEMBRETE: Amostragem aleatória simples - é aquela em que todos os elementos da população têm iguai probabilidade de ser selecionados para compor a amostra. Isso possibilita dizer que todas as amostras possíveis de tamanho n de uma população N têm a mesma probabilidade de ser obtidas. Na amostragem aleatória simples, a popu­lação não é organizada em conjuntos, sendo indicada quando a população apresenta homogeneidade.

Amostragem estratificada - consiste basicamente em segmentar a população em estratos. Os estratos são partes da população que se caracterizam por possuir carac­terísticas homogêneas. A população é segmentada, por exemplo, em sexo masculino e feminino, nível de renda, faixa etária, nive! de escolaridade etc. Em cada estrato, verifica-se um comportamento mais homogêneo do que o observado na população. Em conseqüência, o desvio padrão em torno da média de cada estrato é menor. Quanto menor for o desvio padrão, menor será o tamanho da amostra necessária para fazer inferências sobre a população e, em função disso, há redução do custo da amostragem e também do tempo necessário para a realização da auditoria/pesquisa.

Amostragem por conglomerado - consiste na divisão da população em subgrupos heterogêneos que sejam tão semelhantes à população total quanto possível. É como se gerássemos diversos grupos populacionais em escala reduzida, e cada um desses grupos representasse a população que lhes deu origem. Assim, cada grupo populacional forma o que se denomina de conglomerados. A finalidade desse tipo de amostragem é a busca de maior quantidade de informações sobre o parâmetro populacional de inte­resse, ao menor custo. Tratando-se de uma população dispersa, a realização de uma amostragem aleatória simples pode revelar-se dispendiosa e demorada. Sua divisão em conglomerado acaba viabilizando a amostragem em termos de custo e tempo.

0 (AnaKsta/STF/2008) O tamanho da amostra independe do nível do risco de amostragem dos seus resultados, pois cada item da população tem a mesma probabilidade de ser selecionado.

O risco de amostragem surge da possibilidade de que a conclusão do auditor, com base em uma amostra, possa ser diferente da conclusão que seria alcançada se toda a po­pulação estivesse sujeita ao mesmo procedimento de auditoria. As normas de auditoria estabelecem que o nível de risco de amostragem que o auditor está disposto a aceitar afeta o tamanho da amostra exigido. Quanto menor o risco que o auditor está disposto a aceitar, maior deve ser o tamanho da amostra. Item errado.

0 {Auditor/CGE-PB/2008} A normatização do exercicio profissional pressupõe o estabelecimento de procedimentos e critérios para planejar e selecionar amostras de itens a serem examinados pelo auditor. A respeito do assunto, é correto afirmar queA) população è o conjunto de dados selecionados para exame do auditor.B) amostragem não estatística è aquela em que o auditor seleciona itens para

verificação segundo sua intuição, experiência pessoal e conhecimento da situação e da entidade.

C) o volume e o valor das transações são irrelevantes para definição dasamostras. .....

D) estratificar uma população significa excluir previamente determinados itens para efeito de verificação peia auditoria.

E) cada estrato selecionado deve ter a mesma quantidade de itens selecionados.

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Cap. 9 - AMOSTRAGEM ESTATÍSTICA EM AUDITORIA

Em amostragem, a população representa o universo a ser auditado. O conjunto de dados selecionados para exame representa a amostra.A amostragem nao estatística ê aquela em que o auditor seleciona itens para verificação segundo sua intuição, experiência pessoal e conhecimento da situação e da entidade. É também denominada de amostragem por julgamento, casual ou por cotas.A amostra selecionada peio auditor deve ter relação direta com o volume de transações realizadas pela entidade na área ou na transação objeto de exame, como também com os efeitos nas posições patrimonial e financeira da entidade e o resultado por ela obtido no período.Estratificar é o processo de dividir uma população em subpopulações, cada qual contendo um grupo de unicades de amostragem com características homogêneas ou similares. Não significa excluir determinados itens.Cada estrato pode ter um número variado de itens selecionados por característica se­melhante. O que não pode na estraíificação é um elemento que pertença a um estrato também constar de outro, ou seja, não pode haver interseções.Portanto, a única: alternativa correta da questão é a B.

0 {Ftscal/Teresina/2008) Na escolha entre amostragem aleatória e sistemática, o auditor deve considerar que certas populações possuem características capazes de distorcer uma seleção aleatória, como, por exemplo, a introdução de padrões, modalidades de agrupamento ou alguma outra modalidade de disposição. Na ocorrência de tais características, o auditor deve preferir a seleção sistemática.

Ao considerar a seleção sistemática, o auditor deve observar se os itens da população não estejam ordenados de modo a prejudicar a casualidade de sua escolha, o que faria com que a amosira não fosse representativa da população.Assim, se usar seleção sistemática, o auditor precisaria determinar se a população não está estruturada de tal modo que o intervalo de amostragem corresponda a um padrão, em particular, da população. Por exemplo, se em uma população de vendas de filiais as vendas de uma filial em particular ocorrem somente como cada 100.° item e o intervalo de amostragem selecionado for 50, o resultado seria que o auditor teria selecionado a totalidade ou nennuma das vèndas da filial em questão.Portanto, a introdução de padrões, modalidades de agrupamento ou disposição poderiam distorcer justamente uma seleção sistemática, levando o auditor a preferir a seleção aleatória. Item errado.

LEMBRETE: Ds acordo com a nova norma de amostragem do CFC (NBC TA 530), os principais métodos para selecionar amostras correspondem ao uso de seleção aleatória, seleção sistematíca e seleção ao acaso. Os métodos de seleção são os seguintes:

Seleção aleatória: aplicada por meio de geradores de números aleatórios, como, por exemplo, tabeles de números aleatórios.Seleção sistemática: em que a quantidade de unidades de amostragem na população é dividida pelo tamanho da amostra para dar um intervalo de amostragem. Amostra­gem de unidade monetária: é um tipo de seleção com base em valores, na qual o tamanho, a seleção e a avaliação da amostra resultam em uma conclusão em valores monetários.Seleção ao acaso: na qual o auditor seleciona a amostra sem seguir uma técnica estruturada. Embora nenhuma técnica estruturada seja usada, o auditor, ainda assim,

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AUDITORIA - Questões comentadas — CESPE

evitaria qualquer tendenciosidade ou previsibilidade consciente (por exemplo, evitar itens difíceis de localizar ou escolher ou evitar sempre os primeiros ou os últimos lançamen­tos de uma página) e, desse modo, procurar-se-ia assegurar de que todos os itens da população têm uma mesma chance de seleção. A seleção ao acaso não é apropriada quando se usar a amostragem estatística.Seleção de bloco: envolve a seleção de um ou mais blocos de itens contíguos da população, A seleção de bíoco geralmente não pode ser usada em amostragem de auditoria porque a maioria das populações está estruturada de modo que esses itens em seqüência podem ter características semelhantes entre si, mas características dife­rentes de outros itens de outros lugares da população.

0 (Analista/TJ-CE/2008) Nos trabalhos de auditoria executados no setor público, é muito comum a utilização de amostragem não estatística, em que o auditor baseia-se em seu conhecimento da entidade e do setor, sua intuição e seu bom senso. Nesse sentido, o auditor pode adotar procedimentos embasados em testes sobre a totalidade da população, ou aplicar procedimentos a todos os itens de uma população com uma característica particular, como, por exemplo, todas as compras ou vendas com um determinado fornecedor ou cliente.

De fato, é comum a aplicação da amostragem não estatística em auditoria do setor público, cuja seleção dos elementos que compõem a amostra se dá em função da experiência e do julgamento profissional do auditor.Todavia, existem certos procedimentos de auditoria aplicados na base de testes que não estão dentro da definição de amostragem, como os testes apíicados na totalidade da população, que não se qualificam como amostragem de auditoria. Da mesma forma,; a aplicação de procedimentos de auditoria a todos os itens dentro de uma população qúe tenham uma característica particular (por exemplo, todos os itens acima de um certo va­lor) não se qualifica como amostragem de auditoria com respeito à parcela da população examinada, nem com respeito à população como um todo. isto porque os itens não foram selecionados, dando chance igual de seleção a todos os itens da população.Portanto, não se considera amostragem de auditoria a adoção de procedimentos embasados em testes sobre a totalidade da população ou a aplicação de procedimentos a todos os itens de uma população com uma característica particular, por exemplo, todas as compras ou vendas com um determinado fornecedor ou cliente. Item errado.

0 (Contador/MC/2008) No caso de amostragem estatística, ao efetuar o planejamento da amostra, o auditor deve levar em consideração o volume de transações que irá auditar, para que, em seguida, sejam aplicados os procedimentos de auditoria sobre a amostra selecionada. No caso da amostragem não estatística, o volume de transações não será considerado como parâmetro.

Ao usar métodos de amostragem estatística ou não estatística, o auditor deve planejar e selecionar a amostra de auditoria, aplicar a essa amostra procedimentos de auditoria e avaliar os resultados da amostra, de forma a proporcionar evidência de auditoria suficiente e apropriada. A amostra selecionada pelo auditor deve ter relação direta com o volume de transações realizadas peia entidade na área ou na transação objeto de exame, como também com os efeitos nas posições patrimonial e financeira da entidade e o resultado por ela obtido no período. Portanto, tanto na amostragem não estatística como na estatística o volume de transações será considerado como parâmetro, item errado.

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Cap. 9 - AMOSTRAGEM ESTATÍSTICA EM AUDITORIA

0 (Contador/MC/2008) Os testes de observância utilizam a amostragem com a finalidade de verificar a taxa de desvios aplicada a um determinado tipo de controle. Sua aplicação relaciona-se aos procedimentos que irão servir de base à valoração e à mensuração das transações ocorridas e também de seus valores monetários. Para tanto, faz-se necessária a existência de uma trilha de evidência documental referente ao procedimento de controle que se está testando.

A amostragem estatística pode ser apiicada tanto a testes de observância como a testes substantivos. A amostragem estatística aplicada a testes de observância é denominada amostragem de atributos e a amostragem apiicada a testes substantivos é chamada de amostragem de variáveis.A amostragem de atributos é um tipo de teste de controles cuja finalidade é estimar uma taxa de desvios em uma população. O objetivo global de testes de controles è avaliar a eficácia do desenho e da operação dos controles internas. Um ou mais planos de amostragem de atributos podem ser desenhados para avaliar a eficácia de controles relacionados com determinada classe de transações.Já 3 amostragem em testes substantivos usa a teoria clássica de variáveis para estimar um valor monetário da população, ou seja, para verificar em que medida o valor de um saldo ou de uma classe de transações está correto e adequado. Também pode-se utilizar para esse propósito a amostragem PPT - amostragem de probabilidade propor-

: ciohal ao tamanho.O item apresenta erro quando afirma que a aplicação da amostragem em testes de observância relaciona-se aos procedimentos que irão servir de base à valoração e á mensuração das transações ocorridas e também de seus valores monetários. Esse é o objetivo dos testes substantivos e não de controles, posto que estes úitímos visam aferir a taxa de desvio de um atributo dos controles.

03 (Contador/MC/2008) A amostragem de probabilidade proporcional ao tamanho utiliza a teoria de amostragem de atributos nos procedimentos de transações e de saldos e apresenta suas conclusões em valores monetários. Sua aplicação verifica, principalmente, se as transações e saldos estão sendo registrados de maneira superavaliada.

De acordo com Boynton e outros autores, existem duas abordagens de amostragem esta­tística que podem ser utilizadas em testes substantivos: (1) amostragem de probabilidade proporcionai ao tamanho (amostragem PPT) e (2) amostragem clássica de variáveis.A diferença fundamentai entre as duas abordagens é que a amostragem PPT baseia-se em teoria de amostragem de atributos, enquanto amostragem clássica de variáveis baseia-se em teoria da distribuição normal.A amostragem PPT pode ser mais adequada do que a clássica de variáveis quando: a) a quantidade e a variabilidade das unidades da população são desconhecidas; b) a popuiação contém somente saldos devedores; e c) não se espera que a população con­tenha erros ou irregularidades ou que contenha apenas umas poucas superavaliações. Todavia, a amostragem PPT pode não ter a melhor relação custo/beneficio para contas a receber e estoques quando as condições citadas não se encontram presentes e quando o objetivo principal é estimar, independentemente, o vaior de uma classe de transações ou saldos.A amostragem clássica de variáveis utiliza a teoria da distribuição norma! para avaliar as características de uma população, com base nos resultados de uma amostra deia ex­traída. A abordagem clássica pode ser útil para o auditor quando o objetivo da auditoria

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AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

relaciona-se com possíveis sub ou superavaliações de um saldo de conta e em outras circunstâncias em que a amostragem PPT não é adequada ou eficiente do ponto de vista de custos.Portanto, verifica-se que o item está certo, expressando as corretas características do método de amostragem PPT.

B (Contador/MC/2008) A amostragem clássica de variáveis não é uma metodologia possível de ser aplicada nos testes substantivos, uma vez que aquela tem como base a teoria da distribuição normal para avaliar a população da conta que está sendo auditada. Nessa técnica de amostragem, podem-se adotar três critérios: média por unidade, diferença e quociente.

A amostragem clássica de variáveis é uma metodologia possível de ser aplicada nos testes substantivos, para aferir um valor monetário da população, tendo como base a teoria da distribuição normal para avaliar a população da conta que está sendo auditada. Na amostragem clássica de variáveis, podem-se adotar três critérios: média por unidade, diferença e quociente. Todas elas exigem a determinação da quantidade íotal de unidades na população e um valor de auditoria para item na amostra. Por exemplo, o critério da média por unidade, denominado amostragem MPU, envolve determinação de um valor para cada item da amostra e uma média é então calculada e multiplicada pela quantidade de unidades na população para obtenção de uma estimativa do valor tola! da população. Item errado.

0 0 (TCE/CONTABILIDADE/TCE-TO/20O9) Acerca dos procedimentos adotados pelosauditores para a execução de seus trabalhos, assinale a opção correta.

A) Há uma relação direta entre o tamanho da amostra e a possibilidade de avaliação do risco de controle em nível baixo demais.

B) Há uma relação inversa entre o tamanho da amostra e a taxa aceitável de desvios.

C) Há uma relação inversa entre o tamanho da amostra e a taxa esperada de desvios da população.

D) Ao se adotar amostragem sistemática, quando apenas um ponto de partida aleatório é utilizado, o intervalo de amostragem pode ser determinado pela divisão entre o tamanho da população e o vaior da raiz quadrada do tamanho da amostra.

E) A amostragem aleatória simples, com o uso de tabelas de números aleatórios, deverá ocorrer com a utilização de tabela de números sem reposição.

A possibilidade de avaliação do risco de controie em nivei baixo demais corresponde ao risco de amostragem. Quanto maior o risco de amostragem que o auditor está disposto a aceitar, menor será o tamanho da amostra. Portanto, a relação é inversa.Quanto maior a taxa aceitável de desvios, ou seja, quanto mais o auditor está disposto a aceitar falhas e desvios em controles, menor será o tamanho da amostra - relação inversa.Há uma relação direta entre o tamanho da amostra e a taxa esperada de desvios da população. Quanto mais o auditor espera erros ou falhas nos controles a serem exami­nados, maior será o tamanho da amostra.

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Cap. 9 - AMOSTRAGEM ESTATÍSTICA EM AUDITORIA

Ao se adotar amostragem sistemática, o ponto de partida deve ser aleatório, mediante sorteio do 1.° elemento, i. Os demais elementos da amostra serão escolhidos mediante um intervalo uniforme, k. Assim, o segundo elemento será o que ocupa a posição i + k.A amostragem aleatória simples, com o uso de tabelas de números aleatórios, deverá ocorrer com a utilização de tabeia de números com ou sem reposição.Assim sendo, verifica-se que a aitemativa correta é a "B".

1 0 (lnspetor/TCE-RN/2009) Os procedimentos da amostragem por julgamento são largamente difundidos, ainda que possam ser considerados teoricamente falhos, por determinadas razões, entre as quais inclui-se a impossibilidade de os auditores estimarem quantitativamente o risco que assumem.

A amostragem por julgamento (não estatística) è muito utilizada em auditoria, todavia, apresenta algurras desvantagens quando comparada com a amostragem estatística, en­tre as quais a impossibilidade de os auditores estimarem quantitativamente o risco que assumem. O risco de amostragem acaba sendo maior e dimensionado de forma subjetiva peío auditor, itern certo.

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10TESTES, TÉCNICAS E

PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

T estes s u b s t a n t iv o s e d e o b s e r v â n c ia . R e v is ã o a n a l ít ic a . T é c n ic a s d e a u d it o r ia .

P r o c e d im e n t o s de a u d it o r ia d a s d e m o n s t r a ç õ e s c o n t á b e is .

0 {ACE/TCU/2007) Compete ao auditor interno verificar se as normas internas deexecução do controie interno estão sendo cumpridas, utilizando-se, para tanto, dos procedimentos de auditoria. Nesse caso, se o auditor necessitar confirmar junto a terceiros as transações da empresa, ele deve efetuar teste de obser­vância.

Os procedimentos da auditoria interna constituem exames e investigações, incluindo testes de observância e testes substantivos, que permitem ao auditor interno obter sub­sídios suficientes para fundamentar suas conclusões e recomendações à administração da entidade.Os testes de observância visam à obtenção de razoável segurança de que os controles internos estabelecidos pela administração estão em efetivo funcionamento, inclusive quanto ao seu cumprimento peios funcionários e administradores da entidade. Na sua aplica­ção, devem ser considerados os seguintes procedimentos: a) inspeção - verificação de registros, documentos e ativos tangíveis; b) observação - acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua execução; e c) investigação e confirmação - obtenção de informações perante pessoas fisicas ou jurídicas conhecedoras das transações e das operações, dentro ou fora da entidade.Analisando o item, de fato, a verificação do cumprimento das normas internas de execu­ção do controle intemo constitui teste de observância, e a confirmação junto a terceiros das transações da empresa pode ser utilizada com esse propósito, de testar a eficácia dos controles. Item certo.

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AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

0 (ACE/TCU/2007) Um dos meios utilizados para a obtenção de informações emauditoria do TCU é a entrevista, a qual, ainda que tenha cunho informal, pode ser utilizada no relatório de auditoria.

Sabe-se que a prova ou evidência coletada em entrevista, durante uma auditoria de con­formidade, tem um peso relativo, devendo a informação obtida ser confirmada por outra técnica ou procedimento, com outra fonte.Contudo, em auditorias operacionais, os resultados das entrevistas podem ser levados a relatório sem as grandes preocupações de uma auditoria de conformidade, mas, mesmo nesse caso, é fundamental que a entrevista seja planejada e preparada adequadamente, assim como as informações obtidas e as conclusões sejam registradas de forma apro­priada.A meu ver, o item pode ser considerado como certo, conforme o gabarito do CESPE, peio fato de que algumas informações obtidas em uma entrevista menos estruturada, portanto considerada informal, acabam sendo levadas para o relatório, pois apenas auxiliam os usuários a uma melhor compreensão dos fatos, não estando vinculadas a uma evidência de irregularidade.

0 (Analista/STF/2008) Os procedimentos para identificar transações e eventos que podem requerer ajuste ou divulgação nas demonstrações contábeis devem ser executados tão próximos da data do parecer do auditor quanto fo r praticável.

As normas estabelecem que os procedimentos para identificar transações e eventos que podem requerer ajuste ou divulgação nas Demonstrações Contábeis devem ser execu­tados tão próximos da data do parecer (relatório) do auditor quanto for praticável. Isso porque a data do parecer coincide com a data do encerramento dos trabalhos de campo e até esta data o auditor independente se responsabiliza pela identificação dos eventos e transações subsequentes que tenham efeito relevante sobre as demonstrações con­tábeis e que podem exigir ajustes ou simplesmente divulgação em nota explicativa das demonstrações contábeis. Item certo.

OBSERVAÇAO: Em função da convergência das normas brasileiras ao padrão interna­cional, a partir de 1.°.01.2010 está em vigor a NBC TA 560 - Eventos subsequentes, aprovada pela Resolução CFC 1.225/2009. Com o advento da nova norma, não houve alterações substanciais nos conceitos e procedimentos relativos a eventos subsequentes á data das demonstrações contábeis.

0 (Analista/TST/2008) Suponha que, por meio de testes, o auditor tenha verifica­do que a empresa vem lançando como sendo de manutenção dispêndios que asseguram o aumento da vida útil de máquinas e equipamentos. Nesse caso, é correto conclu ir que se trata de um teste principal de despesa para superava- liação e secundário de ativo para subavaliação.

O saido de uma conta do balanço patrimonial ou da demonstração do resultado do exerci­cio pode estar errado para mais (superavaliado) ou para menos (subavaliado). Em virtude desse risco, todas as contas da contabilidade devem ser testadas para superavaliação e para subavaliação. Trata-se do direcionamento dos testes substantivos.Segundo a doutrina, a experiência tem demonstrado que é mais prático dirigir os testes principais de superavaliação para as contas devedoras (normalmente, as contas de ati~

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Cap. 10 - TESTES, TÉCNiCAS E PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

vo e despesas) e os de subavaliaçao para as contes credoras (geralmente, contas de passivo e receitas).

No item em questão, foi apropriada uma despesa, quando deveria o gasto ser lançada em conta de ativo de máquinas e equipamentos, por aumentar a sua vida útil. Assim, trata-se de um teste principal de uma conta de despesas para superavaliação e teste secundário de ativo para subavaliação. item certo.

@ (Anaiista/TST/2008) Na auditoria para apuração do valor real do patrimônio líquido, é comum o auditor contar com o concurso de avaliadores especializadas. Esse trabalho deve inclu ir também a avaliação dos intangíveis, como, por exemplo, o fundo de comércio.

Segundo Franco e Marra, uma das formas de realização de auditoria, de acordo com os fins a que se destina, é a auditoria para apurar o vaior real do patrimônio líquido da empresa, que se destina à determinação do valor do PL, para efeito de: a) retirada ou admissão de sóc o ou acionista; b) colocação de ações no mercado, com ágio; c) venda da empresa ou ce seu controle acionário; d) fusão ou incorporação à outra empresa; e) cisão da sociedade; f) liquidação da sociedade. Nesse tipo de trabalho, caberão ao auditor apenas a apuração e a atualização dos valores contábeis constantes dos balanços da empresa. A avaliação atualizada dos bens tangíveis e intangíveis (fundos de comércio, marcas, valor dai clientela, etc.) constantes do patrimônio deve ser feita por avaliadores especializados, mediante a emissão de laudos. Item certo.

@ (Analista/TST/2Q08) É recomendável que o inventário seja realizado posterior­mente à data de levantamento do balanço, para perm itir ao auditor realizar o maior numere possível de procedimentos antes da apuração do resultado e do encerramento do exercicio.

A auditoria de estoques compreende a realização do inventário físico, para contagem e inspeção de todo:; os estoques existentes. De acordo com a boa doutrina, é muito comum que o inventário seja realizado com antecipação à data do balanço. Isso é desejável, também, porque d auditor preferirá executar o maior número possivel de procedimentos antes do fechamento do balanço. Item errado.

0 (Analista/UAUD/SEBRAE/2008) O auditor, ao verificar se o encarregado de contas a pagar aprovou cada fatura para codificação de contas, realiza um teste substantivo.

O auditor, ao verificar se o encarregado de contas a pagar aprovou cada fatura para codificação de contas, realiza um teste de observância, visando testar o funcionamento e a eficácia dos procedimentos de controles internos. Procedimentos de autorização, aprova­ção, conferência, etc. são procedimentos de controle, e o teste que o auditor aplica para avaliar a existência ou eficácia desses controles é de observância, também denominado teste de aderência, de controie ou de procedimento. Item errado.

0] (Analista/UAUD/SEBRAE/2008) As técnicas de anáiíse de flutuação de índices f i­nanceiros e d*2 tendências, e outras análogas, constituem testes de observância.

As técnicas de análise de flutuação de índices financeiros e de tendências e outras aná­logas constituem iestes substantivos, pois visam analisar tendências ou anormalidades no

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AUDfTORIA - Questões comentadas - CESPE

processamento das transações e no saldo de contas ou classe de transações, correspon^ dendo ao procedimento básico denominado revisão analítica, item errado.

0 (Anaíista/UAUD/SEBRAE/2008) Antes de iniciar o trabalho, o auditor deve proceder ao corte, que consiste em verificar os controles sobre os estoques que vão ser inventariados, anotando as últimas entradas e as últimas saídas. Esse processo tem por finalidade assegurar que a movimentação de última hora dos estoques não afete a integridade do inventário.

Segundo a doutrina, antes de iniciar o trabalho de contagem dos itens físicos, o auditor deve proceder ao “corte", isto consiste em verificar os controles sobre os estoques que vão ser inventariados, anotando as últimas entradas e as últimas saídas. Eventualmente, são examinadas as notas fiscais correspondentes. O processo tem por finalidade asse­gurar-se de que a movimentação de última hora dos estoques não afeta a integridade do inventário. Item certo.

m (Analista/UAUD/SEBRAE/2008) A inspeção física garante que o bem examinado é de propriedade da empresa auditada.

Segundo Franco e Marra, quando os bens estão em poder da empresa, cabe ao auditor inspecioná-ios para assegurar-se da real existência, comprovar sua localização e utiliza­ção, bem como sua permanência na empresa, isso implica que o auditor deverá possuir razoáveis conhecimentos da natureza do bem examinado ou, em alguns casos especiais, socorrer-se de outros profissionais especializados ha matéria que suscitou dúvidas.A inspeção fisica, contudo, não garante que o bem examinado seja de propriedade da empresa auditada. O exame dos documentos da contabilidade, em confronto com a identificação do bem, na maioria dos casos, esclarece as dúvidas quanto à propriedade. Item errado.

ÜJ (Analista/UAUD/SEBRAE/2008) A investigação minuciosa consiste no exame em profundidade da matéria auditada, podendo ser feita por meio de documento, análise ou informação obtida.

Segundo Attie, a investigação minuciosa nada mais é do que o exame em profundidade da matéria auditada, que pode ser um documento, uma análise, uma informação obtida, entre outras. Quando essa técnica é colocada em prática, tem por objetivo certificar que o objetivo auditado, no momento, realmente è fidedigno, devendo o auditor, para tanto, ter os conhecimentos necessários para detectar a existência de quaisquer anomalias. Item certo.

09 (Analista/UAUD/SEBRAE/2008) A circularização compreende a verificação, em primeiro lugar, da legitimidade do documento e, consequentemente, da transa* ção. Ê na circularização que o auditor confirma se a transação foi autorizada, o que pode ser constatado por assinatura ou rubrica da pessoa encarregada, no próprio documento. —

Segundo Crepaldi, inspeção de documentos é a técnica de auditoria de que o auditor se utiliza para examinar a comprovação documental das transações. Basicamente, as transa­

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Cap. 10 - TESTES, TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

ções entre as empresas envolvem algum tipo de documento, que serve de explicação para os detalhes sobre o que foi feito e que conseqüências se esperam do falo. A inspeção compreende a verificação da legitimidade do documento em primeiro lugar, e, consequente­mente, da transação. E quando o auditor confirma se a transação foi autorizada, o que pode ser constatado por assinatura ou rubricas da pessoa encarregada, no próprio documento. Portanto, os objetivos do procedimento ou técnica descritos no item referem-se à inspeção documental, e não à circularização ou confirmação extema. Item errado.

(Analista/UAUD/SEBRAE/2008) A conferência de cálculos é o procedimento de auditoria voltado para a constatação da adequação de operações aritméticas e financeiras. Esse é o procedimento mais simples e completo por si mesmo e é a única forma de verificação das várias operações que envolvam cálculos.

O item transcreve literalmente um trecho do iivro de Wiltiam Attie sobre a definição da técnica de conferência de cáicuios. Segundo o autor, a conferência de cálculos é o proce­dimento de auditoria voltado para a constatação da adequação de operações aritméticas e financeiras. Esse é o procedimento mais simples e completo por si mesmo e é a única forma de verificação das várias operações que envolvam somas e cálculos, item certo.

Ü3 (Auditor/CGE-PB/2008) Os procedimentos adotados para colher evidências sobre os valores constantes das demonstrações contábeis, incluem, no caso de atua­lização e capitalização do saldo devedor de uma obrigação de longo prazo, a

Á) confirmação com terceiros.B) inspeção dos documentos concernentes á autorização da transação.C) aplicação de questionários.D) realização de entrevistas com os responsáveis pelo setor competente.E) conferência de cálculos.

Para que o auditor se certifique da exatidão e validade do saldo de uma conta, em par­ticular no caso de uma atualização e capitalização do saido devedor de uma obrigação de longo prazo, ele deve proceder à conferência desses cáicuios, na base de teste. As demais técnicas apontadas nos outros itens não permitem a obtenção de evidências sobre os valores em decorrência de uma capitalização ou variação monetária e/ou por juros de uma obrigação.

00 (Analista/Contabilidade/TJDFT/2008) Entre os eventos subsequentes à data do balanço que não originam ajustes, mas que devem ser divulgados porque podem influenciar as decisões dos usuários das informações contábeis, incluem-se as mudanças na legislação tributária com efeitos significativos em ativos e passivos fiscais.

Eventos subsequentes à data do balanço são aqueles, sejam eles favoráveis ou desfavo­ráveis, que ocorrem entre a data do balanço e a data na qual é autorizada a conclusão da elaboração das demonstrações contábeis.Dois tipos de eventos subsequentes podem ser identificados:

a) os que evidenciam condições que já existiam na data do balanço. Nesse caso, são considerados eve ntos subsequentes á data do balanço que originam ajustes, devendo a Administração alterar os registros contábeis e as demonstrações; e

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AUDITORIA - Queslões comentadas - CESPE

b) os que são indicadores de condições que surgiram subsequentemente à data do balanço. Nes­se caso, esses eventos subsequentes à data do balanço não originam ajustes, porém podem exigir uma divulgação adiciona! para os usuários das demonstrações, especialmente em nota explicativa.

A NBCT 19.12, aprovada pela Resolução CFC 1.088/2007, para exemplificar, relaciona aiguns tipos de eventos subsequentes à data do balanço que não originam ajustes, os quais normalmente resultam em divulgação. Como exemplo de eventos que não originam ajustes, apontam-se as mudanças na legislação tributária com efeitos significativos em passivos e ativos. Item certo.

0 3 (Analista/Contabilidade/TJDFT/2008) Na auditoria de estoques, o chamado corte (cut-off) consiste em escolher uma data em que os registros contábeis e os auxi- liares, bem como os documentos com eles relacionados, reflitam o levantamento do inventário. Trata-se de um procedimento especialmente indicado nos casos em que os registros estão atrasados e as mercadorias em trânsito não estão segregadas.

Em auditoria dos estoques, o "corte" (cut-off) consiste em determinar o momento em que os registros contábeis auxiliares, bem como os documentos com eles reíacionados, refletem o levantamento do inventário. Assim, o que estiver registrado até aquele momento deverá ser incluído no inventário; o que vier a ser registrado depois, será excluído.Escolhida a data, e estando os registros rigorosamente em dia, verifíca-se a última ano­tação constante dos registros, a qual indicará os materiais que, até ali, farão parte do inventário. Se os registros não estiverem em dia, haverá distorções entre a contagem e os controles. Lançamentos posteriores corresponderiam a materiais não registrados até o momento do "corte” e que, portanto, não deverão ser inventariados.Nos casos de saídas, ou faturamento, pode haver o caso de mercadorias já faturadas, mas ainda não entregues. Isso deve ser cuidadosamente investigado para que a merca­doria correspondente possa ser segregada, isto é, inventariada e posteriormente excluída, evitando-se duplicidade de apropriação: uma pelo estoque, outra pelo faturamento.O mesmo caso pode suceder com as entradas: mercadorias entregues (entregas parciais), cuja fatura ainda não foi registrada, e faturas registradas, cuja mercadoria ainda não chegou (mercadorias em viagem). Logo, se não houver investigação desses casos e segregação dos seus efeitos, eles influirão duplamente nas demonstrações contábeis.Pelo exposto, verifíca-se que os registros devem estar atualizados até a data do corte e as mercadorias em trânsito (não recebidas), segregadas. Item errado.

BB (Analista/Contabilidade/TJDFT/2008) Para testar passivos omitidos, recomenda-se verificar se os pagamentos efetuados no mês subsequente ao de encerramento do exercicio sob exame, relativos a obrigações nele contraídas, correspondem a valores efetivamente constantes no balanço.

O principal procedimento para revelar a omissão de passivos é a circularização. Todavia, para a descoberta de eventuais passivos omitidos, intencional ou fortuitamente, outros procedimentos podem ser realizados além da^circularização dos credores.Segundo a boa doutrina, os exames de auditoria encerram-se sempre após decorridos muitos dias, senão meses, da data do balanço, o auditor deverá percorrer os pagamentos lançados, após o balanço, já no exercício seguinte, para verificar se estes se referem a

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Cap. 10 - TESTES, TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

passivos registrados no balanço ou se, embora tenham por fulcro o exercicio anterior, não constavam contabilizados naquele exercício. Item certo.

0 3 (Analista/Contabilidade/TJDFT/2008) Na auditoria das contas do patrimônio líqui­do, recomenda-se a aplicação de testes ou amostragem, dados o seu caráter recorrente e a quantidade de operações.

Conforme propõem Franco e Marra, na auditoria das contas do patrimônio liquido è re­comendável que a verificação seja feita sobre todas as operações (censo), em lugar de por meio de testes. Normalmente, as operações são em número reduzido, além de muito importantes, o que justifica o seu exame integral. Hem errado.

EE (Anaítsta/CI/TJDFT/2G08) Definidos como procedimento de auditoria, os testes de observância visam à obtenção de evidências quanto à validade, suficiência e exa­tidão de dados contábeis referentes às transações realizadas pelo ente público.

Conforme dispõe a IN SFC 01/2001, procedimento de auditoria é o conjunto de verifica­ções e averiguações previstas num programa de auditoria, que permite obter evidências ou provas suficientes e adequadas para analisar as informações necessárias à formulação e fundamentação da opinião por parte do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal. Os procedimentos abrangem testes de observância e lestes substantivos. Os testes que visam à obtenção de evidências quanto á validade, suficiência e exatidão de dados contábeis, referentes às transações realizadas pelo ente público, são denominados testes substantivas. Hem errado.

Fffl (Analista/CI/TJOFT/2008) Se, na realização de uma auditoria, constatar-se a exis­tência de vários débitos pela prestação de serviços de terceiros, a equipe de auditoria deve optar pela aplicação da técnica de confirmação interna, pois as informações obtidas diretamente junto ao auditado oferecem mais segurança e fidedignidade.

Quando o auditor constata a existência de vários débitos junto a terceiros (contas a pagar), deve obter informação ou confirmação junto a fontes externas, que oferecem ao auditor maior grau de confiança do que a verificação efetuada na própria organização auditada. item errado.

0 0 (Anaíista/CI/TJDFT72008) Se, durante o exame de tomada de contas de um órgão da administração, o auditor cotejar os dados do SIAFI, relativos a um repasse à conta de convênio para aquisição de bens produzidos por uma estatal, com as vendas efetuadas por essa estatai ao órgão auditado, o auditor estará correla­cionando as informações obtidas de fontes distintas, independentes, no âmbito do próprio ente auditado.

A obtenção de informações de várias fontes e a correlação dessas informações são pro­cedimentos comumente utilizados pelos auditores internos, externos e governamentais, tanto em testes de observância como em testes substantivos.

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AUDITORIA - Qoesfões comentadas - CESPE

No caso em questão, o auditor está realizando uma auditoria em um órgão público que celebrou convênio para aquisição de bens junto a uma estatal. O auditor confrontou os registros do SIAF! {sistema contábil do órgão) com as aquisições efetivamente realizadas, provavelmente junto ao setor responsável pelas aquisições ou recebimento dos bens, o que constitui uma correlação entre fontes independentes no âmbito do próprio órgão auditado. Item certo.

0 3 (Anaíista/CI/TJDFT/2008) A inspeção fjslca de determinados tipos de equipamen­tos, sobretudo quanto às suas condições de utilização e funcionamento, pode depender de conhecimentos especializados, para os quais os auditores disponíveis não estão preparados. Nesses casos, os auditores designados devem determinar ao órgão sob exame que contrate profissionais especializados, que fornecerão, por meio do contratante, os laudos exigidos pelos auditores.

Quando da inspeção física de bens tangíveis, em casos mais importantes, em que haja fundadas dúvidas quanto ao estado ou natureza do bem, é iícíto ao auditor socorrer-se dos conhecimentos e do parecer de outros profissionais especializados na matéria que suscitou dúvidas. Todavia, cabe ao órgão de controle e de auditoria providenciar, junto a outros órgãos e entidades, especialistas que possam auxiliar nessa inspeção ou mesmo contratar serviços de terceiros. Não há previsão legal para que o auditor determine ao órgão auditado que contrate esses especialistas. Item errado.

E3 (Fjscal/Teresina/2008) A auditoria contábil utiliza técnicas e procedimentos que permitem atestar a veracidade e a adequação dos registros e demonstrações, mas não se restringe à escrituração da entidade objeto dos trabalhos da auditoria.

A auditoria contábil não se restringe à escrituração da entidade objeto dos trabalhas da auditoria. A auditoria pode ter por objeto, inclusive, fatos não registrados documentalmente, mas relatados pelos administradores envolvidos com o patrimônio, indo afém da regularidade dos registros, julgando a moralidade dos atos praticados. Também é objeto da auditoria o formato das demonstrações contábeis, o que transcende os registros. Item certo.

03 (Fjscal/Teresina/2008) Caso o auditor verifique, durante a realização de seu trabalho, que não existem controles que assegurem que as vendas sejam tem­pestivamente registradas, o que pode acarretar a inobservância do regime de competência, nesse caso, ele deverá obter, na data do balanço, o número da última nota fiscal emitida pelo setor competente e verificar se essa nota e as anteriores foram registradas peia contabilidade.

Trata-se de um procedimento adequado pelo auditor quando verifica, durante a realização de seu trabalho, que não existem controles que assegurem que as vendas sejam tempes­tivamente registradas, o que pode acarretar a inobservância do regime de competência. Nesse caso, o auditor deverá obter, na data do balanço, o número da ultima nota fiscai emilida pelo setor competente e verificar se essa nota e as anteriores foram registradas pela contabilidade, apropriando-se adequadamente das contas a receber. Item certo.

03 (Fiscal/Teresina/2008) O planejamento da auditoria interna deve considerar os fatores relevantes na execução dos trabalhos. Para assegurar a independência necessária ao bom andamento dos trabalhos, esse planejamento não deve, de

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Cap. 10 - TESTES, TÉCNiCAS E PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

forma alguma, levar em conta as orientações e as expectativas externadas pela administração.

O chefe da unidade de auditoria intema prepara o piano de auditoria com base nos ris­cos e na relevância. Esse plano, contudo, deve levar em consideração as orientações e as expectativas apresentadas peia administração, que é o principal cliente dos trabalhos da auditoria intema. A participação da alta administração na construção e na aprovação do plano contribui para uma maior independência e objetividade da auditoria interna, em relação às áreas auditadas. Item errado.

0 3 (ACEfTCU/2008) Ã verificação da compatibilidade entre os lançamentos efetua­dos em determinada conta e a documentação correspondente é tipo de teste denominado de observância, enquanto a verificação do cumprimento da rotina definida para a escrituração desses fatos constitui teste do tipo adjetivo.

A verificação da compatibilidade entre os lançamentos efetuados em determinada conta e a documentação correspondente é um tipo de teste denominado substantivo, pois visa à obtenção de evidência quanto ã suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelo sistema contábil da entidade.A verificação do cumprimento da rotina definida para a escrituração desses fatos constitui tesíe de observância, também denominado teste de aderência, teste de procedimentos ou teste de controles. Os testes de observância visam à obtenção de razoável segurança de que os procedimentos de controle estabelecidas pela administração estão em efetivo funcionamento e cumprimento. Cabe notar que não existe teste adjetivo. Item errada.

VSk (ACE/TCU/2008) As evidências que respaldam os resultados da auditoria interna devem ser, entre outros aspectos, fidedignas, sendo considerada adequada a informação que, sendo confiável, propicie, com o emprego apropriado das téc­nicas da auditoria interna, a melhor evidência possível.

Nos termos da NBC T 12, as informações que fundamentam os resultados da Auditoria Intema são denominadas “evidências", que devem ser suficientes, fidedignas, relevantes e úteis, de modo a fornecerem base sólida para as conclusões e recomendações á administração da entidade. A informação suficiente é aquela que è factual e convincente, de tal modo que uma pessoa prudente e informada possa entendê-la da mesma forma que o auditor intemo; a informação adequada é aquela que, sendo confiável, propicia a melhor evidência alcançável, por meio do uso apropriado das técnicas de Auditoria Intema; a informação relevante é a que dá suporte ás conclusões e às recomendações da Auditoria Interna; a informação útii é a que auxilia a entidade a atingir suas metas. Assim, a evidência tem que ser suficiente (aspecto quantitativo), fidedigna (adequada e confiável, pelo uso apropriado das técnicas), relevante (aspecto qualitativo) e útil (para agregar valor à entidade). A informação adequada é aquela que, sendo confiável, propicia a melhor evidência alcançável, por meio do uso apropriado das técnicas de Auditoria Intema. Item certo.

m (ACE/TCU/2008) Caso as liberações de recursos referentes aos contratos que determinado órgão auditado mantém com terceiros possam ser efetuadas sem que as etapas anteriores de execução das obras tenham sido realizadas, nessa

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AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

situação, considerando-se que os testes de controles devem fornecer evidência sobre a eficácia do desenho e operação dos correspondentes controles necessá­rios, poderia ser aplicada, como teste de controie, a verificação do recebimento e da regularidade dos respectivos relatórios, bem como das providências adotadas após análise de seu conteúdo.

Testes de controles visam à obtenção de evidência de que os controles internos mantidos pela entidade estão funcionando adequadamente. Testes de controles devem fornecer evidência sobre a eficácia do desenho (do modelo, das normas) e da operação (do fun­cionamento e do seu cumprimento efetivo pelos funcionários}.No caso, a verificação do recebimento e da regularidade dos respectivos relatórios de execução das etapas da obra, bem como das providências adotadas após análise de seu conteúdo, visam assegurar que sejam adotados procedimentos adequados para o controle da execução e que os pagamentos sejam devidamente autorizados mediante a verificação correta da execução dos serviços, constituindo, assim, testes de controle, item certo.

REI (ACE/TCU/2008) Na verificação de eventuais ônus sobre imóveis de propriedade da entidade auditada, consultam-se, entre outros documentos, certidões atualizadas do registro de imóveis, contratos de compra e venda ou de financiamento desses bens, assim como contratos de financiamento ou parcelamento de dividas.

Os objetivos básicos do exame do ativo imobilizado são assegurar-se de que o custo cor­rigido desses bens não representa superavaliação e de que as depreciações acumuladas não estão subavaliadas; constatar a existência, posse e propriedade dos bens, bem como a existência ou não de ônus, e sua natureza e extensão, sobre os bens.Na verificação de eventuais ònus sobre imóveis de propriedade da entidade auditada, deve-se examinar a possibilidade de ônus íigados a financiamentos, procedendo-se, neste caso, às confirmações bancárias para revelar o fato. Caso o financiamento seja do pró­prio vendedor e o pagamento esteja sendo feito parceladamente, o contrato de compra e venda revelará o caso. Pode ainda haver o caso de bens serem dados em garantia da execução de contrato, ou do parcelamento de dívida (principalmente de caráter fiscal ou previdenciàrío). Neste caso, deve-se verificar a existência de tais contratos. Normalmente, o exame do passivo é revelador de tais fatos. Item certo.

E0 (ACE/TCU/2008) O auditor, ao constatar a existência de ajustes de avaliaçãopatrimonial, deve verificar se estes correspondem a contrapartidas tanto deaumentos quanto de reduções ao valor de mercado, atribuído a elementos correspondentes ao ativo ou ao passivo e classificados no patrimônio (iquído, enquanto não incorporadas ao resultado do exercicio.

O auditor, ao constatar a existência de ajustes de avaliação patrimonial, deve verificar seestes correspondem a contrapartidas tanto de aumentos quanto de reduções ao valor de mercado, atribuído a elementos correspondentes ao ativo ou ao passivo e classificados no patrimônio liquido, enquanto não incorporadas ao resuitado do exercício. O item trata de procedimento relativo ao registro da contrapartida do aumento do valor dos bens que, antes da Lei 11.638/2007, a qual aíterou a da lei das sociedades por ações (6.404/1976), era registrada em Reserva de Reavaliação', que podia ser utilizada para aumento de capital e para outros fins. item certo. No caso de reavaliação, o auditor deve preocupar-se em examinar detidamente o respectivo laudo da avaliação subscrito pelos peritos nomeados pela assembleía geral.

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Cap. 10 - TESTES, TÉCNiCAS E PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

EH (ACE/TCU/2008) A circularização de ativos sempre se revela mais eficaz, pois o credor tem mais interesse em confirmar seu crédito ou, até mesmo, em apontar possíveis irregularidades.

A circuíarizaçào (confirmação direta extema) de passivos sempre se revela mais eficaz, pois o credor tem mais interesse em confirmar seu crédito ou, até mesmo, em apontar possíveis irregularidades. Hem errado, pois trocou passivos por ativos.

LEMBRETE: A confirmação externa (circularização) consiste em carta endereçada a ter­ceiros, preparada pelo auditor, mas assinada pela administração, cuja resposta è enviada diretamente aos ̂auditores. Os dois tipos de circularização usados pela auditoria são: positivo (quando há necessidade de resposta da pessoa de quem se quer obter uma confirmação formal) e negativo (quando a resposta somente for necessária em caso de discordância da pessoa de quem se quer obter a confirmação). A circularização positiva em preto registra os valores para os quais se quer a confirmação do respondende e a circuiarização positiva em branco não contém a indicação dos valores.

ES (ACE/TCU/2008) i Na verificação da correção do cálculo e da adequação do valor atri­buído a título de dividendos, o auditor deve levar em conta, além do conhecimento da legislação específica no que se fizer obrigatório, as disposições estatutárias da companhia e, ainda, consultar a ata da assembleia geral que tiver declarado 05 montantes a serem pagos e a forma de seu pagamento a cada tipo de ação.

Versa o item sobre a auditoria do patrimônio liquido, em particular quanto à correção do cálculo e da adequação do valor atribuído a título de dividendos.Segundo Franco e Marra, caso seja a primeira auditoria, o auditor deverá organizar sua PastaPermanente com todos os elementos necessários para demonstrar a evolução do Capital. Or­ganizará quadro demonstrativo de evolução e movimentação de todas as contas do Patrimônio Líquido, desde 0 início da empresa até a data do balanço que está sendo auditado.Devem-se verificar as atas das Assembleías Gerais de Acionistas, de Reuniões do Con­selho de Administração e da Diretoria, pois a movimentação das contas desse grupo é precedida de deliberação em ãssembieia. É recomendável que a verificação seja feita sobre todas as operações em vez de por meio de testes. Normalmente as operaçõessão em número reduzido, porém muito importantes.Como as operações relacionadas com Dividendos têm como contrapartida a conta do Patrimônio Liquido, o auditor deve examinar (1) a Lei, quanta ao dividendo obrigatório; (2) o Estatuto Socai; (3) a deliberação da Assembleia Geral que declarou o montante do dividendo e a ;orma de pagá-io; (4) a Resolução de Diretoria, complementando e confirmando o que foi referido. Item certo.

HJ (Analista/TJ-CE/2008) Há determinados tipos de eventos subsequentes à data do balanço que requerem ajustes em valores já reconhecidos nas demonstrações contábeis ou o registro de valores que não haviam sido reconhecidos. Esse é o caso de variações significativas nos valores de mercado dos investimentos não avaliados pela equivalência patrimonial.

Existem eventos subsequentes à data do balanço que, pela sua relevância, devem ser objeto de divulgação em Nota Explicativa às Demonstrações, para conhecimento dos usuários,

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AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

íais como a mudança na legisiaçao tributária com impacto relevante nas demonstrações, a compra de uma nova fábrica, a mudança de controle acionário, etc.Por outro lado, há determinados tipos de eventos subsequentes à data do balanço que podem ser imputados ao exercício encerrado. Nesse caso, devem ser objeto de ajustes nas demonstrações contábeis. Como exempio de eventos que requerem ajustes, tem-se o pagamento ou a divulgação de uma decisão definitiva relacionado a um processo judicial, confirmando que a entidade já tinha uma obrigação presente na data do balanço.Um exemplo de evento subsequente que não origina ajustes è o declinio do valor de mercado de investimentos ocorrido no período entre a data do balanço e a data de auto­rização de conclusão da elaboração das demonstrações contábeis. O declinio do valor de mercado não se relaciona normalmente à condição do investimento na data do balanço, mas reflete circunstâncias que surgiram no período seguinte. Portanto, uma entidade não ajusta os valores reconhecidos para o investimento em suas demonstrações contábeis, item errado.

£33 (Analista/TJ-CE/2008) A revisão analítica é um procedimento técnico básico apli­cado na realização dos testes de observância e substantivos, em que o auditor procura verificar a regularidade, a normalidade ou a atipicidade de situações, comparando quantidades, valores, indicadores ou outros parâmetros.

Essa é uma questão polêmica pelo fato de a doutrina geralmente considerar e classificar a revisão analítica como um teste substantivo, cujo propósito é coletar evidências sobre a suficiência, a exatidão e a validade de uma informação contábil. :Segundo Crepaldi, os procedimentos de revisão analítica correspondem a uma modalidade de testes substantivos de elementos econômico-financeiros por meio de análise e compara­ção do relacionamento entre eles. Portanto, a revisão analitica constitui uma forma essencial de teste substantivo. Assim, o item estaria errado ao afirmar que a revisão analítica é um procedimento técnico básico aplicado na realização dos testes de observância.Todavia, dois argumentos podem corroborar o raciocinio do CESPE em considerar a revisão analitica como teste de observância e substantivo, definindo o item como certo.O primeiro é que a revisão analítica é utilizada em auditoria com as seguintes finalidades:a) na fase de planejamento, para ajudar o auditor a definir a natureza, oportunidade e extensão de outros procedimentos; b) na fase de execução, como teste substantivo; e c) na conclusão da auditoria, erh uma revisão final da razoabiíidade global das demonstrações financeiras. Portanto, a revisão analítica, na fase de planejamento, pode estar vinculada a expectativas sobre o funcionamento dos controles, sendo também teste de controle.O segundo argumento e talvez mais consistente é que os procedimentos de revisão analitica e os testes detalhados de transação, apesar de testes substantivos, podem, em alguns casos, ser caracterizados como testes de duplo propósito, pois podem ser realizados para determinar que tanto (1) todos os controles internos aplicáveis da empresa foram seguidos no processamento das transações (testes de controles) como (2) os detalhes substantivos das transações foram lançados corretamente no diário e no razão. Assim, a revisão analitica pode visar a ambos os objetivos - teste de observância e teste subs­tantivo sendo denominado teste de dupla finalidade ou propósito.

03 (Analista/TJ-CE/2008) A circularização de passivos é considerada muito eficaz para detectar a omissão dc passivos. O auditor não deve restringir o pedido de confirmação aos credores em aberto, más incluir, também, outros com os quais a empresa tenha transacionado, pelo menos mais recentemente. A circularização

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Cap. 10 - TESTES, TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

deve abranger o maior percentual possível de credores combinado com o menor percentual possível dos valores correspondentes a esses credores.

O item foi extraído do livro de Franco e Marra. Segundo os autores, a circularização é o meio mais indicado para detectar a omissão de passivos. Todavia, o auditor não deve restringir o pedido de confirmação aos credores em aberto, mas incluir, também, outros com os quais a empresa tenha transacionado, peio menos mais recentemente. A amostra­gem, para o caso, deve ser mais ou menos extensa, segundo a eficiência dos controles internos ou outras circunstâncias supervenientes.A circularização, juntamente com outras procedimentos, permitirá dar ao auditor uma aceitável segurança quanto à eventual existência, ou não, de passivos não registrados. Segundo os autores, recomenda-se, usualmente, que a circularização abranja pelo menos 80% do valor da conta de fornecedores e 10%, ou mais, das firmas fornecedoras.Portanto, o cerío seria que a circularização abrangesse o menor percentual possível de credores, combinado com o maior percentual possível dos valores correspondentes a esses credores, que compõem o saldo total da conta "Fornecedores”. Item errado.

0 3 (Analista/TJ-CE/2008) Na hipótese da existência de baixas em valores a receber sem o recebimento correspondente, o programa de auditoria deverá prever a realização de procedimentos tais como o que permite a verificação das respec­tivas autorizações, bem como a existência de normas internas e de legislação que respaldem o reconhecimento dessas perdas, além da constatação das providências adotadas para a cobrança e execução tempestiva dos valores devidos.

O auditor deve ter especial atenção para as contas canceladas durante o ano por serem consideradas tncobráveis. Na hipótese da existência de baixas em valores a receber sem o recebimento correspondente, o auditor deve aplicar procedimentos para verifica­ção das respectivas autorizações de baixa, bem como a existência de normas internas e de legislação que respaldem o reconhecimento dessas perdas, além da constatação das providências adotadas para a cobrança e execução tempestiva dos valores devidos. Portanto, as explicações para baixa devem ser convincentes, além do devido respaldo legai e normativo, item cerío.

E0 (Analista/TJ-CE/2008) Considere a seguinte situação hipotética.Para efetuar testes em operações de venda realizadas à época do balanço, em 31 de dezembro, foi feito um corte {cut-aff) para fins de inventário. Constatou- -se, então, o registro de uma saída de R$ 50.000,00, conforme fatura de 30 de dezembro, cuja mercadoria só foi entregue à empresa compradora, nos termos contratuais, em 3 de janeiro.O estoque já tinha sido baixado, pelo respectivo custo, de R$ 40.000,00.Nessa situação, a empresa auditada acresceu, indevidamente, R$ 40.000,00 ao resultado do exercício encerrado.

Como o estoque havia sido baixado em função da venda, apropriou-se o Custo da Mer­cadoria Vendida (CMV) de RS 40.000,00, ocasionando uma diminuição de R$ 40.000,00 no resultado do exercicio encerrado. Item errado.

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AUDITORIA - Queslães comentadas - CESPE

03 (AnaÍista/TJ-CE/2008) Se, ao examinar a movimentação das entradas e saídas de mercadorias para venda em uma empresa, o auditor constatar que as despesas com transporte e seguro são segregadas em sua totalidade e, posteriormente, lançadas diretamente no resultado, e o estoque é registrado pelo valor líquido da aquisição, os testes conjugando contas de ativo e de despesa apurarão, consequentemente, superavaliação de ativo e subavaliação de despesa.

De acordo com a legislação, o valor pago pelos fretes e seguros nas compras será con­siderado como um cusío. Assim, esses valores serão ativados na conta de estoque com o valor das mercadorias, e só serão registrados como custo, quando da venda (baixa das vendas pelo CMV).Portanto, como as despesas com transporte e seguro foram segregadas em sua totalidade e lançadas diretamente no resultado, e o estoque foi registrado pelo valor líquido da aqui­sição, os testes conjugando contas de ativo e de despesa apurarão, consequentemente, subavaliação de ativo (estoque apresenta vaior menor do que deveria) e superavaliação de despesa (as despesas estão maiores do que deviam no momento da compra, pois os gastos com frete e seguro na compra das mercadorias foram apropriados imediatamente como despesa). Item errado, por ter invertido o resultado dos testes.

B3 (Analista/TJ-CE/2008) Em relação às aquisições de bens e serviços em geral, entre os procedimentos de auditoria a serem efetuados, deve-se verificar se os encargos incorridos com os financiamentos para tais aquisições estão sendo apropriados de acordo com os períodos de sua incorrència, ou seja, segundo o regime de competência.

Pelo regime de competência, as despesas só devem ser reconhecidas de acordo com o período de sua incorrència. Assim, como a aquisição de bens foi financiada, calculam-se os juros para o período total e o registro contábil é Juros a vencer (Débito) a Contas a pagar (Crédito). A cada periodo, apropriam-se dos juros correspondentes mediante o lançamento de Juros Passivos (Débito) a Juros a vencer (Crédito). Nesse caso, é correto afirmar que, entre os procedimentos de auditoria a serem efetuados, deve-se verificar se os encargos incorridos com os financiamentos para tais aquisições estão sendo apropriados de acordo com os períodos de sua incorrència, ou seja, segundo o regime de competência. Item certo.

ES (Contador/MC/2008) Os procedimentos adotados ao longo da auditoria contábil proporcionam a obtenção de evidências acerca da real situação das demonstrações contábeis das empresas. A extensão e profundidade dos procedimentos ficam a cargo do auditor responsável e, após o levantamento das evidências, o auditor apresenta sua opinião a respeito das demonstrações contábeis auditadas.

O item aborda de forma correta o trabalho do auditor contábil. Os procedimentos adotados ao longo da auditoria contábil proporcionam a obtenção de evidências acerca da real situação das demonstrações contábeis das empresas. O auditor contábil visa coletar evidências suficientes, adequadas e fidedignas que corroborem as afirmações contidas nas demonstrações contábeis. Em função dos riscos avaiiados e do nive! de relevância (materialidade) estabelecido, o auditor independente define o programa de auditoria que compreende a extensão, a oportunidade e a profundidade e a extensão dos procedimentos e, após o levantamento das evidências, o auditor apresenta sua opinião a respeito das, demonstrações contábeis auditadas.

EU (Contador/MC/2008) Os testes de observância visam à obtenção de razoável se­gurança de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela admi*

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Ca p. 10 - TESTES, TÉCNiCAS E PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

nistração estãc» em efetivo funcionamento e cumprimento. Desse modo, os testes de observância fundamentam-se em amostras retiradas de uma população com a finalidade de determinar até que ponto os procedimentos de controle interno obedecem ã boa prática contábil.

Os testes de obsfjrvãncia são planejados para determinação da eficácia da desenho e da operação de vários controles internos, ou seja, para avaliar se os procedimentos de controle intemo, estabelecidos pela administração, estão em efetivo funcionamento e cum­primento. Para aplicação dos testes de controles, aplicam-se procedimentos sobre uma amostra de transações com a finalidade de determinar até que ponto os procedimentos de controle intemo obedecem à boa prática contábil, tais como autorização, conferência, codificação, etc. Item certo.

ES (Contador/MC/2008) Há uma relação direta entre os testes substantivos e os testes de observância. Quanto m aior a confiança constatada nos controles internos, menores a extensão e a profundidade na aplicação dos testes substantivos.

O item afirma que. quanto maior a confiança constatada nos controles internos, menores a extensão e a profundidade na aplicação dos testes substantivos. De fato, quanto maior a confiança nos controles, menor pode ser o volume de testes substantivos aplicados peia auditoria, podendo o auditor aceitar um risco de detecção maior. Por outro lado, quanto menor a confiançs, maior será a extensão e a profundidade dos testes. Portanto, pelo critério definido no ííem, há uma relação inversa entre os testes substantivos e os testes de observância. Ite-m errado.

EU (ACE/TCE-TO/CONTABILIDADE/2Q09) O exame m ais profundo da empresa é neces­sário quando há questionamentos ou indícios que suscitem dúvidas de caráter relevante, ou em casos de flutuações significativas ou constatações incomuns. É o que constituí o objeto da chamada revisão analítica. Quando, entretanto, não estão presentes tais circunstâncias agravantes, outros procedimentos, mais genéricos, são suficientes, entre os quais não se inclui

A) a verificação da eficácia dos controles internos.B) o acompanhamento dos inventários.C) a confirmação dos débitos e créditos de terceiros.D) a auditoria integral, executada em determinado periodo ou em relação a certas

operações.E) a aplicação de testes, com base em amostragem estatística.

Quando não há circunstâncias agravantes que justifiquem um exame mais profundo ou até uma revisão integral de transações que compõem o saldo de uma conta, o auditor aplica os testes e procedimentos regufares e por amostragem. Portanto, a alternativa “D" é a incorreta, pois a auditoria integral só se justifica em situações especiais e criticas.

S3Ü3 (ACE/TCE-TO/CONTABlLIDADE/2009) Assinale a opção correta que versa acerca da visão geral do processo de auditoria.

A) O auditor tem competência para acessar, mas não para avaliar os controles internos e o sistema de informações de uma empresa. O auditor não tem competência

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AUDITORIA — Ouesfões comentadas — CESPE

técnica para sugerir melhorias para o aumento da confiabilidade dos sistemas de informações utilizados para a tomada de decisões, sua atuação restringe-se aos processos da empresa e não aos sistemas de informação das mesmas.

B) O auditor poderá incluir parágrafo em seu parecer de auditoria que contenha a avaiiação das estimativas contábeis e julgamentos realizados pela administração.

C) Os procedimentos de revisão analitica e os detalhes de transação são testes substantivos que não podem ser caracterizados como testes de duplo propósito.

D) Os testes de controle são insuficientes para fornecer evidências sobre a eficácia do desenho e operação das políticas e procedimentos da estrutura de controles internos.

E) O auditor trabalhará dentro de limites econômicos que estabelecem que evidência suficiente deve ser obtida em prazo razoável, a um custo razoável. Dessa maneira, o auditor aplica o conceito da relação custo x benefício da Informação obtida.

A questão trata de diversos aspectos da auditoria, tais como avaiiação de controles in­ternos, escopo da auditoria, procedimentos, testes, emissão de parecer e obtenção de evidências.O auditor deve aplicar procedimentos e testes na medida necessária para obter evidências suficientes, de acordo com o risco de auditoria e o hívei de relevância (materialidade) es­tabelecido. A auditoria deve ser eficiente, devendo o auditor observar o custo da obtenção de uma comprovação e o seu significado para o exame (custo x benefícios). Portanto, a alternativa correta é a “E".Quanto à alternativa “A, ao planejar uma auditoria, o auditor deve considerar o conheci­mento detalhado do sistema contábil e de controles internos da entidade e avaliar o grau de confiabilidade dos controles. Essa avaliação deve resultar na adequada definição da natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de comprovação (testes substantivos) a serem aplicados e em sugestões ou recomendações de melhorias para o aumento da confiabilidade dos sistemas de informações utilizados para a tomada de decisões.Quanto á alternativa "B", não cabe ao auditor incluir um parágrafo em seu parecer de auditoria que contenha a avaliação das estimativas contábeis e julgamentos realizados pela adminis­tração. As estimativas contábeis são de responsabilidade da administração da entidade e o auditor deve ter conhecimentos suficientes sobre os controles, os procedimentos e os métodos utilizados pela entidade no estabelecimento de estimativas que resultem em provisões. Caso o auditor discorde da estimativa contábil e a administração se recuse a revisar a estimativa, a diferença deve ser vista como uma distorção e deve ser considerada com as outras distorções, ao avaliar se o efeito sobre as Demonstrações Contábeis é relevante.No tocante à alternativa "C", os procedimentos de revisão analitica e os testes detalhados de transação são testes substantivos, mas, em alguns casos, podem ser caracterizados como testes de duplo propósito, pois podem ser realizados para determinar que tanto (1) todos os controles internos aplicáveis da empresa foram seguidos no processamento das transações (testes de controles) como (2) os detalhes substantivos das transações foram lançados corretamente no diário e no razão. Um teste que vise a ambos os objetivos é denominado teste de dupla finalidade ou propósito.Por fim, a alternativa “D" também está incorreta, pois os testes de observância (ou de controle) visam justamente fornecer evidências sobre a eficácia do desenho e operação das políticas e procedimentos da estrutura de controles internos.

0 3 (Auditor interno/AGE-MG/2009) Na aplicação dos testes substantivos, o auditor deve objetivar determinadas conclusões, entre as quais inclui-se a

A) abrangência, isto é, se o que está registrado de fato existe e se está correto.

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Cap. 10 - TESTES, TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

B) verificação da efetividade dos controles internos.C) efetiva ocorrência de uma transação.D) avaliação patrimonial atualizada, com base na sistemática de correção monetária

vigente.

E) existência dos direitos e obrigações que integram o patrimônio em algum momentodo periodo transcorrido.

Quando o auditor aplica testes substantivos, deve objetivar as seguintes conclusões:

a) existência - se o componente patrimonial existe em certa dais;

b) direitos e obrigações - se efetivamente existentes em certa data;

c) ocorrência - se a transação de fato ocorreu;

d) abrangência - se todas as transações estão registradas; e

e) mensuração, apresentação e divulgação - se os itens estão avaliados, divulgados, classificados e descritos de acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade.

Analisando os itens da questão, verifica-se que a alternativa mais correta e adequada aos termos da norma é a “C”, uma vez que uma das possíveis conclusões em testes substantivos é a efetiva ocorrência de uma transação.

A alternativa “A" está incorreta, haja vista que a abrangência corresponde a se todas as transações estão registradas. A alternativa °B" corresponde a uma possível conclu­são em testes de observância e não substantivos. A alternativa “D" está incorreta. De fato, a avaiiação ou mensuração dos itens patrimoniais constitui um objetivo dos testes substantivos, mas não a avaliação patrimonial atualizada com base em sistemática de correção monetária. Por fim, a alternativa “E” apresenta incorreção, pois sua redação não está totalmente aderente aos termos da norma, qua! seja: “Direitos e obrigações - se efetivamente existentes em certa data".

£20 {Auditor intemo/AGE-MG/2009} As técnicas que o auditor utiliza para colher evi­dências acerca de informações das demonstrações contábeis constituem proce­dimentos de auditoria, que incluem a inspeção de documentos. Assinale a opção correspondente a exemplo de documento intemo que suporta os lançamentos contábeis e que serve para verificar a veracidade e a adequação dos valores registrados.

A) prospecto para aquisição de equipamentoB) mapa de licitação de comprasC) pedido de compra de clienteD) recibo de taxistaE) catálogo de preços obtido peia Internet

Essa é uma questão que não exige razoáveis conhecimentos de auditoria, pois solicita dos candidatos assinalar a opção que corresponde a um documento produzido interna­mente pela empresa. Assim, conclui-se que o mapa de licitação é a única opção relativa a um documento elaborado pelos funcionários da própria empresa em um processo de compras. Os demais itens correspondem a documentas externos, produzidos por clientes ou fornecedores. A alternativa correta é a “B".

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AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

Ê52 (Auditor lnterno/AGE-lVJG/2009) A confirmação externa, ou circularização, con­siste na expedição de cartas a empresas ou pessoas com as quais o auditado mantém relações de negócios, solicitando confirmação a respeito da situação desses negócios em data determinada. Acerca da confirmação extema, assinale a opção correta.

A) Na correspondência encaminhada, os valores constantes dos livros do cliente devem ser obrigatoriamente discriminados.

B) As cartas são assinadas pelos auditores; as informações prestadas por terceiros devem ser previamente compartilhadas com o cliente e por ele reconhecidas.

C) As divergências entre os registros do cliente e os de terceiros só serio consideradas válidas mediante reconhecimento por parte do ciiente.

D) Se a resposta for considerada muito relevante, sua faita implicará a emissão de parecer com abstenção de opinião.

E) Decidida a aplicação da confirmação, as cartas serão enviadas apenas às empresas e pessoas selecionadas mediante amostragem, considerando, entre outros fatores, as limitações de tempo, os custos do procedimento e os riscos associados.

A questão trata do procedimento ou técnica de auditoria denominada confirmação externa ou circularização, que consiste em fazer com que o auditado expeça cartas dirigidas a empresas e a pessoas com as quais mantém relação de negócios, solicitando que con­firmem, em carta dirigida diretamente ao auditor, qual a situação desses negócios, em data determinada.A alternativa “E" está correta, pois, decidida a aplicação da confirmação, as cartas serão enviadas apenas às empresas e pessoas selecionadas mediante amostragem, considerando, entre outros fatores, as limitações de tempo, os custos do procedimento e os riscos associados. Hilário Franco e Emesto Marra ensinam que, pelo principio da relevância, solicita-se a circularização para devedores e credores acima de determinada quantia, sendo necessário incluir porcentagem de saídos e valores menores, a título de teste. Deve-se contemplar 10% ou mais das firmas fornecedoras e pelo menos 80% do vaior da conta fornecedor.A alternativa "A” está incorreta, pois podem ser discriminados os valores (circuíarização positiva em preto) ou não registrados os valores a serem confirmados pelo respondente (circularização positiva em branco). A alternativa “B* está incorreta. As cartas são prepa­radas e expedidas pelo auditor, mas assinadas pela administração. As informações pres­tadas por terceiros são enviadas diretamente aos auditores, não devendo ser conferidas pela administração. A alternativa “C" está incorreta, pois as divergências são verificadas pelos auditores. Por fim, a alternativa “D" está incorreta, pois a ausência da resposta pode significar uma limitação relevante para a auditoria, ensejando, dependendo das circunstâncias e do impacto sobre os objetivos do trabalho, parecer com ressalva ou negativa de opinião.

EF1 (Auditor interno/AGE-MG/2009) Com relação aos controles específicos sobre o passivo, há vários tipos de preocupações para as quais deve estar voltada a atenção do auditor. Não caracteriza uma dessas preocupaçõesA) impedir pagamentos em duplicidade ou para beneficios fictícios.B) permitir a contabilização de obrigações não autorizadas.C) a existência de autorização hábil para os respectivos pagamentos.D) a manutenção de obrigações já quitadas.E) a omissão de dividas assumidas e vencidas.

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Cap. 10 - TESTES, TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE AUDiTORIA

A contabilização de obrigações não autorizadas constitui uma falha dos controles internos relativos ao passivo ou contas a pagar. Todavia, a preocupação maior do controle é circunscrita a impedir a contabilização de passivos não autorizados. Assim, por óbvio, não corresponde a permitir a contabilização de obrigações não autorizadas. A alternativa “B” é a que satisfaz o enunciado da questão. As demais alternativas correspondem, de fato, a preocupações do controle da área, quais sejam: 1) existência de autorização hábií para a contabilização de passivos; 2) existência de autorização prévia e hábil para o pagamento; 3): omissão de passivos; e 4) manutenção de obrigações já quitadas - passivos fictícios

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11EXECUÇÃO DA AUDITORIA

C a r a c t e r iz a ç ã o d e a c h a d o s e e v id ê n c ia s de a u d it o r ia . P a p é is d e t r a b a l h o d e a u d it o r ia

(c o n c e it o , t é c n ic a s de e l a b o r a ç ã o ,ARQUIVAMENTO, REVISÃO E GUARDA).

(ACE/TCE*TO/CONTABILIDADE/2G09) Os papéis de trabalho podem ser de natureza corrente ou permanente. São exemplos de papéis de trabalho correntesA) ás legislações especificas aplicáveis á empresa auditada.B) os manuais de procedimentos internos.C) o questionário de controle intemo.D) os cartões de assinaturas e rubricas dos responsáveis peia aprovação das

transações.E) as cópias de contratos de financiamento para capitai de giro.

Os papéis de trabalho podem ser de natureza corrente ou permanente. Os correntes são utilizados em apenas um exercício social, já os permanentes são usados em mais de um exercício social ou em mais de uma auditoria.São exemplos de papéis de trabalho correntes: caixa e bancos; contas a receber; es­toques; imposto de renda; revisão analitica; demonstrações financeiras; questionário de controle intemo.São exemplos de papéis de trabalho permanentes: estatuto social ou contrato social; cópias de contratos bancários de financiamentos a longo prazo; cópias de contratos de assistência técnica; cartões de assinaturas e rubricas das pessoas responsáveis pela aprovação das transações; manuais de procedimentos internos; cópias de atas de reuniões com decisões que afetem mais de um exercicio; legislações específicas aplicáveis à empresa.Assim sendo, apenas a alternativa "C” representa um exemplo de papel de trabalho corrente. O questionário utilizado pelo auditor para conhecer e avaliar controles internos só será útil e adotado como papel de trabalho para aquela auditoria, pois em outros exercícios a situação dos controles já será outra, necessitando ser reavaliada pelo auditor.

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AUDITORIA - Quesfões comentadas - CESPE

0 (Analista/STF/2008) Mesmo no caso de auditorias realizadas em vários períodos consecutivos, os papéis de trabalho de uma não podem ser reutilizados nas outras.

A então vigente NBC-T-11.3 sobre papéis de trabalho e documentação da auditoria, apro­vada pela Resolução CFC 1.024/2005, define que, no caso de auditorias realizadas em vários períodos consecutivos, alguns papéis de trabalho, desde que sejam atualizados, podem ser reutilizados, diferentemente daqueles que contêm informações sobre a auditoria de um único período. Item errado.

OBSERVAÇAO: Em função da convergência das normas brasileiras ao padrão inter­nacional, a Resolução CFC 1.024/2005 foi revogada peia Resolução CFC 1.203/2009. A partir de 1 .“ .01.2010 está em vigor a NBC TA 230 ~ Documentação de Auditoria, aprovada pela Resolução 1.206/2009, Com o advento da nova norma, não houve al­terações substanciais nos conceitos e procedimentos relativos aos papéis de trabalho, preferindo a nova norma denominar de documentação da auditoria. De acordo com a norma, documentação de auditoria é o registro dos procedimentos de auditoria execu­tados, da evidência de auditoria relevante obtida e conciusões alcançadas pelo auditor (usualmente também é utilizada a expressão "papéis de trabalho").

B (Analista/TST/2008) Adotar procedimentos para proteger o acesso e não permitir a manipulação dos papéis de trabalho evita possíveis modificações em seu conteúdo, resguarda as técnicas específicas desenvolvidas pela empresa de auditoria e impede a divulgação de assuntos confidenciais da empresa auditada.

Os papéis de trabalho (PTs) são de propriedade dos auditores externos e representam o registro do trabalho executado e a base para emissão do parecen portanto, eles devem ser adequadamente controlados, no sentido de evitar que terceiros não autorizados tenham acesso a eles. Esse fato exige que os papéis de trabalho, durante sua permanência no escritório do cliente, sejam guardados em malas com fechaduras, por ocasião do almoço e á noite. Na empresa de auditoria, os PTs devem ser arquivados em local fechado, com controle de entrada e saída e protegidos contra incêndio. Esses procedimentos de con­trole são para evitar modificações em seu conteúdo, resguardar as técnicas especificas desenvolvidas pela empresa de auditoria e impedir a divulgação de assuntos confidenciais da empresa auditada. Item certo.

0 (Auditor/CGE-PB/2008) Sabe-se que os papéis de trabalho integram um processo organizado de registro de evidências da auditoria, com relação à confiabilidade, custódia e propriedade destes, Com relação aos papéis de trabalho, é correto afirmar que

A) são de responsabilidade do auditor, mas de propriedade do auditado.B) devem ser disponibilizados para o auditor que assumir o trabalho quando houver

rescisão de contrato.C) o auditor deve manter sua custódia até 5 anos após a emissão do parecer.D) só podem ser fornecidos quando solicitados diretamente à entidade auditada.E) o Conselho Regional de Contabilidade pode exigir, para fins de cadastramento,

cópia de papéis de trabalho.

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Cap. 11 - EXECUÇÃO DA AUDITORIA

Os papéis de trabalho são de responsabilidade e propriedade do auditor extemo. A as­sertiva A está incorreta.O auditor não é obrigado a disponibilizar os papéis de trabalho a outro que assumir quando houver rescisão. Essa documentação pode ser disponibilizada a outro auditor, desde que a administração da entidade auditada autorize formalmente. A assertiva B está incorreta.O auditor deve adotar procedimentos apropriados para manter a custódia dos papéis de trabaiho peio prazo de cinco anos, a partir da data de emissão do seu parecer. A assertiva C é a que satisfaz o enunciado da questão.Os papéis de trabalho quando solicitados por terceiros, ao auditor, somente podem ser disponibilizados após autorização formal da entidade auditada. Assim, a assertiva D está incorreta.A exigência de cópia de papéis de trabalho não constitui condição para fins de cadastra­mento do auditor independente junto ao Conselho Regional de Contabilidade. A assertiva E está também incorreta.

0 {Analista/Contabilidade/TJDFT/2008) São exemplos de papéis de trabalho correntes os manuais de procedimentos internos e as legislações específicas aplicáveis à empresa auditada.

Os papéss de trabalho constituem a documentação preparada peio auditor ou fornecida a este na execução da auditoria. Eles integram um processo organizado de registro de evidências da auditoria, por intermédio de informações em papel, filmes, meios eletrônicos ou outros que assegurem o objetivo a que se destinam. De uma forma geral, a doutrina prevê que os papéis de trabaiho sejam organizados em pastas permanentes (podem ser utilizados em vária;: auditorias) ou correntes (são os que contêm evidências da auditoria e úteis apenas para a auditoria que está sendo realizada). Assim, manuais, organogra­mas, legislações, contratos, etc. são papéis permanentes, pois podem ser utilizados em auditorias de vários períodos ou exercícios. Item errado.

0 (Analista/CI/TJDFT/2008) Um aspecto que demonstra importância fundamental dos papéis de trabalho no setor público é que eles devem evidenciar que a atividade de controle foi executada de acordo com as normas aplicáveis.

Em consonância com o disposto na ÍN SFC 01/2001, os papéis de trabalho são docu­mentos que fundamentam as informações obtidas nos trabalhos de auditoria e fiscaliza­ção do Sistema de Controle Intemo, podendo ser elaborados pelo auditor ou obtidos de qualquer outra fonte.Os papéis de trabaiho são a base fisica da documentação das atividades de auditoria e fiscalização. Neles são registrados dados da unidade/entidade auditada ou do programa fiscalizado, fatos e informações obtidas, as etapas preliminares e o trabalho efetuado pela equipe responsável, bem como suas conclusões sobre os exames realizados. Com base nos registros dos papéis de trabalho a equipe responsável irá elaborar, desde o planejamento até o relato de suas opiniões, criticas e sugestões.Nos papéis de trabalho, o servidor do Sistema de Controle Intemo do Poder Executivo Federal deve documentar todos os elementos significativos dos exames realizados e evi­denciar ter sido a étividade de controle executada de acordo com as normas aplicáveis, item certo.

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AUÜiTORlA - Ouesíões comentadas ~ CESPE

0 (AnaKsta/Cl/TJDFT/2008) Entre as falhas mais comuns referentes aos papéis de trabaiho menciona-se deixar de descrever a fórmula adotada para encontrar o valor a partir do qual as operações são consideradas relevantes.

Franco e Marra, em seu íivro Auditoria contábil, expõem breve elenco de falhas mais comuns nos papéis de trabaiho que, se evitadas, concorrerão para a perfeição do tra­balho, entre as quais a ausência de registro quanto ao critério utilizado para definir a relevância ou materialidade de operações, como, por exemplo, o valor a partir do qual serão realizadas as circularizações de passivos ou ativos, o que constitui uma falha nos papéis de trabalho, item certo.As falhas mais comuns observadas na elaboração dos papéis de trabalho são:

a) a falta de evidência de criteriosa avaliação dos controles internos;

b) deixar de anotar quando se esclarecem os problemas surgidos no decorrer da auditoria;

c) deixar de conciliar e esclarecer as diferenças surgidas com as respostas aos pedidos de con­firmação direta;

d) deixar de verificar, e evidenciar, o atendimento a ajustes propostos no exercicio anterior;

e) não ter providenciado a obtenção de cartas do cliente certificando a inexistência de passivos não contabilizados, de compromissos futuros e, ainda, quanto aos inventários dos estoques;

0 deixar de assinalar os procedimentos de auditoria executados;g) não segregar convenientemente, no saldo de caixa, a parte que representa evidências efetivas

daquela que representa despesas ou adiantamentos para despesas;

h) não obter suporte suficiente para as conclusões da auditoria;i} deixar de assinalar os procedimentos efetuados para a evidência dos eventos subsequentes;

j) deixar de analisar corretamente a política de depredações e amortizações;

k) deixar de mencionar o alcance da revisão efetuada sobre as contas não analisadas;

I) deixar de descrever a fórmula adotada para encontrar o valor a partir do qual as operações são consideradas relevantes;

m) deixar de assinatar o significado dos simboios e sinais usados.

0 (FiscairTeresina/2008) A não observância de regras básicas no preenchimento dos papéis de trabalho pode acarretar falhas que comprometem a auditoria realizada, como a não verificação das correções recomendadas no exame anterior e o não esclarecimento do critério adotado para se selecionar o piso dos valores considerados relevantes,

Como já apontado anteriormente, entre as falhas mais comuns nos papéis de trabalho que, se evitadas, concorrerão para a perfeição do trabalho, inciuem-se a não verificação das correções recomendadas no exame anterior e o não esclarecimento do critério adotado para selecionar o piso dos valores considerados relevantes. Hem cerío.

0 (ACE/TCU/2008) O achado de auditoria deve estar fundamentado em evidênciasjuntadas ao relatório, sendo estas elementos indiciários e compíementares que permitem a terceiros chegarem a conclusões independentes daquelas a que chegar a equipe de auditoria.

Os achados de auditoria decorrem da comparação entre uma situação encontrada e o critério e devem ser relevantes e estar fundamentados em evidências que são juntadas ao relatório de auditoria de conformidade do TCU.

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Cap. 11 - EXECUÇÃO DA AUDITORIA

Um indício não é considerado um achado, pois ainda não há confirmação do problema, merecendo, por parte do auditor, melhor investigação e soiicitação de justificativas aos auditados. Uma vez confirmado ou colhidas as evidências necessárias, o indício transforma- se em achado, podendo ser registrado na matriz de achados e levado para relatório. O item incorre em erro quando afirma que as evidências são elementos indiciários e compíementares.O outro erro consiste na afirmação de que os achados permitem a terceiros chegarem a conclusões independentes daquelas a que chegar a equipe de auditoria. O achado deve estar suportado por evidências que permitam a terceiros chegarem ás mesmas conclusões da equipe de auditoria, item errado.

OS (MS/PS/2QG8) Ainda que a equipe de auditoria considere um fato irrelevante, deve relatá-lo entre os achados de auditoria, desde que haja evidências suficientes para fundamentá-lo, porque, em momento posterior, o fato pode se tornar significativo.

O achado de auditoria deve atender, necessariamente, aos seguintes requisitos básicos: (a) ser reievante para que mereça ser relatado; (b) estar fundamentado em evidências juntadas ao relatório; (c) ser apresentado de forma objetiva; (d) respaldar as propostas de encaminhamento dele resultantes; e (e) apresentar consistência, de modo a mostrar-se convincente a quem não participou da auditoria.Então, a equipe de auditoria não deve incluir achados ou fatos irrelevantes em relatório. Item errado.

ESI (AnalistafTJ-CE/2008) Os papéis de trabalho padronizados apresentam algumas propriedades que se revelam úteis e adequadas para utilização no setor púbiico, entre as quais se podem destacar: maior controle do cumprimento da legislação, facilidade para delegação equitativa de tarefas e melhoria do controle da qualidade dos trabalhos.

Os papéis de trabaiho padronizados podem melhorar a eficácia dos trabalhos, e sua utilização facilita a delegação de tarefas, proporcionando meio adicional de controle de qualidade. Entre os papéis de trabaiho padronizados encontram-se, além de outros: listas de verificação de procedimentos, cartas de confirmação de saldos, termos de inspeções físicas de caixa, de estoques e de outros ativos. Item certo.

EB (Contador/MC/2008) Segundo as normas brasileiras de contabilidade, as informações que fundamentam os resultados da auditoria intema são denominadas evidências. Mesmo com o risco operacional apresentado no programa de auditoria, as recomendações e conclusões do auditor fundamentam-se parcialmente na fidedignidade e relevância das evidências.

Nos termos da NBCT 12, as informações que fundamentam os resultados da Auditoria Intema são denominadas “evidências", que devem ser suficientes, fidedignas, relevantes e úteis, de modo a fornecerem base sólida para as conclusões e recomendações ã admi­nistração da entidade. Em função dos riscos, o auditor define a natureza, a oportunidade

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AUDITORIA — Questões comentadas - CESPE

e a extensão dos procedimentos para coletar evidências suficientes de acordo com o risco e o nível de relevância estabelecido. As conclusões e recomendações do auditor fundamentam-se integralmente nas evidências que são coletadas durante a auditoria, em termos de suficiência, fidedignidade, adequação e utilidade. Item errado.

Eü (lnspetor/TCE-RN/2009} A aplicação dos programas de auditoria permite identificar deficiências, que constituem os achados de auditoria. Nesse sentido, os servidores presumivelmente relacionados a esses achados não devem ser comunicados, para não influenciar o relatório que o auditor encaminhará aos responsáveis pela entidade.

Os achados de auditoria devem ser comunicados preliminarmente aos responsáveis e colhidas as justificativas e esclarecimentos necessários. No caso do TCU, isso não elimi­na ou prejudica a realização de audiência ou citação quando da instrução do processo. Item errado.

U3 (lnspetor/TCE-RN/2009) A conveniência de flexibilidade no uso dos papéis de trabaiho não é razão suficiente para impedir a administração que recomende a adoção de modelos gerais padronizados. Tais modelos possibilitam verificar o cumprimento dos programas estabelecidos e a pertinência e adequação das conclusões apresentadas.

Não há obrigação de os papéis de trabaiho serem padronizados, porém a adoção de modelos gerais padronizados, tanto de planejamento quanto de execução dos exames, pode facilitar o trabaiho e trazer mais eficiência e eficácia à auditoria. Item certo.

HB (Auditor/SECONT/ES/2009) Se a técnica de comparação entre uma condição e um critério resultar em divergência, tem-se um achado de auditoria.

O achado de auditoria surge da comparação entre uma condição (situação encontrada) e o critério (o que deveria ser encontrado). O achado pode ser negativo (não conformidade) ou positivo (conformidade). Todavia, o fato de o item destacar apenas o achado negativo não o Iorna errado. Além da condição e do critério, os outros atributos (elementos) iden­tificados em um achado de auditoria são a causa e o efeito.

0 0 (Auditor/SECONT/ES/2009) Os registros administrativos existentes na entidade auditada são considerados fontes primárias de informação para o auditor ou entidade de auditoria.

Fontes primárias de informação são aquelas nas quais o auditor tem controie sobre a forma de coleta dos dados, como, por exemplo, entrevistas realizadas diretamente com os beneficiários de um programa ou registros e anotações originários de uma visita da equipe às instalações de um projeto.As fontes secundárias são aquelas coletadas e sistematizadas por outros, como regis­tros administrativos, em papel ou em meio magnético; estudos e pesquisas existentes;

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Cap. 11 - EXECUÇÃO DA AUDITORIA

legislação, normas ou procedimentos; documentos oficiais, como memorandos, ofícios, etc. Üem errado.

I S (Auditor/SHCONT/ES/2009) O programa de auditoria constitui o resultado do planejamento feito antes que a execução da auditoria propriamente dita tenha início. Assim sendo, esse documento não será considerado um papel de trabalho do auditor.

O programa de auditoria e toda a documentação elaborada e obtida pelo auditor em cada fase do trabaiho ide auditoria, incluindo o planejamento, constituem papéis de trabalho da auditoria. Item errado.

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12ERROS E FRAUDES

EM AUDITORIA

N o r m a s d e a u d it o r ia so b r e erro s e f r a u d e s . P r e v e n ç ã o e d e t e c ç ã o d e f r a u d e s .

Q (Analista/UAUD/SEBRAE/2008) A responsabilidade primeira na prevenção e identificação de fraudes e(ou) erros é da auditoria interna da entidade, mediante sistema de controie intemo.

. A responsabilidade primária na prevenção e identificação de fraudes e erros é da adminis- tração da entidade, mediante a manutenção de adequado sistema de controle intemo, que, entretanto, não elimina o risco de sua ocorrência. O auditor não é responsável nem pode ser responsabilizado pela prevenção de fraudes ou erros. Entretanto, deve planejar seu trabaiho avaliando o risco de sua ocorrência, de forma a ter grande probabilidade de detectar aqueies que impliquem efeitos reievantes nas demonstrações contábeis. Item errado.

E (Anaüsta/UAUD/SEBRAE/2008) Por apresentar fatores que representam aumento de risco de fraude e(ou) erro, fatores específicos no ambiente de sistemas de informação computadorizados merecem especial atenção do auditor na avaiiação critica do sistema de controie interno.

Em conformidade com as normas de auditoria independente das demonstrações contábeis, vigentes à época do concurso, sobre fraudes e erros, o auditor deverá avaliar criticamente o sistema contábii, inciuindo o controie intemo, tanto em termos de concepção quanto de funcionamento efetivo, concedendo especial atenção às condições ou eventos que representem aumento de risco de fraude ou erro, que inciuem: a) estrutura ou atuação inadequada da administração da entidade auditada ou de aígum dos seus membros; b) pressões internas e externas; c) transações que pareçam anormais; d) problemas internos no cumprimento dos trabalhos de auditoria; e) fatores especiíicos no ambiente de sistemas de informação computadorizados. Item certo.

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AUDITORIA — Quesíões comentadas - CESPE

S (Anaiista/UAUD/SEBRAE/2008) Considera-se fraude a utilizaçao, peia entidade, de práticas contábeis indevidas.

O termo fraude refere-se a ato intencional de omissão ou manipulação de transações, adulteração de documentos, registros e demonstrações contábeis. A fraude pode ser ca­racterizada por: a) manipulação, falsificação ou alteração de registros ou documentos, de modo a modificar os registros de ativos, passivos e resultados; b) apropriação indébita de ativos; c) supressão ou omissão de transações nos registros contábeis; d) registro de transações sem comprovação; e) aplicação de práticas contábeis indevidas. Portanto, a aplicação de uma prática contábil indevida ou geralmente não aceita constitui hipótese de fraude, item certo.

H (Auditor/CGE-PB/2008) Com relação ao campo de atuação da auditoria intema e à ocorrência de erros e de fraudes, é correto afirmar queA) quando a falha puder ser reparada no âmbito do próprio órgão auditado e com

os seus responsáveis, não será necessário comunicar às autoridades superiores a respeito do fato.

B) sempre que houver repercussões que afetem as finanças públicas, o auditor deve comunicar o fato previamente às autoridades externas.

C) a interpretação equivocada da legislação pelo responsável, de que resultar prejuízo mensurável à entidade, acarreta as mesmas conseqüências da fraude.

D) a adulteração de demonstrações contábeis, tanto em termos físicos quanto monetários, constitui uma das hipóteses de fraude.

E) diante de indicios de irregularidades, a auditoria intema deve informar à administração da entidade verbalmente, de maneira reservada; se elas forem confirmadas, a informação deverá ser feita por escrito e não precisará ser reservada.

As normas relativas á Auditoria Intema definem que o termo “fraude" aplica-se a atos voluntários de omissão e manipulação de transações e operações, adulteração de docu­mentos, registros, relatórios e demonstrações contábeis, tanto em termos físicos quanto monetários.O termo “erro” aplica-se a atos involuntários de omissão, desatenção, desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e demonstrações contábeis, bem como de transações e operações da Entidade, tanto em termos físicos quanto monetários.O auditor interno deve assessorar a administração no trabalho de prevenção de erros e fraudes, obrigando-se a informá-la, de maneira reservada, sobre quaisquer indícios ou confirmações de erros ou fraudes detectados no decorrer de seu trabalho.No tocante à assertiva A, mesmo que a faiha possa ser reparada, o auditor intemo tem a obrigação de comunicar os fatos, por escrito, à administração da entidade auditada.Quanto à assertiva B, o auditor intemo só pode comunicar informações a terceiros com autorização da administração.Relativamente à assertiva C, a interpretação equivocada da legislação pelo responsável constitui hipótese de erro. Apesar de tanto o erro quanto a fraude resuitarem em prejuízo mensurável à entidade, as repercussões são mais graves no caso de fraude.No que concerne à assertiva D, a adulteração de demonstrações contábeis, tanto em termos físicos quanto monetários, constitui uma das hipóteses de fraude. Portanto, está correta e satisfaz o enunciado da questão. —Por fim, em relação á assertiva E, a auditoria interna, diante de indícios de irregularidades ou de confirmações e evidências, deve informar à administração da entidade, sempre por escrito e de maneira reservada.

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Cap. 12 - ERROS E FRAUDES EM AUDiTORiA

@ (Fiscal/Teresina/2008) O auditor deve estar especialmente atento a condições ou eventos que representem aumento de risco de fraude ou erro, tais como os constatados na estrutura ou na atuação inadequada da administração da entidade, como, por exemplo, a baixa rotatividade de pessoai-chave das áreas financeira, contábil e de auditoria interna e a permanência por períodos prolongados de auditores e advogados.

Vimos que o auditor deverá avaliar criticamente o sistema contábil, incluindo o controle intemo, tanto em termos de concepção quanto de funcionamento efetivo, concedendo especial atenção às condições ou eventos que representem aumento de risco de fraude ou erro. A alta rotatividade de pessoai-chave e de auditores e advogados é indicador de possível aumento de fraude ou erro, e não a baixa rotatividade ou a permanência por período prolongado, como apontado na questão, que caracterizariam condições positivas. Item errado.

LEMBRETE: São exemplos de condições ou eventos relativos à estrutura ou atuação inadequada da administração:a) a alta administração é controlada por pessoa ou pequeno grupo, não existindo es­

trutura de supervisão eficaz;b) existe ume estrutura empresarial complexa aparentemente não justificada;c) existe ume alta rotação do pessoai-chave das áreas financeira, contábil e de audi­

toria interna;d) a área de contabilidade apresenta insuficiência, significativa e prolongada, de pessoal

e de condições de trabalho inadequadas;e) há mudanças freqüentes de auditores e/ou advogados; ef) a reputação da administração é duvidosa.

|*j (ACE/TCU/2008) Se, ao divergir da interpretação de um dispositivo legal que estavabaseada em orientação emanada do órgão central do sistema de auditoria, o responsável por determinada entidade estatal tomar possível a apuração de um lucro maior 2, consequentemente, a obtenção de aumento nas participações no resultado dessa entidade, nessa situação, caracterizar-se-á a fraude, visto que, de acordo com as normas do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), o ato é tido como i intencional e provoca manipulação dos resultados.

A diferença fundamental entre fraude e erro reside na intenção. Segundo o CFC, fraude é ato intencional de omissão ou manipulação de transações, adulteração de documentas, registros e demonstrações contábeis; erro é ato não intencional resultante de omissão, desatenção ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e demonstrações contábeis.Versa o item sobre a atitude de um gestor de uma entidade pública que, ao divergir da interpretação de um dispositivo legal que estava baseada em orientação emanada do órgão centrai do sistema de auditoria, tomou possível a apuração de um lucro maior e, conse­quentemente, a obtenção de aumento nas participações no resultado dessa entidade.

Assim, com bass exclusivamente nas normas do CFC, de fato, tal conduta configura uma fraude, pois o gestor teve a intenção de não cumprir a orientação do órgão de auditoria e, como isso, provocou um resultado diferente daquele que a entidade teria se adotasse a orientação do órgão de controle. Item certo.

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AUDiTORIA - Questões comentadas - CESPE

0 (ACETTCU/2008) Na auditoria especifica para apuração de erros e fraudes, contratada por empresas que não mantém auditores internos e sabem que há alcance, desvio ou mesmo falta de prestação de contas, mas desconhecem a causa da irregularidade, bem como suas dimensões e o(s) responsávei(eis) por esta, o trabaiho compreende menor extensão e maior profundidade em relação à conta ou ao elemento patrimonial sob investigação.

O item versa sobre uma das formas de auditoria apontada no livro de Franco e Marra, Auditoria contábil. Segundo os autores, a auditoria para apurar erros e fraudes é a au­ditoria contratada por empresas que não mantêm auditores e que os procuram somente nos momentos em que o erro ou a fraude se manifesta. Nessa hipótese, a administração sabe que há um desfalque ou fraude, mas desconhece a causa da irregularidade, bem como o montante e seu autor.Esse é o caso característico da auditoria eventual, parda! e especifica, mas de profundida­de, visando ao exame integral dos registros e controles relativos a determinado elemento patrimonial. A auditoria, quando objetiva a apuração de erros e fraudes, geralmente inclui revisão integral dos registros contábeis e dos documentos relativos à conta examinada. Nesse caso, a auditoria confunde-se com a perícia contábil, compreendendo menor ex­tensão, porém maior profundidade nos exames. Item certo.

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13COMUNICAÇÃO DE RESULTADOS

E CONTROLE DE QUALIDADE

R e l a t ó r io s d e a u d it o r ia e p a r e c e r e s . M o n it o r a m e n t o , s u p e r v is ã o e c o n t r o l e

DE QUAUDADE EM AUDITORIA INTERNA, INDEPENDENTE E GOVERNAMENTAL.

ü (ACE/TCU/2007) Em cada auditoria realizada, o auditor governamental deverá elaborar relatório que refletirá os resultados dos exames efetuados. Entretanto, nos relatórios de auditorias realizadas com base no processo de tomada e prestação de contas, nas quais se detectar desvio de bens públicos, a autoridade administrativa competente deverá comunicar imediatamente o resultado ao TCU, para que este instaure processo de tomada de contas especiais.

Conforme disposto no art. 8.° da Lei 8.443, de 1992 (Lei Orgânica do TCU), quando a autoridade administrativa tomar conhecimento das irregularidades (desvio de recursos) comunicadas peio órgão de controle interno, deverá imediatamente adotar providências visando à instauração de processo de tomada de contas especial (TCE), para apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e quantificação do dano.Portanto, não cabe ao gestor comunicar o TCU para que este instaure a TCE, pois a própria autoridade administrativa é quem tem o dever de instaurar. Por outro lado, o tribunal tomará conhecimento dos atos e fatos de gestão, por meio do relatório de auditoria do órgão de controle intemo, como subsidio ao processo de julgamento das respectivas contas. Item errado.

@ (ACE/TCU/2007) O monitoramento é um instrumento de fiscalização exclusivoda auditoria, cujas finalidades são desenvolver metodologias, corrigir desvios e assegurar os objetivos previstos.

Para os órgãos de controle intemo, nos termos da IN SFC 01/2001, o monitoramento é um instrumento de controie de qualidade e de análise tanto dos trabalhos de auditoria

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AUDITORIA - Questões comentadas ~ CESPE

quanto de fiscalização, e tem por finalidade básica desenvolver metodologias, corrigir des­vios e garantir os objetivos previstos, constituindo-se em processo usado como orientação, desenvolvimento das equipes e aprimoramento dos trabalhos. Portanto, não é exclusivo da fiscalização.Por outro lado, nos termos do Regimento intemo do TCU, o monitoramento é um instru­mento de fiscalização utilizado para verificar o cumprimento das deliberações do Tribunal e os resultados delas advindos.O item misturou os dois conceitos - da CGU e do TCU estando, portanto, errado. O correto seria: O monitoramento é um instrumento de controle de qualidade, tanto da auditoria quanto da fiscalização, cujas finalidades são desenvolver metodologias, corrigir desvios e assegurar os objetivos previstos.

0 (Analista/STF/2008) O TCU deve emitir certificado de auditoria ievando em consideração a jurisprudência da unidade de controle interno do Poder Executivo federal, de modo a garantir adequada uniformidade de entendimento.

A emissão de certificado de auditoria é da competência dos órgãos de controle intemo, na forma estabelecida no art. 9.° da Lei 8.443/1992 (Lei Orgânica do TCU), em apoio ao Controle Extemo. Ao decidirem pelo tipo de certificado, os órgãos de controle intemo devem considerar a jurisprudência do TCU. Item errado.

0 (Analista/STF/2008) No caso de auditoria contábil, o certificado de auditoria ou parecer deve apresentar o nome e o número de registro, no Conselho Regional de Contabilidade, do servidor do controle interno que examinou as demonstrações financeiras.

O certificado ou parecer de auditoria é geralmente elaborado pelo órgão de controie interno, como resultado de uma auditoria de avaliação de gestão. Conforme dispõe a IN SFC 01/2001, os Certificados são assinados peio Coordenador-Geral ou Gerente Re­gional de Controle Interno (atualmente chefe da CGU no estado), ou, ainda, autoridades hierárquicas equivalentes nos órgãos e unidade setoriais do Sistema de Controle Intemo do Poder Executivo Federal.No caso específico de uma auditoria contábil, também cabe ao órgão de controle intemo emitir um parecer de auditoria que, nesse caso, deve conter o nome e o número de re­gistro no Conselho Regional de Contabilidade do servidor do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal que examinou as demonstrações financeiras. Item certo.

0 (Analista/TST/2008) Os servidores designados para a realização dos trabalhos de auditoria não poderão, durante os trabalhos de campo, dar conhecimento das ocorrências identificadas aos responsáveis pelas áreas auditadas, devendo comunicar previamente às autoridades superiores quaisquer indícios ou suspeitas de irregularidades.

Nos termos da IN SFC 01/2001 (Normas Relativas à Audiência do Auditado), os servidores do Sistema de Controle Intemo do Poder Executivo Federal, quando designados para rea­lização dos trabalhos de auditoria intema, deverão, obrigatoriamente, durante os trabalhos

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Cap. 13 - COMUNICAÇÃO DE RESULTADOS E CONTROLE DE QUALIDADE

de campo, dar conhecimento das ocorrências identificadas aos responsáveis pelas áreas auditadas, solicitando destes os devidos esclarecimentos e manifestações formais sobre as constataçõe:; preliminares, considerando a necessidade dos gestores públicos de ter assegurada, em tempo hãbii, a oportunidade de apresentar esclarecimentos adicionais ou justificativas a respeito dos atos e fatos administrativos sob sua responsabilidade, no pleno exercício de seu direito de defesa, item errado.Essa comunicação tempestiva de irregularidades e falhas constatadas é feita mediante a emissão de documento denominado Nota de Auditoria.

0 (Analista/TST/2008) Quando houver utilização de recursos externos, e os registros e a documentação do órgão examinado não forem considerados suficientes e adequados, a unidade de controle interno emitirá circunstanciado relatório justificando a expedição de certificado de irregularidade.

O item trata das auditorias realizadas pela Secretaria Federal de Controle Intemo em projetos financiados por organismos internacionais, tais como o Banco Mundial (BIRD) e o Banco interamericano de Desenvolvimento (BID). Essas auditorias do tipo contábi! são também denominadas auditorias de recursos externos.Conforme estabelece a IN SFC 01/2001, quando o Órgão ou Unidade de Controle Intemo do Poder Executivo Federai não puder opinar, conclusivamente, sobre o estado das con­tas, em virtude de o órgão ou a entidade examinada não ter apresentado ou não possuir registros contábeis e demonstrações financeiras compatíveis ou em razão da ocorrência de outros fatores determinantes, será emitido circunstanciado relatório abordando objetivamente as razões impeditivas e manifestando a negativa de opinião, item errado.

Com referência a relatórios e pareceres de auditoria, julgue os itens que se seguem.

0 (Ana!ista/Cf/TJDFT/2008) Quando, na auditoria de um órgão ou entidade estatal, os elementos comprobatórios disponíveis não forem considerados suficientes e adequados para a manifestação do sistema de controle interno sobre as contas do auditado, será emitido um certificado com abstenção de opinião. Se o auditado sanar as deficiências, requererá a expedição de um certificado definitivo.

O item refere-ss às auditorias de avaliação de gestão, realizadas sobre processos de contas dos gestores públicos. Nesses trabalhos, quando o Órgão ou Unidade de Controle Interno do Podcjr Executivo Federal não obtiver elementos comprobatórios suficientes e adequados, de lal modo que o impeça de formar opinião quanto ã regularidade da gestão, a opinião decorrente dos exames fica sobrestada, por prazo previamente fixado para o cumprimento de diligência pelo órgão ou entidade examinado, quando então, mediante novos exames, o Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal emitirá o competente Certificado.Em auditoria de gestão não existe a frgura da abstenção de opinião, que somente è admitida em auditoria de recursos externos, por ser do tipo contábil. Item errado.

0 (Analísta/Cl/TJDFT/2008) O parecer de auditoria só pode ser assinado por profissional habilitado, com registro no Conselho Regional de Contabilidade. No setor público, entretanto, a responsabilidade do servidor incumbido das funções

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AUDITORIA - Quesfões comentadas - CESPE

de auditoria contábil se restringe aos códigos aplicáveis ao cargo que exerce e à carreira a que pertence, em caráter permanente ou temporário.

0 parecer de uma auditoria contábil deve ser assinado por contador registrado no CRC. No setor púbiico, contudo, o servidor do órgão de controle intemo que participa de uma auditoria contábil deve observar as normas e preceitos do estatuto que rege a respectiva carreira e estabelece suas obrigações, direitos e deveres. Item certo.

0 (Analista/Cl/TJDFT/2008) Segundo as normas aplicáveis à auditoria independente, emite-se o parecer sem ressalva mesmo no caso de alterações na observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade e nas Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, na legislação especifica, desde que avaliados e aceitos seus efeitos e devidamente revelados nas demonstrações contábeis.

Quando do concurso para o TJDFT, estavam em vigor as Resoluções CFC 820/1997 e 830/1998, que definiam as regras e os tipos de parecer que o auditor independente emite sobre as demonstrações contábeis até o exercicio de 2009: sem ressalvas, com ressalvas, adverso e negativa de opinião.Conforme as normas, o parecer sem ressalva implica afirmação de que, tendo havido aiterações na observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, da legislação especifica, elas tive­ram seus efeitos avaliados e aceitos e estão devidamente revelados nas demonstrações contábeis. Repare que se trata de uma alteração no procedimento contábil em face de um principio contábil e, especialmente, que essa alteração teve seusefeílos avaliados e aceitos, inclusive peio auditor, e estão devidamente revelados nas demonstrações contá­beis. Nesse caso, o auditor pode não modificar seu parecer. ítem certo.

OBSERVAÇÃO: Em função da convergência das normas brasileiras ao padrão interna­cional, as Resoluções CFC 820/1997 e 830/1998 foram revogadas pela Resolução CFC 1.203/2009. A partir de 1.°.01.2010, passaram a vigorar as NBC TA 700, 705, 706, 710 e 720. relativas à formação de opinião do auditor, à emissão do relatório de auditoria independente e a aspectos específicos de relatórios.As referidas normas substituíram o termo “parecer" de auditoria por "relatório” de auditoria, fazendo menção aos tipos de relatórios e de opinião do auditor sobre as demonstrações contábeis, quais sejam: opinião não modificada (relatório limpo) e opinião modificada: opinião com ressalva, opinião adversa e abstenção de opinião.

EBI (Analista/Cf/TJDFT/2008) A diferença entre o certificado de regularidade com res­salvas e o de irregularidade, no setor público, a exemplo do que ocorre no setor privado, entre pareceres com ressalva e adverso, depende não só da natureza, mas também da materialidade das circunstâncias. É o caso, por exemplo, de registros e demonstrações contábeis inadequados ou incorretos.

Considero essa questão como uma das mais interessantes que o CESPE já elaborou, pois compara os critérios utilizados pelo auditor’ independente e pelo auditor público na definição do tipo de certificado ou parecer a ser emitido sobre o objeto avaiiado que, no caso da auditoria contábil, são as próprias demonstrações contábeis e, no caso da auditoria pública, a gestão dos recursos públicos.

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Cap. 13 - COMUNICAÇÃO DE RESULTADOS E CONTROLE DE QUALIDADE

Na auditoria do setor público, determinadas falhas ou ilegalidades, dependendo da natureza e das circunstâncias (tais como reincidência, descumprimento de determinação do TCU, prejuízos causados, etc.), podem ensejar uma opinião peia regularidade com ressalva ou peia irregularidade.Na auditoria independente também, pois demonstrações contábeis inadequadas, em função de afastamento dos princípios fundamentais de contabilidade ou de distorções relevantes, podem ensejar parecer com ressalva ou mesmo adverso, dependendo da disseminação de forma generalizada dos efeitos sobre as demonstrações contábeis.Portanto, o tipo do parecer dependerá da relevância do descumprimento e do seu impacto nas demonstrações, item certo.

LEMBRETE: A seguir, a título de comparaçao, apresentamos os tipos de opinião do auditor independente e do auditor público:

AUDITORIA CONTÁBIL (Com base nas novas normas de formação

de opinião e emissão de relatório - NBC TA 700 e 750)

AUDITORIA DE GESTÃO (Com base nas normas de opinião dos órgãos de controle interno contidas na INSFC 01/2001)

I - Relatório limpo (ou opinião não modificada ou sem modificações} - é a opinião expressa pelo auditor quando efe conclui que as demonstrações contábeis são elaboradas, em Iodos os aspectos refevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável.

II - O p in ião com ressa lva - quando o audiíor, lendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, concíui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes, mas não generalizadas nas demonstrações contábeis; ou eSe não consegue obter evidência apropriada e suficiente de auditoria para suportar sua opinião, mas ele conclui que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes, mas não generalizados.

(II - Opinião adversa - quando o auditor, tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes e generalizadas para as demonstrações contábeis.

IV - Abstenção de opinião — é aquele em que o auditor deixa de emitir opinião sobre as demonstrações conlábess, por não ter obtido comprovação suficiente para fundamentá-la ou em circunstâncias extremamente raras envolvendo diversas incertezas.

I - Certificado de regularidade - será emitido quando o Órgão ou Unidade de Controie Interno formar a opinião de que na gestão dos recursos públicos foram adequadamente observados os princípios da legalidade, legitimidade e economicidade.

il - Certificado de regularidade com ressalvas - será emitido quando o Órgão ou Unidade de Controle Intemo constatar falhas, omissões ou impropriedades de natureza formai no cumprimento das normas e diretrizes governamentais, quanto ã legalidade, legitimidade e economicidade e que, pela sua irrelevância ou ímaterialidade, não caracterizem irregularidade de atuação dos agentes responsáveis.

Í1I - Certificado de irregularidade - será emitido quando o Órgão ou Unidade de Controle Intemo verificar a não observância da aplicação dos princípios de legalidade, legitimidade e economicidade, constatando a existência de desfalque, alcance, desvio de bens ou outra irregularidade de que resulie prejuizo quantificável para a Fazenda Nacionai e/ou comprometam, substancialmente, as demonstrações financeiras e a respectiva gestão dos agentes responsáveis, no periodo ou exercicio examinado.

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AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

f f l (Analista/CirrJDFT/2008) Quando há Jimiteção na extensão do trabalho, também designada como de escopo, com efeitos relevantes para as demonstrações contábeis, entende-se que aos auditores independentes cabe uma das seguintes posições: opinião com ressalva ou abstenção de opinião.

Restrições ou limitações sobre os procedimentos de auditoria fazem com que o au- dilor não consiga obter evidência apropriada e suficiente de auditoria para suportar sua opinião.O auditor deve expressar urna opinião com ressalva, caso não consiga obter evidência apropriada e suficiente, mas conclua que os possíveis efeitos de distorções não detec­tadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes, mas não generalizados.Por outro lado, o auditor deve abster-se de expressar uma opinião quando não consegue obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para suportar sua opinião e conclui que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes e generalizadas.Portanto, o item está certo.

U9 (Fiscal/Teresina/2008) Quando forem emitidos dois relatórios, um em forma curta e outro em forma longa, a inclusão de informações adicionais relevantes no relatório em forma longa deve suprir as insuficiências e deficiências inerentes ao relatório em forma curta.

Segundo Franco e Marra, entre os relatórios da auditoria independente, existem os rela­tórios em forma curta, chamados de parecer do auditor, e os relatórios em forma longa, que poderão ser bastante analíticos quanto à descrição dos trabalhos realizados, mas poderão não conter uma opinião final e formal do auditor.Quando forem emitidos dois relatórios, em forma corta e em forma longa, o auditar deve certificar-se de que o relatório em forma longa não contenha informações adicionais que, por sua ausência no relatório em forma breve, indicasse ser este deficiente. Portanto, item errado. Outro aspecto relevante é que nenhum dos comentários do relatório em forma longa deve prestar-se a ser interpretado como ressalva.

LEMBRETE: De acordo com a doutrina, os relatórios de auditoria podem ser classifi­cados nos seguintes tipos principais:

Relatórios em forma curta, chamados de “parecer do auditor".Relatórios em forma longa, que poderão ser bastante analíticos quanto á descri­ção dos trabalhos realizados, mas poderão não conter uma opinião finai e formai do auditor.

Relatórios sobre controle intemo, que representam cartas-comentários sobre os controles internos da empresa, ressaltando suas deficiências e fazendo recomendações construtivas para melhoria desses controles.Relatórios sobre revisão limitada, que descrevem, analiticamente, trabalhos elaborados peio auditor, sem aplicação de todas as normas de auditoria geralmente aceitas.Relatórios especiais, decorrentes de trabalhos específicos, que não propriamente trabalhos de auditoria.

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Cap. 13 - COMUNICAÇÃO DE RESULTADOS E CONTROLE DE QUALIDADE

f Ü 3 (ACE/TCU/2908) No processo de auditoria, após examinadas todas as evidências disponíveis, o auditor pode confiar, integralmente, na fidedignidade e na correção das demonstrações contábeis de uma entidade e, sempre que as evidências sejam insuficientes, o auditor deve fazer ressalvas em seu parecer.

No processo de auditoria, após examinadas todas as evidências disponíveis, o auditor não pode confiar, integralmente, na fidedignidade e na correção das demonstrações contábeis de uma entidade, pois os exames são realizados por amostragem na extensão julgada adequada às circunstâncias, tendo o auditor uma segurança razoável, e não absoluta, de que as demonstrações expressam adequadamente a situação patrimonial, financeira e os resultado;; da entidade.Por outro lado, quando as evidências são insuficientes, por uma limitação de procedimento, o auditor pode fazer ressalvas ém seu parecer/relatório ou mesmo abster-se de emitir opinião (negativa de opinião), caso os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis forem relevantes e generalizadas.Outra possibilidade seria a limitação e a ausência de evidência não causarem impacto relevante nos trabalhos e, por conseqüência, na opinião do auditor sobre as demonstrações. Nesse caso, aiopinião poderia ser do tipo padrão ou sem ressalva. Item errado.

Acerca da comunicação dos resultados de auditoria, julgue os itens subsequentes.

WS (ACE/TCU/2008) A inobservância de princípios ou normas de contabilidade não é condição suficiente para impedir a emissão de parecer sem ressalva. Segundo estabelece o CFC, os efeitos da inobservância devem ser avaliados, aceitos e devidamente revelados nas demonstrações contábeis.

O Item versa sobre o disposto na então vigente NBCT 11, sobre parecer do auditor in­dependente, que assim define: o parecer sem ressalva implica afirmação de que, tendo havido alterações na observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, da legislação específica, elas tiveram seus efeitos avaliados e aceitos e estão devidamente revelados nas de­monstrações contábeis.Em que pese a norma estabelecer que a alteração na observância de princípios e normas contábeis não enseja a modificação do parecer do auditor, caso elas tenham seus efeitos avaliados e aceitos e estejam devidamente revelados nas demonstrações contábeis, de fato, há casos cie descumprimento de princípios contábeis geralmente aceitas que obrigam o auditar a emi:ir uma opinião com ressalva ou mesmo adversa, mesmo que aceitos e re­velados. Além desse aspecto, a forma como o item foi redigido também apresenta erro.Quando do gabarito preliminar, o item foi considerado certo, para depois ser alterado para errado, quando dos recursos. As justificativas do CESPE foram que a proposição não pode ser considerada correta, pois não é aplicável a qualquer situação.

BS (ACE/TCU/2008) As revelações acerca das demonstrações contábeis têm relação com as informações a que o auditor tem acesso pelo trabaiho realizado. Desse modo, o auditor pode deixar de revelar informações, muitas vezes privilegiadas em razão da confidencialidade a ele conferida pela empresa sob auditoria, desde que o usuário não seja induzido a conclusões errôneas e prejudiciais ao seu próprio interesse.

O auditor tem o dever de guardar sigilo das informações obtidas no decorrer de seus tra­balhos. Contudo, deve revelar obrigatoriamente aquelas informações, cuja omissão induza o usuário a conclusões errôneas e prejudiciais ao seu próprio interesse, ftem certo.

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AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

K3 (ACE/TCU/2008) A versão preliminar do relatório de auditoria de natureza operacional deve ser encaminhada aos g e s to re s dos órgãos ou programas auditados e aos seus superiores hierárquicos, ficando á disposição de qualquer interessado; nessa fase, as sugestões encaminhadas pelos gestores e demais interessados serão debatidas publicamente.

Conforme dispõe a Portaria TCU 165, de 08.07.2004, que aprova o Roteiro para Elabo­ração dos Relatórios de Auditoria de Natureza Operacional do TCU, a versão preliminar do relatório de auditoria deve ser encaminhada aos gestores dos órgãos ou programas auditados, solicitando que agreguem comentários que julgarem adequados. Os gestores devem ser esclarecidos sobre o caráter sigiloso dessa versão, e a cópia impressa do relatório a ser enviada deve conter marca d’água na diagonal de todas suas páginas com a expressão “SIGILOSO". A análise desses comentários deve ser registrada no capítulo: "Análise dos comentários dos gestores".O debate público ou a divulgação na mídia são realizados quando da aprovação do relatório finai pelo Plenário do TCU. Portanto, o item está errado.

A respeito do monitoramento, supervisão e controle de qualidade dos trabalhos de auditoria, julgue os itens que se seguem.

0 3 (ACE/TCU/2008) A atividade da auditoria intema deve fazer parte de projeto de monitoramento e avaliação da eficácia geral do programa de qualidade. Entre as avaliações externas, podem-se mencionar as revisões periódicas executadas por outras pessoas da organização com conhecimento das práticas internas da auditoria. Entre as avaliações internas, podem-se citar as revisões de qualidade conduzidas todos os anos por pessoa qualificada, da própria equipe de trabaiho do responsável pela auditoria.

As normas do IIA estabelecem que a atividade de auditoria intema deve definir um pro­cesso (ou projeto) para monitorar a eficácia gera! do programa de qualidade. O processo deve incluir tanto avaliações internas como externas.

As avaliações internas devem incluir a) revisões contínuas, mediante, por exemplo, a supervisão do trabalho, lista de pontos de verificação dos processos, informação ob­tida dos clientes da auditoria, etc.; e b) avaliações periódicas internas, normalmente representam avaliações não rotineiras e de objetivo especial e tesles conformidade. As revisões internas periódicas são realizadas mediante áutoavaliação dos auditores ou por outras pessoas da própria organização, que não sejam da área de auditoria e possuam conhecimento das normas e práticas da auditoria. Isso não contraria a independência ou a objetividade.

As avaliações externas devem ser realizadas ao menos uma vez a cada cinco anos por revisor ou equipe de revisão extema á organização. Portanto, o item apresenta erro quando afirma que, entre as avaliações externas, podem-se mencionar as revisões pe­riódicas executadas por outras pessoas da organização com conhecimento das práticas internas da auditoria. As avaliações por pessoas da própria organização são revisões internas e não externas.

m (ACE/TCU/2008) Para efeito de supervisão e controie de qualidade no âmbito da auditoria independente, na avaliação permanente da carteira de clientes, a orientação do CFC é a de não se promover rodízio dos auditores responsáveis

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Cap. 13 - COMUNICAÇÃO 06 RESULTADOS E CONTROLE DE QUALIDADE

pela realízaçao dos serviços, de modo a resguardar a independência do auditorresponsável e assegurar a continuidade e coerência dos trabalhos.

A então vigente Resolução CFC 1.036, de 26.08.2005 (NBC T 11.8), acerca das normas de supervisão e controie intemo de qualidade da auditoria independente, define que a avaliação permanente da carteira de clientes deve ser feita por escrito, considerando os seguintes pressupostos:

a) a capacidade de atendimento deve ser determinada pela soma das horas disponíveis, segundohorário contratado com a equipe técnica, em relação as horas contratadas com os clientes;

b) a independência em relação aos clientes deve abranger toda a equipe técnica envolvida na prestação de serviços aos clientes;

c) de que não hà evidências de que a administração do cliente adotou medidas administrativas que possam comprometer o trabalho do auditor; e

d) o auditor independente deve avaliar a necessidade de rodízio de auditores responsáveis pela realização dos serviços, de modo a guardar a independência do auditor responsável pela exe­cução dos serviços.

Portanto, o item está errado ao afirmar que não se deve promover rodízio dos auditores responsáveis peia realização dos serviços.

OBSERVAÇÃO: Em função da convergência das normas brasileiras ao padrão in­ternacional, a partir de 1.°.01.2010, passaram a vigorar a NBC PA 01 (Controle de qualidade para auditores independentes) e a NBC TA 220 (Controle de qualidade de uma auditoria das demonstrações contábeis). A NBC PA 01 define, entre outras, nor­mas para aceitação e continuidade do relacionamento com clientes, e a NBC TA 220 estabelece procedimentos para assegurar a independência e a qualidade dos trabalhos de auditoria.

IU (Contador/MC/2008) Quando o auditor interno divulgar relatório de não conformidade com as normas, ele deverá informar, entre outros aspectos, a norma cuja conformidade não foi atendida, a(s) razão(ões) que ocasionou(aram) a falta de conformidade e o impacto da não conformidade sobre os trabalhos da equipe de auditoria.

Segundo as normas internacionais de auditoria interna, quando a falta de conformidade das normas tiver impacto em um trabalho de auditoria específico, a comunicação dos resultados (da constatação) deve divulgar: a) Normas cuja conformidade total não foi atingida, b) Razões para a falta de conformidade e c) Impacto da não conformidade sobre o trabalho de auditoria. Item certo.

FBI (Contador/MC/2008) O relatório do auditor intemo é confidencial e deve ser apresentado ao superior imediato ou pessoa autorizada que o tenha solicitado. É facultada ao auditor a inclusão das áreas não examinadas, seja pela irrelevância, seja pela imateriaiidade dos valores envolvidos. Assim, o relatório deve ser redigido com objetividade e imparcialidade, de forma a expressar claramente os resultados dos trabalhos realizados.

A NBCT 12 estabelece que o relatório da Auditoria Interna deve ser apresentado a quem tenha solicitado o trabalho ou a quem este autorizar, devendo ser preservada a confi­

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AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

dencialidade do seu conteúdo. Portanto, a norma não estabelece que o relatório será encaminhado ao superior imediato, mas ao cliente do trabalho, que pode ser o conselho, a diretoria ou até mesmo terceiros.Outro aspecto do item é quanto à inciusão em relatório das áreas não examinadas pelo auditor. A NBCT 12 não é muito clara quanto ao assunto, definindo apenas que o rela­tório deve abordar, no mínimo, os seguintes aspectos: a) o objetivo e a extensão dos trabalhos: b) a metodologia adotada; c) os principais procedimentos de auditoria aplicados e sua extensão; d) eventuais limitações ao alcance dos procedimentos de auditoria; e) a descrição dos fatos constatados e as evidências encontradas; f) os riscos associados aos fatos constatados; e g) as conclusões e as recomendações resultantes dos fatos constatados. Item errado.

EU (Contador/MC/2008) O parecer ou relatório de auditoria intema possui características intrínsecas e extrínsecas capazes de proporcionar seu uso como pleno substituto dos papéis de trabalho, os quais, após a emissão daqueles, perdem sua característica de prova e devem ser arquivados temporariamente em setor específico.

O relatório de auditoria intema não substitui os papéis de trabalho elaborados pelo auditor. Os papéis de trabaiho conterão as provas obtidas e o fundamento para as conclusões, opiniões e recomendações da auditoria, devendo, portanto, ser arquivados ou guardados por periodo razoável e adequado. O item deixou assente que os papéis de trabalho per­dem sua característica de prova, após a emissão dos relatórios, devendo ser arquivados temporariamente, ou seja, podendo ser descartados, o que não guarda respaldo nas normas e procedimentos da auditoria interna, item errado.

E29 (ACE/TCE-TO/CONTABILIDADE/2009) O parecer dos auditores independentes é o documento mediante o qual os mesmos expressam sua opinião acerca das demonstrações contábeis nele indicadas. Acerca desse assunto, assinale a opção correta.

A) Por meio do parecer, o auditor assume responsabilidade de ordem privada, de natureza estritamente contratual

B) O parecer deve ser assinado por contador ou técnico de contabilidade regularmente registrado em CRC.

C) A data do parecer deve corresponder a das demonstrações que tenham sido auditadas.

D) O auditor, mesmo abstendo-se de emitir opinião a respeito das demonstrações, é responsável por mencionar qualquer desvio relevante que possa influenciar a decisão do usuário das informações.

E) Em caso de incerteza acerca de fato relevante, o auditor deve abster-se de opinar, desde que haja nota explicativa da administração relacionada ao fato.

Quanto ã alternativa “A”, além da responsabilidade de ordem privada e contratual, o auditor assume também uma responsabilidade profissional e coletiva. Na alternativa "B", somente o contador pode assinar o parecer... Quanto à alternativa “C", a data do parecer deve corresponder ao dia de encerramento dos trabalhos de campo.No tocante à alternativa “D", a abstenção de opinião não elimina a responsabilidade do auditor de mencionar qualquer desvio relevante que normalmente seria incluído como

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Cap. 13 - COMUNICAÇÃO DE RESULTADOS E CONTROLE DE QUALIDADE

ressalva na seu parecer e que, portanto, possa influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações. Portanto, está correta e constituí o gabarito da questão.No que concerne à alternativa "E", a abstenção de opinião não está relacionada à divul­gação do fato em Nota Explicativa da Administração. Diante de uma incerteza relevante, cujos fatos estejam devidamente divulgados em Notas Explicativas, o auditor pode deixar de ressalvar o seu parecer, optando por um parágrafo de ênfase. Todavia, a abstenção de opinião ocorre se o auditor não conseguir reunir evidências suficientes para fundamentar sua opinião e, nesse caso, independe se os fatos estejam devidamente divulgados em Notas Explicativa^;.

ES (ACE/TCE-TO/GONTABiUDADE/2009) O auditor contábil externo é responsável pela emissão de parecer acerca das demonstrações contábeis de empresas. Acerca da responsabilidade do auditor e as especifícidades na condução de seus exames, assinale a opção correta.

A) De acordo com as normas de auditoria geralmente aceitas, as fraquezas relevantes encontrada:; ao longo dos exames devem necessariamente ser identificadas separadamente e comunicadas no relatório ao comitê de auditoria ou órgão equivalente: da empresa auditada.

8 } Caso o auditor constate evidências de que ativos não se encontram adequadamente protegidos contra apropriação indébita deverá apontar em seus papéis de trabalho, mas não éi obrigado a emitir reportable condition sobre o assunta.

C) Apesar das normas de auditoria não exigirem revisões pós-auditoria, se o auditor descubra, logo após a data de emissão de seu parecer, um procedimento que foi omitida ao iango de seus exames, essa descoberta poderá resultar em programa de inspeção de seu próprio sistema de controle de qualidade ou em uma revisão por pares.

D) Caso o auditor constate evidências de que há instalações inadequadas para a guarda de ativos deverá apontar em seus papéis de trabalho, mas não é obrigado a emitir reportable condition sobre o assunto.

E) Nos relatórios de reportable condition deverá conter parágrafo que indique que a finalidade dos trabalhos de auditoria é emitir parecer sobre as demonstrações contábeis e assegurar a eficiência, eficácia e efetividade dos controles internos.

Essa questão é de nível avançado, pois se refere a normas internacionais de auditoria contábil - Statemants on Auditing Standards emitidas pelo AICPA - American Institute of Certified Public Accontants.As alternativas A, B, D e E da questão referem-se a normas relativas a comunicação com o cliente, especialmente a comunicação de questões relacionadas a controles internos, que são denominadas reportable conditions. A alternativa C trata de responsabilidades pós-auditoria, em particular a descoberta de procedimentos omitidos pelo auditor.O livro de William Boynton e outros autores, Auditoria, da Atlas, aborda o assunto em seu capitulo 19, íobre conclusão da auditoria e responsabilidade pós-auditoria. Durante uma auditoria, o auditor pode vir a tomar conhecimento de questões relacionadas com controles internos que sejam de interesse do comitê de auditoria ou de índividuos que tenham autoridade e responsabilidade equivalentes. As normas de auditoria geralmente aceitas exigem que o auditor informe reportable conditions - questões que representam deficiências significativas no pianejamento ou operação de controles internos, as quais podem afetar a capacidade de a organização registrar, processar, resumir e relatar dados financeiros de maneira coerente com as afirmações da administração nas demonstrações contábeis.

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AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

As normas estabelecem que qualquer relatório sobre reportable conditions deve: (a) in­dicar que a finalidade da auditoria é emitir parecer sobre as demonstrações contábeis, não fornecer segurança sobre os controles internos; (b) conter a definição de reportable condition; e (c) explicitar a restrição sobre sua distribuição.Uma reportable condition pode ter magnitude tal que a caracterize como fraqueza relevan­te. As normas não exigem que fraquezas relevantes sejam separadamente identificadas e comunicadas no relatório ao comitê de auditoria. Contudo, isso pode acontecer por solicitação do cliente ou por decisão do auditor.Feitas essas considerações gerais, passo a comentar os itens da questão.A alternativa “A" é incorreta, pois, de acordo com as normas de auditoria geralmente aceitas, as fraquezas relevantes encontradas ao longo dos exames não devem necessariamente ser identificadas separadamente e comunicadas no relatório ao comitê de auditoria ou órgão equivalente da empresa auditada. isso, todavia, pode ocorrer a pedido da entidade ou por decisão do auditor. É facultativo para o auditor.As alternativas "B” e “D" são incorretas, pois evidências de que ativos não se encontram adequadamente protegidos contra apropriação indébita, bem como de que há instalações inadequadas para a guarda de ativos, devem ser objeto de reportable conditions a serem comunicadas ao comitê de auditoria. O Apêndice “A" do capitulo 19 do livro de Boynton e outros apresenta todas as condições e deficiências no projeto e na operação de con­troles internos que podem representar reportable conditions, Deixamos de relacioná-las em função de sua extensão.A alternativa "C" é a única opção correta. Após a data de seu parecer, o auditor pode concluir que um ou mais procedimentos de auditoria considerados necessários nas cir­cunstâncias não foram aplicados - foram omitidos. As normas de auditoria não exigem que o auditor conduza nenhuma revisão pós-auditoria do trabaiho que realizou. Contudo, a descoberta de um procedimento omitido pode resultar de revisão realizada após a con­clusão dos trabalhos, em um programa de inspeção de seu próprio sistema de controle de qualidade ou em uma revisão por pares.Por fim, a alternativa “E” apresenta erro ou incorreção, ao afirmar que nos relatórios de reportable condition deverá conter parágrafo que indique que a finalidade dos trabalhos de auditoria é assegurar a eficiência, eficácia è efetividade dos controles internos. O re­latório deve indicar que a finalidade da auditoria é emitir pàrecer sobre as demonstrações contábeis, mas não fornecer segurança sobre os controles internos.

E0 (ACE/TCE-TO/CONTAB1LIDADE/20Q9) O relatório em forma longa normalmente inclui detalhes de itens das demonstrações, dados estatísticos, comentários explicativos ef às vezes, uma descrição da extensão do exame do auditor. Pode coexistir com o relatório em forma breve. Nesse caso,A) o relatório em forma breve não pode omitir informações consideradas relevantes

contidas no relatório em forma longa.B) os dois relatórios devem conter o mesmo tipo de informação, diferindo apenas no

detalhamento.C) o relatório em forma longa deve incluir informações que constituam ressalvas.D) recomendações e sugestões constam apenas do relatório em forma longa.E) providências que devam ser adotadas, em caso de irregularidades, só devem

constar do relatório em forma breve.

O auditor independente, quando realiza a auditoria das demonstrações contábeis, emite obrigatoriamente um relatório curto ou parecer de auditoria, mas pode também elaborar relatório em forma longa ou carta-comentário sobre os controles internos.

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Cap. 13 - COMUNICAÇÃO DE RESULTADOS E CONTROLE DE QUALIDADE

Caso sejam emitidos dois reiatórios, um em forma curta e outro em forma longa:

— o audiíor deve certificar-se de que o relatório em forma longa não contenha informações adicionais que, por sua ausência no reíaiório em forma breve, indicasse ser este deficiente;

— nenhum dos comentários do relatório em forma longa deve prestar-se a ser interpretado como ressaiva;

— o auditor deve decidir se os outros dados do relatório em forma longa estão apresentados de maneira que possam ser interpretados como opinião sobre as demonstrações contábeis e não apenas como exposição de fatos.

Desta forma, a alternativa "A” é a correta. O reialòrio em forma breve não pode omitir informações consideradas relevantes contidas no relatório em forma longa, pois essa omissão significaria ser aquele deficiente.Cabe alertar que a alternativa “D" pode ter causado certa confusão nos candidatos, pois, como Franco e Marra consideram que o relatório curto seria o parecer, então estaria correto afirmar que recomendações e sugestões constam apenas do relatório em for­ma longa. Todavia, Sérgio Jund, em seu livro Auditoria - conceitos, normas técnicas e procedimentos, ao classificar os reiatórios quanto à extensão em sintéticos e analiticos, caracteriza o relatório de forma curta como um relatório sintético que não contém todos os tópicos recomendados para o relatório formal do auditor, mas apenas aiguns, como, por exemplo: introdução, síntese dos assuntos tratados e recomendações apresentadas, conclusões e opinião.

BJ3 (Auditor (nterno/AGE-MG/2009) O parecer do auditor independente é o documento mediante o qual o auditor expressa a sua opinião, de forma clara e objetiva, a respeita das demonstrações contábeis nele indicadas. De acordo com o entendimento do Conselho Federal de Contabilidade CFC, assinale a opção correta.A) Mesmo na hipótese de incerteza em relação a fato relevante, que possa afetar

significativamente a posição e os resultados da entidade, o parecer será sem ressalva, desde que um parágrafo de ênfase faça alusão à nota explicativa da administração, suficientemente esclarecedora da situação.

B) A responsabilidade técnico-profissional do auditor é de ordem estritamente privada, nos termos do respectivo contrato.

C) O parecer deve ser dirigido prioritariamente à autoridade hierarquicamente superior ao contratante do serviço.

D) Estão habilitados a assinar o parecer o contador ou o contabilista, devidamente inscritos no Conselho Regional de Contabilidade (CRC), e desde que, neste último caso, com habilitação especifica.

E) A inobservância dos princípios fundamentais da contabilidade e das normas brasileiras de contabilidade, ainda que os respectivos efeitos tenham sido avaliados, aceitos e divulgados, implica a emissão de parecer com ressalva ou com abstenção de opinião, dependendo da magnitude desses efeitos.

A alternativa “A" está correta. Quando ocorrer incerteza em relação a falo relevante, cujo desfecho poderá afetar significativamente a posição patrimonial e financeira da entidade, bem como o resultado das suas operações, deve o auditor adicionar um parágrafo de ênfase em seu parecer, após o parágrafo de opinião, fazendo referência à nota explicativa da administração, que deve descrever de forma mais extensa a natureza e, quando pos­sível, o efeito da incerteza. Na hipótese do emprego de parágrafo de ênfase, o parecer permanece na condição de parecer sem ressalva.

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AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

A alternativa "B" está incorreta, pois, aiém da responsabilidade de ordem privada e con­tratual, o auditor assume também uma responsabilidade profissional e coletiva.A alternativa “C" está incorreta. Em condições normais, o parecer é dirigido aos acionistas, cotistas, ou sócios, ao conselho de administração ou à diretoria da entidade, ou órgão equivalente, segundo a natureza desta. Em circunstâncias próprias, o parecer é dirigido ao contratante dos serviços.A alternativa “D" está incorreta. O parecer deve ser datado e assinado pelo contador responsável pelos trabalhos e conter seu número de registro no Conselho Regional de Contabilidade. Caso o trabalho tenha sido realizado por empresa de auditoria, o nome e o número de registro cadastral no Conselho Regional de Contabilidade também devem constar do parecer,A alternativa “E” está incorreta. O parecer sem ressalva implica afirmação de que, tendo havido alterações em procedimentos contábeis, os efeitos delas foram adequadamente determinados e revelados nas demonstrações contábeis. Nesses casos, não é requerida nenhuma referência no parecer. Por outro lado, quando as demonstrações contábeis forem afetadas de maneira relevante pela adoção de prática contábil em desacordo com os Principios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade, o auditor deve emitir parecer com ressalva ou adverso.

FBI (lnspetor/TCE-RN/2009) Quando são emitidos dois relatórios, um em forma ionga e outro breve, o primeiro deve conter aquilo que, pela natural limitação, é omitido no relatório breve. Nesse caso, além da extensão e do maior detalhamento, o relatório em forma fonga deve especificar as ressalvas que não cheguem a representar Irregularidades.

Como visto anteriormente, o relatório longo ou detalhado não pode conter informações adicionais que, por sua ausência no relatório em forma breve, indique ser este deficien­te. Além disso, nenhum dos comentários do relatório em forma longa deve prestar-se a ser interpretado como ressalva, pois esta deve ser objeto do relatório breve ou curto. Item errado.

0 2 (Auditor/SECONT/ES/2009) O parecer adverso é o tipo de relatório que o auditor deve emitir quando houver incertezas ou restrições ao âmbito da auditoria que impossibilitem a formulação de uma opinião a respeito das demonstrações financeiras.

Diante de incertezas ou restrições ao âmbito da auditoria que impossibilitem a formulação de uma opinião a respeito das demonstrações financeiras, o auditor independente deve abster-se de expressar opinião. Item errado.

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14PROCESSOS DE TOMADAS

E PHESIAÇÕES DE CONTAS

P r o c e d im e n t o s . E x a m e d e c o n f o r m id a d e

E DE DESEMPENHO CONFORME DISPOSTO NAIn s t r u ç ã o N o rm a t iv a TCU 47/2004.

P e ç a s e c o n te ú d o s d o p ro c e s s o de c o n ta s .

0 {Analista/CI/TJDFT/2008) No caso de convênios e de outros instrumentos de execução indireta ou descentralizada que envolvam transferências de recursos, o TCU considsra como responsáveis quem define os critérios de distribuição desses recursos, quem aprova o respectivo plano de trabalho e quem aprova as correspondentes prestações de contas.

Por ocasião do concurso para o Tribuna! de Justiça do Distrito Federal e Territórios, estava em vigor a Instrução Normativa TCU 47/2004, que apresentava uma expressiva relação de naíurezas de responsabilidade que seriam objeto de julgamento pelo Tribuna! de Contas da União.No rol de responsáveis, deveriam constar, entre outros, aqueles que definem os critérios de distribuição dos recursos mediante transferências voluntárias por meio de convênios e aqueles que aprovam o respectivo piano de trabalha e as correspondentes prestações de contas, item asrto.

LEMBRETE: Com o advento da IN 57/2008, o rol de responsáveis ficou restrito a ape­nas três nature;as de responsabilidade, quais sejam: a) dirigente máximo; b) membro de diretoria; e c) membro de órgão colegiado que, por definição legal, regimental ou estatutária, seja responsável por atos de gestão.

0 (ACE/TCU/2G08) Em relaçao à organização e apresentação de processos de tomadas e prestações de contas, o conceito de risco está associado, segundo o TCU, à

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AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

importância social ou econômica de um órgão ou entidade para a administração ou a sociedade, sendo a relevância correspondente ã representatividade das dotações orçamentárias atribuídas a uma unidade ou gestor.

Em conformidade com as normas do TCU que definem os procedimentos em tomadas e prestações de contas ordinárias/anuais, risco, materialidade e relevância consistem em:

- Risco: suscetibilídade de ocorrência de eventos que afetam negativamente a realização dos objetivos das unidades jurisdicionadas {Ex.: faihas e irregularidades em atos e procedimentos, insucesso na obtenção de resultados esperados};

- Materialidade: representatividade dos valores orçamentários, financeiros e patrimoniais colocados à disposição dos gestores e/ou do volume de bens e valores efetivamente geridos;

- Relevância: importância social ou econômica das ações desenvolvidas pelas unidades jurisdi­cionadas para a Administração Pública Federai ou para a sociedade, em razão das funções, programas, projetos e atividades sob a responsabilidade de seus gestores, assim como dos bens que produzem e serviços que prestam ã população.

Assim, a relevância está associada à importância social ou econômica de um órgão ou entidade, e não o risco. A maleríaíidade corresponde à representatividade das dotações orçamentárias atribuídas a uma unidade ou gestor. Item errado.

Acerca dos procedimentos em processo de tomada e prestação de administração pública federal, julgue os próximos itens.

0 (ACE/TCU/2008) Para efeito de organização e apresentação dos processosde tomada e prestação de contas, o TCU considera que a relevância está relacionada à participação que um órgão ou entidade tem no orçamento público e a materialidade é a dimensão econômica ou social de um órgão ou entidade em função das ações de que é responsável. A importância de qualquer uma dessas características exclui a outra.

O item inverteu os conceitos de materialidade é relevância. A materialidade está relacio­nada á participação que um órgão ou entidade tem no orçamento público e a relevância ã dimensão econômica ou social de um órgão ou entidade em função das ações de que é responsável. A importância de qualquer uma dessas características não exclui a outra, pois materialidade, relevância e risco são avaliados em conjunto para definir a forma de organização e apresentação dos processos de contas ao Tribunal de Contas da União. Item errado.

0 (ACE/TCU/2008) Os conselhos de fiscalização do exercicio profissional deixaramde se sujeitar à jurisdição do TCU, Atualmente, tais conselhos, quer o de âmbito federal, quer os de âmbito regional, prestam contas reciprocamente de suas ações e da utilização dos recursos disponíveis, mantendo vinculação com o poder público.

Os conselhos de fiscalização do exercicio "profissional sujeitam-se à jurisdição do TCU, podendo ser fiscalizados em processo de auditoria ou inspeção pelo Tribunal. Ocorre que essas entidades foram dispensadas da apresentação de contas anuais ao TCU pela própria IN TCU 57/2008, em função da baixa materialidade dos recursos geridos. Item errado.

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Cap. 14 - PROCESSOS DE TOMADAS E PRESTAÇÕES DE CONTAS

@ (ACE/TCU/2008) Caso, ao se manifestar sobre as contas dos presidentes doSenado Federa! e da Câmara dos Deputados relativas a determinado exercício, o TCU tenha emitido relatório com a informação de que essas contas estavam em condições de ser juígadas, juntamente com as do Presidente da República, nessa situação, a Corte deveria ter emitido parecer conclusivo, destacadamente, para cada um dos respectivos presidentes.

No gabarito preliminar, esse item foi apresentado como certo, para depois ser anulado quando dos recursos, pois a assertiva cita “determinado exercício", não deixando claro se as providências do TCU eram anteriores ou posteriores às mudanças promovidas pelo STF, em 2007, acerca das normas relativas ao assunto tratado.O STF considerou inconstitucional, em sede de medida liminar, o caput do art. 56 da LRF que assim estabelece:

Art. 55. A s contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão, além das suas próprias, as dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público, referidos no art. 20, as quais receberão parecer prévio, separadamente, do respectivo Tribunal de Contas.

Dessa forma, o item não deixa claro se o exame das contas pelo Tribunal foi antes ou depois de 2007. Antes da deliberação do STF, o Tribunal emitia pareceres prévios indi­viduais sobre as contas de cada chefe de órgão. Depois da decisão do STF, o Tribunai de Contas passou a emitir parecer prévio conclusivo somente sobre as contas do chefe do Executivo.

@ (Analista/TRE-GO/2008) Com relação aos processos de contas da administraçãopúbiica federal, assinale a opção correta.A) O processo de contas ordinárias é organizado tendo por base a gestão de um

conjunto de unidades jurisdicionadas do sistema de controle extemo que se relacionam em razão de hierarquia, função ou programa de govemo, de modo a possibilitar a avaliação sistêmica dessa gestão.

B) O exame de conformidade é constituído pela anáitse da eficácia, eficiência, efetividade e economicidade da gestão em relação a padrões administrativos e gerenciais, expressos em metas e resultados negociados com a administração superior ou definidos nas !eis orçamentárias, e da capacidade dos controles internos de minimizar riscos e evitar falhas e irregularidades.

C) A prestação de contas é o processo de contas relativo á avaliação da gestão dos responsáveis por unidades jurisdicionadas da administração federal indireta e por aquelas não classificadas como integrantes da administração federal direta.

D) A tomada de contas é o processo de contas relativo á avaliação da gestão dos responsáveis por unidades jurisdicionadas feito por iniciativa dos órgãos de controie intemo ou extemo.

Nos termos da IN TCU 57/2008, o processo de contas consolidado é o processo de contas ordinárias organizado tendo por base a gestão de um conjunto de unidades jurisdicionadas que se relacionam em razão de hierarquia, função ou programa de governo, de modo a possibilitar a avaliação sistêmica dessa gestão.O exame da conformidade das contas refere-se à análise da legalidade, legitimidade e economicidade da gestão em relação a padrões normativos e operacionais, expressos nas normas e regulamentos aplicáveis, e da capacidade dos controles internos de identificar e corrigir falhas e irregularidades. Por outro lado, o exame do desempenho corresponde

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AUDITORIA - Questões comentadas - CESPE

à análise da eficácia, eficiência, efetividade e economicidade da gestão em relação a padrões administrativos e gerenciais, expressos em metas e resultados negociados com a administração superior ou definidos nas leis orçamentárias, e da capacidade dos controles internos de minimizar riscos e evitar falhas e irregularidades.A tomada de contas é o processo de contas reiativo à avaliação da gestão dos respon­sáveis por unidades jurisdicionadas da administração federal direta, sendo de iniciativa dos gestores responsáveis,A prestação de contas é o processo de contas relativo á avaliação da gestão dos res­ponsáveis por unidades jurisdicionadas da administração federal indireta e por aquelas não classificadas como integrantes da administração federal direta, como, por exemplo, as entidades paraestatais (SESC, SENAI, SEBRAE etc.). Assim, 3 alternativa correta é a “C".

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