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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAS APLICADAS - GESTÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ELAINE MEDEIROS ANÁLISE DA ROTATIVIDADE NA EMPRESA TYSON DO BRASIL ALIMENTOS LTDA. EM SUA UNIDADE SÃO JOSÉ São José 2010

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAS APLICADAS - GESTÃO

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

ELAINE MEDEIROS

ANÁLISE DA ROTATIVIDADE NA EMPRESA TYSON DO BRASIL ALIMENTOS

LTDA. EM SUA UNIDADE SÃO JOSÉ

São José 2010

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ELAINE MEDEIROS

ANÁLISE DA ROTATIVIDADE NA EMPRESA TYSON DO BRASIL ALIMENTOS

LTDA. EM SUA UNIDADE SÃO JOSÉ

Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração da Universidade do Vale do Itajaí.

Professora Orientadora: Kellen da Silva Coelho

São José

2010

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ELAINE MEDEIROS

ANÁLISE DA ROTATIVIDADE NA EMPRESA TYSON DO BRASIL ALIMENTOS

LTDA. EM SUA UNIDADE SÃO JOSÉ

Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua

forma final pela Coordenação do Curso de Administração da Universidade do Vale

do Itajaí, em

Prof.(a) Dr. Valério Cristofoline UNIVALI – Campus São José

Coordenador(a) do Curso

Banca Examinadora:

Prof(a) MSc. Kellen da Silva Coelho

UNIVALI – Campus São José Professora Orientadora

Prof (a) Vanderleia Martins Lohn UNIVALI – Campus São José

Membro

Prof (a) Amarildo Felipe Kanitz

UNIVALI – Campus São José Membro

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Dedico este trabalho ao grande homem que passou

pela minha vida, meu irmão Emerson, que além de

um irmão, muitas vezes foi meu pai, me educando,

meu professor me ensinando, e hoje é meu anjo, e

sei que onde estiver está olhando por mim.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço inicialmente aminha mãe Madalena, por tudo

que fez por mim até hoje. Meu esposo Paulo Eduardo, pela

paciência, principalmente nesta parte final do processo da

graduação. Minha grande orientadora Kellen por ter aceitado

compartilhar comigo um pouco de seu conhecimento, pela

paciência e dedicação. Aos membros da banca Vanda e

Amarildo pelas valiosas contribuições dadas ao trabalho. A

empresa Tyson do Brasil Alimentos por permitir a realização da

pesquisa, em especial a Jule e Alessandra, pelas contribuições e

conselhos dados. E a todos os meus colegas que me

acompanharam nesta jornada.

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O melhor minuto que gastamos é o que investimos nas pessoas.

Keneth Johnson.

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RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo geral analisar a rotatividade na empresa

Tyson do Brasil Alimentos Ltda. em sua unidade de São José. Para tanto foram

necessários levantar alguns dados, como os motivos que levaram ao pedido de

demissão tanto por parte da empresa como por parte do empregado, verificar o

índice de rotatividade dos setores estudados, e compreender os motivos que levam

os empregados a trabalharem na empresa por mais de cinco anos. Neste sentido a

pesquisa se caracterizou predominantemente qualitativa, com fins descritivos, para

coletar os dados foram utilizados diversos meios como uma pesquisa documental,

entrevistas, e a observação direta. A população estudada foram os empregados de

setores específicos na empresa, setores onde as tarefas são repetitivas, não se

exige escolaridade mínima e por sua vez onde estão concentrados o maior número

de empregados. A pesquisa necessitou de dois tipos de amostras, uma de ex-

empregados que relataram suas opiniões nas entrevistas de desligamento e os

empregados que trabalham na empresa a mais de cinco anos. Os resultados

revelaram que o índice de rotatividade nos setores estudados é relativamente alto, e

a maioria dos desligamentos ocorrem por motivos externo a empresa. Contudo

pode-se observar também que as pessoas que trabalham na empresa a mais de

cinco anos realizam as atividades por que gostam e já se habituaram a rotina.

Portanto as sugestões apresentadas têm como objetivo criar ações que minimizem a

rotatividade na empresa.

Palavras-chave: Gestão de pessoas. Rotatividade. Motivos.

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ABSTRACT

This study aimed to analyze the turnover of the company Tyson Foods Brazil Ltda. at

its facility in St. Joseph were both needed to get some information, the reasons that

led to the resignation by both the company as part of the employee, check the

turnover rate of the sectors studied, and understand the reasons why employees to

work at the company for over five years. In this sense the research is characterized

largely qualitative, with descriptive purposes, to collect data from various media were

used as a desk research, interviews and direct observation. The population studied

were employees of specific sectors in the company, sectors where the tasks are

repetitive, not required minimum education and in turn are concentrated where the

largest number of employees. The survey required two types of samples, one from

former employees who reported their opinions on exit interviews and employees

working at the company over five years. The results revealed that the turnover rate in

the sectors studied is relatively high, and the majority of terminations occur for

reasons outside the company. However one can also observe that people who work

for the company over five years to perform activities that they enjoy and have

become accustomed to routine. So the suggestions aim to create actions to minimize

turnover at the company.

Key-words: People management. Turnover. Reasons.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 - Atividades da gestão de pessoas............................................................20

Quadro 2 - Índice de rotatividade para planejamento................................................35

Quadro 3 - Índice de rotatividade para analise de perda de pessoal.........................35

Quadro 4 - Índice de rotatividade por período............................................................36

Quadro 5 – Índice utilizado na pesquisa....................................................................48

Quadro 6 – Sugestões de melhoria............................................................................76

Gráfico 1 -Tempo de empresa demitidos...................................................................51

Gráfico 2 - Sexo dos demitidos..................................................................................52

Gráfico 3 - Iniciativa do pedido de demissão..............................................................52

Gráfico 4 - Sexo dos empregados..............................................................................60

Gráfico 5 - Tempo de empresa dos empregados.......................................................60

Gráfico 6 - Idade dos empregados.............................................................................61

Gráfico 7 - Escolaridade dos empregados.................................................................62

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Índice de rotatividade..............................................................................48

Tabela 2 – Demissões por parte da empresa............................................................53

Tabela 3 –Demissões por parte dos empregados.....................................................56

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 9

1.1 PROBELMA DE PESQUISA................................................................... 10

1.2 PERGUNTAS DE PESQUISA................................................................. 10

1.3 OBJETIVOS............................................................................................ 11

1.3.1 Objetivo geral.......................................................................................... 11

1.3.2 Objetivos específicos.............................................................................. 11

1.4 JUSTIFICATIVA...................................................................................... 12

1.5 APRESENTAÇÃO GERAL...................................................................... 13

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................. 14

2.1 GESTÃO DE PESSOAS......................................................................... 14

2.1.1 Histórico da gestão de pessoas.............................................................. 15

2.1.2 Funções e atividades da gestão de pessoas.......................................... 20

2.1.3 Planejamento de recursos humanos....................................................... 24

2.1.3.1 Componentes básicos............................................................................. 25

2.1.3.2 Elementos-chave..................................................................................... 26

2.1.3.3 Fatores interferentes............................................................................... 27

2.1.3.3.1 Absenteísmo........................................................................................... 28

2.1.3.3.2 Rotatividade............................................................................................ 29

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS........................................................... 38

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA...................................................... 38

3.2 CONTEXTO DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA............................ 39

3.3 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS...... 43

3.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS............................................ 45

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4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS....................................... 46

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA....................................................... 46

4.2 ÍNDICES DE ROTATIVIDADE................................................................ 48

4.3 DEMISSÕES........................................................................................... 50

4.3.1 Motivos de demissão por iniciativa da empresa...................................... 53

4.3.2 Motivos de demissão pó iniciativa do empregado................................... 55

4.4 MOTIVOS MANTENEDORES DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO............ 58

4.5 MELHORIAS SUGERIDAS..................................................................... 73

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 78

REFERÊNCIAS....................................................................................... 80

APÊNDICE.............................................................................................. 82

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1 INTRODUÇÃO

O efetivo humano de uma empresa é, muitas vezes, o coração da

organização, devido ao fato de que é a produtividade dos empregados que torna a

matéria-prima no produto final que será consumido pelos clientes, que é o caso dos

empregados da indústria estudada na pesquisa em questão. Taylor já observava

que os operários das indústrias produziam muito menos do que eram capazes de

produzir; baseado em suas observações e estudos criou assim uma escola que

buscava a racionalização do trabalho, objetivando uma maior produtividade em

menor tempo, realizando uma revolução mental por parte dos empregados e dos

empregadores, para coordenar melhor as atividades e esforços visando ao lucro.

(GIL, 2001).

Porém, no mundo industrial existem algumas limitações no que tange à

gestão de pessoas, pois, em muitos casos, não se concede espaço à personificação

das relações, o que pode se contrapor ao modelo ideal de gestão de pessoas. Neste

sentido, pode-se dizer que a produtividade em uma organização pode ser

prejudicada pela constante substituição de pessoas, uma vez que os empregados ao

perceberem a ausência de equidade, podem ter seu desempenho individual

comprometido (FIDELIS; BANOV, 2006).

As empresas que se preocupam com a rotatividade, acabam compreendendo

que nem sempre ela é negativa, em alguns momentos a saída de funcionários que

não estão comprometidos com os objetivos da empresa é um alivio, tanto para os

gestores, que terão a possibilidade de contrata pessoas mais competentes, como

para o empregado, que por algum motivo pode estar sentindo-se fora do contexto

cultural da organização (FIDELIS; BANOV, 2006).

Enfim a contratação, produtividade e demissão de um empregado fazem parte

do processo de pessoal assim como muitas outras atividades. Controlar as

demissões e identificar seus motivos é importante para que os gestores

compreendam o que está acontecendo na empresa, e para que possam criar

soluções que melhorem o ambiente de trabalho. Com base em um estudo

diagnóstico notou-se que a gestão de pessoas na Tyson do Brasil Alimentos possui

todos esses processos e por sua vez aparentemente busca compreender os motivos

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que levam seus empregados a deixarem a organização, para poder controlar essa

rotatividade, e assim manter constante a sua produção.

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

Quando se busca pessoas para contratar, espera-se atrair e selecionar a

melhor mão de obra disponível no mercado, pessoas que “vistam a camisa” da

empresa e dêem o seu melhor para alcançar os objetivos da organização e o lucro

esperado pelos acionistas.

Acredita-se que seja responsabilidade da empresa despertar no seu

empregado este compromisso com a organização, e neste sentido, manter constante

esse vínculo. A empresa Tyson do Brasil Alimentos Ltda. tem um grande efetivo de

empregados, e aparentemente busca manter com os mesmos uma relação de

credibilidade, respeito e confiança. Porém, os gestores da unidade São José têm

percebido que seus empregados estão deixando a empresa com muita freqüência, e

diante dessa realidade têm buscado criar ações para manter seus empregados, para

isso é necessário saber o porquê da saída dos mesmos.

Perante a isso, surgiu o interesse em investigar o seguinte problema de

pesquisa:

Que análise pode ser realizada a partir dos principais motivos da

rotatividade na empresa Tyson do Brasil na sua unidade São José?

1.2 PERGUNTAS DE PESQUISA

Frente ao problema de pesquisa apresentado, foram estipuladas estas

perguntas de pesquisa:

- quais são os índices de rotatividade nos últimos doze (12) meses da

empresa Tyson do Brasil Alimentos Ltda. na sua unidade São José?

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- quais os principais motivos que levam à demissão por parte dos

empregados?

- quais os principais motivos que levam à demissão por parte da empresa?

- o que faz com que os empregados que trabalham na empresa Tyson do

Brasil Alimentos Ltda. há mais de cinco anos mantenham o vínculo com a

organização?

- que sugestões podem ser dadas diante do quadro analisado?

1.3 OBJETIVOS

Neste momento do trabalho são apresentados quais os objetivos, que a

presente pesquisa busca alcançar, alem objetivo principal, também são abobadados

os objetivos específicos que auxiliarão na conclusão do objetivo maior.

1.3.1 Objetivo geral

Ao incorporar a necessidade de investigação proposta na questão norteadora

deste estudo, o objetivo geral deste trabalho é analisar os principais motivos da

rotatividade na empresa Tyson do Brasil na sua unidade São José.

1.3.2 Objetivos específicos

Em termos específicos, os objetivos são estes:

- descrever os índices de rotatividade nos últimos 12 meses da empresa

Tyson do Brasil Alimentos Ltda. na sua unidade São José.

- identificar os principais motivos que levam à demissão por parte da

empresa;

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- apontar os principais motivos que levam à demissão por parte dos

empregados;

- identificar os motivos levam os empregados que trabalham na empresa

Tyson do Brasil Alimentos Ltda. há mais de cinco anos a manterem o vínculo com a

organização;

- sugerir melhorias diante do quadro analisado.

1.4 JUSTIFICATIVA

Este estudo se justifica pelo fato de que grande parte das empresas

necessitam de pessoas para realizarem suas funções, sem elas seria impossível

chegar aos objetivos esperados, já que são estas que dotam a organização de

tecnologia. E quando se inicia um processo de rotatividade que se considera fora do

normal frente aos comparativos contemplados. Acredita-se que os gestores devam

ficar atentos as suas principais causas.

Milkovich e Boudreau (2000) propõem que a rotatividade é um processo

oneroso e que muitos gestores vêem a demissão como o dinheiro da empresa indo

embora. Na empresa Tyson do Brasil essa realidade não é diferente, se tem notado

que um número considerável de empregados está deixando a organização por

diversos motivos; esses pedidos de demissão acarretam muitos custos. E julga-se

que uma maneira eficiente de minimizar esses custos é descobrir os motivos da

rotatividade, seja a iniciativa da demissão causada pela empresa ou pelo próprio

empregado. E assim criar ações que possam minimizar a rotatividade e reter o que

muitas empresas consideram como seu bem mais valioso que são seus

empregados.

A pesquisa tende a auxiliar a empresa nessa missão de identificar quais são

os principais motivos da rotatividade em sua unidade São José, e também quais são

os atrativos que a empresa oferece para que seus empregados continuem

trabalhando nela. Como conseqüência auxiliará os gestores na retenção de pessoal,

lhes sugerindo propostas de melhorias.

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Para acadêmica a pesquisa é de significante valia uma vez que alem de

contribuir com o conhecimento na área de gestão de pessoas, contribui também

para encontrar soluções que melhorem a realidade de seu ambiente de trabalho, no

que tange a rotatividade. O meio acadêmico é também atingido com o trabalho, já

que esse se mostra como mais uma fonte de pesquisa sobre a rotatividade, que

atinge um número significativo de organizações.

1.5 APRESENTAÇÃO GERAL DO TRABALHO

O presente trabalho é disposto da seguinte forma, inicia com a introdução, em

seqüência é abordada a questão norteadora da pesquisa, seu objetivo geral assim

como os específicos. Em seguida é realizada uma breve justificativa que tem como

objetivo argumentar a importância da realização do trabalho.

No próximo capítulo inicia-se a fundamentação teórica, que é composta por

comentários teóricos de estudiosos sobre a gestão de pessoas, sua evolução

histórica, assim como suas atividades. O planejamento de recursos humanos

também é abordado, descrevendo seus principais fatores interferentes, sendo que

um deles é a rotatividade, como ela acontece, seus motivos e como é calculada

finalizam o capitulo da fundamentação teórica.

Na seqüência da fundamentação teórica são relatados os aspectos

metodológicos, que por sua vez é compreendido pelas características da pesquisa, o

contexto dos seus participantes e a forma como foram coletados e analisados os

dados.

Por fim são apresentados os resultados da pesquisa, assim como as

possíveis sugestões para a empresa. As considerações finais, referências e

apêndices encerram o estudo.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capitulo serão abordados temas referentes à administração e gestão de

pessoas, como o histórico da gestão de pessoas, suas atividades, o planejamento

de recursos humanos, e claro o tema central do estudo em questão, que é a

rotatividade. Isso baseado em idéias e conceitos de autores estudiosos dos

respectivos temas citados.

2.1 GESTÃO DE PESSOAS

O objetivo principal deste trabalho é estudar a rotatividade e por trás dela

existem vários motivos que são necessários compreender. Para isso é aconselhável,

inicialmente, estudar o processo de gestão de pessoas. Um setor que é de visível

importância para as organizações. Porém o modo de gerir os empregados sofre

alterações de empresa para empresa, já que cada um tem suas particularidades,

Chiavenato (1999) explica que a gestão de pessoas é uma área muito sensível,

geralmente é moldada de acordo com a mentalidade de cada organização.

Ou seja, o modo de gerir as pessoas depende da organização em si e de

vários aspectos importantes ligados a ela, como a cultura da empresa, o tipo de

negocio que é realizado, a estrutura organizacional que ela possui a tecnologia

disponível dentre outros fatores (CHIAVENATO, 1999). Portanto, os profissionais

que trabalham no setor de gestão de pessoas devem estar bem informados sobre

todos esses aspectos para saber como poderão desempenhar suas atividades da

melhor forma possível.

Complementando, Gil (2001) explica que um profissional de gestão de

pessoas deve estar sempre preparado para que possa desempenhar algumas

atividades básicas que são de sua responsabilidade. Como o atendimento dos

funcionários, estar sempre aberto para usar novas tecnologias, tornar os

empregados capacitados e motivados, proporcionando-lhes um ambiente com boa

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qualidade de vida e agregando valor não somente aos empregados e a empresa,

mais também aos clientes.

Além das atividades básicas citadas anteriormente a gestão de pessoas

engloba varias atividades que envolvem o ativo humano, dentre elas estão atração,

motivação e retenção dos empregados, assim como o treinamento e o

desenvolvimento de trabalho em grupo (DUTRA, 2002). Fidelis e Banov (2006)

enfatizam que a gestão de pessoas alem dessas atividades, deve buscar a

cooperação de todas as pessoas que trabalham na empresa para alcançar os

objetivos tanto da organização como individual de cada um.

Portanto, pode-se compreender que o setor de gestão de pessoas não deve

preocupar-se apenas com o gerenciamento para aumentar a produtividade, mais

também com que todos alcancem seus objetivos particulares se sintam motivados a

continuarem com suas atividades, respeitando sempre a cultura da empresa. Para

isso, os gestores se utilizam de várias ferramentas de gestão, como treinamento, as

formas de remuneração, a avaliação de desempenho, etc.

Para tornar mais lúcido o entendimento sobre as práticas de gestão de

pessoas que viabilizam uma redução da rotatividade, que é o objeto deste estudo,

apresenta-se na seqüência a perspectiva histórica da gestão de pessoas.

2.1.1 Histórico da Gestão de Pessoas

O modo de gerir pessoas sofreu alterações no decorrer dos anos, de acordo

com os fatos históricos e políticos de cada época. Nesta próxima etapa busca-se

compreender como e quando foram as mudanças e o que elas influenciaram o modo

atual de gerenciar pessoas. No século XIX na França já havia relatos sobre a gestão

de pessoas porem ainda vinculadas a ralações de trabalho e regulamentação social

(DUTRA, 2002).

Nos seus primórdios a gestão de pessoas sofreu influência das escolas da

administração fundamentadas nas idéias de Taylor e Fayol, que serviram como base

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para estruturar a gestão de pessoas no século XX, seguindo idéias como a de que o

homem como um ser pensante e racional conhecia todas as conseqüências das

decisões que tomava. Propunha também que se ao descobrir a única maneira certa

de fazer as atividades poderia maximizar a eficiência do trabalho, e por fim uma vez

estabelecidos os padrões de produção, deveriam ser alcançados, necessitando

assim de mão de obra treinada e que trabalhasse sobre controle e supervisão

(MOTA, 1979 apud DUTRA, 2002).

Visto isso a gestão de pessoas historicamente pode ser separada em três

fases distintas. Dutra (2002) denominou–as como sendo fase operacional, fase

gerencial e fase estratégica. A fase operacional se deu até a década de 60, nesta

fase a preocupação era apenas com a captação de empregados, treinamento e

remuneração. Chiavenato (2004) nomeia essa fase com a do departamento de

pessoal, que teve inicio com a industrialização clássica, complementa explicando

que essas funções eram realizadas, preocupando-se apenas em cumprir as

exigências legais.

Pode-se observar que Chiavenato (2004) e Dutra (2002) enfatizam que nesta

fase, seria a introdução a gestão de pessoas, onde a preocupação central dos

gestores não era com as pessoas em si, mais sim o cumprimento das regras e

normas, as pessoas eram apenas contratadas, treinadas para realizarem suas

atividades e remuneradas. E era função do departamento de pessoal e

posteriormente do departamento de relações industriais garantirem que esse

processo fosse cumprido segundo as exigências legais.

A Fase gerencial teve inicio na industrialização neoclássica e perdurou até o

inicio da década de 80. Neste momento o setor de gestão de pessoas já amplia mais

suas fronteiras e passa a interferir em diferentes processos da organização, como no

desenvolvimento organizacional (DUTRA, 2002). Nesta fase o departamento,

responsável pelas pessoas na empresa, passou a chamar-se de recursos humanos,

e com as mudanças vieram os acúmulos de funções. Alem das atividades

burocráticas os profissionais dessa área são responsáveis também pelo sistema de

remuneração, benefícios, higiene e segurança no trabalho, relações sindicais e

trabalhistas (CHIAVENATO, 2004).

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Por fim a fase estratégica que teve inicio nos anos 80. A chamada era da

informação, a gestão de pessoas passou a assumir um papel estratégico na

empresa, onde cuidava dos valores que as pessoas poderiam trazer para a empresa

alem do seu trabalho (FORUM, 1984; ROTHWELL, 1988 apud DUTRA, 2002). Neste

momento as tarefas burocráticas são terceirizadas e as atividades táticas são

delegadas aos gerentes de linha. Os profissionais da área de gestão de pessoas

passam a ser consultores internos. Assim o trabalho a ser realizado com as

pessoas, passou a ser solução ao invés de problemas para a organização, o

empregado agora era visto como parceiro, trazendo vantagem competitiva e

soluções para os problemas organizacionais (CHIAVENATO, 2004).

Como se pode observar em cada fase a gestão de pessoas assumia mais

responsabilidades como o bem estar tanto dos empregados que passaram a receber

a atenção merecida como dos empregadores que terão empregados comprometidos

com a organização e produtivos. Como citado anteriormente as principais mudanças

iniciaram no século XX, que também inicia com grandes mudanças em vários

cenários, surge o século da burocracia ou século da fábrica e com todas essas

mudanças vem também surge à necessidade de mudar o modo como se administra

as pessoas (CHIAVENATO, 2004).

Com tudo pode-se entender que a escolas iniciais da administração alertavam

a gestão de pessoas mostrando que seus empregados, deveriam ser treinados e

supervisionados, assim poderiam alcançar os objetivos firmados pela empresa.

Fazendo com que todos tenham a consciência de o que é efetivamente seu trabalho,

conseguindo compreender as conseqüências de seus atos. Os acontecimentos nas

décadas anteriores tornaram os anos 90 rico em aprendizado. Foram surgindo novas

propostas e experiências na gestão de pessoas, Dutra (2002) explica que na década

de noventa as novas experiências que surgiam indicavam um novo caminho para o

gerenciamento de pessoas. Caminho este que continua a mudar com o passar dos

anos.

No Brasil a evolução da gestão de pessoas acompanhou períodos

importantes da história do país. Até a década de 30 o mercado industrial estava

cheio, com a vinda do imigrante e com a decadência do setor cafeeiro, nesta época

os setores mais organizados eram o dos trabalhadores ferroviários, portuário e o do

setor têxtil (DUTRA, 2002).

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Com a abundância de mão de obra na época, não era necessária uma gestão

de pessoas, já que se poderia encontrar empregados facilmente. Não existia

legislação que disciplinasse a relação entre patrão e empregado (DUTRA, 2002). O

que se pode observar é que no Brasil até a década de 30 existia mão de obra

sobrando nas cidades, dentre eles os imigrantes que trouxeram com sua cultura

européia idéias trabalhistas e sobre sindicatos, para Aquino (1980), neste período os

trabalhadores tinham uma participação mais ativa na vida da empresa e do país.

Durante a década de 30 com a Revolução de Getulio Vargas as relações

trabalhistas no Brasil sofreram um grande impacto. Foi durante o Governo de Getulio

que foi criado o ministério do trabalho (AQUINO, 1980). O período Getulista foi de

extrema importância devido à ligação que o então presidente do país tinha com a

classe operaria, dando assim todo o incentivo às bases sindicalistas. Portanto no

Brasil, diferente de outras partes do mundo o sindicato nasceu dentro do próprio

governo (AQUINO, 1980).

Dutra (2002) explica que durante o estado novo nos anos de 1930 até 1945, a

burocracia prevaleceu com as inúmeras regras e exigências, a gestão de pessoas

agora deveria preocupar-se com os cumprimentos das normas legais, como já

acontecia em outras partes do mundo. Aquino (1980) comenta sobre o surgimento

da seção de pessoal, e do chefe de pessoal que geralmente eram advogados

especializados em direito trabalhista. Esses tinham como missão cuidar das rotinas

trabalhistas, já que as empresas não podiam mais resolver seus problemas com os

empregados de qualquer forma.

No Brasil assim como em outras partes do mundo, o setor industrial também

foi influenciado por idéias de Taylor e Fayol, e surge uma gestão de pessoas mas

profissionalizada, juntamente com uma grande intensificação da indústria (DUTRA,

2002), intensificação essa que se deu através de Juscelino Kubitschek e suas idéias

inovadoras para o país. Com isso o grau de escolaridade dos trabalhadores

aumenta e as relações entre empregados e empregadores começam a se tornar

mais complicada. Neste período que surgiu as chamadas relações indústrias que

tinha como missão melhorar essa relação nas indústrias, o que não teve muito

sucesso, já que o setor voltou a ficar focado apenas nas regulamentações

trabalhistas (AQUINO, 1980).

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Como citado anteriormente por Dutra (2002), no exterior começam a surgir

novos movimentos que buscam revolucionar a gestão de pessoas, no Brasil esse

assunto é comentado porem não com tanta ênfase. Na década de Oitenta o Brasil

passa pela crise tendo que voltar suas atenções para o mercado externo, o que

aumentou a competitividade no mercado interno, e levou algumas empresas a

criarem novos conceitos e instrumentos de gestão de pessoas.

As greves e atividades sindicais que eram fortíssimas em 1989 diminuíram

consideravelmente até 1992 (GIL, 2001). Complementado Gil (2001) explica que nos

primeiros anos da década de 90 o Brasil inicia sua entrada nos mercados

internacionais, porem o país também abriu suas portas para o capital externo o que

gerou um grande medo nas indústrias brasileiras, que por conseqüência demitiram

inúmeras pessoas.

Ainda segundo Gil (2001), nesta época os empregados reviram suas

estratégias, decidiram diminuir o número de greves e irem até as empresas

negociarem diretamente com seus patrões, fazendo assim o chamado pacto social,

o que levou os sindicatos a mudarem seus discursos voltando-se mais para causas

sociais como os direitos das trabalhadoras mulheres em amamentar e instruindo

sobre o assedio moral. No final dos anos 90 os sindicatos retomam suas forças,

iniciando campanhas para o aumento do salário mínimo e reposição de perdas no

Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS -.

Tendo em vista todos esses acontecimentos do passado, Chiavenato (2004)

propõe que o terceiro milênio trará mudanças cada vez mais velozes e intensas para

as organizações e conseqüentemente para as pessoas. As tendências apontam

para um crescimento da globalização, tecnologias, informação, serviços e com

ênfase muito maior no cliente, qualidade, produtividade e competitividade entre as

empresas. E todas essas mudanças afetarão o modo de gerir pessoas e os lideres

necessitarão cada vez mais o suporte e apoio da área da gestão de pessoas.

Portanto pode-se observar que a gestão de pessoas tanto no sentido mundial

quanto no Brasil sofreu mudanças parecidas, onde inicialmente preocupava-se

apenas com a burocracia ao chamado departamento de pessoal, em seguida veio os

recursos humanos e por fim a gestão de pessoas, como se conhece atualmente. Um

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setor que acumulou no decorrer dos anos muitas funções, funções essas que serão

desmembradas na seqüência do trabalho para uma melhor compreensão.

2.1.2 Funções e atividades da gestão de pessoas

Como pôde ser visto o profissional de gestão de pessoas acumulou muitas

atividades no decorrer dos anos. Porem algumas dessas atividades são básicas,

para um bom gerenciamento das pessoas na organização. Alguns consideram umas

mais importantes que as outras, para a presente pesquisa foram consideradas

algumas das atividade que Gil (2001) apresenta em seu livro, elas são baseadas nas

idéias de quatro autores. No quadro a seguir elas podem ser melhor visualizadas.

Aquino (1979) Milkovich e Boudreau (2000)

Gómez-Meija et al. (1998)

Chiavenato (1999d)

Procura

Desenvolvimento

Manutenção

Pesquisa

Recrutamento

Desenvolvimento

Remuneração

Relação com empregados

Suprimento

Desenvolvimento

Compensação

Controle

Agregação

Aplicação

Recompensa

Desenvolvimentos

Monitoração Quadro 1 – Atividades da gestão de pessoas.

Fonte: Adaptado de Gil (2001)

Autores como Lacombe (2005), Chiavenato (2004) e Milkovich e Boudreau

(2000) concordam quando descrevem as atividades que são pertinentes ao setor de

gestão de pessoas, na seqüência serão abordadas algumas dessas atividades.

Tanto Chiavenato (2004) e Milkovich e Boudreau (2000) explicam que o processo de

recrutar e selecionar pessoas é uma função da gestão de pessoas; Lacombe (2005)

explica que o recrutamento e a seleção abrangem todo o conjunto de praticas e

processos usados para atrair candidatos para vagas existentes ou potecias, o autor

explica que esse processo é permanente sendo intensificado nas ocasiões que

existem vagas abertas. Esse recrutamento pode ser feito internamente como

externamente.

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Dutra (2002) propõe que a captação de pessoas no mercado de trabalho é

compreendida como toda e qualquer atividade da empresa para assim estabelecer

uma relação de trabalho com pessoas dispostas e capazes de atender as

necessidades da empresa, tanto no presente quanto no futuro. Portanto é no

recrutamento e na seleção que o futuro empregado terá o primeiro contato com a

gestão de pessoas da empresa – no caso de uma contratação externa –. Espera-se

que nesse processo os responsáveis contratem pessoas comprometidas com os

objetivos da empresa e que estejam dispostas a alcançar os objetivos e metas que

lhes são determinados.

O processo de aplicar pessoas também é uma função da gestão de pessoas

segundo Chiavenato (2004), este por sua vez tem a finalidade de descrever as

atividades que a pessoa ao entrar na empresa deverá desenvolver, assim como

orientar e acompanhar seu desempenho. Ter uma descrição dos cargos contribui

para que esse processo seja realizado.

Quando se descreve um cargo, o gestor deve saber que a descrição é

genérica independente de que esta ou estará nele. Essa descrição deve conter as

atividades a serem desenvolvidas, e o que devem fazer os ocupantes do cargo, sem

esquecer das atividades que por características particulares são desenvolvidas

periodicamente (LACOMBE, 2005).

A avaliação de desempenho também pode trazer informações importantes,

ela tem como objetivo principal melhorar o desempenho dos avaliados, mas acaba

manifestando outras situações que não são percebidas no dia-a-dia, como a

necessidade de treinamento ou problemas na estrutura organizacional (LACOMBE,

2005). Com essas duas ferramentas já é possível fornecer ao empregado melhores

condições de trabalho, já que ele saberá exatamente suas funções, limites e metas.

E também receberá sugestões que possam contribuir para a melhoria do seu

trabalho.

Outra atividade que diz respeito aos responsáveis pela gestão de pessoas é o

processo de remuneração, Chiavenato (2004) e Lacombe (2005) concordam que

esse processo envolve não somente o salário, mais benefícios que façam o

empregado principalmente operacional se comprometer com a maior produtividade

da empresa.

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Complementando, Milkovich e Boudreau (2000), explicam que a remuneração

inclui o retorno financeiro, serviços e benefícios tangíveis que são dados aos

empregados como parte de pagamentos em uma relação de trabalho.

Dutra (2002), em seu livro define os vários tipos de remuneração existentes

como a remuneração direta, que é o total de dinheiro que a pessoa recebe pelo seu

trabalho, podendo ser fixa, que é a mais freqüente ou variável. Já a remuneração

indireta é o conjunto de benefícios que a pessoa recebe pelo seu trabalho,

geralmente complementa a direta. Dentre outras estão a remuneração que é paga

por tempo de empresa ou experiência, a remuneração por performance que é paga

por bom desempenho, dentre outras que a empresa pode considerar como justa ou

reconhecedora.

Por tanto remunerar os empregados envolve mais do que pagar somente pelo

trabalho feito, mais é um conjunto de remunerações que são capazes de beneficiar

os empregados em outros aspectos como reconhecimento por ter um resultado

alcançado, ou pela experiência adquirida e dedicação a empresa. Enfim é uma

forma de motivar os colaboradores a se comprometerem mais com a produtividade e

com os objetivos da organização.

Outra atividade que é responsabilidade da gestão de pessoas é o processo

de desenvolver pessoas, que consiste em desenvolver e incrementar o

desenvolvimento profissional de seus empregados (CHIAVENATO, 2004). O

treinamento é uma dessas ferramentas de desenvolvimento. Ele é um processo para

promover a aquisição de habilidades, regras conceitos ou atitudes que resultem em

uma melhoria nas atividades dos empregados (MILKOVICH; BOUDREAU, 2000).

Gil (2001) explica que o desenvolvimento das pessoas tem como finalidade

visualizar possíveis alterações e mudanças futuras e também manter as pessoas

atualizadas, pode-se desenvolver esses objetivos incentivando os empregados a

participarem de palestras, seminário ou worshops, referentes a temas atuais que

manterão as pessoas atualizadas, colocar o empregado em algum cargo diferente

por algum período o chamado job rotation, pode fazer com que o empregado de um

especialista somente no que faz aprenda a ser generalista e compreender os cargos

como um todo, enfim muitas outras atividade podem ser realizadas como, mentoring,

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educação continuada e corporativa, coaching dentre outras que serão muito úteis

para o desenvolvimento do empregado.

Milkovich e Boudreau (2000), por sua vez citam mais uma atividade, a função

de relacionar-se com os empregados, propõem que essa atividade aconteça no

sentido de promover a harmonia entre patrões e empregados, essa boa relação

deve se estender desde as discussões sobre acordos coletivos até a administração

de possíveis conflitos e programas e ações internas.

Todas as atividades citadas são certamente importantes quando se faz o

gerenciamento de pessoas, porém é importante destacar o quão é necessário que a

empresa saiba manter essas pessoas trabalhando na organização. Neste momento

a empresa deve ter um processo ou programa para reter as pessoas. Esses

processos devem criar condições tanto ambientais quanto psicológicas para que os

empregados possam desenvolver suas atividades de maneira satisfatória

(CHIAVENATO, 2004).

A boa administração da cultura organizacional é um fator que contribui para a

permanência das pessoas na empresa isso por que a cultura organizacional

segundo Lacombe (2005), deve definir com clareza quais são as crenças, costumes,

sistemas de valores e normas que a empresa segue. Assim também como deve

definir quais são os padrões para cada atividade, decisões e ações da empresa.

Enfim a cultura organizacional deve deixar claro para cada empregado o que ela

busca, e quais são os limites e metas de cada um.

Para que os empregados trabalhem bem é necessário que o seu ambiente

esteja favorecendo suas atividades, e é neste ponto que se deve aplicar a higiene e

segurança no trabalho, que segundo Chiavenato (2004) é o conjunto de normas e

procedimentos que visam a proteção da integridade física e mental do trabalhador.

Assim protegendo o empregado de doenças ou riscos a saúde, decorrentes de suas

atividades diárias.

Complementando as ações para manter as pessoas trabalhando na

organização encontram-se os programas de qualidade de vida no trabalho - QVT -

que se preocupa com o bem estar e a saúde dos empregados ao desenvolver suas

tarefas, tanto na parte física, como na psicológica. Um índice alto de QVT mostra

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que seus empregados estão conseguindo satisfazer suas necessidades pessoais

através do seu trabalho na organização (CHIAVENATO, 2004).

Chiavenato (2004) e Lacombe (2005) concordam que o empregado sabendo

quais são os padrões que deve seguir, os valores que a empresa defende e tendo

condições necessárias para desenvolver suas atividades tanto nos aspectos físicos,

como psicológicos , ele tende a ser mais produtivo e mais comprometido com a

organização. Por fim se pode entender que cada atividade da gestão de pessoas

tem um objetivo especifico que busca com que o empregado consiga realizar suas

tarefas da melhor forma possível, sentindo-se confortável em todos os aspectos, e

que a empresa consiga alcançar seus objetivos contando sempre com o apoio de

seus empregados.

Os gestores precisam estar interados de todos os assuntos da empresa que

envolvam as pessoas para poder realizar essas tarefas, antes disso é necessário se

fazer um planejamento de todo o seu efetivo humano, descrever cada atividade,

setor, conhecer os cargos, e as necessidades de cada área, assim o gestor poderá

desempenhar suas atividades de maneira pontual. Porem para isso ele precisa ter

esse planejamento de Recursos Humanos, tema que será abordado na seqüência.

2.1.3 Planejamento de RH

O planejamento de recursos humanos é o processo gerencial de identificação

e análise das necessidades da organização no que compreende seus recursos

humanos. Por conseqüência é o responsável pela criação de políticas e programas

que supram essas necessidades em vários períodos de tempo (LUCENA 1995), na

mesma linha, Chiavenato (1999) explica que o planejamento recursos humanos é o

processo de decisão a cerca dos recursos humanos que a empresa necessitara no

período de tempo para realizar suas ações.

Ou seja, o planejamento de recursos humanos é o responsável pelas

diretrizes que serão tomadas no que se diz respeito a pessoas na organização. Essa

ferramenta é utilizada pela gestão de pessoas quando esta busca identificar,

organizar e planejar as necessidades que terá futuramente no quesito pessoas. Para

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que o planejamento de recursos humanos efetivamente aconteça é necessário que

os responsáveis pela realização dele conheçam as atividades, os setores, e as

necessidades da organização como um todo, para isso eles levam em consideração

certos elementos-chaves, e conceitos básicos para a realização do mesmo, estes

serão comentados na seqüência (LUCENA, 1995).

2.1.3.1 Componentes básicos

São citados por Lucena (1995), cinco componentes básicos para se poder

realizar o planejamento de recursos humanos de uma organização, são eles o

planejamento organizacional, estrutura e descrições de cargos, linha de sucessão e

o perfil profissional.

Sendo que o planejamento organizacional tem por objetivo responder as

exigências e características do negócio da empresa, de mercado, de seus produtos,

enfim de todas as relações internas e externas da empresa, o que torna o

planejamento organizacional o meio para realizar o negócio e os objetivos da

empresa, segundo Lucena (1995), a autora também explica que o planejamento

organizacional passa por varias etapas uma delas é a estruturação e descrição dos

cargos, que se baseia na missão e nos objetivos de cada área da empresa para

assim traçar um perfil do profissional que deverá ocupar cada cargo, assim como a

hierarquia de cada setor, e suas responsabilidades. Essa ferramenta é de grande

valia para os gestores no momento de definir a estrutura e as políticas salariais da

empresa.

Outro componente básico para o planejamento de recursos humanos é a linha

de sucessão, que por sua vez é uma ferramenta importante para definir e facilitar o

estudo sobre a hierarquização dos cargos, definindo a complexidade de cada um e a

capacitação necessária para se conseguir alcançar determinado cargo (LUCENA,

1995). Por fim no perfil gerencial - ferramenta que ainda não é utilizada e

reconhecida com a devida importância na maioria das empresas - serão definidas a

capacitação pessoal e profissional requeridas em casa cargo, ou o tipo de

contribuição que o cargo deve oferecer para os negócios da empresa (LUCENA,

1995).

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Portanto, pode entender que o planejamento organizacional é a ponte para se

realizar os objetivos esperados pela empresa, já o sistema de descrição de cargos

serve mais como ferramenta para delinear principalmente as faixas salariais de cada

cargo especifico, por sua vez a linha de sucessão se aplica ao setor, quem é

subordinado a quem, e o que é necessário para mudar sua posição hierárquica. No

caso do perfil profissional é definido o que o mercado espera daquele cargo, ou seja,

o que ele precisa ter e ser para conseguir alcançar os objetivos delineados pela

empresa. Porem o planejamento de recursos humanos não é composto apenas

destes componentes básicos, os gestores precisam de mais ferramentas que lhes

auxiliem nesta tarefa e, portanto contam também com alguns elementos chaves que

se mostram necessários para concluir o planejamento, elementos estes que serão

abordados na seqüência.

2.1.3.2 Elementos-chave

Lucena (1995), em seu livro descreve que o planejamento de recursos

humanos tem quatro elementos-chaves, que são eles Integração com os negócios e

objetivos da empresa, participação gerencial, dimensão do tempo e integração dos

processos, programas e atividades de recursos humanos.

No que diz respeito à integração com o negocio da empresa a autora Lucena

(1995), explica que são necessárias algumas preocupações vitais, como encontrar

um local no mercado que aceite o produto ou serviço oferecido e que este sempre

chegue da melhor maneira possível. E claro obter lucro em cima deste produto ou

serviço oferecido, para assim conseguir manter toda a estrutura organizacional

funcionando, desde a parte financeira, produção, física enfim todos os setores

ligados a empresa e ao produto ou serviço oferecido.

Atualmente algumas empresas já estão vendo os gestores de recursos

humanos não apenas como os responsáveis pela parte burocrática, de folha de

pagamento, rescisão e férias, mais sim estão incorporando esses profissionais na

gerencia da empresa, já que esses acabam tendo os mesmos questionamentos que

os gerentes operacionais, que tem responsabilidades e precisam apresentar

resultados. Assim os gestores de recursos humanos terão a oportunidade aplicar

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suas funções com qualidade, elaborando atividades, programas e ações que supram

as necessidades da empresa no que diz respeito às pessoas (LUCENA, 1995).

Por sua vez não é comum observar na empresas o levantamento das

necessidades com antecedência, e um dos pontos que o planejamento de recursos

humanos busca atingir de forma implícita é esta previsão e analise antecipada de um

plano de ação onde conste o que a empresa pretende fazer em curto, médio e longo

prazo. Essa é a chamada dimensão do tempo, outro elemento chave para o

planejamento de recursos humanos, o profissional que realizará este planejamento

deve responder uma serie de questões que determinarão o que será feito, e o tempo

que se levará para o suprimento de cada necessidade encontrada (LUCENA, 1995).

Por fim o último dos chamados elementos-chaves para o planejamento de

recursos humanos se encontra a integração dos processos, programas e atividades

de recursos humanos, que nada mais é do que uma integração onde as atividades,

iniciativas e programas da empresa e das áreas coexistam trocando informações, de

uma maneira onde todos busquem um objetivo comum que é alcançar as metas da

empresa.

Contudo o planejamento de recursos humanos tem muitas especificidades

que devem que levadas em consideração para se chegar ao objetivo esperado. No

entanto esse planejamento pode ser afetado por fatores que podem causar certa

alteração no que se foi planejado, e o responsável pelo planejamento já deve prever

esses fatores interferentes.

2.1.3.3 Fatores interferentes

Ao realizar planejamento de recursos humanos o responsável deve levar em

consideração dois fatores que interferem diretamente nas atividades e produtividade

dos empregados que são o absenteísmo e a rotatividade, em seguida serão

abordados esses dois temas, dando-se mais ênfase a rotatividade que é o tema

central do presente trabalho.

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2.1.3.3.1 Absenteísmo

Um dos fatores que interfere diretamente no planejamento de recursos

humanos é o absenteísmo. Este termo é utilizado para designar as faltas ou

ausências dos empregados ao trabalho, ou seja, é a soma dos períodos em que os

empregados ficam ausentes ao trabalho, por algum motivo interveniente,

(CHIAVENATO, 1999). Por sua vez Fidelis e Banov (2006) consideram o

absenteísmo a relação entre as horas produtivas possíveis no mês e a quantidade

de horas em que o empregado fica ausente do seu local de trabalho por motivos de

faltas, ou saídas antecipadas. Já Milkovich e Boudreau (2000) explicam que o

absenteísmo é a freqüência ou duração do tempo perdido de trabalho, quando os

empregados não vêm trabalhar.

Portanto segundo Chiavenato (1999), Fidelis e Banov (2006) e Milkovich e

Boudreau (2000), o absenteísmo nada mais é do que a ausência de um empregado

ao trabalho. Ausência esta que causa prejuízo a empresa tanto remunerando ou

não, já que outras pessoas terão que dividir suas atividades para suprir a falta do

colega, ou seja, a empresa perdeu parte de sua produtividade pelo período em que

o empregado não estava no seu posto realizando sua função, seja durante um dia

todo ou apenas um período de tempo.

Os motivos que levam absenteísmo em uma empresa podem ser vários,

Fidelis e Banov (2006) citam como os principais motivos o salário baixo, benefícios

que não atendem as necessidades dos empregados, mau relacionamento com

superiores ou equipe, falta de perspectiva profissional, procura de nova oferta de

trabalho. Por sua vez Chiavenato (1999) cita alem desses, outros motivos como

doenças do empregado ou razões diversas de caráter familiar e problemas de

transporte.

Milkovich e Boudreau (2000) comentam que o absenteísmo é mais comum

em grandes empresas, e que a freqüência e duração do afastamento do empregado

têm a ver com sua satisfação no trabalho. Também explicam que quanto maior o

número de mulheres no quadro de funcionários é mais forte a relação entre

absenteísmo e a satisfação no trabalho, Chiavenato (1999) complementa explicando

que segundo uma pesquisa feita nos Estados Unidos, teve como resultado que as

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mulheres faltam mais ao trabalho do que os homens, que o absenteísmo é maior

nas segundas e menor nas quartas e quintas-feiras, também é maior a taxa de

absenteísmo antes e depois de feriados, e nos dias mais frios.

Enfim o absenteísmo pode ter diversos motivos e suas particularidades de

acordo com cada local e acontecimento, e cabe ao setor de gestão de pessoas

monitorar o absenteísmo, e focalizar seus esforços em ações para minimizar as

faltas, seja com ações disciplinares sobre os faltosos, ou programas que abonem as

faltas com o banco de horas, ou regras pré-estabelecidas (MILKOVICH;

BOUDREAU, 2000).

2.3.3.2 Rotatividade

Outro fator interferente no planejamento de recursos humanos é a

rotatividade, que por sua vez é o tema principal da pesquisa. A rotatividade em uma

empresa pode esconder problemas internos que algumas vezes os responsáveis

pela gestão de pessoas não conseguem visualizar, portanto este capítulo buscará

um aprofundamento neste tema tão importante não somente para gestão de

pessoas, mas como para toda a empresa.

Para poder compreender a rotatividade se faz necessário compreender o que

realmente ela é, quais os principais motivos que levam ao desligamento de um

empregado, e saber medir os índices de rotatividade para assim controla-la.

Rotatividade ou Turn over é conceituada por Chiavenato (1999), como a flutuação

de pessoal entre uma organização e seu ambiente, ou seja, é o volume de pessoas

que entram e saem da organização em determinado período de tempo.

A rotatividade é geralmente usada como sinônimo de demissão voluntária,

para Milkovich e Boudreau (2000), a rotatividade leva a entender que haverá

substituição, ou seja, a empresa colocará alguém para substituir a vaga que ficou

aberta. Pode-se entender de acordo com Chiavenato (1999) e Milkovich e Boudreau

(2000), que a rotatividade acontece quando um empregado deixa a empresa, seja

por iniciativa dele ou da própria empresa. Fica claro também que existirá uma nova

contratação para repor a vaga do empregado demitido.

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Portanto a rotatividade é conseqüência das demissões em uma empresa

Milkovich e Boudreau (2000. p 261) explicam que as demissões são “o termino do

emprego de trabalhadores permanentes ou temporários, por iniciativa do

empregador ou do próprio empregado.” sendo assim o desligamento dos

empregados da organização pode se dar de três formas: a demissão por parte do

empregado, por parte da empresa e as demissões coletivas (MILKOVICH;

BOUDREAU, 2000).

A) Demissão por iniciativa do empregado

Quando o desligamento acontece por iniciativa do empregado é importante

saber os motivos que o levou a tomar essa decisão, esses motivos podem ser

externos ou internos.

Nesse caso, devem-se levantar alguns questionamentos como por que está

saindo da empresa, se tem outro emprego em vista onde receberá mais, se terá

outras funções que na organização atualmente ele não pode desenvolver. Se o

desligamento se deu por motivos internos seria interessante a empresa tentar

identificar esses motivos, se existia problemas com colegas, chefias ou funções

desenvolvidas, e se haveria algo que a empresa pudesse fazer para impedir essa

demissão, ou outras que viessem a ocorrer pelos mesmos motivos (CHIAVENATO,

1999) e (MILKOVICH; BOUDREAU 2002).

Como fator externo, Chiavenato (1999) cita a situação de oferta e procura de

mão de obra no mercado de trabalho, a conjuntura econômica e as oportunidades

fora da empresa. Milkovich e Boudreau (2000), também citam como influência

externa, os baixos índices de desemprego, o acesso às informações sobre outras

oportunidades de emprego, dentre outros. O autor complementa explicando que as

demissões por iniciativa do empregado se dão quando o mercado de trabalho

apresenta um nível de desemprego baixo.

Para Milkovich e Boudreau (2000), o fato dos índices de desemprego estiverem

baixos leva os empregados mais jovens e com menos dependentes a se demitirem

com mais freqüência. Explicam que isso se dá uma vez que esses empregados mais

jovens, não tem responsabilidade ou obrigação de sustentar uma família, e como

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conseqüência tem mais tempo e disposição para procurar outro emprego, aprender

novas atividades e buscar mais conhecimento, fazendo cursos e se aperfeiçoando.

Os motivos internos se são aqueles que acontecem dentro da organização são

consideravelmente os maiores causadores dos pedidos de demissão. Estes estão

ligados a vários aspectos da organização como a política salarial, de benefícios,

oportunidade de crescimento, relacionamento humano dentro da empresa, o tipo de

supervisão que é feita, as condições físicas, o ambiente de trabalho, a política

disciplinar, programa de treinamentos, enfim Chiavenato (1999) cita dentre esses

vários outros fatores internos que levam o empregado a pedir demissão. Se o

empregado estiver desmotivado com alguns ou vários dos fatores citados

anteriormente ele provavelmente deixara a empresa quando tiver uma oportunidade.

Em alguns casos não é necessário nem se ter a oportunidade, o empregado pode

abandonar a empresa para em seguida ir em busca de outra oportunidade.

B) Demissão por iniciativa da empresa

Quando o desligamento ocorre por parte da empresa é necessário entender

algumas questões, como quem decidiu pela demissão, se ela era realmente

necessária e se será necessário e possível substituir a pessoa desligada. Fidelis e

Banov (2006), assim como Milkovich e Boudreau (2000) explicam que a demissão

por iniciativa da empresa, geralmente são motivadas por fatores individuais de cada

empregado, como a incapacidade de ser aprovado no período de experiência,

incompetência, insubordinação, absenteísmo, em fim diversos motivos que podem

levar a empresa a pedir de demissão do empregado.

Para Chiavenato (1999), a empresa pode tomar a decisão de demitir um

funcionário por outros motivos diferentes dos citados anteriormente como, substituí-

lo por outro mais adequado às necessidades da empresa no determinado momento

a redução da força de trabalho também pode levar a empresa a solicitar o

desligamento assim como para corrigir uma seleção inadequada.

Xavier (2006) propõe que ninguém deve ser surpreendido com a demissão

por mau desempenho ou comportamento inadequado, ou seja, quando o empregado

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apresentar esses problemas a empresa deve antes de demiti-lo lhe aplicar

advertências que deixem claras quais são as suas dificuldades, assim o empregado

terá a oportunidade de melhorar seu comportamento, evitando a demissão por

iniciativa da empresa.

Alem de advertências outras medidas podem ser tomadas pela empresa para

evitar a demissão de empregados que estejam contribuindo para alcançar o objetivo

da organização, porem estão apresentando algum tipo de problema. Xavier (2006)

propõe que quando o empregado apresenta problemas de relacionamento à

empresa pode aconselhá-lo a procurar ajuda como terapia por exemplo, ou realizar

uma transferência intra ou interdepartamental. Quando o problema for desempenho

a empresa pode oferecer ao empregado um novo treinamento ou redefinir suas

funções, por exemplo. No caso de desmotivação por parte do empregado os

gestores podem dar a ele novos desafios, agregando mais responsabilidade as suas

funções, ou treina-lo para que exerça outro tipo de função.

A empresa pode tentar evitar esse processo tão oneroso e desgastante que

acaba afetando todos os envolvidos como o demito, os colegas e até mesmo o

responsável pela demissão que pode acabar trazendo para si a culpa pela demissão

do empregado, mesmo que não a tenha. No momento de demitir o empregado o

gestor deve estar preparado emocionalmente, e deve ter em mãos todos os motivos

que levaram a demissão e todas as informações referentes ao processo de

demissão, deve ser direto com o empregado não tentar suavizar a situação, nem

tentar apontar culpados para a demissão, essas atitudes evitam que o empregado

se sinta injustiçado. Por fim o gestor deve conduzir a demissão de forma natural, já

que é um processo que acontece em toda e qualquer organização (XAVIER, 2006).

Porem existe outro tipo de demissão, que por sua vez a empresa não pode

evitar porem, não pode realizar por conta própria, então ela cria incentivos para que

os seus empregados a façam, e é esse próximo tópico que será abordado na

seqüência.

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C) Demissão Incentivada ou Voluntária

Nos últimos anos grandes processos de demissão passaram a ser uma

realidade para diversas empresas, que por diversos motivos tiveram que diminuir um

número considerável de seus empregados. Esses motivos podem ocorrer devido à

revisão dos negócios da empresa, um exemplo disto foi a Kodak que enfrentou

mudanças nos seus produtos depois da chegada das maquinas digitais no mercado.

A revisão da estrutura da empresa também é um desses motivos assim como o

deslocamento de fonte de matéria prima que neste caso tiveram que fazer uma

mudança geográfica para procurar matéria prima. Fusões e incorporações também

podem gerar um corte no número de empregados assim como a mudança no perfil

da mão de obra demandada (XAVIER, 2006).

Nestes casos, quando a empresa está necessitando reduzir o quadro de

funcionários ela pode incentivar o pedido de demissões, que por sua vez não tem

ligação com o comportamento individual de cada empregado (MILKOVICH;

BOUDREAU, 2000). Fidelis e Banov (2006) explicam que nos casos de demissão

incentivada a empresa sempre é favorecida, normalmente elas apresentam atrativos

para incentivar o empregado a se desligarem da empresa o chamado plano de

demissão espontânea como cita Chiavenato (1999).

Quando a empresa propõe esse programa ela realmente precisa desligar alguns

empregados, mas por algum motivo não pode o fazer, seja por algum acordo sindical

ou lei. E para conseguir manter o empregado exercendo suas funções até poder

demiti-lo acabaria gastando muito. Portanto os gestores criam uma série de

benefícios para o empregado que decidir fazer o pedido de demissão, esse plano de

demissão incentivada pode envolver propostas de pagamentos de alguns meses de

trabalho, extensão de alguns benefícios, dentre outras propostas tentadoras que

convencem o empregado a sair da empresa no momento mais oportuno para a

organização (FIDELI; BANOV 2006).

Por melhor que sejam as propostas feitas pela empresa para incentivar as

demissões ela, deve cuidar de alguns desafios que podem surgir como a ruptura da

produção ou de processos administrativos, o desconforto para o empregado e para a

empresa e a criação de uma imagem negativa perante a opinião publica ( XAVIER,

2006).

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Portanto as demissões podem ocorrer de diversas formas seja por iniciativa do

empregado, empregador ou até por iniciativa do empregado porem incentivada pela

empresa. São vários os motivos que podem incentivar o pedido de demissão sejam

esses motivos de origem interna ou externa. Essas demissões devem ser

observadas, e para isso deve-se calcular o índice de rotatividade de pessoal, que

por sua vez também apresenta varias formas de calculo, formas essas que serão

apresentadas na seqüência de maneira mais esclarecedora.

D) Sistemática de avaliação da rotatividade

Um empregado ao sair da empresa pode gerar vários transtornos, como

rescisórios, de substituição, adaptação dos colegas que necessitavam dele para

realizar suas atividades, dentre outros. É interessante que a empresa tenha um

controle dos seus índices de rotatividade que por sua vez tentam captar a flutuação

no quadro de pessoal, tendo em vista o impacto potencialmente negativo de uma

rotatividade não desejada ou planejada pela empresa (ASSIS, 2005).

O autor Chiavenato (1999) explica que o índice de rotatividade é baseado no

volume de entradas e saídas de pessoal em relação aos recursos humanos

disponíveis em certa área da organização, dentro de certo período de tempo, e em

termos percentuais. Também explica que o índice de rotatividade tem como objetivo

mostrar um valor percentual de empregados que circulam na organização em

relação ao numero médio de empregados.

Esse índice mostra que se uma empresa teve em três (3) meses 5% de

rotatividade ele pode contar com apenas 95% da sua força de trabalho naquele

período. Esse índice pode servir para diversos fins, como calcular o índice de

rotatividade para calcular o planejamento de recursos humanos, para analisar as

perdas de pessoal e seus motivos, considerando o as demissões por iniciativa tanto

do empregado como do empregador, ou considerar apenas as demissões por

iniciativa do empregado (CHIAVENATO, 1999).

Existem várias fórmulas para se calcular o índice de rotatividade, a empresa deve

escolher a melhor formula de acordo com a sua necessidade, por exemplo, Assis

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(2005), utiliza uma fórmula chamada de turnover global quando quer calcular o

índice de rotatividade, o autor considera além do número de demitidos no período o

número de admitidos, Chiavenato (1999), por sua vez utiliza a mesma fórmula para

calcular o índice de rotatividade para fins de planejamento de recursos humanos.

Quadro 2 – Índice de rotatividade para planejamento. Fonte: Chiavenato, (1999)

Onde

“A” significa admissão de pessoal no período considerado, ou seja, quantas

pessoas entraram na empresa no período avaliado.

“D” representa as demissões que ocorreram no período estudado sejam ela por

iniciativa da empresa ou do empregado.

“EM” é o efetivo médio da área considerada dentro do período considerado, esse

valor pode ser obtido pela soma dos efetivos no inicio e no final do período, dividido

por dois.

Portanto esse índice considera os demitidos e admitidos do período o que

permite ao gestor uma visão de como está situação da rotatividade na empresa e

também auxilia o responsável pelo planejamento a calcular a margem que ele deve

prever quando planejar o quadro de funcionários do próximo período.

O índice de rotatividade que é mais comumente utilizado ( inclusive pela empresa

estudada) é aquele que considera apenas as demissões do período. Neste caso a

formula utilizada é a seguinte:

.

Quadro 3 – Índice de rotatividade para analise de perda de pessoal Fonte: Chiavenato (1999)

Onde:

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“D” representa as demissões que ocorreram tanto por iniciativa do empregado

como do empregador.

“EM” é o efetivo médio da área considerada dentro do período considerado.

Esta fórmula é indicada tanto por Chiavenato (1999), como por Milkovich

Boudreau (2000), quando a empresa busca analisar a perda de pessoal, uma vez

que a fórmula considera apenas os demitidos da organização desprezando os

admitidos do período. Porem Chiavenato (1999) adverte que essa equação pode ter

resultados que não mostrem a verdadeira realidade da organização já que não

considera os empregados que entraram na empresa, uma vez que estes alteram o

valor do efetivo médio de pessoal.

Uma outra fórmula é citada por Chiavenato (1999), esta fórmula foi encontrada

em uma pesquisa feita pela associação Paulista de Administradores de pessoal em

empresas na cidade de São Paulo. Ela calcula a rotatividade da organização durante

vários períodos juntos, considerando apenas as demissões que tiveram a iniciativa

dos empregados, a fórmula é expressa da seguinte forma:

Quadro 4 – Índice de rotatividade por período Fonte: Chiavenato (1999)

Onde

“D” representa as demissões por iniciativa apenas dos empregados, N1.

+N2.Representa a somatória do numero de empregados no inicio de cada mês

“A” representa o número de meses do período.

No caso da pesquisa em questão será utilizada a fórmula que considera apenas

os demitidos, desprezando os admitidos e os afastados da empresa por mais de

quinze dias, exceto os que estão em férias. Que por sua vez é a mesma fórmula que

a empresa considera para verificar seu índice de rotatividade,

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Com os índices de rotatividade de pessoal pode-se calcular tanto a rotatividade

verdadeiramente dita considerando as entradas e saídas de empregados que a

organização teve naquele período de tempo assim como pode-se calcular apenas o

sobre o número de demissões sem considerar as entradas de empregados. Isso

permite a empresa descobrir como está lidando com seu efetivo humano.

Chiavenato (1999) explica que um índice muito alto de rotatividade pode acabar

mostrando que a empresa não tem condições de reter os seus empregados.

Portanto uma empresa deve ter uma rotatividade que lhe permita manter os seus

melhores empregados assim como dispensar aqueles que não lhe são favoráveis no

momento.

Após o tema central do trabalho que é a rotatividade ter sido abordado,

conceituado, descrita as formas como ela pode acontecer e como pode ser

calculada, é necessária a apresentação dos dados coletados. Porem para se chegar

aos dados se fez necessária toda uma metodologia. Metodologia está que é o tema

do capitulo seqüente.

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3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

Este capítulo mostra como a pesquisa foi realizada, quais suas características

quanto à abordagem, à finalidade e seu delineamento, também apresentara o

contexto dos participantes, ou seja, quem participou da pesquisa e o porquê da

escolha desses, assim como os procedimentos e instrumentos de coleta de dados

que mostra os meios que foram utilizados para fazer a pesquisa.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Quanto à abordagem a pesquisa foi predominantemente qualitativa. Para

Oliveira (2001), a pesquisa qualitativa não emprega dados estatísticos como centro

do processo de analise do problema, não tendo a pretensão de numerar ou medir

unidades homogêneas.

Segundo Fachim (2006), pesquisa qualitativa é aquela caracterizada pelos

seus atributos em relação aos aspectos não somente mensuráveis, mas também

definidos descritivamente, onde são criados sistemas de valores que são

inalteráveis. Sendo assim o método qualitativo mostrou-se importante para a

avaliação dos dados, uma vez que o objetivo principal não é obter dados numéricos

sobre a rotatividade, e sim identificar os fatores que levam a ela e descreve-los

propondo ações que possam minimizá-los.

Quantos aos fins a pesquisa se mostrou descritiva, Oliveira (2001) comenta

que o método descritivo procura abranger aspectos gerais e amplos de um contexto

social, como, salário e consumo, mão-de-obra ativa, população economicamente

ativa situação social, econômica e política das minorias, opiniões comunitárias entre

outros.

Já Vergara (1998) afirma que a pesquisa descritiva expõe as características

de determinada população ou fenômeno, não tendo o compromisso de explicar os

fenômenos que descreve, mas pode servir de base para tal explicação. A pesquisa

descritiva auxilia tanto a compreender o fenômeno gerador da rotatividade dos

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empregados na empresa Tyson do Brasil, quanto a identificar o perfil de seus

empregados.

O método do estudo de caso também se fez necessário na pesquisa, Gil

(1999) explica que o estudo de caso é uma ferramenta muito útil quando se tem o

objetivo de estudar um ou poucos objetos dentro do contexto de sua realidade,

adquirindo assim amplo conhecimento sobre eles. Tendo como propósito explorar

situações que no tem limites claramente definidos, descrever o contexto do ambiente

onde está sendo feita a pesquisa e também explicar as variáveis do fenômeno que

não estão claras.

Portanto pode-se observar que o objetivo maior da coleta dos dados não é

mensurar estatisticamente, mais sim observar o ambiente e descrever as

características observadas, e transmitir os resultados de um modo em que seja

levado em consideração o conteúdo desses resultados para uma compreensão mais

clara. Esses resultados serão encontrados através das respostas dos participantes

da pesquisa. Na seqüência são apresentados os participantes da pesquisa e o

porquê da escolha dos mesmos.

3.2 CONTEXTO E PARTICIPANTES DA PESQUISA

Quando se tem a intenção de realizar uma pesquisa é necessário escolher

quem ou o que será pesquisado, ou seja, a população, Gil (1999) explica que a

população é um conjunto definido de elementos que possuem determinadas

características, a população pode ser como o conjunto de alunos matriculados em

uma escola, ou produção de televisores de uma fabrica em determinado período. No

caso da pesquisa em questão a população são todos os empregados operacionais

da empresa Tyson do Brasil Alimentos na sua unidade de São José.

Sendo que a unidade São José tem um número considerável de funcionários,

realizar a pesquisa com todos os empregados é inviável devido ao tempo e a

disponibilidade da pesquisadora e dos pesquisados, tendo em vista essa dificuldade

foi necessário estudar apenas uma amostra da população, que por sua vez é o

subconjunto de uma população (GIL, 9999).

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O foco do trabalho é compreender os motivos que levam a rotatividade de

certo grupo de empregados da empresa, portanto houve uma divisão dos

empregados para poder se retirar a amostra. Foram estudados, os empregados que

trabalham nos locais com a maior rotatividade, essas pessoas geralmente

desenvolvem atividades mais repetitivas e cansativas, que são próprias da natureza

da atividade e acabam recebendo um salário inferior aos outros grupos não

estudados nesta pesquisa.

Para fins da pesquisa, os empregados foram divididos de acordo com estes

grupos: Abate, Corte, Armazenagem/Expedição, Higienização, Fabrica de Farinha e

Óleo (FFO) e Apanha de frango vivo.

O grupo do Abate compreende os industriários que trabalham nos setores da

Plataforma, Evisceração, Escaldagem e Miúdos, as pessoas que trabalham nesses

setores iniciam suas atividades às cinco horas da manhã, é um local mais quente

onde geralmente não é necessária a utilização de facas.

O grupo do Corte compreende todos os industriários que trabalham na sala

de corte, estes na sua maioria iniciam as atividades as sete horas da manhã,

trabalham em um local frio, geralmente com facas ou tesouras, incluíram-se

também os industriários da limpeza interna que são responsáveis pela higienização

do local durante o dia.

O grupo da Armazenagem/expedição compreende todos os industriários que

trabalham fazendo o armazenamento dos produtos nas câmaras frias e carregando

os caminhões com o produto final. Incluído também os industriários do

congelamento responsável pelo congelamento do produto final, estes apenas

operam a maquina, e do apontamento onde identificam as informações referentes ao

produto, identificando possíveis erros em relação à data de validade, local de destino

dentre outros. É um setor que praticamente tem apenas homens, existem algumas

poucas mulheres no setor do apontamento.

Já no grupo da Higienização, trabalham os higienizadores que fazem à

limpeza e higienização das maquinas e da fabrica no período noturno, iniciam suas

atividade no meio da tarde, trabalham com água quente e produtos químicos. Na

Fabrica de Farinha e Óleo, o chamado FFO, ficam os industriários que trabalham,

em um setor composto apenas por homens e que geralmente são mais velhos, o

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setor tem horários diversificados alguns trabalham somente durante o dia e outro

trabalham também no período noturno, as atividades lá realizadas são menos

pesadas e repetitivas em relação à sala de corte, por exemplo.

No grupo da Apanha de frango vivo, estão os carregadores de frango vivo,

que trabalham nas granjas carregando os caminhões com as aves que serão

abatidas. Neste setor também só trabalham homens devido à natureza da atividade

que necessita de muito mais força física do que as outras. A Apanha tem um horário

diversificado alguns carregadores de frango iniciam suas atividades no domingo de

noite e trabalham até quinta de noite, outros iniciam suas atividades na segunda

pela manhã e trabalham até sexta pela manhã.

Essa divisão de setores se mostrou necessária já que cada setor tem suas

particularidades, principalmente o horário de trabalho, onde alguns iniciam de

madrugada, outros trabalham somente no período noturno, as atividades também

diferem bastante dependendo do setor, alguns trabalham ao ar livre, outros com

faca, uns em ambientes muito frios, alguns locais trabalham apenas homens. Enfim,

a divisão vai mostrar as especificidades de cada setor o que dará uma visão mais

clara e auxiliará no momento de criar ações para minimizar a rotatividade em cada

setor especifico. Já que essa divisão permite compreender se os motivos que levam

a saída ou permanência do empregado em determinado setor é igual ao do outro ou

cada um tem seus motivos específicos no que se diz respeito à rotatividade.

No caso da amostra retirada da população dos empregados da empresa

Tyson do Brasil será uma amostra intencional, que Gil (1999) explica que é aquela

não probabilística, ou seja, a amostra é selecionada com base nas informações

disponíveis, e assim formando um grupo que representa a população. No caso da

pesquisa em questão a amostra intencional foi necessária, já que um dos objetivos

do trabalho é estudar os motivos que levam os empregados que trabalham na

empresa a mais de cinco a manterem seu vinculo com a organização, portanto foram

pesquisados apenas trabalhadores operacionais que estão na empresa a mais de

cinco anos.

No caso se fez necessário estudar dois tipos diferentes de amostra. Um são

os empregados que trabalham na empresa a mais de cinco anos, estes participaram

de uma entrevista apenas com perguntas abertas. As entrevistas foram realizadas

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apenas com os empregados que trabalham na empresa há mais de cinco anos, esse

número é de Trezentos e dezessete (317) empregados, porem apenas duzentos e

dezoito (218), pertencem aos grupos estudados. Esses números mostravam a

realidade da empresa em 10 de agosto de 2010, levando em consideração apenas

os empregados que estavam trabalhando, de férias e de atestado médico com

menos de quinze dias. Destes duzentos e dezoito (218) empregados foram

selecionados para a entrevista sessenta e seis (66) empregados. O critério utilizado

foi uma seleção intencional, onde foram escolhidos os mais novos e o mais velhos

da mesa, ou setor.

Porem dos sessenta e seis (66) selecionados foram entrevistados apenas

vinte e três (23), isso se deu por diversos motivos, como no dia marcado para a

entrevista alguns empregados estavam de férias ou haviam faltado, não foi possível

entrevistar nenhum colaborador da Apanha de frango vivo, já que estes tem sua

jornada de trabalho toda nas granjas, vão até a empresa para apenas almoçarem, o

que tornou o encontro com eles muito difícil. A impossibilidade de tirar o empregado

da produção no dia também contribuiu consideravelmente para diminuir o número de

entrevistas. Porem estes não foram fatores muitos prejudiciais, já que a pesquisa é

predominante qualitativa e utiliza o critério de saturação onde as respostas dadas

seguiam todas uma mesma linha, ou seja, se fossem entrevistados todos os

sessenta e seis (66) obter-se-ia provavelmente o mesmo resultado que o encontrado

com a entrevista dos vinte e três (23) participantes, portanto o número de entrevistas

não interferiu no resultado da pesquisa.

O outro tipo de amostra estudada foi a dos empregados que já se desligaram

da empresa, como seria impossível realizar uma entrevista com todos, foram

utilizadas as entrevistas de desligamento respondidas por eles no momento da

assinatura do aviso, isso para se conseguir identificar os motivos que levaram os

mesmos a pedirem demissão ou que levaram a empresa a demiti-los.

Foram estudadas as pesquisas de desligamento aplicadas aos empregados

no período de Julho de 2009 à Junho de 2010. Neste período ocorreram seiscentas

e duas (602) demissões de empregados que pertenciam aos grupos estudados.

Porem foram analisadas apenas trezentas e setenta e três (373) entrevistas, isto

aconteceu devido ao fato de que algumas das demissões que aconteceram no

período foram abandono de emprego, ou seja, as pessoas não compareceram na

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empresa para assinarem suas rescisões por conseqüência não responderam a

entrevista de desligamento, outros empregados se negaram a responder a

entrevistas, ou trabalharam apenas um ou dois dias que preferiram não responder

por não ter opinião concreta a respeito dos questionamentos feitos na entrevista.

Depois do delineamento dos participantes da pesquisa é necessário

compreender os procedimentos utilizados para coletar os dados, uma vez que é

importante escolher um bom instrumento de coleta já que é este que moldara as

respostas obtidas.

3.3 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Para a coleta de informações que auxiliaram a chegar aos objetivos propostos

foi necessário realizar entrevistas com os empregados da Tyson do Brasil. Gil (1999)

explica que o entrevistador se põe frente ao entrevistado e lhe faz perguntas,

perguntas estas que fornecerão informações para chegar até as respostas

esperadas, é uma forma de interação social para coletar dados. Esses dados foram

coletados através de uma entrevista semi-estruturada com questões abertas, que

são aquelas que permitem ao entrevistador discorrer espontaneamente sobre o que

está sendo questionado (FACHIM, 2006). Ou seja, pode se criar um diálogo sobre a

questão, revelando outros aspectos que não seriam identificados em perguntas

fechadas. Todas as respostas foram gravadas com a devida autorização do

entrevistado, e também foram anotadas para consultas mais rápidas.

Outro instrumento de coleta de dados que foi utilizado chama-se observação

direta, Fachim (2006) explica que esse tipo de observação permite conduzir o

observador a um aprendizado ativo com uma postura dirigida a um determinado fato.

Ela se mostra imprescindível na pesquisa, tendo em vista que a pesquisadora

também faz parte do quadro de funcionários da empresa, e está diretamente ligada

aos empregados. Alem da interação social que mostrou-se um instrumento básico

da pesquisa auxiliando a coletar dados que provavelmente não estariam

documentados ou não poderiam ser observados na entrevista diretamente com o

empregado.

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Também se fez necessário a coletar de dados secundários, para fundamentar

a pesquisa na teoria o que levou a realização de uma pequena pesquisa

bibliográfica, que é aquela realizada em materiais como livros, revistas, jornais,

artigos, enfim todo material publicado de acesso ao público. Além disso, utilizaram-

se fontes primárias que são aquelas publicadas na íntegra por seus autores, ou

secundárias que são aquelas citadas por outros autores ou publicadas com cortes e

alterações (VERGARA, 1998).

Para Oliveira (2001), a pesquisa bibliográfica tem por finalidade conhecer as

diferentes formas de contribuição cientifica que se realizam sobre determinado

assunto ou fenômeno. Assim, depreende-se que, ao consultar os materiais

publicados por autores com grande conhecimento na área estudada, pode-se ter

uma melhor compreensão dos assuntos abordados, assim como também foi

possível comparar se a teoria estava sendo aplicada pela empresa da maneira

adequada.

Outros dados advindos de fontes secundárias de significativa importância

foram as entrevistas de desligamento. Devido a isto, em parte a pesquisa foi

documental que para Vergara (1998), é aquela feita em documentos conservados no

interior de órgãos públicos e privados de qualquer natureza como circulares,

contratos, anais, cartas pessoais entre outros. No caso das entrevistas de

desligamento são informações coletados no momento da demissão elas revelam os

motivos que levaram os empregados a pedirem demissão, assim como também os

motivos que levaram a empresa a solicitarem o desligamento dos empregados,

incluindo também colocações referentes a empresa, chefes, e colegas (RIBEIRO,

2006).

Tendo em vista a variedade de objetivos a serem esclarecidos os dados da

pesquisa foram coletados de diferentes formas, através de entrevistas, pesquisa em

documentos da empresa, livros e observando o cotidiano dos participantes dentro da

empresa. Esses métodos contribuíram para a coleta correta dos dados necessários

para se alcançar os objetivos propostos inicialmente.

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3.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS

Após a realização da coleta dos dados se faz necessária a analise dos mesmos

para que se possa chegar ao resultado esperado. No caso da pesquisa em questão

foi feita um analise documental, como citada anteriormente por Vergara (1998),

pesquisa documental é aquela feita em documentos conservados no interior de

órgãos públicos e privados de qualquer natureza como circulares, contratos, anais,

cartas pessoais entre outros. No caso da pesquisa foram analisados os dados

encontrados nas entrevistas de desligamento, que foram fornecidos pelo setor de

recursos humanos da empresa. Esse tipo de análise tem como objetivo básico a

determinação fiel dos fenômenos sociais descritos (RICHARDSON, 1999).

O processo de categorização também se fez necessário, mesmo não sendo

considerado obrigatório na análise de conteúdo, a categorização é muito utilizada,

pois facilita a análise das informações obtidas. A categorização pode ocorrer de

duas maneiras, na primeira, são estabelecidas as categorias previamente e os

elementos distribuídos da melhor maneira possível entre elas. Na segunda, o

sistema de categorização não é dado, isto é, resulta da classificação progressiva dos

elementos (RICHARDSON, 1999).

Foi utilizado também na pesquisa o modelo chamado 5w2h, que é um método

muito utilizado pelas empresas quando se quer ter um controle dos projetos que está

realizando já que apresenta a definição clara e objetiva de todos os itens que

compõem o planejamento. Isso através de um quadro que especifica qual a

dificuldade encontrada, o objetivo a ser alcançado, o prazo, quem são os

responsáveis por cada etapa, e também qual será o custo para a empresa

(CADELORO, 2008).

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4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Para apresentar os dados obtidos nesta pesquisa, bem como a interpretação

dos mesmos, optou-se por seguir esta ordem: caracterização da empresa, perfil dos

participantes, índices de rotatividade, motivos geradores da demissão por parte da

empresa e também por parte do empregado, motivos mantenedores do vínculo

empregatício, e na seqüência, são apresentadas as sugestões de melhorias diante

deste quadro analisado.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

A empresa Tyson Foods é uma multinacional norte-americana que começou

como uma pequena granja na década de 30, na cidade de Springdale, Arkansas

(EUA). Atualmente á uma grande processadora de carnes do mundo instalada em

18 países, produz carne bovina, suína e de aves. Ela é a fornecedora de grandes

redes de fast food (TYSON DO BRASIL 2009).

No Brasil ela iniciou suas atividades no ano de 2008, adquirindo três

frigoríficos de abate de aves no sul do país, um frigorífico em Campo Mourão no

Paraná chamado FrangoBras, e dois em Santa Catarina, a Avita em Itaiópolis e o

frigorífico Macedo Koerich em São José, - sendo o ultimo o local da pesquisa em

questão – formando assim a Tyson do Brasil Alimentos Ltda.

Atualmente a empresa possui no Brasil cerca de três mil (3000) empregados,

a unidade São José possui cerca de novecentos (900) empregados trabalhando.

Alem dos três frigoríficos a empresa é composta pela Granja de matrizes localizada

em Bom Retiro (SC) lá ficam as galinhas “mães” que são responsáveis pelos ovos

que gerarão os pintainhos que mais tarde serão abatidos. Após as galinhas

“colocarem” os ovos estes são levados para o incubatório localizado no município de

Palhoça (SC), lá ficam os ovos e os pintainhos no período de incubação. Alguns dias

após o nascimento os pintainhos são levados para as granjas onde os “integrados”

que são parceiros da empresa, pessoas que constroem em suas propriedades as

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granjas que abrigarão as aves, as alimentarão e realizarão todo o processo

necessário para que elas sejam saudáveis e fiquem prontas para o abate. Quando

atingem o peso ideal os carregadores de frango vivo vão até as granjas e as trazem

para o frigorífico.

Alem desses locais a empresa conta com três (3) fabricas de rações que

produzem o alimento para os pintainhos, cinco (5) centrais de distribuição,

localizadas em São José (SC), Içara (SC), Araquari (SC), Lages (SC) e também no

estado do Rio de Janeiro, está ultima foi inaugurada no primeiro semestre de 2010,

com o objetivo de aumentar o mercado consumidor dos produtos no sudeste do

país. As centrais de distribuição além de serem as responsáveis pela distribuição do

produto em todo o sul do país, seus gerentes também mantém contato direto com os

grandes clientes estão sempre buscando novos mercados (TYSON DO BRASIL,

2009).

Atualmente, o frigorífico de São José abate cerca de 63.000 mil aves

diariamente, São José, o mais antigo dos três frigoríficos, com mais de trinta anos de

atuação no mercado brasileiro é o único que possui os certificados internacionais do

ISO 9001 e Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle – HACCP -, tem

certificação para exportar para a união européia. A Tyson do Brasil exporta para

diversos países da Europa, Oriente médio dentre outros (TYSON DO BRASIL,

2009). A empresa comercializa apenas cortes de Frango in natura, congelados e

resfriados.

A empresa tem como valores: ser uma empresa composta por pessoas

empenhadas na produção de alimentos, que procuram à verdade e a integridade,

tendo como objetivo a criação de valor para os acionistas, clientes e para todas as

pessoas envolvidas neste processo. Enfim a Tyson foods é uma empresa

consolidada mundialmente, mas no Brasil a Tyson do Brasil Alimentos Ltda. ainda é

jovem e está se adaptando ao mercado e a cultura brasileira (TYSON DO BRASIL,

2009). Após a breve apresentação da empresa fez-se necessária a apresentação

dos resultados obtidos.

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48

4.2 ÍNDICES DE ROTATIVIDADE

Calcular os índices de rotatividade da empresa ajuda a identificar como esta a

situação em relação quantidade de demissões e admissões, já que este é baseado

nas entradas e saídas das pessoas na organização em relação aos empregados

trabalhando (CHIAVENATO, 1999). No caso dos empregados estudados na

empresa Tyson do Brasil Alimentos, os cálculos apresentam o índice de rotatividade

do período de Julho de 2009 até Junho de 2010, considerando apenas o número de

demissões em cada mês do período estudado, desprezando a quantidade de

empregados que foram contratadas nos respectivos meses do estudo. Para tal, foi

utiliza a seguinte fórmula:

I

Quadro 5 - Índice de rotatividade utilizado na pesquisa.

Fonte: Chiavenato (1999).

Esta fórmula segundo Milkovich Boudreau (2000) e Chiavenato (1999), é

utilizada apenas quando o objetivo é analisar as perdas de pessoal, e é a mais

comumente usada. Neste caso foram consideradas tanto as demissões por parte do

empregado como por parte da empresa, no efetivo médio, foram consideradas os

empregados que estavam trabalhando no primeiro e no ultimo dia de cada mês ou

que estavam, de férias, ou afastado por menos de quinze (15) dias. Foram

escolhidas essas situações por que a empresa abre uma vaga para contratação

apenas quando acontece o desligamento do empregado ou quando este se afasta

por mais de quinze dias, entrando assim no auxilio remunerado pelo Instituto

Nacional do Seguro Social- INSS-.

Ao coletar os dados e aplicar a fórmula escolhida o resultado obtido foi o

seguinte.

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49

Tabela 1 – Índice de rotatividade

Período Rotatividade/mês

Julho/2009 18,07

Agosto/2009 10,88

Setembro/2009 11,35

Outubro/2009 12,87

Novembro/2009 11,60

Dezembro/2009 10,12

Janeiro/2010 9,29

Fevereiro/2010 13,77

Março/2010 16,81

Abril/2010 14,87

Maio/2010 11,36

Junho/2010 8,61 Fonte: Dados da pesquisa, 2010.

Como se pode observar na tabela o índice de rotatividade é relativamente alto

nos setores estudados, a tabela nos mostra que o período onde a rotatividade é

maior é no mês de Julho de 2009, que teve um turnover 18,07%, o que segundo

Chiavenato (1999), mostra que neste período, os setores estudados puderam contar

apenas 81,93%, da sua força de trabalho. Fator este que acaba sobrecarregando os

empregados que efetivamente estavam trabalhando no período.

No que diz respeito ao menor índice, aconteceu em Junho de 2010. que foi de

8,61% portanto neste período a empresa contava com 91,39% de seus empregados

trabalhando. Pôde-se observar também que os índices de rotatividade oscilam

bastante, sendo que um mês está alto, no outro baixo, porem desde março de 2010

este índice esta diminuindo continuamente, o que é um bom sinal, assim a empresa

pode cada vez mais contar com seu efetivo de pessoal trabalhando.

A queda no índice de rotatividade pode ser influenciada por diversos motivos,

pode haver menos desligamentos, a empresa estar contratando mais pessoas para

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repor as vagas que estão em aberto, o que aumenta o efetivo de pessoal, este

também pode ser afetado quando os empregados que estavam afastados por mais

de quinze (15) dias retornam ao trabalho. No caso das demissões que são as

causadoras da rotatividade é importante entender os fatores que levam a ela, fatores

esses que também foram estudados e na seqüência são apresentados.

4.3 DEMISSÕES

Um dos objetivos do estudo foi descrito como, identificar os motivos que

levam os empregados a pedirem demissão, assim como os motivos que levam a

empresa a demitir alguém. Para isso foram utilizadas as entrevistas de desligamento

que é a forma mais confiável de chegar a esses dados, já que as pessoas não se

encontram mais na empresa. A entrevista de desligamento que é uma ferramenta

importante quando se busca saber os motivos que levaram a demissão do

empregado, mas também é útil para compreender o que esse empregado achava da

empresa como um todo (RIBEIRO, 2006).

Ao realizar esta análise encontrou-se um perfil, de cada empregado dos

setores estudados, Abate, Corte, Expedição/Armazenagem, FFO, Apanha e

Higienização que realizaram a entrevista de desligamento. Neste perfil foram

considerados o tempo de empresa do empregado e seu sexo. Além disso, foi

registrado de quem foi a iniciativa do pedido de demissão. Ao tabular os dados

coletados foi possível chegar aos seguintes resultados.

Quanto ao tempo em que o empregado faz parte da Tyson, observou-se que

a parte mais significante dos empregados representando cento e vinte e dois (122)

entrevistas do total pesquisado, ficou na empresa por um período menor de três (3)

meses. O terceiro maior volume de empregados (93) que pediram demissão no

período, trabalhavam na empresa a mais de dois anos, sendo que o empregado

mais antigo trabalhava na empresa há 15 anos, e saiu para trabalhar em um

emprego onde desenvolveria uma função “melhor” segundo o que ele falou na sua

entrevista de desligamento. O restante dos empregados trabalharam na empresa por

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3 meses (32), de três meses a um ano (93), e entre um e dois anos (53), conforme

gráfico seguinte.

Tempo de empresa

122

3293

53

73 Menos de 3meses3 meses

3 à 12 meses

12 à 24 meses

Mais de 2 anos

Gráfico 1 – Tempo de empresa demitidos.

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.

Com isso, pode-se observar que os empregados que iniciam suas atividades

na Tyson do Brasil Alimentos não costumam ficar na empresa por muito tempo,

sendo que a grande maioria dos empregados que pediram demissão (a empresa

geralmente espera completar os noventa dias de experiência para demitir caso

necessário) no período estudado não chegaram se que a terminar o período de

experiência.

Quanto ao sexo dos empregados que pediram demissão no período

estudado, pode-se verificar que 241 dos empregados são do sexo feminino

enquanto, e 132 são do sexo masculino, como se pode observar no gráfico.

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Sexo

241

132Feminino

Masculino

Gráfico 2 – Sexo dos demitidos.

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.

O resultado apresentado acima é consideravelmente aceitável levando em

consideração que a maioria dos empregados da unidade estudada são mulheres.

Quanto à iniciativa do pedido de demissão foi possível verificar que a

empresa demitiu doze (12) empregados no período estudado, outros (trinta e seis)

36 não tiveram condições de serem aprovados no período de experiência, ou

decidiram sair no vencimento do contrato, o que acontece nos primeiro quarenta e

cinco e noventa dias na empresa. O restante que representa a maioria das

entrevistas de desligamento pesquisadas mostrou que trezentos e vinte e cinco

(325) dos empregados tiveram a iniciativa quanto ao pedido de demissão, dado esse

que pode ser observado a seguir.

Iniciativa

12

325

36Empresa

Empregado

Período deexperiência

Gráfico 3 – Iniciativa do pedido de demissão.

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.

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O resultado acima mostra que os empregados da empresa Tyson do Brasil,

no período estudado foram os responsáveis pela grande rotatividade na empresa,

tendo em vista que na sua maioria foram eles quem solicitaram o seu desligamento

da empresa, abrindo assim a necessidade de substituição da vaga. Os motivos que

levaram a esses pedidos, tanto os de iniciativa dos empregados, como da empresa

foram estudados e serão apresentados na seqüência deste estudo.

4.3.1 Motivos de demissão por parte da empresa

Como foi citado anteriormente pelos autores Fidelis e Banov (2006),

Chiavenato (1999), e Milkovich e Boudreau (2001), a empresa desliga um

empregado quando este é substituível, geralmente a demissão por parte da empresa

é baseada em motivos individuais de cada empregado. No caso da empresa Tyson

do Brasil Alimentos a demissão acontece da seguinte forma, seja por demissão no

final do período da experiência ou não, o chefe chama o empregado em uma sala, e

em particular lhe fala sobre as dificuldades que o empregado vinha apresentando e

lhe comunica a demissão, e explica as dúvidas que este venha a ter, em seguida

geralmente acompanhado do monitor, encaminha-o para a lavanderia onde

devolverá o uniforme e pegara seus pertences, em seguida ao RH, onde todos os

procedimentos padrões são tomados.

Ao analisar as entrevistas de desligamento foram registrados todos os

motivos que levaram a empresa a demitir seus empregados, estes podem ser

observados no gráfico a seguir.

Tabela 2 – Demissões por parte da empresa.

Motivos do desligamento Quantidade de empregados desligados

Baixa produtividade 9

Faltas na experiência 8

Não cumpria regras 4

Não tem perfil 3

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Agrediu colega 1

Problemático com os colegas 4

Falta de comprometimento 2

Falta de iniciativa 1

Total 32

Fonte: dados da pesquisa 2010.

Conforme dados obtidos notou-se que o motivo que mais levou a empresa

Tyson do Brasil Alimentos Ltda. a demitir seus empregados foi a baixa produtividade,

onde nove (9) de todos os empregados foram demitidos. As faltas no período de

experiência também motivaram a demissão de oito (8) empregados. Outro motivo

relevante que levou a empresa a desligar seus empregados foi a conduta dos

mesmos, nas entrevistas de desligamento analisadas os chefes diretos dos

empregados, os descreveram como pessoas que não seguiam as regras e criavam

confusão no setor, também eram problemáticas com os colegas, e essas ações

acabavam se refletindo em todos do setor, pois muitos que cumpriam com suas

obrigações e seguiam todos os padrões, ficavam incomodados com as atitudes dos

colegas problemáticos, estes acabavam também gerando discórdia entre os colegas

de mesa.

Este resultado se reflete nas idéias de Milkovich e Boudreau (2000), que

explicam que a demissão por parte da empresa pode ocorrer devido ao

absenteísmo, que como pode ser observado na tabela é uma situação que acontece

com certa freqüência com os empregados que estão no período de experiência. O

que demonstra a incapacidade de serem aprovados, os chefes observaram que os

empregados não possuem o perfil adequando para a função ou não estavam se

adaptando ao local e ambiente de trabalho, neste caso é necessário o desligamento

para corrigir talvez uma seleção que não foi tão eficiente (CHIAVENATO, 1999).

Portanto, a empresa no período de Julho de 2009 a Junho de 2010, demitiu

seus empregados, principalmente, devido as faltas no período de experiências,

faltas essas na maioria sem justificativa, que acabam sendo prejudiciais, pois a falta

de muitos empregados acaba sobrecarregando os demais que precisam alem de

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realizar suas atividades, fazer também a parte do colega que faltou, para conseguir

atingir a produção do dia. A baixa produtividade também se mostrou um fator

importante, fator este que não foi avaliado apenas nas pessoas que se encontravam

no período de experiência mais sim em empregados que trabalhavam na empresa

há certo tempo e que não estavam mais cumprindo suas metas da maneira

adequada. Os empregados por sua vez apresentaram inúmeros motivos que os

levaram a pedir demissão. Esses motivos são apresentados a seguir.

4.3.2 Motivos de demissão por parte do empregado

As demissões por parte dos empregados acontecem quando estes solicitam

seu desligamento da empresa por diversos motivos. Na empresa Tyson do Brasil

Alimentos a demissão acontece geralmente da seguinte forma. O empregado

comunica seu monitor ou chefe direto, e este lhe entrega uma autorização para

apresentar ao RH, e lhe encaminha para a lavanderia para pegar seus pertences e

entregar seu uniforme. Em seguida, apresenta o papel do chefe para a analista de

RH, que prepara o aviso do empregado, e é neste momento que é realizada a

entrevista de desligamento, onde o empregado alem do motivo de demissão, relata

sua opinião sobre diferentes aspectos da empresa dando notas que vão de ótimo a

péssimo, são avaliados, área médica, serviço especializado em engenharia de

segurança saúde e medicina no trabalho – sesmt -, refeitório, atendimento do RH,

benefícios, uniformes, salário, processo de recrutamento e seleção, alem de claro

avaliar o setor trabalhado, chefes, monitor e colegas. Ele na entrevista também pode

destacar os pontos positivos e negativos da empresa.

Feita a entrevista de desligamento o empregado é encaminhado para o

SESMT onde devolverá seus Equipamentos de proteção individual - EPI -, e

retornará a empresa ou comparecerá sindicato (no caso de trabalhar na empresa a

mais de um ano), para dar baixa na carteira, assinar sua rescisão e receber o que

lhe for de direito, tudo isso em data já informada pela analista de RH, no momento

da assinatura do aviso. Nas entrevistas de desligamento analisadas pode-se

levantar os motivos que levaram os empregados a pedir seu desligamento, os

principais motivos podem ser visualizados seguir.

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Tabela 3 – Demissões por parte dos empregados

Motivos citados Número de empregados

Cansou do trabalho 5

Carga horária 13

Desmotivado 2

Estresse 2

Exercer profissão anterior 2

Mudando de endereço 43

Não se adaptou ao ambiente 29

Não tem com quem deixar os filhos 15

Outro emprego 32

Outro emprego com carga horária menor 6

Outro emprego com salário melhor 55

Outro emprego próximo de casa 11

Problemas com colegas 4

Problemas com monitor 6

Problemas de saúde 10

Problemas de saúde na família 15

Outros 4

Salário baixo 14

Particular 27

Total 295

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.

Como pode-se perceber os motivos mais freqüentes citados que levaram os

empregados ao pedido de demissão foram: outro emprego com salário maior, citado

por cinqüenta e cinco (55) dos empregados que se desligaram da empresa no

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período, a mudança de endereço também foi o motivo de quarenta e três (43) dos

que responderam a entrevista de desligamento, outros motivos também foram

citados como; outro emprego (32); não se adaptar ao ambiente (29), motivos

particulares (27), ou seja, no momento da pesquisa de desligamento os empregados

preferiram não expor o motivo da saída da empresa, justificando apenas que a saída

foi por motivos particulares, salário baixo (14) e não ter com quem deixar os filhos

(15).

Chiavenato (1999) explica que a situação do mercado de trabalho,

combinadas com as oportunidades fora da empresa contribuem para que os

empregados que tenham disposição saiam para ir em busca de outro emprego. O

que atualmente é confirmado pelo mercado, o primeiro mês de 2010 já se mostrou

otimista na criação de novos empregos em Santa Catarina, Nos últimos doze (12)

meses houve a criação de 63.897 empregos, considerado o quarto melhor resultado

para o período, nos últimos dez anos (Secretaria do Estado e Assistência Social,

2010).

Este aparentemente é o principal incentivo para que os empregados da

empresa Tyson do Brasil Alimentos solicitem sua demissão, já que como foi

apresentado anteriormente a maioria dos empregados saem da empresa para

trabalhar em outro emprego onde receberá um salário melhor. Muitos empregados

especificaram qual é vantagem que o novo emprego trará que para eles, não

somente um salário maior, mais a carga horária menor, e a distancia de casa do

novo emprego também se mostraram fatores importantes para a decisão do

empregado no momento de trocar de empresa.

Outro motivo externo que se mostrou o causador do pedido de demissão é a

mudança de endereço. A grande maioria que respondeu na entrevista de

desligamento vai voltar para sua cidade natal, outros se mudaram para locais onde

os ônibus fretados que fazem o deslocamento dos empregados não passam. A

família também se mostrou um fator importante para o desligamento do empregado,

França (2007) menciona que problemas familiares relacionados a saúde,

desentendimentos, assistência aos filhos ou a idosos, podem causar transtornos aos

empregados, já que faltam entidades governamentais capacitadas para cuidar

dessas situações enquanto as pessoas trabalham.

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No caso dos empregados da Tyson do Brasil essa realidade se confirma, as

mulheres muitas vezes têm que abrir mão do emprego para cuidar dos filhos, por

que não conseguirem vagas em creche ou por não terem com que deixar; alguns

não tem outra opção, precisam cuidar dos parentes e acabam solicitando seu

desligamento. Como pode-se observar a grande maioria dos pedidos de demissão

tem origem externa à empresa, o que mostra que nestes momentos específicos ela

não tem o poder de dar opções que farão o empregado mudar de idéia.

Principalmente no que diz respeito à distância, e com o fato de não ter com que

deixar os filhos.

Por sua vez, os motivos internos que levaram os empregados a pedirem

demissão foram falta de adaptação ao ambiente, salário, problemas com superiores

e colegas e a carga horária, fatores esses que Chiavenato (1999) já chamava a

atenção como sendo significativos causadores dos pedidos de demissão por parte

dos empregados. Porem na Tyson do Brasil eles foram citados, mas não chegaram

a ser os mais expressivos causadores do pedido de demissão. No caso dos motivos

internos a empresa, pode tentar mudar essas situações para conter futuras

demissões pelo mesmo motivo.

Enfim, muitos motivos foram citados pelos empregados no momento de pedir

demissão, tantos motivos internos, como motivos externos. Posto isso compreender

tais motivos é muito importante para que a empresa corrija o que estiver ao seu

alcance para diminuir o número de desligamentos, porém é interessante

compreender também o porquê dos empregados permanecem na empresa, para

poder destacar e aprimorar os principais motivos que levam os empregados a

manterem seu vínculo, uma vez que existam pontos negativos que levam o

empregado a se delisgarem, provavelmente existem também pontos positivos que

levam os empregados a continuarem fazendo parte da empresa, e são esses pontos

que serão abordados na seqüência do trabalho.

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4.4 MOTIVOS MANTENEDORES DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO

As demissões são inevitáveis em um empresa do porte da Tyson do Brasil, e

obviamente é importante identificar os motivos que levam a um número muitas vezes

considerados elevados de demissão, surgiu a curiosidade de compreender alem dos

motivos da demissão, quais eram os motivos que fazem com que algumas pessoas

trabalhem na empresa há tanto tempo. Para isso decidiu se realizar um entrevistas

com os empregados que trabalham na empresa há mais de cinco (5) anos, que é um

período consideravelmente relevante para se trabalhar em apenas um local. Os

resultados destas entrevistas são descritos a seguir, primeiro informando o perfil dos

empregados “antigos” da empresa e em seguida as demais afirmações feitas por

eles.

A) Perfil dos participantes

Para chegar ao objetivo de descobrir quais são os fatores que levam os

empregados que trabalham na empresa há mais de cinco (5) anos a manterem seu

vínculo com a organização, viu-se necessária a realização de uma entrevista com os

mesmos. Do mesmo modo, que foi traçado um perfil para os empregados que se

desligaram da empresa no período estudado, também foram feitos no inicio da

entrevista alguns questionamentos para se identificar o perfil dos empregados que

trabalham na empresa a mais de cinco anos. Perfil este que ficou delineado da

seguinte forma.

Quanto ao sexo dos empregados entrevistados Quatorze (14) eram do sexo

feminino e nove (9) do sexo masculino, como pode se verificar no gráfico a seguir.

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60

Sexo

9

14

Masculino

Feminino

Gráfico 4 – Sexo dos empregados.

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.

Os números podem ser justificados pelo fato de que a grande maioria dos

empregados da filial São José são mulheres, principalmente no setor do Abate e

Corte que são os maiores da unidade, os homens estão concentrados basicamente

no FFO, Expedição/Armazenagem, e Apanha, setor este que não foi possível a

realização da entrevista.

Quanto ao tempo que os entrevistados trabalham na empresa obtiveram-se

os seguintes dados, quatorze (14) dos entrevistados trabalham na empresa entre

cinco e dez anos, seis (6) dos empregados entrevistados trabalham de dez a quinze

anos, outros dois entrevistados trabalham na empresa entre quinze e vinte anos, e

apenas um dos entrevistados trabalha na empresa entre vinte e vinte e cinco anos.

Tempo de empresa

146

2 1

5 à 10 Anos

10 à 15 Anos

15 à 20 Anos

20 à 25 Anos

Gráfico 5 – Tempo de empresa dos empregados.

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.

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Frente a isso, pode-se observar que os empregados entrevistados trabalham

na empresa a um tempo considerável de tempo sendo que o mais antigo é um

homem que está lá há vinte e quatro anos, e o mais novo é uma mulher que é

empregada da Tyson do Brasil há cinco anos e nove meses.

Quanto à idade, foi identificado que onze (11) dos entrevistados, atualmente,

possuem entre quarenta e cinqüenta anos, e os demais estão dividido entre trinta e

quarenta e nos e entre cinqüenta e sessenta anos.

Idade

6

11

6

30 à 40 Anos

40 à 50 Anos

50 à 60 Anos

Gráfico 6 – Idade dos empregados.

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.

Isso significa que algumas pessoas iniciaram suas atividades na empresa

relativamente jovens, algumas com dezoito anos apenas, sendo seu primeiro

emprego registrado, outras já eram mais velhas quando entraram na empresa, e já

haviam trabalhado em outros locais.

Quanto à escolaridade, que foi outro dos questionamentos feitos a eles, foram

obtidas as seguintes respostas, a maioria, dos entrevistados possuem apenas o

antigo ensino primário, que correspondia até a quarta série, o atual quinto ano;

outros oito tem o ensino fundamental incompleto, e por fim apenas cinco tem o

ensino médio, porém nem todos completaram.

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62

Escolaridade

10

8

5

Primario

Fundamental incompleto

Ensino médio

Gráfico 7 – Escolaridade dos empregados.

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.

Essa informação deixa claro que os empregados que trabalham há mais

tempo na empresa não tem um nível de escolaridade muito alto, ao serem

questionados por que não terminaram os estudos, as respostas foram as seguintes.

“[...] Não tenho mais idade para isso[...]” (Informação Verbal)1.

“[...] Não tive mais como, tinha meus filhos a casa, não dava tempo [...]” (Informação

Verbal)2.

“[...]Quando agente vai ficando mais velho não tem mais cabeça pra essas

coisas[...]”(Informação Verbal)3.

Essas foram as respostas mais freqüentes em geral os entrevistado alegaram

não ter mais paciência e disposição para continuarem estudando. Os que possuem

o ensino médio, uma concluiu na empresa e outras duas então concluindo. A

empresa oferece supletivo duas vezes por semana depois do horário, com

professores do Serviço Social da Indústria - SESI - gratuitamente.

Quanto aos filhos, apenas um dos entrevistados não teve filhos, os demais

todos tiveram, alguns depois de já estarem trabalhando outros antes, no caso das

mulheres foi questionado quem cuidava dos filhos para elas trabalharem as

1 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P5 em setembro de 2010. 2 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P9 em setembro de 2010. 3 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P23 em setembro de 2010.

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63

respostas foram praticamente as mesmas. “[...] pagava alguém pra cuidar [...]”

(Informação Verbal)4; “[...] os irmãos mais velhos cuidavam [...]” (Informação Verbal)

5; “[...] já era grande, ficava sozinho [...]”(Informação Verbal )6. O que se pode

perceber nestes casos é que o fato de ter filhos não atrapalhava o trabalho na

empresa, diferente dos motivos citados nas entrevistas de desligamento onde muitos

alegavam que não ter com quem deixar os filhos era o motivo para o pedido de

demissão. Atualmente elas não alegam mais esse tipo de problema devido aos filhos

já estarem crescidos.

Quanto ao estado civil, apenas duas pessoas eram solteiras quando iniciaram

suas atividades na empresa, atualmente todas são casadas ou vivem junto. Ao

levantar esse perfil pode-se descrever que os empregados entrevistados são

pessoas que trabalham ao um tempo considerável na empresa, com mais de trinta

anos, possuem baixa escolaridade, sem muito interesse em continuar os estudos,

possuem uma família, o que implica na responsabilidade de sustentar alguém seja

filho ou cônjuge. O que é reforçado por Milkovich e Boudreau (2000), quando

comentam que pessoas mais jovens sem responsabilidade de sustentar uma família

têm mais disposição para buscar novas oportunidades

Após o levantamento do perfil dos entrevistados, foram questionados os

motivos que levam os empregados que trabalham na empresa a mais de cinco anos

a manterem seu vinculo com a organização. Foram questionados os motivos que

levaram os empregados a procurarem à empresa, as dificuldades que eles

encontram para trabalharem na empresa, o que faz com que eles permaneçam

trabalhando na empresa, quais motivos internos e externos os levariam a pedirem

demissão, dentre outras. Foram escolhidos os empregados que trabalham nos

mesmos setores que foram avaliadas as entrevistas de desligamento, que são

abate, corte, expedição/armazenagem, higienização, FFO e Apanha. Ao realizar a

entrevista se obtive as seguintes respostas.

4 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P9 em setembro de 2010. 5 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P3 em setembro de 2010. 6 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P13 em setembro de 2010.

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B) Quanto à procura pela empresa

O processo de selecionar não é feito somente pela empresa, em alguns casos

as pessoas selecionam a empresa onde querem trabalhar Araújo (2006) explica que

as pessoas se candidatam a trabalharem nas empresas que acreditam. No caso dos

entrevistados eles forneceram as seguintes informações a serem questionados

quanto aos motivos que os levaram a trabalhar na empresa:

“[...] todo mundo dizia que era bom, e eu tinha que trabalhar [...]” (Informação

Verbal ) 7.

“[...] Minha cunhada trabalhava aqui e trousse minha ficha ai logo me

chamaram [...]” (Informação Verbal) 8.

“[...] Vim de Lages morar aqui, tava difícil de arrumar emprego, meu vizinho

trabalhava aqui e falou que tava chamando, ai vim aqui e to até hoje [...]”

(Informação Verbal) 9.

“[...] Morava no Saco dos Limões e meu marido já trabalhava aqui, era muito

longe, ai agente se mudou aqui pra perto e comecei a trabalhar também, hoje meu

marido não trabalha mais aqui [...]” (Informação Verbal ) 10.

“[...] Trabalhava em um frigorífico na cidade onde morava no oeste, ai quando

me mudei, meu vizinho falou que aqui também tinha frigorífico ai vim procurar por

que já era uma coisa que eu sabia fazer [...]” (Informação Verbal) 11.

“[...] Trabalhava na roça e queria um emprego de carteira assinada, meu tio

deu meu nome e me chamaram [...]” (Informação Verbal) 12.

7 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P4 em setembro de 2010. 8 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P11 em setembro de 2010. 9 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P9 em setembro de 2010. 10 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P20 em setembro de 2010. 11 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P2 em setembro de 2010. 12 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P12 em setembro de 2010.

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“[...] Queria sair das asas dos pais ai vim visitar os parentes e fiquei sabendo

da empresa, ai decidi me mudar pra São José na casa dos parentes e vim trabalhar

aqui [...]” (Informação Verbal ) 13.

Nesses casos pode-se observar que a teoria de Araújo (2006), se confirma,

os empregados da Tyson do Brasil decidiram procurar a empresa por que a

consideravam um lugar correto, e bem indicado por parentes, vizinhos e conhecidos.

Alem dessas respostas citadas obtiveram-se outras mais comuns, como: precisava

trabalhar, estava sem emprego, era perto de casa e parentes trabalhavam aqui. No

caso dos entrevistados da Higienização, dos três entrevistados dois já trabalhavam

em uma empresa terceirizada que prestava serviços para a então Macedo na época.

A empresa decidiu então por não terceirizar mais o serviço. E os entrevistados então

foram contratados como funcionários da própria empresa.

B) Quanto às conquistas obtidas

Ao questionar os empregados se eles já haviam conquistado ou construído

algo trabalhando na empresa as respostas foram as seguintes:

“[...] Não, só da pra viver com o salário que ganho aqui [...]” (Informação

Verbal ) 14.

“Nada [...]” (Informação Verbal ) 15.

“[...] Só da pra garantir o sustento da casa [...]” (Informação Verbal ) 16.

“[...] Pra ser sincero, com o que eu ganho aqui mau da pra comer [...]”

(Informação Verbal ) 17.

13 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P5 em setembro de 2010. 14 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P9 em setembro de 2010. 15 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P17 em setembro de 2010. 16 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P21 em setembro de 2010. 17 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P3 em setembro de 2010.

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“[...] Comprei terreno e estou terminando de construir minha casa [...]”

(Informação Verbal ) 18.

“[...] Minha casa [...]” (Informação Verbal ) 19.

“[...] quando era solteira comprei minha moto [...]” (Informação Verbal) 20.

“[...] reformei minha casa e comprei uma moto [...]” (Informação Verbal) 21.

“[...] Os estudos dos meus filhos [...]” (Informação Verbal ) 22.

“[...] Comprei meu carro e fiz minha casa, que é uma boa casa, bem grande

[...]” (Informação Verbal ) 23.

“[...] Quando vim morar aqui, vim com “uma mão na frente e outra atrás”, hoje

graças a Deus tenho minha casa, meu carro, 2 motos uma minha e outra da minha

mulher, e isso tudo com a ajuda do dinheiro que ganho trabalhando aqui [...]”

(Informação Verbal ) 24.

Alem dessas respostas outras pessoas citaram como conquistas apenas os

móveis e o que tem em casa. No caso de três das pessoas citadas anteriormente, o

cônjuge também trabalha ou trabalhava na empresa e ele também ajudou a construir

e comprar os bens citados.

Também foram questionados se possuíam um emprego paralelo ao realizado

na empresa Tyson do Brasil. De todos os entrevistados apenas três possuíam

empregos paralelos, sendo que uma delas é uma mulher, que faz quando esta em

casa trabalhos artesanais para vender, mais essa atividade é apenas nos fins de

semana ou quando tem encomendas. Nos outros dois casos, são dois homens que

trabalham em horários diferentes da maioria, um trabalha com reciclagem, ele

relatou o seguinte “[...] tenho o meu carrinho ai na segunda de manhã já vou aos

lugares que guardam coisas pra mim, pego papelão, garrafa de plástico e latinha. E

18 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P6 em setembro de 2010. 19 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P4 em setembro de 2010. 20 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P2 em setembro de 2010. 21 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P13 em setembro de 2010. 22 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P8 em setembro de 2010. 23 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P20 em setembro de 2010. 24 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P23 em setembro de 2010.

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vendo pra um “cara” perto da minha casa que tem esses negócios de reciclagem, ai

trabalho até o meio dia, e vou pra casa pra à tarde vim pra cá. No outro dia se tiver

muito cansado já não vou, num é uma coisa quer preciso ir todo dia, mais vou pra

ajudar em casa, por que minha mulher não é de saúde e tenho que comprar os

remédios dela e o passe pro meu filho ir pra escola”. (Informação Verbal ) 25.

No outro caso a pessoa tem um trabalho diário registrado em outra empresa

também, onde trabalha das 18:00 às 24:00h, trabalha lá há cinco anos, segundo ele

já esta acostumado com o trabalho e fica mais fácil porque os dois empregos são

perto de casa.

Após questionar sobre as conquistas e se possuía outro emprego, foi

perguntado se o empregado é/foi monitor, já que os monitores recebem um salário

diferenciado dos industriários. De todos os questionados apenas 2 são monitores um

a 22 anos e o outro há 4 anos, gostam do que fazem mas segundo eles, os

monitores são pouco valorizados, já que possuem muita responsabilidade, deveriam

sem mais reconhecidos. Outro entrevistado foi monitor durante 2 anos, quando

questionado o motivo de não se mais monitor a resposta foi a seguinte, “[...] eu só

tenho a quarta série e vi que já tava ficando complicado fazer as coisas com o pouco

estudo que tinha, e como não consegui mais voltar a estudar, resolvi larga [...]”

(Informação Verbal ) 26.

O restante dos entrevistados não foram monitores, e ao serem questionados

sobre a vontade de ser, curiosamente, todos afirmaram que não teriam vontade de

ser monitores, alguns pela responsabilidade que estes têm, e outro por não se

sentirem capazes devido a pouca escolaridade que possuem, ou por serem segundo

alguns deles “bonzinhos demais” não conseguiriam ter o pulso firme que o monitor

deve ter, uma delas comentou que se fosse monitora “[...] era capaz de deixar todo

mundo sair e quando visse ia estar com a mesa vazia [...]” (Informação Verbal ) 27.

25 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P22 em setembro de 2010. 26 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P6 em setembro de 2010. 27 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P4 em setembro de 2010.

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C) Quanto às dificuldades

Outro questionamento feito aos empregados, se referia as dificuldades que

eles encontravam para trabalharem na empresa, algumas das resposta foram as

seguintes:

“[...] Às vezes é muito frio e cansativo [...]” (Informação Verbal ) 28. Filho

(2001), explica que a regulação da temperatura no organismo é complexa, quando

um pessoa está realizando alguma atividade ela perde calor e necessita repor a

água e sais minerais perdidos, quando essa reposição não acontece, a pessoa

provavelmente sentira desconforto. E trabalhar em um frigorífico exige essa

constante regulação da temperatura.

“[...] A carga horária é muito grande o tempo que agente sai de casa até a

hora que chega mal da tempo de fazer as coisa e já tem que dormir pra vim no outro

dia [...]” (Informação Verbal ) 29.

“[...] Às vezes fico meio estressada com os colegas que são mandriões [...]”

(Informação Verbal ) 30.

“[...] A carga horária é muito grande pro salário baixo do jeito que é [...]”

(Informação Verbal ) 31.

Essas respostas foram minoria, a grande maioria dos entrevistados,

respondeu que não encontrava dificuldade nenhuma pra trabalhar na empresa, ou

não se lembravam de nada no momento. Alem das dificuldades foi questionado se

os entrevistados já passaram por algum tipo de conflito na empresa e caso sim,

como foi resolvido. Dos entrevistados sete (7) tiveram conflitos, sendo que três (3)

foram conflitos com outros colegas e o chefe teve que interferir diretamente para

resolver o problema, dois (2) conseguiram resolver o problema com o colega,

sozinho sem a interferência de chefe ou monitor, um (1) deles teve problemas com

colegas que também era familiar, ou seja, o problema era externo e a pessoas levou

28 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P1 em setembro de 2010. 29 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P17 em setembro de 2010. 30 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P14 em setembro de 2010. 31 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P5 em setembro de 2010.

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para ser resolvido dentro da empresa, e os conflitos entre esses dois colegas de

trabalho persistiu até o dia em que um deles pediu a demissão. Por ultimo o

problema foi com o monitor, e o chefe resolveu os separando, colocando cada um

em uma mesa diferente. No restante dos casos ninguém relatou conflitos dentro da

empresa.

E) Quanto ao motivo de permanência e pedido de demissão

O principal foco desta parte do estudo é compreender por que esses

empregados trabalham na empresa há tanto tempo, e o que os faz permanecer

trabalhando, e esse foi realmente um dos questionamentos, ao serem questionados

por que permaneciam trabalhando na empresa se obteve as seguintes respostas:

“[...] Eu fico trabalhando aqui por que gosto [...]” (Informação Verbal ) 32. essa

resposta foi citada varias vezes, o que mostra que grande parte dos entrevistados já

criou um vinculo com a empresa e realmente gosta de trabalhar nela.

“[...] foi o primeiro emprego da minha vida toda, e vai ser o único [...]”

(Informação Verbal ) 33.

“[...] Por que não adianta ficar pulando de emprego em emprego, trabalhar

cinco anos em um, oito em outro, pra que? Mais vale fazer o futuro em um lugar só

[...]” (Informação Verbal ) 34.

“[...] Por que tenho amigos aqui, é minha profissão, o que sei fazer [...]”

(Informação Verbal ) 35.

“[...] me sinto bem aqui [...]” (Informação Verbal ) 36.

“[...] trabalho aqui por que preciso, não tenho estudo pra conseguir outra coisa

[...]” (Informação Verbal ) 37.

32 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P12 em setembro de 2010. 33 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P5 em setembro de 2010. 34 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P22 em setembro de 2010. 35 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P3 em setembro de 2010. 36 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P14 em setembro de 2010.

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“[...] Não tenho mais idade pra procurar outro emprego [...]” (Informação

Verbal ) 38.

“[...] preciso trabalhar e também já me acostumei com o serviço aqui [...]”

(Informação Verbal ) 39.

“[...] trabalhando aqui eu tenho segurança que no final do mês vou receber o

que trabalhei, preciso sustentar meus filhos [...]” (Informação Verbal ) 40.

“[...] Trabalho aqui por que eu gosto, tenho meus amigos e me sinto em casa

[...]” (Informação Verbal )41.

“[...] Trabalho aqui há muito tempo, não tenho coragem de sair e começar

tudo do zero, um outra historia em uma empresa diferente [...]” (Informação Verbal ). 42

O que pode se perceber com as respostas obtidas é que muitas pessoas

ficam na empresa por que realmente gostam do que fazem, criaram vínculos de

amizade com seus colegas e com a própria empresa. Outro ponto que ficou claro

com as respostas obtidas é que muitas pessoas não saem da empresa por se

sentirem seguras trabalhando nelas, já que a empresa cumpre com suas obrigações

trabalhistas de um modo correto, e isso deixa os empregados seguros segundo eles

“[...] No final do mês o meu dinheiro ta sempre na conta, pode se pouco mais eu sei

que vai ta lá [...]” (Informação Verbal). 43 Milkovich e Boudreau (2000) comentam que

quando a pessoa é mais jovem acaba tendo mais disposição para buscar algo novo,

os mais velhos e com mais responsabilidade, tendem a buscar um ambiente mais

seguro, o que ficou comprovado com as respostas dos empregados quando dizem

que não tem mais idade ou estudo para ir em busca de um emprego novo.

37 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P23 em setembro de 2010. 38 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P15 em setembro de 2010. 39 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P8 em setembro de 2010. 40 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P20 em setembro de 2010. 41 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P1 em setembro de 2010. 42 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P9 em setembro de 2010. 43 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P17 em setembro de 2010.

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Alem disso questionou-se aos empregados se algum deles alguma vez já

pediu demissão da empresa, para poder entender por que o fizeram e quais motivos

o levaram a voltar, apenas um dos entrevistados pediu demissão uma vez, por que

estava trabalhando em dois empregos e não estava mais “dando conta” então

resolveu sair da empresa, tempo depois o salário que ele recebia neste emprego já

estava defasado e ficou sabendo que na empresa ganharia mais do que estava

ganhando no atual emprego, fato que não acontecia anteriormente. Então decidiu

desligar-se do atual emprego e tentar iniciar novamente na empresa, conseguiu e já

esta trabalhando há quase seis anos.

Ao questionar os empregados quais motivos externos e internos o levariam a

pedir demissão, a grande maioria não conseguiu pensar em nada no momento,

outros deram as seguintes respostas para os motivos internos:

“[...] Se meu marido que também trabalha aqui me traísse aqui dentro [...]”

(Informação Verbal )44.

“[...] Se alguém algum dia me faltar com o respeito como mulher

[...]”(Informação Verbal)45.

“[...] Se eu brigar com alguém que goste muito [...]”(Informação Verbal )46.

“[...] Se alguém me ameaçar com uma faca dessas [...]”(Informação Verbal )47.

“[...] Se algum dia eu perder as esperanças e vê que não vai mudar mais nada

[...]” (Informação Verbal )48.

Quanto aos motivos externos, também se teve o mesmo problema a maioria

das pessoas não conseguia pensar em nada, e os que respondiam falavam apenas

se conseguissem um emprego melhor. Então foram questionados todos, - inclusive

os que não pensaram em nada – os que eles consideram um emprego melhor, e

todos responderam “com um salário melhor”, diante disto foi feita a seguinte

pergunta, ”se você conseguisse um trabalho melhor, onde ganhasse mais, porem

44 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P6 em setembro de 2010. 45 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P15 em setembro de 2010. 46 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P5 em setembro de 2010. 47 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P22 em setembro de 2010. 48 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P4 em setembro de 2010.

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fosse no sul da ilha (levando em consideração que todos os empregados moram no

continente e o sul da ilha é consideravelmente distante dos endereços dos

entrevistados) você trocaria?” Todos os entrevistados disseram que não trocariam se

fosse longe. Portanto pode-se perceber que eles consideram a distancia um fator

importante, para aceitar um emprego, tendo em vista também que a empresa

contratou uma terceirizada que faz o transporte dos empregados até seus bairros, o

que levaria um tempo muito maior se eles utilizassem transporte coletivo normal.

Diante da resposta que considera a distancia um fator importante, foi

levantado outro questionamento. “Se você conseguisse um emprego melhor, que

ganhe mais e seja próximo da sua casa, mas tenha apenas o salário sem nenhum

outro beneficio, você trocaria?” Neste caso as respostas foram variadas, porem a

grande maioria não trocaria por um emprego sem benefícios, já que a empresa tem

diversos, como o plano de saúde com co-participação, convenio com farmácias,

onde o empregado paga apenas 50% do valor do medicamento, compra de frango a

qualquer momento, para descontar em folha, seguro de vida, convenio com dentista

que atende na empresa, dentre outros. Todos os empregados que não trocariam de

emprego afirmaram que esses benefícios os ajudam bastante principalmente o

convenio com a farmácia que também pode ser utilizado pelos filhos, e o plano de

saúde onde eles pagam valores bem baixos para consultas e exames.

Um fato que chamou a atenção é que alguns empregados não sairiam da

empresa por nenhum motivo, eles comentaram o seguinte:

“[...] Não sairia, só se me botassem pra rua [...]” (Informação Verbal ) 49.

“[...] Trabalho aqui há muito tempo, falta o quatro anos pra me aposentar, não

pediria pra sair por nada [...]” (Informação Verbal )50.

“[...] Minha vida esta aqui, se eu sair não tenho o que fazer [...]” (Informação

Verbal ) 51.

“[...] Não tenho interesse em sair [...]” (Informação Verbal )52.

49 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P8 em setembro de 2010. 50 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P9 em setembro de 2010. 51 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P16 em setembro de 2010. 52 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P10 em setembro de 2010.

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Ainda no quesito demissão, os empregados foram questionados sobre os

colegas que saem da empresa, em especial os que entram e trabalham pouco

tempo, por que eles acham que isso acontece. Neste momento a maioria concordou

que os “novatos” entram pensando que vai ser uma coisa e quando começam eles

vêem que é “correria” não para e não agüentam. Outros acreditam que eles se

decepcionam com o salário, na hora de entrevista ajam que é uma coisa, e não

conta com os descontos, ai acham que é pouco e saem. Ou por que na rua tem um

emprego melhor, alguns utilizaram a expressão “não querem nada com nada”, “não

tem vontade de trabalhar”. Comentaram ainda que os “novatos” não têm o

compromisso que eles tinham quando começaram a trabalhar, uma das

entrevistadas comentou o seguinte “[...] imagina se eu ia fazer a moleza que eles

fazem, quando eu tava na experiência, ia pra casa comas as mãos doendo de tanto

trabalhar, esses novos chegam e se a mesa ta cheia, não tão nem ai, agente mais

antigo é que tem que dar conta pra desafogar a mesa [...]”(Informação Verbal )53.

Ao concluir as entrevistas, foi possível perceber que os empregados que

trabalham na empresa a mais de cinco anos são pessoas comprometidas com o que

fazem, a grande maioria trabalha na empresa por que gosta, já criaram vínculos

importantes, criaram filhos, conquistaram bens materiais e amigos durante todos

esses anos trabalhando na empresa, outra conclusão que é possível obter através

da observação direta é que as pessoas são desta maneira, pois comprometimento e

responsabilidade já são características próprias delas, e de sua criação, e isso as

ajuda a permanecerem tanto tempo em um emprego, o que significa que

provavelmente se elas trabalhassem em outra empresa seriam responsáveis e

comprometidas da mesma forma. Porem elas são capazes de reconhecer as

dificuldades que a empresa e o trabalho em si possuem, como também sabem

reconhecer os benefícios que ela lhes proporciona, enfim são essas pessoas com

esse tipo de pensamento que tornam a empresa um local agradável e familiar para

se trabalhar, não penas isso mais também são elas que muitas vezes garantem a

produção do dia.

53 Informação fornecida na empresa Tyson do Brasil, pelo entrevistado P7 em setembro de 2010.

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4.5 MELHORIAS SUGERIDAS

O que pode-se notar ao analisar os dados coletados é que a empresa como

muitas outras possui problemas em manter o total de seu efetivo humano na

empresa, os motivos são os diversos, alguns são externos outros internos.

Como fator interno um dos maiores problemas da empresa é a questão do

salário, onde os empregados tanto os mais recentes como aqueles que já possuem

certo tempo de “casa”, eles acham que o salário é muito baixo, ou que não valoriza a

experiência que os empregados mais antigos possuem. Portanto inicialmente seria

necessário fazer uma revisão nos salários oferecidos, levando em consideração

fatores como, requisitos mentais, físicos, responsabilidades, condições de trabalho,

dentre outras (FIDELI; BANOV, 2006). Isso combinado com uma estruturação de

cargos, claramente deixaria os empregados mais felizes já que um estudo de cargos

não serve apenas para definir salários segundo Chiavenato (2004), permite

identificar dificuldades, propor treinamentos aos empregados que já estão

trabalhando e também pode servir de base para o recrutamento e seleção de novos

empregados.

Outro fator interno que reflete diretamente nas demissões é quando a pessoa

não se adapta ao ambiente ou tem problemas com colegas e monitores, a empresa

poderia seguir esses casos “mais de perto” tendo uma pessoa que se

responsabilizasse por isso, onde quem está com dificuldades de adaptação pudesse

chegar e contar seu problema e receberia um acompanhamento para tentar

melhorar sua condição de trabalho durante o período que está na empresa.

Como aspecto externo a família mostrou-se um fator importante para que os

empregados deixem seu emprego, um possível convênio com alguma creche publica

da região, onde os filhos dos empregados tivessem prioridade, talvez ajudasse o

problema das mães que abandonam o emprego por não terem com que deixar os

filhos. Estender alguns benefícios referente a saúde poderia ser outro fator que

minimizasse o abandono do emprego por problemas de saúde de familiares.

Outros aspectos já se mostram mais complicados de serem resolvidos, como

a distancia das casas dos empregados e a carga horária, já que grande parte dos

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empregados da empresa mora em cidades vizinhas como Palhoça e Biguaçu, e a

jornada diária de trabalho é necessária devido a demanda da produção.

Portanto pode-se comprovar que existem vários fatores que deixam os

empregados da empresa Tyson do Brasil Alimentos, alguns desses fatores podem

ser amenizados se realizada um ação conjunta da empresa, envolvendo não

somente os responsáveis pela gestão de pessoas mais também o gerente industrial,

chefes e representante dos empregados onde todos poderiam sugerir melhorias

para os problemas apresentados e verificar a possibilidade de concretizá-las.

Um quadro baseado no modelo 5W2H foi montado para que permita mostrar

mais detalhadamente como, quando, quanto custa e por quem poderiam ser

realizadas algumas das sugestões dadas que foram baseadas nas deficiências

reveladas no estudo.

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Deficiência O que? Quem? Onde? Quando? Por quê? Como? Quanto custa?

Dificuldade de adaptação e problemas

pessoais que afetam o

desempenho no trabalho.

Acompanhamento dos empregados que necessitam

lhes orientando em problemas

profissionais e pessoais.

Assistente Social (a ser contratada).

Tyson do Brasil

Alimentos.

Sempre que o empregado necessitar.

Para que os empregados

consigam explicar suas dificuldades e tentar resolvê-las sem que elas afetem

sua vida profissional.

Através de conversas com os empregados a assistente social

poderá compreender as dificuldades

enfrentadas, no caso de dificuldades no

ambiente de trabalho poderia estar

mediando uma conversa com chefes

ou colegas para melhorar a situação.

No caso de problemas externos poderia encaminhar os empregados para

órgãos e profissionais

adequados que possam ajudar a

resolver o problema.

Levando em consideração o

salário da assistente somado aos impostos e encargos

trabalhistas daria um total de 2485,55.

Mais os demais benefícios que a empresa oferece,

material gasto pela profissional, energia

elétrica dentre outros, estima-se um valor de R$

3.000,00 (três mil reais por mês).

Problemas de saúde dos familiares,

principalmente filhos.

Inclusão dos dependentes dos empregados no plano de saúde.

Os empregados solicitam e o

departamento pessoal realiza

a inclusão.

Tyson do Brasil

Alimentos.

Sempre que os

empregados solicitarem.

Para que o tratamento e atendimento médico dos

dependentes dos

empregados aconteça de

forma mais fácil e rápida,

evitando assim

Os empregados solicitam via

formulário preenchido com as informações

dos dependentes, e o departamento

pessoal solicita e inclusão junto à

seguradora.

Para a empresa custará o valor de

R$ 63,00 (sessenta e três reais) por

dependente incluso, que é o que paga

atualmente por cada empregado. E o

empregado participara com o valor de R$ 07,00

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77

o desgaste do profissional.

(sete reais) que é o que eles pagam

atualmente pela sua mensalidade.

Abando do emprego por não

ter com quem deixar os filhos.

Construção de uma creche publica.

A empresa em parceria com a

prefeitura municipal.

Nas imediações da empresa.

Até o segundo

semestre de 2011.

Para que as mães tenham

um local apropriado e seguro para deixarem os

filhos durante o período em que

estão trabalhando.

A empresa cede um terreno para a

prefeitura para que esta construa uma

creche publica onde quem trabalha na

Tyson tenha a prioridade nas vagas.

O valor de um dos terrenos da

empresa avaliado por um corretor.

Descontentamento com os salários

oferecidos.

Reestruturação dos cargos e salários.

Analista de RH. Tyson do Brasil.

Em um período de 3

meses.

Para que os empregados

sintam-se mais valorizados e

sabendo exatamente

quais são suas tarefas e o que podem fazer

para melhorar seus salários.

A analista realizara juntamente com o

auxilio dos responsáveis por

cada área, um levantamento dos cargos, funções e

tarefas exercidas, o que é necessário para que possam realizar-las dentre

outras informações, e a partir daí traçara

uma nova política de cargos e salários.

Levando em consideração o

salário da analista somado aos impostos e encargos

trabalhistas daria um total de

2.500,00. O material gasto pela

profissional, energia elétrica dentre

outros, estima-se um valor de R$

3.100,00 (três mil e cem reais por mês).

Quadro 6– Sugestões de melhoria.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como objetivo principal de estudo a pesquisa tinha a rotatividade na empresa

Tyson do Brasil, está foi fundamentada, analisada e se chegaram a conclusões de

que a empresa tem um longo caminho para percorrer até chegar ao índice ideal de

rotatividade. Uma vez que os indicies calculados mostraram que os setores

estudados têm uma rotatividade consideravelmente alta; Porem os motivos desta

rotatividade tiveram como maiores causadores ações externas a empresa quando as

demissões partiram dos empregados, quando elas partiram da empresa o motivo

predominante foram as faltas que mostram um descomprometimento por parte do

empregado, e a incapacidade de ser aprovado no período da experiência. Falta de

comprometimento está que não é encontrada nos empregados que trabalham na

empresa por mais de cinco anos, que se mostraram pessoas sérias e dedicadas as

suas atividades.

Perante esses resultados pode-se perceber que a empresa precisa criar

ações que minimizem a rotatividade nos setores mais críticos, e também crie

medidas que valorize mais seus empregados antigos e dedicados a empresa. Esses

resultados podem ser justificados pelo fato de que no cenário nacional a Tyson do

Brasil ainda é uma empresa relativamente nova, que está implantando sua cultura

nas empresas adquiridas para torná-las homogêneas, e também está se adaptando

a cultura e ao mercado brasileiro.

Por sua vez os gestores já iniciaram a caminhada para minimizar alguns dos

os motivos das demissões. Está sendo criado um sistema de avaliação de cargos e

salários, que tem data prevista para conclusão até o final do ano de 2010, esse

plano de cargos e salários definirá os cargos e as funções de cada um dentro da

empresa, e permitirá assim uma reestruturação de salários de acordo com, tempo de

empresa, função, escolaridade, dentre outros, o que provavelmente minimizará um

dos descontentamentos dos empregados que trabalham a mais de cinco anos na

empresa, que se mostraram pessoas comprometidas, e dispostas a realizarem suas

tarefas da melhor forma possível, perfil este que deveriam ser buscado nas pessoas

no momento do recrutamento e seleção dos novos empregados.

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No mês de outubro houve a renovação do acordo coletivo entre a empresa e

o sindicato dos trabalhadores das indústrias de alimentação da grande Florianópolis

e do Vale do Rio Tijucas. Este mudou de forma significativa o piso salarial da

empresa, esperasse que este fato minimize o descontentamento dos novos

empregados que tem como principal reclamação o salário.

Enfim a pesquisa proporcionou vários resultados interessantes, infelizmente

teve algumas limitações como o tempo delimitado da pesquisadora para a realização

da pesquisa o que não permitiu a utilização de métodos que aprofundariam e

detalhariam ainda mais os resultados obtidos. A ausência dos colaboradores no

período da pesquisa seja por falta, férias ou por não trabalharem no local – que é o

caso dos carregadores de frango vivo - também foi um fator que limitou o número de

participantes e a variedade das respostas. Quanto a parte teórica a autora teve

como maior dificuldade a falta de acesso a materiais que tratassem do tema principal

da pesquisa, no caso a rotatividade.

Após os resultado obtidos foi possível sugerir novos estudos a serem

realizados na empresa como, abordar a rotatividade em outros setores como o

administrativo, por exemplo, para assim identificar se os motivos da demissão são

parecidos com os operacionais. Uma nova entrevista com os empregados que

trabalham a mais de cinco anos na empresa seria interessante, após certo tempo da

implantação do projeto de cargos e salários, para verificar estão se sentido mais

valorizados. Um estudo com os empregados em geral sobre qualidade de vida no

trabalho, clima organizacional, e motivação, também se mostraria interessante para

se compreender como os empregados estão se sentindo trabalhando na empresa

Tyson do Brasil.

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APÊNDICE

Roteiro da entrevista com os empregados que trabalham a mais de cinco

anos na empresa

A) Identificação do perfil do empregado

Qual o setor e horário de trabalho?

Qual sua idade?

Qual seu estado civil quando iniciou suas atividades na empresa? e qual é

atualmente?

Tinha filhos quando entrou na empresa ou tem atualmente? Caso sim, qual a idade

deles? (no caso de mulheres quem cuida ou cuidava dos filhos?)

Qual sua escolaridade quando entrou na empresa e qual é agora?

Desdobramento possível: não teve mais interesse em estudar? Por quê?

B) Quanto a procura pela empresa

Quais os motivos o fizeram a procurar a empresa?

Desdobramento possível: veio de outra cidade? Tinha conhecidos na empresa?

C) Quanto as conquistas obtidas na vida

O que conquistou ou construiu trabalhando na empresa?

Desdobramento possível: construiu casa, comprou veiculo, moveis, constituiu

família.

Possui outro emprego paralelo? Caso sim, trabalha todos os dias? Quantas horas?

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Já foi monitor, auxiliar? Caso sim por que não continuou? Caso não, tem vontade de

ser? Por quê?

D) Quanto as dificuldades encontradas.

Que dificuldades encontram na empresa?

E) Quanto ao motivo de permanência e pedido de demissão

O que lhe faz permanecer na empresa?

Quais motivos internos ou externos o levariam a pedir demissão?

Desdobramento Possível: se conseguisse outro emprego com salário melhor, porem

longe de casa? Se conseguisse emprego com salário melhor, perto de casa, porem

sem benefícios sairia da empresa?

Já pediu demissão/foi demitido alguma vez? Caso sim, por que voltou?

Por que você acha que seus colegas pediram demissão? Principalmente os que

trabalharam poucos dias?

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