UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE...

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA JÚLIA DE GÓES MONTEIRO ANTONIO Estudo da implementação do pilar de meio ambiente da metodologia WCM em uma indústria de sabonetes Declaro que esta monografia foi revisada e encontra-se apta para avaliação e apresentação perante a banca avaliadora. DATA: ____/____/____ ___________________________________________ MARCO ANTONIO CARVALHO PEREIRA LORENA - SP 2015

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

JÚLIA DE GÓES MONTEIRO ANTONIO

Estudo da implementação do pilar de meio ambiente da metodologia WCM

em uma indústria de sabonetes

Declaro que esta monografia foi revisada e encontra-se apta para avaliação e

apresentação perante a banca avaliadora.

DATA: ____/____/____

___________________________________________

MARCO ANTONIO CARVALHO PEREIRA

LORENA - SP

2015

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JÚLIA DE GÓES MONTEIRO ANTONIO

Implementação do pilar de meio ambiente da metodologia WCM em uma

indústria de sabonetes

Monografia apresentada à Escola de Engenharia de Lorena – Universidade de São Paulo como requisito legal para obtenção de título de Engenheiro Químico, sob orientação do Prof. Dr. Marco Antonio Carvalho Pereira.

LORENA – SP

2015

AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIOCONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE

Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Automatizadoda Escola de Engenharia de Lorena,

com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Antonio, Júlia de Góes Monteiro Estudo da implementação do pilar de meio ambienteda metodologia WCM em uma indústria de sabonetes /Júlia de Góes Monteiro Antonio; orientador MarcoAntônio Carvalho Pereira. - Lorena, 2015. 50 p.

Monografia apresentada como requisito parcialpara a conclusão de Graduação do Curso de EngenhariaQuímica - Escola de Engenharia de Lorena daUniversidade de São Paulo. 2015Orientador: Marco Antônio Carvalho Pereira

1. Wcm. 2. Meio ambiente. 3. Redução de impactosambientais. I. Título. II. Pereira, Marco AntônioCarvalho , orient.

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DEDICATÓRIA !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Aos meus pais, Sergio e Maria Angela, por todo o amor, paciência, compreensão e apoio em todos os anos de minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, aos meus pais, Sergio e Maria Angela, por tudo que me

proporcionaram, por todo o esforço, compreensão, paciência, presença e carinho, a quem devo

todas as minhas experiências e aprendizados, e a pessoa que me tornei.

Agradeço aos meus irmãos, Luísa e André, e aos meus avós, Maria Generosa, Sérgio,

Dagmar e Walter, por todo o zelo, compreensão e apoio ao longo de todas as etapas de minha

vida.

Ao meu eterno companheiro, Antonio, por toda e interminável paciência, compreensão

e apoio nas etapas mais marcantes e difíceis da minha vida. Obrigada por sempre estar ao meu

lado.

Ao Prof. Dr. Sergio Cobianchi por nunca desistir do meu potencial como aluna, sendo

peça fundamental da minha graduação.

Ao Prof. Dr. Luis Fernando Figueiredo por me ensinar coisas valiosas, tanto

profissionais quanto pessoais.

Ao Prof. Dr. Marco Antonio por toda a paciência, sugestões, e didática em suas aulas e

explicações.

A Maurício Baroni, Samuel Gonçalves, Gabriel Granzotto e Jéssica Oliveira, por toda

a ajuda durante meu último ano de graduação, em meu desenvolvimento profissional, e

aprendizado.

A Escola de Engenharia de Lorena e a University of Illinois, Urbana-Champaign, por

toda a educação e oportunidades que me ofereceram.

Agradeço muito a todos, podem ter certeza que foram peça fundamental para minha

formação, pessoa que sou e que me tornarei!

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EPÍGRAFE

“Diga-me eu esquecerei, ensina-me e eu poderei lembrar, envolva-me e eu aprenderei.”

!Benjamin!Franklin!

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RESUMO

ANTONIO, J. G. M. Implementação do pilar de meio ambiente da metodologia WCM em

uma indústria de sabonetes. 2015. 50 p. Monografia (Trabalho de Graduação) –Escola de

Engenharia de Lorena – Universidade de São Paulo, Lorena, 2015.

Tendo em vista a atual situação ambiental do mundo, a crescente competitividade do mercado,

e a maior preocupação populacional com o meio ambiente, foi realizado um estudo da

implementação dos primeiros 3 passos do pilar de Meio Ambiente da metodologia de World

Class Manufacturing (WCM) em uma fábrica de sabonetes. Para isto foi utilizada o método de

pesquisa de estudo de caso, realizando-se a coleta de dados por meio de entrevistas contínuas

dos membros do pilar, estudo e análise da documentação relacionada a esta implementação, e

observação, do que foi implementado relatado, no ambiente fabril. Por fim constatou-se que a

implementação da metodologia, com foco em melhoria contínua, atingiu o objetivo previsto

pela metodologia de redução de desperdícios e perdas, com a redução do consumo de água

em 32% no sistema de refrigeração de compressores, geração de água de reuso no tratamento

de efluentes, conscientização dos funcionários, e separação de resíduos, visando a eliminação

de impactos ambientais, demonstrando a eficácia da metodologia estudada.

Palavras-chaves: WCM, Meio Ambiente, Redução de impactos ambientais

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ABSTRACT

ANTONIO, J. G. M. Implementation of environment pillar of the WCM methodology in a

soap industry. 2015. 50 f. Project of monograph (Undergraduate) – Engineering School of

Lorena – University of São Paulo, Lorena, 2015.

Given the current environmental situation in the world, the increasing market competition, and

the highest population concern for the environment, a study was conducted of the

implementation of the first 3 steps of the Environment pillar of the World Class

Manufacturing (WCM) methodology in a soap factory. For this purpose the method of case

study research was used, collecting data from continuous interviews of members of the pillar,

study and analysis of the documentation related with the implementation, and observation of

what has been implemented in manufacturing environment. Finally it was found that the

implementation of the methodology, focusing on continuous improvement, achieved the

objective set out by the methodology, as the reduction of waste and losses, with water

consumption decrease of 32% in the compressors refrigeration system, generation of reuse

water from waste water treatment, employees awareness, e waste separation, in order to

eliminate environmental impacts, demonstrating the effectiveness of the studied methodology.

Key words: WCM, Environment, Environment impacts reduction

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LISTA DE FIGURAS

!Figura 1 - Faturamento líquido anual do setor da Indústria Brasileira de HPPC. ........................

Figura 2 - Distribuição da Indústria de HPPC no Brasil. .......................................................... 15

Figura 3 - Aspectos ambientais da produção de sabonetes. ...................................................... 16

Figura 4 - Estratificação dos aspectos ambientais da fábrica de sabonetes. ........................... 33

Figura 5 - Critério de classificação da significância dos aspectos ambientais. ........................ 34

Figura 6 - Estratificação da significância dos aspectos ambientais. ......................................... 35

Figura 7 - Fluxograma da Estação de Tratamento de Efluente. ................................................ 37

Figura 8 - Sistema proposto para tratamento de efluente e obtenção de água de reuso. .......... 38

Figura 9 - Circuito de água de refrigeração da fábrica. ............................................................ 39

Figura 10 - Sistema de ventilação para a refrigeração da água. ............................................... 39

Figura 11 - Estratificação das observações comportamentais de acordo com a sua categoria. 43

Figura 12 - Identificação de resíduos para coletores. ............................................................... 44

Figura 13 - Planilha de controle de etiquetas de meio ambiente. ............................................. 45

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Estrutura da metodologia WCM, pilares operativos e gerenciais. ......................... 18

Quadro 2 - Classificação da significância dos aspectos ambientais. ........................................ 35!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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LISTA DE SIGLAS

ABIHPEC Associação Brasileira Da Indústria De Higiene Pessoal, Perfumaria E

Cosméticos

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

HPPC Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

ISO Organização Internacional de Normalização

JIT Just In Time

PAE Plano de Ação Emergencial

TIE Total Industrial Engineering

TPM Total Productive Maintenance

TQC Total Quality Control

WCM World Class Manufacturing

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 13

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................................................................ 13

1.2 OBJETIVO .................................................................................................................... 13

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................... 14

2.1 INDÚSTRIA BRASILEIRA DE HIGIENE PESSOAL, PERFUMARIA E

COSMÉTICOS ................................................................................................................... 14

2.2 PROCESSO DE FABRICAÇÃO E IMPACTOS AMBIENTAIS ........................... 15

2.3 WORLD CLASS MANUFACTURING ..................................................................... 17

2.4 ISO 14000 ...................................................................................................................... 19

2.5 O PILAR DE MEIO AMBIENTE .............................................................................. 20

3. METODOLOGIA ............................................................................................................... 22

3.1 EMPRESA ESTUDADA .............................................................................................. 22

3.2 MÉTODO DE PESQUISA ........................................................................................... 22

3.3 UNIVERSO (POPULAÇÃO E AMOSTRA) ............................................................. 23

3.4 PASSOS DA METODOLOGIA .................................................................................. 23

3.4.1 PASSO 0 .................................................................................................................. 23

3.4.2 PASSO 1 .................................................................................................................. 24

3.4.2.1 ASPECTOS AMBIENTAIS ............................................................................. 24

3.4.2.2 LEGISLAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO ........................................................... 24

3.4.2.3 METAS E OBJETIVOS ................................................................................... 25

3.4.3 PASSO 2 .................................................................................................................. 25

3.4.3.1 RECURSOS ...................................................................................................... 25

3.4.3.2 EMERGÊNCIAS AMBIENTAIS .................................................................... 25

3.4.4 PASSO 3 .................................................................................................................. 26

3.4.4.1 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS .......................................................... 26

3.4.4.2 AUDITORIA INTERNA .................................................................................. 26

3.4.4.3 EXPANSÃO HORIZONTAL .......................................................................... 26

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3.5 COLETA DE DADOS .................................................................................................. 26

3.6 ANÁLISE DE DADOS ................................................................................................. 27

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................... 28

4.1 PASSO 0 ........................................................................................................................ 28

4.2 PASSO 1 ........................................................................................................................ 28

4.2.1 LEGISLAÇÃO E PADRÕES DA EMPRESA ....................................................... 28

4.2.2 ASPECTOS AMBIENTAIS .................................................................................... 30

4.2.2.1 DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE ...................................................................... 30

4.2.2.2 SIGNIFICÂNCIA POTENCIAL ...................................................................... 31

4.2.3 ANÁLISE CRÍTICA DOS ASPECTOS AMBIENTAIS ........................................ 32

4.3 PASSO 2 ........................................................................................................................ 35

4.3.1 CONTROLES IMPLEMENTADOS ....................................................................... 35

4.3.2 CONTROLE DE ASPECTO AMBIENTAL .......................................................... 36

4.3.2.1 CONTROLE DE ENERGIA E EMISSÃO DE CO2 ........................................ 36

4.3.2.2 CONTROLE DE EFLUENTE ......................................................................... 36

4.3.2.3 CONTROLE DE ÁGUA .................................................................................. 38

4.3.2.4 CONTROLE DE RESÍDUOS .......................................................................... 40

4.3.2.5 PLANO DE AÇÃO EMERGENCIAL ............................................................. 40

4.4 PASSO 3 ........................................................................................................................ 41

4.4.1 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS ................................................................. 41

4.4.2 AUDITORIA INTERNA ......................................................................................... 41

4.4.3 ANÁLISE DA SITUAÇÃO AMBIENTAL DA FÁBRICA ................................... 43

4.4.4 PLANO DE AÇÃO CONSIDERANDO A AUDITORIA INTERNA ................... 44

4.5 ANÁLISE DO CASO E LIÇÕES APRENDIDAS .................................................... 45

5. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 48

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 49

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1. INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Com o avanço da tecnologia há um aumento da industrialização, o que afeta

diretamente o meio ambiente, muitas vezes provocando impactos negativos, irreversíveis ou

de difícil recuperação. Os impactos gerados se alastram em quase todas as dimensões da vida

humana, o que faz com que ações com relação ao meio ambiente sejam tomadas (MELO,

2012).

Além disso, a preocupação ambiental apresenta-se, atualmente, como uma condição

mercadológica de sobrevivência empresarial. O desafio empresarial está associado ao fato de

que é necessário continuar satisfazendo as mais diversas necessidades humanas, buscando, ao

mesmo tempo, um desenvolvimento sustentável, no qual o meio ambiente deve ser conservado

e reaproveitado cada vez mais nas suas mais diferentes formas de utilização (SILVEIRA,

2015).

Tendo em vista a atual situação ambiental do mundo, a crescente competitividade do

mercado, e a maior preocupação populacional com o meio ambiente, pretende-se estudar esta

temática em uma fábrica de sabonetes na região sudeste do Brasil. Para este fim, será

analisada a implementação da metodologia World Class Manufacturing (WCM), com foco no

pilar de meio ambiente, visando uma melhoria contínua, baseada na redução de desperdícios e

perdas, visando a eliminação de impactos ambientais.

1.2 OBJETIVO

Estudar a implementação dos primeiros 3 passos do pilar de Meio Ambiente da

metodologia de WCM em uma fábrica de sabonetes.

Assim, os seguintes objetivos específicos são buscados:

• Determinar os aspectos e impactos ambientais gerados pelas atividades da fábrica.

• Descrever os métodos de controle e redução de impactos ambientais implementados.

• Apresentar os resultados obtidos com a implementação da metodologia.

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• Analisar a efetividade de implementação da metodologia em termos de gestão

ambiental.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 INDÚSTRIA BRASILEIRA DE HIGIENE PESSOAL, PERFUMARIA E

COSMÉTICOS

A Indústria Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC) é um

segmento que cresce em média 10% ao ano nos últimos 19 anos. Em 1996 o setor teve um

faturamento líquido de impostos de R$ 4,9 bilhões, que teve um aumento de aproximadamente

9 vezes em 2014, com um faturamento de R$ 43,2 bilhões (ABIHPEC, 2015).

Fonte: ABIHPEC, 2015

O crescimento deste setor pode ser relacionado (ABIHPEC, 2015):

• Aumento de renda das classes mais baixas, tendo acesso aos produtos do setor.

• Participação crescente da mulher brasileira no mercado de trabalho.

• Utilização de mais tecnologias, aumentando a produtividade, reduzindo custos e

consequentemente os preços dos produtos.

Figura 1 - Faturamento líquido anual do setor da Indústria Brasileira de HPPC.

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• Lançamento de novos produtos que atendem cada vez mais as necessidades do

mercado.

No Brasil existem 2540 empresas atuando no mercado de produtos de HPPC, tendo sua

maior concentração na região Sudeste do país (Figura 2). Das empresas presentes no país 20

delas são de grande porte, tendo 73% do faturamento total (ABIHPEC, 2015). !

Figura 2 - Distribuição da Indústria de HPPC no Brasil.

Fonte: ABIHPEC, 2015

2.2 PROCESSO DE FABRICAÇÃO E IMPACTOS AMBIENTAIS

Sabonetes são produtos de higiene pessoal, destinados à limpeza corporal, compostos

de sais alcalinos, ácidos graxos e agentes tensoativos, podendo ser coloridos e perfumados

(MOTTA, 2007).

O processo de produção de sabonetes, que engloba desde o recebimento de matérias

primas até a embalagem e expedição do produto, tem variados tipos de impactos ambientais. A

Figura 3, adaptada da AIHPEC, apresenta os resíduos da produção, que englobam restos de

embalagens, resíduos de limpeza, odor e emissões atmosféricas.

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Figura 3 - Aspectos ambientais da produção de sabonetes.

Fonte: Adaptado de ABIHPEC, 2010

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A utilização de água se dá em larga escala, sendo que pode estar incorporada ao

produto, empregada nas operações de limpeza e lavagem de máquinas, equipamentos e

instalações industriais, além do uso na área de utilidades e manutenção, tais como em sistemas

de aquecimento e refrigeração (AIHPEC, 2010).

Na produção de sabonetes são utilizadas caldeiras alimentadas por óleo combustível no

qual deve ser realizado um controle da queima, de modo a minimizar as emissões de gases

poluentes para a atmosfera. Além do controle da eficiência de queima da caldeira, há a

geração de resíduos resultantes de sua operação e manutenção (AIHPEC, 2010).

Deve-se considerar o consumo de eletricidade por máquinas e equipamentos como

motores, bombas, misturadores. Algumas operações exigem rápido resfriamento, sendo

necessário o uso de unidades de refrigeração de alta capacidade (chillers), que tem elevado

consumo energia elétrica (AIHPEC, 2010).

2.3 WORLD CLASS MANUFACTURING

O termo WCM foi inicialmente utilizado por Hayes e Wheelright em 1984, que

descreveram a capacidade que empresas alemãs e japonesas adquiriram para serem

competitivas no mercado de exportação (CORTEZ, 2010). Hayes e Wheelright definiram

WCM como uma série de práticas que levariam uma empresa a ter uma performance superior

(FLYNN, B.; SCHROEDER; FLYNN, E., 1999).

Desde então, o conceito foi utilizado por outros autores, que não só mantiveram

algumas das ideias, como também adicionaram algumas novas práticas (FLYNN, 1999).

Assim, a metodologia passou por diversas modificações até a estrutura atual, baseada nas

metodologias mais efetivas de manufatura, incluindo Total Quality Control (TQC), Total

Productive Maintenance (TPM), Total Industrial Engineering (TIE), and Just In Time (JIT)

(CNH INDUSTRIAL, 2014).

Atualmente, WCM é uma metodologia baseada na melhoria contínua, proporcionando

a eliminação de todos os tipos de perdas e desperdícios de uma indústria, com o envolvimento

de todos os setores da empresa. Tem como principal objetivo o sucesso no mercado com

produtos de qualidade e preços competitivos, atendendo as necessidades do consumidor

(MURINO et. al, 2012).

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A metodologia é uma estrutura rigorosa e integrada que engloba todos os aspectos da

empresa (MAGNETI MARELLI, 2015). A estrutura de WCM engloba 10 pilares operativos e

10 pilares gerenciais (KETTER, 2010), conforme mostrado no quadro 1:

Quadro 1 - Estrutura da metodologia WCM, pilares operativos e gerenciais.

Pilares Operativos Pilares Gerenciais

Segurança Comprometimento Gerencial

Desdobramento de Custo Clareza dos Objetivos

Melhoria Focada Roteiro para WCM

Manutenção Autônoma Alocação de Pessoas Altamente Qualificadas

Manutenção Profissional Comprometimento da Organização

Controle de Qualidade Competência da Organização

Logística e Serviço ao Cliente Tempo e Orçamento

Gestão Preventiva do Equipamento Nível de Detalhe

Desenvolvimento de Pessoas Nível de Expansão

Meio Ambiente Motivação da Operação

Fonte: Ketter, 2010

As melhorias obtidas são medidas através de um sistema de auditoria que torna

possível o conhecimento do nível de implementação em cada planta nos 10 pilares

operacionais e 10 pilares gerenciais que compõem a estrutura de WCM. As auditorias são

conduzidas por auditores qualificados da Associação de WCM, que utilizam o mesmo critério

de avaliação para todas as indústrias que aplicam a metodologia. Ao final da auditoria, a

planta recebe uma avaliação geral que inclui comentários para cada pilar, indicando os seus

pontos fortes e pontos prioritários, e uma pontuação que indica o nível de performance da

planta. A partir da pontuação 4 níveis elevados podem ser atingidos: bronze, prata, ouro e

World Class, que indica o nível de performance mais elevado (MAGNETI MARELLI, 2015).

A metodologia já foi aplicada em grandes empresas multinacionais que obtiveram altos níveis

de performance.

A empresa de design e produção de sistemas de alta tecnologia e componentes

automotivos, Magneti Marelli, tem o envolvimento de 51 plantas. A planta brasileira

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localizada em Hortolândia (SP) foi a primeira fábrica a iniciar o programa na América Latina

em 2008, obtendo o nível de performance bronze em 2012. Com a otimização do sistema de

expedições de diferentes fornecedores da planta, houve uma redução de 75% do número de

caminhões que entram na planta, sem que o nível de serviço fosse comprometido (MAGNETI

MARELLI, 2015).

A empresa de design e produção de equipamentos para agricultura e construção CNH

Industrial tem 52 plantas envolvidas com a metodologia, das quais 19 foram premiadas com

bronze e 6 foram premiadas com prata (CNH INDUSTRIAL, 2014). No Brasil a empresa

apresenta uma das plantas de produção mais competitivas do mundo. A fábrica de Contagem

(MG) adotou a metodologia em 2007 e foi certificada no nível prata de WCM em 2015.

Durante este período, a planta conseguiu diminuir em 50% os gastos com inventário de

matéria-prima, reutilizar a água para lavagem final dos produtos, reciclar 98% dos resíduos da

planta, redução anual de 10% do consumo de energia total nos últimos 5 anos, além de 2

milhões de horas trabalhadas sem acidentes (CNH INDUSTRIAL, 2015).

2.4 ISO 14000

A ISO 14000 é um conjunto de normas, definidas pela Organização Internacional de

Normalização (ISO), para padronizar a gestão ambiental nas empresas. Essas normas têm

como objetivo a prevenção de processos que conduzem a contaminações ambientais,

estruturando a forma de operação e armazenamento, assim como a recuperação e

disponibilização de dados e resultados relacionados às necessidades de mercado e satisfação

do cliente (SILVA, 2011). Assim, a adoção destas normas tem importância no aumento da

competitividade da empresa, principalmente no cenário atual, no qual se torna mais comum

que questões relativas ao ambiente sejam consideradas como fundamentais na tomada de

decisão pelo cliente. Além disso, a empresa tem outros benefícios na implementação da

norma, como a redução do custo de disposição dos resíduos, redução do custo de energia,

correção de problemas potenciais antes de causar danos ambientais (NASCIMENTO;

POLEDNA, 2002).

A série ISO 14000 é composta por várias normas com diferentes abordagens,

(NASCIMENTO, 2002):

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• ISO 14001, ISO14004: sistemas de gestão.

• ISO 14010, ISO 14011, ISO14012: auditoria ambiental.

• ISO 14021, ISO 12022, ISO 14024: rotulagem ambiental.

• ISO 14040, ISO 14041: avaliação do ciclo de vida.

2.5 O PILAR DE MEIO AMBIENTE

O pilar de meio ambiente tem como objetivo atender a normas de gerenciamento

ambiental, e desenvolver uma cultura de proteção ao meio ambiente. Para isto a metodologia

propõe o desenvolvimento de 7 passos, que incluem como principais atividades: auditorias

internas periódicas para verificar o impacto da planta no ambiente que está inserida,

identificação e prevenção de riscos, uso da ISO 14000, e uma variedade de melhorias técnicas

da planta (PALUCHA, 2012).

Os 7 passos do pilar têm como abordagem (ALFA, 2015):

• PASSO 1 - Entender a legislação e regulamentos locais sobre o meio ambiente,

identificar, classificar e priorizar os problemas ambientais da fábrica.

• PASSO 2 - Identificar e implementar métodos adequados contra as fontes dos

problemas ambientais identificados.

• PASSO 3 - Preparar normas provisórias; estender horizontalmente a outras áreas a

experiência criada no Passo 2, a partir de treinamentos de todos os envolvidos;

estabelecer um sistema de auto auditoria dos sistemas.

• PASSO 4 - Controle de substâncias químicas; economia de recursos; economia de

energia (subdividida em 7 passos).

• PASSO 5 - Estabelecer sistemas de suporte tais como contabilidade ambiental, sistema

operacional e sistema de informação.

• PASSO 6 - Estabelecer um sistema de redução da carga ambiental, dos riscos

ambientais e da carga ambiental na logística; procurar contratos ecológicos.

• PASSO 7 - Criação de uma planta modelo em termos ambientais.

A partir disto, a implementação do pilar em uma indústria permite a redução de perdas,

redução de resíduos, redução das fontes de poluição, eliminação das condições de acidentes

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ambientais potenciais, tornando-a protetora do meio ambiente, sendo um modelo global com

mais força competitiva no mercado.

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3. METODOLOGIA

3.1 EMPRESA ESTUDADA

A empresa na qual foi desenvolvido o presente trabalho é uma das maiores produtoras

de bens de consumo do mundo. Contendo mais de 400 marcas de produtos, e presente em 190

países, a empresa tem um forte impacto sobre o mundo, tomando medidas sustentáveis de

âmbito social e ambiental.

Por questões de confidencialidade, o nome da empresa estudada não será divulgado.

Assim, a empresa estudada será referida como ALFA.

3.2 MÉTODO DE PESQUISA

O presente trabalho foi desenvolvido do ponto de vista de seus procedimentos técnicos

como um estudo de caso, uma modalidade de pesquisa que realiza um histórico de um

fenômeno passado ou atual, incluindo dados provenientes da observação direta e entrevista das

pessoas envolvidas, assim como arquivos públicos ou privados (LEONARD-BARTON,

1990).

Para Meredith (1998) o estudo de caso tem 3 pontos fortes:

• O fenômeno pode ser estudado em seu ambiente natural, gerando uma teoria relevante

a partir do conhecimento adquirido da observação de práticas atuais.

• O método permite questionamentos (por quê, o que, como), que serão respondidos a

partir do completo conhecimento da natureza e complexidade do fenômeno.

• O estudo de caso se dedica a investigações iniciais e exploratórias, onde as variáveis

são desconhecidas, e o fenômeno não é completamente entendido.

Este estudo apresenta uma análise dos 3 passos da metodologia de WCM,

implementados em uma fábrica de sabonetes. Sendo que, após a coleta de dados, foi realizada

uma análise das relações entre as variáveis, para uma posterior determinação dos efeitos

resultantes no sistema.

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3.3 UNIVERSO (POPULAÇÃO E AMOSTRA)

!O universo de análise é uma fábrica de sabonetes localizada na região sudeste do

Brasil, sendo que o trabalho envolveu a implementação da metodologia em toda a área fabril,

contando com a ajuda dos membros do pilar de meio ambiente, composto por um coordenador

de utilidades, um coordenador de meio ambiente, uma analista de meio ambiente e um analista

de planejamento de manutenção de utilidades.

3.4 PASSOS DA METODOLOGIA

O pilar de Meio Ambiente da metodologia WCM é composto de 7 passos, sendo que

os 3 primeiros foram objetos de estudo do presente trabalho, sendo detalhados nos próximos

itens da metodologia.

3.4.1 PASSO 0

Primeiramente, deve ser adotada uma Política Ambiental na empresa, definida pela alta

administração. A Política Ambiental deve (ABNT, 2004):

• Ser apropriada aos impactos ambientais que podem ser gerados pelas atividades,

produtos e serviços da organização.

• Se comprometer com a melhoria contínua e prevenção da poluição.

• Se comprometer para estar de acordo com os requisitos ambientais.

• Estabelecer objetivos e metas ambientais.

• Ser documentada, implementada e mantida.

• Ser comunicada a todos pertencentes a organização.

• Estar disponível ao público.

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3.4.2 PASSO 1

3.4.2.1 ASPECTOS AMBIENTAIS

Como ponto inicial deste passo deve se identificar os elementos das atividades,

produtos ou serviços da organização que podem interagir com o meio ambiente, ou seja,

identificar os aspectos ambientais da organização. Alguns aspectos ambientais que podem

ser considerados são (ABNT, 2004):

• Emissões atmosféricas.

• Lançamentos em corpos d’agua.

• Lançamentos no solo.

• Uso de matérias-primas e recursos naturais.

• Uso de energia.

• Energia emitida (calor, vibração, radiação).

• Resíduos.

Dentre os aspectos ambientais identificados deve-se determinar os aspectos ambientais

que tenham ou possam ter impactos ambientais significativos para o meio ambiente

(ABNT, 2004).

3.4.2.2 LEGISLAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO

Os aspectos ambientais devem ser documentados e continuamente atualizados, além de

serem levados em consideração na identificação dos requisitos legais (nacionais, estaduais,

municipais etc.) aplicáveis a eles, para estabelecimento, implementação e manutenção de

seu sistema de gestão ambiental. Além dos requisitos legais devem ser levados em

consideração aqueles que a organização pode subscrever, como acordos com autoridades

públicas ou clientes (ABNT, 2004).

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25!

3.4.2.3 METAS E OBJETIVOS

A organização deve estabelecer, implementar e manter objetivos e metas ambientais

mensuráveis e coerentes com a política ambiental. Ao estabelecer os objetivos e metas a

organização deve considerar os requisitos legais a que deve estar de acordo, assim como

suas opções tecnológicas, requisitos financeiros, operacionais e comerciais (ABNT, 2004).

3.4.3 PASSO 2

O Passo 2 está relacionado às ações que devem ser tomadas contra as fontes de

contaminação. Assim, deve-se identificar métodos e implementar medidas contra as fontes

dos aspectos ambientais que tenham ou possam ter impactos ao meio ambiente (ALFA,

2015). Para este fim a organização deve estar atenta a alguns aspectos.

3.4.3.1 RECURSOS

Para implementar e melhorar o sistema de gestão ambiental a organização deve

assegurar a disponibilidade de recursos humanos habilitados e especializados, recursos

financeiros suficientes, infraestrutura e tecnologia adequadas (ABNT, 2004).

3.4.3.2 EMERGÊNCIAS AMBIENTAIS

A organização deve disponibilizar procedimentos para identificação de potenciais

situações de emergência e acidentes que possam ter impactos ambientais, e como deve ser

a resposta relacionada a eles (ABNT, 2004).

!!

!!

26!

3.4.4 PASSO 3

3.4.4.1 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS

A partir de uma associação das operações da organização com os aspectos ambientais

significativos (que causam impactos ambientais) identificados, a organização deve

assegurar que estas operações sejam realizadas de modo a controlar ou reduzir impactos

ambientais. Assim, devem ser implementados procedimentos operacionais ligados aos

aspectos ambientais de forma a controlar situações que possam acarretar desvios em

relação à sua política ambiental, objetivos e metas (ABNT, 2004).

3.4.4.2 AUDITORIA INTERNA

Um sistema de auditoria interna deve ser implementado na organização para verificar

se o sistema de gestão ambiental está sendo implementado de forma efetiva, em

conformidade com a Política Ambiental e requisitos legais, sendo mantido e atingido os

objetivos e metas estabelecidos (ABNT, 2004).

3.4.4.3 EXPANSÃO HORIZONTAL

A organização deve assegurar que as pessoas ligadas a organização de alguma forma

estejam conscientes da importância de estar em conformidade com a política ambiental e

requisitos legais, dos aspectos e impactos ambientais reais ou associados com seu trabalho

e dos benefícios ambientais provenientes da melhoria do desempenho pessoal, assim como

das consequências de não seguir os procedimentos especificados (ABNT, 2004).

!3.5 COLETA DE DADOS

! Em um estudo de caso é importante que mais de uma técnica de pesquisa seja utilizada,

afim de garantir a qualidade dos resultados obtidos. Assim, a coleta de dados envolveu:

!!

!!

27!

• Análise de documentos: foi realizada uma análise de todos os documentos relacionados

a implementação dos 3 primeiros passos da metodologia, como materiais de auditoria

de WCM, política ambiental da empresa, planilhas de aspectos e impactos ambientais,

relatórios de legislações ambientais, e procedimentos relacionados ao meio ambiente.

• Reuniões com os membros do pilar: foram realizadas reuniões com os membros do

pilar que inclui um coordenador de utilidades, um coordenador e uma analista de meio

ambiente, e um analista de manutenção, sendo que a autora deste trabalho, também, se

tornou um dos membros do pilar.

• Visitas à fábrica e outras infra estruturas relacionadas: foram realizadas visitas à

fábrica e infra estruturas relacionadas a ela, a fim de analisar a evolução do pilar e

eficácia das medidas de controle implementadas.

• Acompanhamento de auditorias: foram realizados acompanhamentos de auditorias de

WCM, não apenas na fábrica em que o estudo foi realizado, mas também em outras

que estão implementando a mesma metodologia.

3.6 ANÁLISE DE DADOS

Após a coleta de dados, estes foram examinados e organizados de acordo com o

melhor meio de visualização e interpretação dos mesmos.

Todos os métodos de coleta de dados foram realizados paralelamente. As informações

e explicações do que foi realizado em cada passo da metodologia, foram obtidas a partir do

estudo das apresentações de auditoria e reuniões com os membros do pilar. Sendo seguido de

uma análise detalhadas dos documentos (planilhas e procedimentos) provenientes da

implementação do passo em questão. Por fim, foi realizada uma observação analítica, do que

foi relatado e documentado, no próprio ambiente fabril. Este procedimento foi realizado para

cada um dos passos, a fim de um entendimento lógico e relato adequado dos passos

implementados na fábrica estudada.

!!

!!

28!

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A empresa estudada, por ser uma multinacional produtora de alguns dos bens de

consumo de maior importância no mercado, já apresentava uma política ambiental antes da

metodologia ser implementada.

Com a política ambiental a empresa se compromete em estabelecer metas desafiadoras,

e providenciar recursos e treinamentos necessários para atingir resultados que garantam uma

melhora contínua no sistema de segurança, saúde, meio ambiente e qualidade. Além disso, a

empresa se compromete em atender todas as normas que se aplicam à ela, sendo a base para as

metas e objetivos determinadas pelo pilar de Meio Ambiente em cada passo da metodologia.

4.1 PASSO 0

Para o Passo 0, foi realizado um estudo do documento que apresenta a política

ambiental da empresa ALFA.

Especificamente com relação ao meio ambiente a política prevê a redução do consumo

de água e eletricidade, da geração de resíduos tanto sólidos quanto líquidos e da poluição

odorífera e sonora, mantendo uma relação de transparência e boas práticas com a comunidade

interna e externa à empresa.

Com isso, fica previsto que o pilar tem o compromisso de estar de acordo com todos os

comprometimentos da empresa na tomada de ações ao longo da metodologia.

4.2 PASSO 1

4.2.1 LEGISLAÇÃO E PADRÕES DA EMPRESA

O pilar de meio ambiente deve sempre cumprir os objetivos previstos na política

ambiental da empresa. Assim, deve se manter atualizado de qualquer alteração nas legislações

locais que se aplicam as atividades fabris realizadas. Deve se atentar também aos parâmetros

!!

!!

29!

presentes nas normas ou estabelecidos pela empresa, seguindo sempre aqueles que são mais

restritivos.

Para esta etapa do Passo 1 foi realizada uma reunião com um dos coordenadores de

Meio Ambiente, afim de entender como é realizado o controle das legislações que se aplicam a

empresa ALFA. A pesquisadora procurou questionar como a empresa determinava parâmetros

para adequar suas atividades caso estivessem resultando em algum impacto ambiental, e como

se mantinham atualizados sobre legislações e padrões novos.

Tomou-se conhecimento, então, que a empresa ALFA contrata uma empresa

terceirizada, BETA, que tem a responsabilidade de identificar, verificar e atualizar todas as

legislações federais, estaduais e municipais que se apliquem às atividades da fábrica de

sabonetes.

A partir desta informação foi realizada uma análise dos documentos providos pela

empresa BETA. As informações coletadas pela empresa BETA são inseridas em uma planilha

que fica à disposição da empresa ALFA. Esta planilha contém 7 campos:

• Documento: campo onde se encontra o link para acesso da legislação em questão.

• Ementa e Análise: campo que resume assuntos específicos tratados pela legislação.

• Obrigações e Recomendações: campo que contém todas as obrigações que devem ser

cumpridas pela empresa ALFA considerando a legislação analisada.

• Atendida: campo que indica a atual situação da lei, se foi atendida ou não.

• Evidências e Ações: campo que contém informações que comprovem o atendimento

aos requisitos legais em análise, ou um plano de ação para seu cumprimento.

• Responsáveis: campo destinado ao responsável pela a avaliação do atendimento ao

requisito.

• Controle das Verificações: campo com as datas da última e próxima verificação do

atendimento aos requisitos legais.

Para que fosse possível identificar as legislações que se aplicam à empresa ALFA, o

time de Meio Ambiente teve de responder a um questionário, fornecendo informações

relacionadas a:

• Atividades da indústria.

• Localização da indústria.

!!

!!

30!

• Instalações, como ambulatórios e refeitórios.

• Equipamentos, como caldeiras e vasos de pressão.

• Captação de água.

• Geração e tratamento de efluentes.

• Flora, fauna e áreas protegidas.

• Emissões atmosféricas.

• Geração, armazenamento e destino de resíduos sólidos.

Com isso, a empresa BETA fornece a ALFA uma ampla abordagem de legislações

com as quais deve estar de acordo, e que caso não esteja realize um plano de ação para se

adequar aos parâmetros vigentes.

4.2.2 ASPECTOS AMBIENTAIS

A documentação sobre os aspectos ambientais das atividades da fábrica é de grande

importância e serviu de base para a tomada de decisões do pilar. Para melhor entendimento de

como foi realizada esta documentação, a pesquisadora entrou em contato com a analista de

Meio Ambiente, que é a autora do procedimento que dita os passos para a realização da

listagem das atividades da fábrica relacionadas a aspectos ambientais. A analista realizou uma

explicação da estrutura da planilha, que relaciona atividades, serviços e produtos fabris, a

aspectos e impactos ambientais, e forneceu o procedimento criado, assim como a própria

planilha. Esta planilha deve ser atualizada periodicamente pelo time de Manufatura da fábrica,

com novas atividades, serviços e produtos, que são relacionadas a algum aspecto ambiental.

A planilha é estruturada em 2 partes: descrição da atividade e significância potencial.

4.2.2.1 DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE

Primeiramente, é realizada a indicação da subárea, divisões pelas quais as áreas estão

organizadas e identificadas (A, B, C), da atividade ou equipamento em análise. Cada processo,

atividade, produto ou serviço está relacionado a um aspecto ambiental, como consumo de

!!

!!

31!

energia elétrica, consumo de água, geração de resíduo, geração de odor e emissão atmosférica.

O aspecto pode, então, ser classificado de acordo com a sua situação:

• Normal (N): quando é gerado em situações rotineiras de operação.

• Anormal (A): aquele gerado em situações anormais de processo, e que não há

necessidade de acionar o plano de ação de emergencial (PAE).

• Emergencial (E): aquele gerado em situações de acidente ambiente, em que há a

necessidade de acionar o PAE.

4.2.2.2 SIGNIFICÂNCIA POTENCIAL

Na planilha é, também, determinada a significância potencial, que representa a

significância do aspecto e impacto ambiental se medidas de controle, como procedimentos,

treinamentos, medições, sinalizações, infra estrutura, não forem implementadas.

Para determinar a significância dos aspectos e impactos ambientais analisados, foram

considerados 4 parâmetros:

• Escala: se refere a amplitude do impacto ambiental, podendo ser:

⇒ Interna (1): o impacto ambiental ocorre dentro dos limites da empresa ALFA.

⇒ Externa (2): o impacto ambiental ocorre fora dos limites da empresa ALFA.

• Gravidade: se refere ao grau dos danos que podem ser gerados pelo impacto ambiental,

sendo que a gravidade pode ser classificada como:

⇒ Baixa (1): quando o impacto é de fácil reparação, não comprometendo de

forma significativa o meio ambiente ou saúde pública, e não gerando incômodo

ao homem.

⇒ Média (2): quando o impacto apresenta certo grau de dificuldade de reparação,

podendo causar algum dano ao meio ambiente ou a saúde pública, e gerar

algum incômodo ao homem.

⇒ Alta (3): quando o impacto é de difícil reparação, comprometendo de forma

significativa o meio ambiente ou saúde pública, e gerando incômodo ao

homem.

• Frequência: se refere a probabilidade do impacto ambiental ocorrer, em situações

normais, anormais ou emergenciais, podendo ser:

!!

!!

32!

⇒ Baixa (1): para situações normais ou anormais o aspecto ambiental tem uma

frequência baixa quando ocorre anualmente. Já para situações emergenciais a

frequência é considerada baixa quando o aspecto é considerado improvável não

tendo ocorrido nos últimos dois anos.

⇒ Média (2): para situações normais ou anormais o aspecto ambiental tem uma

frequência média quando ocorre mensalmente. Já para situações emergenciais a

frequência é considerada média quando o aspecto é considerado pouco

provável tendo ocorrido uma vez últimos dois anos.

⇒ Alta (3): para situações normais ou anormais o aspecto ambiental tem uma

frequência alta quando ocorre semanalmente ou diariamente. Já para situações

emergenciais a frequência é considerada alta quando o aspecto é considerado

provável tendo ocorrido mais de uma vez últimos dois anos.

• Partes Interessadas (sim ou não): se refere a ocorrência de demandas de partes

interessadas internas ou externas a empresa ALFA, como reclamações críticas, ações

judiciais ou notificações de órgãos ambientais.

Levando em consideração os parâmetros descritos foi determinado se o aspecto e

impacto ambiental é:

• Não significativo (NS): se a soma dos parâmetros escala, gravidade e frequência, for

menor ou igual a 6, a gravidade for menor que 3, ou não houverem partes interessadas,

o impacto é considerado com certa relevância ambiental, porém com baixa criticidade.

• Significativo (S): se a soma dos parâmetros escala, gravidade e frequência, for maior

que 6, a gravidade for igual a 3, ou houverem partes interessadas, o impacto é

considerado ambientalmente relevante e crítico.

4.2.3 ANÁLISE CRÍTICA DOS ASPECTOS AMBIENTAIS

Após a análise de todos as atividades, serviços e produtos da fábrica, apontando os

aspectos e impactos ambientais de cada um deles, os resultados foram estratificados de forma

a determinar o aspecto ambiental de maior ocorrência na fábrica de sabonetes.

!!

!!

33!

A partir desta estratificação (Figura 4) foi possível verificar que a maior parte dos

aspectos da fábrica estão relacionados com resíduos (43%), seguido de energia (17%) e água

(14%). Além daqueles com menor participação como ruído (10%), efluente (7%), odor (5%) e

ar (4%).

Figura 4 - Estratificação dos aspectos ambientais da fábrica de sabonetes.

!

Junto a isso foi realizada uma análise das significâncias dos aspectos ambientais

apontados, sendo que o ar foi separado em dois aspectos, emissão de CO2, e gás e

particulados. Para isto foi criado pelos membros do pilar de Meio Ambiente um número que

classifica a gravidade, ou significância, do aspecto ambiental em cada área do ambiente fabril.

Este número, denominado significância de aspecto (S.A.), é a multiplicação de 6 fatores:

• Conformidade legal:

1 = Conformidade com a legislação.

2 = Não conformidade com a legislação, com um plano de ação estabelecido.

3 = Não conformidade com a legislação, sem plano de ação estabelecido.

• Significância do efeito do aspecto:

1 = Impacto não significativo, sendo de fácil controle.

2 = Impacto interno ou externo com monitoramento contínuo.

3 = Impacto interno ou externo com necessidade de melhora a longo prazo.

43%!

17%!14%!

10%!7%!

5%! 4%!

0%!5%!10%!15%!20%!25%!30%!35%!40%!45%!

Resíduos! Energia! Água! Ruído! EAluente! Odor! Ar!

!!

!!

34!

4 = Impacto interno ou externo com necessidade de melhora a curto prazo.

5 = Impacto interno ou externo com necessidade de ação imediata.

• Quantidade de consumo ambiental:

1 = 0% - 5% de consumo.

2 = 6% - 10% de consumo.

3 = 11% - 15% de consumo.

4 = 16% - 20% de consumo.

5 = acima de 20% de consumo.

• Frequência:

1 = Uma vez por semana.

2 = Mais de uma vez por semana.

3 = Uma vez ao dia.

4 = Mais de uma vez ao dia.

5 = Continuamente.

• Impacto:

1 = Fábrica (Interno).

2 = Local (Externo).

3 = Global (Externo).

Assim, de acordo com o critério apresentado na Figura 5 foi realizada a classificação

dos aspectos mais significantes (Quadro 2).

A partir da estratificação dos dados (Figura 6), foi possível observar que os aspectos

ambientais que deveriam ser priorizados na implementação de controles eram emissão de CO2,

energia, efluente e água.

Figura 5 - Critério de classificação da significância dos aspectos ambientais.

>= 150 AA Alta Significância

100 a 149 A Significante

50 a 99 B Baixa Significância

<50 C Considerável

!!

!!

35!

Quadro 2 - Classificação da significância dos aspectos ambientais.

Figura 6 - Estratificação da significância dos aspectos ambientais.

4.3 PASSO 2

4.3.1 CONTROLES IMPLEMENTADOS

Após a análise da listagem, e estratificação dos aspectos ambientais relacionados às

atividades da fábrica, foi realizado uma reunião com o analista de manutenção, afim de obter

maiores informações, além das encontradas no material de auditoria, dos controles

Aspecto Ambiental A B C D FÁBRICA SIGNIFICÂNCIA

Emissão de CO2 150 36 30 12 228

Energia 100 60 10 8 178

Efluente 80 36 20 8 144

Água 100 24 4 8 136

Resíduos 32 20 1 4 57

Gás e Particulados 50 2 1 1 54

Ruído 30 9 1 1 41

Odor 10 1 1 1 13

ÁREA

AA

A

B

C

228#

178#

144# 136#

57# 54#41#

13#

0#

50#

100#

150#

200#

250#

Emissão'de'CO2'

Energia' Efuente' Água' Resíduos' Gás'e'Par:culados'

Ruído' Odor'

Axis'Title'

!!

!!

36!

implementados para cada um dos aspectos de acordo com a sua significância potencial. Os

aspectos ambientais foram controlados a partir de:

• Procedimentos e Treinamentos: procedimento operacional, plano de manutenção

preventiva, plano de ação emergencial (PAE)

• Equipamentos e Infraestrutura: lavador de gases, sistemas de contenção, controle de

nível, estação de tratamento de efluente

• Monitoramento, medições e sinalizações: análises, alarmes visuais e sonoros, check

lists

4.3.2 CONTROLE DE ASPECTO AMBIENTAL

4.3.2.1 CONTROLE DE ENERGIA E EMISSÃO DE CO2

Uma das medidas de controle para a redução da emissão de CO2 foi a utilização de

energia elétrica proveniente de fontes sustentáveis. Assim, atualmente, 80% da energia elétrica

utilizada pela fábrica é proveniente de usinas hidrelétricas de pequeno porte, denominada

pequena central hidrelétrica (PCH), a fim de reduzir o impacto ambiental gerado não apenas

pela empresa, mas também por seus fornecedores, criando uma cadeia de sustentabilidade.

Uma PCH é uma usina hidrelétrica cuja capacidade instalada é superior a 1 MW e

inferior a 30 MW, tendo um reservatório inferior a 3 km² (ANEEL, 2003). Com isso, além de

não emitir gás carbônico (CO2) na atmosfera, o que aconteceria em uma usina termelétrica que

gera energia utilizando combustível fóssil, a PCH tem menos impacto ambiental na região em

que é implantada devido a sua dimensão reduzida (BERNARDES, 2012).

4.3.2.2 CONTROLE DE EFLUENTE

Anteriormente ao início da implementação do pilar já existia na empresa ALFA uma

estação de tratamento de efluente (ETE). Esta estação realizava o tratamento de água em

etapas de separação física e biológica. Primeiramente, o efluente passava por um tanque de

separação da gordura, passando, depois por um tanque de equalização, no qual ocorria a

!!

!!

37!

homogeneização do efluente. Em um terceiro tanque, era realizada a adição de cal para a

coagulação do efluente, seguida por sua floculação, e posterior sedimentação do lodo. O

efluente clarificado tinha seu pH ajustado, sendo levado a um tanque pulmão onde era

realizada a adição de nutrientes para posterior tratamento biológico com aeração. Finalmente,

o efluente passava por um último sedimentador, separando o lodo, e gerando o efluente tratado

em condições adequadas para despejo em corpo receptor (Figura 7).

Figura 7 - Fluxograma da Estação de Tratamento de Efluente.

Para aumentar a eficiência da ETE, durante a implementação do Passo 2 da

metodologia, foi proposto um sistema que eliminaria parte das operações unitárias do sistema

atual e geraria água de reuso (Figura 8). No sistema proposto o efluente passa diretamente pelo

tanque de equalização, e segue para um flotador, onde são adicionadas solução alcalinizante,

solução coagulante e solução floculante, fazendo uma separação de partículas via adesão de

bolhas, separando o lodo do efluente. O efluente é então levado ao tanque pulmão, no qual

ocorre a adição de nutrientes, para que siga para o tanque de tratamento biológico. O efluente

passa por um sistema de membranas de ultrafiltração, para diminuir a quantidade de sólidos

suspensos, turbidez e retirar todos os microorganismos do efluente tratado. Finalmente, são

utilizadas membranas e pressão hidráulica superior a osmótica para que ocorra osmose

reversa, gerando água de reuso.

!!

!!

38!

O sistema proposto está sendo implantado e prevê uma redução de 46% no consumo de

água, a partir da utilização de água de reuso.

Figura 8 - Sistema proposto para tratamento de efluente e obtenção de água de reuso.

4.3.2.3 CONTROLE DE ÁGUA

A água de refrigeração, utilizada nos compressores de ar da fábrica, ficava armazenada

em um tanque de água industrial. A água então era utilizada pelos compressores, onde ocorria

um aumento de temperatura. Esta água, então, era levado para um segundo tanque,

denominado tanque de retorno. A água armazenada no tanque de retorno, era destinada a

utilização da caldeira. Quando havia uma maior quantidade de água utilizada no sistema de

compressão, com relação a demanda da caldeira, esta água em excesso era descartada (Figura

9). Para a redução da quantidade utilizada e descartada de água foi construído um sistema de

refrigeração da água proveniente dos compressores. Este sistema funciona a partir da queda de

água sobre um conjunto de serpentinas, por onde passa água proveniente do sistema de

compressão. A água do sistema de refrigeração é recirculada no equipamento e a água

refrigerada volta para o sistema de compressão, formando um sistema fechado, no qual não há

a necessidade de reposição de água (Figura 10). Esta infra estrutura gerou uma redução de

32% do consumo mensal de água industrial.

!!

!!

39!

Figura 9 - Circuito de água de refrigeração da fábrica.

Figura 10 - Sistema de ventilação para a refrigeração da água.

!!

!!

40!

4.3.2.4 CONTROLE DE RESÍDUOS

Para um maior controle de resíduos foi realizado um sistema mais rigoroso de coleta.

Foram, então, separados pontos de coleta de resíduos:

• Recicláveis – foram colocadas caçambas nas proximidades da fábrica, onde são

depositados resíduos de papel e plástico, separadamente.

• Não-perigosos – para este tipo de coleta foram disponibilizados pela fábrica coletores

de papel, plástico, metais, alimentos, outros (onde podem ser depositados

equipamentos de proteção individual), sanitários.

• Perigoso – foram disponibilizados coletores para resíduos perigosos, como panos

contaminados e ambulatoriais, assim como um espaço para que fiquem armazenados

até serem corretamente destinados.

4.3.2.5 PLANO DE AÇÃO EMERGENCIAL

Algumas vezes os controles implementados não são suficientes, ou alguma atividade

não foi levada em consideração no momento do estudo, neste caso podem ocorrer situações

emergenciais, nas quais há necessidade de um plano de ação para que estas não sejam

catastróficas.

São consideradas pelo pilar de Meio Ambiente, situações de emergências:

• Princípios de incêndios, incêndios e explosões.

• Acidentes com lesões leves ou graves.

• Vazamento/transbordamento ou derramamento de produtos químicos, sejam eles

gases, líquidos ou sólidos.

• Ocorrências que impactam diretamente a marca da empresa, ou a segurança de

alimentos, segurança e saúde das pessoas, a qualidade do produto e/ou ao meio

ambiente.

• Ocorrências graves envolvendo o patrimônio.

• Outras ocorrências que justifiquem o desencadeamento das ações previstas nesse plano

(ex.: queda de energia, queda de aeronaves, balões, atos de vandalismo, exposição da

!!

!!

41!

imagem da empresa, roubo, ações terroristas, vendavais, terremotos e outras catástrofes

naturais).

Assim,!foi realizado pelo time de Meio Ambiente, juntamente com o time de

segurança, um plano de ação emergencial, com o objetivo de:

• Estabelecer critérios e definir procedimentos a serem executados pelos funcionários em

situações de emergência.

• Estabelecer e manter procedimentos para atender as situações de emergência,

combatendo ou reduzindo os impactos que possam estar associados a elas.

• Garantir a segurança dos funcionários e comunidade, assim como a preservação do

meio ambiente e patrimônio público e privado na área de influência da empresa.

• Fornecer a todos os funcionários as orientações relativas às situações de emergência.

4.4 PASSO 3 !4.4.1 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS

A partir da identificação das operações da fábrica que estão ligadas a algum aspecto

ambiental gerando impactos ambientais, foram implementados procedimentos operacionais de

forma a controlar situações que possam acarretar desvios em relação à sua política ambiental,

objetivos e metas. O time de Meio Ambiente mostrou a autora durante a reunião uma parte

destes procedimentos, assim como o local de armazenagem da documentação. Todos os

procedimentos estão armazenados na própria rede da empresa ALFA e em um sistema de

armazenagem de procedimentos, ISO MANAGER.

4.4.2 AUDITORIA INTERNA

Durante a reunião para melhor entendimento do Passo 3, foi abordado o sistema de

auditoria interna, realizado a partir de observações comportamentais, com foco em meio

ambiente, de todos os envolvidos na fábrica. Assim, a liderança (diretor, gerentes,

coordenadores e analistas) tem o dever de realizar estas observações com certa periodicidade,

!!

!!

42!

enquanto a operação tem a tarefa de rotineiramente analisar e reportar anomalias ambientais

da fábrica. Com isso, o sistema de auditoria interna tem como objetivos:

• Identificar e corrigir desvios.

• Evitar acidentes e incidentes ambientais.

• Identificar os pontos fortes e oportunidades de melhoria.

• Comunicar e esclarecer os padrões de meio ambiente.

• Promove interação da liderança com as atividades do campo.

A observação comportamental está dividida em 5 categorias:

A) Gestão de resíduos – nesta categoria deve-se analisar:

⇒ Se as áreas possuem coletores para armazenar os resíduos.

⇒ Se os coletores estão corretamente identificados.

⇒ Se as áreas estão limpas e organizadas.

⇒ Se as pessoas que se encontram na área sabem a quem recorrer em caso de dúvidas ou

problemas relacionados ao meio ambiente.

B) Gestão de produtos químicos – nesta categoria deve-se analisar:

⇒ Se os produtos químicos estão armazenados em local adequado.

⇒ Se os produtos químicos estão em recipientes adequados.

⇒ Se os produtos químicos estão identificados com diamante de Hommel.

⇒ Se as pessoas são treinadas para atuar corretamente em situações emergenciais.

C) Atendimento a procedimentos e instruções de trabalho – nesta categoria deve-se analisar:

⇒ Gestão de energia – se é possível desligar equipamentos, iluminação e outras utilidades

na área quando não estiver sendo utilizada.

⇒ Gestão de produtos químicos – se os funcionários sabem que devem armazenar

produtos químicos em armários corta-fogo, e que devem utilizar luvas para manipular

estes produtos.

⇒ Gestão de resíduos – se os funcionários sabem o correto destino de cada resíduo

gerado.

D) Sistemas e equipamentos – nesta categoria deve-se analisar:

⇒ Se a iluminação.

⇒ Se as linhas de vapor têm isolamento térmico adequado e vazamento.

!!

!!

43!

⇒ Se o local tem muitas partículas suspensas (poeira) e a sua procedência.

⇒ Se a área tem vazamento de óleo térmico, água, ar comprimido, vapor etc.

E) Participação de pessoas – nesta categoria deve-se analisar:

⇒ O envolvimento do funcionário.

⇒ Se as orientações estabelecidas com relação ao meio ambiente são seguidas.

⇒ Se há sugestões de melhorias relacionados ao meio ambiente.

4.4.3 ANÁLISE DA SITUAÇÃO AMBIENTAL DA FÁBRICA !

A partir do sistema de auditoria interna foi possível, ao time de Meio Ambiente,

realizar uma estratificação das observações por categoria (A, B, C, D, E), e se a observação

havia sido positiva ou negativa (Figura 11). Analisando a estratificação realizada, foi possível

verificar que 67% delas foram negativas, indicando que alguns pontos deveriam ser

reforçados. Dentre eles, as categorias A e D foram as mais alarmantes, por apresentarem

maiores quantidades de observações negativas.

Figura 11 - Estratificação das observações comportamentais de acordo com a sua categoria.

23%$

25%$60%$ 18%$

85%$

77%$

75%$ 40%$

82%$

15%$

A$ B$ C$$ D$ E$

Observação$Posi=va$ Observação$Nega=va$

35%

13% 9%

31%

13%

!!

!!

44!

4.4.4 PLANO DE AÇÃO CONSIDERANDO A AUDITORIA INTERNA

O time de Meio Ambiente reforçou, então, que após os resultados obtidos no sistema

de auditoria interna, algumas ações foram tomadas com relação a resíduos (categoria A) e

sistemas e equipamentos (categoria D):

a) Treinamento sobre resíduos para todos os funcionários da fábrica – foi realizado um

treinamento sobre gestão de resíduos, com relação a correta separação de resíduos,

para destino adequado, e sua importância para o meio ambiente.

b) Identificação dos coletores clara e objetiva: em cada coletor foi colocada uma

identificação com ilustrações e legendas indicando quais os resíduos poderiam ser

descartados (Figura 12).

Figura 12 - Identificação de resíduos para coletores.

c) Gestão de etiquetas: foi criado um sistema de gestão de etiquetas pela própria autora

(Figura 13). Neste sistema são analisadas etiquetas de manutenção e segurança, sendo

aquelas que estão relacionadas a meio ambiente colocadas na planilha. As etiquetas são

classificadas de acordo com sua categoria do sistema de auditoria interna, ao material

referente, área, equipamento, data de abertura, data de validade e seu status (resolvida

ou não resolvida). Por exemplo, foi aberta uma etiqueta de segurança referente a um

!!

!!

45!

vazamento de vapor, esta etiqueta está dentro da categoria D, sendo que o material é o

vapor.

Figura 13 - Planilha de controle de etiquetas de meio ambiente.

4.5 ANÁLISE DO CASO E LIÇÕES APRENDIDAS

Durante o estudo de caso, que incluiu reuniões com os membros do pilar, análise de

documentos, visitas à fábrica e infra estruturas relacionadas, além de ser um dos membros do

pilar durante o ano de 2015, pode-se verificar a eficiência da metodologia, assim como a

necessidade da constante manutenção de cada um dos passos, independente do avanço do

pilar.

A metodologia é um guia para uma boa gestão. Ela faz com que os membros do time

determinem seus objetivos, a fim de beneficiarem a comunidade em que vivem, seguindo

normas e legislações que preveem um mundo mais sustentável, e uma humanidade menos

Atualizado*em: 07/05/2015

Etiqueta Número Classe Subclasse Área* Equipamento Abertura Validade* Status Responsável*por*AberturaSHE 73750 D)Sistemas0e0Equipamentos 3.3)Gás Processos Válvula0Queimador 02/jan 02/fev Marcelo0Andreotti

Manutenção 38318 D)Sistemas0e0Equipamentos 1.1)Água D02 Mangueira0parte0superior0prensa 02/jan 03/mar 16/fev José0Custódio0da0SilvaManutenção 39054 D)Sistemas0e0Equipamentos 3.5)Ar0Comprimido D02 Prensa 02/jan 03/mar 02/jan José0Custódio0da0Silva

SHE 73747 D)Sistemas0e0Equipamentos 3.1)Vapor Processos Camisa0DEFI0Mixer0JAC03 03/jan 03/fev 20/jan Marcelo0AndreottiSHE 73748 D)Sistemas0e0Equipamentos 3.1)Vapor Processos Válvula05340JAC05 04/jan 07/fev 07/fev Marcelo0Andreotti

Manutenção 39478 D)Sistemas0e0Equipamentos 2.9)Etileno0glicol D01 Copo0dosador0de0estampos0)0prensa 07/jan 08/jan 24/jan Iris0da0Silva0AlvarengaManutenção 39047 D)Sistemas0e0Equipamentos 2.12)Lubrificante D01 Tampa0do0reservatório0do0cone0)0plodder 07/jan 08/mar 02/fev André0Luis0LopesManutenção 39599 D)Sistemas0e0Equipamentos 2.12)Lubrificante D01 Retentor0de0pulia0)0encosto0lateral0da0prensa 07/jan 08/mar 14/fev Iris0da0Silva0Alvarenga

SHE 75485 D)Sistemas0e0Equipamentos 1.1)Água D01 Pia0de0Lavagem 08/jan 07/fev 04/fev José0Eduardo0GomesSHE 75166 D)Sistemas0e0Equipamentos 2.1)Ácido0Esteárico D02 Turbo0Flow0Prensa 08/jan 15/fev 09/jan José0Custódio0da0SilvaSHE 73743 D)Sistemas0e0Equipamentos 3.2)Isolamento Processos Linha0de0recirculação0óleo0térmico 10/jan 11/jan 10/jan Ricardo0DiasSHE 75490 D)Sistemas0e0Equipamentos 3.1)Vapor Processos Linha0de0recirculação0de0ácido0esteárico 12/jan 15/fev 26/jan Robson0José0SaraivaSHE 75849 D)Sistemas0e0Equipamentos 3.1)Vapor Processos Bomba0stripper0JAC05 15/jan 15/fev Agostinho0Gabriel0de0PaivaSHE 75488 D)Sistemas0e0Equipamentos 1.2)Condensado Processos Válvula0entrada0tanque0balança0isetionato 15/jan 15/fev 27/jan Agostinho0Gabriel0de0PaivaSHE 76151 D)Sistemas0e0Equipamentos 3.4)Óleo0térmico Processos Válvula0TV)D5420transferência0Buffer 19/jan 25/fev José0Eduardo0GomesSHE 76154 D)Sistemas0e0Equipamentos 3.4)Óleo0térmico Processos Válvula0TU)D503A0saída0Stripper0JAC03 19/jan 25/fev José0Eduardo0GomesSHE 76155 D)Sistemas0e0Equipamentos 3.4)Óleo0térmico Processos Válvula0TU)D532D0saída0Stripper 19/jan 25/fev José0Eduardo0GomesSHE 76152 D)Sistemas0e0Equipamentos 3.4)Óleo0térmico Processos Válvula0TV)D644A0transferência0Mixer 19/jan 25/fev José0Eduardo0GomesSHE 76153 D)Sistemas0e0Equipamentos 3.4)Óleo0térmico Processos Válvula0TV)D542F0transferência0Buffer 19/jan 25/fev José0Eduardo0GomesSHE 371746 D)Sistemas0e0Equipamentos 2.2)Salmoura Processos Tubulação0saída0do0filtro 20/jan 25/fev José0Eduardo0GomesSHE 76160 D)Sistemas0e0Equipamentos 3.4)Óleo0térmico Processos Flange0linha0de0transferência0JAC05 20/jan 21/abr Marcelo0AndreottiSHE 76159 D)Sistemas0e0Equipamentos 2.3)Produto Processos Junta0trocador0de0calor0JAC05 20/jan 20/fev 19/fev Marcelo0AndreottiSHE 76162 D)Sistemas0e0Equipamentos 3.1)Vapor Processos Anilha0próxima0a0bomba0Stripper0JAC5 21/jan 20/fev 28/jan Marcelo0AndreottiSHE 76163 D)Sistemas0e0Equipamentos 1.1)Água Embalagem Sistema0a0vácuo0)0água0gelada 23/jan 25/fev 05/fev José0Eduardo0Gomes

Manutenção 39353 D)Sistemas0e0Equipamentos 3.5)Ar0Comprimido D01 Encartuchadeira 24/jan 25/jan 26/jan Ronaldo0Rodrigues0GouveiaSHE 76198 D)Sistemas0e0Equipamentos 2.3)Produto Processos Válvula0Pneumática0YD6019 28/jan 07/mar 22/fev Ramon0OliveiraSHE 76175 D)Sistemas0e0Equipamentos 3.2)Isolamento Processos Tubulação0de0óleo0)0saída0Buffer 28/jan 07/mar 03/mar Ernane0Lima0FerreiraSHE 76176 D)Sistemas0e0Equipamentos 2.3)Produto Processos Bomba0YMD60300JAC03 28/jan 07/mar 03/mar Ramon0OliveiraSHE 76165 D)Sistemas0e0Equipamentos 2.3)Produto Processos Mancal0de0entrada0de0água0)5ºC0)0Chill0Roll 28/jan 04/abr 25/fev José0Gasque0Bento

Manutenção 39276 D)Sistemas0e0Equipamentos 2.9)Etileno0glicol D02 Mangueira0do0copo0lado0A0)0prensa 29/jan 28/jul 29/jan Emerson0Renato0MoraesManutenção 39275 D)Sistemas0e0Equipamentos 2.9)Etileno0glicol D02 Mangueira0do0copo0lado0B0)0prensa 29/jan 28/jul 29/jan Emerson0Renato0Moraes

SHE 76177 D)Sistemas0e0Equipamentos 2.3)Produto Processos Trocador0de0calor0JAC05 30/jan 07/mar 19/fev Marcelo0AndreottiSHE 76179 D)Sistemas0e0Equipamentos 2.3)Produto Processos Falta0de0coletor0)0saída0transportador0raspas0 30/jan 05/mar 27/abr Paulo0de0Souza0LimaSHE 76180 D)Sistemas0e0Equipamentos 1.2)Condensado Processos Tanque0balança0de0isetionato 31/jan 07/mar 18/fev Marcelo0Andreotti

Manutenção 39015 D)Sistemas0e0Equipamentos 3.5)Ar0Comprimido D02 Empacotadeira0BFB 01/fev 02/abr 28/abr José0Custódio0da0SilvaManutenção 37844 D)Sistemas0e0Equipamentos 2.12)Lubrificante S09 Prisma0)0prensa 03/fev 04/abr 03/fev Fernando0Henrique0B.0GodoyManutenção 38741 D)Sistemas0e0Equipamentos 2.12)Lubrificante S09 Prensa 03/fev 04/abr 03/fev Raquel0Cristina0Oliveira

SHE 76168 D)Sistemas0e0Equipamentos 2.1)Ácido0Esteárico Processos Bomba0YMD341A 04/fev 07/mar 03/mar Ramon0OliveiraSHE 76182 D)Sistemas0e0Equipamentos 2.3)Produto Processos Bomba0tanque0pulmão0JAC03 04/fev 07/mar 13/fev Nilton0Ribeiro0de0FrancaSHE 76188 D)Sistemas0e0Equipamentos 1.2)Condensado Processos Válvula0entrada0tanque0balança0isetionato0JAC05 08/fev 15/mar 19/fev Agostinho0Gabriel0de0PaivaSHE 76184 D)Sistemas0e0Equipamentos 1.2)Condensado Processos Tanque0balança0de0isetionato 08/fev 15/mar 18/mar Agostinho0Gabriel0de0PaivaSHE 75810 D)Sistemas0e0Equipamentos 1.1)Água Processos Torneira0lavagem0granizo 08/fev 15/mar 24/fev José0Custódio0da0Silva

Etiquetas*E*Meio*Ambiente

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destruidora. E com o constante crescimento da humanidade com questões ambientais, tornar a

empresa um modelo global, com crescente força competitiva no mercado.

A metodologia inicia sua gestão a partir da análise dos impactos que a empresa traz

para o meio ambiente, assim como sua grandeza. A partir disto, os membros dos pilares

podem ser capazes de destacar os pontos de maior criticidade da fábrica, que terão prioridade

de estudo para redução do impacto que trazem ao meio ambiente, baseado em números,

determinando a sua ocorrência e gravidade. Assim, foi possível que o time focasse no estudo

de impactos verdadeiramente significativos.

Os estudos e implementações de controle permitiram que a empresa obtivesse não só

redução de impactos, como buscasse pela simplicidade. No caso da água de refrigeração para

compressores, houve uma redução de 32% do consumo mensal de água, além de simplificar o

percurso da água, reduzindo possíveis contaminações por infiltrações na tubulação ou

armazenamento em tanque. Prevendo, também, uma redução do consumo de água, o novo

sistema de tratamento de efluentes prevê não apenas um tratamento do efluente para despejo

em corpo receptor, como um fornecimento de água de reuso, reduzindo 46% do consumo

mensal, além de reduzir as etapas do processo de tratamento.

Os estudos foram além do perímetro da empresa buscando fornecedores que cumpram

com a política ambiental da empresa, como no caso dos fornecedores de energia. Toda a

energia da empresa ALFA é proveniente de usinas hidrelétricas, que não emitem CO2. Além

disso, buscando maior sustentabilidade, a empresa procurou fornecedores de pequeno porte,

que causam impacto ambiental reduzido na geração de energia, com relação a inundações e

destruição das comunidades vizinhas, representando 80% da energia utilizada pela empresa.

Todas as implementações que tiveram uma grande redução de impacto são objetos de

estudo dos membros do pilar, interagindo com outras áreas, como manufatura e engenharia, e

empresas terceirizadas. Porém, durante o tempo em que a autora foi membro do pilar, pode

observar que a maior dificuldade na implementação da metodologia está no engajamento das

pessoas que não fazem parte do time de Meio Ambiente. Há uma dificuldade muito grande em

alterar a mentalidade das pessoas, que foi um dos pontos apontados na análise da auditoria

interna. Uma das maiores dificuldades do pilar ainda se encontra na separação de resíduos

para reciclagem. Apesar de toda a mudança no visual dos coletores e treinamentos, a fim de

fazer com que os resíduos fosse descartados em locais adequados, ainda existem muitos

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descartes errados. É constante a observação de equipamentos de proteção do produto (EPP)

descartados em lugares indevidos, como coletores de papel, ou panos contaminados em

coletores não adequados para materiais perigosos. Este comportamento se encontra em todos

os níveis trabalhistas da empresa, não apenas operacionais, como também gerenciais.

Outra dificuldade se encontra na própria auditoria interna da empresa. As pessoas

devem realizar com uma frequência determinada observações de Meio Ambiente, a fim de

ajudar o pilar a enxergar os pontos que devem ser reforçados na fábrica, além de durante a

observação mostrar a pessoa responsável pela área o que ela está fazendo de maneira correta e

incorreta, disseminando uma mentalidade voltada para o cuidado com o meio ambiente. Os

membros do pilar tem que realizar constantes cobranças para que as pessoas realizem as suas

observações, e nem sempre esta cobrança é efetiva.

Com isso, além da busca de outras formas de conscientização das pessoas, foi

realizado pela própria autora um sistema de gestão de etiquetas. Constantemente a autora

analisa as etiquetas abertas para manutenção e segurança, e aponta as que estão relacionadas

ao Meio Ambiente. Nesta análise, é possível verificar os principais problemas da fábrica,

paralelamente com o sistema de auditoria interna, que abrange mais os problemas relacionados

com as categorias (A, B, C, D, E), enquanto a gestão de etiqueta detalha os problemas,

voltados para equipamentos em sua maioria. Durante esta gestão a autora pode apontar para o

pilar os pontos que deveriam ser priorizados em seus próximos estudos, assim como a

oportunidade de realizar os estudos com outros pilares como manutenção e segurança, que é

uma das instruções dos próximos passos da metodologia, o relacionamento entre pilares.

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5. CONCLUSÃO

A partir do presente trabalho pode-se concluir que a metodologia de WCM, é efetiva e

traz resultados constantes, ao passo que todas as implementações realizadas devem ser

mantidas, até mesmo na implementação de outros passos futuramente.

A implementação é importante para incentivar o estudo dos serviços da fábrica,

apontando os aspectos e impactos ambientais que estão atrelados, a fim de adequar a

parâmetros aceitáveis.

Um dos principais resultados que a metodologia trouxe foi a redução do consumo de

água, que foi reduzida em 32% no processo de adequação do sistema de refrigeração de água

dos compressores e que será reduzida em 42% com as adequações realizadas na ETE.

Além disso, cada vez mais é aumentada a conscientização dos funcionários e da

comunidade, a partir da separação de resíduos e demonstrações dos impactos positivos que

pequenas ações podem gerar.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL. Resolução no 652 de 9 de dezembro de 2003. Brasília: ANEEL, 2003. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚTRIA DE HIGIENE PESSOAL, PERFUMARIA E COSMÉTICOS. Panorama do setor de HPPC. São Paulo, 2015. v. 31-03-2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚTRIA DE HIGIENE PESSOAL, PERFUMARIA E COSMÉTICOS. Guia Técnico Ambiental da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. São Paulo, 2010.

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