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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL HABILITAÇÃO EM RELAÇÕES PÚBLICAS CRISTIANI SILVEIRA PEREIRA A CONTRIBUIÇÃO DO RELAÇÕES PÚBLICAS NA CONSTRUÇÃO DE DESTINOS TURÍSTICOS: GRAMADO-RS. CAXIAS DO SUL 2016

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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

HABILITAÇÃO EM RELAÇÕES PÚBLICAS

CRISTIANI SILVEIRA PEREIRA

A CONTRIBUIÇÃO DO RELAÇÕES PÚBLICAS NA CONSTRUÇÃO DE

DESTINOS TURÍSTICOS: GRAMADO-RS.

CAXIAS DO SUL

2016

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CRISTIANI SILVEIRA PEREIRA

A CONTRIBUIÇÃO DO RELAÇÕES PÚBLICAS NA CONSTRUÇÃO DA IMAGEM

DE DESTINOS TURÍSTICOS: GRAMADO-RS

Monografia do Curso de Comunicação Social - Habilitação em Relações Públicas da Universidade de Caxias do Sul, apresentada como requisito para a obtenção do título de Bacharel. Orientadora: Prof.ª Ma. Anaize Spada.

CAXIAS DO SUL

2016

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CRISTIANI SILVEIRA PEREIRA

A CONTRIBUIÇÃO DO RELAÇÕES PÚBLICAS NA CONSTRUÇÃO DA IMAGEM

DE DESTINOS TURÍSTICOS: GRAMADO-RS

Monografia do Curso de Comunicação Social- Habilitação em Relações Públicas da Universidade de Caxias do Sul, apresentada como requisito para a obtenção do título de Bacharel. Aprovada em___/___/___.

Banca Examinadora ________________________________

Prof.ª Ma. Anaize Spada Universidade de Caxias do Sul – UCS ________________________________ Prof.ª Dra. Jane Rech Universidade de Caxias do Sul – UCS ________________________________ Prof. ª Dra. Maria Luiza Cardinale Baptista Universidade de Caxias do Sul – UCS

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que em sua infinita bondade me deu forças

e determinação para não desistir dos meus objetivos e sonhos, embora muitas

vezes tenha pensado em abandonar meus estudos, por todas as dificuldades que

enfrentei ao longo do caminho.

À minha mãe Alice, companheira e amiga, que mesmo sem muita instrução,

me apoiou desde sempre e que mesmo não tendo nenhum tipo de condições,

sempre esteve ao meu lado, me dando amor e carinho, o que faz com que meus

dias de luta se tornem mais leves.

Agradeço aos meus familiares, pelas palavras de motivação e incentivo, as

quais sempre foram bem-vindas, já que isso sempre me mostrou o orgulho que

vocês possuem de mim e o quanto não poderia desapontá-los.

Aos colegas de faculdade que tive a sorte de conhecer ao longo dos meus

dez anos de graduação, e que não foram poucos, já que pude viver esta experiência

em duas faculdades, e que me trouxeram as melhores e mais divertidas noites de

aprendizagem que alguém pode ter.

Agradeço aos meus melhores amigos (as), por terem feito parte dessa

jornada, sempre me incentivando e apoiando. Por terem compreendido os dias que

não pude lhes dar atenção o suficiente. Mas que embora com tempo curto, viveram

comigo os momentos mais importantes da minha vida.

A professora e orientadora Anaize Spada que depositou a sua confiança em

mim e me ajudou a transformar essa monografia em realidade.

Aos demais professores que tiveram paciência e insistiram em mim,

mostrando que cada um tem seu potencial e que pode realizar grandes feitos, desde

que se disponha a isso.

E não há como não agradecer as duas faculdades que me transformaram na

profissional que hoje eu sou. A Faculdade Integrada de Taquara (FACCAT), onde

dei inicio aos meus estudos e me que fez ver que o financeiro é o menos importante

quando se tem um sonho e a Universidade de Caxias do Sul (UCS) a qual e acolheu

e me ajudou a realizar esse sonho.

Enfim, agradeço a todos que de uma forma ou outra me auxiliaram para

coletar informações para construir essa Monografia e se dispuseram a ajudar em

tudo que fora necessário, fazendo com essa etapa da minha vida fosse concluída.

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“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”.

Carl Jung

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RESUMO Este trabalho se propõe a analisar as ações de Relações Públicas que podem contribuir para divulgar e consolidar a imagem de um destino turístico, tendo como foco de pesquisa a cidade de Gramado- RS. A atividade de Relações Públicas atua com o relacionamento entre uma organização e seus diversos públicos, o que o possibilita estar inserido em diversas áreas, a exemplo do Turismo. O profissional utiliza vários instrumentos e técnicas na construção da imagem de uma organização, pessoa ou destino turístico. Este trabalho é de cunho exploratório com viés qualitativo, onde foram selecionadas dez entidades e empresas representativas da cidade de Gramado para aplicação do questionário. Como resultado, verificou-se que a cidade possui ações de comunicação, porém não são executadas por profissionais de Relações Públicas; possui o status atual em decorrência das realizações feitas ao longo dos anos pela comunidade; e por fim notou-se que o profissional de Relações Públicas seria de extrema importância neste meio, pois auxiliaria para haver uma melhor relação entre comunidade, gestão pública e turista. Palavras-chave: Relações Públicas. Imagem. Destinos Turísticos. Gramado.

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ABSTRACT

This work aims to analyze how public relations actions can contribute to disseminate and consolidate an image of a tourist destination, having the research focus the city of Gramado, Rio Grande do Sul. The Public Relations activity deals with the relationship between an organization and its publics , Which makes it possible to be inserted in several areas, such as Tourism. The PR professional uses many techniques to build the image of an organization, person or tourist destination. This work is exploratory with qualitative focus, where ten representative entities and companies of Gramado were selected for a questionnaire application. As a result, it was verified that the city has communication actions, but they are not executed by PR professionals; Has the current status in results of actions made by the community; And finally it was noted that the Public Relations professional has extreme importance in this environment, to improve the relationship between community, public management and tourist. Keywords: Public Relations, Image, Tourist Destination, Gramado.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 10

2 METODOLOGIA......................................................................................... 12

3 O PROFISSIONAL DE RELAÇÕES PÚBLICAS......................................... 15

3.1 HISTÓRIA DAS RELAÇÕES PÚBLICAS NO BRASIL................................. 15

3.2 CONCEITO DE RELAÇÕES PÚBLICAS...................................................... 17

3.3 FUNÇÕES DO PROFISSIONAL DE RELAÇÕES PÚBLICAS..................... 19

3.4 ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE RELAÇÕES PÚBLICAS.. 20

3.5 IMAGEM E IDENTIDADE ORGANIZACIONAL ........................................... 22

3.6 PÚBLICOS NA COMUNICAÇÃO ................................................................. 24

3.7 INSTRUMENTOS DE COMUNICAÇÃO EM RELAÇÕES PÚBLICAS ........ 26

4 TURISMO: CONCEITO, SEGMENTAÇÃO E IMAGEM TURÍSTICA........... 32

4.1 CONCEITO DE TURISMO............................................................................ 32

4.2 CONCEITO DE TURISTA............................................................................. 34

4.3 SEGMENTAÇÃO DO TURISMO.................................................................. 35

4.4 DESTINOS E POLOS TURÍSTICOS.............................................................36

4.5 IMAGEM TURÍSTICA.................................................................................... 38

4.6 RELAÇÕES PÚBLICAS NO TURISMO ....................................................... 39

5 A CIDADE DE GRAMADO: HISTÓRIA E RECONHECIMENTO................ 43

5.1 HISTÓRIA DA CIDADE DE GRAMADO....................................................... 43

5.2 DADOS SOCIOECONÔMICOS DA CIDADE DE GRAMADO...................... 46

5.3 TURISMO EM GRAMADO........................................................................... 47

6 ANÁLISE DOS DADOS................................................................................ 52

6.1 RELATO DAS ENTREVISTAS .................................................................... 52

6.2 RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO ............................................... 53

6.2.1 A Percepção sobre a Imagem da Cidade ................................................. 53

6.2.2 Relações Públicas presente no Turismo ................................................. 54

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6.2.3 Instrumentos/ações utilizados para a construção da imagem da

cidade.......................................................................................................... 55

6.2.4 Ações de Gramado para construir a sua imagem................................... 56

6.2.5 Estratégias utilizadas pelas empresas para manutenção da imagem de

Gramado ..................................................................................................... 57

6.2.6 Ações de comunicação utilizadas pelas empresas e entidades de

Gramado...................................................................................................... 58

6.2.7 Canais de comunicação usados para manter a imagem de Gramado.. 59

6.2.8 Crescimento do turismo em Gramado ..................................................... 59

6.2.9 Melhorias estratégicas da comunicação em Gramado .......................... 60

6.2.10 Contribuição do profissional de Relações Públicas para a construção da

imagem de uma cidade turística ............................................................... 61

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................... 64

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 68

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO PESQUISA DE CAMPO GRAMADO/RS.......... 73

APÊNDICE B - PROJETO DE MONOGRAFIA...................................................... 75

APÊNDICE C - TABELA DE ESTRATÉGIAS E INSTRUMENTOS DE

RELAÇÕES PÚBLICAS ........................................................................................ 76

ANEXO A - TERMOS DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE INFORMAÇÕES .......... 78

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1 INTRODUÇÃO

Dentre as inúmeras atividades do profissional de Relações Públicas existe a

formação e manutenção da imagem institucional, seja para organizações, órgãos

públicos, políticos ou artistas, bem como para cidades que estão no meio turístico,

as quais estão sempre em foco e necessitam manter a sua reputação. Esse

profissional atua mais comumente no planejamento estratégico da comunicação de

organizações, sejam elas públicas ou privadas, ou na organização de Eventos.

Tendo como base a complexidade do trabalho realizado pelo profissional de

Relações Públicas, verifica-se a importância da atuação deste no processo de

desenvolvimento turístico, com o objetivo de melhor acompanhar a comunicação

entre as diversas esferas, como: empreendimentos locais, comunidade e turista.

O turismo é o setor que mais tem se mantido diante da crise financeira que o

Brasil está passando, já que isso influenciou para que as viagens feitas antes para o

exterior fossem substituídas pelo turismo doméstico, optando-se por lugares que

estejam mais próximos e com estadias de menor duração. Isso se comprova tendo

em base uma pesquisa feita pelo Ministério do Turismo, no mês de fevereiro de

2016, para sondar o consumidor sobre os destinos que seriam escolhidos neste ano.

Mais de 76% dos entrevistados mostram interesse em fazer uma viagem nacional e

apenas 17% disseram que sua viagem será internacional, mostrando assim o

potencial do turismo no país.

Diante de inúmeras opções de destino para essas viagens, merecem

destaque os polos turísticos, que oferecem estrutura e são regiões que atendem

grande parte dos critérios estabelecidos pelo Ministério do Turismo. A Serra Gaúcha,

onde estamos localizados, é considerada um desses polos, por apresentar belezas

naturais, eventos, parques temáticos e farta gastronomia, bem como por ser um dos

destinos mais procurados e desejados pelos brasileiros para viagens.

O tema escolhido para esta pesquisa permeia a contribuição do profissional

de Relações Públicas na construção da imagem no turismo, possuindo como

questão norteadora: qual a contribuição do profissional de Relações Públicas na

construção da imagem de destinos turísticos?

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Apresenta-se um estudo sobre cidade de Gramado, localizada na Serra

Gaúcha, Rio Grande do Sul, sendo que essa localidade tem mostrado a sua

eficiência em se manter como um dos locais mais procurados para a temporada de

inverno e de Natal, mas também por atrair o público o ano todo. Conforme pesquisa

feita pelo site TripAdvisor1 no ano de 2015, Gramado é a cidade preferida pelos

viajantes, tanto para descanso como para férias.

Este trabalho analisará as ações de Relações Públicas já existentes em

Gramado e, se necessário, indicará as que podem ser feitas para divulgar ou

consolidar a imagem desta cidade, pois, sendo destino turístico, necessita da

confiança e credibilidade de seus públicos para se manter com o mesmo sucesso

que vem apresentando por anos. O objetivo geral será investigar, a partir das ações

do planejamento turístico de Gramado, a contribuição do profissional de Relações

Públicas na construção da imagem da cidade.

Busca-se atingir os seguintes objetivos específicos: pesquisar sobre a

profissão de Relações Públicas, leis que regulamentam a profissão e ferramentas de

trabalho ou estratégias; estudar os principais conceitos da área do turismo,

pesquisando sobre a construção de imagem de destinos turísticos; verificar as ações

do profissional de Relações Públicas em ambiente turístico.

Este trabalho apresentará, além da introdução, outros 5 capítulos. O capítulo

seguinte explanará a metodologia a ser empregada nesta pesquisa, sendo ela de

cunho exploratório com viés qualitativo, com a pesquisa de campo feita através da

aplicação de questionários. Posteriormente, haverá a abordagem dos referenciais

teóricos sobre Relações Públicas, turismo e informações relevantes sobre a cidade

de Gramado. Logo em seguida, tratará da análise feita com base nos dados

coletados na entrevista, chegando assim a uma conclusão sobre a relevância da

pesquisa.

1 Disponível em: <www.tripadvisor.com.br>. Acesso em: 13 de ago. 2016

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2 METODOLOGIA

A pesquisa vem crescendo e se desenvolvendo ao longo dos anos,

mostrando a sua importância, tanto no meio acadêmico como para profissionais que

buscam explicações para fatos. Conforme Chizzotti (2006, p.19) para analisar estes

dados, o pesquisador pode utilizar “informações colhidas por meio de observações

atentas ou outros recursos adequados”. A pesquisa então vem do interesse do ser

humano em aprofundar seus conhecimentos e fazer novas descobertas. Chizzotti

(2006) ainda ressalta que a pesquisa serve para investigar uma situação

problemática em uma dada comunidade ou em uma organização.

A pesquisa, segundo Cervo e Bervian (2002, p.63), “é uma atividade voltada

para a solução de problemas teóricos ou práticos com o emprego de processos

científicos”. Logo, para iniciar uma pesquisa devemos ter uma dúvida ou um

problema para, por meio de um método, buscar a resposta ou a solução.

Dentre as inúmeras áreas de estudo, este trabalho se enquadra na pesquisa

em comunicação. Epstin (in DUARTE; BARROS, 2005, p.27) relata que “a

comunicação é ubíqua na vida social, disto decorre a existência de teorias da

comunicação interpessoal”. Por isso, vê-se a dificuldade na coleta de informações e

a necessidade de estudos acadêmicos recentes, que sirvam de embasamento

teórico para os pesquisadores que virão adiante.

Para a elaboração deste trabalho foi realizada a revisão bibliográfica, sendo

descritos no capítulo três, quatro e cinco, informações a respeito da área de

Relações Públicas, Turismo e sobre a cidade de Gramado. As referências

necessárias foram de fontes secundárias, tendo no referencial teórico da área de

Relações Públicas, autores como Kunsch, França, Simões, Farias, Gutierrez Fortes

e Andrade. Para turismo, autores como Lopes, Kotler, Andrade, Midldleton, Ignarra,

Aguiar, Ruschmann entre outros. Também foram utilizados artigos da área de

Relações Públicas e Turismo, bem como fontes eletrônicas (sites, vídeos e outros),

como o site oficial da Prefeitura de Gramado, site do Ministério do Turismo, site da

Associação Brasileira de Relações Públicas - ABRP e Associação Brasileira da

Comunicação Empresarial - ABERJ.

Esta pesquisa é de cunho exploratório, ou seja, segundo Cervo e Bervian

(2002, p.63), “não requer a elaboração de hipóteses a serem testadas no trabalho,

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restringindo-se a definir objetivos e buscar mais informações sobre determinado

assunto de estudo”, aprofundando assim uma única temática. Para Lakatos e

Marconi (2012), esse estudo possui um método flexível, podendo-se considerar

todos os tipos de informações, possibilitando a coleta de dados por diversas formas.

Aumentando a familiaridade do pesquisador com o ambiente, para a realização de

pesquisas futuras, podendo modificar ou clarear conceitos.

O estudo presente é considerado qualitativo, o qual possibilita ao pesquisador

compreender e interpretar melhor a opinião dos indivíduos sobre um determinado

assunto. Segundo Demo:

A pesquisa qualitativa também formaliza, mas também procura preservar a realidade acima do método... No sentido em que buscamos na realidade informação – “dados” – sobre ela, de sorte que a possamos manipular cientificamente, permitindo tanto a sua melhor compreensão, quanto, sobretudo, condições de intervenção e mudança (DEMO, 2008, p.10).

A pesquisa qualitativa possibilita ao investigador ter um maior contato com o

entrevistado, criando proximidade com a situação investigada e aumentando as

chances de se conseguir informações adicionais. Lakatos e Marconi (2012)

ressaltam que esse tipo de pesquisa não utiliza de dados numéricos.

Para levantamento desses dados, foi utilizada a aplicação de questionários,

cujos resultados são apresentados no capítulo seis. O questionário, segundo

Mascarenhas (2012, p.71), “é o instrumento ideal quando queremos medir dados

com precisão”, direcionando assim a pessoa para o assunto a que se quer chegar. O

questionário elaborado apresenta dez perguntas (APÊNDICE A), que foram

adequadas conforme o entrevistado. O mesmo foi composto por perguntas com

respostas abertas, para o entrevistado ter a possibilidade de expor as suas ideias e

opiniões, e perguntas com respostas fechadas, envolvendo a parte técnica.

Esse questionário foi formulado a partir do referencial teórico desta

pesquisa, tendo em vista as questões de turismo na cidade, como a imagem deste

destino é vista pelos entrevistados, onde o profissional de Relações Públicas se

insere e de que forma ele pode auxiliar para uma melhor comunicação entres todos

esses públicos. De início foi elaborada uma lista de possíveis entrevistados, com os

quais se buscou o contato para verificar a disponibilidade em colaborar com a

pesquisa. Porém, essa lista foi sendo alterada conforme os convidados iam dando a

sua resposta.

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As perguntas foram aplicadas para funcionários da Prefeitura de Gramado,

estando entre os entrevistados uma assessora de imprensa, uma Relações

Públicas, o gerente de promoção e a e Secretaria de Turismo, os quais estão a par

das ações comunicacionais que estão sendo executadas pela gestão do município.

Em contrapartida, foram entrevistados, para uma segunda opinião, pessoas da

comunidade que tenham a vivência do turismo na cidade, como empresários do

ramo de artesanato, eventos, agência de turismo e de pontos turísticos e promotoras

de eventos.

Aos que se disponibilizaram em fazer a entrevista presencial, foi agendada

uma visita, na qual foi entregue uma cópia para o entrevistado ter conhecimento das

perguntas e para seguir o roteiro junto com o autor da pesquisa. As entrevistas

duraram em torno de trinta a quarenta minutos e foram gravadas (verbal e visual) no

celular, para posterior transcrição e análise.

Em função de tempo e compromissos, alguns solicitaram que as perguntas

fossem enviadas por e-mail. Então se montou um questionário via formulário do

Google, o que possibilitou um acesso rápido e eficaz, e com mais dinâmica, o que

facilitou para que os convidados respondessem com mais rapidez.

Para os que colaboraram pessoalmente, houve o preenchimento e a

assinatura do termo de autorização de uso das informações prestadas. Aos que

responderam via e-mail, o arquivo foi encaminhado em anexo ou solicitado para

responder no corpo do texto.

Com o levantamento de dados bibliográficos, e por meio de uma

investigação exploratória, envolvendo pesquisa qualitativa com aplicação de

questionários, houve a pretensão de verificar a contribuição do profissional de

Relações Públicas na construção da imagem de um destino turístico, tendo

Gramado-RS como fonte de estudo.

Os capítulos 3, 4 e 5 apresentarão o referencial teórico desta pesquisa. No

capítulo 6 será apresentada a análise da pesquisa exploratória, conforme

apresentado neste capítulo.

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3 O PROFISSIONAL DE RELAÇÕES PÚBLICAS

3.1 HISTÓRIA DAS RELAÇÕES PÚBLICAS NO BRASIL

A prof000000000002issão de Relações Públicas teve seu início nos Estados

Unidos, no século XX, quando se sentiu a necessidade de uma figura que

compreendesse os públicos de uma organização, pois o governo passava por uma

baixa reputação com a população e as empresas estavam crescendo

socioeconomicamente. Nesse contexto, surge Ivy Lee, jornalista e publicitário que

buscou harmonizar os interesses do Governo com a dos trabalhadores. Conforme

Lattimore et al:

[...] A idéia de Lee era dizer a verdade sobre as ações da organização de seu cliente. Ele acreditava que, se a verdade prejudicasse a organização, esta deveria corrigir o problema para que a verdade pudesse ser contada sem medo. [...] Entendeu que uma corporação não devia esperar influenciar o público a menos que sua comunicação fosse sustentada por boas obras. (LATTIMORE et al, 2012, p.41).

No Brasil, com a urbanização e industrialização, surge uma maior demanda

de informação já que a classe operária passa também a ser um público interessado

nas notícias do momento. Eduardo Pinheiro Lobo apresenta a ideia de harmonizar

os interesses entre empresa e clientes. Concebe-se então o primeiro serviço regular

da área, com a criação do departamento de Relações Públicas da empresa

canadense “The São Paulo Tramway Light and Power Co. Limited, em 1914, pois

segundo Fernandes (in FARIAS, 2011, p. 39) havia uma necessidade de cuidar do

relacionamento da empresa com os órgãos de imprensa e com as autoridades,

também para reduzir os conflitos nos setores de energia elétrica e água potável, que

eram propriedade do governo.

Em meados do ano de 1946, surgiram as primeiras transmissões televisivas,

impressões de jornais e revistas, as rádios, e as agências de propaganda. As

empresas valorizavam a comunicação, e passaram a utilizar mais das práticas de

Relações Públicas, a qual se instalou como atividade empresarial. E a partir de 1953

são iniciados em São Paulo e Rio de Janeiro os primeiros cursos regulares em

Relações Públicas.

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No dia 21 de julho de 1954, um grupo formado por 27 estudiosos fundou a

Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP), estabelecendo normas de

procedimento para a profissional, código de ética da categoria e forma de

remuneração. Em 1968, regulamentou-se a profissão mediante a Lei Federal n.

5.377, que fora aprovada no final de 1967, para que se houvesse um foco

relacionado à profissão, Waldemar Kunsch diz que:

Com isso, a atividade se tornou privativa de bacharéis de Comunicação Social com habilitação em relações públicas e que estivessem registrados em um dos oito conselhos regionais espalhados pelo país (KUNSCH in KUNSCH, 2009, p. 26).

Em 1967, o Brasil sediou o IV Congresso Internacional de Relações Públicas

no Rio de Janeiro, e neste mesmo ano, ocorreu à criação do primeiro curso superior

em São Paulo (ECA), sendo o Brasil o primeiro país a legalizar a profissão. No ano

de 1970, surgiu o Conselho Federal dos Profissionais de Relações Públicas

(CONFERP), criado para fiscalizar a profissão, mas também para orientar e

disciplinar a atividade.

Na década de 1980 ocorreu a abertura política, surgindo um novo

comportamento institucional, do Governo e das Organizações. Com o fim da

ditadura militar, ocorreu a abertura para a liberdade de imprensa. Foi o momento em

que a profissão começou a ganhar status e valorização. Farias (2011) afirma que

houve uma crescente demanda na necessidade de profissionais de Relações

Públicas para ocupar as vagas internas de comunicação, o que, mais tarde,

ocasionou a abertura da Associação Brasileira das Empresas de Relações Públicas

(Aberp) em 1986 e, em seguida, em 1989, o Sindicato das Agências de

Comunicação (Sinco).

Os anos 90 foram marcados por uma série de mudanças graças à

globalização, ao rápido desenvolvimento da economia, tecnologia e comunicação.

Para a área de Relações Públicas, houve mudanças significativas por meio do apoio

do Governo, que constituiu uma Secretaria de Comunicação Social para a

Presidência da República. O Parlamento Nacional de Relações Públicas foi instalado

em 1994. Farias conta que:

O parlamento foi uma iniciativa de grande alcance para o novo posicionamento das relações públicas. Um esforço nacional, realizado organizadamente, com o intuito de modernizar a atividade, adequando-as as exigências dos novos tempos. (FARIAS, 2011, p.45)

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No campo acadêmico, ocorreu um grande avanço, com a criação de grupos

de trabalho nas áreas que integram a comunicação: Jornalismo, Publicidade e

Propaganda e Relações Públicas, com a Sociedade Brasileira de Estudos

Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), grupos esses que visavam buscar o

aprofundamento de questões políticas, metodológicas e profissionais.

Estamos presenciando no século XXI o desenvolvimento das tecnologias,

com o avanço das mídias convencionais, para meios de comunicação que sejam

virtuais e interativos. Houve uma mudança na forma de se manter o diálogo com o

público, surgindo assim novos campos de pesquisa e áreas de trabalho, antes não

imagináveis. Kunsch nos apresenta esse contexto dizendo que:

As relações públicas entram no século de sua existência oficial bastante amadurecida e carregada de perspectivas realmente promissoras, como arte e como a ciência. A profissão tem amparo legal e possuem órgãos da classe, sindicatos de profissionais, associações que congregam hoje mais de mil acessórias em todo o território nacional, cursos universitários, cursos de pós-graduação lato sensu e stricto sensu, produção de pesquisas, publicações técnicas e científicas. (KUNSCH, 2009, p.37).

Como se pode verificar, a profissão de Relações Públicas teve atuação

significativa na história do país, ajudando no seu desenvolvimento, por meio da

disseminação de informações, bem como gerindo e dando suporte na comunicação

para as empresas, assim como para o governo. Conforme Farias (2011),

englobando assim várias áreas e podendo auxiliar nas mais diversas situações do

dia a dia das organizações.

3.2 CONCEITO DE RELAÇÕES PÚBLICAS

Podemos notar pelo próprio histórico, que os profissionais de Relações

Públicas vão se moldando e se adaptando de acordo com as situações, as

instituições e as épocas em que estão inseridas, possuindo assim diferentes

definições, que tentam explicar a contribuição e aplicabilidade da profissão. A área é

cheia de possibilidades, abrangendo muitos campos de atuação:

A própria natureza da profissão e sua constante adaptação às necessidades da sociedade fazem dela, na melhor das hipóteses, um alvo móvel sem definição. (LATTIMORE et al, 2012, p.23).

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Contudo, esse profissional surgiu a partir da necessidade das organizações

em melhor se relacionar com os seus públicos, e manter uma opinião mais sólida a

seu respeito. Percebe-se assim que a profissão se relaciona diretamente com o

gerenciamento da comunicação, onde o profissional trabalha o relacionamento entre

as empresas e seus públicos de interesse. Simões (1995) afirma que, analisando o

conteúdo da função, pode-se dizer que o profissional cuida do relacionamento,

interesses, opinião, influência, informação, processo decisório, normas, políticas,

negociação e controle das organizações.

Lattimore et al (2012) conceituam Relações Públicas como profissionais que

se comunicam com todos os públicos, sejam eles internos, externos ou mistos,

relevantes para o desenvolvimento de relações positivas. A CONRERP define a

profissão como:

Um profissional capacitado a orientar as empresas na formulação de políticas e estratégias de comunicação, com o objetivo de criar e manter sua reputação, formando uma opinião pública favorável e alcançando a boa vontade de seus públicos em relação aos seus negócios. (CONRERP, 2016).

Em vista disso, nota-se que o conceito que mais se encaixa no tema deste

trabalho diz respeito aos conflitos do ambiente vivenciados pelas empresas, onde há

necessidade de se construir a imagem de uma organização, pautada em um bom

relacionamento, atendendo os interesses e necessidades dos seus públicos-alvo.

Kunsch (2016) complementa que a profissão promove e administra relacionamentos,

intermediando também em conflitos que possam ocorrer com a empresa, sempre de

acordo com a situação.

Assim, os profissionais de Relações Públicas tendem a buscar e criar

relações confiantes. Barqueiro e Barqueiro (2001, p.20) ressaltam que a profissão

“está orientada para conseguir a credibilidade e confiança de divulgação, visando as

pessoas e as organizações para potencializar as suas atitudes e ações”. Tudo isso

dentro de um planejamento que seja estratégico e específico para cada situação e

para cada empresa.

Faz-se necessário entender, então, quais são as funções que esse

profissional pode exercer, e qual a importância das suas potencialidades, as quais

estão sempre presentes em uma comunicação eficaz dentro das instituições as

quais ele representa.

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3.3 FUNÇÕES DO PROFISSIONAL DE RELAÇÕES PÚBLICAS

Assim como existem diversas definições para as Relações Públicas, há

também divergências no que se refere às funções principais da profissão. Segundo

Lattimore et al (2012), este profissional é dinâmico na vida das organizações,

podendo trabalhar assessorando, pesquisando, planejando, executando e avaliando

a comunicação dentro das empresas. A razão disso é a diversidade de habilidades e

capacidades que os profissionais desta área apresentam em seu trabalho. Já no que

diz respeito ao exercício da profissão, Fortes ressalta que é necessária ação

planejada, com um processo adequado:

Sendo a sua natureza alterar uma situação presente, desfavorável, para um posicionamento futuro mais coeso (...), efetivando diálogos duradouros com os diversos grupos de interesse na organização. Sendo seu papel ser o intermediário no processo de comunicação. (FORTES, 2003, p. 40).

As principais funções dos Profissionais de Relações Públicas estão

expressas no decreto n.º 63.283, de 26/9/1968 que regulamenta e direciona a

profissão:

a) orientação de dirigentes de instituições públicas ou privadas na formulação de políticas de Relações Públicas; b) promoção de maior integração da instituição na comunidade; c) informação e a orientação da opinião pública sobre os objetivos elevados de uma instituição; d) assessoramento na solução de problemas institucionais que influem na posição da entidade perante a opinião pública. e) planejamento e execução de campanhas de opinião pública; f) consultoria externa de Relações Públicas junto a dirigentes de instituições; g) ensino de disciplinas específicas ou de técnicas de Relações Públicas.

O Sindicato dos Profissionais Liberais de Relações Públicas (Sinprorp)

ressalta que o profissional de Relações Públicas exerce uma função estratégica nas

organizações, planejando e executando a comunicação e relacionamento entre os

mais variados públicos. Azevedo (1971, p.45) retoma essa ideia dizendo que “suas

bases técnicas repousam nos métodos de ação que utiliza e que lhe garantem a

segurança necessária para o bom andamento de sua atividade”.

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Por ser um profissional dinâmico e que interage em diferentes ambientes,

pode atuar nas mais variadas áreas e situações, como em empresas, bancos,

sindicatos, varejo, turismo ou prestando assessoria. Sendo um gestor da

comunicação e servindo como um canal entre a empresa e seus mais variados

públicos.

3.4 ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE RELAÇÕES PÚBLICAS

No Brasil, o profissional de Relações Públicas, segundo Farias (2011, p.40)

surgiu para “mudar a opinião e visão das pessoas sobre a qualidade oferecida pelas

empresas governamentais. Trabalhando exclusivamente para o governo e empresas

privadas”. O principal objetivo nesse contexto é informar a população sobre os

serviços prestados e melhorar a imagem destas perante seus públicos.

A regulamentação da profissão em 1968, mediante a Lei Federal n. 5.377

institucionalizou o titulo de Relações Públicas e fez com que apenas os bacharéis

formados em curso superior pudessem exercer a profissão, estando em dia com a

ABRP. O artigo 5º, que está inserido no capitulo III da lei 5.377 e diz respeito às

áreas de atuação do profissional, apresenta as seguintes determinações:

Art 5º O exercício em órgãos da administração pública, em entidades privadas ou de economia mista de cargos, empregos ou funções, ainda que de direção, chefia, assessoramento, secretariado e as de magistério, cujas atribuições envolvam principalmente conhecimentos inerentes às técnicas de Relações Públicas, é privativo do profissional dessa especialidade, devidamente registrado no Ministério do Trabalho e Previdência Social. § 1º A apresentação de diploma de Relações Públicas, embora passe a ser obrigatória para o provimento de cargo público federal, estadual ou municipal, da administração direta ou indireta, não dispensa a prestação de concurso, quando a lei o exija. § 2º O disposto in fine neste artigo se aplica por igual, aos profissionais liberais e aos que exercem a atividade em Escritórios, Consultorias ou Agências de Relações Públicas legalmente autorizados a funcionar no País. § 3º A falta de registro profissional torna ilegal o exercício da Profissão de Relações Públicas.

Essas determinações, juntamente com o esforço das demais entidades

representantes do setor, auxiliaram para que as empresas pensassem na

comunicação como um todo, e no profissional de Relações Públicas não só mais

como um informante. Farias (2011, p.46) conta que “as agências passaram a

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oferecer uma gama maior de serviços de Relações Públicas, indo do planejamento

de comunicação à comunicação interna e externa”.

Nota- se então que o profissional de Relações Públicas é capaz de atender a

diferentes campos e necessidades de comunicação. Atuando nas áreas mais

distintas, como terceiro setor, empresas públicas e privadas, governo, meio

ambiente, turismo, agências, políticas, entre tantas outras. Kunsch complementa a

ideia:

Relações Públicas, como área profissional, se aplicam em qualquer tipo de organização. Tradicionalmente estavam mais centradas no âmbito empresarial e governamental. O mesmo acontecia com a literatura disponível e com a formação universitária, em que a ênfase voltava mais para esses segmentos. Nas últimas décadas o panorama mudou. Com o fortalecimento da sociedade civil, a valorização do terceiro setor, o crescimento do número de organizações não governamentais (ONGs), além da existência de inúmeras outras entidades com ou sem fins lucrativos, as possibilidades aumentaram. (KUNSCH, 2002, p.90)

A área de atuação dos profissionais de Relações Públicas é muito vasta,

voltando seu trabalho sempre para os diferentes tipos de comunicação dentro das

organizações. A Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP) ao tratar a

respeito das atividades da profissão, comenta que esse profissional deve, através de

meios de comunicação, assegurar as corretas informações entre instituição e o

público, coordenando e planejamento as pesquisas e campanhas de opinião pública

e supervisionando a utilização de audiovisuais.

Entre as inúmeras áreas de atuação, o profissional de Relações Públicas

pode trabalhar no setor de turismo, por meio de ações que busquem reposicionar ou

fortalecer o conceito da imagem de um destino turístico perante seus públicos de

interesse, sendo neste caso os turistas, ou comunidade. Kunsch (2009, p.201)

aponta que “mediante a função estratégica, elas abrem canais de comunicação

entre a organização e os públicos, em busca de confiança mútua, construindo a

credibilidade e valorizando a dimensão social da organização”. Com o planejamento

e pesquisa, executam atividades voltadas para a construção e consolidação da

imagem de uma instituição, ou mesmo uma cidade turística.

Toda e qualquer ação de comunicação, bem como a de Relações Públicas,

deve ser pautada por um planejamento, que visa organizar as atividades que serão

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feitas, bem como as estratégias e meios que serão utilizados para se chegar ao

objetivo almejado. Kunsch afirma que:

Essencialmente o planejamento é uma das funções administrativas, e das mais importantes, que permite estabelecer um curso de ações para atingir objetivos predeterminados, tendo em vista, sobretudo, a futuralidade das decisões presentes, a fim de interferir na realidade para transformá-la. (KUNSCH, 2002, p. 207).

O planejamento, além de orientar a execução dos processos planejados,

também serve para avaliar o que já se tem na empresa, descobrir aonde se quer

chegar e, o mais importante, prevenir de possíveis crises de imagem que podem

ocorrer em algum momento da história daquela organização.

Prever barreiras segundo Lattimore et al (2012), sempre será mais difícil do

que resolver a situação existente, mas essas previsões se fazem necessárias para

tentar entender melhor o ambiente no qual os públicos estão inseridos, formando as

suas opiniões.

Percebe-se, assim, que o objetivo do planejamento é atingir os seus

públicos, preocupando-se sempre com as percepções e desejos deles, e

antecipando possíveis tendências, ou erros de comunicação. Constata-se que é de

suma importância definir o público-alvo para ter sucesso no planejamento de

comunicação e conseqüentemente manter a imagem positiva de uma organização.

3.5 IMAGEM E IDENTIDADE ORGANIZACIONAL

Para que as empresas tenham uma boa imagem perante os seus públicos,

elas devem ser honestas e responsáveis, possuindo uma boa reputação, essa

construída e baseada em todas as ações e atitudes já tomadas. Para Marcondes

Neto (2015, p.87) a reputação é tudo que se consolida na mente das pessoas,

sendo “uma sucessão continuada de atitudes, decisões, comunicações com o

público e apoio a projetos de terceiros”.

As imagens corporativas estão diretamente ligadas com a identidade da

empresa. Kunsch (2002, p.170) nos diz que “imagem é o que passa na mente dos

públicos, no seu imaginário, enquanto identidade é o que a organização faz e diz”.

Kotler colabora com a citação complementando:

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A identidade esta relacionada com a maneira como uma empresa visa identificar e posicionar a si mesma. A imagem é a maneira como o público vê a empresa ou os produtos. A imagem é afetada por muitos fatores que a empresa não pode controlar. (KOTLER, 2012, p.318)

Sendo assim, a imagem é toda a percepção que o cliente tem a respeito

daquela instituição, partindo dele definir se é positiva ou negativa. Kunsch ainda

explica o conceito de imagem corporativa ou institucional com a seguinte

significância:

A imagem representa o que está na cabeça do público a respeito do comportamento institucional das organizações e dos seus integrantes, qual a imagem pública, interna, comercial e financeira que passa pela mente dos públicos e da opinião pública sobre as mesmas organizações. (KUNSCH, 2002, p.171)

Essa imagem está pautada em tudo que se mostrou e se passou a respeito

daquela empresa, todo o prestígio adquirido durante os anos de existência da

organização, sendo um conjunto de percepções juntamente com a sua identidade.

Dessa forma, Schmidt nos explica que:

Trata-se de um processo complexo, o qual envolve aspectos abstratos (como princípios, valores e filosofias), subjetivos (como opiniões, percepções e expectativas) e outros mais concretos (como postura, atitude, comportamento adequado, definido e orientado pela área de relações públicas). (SCHMIDT in FARIAS, 2011 p.97).

Nota-se assim que essa imagem será construída, e não é algo que se possa

criar, como foi visto a respeito da identidade corporativa. Como afirma Farias (2011,

p.105) “as empresas devem aprender a combinar o modo de criação da identidade

correto com uma estratégia de relacionamento institucional direto”. Há maneiras de

seguir uma postura adequada e ideal, onde se podem alcançar bons resultados e

confiabilidade de seus públicos. Para Kotler, para que a imagem possa exercer o

seu verdadeiro papel dentro das organizações, tem que possuir três funções:

Em primeiro lugar, ela precisa estabelecer a personalidade do produto e a proposta do valor. Em segundo, ela deve transmitir essa personalidade de maneira distinta, para que não seja confundida com a dos concorrentes. Em terceiro, ela tem que comunicar um poder emocional que vai além de uma simples imagem mental. Para que a imagem funcione, ela deve ser transmitida por todos os veículos de comunicação e contato de imagens disponíveis. (KOTLER, 2012, p.318).

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Sendo essa imagem relacionada diretamente com a reputação e a

credibilidade da empresa, nota-se a necessidade de um relacionamento com seus

públicos, por meio de uma comunicação eficaz. Isso é feito, segundo Neves (2000),

por uma imagem que seja competitiva, fortalecendo os pontos positivos e diminuindo

os pontos negativos daquela organização.

O Relações Públicas pode contribuir para a construção de uma boa imagem e

reconhecimento, Lattimore et al (2012, p.339) afirmam que isso ocorre por meio de

“relações positivas com públicos importantes e o conseqüente entendimento mútuo

sobre políticas e questões podem melhor a imagem de uma empresa”. Essa

comunicação auxilia para um melhor entendimento entre as partes envolvidas e

pode gerar retorno financeiro para aquela empresa, por seu bom crédito para com a

sociedade. Esta explicação se encaixa no que nos diz Teobaldo de Andrade:

As Relações Públicas, em seu objetivo primordial da formação de públicos nas organizações públicas ou privadas, tem em mira conhecer e analisar as mudanças sociais existentes ou em potencial, para que de modo ordenado e permanente se criem condições para o diálogo, que irá orientar a ação conjunta. (ANDRADE, 2001, p. 172).

Observa-se assim que o profissional de Relações Públicas tendo em vista o

interesse do equilíbrio da comunicação entre organização e seus públicos, poderá

ser a peça chave para transmitir confiança, por meio de uma gestão que visa à

transparência e que, por consequência, cria credibilidade e boa reputação no

mercado.

3.6 PÚBLICOS NA COMUNICAÇÃO

Todas as iniciativas tomadas por um Relações Públicas são voltadas

exclusivamente para seus públicos. Ter um público bem estabelecido para quem

está comunicando é o ponto de partida para o sucesso ou insucesso da

comunicação nas organizações, onde segundo França:

Não basta citar um rol de públicos, é preciso se convencer de que o trabalho de relações públicas exige que se defina com clareza a quais públicos estamos nos dirigindo e qual a importância existente nessa associação com relação às pressões exercidas entre as partes e as vantagens que podem ser auferidas desse convívio (FRANÇA, 2008, p.18).

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Para determinar o público de interesse de uma organização existem vários

critérios utilizados pelos autores. Este trabalho irá utilizar os critérios adotados por

França e Fortes, que dividem os públicos em internos, externos e mistos. O público

interno segundo França (2008, p.38) “é aquele que apresenta claras ligações

socioeconômicas e jurídicas com a empresa”, podendo ser qualificado conforme

Fortes (2003, p.72) como “agrupamento espontâneo, com ou sem contigüidade

física, perfeitamente identificável, originário das pessoas e dos grupos ligados à

empresa por relações funcionais oficializadas, que caracterizam um “empregador”.

O público interno se refere, então, a pessoas que possuem interesses

mútuos com a empresa, podendo ser, segundo Fortes (2003), categorizados em:

administração superior; funcionários fixos ou temporários; funcionários fixos que

prestam serviços em outras organizações; funcionários aposentados e ex-

funcionários, associações e clubes, compondo assim toda a mão de obra necessária

para a execução do trabalho.

Também podem ser englobados nessa categoria os familiares e

dependentes, pela influência que possuem nas decisões daquela organização, bem

como os funcionários terceirizados, que falam “em nome da organização e as

pessoas não conseguem distingui-lo dos funcionários fixos” (FORTES, 2003, p.74).

Tendo definido os públicos internos, podemos então entender quem são os

públicos externos de uma empresa. Fortes (2003, p. 77) aponta que esse tipo de

público “é proveniente dos grupos que tem expectativa em uma instituição, com a

qual é estabelecida uma rede de relacionamentos dependente dos interesses”.

Por meio da abordagem de Fortes, podemos classificar esse público em:

comunidade, que são pessoas que residem próximas à empresa, para os quais

qualquer ação da empresa reflete no dia-a-dia; os grupos organizados também

fazem parte desta classificação, pois são compostos por grupos de ação ou de

pressão, de lideranças comunitárias, de membros de comunidades, grupos sociais,

religiosos, estudantis, culturais, minorias e organizações não governamentais; bem

como os sindicatos e entidades representativas, que se relacionam diretamente com

a organização, para que se apliquem as leis vigentes da categoria.

Também podem ser considerados públicos as celebridades, que são

receptores e disseminadores de informações e as escolas, sejam públicas ou

privadas. A imprensa em geral, de massa (jornais, revistas radio e televisão, em

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âmbito local, estadual, nacional e global) ou alternativa e da mídia virtual das áreas

de negócio e das publicações voltadas ao ramo são os principais formadores de

opinião dos públicos e também devem receber atenção como público.

Dentro dos públicos externos ainda podemos incluir o Governo, com o poder

Executivo, Legislativo e Judiciário, incluindo as forças armadas, órgãos oficiais e de

fiscalização, que são responsáveis pela regularização da empresa, além dos

concorrentes e competidores, os consumidores, os quais merecem o cuidado da

instituição e por último os países e grupos internacionais.

Por fim, podemos definir segundo França (2008, p.44), o público misto como

“aquele que representa claras ligações socioeconômicas e jurídicas com a empresa,

mas não vivencia as rotinas da empresa”. Esse público pode ser dividido, conforme

Farias (2003, p. 75) como: investidores “que dependem de uma empresa específica

como fonte de remuneração e lucro de capital investido”; fornecedores, que prestam

serviços ou fornecem a matéria prima, e os intermediários, que ajudam na

comunicação com os clientes e os cooperados, membros de entidades econômicas

ou sociais que cumprem benefícios em comum.

Sabendo onde cada público se enquadra, o Relações Públicas tem um papel

de grande importância nesse processo, no qual Fortes assegura que o profissional

possui “a tarefa de formar os públicos das organizações para elevar o estado de

entendimento entre uma instituição e os grupos sociais”. Então a partir disso,

direcionar ações especificadas para cada um deles, para assim conseguir atingir o

êxito nos objetivos comunicacionais da organização.

3.7 INSTRUMENTOS DE COMUNICAÇÃO EM RELAÇÕES PÚBLICAS

Para ter resultados na comunicação, é necessário que o profissional de

Relações Públicas utilize de instrumentos adequados para que a informação chegue

até determinado público e da forma correta. Segundo Penteado (1993, p. 69),

“instrumento é qualquer agente que emprega para executar um trabalho, e tudo

quanto serve de meio para chegar a determinado fim”. Tendo em vista a diversidade

dos meios que podemos utilizar para executar ações de Relações Públicas, iremos

aqui nesta pesquisa aprofundar apenas os que são de interesse do tema do

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trabalho, mais atualizados e que dizem respeito à construção e manutenção da

imagem positiva de uma empresa, pessoa ou localidade.

Os autores citam as estratégias de Relações Públicas de diversas formas.

Para melhor entendermos como se pode utilizá-las, iremos dividir estas estratégias

em: mídias convencionais, mídias digitais, comunicação interna, relações com a

comunidade, relações com o governo, relações com a imprensa, gerenciamento de

crise, patrocínio e evento.

As mídias convencionais são os veículos de comunicação, como a televisão,

o jornal, o rádio, a revista e o cinema, os quais possuem um alto nível de persuasão

e de acordo com Penteado (1993) são extremamente poderosos. Esses meios

permitem a propaganda institucional das empresas, podendo se utilizar do

comercial, ou apenas para disseminar uma notícia. Segundo Andrade (2011),

transmitem uma comunicação mais rápida e transitória, para um maior número de

pessoas.

As mídias digitais englobam tudo o que a internet proporciona para a

interação entre o cliente e a empresa, podendo ser o site da empresa, redes sociais,

blogs, e-mail, entre outros. Marcondes Neto (2015) considera que a presença na

internet é uma forma de transparência com seu público e que todas as mídias

convencionais convergem para as digitais. Farias (2011, p. 2007) acrescenta que “os

veículos digitais representam uma forte tendência de evolução na agilidade e

possibilidade de participação das comunicações”, assim podendo ter um feedback

mais rápido da mensagem emitida.

Outro meio de comunicação é a interna ou de relação com os funcionários.

Lattimore et al (2012, p.206) afirmam que “ela cria e mantém sistemas internos de

comunicação [...] de modo que todos os funcionários participem livremente em um

intercâmbio de informações”, servindo assim para manter o público interno

informado das ações da organização, onde Kunsch ressalta que:

A comunicação interna deve contribuir para o exercício da cidadania e para a valorização do homem. A oportunidade de se manifestar e comunicar livremente canalizara energias para fins lucrativos, tanto do ponto de vista pessoal quanto empresarial. (KUNSCH, 2002, p.159).

Para que essa comunicação seja eficaz, pode-se utilizar de instrumentos

como o mural, jornal, revista interna, manuais, bem como meios digitais como e-mail,

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intranet, ou seja, todo e qualquer meio que sirva como canal, para um melhor

entendimento entre a organização e seus funcionários.

Tendo em vista também os impactos causados pelas empresas nas

comunidades em que estão inseridas, é de suma importância que se estabeleça

uma relação com a sociedade. Argenti (2011, p.131) elucida que essa comunicação

“constitui o respeito de determinada organização pelos interesses da sociedade

demonstrado pelo reconhecimento do efeito que suas atividades terão”.

Para interagir da maneira correta, pode-se utilizar de ferramentas como

reuniões, anúncios em televisão, rádio e jornais locais, etc. que auxiliem para que a

comunidade esteja a par de tudo o que a empresa tem feito em seu favor. Lattimore

et al (2012) destacam que os próprios funcionários auxiliam na disseminação de

informações, bem como um bom relacionamento com os líderes da comunidade e os

veículos locais.

Com a finalidade de estabelecer uma relação mais próxima com o governo,

as empresas vêm percebendo a necessidade de sua presença e comunicação com

os gestores de nosso país. Neste âmbito, o Relações Públicas auxilia de uma forma

eficiente, onde Lattimore et al (2012) consideram que a função do profissional na

relação com o governo serve para chegar a um entendimento mútuo entre as

agências e os públicos, auxiliando a definir e atingir programas do governo, tendo

por objetivo estabelecer confiança entre cidadão e governo.

O recurso mais utilizado para auxiliar neste diálogo é o Lobbying. Marcondes

Neto (2015, p.74) define como “atividade exercida junto a parlamentares com o

objetivo de influenciá-los diante de uma votação legal”, ou seja, o profissional

esclarece e convence as autoridades do ponto de vista de seus clientes.

Uma das relações mais importantes para uma boa imagem empresarial está

relacionada com a mídia, função esta conhecida como assessoria de imprensa.

Conforme Lloyd (1995), essa atividade, é a relação entre os Relações Públicas e os

jornalistas, podendo ser também a relação com pessoas da mídia. Por meios como

o release, press-kit e e-mails, se facilita a divulgação de notícias favoráveis a

respeito da organização. Farias (2011, p. 113), pontua que “a função do profissional

não é ‘criar’ notícias, mas ser um analista e observador da realidade”, otimizando

assim o relacionamento com a imprensa, uniformizando as mensagens da empresa

e zelando pela coerência dos dados divulgados.

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Outro fator que se deve estar atento é o gerenciamento de crise. Marcondes

Neto (2015) conceitua a gestão de crises de imagem pública, que diz respeito a uma

situação à qual a empresa se encontra vulnerável, seja por acidentes fatais,

desastres naturais ou por questões financeiras. Quando acontecem situações em

que se põe em risco a integridade da empresa, pode-se utilizar de meios como as

declarações para as mídias, marketing e manual para situações de crise. Marcondes

Neto (2015, p. 96) ressalta que “deve-se trabalhar preventivamente nesse campo,

construindo genuínas relações com a imprensa”, pois nessa situação, a opinião

desse meio, é de grande importância e decisiva para a disseminação de

informações corretas.

Outra forma das instituições se comunicarem com seus públicos é o

patrocínio, que Marcondes Neto (2015) estabelece ser o financiamento de iniciativas

de terceiros, dando visibilidade à empresa e se adequando a atividade patrocinada.

Esses patrocínios podem ser de eventos esportivos e beneficentes, concursos

artísticos, programas de artes visuais, cinema, música, artes cênicas; brindes;

publicação de obras; preservação e restauro de patrimônio histórico. Fortes (2003)

acrescenta que os patrocínios utilizam a “persuasão como forma de vulgarizar um

fato ou acontecimento especial”, se propondo a fomentar e consolidar

relacionamentos.

Por fim, apresentam os eventos, que podem ser divididos em eventos

internos, como datas comemorativas, palestras motivacionais e treinamentos, e

eventos externos, como participação em feiras, convenções, exposições e

organização de eventos diversificados, focados nos clientes. Marcondes Neto (2015)

define os eventos como situações criadas para colocar as pessoas juntas, em

contato direto, onde é necessário investir em criatividade, análise do ambiente,

estudo de públicos e estratégias adequadas. Os eventos utilizam o contato direto

com os públicos para divulgar e disseminar informações. Kunsch (2002, p. 385)

adiciona que um evento “abrange os mais diferentes tipos de realizações, em função

das necessidades das organizações e dos interesses dos públicos envolvidos”.

Todos esses instrumentos são modos diferenciados de disseminar

informações a respeito de uma organização, os quais, bem aplicados e utilizados por

meios de comunicação adequados, tendem a estar de acordo com os objetivos de

Relações Públicas. Penteado (1993) estabelece os seguintes objetivos: desenvolver

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e manter um clima de boa vontade; ajudar e orientar a empresa a agir com o

interesse do público; aumentar a compreensão e aceitação pública; manter os

empregados bem informados; obter boa divulgação dos assuntos de interesse da

empresa.

A seguir apresenta-se um quadro, que esquematiza algumas estratégias que

podem ser utilizadas juntamente com os instrumentos de Relações Públicas. Esse

quadro foi construído a partir do referencial teórico obtido para a construção deste

capítulo, sendo uma junção de conceitos dos autores utilizados para esta pesquisa.

Quadro 01 – Instrumentos e Estratégias de Relações Públicas

INSTRUMENTOS DE RELAÇÕES PÚBLICAS

ESTRATÉGIAS DE RELAÇÕES PÚBLICAS

Mídias Rádio. TV, Jornal, Revista e Cinema

Mídias digitais Site,emails, portais, extranet, blogs, chats, fóruns, podcasts, redes sociais (facebook, instagram), YouTube, Webrádio, WebTV.

Comunicação interna

Jornal interno, mural, Informativo, folhetos, encartes, manuais, mural, painéis, expositores, banners, e-mail, intranet, vídeos internos.

Relações com a comunidade

Reuniões, anúncios em televisão, rádio e jornal local,folhetos e relatórios anuais, boletins, revista, eventos (open house), marketing.

Relações com o Governo

Lobby

INSTRUMENTOS DE RELAÇÕES PÚBLICAS

ESTRATÉGIAS DE RELAÇÕES PÚBLICAS

Relações com a imprensa

Press release, press kit, entrevistas, sugestão de pauta, clipping, fotos.

Gerenciamento de Crise

Mídias sociais, marketing, assessoria de imprensa, declarações, comunicado a imprensa, manual para situações de crise.

Patrocínio Eventos esportivos e beneficientes; dias e semanas criados em adesão a causas ou entidades; manutenção das equipes, concursos artísticos, programas de artes visuais, cinema, musica, artes cênicas; brindes; publicação de obras; preservação e restauro de patrimônio histórico.

(continua)

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Fonte: elaborado pela autora

Sabendo que vivemos em um contexto de inúmeras informações e de meios

de comunicar, percebe-se a importância de se ter um profissional capacitado e

preparado para agir de acordo com cada circunstância, de planejar os fluxos de

comunicação. Conforme Penteado (1993, p.99) “o objetivo das Relações Públicas é

a sintonia dos interesses de todos os públicos ligados a empresa, de uma forma ou

outra”. Para que esses públicos se entendam, o Relações Públicas está apto a

utilizar de instrumentos adequados que irão melhor difundir a imagem de uma

empresa, pessoa ou cidade, unindo os interesses diversos.

O profissional de Relações Públicas, como já mencionado neste trabalho,

pode atuar em diversas áreas. Tendo em vista sua atuação no turismo, ou mais

especificamente na construção e manutenção da imagem de cidades, o próximo

capítulo apresenta um estudo da área do turismo, para entender como o profissional

pode se inserir neste meio.

Eventos

Eventos Internos: datas comemorativas, palestras motivacionais, treinamentos. Eventos externos: participação em feiras, convenções, exposições e organização de eventos diversificados, focados nos clientes.

(conclusão)

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4 TURISMO: CONCEITO, SEGMENTAÇÃO E IMAGEM TURÍSTICA

O turismo no Brasil tem sido uma das áreas que mais cresce, visto que o

país tem tido visibilidade em decorrência dos eventos mundiais que foram realizados

nos últimos anos. Por isso, faz-se necessário ao profissional dessa área estar atento

ao um trabalho elaborado e focado nos potenciais turísticos de cada lugar.

Em razão disso, percebe-se a importância de um profissional de Relações

Públicas inserido neste meio, para melhor gerir as ações turísticas e focar essas

atividades para os públicos em específico. Para isso, foi feito um levantamento neste

capítulo dos dados relacionados ao turismo, bem como das informações sobre a

cidade de Gramado, que é o foco desta pesquisa.

4.1 CONCEITO DE TURISMO

O turismo é um fenômeno praticado desde os primórdios da história, porém

como Relações Públicas, os estudos voltados para a área são muito recentes,

Andrade afirma isso dizendo que:

O turismo é um fenômeno recente como objeto de estudos e, embora antigo como fato socioeconômico e político-cultural são raros e deficientes os estudos da sistemática de sua filosofia e a sua aplicação a diferentes realidades, Os poucos estudos em profundidade destinam-se apenas a análise e a sistematização de aspectos econômicos, cambiais e legais. (ANDRADE, 2002, p. 32).

Segundo o dicionário Aurélio (2008), turismo se refere a "viagem ou

excursão, feita por prazer, a locais que despertam interesse ou o movimento de

turistas". O dicionário online Michaelis (2016) conceitua o Turismo como, “ação ou

efeito de viajar, de visitar outras localidades, que não a de moradia habitual, por

determinado período de tempo, para fins de lazer, entretenimento ou cultura”.

Ambos os conceitos apresentam uma pequena visão do que pode ser o ato de

praticar o turismo.

Lopes (1994) comenta que ligamos o turismo diretamente com o ato de

viajar, estar indo de um lugar ao outro, por diferentes meios de transportes,seja para

passeio ou para negócios, estando interligado diretamente com diversão e

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entretenimento. Tudo o que nos faz sair da rotina, mas também que no faça sair da

cidade onde estamos, ou mesmo da nossa zona de conforto.

Mas existem outros conceitos que definem o turismo e mostram que ele

pode significar muito mais que apenas viajar, podendo ser um movimento de

pessoas, sendo também um fenômeno social e econômico, como explica Moesch:

O turismo é uma combinação complexa de inter-relacionamentos entre produção e serviços, em cuja composição integram-se uma prática social com base cultural, com herança histórica, a um meio ambiente, cartografia natural, relações sociais de hospitalidade, troca de informações interculturais. (MOESCH, 2002, p.9).

Percebemos, assim, que o turismo vai além de uma mera distração, ele

possui uma importância muito grande, ao proporcionar a todos uma harmonização,

visto que faz com que indivíduos de culturas diferentes se relacionem, como ressalta

Ignarra em sua explicação:

Turismo é uma combinação de atividades, serviços e indústrias que se relacionam com a realização de uma viagem: transportes, alojamento, serviços de alimentação, lojas, espetáculos, instalações para atividades diversas e outros serviços receptivos disponíveis para os indivíduos ou grupos que viajam para fora de casa. O turismo engloba todos os prestadores de serviços para os visitantes ou para os relacionados com eles. (IGNARRA, 2003, p.14).

O turismo engloba bem mais que passeios, pois possui uma série de fatores

que vão desde os culturais até os econômicos, considerados hoje de grande

importância para o país, já que faz com que pessoas se relacionem e conheçam

outras localidades. A Organização Mundial do Turismo (OMT) explica que “O turismo

é um fenômeno social, cultural e econômico que implica o deslocamento de pessoas

para países ou lugares fora do seu ambiente habitual para fins pessoais ou de

negócios / profissional”, o que abrange várias formas de turismo, variando de acordo

com o interesse de cada pessoa, o que veremos mais adiante.

Turismo não é somente o momento em que viajamos, mas também quando

buscamos conhecer novas culturas e interagimos com estas. Nota-se assim que o

turismo somente acontece com o sujeito escolhido, o turista, o qual abordaremos a

seguir.

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4.2 CONCEITO DE TURISTA

O turista é o consumidor que potencializa a economia no setor de turismo,

sendo de suma importância para que os serviços turísticos sejam executados. A

Organização Mundial do Turismo (OMT) explica que todos aqueles que se deslocam

de sua localidade para outras cidades, regiões ou países são considerados

visitantes, chamados também de turistas ou excursionistas.

Porém há uma distinção entre turista, excursionista e visitante. Segundo

Ignarra há uma diferenciação entre aqueles que apenas passam por um local e

aqueles que se instalam rapidamente, por uma noite neste mesmo lugar:

Quando o visitante não pernoita em uma localidade turística, ele é tido excursionista. Aquele que viaja e permanece menos de 24 horas em um local que não seja o de sua residência fixa ou habitual, com as mesmas finalidades que caracterizam os turistas, mas sem nele passar a noite, é considerado excursionista ou turista de um dia. (IGNARRA, 2003, p. 14).

Pode-ser visto que os excursionistas são indivíduos que permanecem

menos que um dia fora do local em que reside, mas sem pernoitar. Com a finalidade

de recreio, esporte, saúde, motivos familiares, estudos, peregrinação religiosa ou

negócio. Não havendo assim consumo suficiente para dar um retorno financeiro ao

turismo daquele local.

O Turista, segundo Ignarra (2003) é todo aquele que passa mais de 24 horas

em uma localidade, que não seja a sua, com a finalidade de turismo, entre outras

atividades ligadas, mas sem a intenção de se instalar naquele local. Nesse caso,

havendo consumo maior e selecionado que auxiliam no crescimento turístico do

destino.

Pode-se entender então que turista é toda pessoa que viaja na intenção de

obter conhecimento, ter entretenimento e buscar diversão, distração e descanso, ou

mesmo para a quebra da rotina, mas que também pode estar em busca de eventos

esportivos, religiosos, de interesse individual ou para negócios. Para cada interesse

em específico, existe uma segmentação para este indivíduo, que direciona as suas

atividades para cada público distinto, de acordo com suas necessidades e desejos.

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4.3 SEGMENTAÇÃO DO TURISMO

Cada turista possui uma motivação para viajar e, para o turismo, é

importante identificar os motivos dessa viagem, podendo melhor atender essa

demanda e direcionar os seus trabalhos para os públicos certos. Essas inúmeras

motivações existem, segundo Andrade (2002, p.60), em função “da diversidade de

modos de educação, da desigualdade de níveis pessoais, grupais e do próprio poder

aquisitivo, além da diversificação etária, das oportunidades e das necessidades

atendíveis”. Estes fatores podem ser classificados em uma série de segmentos, seja

no aspecto pessoal, econômico ou cultural.

O Ministério do Turismo, tomando como base o conceito adotado pela

Organização Mundial do Turismo (OMT) nos explica a segmentação do turismo da

seguinte forma:

A segmentação é entendida como uma forma de organizar o turismo para fins de planejamento, gestão e mercado. Os segmentos turísticos podem ser estabelecidos a partir dos elementos de identidade da oferta e também das características e variáveis da demanda. (OMT, 2016).

Ainda de acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT), a

segmentação pode estar de acordo com o que uma localidade pode oferecer e suas

tradições, como: agropecuária, pesca, esporte, manifestações culturais,

manifestações de fé. Também pode ter relação com aspectos geográficos,

históricos, arquitetônicos, urbanísticos, sociais. Ou, ainda, com serviços e infra-

estrutura oferecida pelo local como de saúde, de educação, de eventos, de

hospedagem, de lazer.

A segmentação do turismo pode, então, ser compreendida como uma forma

de entender as tendências de mercado, se adaptando a cada necessidade, desejo e

preferência dos turistas, identificando grupos, para criar roteiros e estruturas para

melhor atendê-los. Tomando por base a análise feita pelo Ministério do Turismo

(OMT), pode-se classificar os segmentos de Turismo como: turismo social,

ecoturismo, turismo cultural, turismo de estudos e intercâmbio, turismo de esportes,

turismo de pesca, turismo náutico, turismo de aventura, turismo de sol e praia,

turismo de negócios e eventos, turismo rural e turismo de saúde.

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Essa segmentação de mercado, segundo Milone (2000, p.30) “vai

determinar o mercado-alvo que será o futuro objetivo do esforço de marketing”.

Então, quanto mais se conhecer das características do mercado, mais eficiente será

as técnicas aplicadas. Além dos tipos de segmentação existem também as

características geográficas, que podem estimular ou não o turista. Segundo Milone

(2000), estas segmentações podem ser dividas em: segmentação geográfica

(urbanização, tamanho da população, atrativos naturais e artificiais, clima, etc.);

segmentação demográfica (faixa etária, sexo, ocupação, profissão, ração, religião,

interesse, etc.); segmentação psicográfica (descanso, negócios, saúde, estudos,

cultura, etc.); segmentação econômica (renda dos indivíduos); e segmentação social

(educação, profissão, ou seja, status que ocupa).

Middleton (2002.p.117) afirma que a segmentação tem por finalidade

“facilitar o marketing eficaz em termos de custo através da formulação, promoção e

entrega de produtos destinados a um fim que atendem as necessidades

identificadas de grupos-alvo”, atingindo com maior eficácia os objetivos que os

destinos desejam atingir.

Entretanto é bom ter em vista todas as outras facilidades oferecidas ao

turista além daquelas propiciadas pelas segmentações, como preços, agilidade,

segurança, confiabilidade, entre tantos outros itens que fazem aquele local possuir

credibilidade. Para isso o Ministério do Turismo (OMT), classifica as cidades ou

regiões em destinos ou polos turísticos, tendo em base se estas localidades

preenchem os seus pré-requisitos. Estando Gramado, a qual é foco desta pesquisa,

classificada como um dos principais polos turísticos do Rio Grande do Sul.

4.4 DESTINOS E POLOS TURÍSTICOS

Para que estas formas de turismo possam acontecer, existem alguns

elementos fundamentais, sendo um deles a destinação turística, que se refere ao

local para o qual este turista irá se deslocar. Estes locais são classificados por sua

amplitude, podendo citar entre eles, os que mais se identificam dentro desta

pesquisa, que são: centro turístico, área turística, zona turística, pólo turístico.

Ignarra explica cada um desses elementos:

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1) Centro turístico - é um aglomerado urbano que tem dentro de seu território ou no seu raio de influência atrativos turísticos capazes de motivar uma visitação turística.

2) Área turística – é um território circudante a um centro turístico que contém vários atrativos e estrutura de transportes e comunicação entre estes vários elementos e o centro.

3) Zona turística – é um território mais amplo que congrega mais de um centro turístico.

4) Pólo turístico – é o ponto central de uma área ou zona turística, a partir do qual o desenvolvimento turístico se faz. Trata- se, pois, do centro turístico mais equipado com infra- estrutura turística, que tem o papel de atrair fluxos turísticos e a partir dele irradiá-los por toda a região eu o circunda. (IGNARRA, 2003, p. 19 e 20).

Constata-se, assim, que para ser considerado um destino turístico ou um

polo turístico, existem alguns elementos básicos que devem ser oferecidos aos

turistas, podendo ser esses naturais ou artificiais, considerados fundamentais no

desenvolvimento turístico daquela região.

Os elementos naturais, para Aguiar (2002, p. 69), se constituem de “corpos

de água, as belezas naturais, o clima, a configuração física, a fauna e a flora”. Já

para Andrade (2002, p.102), a oferta turística natural é composta “de recursos em

cuja criação não houve interferência humana direta ou indireta, nem seu concurso

para configuração e capacitação deles”.

No que diz respeito à categoria de elementos artificiais, Aguiar (2002, p. 70)

expõe que eles podem ser divididos em várias classes, possuindo subdivisões, “a

primeira, incluindo os aspectos históricos, culturais e religiosos, a segunda, a

infraestrutura, e a terceira, as vias de acesso”.

As vias de acesso, segundo o Código Brasileiro de Transito (CTB), dizem

respeito: às vias urbanas, como ruas, avenidas ou caminhos abertos a circulação

pública; às vias de transporte rápido (limite 80 km), onde não há circulação de

pedestres e que não possuem retornos ou semáforos; vias de transporte arteriais

(limite 60 km), controladas por semáforos e que dão acesso entre as regiões da

cidade; vias coletoras(limite 40km), que distribuem o trânsito nas entradas e saídas

de transito rápido ou lateral; e vias locais (limite 30km), de acesso local e restrito.

Para Andrade (2002, p. 106) os elementos naturais são o “conjunto de

adaptações de recursos naturais, de obras criadas pelo homem, de serviços e de

atitudes que colaboram com a natureza, imitando-a”. Dentro destes atrativos

artificiais existem algumas especificações que devem ser levadas em consideração,

sendo ressaltadas aqui as explicações de Aguiar (2002), que lista cada item como:

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a) histórico, cultural e religioso: festas típicas; lugares históricos; exposições

culturais; feiras de artesanatos; feiras de exposição industrial; exposição

agropecuária; leilōes; centros científicos e técnicos; música, dança e

comida típica; folclore; ruínas; museus; esportes; manifestações

religiosas.

b) infraestrutura: alimentos (bares, restaurantes, lanchonetes, cafés);

alojamento (hotéis, motéis, pensões, acampamentos, albergues, colônia

de férias, quartos em residências); entretenimento (cassinos, cinemas e

teatros, estádios para esportes, clubes noturnos, centro de convenções).

c) Vias de acesso: aquáticas (barcos, navios, balsas, aircrafts); terrestre

(ônibus, automóveis, trens); área (aviões de carreiras e particulares,

helicópteros). Tendo possuindo nesta categoria os aeroportos, portos

marítimos fluviais, estações de trem, metro e rodoviárias.

Estes elementos são indispensáveis para se ter um bom receptivo, sendo

eles determinantes para o sucesso daquele local na área do turismo. Andrade (2002,

p. 111) indica que “são valores capazes de atrair ou de afastar os turistas, de

valorizar ou de desvalorizar o próprio patrimônio social turístico que o núcleo

apresenta”. Toda essa diversificação será levada em conta no momento de escolha

do local, pois quanto mais atrações e infraestrutura disponíveis, mais atrativo será

aquele lugar.

O conjunto de uma segmentação bem definida, juntamente com a inserção

de cidades reconhecidas como polos ou destinos turísticos, nos apresentam uma

série de instruções de como podemos construir uma imagem turística, a qual será

pautada da identidade de cada local.

4.5 IMAGEM TURÍSTICA

Diferente das organizações, os destinos turísticos conforme Ruschman

(1990) trabalham com um produto intangível, chamado produto turístico, que são as

atrações, facilidades, vias e meios de acesso, infraestrutura, alojamentos e serviços

prestados oferecidos ao turista. Como vimos nos títulos anteriores, quando uma

cidade possui estes elementos, se torna um polo turístico.

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Esse produto oferece experiências e, consequentemente, elas colaboram na

formação da imagem daquele lugar. Nesse contexto, Kotler (2005, p.183) explica

que imagem turística “é um conjunto de atributos formados por crenças, ideias e

impressões que as pessoas têm deste lugar”, onde cada pessoa possui uma

percepção individual e única daquele local.

A imagem de uma localidade turística, segundo Ignarra (2003) se forma a

partir da soma das impressões que o turista teve a cada experiência vivida, podendo

ser também baseada e construída a partir de conteúdos existentes sobre aquele

lugar, ou por meio de informações obtidas por pessoas que já estiveram como

turistas naquela cidade.

Quando acontecem situações que o indivíduo não conheceu e nem viveu

aquela situação, mas mesmo assim possui uma opinião a respeito, é onde se cria o

estereótipo, que Kotler (2005, p.183) delimita como “uma crença amplamente

difundida, muitas vezes distorcida, simplista e profundamente arraigada”. Percebe-se

que não necessariamente precisa-se ter utilizado de todo produto turístico para se

ter uma opinião sobre o destino.

Tendo em vista que a imagem turística de um lugar pode ter um impacto

negativo ou positivo em uma pessoa, se faz necessário utilizar de ações e

instrumentos que deixem sobressair às qualidades que aquela localidade possui,

bem como as suas potencialidades.

4.6 RELAÇÕES PÚBLICAS NO TURISMO

Como já mencionado no capítulo anterior, o Relações Públicas é um

profissional dinâmico, que pode estar inserido nas mais diversas áreas, inclusive no

setor de turismo, trabalhando e auxiliando na comunicação entre o destino turístico e

os turistas que possam ter interesse no local.

A comunicação no turismo, conforme Ruschmann (1990) deve ser formulada

de acordo com a natureza do produto que na grande maioria das vezes é comercial.

Percebe-se então que, assim como nas organizações, os locais turísticos também

devem se planejar e possuir metas e estratégias para atingir o seu público-alvo.

De acordo com a OMT – Organização Mundial do Turismo, os destinos

turísticos devem seguir as seguintes metas: “aumentar o fluxo de turistas, obter

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fidelidade, e aumentar o tempo de permanência destes turistas no local”,

promovendo assim o zelo da imagem e a divulgação de todas as possibilidades de

recreação e entretenimento, por meio de ações promocionais e publicitárias.

Assim o Relações Públicas se insere no turismo, promovendo ações que

possam influenciar os compradores. Segundo Middleton (2002, p.257), essa

intervenção, “permite que os negócios atinjam as pessoas em casa ou em outros

locais, longe dos locais de produção ou entrega, e comuniquem a elas mensagens

que visam influenciar seu comportamento de compra”. Tendo propósitos específicos

nesta área. Segundo Carrasco, o objetivo do profissional no turismo deve ser:

Estabelecer, através de um esforço deliberado, planejado e continuo, um clima de compreensão e de confiança mutuas, entre uma organização e o público, permitindo que a atividade turística se processe de forma harmoniosa e num ambiente favorável. (CARRASCO apud RUSCHMANN, 1990, p.47).

É preciso estar sempre atento às necessidades do público visitante,

construindo relações efetivas com a comunidade e os influenciadores de

comunicação, promovendo assim confiança entre os públicos e o prestador de

serviço. De acordo com Middleton (2002, p.270), o profissional deve “olhar

internamente para a organização a fim de garantir a credibilidade antes, de procurar

aumentar a conscientização externamente”, possuindo assim à função de preservar

e favorecer a reputação daquela cidade.

Para manter a imagem deste destino turístico, como nas organizações, se

faz necessário utilizar de estratégias adequadas, como as empregadas pelo

profissional de Relações Públicas. Reforçando essa idéia, será apresentado a seguir

um quadro formulado por Middleton (2002), onde são estabelecidos os tipos de

atividades que os Relações Públicas podem exercer em viagens e turismo e que

coincidem com as informações prestadas no capítulo anterior.

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Quadro 02 - Tipos de atividades de Relações Públicas em viagens e turismo

ATIVIDADES DE RELAÇÕES PÚBLICAS APLICAÇÃO AO TURISMO

Escrita e edição Press release e artigos para editores, relatórios

anuais, relatórios de acionistas, informativos e

revistas internas, scripts de filmes e vídeos,

pacotes para imprensa.

Elaboração de press releases Listas de endereços e bancos de dados de

contatos da mídia, relacionamento com a mídia.

Discursos em público Reuniões, apresentações, participação em

palanques, discursos após o jantar, documento

de seminários, entrevistas em televisão e rádio,

eventos da comunidade.

Treinamento, instruções e conselhos a

executivos

Na condução de entrevistas na mídia para todos

os tipos de mídias.

Lançamento para imprensa e coletivas com a

imprensa

Anúncio de novos produtos, mudanças ou

otimizações, lançamentos de brochuras ou

campanhas publicitárias, publicações e relatórios

anuais.

Fotografia Fotografias e em estúdio e escolha de locais

para fotos, manutenção da biblioteca fotográfica,

sessões de fotos.

Lobby e persuasão Entidades reguladoras e governamentais em

nível local, nacional e internacional, como

abolição da cobrança de impostos, impostos

sobre turistas, controle de visto, políticas e leis

desfavoráveis. Às vezes em oposição a

concorrência, às vezes em colaboração para o

bem geral da indústria.

Gerenciamento de eventos Eventos representados, em torno dos quais e

elaborada uma historia de interesse da mídia;

eventos de premiações, baseados em esquemas

de motivação de funcionários ou em programas

ambientais; celebrações, como jubileus ou o

milênio; aparições de personalidades;

lançamentos de produtos para diretores de cena.

Visitas aos produtos Aberto para o público em geral, viagens de

familiarização para distribuidores, visita de

produtos para jornalistas.

(continua)

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ATIVIDADES DE RELAÇÕES PÚBLICAS APLICAÇÃO AO TURISMO

Exposições e feiras de negócio Planejamento e execução de exposições,

presença em conferencias e feiras de negócios.

Identidade corporativa Incluindo a identidade gráfica corporativa – de

cartões de visita a sinalizações no local; design

do logotipo.

Programas de patrocínio Produção de pacotes para atrair patrocinadores

potenciais, além da formação de seu próprio

programa de patrocínio.

Colocação do produto Apresentação da organização ou do destino em

filmes, televisão e vídeo.

Gerenciamento de crises Desenvolvimento de possíveis cenários de crises

e treinamento das habilidades relevantes,

Tratamento de eventos negativos na medida em

que ocorrem.

Fonte: adaptado de Middleton (2002)

Como visto no capítulo anterior, os instrumentos de Relações Públicas,

como release, press releases, coletiva de imprensa, fotografia, lobby, gerenciamento

de eventos, exposições e feiras, patrocínio e gerenciamento de crise, vão sendo

adaptados conforme necessidade do setor do turismo e auxiliam para que aja uma

interação com os públicos que se quer atingir.

Nota- se, então, que o Relações Públicas contribui com o setor de turismo

por meio de suas estratégias e ações. Ruschmann (1990, p.52) afirma que esse

profissional “tem sua razão de ser, no fato de conseguir que o público, tenha uma

opinião favorável acerca da empresa ou do núcleo turístico”, propagando a imagem

de um destino e promovendo a confiança no seu público, fazendo-o crer que está

fazendo a escolha certa.

No capitulo seguinte, será abordado informações sobre a cidade de

Gramado-RS, a qual serviu de fonte de estudo, e que sendo um destino turístico,

pode proporcionar maiores referências quanto à atuação do profissional de Relações

Públicas no turismo.

(conclusão)

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5 A CIDADE DE GRAMADO: HISTÓRIA E RECONHECIMENTO

Neste capítulo será apresentado um breve histórico de Gramado, assim

como um levantamento de dados socioeconômicos da cidade e informações

referentes ao turismo, contextualizando e mostrando através destes levantamentos

os motivos que levaram o município se tornar um dos destinos mais procurados

pelos turistas.

5.1 HISTÓRIA DA CIDADE DE GRAMADO

A cidade de Gramado, no fim do século XIX, segundo Pizzetta (1973), servia

de local de passagem para descendentes de açorianos e para tropeiros que

tocavam o gado pelos campos de cima da Serra. Ao chegarem ao topo da Serra,

tanto tropeiros quanto imigrantes encontravam um pequeno campo de grama macia

e verde que servia de repouso e revigorava suas forças. Esse gramado, segundo

alguns, foi responsável pelo batismo da cidade. Há outros que acreditam que a

origem do nome da cidade se deva ao acesso do Vale dos Sinos a Serra, pela Serra

Grande, que inspirava muito cuidado na travessia e era chamado de Gramado

A colonização foi iniciada por imigrantes lusos, em 1875, seguida pelos

alemães, cinco anos mais tarde e ainda por imigrantes italianos, vindos de Caxias do

Sul, que faz divisa com Gramado. Daros (2008) relata a chegada da família Trentin,

por exemplo, na Tapera (hoje, interior de Gramado), em 1894. Esses imigrantes

trouxeram seus costumes para Gramado, como seus hábitos de trabalho, religião,

gastronomia e cultura.

Enquanto vilarejo, Gramado ia tomando forma e tamanho, tornando-se

conhecida por suas belezas naturais. No século XX, o principal atrativo era a

natureza, e as várias cascatas existentes, entre elas as mais famosas como a

cascata Véu de Noiva, a do Narciso, Pinheiro e do Caracol (localizada na cidade

vizinha Canela), que trouxe os visitantes ou veranistas que vinham na época do

verão, para se hospedar na cidade.

Em 1918, começavam a funcionar os primeiros serviços de hotelaria do

local. Daros (2000) comenta que o primeiro empreendimento do setor a se instalar

foi o Hotel Bertollucci, surgindo logo após o Hotel Fisch, Candiago e Sperb. Em

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1921, chega à cidade a linha de trem, intensificando a vinda de veranistas, já que

facilitou o transporte até a localidade, e esses buscavam conhecer a tão famosa

natureza e gastronomia do local.

Casagrande (2006) explica que Gramado era um distrito do município de

Taquara. Porém, após muitas manifestações da comunidade para se tornar

independente, foi desmembrado de Taquara e São Sebastião do Caí em 15 de

dezembro de 1954, tornando-se município, pela lei 2.522. A partir de sua

emancipação, o então prefeito Walter Bertoluci, juntamente com seu amigo Oscar

Knorr, tiveram a ideia de criar um evento que trouxesse a cidade pessoas que

ficassem por mais tempo e não apenas na época do verão. Foi em 1958, que

ocorreu a primeira edição da “Festa das Hortênsias”, que Knorr (2002) considera

como um ponto que direcionou a cidade para atrativos turísticos, e que passou,

através da imprensa, a ter força como uma cidade turística. A segunda edição da

festa ocorreu em 1961, ano em que foi fundado o Conselho Municipal de Turismo de

Gramado.

Passa-se então a criar eventos não somente no verão, mas também no

inverno, para mudar a sanzonialidade que ocorria, por haver um calendário voltado

apenas para uma época do ano. Diferenciando-se assim das outras regiões que

ofereciam praia e calor, em contrapartida a cidade oferecia frio e neve. Ao longo dos

anos, a infraestrutura de hotéis e pousadas foi se adaptando para melhor receber

estes clientes. Também foram criados eventos durante o ano todo, o que

proporcionou um maior fluxo de turistas.

Segundo Daros (2008), o artesanato também teve ação determinante na

história de Gramado. Em 1965, por iniciativa de Elisabeth Rosenfeldt, houve o início

do chamado artesanato gramadense, que consistiam em trabalhos artesanais em

móveis, tapetes, tapeçarias de parede, objetos de decoração, pintura, etc.

Em 1966, Elisabeth cria uma peça conhecida como “deus do humor”. Depois

de um tempo, foram feitas réplicas e doadas a visitantes ilustres, até se tornar o

símbolo do artesanato de Gramado em 1967 e então ser denominado Kikito, em

1973, e instituído como objeto de premiação no Festival de Cinema de Gramado.

Gramado também teve destaque na área da malharia, quando Annelies

Rosenfeldt Bertolucci, pensando em aumentar a renda familiar, comprou uma

maquina alemã para tecer linhas, e juntamente com senhoras da cidade, começou a

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fabricar malhas feitas totalmente a mão, dando origem à primeira malharia de

Gramado, a então chamada Annerose, em 01 de novembro de 1966.

Em questão de pontos turísticos, segundo Behrend (1999) deve-se destacar

Leopoldo Rosenfeldt, que criou em 1937, obras como o Lago Negro, Lago Joaquina

Rita Bier, Parque Hotel, etc. Daros (2008) afirma que foram criados justamente para

serem lugares onde os turistas teriam parada obrigatória. Também foi o primeiro a

criar um roteiro turístico da cidade chamado Gramado, Maravilha de Veraneio.

Na área da arquitetura e paisagismo, o nome que se destacou foi Oscar

Knorr, por ser um apreciador da famosa flor de hortênsia, o qual incentivou o cultivo

em grande quantidade ao chegar à cidade. Knorr construiu sua casa em estilo

bávaro, situada onde hoje se encontra um dos principais pontos turísticos de

Gramado, o Parque Knorr, hoje chamada de Parque do Papai Noel e que serviu de

referência para as demais construções feitas a partir daquela época.

Na gastronomia, se destaca o tão famoso Café Colonial que era um simples

café oferecido pelos moradores do interior para os seus visitantes e que em 1973, se

tornou um restaurante inaugurado por James Prawer, local chamado de Café

Colonial Bela Vista, existente até os dias de hoje. Além da ideia de comidas típicas,

James trouxe à Gramado a fabricação do chocolate caseiro, inaugurando à primeira

fábrica chamada Prawer em 1974 (ainda existente). Sua iniciativa inspirou mais

pessoas e tornou a cidade de Gramado conhecida pelo seu saboroso chocolate.

Em 1986, depois de uma viagem à Disney, Luciano Peccin, que na época

era Secretário de Turismo, vendo como eram as decorações nos Estados Unidos na

época de Natal, teve a idéia de implantar em Gramado as luzes e decorações nas

casas da cidade. Foi quando se inaugurou o 1º Natal Luz, que fez parte da

programação da 12º Festa das Hortênsias. No ano seguinte, o Natal Luz passou a

ser um evento independente, pelo sucesso que tivera feito.

O primeiro Natal Luz, foi feito no dia 27 de dezembro de 1986, com uma

caminhada com mais de 700 pessoas saindo do Lago Joaquina Rita Bier até Largo

da Igreja Matriz São Pedro, entoando cânticos natalinos, iluminado o caminho com

velas. Para completar a noite o concerto e o público de aproximadamente cinco mil

pessoas entoaram clássicos natalinos como Noite Feliz, Jingle Bells e Aleluia. Entre

as músicas, uma pausa para lindas poesias. O encerramento foi realizado com show

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de fogos de artifício. O evento ocorre até os dias atuais, sempre se modificando e se

atualizando e é um dos principais motivadores à vinda dos turistas a Gramado.

Em 1969, juntamente com a Festa das Hortênsias, e a Fearte (feira de

artesanato, hoje conhecida como Festa da Colônia), realizou-se uma Mostra de

Cinema, que trouxe artistas famosos da época. O sucesso foi tanto que em janeiro

de 1973 aconteceu o 1° Festival de Cinema de Gramado, que incentivou o cinema

nacional, transformando-se no maior evento cinematográfico da América Latina.

Esse evento ocorre até hoje, porém no mês de agosto e com uma proporção menor

do que nos anos anteriores.

Todas as informações citadas acima constam em documentos fornecidos

pela prefeitura de Gramado e contemplam o histórico da cidade, constituindo-se em

um resumo de como ocorreram os principais fatos. Nos dias atuais, a cidade de

Gramado cresce a cada dia no âmbito do turismo, mas também nas outras áreas

que se referem à comunidade. Mantém as festas típicas acima citadas, além de

outras criadas ao longo dos anos como citado no site oficial do turismo: Estação

Gramado, Festival de Cinema de Gramado, Festival de Cultura e Gastronomia de

Gramado, Natal Luz de Gramado, Gramado In Concert: Festival Internacional de

Musica, Páscoa em Gramado/ Gramado Aleluia e Festa da Colônia.

5.2 DADOS SOCIOECONÔMICOS DA CIDADE DE GRAMADO

Gramado fica situada na encosta inferior no nordeste do Rio Grande do Sul,

mais conhecida como a região da serra ou Região das Hortênsias. Fica a 120 km do

aeroporto da capital Porto Alegre e 70 km do aeroporto de Caxias do Sul. O Acesso

à cidade é apenas rodoviário, através das rodovias BR-116, RS-235 e RS- 373. Faz

divisa com Caxias do Sul (ao norte), Três Coroas (ao sul), Canela (a leste), Nova

Petrópolis e Santa Maria do Herval (a oeste).

A cidade possui uma população estimada de 34.605 habitantes, estando

estes divididos em 29.013 pessoas que habitam a zona urbana e 3.260 pessoas que

habitam a zona rural da cidade, segundo dados do IBGE (2015). Está em uma

altitude de 855m em relação ao nível do mar, com uma área territorial de 237,827

Km, e densidade demográfica de 135,70 km.

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De acordo com o site local da cidade, Gramado Tur (2016), a cidade possui

uma economia voltada ao turismo (90% de sua receita é proveniente da atividade

turística), a cidade recebe, anualmente, cerca de seis milhões de turistas. O

percentual restante da economia, ou seja, os outros 10%, é dividido entre indústrias,

comércio e agroindústrias, segundo dados coletados do site da Prefeitura de

Gramado. Existem mais de 100 indústrias no setor de móveis, 19 fábricas de

chocolates, dezenas de malharias e outras centenas de empresas que trabalham

na construção civil – um dos setores mais rentáveis do município.

A agroindústria emprega famílias inteiras em mais de 70 empresas

artesanais ou semi-artesanais que produzem mel, geléia, vinho, queijo, graspa, pão

caseiro e cuca. A parte do comércio conta com diversas lojas de artes, artesanato,

calçados e bolsas, casa e decoração, chocolate caseiro, couros e peles, floriculturas,

malharias, móveis, música e vestuário. Destacam-se também os restaurantes.

Conforme informações coletadas do site da prefeitura de Gramado (2016), o

município é governado atualmente pelo Prefeito Nestor Tissot e o vice- prefeito Luia

Barbacovi. A Prefeitura conta com nove secretarias, sendo elas: Administração;

Agricultura; Fazenda; Cidadania e Assistência Social; Cultura; Educação; Saúde;

Trânsito e Mobilidade Urbana; e Turismo, da qual a atual secretaria é Rosa Helena

Vollk.

A câmara de vereadores é formada por nove vereadores, e está composta

da seguinte forma: uma cadeira do Partido Republicano Brasileiro (PRB); uma

cadeira do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB); cinco cadeiras

do Partido Progressista (PP) e duas cadeiras do Partido do Movimento Democrático

Brasileiro (PMDB). O Fórum da Comarca é o representante do poder judiciário em

Gramado.

5.3 TURISMO EM GRAMADO

Como visto no histórico da cidade de Gramado, o turismo se iniciou cedo em

função da beleza natural do local, e foi se intensificando com os anos, pelas

iniciativas dos gestores e comunidade em embelezar e solidificar a cidade como um

ponto turístico. Consequentemente, o município foi escolhido pelo Governo Federal

em 2010 como um dos 65 Destinos Indutores do desenvolvimento turístico do país,

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segundo informações fornecidas pela Prefeitura da cidade, o que mostra a

competitividade e a qualidade dos serviços prestados.

Ainda segundo informações fornecidas pela Prefeitura de Gramado (2016) a

localidade faz parte do seleto grupo de cidades do Brasil que recebe de forma

prioritária investimentos financeiros e técnicos do Ministério do Turismo. Os

investimentos são direcionados na qualificação, no treinamento e na estrutura, com

vistas à preparação para a internacionalização do turismo. O município foi

selecionado por possuir infraestrutura básica e turística, além de ter atrativos

qualificados e ser um núcleo receptor e distribuidor de fluxos turísticos.

Com a maior infraestrutura turística do Estado do Rio Grande do Sul,

Gramado oferece 140 bares e restaurantes, capazes de atender 10.000 pessoas

simultaneamente, que servem desde o mais simples até o mais exigente paladar. A

rede hoteleira conta com 143 hotéis e pousadas, albergues, campings e motéis,

disponibilizando em torno de 11.500 leitos e é reconhecida pela excelência dos

serviços prestados, de acordo com indicações do site Convention Bureau.

Segundo informações coletadas do site do turismo (2016), Gramado possui

58 agências de turismo, que atendem desde passeios locais até passeios regionais.

Também conta com 15 locadoras de veículos, que além de locar automóveis,

oferecem o serviço de transporte particular ou para grupos.

O município garante qualidade de vida aos seus moradores e visitantes,

contando com um hospital equipado com UTI e serviço de emergência 24 horas,

SAMU, sete postos de saúde com atendimento gratuito e um serviço de pronto-

atendimento da Unimed. Apresenta baixos índices de criminalidade, o que contribui

para a tranquilidade dos indivíduos que escolhem Gramado para viver ou passear.

Existem duas delegacias da Polícia Civil e o destacamento da Brigada Militar

garante a segurança. Segundo informações fornecidas pela Prefeitura de Gramado,

a Revista Viagem, Gramado ficou em 1° lugar no quesito segurança, entre as

melhores cidades do Brasil para se fazer turismo.

Em relação à cultura, Gramado possui o Centro Municipal de Cultura Várzea

Grande, Cineteatro para 300 espectadores, Biblioteca Municipal Ciro Martins, Museu

Municipal, onde fica exposta a história do Festival de Cinema, Museu Dr. Carlos

Nelz, que possui exposição das peças de artistas locais e ainda o Espaço Cultural

museu do trem.

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Para as atividades profissionais o município conta com dois centros de

eventos, o Gramado Serra Park e o ExpoGramado, que foi recentemente adquirido

pela Prefeitura de Gramado. Juntos, os centros somam 35.000 m² de área e

possuem infraestrutura suficiente para abrigar grandes feiras. Hotéis também

apresentam centros de convenções com equipamentos adequados para a realização

de painéis e debates. Além desses, o Palácio dos Festivais também pode servir de

auditório e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul construiu seu próprio

Centro de Eventos e Treinamentos no município, segundo informações prestadas no

site do turismo de Gramado.

Para gerir toda essa estrutura e o grande fluxo de turismo, Gramado conta

com uma Secretaria de Turismo que atua na promoção do destino e na definição de

políticas orientadas ao setor, juntamente com entidades como o Sindicato de Hotéis

e Restaurantes de Gramado e Região das Hortênsias Convention & Visitors Bureau.

A Secretaria de Turismo de Gramado é dividida em três setores: atrativos, receptivo

e promoção, conforme consta na página eletrônica da Prefeitura Municipal de

Gramado:

1) o setor de atrativos é responsável por “manter, criar e consolidar atrativos

turísticos; melhorar constantemente a infra-estrutura receptiva; promover

e tornar rentável a oferta turística e comercial de Gramado”;

2) o setor receptivo responsabiliza-se pela “administração e coordenação

das Centrais de Atendimento ao turista: Praça Major Nicoletti, Pórticos de

entrada pela cidade de Nova Petrópolis e pelo bairro Várzea Grande,

Rótula das Bandeiras,atendimento e informações ao turista, distribuição

de mapas e folhetos com informações sobre os atrativos turísticos,

levantamentos de dados turísticos através de pesquisa, oferta de hotéis,

pousadas, restaurantes e comércio da cidade,acompanhamento de

convidados e autoridades em visita a Gramado”;

3) o setor de promoção encarrega-se da “difusão da imagem da cidade de

Gramado como destino turístico, sua oferta e os serviços disponíveis,

como entidade promotora da cidade, seguindo as políticas e estratégias

de marketing previamente estabelecidas”.

Gramado dispõe de um roteiro turístico próprio, que foi adaptado para todos

os tipos de turismo, como: Saúde e bem-estar; Gramado - Cidade Criativa; Gramado

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religioso; Tradições Gaúchas; Melhor Idade; Rota dos Chocolates; Gramado para

crianças; Passeios a pé; Rota Cervejeira; Roteiro Tur no Vale; Roteiro Caminhos

Linha Ávila; Roteiro Raízes Coloniais; Roteiro criativo Várzea; Roteiro O quatrilho; e

Roteiro Tur linha bela.

Alguns dos principais pontos turísticos, segundo informações do site do

turismo de Gramado, são os seguintes locais: Pórtico (Entrada via Nova Petrópolis),

Pórtico (entrada via Taquara), Belvedere- Vale do Quilombo, Palácio dos Festivais-

Cine Embaixador, Rua Coberta, Rótula das Bandeiras e Prefeitura Municipal.

Além disso, Gramado conta com 12 parques temáticos, estando entre eles:

Snowland, A Mina, Reino do Chocolate: Caracol Chocolates, Chocolate Prawer,

Mundo do Chocolate, Mini-Mundo, Parque Knorr - Parque do Papai Noel, Le Jardim-

Parque e Lavanda, Alemanha Encantada, Algum lugar, Mundo Encantado, Parque

Gaúcho.

Dispõe de museus como: Museu do Festival de Cinema, Museu do perfume-

Fragam, Museu Gramado- Minerais e pedras preciosas, Super Carros- Dream

Car,Dreamland, Museu Medieval- Brasões e cutelarias em geral, Hollywood Dream

Cars, Harley Motos Show. E como exposição, possui a Cristais de Gramado.

No âmbito de entretenimento, conta com atrações como: Bellepoque,

Espetáculo Korvatunturi, Gramado Golf Club, Kartódromo Tomasini, Kur Estações

das Águas, Paintball Adventure e o Parque Tomasini. Outros atrativos são: Vinícola

Ravanello, Casa Seganfredo, Lago Joaquina Rita Bier, Casa do Colono, Praça Major

Nicoletti, Igreja do Relógio, Igreja São Pedro, Moinho Colonial Cavichion, Casa

Centenária, GramadoZoo, Lago Negro.

Além disso, Gramado recebeu o título de Melhor Destino de inverno pelo site

TripAdvisor quatro vezes consecutivas (2010, 2011, 2012 e 2013) e o título de

Melhor Cidade Turística por duas vezes consecutivas (2011 e 2012). A iniciativa é

da Revista Viagem e Turismo, da Editora Abril.No ano de 2016, a cidade de

Gramado garantiu o segundo lugar no prêmio Travelers' Choice Destinos, que

reconhece os lugares favoritos ao redor do mundo, iniciativa feita pelo site Trip

Advisor, segundo reportagem do caderno ZH viagens.

Por buscar sempre a excelência nos serviços prestados, e capacitar

profissionais, engajando-se em melhorias e projetos que venham em busca de

qualificação, a cidade de Gramado conta com certificações do projeto “Selo de

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Qualidade”, da Agência Nacional de Vigilância em Saúde- ANVISA, que certifica

empreendimentos que estejam em dia com as normas técnicas sanitárias, tendo

como meta principal evitar as DTA's - Doenças transmissíveis por alimentos.

Esses títulos, dentre tantos outros que Gramado tem colecionado ao longo

de sua trajetória, assim como os dados que nos mostram a sua infraestrutura e alta

qualidade no atendimento aos visitantes que vem à cidade, levam a uma percepção

e um modelo de como se deve agir para que o turismo seja à base da economia do

local, trazendo benefícios para a região e para todos os públicos envolvidos.

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6 ANÁLISE DOS DADOS

Este capítulo irá abordar a aplicação dos questionários, por meio de tópicos,

cada um relacionado às questões pertencentes à pesquisa de campo. Cada tópico,

por sua vez, contém a pergunta que consta no questionário, as respostas dos

entrevistados e uma análise dos resultados.

6.1 RELATO DAS ENTREVISTAS

Para a realização desta pesquisa, foi elaborado um questionário estruturado,

com dez perguntas abertas e fechadas. Com questões relacionadas à imagem de

Gramado-RS, as estratégias de comunicação utilizadas para a divulgação da cidade

e a importância, no ponto de vista dos entrevistados, sobre a atuação do Relações

Públicas no turismo.

Após a confirmação dos participantes e construção do questionário, foram

então realizadas as entrevistas. Quatro pessoas foram entrevistadas pessoalmente,

onde a autora perguntou oralmente e gravou suas respostas. As outras seis

pessoas, responderam ao questionário via e-mail, pois não possuíam tempo para

receber a pesquisadora. O termo de autorização de uso das informações prestadas

foi assinado e preenchido na ocasião da entrevista. Quem foi entrevistado via

internet encaminhou seus termos com sua assinatura ou autorização no corpo do e-

mail.

Para obter maior diversidade de opiniões, foram selecionadas pessoas que

atuam em diferentes organizações da cidade de Gramado, estando eles inseridos na

Prefeitura Municipal de Gramado, nas agências de turismo da cidade, no comércio,

em pontos turísticos, na organização dos eventos, bem como entidades como a

Convention Bureau.

Os entrevistados foram: uma jornalista que atua na comunicação da

Prefeitura de Gramado; uma Relações Públicas, que cuida da parte de protocolo de

eventos da Prefeitura de Gramado; um gerente de promoção turística, que atua na

secretaria de turismo de Gramado; a secretaria do turismo da Prefeitura de

Gramado; um funcionário de uma agência de turismo, a proprietária de uma loja de

artesanato; um funcionário da Convention Bureau; a gerente da empresa Cristais de

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Gramado, que além de loja, também é considerado um ponto turístico da cidade;

uma professora de turismo, que atua nos eventos de Gramado e Canela, e; uma

promotora de eventos, formada em Turismo e que atua e possui uma empresa de

eventos.

Outras pessoas e entidades foram contatadas, mas as mesmas não se

dispuseram a colaborar com a pesquisa. Depois de concluída a aplicação dos dez

questionários, os dados foram tabulados e analisados.

6.2 RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO

Após realizar a pesquisa de campo os dados foram tabulados. Os resultados

foram analisados e, a partir de conceitos obtidos através da pesquisa bibliográfica,

foi observada a ligação da teoria com a prática. A análise foi feita a partir das

respostas dos participantes.

6.2.1 A percepção sobre a imagem da cidade

A primeira questão dizia respeito a como o entrevistado, por meio de sua

experiência, percebia a imagem que o turista guardava da cidade. Mais do que a

metade dos entrevistados, 70% deles, afirmaram que a cidade é bem vista pela sua

receptividade e sua preparação para receber bem ao turista.

Também citaram características como a arquitetura, parecida com a da

Europa, a segurança e educação dos moradores, o aconchego de uma cidade de

interior, a beleza natural e a limpeza. Além destes itens a Convention Bureau citou a

inovação do local, visto que sempre ao se retornar à cidade se vê algo novo.

Nota-se então que, assim como abordado no referencial teórico, a imagem

de um destino turístico está ligada diretamente com a vivência que aquela pessoa

teve ao conhecer o local. Kotler (2005, p.183) explica que imagem turística “é um

conjunto de atributos formados por crenças, ideias e impressões que as pessoas

têm deste lugar”. A soma das suas experiências em suas viagens que fazem com

que se crie uma imagem positiva ou negativa dos lugares que conheceram.

Para 100% dos entrevistados, a imagem que os turistas possuem de

Gramado é favorável sendo que todos tiveram respostas positivas a respeito do

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assunto, o que demonstra que as ações de comunicação e divulgação beneficiam no

turismo da cidade, unido ao bom atendimento, belezas naturais e arquitetônicas e

seu perfil inovador.

6.2.2 Relações Públicas presente no turismo

A segunda questão estava relacionada com a atuação do Relações Públicas

nos setores do turismo que divulgavam a cidade de Gramado, e quais eram as

tarefas desempenhadas por estas pessoas. Dentre os entrevistados, 90% relataram

que não possuem um profissional formado atuando a frente de sua comunicação.

Apenas a própria Relações Públicas da Prefeitura possui graduação na área e opera

na assessoria de cerimônias e eventos do município.

Porém, os entrevistados comentaram que possuem práticas

comunicacionais, como a agência Brocker, que mencionou a sua preocupação com

as mídias virtuais, sendo rápidos em seus retornos para clientes e na divulgação da

região como um todo, procurando um contato estreito com a comunidade local.

Dentre essas empresas, 50% delas executa, de alguma forma, ações

citadas na pesquisa, desempenhadas pelos profissionais de Relações Públicas,

como por exemplo, o setor de turismo da Prefeitura, que participa de feiras e

convenções levando o nome de Gramado, entrando em contato com as mídias,

fazendo treinamentos para receptores do turismo e cuidando de tudo que diz

respeito à disseminação da imagem da cidade.

Apesar das empresas não possuírem á frente da sua comunicação um

Relações Públicas, elas executam ações que vão ao encontro com os objetivos do

profissional. Para Penteado (1993), os objetivos de um Relações Públicas é

desenvolver e manter um clima de boa vontade; ajudar e orientar a empresa a agir

com o interesse do público; aumentar a compreensão e aceitação pública; manter os

empregados bem informados; obter boa divulgação dos assuntos de interesse da

empresa.

As principais atividades das Relações Públicas estão sendo executadas,

mas nota-se a necessidade de um planejamento que direcione as estratégias para

atingir o seu público alvo e isso só será possível se um profissional capacitado

estiver à frente da comunicação.

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6.2.3 Instrumentos/ações utilizados para a construção da imagem da cidade

A questão número três solicitava que o entrevistado selecionasse os

instrumentos e ações de comunicação, que eram executadas para divulgar a

imagem da cidade, estando entre essas ferramentas: mídias convencionais, mídias

digitais, comunicação interna, relações com a comunidade, comunicação interna,

relações com a imprensa, gerenciamento de crise, patrocínio, eventos internos e

externos.

Os entrevistados da Prefeitura de Gramado, que somavam 40% das

pessoas pesquisadas, responderam que os únicos instrumentos não utilizados eram

os anúncios na televisão e os patrocínios, pois Gramado consegue mídia

espontânea em função dos eventos e não utiliza verba pública para eventos

privados.

A Secretária de Turismo acrescentou ainda alguns itens a esta lista, como a

Blitz do Turismo, que serve para a capacitação de receptores da cidade, como

taxistas e frentistas de postos de gasolina, press trips e ainda um aplicativo turístico

de Gramado em três línguas, que auxilia o turista a encontrar os locais desejados.

Porém, 40% dos entrevistados que faziam parte da comunidade,

responderam que falta comunicação com a comunidade e eventos direcionados para

o público interno. Já a professora de turismo, comenta que a cidade se utiliza

apenas de mídias convencionais e digitais, relacionamento com a imprensa e

organização de eventos externos.

As respostas confirmam que as mesmas ferramentas que o profissional de

Relações Públicas utiliza para promover e divulgar a imagem de uma localidade

estão sendo aplicadas em Gramado. Embora, muitas vezes, elas possuam nomes

diferentes dos citados na pesquisa, a qual aponta nomes técnicos para as ações de

comunicação.

Esses instrumentos são modos de disseminar a informações a respeito do

local e, se bem aplicados, estão de acordo com os objetivos de Relações Públicas.

Esses objetivos segundo Penteado (1993) são: desenvolver e manter um clima de

boa vontade; ajudar e orientar a empresa a agir com o interesse do público;

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aumentar a compreensão e aceitação pública; manter os empregados bem

informados; obter boa divulgação dos assuntos de interesse da empresa.

Notou-se com o questionário, que os órgãos municipais devem estar mais

atentos para a comunicação com a comunidade, estreitando esta relação. Pois 60%

dos pesquisados, entram em acordo que este relacionamento não existe, porém é

de extrema importância, onde Argenti (2011, p.131) comenta que essa comunicação

“constitui o respeito de determinada organização pelos interesses da sociedade”, e

mostra a valorização por tudo que fora feito para o crescimento da cidade.

6.2.4 Ações de Gramado para construir a sua imagem

Na questão número quatro, foi abordado o ponto de vista dos entrevistados

ao que refere ás ações que foram feitas para construir e transformar a cidade de

Gramado, no destino mais procurado pelos brasileiros.

Neste quesito, 40% dos entrevistados, acreditam que essa imagem foi

consolidada através dos anos, com o trabalho feito pelos gestores públicos,

juntamente com a comunidade. A Convention ressalta que a inovação também

auxiliou para chegar aos resultados desejados.

Mais da metade dos entrevistados da comunidade, que somam 30%,

responderam que os eventos foram uma forma de atrair o turista, pois segundo

Kunsch (2002, p. 385) esses eventos, “abrangem os mais diferentes tipos de

realizações, em função das necessidades das organizações e dos interesses dos

públicos envolvidos”. Fazendo assim que houvesse uma maior interação entre

comunidade e visitantes.

O gerente de promoção de turismo ainda acrescentou que o respeito aos

turistas e aos veranistas é de suma importância, pois apesar de passarem apenas

uma temporada na cidade, essas pessoas pagam impostos e contribuem

financeiramente.

As práticas feitas para consolidar a imagem de Gramado, segundo os

participantes, vêm de uma aliança entre a comunidade local e a gestão do

município, que se uniram em busca de inovação e aperfeiçoamento de seus

serviços. Somados aos resultados vindos dos eventos, que hoje são os maiores

atrativos de público para a cidade.

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6.2.5 Estratégias utilizadas pelas empresas para manutenção da imagem de

Gramado

A pergunta número cinco relaciona os estratégias/ações que as empresas

utilizam para se relacionar e conquistar o seu público e tornar ainda melhor a

experiência em Gramado. Entre as ferramentas estavam: divulgação em mídias

convencionais (rádio, televisão, jornal), divulgação em mídias digitais (site, redes

sociais, blogs), relacionamento com a imprensa (release, press kit, clipping, fotos),

patrocínios, eventos internos (datas comemorativas, palestras motivacionais,

treinamentos) e eventos externos (participação em feiras, convenções, exposições e

organização de eventos diversificados, focados nos clientes).

Como visto na questão número três, o único instrumento que a Prefeitura de

Gramado não utiliza são os anúncios pagos na televisão. Porém, cada setor trabalha

com divulgações específicas. Como relata o gerente de promoção do turismo,

afirmando que ao participar de eventos e convenções, não se leva press kit para a

imprensa, por se tratar de uma cidade e não um produto, então se oferece para que

eles visitem o lugar, tendo um acompanhamento de alguém capacitado.

Dos entrevistados, 20% disseram que só não utilizam o patrocínio, 10% não

ocupam as mídias convencionais e eventos internos e os outros 20% utilizam todas

as mídias como forma de divulgar o seu negócio. Essas ferramentas são utilizadas

de acordo com a necessidade de cada empresa. Ruschmann (1990) destaca que a

comunicação no turismo deve ser formulada com foco na natureza do produto e, na

grande maioria das vezes, essa comunicação é comercial. Assim cada organização,

utiliza os meios que melhor lhe favoreçam para mostrar o seu serviço ou produto e

mesmo para divulgar a cidade em um todo.

Podemos concluir que a comunidade, juntamente com a gestão pública em

Gramado, tem a preocupação em manter uma boa imagem perante o turista e está

ciente que, assim como nas organizações, os locais turísticos também podem utilizar

de instrumentos de comunicação para atingir as suas metas e atingir o seu público-

alvo.

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6.2.6 Ações de comunicação utilizadas pelas empresas e entidades de

Gramado

A questão número seis está relacionada com as ações de comunicação

aplicadas pelas entidades do turismo, para a manutenção da sua imagem e também

da cidade. Responderam a entrevista, comerciantes, agência, ponto turístico e

profissionais do mercado de eventos.

A responsável pela loja Cristais de Gramado comentou que a sua forma de

se aproximar do turista é fazer com que ele visite o empreendimento e viva a

experiência de fabricar uma peça de cristal, na técnica de Murano. Já a loja de

artesanato não utiliza nenhuma ação específica.

A Convention Bureau alegou que no seu trabalho há inovação,

comprometimento e satisfação. A Brocker turismo afirma que para divulgar o seu

trabalho participa em feiras e eventos turísticos, possuindo parcerias constantes com

instituições locais como Convention, autarquias municipais e prefeituras,

incentivando e criando grandes ações locais para atração de visitantes.

Dos entrevistados da Prefeitura de Gramado, 40% deles afirmaram que a

cidade possui em suas escolas uma disciplina de turismo, que desde cedo ensina as

crianças sobre o funcionamento de um destino turístico. Inclusive a secretária do

turismo acrescenta que a cidade possui eventos de capacitação para agentes e

operadores de viagens.

Observa-se, assim, que nenhum dos questionados citou ações de

comunicação em suas respostas, apenas instrumentos que são utilizados conforme

a sua necessidade. Com a atuação de um profissional de Relações Publicas nesse

contexto, poderia haver uma intervenção na forma de se relacionar com os clientes.

Segundo Middleton (2002, p.257), essa mediação, “permite que os negócios atinjam

as pessoas em casa ou em outros locais longe dos locais de produção ou entrega, e

comuniquem a elas mensagens que visam influenciar seu comportamento de

compra”. Fazendo assim com que a experiência vivida no local reflita em retorno a

cidade.

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6.2.7 Canais de comunicação usados para manter a imagem de Gramado

Na questão sete, buscou-se saber quais as mídias mais utilizadas para

divulgar a imagem de Gramado, para a comunidade e turistas. Entre as mídias

citadas estavam: rádio, televisão, jornal, revista, site, blogs, redes sociais, You Tube.

Os entrevistados que faziam parte da comunidade de Gramado, que

totalizavam 40% das pessoas, entendem que tanto as mídias digitais, quanto as

convencionais são utilizadas para disseminar a imagem de Gramado. Já os outros

20% relatam que Gramado não divulga na televisão.

Esta informação vem de encontro com o que afirma a Relações Públicas da

Prefeitura de Gramado, que comenta que 95% das mídias são espontâneas e

gratuitas. Já a jornalista ressalta que o rádio e o jornal são direcionados para os

munícipes da cidade e as demais mídias para os turistas a nível nacional.

Nas mídias digitais, a secretária do turismo, ressalta que embora a cidade

não possua um blog próprio, o conteúdo é gerado por blogueiros do Brasil todo que

vem em busca de conteúdo. A secretária também inclui as agências de turismo e

linhas áreas, as quais divulgam pacotes e conseqüentemente também a cidade.

Constata-se, assim, que praticamente tanto as mídias digitais como as

convencionais estão sendo utilizadas, seja por meio de divulgação prestada pela

própria cidade, ou por meio dos disseminadores de informação que possuem

interesse no lugar. Sendo estes canais de comunicação a forma mais eficiente e

prática de se comunicar com os públicos de interesse, já que abrangem tanto a

comunidade quanto o turista.

6.2.8 Crescimento do turismo em Gramado

A pergunta número oito tratava sobre o crescimento do turismo em Gramado

e a opinião dos entrevistados sobre o sucesso do local. Nesta questão, cada

entrevistado possuía um ponto de vista diferente. O espírito empreendedor dos

gramadenses, que se engajam e proporcionam atrações cada vez melhores, foi

apontado por 40% dos entrevistados.

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Destes entrevistados, 30% citam os eventos como um diferencial para atrair

os turistas o ano todo, onde a Brocker turismo comenta que há um constante esforço

para se manter um calendário anual, seja de eventos públicos ou privados. E ainda

20% comentam que as divulgações que são feitas da cidade possuem uma força

muito grande, já que em alguns locais a informação a respeito do que o destino

oferece é divulgada por meio das feiras e eventos em que a Secretaria de Turismo

participa.

Conforme percebido, o crescimento cada vez maior do turismo em Gramado

se deve por diversos fatores, como uma boa gestão pública, o esforço das agências

de turismo, parques, hotéis, lojas e outros para divulgar e bem receber. O sucesso

dos eventos públicos e privados, e o diferencial de cada estabelecimento que

oferece uma experiência única ao visitante.

6.2.9 Melhorias estratégicas da comunicação em Gramado

A questão nove interrogava sobre as melhorias que poderiam ser feitas em

termos de estratégicas comunicacionais em Gramado, que auxiliassem na

manutenção da imagem e tornasse ainda melhor a impressão que o turista tem da

cidade.

Na opinião de 30% dos entrevistados, deve-se manter o que já esta sendo

feito, pois a superlotação da cidade, não agrada aos visitantes, já que estas pessoas

vêm em busca de uma cidade de interior, que lhe proporcionem o que as metrópoles

não possuem, como a tranqüilidade e segurança.

Outras 20% comentaram que a cidade poderia ter uma presença maior na

mídia nacional, pois de acordo com Andrade (2011), o meio televisivo transmite uma

comunicação mais rápida e transitória, abrangendo um maior número de pessoas.

Isso poderia acontecer por meio de uma relação mais estreita com os jornalistas e

disseminadores de informação, sendo utilizados instrumentos como: press release,

press kit; entrevistas; sugestão de pauta; clipping; fotos que abasteçam tudo que diz

respeito à cidade, não apenas em períodos de eventos a nível nacional, mas durante

o ano todo.

A secretária do turismo acredita que Gramado necessita de um melhor

posicionamento quanto aos públicos que se deseja seja atingir, o que já tem sido

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feito por meio dos eventos, mas que pode ser melhor planejado. Comenta também a

respeito da falta de estímulo do Governo, e que vai ao encontro da sugestão da

jornalista da Prefeitura, que propõe que deveria haver maior incentivo financeiro, que

auxiliaria na aplicação de técnicas e tecnologias melhores na área de comunicação.

A Convention Bureau acrescenta que Gramado necessita de um

planejamento de marketing de destinos. Kusnch (2002, p. 207) afirma que essa

função é uma das mais importantes na comunicação, pois “permite estabelecer um

curso de ações para atingir objetivos predeterminados, tendo em vista, sobretudo, a

futuralidade das decisões presentes, a fim de interferir na realidade para transformá-

la”. Permitindo que se tracem estratégias para fortalecimento do turismo de lazer e

de negócios na cidade.

Nas respostas, 20% dos interrogados, expuseram que há uma grande

necessidade de trabalhar a imagem da cidade com o público interno, ou seja, a

comunidade, sendo persistente no diálogo local e com parceiros, e buscando um

feedback aprimorado e freqüente, tanto dos turistas, quanto dos empresários e

colaboradores dos estabelecimentos.

Percebe-se assim que ainda há muito a ser melhorado, principalmente com

relação à comunicação com comunidade, a qual é uma das principais

disseminadoras de informação e que deve ser a primeira a ser abastecida sobre o

que está sendo feito na cidade e quais os resultados que isso gera. Segundo

Kunsch (2002), a comunicação interna contribui para o exercício da cidadania e para

a valorização do homem, já que dá a oportunidade de se manifestar e dar a sua

opinião a respeito de determinado assunto.

Para que esta interação aconteça os gestores podem utilizar das estratégias

de comunicação, como reuniões, anúncios em televisão, rádio e jornais locais, etc.

que auxiliem para que a comunidade esteja a par de tudo o que a empresa tem feito

em seu favor. Lattimore et al (2012) destacam que os próprios funcionários auxiliam

na disseminação de informações, bem como um bom relacionamento com os líderes

da comunidade e os veículos locais.

6.2.10 Contribuição do profissional de Relações Públicas para a construção da

imagem de uma cidade turística

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A última questão direcionava os entrevistados para dar a sua opinião sobre a

contribuição que o profissional de Relações Públicas possui na construção da

imagem de um destino turístico, e consequentemente a sua importância no turismo.

Entre os participantes, 20% deles, disseram que vêem o profissional como alguém

que faz o receptivo do cliente, que auxilia para que se entenda a necessidade de

bem receber, interagir e se envolver com os turistas.

Ainda 50% dos entrevistados, comentaram que o profissional é um

codificador de informações, onde Lattimore et al (2012) explicam que as Relações

Públicas são responsáveis pela comunicação com todos os públicos, sejam internos,

externos ou mistos, relevantes para o desenvolvimento de relações positivas.

Desenvolvendo, dessa forma, uma relação mais próxima entre todos, e

consequentemente, um entendimento mútuo.

A agência Brocker ainda acrescenta que o papel do Relações Públicas é

considerado fundamental, visto que ele faz um trabalho direcionado, o que não pode

ser subestimado já que uma imagem, se constrói com um trabalho longo e

específico. E este profissional possui todas as habilidades e técnicas necessárias

para dar suporte e auxiliar para a manutenção da boa reputação de uma cidade

turística.

Quanto ao profissional atuar na área do turismo, a secretária de turismo da

Prefeitura de Gramado, concorda com todos os demais entrevistados e

complementa dizendo que somaria ter um Relações Públicas trabalhando no setor,

gerenciando o relacionamento com a comunidade, trabalhando a comunicação

interna, para um melhor entendimento dos funcionários, sobre o que está sendo feito

e quais os resultados que isso tratará ao município. Acredita também que por agir de

forma planejada, esse profissional agregaria, participando das feiras e convenções,

ampliando e potencializando ainda mais a imagem de Gramado para os diversos

públicos.

Todos os entrevistados tiveram respostas positivas a respeito do

profissional de Relações Públicas, concordando com o que Lattimore et al (2012)

comentam a respeito da profissão, sobre o seu dinamismo, podendo assim trabalhar

nas mais diversas áreas, assessorando, pesquisando, planejando, executando e

avaliando a comunicação de uma cidade. Em razão da diversidade de habilidades e

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capacidades que os profissionais apresentam, estão aptos a contribuir para o

turismo de Gramado.

O capítulo seguinte terá a abordagem das conclusões e considerações a

respeito dos resultados da pesquisa, em comparação e cruzamento com as

informações levantadas na pesquisa bibliográfica.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Turismo envolve, além da parte cultural e social, a economia, da qual

muitos públicos dependem, sejam eles comunidade, disseminadores de informação

(comunicadores), comerciantes, agências, turistas e todas as pessoas que possuem

renda vinda desta área. Moesch (2002.p.9), comenta que o ato de fazer turismo é

uma combinação complexa de “inter-relacionamentos entre produção e serviços, em

cuja composição integram-se uma prática social com base cultural. ” Incluindo as

relações da comunidade com o turista, havendo assim troca de experiência entre

ambos.

Há vários meios de se fazer turismo e diversas necessidades e desejos

entre os turistas, o que faz com que os destinos segmentem as suas atrações, para

melhor atender as exigências feitas pelos visitantes. Além desta divisão o turismo

para ser bem visto, deve ter outros atrativos como preço, credibilidade, segurança,

entre outros.

Porém, como visto no referencial teórico, não basta o destino turístico

possuir todos os elementos que o considerem um polo ou um destino turístico, se

sua imagem não for positiva diante de seus públicos (comunidade, turistas, etc.),

essa imagem segundo Ignarra (2003) se forma a partir da soma das impressões que

o turista teve a cada experiência vivida, podendo ser também baseada e construída

a partir de conteúdos existentes sobre aquele lugar, ou por meio de informações

obtidas por pessoas que já estiveram como turistas naquela cidade.

Tendo em vista que a imagem turística de um lugar pode ter um impacto no

funcionamento do turismo local, se faz necessário ter a frente da sua comunicação

um profissional que ajude a sobressair às qualidades que aquela localidade possui,

bem como as suas potencialidades. Por meio de planejamento e pesquisa, os

Relações Públicas estão qualificados, para executar atividades voltadas para a

construção e consolidação da imagem de uma instituição, ou mesmo uma cidade

turística.

A cidade de Gramado, foco desta pesquisa, é considerada pelo Ministério do

Turismo (OMT) como um polo turístico por possuir os elementos que são

indispensáveis para bem atender aos turistas, com atrações naturais, parques,

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museus, excelente infraestrutura com bares, restaurantes, hotéis e pousadas além

dos mais variados eventos que acontecem o ano todo.

O presente trabalho visou analisar as ações de Relações Públicas já

existentes em Gramado, e identificar de que forma o profissional poderia auxiliar

para a construção da imagem de um destino turístico e se necessário indicar as

melhorias a serem feitas para divulgar ou consolidar a imagem desta cidade. A

questão norteadora para esta pesquisa foi: qual a contribuição do profissional de

Relações Públicas para a construção da imagem de destinos turísticos?

Constatou-se, através das investigações, que o Relações Públicas, por

possuir interesse no equilíbrio da comunicação entre organização e seus públicos,

utiliza de estratégias adequadas, como mídias convencionais, mídias digitais,

comunicação interna, relações com a comunidade, relações com o governo,

relações com a imprensa, gerenciamento de crise, patrocínio e evento, que auxiliam

uma empresa ou neste caso uma cidade, a transmitir confiança, credibilidade e boa

reputação no mercado, contribuindo assim para a construção ou a manutenção da

imagem de organizações ou cidades diante dos seus públicos.

Os objetivos propostos para esta pesquisa foram: buscar informações sobre

a profissão de Relações Públicas, leis que regulamentam a profissão e sua área de

atuação; estudar os principais conceitos da área do turismo, pesquisando sobre a

construção de imagem de destinos turísticos; verificar ações do profissional de

Relações Públicas em ambiente turístico. Esses objetivos foram alcançados a partir

do referencial teórico, por meio de autores das respectivas áreas, onde se constatou

que o profissional de Relações Públicas pode atuar em qualquer área, até mesmo

no meio turístico.

Por meio da aplicação de questionários, se identificou que a cidade de

Gramado, através dos anos, se consolidou como destino mais procurado pelos

brasileiros e mantém a sua boa imagem, pelo esforço da comunidade e empenho da

gestão do município. Além de possuir características como arquitetura diferenciada,

clima ameno, receptividade e infraestrutura adequada para atender aos turistas, o

que o difere das demais localidades que são destinos para o turismo.

Foi possível constatar também que as principais atividades das Relações

Públicas estão sendo postas em prática, porém quem desempenha esta tarefa não é

um profissional formado na área. E que as empresas, bem como a Prefeitura ainda

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não perceberam o quão importante é ter um planejamento com estratégias para

atingir o público certo e isso só seria possível se um profissional qualificado estiver à

frente da comunicação.

Quanto às ações feitas para construir e consolidar a imagem de Gramado,

percebeu-se que o fator que mais fez a cidade ser divulgada nacionalmente foi a

realização de eventos, que são os principais atrativos que convidam o turista a

visitar a cidade. Já no que diz respeito às empresas, notou-se que nenhuma possui

ações e sim instrumentos de comunicação que as auxiliam na divulgação, porém

essas ferramentas ainda não são bem conhecidas e aplicadas.

Quanto as estratégias de comunicação que são utilizados para auxiliar na

manutenção da imagem da cidade, observou-se que cada empresa utiliza as

ferramentas que melhor lhe favorecem para mostrar o seu serviço ou produto e

mesmo para divulgar a cidade em um todo. E que o único veículo que não se utiliza

é a televisão, que no caso das empresas, possui um custo muito alto. Ainda assim,

essa mídia acaba sendo gratuita em função dos eventos.

No entanto, quando tratado das melhorias nas estratégias comunicacionais,

muitos pontos foram apontados, como um trabalho direcionado à imprensa nacional,

a qual hoje somente é feita quando há eventos na cidade. A elaboração de um

planejamento para se selecionar os eventos de acordo com seu público de

interesse. Um melhor relacionamento com o público interno (comunidade), os quais

demonstraram através da pesquisa seu descontentamento com a falta de diálogo e

informação, que são de extrema importância para o seu trabalho ser bem feito.

Em relação à contribuição que o Relações Públicas possui na construção da

imagem de um destino turístico, como a cidade de Gramado, 100% das respostas

foram positivas e consideraram que o profissional é de grande importância, por ser o

intermediário da comunicação entre a cidade e os seus públicos e por possuir um

trabalho direcionado, dispondo de todas as habilidades e técnicas necessárias para

dar suporte e auxiliar para a manutenção da boa reputação de uma cidade turística.

Conclui-se que existem diversas melhorias a serem feitas para uma

comunicação eficaz na cidade de Gramado e que as ferramentas e instrumentos

utilizados pelo profissional de Relações Públicas criam oportunidades de atuação e

colaboração para a atividade, bem como na manutenção e construção da imagem

de um destino. Há muito a ser estudado sobre o assunto, assim como há várias

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ações a serem implementadas, como formas de melhor comunicar a comunidade de

suas ações e resultados, para que assim ela se sinta valorizada.

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MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS. Técnicas de pesquisa e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 7. Ed. São Paulo: Atlas, 2012; MASCARENHAS, Sidnei Augusto. Metodologia científica. São Paulo: Person. 2012.Disponível em:<https://ucs.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788564574595/pages/-6>. Acesso em: 22 de Out. 2016; MICHAELIS. Palavra Turismo. Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=turismo>. Acesso em: 30 de Jun. 2016; MINISTÉRIO DO TURISMO. Dados e fatos do turismo. Disponível em: <http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/export/sites/default/dadosefatos/conjuntura_economica/sondagem_consumidor_viagem/downloads_sondagem_consumidor/Sondagem_Fev2016.pdf>. Acesso em: 08 de Abr. 2016; MGSTUR. História da cidade de Gramado. Disponível em: <http://www.rgstur.com/historia-da-cidade-de-gramado-rs>. Acesso em 27 de Jun. 2016; MIDDLETON, Victor T.C. Marketing de turismo: teoria e prática. Rio de Janeiro: Campus, 2002; MILONE, Paulo Cesar. Turismo: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2000; MOESCH, Marutschka Martini. A produção do saber turístico. 2. Ed. São Paulo: Contexto, 2002; NEVES, Roberto de Castro. Comunicação empresarial integrada: como gerenciar: imagem, questões públicas, comunicação simbólica, crises empresarias. 2. Ed. Rio de Janeiro: Mauad, 2000. OMT – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO. Turismo dos fatos. Disponível em: <http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/system/modules/br.gov.turismo.dadosfatos/templates/home/home_resultado_busca_geral.jsp?tagsNone=OMT>. Acesso em: 29 de Jun. 2016; OMT – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO. Segmentação do Turismo. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/sites/default/turismo/o_ministerio/publicacoes/downloads_publicacoes/Marcos_Conceituais.pdf>. Acesso em 29 de Jun. 2016; PACHECO, Ana Carolina. Texto Gramado Geral. [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por <[email protected]> em 29 de junho de 2016; PENTEADO, Jose Roberto Whitaker. Relações Públicas nas empresas modernas. 5. Ed. São Paulo: Livraria Pioneira, 1993;

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PIZETTA, Mário. Gramado: Ontem e Hoje. São Paulo: Paulina, 1973; PORTAL GRAMADO. A cidade. Disponível em: <http://www.portalgramado.com.br/a-cidade>. Acesso em 27 de junho de 2016. PREFEITURA DE GRAMADO. Secretaria do Turismo. Disponível em: <http://www.gramado.rs.gov.br/secretaria/20/turismo>. Acesso em: 29 de Jun. de 2016; REVISTA VIAGEM E TURISMO. Prêmio Viagem e Turismo 2010. Disponível em: <http://viajeaqui.abril.com.br/materias/noticias-campeoes-do-premio-viagem-e-turismo>. Acesso em 29 de Jun. 2016; RUSCHMANN, Doris Van de Meene. Marketing Turístico: um enfoque promocional. 9. Ed. Campinas: Papirus, 1990; SIMÕES, Roberto Porto. Relações Públicas: função política. 3. Ed. São Paulo: Summus, 1995. SINPRORP. Relações Públicas: conceitos e abrangências. Disponível em: <http://www.sinprorp.org.br/clipping/2004/180.htm>. Acesso em: 07 de Mai. 2016; TURISMO EM GRAMADO. Gramado Inesquecível. Disponível em: http://www.gramadoinesquecivel.tur.br/eventos. Acesso em: 13 de Out. 2016;

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO PESQUISA DE CAMPO - GRAMADO- RS

1. Para você, qual é a imagem que o turista guarda de Gramado quando visita a cidade?

2. A sua empresa possui pessoas encarregadas pela comunicação? Quais as tarefas que estes

profissionais desempenham?

3. Em sua opinião, que instrumentos/ações, citados abaixo, a cidade utiliza para manter uma

boa imagem perante seu público?

( ) Mídias Convencionais( rádio, TV, jornal e revista)

( )Mídias digitais (Site, emails, portais, extranet, blogs, redes sociais, facebook,

instagram, YouTube)

( )Comunicação interna (Jornal interno, mural, Informativo, folhetos,manuais, mural, expositores,

banners, e-mail, intranet, vídeos internos).

( )Relações com a comunidade (Reuniões, anúncios em televisão, rádio e jornal local,folhetos e

relatórios anuais, boletins, revista, eventos( open house), marketing).

( )Relações com o governo ( Lobby).

( )Relações com a imprensa (Press release, press kit, entrevistas, sugestão de pauta, clipping, fotos).

( )Gerenciamento de crise (Mídias sociais, marketing, assessoria de imprensa, declarações,

comunicado a imprensa, manual para situações de crise).

( )Patrocínio (Eventos esportivos e beneficentes; dias e semanas criados em adesão a causas ou

entidades; manutenção das equipes, concursos artísticos, programas de artes visuais, cinema,

musica, artes cênicas; brindes; publicação de obras; preservação e restauro de patrimônio histórico).

( )Eventos (Internos: datas comemorativas, palestras motivacionais, treinamentos/Externos:

participação em feiras, convenções, exposições e organização de eventos diversificados, focados nos

clientes).

4. Em sua opinião, o que Gramado fez de essencial para construir a sua imagem de destino

turístico brasileiro?

5. Entre as ferramentas utilizadas para a manutenção da imagem de Gramado como destino

turístico, quais destas ferramentas citadas abaixo, são as que o setor de turismo utiliza?

( )Jornal interno ( ) Reuniões

( ) mural ( ) anúncios em televisão

( ) Informativo ( ) rádio e jornal local

( )folhetos ( ) folhetos e relatórios anuais

( )encartes ( ) boletins

( )manuais ( ) revista

( ) eventos( open house) ( ) Marketing

( )painéis

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( )expositores

( ) banners

( )e-mail

( )intranet

( )vídeos internos

( ) TODOS

6.Quais são os canais de comunicação mais usados para manter a imagem da cidade de Gramado?

( ) Rádio

( ) TV

( ) Jornal

( )Revista

( ) Site

( ) Blogs

( ) Redes sociais

( ) YouTube

7. Em sua opinião, ao que se deve o crescimento cada vez maior do turismo em Gramado?

8. O que pode ser melhorado, em termos de estratégias comunicacionais, para que a imagem

turística possa ser ainda melhor?

9. Você acredita que o turismo seja uma área de atuação para o profissional de Relações Públicas?

Explique.

10. Em sua opinião, qual a contribuição de um profissional de Relações Públicas para a construção

da imagem de uma cidade turística?

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APÊNDICE B - PROJETO DE MONOGRAFIA

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APÊNDICE C - TABELA DE FERRAMENTAS E INSTRUMENTOS DE RELAÇÕES

PÚBLICAS

INSTRUMENTOS DE RELAÇÕES PÚBLICAS

FERRAMENTAS DE RELAÇÕES PÚBLICAS

Mídias Rádio TV, Jornal, Revista, Cinema

Mídias digitais Site,emails, portais, extranet, blogs, chats, fóruns, podcasts, redes sociais (facebook, instagram), YouTube, Webrádio, WebTV.

Comunicação interna

Jornal interno, mural, Informativo, folhetos,encartes,manuais, mural, painéis, expositores, banners, e-mail, intranet, vídeos internos.

Relações com a comunidade

Reuniões, anúncios em televisão, radio e jornal local,folhetos e relatórios anuais, boletins, revista, eventos( open house), marketing.

Relações com o Governo

Lobby

Relações com a imprensa

Press release, press kit, entrevistas, sugestão de pauta, clipping, fotos.

Gerenciamento de Crise

Mídias sociais, marketing, assessoria de imprensa, declarações, comunicado a imprensa, manual para situações de crise.

Patrocínio Eventos esportivos e beneficientes; dias e semanas criados em adesão a causas ou entidades; manutenção das equipes, concursos artísticos, programas de artes visuais, cinema, musica, artes cênicas; brindes; publicação de obras; preservação e restauro de patrimônio histórico.

Eventos

Eventos Internos: datas comemorativas, palestras motivacionais, treinamentos. Eventos externos: participação em feiras, convenções, exposições e organização de eventos diversificados, focados nos clientes.

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ANEXO A - TERMOS DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE INFORMAÇÕES

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL

TERMO DE AUTORIZAÇÃO E CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS

Prezado(a) entrevistado(a):

Pelo presente instrumento, e na melhor forma de direito, pactua-se que haja

autorização e cedência do depoimento e/ou imagem, gravado (em áudio e/ou vídeo)

ou registrado via correio eletrônico, de sua pessoa, para fins de utilização na

elaboração de Trabalho Acadêmico da disciplina - Monografia II - COM0497E - dos

cursos da área da Comunicação Social (Habilitação em Jornalismo, Relações

Públicas, Publicidade e Propaganda), do Centro de Ciências Sociais – CCSO, da

Universidade de Caxias do Sul.

Este é um Termo de Autorização e Cessão de Direitos Autorais, de acordo

com a Lei de Direitos Autorais (Lei 9.610/1998). Salientamos que o seu depoimento

será analisado como um todo pelo Aluno Entrevistador e Professor Orientador do

Trabalho Acadêmico, podendo ou não ser apresentado ou utilizado na íntegra.

Desde já, agradecemos e ficamos à disposição para qualquer esclarecimento

por meio do email [email protected].

Professor(a) Anaize Spada – Orientador(a) do Trabalho Acadêmico.

1. Pelo presente Termo de Autorização e Cessão de Direitos Autorais, Daiane

Monaretto Borges - CEDENTE, RG: 3088018456 , CPF nº 014107630-56 , residente na

RS 235 KM 23 LINHA ARARIPE ,em NOVA PETRÓPOLIS R/S, cede e transfere, em

caráter exclusivo, à Fundação Universidade de Caxias do Sul – CESSIONÁRIA,

estabelecida na Rua Francisco Getúlio Vargas, 1130, em Caxias do Sul/RS, inscrita no

CNPJ sob nº 88.648.761/0001-03,a título gratuito, de forma definitiva, irrevogável e

irretratável, os direitos autorais patrimoniais decorrentes do depoimento e/ou imagem,

gravado (em áudio e/ou vídeo) ou registrado via correio eletrônico, de sua pessoa, que

prestei ao(à) aluno(a) entrevistador(a), Cristiani Silveira Pereira, na cidade de Caxias do

Sul, em 20/11/2016 , como subsídio à elaboração de Trabalho Acadêmico da disciplina -

Monografia II - COM0497E, dos cursos da área da Comunicação Social (Habilitação em

Jornalismo, Relações Públicas, Publicidade e Propaganda), do Centro de Ciências

Sociais – CCSO, da Universidade de Caxias do Sul.

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2. O(a) CEDENTE autoriza a CESSIONÁRIA a exercer, da forma como melhor

lhe aprouver, o direito de utilizar, no todo ou em parte, editar, adaptar, compilar,

divulgar, publicar, reproduzir por qualquer processo ou técnica, traduzir para qualquer

idioma, incluir em base de dados o mencionado depoimento no referido Trabalho

Acadêmico.

3. A cessão e transferência dos direitos autorais patrimoniais referentes ao

depoimento objeto deste Termo serão válidas no Brasil e em todos os demais países

4. A CESSIONÁRIA se compromete, desde já, a preservar meu depoimento no

anonimato, identificando minha fala com nome fictício ou símbolo não relacionado à

minha verdadeira identidade, caso seja de minha vontade, conforme assinalado nas

opções abaixo, bem como não disponibilizá-lo a terceiros.

(x) autorizo que minha identidade possa ser divulgada no Trabalho Acadêmico.

( ) não autorizo que minha identidade seja divulgada no Trabalho Acadêmico.

5. O(A) CEDENTE vê já atendidos os direitos dispostos no art. 5°, X e XXVIII, “a”, da

Constituição Federal, nada podendo reclamar diante da concordância expressa

nesse instrumento.

Caxias do Sul, 20 De novembro de 2016.

014107630-56 DAIANE MONARETTO BORGES

(assinatura do Entrevistado/Cedente) CPF nº