UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS GRADUAÇÃO “LATU … · capítulo, será apresentado ... Por...
Transcript of UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS GRADUAÇÃO “LATU … · capítulo, será apresentado ... Por...
1
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS – GRADUAÇÃO “LATU SENSO”
INSTITUO A VEZ DO MESTRE
GESTÃO DA CARTEIRA DE CLIENTES PELO
MARKETING DE RELACIONAMENTO
Por: Rodrigo Procopio Angelo
Orientador
Cleber Gonzaga
Rio de Janeiro
2010
2
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS – GRADUAÇÃO “LATU SENSO”
INSTITUO A VEZ DO MESTRE
GESTÃO DA CARTEIRA DE CLIENTES PELO
MARKETING DE RELACIONAMENTO
Apresentação de monografia à
Universidade Cândido Mendes como
requisito parcial para obtenção de grau de
especialista em Gestão Empresarial
Por: Rodrigo Procopio Angelo
3
Agradeço à minha esposa, pois sempre me incentivou em todos esses anos de carreira acadêmica. Sempre acreditou e confiou em mim, me dando muita força e me levantando sempre que eu pensava em desistir.
4
É preciso seduzir o cliente. Ler o comportamento dos clientes rapidamente. Ter intuição. Ser organizado, determinado, disciplinado, detalhista, cuidadoso. É preciso que nosso cliente nos diga suas necessidades para depois fazermos a oferta. (Jorge Vieira da Rocha)
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente à Deus por esta oportunidade maravilhosa de
estudo e aprendizado.
Agradeço também aos meus cunhados que sempre me apoiaram ao
longo desse caminho cheio de pedras, e que me ajudaram a pegá-las e
construir um castelo.
Agradeço ao minha esposa, pelo incentivo, carinho e amor, pois sem ela
eu não estaria aqui hoje, me formando, e a minha filha que veio num momento
maravilhoso da minha vida.
Agradeço também aos meus sogros, pelo incentivo de sempre, pelo
carinho e por muitas das vezes me tratarem como um filho.
E por último agradeço aos meus pais por terem me dado a vida.
6
RESUMO
Este artigo apresenta idéias e argumentos que objetivam proporcionar o
valor que o cliente agrega para a empresa, tem como foco ressaltar a
importância da construção de valor, satisfação, fidelização do cliente, e
desenvolvimento de pessoas dentro das organizações. Este assunto deve ser
analisado desde o princípio mais básico, ou seja, entender a vontade do
cliente, o que ele está buscando e como satisfazê-lo. A satisfação deve ser
alcançada, isso deve ser uma meta que toda empresa deve ter, para que torne
um atrativo no ato da venda do produto. Diante dessa nova realidade
empresarial, percebe-se que cada vez mais, um novo conceito dentro da
administração moderna vem ganhando destaque no mercado o Marketing de
Relacionamento. Em um ambiente altamente competitivo, torna – se prioritário
a adoção de uma estratégia baseada no relacionamento para manter e fidelizar
o consumidor. Essencialmente este trabalho tem por objetivo buscar entender e
saber criar e planejar artifícios que façam o cliente ter a percepção que ele é o
foco da questão criando produtos e oferecendo serviços de qualidade
priorizando sempre seu cliente. A fidelização é vista como um fator primordial
para a organização, já que o cliente muda de produto e por isso as estratégias
têm de ser sempre revisadas, para se ter os clientes longe da concorrência. Já
que cada tem seu valor e deve se sempre postas a prova para que não se
perca o cliente.
Palavras-chave: Marketing de Relacionamento, Valor, Clientes, Satisfação,
Fidelização
7
METODOLOGIA
Metodologia “é o caminho do pensamento e a prática exercida na
abordagem da realidade. Nesse sentido, a metodologia ocupa um lugar central
no interior das teorias e está sempre referida a elas”. (MINAYO, 2003, p.16).
O presente trabalho consiste em conhecer como as empresas buscam
um bom relacionamento com os clientes, visando sua satisfação e fidelização.
Diante disso, será utilizada a pesquisa qualitativa, que “responde a questões
muito particulares. Ela trabalha com o universo dos significados, dos motivos,
Outro instrumento que será utilizado é a pesquisa bibliográfica que
“procura explicar um problema a partir de referencias teóricas publicadas em
documentos”. (CERVO, BERVIAN, 1996, P.48). Com publicações, jornais,
revista, livros, pesquisas, monografias, teses e até meios de comunicação,
poderá se ter uma base teórica, para um melhor desenvolvimento do assunto.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I – Conceito de Marketing 10/14
CAPÍTULO II – Marketing de Relacionamento 15/20
CAPÍTULO III – O Bom Relacionamento com o Cliente 21/27
CAPÍTULO IV – Fidelização do Cliente 28/31
CONCLUSÃO 32
BIBLIOGRAFIA 33
9
INTRODUÇÃO
Através desse estudo, será relatado o valor que uma orientação de
marketing gera para a empresa, tanto durante a venda quanto no pós venda,
pois quando as metas são alcançadas ou ultrapassadas é sinônimo de
qualidade, seja no atendimento ao cliente ou na qualidade do produto. Essa
pesquisa tende por demonstrar que o relacionamento com o cliente é de suma
importância para a organização, afinal é preciso considerar a fidelidade do
consumidor externo.
Alcançar o cliente tem sido um dos grandes desafios do marketing, uma
vez que eles encontram a sua disposição inúmeras opções de produtos,
serviços, marcas e preços no mercado. A necessidade crescente de conquistar
novos clientes e, acima de tudo, manter os novos e os já existentes satisfeitos
e fiéis é um dos motivos pelos quais as empresas estão empenhadas em
investir na gestão do relacionamento com o cliente. Com essa nova visão
global, a satisfação do consumidor, que sempre foi um dos pilares do conceito
de marketing, passa a orientar as ações empresariais.
Confiança do consumidor é o elemento chave para o sucesso,
permitindo que as empresas cresçam perante o mercado, e para conquistar
essa confiança é preciso ter um programa de informações sobre a empresa,
onde tanto compradores como vendedores devem utilizar desse feedback para
cada negócio fechado. Este trabalho tem por objetivo discutir a importância do
marketing de relacionamento em relação à conquista e retenção do
consumidor. O resultado desta relação é que os clientes se sentem mais
próximos da empresa e compartilham informações sobre outros produtos e
serviços.
Em face disto, o primeiro capítulo descreverá o conceito de marketing, e
sua evolução a partir do ponto de vista de diferentes autores. No segundo
capítulo, será apresentado um estudo do marketing de relacionamento. O
terceiro capítulo tratará da fidelização através do marketing de relacionamento.
Portanto, com base nos autores pesquisados, será feita uma síntese da
importância do tema na construção de valor, satisfação e fidelidade dos
clientes.
10
Capítulo I - CONCEITO DE MARKETING
As empresas enfrentam uma concorrência bastante competitiva, e, para
terem vantagem sobre o seu concorrente é preciso criar uma estratégia de
marketing, apresentando uma orientação detalhada de como as organizações
podem conquistar novos clientes e superar a concorrência.
Para conseguir realizar um melhor atendimento e satisfazer as
necessidades e desejos dos clientes, as empresas centram nos clientes, se
são verdadeiramente capazes de conquistar valor e não apenas produtos. As
organizações que acreditam em buscar novos clientes sabem que essa ação é
uma obrigação do departamento de marketing ou de vendas. Na verdade, de
nada adianta ter uma equipe excelente se não tiver um bom produto ou serviço
que atendam as necessidades do consumidor. Para atingir esse objetivo, o
marketing vem ao longo do tempo evoluindo, partindo da visão focada no
produto para uma atenção maior no cliente.
Para Kotler & Armstrong (2004, p.26), “as empresas bem-sucedidas de
hoje – sejam elas pequenas ou grandes, com ou sem fins lucrativos, nacionais
ou globais – têm em comum um forte foco no cliente e um sério compromisso
com o marketing”.
Mas, o que seria afinal o marketing? Para Dias (2007, p.02), marketing é
uma palavra em inglês derivada de market, que significa mercado. É utilizada
para expressar a ação voltada para o mercado. Sendo assim, entende-se que a
empresa que pratica o marketing tem o mercado como a razão e o foco de
suas ações.
O termo marketing vem sendo conceituado de várias formas por
diferentes autores, ao longo do tempo. Isso se dá pelo fato do mercado ter
evoluído e, por isso fez-se necessário uma abordagem ampla sobre o tema.
Ainda segundo Dias (2007, p.02), o conceito moderno de marketing
surgiu no pós-guerra, na década de 1950, quando o avanço da industrialização
mundial aumentou a competição entre as empresas e a disputa pelos
mercados trouxe novos desafios. Nesse período, o cliente pode contar com o
poder de escolha, podendo assim, selecionar a alternativa que lhe
proporcionasse a melhor relação entre custo e benefício. Diante disto, as
11
empresas passaram a adotar práticas como pesquisa e análise de mercado,
para adequar seus produtos segundo as características e necessidades dos
clientes, comunicação dos benefícios do produto em veículos de massa,
promoção de vendas, expansão e diversificação dos canais de distribuição.
De acordo com Cobra (1997, p.23), em 1960 a AMA (American
Marketing Association) marketing seria como “o desempenho das atividades de
negócios que dirigem o fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor ou
utilizador”. Este conceito destaca o processo logístico de oferecer a efetividade
da troca entre produtor e consumidor. Entretanto, o mundo dos negócios, cada
vez mais desenvolvido, gerou a necessidade de melhor conceituar o marketing,
explicando a sua natureza.
Em 1965, a Ohio State University definiu marketing como:
“o processo na sociedade pelo qual a estrutura da demanda para
bens econômicos e serviços é antecipada ou abrangida e satisfeita
através da concepção, promoção, troca e distribuição física de
bens e serviços. COBRA (1997, p.23).
A discussão entre estudos e pesquisas relacionados ao marketing tem
evoluído ao longo do tempo, possibilitando a ampliação de abordagens
conceituais. Segundo Cobra (1997, p.23), Philip Kotler e Sidney Levy
sugeriram, em 1969, que o conceito de marketing deveria englobar também as
instituições não lucrativas. Neste mesmo ano, William Lazer ressaltou que o
marketing deveria reconhecer as dimensões societárias, isto é, levar em conta
as mudanças verificadas nas relações sociais. Esse movimento de expansão
sobre o conceito de marketing se tornou irreversível quando o Journal of
Marketing passou a dedicar atenção especial às regras das mudanças sociais
e ambientais.
Em 1985, a American Marketing Association substituiu a definição antiga
compreendendo não somente a logística da troca, mas também a identificação
das necessidades dos consumidores visando supri-las com o objetivo de obter
satisfação mútua.
“Marketing é o processo de planejamento e execução da concepção,
preço, promoção e distribuição de idéias, bens e serviços,
12
bens e serviços, organizações e eventos para criar trocas que
venham a satisfazer objetivos individuais e organizacionais”.
BOONE & KURTZ (1998, p.06).
Segundo Boone & Kurtz (1998, p.06), o conceito de marketing é uma
orientação da empresa para o consumidor, com o objetivo de obter sucesso de
longo prazo. Assim, todos os olhares de uma organização devem acima de
tudo priorizar a avaliação dos desejos e as necessidades do consumidor e
depois a sua satisfação.
Além da satisfação do cliente, o marketing também visa à obtenção de
venda e lucro, uma vez que sem estes não há como uma organização
sobreviver. Porém, o marketing não deve ser compreendido como uma forma
de efetuar uma venda, mas, uma forma de satisfazer as necessidades dos
clientes. Ainda segundo Cobra (1997, p.34), a definição de venda, antigamente,
visava somente o lucro pela da venda, e esta utilizava como meio, uma junção
entre venda e promoção, e o produto era o foco. Atualmente, o foco é a
necessidade do cliente, o meio é o marketing integrado e o fim é conseguir o
lucro com a satisfação do cliente.
Por último, Kotler & Armstrong (2004, p.03), apresentam novos
elementos a definição moderna de marketing e o define da seguinte maneira:
“Marketing é um processo administrativo e social pelo qual indivíduos e grupos
obtêm o que necessitam e desejam, por meio da criação, oferta e troca de
produtos e valor com os outros”.
Em cima disto, pode se percebe que a definição dos autores, busca uma
abordagem centrada no consumidor, isto é, o desenvolvimento de produtos é
fruto das mudanças dos desejos dos clientes.
Entende-se que ao longo do tempo as orientações e definições do
marketing vão se modificando de acordo com as mudanças no mercado. Logo,
o marketing tem como objetivo principal satisfazer com produtos e/ou serviços,
os desejos e necessidades individuais.
As empresas devem conhecer o seu cliente, para não venderem e nem
passarem uma mensagem errada, sendo primordial o dever de atender todas
13
as necessidades e surgindo algum imprevisto a solução do problema deve ser
encontrada. O seu cliente está focado no esforço que a empresa deve
proporcionar ao seu plano de marketing e de comunicação e promoção.
Entender os clientes e agir de modo a satisfazer suas necessidades e
desejos é um dos objetivos das relações comerciais. Contudo, para conseguir
alcançar esse objetivo, o marketing vem se desenvolvendo ao longo do tempo,
saindo de uma visão focada no produto para uma atenção maior no cliente.
Para Boone & Kurtz (1998, p.07), até 1925, a maioria das empresas,
estava voltada para a produção. Os fabricantes davam importância à produção
de mercadorias de qualidade e então buscavam quem as comprasse. Nesse
período, as empresas estavam concentradas no desenvolvimento de técnicas
de produção em massa.
O próximo passo na evolução do marketing ocorreu entre 1925 e o início
dos anos 50. Segundo Las Casas (2006, p.21), nessa época surgiram os
primeiros sinais de excesso de oferta. Os fabricantes desenvolveram-se e
produziram em série. Por conseguinte, a oferta passou a superar a demanda e
os produtos começaram a se acumular em estoques. A filosofia dominante era
encontrar clientes para estoques ainda não vendidos. Para isso, as empresas
passaram a utilizar técnicas de vendas bem mais agressivas e a ênfase na
comercialização das empresas dessa época era totalmente dirigida às vendas.
Ainda segundo Las Casas (2006, p.21), a partir de 1950, os empresários
passaram a perceber que vender a qualquer custo não era uma forma de
comercialização muito correta. Começou então, a existir uma valorização maior
do consumidor e, portanto os produtos eram vendidos de acordo com a
constatação das suas necessidades e desejos. Essa tendência ficou conhecida
como era do marketing.
Segundo Zenone (2003, p.25), a partir dos anos 90, há o reforço e a
ampliação do foco concentrado no cliente. Em contraste com a era da
produção, esta era reconhece o valor e o potencial da conservação dos
clientes. Na visão do autor, essa mudança de foco é gerada principalmente
pela contínua centralização das negociações, pela forte pressão sobre os
custos, pelos novos produtos lançados todos os dias, pela maior
14
profissionalização do marketing das empresas e pelo maior uso da tecnologia
da informação na gestão dos negócios.
Nessa fase, dá-se início às atividades do marketing de relacionamento,
conhecido como marketing de retenção. As empresas passaram da perspectiva
da transação para a de lealdade dos clientes.
15
Capítulo II - MARKETING DE RELACIONAMENTO
Segundo Kotler & Armstrong (2004, p.474), a concorrência que as
empresas de hoje enfrentam é a mais acirrada de todos os tempos. Para
alcançarem sucesso em um mercado altamente competitivo, terão de passar
de uma filosofia de produto e venda para uma filosofia de cliente e marketing.
Para se relacionar com os clientes de forma que venha a garantir a sua
satisfação, não é mais uma questão de opção, mas um meio de sobrevivência.
Com isso, as empresas tendem a reconhecer as necessidades dos clientes e
respondê-las imediatamente.
“Marketing de relacionamento – criar, manter e aprimorar fortes relacionamentos com os clientes e outros interessados. Além de elaborar estratégias para atrair novos clientes e criar transações com eles, as empresas empenham-se em reter os clientes existentes e construir com eles relacionamentos lucrativos e duradouros”. KOTLER & ARMSTRONG (20004, p.474).
O marketing de relacionamento pode ser uma abordagem muito prática
para as empresas que queiram manter um contato mais estreito com o cliente.
Através disso, as empresas podem dar aos clientes individuais o valor que eles
necessitam ou desejam. Desta forma, o marketing de relacionamento
conjugado à estratégia de retenção de clientes torna-se uma importante
ferramenta de fidelização.
Para Gordon (1999, p.31), marketing de relacionamento é definido
“como sendo o processo contínuo de identificação e criação de novos valores
com clientes individuais e o compartilhamento de seus benefícios durante uma
vida toda de parceria”.
Entretanto, não basta à empresa o desenvolvimento de uma estratégia
de relacionamento. É preciso estar atenta a todas as informações do mercado,
com o objetivo de identificar valores desejados pelos seus clientes atuais e
potenciais.
Cada vez mais empresas estão percebendo a importância de satisfazer
e reter o cliente. Os autores Kotler & Keller (2006, p.153-154), destacam alguns
fatos interessantes sobre a retenção de clientes:
16
1. Conquistar novos clientes pode custar até cinco vezes mais do que
satisfazer e reter os já existentes.
2. As empresas perdem em média 10 por cento de seus clientes a cada
ano.
3. Conforme o setor, uma redução de 5 por cento no índice de perda de
clientes pode aumentar os lucros de 25 a 85 por cento.
4. A taxa de lucro por cliente tende a aumentar ao longo do tempo de
permanência do cliente retido.
Realmente, a fidelidade dos consumidores tem ligação direta com o
relacionamento constante e diferenciado. Cada contato entre cliente e empresa
contribui para construir uma relação. Um cliente fiel, não apenas volta a
comprar, como também defende os produtos e/ou serviços e são menos
vulneráveis a concorrência.
As vantagens e benefícios conquistados pelas empresas através da
adequação de suas ações a cada cliente tornam-se um fator relevante no
posicionamento do produto e/ou serviço. Gordon (1999, p.105), destaca as
vantagens mais importantes que o marketing de relacionamento pode oferecer
às empresas, tais como: desenvolver a fidelidade entre a empresa e os
clientes, dispor de um ambiente que favoreça soluções inovadoras, estabelecer
um local propício para testar novas idéias e alinhar a empresa com os clientes
que valorizam o que ela tem a oferecer.
Segundo Vavra (1993, p.40), o “marketing de relacionamento” de pós-
marketing e o define da seguinte maneira:
“Pós-marketing é o processo de proporcionar satisfação contínua e reforço aos indivíduos ou organizações que são clientes atuais ou que já foram clientes. Os clientes devem ser identificados, reconhecidos, comunicados, auditados em relação à satisfação e respondidos. O objetivo do pós-marketing é construir relacionamentos duradouros com todos os clientes”.
Entende-se que o pós-marketing é um estágio de relacionamento com o
cliente mantido logo após a venda e, portanto, participa diretamente do
conceito de marketing de relacionamento. Cabe ressaltar, que uma compra é o
início de um relacionamento, entretanto, muitas empresas esquecem o cliente
logo após a primeira venda.
17
Ainda segundo Vavra (1993, p.32), a interação continuada pós-venda é
uma parte muito importante do pós-marketing, e tão necessária quanto a venda
em si – isso se a organização deseja contar com oportunidades continuadas
de negócios com o mesmo cliente no futuro.
O marketing de relacionamento é uma estratégia a longo prazo, seu
objetivo imediato não é simplesmente efetuar uma venda, mas, em vez disso,
garantir que o cliente adquiriu um produto e/ou serviço com potencial de
satisfazer as suas necessidades.
Contudo, o marketing de relacionamento é um processo contínuo de
identificação e criação de novos valores, através do contato direto entre
empresa e cliente. Os conceitos apresentados reforçam a importância do tema,
pois, por intermédio dele, será possível obter o entendimento das necessidades
atuais e futuras dos clientes. Assim, será possível maximizar a sua satisfação,
através de um relacionamento baseado em confiança, comprometimento e
cooperação.
Segundo Kotler & Armstrong (2004, p.438), com a tendência ao
marketing restritivamente direcionado ou marketing um-para-um, cada vez mais
empresas estão aderindo ao marketing direto, em um esforço para alcançar
clientes cuidadosamente selecionados com mais eficiência e, construir com
eles relacionamentos mais fortes, pessoais e personalizados.
Os profissionais do marketing de massa, geralmente tentam alcançar
compradores com um único produto e uma mensagem padrão. Ao contrário, o
marketing direto permite a personalização da oferta e da comunicação.
Conforme nos diz Dias (2007, p.06), o marketing direto surgiu na década
de 1960. Sendo inicialmente uma estratégia de comunicação direta com o
cliente, evoluiu para uma estratégia de comunicação e comercialização de
produtos ou serviços, sem intermediação de meios ou canais de terceiros.
Na prática, o marketing direto tem se mostrado muito útil, exercendo
dupla função: conquista de novos clientes, ao realizar vendas; e manutenção
dos clientes conquistados, ao estabelecer comunicação direta entre a empresa
e os clientes.
18
“O marketing direto consiste em comunicações diretas dirigidas a consumidores individuais cuidadosamente selecionados e destinados não somente a obter deles uma resposta imediata, mas também a cultivar relacionamentos duradouros com eles.
Com o marketing direto, as empresas comunicam-se diretamente com os clientes, frequentemente em base interativa um a um. Utilizando bancos de dados detalhados, elas ajustam suas ofertas e comunicações de marketing às necessidades de segmento restritamente definidos ou até mesmo de compradores individuais.
“Além da construção de marca e de imagem, o que as empresas habitualmente procuram é uma resposta direta, imediata e mensurável do consumidor”. KOTLER & ARMSTRONG (2004, p. 439).
Segundo Dias (2007, p.06), a maneira para execução do marketing
direto pode contar com vendedores, televendas, call-center, equipes de
profissionais que fazem uso de visitas, telefonemas, correio tradicional e
eletrônico ou outros meios, como a televisão e a Internet, para atender ao
cliente, estabelecer um relacionamento com ele e realizar vendas.
O marketing direto é uma poderosa arma de construção de
relacionamentos com os clientes. Muitas empresas que o utilizam, montam ou
compram bancos de dados que contém informações detalhadas sobre clientes
potencialmente lucrativos. Dessa forma, podem personalizar ofertas com base
nas necessidades e desejos individuais.
Os relacionamentos são construídos sobre familiaridade e
conhecimento. Por essa razão, as empresas que investem no marketing de
relacionamento sabem que cada contato com o cliente é uma oportunidade de
conhecê-lo melhor. Desta forma, o banco de dados surge como uma
importante ferramenta que auxilia no relacionamento individual entre a empresa
e seus clientes.
“Um banco de dados de clientes é um conjunto de dados abrangentes sobre clientes atuais ou potencias atualizado, acessível, prático e organizado para fins de marketing, tais como geração de indicações, venda de um produto ou serviço ou manutenção do relacionamento com os clientes. Database marketing é o processo de construir, manter e usar os bancos de dados de clientes e outros registros (produtos, fornecedores, revendedores) para efetuar contatos e transações e para construir relacionamentos com os clientes”. KOTLER & KELLER (2006, p. 160).
19
Com a citação acima, pode se entender que o banco de dados é apenas
uma ferramenta. Todavia, é a forma de como ele será usado e que fará toda a
diferença. Segundo Kotler & Keller (2006, p.162-163), as empresas usam seus
bancos de dados em cinco situações: para identificar clientes potenciais, para
decidir que clientes devem receber uma oferta em particular, para intensificar a
fidelidade do cliente, para reativar as compras dos clientes e para evitar erros
sérios com os clientes.
O database marketing aliado a uma estratégia integrada de marketing
pode tornar mais eficiente as estratégias de marketing de relacionamento. As
informações armazenadas no database permitem à empresa manter uma
relação individual com cada cliente.
Para Vavra (1993, p.55), existem alguns benefícios da utilização de um
banco de dados de clientes tais como, por exemplo:
Os esforços de marketing tornam-se tanto eficientes como eficazes,
porque a empresa está apta para identificar seus clientes mais
importantes e daí, apresentando assim, a eles a oferta, produto ou
serviço adequado no tempo correto;
A tecnologia de computador está equipada para administrar a ampla
quantidade de dados que a empresa precisa para interagir com seus
clientes de maneira verdadeiramente personalizada;
Um “diálogo” verdadeiro pode ser mantido com clientes ao descobrir
interações contínuas, identificando mudanças no ato da compra e
possibilitando a empresa adiantar futuras mudanças;
A produção de novos produtos é auxiliada ao se conhecer quem tem
comprado um produto, como ele satisfaz o consumidor e se quaisquer
mudanças enriqueceriam o desempenho do produto.
A partir disto, pode se entender que o database, aliado ao marketing de
relacionamento, possibilita a empresa a criação de uma base de conhecimento
que se traduz em vantagem competitiva. Por isso, os bancos de dados
necessitam ser sempre atualizados e monitorados, de modo a satisfazer as
necessidades dos clientes individuais.
20
Os avanços na área de informática causaram um grande impacto na
forma de como as empresas agregam valor a seus clientes. A inovação
tecnológica fez com que aparecessem novas maneiras de conhecer um pouco
mais sobre os clientes.
Ainda segundo Kotler & Keller (2006, p.161), o data warehouses tem
como objetivo organizar os dados oriundos dos diversos contatos entre a
empresa e o cliente, tais como: compras, telefonemas para a solicitação de
serviços, enquetes on-line e cupons de reembolso. De modo geral, esses
dados devem ser coletados, armazenados e transformados em informações
que possam mapear as necessidades individuais de cada cliente.
Muitas empresas querem desenvolver vínculos mais fortes com os
clientes através da gestão do relacionamento com o cliente (Customer
Relationship Management – CRM). Kotler & Keller (2006, p.151), definem o
tema da seguinte maneira: “trata-se do gerenciamento cuidadoso de
informações detalhadas sobre cada cliente e de todos os pontos de contato
com ele, a fim de maximizar a sua fidelidade”.
Compreende-se, que o CRM tem como objetivo coletar informações dos
clientes a partir de que eles têm contato com a marca ou o produto. Por meio
de informações filtradas e analisadas, a empresa pode se antecipar às suas
necessidades, de modo a oferecer-lhes um ótimo atendimento em tempo real.
Para Zenone (2003, p.71), o CRM é a combinação da filosofia do
marketing de relacionamento – que mostra a importância de cultivar os clientes
e estabelecer com eles um relacionamento estável e duradouro por meio do
uso intensivo da informação – com a tecnologia da informação – que provê os
recursos de informática e de telecomunicações necessários de uma forma
singular e integrada.
Com certeza, as novas tecnológicas estão oferecendo muitos benefícios
para os consumidores e uma nova estrutura para fazer negócios com eles. As
empresas podem dispor de uma arquitetura de informações que dê um perfil
completo, atual e inteligente do cliente.
21
Capítulo III - O BOM RELACIONAMENTO COM O
CLIENTE
Para Kotler & Keller (2006, p.154), não importa com que perfeição um
programa de marketing tenha sido projetado, sempre haverá erros. Dada a
potencial existência de clientes que não estejam satisfeitos, é fundamental que
a experiência negativa seja gerenciada de forma certa.
O marketing de relacionamento exige interações freqüentes com os
clientes. Portanto, acaba se tornando necessário planejar toda oportunidade de
contato, seja através de correspondências, telefone ou internet.
Ainda segundo Kotler & Keller (2006, p.153), a melhor iniciativa que uma
empresa pode tomar é facilitar o processo de reclamações. E isso pode ser
feito por formulários de sugestões, serviço de discagem direta gratuita, sites e
endereços eletrônicos.
Desta forma, a empresa conseguirá controlar problemas antes de eles
serem notados por um maior número de clientes, colocando em risco a sua
presença no mercado. O que os clientes recebem em suas interações com a
empresa é claramente importante para eles. Por isso, um bom atendimento de
reclamações certamente aumentará a satisfação dos clientes.
As formas de reclamações devem ser vistas como uma oportunidade
para uma melhora da empresa. Cada vez que um cliente contata uma empresa
para reclamações, ela tem a chance de converter um comprador insatisfeito em
satisfeito.
Segundo Kotler & Keller (2006, p.154), alguns procedimentos tendem a
suavizar a insatisfação de um cliente, como colocar em prática uma linha direta
gratuita 24 horas (por telefone, fax ou e-mail) para receber e resolver
reclamações; ou se comunicar com algum cliente insatisfeito o mais rápido
possível. Quanto mais a empresa demora para responder, maior se torna a
insatisfação do cliente, o que pode resultar em propaganda boca-a-boca
negativa; ou assumir a responsabilidade pela insatisfação do cliente; não culpá-
lo; e até mesmo proporcionar uma solução rápida e satisfatória para a
22
reclamação. Alguns dos clientes que reclamam estão em busca de um sinal de
interesse e satisfação da empresa do que de uma compensação em si.
Assim sendo, neste contexto, lidar com reclamações é um dos melhores
exemplos de administrar relacionamentos ativos com os clientes. Surge então,
os Serviços de Atendimento ao Consumidor, como uma importante ferramenta
nas atividades de pós-venda e de construção de relacionamentos.
Ofertar um atendimento de qualidade é um requisito primordial para a
empresa que deseja conquistar e fidelizar os seus clientes. Se o cliente estiver
satisfeito com o atendimento, ele será leal e trará mais clientes. Caso contrário,
procurará outra empresa que o atenda melhor.
Para Zenone (2003, p.135), o Serviço de Atendimento ao Consumidor de
uma empresa é muito mais que uma linha 0800, buscando apenas para
atender opiniões, sugestões e reclamações de consumidores. É por meio
dessa ferramenta que a empresa pode gerenciar um grande número de
informações de mercados em tempo real, oferecendo mais serviços de valor
agregado ao cliente e dando suporte às áreas internas da empresa.
Na visão de Zenone (2003, p.137), o call center assume absolutamente
a postura de lidar com o cliente de forma a conquistar a lealdade e agregando
um valor extra ao produto e/ou serviço. Assim sendo, será possível aumentar a
rentabilidade em relação aos clientes por meio de um vínculo mais forte.
Contudo, quando o cliente identifica no relacionamento um valor a mais
àquele que é oferecido pelo produto, ele vai apresentar um grau maior de
comprometimento com a empresa, tornando-se, assim, um parceiro do
negócio. Os componentes dos produtos tornam-se cada vez mais iguais. Nesse
caso, a junção de serviços ou o aperfeiçoamento dos elementos dos serviços
existentes, podem oferecer uma ótima maneira de ser o diferencial da oferta de
uma empresa daquela de seus concorrentes.
O que seria o marketing de serviços? É de suma importância, rever o
conceito de marketing.
“A área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos da organização ou indivíduos e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que estas relações causam no bem-estar da sociedade”. LAS CASAS (2006, p.15).
23
De modo geral, um dos principais elementos do conceito de marketing é
a orientação para os consumidores, ou seja, todas as atividades
mercadológicas são direcionadas a fim de satisfazer os seus desejos e
necessidades.
Todavia, somente isso não é o suficiente, e as empresas têm que levar
em conta as novas exigências do mercado para que possam agregar mais
valor para os clientes. Por isso, muitas têm oferecido uma variedade de
serviços como parte do total de suas ofertas.
Na literatura de marketing há uma infinidade de definições de serviços
sugerida por vários autores. Aqui serão apresentadas as seguintes:
“Um serviço é qualquer ato ou desempenho que uma parte pode oferecer a outra e que seja essencialmente intangível e não resulte na propriedade de nada. Sua produção pode ou não estar vinculada a um produto físico”, segundo Kotler (apud Zenone, 2003, p.130).
Já para Grönroos (1993, p.36), é preferível combinar várias definições
apresentadas por diferentes autores, formando a sua da seguinte maneira:
“O serviço é uma atividade ou uma série de atividades de natureza mais ou menos intangível – que normalmente, mas não necessariamente, acontece durante as interações entre clientes e empregados de serviço e/ou recursos físicos ou bens e/ou sistemas do fornecedor de serviços – que é fornecida como solução ao(s) problema(s) do(s) cliente(s)”.
Como se pode ver pelas duas, o marketing de serviços fica concentrado
na parte mais ou menos irredutível que acompanha ou não determinado bem.
Compreende-se, também, que a prestação de serviço pode ocorrer mesmo
quando não há essa troca entre o cliente e a empresa de serviço. Entretanto,
existem várias categorias de serviços, sendo algumas mais irredutível que
outras.
Em suma, pode-se dizer que a função básica do marketing de serviços é
identificar as necessidades dos consumidores, de modo a oferecer um serviço
cujo desempenho atenda aos seus desejos e necessidades.
Segundo Las Casas (1999, p.16), “o produto final de um serviço é
sempre um sentimento. Os clientes ficam satisfeitos ou não conforme as suas
24
expectativas. Portanto, a qualidade dos serviços é variável de acordo com o
tipo de pessoa”.
A diferença entre resultados e expectativas é o que vai determinar a
satisfação ou insatisfação de quem consumiu o serviço, ou seja, o
comportamento do cliente após a compra do serviço depende do seu grau de
satisfação. Quanto mais satisfeito estiver, maior será a probabilidade de
repetição de compra. Um bom relacionamento com o cliente está diretamente
vinculado à qualidade do serviço. Níveis mais altos de qualidade resultam em
maior satisfação.
De acordo com Gianesi & Correa (1991, p.74), as empresas de serviço
podem estabelecer dois tipos de relacionamentos: o relacionamento em que
existe ligação formal entre a empresa e o cliente (caso em que o cliente é como
um “membro do clube” ou um associado); e o relacionamento no qual não
existe uma ligação formal
Na visão dos autores, quando há uma ligação formal, a empresa
percebe uma variedade de benefícios provenientes da freqüência de compra
do cliente. A empresa conhece melhor seus clientes, suas necessidades e o
uso que fazem dos serviços recebidos. Este relacionamento mais intenso
geralmente resulta no aumento da fidelidade do cliente. Instituições bancárias,
administradoras de cartões de crédito, companhia de seguros, entre outras,
estabelecem este tipo de relacionamento.
É por isto, que muitas das empresas que vendem serviços, em que o
cliente a cada momento escolhe seu fornecedor e paga pelo serviço prestado
na ocasião, buscam estabelecer esse tipo de relacionamento, através de algum
tipo de “cartão de sócio”. Como exemplos podem-se citar os cartões de clientes
preferenciais de lojas, locadoras de automóveis etc.
Segundo Gianesi e Correa (1991, p.74), a firmação de uma relação
formal com o cliente pode contribuir para a criação e o aumento da lealdade.
Entretanto, o que mantém a fidelidade do cliente no longo prazo é o
atingimento ou superação consistente das expectativas do cliente.
Na verdade, muitas empresas sabem que não é somente agradar os
clientes. É importante encantá-los, superando suas expectativas. E este é o
25
objetivo buscado por muitas empresas que desejam mantê-los fiéis. Portanto,
a fim de entender como isso pode ser atingido é necessário analisar a forma
pela quais os clientes avaliam o serviço. Quando a empresa compreende como
os serviços serão avaliados pelos clientes, é possível agir de modo a
influenciar essas avaliações.
Para Grönroos (1993, p.38), um serviço é naturalmente percebido de
forma subjetiva. Quando os serviços são descritos pelos clientes, expressões
como experiência, confiança, tato e segurança são utilizados.
De fato, a irredutibilidade dos serviços torna difícil para o cliente avaliar o
resultado e a qualidade. Contudo, há serviços que incluem elementos
altamente redutíveis, como, a comida em um restaurante. Embora tenha
exceções, os serviços são difíceis de padronizar o que torna a gestão mais
complexa.
Segundo Albrecht (apud Las Casas, 1999, p.20), oferecer qualidade total
em serviços “é uma situação no qual uma organização fornece qualidade e
serviços superiores a seus clientes, proprietários e funcionários”.
Portanto, a qualidade total em serviços engloba, além dos clientes
externos, todos os que participam do processo.
Ainda de acordo com Las Casas (2006, p.89-90), a qualidade em
serviços está junta com a satisfação. Mas, para ter a satisfação e tornar uma
prestação de serviço de qualidade, é importante tomar certas precauções.
Primeiro de tudo, as expectativas do cliente deverão ser administradas. Se o
resultado de uma prestação de serviços iguala a expectativa, o cliente fica
satisfeito. No entanto, se o resultado ficar aquém das expectativas, os clientes
ficarão insatisfeitos.
Um outro componente do marketing de serviços é a percepção da
qualidade. Muitas vezes, um profissional sabe que presta um serviço com boa
qualidade. No entanto, o cliente poderá não perceber assim. Por isso, é
necessário que a empresa acompanhe como o cliente está percebendo a
prestação de serviço.
Considerada a importância da formação das expectativas do cliente para
a avaliação que fará da qualidade do serviço, é importante identificar os fatores
26
que influenciam as suas expectativas, de modo que as empresas consigam
gerenciá-las.
Segundo Gianesi e Correa (1991, p.82), quatro fatores podem influenciar
as expectativas dos clientes: comunicação boca a boca, necessidades
pessoais, experiência anterior e comunicação externa.
Em geral, o cliente pode formar expectativas através das experiências
passadas com a empresa ou concorrentes, comentários de outras pessoas ou
até mesmo através de promessas feitas pelo prestador de serviço.
Já, a noção que o cliente tem do serviço prestado é formada por dois
fatores principais: a prestação do serviço e comunicação transmitida ao cliente,
durante ou após o processo, conforme Gianesi & Correa (1991, p.86).
A prestação do serviço é a principal responsável pela percepção do
cliente em relação ao serviço. Normann (apud Gianesi & Correa), “criou a
expressão momento da verdade, para simbolizar o momento de contato entre o
fornecedor do serviço e o cliente”.
Portanto, a noção do cliente a cerca do serviço é formada em cada um
dos momentos da verdade, ou seja, sempre que o cliente entra em contato com
a empresa e obtém qualquer impressão da qualidade de seus serviços.
“Um cliente interage com um ambiente físico, processos, pessoas e procedimentos. O resultado da percepção de todos esses aspectos nos leva a um “juízo final”, momentos em que decidimos se a experiência é satisfatória ou não. Quando o serviço tem a capacidade de satisfazer, conforme foi visto, é considerado de boa qualidade. Os mercadólogos devem constantemente buscar esse objetivo. Por isso, administrar serviços significa uma abordagem organizacional global que faz da qualidade de serviço tal como reconhecida pelo cliente a principal força propulsora da empresa”. LAS CASAS (1999, p.27).
Em face do exposto, é possível determinar os critérios segundo os quais
os clientes avaliam o serviço é uma condição fundamental para que o
fornecedor do serviço possa priorizar seus esforços, de modo a gerar uma
percepção favorável do serviço ao cliente. Para desenvolver um bom marketing
de serviços é importante compreender o que os clientes, de fato, procuram e o
que eles avaliam.
27
Para Las Casas (2006, p.93), quando avaliam uma prestação de
serviços, os clientes consideram os seguintes fatores: tangibilidade: os clientes
tendem a avaliar a aparência das instalações físicas, dos equipamentos e dos
funcionários; confiança: refere-se à capacidade de prestar os serviços de forma
segura e correta; responsividade: a capacidade de prestar serviços com boa
vontade e prontidão; auto-confiança: os clientes observam a capacidade dos
prestadores de transmitir confiança por meio de conhecimento e cortesia;
empatia: refere-se ao cuidado, atenção individualizada, aspecto de o
funcionário da empresa colocar-se no lugar do consumidor, a fim de prestar
serviços adaptados às reais necessidades de cada um.
Assim, as empresas sabem que a concorrência é muito intensa e, por
isso, algumas soluções técnicas oferecidas aos clientes não bastam para retê-
los. Mesmo organizações predominantemente industriais, têm que oferecer aos
seus clientes uma infinidade de serviços como parte integral do total de suas
ofertas.
“A aplicação de uma estratégia de serviços implica que o principal foco do pensamento estratégico e da tomada de decisão do corpo gerencial são os serviços. Em outras palavras, a competência-chave é o serviço. Um diferencial competitivo é criado oferecendo valores e benefícios que são entregues em forma de vários serviços ou elementos de serviços no relacionamento com os clientes (ou com distribuidores e outras interações com pessoas). A diferenciação é alcançada principalmente através da concentração nos serviços e através de uma exploração profunda das características dos serviços, independente de se a organização é uma prestadora de serviços no sentido tradicional, um fabricante de bens ou uma instituição do setor público”. GRÖNROOS (1993, p. 23-24).
Nesse sentido, a prestação de serviços pode torna-se uma importante
estratégia para as empresas que almejam criar posição competitiva, e ao
mesmo tempo tornar seus clientes fiéis. Grönroos (1993, p.23), diz que uma
estratégia de serviços pode ser eficaz em mercados amadurecidos – nos quais
sejam difíceis atrair novos clientes – e com bens tecnicamente mais
sofisticados como automóveis e computadores.
28
Capítulo IV - FIDELIZAÇÃO DO CLIENTE
Ao falar de marketing de relacionamento e fidelização, é importante frisar
os vínculos mantidos entre empresas e clientes. De acordo com Gordon (1999,
p.127), “os clientes diferem em grau de importância para cada empresa [...]. A
maneira que uma empresa escolhe para criar um vínculo com seus clientes
pode afetar muito suas estratégias e capacidade [...]”.
É extremamente importante que o profissional de marketing de
relacionamento saiba quem são seus clientes, porque é dessa forma que
poderá estabelecer objetivos para aperfeiçoar a intensidade e extensão do
vínculo mantido. Gordon (1999, p.129-130), apresenta seis categorias de
vínculos com os clientes:
Prospects: são pessoas identificadas dentro da população em geral e
cujo perfil combina com o que sua empresa está procurando.
Experimentadores: são os prospects que tomaram conhecimento de sua
organização e suas ofertas e começaram a explorar até que ponto você
é relevante para eles, talvez através das primeiras compras
experimentais.
Compradores: são experimentadores que estão satisfeitos com sua
experiência inicial e passaram a fazer negócios com sua empresa, mas
não efetivamente.
Clientes eventuais: Neste estágio, você já o conquistou, mas ainda não
sua inteira confiança. O cliente eventual ainda pode passar a utilizar
seus concorrentes ou regredir na escala contínua de vínculo e voltar a
ser apenas comprador.
Clientes regulares: são aqueles que compram de sua empresa há muito
tempo, cuja confiança você conquistou e que adotaram como seus os
processos e valores de sua empresa.
Defensores: nesse nível a empresa desfruta de clientes regulares tão
comprometidos com a organização que somente uma grave violação da
confiança poderia prejudicar essa boa vontade.
29
Basicamente, as empresas orientam as suas ações, de modo a
incentivar o cliente a passar para o estágio seguinte da “escala de lealdade”,
até que atinja o nível de defensor do negócio. Na procura do envolvimento e da
fidelidade dos clientes, surgiram diversas ferramentas e estratégias utilizadas
pelas empresas, com o objetivo de assegurar um relacionamento de longo
prazo com o cliente.
De fato, o nível de exigência dos clientes vem aumentado
abundantemente. Eles passaram a exigir produtos de qualidade, atendimento
individualizado e preços satisfatórios. Diante dessa situação como, então, criar,
e manter, a fidelidade do cliente?
Para Kotler & Keller (2006, p.139), os clientes fazem as suas escolhas
avaliando qual oferta proporciona mais valor. Eles formam uma expectativa de
valor e agem com base nela. A possibilidade de satisfação e repetição da
compra depende de a oferta atender ou não a essa expectativa de valor. Ainda
segundo os autores (2006, p.140), o valor percebido pelo cliente “é a diferença
entre a avaliação que o cliente potencial faz de todos os benefícios e custos
relativos a um produto ou serviço e as alternativas percebidas”.
Mediante o exposto, compreende-se que a fidelização dos clientes está
intimamente ligada a satisfação que o mesmo obtém adquirindo um
determinado produto e/ou serviço. Assim, clientes satisfeitos têm maior
possibilidade de se tornar clientes fiéis. Assim sendo, o segredo para gerar um
grande nível de fidelidade é entregar um alto valor para o cliente.
Segundo Oliver (apud Kotler & Keller, 2006, p.141), fidelidade é como
um “compromisso profundo de comprar ou recomendar repetidamente certo
produto ou serviço no futuro, apesar de influências situacionais e esforços de
marketing potencialmente capazes de causar mudanças comportamentais”.
Portanto, a fidelidade do cliente é criada, quando ele se torna um
defensor da organização, ou seja, realiza compras regulares e repetidas e,
além disso, fala bem da empresa e indica seus produtos a outras pessoas.
“O marketing de fidelização é a estratégia para fidelizar ou reter o cliente por meio de ações integradas, sistemáticas e contínuas de comunicação e promoção, gerando freqüência e repetição de compra por parte dos clientes e recompensando-os por isso”. DIAS (2007, p.07).
30
As empresas precisam desenvolver estratégias com o potencial de gerar
freqüência e repetição de compra por parte dos clientes. Nos dias de hoje, mais
e mais empresas estão procurando desenvolver programas de fidelidade e
retenção de clientes.
Segundo Dias (2007, p.07), o marketing de fidelização tem sido bastante
utilizado por administradoras de cartão de crédito (programas de prêmios por
freqüência de uso e volumes comprados com cartões) e por companhias
aéreas (programas de milhagens).
Além de oferecer consistentemente alto valor e alta satisfação, as
empresas podem usar uma série de ferramentas específicas para desenvolver
vínculos mais fortes com os consumidores. Berry e Parasuraman (apud Kotler
& Keller, 2006, p.158), identificaram três abordagens para promover retenção:
acréscimo de benefícios financeiros, acréscimo de benefícios sociais e
acréscimo de vínculos estruturais.
O acréscimo de benefícios financeiros pode ser definido como uma
empresa que quer construir um valor e uma satisfação adicionando benefícios
financeiros ao relacionamento com o consumidor. Segundo Kotler & Keller
(2006, p.158), as empresas podem oferecer dois tipos de benefícios
financeiros: programas de freqüência de compras e programas de marketing de
associação.
Os programas de freqüência de compras têm como objetivo oferecer
recompensas aos clientes que compram com freqüência e/ou em grande
quantidade. Por exemplo, as companhias aéreas oferecem programas de
milhagem e os hotéis oferecem quartos de categoria mais alta a seus hóspedes
fiéis.
Para Kotler & Keller (2006, p.158), o marketing de freqüência é o
reconhecimento de que 20 por cento dos clientes de uma empresa podem
representar 80 por cento de seus negócios. De um modo geral, programas de
freqüência é uma maneira de construir um relacionamento de fidelidade de
longo prazo com esses clientes, criando oportunidades de venda cruzada
durante o processo.
31
Já, os programas de marketing de associação, oferecem aos seus
membros descontos especiais e outros benefícios.
O acréscimo de benefícios sociais é uma segunda abordagem à
construção de relacionamentos com os clientes, é acrescentar benefícios
sociais. “O pessoal da empresa trabalha para aumentar seus vínculos sociais
com os clientes, individualizando e personalizando o relacionamento com eles”,
de acordo com Kotler & Keller (2006, p.159).
Essa estratégia visa oferecer ao cliente um atendimento individual e
personalizado. Dessa forma, a empresa deverá conhecer as necessidades e
desejos individuais dos clientes, a fim de construir um relacionamento de longo
prazo.
E o acréscimo de benefícios estruturais, “a empresa pode oferecer
equipamentos especiais ou links de computadores que auxiliem os clientes a
gerenciar seus pedidos, folhas de pagamento, estoques e assim por diante”,
conforme Kotler & Keller (2006, p.160).
O relacionamento com os clientes deve ser conquistado. De fato, eles
esperam que os produtos e/ou serviços adquiridos atendam as suas
necessidades. Além disso, observam a qualidade do atendimento e a oferta de
serviços. Nesse sentido, torna-se imprescindível a adoção de uma ferramenta
que favoreça a manutenção de relacionamentos contínuos e lucrativos.
32
CONCLUSÃO
Em face do que foi exposto neste presente estudo, pôde-se observar e
compreender que a atração de novos clientes pode ser uma tarefa fácil, visto
que eles demonstram pouca lealdade a determinado produto e/ou serviço.
Entretanto, manter e aprimorar fortes relacionamentos com os clientes torna-se
mais difícil.
A partir disso, entende-se que as empresas podem construir
relacionamentos duradouros entregando um alto valor para o cliente, de modo
a garantir a sua satisfação. Entende-se também, que é possível ofertar aos
clientes individuais o valor que eles precisam ou querem pela aplicação das
estratégias e ferramentas do marketing de relacionamento.
Dentro do contexto de marketing de relacionamento, pode-se dizer que a
tecnologia da informação é um importante recurso, por meio do qual uma
empresa pode administrar melhor o seu próprio empreendimento em relação
ao comportamento do consumidor.
Com base nos autores pesquisados, deve-se ressaltar que o marketing
de relacionamento é uma filosofia empresarial imprescindível para as
organizações que desejam desenvolver relacionamentos satisfatórios e
lucrativos com os clientes. Por meio de suas ferramentas e estratégias é
possível buscar novas formas de comunicação com o mercado.
Finalmente, conclui-se que a fidelidade dos clientes é desenvolvida por
meio de um relacionamento contínuo, personalizado e diferenciado. Dentro da
perspectiva do marketing de relacionamento, os programas de fidelização são
de extrema importância, uma vez que eles estimulam a repetição da compra.
Contudo, para manter a fidelidade dos clientes é essencial entender as suas
necessidades, desejos e valores.
33
BIBLIOGRAFIA
BOONE, Louis E; KURTZ, David L. Marketing Contemporâneo. Tradução
Aline Neves Leite de Almeida. Rio de Janeiro: LTC, c1998.
CERVO, A. L; BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. 4ª ed. São Paulo:
Markron Books Ltda., 1996
COBRA, Marcos. Marketing básico: uma abordagem brasileira. São Paulo:
Atlas, 1997.
DESLASDES, S. F.; GOMES, R.; MINAYO, M. C. S.; NETO, O. C. Pesquisa
Social: Teoria, método e criatividade. 22ª ed. Petrópolis: Vozes, 2003.
DIAS, Sérgio Roberto (Coord.). Gestão de marketing. São Paulo: Saraiva,
2007.
GIANESI, Irineu G. N; CORRÊA, Henrique Luiz. Administração estratégica
de serviços: operações para a satisfação do cliente. São Paulo: Atlas, 1996.
GRÖNROOS, Christian. Marketing: gerenciamento e serviços: a
competição por serviços na hora da verdade. Tradução Cristina Bazán. Rio
de Janeiro: Campus, 1993.
GORDON, Ian. Marketing de relacionamento: estratégias, técnicas e
tecnologias para conquistar clientes e mantê-los para sempre. Tradução
Mauro Pinheiro. São Paulo: FU, 1999.
34
KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de marketing. Tradução
Arlete Simille Marques. São Paulo: Prentice-Hall, 2004.
KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing: a bíblia
do marketing. Tradução Mônica Rosenberg. São Paulo: Pearson, 2006.
LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Qualidade total em serviços: conceitos,
exercícios, casos práticos. São Paulo: Atlas, 1999.
LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Marketing de serviços. São Paulo: Atlas, 2006.
LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Marketing: conceitos, exercícios e casos.
São Paulo: Atlas, 2006.
ROCHA, Jorge Rocha Ferramentas de Vendas e Varejo. 1º ed. Rio de
Janeiro: Estácio de Sá, 2005
VAVRA, Terry G. Marketing de relacionamento (aftermarketing): como usar
o database marketing para a retenção de clientes ou consumidores e
obter a recompra continuada de seus produtos e serviços. Tradução Ailton
Bomfim Brandão. São Paulo: Atlas, 1993.
ZENONE, Luiz Cláudio. Marketing da gestão e tecnologia: desenvolvendo
processos organizacionais orientados para o mercado. São Paulo: Futura,
2003.