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UNIVERSIDADE CEUMA UNICEUMA PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO PROGRAMA DE MESTRADO EM BIOLOGIA PARASITÁRIA São Luís 2016 Atividade antifúngica, do extrato hidroalcoólico das folhas de Terminalia catappa contra isolados de Candida albicans Enzo Elder Costa Ribeiro

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UNIVERSIDADE CEUMA – UNICEUMA

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO

PROGRAMA DE MESTRADO EM BIOLOGIA PARASITÁRIA

São Luís

2016

Atividade antifúngica, do extrato hidroalcoólico das folhas de Terminalia

catappa contra isolados de Candida albicans

Enzo Elder Costa Ribeiro

Enzo Elder Costa Ribeiro

Atividade antifúngica, do extrato hidroalcoólico das folhas de

Terminalia catappa contra isolados de Candida albicans

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Biologia Parasitária da Universidade

CEUMA para obtenção do Título de Mestre em Biologia

Parasitária.

Área de Concentração: Microbiologia

Orientador: Profa.Dra.Cristina de Andrade Monteiro

São Luís

2016

RibeiroEEC, Enzo Elder Costa Ribeiro Atividade antifúngica, do extrato hidroalcoólico das folhas de Terminalia catappa contra isolados de Candida albicans

SãoLuis,2016.

. Dissertação (Mestrado) – Universidade CEUMA. Orientadora: ProfDra. Cristina de Andrade Monteiro 1.Terminalia catappa. 2. Candida albicans 3. Antifúngico

CDU:

Nome: Enzo Elder Costa Ribeiro

Atividade antifúngica, do extrato hidroalcoólico das folhas de

Terminalia catappa contra isolados de Candida albicans

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia

Parasitária da Universidade CEUMA para obtenção do título de Mestre.

Aprovado em: __________/___________/___________

Banca Examinadora

Prof. Dr. ______________________________________

Instituição: ____________________________________

Assinatura:_____________________________________

Profa. Dr. _____________________________________

Instituição: ____________________________________

Assinatura:_____________________________________

Prof.Dr________________________________________

Instituição: _____________________________________

Assinatura:______________________________________

Ribeiro EEC. Atividade antifúngica, do extrato hidroalcoólico das folhas de

Terminalia catappa contra isolados de Candida albicans, São Luís,

Universidade CEUMA, 2016

RESUMO

O aumento de infecções fúngicas nas últimas décadas é alarmante e Candida

spp tem sido destaque entre outros fungos devido sua frequência e relevância

clínica, e a alta prevalência de candidíase em pacientes com síndrome da

imunodeficiência adquirida (AIDS). O objetivo deste estudo foi investigar os

efeitos antifúngicos, antibiofilme e citotóxicos, integridade de membrana e

viabilidade lisossomal do extrato hidroalcóolico das folhas de Terminalia

catappa contra isolados de Candida albicans. Além de verificar as ações

combinatórias do extrato com a droga fluconazol. A concentração inibitória

mínima e concentração fungicida mínima foram determinadas pelo método de

microdiluição enquanto que a concentração inibitória fracionada foi avaliada

pelo método “checkerboard”. O extrato mostrou excelente atividade contra

todos os isolados testados (CIM variando de 0,22 a 0,45 mg/mL e CFM de 3,6

a 58,5mg/mL). A maioria das amostras foi resistente ao antifúngico fluconazol.

O extrato não apresenta citotoxicidade para PBMC as concentrações entre 1 e

0,001 mg/mL. Além disso, o extrato foi capaz de intensificar a atividade do

fluconazol contra os isolados (CIF=0,2), e interferir na capacidade de formação

e redução do biofilme. O extrato mostrou-se capaz de causar dano à

membrana e ao lisossomo fúngico, além de ser rico em diversos metabólitos

secundários. Pôde-se constatar que o extrato possui excelente atividade

antifúngica e sinérgica com a droga fluconazol contra Candida albicans

Palavras-chave: Antifúngico; Sinergismo; Candida albicans; Terminalia

catappa; Biofilme.

Ribeiro EEC. Antifungal activity of the hydroalcoholic extract of Terminalia

leaves catappa against Candida albicans isolates, Sâo Luís, Universidade

CEUMA, 2016

ABSTRACT

The increase in fungal infections in recent decades is alarming and Candida

spp has been featured among other fungi due to their frequency and clinical

relevance, and the high prevalence of candidiasis in patients with acquired

immunodeficiency syndrome (AIDS). The aim of this study was to investigate

the antifungal effects, antibiofilm and cytotoxic, lysosomal membrane integrity

and viability of the hydroalcoholic extract of Terminalia leaves catappa against

Candida albicans isolates. In addition to checking the combinatorial actions of

the extract with fluconazole drug. The minimum inhibitory concentration and

minimum fungicidal concentration was determined by the microdilution method

while the fractional inhibitory concentration was evaluated using the

"checkerboard". The extract showed excellent activity against all isolates tested

(MIC ranging from 0.22 to 0.45 mg / mL and CFM 3.6 58,5mg / mL). Most

samples were resistant to the antifungal fluconazole. The extract non-cytotoxic

to PBMC concentrations between 1 and 0,001 mg / ml. Moreover, the extract

was capable of enhancing the activity of fluconazole against isolates (CIF =

0.2), and interfere with formation of capacity and reduction of biofilm. The

extract was shown to be capable of causing damage to the membrane and

fungal lysosome, besides being rich in various secondary metabolites. It could

be observed that the extract has excellent antifungal and synergistic activity

with fluconazole against Candida albicans drug

Keywords: Antifungal; Synergism; Candida albicans; Terminalia catappa;

Biofilm.

Key-words:

LISTA DE TABELA

Tabela 1 - Prospecção fitoquímica de classes de metabólitos secundários

presentes no extrato hidroalcoólico de T. catappa .....................................…..41

Tabela 2 - Avaliação da atividade antifúngica do extrato bruto hidroalcoólico de

T. catappa contra isolados orais e de secreção vaginal de C. albicans por teste

em ágar difusão............................................................................................…..42

Tabela 3 - Concentração inibitória mínima e Concentração fungicida mínima do

extrato hidroalcoólico bruto das folhas de T.catappa contra amostras clínicas de

C.albicans.....................................................................................................…..44

LISTA DE FIGURA

Figura 1 - Avaliação da atividade antifúngica das amostras de Candida

separados por grupo com extrato hidroalcoólico de T.catappa pelo teste em

ágar difusão..................................................................................................…..43

Figura 2 - Avaliação da CIM e CFM das amostras separados por grupos com

extrato hidroalcoólico de T.catappa...................................................................45

Figura 3 - Teste de combinação entre fluconazol e o extrato hidroalcoólico bruto

das folhas de T. catappa .............................................................................…..46

Figura 4 - Ensaio de morte (Killing assay) ..................................................…..47

Figura 5 Ensaio de citotoxicidade do extrato hidroalcoólico de T.

catappa...........................................................................................................…48

Figura 6 - Avaliação do efeito do extrato hidroalcoólico bruto das folhas de T.

catappa na formação de biofilme de C. albicans.........................................…..49

Figura 7 - Avaliação do efeito do extrato hidroalcoólico de T. catappa no

biofilme pré-formado de C. albicans.............................................................…..50

Figura 8 - Viabilidade da membrana lisossomal da célula fúngica em contato

com o extrato hidroalcoólico de T.catappa...................................................…..51

Figura 9 - Efeito do extrato hidroalcoólico de T.catappa sobre a integridade da

membrana de Candida albicans...................................................................…..52

Figura 10 - Atividade hemolítica do extrato hidroalcoólico de T.

catappa.........................................................................................................…..53

Sumário

1. Introdução ................................................................................................... 13

2. Material e Métodos ..................................................................................... 14

2.1 Material vegetal e preparação do extrato ................................................ 14

2.2. Análise Fitoquímica ................................................................................ 15

2.3. Amostras e condições de crescimento ................................................... 15

2.4. Ensaios Antifúngicos .............................................................................. 16

2.4.1. Determinação da atividade antifúngica usando método de difusão em

agar............................................................................................................ 16

2.4.2. Determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) e

Concentração Fungicida Mínima (CFM) .................................................... 17

2.4.3. Avaliação in vitro do efeito combinatório do extrato de Terminalia

catappa e Fluconazol (FCZ) ...................................................................... 18

2.5. Efeitos da Terminalia catappa na formação de biofilme de Candida

albicans e biofilme pré-formado .................................................................... 19

2.6. Ensaio de Citotoxicidade (MTT) ............................................................. 20

2.7. Estabilidade da membrana lisossomal ................................................... 21

2.8. Determinação da integridade da membrana .......................................... 22

2.9. Atividade hemolítica ............................................................................... 22

2.10. Análise estatística ................................................................................ 23

3. Resultados .................................................................................................. 23

3.1. Análise fitoquímica ................................................................................. 23

3.2. Teste em agar difusão ........................................................................... 24

3.3. Concentração Inibitória Mínima (CIM) e Concentração Fungicida Mínima

(CFM) ............................................................................................................ 24

3.4. Avaliação in vitro do efeito combinatório do extrato de Terminalia

catappa e Fluconazol (FCZ) .......................................................................... 24

3.5. Ensaio de morte (Killing Assay) ............................................................. 25

3.6. Ensaio de Citotoxicidade (MTT) ............................................................. 25

3.7. Efeito do extrato hidroalcoólico de T. catappa sobre a formação de

biofilme de C. albicans .................................................................................. 25

3.8. Efeito do extrato hidroalcoólico de T. catappa sobre biofilme pré-formado

de C. albicans. .............................................................................................. 26

3.9. Estabilidade da membrana lisossomal ................................................... 26

3.9. Determinação da integridade de membrana .......................................... 27

3.10. Atividade Hemolítica ............................................................................ 27

4. Discussão ................................................................................................... 28

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 34

CAPÍTULO 1

13

Atividade antifúngica, do extrato hidroalcoólico das folhas de Terminalia 1

catappa contra isolados de Candida albicans 2

1. Introdução 3

4

Nas ultimas décadas, o aumento da incidência de infecções fúngicas 5

oportunistas tem sido relacionado ao aumento de pessoas em risco como 6

pacientes em condições imunossupressoras como aqueles com SIDA (Bouza e 7

Munoz, 2008). As infecções de mucosa mais comuns são aftas, candidíase 8

vaginal, candidíase cutânea, onicomicose e candidíase mucocutânea crônica. 9

O principal problema da candidíase é que ela está associada a uma taxa de 10

mortalidade de 10-49 % em pacientes imunocomprometidos (Pfaller, Diekema 11

2007) e que a mesma pode ser encontrada em todo o resto da população 12

imunocompetente (Li et al 2006; Raman et al, 2013). 13

Candida albicans é responsável pela maioria das infecções, mas diversas 14

outras espécies de Candida emergentes também têm sido associadas com a 15

doença (Kim J, Sudbery, 2011). Eles representam um sério risco para a saúde 16

pública, porque são altamente resistentes aos antifúngicos existentes (Gullo et 17

al, 2012). 18

Estas limitações ao tratamento, a existência do mecanismo de resistência já 19

descritos para as drogas (Masia e Gutierrez, 2002; Mukherjee et al, 2013) 20

associada à patogenicidade dos isolados clínicos fundamentam a urgente 21

necessidade de identificação de substâncias mais eficazes e com novos 22

mecanismos de ação no combate às infecções por Candida. 23

14

Neste contexto, o uso popular de plantas medicinais com atividade antifúngica 24

ganha destaque. Terminalia catappa, é uma planta popularmente conhecida no 25

Brasil como “amendoeira”, “amendoeira-da-praia”, “amendoeira-da-Índia”, 26

“cuca”, “guarda-sol”, “castanheira da Índia”, “castanhola” e “chapéu-de-Sol” 27

(Silva et al, 2015). Terminalia catappa pertence à família Combretaceae e tem 28

sido reivindicada por ter efeitos terapêuticos relacionados a doenças hepáticas 29

(Govind, 2011) ela é usada como estimulante cardíaco e suas folhas são 30

amplamente utilizadas como medicina popular no sudeste da Ásia para o 31

tratamento de dermatose e hepatite (Chen et al, 2000). Alguns estudos têm 32

relatado que o extrato das folhas de Terminalia catappa e frutas têm efeito 33

anticancerígeno, antioxidante, anti-inflamatório, efeitos antidiabéticos e 34

atividade hepatoprotetora (Chen e Li, 2006) atividade antimicrobiana e 35

antifúngica (Fyhrquist et al., 2002), mas os componentes eficazes e 36

mecanismos relacionados bem como um atividade antivirulência e sinérgica 37

permanecem desconhecidos. 38

No presente trabalho, a ação antifúngica, antivirulência e sinérgicas com 39

fluconazol do extrato das folhas de amendoeira-da-praia foram investigados 40

contra Candida albicans e isolados clínicos. 41

42

2. Material e Métodos 43 44

2.1 Material vegetal e preparação do extrato 45

46

Folhas de Terminalia catappa foram coletadas em Setembro de 2015 na cidade 47

de São Luís, estado do Maranhão, Brasil; A espécie foi identificada e 48

catalogada no laboratório do Departamento de Biologia – CCBS, Herbário do 49

15

Maranhão – MAR, com o seguinte número de identificação - (8.918) na 50

Universidade Federal do Maranhão - UFMA. 51

As folhas foram secas em estufa de secagem a 40ºC, em seguida trituradas, 52

pesadas e maceradas em frasco âmbar, protegidos da luz, submetidos a 53

frequentes agitações durante 10 dias em etanol 70% (v:v) na proporção de 1:5 54

(p/v). Os filtrados foram reunidos e depois concentrados pelo método de 55

rotaevaporação entre 50 e 60°C, resultando no extrato hidroalcoólico, que foi 56

mantido sob refrigeração a 4°C para usos posteriores. 57

58

2.2. Análise Fitoquímica 59

60

No teste de triagem fitoquímica foram realizados ensaios semi-quantitativos 61

com o extrato hidroalcoólico de Terminalia catappa, utilizando reagentes 62

específicos para a detecção de diferentes classes de metabólitos secundários: 63

antocianinas, antocianidinas, alcalóides, fenóis, esteróides, chalconas e 64

auronas, flavonóides, flavonas e xantonas, flavononas, saponinas, catequinas, 65

leucoantocianidinas, taninos condensados e hidrolisáveis e triterpenóides 66

conforme descreve a metodologia de Matos (2009). 67

68

2.3. Amostras e condições de crescimento 69

70

Extrato hidroalcoólico foi testado contra n=4 (CA45, CA42, CA39, CA34) 71

isolados clínicos provenientes de pacientes com SIDA manifestando candidíase 72

oral (CO) e um n=4 de (MRSM, VLFA, LMS, NMM) isolados provenientes de 73

amostras de secreção vaginal (CV). Todas as amostras clínicas são da espécie 74

16

Candida albicans. Candida albicans ATCC 90028 e SC5314 foram utilizadas 75

como controle. As amostras fúngicas são oriundas do Laboratório de Pesquisa 76

em Micologia Médica (LAPEMM) Universidade Ceuma. As amostras foram 77

reativadas em meio liquido RPMI-1640 Sigma (Sigma–Aldrich, UK) a 37°C por 78

48 horas. Os isolados foram semeados em Sabouraud Dextrose Agar DAS 79

(Sabouraud Dextrose Agar – Difco Laboratories Inc. Detroit, EUA) e incubadas 80

durante 48 horas a 37°C, após isso foram colhidas e suspensas em Tampão de 81

Fosfato Salino (PBS) ph 7,0 e padronizadas a aproximadamente 1x107 82

UFC/mL em uma absorbância de 0,26 a 520 nm. 83

84

2.4. Ensaios Antifúngicos 85

86

2.4.1. Determinação da atividade antifúngica usando método de difusão 87

em agar 88

89

O potencial antifúngico do extrato foi inicialmente avaliado pela técnica de 90

difusão em meio SDA (Sabouraud Dextrose Agar – Difco Laboratories Inc. 91

Detroit, EUA) (Moody et al, 2004). O inóculo padronizado foi espalhado em 92

placas SDA que foram em seguidas perfuradas com cilindros estéreis, 93

formando poços onde foram inoculados 50 µl do extrato a 117 mg/mL. As 94

placas foram incubadas a 37ºC por 48 horas, após esse período as zonas de 95

inibição foram mensuradas. Como controle foi utilizado fluconazol 128 μg/mL. 96

Os ensaios foram feitos em triplicata. 97

98

17

2.4.2. Determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) e 99

Concentração Fungicida Mínima (CFM) 100

101

Determinações da Concentração Inibitória Mínima (CIM) foram realizadas 102

através do ensaio de microdiluição em placas pré-esterilizadas de poliestireno 103

com fundo plano de 96 poços, seguindo as recomendações do Clinical and 104

Laboratory Standards Institute (CLSI, 2008). O extrato bruto foi submetido 105

primeiramente a um processo de secagem e em seguida ressuspenso em meio 106

RPMI-1640 Sigma (Sigma–Aldrich, UK) tamponado com ácido 107

morfolinopropanossulfônico (MOPS- Sigma (Sigma–Aldrich, UK) pH 7,0 filtrado 108

em membrana. Em seguida, o extrato foi adicionado aos poços de 109

microtitulação contendo meio RPMI 1640 Sigma (Sigma–Aldrich, UK). Desta 110

forma permitindo duas diluições em série com concentrações finais entre 117 111

mg/mL a 0028 mg/mL. O inóculo padronizado foi adicionado a cada poço 112

atingindo uma concentração final de 1x103 UFC/mL num volume final de 200 113

µL. As placas foram incubadas a 37ºC durante 48 h. Controle do crescimento 114

fúngico foi feito em poços sem o extrato. CIM foi definida como a menor 115

concentração do extrato no qual nenhum crescimento visível pode ser 116

detectado. A fim de determinar a concentração mínima fungicida (CFM), 10 µl 117

de todos os poços que apresentavam resultados iguais ou maiores do que a 118

CIM foram semeadas em placas de SDA (Sabouraud Dextrose Agar – Difco 119

Laboratories Inc. Detroit, EUA). Após 24 h de incubação a 37°C, o CFM foi 120

considerado a concentração mais baixa do extrato que inibiu o crescimento 121

celular visível. Todos os testes foram realizados em triplicata. 122

123

18

2.4.3. Avaliação in vitro do efeito combinatório do extrato de Terminalia 124

catappa e Fluconazol (FCZ) 125

126

Extrato de Terminalia catappa e fluconazol foram avaliados em combinação 127

usando o método do teste “checkerboard”(Santos et al, 2006) contra amostra 128

de Candida albicans ATCC 90028. A faixa de concentração para o fluconazol 129

foi de 1 a 64 µg/mL e para o extrato foi 0,055 a 3,2 mg/mL. A leitura foi 130

realizada para 100% de inibição do crescimento. 131

A interação entre estas substâncias foi quantitativamente avaliada pela 132

determinação da concentração inibitória fracionária (CIF). A fórmula para o 133

cálculo da CIF foi: CIF = [CIM FCZ em combinação / CIM FCZ] + [CIM extrato 134

em combinação /CIM extrato]. A CIF foi calculada para todas as combinações 135

possíveis para o mesmo isolado e o resultado final foi expresso como a média 136

das CIFs. Além disso, a curva de interação foi construída. A interação foi 137

classificada como sinergismo quando a CIF ≤0,5, indiferente se 0,5> CIF ≤ 4,0 138

e antagonismo para CIF>4.0 (Odds, 2003). 139

140

2.4.4. Ensaio de morte (Killing Assay) 141

Para a realização desse teste foram utilizadas colônias de Candida albicans 142

cultivadas em Sabouraud (Sabouraud Dextrose Agar – Difco Laboratories Inc. 143

Detroit, EUA) com 48 horas de crescimento. Os microrganismos foram 144

ressuspensos em tampão de fosfato de potássio 5 mM, pH 7,0, a densidade 145

ótica foi determinada espectrofotometricamente utilizando-se um filtro de 620 146

nm, com valor final de aproximadamente 0,35. Em uma microplaca de 96 poços 147

foi realizado uma diluição seriada do extrato a 117 mg/mL de Terminalia 148

19

catappa, com um volume de 50 µl, em seguida foram adicionados 50 µl da 149

suspenção de Candida albicans previamente preparada. Após 1,5 h de 150

incubação a 37°C, 50 µl de cada poço foi diluído 180 vezes em tampão fosfato 151

e uma alíquota de 25 µl da suspensão diluída foi semeada em placas de cultura 152

contendo meio Sabouraud. Após 48 horas de incubação, a viabilidade celular 153

foi avaliada por contagem de colônias, utilizando comparações com o número 154

de células numa amostra do grupo controle incubadas sem a presença do 155

extrato. (Helmerhorst et al., 2006). 156

157

2.5. Efeitos da Terminalia catappa na formação de biofilme de Candida 158

albicans e biofilme pré-formado 159

160

A formação de biofilme foi preparado como descrito por (Tsang, et al., 2012; 161

Seneviratne et al., 2016;) com algumas modificações. Cultura de 24 horas 162

crescidos em Sabouraud a 37°C foram colhidas e suspensas em meio de 163

levedura à base de nitrogênio (YNB) Sigma (Sigma–Aldrich, UK) suplementado 164

com glicose 100 mM a 37°C “overnight”. Células de levedura em fase 165

exponencial de crescimento foram removidas e lavadas duas vezes em tampão 166

fosfato salino (PBS; pH 7,0). Em seguida as células foram ressuspensas em 167

YNB suplementado com glicose 100 mM com turbidez equivalente 3,0 na 168

escala padrão de McFarland. 100 µl da suspensão de leveduras foi transferida 169

para uma placa de poliestireno de 96 poços e incubadas por 1,5 h a 37ºC. 170

Após a fase de adesão o meio foi aspirado e lavado gentilmente com PBS para 171

remover as células não aderentes. Meio YNB (200 µl) contendo extrato nas 172

20

concentrações do CIM, 1/2CIM, 1/4CIM, foram adicionados em cada poço, e 173

incubados por 24 h a 37°C. 174

Para quantificação das células após a formação do biofilme, o meio foi retirado, 175

e os poços foram gentilmente lavados com solução PBS, com a finalidade de 176

remover as células não aderidas, em seguida com auxilio de uma ponteira 177

estéril o biofilme foi removido, diluído serialmente e semeado em triplicata 178

utilizando a técnica de microgota, a contagem de microrganismos viáveis foi 179

concretizada em placas de Petri contendo meio Sabouraud (Izumida, 2014) 180

com modificações. 181

Para investigação dos efeitos do extrato de Teminalia catappa em biofilme pré-182

formado, biofilme de Candida foi preparado por 24 h a 37°C como descrito 183

anteriormente. Após o período de formação foram adicionados poços contendo 184

biofilme o extrato nas concentrações CIM, 2xCIM, 4xCIM. Após o período de 24 185

h de incubação a 37°C as amostras foram processadas e semeadas pela 186

técnica de microgota com descrito anteriormente. 187

188

2.6. Ensaio de Citotoxicidade (MTT) 189

190

Atividade da desidrogenase mitocondrial foi mensurada usando MTT [3-(4,5-191

dimethylthiazol-2-yl)-2,5-diphenyltetrazolium bromide] Sigma (Sigma–Aldrich, 192

UK). Amostras de 5 mL de sangue periférico foram coletadas de 5 (cinco) 193

pessoas e homogeneizados com histopaque Sigma-Aldrich, na proporção de 194

1:1. Após centrifugação, PBMC (Periferal Blood Monocluear Cell) foram 195

coletados a partir do anel leucocitário formado. As células foram lavadas com 196

PBS (Phosphate Buffered Saline) e ressuspensas em Meio de cultura DEMEM 197

21

suplementado com soro fetal bovino 1% (SBF) e antibiótico (Estreptomicina, 198

Penicilina e Anfotericina B) 1%. As células foram adicionadas em microplacas 199

de 96 poços (1,5x106) e tratadas com o extrato nas concentrações de 0,001 a 200

10 mg/mL, PBS foi usado como controle negativo. Após incubação por 24 201

horas CO2 5%, foi adicionado o corante MTT à placa e encubado por 3 h. Em 202

seguida a placa foi centrifugada por 5 minutos a 1200 RPM, e a cultura foi 203

removida e os resultados dos cristais de formazan foram dissolvidos pela 204

adição de 100 µl de DMSO 99,9% com posterior leitura no espectofotômetro a 205

550 nm (Moffa, 2015) com algumas modificações. 206

207

2.7. Estabilidade da membrana lisossomal 208

209

Ensaio utilizando o marcador Laranja de Acridina (LA) foi realizado para 210

mensurar a estabilidade da membrana lisossomal da estirpe ATCC 90028, 211

avaliando alteração na fluorescência vermelha (método de absorção LA). As 212

células foram padronizadas a 1x103 em tubos de ensaio com 1 mL de RPMI 213

1640 tamponado com MOPS (Sigma Aldrich). O extrato foi adicionado nas 214

concentrações referentes à CIM, 2xCIM e 4xCIM. Células submetidas a choque 215

térmico (10 min/100ºC e 10 min/-20°C) foram utilizadas como controle positivo 216

de morte. O precipitado contendo as células foi lavado com PBS (2X). Após 12 217

h de incubação a 37°C as células foram separadas por centrifugação 3500 rpm/ 218

10 min. Em seguida as amostras foram incubadas a 37°C na presença de 1 219

mM de LA (Sigma-Aldrich) por 10 minutos. O precipitado contendo as células 220

foi lavado com PBS (2X). Por fim, as células foram ressuspensas em PBS e 221

analisadas por citometria de fluxo (BD Accuri C6, San Jose, CA; canal FL3) 222

22

utilizando o próprio software do aparelho para a aquisição e análise de dados 223

(Silva et al., 2015). Pelo menos 7.000 eventos foram avaliados por ensaio (n = 224

2). 225

226

2.8. Determinação da integridade da membrana 227

228

A determinação da integridade da membrana plasmática da estirpe ATCC 229

90028 foi avaliada utilizando 2 mg/mL de IP (iodeto de propídio) liga-se no DNA 230

de células mortas. A linhagem foi incubada durante 12 h como descrito 231

anteriormente no ensaio com LA, e analisadas utilizando citometria de fluxo. 232

Fluorescência celular foi determinada por citometria de fluxo (BD Accuri C6, 233

San Jose, CA; canal FL2) utilizando o próprio software do aparelho para a 234

aquisição e análise de dados. Pelo menos 7.000 eventos foram avaliados por 235

ensaio (n = 2) (Silva et al., 2016). 236

237

2.9. Atividade hemolítica 238

239

Atividade hemolítica foi investigada incubando eritrócitos humanos em 240

suspensão a 20% com diferentes concentrações do extrato durante 1 h a 37°C. 241

Resumidamente, uma suspensão de glóbulos vermelhos foi centrifugada (3000 242

rpm durante 10 min), e lavadas 3 vezes com PBS tal como descrito 243

anteriormente (Cavalheiro et al, 2009) com algumas modificações. Foram 244

obtidas as concentrações de 100 mg/mL; 50 mg/mL; 25 mg/mL; 12,5 mg/mL; 245

6,25 mg/mL; 3,13 mg/mL. Após as diluições do extrato, foi adicionado 300 µl da 246

solução de hemácias a 20% em eppendorfs respectivamente. A solução foi 247

deixada em repouso por 1 h na estufa a 37°C. Após a incubação, as amostram 248

23

foram centrifugadas por 5 min/3000 rpm. Em seguida transferido 200 µl para 249

uma placa de 96 poços para realização da leitura em espectrofotômetro a 550 250

nm. A ausência (controle negativo) ou presença de hemólise 100% (controle 251

positivo) foi determinada substituindo as amostras com um volume igual de 252

solução (PBS) e com água destilada, respectivamente. A hemólise foi calculada 253

por densidade ótica em relação ao controle negativo e positivo. 254

255

2.10. Análise estatística 256

257

Os resultados estatísticos foram analisados pelo teste não paramétrico de 258

Friedman, teste t de Student e Análise de Variância, com valor de (p<0,05) foi 259

considerado como significativo. 260

261

3. Resultados 262

263

3.1. Análise fitoquímica 264

265

A Tabela (1) apresenta as principais classes de metabólicos secundários 266

identificadas no extrato de Terminalia catappa, realizado utilizando reações 267

colorimétricas. Os principais metabolitos secundários encontrados foram fenóis 268

e taninos hidrolisáveis como fortemente positivios, flavonóides, flavonas e 269

xantonas como moderadamente posisitivos e saponinas, leucoantocianidina 270

foram detectadas como fracamente positivos. 271

272

24

3.2. Teste em agar difusão 273

274

O extrato bruto das folhas de Terminalia catappa mostrou atividade antifúngica 275

contra todos os isolados de C. albicans testados. Os diâmetros das zonas de 276

inibição variaram de 16,3 ± 0,57 mm a 20,3 ± 0,57 (Tabela 2). A inibição do 277

crescimento apresentou-se homogênea para os dois grupos testados (grupo 278

dos isolados orais-CO, e grupo dos isolados de secreção vaginal-CV) não 279

havendo diferença estatisticamente significante (p<0,05). O efeito antifúngico 280

do fluconazol contra os isolados testados foi significativo em relação ao extrato 281

(p<0,05) (Figura 1). 282

283

3.3. Concentração Inibitória Mínima (CIM) e Concentração Fungicida 284

Mínima (CFM) 285

286

Os valores de CIM e CFM variaram de 0,22 a 0,45 mg/mL e de 3,6 a 58,5 287

mg/mL, respectivamente (Tabela 3). Não houve diferença significativa para os 288

valores médios de CIM e CFM quando os mesmos foram comparados entre os 289

grupos de isolados avaliados (p<0,05) (Figura 2). 290

291

3.4. Avaliação in vitro do efeito combinatório do extrato de Terminalia 292

catappa e Fluconazol (FCZ) 293

294

A curva de interação entre o fluconazol e o extrato de amendoeira frente a um 295

isolado de Candida albicans 90028 está apresentada na Figura 3. Em relação à 296

média da CIF (CIF: 0,20), a interação entre o extrato e o antifúngico resultou 297

em um efeito sinérgico em todas as concentrações avaliadas. 298

299

25

3.5. Ensaio de morte (Killing Assay) 300

301

O ensaio de morte (Killing Assay) com extrato de T.catappa realizado nos três 302

grupos de Candidas albicans foram analisados em porcentagem de 303

crescimento. O teste apresentou para o grupo (C.O) uma diferença significativa 304

(p<0,05) a partir da concentração 3,65 mg/mL (30%) comparado ao controle de 305

crescimento. No entanto para o grupo de (C.V) as amostras apresentaram 306

redução de crescimento significativa em todas as concentrações avaliadas, 307

partindo de 0,11 mg/mL (34%). Para o grupo padrão houve redução 308

significativa na concentração de 0,45 mg/mL (41%) e ainda a partir de 1,82 309

mg/mL (Figura 4). 310

311

3.6. Ensaio de Citotoxicidade (MTT) 312

313

De modo a avaliar a citotoxicidade do extrato bruto das folhas de Terminalia 314

catappa, foram realizados ensaios de MTT sobre a viabilidade de células 315

PBMC. Os resultados expressos na Figura 5 mostram que as concentrações do 316

extrato entre 1 a 0,001 mg/mL possuem valores de porcentagem de viabilidade 317

celular estatisticamente semelhantes ao grupo controle, podendo-se considera-318

las não citotóxicas para as células humanas. No entanto as concentrações com 319

valores entre 10 e 5 mg/mL reduziram significativamente (p<0,05) os valores 320

em porcentagem de viabilidade celular em relação ao controle. 321

322

3.7. Efeito do extrato hidroalcoólico de T. catappa sobre a formação de 323

biofilme de C. albicans 324

325

26

A avaliação do efeito do extrato hidroalcoólico bruto das folhas de Terminalia 326

catappa na produção de biofilme 24 h pelas amostras testadas nas 327

concentrações de CIM, 1/2CIM e 1/4CIM pode ser observado na Figura (6). A 328

linhagem de referencia Candida albicans 90028 foi quem apresentou maior 329

susceptibilidade ao extrato e uma redução significativa da formação de biofilme 330

(p<0,05) para todas as concentrações testadas. Em relação à amostra SC5314 331

houve redução significativa do biofilme na concentração CIM do extrato. Em 332

contrapartida a amostra oral de Candida albicans apresentou um aumento 333

significativo na produção de biofilme em todas as concentrações avaliadas 334

quando comparada ao controle. 335

336

3.8. Efeito do extrato hidroalcoólico de T. catappa sobre biofilme pré-337

formado de C. albicans. 338

339

A ação antifúngica do extrato de Terminalia catappa também foi avaliada no 340

biofilme pré-formado de 24 h das amostras em estudo Figura (7). A amostra do 341

grupo oral apresentou diminuição significativa (p<0,05) do biofilme nas 342

concentrações 2xCIM e 4xCIM em relação ao controle. Para a amostra padrão 343

Candida albicans 90028, houve redução significativa na concentração 4xCIM. A 344

amostra ATCC SC5314 não apresentou redução significativa para nenhuma 345

das concentrações testadas. 346

347

3.9. Estabilidade da membrana lisossomal 348

349

A fim de avaliar a estabilidade lisossomal da célula fúngica em contato com o 350

extrato de Terminalia catappa em diferentes concentrações, foi utilizado o 351

27

Laranja de Acridina (LA) e sua fluorescência foi analisada por FACS, os 352

resultados foram expressos em porcentagem, como demonstra Figura 8. As 353

células do controle apresentaram uma forte emissão de fluorescência (LA) no 354

canal vermelho, confirmando que essas células tinham lisossomas intactos, 355

enquanto as células tratadas com choque térmico apresentaram uma redução 356

de 75% de fluorescência. O grupo tratado na concentração de CIM apresentou 357

redução de 62% e nas concentrações 2xCIM e 4xCIM apresentaram somente 358

3% na fluorescência, ou seja houve dano de 97% na membrana lisossomal. 359

360

3.9. Determinação da integridade de membrana 361

362

Para avaliar o efeito do extrato de Terminalia catappa sobre a integridade da 363

membrana de Candida albicans ATCC 90028, a amostra foi tratada com 364

diferentes concentrações (CIM, 2xCIM e 4xCIM) por 12 horas e depois foram 365

marcadas com Iodeto de Propídio (IP). As células do grupo controle negativo 366

apresentaram baixa intensidade de fluorescência, indicando apenas 9% de 367

desintegração da membrana. As células submetidas ao choque térmico 368

também demonstraram baixa fluorescência (15% de células marcadas). 369

Posteriormente no grupo tratado com o extrato de Terminalia catappa nas 370

concentrações CIM, 2xCIM e 4xCIM foi observado um aumento de 17, 20 e 371

27% respectivamente indicando que o extrato também promove instabilidade 372

da membrana celular em linhagens resistentes a FCZ (Figure 9). 373

374

3.10. Atividade Hemolítica 375

376

28

Os estudos de atividade hemolítica foram feitos utilizando suspensão de 377

eritrócitos humanos a 20%. O extrato de Terminalia catappa não foi capaz de 378

causar lise às células vermelhas até a concentração máxima testada (100 379

mg/mL) Figura(10) no tempo de 1 h de incubação. O controle negativo com 380

tampão PBS não apresentou hemólise, entretanto o controle positivo de lise 381

com água destilada apresentou hemólise acentuada. Todas as concentrações 382

testadas expressaram diferença significativa em relação ao controle positivo de 383

lise (p<0,05). 384

385

4. Discussão 386

387

O presente estudo descreve a atividade antifúngica e antibiofilme do extrato 388

hidroalcoólico bruto das folhas de Terminalia catappa e ação sinérgica deste 389

extrato com a droga fluconazol contra isolados clínicos de Candida albicans, 390

além da análise citotóxica do extrato. O extrato bruto de Terminalia catappa 391

mostrou excelente atividade antifúngica contra todas as amostras testadas com 392

concentrações inibitórias variando entre 0,22 e 0,45 mg/mL. O mesmo não foi 393

observado para o Fluconazol no teste em agar difusão, droga de escolha para 394

tratamento de candidíase, onde 80% das amostras mostraram resistência ao 395

antifúngico. Estes dados são mais efetivos que os da literatura. Por exemplo, 396

Chanda et al (2011), utilizando o método de difusão em ágar verificaram 397

atividade antifúngica dos extratos metanólico, em acetona e em 398

dimetilformamida contra somente 25% das linhagens fúngicas testadas. 399

Entretanto, Mandloi et al (2013) investigaram, os extratos etanólico e 400

metanólico das folhas de Terminalia catappa e Terminalia arjuna e verificaram 401

29

uma atividade antifúngica contra alguns fungos filamentosos patogênicos, 402

principalmente pelo extrato metanólico de T. catappa, o que se assemelha aos 403

resultados em relação a atividade antifúngica. Estes resultados também são 404

similares, em relação ao tamanho dos halos de inibição, aos de Gandhi, 405

Venkatalakshmi, Brindha (2015) que avaliaram a atividade antifúngica do 406

extrato aquoso, acetato de etila e hexânico da casca de Terminalia catappa 407

contra algumas espécies fúngicas. O método empregado foi o de ágar difusão 408

e o extrato hexânico foi o que exibiu atividade antifúngica mais potente. 409

Os resultados mostraram que o extrato possui ação fungicida a partir da 410

concentração de 3,6 a 58,5 mg/mL. O efeito antifúngico mostrado pelo extrato 411

provavelmente está relacionado a sua composição química. Este estudo 412

mostrou que o extrato hidroalcoólico de T catappa é rico em fenóis, 413

flavonoides, flavonas e taninos hidrolisáveis. Estas são pequenas moléculas 414

produzidas por plantas que são capazes de inibir muitos microorganismos. 415

Estudos tem mostrado produtos naturais isolados de Terminalia catappa como 416

triterpenóides (ácido ursólico, ácido asiático), flavonóides (isovitexina, vitexina, 417

e rutina), ácido gálico, taninos hidrolisados como punicalagina, punicalina, 418

terflavinas A e B, tergallagina, tercataina, ácido chebulagic, geranina e 419

corilagina (Fan et al, 2004). 420

Os taninos punicalagina e punicalina, Ambos os quais contem uma unidade 421

gallagyl são componentes característicos em algumas espécies de Terminalia, 422

Mininel et al. (2014) também verificaram que no extrato hidroalcoólico de T. 423

catappa, taninos foi o componente mais abundante observado, e anomeros 𝛼- 424

e 𝛽-punicalagin foram os maiores compostos. Devido a ação fungistática do 425

fluconazol e que algumas vezes o mesmo não é eficaz contra candidíase, além 426

30

de ser a droga de escolha no tratamento destas infecções este estudo verificou 427

o efeito combinatório entre diferentes concentrações do extrato de T. catappa e 428

fuconazol. Combinações do extrato de T. catappa com fluconazol 429

consideravelmente aumentou a atividade anti-Candida. Até onde se conhece 430

este é o primeiro trabalho a relatar atividades otimizadas combinando-se as 431

concentrações do extrato de T catappa com o fluconazol. Esta ação 432

intensificada é mais provável devido os componentes do extrato agir 433

sinergicamente contra as amostras. Além disso, as ações simultâneas de 434

metabólitos em alvos diferentes poderiam aumentar sua bioatividade e deveria 435

também reduzir o mecanismos de resistência pelo fungo. 436

Estes resultados obtidos com o extrato hidroalcoólico das folhas de T. catappa 437

são promissores. Portanto, o possível mecanismo de ação do extrato contra 438

Candida também foi investigado usando-se técnicas de citometria de fluxo. 439

Quando a linhagem padrão ATCC 90028 foi exposta ao extrato na presença do 440

marcador iodeto de propídio, uma diminuição no número de células viáveis 441

comparado com o controle foi observada nas concentrações usadas no 442

tratamento (CIM, 2xCIM, e 4xCIM). Desta forma, este resultado indica que o 443

extrato promoveu a instabilidade da membrana celular, provavelmente, 444

causando danos na membrana plasmática em C. albicans e o eventual 445

comprometimento da função das células, o extrato de T. catappa pode causar 446

uma perda da integridade da membrana, resultando em aumento da 447

permeabilidade da membrana celular. O aumento da absorção de PI em 448

células de Candida é uma indicação de que os compostos do extrato podem 449

promover a morte celular, considerando-se que este marcador pode ligar-se 450

apenas ao DNA nuclear de células mortas (XU, Chunling et al, 2010). 451

31

A análise da integridade da membrana lisossomal fúngica também confirmou 452

estes dados, pois o extrato induziu uma permeabilização da membrana 453

lisossomal o que pode levar à liberação de enzimas e desregulação da 454

homeostase celular ocasionado a morte do fungo (Klionsky, et al, 1990; 455

Messina,Halaby, 2011). 456

Interessantemente este resultado poderia também explicar a atividade 457

sinérgica observada entre o extrato de T. catappa e o fluconazol discutida 458

acima. Em concentrações menores (0,014 mg/mL), como as que foram usadas 459

no teste de sinergismo, o extrato seria capaz de aumentar a permeabilidade 460

celular facilitanto a atuação do fluconazol na célula fúngica. A desestabilização 461

da membrana celular também explicaria a ação fungicida do extrato. 462

A capacidade de formar biofilmes representa um dos maiores problemas em 463

hospitais devido a resistência dos biofilmes aos agentes antifúngicos (Fanning 464

et al, 2012) fazendo que novas terapias sejam necessárias além das espécies 465

de Candida serem capazes de aderir às células hospedeiras e aos dispositivos 466

hospitalares (Eisenberg, 2010). 467

O extrato apresentou excelente propriedade antibiofilme contra amostras C. 468

albicans. O extrato reduziu significativamente a formação de biofilme da 469

linhagem de referência Candida albicans 90028 em todas as concentrações 470

testadas e a amostra SC5314 na concentração do CIM. O extrato também foi 471

efetivo em quebrar o biofilme formado do isolado Ca45 nas concentrações de 472

2xCIM e 4xCIM (p< 0.05) e da linhagem de referência na concentração de 473

4xCIM (p< 0.05). 474

Estes achados são relevantes porque biofilmes são frequentemente associados 475

com sensibilidade reduzida aos antifúngicos convencionais e com a maioria 476

32

das infecções por Candida. Poucos estudos documentaram a atividade 477

antibiofilme do extrato das folhas T. catappa. Estudos de atividade antibiofilme 478

derivados de plantas da família Combretaceae são escassos. 479

Os testes de citotoxicidade do extrato de T. catappa para células PBMC não 480

mostraram citotoxicidade entre as concentrações de 1 a 0,001 mg/mL. É 481

importante ressaltar que os valores de CIM encontrados foram entre 0,22 e 482

0,45mg/mL e estão na faixa sem citotoxicidade. 483

Em um estudo a toxicidade oral aguda do extrato e frações avaliadas em ratos, 484

os autores estabeleceram uma dose oral limite de 2000 mg/kg em ratos 485

machos e fêmeas. Portanto estes podem ser classificados como de baixa 486

toxicidade aguda categoria de perigo 5 de acordo com o Sistema Globalmente 487

Harmonizado das Nações Unidas de Classificação e Rotulagem de Produtos 488

Químicos (Nunes et al, 2014). 489

O extrato hidroalcoólico de T.catappa não apresentou atividade hemolítica para 490

nenhuma das concentrações examinadas. Um estudo avaliando a inibição da 491

atividade hemolítica induzida por 2,2’-azobis (2-amidinopropano) (AAPH), 492

utilizando a fração hidrofílica do extrato metanólico das folhas de T.catappa, 493

mostrou que o extrato possui propriedades capazes de proteger as hemácias 494

exibindo um forte efeito inibitório dependente da dose contra a hemólise de 495

eritrócitos nas concentrações entre 50 e 500µg/mL (Wen et al, 2011). 496

Com este estudo pôde-se constatar que o extrato hidroalcoólico das folhas de 497

Terminalia catappa (amendoeira), demonstrou atividade antifúngica frente às 498

linhagens de Candidas testadas, tanto em agar difusão, quanto à sua 499

concentração inibitória mínima (CIM) e concentração fungicida mínima (CFM) 500

33

sendo este ultimo em menor intensidade. Apresentou ótima atividade sinérgica 501

em combinação com Fluconazol, o seu potencial citotóxico baixo demonstrado 502

e uma baixa atividade contra biofilme. Podemos então considerar este, um 503

estudo de grande relevância pela eficiência de sua atividade devido o 504

surgimento de microrganismos resistentes. 505

506

507

508

509

510

511

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679

680

681

682

683

684

39

Tabela 1│Prospecção fitoquímica de classes de metabólitos secundários presentes no extrato hidroalcoólico de T. catappa

METABÓLITOS T.catappa

Antocianinas/Antocianidinas - Alcalóides - Fenóis +++ Esteróides - Chalconas e Auronas - Flavonóides, Flavonas e Xantonas ++ Flavononas - Saponinas + Catequinas - Leucoantocianidinas + Taninos condensados - Taninos hidrolisáveis +++ Triterpenóides -

Legenda: (+) fracamente positivo; (++) moderadamente positivo; (+++) fortemente positivo; (-) ausente. 685

686

687

688

689

690

691

692

693

694

695

696

697

698

699

700

40

Tabela 2. Avaliação da atividade antifúngica do extrato bruto 701 hidroalcoólico de T. catappa contra isolados orais e de secreção vaginal 702 de C. albicans por teste em ágar difusão. 703

Isolados

Diâmetro das zonas de inibição do extrato bruto de

T. catappa (em mm)

T. catappa Fluconazol CN*

CA 34** 16,3 ± 0,57 0 0

CA 39** 16,6 ± 0,57 0 0

CA 45** 18,6 ± 0,57 0 0

CA 42** 18,3 ± 0,57 0 0

MRSM*** 16,6 ± 0,57 11 ± 0 0

VLFA*** 17,6 ± 0,57 0 0

NMM*** 16,0 ± 0 15 ± 0 0

LMS*** 19,6 ± 0,57 0 0

SC5314 17,6 ± 0,57 0 0

ATCC 90028 20,3 ± 0,57 0 0

Extrato na concentração de 117 mg/mL, Fluconazol na concentração de 128 µg/mL. Para o controle negativo foi utilizado água destilada.*CN = Controle Negativo; ** = isolado oral; *** = isolado vaginal 704

705

706

707

708

709

710

711

712

713

714

41

0

5

10

15

20

25

ND

ATCC

ND

CO CV

T.catappa

Fluconazol

** *

*

Halo

de I

nib

ição

(m

m)

715 Figura 1. Avaliação da atividade antifúngica das amostras de Candida 716 separados por grupo com extrato hidroalcoólico de T.catappa pelo teste 717

em ágar difusão. Concentração do extrato (117 mg/mL), Fluconazol na 718 concentração de (128 µg/mL). Controle Negativo com água destilada. ATCC = 719 linhagens padrão; CO = isolados orais; CV= isolados vaginais; *(p<0,05). 720

721

722

723

724

725

726

727

728

729

730

731

732

733

. 734

42

Tabela 3. Concentração inibitória mínima e Concentração fungicida 735 mínima do extrato hidroalcoólico bruto das folhas de T.catappa contra 736 amostras clínicas de C.albicans 737

Linhagem CIM CFM

CA 34* 0,45 58,5

CA 39* 0,45 14,6

CA 45* 0,45 58,5

CA 42* 0,45 58,5

MRSM** 0,22 29,2

VLFA** 0,45 3,6

NMM** 0,22 58,5

LMS** 0,45 58,5

SC5314 0,45 14,6

ATCC 90028 0,45 29,2

Diluições seriadas partindo da concentração de 117mg/mL do extrato; CIM = concentração inibitória mínima. CFM= concentração fungicida mínima. * = isolado oral; ** = isolado vaginal 738

739

740

741

742

743

744

745

746

747

748

749

750

751

752

753

754

43

0.0

0.5

1.0

20

40

60

80

ATCC CO CV

CIM

CFM

T.

cata

pp

a (

mg

/mL

)

755 Figura 2. Avaliação da CIM e CFM das amostras separados por grupos 756 com extrato hidroalcoólico de T.catappa. Concentração inicial do extrato 757

(117 mg/mL), CIM = Concentração Inibitória Minima; CFM = Concentração 758 Fungicida Mínima; ATCC = linhagens padrão; CO = isolados orais; CV= 759 isolados vaginais 760

761

762

763

764

765

766

767

768

769

770

771

772

773

774

775

776

777

778

44

C. albicans 90028

0 400 800 1200 1600 20000

8

16

24

32

40

48

56

64

Extrato T.catappa (µg/mL)

Flu

co

nazo

l (µ

g/m

L)

779 Figura 3. Teste de combinação entre fluconazol e o extrato hidroalcoólico 780 bruto das folhas de T. catappa 781

782

783

784

785

786

787

788

789

790

791

792

793

794

795

796

797

798

799

800

801

802

45

%CO_Killing

C+

0,11

0,22

0,45

0,91

1,82

3,65

7,31

14,6

29,2

558

,511

7

0

20

40

60

80

100

*

% C

rescim

en

to (

CO

)

Terminalia catappa (mg/mL)

%CV_Killing

C+

0,11

0,22

0,45

0,91

1,82

3,65

7,31

14,6

29,2

558

,511

7

0

20

40

60

80

100T. catappa L.

C+

***

Terminalia catappa (mg/mL)%

Cre

scim

en

to (

CV

)

C+

0,11

0,22

0,45

0,91

1,82

3,65

7,31

14,6

29,2

558

,511

7

0

20

40

60

80

100

*

*

%ATCC_Killing

Terminalia catappa (mg/mL)

% C

rescim

en

to (

AT

CC

)

A B

C

803 804

Figura 4. Ensaio de morte (Killing assay). Extrato na concentração inicial de 805 117 mg/mL submetido a diluições seriadas, encubadas durante 1,5h. Controle 806

negativo sem presença do extrato. (A) isolados do grupo oral; (B) isolados do 807 grupo vaginal; (C) grupo linhagem padrão. 808

809

810

811

812

813

814

46

0

50

100

150

200

Controle 10 5 1 0,5 0,1 0,05 0,01 0,005 0,001

Extrato T.catappa

(mg/mL)

*

*

Controle

T. catappa

Via

bil

idad

e P

BM

C

(%

em

rela

ção

ao

co

ntr

ole

)

815 Figura 5. Ensaio de citotoxicidade do extrato hidroalcoólico de T. catappa. 816 Concentração inicial utilizada de 10 mg/mL, a partir desta foi diluído nas 817 concentrações de 5, 1, 0,5, 01, 0,05, 0,01, 0,005 e 0,001mg/mL. Controle de 818

viabilidade com ausência do extrato; *(p<0,05). 819

820

821

822

823

824

825

826

827

828

829

830

831

832

833

834

835

836

837

47

Formação do Biofilme

6.0

6.5

7.0

7.5

8.0

90028 SC5314 CA45

*

**

C+

CIM1/2CIM1/4CIM

Lo

g (

ufc

/mL

)

838

Figura 6. Avaliação do efeito do extrato hidroalcoólico bruto das folhas de 839 T. catappa na formação de biofilme de C. albicans. A interferência do 840 extrato sobre a formação de biofilme 24 h de isolados de C. albicans foi 841

avaliado nas concentrações CIM, 1/2CIM e 1/4CIM. No teste controle de 842 crescimento não há presença do extrato; (C+) Controle de crescimento; CIM= 843

Concentração Inibitória Mínima; CA45= isolado oral; *(p<0,05). 844 845

846

847

848

849

850

851

852

853

854

855

856

857

858

859

860

861

862

48

Biofilme pré-formado

6.0

6.5

7.0

7.5

8.0

90028 SC5314 CA45

* * * C+

CIM

2xCIM

4xCIM

Lo

g (

ufc

/mL

)

863

Figura 7. Avaliação do efeito do extrato hidroalcoólico de T. catappa no 864 biofilme pré-formado de C. albicans. O extrato nas concentrações CIM, 865 2xCIM e 4xCIM foram avaliados no biofilme pré-formado de 24h. Controle 866

negativo não há presença do extrato. (C+) Controle de crescimento; CIM= 867 Concentração Inibitória Mínima; CA45= isolado oral; *(p<0,05). 868

869

870

871

872

873

874

875

876

877

878

879

880

881

882

883

884

885

886

49

Via

bil

ida

de

Lis

os

so

ma

l

Re

lati

va

(%

)

Co

ntr

ole

Ch

oq

ue T

érm

ico

CIM

2X

CIM

4X

CIM

0

5 0

1 0 0

1 5 0

887

Figura 8. Viabilidade da membrana lisossomal da célula fúngica em 888 contato com o extrato hidroalcoólico de T.catappa. O extrato nas 889

concentrações CIM, 2xCIM e 4xCIM foram avaliados em contato com as 890 células fúngicas por 12h. A fluorescência do laranja de acridina foi analisado 891 por citometria,canal FL3.Controle negativo não há presença do extrato; CIM = 892

Concentração Inibitória Mínima. 893

894

895

896

897

898

899

900

901

902

903

904

905

906

907

908

909

910

911

50

CN

Choque

CIM

2xCIM

4xCIM

0

50

100

Membrana integra

Membrana não integra

T.catapa (mg/mL)

lula

s (

%)

912

Figura 9. Efeito do extrato hidroalcoólico de T.catappa sobre a integridade 913 da membrana de Candida albicans. O extrato nas concentrações CIM, 2xCIM 914

e 4xCIM foram avaliados em contato com as células fúngicas por 12h. A 915 fluorescência do iodeto de propídio foi analisada por citometria,canal FL2. 916 Controle negativo não há presença do extrato; CIM = Concentração Inibitória 917

Mínima. 918

919

920

921

922

923

924

925

926

927

928

929

930

931

932

933

934

935

936

51

Contr

olePB

S

100m

g

50m

g

25m

g

12,5

mg

6,25

mg

3,13

mg

0

2

4

6

Extrato de T.catappa(mg/mL)

*A

tivid

ad

e h

em

olí

tica

(OD

550n

m)

937

Figura 10. Atividade hemolítica do extrato hidroalcoólico de T. catappa. O 938 extrato nas concentrações de 100, 50, 25, 12,5, 6,25 e 3,13mg/mL, foram 939

avaliados em contato com eritrócitos humanos por 1h. Amostras foram lidas por 940 espectrofotometria a 550 nm. Controle positivo foi avaliado na presença de 941 agua destilada. Controle negativo na presença de tampão PBS. 942

943

944

945

946

947

948

949

950

951

952

953

954

955

956

957