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UNIVERSIDADE CEUMA - UNICEUMA PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO PROGRAMA DE MESTRADO EM BIOLOGIA PARASITÁRIA LÚCIA CRISTINA FERREIRA MARQUES AVALIAÇÃO DA AÇÃO ANTI-INFLAMATÓRIA DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO DAS FOLHAS DA ESPÉCIE PUNICA GRANATUM L. EM MODELO DE PERITONITE ANIMAL. São Luís 2014

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UNIVERSIDADE CEUMA - UNICEUMA

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO

PROGRAMA DE MESTRADO EM BIOLOGIA PARASITÁRIA

LÚCIA CRISTINA FERREIRA MARQUES

AVALIAÇÃO DA AÇÃO ANTI-INFLAMATÓRIA DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO

DAS FOLHAS DA ESPÉCIE PUNICA GRANATUM L. EM MODELO DE

PERITONITE ANIMAL.

São Luís

2014

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LÚCIA CRISTINA FERREIRA MARQUES

AVALIAÇÃO DA AÇÃO ANTI-INFLAMATÓRIA DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO

DAS FOLHAS DA ESPÉCIE PUNICA GRANATUM L. EM MODELO DE

PERITONITE ANIMAL.

Dissertação apresentada à Universidade Ceuma, como parte das exigências do programa de Pós-Graduação em Biologia Parasitária, para obtenção do título de Mestre em Biologia Parasitária. Orientador: Prof. Dr. Lídio Gonçalves Lima Neto

São Luís 2014

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Lúcia Cristina Ferreira Marques

AVALIAÇÃO DA AÇÃO ANTI-INFLAMATÓRIA DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO

DAS FOLHAS DA ESPÉCIE PUNICA GRANATUM L. EM MODELO DE

PERITONITE ANIMAL.

A Comissão julgadora da Apresentação final de Mestrado em

Biologia Parasitária, em sessão pública realizada no dia / / ,

considerou o(a) candidato(a)

( ) APROVADA ( ) REPROVADA

1) Examinador __________________________________

2) Examinador ___________________________________

3) Examinador____________________________________

4) Presidente (LídioGonçalvesLima Neto)_______________

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Aos Meus pais.

Aos meus amados irmãos.

À minha filha de coração.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela força espiritual concedida a mim nos momentos difíceis.

Ao meu namorado, Prof. Washington Reis, pelo incentivo diário na

conclusão deste trabalho.

Agradecimento especial ao meu orientador, Prof. Dr. Lídio Lima Neto,

pela real orientação, ao qual superou minhas expectativas.

À minha amiga Adriana Guará, por ter compreendido minhas ausências,

me dado cobertura na realização de tarefas no serviço e pela preocupação

constante pelo meu bem estar.

À minha amiga Mekaele Frota, pela ajuda na revisão ortográfica do

trabalho.

À minha amiga Márcia Machado, por ter sido a primeira a revisar meu

trabalho e, pela sua experiência, sugerir modificações.

À minha amiga Roseane Lustosa, pelo companheirismo durante toda

nossa trajetória do mestrado e pela real amizade.

Ao meu amigo Aruanã, pela participação ativa no trabalho, enquanto

aluno da iniciação científica.

Aos Profs. da Universidade Federal do Maranhão, Profa Dra Selma do

Nascimento Silva, Prof. Dr. Raimundo Antônio Gomes Oliveira, Profa Dra Iracelle

Carvalho Abreu, pela colaboração.

A todos os meus amigos da turma V da Biologia Parasitária, pelos

momentos de convívio.

A todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Biologia

parasitária, pela participação em meu crescimento acadêmico.

Ao CEPEC- Centro de Pesquisa Clínica da Universidade Federal do

Maranhão.

À FAPEMA pelo apoio financeiro.

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“Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar.”

(William Shakespeare)

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RESUMO

O uso de plantas medicinais pelo homem é registrado ao longo da

história. O homem utiliza estes recursos naturais, em busca de fontes terapêuticas

alternativas para melhoria de sua saúde devido à facilidade na obtenção e do baixo

custo na produção de remédios que são utilizados no tratamento de diversas

doenças, entre elas a inflamação. Uma planta que é utilizada na medicina popular

para o controle do processo inflamatório é a Punica granatum L. popularmente

conhecida como Romã. Diante deste contexto, nosso trabalho teve como objetivo

investigar a ação anti-inflamatória do extrato hidroalcoólico das folhas provenientes

da espécie Punica granatum L. Para isso, quarenta ratos da espécie Rattus

norvergicus foram divididos em seis grupos (VS, ES, DS, VLPS, ELPS e DLPS),

sendo que os grupos VS, ES e DS foram administrados veículo (i.p) e os grupos

VLPS, ELPS e DLPS foram administrados 500µg/kg de LPS (i.p) como forma de

indução da peritonite. Além disso, os animais foram pré-tratados (1 hora antes) com

1ml/Kg de Salina (VS, VLPS), 250mg/kg de Extrato (ES e ELPS) e 10mg/kg de

Diclofenaco (DS e DLPS). Quatro horas após a administração do LPS, o sangue

total foi obtido, assim como o lavado peritoneal para realização da contagem total e

diferencial de leucócitos pela leitura em câmera de Neubauer e esfregaço

sanguíneo, respectivamente. Além disso, também foi avaliada a expressão gênica

do lavado peritoneal pela utilização da PCR em tempo real e a quantificação proteica

do TNF-α por ELISA. Os resultados obtidos neste estudo mostram que o extrato

hidroalcoólico da Punica granatum L. foi capaz de reduzir a migração de neutrófilos

para a cavidade peritoneal, reduzir concentrações plamática e peritoneal de TNF-α

sugerindo que alguma substância presente na Punica granatum L é capaz de

combater o processo inflamatório.

Palavras-chave: Fitoterápicos, Inflamação, Punica granatum L.

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ABSTRACT

The use of medicinal plants is recorded by human throughout history. The humans

use these natural resources as alternative therapeutic sources to improve their health

due to the low cost in the production of drugs that are used to treat various diseases,

including inflammation. A plant that is used in folk medicine to control the

inflammatory process is the Punica granatum L. popularly known as Pomegranate. In

this context, our study aimed to investigate the anti-inflammatory action of

hydroalcoholic extract from the leaves of Punica granatum L. For this, forty male

Wistar rats were divided into six groups (VS, ES, DS, VLPS, ELPS and DLPS). The

animals included in the groups VS, ES and DS were administered vehicle (ip) and

the animals from VLPS, ELPS and DLPS groups were given 500μg / kg LPS (ip) in

order to induce peritonitis. Additionally, animals were pretreated (1 hour earlier than

LPS) with 1 ml / kg saline (VS, VLPS), 250 mg / kg of extract (ES and ELPS) and 10

mg / kg diclofenac (DS and DLPS). Four hours after LPS administration, the whole

blood and the peritoneal lavage were obtained to perform total and differential

leukocyte counts by Neubauer chamber, and blood smears, respectively. Moreover,

gene expression by real-time PCR were evaluated, and the protein of TNF-α by

ELISA. The results of this study showed that the hydroalcoholic extract of Punica

granatum L. was able to reduce neutrophil migration into the peritoneal cavity and

decrease the serum and the peritoneal concentrations of TNF-α suggesting that

some substance in the extract of Punica granatum L was able to regulate the

inflammatory process.

Keywords: Phytotherapic, Inflammation, Punica granatum L.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 14

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................. 17

2.1 Fitoterápicos.................................................................................................. 17

2.2 Punica granatum L........................................................................................ 19

2.3 Aspectos gerais da inflamação..................................................................... 22

2.4 Inflamação aguda.......................................................................................... 26

2.5 Efeitos fisiológicos do TNF-α....................................................................... 27

2.6 Modelos de peritonite experimental............................................................. 28

2.7 Anti-inflamatórios.......................................................................................... 29

2.8 Ação e efeitos colaterais dos anti-inflamatórios......................................... 30

3 JUSTIFICATIVA................................................................................................. 34

4 OBJETIVOS........................................................................................................ 35

4.1 Geral................................................................................................................. 35

4.2 Específico....................................................................................................... 35

5 MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................. 36

5.1 O

btenção das folhas da Punica granatum L. ............................................. 36

5.2 Preparação do extrato orgânico................................................................... 36

5.3 Análise fitoquímica do extrato...................................................................... 36

5.3.1 Teste para fenóis e taninos........................................................................... 37

5.3.2 Teste para antocianidinas e flavonoides....................................................... 37

5.3.3 Testes para leucoantocianidinas, catequinas e flavonas............................. 38

5.3.4 Testes para esteroides e triterpenóides....................................................... 38

5.3.5 Teste para saponina..................................................................................... 39

5.3.6 Teste para cumarina..................................................................................... 39

5.4 Estudo in vivo................................................................................................ 40

5.4.1 Animais......................................................................................................... 40

5.4.2 Modelo experimental de peritonite................................................................ 40

5.4.3 Obtenção do lavado peritoneal e sangue total dos animais.......................... 40

5.4.4 Contagem total e diferencial de leucócitos do sangue.................................. 41

5.4.5 Extração de RNA do sangue lavado peritoneal........................................... 41

5.4.6 Obtenção do cDNA.......................................................................... 41

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5.4.7 Análise da expressão de RNAm pela PCR em tempo real............ 42

5.4.8 Quantificação de TNF-α por ELISA............................................................. 42

5.5 Análise estatística......................................................................................... 42

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES....................................................................... 44

6.1 Análise fitoquímica do extrato hidroalcoolico da Punica granatum L.... 44

6.2 Contagem total de leucócitos no sangue................................................... 44

6.3 Número de neutrófilos no sangue............................................................... 45

6.4 Contagem total de leucócitos no lavado..................................................... 46

6.5 Número de neutrófilos na cavidade peritoneal........................................... 47

6.6 Expressão gênica do lavado........................................................................ 47

6.7 Quantificação do TNF-α plasmático............................................................. 48

6.8 Quantificação do TNF-α peritoneal............................................................. 49

7 DISCUSSÃO...................................................................................................... 51

8 CONCLUSÃO......................................................................................................... 56

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 57

ANEXO..................................................................................................................... 64

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Árvore da espécie Punica granatum L. ................................................. 20

Figura 2- Fruto da espécie Punica granatum L. ................................................... 21

Figura 3- Cascata do processo inflamatório......................................................... 23

Figura 4- Processo de quimiotaxia....................................................................... 27

Figura 5- Esquema da ação dos anti-inflamatórios............................................... 33

Figura 6- Quantidade de leucócitos TOTAIS no sangue periférico...................... 45

Figura 7- Quantidade de neutrófilos no sangue periférico.................................... 45

Figura 8- Quantidade de leucócitos totais no lavado............................................ 46

Figura 9- Quantidade de neutrófilos no lavado..................................................... 47

Figura 10- Expressão gênica do TNF-α no lavado................................................ 48

Figura 11- Quantificação proteica do TNF-α no plasma....................................... 48

Figura 12- Quantificação proteica do TNF-α no lavado........................................ 49

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Constituintes e meio para identificação de antocianidinas e flavonoides..38

Tabela 2- Constituintes e meio para identificação de leucoantocianidinas, catequinas

e flavonas.................................................................................................................. 38

Tabela 3- Constituintes e meio para identificação de esteroides e triterpenóides... 39

Tabela 4- Metabólitos secundários encontrados na romã........................................ 44

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AINEs Anti-inflamatórios não Esteroidais

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

CD 14 aglomerado de diferenciação, do inglês Cluster of differentiation 14

COX Cicloxigenase IL-1

DNA Ácido Desoxirribonucléico

EHPG Extrato Hidroalcoólico

ELISA Ensaio Imunoenzimático

FeCl3 Cloreto Férrico

H2SO4 Ácido Sulfúrico

HCL Ácido Clorídrico

IgG Imunoglobulina

IK-β Inibidor do fator Nuclear κβ

IL1R Receptor de Interleucina 1

IL-1ra Antagonista de Receptor de Interleucina

IL-1α Interleucina 1 alfa

IL-1β Interleucina 1 beta

IL-6 Interleucina 6

IL-8 Interleucina 8

IRF 3 Fator Regulatório de Interferon

LPS Lipopolissacarídeo

MF Medicamentos Fitoterápicos

MYD88 Diferenciação Mielóide 88

Na2SO4 Sulfato de Sódio Anidro

NaCl Cloreto de Sódio

NaOH Hidróxido de Sódio

NF- κβ Fator Nuclear- κβ

PAI-1 Inibidor do Ativador do Plasminogênio

PCR Proteína C-reativa

PGs Prostaglandinas

PTF Produtos Tradicionais Fitoterápicos

RDC Resolução da Diretoria Colegiada

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RNA Ácido Ribonucléico

TIRAP Proteína Adaptadora Contendo Domínio do Receptor Interleucina-toll

TLR Receptores do tipo Toll, do inglês Toll-like

TNF-α Fator de Necrose Tumoral

UV Ultravioleta

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ANEXO

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ANEXO 1

PATENTE

“INVESTIGAÇÃO DA ATIVIDADE ANTI-INFLAMATÓRIA DO EXTRATO

HIDROALCOOLICO DA ESPÉCIE PUNICA GRANATUM L.”

Data de depósito: 12/04/2014 Natureza: Invenção

Cód. INPI: BR 1020120057875

6. Inventor (72):

INVENTORES

6.1 NOME: LIDIO GONÇALVES LIMA NETO

6.2 QUALIFICAÇÃO: DOUTOR

6.3 CPF: 897068033-00

6.4 ENDEREÇO COMPLETO: RUA ITATIAIA, ED. ABACATE, APT 204, NOVO

TEMPO II - COHAFUMA – SÃO LUIS-MA

6.5 CEP:65075-845 6.6 TELEFONE: (98) 99709936 6.7 FAX:

6.8 E-MAIL: [email protected]

6.1 NOME: IRACELLE CARVALHO ABREU

6.2 QUALIFICAÇÃO: DOUTORA

6.3 CPF: 634.307.203-97

6.4 ENDEREÇO COMPLETO: RUA C, RESIDENCIAL ALTO DO ANGELIM I,

BLOCO 10, APTO 04, ANGELIM, SÃO LUIS – MA

6.5 CEP: 65063-300 6.6 TELEFONE: 98 81318583 6.7 FAX:

6.8 E-MAIL: [email protected]

6.1 NOME: SELMA DO NASCIMENTO SILVA

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6.2 QUALIFICAÇÃO: DOUTORA

6.3 CPF: 832.421.393-72

6.4 ENDEREÇO COMPLETO: R- 01, Q- 01, C- 07; CONJ. PLANALTO ANIL I; ANIL,

SÃO LUIS - MARANHÃO

6.5 CEP: 65053-500 6.6 TELEFONE: 98-32445994 6.7 FAX:

6.8 E-MAIL: [email protected]

6.1 NOME: ELIZABETH SOARES FERNANDES

6.2 QUALIFICAÇÃO: DOUTORA

6.3 CPF: 033401406-93

6.4 ENDEREÇO COMPLETO: RUA PERICUMA, QD 35, LT 05, ED. BALI, APTO

1004, RENASCENÇA II, SÃO LUIS – MARANHÃO.

6.5 CEP: 65075-700 6.6 TELEFONE: (98) 9608 4393 6.7 FAX:

6.8 E-MAIL: [email protected]

6.1 NOME: RAIMUNDO ANTÔNIO GOMES OLIVEIRA

6.2 QUALIFICAÇÃO: DOUTOR

6.3 CPF: 407273433-00

6.4 ENDEREÇO COMPLETO: RUA DAS QUARESMEIRAS NÚMERO 14, QUADRA

8; BAIRRO SÃO FRANCISCO; SÃO LUÍS-MA.

6.5 CEP: 65076-270 6.6 TELEFONE: (98) 32355430 6.7 FAX: (98)

32352219

6.8 E-MAIL: [email protected]

6.1 NOME: ANDRÉ DUCATI LUCHESSI

6.2 QUALIFICAÇÃO: DOUTOR

6.3 CPF: 304.897.408-39

6.4 ENDEREÇO COMPLETO: RUA BEATRIZ PINHEIRO, 1360 APTO 401 BARRO

VERMELHO, NATAL, RN, BRASIL.

6.5 CEP: 59022-050 6.6 TELEFONE: (84) 30820076 6.7 FAX:

6.8 E-MAIL: [email protected]

6.1 NOME: ARUANÃ JOAQUIM MATHEUS COSTA RODRIGUES PINHEIRO

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6.2 QUALIFICAÇÃO: MESTRANDO

6.3 CPF: 037.357.043-01

6.4 ENDEREÇO COMPLETO: AV. JERÔNIMO DE ALBUQUERQUE. COND. NOVO

TEMPO II, QUADRA DOS RIOS, BLOCO ANIL, AP. 101

6.5 CEP: 65047-865 6.6 TELEFONE: (98) 9133-1699 6.7 FAX:

6.8 E-MAIL: [email protected]

6.1 NOME: LUCIA CRISTINA FERREIRA MARQUES

6.2 QUALIFICAÇÃO: MESTRANDA

6.3 CPF: 288.750.793-15

6.4 ENDEREÇO COMPLETO: Rua 4 de janeiro, S/N, bl- 02, ap-402, Residencial

Quintas do sol, jd eldorado-Turu, SÃO LUÍS-MA.

6.5 CEP: 65073-360 6.6 TELEFONE: (98) 88788367 6.7 FAX

6.8 E-MAIL: [email protected]

6.1 NOME: JOÃO GABRIEL GOMES ARAUJO

6.2 QUALIFICAÇÃO: GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA

6.3 CPF: 041059083-59

6.4 ENDEREÇO COMPLETO: RESIDENCIAL ITAPIRACÓ BLOCO 9, APT-201,

TURU, SÃO LUIS - MARANHÃO

6.5 CEP: 65051-165 6.6 TELEFONE: (98) 6.7 FAX

6.8 E-MAIL: [email protected]

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1 INTRODUÇÃO

O uso de plantas medicinais pelo homem é registrado ao longo da

história. Em todas as épocas e culturas, o homem aprendeu a tirar proveito dos

recursos naturais locais, em busca de fontes alternativas nutricionais e terapêuticas

para, assim, aumentar suas chances de sobrevivência pela melhoria de sua saúde.

Cerca de 85% da população mundial já usou alguma planta buscando cura ou

amenização de algum sintoma de dor ou desconforto (BRASIL, 2008; ROSA, et al.

2011).

O uso dessas plantas decorre da facilidade na obtenção e do baixo custo

na produção de remédios e são utilizadas para manutenção da saúde e também na

prevenção e tratamento de diversas doenças. O cultivo de plantas de forma

doméstica é uma prática secular baseada no conhecimento popular, reflexo das

uniões étnicas entre os diferentes imigrantes que difundiram o conhecimento das

ervas locais e de seus usos, transmitidos e aprimorados entre gerações (RÊGO,

2008).

Plantas medicinais são fontes de moléculas bioativas com um mecanismo

de ação farmacológica em que dezenas de classes de substâncias têm sido

apontadas como responsáveis por esses efeitos, sendo os flavonoides e os

compostos fenólicos exemplos importantes (ZUANAZZI & MAYORGA, 2010). Esta

característica tem motivado a indústria farmacêutica a realizar pesquisas, com

objetivo de desenvolver novos medicamentos fitoterápicos visto que,

aproximadamente um terço dos medicamentos mais prescritos e vendidos no mundo

foram desenvolvidos a partir de produtos naturais (FERREIRA, et al., 2011; MUNOS,

2009).

Estima-se que o mercado mundial de fitoterápicos gire em torno de 22

bilhões de dólares, e vem crescendo principalmente em países desenvolvidos, a

exemplo dos Estados Unidos e dos países Europeus que investem em tecnologia

para assegurar a qualidade dos produtos obtidos das plantas (ZUANAZZI &

MAYORGA, 2010). O Brasil é o país de maior biodiversidade do planeta, que

associada a uma rica diversidade étnica e cultural, que detém um valioso

conhecimento tradicional associado ao uso de plantas medicinais, tem o potencial

necessário para o desenvolvimento de pesquisas com resultados em tecnologias e

terapêuticas adequadas (BRASIL, 2006). Entretanto a diversidade dos biomas ainda

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é muito pouco explorada como fonte de novas substâncias de interesse

farmacêutico (BARREIRO & BOLZANI, 2009).

O potencial terapêutico de muitas espécies de plantas medicinais

compreende uma extensa variedade de aplicações, que pode relacionar-se com

patologias de fácil manejo, até complicações mais severas (ROSSATO, 2012).

A utilização terapêutica destes remédios naturais no tratamento

convencional de diversas doenças tem como maior problema a falta de dados

científicos que comprovem a eficácia dos mesmos. O efeito farmacológico destas

plantas pode ser justificado pela ampla diversidade de metabólitos secundários

presente nelas, isto pode justificar tanto seu efeito farmacológico quanto alguns

efeitos colaterais relacionados à utilização destas plantas (ROSSATO, 2012).

Portanto, há uma clara e evidente necessidade de estudos científicos que visem à

comprovação do efeito farmacológico destas plantas medicinais, assim como a

identificação de possíveis efeitos adversos.

Na busca para comprovar a atividade antimicrobiana de plantas utilizadas

na medicina popular, Malvezzi, em 2010 realizou pesquisa com extratos brutos

isolados e associados, obtidos das folhas da Eugenia uniflora (pitanga), Psidium

guajava (goiaba) e Punica granatum L. (romã). Todos os extratos usados

isoladamente inibiram o crescimento das bactérias Staphylococcus aureus e

Escherichia coli. A associação entre os extratos das folhas das espécies E. uniflora e

P. guajava e das espécies E. uniflora e P. granatum promoveram uma maior

inibição, mesmo em menores concentrações, sobre o crescimento da bactéria S.

aureus, quando comparada com as inibições promovidas pelos extratos isolados.

Estes resultados podem servir de subsídios para novos estudos a partir destas

fontes naturais. Além da utilização de plantas para o tratamento de infecções,

diversas outras plantas também são utilizadas para o tratamento de doenças

inflamatórias, dentre elas se encontra a planta da espécie Punica granatum,

popularmente conhecida como Romã (LEE, 2010).

A Punica granatum L. pertence à famímilia Punicaceae (Lytheraceae),

tem tendência arbustiva e muito resistente à secas. Suas raízes, frutos, cascas do

tronco, flores e folhas são estudadas como adstringentes, anti-helmíntica, diurética,

antimicrobiana e anti-inflamatória. A infusão das flores e frutos é comum na cultura

popular, no tratamento de amigdalites e dores de garganta, além disso, a infusão da

caca também é utilizada como anti-helmíntico (CUNHA, 2002). Isto se deve a

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conhecidos e descritos metabólitos secundários como taninos, alcaloides e

flavonoides (OLIVEIRA, 2006).

A identificação de novos medicamentos com propriedades farmacológicas

conhecidas principalmente com ação anti-inflamatória tem sido desenvolvidos por

diversos pesquisadores (LANSKY, 2007; LARROSA et al, 2010; ISMAIL, 2012;

WERKMAN, 2008). Esta busca se justifica pelos diversos efeitos colaterais causados

pelos anti-inflamatórios de referência no mercado, como por exemplo, inibidores

seletivos da COX-2, estes fármacos podem causar problemas, tais como doenças

cardiovasculares e renais e em doses altas são capazes de causar dano

gastrointestinal. Portanto, a utilização de produtos derivados da Punica granatum L.

para o tratamento de doenças inflamatórias somente poderá ser realizada através da

comprovação científica de sua ação anti-inflamatória, portanto o objetivo do nosso

trabalho foi avaliar a ação anti-inflamatória do extrato hidroalcoólico das folhas da

espécie Punica granatum L. em um modelo de peritonite animal.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Fitoterápicos

Fitoterapia (do grego therapeia = tratamento e phyton = vegetal) é o

estudo das plantas medicinais e suas aplicações na cura das doenças. A resolução

nº 17/00 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) define fitoterápico

como:

Medicamento farmacêutico obtido através de processos tecnologicamente adequados, empregando-se exclusivamente matérias-primas vegetais, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. É caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e garantia de sua qualidade. Não se considera fitoterápico, aquele produto que, na sua composição, inclua substâncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem associações destas com extratos vegetais (BRASIL, 2008).

Segundo Rosa (2011), a fitoterapia surgiu independentemente na maioria

dos povos. Os países com maior tradição no uso desse tipo de terapia são China e

Índia onde se registra seu uso desde 1.500 a.C., comprovando suas raízes

históricas. O crescimento do uso dos fitoterápicos no mundo representa um

importante recurso terapêutico, movimentando um elevado volume de recursos

financeiros (CARVALHO, 2008).

Atualmente, muito tem se pesquisado a respeito da fitoterapia e produtos

fitoterápicos, cerca de 50% dos medicamentos de referência, na clínica médica são

obtidos de produtos naturais ou derivados, como por exemplo, os glicosídeos

cardiotônicos, obtidos da Digitalis e usados no tratamento de insuficiência cardíaca;

emetina, usado como antiemético; vincristina, usado no tratamento do câncer;

colchicina, clássico anti-inflamatório para o tratamento das crises agudas da gota e

de sua prevenção. Estes produtos estudados e confirmados sua atividade

farmacológica fundamenta a utilização e continuidade dos estudos de diversas

espécies (OLIVEIRA, 2006; FOGLIO, et al. 2006).

No Brasil, o uso de plantas como medicamento na cura de doenças e

busca na melhoria nas condições de saúde é antigo e comum (BRASIL, 2008). Isto

se deve a um dos fatores sociais, em que milhares de pessoas, principalmente as

que residem em zona rural, não podem comprar medicamentos de referência em

farmácias, além disso, a maioria não possui acesso aos serviços de saúde, assim,

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as plantas medicinais se tornam a primeira opção na busca da melhoria nas

condições de saúde.

A flora brasileira é constituída por uma ampla variedade de espécies

utilizadas na medicina popular em que, na sua maioria, ainda não possui uma ação

farmacológica cientificamente comprovada (GOBBO-NETO, et al., 2007). Sendo

assim, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária controla a produção, a liberação

para consumo (registro) e acompanha a comercialização dos medicamentos através

de normas para regulamentação, as quais vêm sofrendo modificações nos últimos

anos, desde a Portaria n. 6 de 1995, que estabeleceu prazos para que as indústrias

farmacêuticas apresentassem dados de eficácia e segurança dos medicamentos

fitoterápicos, passando pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n. 17 de 2000,

que tratava do registro de medicamentos fitoterápicos Resolução RDC n. 48 de 16

de março de 2004, revogada pela RDC nº 48/2004, que por sua foi revogada pela

RDC nº 14/2010 (COUTO, et al., 2010) e, atualmente, em vigência, a RDC nº

26/2014 que regulamenta o registro de Medicamentos Fitoterápicos (MF) e o registro

e a notificação de Produtos Tradicionais Fitoterápicos (PTF) (BRASIL, 2014).

Para Rosa, et al (2011), o uso popular de plantas tem como finalidade a

obtenção dos mais variados efeitos medicamentosos de poder curativo e preventivo.

A utilização dessas espécies na medicina popular pode ser justificada pela ampla

diversidade de metabólitos secundários com diferentes atividades biológicas

presente em estruturas como fruto, mesocarpo, casca e extrato da folha (GOBBO-

NETO, et al., 2007).

As atividades farmacológicas de extratos e outras partes da planta e

seus metabólitos secundários têm sido usados com sucesso em pesquisas que

buscam esclarecer a bioatividade de produtos naturais derivados destas plantas e

seu potencial terapêutico em diversas doenças, incluindo no tratamento do processo

inflamatório (FOGLIO, 2006; ISMAIL, 2012).

Os constituintes químicos encontrados nas plantas são sintetizados e

degradados por inúmeras reações que compõem o metabolismo das plantas. A

síntese de compostos essenciais para a sobrevivência das espécies vegetais, tais

como: açúcares, aminoácidos, ácidos graxos, nucleotídeos e seus polímeros fazem

parte do metabolismo primário das plantas, ou seja, síntese de compostos

essenciais para a sobrevivência das plantas; os compostos sintetizados por outras

vias fazem parte do metabolismo secundário e formam os metabólitos secundários;

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estes possuem uma larga distribuição e diversas atividades biológicas e pertencem

a diferentes classes: flavonoides, taninos, alcaloides, saponinas, terpenos,

cumarinas, benzenóides, quinóides, xantonas, lactonas e estão distribuídos em

todas as partes da planta (ROGÉRIO et al. , 2010).

Diante da grande quantidade de substâncias já isoladas de plantas

consideradas medicinais, destacam-se as substâncias pertencentes à classe dos

flavonoides, que são substâncias com importantes propriedades farmacológicas

(PANDEY, 2013). Diversos estudos já foram desenvolvidos utilizando compostos

pertencentes à classe dos flavonoides aplicados como antioxidante, antialérgico,

antiviral, anticarcinogênico e anti-inflamatório (BELLA CRUZ, 2010).

Dentre as plantas utilizadas como medicamentos anti-inflamatórios e

conhecida por possuir uma grande variedade de compostos flavonoides está a

espécie Punica granatum L. (REGO, 2008).

2.2 Punica granatum L.

A romãzeira é um arbusto lenhoso e ramificado, pertence à família

Punicaceae originária do nordeste da Índia, mas tem sido cultivada em diversas

regiões de clima tropical e subtropical. É caracterizada por possuírem folhas

pequenas, rígidas, brilhantes e membranáceas com flores vermelho-alaranjadas

localizadas nas extremidades dos ramos e que originam frutos esféricos (LORENZI

& SOUZA, 2001) como se pode observar na figura 1.

A Punica granatum L. é considerada sagrada por algumas religiões no

mundo por apresentar propriedades medicinais. O preparo de medicamentos

medicinais é obtido pela preparação de suas folhas, flores, frutos e casca e

popularmente usado em diversos problemas de saúde, principalmente os do trato

gastrointestinal, processos inflamatório, e antimicrobiano (ROSSATO, 2012).

Esta planta possui folhas simples, elípticas e espessas, de 1 a 10 cm de

comprimento, às vezes dispostas em espiral, em torno de 5 a 6 por ramo. As flores

podem surgir solitárias ou em pequenos grupos, dispostas em raminhos, suas

pétalas são alaranjadas ou vermelhas e de consistência carnosa, com ovário ínfero,

formando frutos do tipo baga, arredondadas, grandes, lisos com cor variando do

marrom à púrpura, contêm grande quantidade de sementes, cada uma encapsulada

em por uma película de polpa vermelha comestível (Figura 2). Na casca e nas

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sementes contêm compostos como ácido gálico e ácido ursólico, respectivamente,

que também são encontrados nas flores, além de outros compostos distintos

(ROGÉRIO, 2010).

Mais estudos podem ser realizados para elucidar a química destas flores,

que também são comumente utilizadas como, adstringentes, como ação

hemostática e no tratamento de diabetes mellitus; os brotos das folhas, depois de

secos e pulverizados são utilizados no tratamento da bronquite (WERKMAN et al,

2008). Já o suco possui cor brilhante devido à presença de antocianinas e

flavonoides estas substâncias aumentam de intensidade durante o amadurecimento.

Componentes chaves da romã, como catequinas podem reduzir

resistência às drogas por meio da interação com a expressão da p-glicoproteína,

relevante potencial de emprego de suco de romã ou extrato que agem como

adjuntos a agentes citotóxicos tradicionais, e que muitas vezes já estão

comprometidos pelo rápido desenvolvimento de células tumorais resistentes.

(ISMAIL, 2012).

Pesquisa realizada em 2014 por Matthaiou et al. Avaliou, em seres

humanos, os efeitos antioxidante do suco da romã evidenciando que o consumo do

suco aumenta a capacidade antioxidante. Além disso, é descrito juntamente com o

pericarpo, no tratamento e prevenção de câncer, doenças hepáticas e disenteria

(ADAMS, et al, 2006; FARIA, et al, 2007). No pericarpo encontramos flavonoides,

taninos e complexo de polissacarídeo (TOKLU et al, 2007).

Figura 1: Arvore da espécie Punica granatum L Fonte: HTTP://commons.wikimedia,org/wiki/file: Punica_granatum.JPG

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Parte mais ásperas da casca da árvore também possui efeitos

farmacológicos na história médica, sua química é notável em relação a outras partes

da árvore, principalmente pela extensa presença de alcaloides (MALVEZZI, 2010),

também é rica fonte de fibra dietética e de compostos bioativos, podendo ser

utilizado no desenvolvimento de formulações de alimentos nutricionais e como

antioxidante (MATTHAIOU, 2014).

Cada parte da romãzeira possui componentes químicos com atividade

farmacológica relevante para a prevenção e / ou tratamento do crescimento de

células malignas e ação anti-inflamatória (ADAMS, 2006). Componentes da romã

com controle da inflamação envolve a inibição tanto da enzima cicloxigenase (COX)

quanto da lipoxigenase e uma diminuição da formação da prostaglandina pelas

células (LANSKY, 2007). No tratamento do câncer diminuem a invasão de células

tumorais em tecido normal e metástases. Mecanismos que explicam essas ações

incluem a inibição da atividade de metaloproteinase, e diminuição da atividade de

adesão da quinase. (SARTIPPOUR, 2008).

Os componentes encontrados no extrato da Punica granatum L. sugerem

uma série de aplicações clínicas no tratamento e prevenção de doenças onde a

inflamação apresenta um papel essencial; é rica fonte de polifenóis, punicalagin,

ácido elágico, galotaninos, antocianinas e flavonoides (FISCHER, 2011).

Figura 2. Fruto da espécie Punica granatum L Fonte: HTTP://commons.wikimedia,org/wiki/file: Punica_granatum.JPG

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2.3 Aspectos gerais da Inflamação

O processo inflamatório, envolvido em diversas patologias é uma série

complexa de alterações vasculares e celulares que se desenvolvem em resposta do

organismo ao dano tecidual e envolve diversos eventos como vasodilatação,

extravasamento de plasma e migração celular (SHERWOOD; TOLIVER-KINSKY,

2004).

A resposta inflamatória é fisiológica e essencial para a sobrevivência,

protege o organismo de estímulos nocivos e envolve uma ação coordenada entre o

sistema imunológico e o tecido no qual ocorreu à lesão (ABBAS, et al., 2008).

Entretanto, apesar de ser um processo fisiológico como forma de proteção ao

organismo, em algumas situações e doenças, essa resposta imunológica pode se

tornar excessiva sem qualquer benefício e com sérios efeitos adversos, como

reação inflamatória sistêmica (SIMMONS; BUCKLEY, 2005).

Dois mecanismos de defesa ocorrem durante o processo inflamatório:

uma resposta imediata e uma resposta adquirida, onde ocorre a produção de

anticorpos específicos (SHERWOOD; TOLIVER-KINSKY, 2004). A resposta imediata

é responsável pelas características marcantes da área inflamada, a região atingida

torna-se avermelhada, edemaciada, quente e dolorosa, havendo interferência ou

alteração da sua função. Qualquer lesão de tecido como a que ocorre após o

estabelecimento e multiplicação de microrganismos induz a uma resposta

inflamatória, podendo se desenvolver para uma inflamação crônica na qual está

relacionada com diversas doenças, como por exemplo, artrite reumatoide, asma e

aterosclerose (LIBBY, OKAMOTO et al., 2010;).

No início do processo inflamatório, quando ocorre a lesão tecidual

causada por bactéria, traumatismo, substâncias químicas, calor ou qualquer outro

fenômeno, múltiplas substâncias como histamina, bradicinina, serotonina e

prostaglandinas (PGs) são liberadas pelo tecido lesado, iniciando assim, a resposta

inflamatória, (figura 3). A resposta a uma lesão tecidual é deflagrada pela liberação

de citocinas dos macrófagos, ocorre rapidamente e em geral, tem por função deter a

disseminação do patógeno até que seja iniciada uma resposta imune adquirida

(ABBAS, et al., 2008).

Os eventos vasculares que se iniciam na resposta inata se caracterizam

por alteração no calibre e permeabilidade vascular, aumentando o fluxo sanguíneo e

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conduzindo ao extravasamento de exsudado para o interstício, com consequente

sensação de calor e formação de edema (LUSTER, et al, 2005).

A vasodilatação e o aumento da permeabilidade vascular são provocados

por mediadores, produzidos a partir do plasma e das células. Estes mediadores

amplificam a resposta inflamatória e influenciam sua evolução, já nos eventos

celulares, as células envolvidas estão normalmente presentes nos tecidos, como

células endoteliais e macrófagos ou têm acesso ao local a partir da circulação, como

plaquetas e leucócitos (COOK-MILLS, 2005).

Vários tipos de células são ativadas nos tecidos danificados, promovendo

a liberação de diversos mediadores, incluindo fatores de crescimento, citocinas e

quimiocinas (ROMANO, et al., 2009). No local da inflamação, esses mediadores têm

efeitos vasculares promovendo a vasodilatação, a estase vascular e o aumento da

permeabilidade capilar; garantem também a migração de leucócitos da circulação

para o tecido inflamado e coordenam ainda as variadas respostas de defesa local

(KELLY, et al., 2007).

Mediadores da inflamação como a interleucina-1 (IL-1) e o fator de

necrose tumoral (TNF-ά) são oriundos de monocinas (liberados pela resposta inata

dos macrófagos). Existem outros mediadores liberados pelos macrófagos e

mastócitos ativados como prostaglandinas e leucotrienos. Estes mediadores

produzem alterações nos vasos sanguíneos locais, esta ação compõe dilatação das

arteríolas e capilares, a partir das quais escapa o plasma; ocorre acúmulo de líquido

Figura 3. Cascata do processo inflamatório Fonte: COTRAN, 2000.

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de edema na área da lesão, e a fibrina forma uma rede obstruindo os canais

linfáticos e limitando, assim, a disseminação dos microrganismos. Outro efeito dos

mediadores é induzir alterações na expressão de várias moléculas de adesão sobre

as células endoteliais e leucócitos (SHERWOOD ; TOLIVER-KINSKY, 2004).

As moléculas de adesão (selectinas e integrinas) permitem a fixação dos

leucócitos às células endoteliais dos vasos sanguíneos promovendo, assim, seu

movimento através da parede do vaso (LUSTER, et al, 2005). Em seguida os

leucócitos polimorfonucleares nos capilares aderem e migram para fora dos

capilares (extravasamento) em direção ao tecido lesionado (ABBAS, et al, 2008).

Essa migração (quimiotaxia) é estimulada por substâncias existentes no exsudato

inflamatório, incluindo alguns polipeptídios (quimiocinas); estas são sintetizadas por

macrófagos e por células endoteliais (KELLY, et al., 2007).

A interleucina 8 (IL-8) é um exemplo de quimiocinas. Estes compostos

atuam principalmente no recrutamento de monócito e neutrófilo do circulante para os

locais de infecção (LUSTER, et al, 2005). Os fagócitos ingerem os microrganismos,

e começa a digestão intracelular, em seguida o PH da área inflamada torna-se mais

ácido, e as proteases celulares induzem a lise dos leucócitos. Grandes macrófagos

mononucleares chegam ao local e ingerem restos leucocitários, bem como

microrganismos, preparando o caminho para a resolução do processo inflamatório

local. (ABBAS, et al., 2008).

Quando a lesão tecidual é causada por uma bactéria é de extrema

importância que haja uma interação entre receptores das células do sistema imune e

componentes pertencentes à bactéria. Dentre os principais receptores envolvidos no

processo inflamatório estão às proteínas Cluster of differentiation 14 (CD14) e os

receptores semelhantes ao Toll (TLR) (ROMANO, et al, 2009). Estas proteínas são

capazes de interagir com componentes celulares de microrganismos apresentando

uma grande importância no reconhecimento de patógenos e no desenvolvimento de

uma resposta inflamatória (ARMANT AND FENTON, 2002).

É através de sua região extracelular que os TLR4 e MD2 reconhecem

seus ligantes diretamente ou através da interação com o CD14 (SCHRODER AND

SCHUMANN, 2005). Os TLR4 e MD2 possuem uma região intracelular no

citoplasma que é homóloga ao receptor de interleucina 1 (IL1R), incluindo um

domínio conservado de aproximadamente 200 aminoácidos, denominado Toll-IL1R.

Além desta estrutura similar, TLR4 e IL1R também possuem uma molécula

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adaptadora em comum, a diferenciação mielóide 88 (MyD88), que também contém

um domínio Toll-I. Uma vez o TLR4 ativado ocorre ativação de moléculas de

adaptação e, consequentemente, do complexo quinase do inibidor do fator nulear kβ

(IK-β), denominada IKK. A fosforilação mediada por IKK resulta na ubiquitinação e

fosforilação do IK-β e posteriormente, o fator nuclear-κB (NF-κB) deixará de ser

inibido ocorrendo a sua translocação para o núcleo. Este processo permite a

expressão de vários genes pró-inflamatório, como a interleucina-6 (IL-6) e o TNF-α

(TAKEDA AND AKIRA, 2007).

Existe outra via de sinalização do TLR4 que é a via independente do

MyD88. Por esta via ocorre a ativação da Proteína adaptadora contendo domínio do

receptor interleucina-toll (TIRAP), da proteína adaptadora contendo um domínio TIR

e indutora do IFN-β (TRIF) e do fator regulatório de interferon (IRF3), que ativam a

expressão de genes inflamatórios (KAISHO AND AKIRA, 2006).

Ainda, conforme o autor acima, o processo inflamatório é desenvolvido e

mantido graças à liberação de mediadores químicos solúveis (aminas vasoativas,

citocinas, fator de ativação plaquetária, radicais superóxidos e derivados do acido

araquidônico); destacando-se, dentre estes, as citocinas. Neste sentido, para

Lampinen, et al. (2004), as citocinas são classificadas como antinflamatórias ou pro-

inflamatórias e, em alguns casos, com ambas as ações, como acontece com IL-6.

Dentre as importantes citocinas mediadoras na resposta inflamatória

aguda, destacam-se a classe de IL-1, que consiste de três polipeptídios

estruturalmente semelhantes; os dois primeiros polipeptídios são representados pela

interleucina 1 alfa (IL-1α) e interleucina 1 beta (IL-1β) e a terceiro e representado

pelo antagonista de receptor de interleucina 1 (IL-1ra), além da IL-6 e o fator de

necrose TNF-α (SHERWOOD ; TOLIVER-KINSKY, 2004).

A IL-6 é uma citocina que estimula a resposta de fase aguda do fígado a

infecções e ao dano tecidual, incluindo a estimulação da expressão de proteína C

reativa, do inibidor do ativador do plasminogênio (PAI-1) e do fibrinogênio, está

relacionada também à diferenciação e ativação de macrófagos e linfócitos T e B

(TERRY, LOUKACI et al. 2000). O gene que codifica IL-6 não tem expressão

constitutiva significativa, mas é altamente expressa por várias células como

monócitos/macrófagos, fibroblastos, células endoteliais, adipócitos e células T

(KAISHO AND AKIRA, 2006.

A principal função da inflamação é a destruição ou inativação do agente

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causador do dano tecidual e então ocorrerá a limpeza dos debris celulares, pelos

macrófagos, na área para que o reparo tecidual possa ocorrer e, de acordo com sua

duração e formação de células diferenciadas o resultado final do processo

inflamatório pode ser a cura ou a evolução para inflamação crônica (ABBAS, et al.,

2008).

.

2.4 Inflamação aguda

A inflamação aguda é a resposta imediata e precoce a um agente nocivo.

Os principais componentes de defesa, os leucócitos, são normalmente conduzidos

na corrente sanguinea, portanto, os fenômenos vasculares desempenhem um

importante papel na inflamação aguda (AHERNE, COLLINS et al., 2011). Esta

resposta imediata três características principais: alteração do calibre vascular, que

acarreta um aumento do fluxo sanguineo; alterações estruturais da

microvasculatura, que permitem que as proteínas plasmáticas e leucócitos deixem a

circulação; e migração dos leucócitos da microcirculação e seu acúmulo no foco da

lesão (SHERWOOD ; TOLIVER-KINSKY, 2004).

O extravasamento de líquido, proteína e células sanguineas do sistema

vascular para o tecido intersticial ou cavidade corporais é conhecido como

exsudação, que é um líquido extravascular inflamatório que tem uma alta

concentração de proteínas e muitos restos celulares; traduz uma alteração

significativa da permeabilidade normal dos pequenos vasos sanguineos na área da

lesão (LUSTER, et al, 2005).

Este processo envolve a ativação e migração direcionada (quimiotaxia) de

leucócitos (neutrófilos, monócitos e eosinífilos) da corrente sanguinea para o sítio da

lesão. O recrutamento das células inflamatórias se inicia pela ativação das

moléculas de adesão da família das selectinas presentes nas células endoteliais, o

leucócito se liga fracamente ao endotélio e devido ao fluxo sanguineo, é

propulsionado a rolar ao longo da superfície endotelial. Em seguida, ocorre uma

imobilização do leucócito sobre a superfície do endotélio vascular, por meio de forte

adesão através de integrinas (presentes na superfície dos leucócitos) e moléculas

de adesão expressas na célula endotelial; o leucócito então migra pelos espaços

celulares interendoteliais e é guiado ao seu destino final, para desempenhar suas

funções, (figura 4), (COOK-MILLS, 2005).

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O processo de quimiotaxia dos leucócitos depende da liberação de

fatores quimiotáticos no local da lesão, tais como compostos liberados pelo próprio

agente infeccioso, ou substâncias liberadas inicialmente pelas células residentes,

tais como fragmentos do sistema complemento, quimiocinas ou mediadores lipídicos

como leucotrienos. Posteriormente, as células emigradas podem liberar mais

mediadores, resultando na amplificação da resposta inflamatória (KELLY, et al.,

2007).

2.5 Efeitos fisiológicos do TNF-α

As citocinas constituem um grupo heterogêneo de glicoproteínas,

sintetizadas e secretadas principalmente por macrófagos e linfócitos, em resposta à

ativação ou lesão (BEM-BARUCH, et al, 1995). Estas proteínas modulam as

respostas imunes e inflamatórias locais ou sistêmicas, atuam na estimulação de

células, após interação específica entre ligante e receptor (ALLER,et al, 2007). As

citocinas podem exercer seus efeitos em várias células e induzir ou inibir a produção

de outras citocinas bem como modular a expressão de seus receptores

(BAUHMANN,et al, 1994).

Entre as citocinas que atuam na inflamação aguda, tem papel de

destaque o TNF-α, que são produzidos principalmente por macrófagos ativados,

sendo sua secreção estimulada por endotoxinas e outros produtos microbianos,

Figura 4. Processo de quimiotaxia. Fonte: COTRAN, 2000.

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imunocomplexos, injúria física e uma variedade de estímulos inflamatórios

(TRACEY, et al, 1993). O TNF-α tem como principal fonte os macrófagos, mastócitos

e linfócitos T e sua principal ação é induzir a ativação e a estimulação celular

modulando mediadores inflamatórios, enzimas, proteínas da fase aguda, e ainda

outras citocinas como interleucinas (IL-1, IL-6 e IL-8) (BEYAERT E FIERS, 1998).

Liberado no tecido, o TNF-α age sobre os neutrófilos aumentando, a

atividade fagocítica, a citotoxicidade e a produção do ânion superóxido e de H2O2,

além de estimular a desgranulação e a aderência dessas células ao endotélio

(BARTON , et al, 1996). Como outros efeitos inflamatórios, o TNF-α ativa a

fosfolipase A2, aumenta a síntese de catecolaminas, induz a febre e a expressão de

antígenos de superfície das células endoteliais (BEYAERT E FIERS, 1998); estimula

a expressão de molécula de adesão endotelial, secreção de outras citocinas e

estimula a coagulação, a quimiotaxia e o metabolismo oxidativo de fagócitos. Além

disso, é responsável pelo aumento das proteínas de fase aguda da inflamação

(MACKAY et al., 1993).

O TNF-α é reconhecida por divervos tipos celulares, como as células

endoteliais, e resulta da ativação da sinalização para expressão de moléculas de

adesão em leucócitos e sequentemente promove a migração subendotelial de

leucócitos (TRACEY, et al, 1993). O excesso do TNF-α tem papel relevante na

patogênese de algumas doenças com artrite reumatóide (BECKHAM, et al, 1992) e

artrite idiopática juvenil (EBERHARD,, et al, 1994). Yudkin, et al, (2003) sugeriram a

hipótese de que a produção de TNF-α pela gordura ao redor da origem arteriolar

inibe o estímulo da insulina para a síntese de óxido nítrico, resultando em

incontestável vasoconstrição, mecanismo este chamado de "sinalização vasócrina".

O TNF-α é uma das principais citocinas liberadas no processo inflamatório agudo

(BARTON , et al, 1996), sendo um dos mediadores inflamatórios altamente

expressos na peritonite.

2.6 Modelos de peritonite experimental

O peritônio é uma membrana fina e transparente que reveste todos os

órgãos intra-abdominais e a face interna das paredes do abdómen. Peritonite é

uma inflamação do peritônio, membrana serosa que reveste parte da cavidade e das

vísceras abdominais. Pode ser localizada ou generalizada, e resulta, mais

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frequentemente de uma infecção ou, mais raramente, de um processo inflamatório

não infeccioso (ABC.MED.BR, 2014). Quase sempre a peritonite é uma complicação

grave de outra enfermidade abdominal (GREKA, et al, 1994). Entretanto para

realização de pesquisas em animais, onde há necessidade da indução de peritonite,

faz-se necessário o conhecimento de modelos de indução de peritonite (SALGADO,

et al, 2001). Vários modelos são referidos na literatura: Inoculação de material fecal

fresco; implantação de cápsula gelatinosa contendo suspensão bacteriana

(WAITZBERG, et al, 1991), inoculação de suspensão bacteriana em peritônio livre;

inoculação de suspensões bacterianas qualitativa e quantitativas conhecidas; incisão

transversal padronizada no ceco (BACKER, et al, 1983). Porém, para todos estes

modelos são necessários procedimentos com certo grau de biossegurança e

técnicas especializadas o que os tornam métodos mais complicados e perigosos de

serem realizados. Como alternativa, a estes métodos, existem os modelos de

peritonite induzida por substâncias biológicas, por exemplo, carraginina, que são

polissacarídeos obtidos através do extrato de algas marinhas vermelhas e LPS,

lipopolissacarídeo, um dos principais componentes da membrana exterior de

bactérias gram-negativas, utilizado e descrito na literatura em estudos com modelo

de peritonite. Borges, et al, (2014) utilizou LPS em seu modelo de peritonite para

avaliação da ação anti-inflamatória da fração diclorometano do extrato

hidroalcoólico da Polygala sabulosa, da mesma forma Gruen, et al, (2014), avaliou

uso de peso dinâmico para a avaliação da dor abdominal e para isso utilizou um

modelo de peritonite induzido por LPS.

2.7 Anti-inflamatórios

Os fármacos anti-inflamatórios são capazes de interferir no processo

fisiológico de defesa do organismo, minimizando os danos e proporcionando maior

conforto ao paciente. Atualmente, os principais agentes anti-inflamatórios no

mercado estão divididos em dois grupos representados pelos glicocorticoides e

pelos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) (ANDERSON, 2010).

Os glicocorticoides são utilizados na terapia inflamatória e

imunossupressora em variadas patologias, como: doenças auto-imunes,

inflamatórias, asma, distúrbios alérgicos, do colágeno, dermatológicos,

gastrintestinais, hematológicas, oftálmicas, orais, respiratórios (BARNES, 2011).

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30

Os glicocorticoides são também utilizados no tratamento do choque, de

doenças neurológicas, da síndrome nefrótica, de alguns tipos de neoplasias, de

tireoidite não supurativa, de tumores císticos de tendão ou aponeurose, redução de

edema cerebral e, profilaxia e tratamento de rejeição de órgão em transplante (ANTI,

et al, 2008). Outra indicação para o uso de glicocorticoides consiste em gestante

com possibilidade de parto prematuro e com maturação inadequada dos pulmões,

com o objetivo de acelerar o processo fisiológico (ANDERSON, 2010).

Como exemplos de glicocorticoides, podemos citar a hidrocortisona e a

dexametasona (BOARDMAN, 2014), entretanto, os efeitos adversos e toxicidade

associada à terapia crônica limita o seu uso, assim, os principais fármacos utilizados

no tratamento dos sintomas da inflamação são os anti-inflamatórios não esteroidais,

mas que, também, com uso a longo prazo produzem seus efeitos adversos. (DE

BOSSCHER et al., 2010).

AINE é grupo de fármacos que se apresenta quimicamente diferente;

diferem em suas atividades antipiréticas, analgésica e anti-inflamatória. São

excelentes medicamentos para tratar os efeitos indesejáveis causados pela resposta

inflamatória, diminuem o edema, a hiperemia, a febre, a dor e a rigidez. São

utilizados em variadas formas de inflamações, sejam traumáticas ou provocadas por

diferentes patologias (PATTANITTUM, 2013).

Os fármacos AINE´s são classificados em grupos, de acordo com a

substância que levou aos respectivos derivados, derivados do ácido salicílico, da

pirazolona; do para-aminofenol; do ácido acético; do ácido enólico; do ácido

fenilantranílico; do ácido propiônico. Tem sido o tratamento de primeira linha,

juntamente com os analgésicos simples, para todos os sítios de tendinite. Estes

medicamentos estão entre os mais prescritos no mundo (BACKER, 2011).

Porém, vale ressaltar que, o uso prolongado de anti-inflamatórios causam

danos, tornando-se necessário o estudo de outras substâncias, que permitam a

inibição ou diminuição dos efeitos da inflamação com menor ou nenhum sintoma

adverso.

2.8 Ação e efeitos colaterais dos anti-inflamatórios

Os anti-inflamatórios não esteroides inibem as enzimas da via ciclo-

oxigenase (COX) para formação das prostaglandinas, que são substâncias químicas

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que contribui para a inflamação, dor e febre (PATTANITTUM, 2013). Atualmente são

conhecidas três isoformas da enzima ciclo-oxigenase (COX-1, COX-2 e COX-3),

duas delas, COX-1 e COX-2 estão relacionadas com a produção de prostaglandina;

a COX-1 é expressa constitutivamente na maioria dos tecidos, incluindo plaquetas,

protege o revestimento do estômago e ajuda a manter a função renal, está envolvida

na sinalização entre células e na homeostasia tecidual (BOTTING, 2006). A COX-2 é

induzida principalmente nas células inflamatórias, quando estas são ativadas

durante a inflamação e tende a facilitar a resposta inflamatória, entretanto, no

cérebro, rins e alguns outros tecidos, a COX-2 é expressa constitutivamente

(ABBAS, 2008). Por sua vez, a isoforma COX-3 é uma variante do gene da COX-1.

Sabe-se que esta isoforma é mais abundante no coração e no córtex cerebral

(CHANDRASEKHARAN, et al. 2002).

A maioria dos AINE são inibidores não seletivos, que inibem tanto a COX-

1, quanto a COX-2, levando a possibilidade de aparecimentos de úlceras

estomacais, por diminuir os níveis de prostaglandina do estomago, produzidas pela

COX-1(PATTANITTUM, 2013).

Ao reduzir a produção de prostaglandinas, o AINE ajuda a aliviar os

sintomas relacionados à inflamação (JACKSON, 2001) Sua administração sempre

deve ser monitorizada com exames laboratoriais complementares, com especial

atenção à função hepática e renal (SIMMONS, 2005). Eles também são conhecidos

por estarem associados com a morbidade significativa, particularmente em termos

de efeitos adversos gastrointestinais e cardiovasculares (BACKER, 2011). Por outro

lado, a ação anti-inflamatória dos glicocorticoides deve-se, em grande parte, à

inibição da transcrição do gene da enzima ciclo-oxigenase-2 e à indução da proteína

lipocortina, inibidora da enzima fosfolipase A2, figura 5. Além disso, reduzem a

produção de citocinas pró-inflamatórias, tais como TNF-α e IL-1(KIM, et al., 2004).

Foram desenvolvidos vários fármacos derivados semissintéticos dos

glicocorticoides e indiretamente bloqueiam a liberação do ácido araquidônico devido

estes fármacos estimularem a produção da lipocortina que tem a ação de inibir a

enzima fosfolipase A2, (figura 5), (DE BOSSCHER, 2010).

Os anti-inflamatórios esteroides agem diminuindo a produção e ação das

citocinas, reduzindo a produção de eicosanoides (prostaglandinas, leucotrienos e

tromboxanos), de imunoglobulina G (IgG) e do complemento no sangue, além de

apresentarem menor produção de histamina (ANTI, 2008).

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Os corticosteroides estabilizam a membrana celular do mastócito, e, dos

leucócitos evitando ou diminuindo a liberação de histamina assim como de fatores

quimiotáxicos, e, de mediadores inflamatórios, o que reduz o fluxo de leucócitos para

o local da inflamação (BOARDMAN, et al, 2014). Portanto, a inflamação é

acentuadamente reduzida com o uso de glicocorticoides que também tem a ação de

evitar que os neutrófilos migrem até o local da inflamação, embora os

glicocorticoides aumentem o número de neutrófilos circulantes (TASKER, 2011),

entretanto os efeitos adversos dos esteroidais são comuns com terapia a longo

prazo: úlceras pépticas, hipertensão arterial (com a hidrocortisona e a cortisona),

edema, aumento do apetite, euforia, algumas vezes ocorre depressão ou sintomas

psicóticos e labilidade emocional, aumento da gordura abdominal, face de lua cheia

com bochechas vermelhas, adelgaçamento da pele, equimoses com facilidade,

fraqueza muscular e fadiga por perda de massa muscular na região proximal do

tronco e membros, reparação retardada de feridas, tendência à hiperglicemia

supressão da resposta à infecção, supressão da síntese de glicocorticoides

endógenos, síndrome de Cushing iatrogênica, catarata, glaucoma, osteoporose

(DUONG, 2014).

Os glicocorticoides podem provocam a osteoporose porque Inibem o

crescimento e função dos osteoblastos, inibem a duplicação das células ósseas e

síntese do colágeno I e II diminuem a absorção do cálcio intestinal e aumentam a

excreção do cálcio renal (TAVES, 2011).

A ocorrência dos efeitos adversos dos glicocorticoides está associada,

principalmente a sua ação metabólica e à administração prolongada ou em altas

doses. Geralmente a aplicação sistêmica provoca danos mais graves aos pacientes

do que a aplicação tópica, apesar do uso tópico também ser capaz de causar efeitos

adversos sistêmicos (ANTI, 2008).

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Em 2004, o rofecoxib (Vioxx®) foi retirado do mercado devido ao aumento

de vítimas com problemas cardiovasculares. No Brasil, a Agência Nacional de

Vigilância Sanitária aumentou o controle sobre a venda dos AINEs seletivos para

COX-2, publicando a inclusão de seus fármacos na lista de substâncias sob controle

especial (Lista C1 da Portaria 344/98) - Resolução RDC nº. 79, de 04 de novembro

de 2008; os anti-inflamatórios só podem ser vendidos com retenção da receita

médica pelo estabelecimento farmacêutico (BRASIL, 2008).

Desta forma, novos medicamentos provenientes de produtos de plantas

medicinais podem servir de fonte de fármacos de interesse farmacológicos. Um

exemplo é o anti-inflamatório fitoterápico Acheflan®, encontrado nas formas

farmacêuticas de aerossol e creme, indicado no tratamento local de processos

inflamatórios, oriundo do óleo essencial de erva-baleeira (Cordia verbenacea,

Borraginaceae) (ACHÉ, 2014). A Punica granatum L. é outra planta que possui

relatos de sua ação anti-inflamatória na medicina popular. Porém, poucos estudos

relataram experimentalmente a sua ação anti-inflamatória. Em busca de comprovar

a ação anti-inflamatória da Romã, de Oliveira et al., 2013 testaram micropartículas

contendo o extrato hidroalcoólico da Punica granatum L. em um modelo de asma

animal e tiveram como resultado que o tratamento foi capaz de reduzir o

recrutamento leucocitário para a cavidade bronco-alveolar, justificando o uso da

Punica granatum L. como uma das plantas, mais utilizadas no tratamento de

doenças inflamatórias, pelo seu potencial efeito anti-inflamatório.

Figura 5. Esquema da ação dos anti-inflamatórios. Fonte: JACKSON, 2001

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3 JUSTIFICATIVA

O mecanismo de ação dos anti-inflamatórios disponíveis no mercado está

relacionado à inibição de moléculas essenciais para o estímulo inflamatório e que

possuem certos efeitos fisiológicos, além de possivelmente atuar em outras

substâncias importantes para o funcionamento de determinados órgãos. Por isso,

diversos efeitos colaterais são atribuídos a eles, como por exemplo, infulficiência

renal, problemas cardiovasculares e gastro-intestinais (ANTI, et al, 2008), tornando

emergencial o estudo de novas substâncias com propriedades anti-inflamatórias.

Diante deste cenário, estudos com o objetivo de se estudar substâncias presentes

em preparações farmacêuticas a partir de plantas medicinais com potencial ação

anti-inflamatória são realizadas por diversos pesquisadores. Dentre essas plantas, a

Punica granatum L. é uma das mais utilizadas, popularmente, no tratamento de

diversas doenças, inclusive no controle da inflamação (ROSSATO, 2012).

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4 OBJETIVOS

4.1 Geral

Avaliar a ação anti-inflamatória do extrato hidroalcoólico das folhas da

espécie Punica granatum L. em um modelo de peritonite animal.

4.2 Específicos

Identificar os metabólitos secundários presentes no extrato hidroalcoólico

das folhas da espécie Punica granatum L.

Observar o efeito do extrato obtido de folhas da Romã na quimiotaxia de

leucócitos.

Avaliar o efeito do extrato da espécie Punica granatum L. sobre a

expressão gênica e proteica do TNF-α em ratos induzidos à peritonite

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5 MATERIAIS E MÉTODOS

5.1 Obtenção das folhas da Punica granatum L.

As folhas dessa espécie foram coletadas no Herbário Ático Seabra

localizado na Universidade Federal do Maranhão, em São Luís (Brasil) e identificada

pela Profa. Dra. Terezinha Rêgo, com exsicata do herbário Ático Seabra da

Universidade federal do Maranhão. A coleta foi realizada de acordo com as normas

estabelecidas na literatura e em quantidade adequada para a obtenção do extrato

em quantidade necessária para a realização das análises (MATOS, 2009).

5.2 Preparação do extrato orgânico

O extrato foi obtido a partir de folhas da Punica granatum L. previamente

desidratadas com o auxílio de uma estufa apresentando uma contínua circulação de

ar, e para obtenção do extrato hidroalcoólico realizou-se o processo físico de

maceração de 20 gramas das folhas da planta triturada em um recipiente fechado

contendo 200 ml de solução hidroalcoólica a 70%, à temperatura ambiente. O

material foi mantido em repouso sob periódica agitação manual, após oito dias a

solução foi filtrada, armazenada em um frasco do tipo âmbar e o extrato final foi

obtido após a evaporação do solvente com o auxílio de um evaporador rotativo e

armazenado 4ᵒC até o momento de ser utilizado (MATOS, 2009) O rendimento foi

determinado após a desidratação de 1mL do extrato com posterior pesagem

utilizando uma balança semi-analítica (Fluxo Tecnologia LTDA.).

5.3 Análise fitoquímica do extrato

Testes colorimétricos, de acordo com Matos, 2009 foram realizados para

a determinação da presença dos compostos secundários presentes no extrato

hidroalcoólico. Foi avaliado a presença dos seguintes metabólitos secundários:

fenóis, taninos hidrolisáveis e catéquicos, cumarinas, flavonoides, alcaloides,

triterpenos, esteroides e saponinas. Para isso, inicialmente, separou-se sete porções

de 4ml em tubos de ensaio e duas porções de 10 ml em béqueres rotulados; estes

foram deixados em banho-maria até secarem e mantidos em dessecador até a

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ocasião para serem usados. O restante do extrato foi colocado em banho-maria até

obtenção da metade do volume, com acidificação do meio até um pH=4 e filtrou-se

o líquido acidulado. Reservou-se tanto a solução, como o resíduo insolúvel para

testes posteriores.

5.3.1 Teste para fenóis e taninos

Para determinação semiquantitativa de fenóis e taninos foram

adicionados três gotas de solução alcoólica de cloreto férrico (FeCl3) (INLAB, São

Paulo, Brasil). Após agitado foi observado se houve alguma variação de sua cor ou

formação de precipitado abundante e escuro. Comparou-se com um teste branco,

onde são usados apenas água e FeCl3. Coloração variável entre azul e o vermelho

é indicativo da presença de fenóis e a presença de um precipitado escuro de

tonalidade azul indica a presença de taninos pirogálicos (taninos hidrolisáveis), e

verde a presença de taninos flobabênicos (taninos condensados ou catéquicos).

5.3.2 Teste para antocianidinas e flavonoides

Foram utilizados 3 tubos, sendo que, um destes foi acidificado utilizando

ácido clorídrico (HCl) 0,1M (ISOFAR, Duque de Caxias, Brasil) até alcançar o pH=3

e os dois tubos seguintes foram alcalinizados com hidróxido de sódio (NaOH) 0,1M

(QUIMBRÁS, Simoes Filho,Brasil) até atingirem um pH de 8,5 e 11,

respectivamente.

O aparecimento de cores diversas indica a presença dos metabólitos

secundários, de acordo com a tabela seguinte:

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Tabela 1. Constituintes e meio para identificação de antocianidinas e flavonoides

Contituintes Cor em meio

Ácido (pH=3) Alcalino

(pH=8,5)

Alcalino

(pH=11)

Antocianinas e antocianidinas vermelha Lilás Azul-púrpura

Flavona, flavonóis e xantonas ----------- ----------- Amarela

Chalconas e auronas vermelha ----------- Vermelho-

púrpura

Flavanonóis ----------- ----------- Vermelho-

laranja

Fonte: MATOS, 2009

5.3.3 Testes para leucoantocianidinas, catequinas e flavonas

Foram utilizados os tubos do teste para antocianidinas e flavonoides, já

devidamente acidificados e alcalinizados com os pH de 3 e 11, respectivamente.

Aqueceu-se os mesmos com o auxílio de um bico de Bunsen, durante dois minutos.

A modificação de cor foi avaliada e o aparecimento ou a intensificação da cor pré-

existente indica a presença dos constituintes especificados na tabela seguinte:

Tabela 2. Constituintes e meio para identificação de leucoantocianidinas, catequinas e flavonas.

Constituinte Cor em meio

Ácido Alcalino

Leucoantocianidinas Vermelha ----------

Catequinas Pardo-amarelada ----------

Flavanonas ----------- Vermelha-laranja

Fonte: MATOS, 2009

5.3.4 Testes para esteroides e triterpenóides

Foi colocado 2 ml de clorofórmio no resíduo seco presente em um dos

béqueres. Posteriormente a solução clorofórmica foi filtrada utilizando um funil

fechado com algodão, coberta com alguns decigramas de sulfato de sódio anidro

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(Na2SO4) para um tubo de ensaio bem seco. Após adicionar 1 ml de anidrido

acético, e três gotas de ácido sulfúrico (H2SO4) concentrado. Foi observado a

formação das seguintes cores, descritas na tabela 3.

Tabela 3. Constituintes e meio para identificação de esteroides e triterpenóides

Constituinte

Cor

Esteróides livres Azul evanescente→Verde permanente

Triterpenóides

pentacíclicos livres

Parda→Vermelha

Fonte: MATOS, 2009

5.3.5 Teste para saponina

Após realização do teste para esteroides e triterpenóides o resíduo

insolúvel em clorofórmio, foi redissolvido em 10 ml de água destilada e, em seguida

filtrou-se a solução. A solução foi fortemente agitada, durante três minutos, e

observou-se a formação de espuma persistente e abundante, indicativa de presença

de saponina (heterósides saponínicos).

5.3.6 Teste para cumarina

Com o auxilio de um capilar, foram colocados dois pontos do extrato

hidroalcoólico de aproximadamente 1,5 cm de diâmetro em um pedaço de papel

filtro não fluorescente e colocado para secar. Posteriormente secas foi aplicado

sobre um dos pontos do extrato uma gota da solução aquosa de KOHN. Os pontos

foram cobertos parcialmente com cartão opaco não fluorescente e levados ao

espectro da luz ultravioleta (UV) por 3 minutos. Ainda sob a luz UV foi retirado o

papel opaco e observado a emissão de fluorescência da mancha alcalinizada.

Desenvolvimento de fluorescência azulada, forte, bem visível na metade não coberta

da mancha alcalinizada indica a presença de cumarina.

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5.4 Estudos in vivo

5.4.1 Animais

Foram utilizados ratos da espécie Rattus novergicus, linhagem Wistar,

machos, com peso variando entre 200 e 280g, todos provenientes do biotério da

UNICEUMA, com livre acesso a água e alimento ad libium. A verificação do peso

dos animais foi realizada diariamente para que não ultrapassassem o limite de 280g.

5.4.2 Modelo experimental de peritonite

Quarenta e dois animais foram utilizados no projeto, sendo que estes

animais foram divididos em seis grupos (veículo+salina, VS, n=5), (extrato+salina,

ES, n=5), (diclofenaco+salina, DS, n=5), (veículo+LPS, VLPS, n=9), (extrato+LPS,

ELPS n=9) e (diclofenaco+LPS, DLPS, n=9). Foi administrado, por via oral (v.o),

uma solução salina de 0,9% de cloreto de sódio (NaCl) como veículo (1ml/Kg) nos

grupos VS e VLPS, uma solução de extrato hidrolcoólico (250mg/kg) nos grupos ES

e ELPS e uma solução de diclofenaco sódico (10mg/kg) nos grupos DS e DLPS.

Após uma hora, a peritonite foi induzida nos animais pertencentes aos grupos VLPS,

ELPS e DLPS, através da administração intraperitoneal (i.p) de (500µg/kg), de

lipopolissacarídeo obtido de Escherichia coli (Sigma-Aldrich, St Louis, MO, EUA) e

como controle foi administrado, i.p, uma solução salina (NaCl a 0,9%, 1ml/kg) nos

animais pertencentes aos grupo VS, ES e DS.

5.4.3 Obtenção do lavado peritoneal e sangue total dos animais

Após 4 horas da indução da peritonite nos animais, o lavado peritoneal e

sangue total foram obtidos da seguinte forma: Após anestesia geral dos animais com

uma mistura de ketamina (80mg/Kg) e xilazina (10mg/kg), aplicou-se 20 ml de

solução fisiológica 0,9% estéril, i.p. Após isso, foi realizada a coleta do lavado

peritoneal por aspiração com o auxílio de uma pipeta de Pasteur. Além do lavado, o

sangue total foi coletado, por punção da artéria abdominal. O lavado e o sangue

foram então utilizados para determinação do número de leucócitos totais e

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diferenciais, para a análise da expressão gênica de TNF, assim como para

determinação de TNF por ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay).

5.4.4 Contagem total e diferencial de leucócitos do sangue e lavado

A contagem total de leucócitos presentes no sangue foi feita no mesmo

dia da coleta da seguinte forma: Em microtubos individualizados foram pipetados

20µl da amostra e adicionado 400µl da solução de Turk; após homogeneização foi

realizada a contagem em câmara de Neubauer. A contagem total do lavado foi

realizada em câmera de Fuchs Rosenthall. A contagem diferencial de leucócitos

presentes no sangue e no lavado foi realizado em lâmina de esfregaço sanguíneo e

lavado. A contagem total e diferencial foi realizada com o auxílio de um microscópio

ótico (ZEISS) através da contagem de 200 células.

5.4.5 Extração de RNA do sangue e lavado peritoneal

Imediatamente após a coleta do sangue e lavado, o RNA total foi

purificado das células através da utilização de um conjunto de reagentes da QIAamp

RNA blood Mini Kit e RNAeasy mini kit, respectivamente (QIAGEN, GmbH,

Alemanha) de acordo com o manual de instrução do fabricante. Posteriormente a

extração, a concentração de RNA total foi obtida por espectrofotometria no

ultravioleta (UV) utilizando-se o aparelho Genequant (Amershan Bioscience) e o

grau de pureza do RNA determinado pela relação A260/A280 (SAMBROOK;

RUSSEL, 2001).

5.4.6 Obtenção do cDNA

A síntese de cDNA a partir de RNA total foi realizada utilizando o kit de

reagentes SuperScript™ II reverse transcriptase (Invitrogen, Gathersburg, EUA) de

acordo com o manual de instrução do fabricante. Resumidamente, A síntese de

cDNA foi realizada utilizando 200 ng de RNA total, iniciadores aleatorios 200

nM (random primers) (Invitrogen, MD, EUA), dNTP 200nM (Amershan-

Pharmacia Biotech do Brasil, Brasil), DTT 20mM, transcriptase reversa 200 U

(SuperscriptTM II RT RNase H) e tampão (Tris-HCL 250mM pH 8,3, KCl

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375mM, MgCl2 15mM) (Invitrogen, MD, EUA). A mistura foi incubada a 25 ºC

por 10 min, seguida de 50 ºC por 50 min e 70 ºC por 15 min e o cDNA obtido

foi conservado a -20 ºC até a realização da PCR.

5.4.7 Análise da expressão de RNAm pela PCR em tempo real

A quantificação relativa da expressão de TNF-α foi realizada pela

PCR em tempo real (qPCR) utilizando o sistema de sondas de detecção

TaqMan (Applied Biosystems, Foster City, CA, EUA). O cDNA foi amplificado

pela qPCR utilizando oligonucleotídeos iniciadores a 900nM e sondas

marcadas com FAM 250nM (Life Technologies, Foster City, CA, EUA). Os

demais reagente da qPCR foram adquiridos em solução Master Mix [MgCl2

25nM, dNTPs 10mM, Uracil N-glicosilase (UNG, AmpEraseR) 30U, enzima

Amplitaq Gold 150U e tampão de reação] (life Technologies, Foster city, CA,

EUA). Foi utilizado volume final de 25µL por reação e os ensaios foram

realizados em duplicata

Foram escolhidas duas amostras por grupo para determinação do

melhor controle endógeno. De acordp com os valores de ciclo thershold (Ct)

obtidos e testados com o auxílio da ferramenta Genenorm

(http://medgen.ugent.be/jvdesomp/genorm/). Foi escolhido dentre os genes

Ubiquitina (UBQ) e Gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase (GAPDH), a UBQ

por apresentar menor variação de Ct e, consequentemente, maior estabilidade.

5.4.8 Quantificação de TNF-α por ELISA

As amostras de soro (diluição 1:2) e do sobrenadante do lavado

peritoneal foram utilizadas para determinação da concentração de TNF-α de acordo

com o manual de instrução do (DuoSet® ELISA Development Systems).

5.5 Análise estatística

Os resultados obtidos foram analisados utilizando os programas

SigmaStat v.2.0 (SPSS Inc., Chicago, EUA) e SPSS 15 (SPSS Inc., Chicago, EUA) e

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apresentados na forma gráfica por utilização do Software Prism (Sigma Chemical,

Co., St. Louis, MO, EUA).

Para determinação do tipo de simetria das variáveis quantitativas

contínuas será realizado o teste de simetria de Kolmogorov-Smirnov. Para as

variáveis com distribuição assimétrica serão utilizados testes paramétricos, o teste

de one-way ANOVA seguindo do pós teste de Newman-Keuls para comparar mais

de duas populações quanto à tendência central dos dados. Variáveis categóricas

serão calculadas as frequências absolutas e relativas e serão comparadas por 2

(Qui-Quadrado) ou Teste Exato de Fisher. O nível de significância estabelecido foi

de p < 0,05.

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6 RESULTADOS

6.1 Análise fitoquímica do extrato hidroalcoólico da Punica granatum L.

Após testes colorimétricos específicos para avaliação dos constituintes

químicos presentes nas folhas da Romã, pode-se observar a presença de taninos,

flavonoides, triterpenos, saponinas, aos quais se apresentaram moderadamente

positivo (++). Além destes, também foram encontrados compostos relacionados às

classes das cumarinas, que se apresentaram com resultado considerado positivo (+)

(tabela 4).

Tabela 4. Metabólitos secundários encontrados na romã. Critérios adotados: +++ fortemente positivo; ++ moderadamente positivo; + positivo.

Metabólitos secundários Resultados

Tanino hidrolisáveis ++

Flavonóides(Flavonóis) ++

Triterpenos ++

Saponinas ++

Cumarinas +

Fonte: criado pela autora.

6.2 Contagem total de leucócitos no sangue

De acordo com o resultado da contagem total de leucócitos no sangue

periférico observou-se, conforme figura 6, que a média do número de leucócitos do

grupo controle positivo VLPS, (9.825 ± 2.519,7) foi significativamente maior do que a

média observada no grupo controle negativo VS, (4.550 ± 2.540,9). Os grupos ES

(7.660 ± 997,9) e DS (4.233,3 ± 2.444,0), quando comparados com o grupo controle

negativo (VS), não foram observadas diferenças estatisticamente significante na

quantidade de leucócitos, figura 6. Continuando a análise, observou-se, que os

grupos ELPS (6.557 ± 2.462,2) e DLPS (5.525 ± 2.299,8) não apresentaram redução

estatisticamente significante quando comparados ao grupo controle positivo (VLPS).

Critérios adotados

+++ Fortemente positivo

++ Moderadamente positivo

+ positivo

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45

6.3 Número de neutrófilos no sangue

Na análise da quantidade de neutrófilos nos grupos estudados observou-

se, conforme figura 7, que o grupo positivo (VLPS) (6.566,3 ± 5.965,0) possui uma

quantidade maior, e estatisticamente significante, de neutrófilos quando comparado

com o grupo controle negativo (VS) (1.066,5 ± 689,4). Os grupos ES (1.932 ± 653,4)

Figura 6. Quantidade de leucócitos totais no sangue periférico. Os grupos foram identificados como: veículo+salina(VS) n=5 (controle negativo); Extrato+salina(ES) n=5; Diclofenaco+salina(DS) n=5; veículo+LPS(VLPS) (controle positivo) n=9; extrato+LPS(ELPS) n=9 e diclofenaco+LPS(DLPS) n=9. * p<0,05, quando comparados com o grupo controle negativo.

Figura 7. Quantidade de neutrófilos no sangue periférico. Os grupos foram identificados como veículo+salina(VS) n=5 (controle negativo); Extrato+salina(ES) n=5; Diclofenaco+salina(DS) n=5; veículo+LPS(VLPS) (controle positivo) n=9; extrato+LPS(ELPS) n=9 e diclofenaco+LPS(DLPS) n=9. * p<0,05, quando comparados com o grupo controle negativo.

**

*

Salina

LPS

Salina

LPS

VS ES DS VLPS ELPS DLPS0

4

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12Veículo

Extrato

Diclofenaco

Le

uc

óc

ito

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m³) *

VS ES DS VLPS ELPS DLPS0

4

8

12Veículo

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Diclofenaco

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los

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0³/

mm

³)

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46

e DS (1.539,0 ± 607,6) não tiveram aumento de neutrófilos quando comparados ao

grupo controle negativo (VS). Em contrapartida, o grupo ELPS (4,930 ± 1.703,4),

possui uma quantidade de neutrófilo estatisticamente significante comparado com o

grupo controle negativo (VS). Já o grupo DLPS (3.880,0 ± 1.508,1) não apresentou

uma quantidade de neutrófilos significante quando comparado com o grupo controle

positivo (VLPS).

6.4 Contagem total de leucócitos no lavado

Como se pode observar na figura 8, a contagem total de células no lavado

do grupo controle positivo (VLPS) (2.120,0 ± 1557,3), apesar de não ter apresentado

um número maior de leucócitos estatisticamente significante, dobrou este número

quando comparado com o grupo controle negativo (VS) (1.267,0 ± 377,1). Nos

grupos ES (1.617 ± 970,4) e DS (1.375,0 ± 170,8), observou-se que estavam com

quantidade de leucócitos similares ao grupo controle negativo VS. Os grupos ELPS

(1.143,0 ± 970,4) e DLPS (1600,0 ± 170,8) quando comparados ao grupo controle

positivo Veic+LPS observou-se que houve diminuição no recrutamento de leucócitos

para a cavidade peritoneal, apesar de não significante estatisticamente.

Figura 8. Quantidade de leucócitos totais no lavado. Os grupos foram identificados como: veículo+salina(VS) n=5 (controle negativo); Extrato+salina(ES) n=5; Diclofenaco+salina(DS) n=5; veículo+LPS(VLPS) (controle positivo) n=9; extrato+LPS(ELPS) n=9 e diclofenaco+LPS(DLPS) n=9.

Salina

LPS

VS ES DS VLPS ELPS DLPS0

1

2

3Veículo

Extrato

Diclofenaco

Le

uc

óc

ito

s t

ota

is (

10

³/m

m³)

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6.5 Número de neutrófilos na cavidade peritoneal

Na figura 9, se pode observar, a quantidade de neutrófilos do grupo

controle positivo (VLPS) (1.530,0 ± 1.219,9) foi maior que o grupo controle negativo

VS (11,7 ± 14,5), e essa diferença foi estatisticamente significante (p< 0,05). Os

grupos ES (98,0 ± 173,7) e DS (41,0 ± 29,1), não apresentaram diferença estatística

em comparação ao grupo controle negativo (VS). Por outro lado, os resultados

apresentados nos grupos ELPS (224,0 ± 178,6) e DLPS (163,5 ± 113,8), em relação

ao grupo controle positivo (VLPS) apresentaram uma redução significante na

quantidade de neutrófilos.

6.6 Expressão gênica do lavado

Na análise da expressão gênica do TNF-α no lavado observou-se um

aumento significante na expressão gênica do grupo controle positivo (VLPS)

(0,11083 ± 0,0881), quando comparado com o grupo controle negativo (VS)

(0,00845 ± 0,1073). Quando observados os grupos, ES (0,00531 ± 0,00749) e DS

(0,00804 ± 0,01374) percebe-se que estes apresentaram uma expressão gênica do

TNF-α igual ao grupo controle negativo (VS). Na análise dos grupos ELPS (0,07385

Figura 9. Quantidade de neutrófilos no lavado. Os grupos foram identificados como: veículo+salina(VS) n=5 (controle negativo); Extrato+salina(ES) n=5; Diclofenaco+salina(DS) n=5; veículo+LPS(VLPS) (controle positivo) n=9; extrato+LPS(ELPS) n=9 e diclofenaco+LPS(DLPS) n=9. * p<0,05, quando comparados com o grupo controle negativo;

# p<0,05, quando comprados com o

grupo positivo.

Salina

LPS

VS ES DS VLPS ELPS DLPS0

1

2

3Veículo

Extrato

Diclofenaco

Ne

utr

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los

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³)

*

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# #

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48

± 0,05265) e DLPS (0,04685 ± 0,05026) pode observar uma redução na expressão

gênica, apesar de não significante estatisticamente.

6.7 Quantificação de TNF-A plasmático

Figura 11. Quantificação proteica do TNF-α no plasma. Os grupos foram identificados como: veículo+salina(VS) n=5 (controle negativo); Extrato+salina(ES) n=5; Diclofenaco+salina(DS) n=5; veículo+LPS(VLPS) (controle positivo) n=9; extrato+LPS(ELPS) n=9 e diclofenaco+LPS(DLPS) n=9. * p<0,05, quando comparados com o grupo controle negativo;

# p<0,05, quando comprados com o

grupo positivo.

#

*

Figura 10. Expressão gênica do TNF-α no lavado. Os grupos foram identificados como veículo+salina(VS) n=5 (controle negativo); Extrato+salina(ES) n=5; Diclofenaco+salina(DS) n=5; veículo+LPS(VLPS) (controle positivo) n=9; extrato+LPS(ELPS) n=9 e diclofenaco+LPS(DLPS) n=9. * p<0,05, quando comparados com o grupo controle negativo.

Salina

LPS

Salina

LPS

VS ES DS VLPS ELPS DLPS0.00

0.05

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0.15Veículo

Extrato

Diclofenaco

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Na figura 11, ao qual mostra a quantificação proteica do TNF-α no

plasma, o grupo controle positivo (VLPS) (189,4 ± 112,0) mostrou um aumento,

estatisticamente significante, em relação ao grupo controle negativo (VS) (24,0 ±

4,9). Por outro lado, os grupos ES (24,0 ± 8,2) e DS (32,0 ± 7,7), conforme

esperado, não houve quantidade significante de TNF-α, quando comparados com o

grupo controle negativo (VS). O grupo ELPS (117,5 ± 67,0) apresentou uma redução

estatisticamente significante de TNF-α quando comparado com o grupo controle

positivo (VLPS). O grupo DLPS (149,2 ± 100,65), apesar de não apresentar uma

redução significante estatisticamente, observou-se uma redução da quantidade

proteica do TNF-α.

6.8 Quantificação de TNF-α peritoneal

No resultado da quantificação proteica do TNF-α no lavado, se pode

observar, conforme figura 12, que o grupo controle positivo (VLPS) (56,5 ± 38,8)

apresentou uma quantificação proteica maior e estatisticamente significante, quando

comparado com o grupo controle negativo (VS) (19,81 ± 8,1). Os grupos ES (22,0±

2,42) e DS (19,7 ± 1,9) apresentaram quantidades proteica de TNF- α similar ao

grupo controle negativo (VS), portanto não significante estatisticamente. Os grupos

Figura 12. Quantificação proteica do TNF-α no lavado. Os grupos foram identificados como: veículo+salina(VS) n=5 (controle negativo); Extrato+salina(ES) n=5; Diclofenaco+salina(DS) n=5; veículo+LPS(VLPS) (controle positivo) n=9; extrato+LPS(ELPS) n=9 e diclofenaco+LPS(DLPS) n=9. * p<0,05, quando comparados com o grupo controle negativo;

# p<0,05, quando comprados com o

grupo positivo.

*

# Salina

LPS

VS ES DS VLPS ELPS DLPS0

20

40

60

80Veículo

Extrato

Diclofenaco

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ELPS (29,8 ± 9,0) e o grupo DLPS (40,7 ± 6,8) apresentaram uma quantidade

proteica do TNF-α mais elevada que o grupo controle negativo (VS), apesar de não

ser estatisticamente significante. Em contrapartida, estes mesmos grupos, quando

comparados com o grupo controle positivo (VLPS) mostram uma redução da

quantificação proteica, sendo que, esta redução foi estatisticamente significante no

grupo ELPS.

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7 DISCUSSÃO

As plantas medicinais possuem ampla diversidade de metabólitos

secundários com diferentes atividades biológicas presente em estruturas como fruto,

mesocarpo, casca e extrato da folha (GOBBO-NETO, et al., 2007).

Os resultados obtidos na análise fitoquímica do extrato hidroalcoólico da

Punica granatum L., planta escolhida para realização do nosso estudo mostraram,

após realização do teste colorimétrico específico, de acordo com Matos, (2009), a

presença de taninos hidrolisáveis, flavonoides, triterpenos, saponinas e cumarinas.

Resultados semelhantes aos descritos na literatura. Estudo realizado por Vieira, et

al, em 2014, na cidade de Maragogi no estado de Alagoas, avaliou a atividade

antinociceptiva e anti-inflamatória do extrato etanólico da casca do fruto da Punica

granatum L e na análise fitoquímica encontraram metabólitos secundários como

saponinas, flavonoides e taninos, compostos estes também presentes em nosso

estudo. Outro estudo que também corrobora com nossos resultados foi realizado por

Lansky e Newman em 2007, os autores realizaram uma revisão bibliográfica sobre o

potencial da Punica granatum L. na prevenção e tratamento do câncer e inflamação.

Segundo esta revisão, vários compostos pertencentes às classes de metabolitos

secundários observados em nosso estudo, também está presente em outras partes

da Romã além da folha.

Na etapa do nosso estudo, ao qual analisamos os resultados da

contagem total de leucócitos no sangue pode-se observar que o grupo controle

positivo (VLPS) apresentou um número maior de leucócitos quando comparados

com o grupo controle negativo (VS), isso sugere que o LPS induziu o aumento de

moléculas pró-inflamatórias relacionadas à ativação de leucócitos. De fato, o LPS é

uma endotoxina que induz a resposta imunológica promovendo a transcrição de

diversos genes para síntese de citocinas e quimiocinas pró-inflamatórias,

desencadeando assim, as vias de sinalização intracelular relacionadas à resposta

inflamatória aguda sistêmica (LU, et al, 2008).

Na análise dos grupos relacionados ao controle do tratamento oral com

extrato e com o Diclofenaco (grupos ES e DS, respectivamente) em comparação ao

grupo controle negativo (VS), não foi observado diferenças significante na

quantidade de leucócitos totais presentes no sangue periférico. Este resultado

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sugere que o extrato e o diclofenaco não causam, por si só, um processo

inflamatório.

Em relação à quantidade de neutrófilos no sangue, nos grupos estudados

observou-se, que o grupo controle positivo (VLPS) possui uma quantidade maior e

significante de neutrófilos quando comparado com o grupo controle negativo (VS).

Este resultado pode estar relacionado com a produção de moléculas que estimulam

a desmarginalização de neutrófilos favorecendo assim o seu aumento no sangue

periférico (SHERWOOD, et al, 2004). Os grupos ES e DS não tiveram aumento de

neutrófilos quando comparados ao grupo controle negativo, confirmando que, não

houve indução de processo inflamatório no uso do extrato e diclofenaco.

Os resultados encontrados na comparação entre os grupos, ELPS e

grupo controle negativo (VS), mostrou uma quantidade de maior de neutrófilo no

grupo ELPS; este resultado mostra que, possivelmente, ainda não houve tempo

suficiente para ação do extrato hidroalcoólico na redução dos neutrófilos. Já o grupo

DLPS, apesar de não ter mostrado uma redução significante de leucócitos quando

comparado com o grupo positivo, na contagem total, não apresentou uma

quantidade de neutrófilos significante quando comparado com o grupo controle

negativo na contagem diferencial. Isto pode significar que, apesar do estímulo com

LPS ocorreu uma redução de neutrófilo. Kreimer, 2004 avaliou resposta terapêutica

e inflamatória de ratos com infecção peritoneal submetidos ao uso tópico de

ampicilina/sulbactam. Observou nos seus resultados, realizando contagem de

leucócitos totais e contagem diferencial no sangue do grupo induzido à peritonite,

sem prévio tratamento com ampicilina, um número estatisticamente significante de

leucócitos e neutrófilos respectivamente, corroborando com nosso estudo.

Nos resultados da análise da contagem total de células no lavado o grupo

controle positivo (VLPS), apesar de não ter apresentado um número maior de

leucócitos, estatisticamente significante, dobrou este número quando comparado

com o grupo controle negativo (VS). Este resultado está relacionado com uma

estimulação das células pelo LPS, pois se sabe que, esta endotoxina estimula a

expressão de moléculas relacionadas à quimiotaxia de leucócitos, uma vez que, esta

produção é essencial para migração destas células para o tecido justificando o seu

aumento na cavidade peritoneal (COTRAN, et al, 2000).

Foi observado que os grupos ES e DS apresentaram quantidade de

leucócitos similares ao grupo controle negativo, de fato sem estimulação no peritônio

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não haverá migração de células para o local. Já em relação aos grupos ELPS e

DLPS, quando comparados ao grupo controle positivo observou-se que houve

diminuição no recrutamento de leucócitos para a cavidade peritoneal, apesar de não

significante estatisticamente, o que pode significar no caso do grupo ELPS, que o

extrato pode ter ação na quimiotaxia. Estudo realizado por Rocha, et al, em 2010,

com outra planta tradicionalmente usada com potencial aplicação terapêutica,

avaliou os efeitos antinociceptivo e anti-inflamatório das raízes da Arrabidaea

bachypoda (cipó-uma), após a indução de edema de pata, crescimento de tecido

fibrovascular e peritonite. Da mesma forma Veira, et al, 2010, ao avaliar os efeitos

antipirético e anti-inflamatório do extrato etanólico da Sonchus oleraceus (serralha),

em ratos após a indução de peritonite e edema de pata através do pré-tratamento

por via oral de 300mg/Kg deste extrato, observou a inibição do recrutamento

leucocitário para a cavidade peritoneal quando foi comparado com o grupo positivo,

ao qual foi induzido a peritonite.

Na análise da quantidade de neutrófilos no lavado observou-se que a

quantidade de neutrófilos do grupo controle positivo (VLPS) foi maior que o grupo

controle negativo (VS). Estes resultados indicam que houve um estímulo provocado

pelo LPS para que ocorra a migração de neutrófilos para a cavidade peritoneal

provavelmente pela ativação de quimiocinas relacionadas com a quimiotaxia de

neutrófilos (LEE, et al, 2008). Os grupos ES e DS, não apresentaram diferença

estatística em comparação ao grupo controle negativo, permanecendo nos valores

basais do grupo controle negativo. Por outro lado, os resultados apresentados nos

grupos ELPS e DLPS, em relação ao grupo controle positivo apresentaram uma

redução significante na quantidade de neutrófilos; este resultado significa que houve

uma ação do extrato na quimiotaxia de neutrófilos para a cavidade peritoneal, sendo

este processo considerado um fator importante de ação anti-inflamatória. Este

resultado reforça nossa análise anterior do número de leucócitos no lavado, em que,

apesar de não significante estatisticamente, houve diminuição no recrutamento de

leucócitos para a cavidade peritoneal, nos grupos ELPS e DLPS, quando

comparados ao grupo controle positivo VLPS. Com resultados similares, Borges, et

al, 2014 realizaram um estudo em que foi avaliado a ação anti-inflamatória do

extrato hidroalcoólico da polygata sabulosa (Timutu-Pinheirinho) em um modelo de

peritonite, em camundongos, induzida através da injeção intraperitoneal de LPS.

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54

Estes autores demonstraram que a administração do extrato inibiu completamente a

infiltração celular nos camundongos pré-tratados com o extrato.

Na análise da expressão gênica do TNF-α no lavado peritoneal observou-

se um aumento significante na expressão gênica no grupo controle positivo (VLPS),

quando comparado com o grupo controle negativo (VS), o que sugere que o LPS foi

capaz de estimular a cascata de signalização via TLR4 resultando na

transnucleação do NF-kB sendo este um fator de transcrição para genes pró-

inflamatórios tais como o TNF- α (LU, et al, 2008) Quando observados os grupos,

ES e DS percebe-se que estes apresentaram uma expressão gênica do TNF-α igual

ao grupo controle negativo, nestes grupos não está havendo estímulos celulares

através dos seus receptores, para, assim, iniciar a cascata de moléculas para

formação do RNA do TNF-α. Na análise dos grupos ELPS e DLPS se pode

observar uma redução na expressão gênica, apesar de não significante

estatisticamente. Para esta etapa do nosso estudo não foram encontradas, na

literatura, análises semelhantes que corroborem com nossos resultados.

Na quantificação proteica do TNF-α no plasma o grupo controle positivo

(VLPS) mostrou um aumento, estatisticamente significante, em relação ao grupo

controle negativo (VS), mostrando que o LPS é capaz de estimular a produção de

TNF-α que é uma citocina pró-inflamatória. Por outro lado, os grupos ES e DS,

conforme esperado, não houve quantidade significante de TNF-α, quando

comparados com o grupo controle negativo. Isto mostra que o extrato não possui

nenhuma substância pró-inflamatória. O grupo ELPS apresentou uma redução

estatisticamente significante de TNF-α quando comparado com o grupo controle

positivo mostrando que, o extrato possui alguma substância que atua no controle da

produção desta citocina e isto pode justificar seu potencial efeito anti-inflamatório.

Na análise do grupo DLPS, apesar de não apresentar uma redução significante

estatisticamente, observou-se uma redução da quantidade proteica do TNF-α.

Vale ressaltar que este é o primeiro estudo a qual descreve a ação anti-

inflamatória da Punica granatum L. através da redução de TNF-α plasmático.

No resultado da expressão proteica do TNF-α no lavado se pode observar

que o grupo controle positivo (VLPS) apresentou uma quantificação proteica maior e

estatisticamente significante, quando comparado com o grupo controle negativo

(VS), confirmando a ativação da citocina pró-inflamatória TNF-α no grupo onde

houve indução da peritonite. Os grupos ES e DS apresentaram quantidades

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proteicas de TNF- α similar ao grupo controle negativo, portanto não significante

estatisticamente. Os grupos ELPS e o grupo DLPS não apresentaram diferenças

estatisticamente significantes, quando comparados com o grupo controle negativo.

Em contrapartida, estes mesmos grupos, quando comparados com o grupo controle

positivo mostram uma redução da quantificação proteica, sendo que, esta redução

foi estatisticamente significante no grupo ELPS, isto significa que substâncias

presentes no extrato hidroalcoolico da Romã afeta a produção de TNF-α podendo

estar relacionado com a diminuição da quimiotaxia de neutrófilos ou da diminuição

da expressão gênica desta citocina. Estudo realizado por Borges et al., 2014

mostrou que a administração oral de extrato hidroalcoólicoda preparados a partir de

folhas da espécie Polygala sabulosa reduziu significantemente concentrações de

TNF-α no lavado peritoneal de camundongos suíços induzidos à peritonite por LPS,

justificando, assim, seu efeito anti-inflamatório.

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56

8 CONCLUSÃO

O extrato hidroalcoólico da Punica granatum L. possui metabólitos

secundários encontrados em diversas plantas medicinais.

O extrato hidroalcoólico da Punica granatum L. foi capaz de reduzir a

migração de neutrófilos para a cavidade peritoneal.

As concentrações plasmática e peritoneal da citocina pró-inflamatória

TNF-α foi reduzida devido ao pré-tratamento com extrato hidroalcoólico.

Embora haja necessidade de novos estudos, o extrato hidroalcoólico da

Punica granatum L. pode ser utilizado no tratamento de processos inflamatórios,

como sugerido pela medicina popular.

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57

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