Aparelho Locomotor - Uniceuma
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Semiologia do Aparelho Locomotor
3º Período Medicina
SEMIOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR
∙Articulações;∙Coluna vertebral;∙Músculos
Definição – É uma região anatômica que estabelece a união entre ossos ou cartilagens permitindo o movimento.
Estruturas das articulações: Cartilagens; epífises ósseas; cápsula articular; membrana sinovial.
ARTICULAÇÃO
fibrosas ou fixas cartilaginosas ou pouco móveis sinovial ou móveis (a mais comum)
Bursas ou bolsas serosas (ombro, cotovelo, coxofemural e joelho).
TIPOS DE ARTICULAÇÕES
Dor (principal queixa das afecções articulares);
rigidez pós-repouso (rigidez matinal); artrite; crepitação articular; manifestações sistêmicas.
SINAIS E SINTOMAS
Inspeção palpação percussão; movimentação; exame da pele e anexos métodos complementares.
EXAME FÍSICO
Parâmetros pesquisados: forma e volume posição das estruturas (desalinhamento)
ex: genu valgum massas musculares sinais inflamatórios crepitação movimentos – verificar dor, limitação
dos movimentos
EXAME DAS ARTICULAÇÕES
Os músculos esqueléticos ou voluntários constituem o principal órgão de locomoção.
EXAME FÍSICO – deve-se evitar de cansar o paciente, observando-o como um todo: sentado, de pé, deitado e em ação. Verificar também pé, mãos, face, coluna vertebral, grupos musculares de cintura e raiz dos membros.
MÚSCULOS
INSPEÇÃO ESTÁTICA – procura-se: atrofia muscular, determinado sua localização, extensão, distribuição e intensidade. Facilmente percebida nos ombros, nas mãos e nas pernas.
Grupos musculares em repouso
Fraqueza e atrofia
Hipertrofia muscular
INSPEÇÃO ESTÁTICA – procura-se: atrofia muscular, determinado sua localização, extensão, distribuição e intensidade. Facilmente percebida nos ombros, nas mãos e nas pernas.Grupos musculares em repouso, perceber movimentos breves, repetitivos. Ex: fasciculações, dificuldade para abrir os olhos após fechá-los.Fraqueza e atrofia – as doenças musculares podem causar posturas anormais por déficit motor que predomina em certos grupos musculares por retração ou atrofia. Ex: cabeça elevada para contrabalancear a ptose palpebral, dificuldade para sorrir e assobiar, fronte franzida etc.Hipertrofia muscular – pseudo hipertrofia devido acúmulo de tecido conjuntivo e gordura que contrasta com evidente fraqueza.
INSPEÇÃO DINÂMICA - observa-se a marcha ou executando alguma tarefa. Normalmente apresentam alterações da marcha, dificuldade para sentar, levantar, agachar, etc.
PALPAÇÃO DINÂMICA - é sempre feita nos grupos musculares para sentir a consistência muscular (flacidez na maioria das musculares). Em algumas pode-se encontrar contratura (aumento do tônus).
DOR – quase todas as miopatias são indolores. PERCUSSÃO – do músculo pode provocar reação
de depressão seguida de elevação no local e se chama miodema. A percussão pode desencadear também contrações do músculo.
AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR - é avaliada através do exame neurológico.
Inspecção
Palpação
Percussão
Apreciação dos movimentos:
- ativos
- passivos
- contrariados
Exame objetivo osteoarticular
Inspeção Atitude do doente;
Dificuldade na marcha;
Deformidade articular;
Modo como se movimenta: sentar, deitar, levantar;
Olhar as diferentes faces da articulação em análise;
Pele que reveste a articulação:
◦ Alterações da coloração
◦ Presença de equimoses:
Traumatismo prévio.
Rupturas tendinosas
Exame objetivo osteoarticular
Inspeção
Massas musculares:
◦ Atrofia isolada ou difusa:
Lesão de nervo.
Desuso.
Alterações dos relevos articulares:
◦ Sequelas de fraturas
◦ Processos degenerativos
◦ Processos inflamatórios
Palpação
Identificação de zonas ou pontos dolorosos:
◦ Interlinha articular.
◦ Áreas de inserção dos tendões.
Apreciar alteração da temperatura cutânea:
◦ Sinovite
◦ Bursite
Procurar sensação tátil de crepitação durante a mobilização
articular
Exame objetivo
Exploração dos
movimentos
Permite:
◦ Localização da dor e sua
origem.
◦ Quantificar o grau de limitação
da mobilidade articular.
Deve incluir análise:
◦ Movimentos ativos.
◦ Movimentos passivos.
◦ Movimentos contrariados.
Exame objetivo
MEMBROS INFERIORES
• Quadril
• Joelho
• Pé
QUADRIL Pontos de referência anatômicos:
crista ilíaca;
espinhas ilíacas AS e PS;
trocanter maior;
tuberosidade isquiática.
Movimentos:
flexão;
abdução;
adução;
rotação interna (RI);
rotação externa (RE).
Teste de Thomas
Este teste serve para avaliar se há contratura em flexão do quadril, se o paciente tem encurtamento do músculo ílio psoas.
Teste de Trendelemburg
Este teste serve para detectar fraqueza dos músculos estabilizadores glúteo médio e glúteo mínimo. Deve-se observar o alinhamento da pelve.
JOELHO
Semiologicamente, primeiro deve-se
atentar para o alinhamento do
ângulo frontal do joelho
que, na maioria das pessoas, é em
discreto valgo. Em perfil o joelho normal
deve estender-se completamente.
Teste da integridade do ligamento colateral medial
Coloca-se o indivíduo DEITADO de modo que o membro inferior a ser testado fique na borda da mesa de exame. Examina-se, primeiramente, o lado normal e, depois, o lesado. Segura-se o membro inferior e aplica-se um esforço em valgo apoiando-se uma mão na face lateral do joelho e, a outra, na face interna da perna, próximo do tornozelo. Testa-se, primeiramente, com o joelho estendido e, depois, com flexão de 20º. Quando há rotura do ligamento verifica-se abertura anormal em valgo do joelho que é tão maior quanto mais grave for a lesão ligamentar. Sempre se compara o lado lesado com o normal. O teste da integridade do ligamento colateral lateral. é realizado da mesma forma que o anterior, com a diferença de que o esforço aplicado é em varo, apoiando uma mão na face interna do joelho e, com a outra, forçando a perna para dentro.
Teste da integridade dos ligamentos cruzados
O Indivíduo é mantido deitado, examinando-
se, primeiro, o lado normal. Coloca-se o joelho
flexionado em 90º e o pé do paciente apoiado
sobre a mesa de exame. O examinador senta
levemente sobre o antepé do paciente e segura
firmemente a extremidade proximal da tíbia
com as duas mãos, puxando-a para frente e
empurrando-a para trás. Quando há lesão
do ligamento cruzado anterior, a tíbia desliza
anormalmente para frente - SINAL DA
GAVETA ANTERIOR POSITIVO. Quando há
lesão do cruzado posterior, a tíbia desliza para
trás - SINAL DA GAVETA POSTERIOR
POSITIVO.
Teste de Lachman
Serve, também, para avaliar a
integridade dos ligamentos
cruzados. Mantém-se o joelho
flexionado em 20º. Uma das mãos
segura firmemente o fêmur e, a
outra, a tíbia, tentando-se puxá-la
para frente e empurrá-la para trás.
O teste é positivo quando há
excursão anômala da tíbia em
relação ao fêmur.
PÉ
PÉO CALCANHAR está em discreto
VALGO (inclinação medial). Quando
há acentuação desta inclinação tem-se o
PÉ VALGO e, quando há inversão, o pé
varo. De todos os artelhos, o primeiro
(grande artelho) é o mais importante
e participa efetivamente da impulsão
na troca de passos. Este dedo está
discretamente inclinado em valgo em
relação ao metatarsal. O exagero desta
inclinação constitui o HÁLUX VALGO
(ou joanete para o leigo);
Em relação aos demais artelhos, uma
deformidade frequente é a GARRA, que
leva à formação de calosidades
dolorosas.
PÉ
•Movimentos:
•flexão dorsal;
•extensão (ou flexão plantar);
•Inversão;
•eversão.
PRINCIPAIS DEFORMIDADES PRIMÁRIAS DO PÉ
PÉ VARO
Há inversão do calcanhar e apoio na borda lateral.
PÉ EQUINO O apoio é feito na ponta do pé e não em toda a superfície plantar
PRINCIPAIS DEFORMIDADES PRIMÁRIAS DO PÉ
PÉ CALCÂNEO O apoio é feito
predominantemente com o calcanhar e não com o
restante da superfície plantar.
PÉ VALGO
Há inclinação medial excessiva do tornozelo.
PRINCIPAIS DEFORMIDADES PRIMÁRIAS DO PÉ
PÉ CAVO Acentuação do arco plantar
Medial
PÉ PLANO
Ausência do arco plantar media
PRINCIPAIS DEFORMIDADES PRIMÁRIAS DO PÉ
PÉ ADUTOR
O antepé encontra-se desviado medialmente.
MEMBROS SUPERIORES
•Ombro
•Cotovelo
•Mão
OMBRO
A articulação do
ombro é a
mais móvel do
corpo humano.
Movimentos:
flexão, extensão,
abdução,
adução, rotação
interna e
rotação externa.
COTOVELO
• Movimentos:
• flexão;• extensão;• pronação;• supinação.
PUNHO/MÃO
Movimentos:
• flexão dorsal e palmar;
abdução (ou desvio
radial);
• adução (ou desvio ulnar).
ESTUDO DA MARCHA
MARCHA DEFINIÇÃO
Marcha é a seqüência
dinâmica de eventos que
permitem que o indivíduo se
desloque, mantendo a
posição bípede. É uma
atividade complexa, resultante
de ações reflexas e
voluntárias. A marcha normal
é clica, com fases alternando-
se com o apoio e balanço.
MARCHA ANTÁLGICA
A fase de apoio do lado doloroso está encurtada e, geralmente, acompanhada de um esboço de saltitar na tentativa de aliviar o peso.
MARCHA ANSERINAMarcha por insuficiência do glúteo médio, o tronco inclina-se exageradamente para o lado do apoio. Quando a insuficiência é bilateral o tronco balança para um lado e para o outro, caracterizando a marcha anserina. Esta marcha é típica de muitas miopatias e da luxação congênita do quadril bilateral
MARCHA TALONANTE
Marcha talonante é quando o toque do
calcanhar é feito com muita
intensidade, produzindo um som típico.
Ocorre em neuropatias que afetam a
sensibilidade profunda e percepção
vibratória.
MARCHA ESPÁSTICA
Na marcha espástica, o
indivíduo anda como se
fosse um robô,
enrijecido e com
movimentação
grosseira.
MARCHA ATETÓICA
Na marcha atetóica, há exagero de movimentação,com arremesso casual dos membros, tronco e cabeça em várias direções.
MARCHA POR INSUFICIÊNCIA DO
QUADRICEPS
A pessoa coloca a mão no joelho para bloqueá-lo, na fase de apoio.
MARCHA EM EQUINO
O indivíduo
apóia apenas a
ponta dos pés.
Teste de Galeazzi:
Serve para verificar se há diferença de comprimento
nos membros inferiores. O indivíduo é colocado em
decúbito dorsal, em posição simétrica, com os
membros inferiores fletidos de modo a manter os
pés juntos. Quando há discrepância de comprimento
dos membros os topos dos joelhos ficam em alturas
diferentes. Esta discrepância pode ser causada por
encurtamento real do membro ou apenas funcional,
como acontece na luxação congênita do quadril.
COLUNA VERTEBRAL
Curvaturas Fisiológicas
-dor - pode ser cervical, dorsal e lombar; -dor referida; -rigidez; -manifestações sistêmicas.
Inspeção: deve-se detectar a presença de curvaturas anormais - cifose, escoliose ou combinadas, acentuação da lordose, modificação da cor da pele, perda da lordose fisiológica com retificação da coluna cervical ou lombar importantes no diagnóstico das doenças da coluna.
SINAIS E SINTOMAS
PALPAÇÃO: deve ser feita com delicadeza; massas musculares principalmente as de goteiras vertebral, procurando-se hipertrofias e retificação da coluna, palpação das apófises espinhosas e dos espaços intervertebrais, fundamental nas afecções inflamatórias e compressivas.
EXAME DA COLUNA VERTEBRAL
Três posições:
- em pé (costas, perfil e frente)
- sentado
- deitado (decúbitos dorsal, lateral e ventral)
Devemos apreciar:
◦ morfologia geral
◦ pesquisar anomalias das curvaturas.
Exame objetivo do aparelho locomotorColuna vertebral
COLUNA CERVICAL
COLUNA CERVICAL
O segmento cervical tem curvatura lordótica, isto é,
concavidade posterior e termina em C7, cujo processo
espinhoso é o mais saliente da região e serve como
reparo anatômico. Doenças degenerativas senis
tendem a aumentar a curva lordótica. Por outro lado,
processos agudos dolorosos, principalmente
traumáticos causam retificação da curvatura lordótica
por mecanismo de contração muscular antálgica.
COLUNA CERVICAL
Inclinações laterais permanentes da cabeça são mais freqüentemente causadas por escolioses cervicais por torcicolos, sendo muito importante a palpação dos processos espinhosos e da musculatura para o diagnóstico diferencial.
COLUNA CERVICAL
Os movimentos de rotação ocorrem mais no
segmento atlas-axis e suas restrições indicam
alterações na porção superior da coluna. Na amplitude normal de
rotação o queixo deve quase alinhar-se com o
ombro.
COLUNA CERVICAL
Os movimentos da coluna,
extensão, rotação cervical são:
flexão direita, rotação esquerda,
inclinação lateral direita e
inclinação lateral esquerda. As
flexões e extensões ocorrem
principalmente no segmento C5-
C6.
COLUNA CERVICAL
Na flexão completa, o
indivíduo deve ser capaz de tocar a região esternal
com o queixo, com a boca fechada.
COLUNA TORÁCICA
COLUNA TORÁCICA
A coluna torácica tem curvatura
cifótica estimada
radiograficamente em, no
máximo, 40 graus. Processos
senis, principalmente
osteoporose, levam ao aumento
progressivo da curvatura
(corcunda), provocando
acentuação da prega
transversal na transição do
tórax com o abdômen,
anteriormente
COLUNA TORÁCICA
No adolescente, o aumento progressivo da
cifose torácica é diagnóstico de dorso
curvo juvenil ou da cifose de
Scheuermann.
COLUNA TORÁCICA
Pode ocorrer cifose localizada,
percebida semiologicamente pela
saliência exagerada de um ou
dois processos espinhosos
adjacentes, tendo como causa
mais comum os defeitos
congênitos, doenças adquiridas
como tumores de corpo
vertebral , sequelas de fraturas
ou processos infecciosos como
tuberculose e osteomielite
COLUNA TORÁCICA
A movimentação da coluna torácica é pouco útil
do ponto de vista semiológico, pois é muito
restrita em virtude das vértebras estarem
presas às costelas.
A palpação, tanto dos processos espinhosos,
quanto da musculatura paravertebral, é
realizada com o paciente em decúbito ventral e
busca pontos dolorosos ou regiões de
contratura muscular.
A retificação de qualquer dos segmentos do
ráquis:
◦Pode ser postural.
◦Pode reflectir processo doloroso que condicione
contractura dos músculos paravertebrais.
Avaliação da coluna vertebral
COLUNA LOMBAR
COLUNA LOMBAR
A coluna lombar tem curvatura lordótica
(convexidade posterior) que pode estar
aumentada ou diminuída. Aumentos da lordose
podem ser compensatórios de
deformidades do quadril, sendo obrigatório o
exame desta articulação, nestas condições.
COLUNA LOMBAR
A transição lombossacral é
especialmente importante
ao exame, pois, nesta
localização situam-se mais
frequentemente as
variações anatômicas e os
defeitos congênitos que
provocam lombalgia
(geralmente
diagnosticados com
radiografias).
COLUNA LOMBARNichos pilosos nesta
região estão
relacionados com más
formações congênitas
das vértebras (
spina bifida oculta,
diastematomielia,
etc,). A palpação da
região lombar segue
os mesmos princípios
da região torácica.
COLUNA LOMBARO segmento lombar é o
mais móvel e
responsável pela maior
parte da mobilidade do
tronco. A pesquisa da
movimentação é feita
com o indivíduo de pé
sendo: flexão,
extensão, inclinação
lateral direita e
esquerda, rotação
direita e esquerda.
COLUNALOMBAR
Para a pesquisa destas
últimas segura-se firmemente
a pelve com as duas mãos e
pede-se ao indivíduo para
torcer ou inclinar o tronco
para um lado e, depois, para
o outro. A flexão é a
movimentação mais
desenvolvida, sendo
pesquisada com o paciente
inclinando-se para frente e
tentando tocar o assoalho
com os dedos.
TESTESESPECIAIS
Teste de Lasègue: é usado para
pesquisa de neurite do ciático
nas lombociatalgias, muito
comuns nas hérnias de disco . O
paciente é colocado
comodamente deitado e
relaxado. Testa-se
primeiramente o lado
assintomático ou menos
sintomático e, depois, o lado
afetado. Com a mão apoiada no
calcanhar, eleva-se
vagarosamente o membro
inferior até mais ou menos 40º.
TESTESESPECIAISTeste de Adams ou
teste de um minuto:
serve para investigar
se há escoliose,
solicitando-se ao
paciente que faça
flexão do tronco, com
descrito e ilustrado
atrás .
OBRIGADO !