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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A Psicomotricidade no Desenvolvimento Emocional dos Idosos
Por: Diego Medeiros de Lima
Orientadora
Profª / Mestre Fátima Alves
Rio de Janeiro
2015
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A Psicomotricidade no Desenvolvimento Emocional dos Idosos
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Psicomotricidade.
Rio de Janeiro
2015
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me ajudado a chegar ao
final do curso.
A minha mãe e a Ilson, por me darem
todo o apoio necessário quando eu
mais precisei.
Aos meus amigos e amigos da Pós,
por terem sido tão pacientes comigo.
DEDICATÓRIA
Dedico essa monografia a minha mãe,
por ser tão guerreira e amiga, não
deixando em momento algum as
adversidades da vida atrapalhar mais
essa conquista.
RESUMO
Este artigo tem como objetivo traçar uma linha entre a psicomotricidade
e a qualidade de vida dos idosos. Orientar sobre como o estilo de vida na
terceira idade pode ser melhorado através de atividades motoras, sociais e
culturais. Mostrando ao idoso um novo olhar sobre si mesmo. O envelhecer
não é mais visto pela sociedade como o final da vida ativa, pelo contrário, é o
início de uma nova fase em sua vida. Porém para o indivíduo que chega nessa
etapa da vida há muitos desafios. Desafios físicos, psicológicos e sociais. A
psicomotricidade será o instrumento que irá conduzir o idoso na descoberta do
seu corpo ajudando-o a enfrentar os novos desafios.
METODOLOGIA
A partir de uma pesquisa bibliográfica baseada em artigos científicos,
revistas publicadas, livros e sites de conteúdos acadêmicos.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................. 8
CAPÍTULO I - A PSICOMOTRICIDADE......................................................... 11
CAPÍTULO II - A TERCEIRA IDADE.............................................................. 15
CAPÍTULO III – A PSICOMOTRICIDADE NA TERCEIRA IDADE................. 20
CONCLUSÃO................................................................................................. 26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................... 29 ÍNDICE........................................................................................................... 31
8
INTRODUÇÃO
Com o avanço da medicina e as constantes preocupações com saúde
e alimentação, o mundo moderno vive uma nova realidade em relação à faixa
estaria da população. A população idosa no mundo vem crescendo cada vez
mais. Segundo estimativas do IBGE, nos próximos 20 anos a população acima
de 60 anos vai mais do que triplicar, passando dos atuais 22,9 milhões
(11,34% da população) para 88,6 milhões (39,2%) no país. Para Guedes
(2011, apud, Costa, 2011, p. 15), o envelhecimento se refere a um fenômeno
fisiológico do comportamento social ou cronológico. É um processo
biopsicossocial de regressão, observável em todos os seres vivos,
expressando-se na perda da capacidade ao longo da vida, devido à influência
de diferentes variáveis, como genética, dano acumulados e estilo de vida, além
de alterações psicoemocionais.
Moser (2006), diz que ao se tratar do envelhecimento no contexto
brasileiro o que logo chama a atenção é a brusca freada que se fez sentir,
sobretudo a partir da década de 1960. Ao longo dos últimos 50 anos, a
população brasileira quase triplicou: passou de 70 milhões, em 1960, para
190,0 milhões, em 2010. O crescimento do número de idosos, no entanto, foi
ainda maior. Em 1960, 3,3 milhões de brasileiros tinham 60 anos ou mais e
representavam 4,7% da população. Em 2000, 14,5 milhões, ou 8,5% dos
brasileiros, estavam nessa faixa etária. Na última década, o salto foi grande, e
em 2010 a representação passou para 10,8% da população (20,5 milhões). A
taxa de fecundidade total (TFT) por sua vez, passou dos 5.8 de 1970, para 2.3
no ano de 2000 e hoje, de acordo com o IBGE, ela estaria em 1.8. Disso se
deduz que já foi superada a taxa de reposição populacional, com toda a
problemática dali resultante em termos de equilíbrio social.
A partir dessa nova realidade surge a preocupação em melhorar as
condições de vida para a terceira idade. O idoso do século XXI, não se
contenta apenas em ficar parado dentro de casa tricotando e assistindo
televisão. A terceira idade esta cada vez mais ativa, porém o avançar da idade
9
traz transformações e redução de habilidades, fazendo com que a pessoa
necessite se adaptar fisicamente a essa nova realidade (MOSER, 2006).
A psicomotricidade surge nesse contexto como instrumento que irá
encaixar o idoso nessa nova realidade. Esta monografia tem como objetivo
principal apresentar os benefícios que a psicomotricidade traz no processo de
envelhecimento dos indivíduos. Mostrar ao idoso, como é possível viver uma
velhice com qualidade, sendo ativo e prestativo.
Os objetivos específicos: “Apresentam caráter mais concreto. Têm
função intermediária e instrumental, permitindo, de um lado, atingir o objetivo
geral e, de outro, aplicar este a situações particulares”. (LAKATOS, 1992, p.
102).
Para que seu objetivo principal seja concluído é necessário
desenvolver os objetivos específicos que são: entender e analisar o conceito
de psicomotricidade; desenvolver uma análise sobre o processo de
envelhecimento nos dias atuais e os benefícios da psicomotricidade no
desenvolvimento emocional dos idosos.
Os objetivos específicos deste trabalho são: apresentar um breve
histórico sobre a psicomotricidade; analisar os problemas enfrentados pela
terceira idade; buscar soluções para melhorar a qualidade de vida na terceira
idade; apresentar como a psicomotricidade pode contribuir para a melhor
qualidade de vida na terceira idade.
No capítulo I “Psicomotricidade”, será apresentado o conceito e
histórico sobre a psicomotricidade.
No capítulo II “A Terceira Idade”, será estudado sobre os problemas
enfrentados pela terceira idade nos dias atuais, os desafios que eles vão
enfrentar diante da nova realidade e sobre como é possível ter uma melhor
qualidade de vida nessa nova fase.
No capítulo III “A Psicomotricidade na terceira idade”, será estudado
como a psicomotricidade pode contribuir para que se tenha uma excelente
vida, mesmo com todos os problemas enfrentados pela terceira idade.
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CAPÍTULO I
PSICOMOTRICIDADE
“O homem é precisamente o que ainda não é. O homem não se define
pelo que é, mas pelo que deseja ser.”
ORTEGA Y GASSET.
A Psicomotricidade tem o objetivo de estudar o homem através do seu
corpo em movimento, buscando a relação entre seu mundo interno e externo.
Esta sustentada por três conhecimentos básicos: movimento, intelecto e o
afeto. (ASSOCIAÇÃO Brasileira de Psicomotricidade, 2013).
Henry Wallon, médico psicólogo foi considerado em 1925 um dos
grandes pioneiros da psicomotricidade, passando a relacionar a motricidade
com a emoção, ele compara o movimento ao afeto, à emoção, ao meio
ambiente e aos hábitos do indivíduo. (JOBIM E ASSIS, 2008, p.2).
De acordo com Wallon (1925, apud Jobim e Assis, 2008, p.2), o
movimento é a única expressão, é o resultado da oposição e substituição de
atividades que precedem umas as outras.
Segundo Santos (2004), psicomotricidade é a capacidade de
movimentar-se com intencionalidade, de tal forma que o movimento pressupõe
o exercício de múltiplas funções psicológicas, memória, atenção, raciocínio,
discriminação, etc.
Podemos entender a psicomotricidade como instrumento que vai ajudar
as pessoas a conviver melhor com elas mesmas, pois as ensina a melhor
forma de se movimentar. A psicomotricidade vai permitir ao homem sentir-se
bem com sua realidade corporal, possibilitando-lhe a livre expressão de seus
sentimentos, pensamentos, conceitos, ideologias. (ROSSI, 2012, p.11).
Sobre os objetivos do trabalho psicomotor, segundo Alves (2009, p. 20
apud Ramos, 2011, p.11), afirma que: “A psicomotricidade tem o objetivo de
trabalhar o indivíduo com toda sua história de vida: social, política e
econômica. Essa história se retrata no seu corpo trabalha também o afeto e o
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desafeto do corpo, desenvolve o seu aspecto comunicativo, dando-lhe a
possibilidade de dominá-lo, economizar sua energia, de pensar seus gestos, a
fim de trabalhar a estética, de aperfeiçoar o seu equilíbrio".
Para Pinheiro (2013, p.1), a psicomotricidade é uma técnica que
trabalha com indivíduos de todas as idades com brincadeiras para alcançar
fins terapêuticos. Ela diz ainda que: “ela é uma ferramenta muito útil para tratar
indivíduos com doenças neurológicas como a Paralisia Cerebral,
Esquizofrenia, Síndrome de Rett em bebês prematuros, crianças com
dificuldades de aprendizagem como a dislexia, com atrasos no
desenvolvimento, deficientes físicos, indivíduos com problemas mentais entre
outros. Os objetivos do tratamento são alcançados através de brincadeiras
como correr, brincar com bolas, bonecas, jogos e etc. Através da brincadeira o
terapeuta observa o funcionamento emocional e motor do indivíduo e utiliza
outras brincadeiras para corrigir as alterações à nível mental, emocional ou
físico.
Podemos perceber que a psicomotricidade vai estimular os sentidos do
ser humano, através do movimento.
De acordo com Santos (2011), a psicomotricidade surgiu para responder
as questões relacionadas às dificuldades e problemas que envolviam os
aspectos motor e cognitivo, e não eram solucionadas pelos neurologistas. Ela
diz ainda que a psicomotricidade tornou-se um instrumento importante de
reeducação do corpo, posteriormente, como terapia no tratamento de
patologias psicomotoras, afetivas, relacional e cognitivas, ou seja, tornou-se
indispensável no auxilio do tratamento de indivíduos que fosse portador de
disfunções que englobam as patologias citadas.
Em razão do seu próprio objeto de estudo, isto é, o indivíduo humano e
suas relações com o corpo, a psicomotricidade é uma ciência-encruzilhada ou,
mais exatamente, uma técnica em que se cruzam e se encontram múltiplos
pontos de vista, e que utiliza as aquisições de numerosas ciências constituídas
(biologia, psicologia, psicanálise, sociologia e linguística).
Mas, além disso, é uma terapia. A “terapia psicomotriz” (segundo a
expressão proposta pelo Dr. Jolivet) dispõe-se a desenvolver as faculdades
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expressivas do individuo. Implica uma concepção radicalmente nova do corpo
e obriga a pensar as estruturas “psicossomáticas” em novos termos: o lugar do
corpo no imaginário, no conjunto se símbolos corporais (“linguagem do corpo”)
etc. Não se trata de justapor a alma e o corpo, nem mesmo de sutilezas
semânticas (“psicossomática”, “complexo corpo-psiquismo”), mas de deslocar
a problemática cartesiana e reformular as relações entre a alma e o corpo, que
toda a filosofia coloca em oposição recíproca, até mesmo quando afirma, por
vezes, a sua unidade. Ora, é com palavras dessa filosofia (nossa cultura
ocidental) que continuamos a refletir sobre essa problemática.
Em sua prática, a psicomotricidade empenha-se em superar essa
oposição: o homem é o seu corpo – mostra-nos ela – e não o homem e seu
corpo. O homem é, antes de tudo, um ser falante e, ao denominar-se, ele fala
de seu corpo: eis o que caracteriza. Em contrapartida, seu corpo fala por ele,
até mesmo à sua revelia, por vezes.
A reeducação psicomotora tem por objetivo desenvolver esse aspecto
comunicativo do corpo, o que equivale a dar ao individuo a possibilidade de
dominar seu corpo, de economizar sua energia, de pensar seus gestos a fim
de aumentar-lhes a eficácia e a estética, de aperfeiçoar o seu equilíbrio.
Isso pressupõe um ser “bem dentro de sua pele”, um corpo cuja vivência
não está sujeita ao constrangimento, ao embaraço ou à vergonha.
A história da psicomotricidade é curta: o termo apareceu no discurso
médico em princípios do século atual, como os trabalhos de Dupré. Mas, pelo
fato de se ter definido segundo a concepção que o homem tem de seu corpo,
sua história ganha raízes nas origens da humanidade consciente. A história da
psicomotricidade nasce com a história do corpo, um longo percurso marcado
às vezes por cortes revolucionários e reformulações decisivas, que vieram
culminar em nossas modernas concepções e permitem compreendê-las.
Segundo o site da Sociedade Brasileira de Psicomotricidade, o termo
psicomotricidade foi empregado pela primeira vez por volta do século XIX, em
uma fala médico/neurológica que tratavam sobre a necessidade de se nomear
as zonas do córtex cerebral localizado muito além das regiões motoras.
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Com o decorrer das pesquisas da neurofisiologia, várias disfunções
severas começaram a aparecer sem que o cérebro tenha sofrido alguma lesão.
São descobertos distúrbios da atividade gestual, da atividade práxica. Portanto,
o “esquema anátomo-clínico” que determinava para cada sintoma sua
correspondente lesão focal já não podia explicar alguns fenômenos
patológicos. É, justamente, a partir da necessidade médica de encontrar uma
área que explique certos fenômenos clínicos que se nomeia, pela primeira vez,
a palavra PSICOMOTRICIDADE, no ano de 1870. (SBP – 2010).
Sendo assim, o inicio que vai dar origem ao campo psicomotor vem da
linhagem neurológica.
Dupré, um neuropsiquiatra no ano de 1909, é de essencial valor para o
campo psicomotor, trazendo a afirmativa da independência de debilidade
motora (que é um precedente do inicio psicomotor) de um admissível
correspondente neurológico.
Temos Henry Wallon em 1925, com sua visão médico-psicológica nos
trazendo o movimento humano como construtor do psiquismo, isto é, ele
relaciona o movimento ao afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do
indivíduo.
O neurologista Edouard Guilmain, desenvolve em 1935 um exame
psicomotor com finalidade diagnóstica, terapêutica e de prognóstico. O
psiquiatra Julian Ajuliaguerra traz em 1947, uma nova definição para o conceito
de debilidade motora, ele a trata como uma síndrome com particularidades
próprias, demarcando claramente os transtornos psicomotores que oscilam
entre o neurológico e o psiquiátrico.
Com tantas contribuições a psicomotricidade se distingue e passa a ter
suas características.
Vemos então, na década de 70, vários autores definindo a
psicomotricidade como uma motricidade de relação. Uma diferença surge entre
a postura reeducativa e a terapêutica, passando a se ocupar mais da relação
entre o corpo, a afetividade e o emocional.
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Dessa maneira vemos que a psicomotricidade é a ciência que te como
objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação
ao seu mundo interno e externo.
O processo de maturidade, onde o corpo é o início das obtenções
cognitivas, afetivas e orgânicas é alicerçada por três noções básicas: o
movimento, o intelecto e o afeto. A psicomotricidade utiliza métodos e técnicas
para que cada vez o homem aprenda a dominar e progredir com seu
movimento integrando o seu intelecto e a sua emoção.
A psicomotricidade é dessa forma, um termo utilizado para a
compreensão do movimento organizado e integrado, em funções das
experiências vividas pelo sujeito, cuja ação é resultante de sua individualidade,
sua linguagem e sua localização.
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CAPÍTULO II
A TERCEIRA IDADE
“A característica principal da velhice é o declínio, geralmente físico, que
leva a alterações sociais e psicológicas. Os teóricos classificam esse declínio
de duas maneiras: a senescência e a sensibilidade. A senescência, que é um
fenômeno fisiológico, arbitrariamente identificada pela idade cronológica, pode
ser considerada um envelhecimento sadio, onde o declínio físico e mental é
lento, sendo compensado, de certa forma, pelo organismo.” (Nadeau, p. 55,
1985)
O envelhecimento é um processo natural; é uma trajetória que envolve a
infância, a adolescência e a fase adulta. O envelhecimento não é somente um
processo físico, mas um estado de ânimo. A velhice é um período vulnerável, e
os idosos correm mais riscos do que qualquer pessoa de outra faixa etária,
com exceção da infância.
A partir dos 55 anos, o corpo mostra sinais e dificuldades para cumprir
tarefas diárias, como dirigir, caminhar, pegar ônibus, o que pode afastar o
idoso de uma vida social.
Outro fator que o distancia da vida social são as perdas, - como viuvez,
casamento dos filhos, e as dificuldades em deixar de ser somente pai e mãe e,
depois, avôs.
Nessa fase acontecem várias modificações biopsicossociais que alteram
a relação do homem com o meio no qual ele está inserido. Uma dessas
alterações de âmbito social é o aumento do tempo livre que as pessoas
adquirem com a chegada da aposentadoria, o qual poderá ser preenchido de
diferentes formas, que variam conforme a personalidade, os hábitos de vida da
pessoa, a sua condição socioeconômica, entre outros. Portanto, se o idoso foi
um adulto com a maior parte do tempo ocupada pelo trabalho, desconhecendo
os valores do tempo livre bem empregado, poderá cair num imenso vazio.
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O idoso necessita de cuidados especiais, mesmo sendo uma pessoa
ativa e saudável, segundo Pretát (1994). Em alguns momentos, ele pode se
sentir com vinte anos e, logo após, entregar-se numa poltrona de sofá com
dores em todo seu corpo.
Para Chazaud (1978), a reeducação tem como alguns objetivos
corporais domínio do tônus da postura, que no idoso tende a diminuir; o
trabalho da coordenação e da própria consciência do corpo; a orientação e
lateralidade.
As sessões de psicomotricidade seguem uma proposta diferente para o
idoso, não sendo em nenhum momento aquelas aulas de ginastica que
assustam muitos; nem só atividades recreativas, apesar de terem certa
semelhança por serem lúdicas. A psicomotricidade explora a expressão
corporal desenvolvendo sua habilidade motora e também cognitiva, o afetivo e
o social.
Desde que nascemos somos levados a nos movimentar, o que
normalmente não para. Conforme crescemos, aperfeiçoamos os nossos
movimentos, mas, quando ocorre o envelhecimento, muitos movimentos ficam
limitados.
Ferreira (2000) relata que a psicomotricidade de a formação pessoal
pode atender satisfatoriamente às necessidades do idoso. Em vista de o
processo de formação pessoal conseguir manter as capacidades funcionais
com independência e autonomia, as quais estão diretamente ligadas com
qualidade de vida, essa prática coloca o idoso num espaço em que ele
consegue criar forças, enfrentar suas limitações e estimular sua auto-estima.
Manter uma dieta balanceada, cuidados especiais e atividades físicas são
algumas medidas saudáveis para um envelhecimento saudável e satisfação do
contato social.
Para Fox (1998), a atividade física regular tem como benefício à melhora
do sistema imunológico; ajuda no controle do peso; redução do risco de
doenças cardíacas e de desenvolver pressão alta; redução do risco de
desenvolver diabetes ou ajuda no controle; melhora na postura e no equilíbrio;
melhora na coordenação, aparência física, auto-estima; aumento da força
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muscular; redução do risco de desenvolver osteoporose; redução da
ansiedade; ajuda no controle de estresse; melhora a disposição mental; ajuda
na qualidade do sono e facilitação das atividades da vida diária (trabalhar,
passear, estudar, namorar, etc.).
No envelhecimento ocorrem diversas doenças. É importante que o idoso
e familiares estejam atentos para possíveis doenças, com consequentes
alterações do corpo. Os órgãos mais complexos, como os músculos, são os
primeiros a declinar. A perda de tecido muscular é uma das principais razões
de o idoso não conseguir realizar as suas tarefas, como subir e descer
escadas, carregar compras, enfim, o que ele faria na juventude. Com isso
prejudica-se a sua funcionalidade. A diminuição de sua força muscular dificulta
a sua coordenação, podendo ocorrer danos nas articulações.
Outras doenças que podem ocorrer no processo de envelhecimento são
as do aparelho circulatório, neoplasia, diabetes, doenças osteoarticulares,
demências do tipo Alzheimer e tantas outras, como as crônico-degenerativas.
Hoje se descobertas cedo, essas doenças podem ser tratadas antes do seu
agravamento. “[...] pois o idoso requer assistência não só em termos
biológicos, como psicológicos e espirituais” (SBG, 1994).
Todo organismo multicelular possui um tempo limitado de vida e sofre
mudanças fisiológicas com o passar do tempo. A vida de um organismo
multicelular costuma ser dividida em três fases: a fase de crescimento e
desenvolvimento, a fase reprodutiva e a senescência, ou envelhecimento.
Durante a primeira fase, ocorre o desenvolvimento e crescimento dos órgãos
especializados, o organismo cresce e adquire habilidades funcionais que o
tornam apto a se reproduzir. A fase seguinte é caracterizada pela capacidade
de reprodução do indivíduo, que garante a sobrevivência e perpetuação. A
terceira fase, a senescência, é caracterizada pelo declínio da capacidade
funcional do organismo.
O envelhecimento é causado por alterações moleculares e celulares que
resultam em perdas funcionais progressivas dos órgãos e do organismo como
um todo. Esse declínio se torna perceptível ao final da fase reprodutiva, muito
embora as perdas funcionais do organismo comecem a ocorrer muito antes. O
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sistema respiratório e o tecido muscular, por exemplo, começam a decair
funcionalmente já a partir dos 30 anos.
Logo depois de atingir a maturidade reprodutiva as chances de
sobrevivência do individuo já começam a diminuir. Essa tendência faz parte do
desenvolvimento de evolução de todos os organismos multicelulares. Assim, o
desenvolvimento, a reprodução e o envelhecimento são etapas naturais da
vida de cada espécie, que ocorrem de forma sequencial e interdependente: o
inicio da senescência é dependente da fase reprodutiva que, por sua vez, é
dependente do desenvolvimento. No entanto, não há uma separação rígida
entre as três fases. O crescimento pode continuar mesmo depois da que a
maturidade reprodutiva é atingida.
Para Okuma, coordenadora do grupo de pesquisa em educação física
para idosos da Faculdade de Educação Física da Universidade de São Paulo,
não existe um procedimento fixo, predeterminado que atenda a toda a terceira
idade da mesma maneira. Cada idoso é diferente um do outro e por isso
devem ser considerados os pontos que são principais para casa um, e
escolher qual deve ser a melhor atividade física para cada um.
De início o idoso precisa se conhecer, isto é, saber qual a sua
capacidade funcional nas atividades do dia-a-dia, por exemplo, como subir as
escadas de um ônibus, carregar panelas de pressão, arrumar camas, abaixar-
se para ver o forno, etc. Considerando todos esses e outros fatores, temos a
atividade física vindo como um forte aliado na melhora de sua capacidade para
desempenhar estas e outras tarefas.
A atividade também funciona para o idoso como um importante recurso
para diminuir os efeitos degenerativos provocados pelo envelhecimento dando-
lhe a possibilidade de se ter uma qualidade de vida sendo esta, de maneira
mais ativa e dinâmica. Funciona ainda como um forte alidado no controle de
doenças crônico-degenerativas como a diabetes, hipertensão e osteoporose.
Facilita as funções do aparelho locomotor, melhorando o seu desempenho e,
evitando que o mesmo se torne um problema social para suas famílias devido
à falta de locomoção tornando-se assim, dependente e sem autonomia.
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Vários autores tratam essa questão da qualidade de vida através da
atividade física, mas segundo Okuma:
(...) “o declínio linear natural das capacidades funcionais, que se inicia ao redor
dos 30 anos, pode ser substancialmente modificado pelo exercício físico, pelo controle
do peso e pela dieta. Evidências demonstram que mais da metade do declínio da
capacidade física dos idosos é devida ao tédio, à inatividade e à expectativa de
enfermidade. Pesquisas sugerem que 50% do declínio, frequentemente atribuído ao
envelhecimento biológico, na realidade é provocado pela atrofia por desuso, resultante
da inatividade física que caracteriza os países industrializados” (p. 52).
Várias alterações nas estruturas e funções fisiológicas resultantes da
idade ocorrem por conta da falta de atividade física. A atividade física ajuda
também a diminuir a taxa de morbidade e de mortalidade entre esse grupo.
Funciona como uma proteção para várias doenças principalmente as
cardiovasculares.
A atividade física é um importante agente na prevenção de doenças, é
importante essa atividade para a manutenção da capacidade funcional como
capacidade cardiovascular, massa muscular, força muscular e flexibilidade.
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CAPÍTULO III
A PSICOMOTRICIDADE NA TERCEIRA IDADE
“Tenhas sempre presente que a pele se enruga
O cabelo embranquece,
Os dias convertem-se em anos,
Mas o que é importante não muda:
A tua força e convicção não tem idade.
O teu espírito é como qualquer teia de aranha,
Atrás de cada conquista vem um novo desafio.
Enquanto estiveres vivo, sente-se vivo.
Se sentes saudades do que fazias, volta-te a fazê-lo.
Não vivas de fotografias amarelecidas...
Continua, quando todos esperam que desistas.
Não deixe que enferruje o ferro que existe em ti.
Faz com que em vez de pena, te tenham respeito.
Quando não consigas correr através dos anos, trota.
Quando não consigas trotar, caminha.
Quando não consigas caminhar, use uma bengala,
Mas nunca te detenhas!!!”
Cacilda Gonçalves Velasco
Nos últimos anos observa-se um aumento significativo de estudos
abordando o processo de envelhecimento e suas repercussões na saúde do
idoso, comprovando a relevância e o movimento crescente de conscientização
acerca da necessidade de um maior conhecimento das especificidades do
idoso, nos aspectos biológico, social, cultural e econômico para rompermos
com os estereótipos e preconceitos que ainda isolam e excluem estes
indivíduos na sociedade. Este aumento da expectativa de vida, principalmente
nos países desenvolvidos, tem íntima relação com fatores tais como:
alimentação, habitação, saneamento básico, educação, mudanças nos
padrões reprodutivos, desenvolvimento tecnológico e avanços no controle e
tratamento de doenças. Logo, a mudança da pirâmide populacional, nas
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últimas décadas, está associada à redução da mortalidade de adultos e idosos
e a diminuição da taxa de fertilidade (PAPALEO NETTO, 1994).
A partir dessa transformação no âmbito da saúde, os profissionais
começam a investir mais nesta clientela, principalmente no setor de atenção
primária. O atendimento geriátrico e gerontológico podem ser definidos como
um processo interdisciplinar que atende as pessoas idosas, visando os
serviços médicos, psicológicos, social e funcional a fim de manter o idoso com
plena capacidade e autonomia pelo maior período possível. Mas, nesse
contexto, é preciso considerar que a saúde é algo a ser conquistado e não
dado, o que envolve esforço e investimento para mantê-la (PAPALEO NETTO,
1994).
Nesse sentido, TEIXEIRA (1988, p. 91) argumenta que: “ao mesmo
tempo em que o cuidado depende do indivíduo, ele também tem uma
dimensão que escapa à boa vontade consciente, pois passa pelo econômico,
pelo inconsciente, pelas produções capitalistas de subjetividade com o corpo.
O cuidado é também resultante dos equipamentos coletivos que produzem
subjetividade, e o sujeito, quando fala do cuidado, fala também do seu salário,
de sua família, dos seus sentimentos e dos seus desejos”.
Entretanto, quando a pessoa envelhece existem alguns fatores
psicossociais que interferem na qualidade de vida como a perda da posição
social comum após a aposentadoria, a pobreza que dificulta as condições
mínimas de sobrevivência e, consequentemente, limita a participação dos
idosos em eventos sociais, a solidão, pois muitas vezes os idosos têm pouco
contato com outras pessoas devido à dificuldade de transporte adequado,
problemas financeiros, incapacidade física e falta de companhia associada ao
medo e a perda de amigos, parentes, cônjuges. Tudo isso pode levar o idoso à
depressão e a uma maior dependência, física e/ou psicossocial.
Além dos fatores psicossociais que interferem no processo de
envelhecimento, existe ainda a relação do indivíduo com a sociedade. Sendo
assim, os idosos, muitas vezes, sentem-se inferiorizados pela sociedade,
principalmente após a aposentadoria, quando tendem a ser considerados
inúteis e improdutivos, pois, além de conviver com uma série de mudanças
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orgânicas, sentem-se como um peso para seus familiares e amigos o que
acaba gerando seu isolamento do convívio social como forma de preservação.
Assim, a velhice pode ser caracterizada pela maneira como a sociedade
determina e encara o envelhecer, sendo mais forte do que a percepção do
idoso a respeito do envelhecimento o que nem sempre corresponde ao seu
estado de velhice. Por isso, a forma como uma sociedade superprotege,
venera ou marginaliza o idoso determinará como ele vai se adaptar e assumir a
velhice (WALDOW, 1998). Portanto, envelhecer de forma saudável implica,
não apenas na possibilidade dos idosos disporem de cuidados em relação aos
problemas de saúde mais comuns nesta etapa da vida, mas, também, no
reconhecimento das suas possibilidades e necessidades específicas. Significa
que, além de bom estado de saúde física eles necessitam de respeito,
segurança e, principalmente, precisam sentir-se ativos em sua comunidade
com oportunidade de expressarem livremente seus sentimentos, emoções,
interesses, opiniões e experiências.
Algumas pesquisas demonstram que a principal tarefa evolutiva da
velhice é a integração social e a autonomia pessoal; "a segurança propiciada
por um ambiente acolhedor, assim como a autonomia permitida por um
ambiente estimulador são ambas, necessário ao bem-estar do idoso”
(TEIXEIRA, 2002, p.105). É bem verdade que o idoso convive com limitações
da própria idade, as quais podem prejudicar sua independência e autonomia
para desenvolver determinadas atividades. Mas, é preciso que ele seja
estimulado a, inicialmente, organizar seu tempo fazendo projetos de vida com
criatividade, energia e iniciativa isto é, dando significados a vida para que esta
não caia no vazio (LIMA, 2000).
Nesse sentido, podemos considerar que às atividades de lazer e a
convivência em grupo contribuem tanto para a manutenção do equilíbrio
biopsicossocial do idoso, quanto para atenuar possíveis conflitos ambientais e
pessoais. Por isso, é importante para o ser humano a atividade física,
intelectual e de lazer, pois, em todas as etapas da vida devemos nos
preocupar com as perspectivas de um envelhecimento saudável. E nesse
sentido, para se qualificar a vida é necessário comparar o passado e o
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presente, as coisas boas e ruins, a infância, a juventude, a maturidade e a
velhice em um contexto social e histórico (LÓPEZ & CIANCIARULLO, 1999).
Assim, a compreensão de qualidade de vida na velhice está atrelada ao
significado de velhice dada pelos idosos onde devem ser consideradas as
referências às mudanças do corpo e as imagens desse corpo, os contrastes
sociais e culturais que caracterizam o curso de vida, se o passado foi marcado
pela busca de sobrevivência, pelo trabalho com poucas garantias ou não, e se
hoje na velhice, sobrevivem com a ajuda de familiares ou são independentes.
O envelhecimento bem-sucedido não é um privilégio ou sorte, mas um objetivo
a ser alcançado por quem planeja e trabalha para isso, sabendo lidar com as
mudanças que efetivamente acompanham o envelhecer.
Além da maneira como o idoso lida com as mudanças ocorridas nessa
fase da vida, a qualidade de vida envolve também seus hábitos de vida e isso
inclui as atividades de lazer. Além disso, falar de qualidade de vida é
considerar também as emoções e suas repercussões para a saúde.
Há alguns anos, afirmar que existia uma vinculação direta entre o estado
emocional e a boa saúde era quase um contrassenso para a ciência, mas isso
se devia em parte ao conceito que se dava à saúde e que em determinadas
sociedades ainda é cultuado, a visão biologizada, que se entende como sendo
ausência de doença quando o organismo encontra-se em bom estado geral,
sem alterações patológicas. A saúde foi definida pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) em 1948, como um estado de completo bem-estar físico, mental
e social e não apenas a ausência da afecção ou doença.
Nesse bem estar destacamos a emoção que se refere ao sentimento e
seus pensamentos distintos, estados psicológicos e biológicos. As emoções
são essencialmente impulsos para agir e lidar com as situações da vida e
sofrem influência das experiências vivenciadas e da cultura (GOLEMAN,
2001). Existem centenas de emoções, juntamente com suas combinações,
variações, mutações e matizes tais como: ira, tristeza, medo, prazer, amor,
surpresa, nojo e vergonha. O momento da emoção é o momento em que
tocamos a nossa força vital, reencontramos a nossa origem, os ancestrais, a
nossa história coletiva e pessoal (GAUTHIER, 1999).
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A evolução da medicina sobre a existência de substâncias químicas
atuando no metabolismo cerebral capazes de alterar o estado emocional e,
consequentemente, a saúde resultou nos conhecimentos atuais sobre os
neurotransmissores e neuroreceptores relacionados à atividade cerebral dos
quais, destaca-se a serotonina e sua relação com a sensação de bem-estar
das pessoas (BALLONE, 2002). Nesse sentido, algumas pesquisas que
procuraram embasar a teoria de que a depressão seria consequente a baixos
níveis da serotonina e quando se fala em idoso, a depressão é algo que vem
sendo estudada e discutida nos últimos anos.
A depressão no idoso apresenta-se de forma mais habitual com os
quadros pouco sintomáticos e de evolução lenta, que se associam com
alterações hormonais, consumo de medicamentos por iniciativa própria, como
anti-hipertensivos, ansiolíticos e hipnóticos, e com situações de solidão e
perda, como a morte do parceiro (a), a falta de apoio social ou familiar, uma
mudança ou uma internação em uma instituição (RUIPÉREZ & LLORENT,
1996).
A depressão possui fator de hereditariedade e hormonal, mas pode ter
causas psicossociais também. Diz que a perda da autoestima no processo de
envelhecimento está associada ao quadro depressivo do idoso decorrente do
forte sentimento de dependência e perda crescente da autonomia (RUIPÉREZ
& LLORENT, 1996; OLIVEIRA, 2003). Nesse contexto, ao perceber que não
pode mais agir como antes sobre o mundo, a pessoa idosa ao que parece, não
vê outra escolha senão retirar-se do mundo, mergulhando pouco a pouco em
um profundo estado de depressão (RUSCHEL, 2001).
Porém, elementos tais como amor, humor, surpresa, curiosidade,
paixão, perdão, alegria, esperança, entusiasmo, dar e partilhar atuam no
sistema imunológico ajudando nosso corpo a combater infecções e
estimulando células naturais que combatem o câncer e afetam a forma com
que cuidamos de nós mesmos e dos outros. Por outro lado, quando raiva,
ressentimento, ambivalência, culpa tédio, solidão e medo são reprimidos
durante muito tempo, podem suprimir nosso sistema natural de proteção e nos
fazer sentir mal. (ADAMS, 1998). Isso quer dizer que as emoções
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desencadeiam reações físicas e atualmente, a medicina em geral, e
particularmente a psiquiatria, enfatizam a importância do bom humor, dos bons
sentimentos e da afetividade sadia na qualidade de vida e na saúde global da
pessoa, pois os efeitos do bom humor sobre a saúde física são tão evidentes
que uma boa e sincera risada pode ter a importância de uma sessão de
ginástica (BALLONE, 2002).
O bem-estar proporcionado pela participação do idoso em atividades em
grupo contribui não só para a sua conscientização sobre a importância do
autocuidado, mas também oportuniza a vivencia e troca de experiências que
repletas de emoções que movimentam suas vidas, gerando uma sensação de
bem estar. Essas sensações de bem-estar podem ser discutidas à luz de uma
abordagem holística, que integra funções físicas, emocionais e espirituais.
Assim, como essas funções estão inter-relacionadas, qualquer mudança em
uma delas pode causar repercussões nas outras. Estas são mudanças
positivas que demonstram que o todo é maior do que a soma de suas partes
(VICINI, 2002). Nesse sentido, o aumento da expectativa e a qualidade de vida
das pessoas idosas podem estar associados não somente a evolução da
tecnologia e medicina, mas, também, à vivência dos idosos em grupos a qual
transcende as atividades físicas e de lazer. Nesses grupos os idosos
compartilham e expressam emoções, apesar de muitos serem portadores de
doenças comuns nessa faixa etária, tais como hipertensão arterial e diabetes
mellitus, dentre outras.
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CONCLUSÃO
Desde o início do estudo, foi possível perceber o quanto é vasto o
universo dos idosos, que têm muito a nos ensinar e contar e como retribuição,
oferecemos ainda tão pouco.
Todos nós sabemos, ou pelo menos esperamos que um dia iremos
envelhecer, e por mais que tentamos nos preparar para essa fase da nossa
vida, este é um assunto que precisa ser tratado com muito cuidado, pois nem
todos estão preparados para lidar com essa situação.
A população idosa tem aumentado cada vez mais, e com isso também
tem aumentado a preocupação com a qualidade de vida na terceira idade.
Não podemos evitar o envelhecimento, porém, podemos intervir para que esse
seja um processo natural e sem sofrimentos. Com o avançar da idade, a
pessoa perde sua agilidade, fica mais lento.
A psicomotricidade vai ajudar o idoso a redescobrir seu corpo diante das
mudanças sofridas com a chegada da terceira idade. Os benefícios não são
apenas físicos. São psicológicos e sociais, pois a pessoa ao entender que
apesar de suas limitações físicas, ocasionadas pelo decorrer dos anos, ainda é
capaz de se mover, de agir ativamente na sociedade, sente-se motivado,
incluído na sociedade.
Gonçalves (2011, p. 38) diz que envelhecer com qualidade deve ser
uma preocupação de todos nós, mais que devemos nos preparar antes para
chegar com qualidade à velhice. Diz ainda que é necessário que mais
profissionais estejam interessados em trabalhar com esses idosos de forma
global, melhorando sua capacidade motora, seu intelecto e sua socialização.
É essencial para o ser humano ter um bom acompanhamento nessa
etapa de sua vida, porém é um processo que deve começar muito antes. Não
se deve deixar para preocupar-se com a qualidade de vida na terceira idade
quando já estiver vivenciando essa etapa da vida.
Para que se tenha uma boa velhice é preciso praticar durante muitos
anos um padrão de vida sadio, (PONTES, 2004).
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Chegar à terceira idade é viver em movimento continuo, é caminhar pela
vida, ultrapassar etapas, plantar, colher os frutos e saber que alguns desses
frutos e saber que alguns desses frutos caíram da árvore antes da hora e não
renderam o fruto esperado. É a espera do que vem pela frente, como quem
espera ver e acredita em um futuro que está por vir, é plano e expectativa que
está por vir.
É necessário que mais profissionais estejam interessados em trabalhar
com esses idosos de forma global, melhorando sua capacidade motora, seu
intelecto, sua socialização, enfim, melhorando por inteiro tal pessoa.
A psicomotricidade é uma boa ferramenta a nosso dispor e como dia
VELASCO (2005): “A Psicomotricidade é a Ciência do Homem, que considera
os aspectos Biológicos, Antropológicos, Sociológicos e Culturais,...”, como
base nisso, vemos que a Psicomotricidade é a Ciência do Ser Humano, pois
observa o homem como um todo, no nosso caso o idoso.
À medida que mais psicomotricistas se interessarem por essa faixa
etária, atuando primeiramente de forma preventiva em seu trabalho e depois
visando sua reinserção no contexto bio-psico-social, fazendo desses idosos
seres atuantes, autônomos e independentes que modifiquem sua própria
dinâmica e mudem sua historia, uma qualidade de vida acontecerá e atingirá
cada vez mais a um maior número de idosos.
Deseja-se que cada vez mais equipes de profissionais capacitados
atuem em prol do bem estar do idoso, possibilitando ao mesmo se tornar um
agente dinâmico, construtor da sua identidade, socializando, “reinventor” da
sua história a medida que sonha, desperta, realiza e se torna autoconfiante.
É certo que não se pode evitar o envelhecimento. Porém, podemos
interferir na maneira de como envelhecer, contribuindo para um significativo
bem estar em nossas atividades e relacionamento social. É necessário que se
mantenha um equilíbrio entre o fator fisiológico, psíquico e social, para que se
possa ter uma boa qualidade de vida quando o indivíduo alcançar a
senescência. Entretanto, envelhecer não significa necessariamente redução de
capacidade e diminuição de atividades. Envelhecer pode significar
enriquecimento espiritual e uma vida aprazível.
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O trabalho com os idosos, deve enfocar a conscientização deste ser
idoso-corpo-no-mundo. O idoso deve ter certeza que seu corpo ainda pode
realizar e participar de muitas atividades e ações que produzam vida. E a
produção e manutenção de vida é, sem dúvida, a melhor forma de contribuir
para a conscientização do fenômeno corporeidade.
Diferenças e contratempos existirão sempre, e sempre estarão
vinculados a características comportamentais e de experiências vivencias de
cada idoso. Resta-nos a identificá-las, adaptá-las e aplicá-las em benefício da
cada um deles. No feixe das emoções, liberar as tensões e as inseguranças.
No pensar de cada dia, a satisfação de que estaremos contribuindo para
minimizar, eliminar os males do envelhecimento psicológico, social e funcional.
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ÌNDICE
FOLHA DE ROSTO......................................................................................... 2
AGRADECIMENTO......................................................................................... 3
DEDICATÓRIA................................................................................................ 4
RESUMO......................................................................................................... 5
METODOLOGIA.............................................................................................. 6
SUMÁRIO........................................................................................................ 7
INTRODUÇÃO................................................................................................. 8
CAPÍTULO I - A PSICOMOTRICIDADE......................................................... 11
CAPÍTULO II - A TERCEIRA IDADE.............................................................. 15
CAPÍTULO III – A PSICOMOTRICIDADE NA TERCEIRA IDADE................. 20
CONCLUSÃO................................................................................................. 26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................... 29 ÍNDICE............................................................................................................ 31