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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
RESPONSABILIDADE SOCIAL:
AÇÕES DE VOLUNTARIADO EMPRESARIAL
Por: Bianca Ramos de Souza
Orientador
Prof. Mário Luiz
Rio de Janeiro
2006
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
RESPONSABILIDADE SOCIAL:
AÇÕES DE VOLUNTARIADO EMPRESARIAL
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão
Estratégica.
Por: Bianca Ramos de Souza
3
AGRADECIMENTOS
Quero expressar meus sinceros
agradecimentos primeiramente a Deus,
que me conduziu e auxiliou em mais
essa conquista. A minha mãe e a
minha tia Glória pelo apoio e a meu
marido Leonardo pelo carinho, força e
companherismo em todos os
momentos.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este estudo a todos que
necessitam de auxílio, por estarem
inseridos na triste realidade de exclusão
social, tão presente em nossa sociedade.
Acredito que com educação e
conscientização dos deveres que nos
cidadãos temos, exercendo nossa parte
de responsabilidade social, o Brasil
conseguiria diminuir seus altos índices de
problemas sociais e a sociedade seria a
maior beneficiada.
5
RESUMO
O estudo buscou verificar até que ponto as ações de responsabilidade
social específicas de voluntariado, executadas pelas organizações exercem
impacto no nível motivacional dos funcionários.
Para tanto se faz necessário verificar a diferença entre os termos, ética
e moral para se atingir um maior entendimento da origem do conceito de
responsabilidade social, onde se analisa suas dimensões.
Através do estudo dos conceitos de voluntariado e do programa de
voluntariado empresarial busca-se analisar as vantagens no nível de satisfação
dos funcionários.
6
METODOLOGIA
A metodologia empregada neste estudo, considerando o critério de
classificação proposto por Vergara (2003, p. 43), que qualifica por dois
aspectos, quanto aos fins e quanto aos meios, tem-se:
- Quanto aos fins: a pesquisa foi explicativa, pretende esclarecer
quanto as ações de voluntariado empresarial influenciam na
satisfação dos funcionários;
- Quanto aos meios: a pesquisa foi essencialmente bibliográfica,
porque o estudo foi desenvolvido com base em dicionários, livros e
publicações específicas do assunto.
A coleta dos dados se deu através de dicionários, livros e revistas,
explicitando sobre o assunto, encontrados na bibliograia.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
HISTÓRIA DA ÉTICA 10
CAPÍTULO II
RESPONSABILIDADE SOCIAL 17
CAPÍTULO III
VOLUNTARIADO EMPRESARIAL 30
CONCLUSÃO 43
BIBLIOGRAFIA 56
ANEXOS 49
ÍNDICE 55
FOLHA DE AVALIAÇÃO 57
8
INTRODUÇÃO
Este estudo foi motivado pela percepção das profundas transformações
que o meio empresarial vem sofrendo diante dos problemas sociais
encontrados na sociedade, buscando responder a seguine questão: até que
ponto as ações de respnsabildade social específicas de voluntariado
implementadas numa instituição influenciam na motivação de seus
funcionários?
Verificar como as ações sociais exclusivas de voluntariado executadas
na organização exercem impacto no nível motivacional dos funcionários, além
de ajudar a sociedade, a organização aumenta sua produtividade, tornou-se,
então objetivo de estudo.
As organizações estão percebendo que ser uma organização
socialmente responsável é um desafio que se renova a cada dia. O estudo
pretende abordar os conceitos de responsabilidade social específicos de
voluntariado, mostrando a importância da participação dos atores sociais, de
forma a impulsionar os funcionários.
Visando um melhor universo para o trabalho de pesquisa, foram
descartados os demais fatores da responsabilidade social, devido a grande
extensão do assunto. Ficando assim o trabalho restrito as ações de
voluntariado empresarial.
As práticas de voluntariado exercidas pelas organizações são
importantes para o desenvolvimento social não apenas de uma comunidade,
mas de uma nação. A ação estatal ineficiente faz surgir entidades que formam
entre si uma extensa rede de solidariedade social.
As ações de responsabilidade social não são apenas entre a
organização e a comunidade, implicam também práticas de interação com os
9demais públicos, como: funcionários, consumidores, fornecedores, meio
ambiente, governo e sociedade.
O trabalho voluntário faz bem a quem recebe mas, principalmente, a
quem exerce. A satisfação e realização por estar fazendo algo usando a
sociedade, motivam cada vez mais os seres humanos num objetivo mais
altruístico.
O resultado desse estudo poderá contribuir para a conscientização da
necessidade das organizações investirem no trabalho voluntário e
desenvolverem programas junto a seus funcionários, além da sociedade a
organiação socialmente responsável será a maior beneficiada.
O estudo está estruturado em três capítulos. No primeiro capítulo, são
apresentados os conceitos de ética, moral e ética empresarial. Buscando
estabelecer a diferença entre os conceitos e estabelecer as relações éticas nas
organizações, que é coadjuvante das ações de responsabilidade social.
O segundo capítulo apresenta as características e conceitos de
responsabilidade social, além de observar as possíveis ações a serem
exercidas pelas organizações.
O terceiro e último capítulo apresenta o conceito de voluntariado e
explica a implementação um programa de voluntariado empresarial,
objetivando relacionar as práticas de voluntariado diretamente ligadas ao
público interno da organização.
Após o último capítulo é apresentada a conclusão final do trabalho, que
consolida as conclusões do estudo.
CAPÍTULO I
A HISTÓRIA DA ÉTICA
10
...somos mais do que vencedores, em Cristo Jesus.
O estudo que se busca com o capítulo a História da Ética, tem como
problema em questão estabelecer a diferença entre ética e moral, buscando
em conceitos filosóficos a diferença entre esses termos, frequentemente
usados como sinônimos. Além de conceituar ética empresarial, de acordo com
o estudo proposto o objetivo foi relacionar a ética nas organizações.
O capítulo foi aberto porque tornou-se necessário o estudo dos
conceitos devido aos vários trabalhos escritos, explicitando sobre o assunto. A
ética empresarial é colocada de forma a esclarecer as relações éticas nas
organizações, onde o objetivo foi alcançado apenas com o estudo dos
conceitos.
1.1 – Ética x Moral
Um dicionário de filosofia define o conceito de ética como:
“Em geral, a ciência da conduta. Existem duas
concepções fundamentais dessa ciência: 1º a que a
considera como ciência do fim a que a conduta dos
homens se deve dirigir e dos meios para atingir tal fim; e
deduz tanto o fim quanto os meios da natureza do
homem; 2º a que a considera como a ciência do móvel da
conduta humana e procura determinar tal móvel com
vistas a dirigir ou disciplinar a mesma conduta.”
(ABBAGNANO, 1970, p.360).
As duas concepções, se entrelaçam, mas são profundamente diferentes
e falam duas linguagens diversas. A primeira, com efeito, fala a linguagem do
11ideal a que o homem está dirigido pela sua natureza. Já a Segunda fala dos
“motivos” ou das “causas” da conduta humana, que a determinam e pretende
ater-se so conhecimento dos fatos.
No mesmo dicionário, op. cit (1970, p.652), define o conceito de moral
como: “O objeto da ética, a conduta enquanto dirigida ou disciplinada por
normas, o conjunto dos mores. Neste significado a palavra é usada nas
seguintes expressões: ”a moral dos primitivos” ”a moral contemporânea”.”
Para Aranha e Martins, afirmam que os conceitos de ética e moral,
embora sejam diferentes, são frequentemente usados como sinônimos, e os
definem como:
“a moral é o conjunto das regras de conduta admitidas em
determinada época ou por um grupo de homens. Nesse
sentido, o homem moral é aquele que age bem ou mal na
medida em que acata ou transgide as regras do grupo. A
ética ou filosofia moral é a parte da filosofia que se ocupa
com a reflexão a respeito das noções e princípios que
fundamentam a vida moral.” (ARANHA e MARTINS, 1993,
p.379).
Em outra obra, Aranha e Martins (1998, p.117) citam a diferença entre
ética e moral, novamente. “A moral é o conjunto de regras de conduta
assumidas pelos indivíduos de um grupo social com a finalidade de organizar
as relações interpessoais segundo os valores do bem e do mal.” E definem
ética, ou a filosofia moral como: “mais abstrata, constituindo a parte da filosofia
que se ocupa com a reflexão sobre as noções e princípios que fundamentam a
vida moral.”
Essa reflexão pode seguir as mais diversas direções, dependendo da
concepção do indivíduo, que se torna como ponto de partida.
Com isso podemos afirmar que são questões éticas indagar a respeito
do que é bem e o mal, o que são valores, qual a natureza do dever qual
finalidade da ação moral e assim por diante. As respostas a essas questões
12caracterizam as diversas concepções de vida moral elaborados pelos filósofos
atavés dos tempos.
Segundo Chaui (1994, p.340), ética “significa caráter, índole natural,
temperamento, conjunto de disposições físicas e psíquicas de uma pessoa.”
Nesse sentido, ética se refere às características pessoais de cada um que
determinam quais virtudes e quais vícios cada um é capaz de praticar.
Vãzquez (1997, p.12), define ética como: “ciência do comportamento
moral dos homens em sociedade”. Como ciência, possui objeto próprio, leis e
métodos próprios. Onde o objeto é a moral, um dos aspectos do
comportamento humano.
Para uma exatidão maior, o objeto da ética é o conjunto de regras de
comportamento e formas de vida através das quais tende o homem a realizar o
valor do bem.
Procura extrair dos fatos morais os princípios gerais a eles aplicáveis.
Como conhecimento científico, a ética deve aspirar à racionalidade e
objetividade mais completas e ao mesmo tempo, deve proporcionar
conhecimentos sistemáticos, metódicos e possivelmente comprováveis.
Desta forma a ética é uma disciplina normativa, não por criar normas,
mas por descobri-las e elucida-las. Revelando aos indivíduos os valores e
princípios que devem nortear sua existência, aprimorando e desenvolvendo o
sentido moral e influenciando a conduta.
Um código moral, ou um conjunto de normas, não é ciência, mas pode
ser explicado cientificamente, seja qual for as necessidades sociais às quais
corresponda.
1.2 – Ética Empresarial
Com os conceitos esclarecidos filosoficamente, buscamos um estudo da
ética voltando para a organização.
Alguns estudiosos no campo da ética empresarial descordam de
empresários que, acreditam em apenas contratar bons funcionários com fortes
valores éticos, fará com que sua organização se trone uma boa empresa-
cidadã. Porém é importante saber que os valores pessoais e a filosofia moral
13do indivíduo constituem apenas um fator no processo da tomada de decisões
éticas.
Profissionais em todos os campos dos negócios, têm que lidar com
dilemas morais e pessoais, uma vez que eles estão relacionados a sua
capacidade de funcionar no trabalho.
Normalmente, a organização não estabelece regras nem políticas sobre
questões éticas pessoais, em alguns casos tais políticas seriam ilegais.
Apenas quando as escolhas ou os valores da pessoa influenciam o seu
desempenho no trabalho, isso porque a ética individual representa um papel
importante na avaliação das decisões empresariais.
É comum as organizações elaborem seu código de ética, que nada mais
é do que um código moral, com regras e padrões estabelecidos, que devem
ser seguidas dentro da organização. Onde os funcionários devem agir de
acordo com a “ética organizacional”.
A maioria das definições de ética empresarial diz respeito a reflexão
sobre as regras padrões e princípios orais sobre o que é certo ou errado em
situações específicas.
Segundo Ferrell (2001, p.7), ética empresairal “compreende de
princípios e padrões que orientam o comportamento no mundo dos negócios.”
No caso de um comportamento específico exigido é certo ou errado, ético ou
antiético, é assunto constantemente determnado pelos stakeholders
(investidores, clientes, grupos de interesse, empregados, o sistema jurídico
vigente e a comunidade).
Embora os grupos citados no conceito não estejam necessariamente
“certos”, suas opiniões influenciam a aceitação ou rejeição, pela sociedade, da
empresa e de suas atividades.
Para Nash, ética pode ser definida como:
“ o estudo da forma pea qual normas morais pessoais se
aplicam às atividades e aos objetivos da empresa
comercial. Não se trata de um padrão mral separado, mas
do estudo de como o contexto dos negócios cria seus
14problemas próprios e exclusivos à pessoal moral que atua
como gerente desse sistema.” (NASH, 1993, p.6).
Nos negócios, os proissionais são orientados por filosofias morais, que
fornecem diretrizes para solucionar os conflietos e otimizar o benefício mútuo
de pessoas que vivem em grupos, quando formulam estratégias para a
organização e resolvem questões éticas esécíficas, mas nem todos adotam a
mesma filosofia moral.
Relacionando a realidade das organizações,além das
responsabilidades econômicas e legais, também possuem suas respectivas
éticas.
Segundo Carroll (2000) apud Ashley (2003, p.50): “responsabilidades
éticas correspondem a atividades, práticas, políticas e comportamentos
esperados (no sentido positivo) ou proibidos (no sentido negativo) por
membros da sociedade, apesar de não codificados em leis.”
Essas reponsabilidades éticas envolvem uma série de normas,
padrões ou expectativas de comportamento para atender o que os diversos
públicos (stakeholders) com as quais a empresa se relaciona consideram
legítimo, correto, justo ou de acordo com seus diretos morais ou expectativas.
1.3 – Ética Empresarial em um Mercado Globalizado
No parecer de Ashley (2003, p.51), as organizações terão de aprender a
equacionar a necessidade de obter lucros, obedecer às leis, Ter um
comportamento ética e envolver-se em alguma forma de filantropia. Diante das
mudanças, das tecnologias de informação e oportunidades abertas pela
globalização, como são produzidos ou comercializados serviços, trazem
consigo novas questões éticas, com as quais as organizações precisam
aprender a lidar e tendem a levá-las a seguir padrões globais de operação.
15Podemos afirmar qe um dos eeitos do processo de globalização é a
adoção de padrões éticos e morais cada vez mais homogêneos e rigorosos.
Existe por parte das organizações a necessidade de manter sua imagem
perante o público, ou mesmo pelas demandas diretas do público para que
todas as organizações atuem em consonância com tais padrões. Valores
éticos e morais sempre influenciaram as atitudes das empresas, mas estão se
tornando, cada vez mais, homogêneos e rigorosos.
A pressão que o mercado globalizado exerce sobre as organizações faz
com que elas precisem se auto-analisar continuamente. Onde dessa forma é
criado um novo conceito de como os negócios são feitos em todo o mundo.
Podemos concluir que as responsabilidades éticas são correspondentes
a valores morais específicos, que estão relacionados as crenças pessoais
sobre comportamento eticamente correto ou incorreto, tanto por parte do
ndivíduo no que diz respeito a suas próprias atividades, quanto em relações
aos outros.
Como resultado do capítulo podemos observar que as atividades e
escolhas possuem a base do sistema moral de valores pessoais próprios, que
cada ser traz para sua tarefa dentro da organização. È dessa maneira que os
valores morais e ética se completam. A moral decorre dos costumes, da
tradição, dos hábitos, as regras de comportamento adotadas pela
coletividades, sejam elas nações, organizações ou em grupos sociais, por
considerem certos.
De forma geral, está se tornando hegemônica uma visão de que os
negócios devem ser feitos de forma ética, obedecendo a rigorosos valores
morais de acordo com comportamento cada vez mais universalmente aceitos
como apropriados.
A partidos conceitos de ética e moral, se torna possível estabelecer
parâmetros adequados para as atividades empresariais socialmente
responsáveis. Já que se espera que as organizações estejam sempre
preocupados com os efeitos de suas ações a todos que são, direta ou
indiretamente, atingidos por elas.
16A responsabilidade social é a característica que melhor aborda esse
novo conceito, onde prevalece a visão de que os negócios devem ser
realizados de forma ética, segundo os valores morais, que estão cada vez mais
integrados.
CAPÍTULO II
RESPONSABILIDADE SOCIAL
Buscamos com o capítulo II – Responsabilidade social, explicar seus
conceitos e observar as possíveis ações a serem exercidas pela organização.
A questão é estabelecer o que é responsabilidade social, objetivando a
17necessidade das organizações serem socialmente responsáveis e
esclarecendo suas dimensões.
O capítulo foi aberto, devido a necessidade para o estudo levando
inicialmente, de se esclarecer e apresentar conceitos e explicações, referentes
a responsabilidade social, objetivando o entendimento do problema inicial de
pesquisa.
2.1 – Conceito de Responsabilidade Social
Nos anos 1990, foi retomada a discussão dos efeitos prejudiciais da
organização na sociedade. A organização consome recursos que pertencem à
sociedade, desta forma o espaço público não é mais exclusividade do Estado e
o reconhecimento dessa realidade vem contribuindo para rever os papéis dos
atores responsáveis pela crise social e ambiental no país.
Existe uma cobrança cada vez mais presente, a adoção de padrões
éticos que valorizem o ser-humano, a sociedade e o meio mbiente. Relações
de qualidade são contruídas a partir dos valores e condutas das organizações
capazes de satisfazer necessidades e interesses dos públicos interno e ou
externo, agregando valor para todos.
De acordo com Ferrell (2001, p.78), a integridade e a observância de
padrões éticos vão além do cumprimento de leis e regulamentos. Bons
cidadãos empresariais seguem valores e princípios morais que não aceitam
que seja colocado em risco apenas para cumprir metas internas da
organização.
Buscando em um dicionário de ciências sociais o conceito de
responsabilidade social, Abbagnano (1970, p.822), encontramos a seguinte
definição: “responsabilidade daquele que é chamado a responder pelos seus
atos face à sociedade ou opinião pública…na medida e que tais atos assumam
dimensões ou conseqüências sociais.”
Para Ashley responsabilidade social é definida como:
18“o compromisso que uma organização deve ter para com
a sociedade, expresso por meio de atos e atitudes que a
afetam positivamente, de modo amplo, ou a alguma
comunidade, de modo específico, agindo proativamente e
coerentemente no que tange a seu papel específico na
sociedade e a sua prestação de contas com ela.”
(ASHLEY, 2003, p.6)
Nesse sentido a organização assume obrigações de caráter moral, não
estabelecidas em leis, mesmo que não diretamente ligadas as suas atividades.
O que podemos relacionar com as atividades éticas e filantrópicas, que
possam contribuir para o desenvolvimento sustentável da sociedade.
Oliveira apresenta a seguinte definição para responsabilidade social:
“capacidade de a empresa colaborar com a sociedade,
considerando seus valores, normas e expectativas para o
alcance de seus objetivos. No sentido, o simples
cumprimento das obrigações legais, previamente
determinadas pela sociedade, não será considerado
como comprotamento socialmente responsável, mas
como obrigação contratual óbvia, aqui também
denominada obrigação social.” (OLIVEIRA, 1984, p.205),
De acordo com Ferrell (2001, p.7), responsabilidade social é a obrigação
que a empresa assume com a sociedade. Ser socialmente responsável implica
maximizar os efeitos positivos sobre a sociedade e minimizar os negativos. A
responsabilidade social inclui responsabilidades econômicas, legais, éticas e
filantrópicas.
Cada organização socialmente responsável deve estar atenta aos
quatro componentes da responsabilidade social citados anteriormente.
19As responsabilidades econômicas da organização consistem na
produção de bens e ou serviços dos quais a sociedade necessita, a um valor
que possa garantir a continuação das atividades da empresa.
As responsabilidades legais estão descritas em leis e regulamentos do
governo, onde se espera no mínimo, que a organização cumpra as leis
municipais, estaduais e federais.
As responsabilidades éticas são definidas como as atividades e a
conduta que a organização deve seguir, estabelecidas pelos stakeholders. Ao
contrário das responsabilidades legais, não são prescritas em leis. De acordo
com Ferrell (2001, p.7) muitos empresários referem-se a esse conjunto de
responsabilidades como o espírito da lei.
E finalmente, as responsabilidades filantrópicas, que significam atitudes
da organização desejadas pela sociedade, que cabe devolver a sociedade o
que dela foi recebido.
A ampliação do conceito de responsabilidade social Grajew (2000),
Diretor-Presidente do Instituto Ethos, apud Neto e Froes (1999):
“o conceito de responsabilidade social está se ampliando,
passando da filantropia, que é a relação socialmente
compromissada da empresa com a comunidade, para
abranger todas as relações da empresa: com seus
funcionários, clientes, fornecedores, acionistas,
concorrentes, meio ambiente e organizações públicas e
estatais.” (NETO E FROES, 1999, p.79).
O papel da organização está além da filantropia, que corresponde a
dimensão inicial do exercício de responsabilidade social. A palavra que melhor
traduz as ações de filantrópicas, é ajuda, o empresário realiza doações para
entidades assistenciais e filantrópicas.
Em um segundo momento o conceito de responsabilidade social ganhou
maior amplitude. Surgiu a Segunda dimensão da responsabilidade social, as
ações sociais com a comunidade.
20No parecer de GRAJEW (2000) apud NETO e FROES (1999, p.79), o
objetivo é: assegurar o desempenho ético correto e o desempenho ambiental
adequado da organização, melhorar a qualidade de vida de seus funcionários
e dependentes, usar o poder e a relação da organização com seus
fornecedores e concorrentes para mobiliza-los a serem responsáveis,
implementar normas de respeito ao consumidor e mobiliza-lo para atos de
solidariedade, utilizar todos os espaços de comunicação para transmitir valores
e informações de interesse da comunidade, além de outras ações que a
organização socialmente responsável pode e deve implementar.
Com tal amplitude do conceito de responsabilidade social, a organização
baliza suas ações sociais em princípios e valores éticos e reforça suas
relações com seus funcionários e familiares, clientes, fornecedores, acionistas,
parceiros, governo, sociedade e comunidade.
Podemos afirmar que a responsabilidade social é o resultado de
questionamentos e críticas que as organizações receberam ao longo de
décadas, no campo da ética, econômico e principalmente social, decorrente da
postura adotada estritamente baseada em um política de mercado.
Percebe-se, que existe uma crescente conscientização, com o objetivo
que as organizações podem e devem assumir um papel mais amplo dentro da
sociedade.
Os conceitos citados fazem parte de um consenso, de tal maneira que a
responsabilidade social não está apenas na esfera filantrópica e caritativa,
raticada pela iniciativa privada, está direcionada a uma estratégia que busca
auto-sustentabilidade de longo prazo, objetivando resultado de bem estar a
sociedade de modo geral.
Desta forma, os objetivos organizacionais estão além dos aspectos
mensuráveis de emprego e fatores da produção, onde a organização é o
centro de tudo, ganahndo um novo conceito, onde a organização deve conciliar
os interesses do indivíduo, da sociedade e da natureza. O meio ambiente é
mais importante, e a organização, assim como outros agentes faz parte dele.
21
2.2 – Por que Ser Socialmente Responsável?
A responsabilidade social é vista como uma dívida que a organização
contrai ao longo do tempo com a sociedade e com a humanidade em geral. O
desempenho da organização depende da utilização de recursos naturais da
empresa, mas à sociedade. Sendo uma espécie de prestação de contas do
seu desempenho.
Segundo NETO e FROES (1999, p.78), afirmam que somente a
organização apoir o desenvolvimento da comunidade e preservar o meio
ambiente não são suficientes para atribuir a ela a condição de socialmente
responsável. E ainda estabelecem vetores da responsabilidade social de uma
organização: apoio ao desenvolvimento da comunidade onde atua,
preservação do meio ambiente, investimento no bem-estar dos funcionários e
seus dependentes e num ambiente de trabalho agradável, comunicações
transparentes, retorno aosacionistas, sinergia com os parceiros, satisfação dos
clientes e/ou consumidores.
Tais vetores são reponsáveis por diferenciarem o processo de simples
gestão empresarial, para o fortalecimento da dimensão social da organização.
Os recursos consumidos pela organização constituem “patrimônio da
humanidade”. Como reparação, a organização deve contribuir para a solução
dos problemas sociais.
Ashley (2003, p.7) cita o que Peter Druker chamou a atenção, para o
fato de que quanto mais bemsucedida a organização for no mercado, maior
será sua necessidade de ser socialmente responável, buscando diminuir os
problemas sociais.
Assim a responsabilidade social é um fator importante para a
sustentabilidade dos negócios a longo prazo, por estarem sincronizadas com
as novas dinâmicas que afetam tanto a sociedade quanto o mundo
empresarial.
No parecer de Ashley (2003, p.11), as organizações têm
responsabilidades direta e condições de abordar muitos problemas que afetam
asociedade. Diante desse enfoque acredita-se que as tarefas, técnicas e
22recursos empregados por organizações para atingir seus objetivos materiais
podem também estar voltados para a soluõ de problemas sociais.
As organizações devem Ter consciência e estabelecidas em sua visão,
que cada dia que passa as expectativas da sociedade, com relação a
demanda, com o papel social a ser realizado por seus responsáveis, é maior.
Ainda de acordo com Ashley (2003, p.11), a organização socialmente
responsável deve assumir uma postura proativa, ou seja, considerar de sua
responsabilidade a busca e implementação de soluções para os problemas
sociais.
Algumas considerações afirmam que há uma relação positiva entre o
comportamento socialmente responsável e o desempenho econômico da
organização. Justifica-se essa relação pela adoção de uma ação proativa por
parte da organização, conforme Ashley (2003, p.32), que busca oportunidades
geradas por uma: consciência ampla sobre as questões culturais, ambietais e
de gênero; antecipação, buscando ações, evitando regulação restritivas à ação
empresarial do governo; diversificação de seus produtos diante de seus
competidores menos responsáveis socialmente.
O conceito de problema social é apresentado por Neto e Froes (1999,
p.35): “um estado de carência de serviços sociais básicos que afeta um
determinado segmento populacional, residente numa determinada área com
características sociais, culturais, econômicas e demográficas bem definidas.”
Pode ser citado como o maior problema social, a desigualdade de
renda. De acordo com GINI (coefifiente usado para medir a desigualdade
scial), no Brasil com seu índice de aproximadamente 0,6, está bem próximo de
1 (quanto mais perto mais igual é o país), sendo superado apenas por Serra
Leoa, na Ádrica, conforme Neto e Froes (1999, p.35).
Podemos citar um elenco de problemas sociais, porém é necessário
priorizá-los, segundo as percepções do governo, organizações e sociedsde. No
caso de uma pesquisa diante do cenário nacional, alta prioridade para os
problemas sociais afetos ao desemprego, baixa qualidade da educação e da
saúde, altos índices de violência e pobreza.
23Portanto fica claro a necessidade da realização de programas e projetos
na área social, priorizando tais problemas sociais.
Além de ser uma forma de restituir da sociedade o que dela foi tirado, a
responsabilidade social está diretamente ligada a lucratividade. Várias
pesquisas apontam para um comportamento dos clientes em preferirem
rodutos e serviços de organizações que desenvolvam algum tipo de ação
social. Da mesma forma que funcionários, podendo escolher, preferem
trabalhar em empresas que desempenham ações sociais.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Ethos em 2001
apud Corullón e Medeiros (2002, p.34), verificou-se que o consumidor
brasileiro se sente atingido por muitas atitudes da organização, sem ligação
direta com a relação de consumo, onde 63% dos entrevistados consideram o
tratamento aos funcionários e a ética nos negócios o principal fator de
avaliação de uma organização, 51% criticam os que apresentam condutas
socialmente irresponsáveis, 30% recusaram-se a adquirir um produto ou
serviço dessas organizações e 16 % prestigiaram uma organização
socialmente responsável.
Diante da realidade atual de um mundo globalizado, podemos concluir
que ser socialmente responsável está além de realizar caridade, as ações são
realizadas porque devem ser realizadas.
O conceito de sensibilidade social é algo crescente a cada dia, onde a
organização deve responder aos stakeholders, levando em consideração mais
do que apenas os desejos e necessidades da firma. A avaliação das
necessidades dos stakeholders é um grande passo para a organização ser
socialmente responsável.
A ética e a responsabilidade social são condições básicas para manter
as organizações em um mercado globalizado, aumentando assim sua
competitividade, em um mercado onde ações organizacionais de qualquer
natureza são divulgadas instantaneamente.
2.3 – A Responsabilidade Social como Fator Competitivo
24
A responsabilidade social assumida de forma verdadeira e inteligente
pela organização, pode contribuir de foma decesiva para a sustentabilidade e
desempenho organizacional.
Esse processo se inicia com a melhoria da imagem da organização, que
antes considerada vilã, passa a se posicionar como empresa-cidadã, que
adota conceitos sociais e se compromete com a busca de soluções para os
problemas sociais da comunidade.
Desta forma a empresa-cidadã adquire um diferencial frente aos
concorrentes assumindo uma nova postura empresarial, que investe recursos
financeiros, humanos e tecnológicos em projetos comunitários.
Dependendo do resultado de seus projetos sociais, a empresa-cidadã
torna-se conhecida, há uma valorização de sua imagem institucional e da
marca, adquire maior confiança, lealdade e admiração por parte de seus
consumidores e seus funcionários sentem-se orgulhosos e motivados para
trabalhar, a organização consegue reter seus talentos. O governo torna-se
parceiro dessa organização em seus empreendimentos. Isso é resultado do
uso da cidadania empresarial como vantagem competitiva.
Pressupõe-se que para uma efetiva cidadania empresarial, é preciso
ocorrer uma disseminação dos valores socialmente responsáveis em toda a
organização, e que uma boa imagem não se sustentaria apenas sobe um dos
pilares da Responsabilidade Social. Grajew (2000) afirma que a
responsabilidade social deve ser tratada como uma filosofia empresarial. Ou
seja, que repassa todos os setores da organização, que deve se preocupar
com o grau de escolaridade de seus funcionários, as conseqüências que seus
produtos causam ao meio ambiente e toda a relação estabelecida entre a
organização e seus públicos.
De acordo com Neto e Froes (1999, p.96), são apresentados os
principais benefícios decorrentes das ações sociais das empresas, como:
ganhos de imagem corporativa; popularidade dos seus dirigentes; maior apoio,
lealdade, confiança, e melhor desempenho dos funcionários e parceiros;
25melhor relacionamente com governo e fornecedores, maior fidelidade dos
clientes atuais e possibilidades de conquista de novos clientes.
Uma ação social bem elaborada e conduzida, garante a qualquer
organização ua boa posição de destaque, é fator decisivo na auto preservação
empresairal, na visão de Neto e Froes (1999, p.97). Mas é imprescindível a
vinculação entre o investimento social e o negócio da empresa para um maior
reforço da sua imagem empresarial.
Quando os consumidores privilegiam a atitude da organização de
investir em ações sociais e no desempenho dessas ações obtém
reconhecimento público, ocorre o chamado retorno social institucional.
Retorno social é definido segundo Neto e Froes (1999, p.166), como:
“corresponde aos ganhos materiais e imateriais obtidos pela empresa
investidora que canaliza recursos para projetos sociais e ações comunitárias
de interesse da comunidade e do governo local.”
Os benefícios, são de toda ordem: econômico-financeiros, estratégicos,
éticos e motivacionais.
Podemos concuir que ser socialmente responsável é um ótimo negócio
quando a organização usa sua cidadania empresarial, que é resultado das
ações internas e externas de responsabilidade social desenvolvidas pela
organização, e toma real consciência de seus deveres perante a sociedade e
aqueles que direta ou indiretamente dela dependem.
Através da marca, de organização socialmente responsável, é capaz de
aumentar sua lucratividade e competitividade diante do mercado. natureza são
divulgadas instantaneamente. parte dele.
2.4 – As Duas Dimensões de Responsabilidade Social
O exercício da cidadania empresarial pressupõem uma atuação eficaz
da organização, em duas dimensões: a gestão da responsabilidade social
interna e a gestão da responsabilidade social externa.
26Com essa visão busca-se internacionalizar o respeito pelos outros e o dever
em promover o bem-estar. Envolvendo uma faixa maior de stakeholders,
além das relações de mercado, as externas ao ambiente de mercado, como
comunidades, grupos ambientalistas e agências governamentais. Os
princípios éticos e valres morais adotados no processo decisório são
universais.
2.4.1 – Gestão da Responsabilidade Social Interna
A responsabilidade social interna focaliza o público interno da
organização, seus funcionários e dependentes. Alguns organizações estendem
a sua rede de ações interna aos funcionários de empresas contratadas,
tercirizadas, fornecedores e parcerias.
No parecer de Neto e Froes (1999, p.85), o objetivo dessas ações é
incentiva-los para um desempenho ótimo, criar um ambiente de trabalho
agradável e contribuir para o seu bem-estar. Com tal ação a empresa ganha a
sua dediação, empenho e lealdade. Os ganhos de produtidade são enormes.
As ações de gestão interna de responsabilidade social se caracterizam
com os programas de contratação, seleção, treinamento e manutenção de
pessoal desenvolvidos pela organização em benefícios de seus funcionários,
assim como as programas de benefícios voltadas para a participação nos
resultados e atendimento aos dependentes.
Na visão de Neto e Froes (1999, p.87), as principais açoes
desenvolvidas pela organização deste tipo são: investimentos relacionados ao
bem-estar dos empregados e seus dependentes, como: programas de
remuneração e participação nos resultados, assistência médica, social
odontológica, alimentar e de transporte e também, investimentos na
qualificação dos empregados, como: programas internos de treinamento e
apactação e programas de financiamento de cursos externos, realizados por
seus funcionários com vistas a sua maior qualificação profissional e
escolaridade mínima.
27Os programas de educação são os que mais crescem neste segmento.
As organizações incentivam aos funcionários a concluírem seus estudos,
auxiliando na aquisição de livros e flexibilizando o horário em dias de provas e
elaboração de trabalhos. A organização com esse procedimento está
investindo nos seus futuros talentos.
Se a organização mantiver a gestão da responsabilidade social interna,
ou seja, tratar seus funcionários com preceitos éticos, respeitando seus valores
sociais, estes passarão a acreditar, apoiar, participar e se relacionar melhor
com a organização, além de atingirem um desempenho de excelência.
2.4.2 – Gestão da Responsabilidade Social Externa
A responsabilidade social externa corresponde ao desenvolvimento de
ações sociais empresariais em benefício da comunidade. Através de ações
sociais voltadas principalmente para as áreas de educação, saúde, assistência
social e ecologia. Visando um maior retorno social, de imagem, publicitário e
para os acionistas, de acordo com Neto e Froes (1999, p.89).
Os instrumentos de responsabilidade social externa são: doações,
parcerias, programas e projetos sociais, programas de voluntariado, dos quais
participam os funcionários, fornecedores e demais parceiros da organização.
Podemoas concluir que a cidadania empresarial plena ocorre somente
quando a organização assegura o bem-estar de seus funcionários e
dependentes e contribuir para o desenvolvimento da comunidade.
A organização socialmente responsável deve atuar em ambas as
dimensões, exercendo sua cidadania empresarial.
As ações sociais externas estão diretamente ligadas ao voluntariado
empresarial o Brasil. Em paralelo crescem o investimento social privado e as
ações voluntárias.
2.5 – Os Reflexos no Brasil
28No Brasil os princípios norteadores da responsabilidade social, são
doação de bens e serviços, doações financeiras, cessão de funcionários
especializados, voluntariado e filantropia que possui uma base fixada em
princípios religiosos de caridade.
De acodo com Corrullón e Filho (2002, p.34), a responsailidade social da
organização é moldada pelos seguintes fatores: exigências de consumidores e
investidores, espontâneos ou organizadas por grupos de pessão e com grande
alcance na mídia, a própria realidade social e ambiental, que será fator
determinante da atividade empresarial e também a necessidade de definir os
papéis do Estado e da organização.
Quanto a redefinição do papel do Estado e da organização, se deve a
globalização, é a redução do papel do “Estado Mínimo”, que de acordo com
Corrullón e Filho (2002), significa menos controles, menos amarras à atividade
econômica, menos regulamentações, mais liberdade para produzir e gerar
empregos e também menos investimentos sociais dos governos, fator que
contribui para a ampliação dos problemas. As organizações começam a reduzir
sua capacidade de absorver mão-de-obra, passando a exigir as habilidades
técnicas e conhecimento dos quais as pessoas não estão devidamente
preparadas.
O resultado de tudo isso é uma situação de miséria e violência, onde as
organizações, grandes detentoras de poder e do patrimônio de conhecimentos,
precisam atuar diretamente sobre realidade, ajudando a desarmar essa bomba
social que na verdade é uma ameaça a elas próprias.
Podemos concluir que essas idéias e novos conceitos têm chegando
muito rapidamente ao Brasil, especialmente nos últimos 10 anos. Muitas vezes
por força de uma competição internacional que transforma questões sociais ou
ambientais em barreira não tarifária.
A organzação socialmente responsável entende que seus
compromissos vão além dos interesses de sua cadeia produtiva. Além de zelar
pelos funcionários e clientes o empresariado passa a compreender seu
compromisso em contribuir para o bem-estar, qualidade de vida, preservação
do meio ambiente e desenvolvimento comunitário.
29A tendência é que o conceito de responsabilidade sacial, provavelmente
os critérios sejam mais ampliados ainda, conforme cresçam as exigências da
sociedade.
CAPÍTULO III
VOLUNTARIADO EMPRESARIAL
O estudo que se busca com o capítulo III – Voluntariado
Emprearial, tem como problema esclarecer o conceito de voluntariado
emprearial e explicar como se deve implementar um programa de voluntariado,
objetivando relacionar as práticas de voluntariado agindo de forma motivadora
no desempenho do público interno.
O capítulo foi aberto para que se possa responder o problema levando
inicialmente, relacionando as práticas de voluntariado implementadas pelas
organizações socialmente responsáveis, diretamente ligadas ao público interno
da organização. Além disso, pretende-se esclarecer a influência que o trabalho
voluntário exerce sobre a motivação dos funcionários.
3.1 – História do Voluntariado
30
A prática de voluntariado inspirado pela compaixão e solidariedade está
profundamente ligado à religiosidade brasileira. Conta a história que suas
origens podem ser encotradas nas Santas Casas, que são instituições
parcialmente movidas pelo trabalho voluntário.
O trabalho voluntário no Brasil existe há cinco séculos. Pesquisadores
indicam como o início dsta atividade a fundação da Santa Casa de Misericórdia
em Santos.
De acordo com Goldberg (2001, p.23), os movimentos religiosos
exercem até hoje uma grande influência no hábito do brasileiro exercer o
voluntariado. Podemos citar como exemplo, os judeus sempre articularam
ações de voluntariado, para acolher os membros das novas correntes de
imigração e por questões de justiça social. E também os evangélicos, que
entendem o auxílio à comunidade como um serviço a Deus.
Ainda conforme, Goldberg (2001, p.23), cita a psquisa “Doações e
trabalho voluntário no Brasil”, Leilah Landim e Maria Celi Scalon, que afirmam
“a não ser pela influência da participação religiosa, em tudo mais o perfil do
voluntário é o brasileiro médio, do cidadão comum”. São pessoas de diferentes
classes, níveis educacionais, idades e credos.
Um exercício de coleta de opiniões realizado com o pesquisa, constatou
que o trabalho voluntário já é encarado por mais de 75% dos entrevistados
como um exercício de cidadania, muito além de apenas caridade e
solidariedade, mas com o objetivo de ajudar a construir uma nova realidade
social.
Nas últimas décadas do século XX, o voluntariado passou a ganhar
maior expressão e visibilidade em função da crescente conscientização e
envolvimeto da sociedade diante dos problemas sociais que se intensificaram
e assumiram proporções insustentáveis. No parecer de Castro (2002, p.71) são
relacionados com questões como a pobreza, o desrespeito aos direitos, a
violência, a discriminação, o trabalho infantil, o trabalho escravo, a exploração
de crianças e adolescentes, entre outras mazelas sociais.
31As pessoas assumiram uma atitude mais presente e sensibilizada,
mostrando interesse em participar, principalmente as organizações.
Torna-se claro que o trabalho voluntário não é realizado somente por
caridade ou princípios religiosos, mas por uma questão de cidadania. Onde o
cidadão se torna participativo e solidário com as dificuldades sociais da
comunidade.
3.2 – Conceito de Voluntariado
O tema da responsabilidade social está contagiando o cenário
empresarial brasileiro. Um posicionamento socialmente responsável é um
diferencial competitivo que traz bons resultados. Além de financiar projetos de
interesse social, as organizações também incentivam seus executivos e
funcionários a doar tempo, trabalho e talento à viabilização dessas iniciativas.
No Brasil aumenta o número de organizações que exercem o
voluntariado empresarial, mas sem dúvida, existe ainda uma longa caminhada
a percorrer. As organizações de formas diferentes, estão incentivando o
enganjamento de seus funcionários em trabalhos voluntários.
No parecer de Cardoso (2002, p.23), o voluntariado tem sua origem do
encontro da solidariedade com a cidadania, deve cada vez mais ser parte de
um esforço nacional, com o objetivo de combater a exclusão social, seja da
forma que ela existir.
Goldberg (2001, p.24), conceitua voluntariado como: um conjunto de
ações realizadas por empresas para incentivar e apoiar o envolvimento dos
seus funcionários em atividades voluntárias. A expressão é para designar um
grupo de voluntários ligados diretamente a uma empresa, como funcionários
ou contratados, ou indiretamente, como familiares e dependentes.
De acordo com o conceito citado anteriormente, voluntariado possui
uma característica de trabalho em grupo, dessa forma as organizações
buscam incentivar seus funcionários, para que estes se envolvam com
atividades em instituições ou trabalhos comunitários.
A Declaração Mundial do Voluntariado, adota a seguinte definição:
32
“baseado numa escolha e motivação pessoal, livremente
assumda; È uma forma de cidadania ativa e o envolvimento
comunitário; É exercido em grupos, geralmente inseridos
em uma organização; Valoriza o potencial humano, a
qualidade de vida e a solidariedade; Dá respostas aos
grandes desafios que se coloca para a construção de um
mundo melhor e mais pacífico; Cotribui para a vitalidade
econômica, criando empregos e profissões.”
O desenvolvimento de programas de voluntários é uma opção
estratégica que gera benefícios para todas as partes envolvidas: organização,
funcionários, instituições e comunidade.
Um dos aspectos mais importantes é a possibilidade de transferir
competências, conhecimentos para alem dos muros da organização, e a troca
de experiências, os funcionários poderão aproveitar esse espaço para a
aprendizagem e a disseminação de propostas construtivas, que possam fazer
frente a expectativas que vão além do desenvolvimento profissional.
Em um texto Villela (2001, p.17), afirma que o voluntariado abre campo
para o exercício da criatividade em favor do próximo e para o fortalecimento
dos laços sociais.
Desta maneira, ele é uma iniciativa destinada a universalizar os mais
elementares direitos civis econômico, como a incorporar nos mercdos de
trabalho e consumidor quem deles não possui condições de ingressas; a
realizar equidade e justiça social um horizonte normativo com o objetivo de dar
sentido às nossas vidas e rumo à sociedade, e de proporcionar dignidade aos
indivíduos, permitindo-o atingir a cidadania, em todos os espaços de convívio
humano.
Ainda de acordo com Villela (2002, p.17), o voluntariado não é assim
como pode parecer altruísmo desinteressado, as sim sentimento de
responsabilidade social, alicerçado em pelo menos duas convicções: a
consciência de que o interesse público não consiste apenas em dever jurídico
33do Estado, sendo de obrigações que são as grandes detentoras de capital e
são verdadeiros núcleos humanos. E por outro lafo, a de que é possíel
humanizaro sistema econômico, com consciência de seu dever para com a
sociedade.
Está presente também, um carimbo ético e outro moral. O que significa
afirmar, que ele não é só um instrumento para o desenvolvimento de novas
idéias, cujo objetivo é o tratamento de minorias e setores marginalizados. É,
também, um canal de interlocução entre diferentes instâncias governamentais
e diferentes setores da sociedade civil.
Ainda conforme a visão de Villela (2002, p.17), o voluntariado é
igualmente, uma forma de articulação de instituições privadas e organizações
não-governamentais e de gestão eficiente, contínua e sustentável de recursos
doados pela comunidade sob a forma de investimento social. Sendo desta
maneira uma forma de superação do sofrimento humano causado por um
mundo que, ao fazer da economia e da acumulação obssessiva um fim em si
mesmo; e não um simples meio, corrói as bases da cooperação.
O voluntariado constitui um espaço que não pertence nem ao Estado
nem ao mercado. Sendo capaz de diferenciar o setor privado e o público.
Trata-se de um espaço dinâmico, que revela ações solidárias comuns para
superar a herança de exclusão.
3.3 – Ações espontâneas
Na maioria das organizações encontramos pessoas desenvolvendo
ações voluntárias espontâneas, é comum que seja em instituições religiosas ou
comunitárias. Ao falar sobre assunto, lembra-se de voluntários que se
dedicam a assistência social ou a educação.
Porém, voluntariado engloba um leque muito mais amplo de ações,
como: os cantores do coral da empresa; os que dão palestras sobre meio
ambiente, organizam coleta seletiva de lixo, fazem manifestações ecológicas;
os que integram a mutirões para construir a casa de um vizinho; os que
participam dos conselhos de saúde, ou de transporte, ou de segurança de
34seus bairros; os que fazem um abaixo-assinado de apoio, protesto, ou para
pedir providências às autoridades, na visão de Corullón e Filho (2002, p.63).
De acordo com Teodósio (2002, p.174), a intensa valorização que as
organizações brasileiras vêm dando ao trabalho voluntário, até como ponto
positivo nos currículos dos profissionais que se candidatam a cargos em seus
quadros, tem contribuído para modificar o perfil do voluntariado brasileiro, onde
cada vez mais jovens se interessam em exercer o trabalho voluntário. O
altruísmo e a dedicação espontânea do voluntariado têm se misturado cada
vez mais com interesses particulares de aperfeiçoamento de currículo e
vivência profissional.
Procuramos esclarecer o conceito de voluntário utilizado por algumas
organizações. Segundo a ONU, Organização das Nações Unidas, o voluntário
é definido como:
“Voluntário é o jovem ou adulto que, devidamente a seu
interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte de
seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas
de atividades, organizadas ou não de bem-estar social ou
outros campos.”
Para a Fundação Abrinq:
“Voluntário é ator social e agente de transformação, que
presta serviços não remunerados em benefício da
comunidade. Doando seu tempo e conhecimentos, realiza
um trabalho gerado pela energia de seu impulso solidário,
e atende não só as necessidades do próximo, como
também aos imperativos de uma causa. O voluntário
atende também suas principais motivações pessoais,
sejam elas de caráter religioso, cultural, filosófico, político
ou emocional.”
35Diante das definições apresentadas, concluísse que voluntário é aquele
que executa ações solidárias, de caridade, preocupação com a justiça social.
O apoio a essas ações espontâneas pode ser o ponto de partida para o
Programa de Voluntariado, que a organização pode fazer de algumas
maneiras, como: fornecendo o espaço adequado para que os voluntários se
reúnam, guardem seus materais, como produtos de coletas ou ainda permitir
que eles realizem campanhas internas, com o objetivo de mobilizar os colegas
em torno da causa são alguns exemplos. Assim como doação por parte das
organizações de recursos financeiros, para a costrução ou reforma de uma
instituição.
Esse apoio da organização será decisivo para o desenvolvimento
interno, dos laços de solidariedade e espírito cívico, motivando mais pessoas a
participarem das ações em benefício da comunidade.
O simples apoio as ações espontâneas, ainda não constitui um
programa de voluntariado, segundo Corrullón e Filho (2002, p.64), começa
quando a empresa decide tratar essa força solidária com os mesmos critérios
de eficiência que caracterizam o mundo dos negócios.
Podemos concluir que o voluntariado está deixando de ser encarado
como caridade, como um ato de filantropia, passando a contribuir para a
construção de uma autocrítica da sociedade, um entendimento dos direitos e
deveres do cidadão e da possibilidade de ações coletivas para assegurar o
bem comum e exercer a cidadania.
3.4 – Programa de voluntariado empresarial
Gerenciar o programa de voluntariado e basicamente dar suporte a um
conjunto de cidadãos dentro da oranização, unidos em torno de ideais.
Buscando contribuir para o desenvolvimento sustentável e o exercício da
justiça social.
Corullón e Filho (2002, p.43), apresentam a definição de programa de
voluntariado empresarial, segundo a Points of Light Foundation, a mais
importante instituição de voluntariado dos Estados Unidos: “é o apoio formal e
36organizado de uma empresa a empregados ou aposentados que desejem
servir, voluntariamente, uma comunidade, com seu tempo e habilidades.”
Conforme o conceito citado, podemos concluir que o programa de
voluntariado é um conjunto de ações orquestradas e sistemáticas que a
organização realiza com a finalidade de dar suporte ao voluntariado
empresarial.
O programa de voluntariado empresarial é uma rota estratégica que traz
ganhos tanto a organização, a sociedade e aos funcionários. De acordo com
Goldberg (2001, p.25), do lado social, permite reduzir os problemas que aflijam
a comunidade, resultando em melhoria na qualidade de vida, ajudando a
construir uma sociedade mais saudável e trabalhando em favor da
perpetuação das atividades da empresa. Já no âmbito dos negócios, os
programas de voluntariado empresarial auxiliam no desenvolvimento de
habilidades pessoais e profissionais, promovem a lealdade e satisfação com o
trabalho por parte dos funcionários e ajudam a atrair e reter talentos. Também
pode contribuir para a promoção da marca da organização.
Alinhar o programa de voluntariado com os valores, missão e objetivos
do negócio da organização é indispensável, assim passa a ser função
estratégica. Como, por exemplo, uma empresa de alimentos desenvolver um
programa voltado para educação alimentar. Ou alinhar aos objetivos do
negócio de outras formas, no parecer de Corullón e Filho (2002, p.49), ajudar a
atrair e manter os melhores profissionais no mercado, desenvolver
determinadas habilidades interiorizar conceitos nos funcionários, reforçar a
imagem da organização, conectá-la a públicos de seu interesse.
Ainda no parecer Corullón e Filho (2002, p.65): “Reforça a cultura
interna, amplia o alcance para a sociedade de suas operações e colabora para
a inserção da empresa nos vários segmentos de público de seu interesse.”
Surpreendentemente, para alguns autores, a maioria das organizações
não demostra preocupação em estabelecer relação entre o Programa de
Voluntariado e suas estratégias de negócio. Isso porque a expectativa de
retorno, descaracterizaria a ação, levando a perda de credibilidade.
37Para a elaboração do programa de voluntariado a organização deve:
realizar um diagnóstico participativo, identificando os funcionários que exercem
ações sociais, antes mesmo da organização desenvolver essa idéia, e montar
um “banco de talentos voluntários”, na visão de Teodósio (2002,p.178).
Em seguida deve-se reunir uma equipe de funcionários e formar o
primeiro comitê de trabalho. Sob a responsabilidade de identificar as
oportunidades e interesses de atuação voluntária e propor um plano de ação
que também leve em consideração as expectativas dos funcionários. Não se
pode esquecer de fazer um planejamento e definir todos os recursos,
financeiros e humanos, que serão necessários para que o programa de
voluntariado se desenvolva.
O próximo passo é divulgar amplamente na organização, podendo
estender aos fornecedores e parceiros, a proposta de formentar o voluntariado
lançado uma pesquisa junto aos funcionários, Anexo 1 ver p.50. Além de
oficializar as suas intenções na área, a pesquisa levantará as experiências pré-
existentes e os interesses do grupo, na visão de Goldberg (2001, p.39).
E também, buscar informações junto a comunidade, para se verificar
suas necessidades. Após a coleta de dados junto aos funcionários e a
comunidade, a organização precisa cruzar seus interesses, com os demais, e
elaborar seu programa de voluntariado.
Ao ser colocado em prática é indispensável gerenciar tudo que foi
previsto, reforçando as práticas de valorização, reconhecimnteo e
comunicação. Além de ser válido a troca de experiências com outras
organizações que também atuam no setor, auxiliando no crescimento do
programa de voluntariado.
Por fim, torna-se indispensável divulgar os dados do programa de
voluntariado de maneira acessível a todos os funcionários e às comunidades
envolvidas, adotando uma postura de melhoria contínua. Para que isso ocorra,
de acordo com Teodósio (2002, p.179), é importante “estar aberto ao
reconhecimento de erros no gerenciamento do projeo e às sugestões, sejam
elas vindas de quaisquer níveis profissionais e níveis hierárquicos da
empresa.”
38Pode-se perceber que os projetos de voluntariado necessitam de
“coerência”, quer seja na qualidade de vida da comunidade e qualidade de vida
dentro da organização privada.
Podemos concluir que o programa de voluntariado abre novas
perspectivas de crescimento para a orgnização, assim principalmente os
funcionários são favorecidos. Além de promover a marca e divulgar para a
sociedade o trabalho da organização, o programa faz com que todos os
funcionários, ao exercerem o trabalho voluntário, se aperfeiçoem
profissionalmente e mantenham contato direto com a comunidade, se
conhecem e se relacionarem melhor, evitando grandes resistência de ambas
as partes.
Para que as organizações não precisem se preocupar com eventuais
implicações trabalhistas decorrente do incentivo as ações voluntárias, em
fevereiro de 1998, o governo brasileiro sancionou a Lei nº9.608, ver Anexo 2
p.51, voluntário como atividade não-remunerada, que não gera vínculo
empregatício nem obrigação de natureza trabalhista, previdenciária ou afim.
A lei preconiza que o trabalho voluntário seja exercido mediante
assinatura do termo de adesão, ver Anexo 3 p.53, entre o voluntário e a
entidade em que ele vai trabalhar.
3.5 – O envolvimento dos funcionários
O programa de voluntariado depende da sensibilização dos funcionários
para o envolvimento e comprometimento com a proposta. Para isso, é
indispensável suporte da gestão de pessoas, pois dentre as diversas àreas da
organização, aparece com maiores possibilidades de troca com o programa.
Gerenciar esse programa é, essencialmente, administrar e dar orientação às
atividades a um grupo de cidadãos dentro da organização.
No parecer de Corullón e Filho (2002, p.49), os funcionários voluntários
são mais produtivos, segundo descrevem alguns estudos no exterior, e
afirmam que o simples fato de trabalhar em uma organização na qual é
possível realizar ações de interesse público já representa um estímulo
39profissional importante. As expectativas do trabalhador da era do
conhecimento não se limitam à remuneração. Sua satisfação, entre outros
itens, também se liga à relevância social do que faz e aos princípios da
organização onde trabalha.
Na decisão de exercer o trabalho voluntário, pesam muito os aspectos
de motivação e satisfação e, consequentemente, na melhoria do ambiente
interno. No parecer de Peliano (2001, p.29), do ponto de vista do
desenvolvimento e do fortalecimento de competências úteis à carreira dos
profissionais, o envolvimento social traz inúmeros outros benefícios, como, por
exemplo: o desenvolvimento da criatividade; a experiência no trato de
situações adversas (pobreza, recursos ecassos); maior conhecimento da
realidade social; aumento da sensibilidade nas relações humanas; aumento da
satisfação e da auto-estima, entre tantos outros que colaboram para a melhoria
do desempenho do profissional atuante na área social.
Entre as organizações que realizam investimento social para a
comunidade, é freqüente observar a preocupação com o envolvimento de seus
funcionários em ações sociais, e algumas vezes, o estímulo à participação por
meio de incentivos explícitos. Ainda segundo Peliano (2001, p.29), em estudo
feito junto as grandes organizações pesquisadas, 82% declaram que seus
empregados participam do desenvolvimento de ações de cunho social, e a
maioria (56%) pratica algum incentivo à participação dos empregados.
O apoio ao voluntariado dos funcionários acaba surgindo naturalmente,
como uma conseqüência do clima interno. Na verdade, estimular as ações
voluntárias tem o poder de levar o público interno a abraçar conceitos hoje
vitais para a organização, pois é a maneira mais completa de fazer com que
também os funcionários assumam a idéias de responsabildiade social.
De acordo com Corullón e Filho (2002, p.42), funcionários ainda pouco
imbuídos do sentido de responsabilidade social podem pôr a perder toda uma
política pacientemente contruída. Ações impensadas, por parte desses
funcionários, podem causar atritos com o consumidor ou com a comunidade.
Sendo uma das melhores maneiras de prevenir esses inconvenientes é
estimular os funcionários a se envolverem em campanhas ecológicas,
40movimentos de defesa do consumidor, atividades de apoio à comunidade, o
que tem um caráter educativo.
É fato que não existe responsabilidade social sem a participação do
público interno. São os funcionários que vão expressar na prática as atitudes
da organização, sejam elas responsáveis ou não. E, em última instância, isso
independe da posição que ocupem.
Os funcionários que participam do programa de voluntariado incorporam
o conceito de responsabilidade social. Tornando-se mais sensíveis e
igualmente bem-preparados, solidários e comprometidos com o
desenvolvimento social.
Em estudo de caso realizado pelo Ceats/USP (1999), envolvendo
funcionários de uma organização do ramo da moda, Corullón e Filho (2002,
p.50), apresentam algumas conclusões, como: quanto a satisfação, a
disponibilização por parte da organização foi apontada pelos voluntários como
um dos principais fatores que facilitam as ações. Porém, a satisfação adinda
do trabalho voluntário leva com que as pessoas gradativamente aumentem seu
envolvimento e passem a se dedicar até mesmo em seu tempo livre. Verificou-
se também, que participar do programa satisfaz a uma necessidade de
relacionaento interpessoal e integração do trabalho com as expectativas de
realização. Além de ajudar a melhorar as relações com familiares, colegas e
clientes; e o sentimento de “pertencer a um grupo” cria laços mais fortes de
identidade e cooperação, tanto em situações cotidianas como em momentos
de crise.
Na mesma pesquisa, quanto a ampliação de horizontes, verificou-se que
os voluntários ampliam seu leque de competências pessoais e profissionais,
através de capacitação, componentes do programa e da vivência de situações
reais, desenvolvendo habilidades de relacionamento e comunicação
interpessoal. Além do trabalho voluntário muitas vezes fazer emergir talentos e
potencialidades desconhecidos pela organização.
Podemos concluir que o programa de voluntariado pode ser colocado
como instrumento para o desenvolvimento de recursos humanos, orientando e
preparando equipes capazes de atuar, em todas as situações, com mais
41harmonia e sensibiliddade. Desta forma com funcionários satisfeitos e
motivados, a organização ganha em desempenho e produtividade. O
voluntariado enriquece a proposta da gestão de pessoas no sentido de
valorizar o conhecimento humano e qualidade nas relações.
CONCLUSÃO
42
Nos dias atuais, não é possível manter-se no ambiente empresarial
sem possuir uma imagem institucional voltada para a sociedade.
As organizações que desejam ser socialmente responsáveis precisam
abalizar suas ações em valores éticos e preceitos morais e atribuí-los nos seus
processos decisórios, além de reforçar seu relacionamento com fornecedores,
funcionários e dependentes, comunidade, governo e meio ambiente.
No entanto para ser considerada ética e socialmente responsável a
organização necessita mais que apenas cumprir as leis, respeitar o meio
ambiente e oferecer melhores condições a seus funcionários. Se faz
necessário que a organização se comprometa com a sociedade, de forma
integrada, buscando restituir o que dela foi tirado, para o desenvolvimento de
suas atividades, exercendo assim sua cidadania empresarial.
Já não existe espaço para a caridade empresarial, para aquela doação
feita pelos empresários sem qualquer compromisso. É necessário que as
organizações desenvolvam programas e projetos sociais que tenham
continuidade, objetivando o resgate da cidadania e promovendo o
desenvolvimento social.
Podemos concluir que a responsabilidade social é o resultado de
críticas que a organização sofreu ao longo de décadas no campo da ética,
econômico e principalmente social, por adotarem uma postura estritamente
baseada em uma política de mercado.
Ser socialmente responsável significa adquirir maior credibilidade e
confiabilidade no mercado, além de estar diretamente ligada a lucratividade,
afinal, vários clientes preferem adquirir produtos e serviços de organizações
que desenvolvam algum tipo de ação social.
O posicionamento ético e a responsabilidade social torna a
organização almejada pelos profissionais do mercado. E extremamente
respeitada por seus funcionários e fornecedores.
Além disso, alguns motivos podem ser citados para a importância da
responsabilidade social: a exclusão social no país, que acaba atingindo os
negócios da empresa, maior visibilidade das empresas; imagem institucional e
estabelecimento de um diferencial em relação às outras empresas; o
43investimento educacional que proporciona em médio e longo prazo uma maõ-
de-obra qualificada, de acordo com as exigências da economia global.
Uma das formas de se trabalhar essa responsabilidade social, que vem
sendo adaptada pelas organizações brasileiras, é por meio do incentivo de
seus funcionários para o desenvolvimento de ações voluntárias junto a
comunidade.
As organizações desenvolvem programas de voluntariado empresarial,
convidando seus funcionários a desenvolverem o trabalho voluntário, ou
aproveitando as ações que já são exercidas por eles.
O voluntariado passou a ganhar maior expressão e visibilidade em
função da crescente conscientização da sociedade diante os problemas
sociais. É encarado não mais como apenas um exercício de caridade e
solidariedade, mas com um exercício de cidadania, objetivando construir uma
nova realidade social.
O programa de voluntariado é uma excelente forma de desenvolver
ações sociamente responsáveis, e representa um forte aliado da gestão de
pessoas. Através do envolvimento dos funcionários, a organização é capaz de
descobrir talentos, e até mesmo desenvolver novas competências em seus
funcionários.
Os funcionários são as atitudes da organização perante a comunidade,
são eles que desempenham o trabalho voluntário. Desta forma é
imprescindível que estejam imbuídos no programa, caso contrário podem
colocar tudo a perder.
Existe uma troca entre o programa de voluntariado e a organização, os
funcionários se tornam um canal de comunicação entre a comunidade e a
organização, enquanto isso a gestão de pessoas ganha no desenvolvimento
de seus recursos humanos.
Os funcionários se tornam mais sensibilizados com a realidade social e
criativos, conseguindo desenvolver melhor as atividades dentro da
organização. Além de que, várias pesquisas comprovam que funcionários que
desempenham ações voluntárias de acordo com a organização em que
44trabalham, são mais produtivos e possuem orgulho de fazer parte de uma
organização socialmente responsável.
Assim o programa de voluntariado desenvolvido pelas organizações
socialmente responsáveis influenciam na motivação dos seus funcionários e o
reflexo disso é o ganho em produtividade e o desenvolvimento das
competências dos funcionários, que se tornam cidadãos conscientes de seus
direitos e deveres como membros da sociedade.
Se cada cidadão tomasse consciência de seus direitos e deveres para
com a sociedade, agindo com uma postura socialmente responsável e
buscando o aprendizado mútuo, certamente viveríamos em uma realidade
melhor, sem tantas desigualdades sociais.
45
BIBLIOGRAFIA
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46
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Futura, 2002.
ANEXOS
Índice de anexos
48Busando um melhor entendimento do estudo apresentado, segue
abaixo o índice de anexos, citados:
Anexo 1 >> Sugestão de questionário para pesquisa entre funcionários;
Anexo 2 >> Lei nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998;
Anexo 3 >> Exemplo de Termo de Adesão.
49
ANEXO 1
Lei nº9.608, de 18 de fevereiro de 1998
Dispõe sobre o serviço voluntário e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art 1º - Considera-se serviço voluntário, para fins desta Lei, a atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza ou instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive, mutualidade.
Parágrafo Único - O serviço voluntário não gera vínculo empregatício nem obrigação de natureza trabalhista, previdenciária ou afim.
Art 2º - O serviço voluntário será exercido mediante a celebração de termo de adesão entre a entidade, pública ou privada, e o prestador do serviço voluntário, dele devendo constar o objeto e as condições do seu exercício.
Art 3º - O prestador do serviço voluntário poderá ser ressarcido pelas despesas que comprovadamente realizar no desempenho das atividades voluntárias. Parágrafo Único:As despesas a serem ressarcidas deverão estar expressamente autorizadas pela entidade a que for prestado o serviço voluntário.
Art 4º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art 5º - Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 18 de fevereiro de 1998; 117º da Independência e 110º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Paulo Paiva
(Publicado no Diário Oficial da União de 19/02/1998)
50
ANEXO 2
Nome do(a) funcionário(a):___________________________________________Cargo: __________________________ Setor:____________________________Telefone: _________________________________________________________E-mail: ___________________________________________________________
1. Você participa ou já participou de algum trabalho voluntário?
. Sim . Não
Se positivo, indique:2. Nome da entidade ou do projeto no qual você está envolvido(a): __________________________________________________________________________
3. Atividade desenvolvida: ____________________________________________________________________________________________________________
4. Localização da entidade: ___________________________________________________________________________________________________________
5. Você tem interesse em ampliar a sua participação como voluntário(a)?
. Sim . Não
Se positivo, responda as próximas questões.
Se negativo, siga diretamente para a questão 10.
6. Em que área(s) de atuação você tem interesse em trabalhar?
. Educação
. Meio Ambiente
. Saúde
. Esporte
51
.Arte e Cultura
. Assistência Social
. Defesa de Direitos
. Outras. Quais: _________________________________________________
7. Com que público você gostaria de trabalhar?
. Crianças
. Adolescentes
. Adultos
. Idosos
. Portadores de deficiências
. Presidiários
. Outros. Quais: _________________________________________________
8. Relacionamos a seguir alguns tipos de trabalho voluntário para você indicar as opções que mais lhe despertam interesse:
. Atendimento direto ao público beneficiado
. Atividades de apoio, administrativas ou de manutenção
. Orientação e consultoria aos dirigentes do projeto ou entidade
. Participação em eventos, campanhas, mutirões
. Divulgação e arrecadação de fundos
. Outros. Quais: _________________________________________________
9. Em que horários você teria interesse de atuar como voluntário(a)?
Durante a semana, de segunda a sexta-feira:
. Manhã . Tarde . NoiteFins de semana:
. Manhã . Tarde . Noite
10. Faça alguns comentários e dê sugestões de como a empresa pode contribuir para apoiar e incentivar a prática voluntária de seus funcionários, dirigentes, familiares, exfuncionários e parceiros:__________________________________________________________________________________________
52__________________________________________________________________________________________________________________________________
ANEXO 3
TERMO DE ADESÃO AO SERVIÇO VOLUNTÁRIO
Considera-se Serviço Voluntário, para fins desta Lei, a atividade não
remunerada, prestada por pessoas física a entidade pública de qualquer
natureza, ou a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos
cívicos, cultural, educacional, (Art. 1º, Lei nº 9.608 – Lei do Serviço
Voluntário).
Parágrafo único: O Serviço Voluntário não gera vínculo empregatício, nem
obrigação de natureza trabalhista, previdenciária e afins.
Nome:_______________________________________________________________________________
Identidade: _________________________________ CPF: ______________________________
Endereço: ___________________________________________________________________________
Bairro: ________________________ CEP: ___________________ Telefone: _____________________
Tipo de serviço que o Voluntário vai prestar:
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
53____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
Instituição onde o Voluntário vai prestar o serviço:
Nome:
____________________________________________________________________________________
End:
______________________________________________________________________________
CGC: _________________________ Tel: ( ) _________________ Fax ( ) ______________
Declaro que estou ciente e aceito os termos da LEI DO SERVIÇO VOLUNTÁRIO, nº 9.0608, de 18 de
fevereiro de 1998.
Rio de Janeiro, _______ de ________________________________ de 20 _____
____________________________________________________________
Assinatura do Voluntário
______________________________________ ______________________________________
Nome do Responsável Assinatura do Responsável
______________________________________ ________________________________________Responsável pela Instituição (do Nacional,
da Região ou do Distrito)
Testemunhas: __________________________ ________________________________________
OBS – Este documentos tem 2 vias – 1 para o voluntário e 1 para a Instituição
Cargo
54
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
História da Ética 10
1.1 Ética x Moral 10
1.2 Ética Empresarial 13
1.3 Ética Empresarial em um Mercado Globalizado 15
CAPÍTULO II
Responsabilidade Social 17
2.1 Conceito de Responsabilidade social 17
2.2 Por que Ser Socialmente Responsável? 21
2.3 A Responsabilidade Social como Fator Competitivo 24
2.4 As Duas Dimensões da Responsabilidade Social 26
2.4.1 Gestão da Responsabilidade Social Interna 26
2.4.2 Gestão da Responsabilidade Social Externa 27
2.5 Os Reflexos no Brasil 28
CAPÍTULO III
Voluntariado Empresarial 30
3.1 História do Voluntariado 30
3.2 Conceito de Voluntariado 31
3.3 Ações Espontâneas 34
553.4 Programa de Voluntariado Empresarial 36
3.5 O Envolvimento dos Funcionários 39
CONCLUSÃO 43
BIBLIOGRAFIA 46
ANEXOS 49
ÍNDICE 55
FOLHA DE AVALIAÇÃO 57
56
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito: