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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATU-SENSO”
PROJETO VEZ MESTRE
PSICOMOTRICIDADE NA MELHORIA DA
COORDENAÇÃO MOTORA PARA O FUTEBOL
POR
FLORISVALDO GOMES DA HORA
Profª. Orientadora: Marceli Lopes
RIO DE JANEIRO
2006
2
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATU-SENSO”
PROJETO VEZ MESTRE
PSICOMOTRICIDADE NA MELHORIA DA
COORDENAÇÃO MOTORA PARA O FUTEBOL
Por: Florisvaldo Gomes da Hora
Orientação: Profª. Marceli Lopes
Apresentação de monografia à Universidade
Cândido Mendes, como condição prévia para a
conclusão do curso de Pós-graduação “Lato-
Sensu” em Psicomotricidade.
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, ao corpo
docente do Projeto “A vez do mestre”, a
professora orientadora Marceli Lopes e a
todos que direta ou indiretamente ajudaram
e se dedicaram para que este trabalho
pudesse ser realizado.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha esposa e a
minha filha pelo carinho e compreensão
despendida durante o tempo dedicado a
construção deste trabalho.
5
RESUMO
Acompanhando a trajetória da evolução do homem podemos observar
que a psicomotricidade sempre esteve presente em suas vidas, seja em função
dos gestos motores, sejam em função de sua relação com os outros do grupo.
Isto revela a riqueza de conhecimento que essa ciência pode nos dar, fazendo
com que o desenvolvimento infantil seja cada vez melhor orientado produzindo
crianças amplamente evoluídas nos gestos motores e pensamentos.
Deve ser levado em conta que psicomotricidade está relacionada a todas
as áreas do desenvolvimento da criança, ou seja, cognitivo, motor, afetivo,
social, moral, intelectual. Deste modo a visão simplista sobre a
psicomotricidade como elaboradora de movimentos, fica completamente
ultrapassada.
Pode ser visto ainda, que diversas atividades, como as “escolinhas
desportivas”, auxiliam no desenvolvimento psicomotor, promovendo o
amadurecimento da criança de uma forma tão natural quanto andar, correr,
saltar e arremessar.
Este fato acontece devido a grande participação das atividades lúdicas
nessas “escolinhas”, bem como, todo o trabalho para o desenvolvimento das
habilidades inerentes ao desporto escolhido preferencialmente pela criança.
Os gestos desportivos em geral, necessitam de treinamento para seu
aperfeiçoamento e exatamente dessa maneira é que acontece o
desenvolvimento psicomotor, pois além do movimento há também uma
6
interação afetiva, social e moral com os outros alunos do grupo, fazendo então
um trabalho desenvolvimento global da criança.
Desta forma, a prática do futebol através de seus educativos e de sua
natureza coletiva, pode contribuir de forma marcante para o desenvolvimento
da psicomotricidade de crianças de 6 a 10 anos.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 9
1 - PSICOMOTRICIDADE COMO ELEMENTO FACILITADOR DA
APRENDIZAGEM MOTORA NO FUTEBOL EM CRIANÇAS
DE 6 A 7 ANOS DE IDADE 14
1.1 – Origens e definição da psicomotricidade 14
1.2 – Desenvolvimento da psicomotricidade em crianças de 6 a 10 anos 21
1.2.1 – Etapas do desenvolvimento do esquema corporal 22
1.2.1.1 – Corpo vivido 22
1.2.1.2 – Conhecimento das partes do corpo 22
1.2.1.3 – Orientação espaço-corporal 23
1.2.1.4 – Organização espaço-corporal 23
1.2.1.5 – Lateralidade 24
1.2.2 – Desenvolvimento motor 24
1.2.3 – Desenvolvimento cognitivo 25
1.2.4 – Desenvolvimento social 27
1.2.5 – Desenvolvimento afetivo 28
2 – A PRÁTICA DO FUTEBOL E O DESENVOLVIMENTO DA
PSICOMOTRICIDADE 30
8
2.1 – Principais componentes psicomotores e valências físicas desenvolvidas no
futebol 30
2.2 – Psicomotricidade e o chute 33
2.2.1 – Atividades pedagógicas para o chute 35
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA 37
FOLHA DE AVALIAÇÃO 39
9
INTRODUÇÃO
Para cumprir os objetivos que se propõe este trabalho acadêmico, foram
utilizados diversos autores significativos para este estudo. Tendo como
referência estudos bibliográficos de grande expressão no cenário acadêmico,
para garantir o compromisso com a qualidade científica nesse estudo.
Esta pesquisa tem como objetivo proporcionar ao professor de educação
física um maior conhecimento sobre a psicomotricidade, utilizá-la como
elemento facilitador da aprendizagem, contribuindo para minimizar as
dificuldades na prática do futebol.
Assim, tendo em vista as inúmeras atividades extra-classe, o futebol
apresenta-se também como uma das atividades que exibe excelentes formas
de desenvolver a criança em função do seu caráter dinâmico. Esse dinamismo
inerente ao futebol mostra-se como um dos fatores que permite o
aprimoramento das ações motoras pelos gestos desportivos.
Contudo, durante a infância é descartada qualquer pretensão de
especialização desportiva, respeitando desta maneira a fase de brincar da
criança. Desta maneira observa-se que o futebol atualmente, nesta faixa etária,
insere-se em um contexto de educador motor, isto em função do caráter lúdico
introduzido, principalmente, nas escolinhas de futebol.
A especialização precoce pode provocar conseqüências prejudiciais ao
processo de desenvolvimento motor, principalmente, à fase de infância pela
qual todos passam, devido a fatores tais como uma formação desportiva
10
inadequada à educação motora da criança, o que pode acarretar a mesma
alguns inconvenientes físicos, psíquicos e sociais.
Sabe-se que o ato de brincar é prazeroso e motivador, pois a criança
através deste ato aprimora a ludicidade, socialização, cooperação, amizade.
Deste modo, as brincadeiras, os materiais utilizados e o espaço representam
para ela a hora mais importante de integração, vivências e trocas.
Aproveitar cada momento da brincadeira é fundamental e tem de ser
valorizado, pois brincado, a criança aprende e torna sua infância mágica onde
a cada experiência ela se desenvolve física, social e afetivamente.
Evidencia-se a preocupação com as crianças em se ter um espaço para
brincar, podendo desfrutar desse tempo de modo livre e proveitoso, cujo
espaço físico de um clube também é muito importante.
Winnicott (1975) diz que:
“O brincar é o fazer em si, um fazer querer tempo e
espaço próprio, um fazer que se constitui de
experiências culturais, que é universal e próprio da
saúde, porque facilita ao crescimento condiz aos
relacionamentos grupais, podendo ser uma forma de
comunicação consigo mesmo (a criança) e com
outros.” (WINNICOTT, 1975, p.63)
O futebol como um representante dos esportes coletivos, promove nas
crianças direta e indiretamente, a assimilação de informações, troca,
sentimento de grupo, união e companheirismo. Com isso, desenvolvendo a
criança de modo harmonioso.
11
Aucouturier (1989), afirmava que:
“Favorecer um desenvolvimento harmonioso da
criança é, antes de tudo dar-lhe a possibilidade de
existir, de torna-se uma pessoa única, é oferecer-
lhe, então, condições as mais favoráveis para
comunicar-se, expressar-se, criar e pensar.”
(AUCOUTURIER, 1989, p. 84)
Observa-se também que os desportos em geral, promovem nas crianças
um maior reconhecimento do seu esquema corporal, contribuindo para o
desenvolvimento psicomotor, contudo esse desenvolvimento deve respeitar
etapas de aprendizagem, assim como os da aprendizagem natural. (De MEUR
& STAES, 1991)
Atualmente observa-se inúmeras crianças com muitas dificuldades
motoras, mesmo sendo alunas de “escolinhas” de futebol. Então, surge um
importante questionamento a respeito da utilização da psicomotricidade pelo
professor de educação física, para reduzir essas dificuldades motoras na
prática do futebol.
Tendo em vista a grande procura da prática do futebol pelas crianças, fica
evidente uma preocupação com o desenvolvimento global destas. As crianças
que estão nesta faixa etária de 6 a10 anos, necessitam ter um momento de
brincadeira, onde expõem o que sentem, o que querem, seus desejos, suas
frustrações, enfim, todo o processo que estão passando, vivendo, buscando a
sua realização, construindo assim a sua infância.
12
A introdução à prática do futebol, parte do principio que as crianças
necessitam dessa hora de brincar, desse contato com um campo de futebol,
com seus colegas, com as brincadeiras, enfim, desse momento onde ela troca
experiências vivendo novas também.
Quando brinca a criança investiga o seu ambiente, mantendo assim
mais informada sobre si mesma, criando e resolvendo problemas. A criança
brinca para atender a sua necessidade bio-psicosocial, desenvolvendo todo o
seu potencial de energia.
O movimento é a essência da infância. Wicktrom (1977) de acordo com
Tani (1988) enfatiza onde existe vida, existe movimento e onde existe criança,
existe movimento quase perpétuo.
Durante essa faixa etária, o meio social da criança se expande
extraordinariamente aumentando assim, a interação do seu desenvolvimento
com o ambiente e com os outros, proporcionando a ela a confrontação com
novos problemas e desafios.
Assim é de fundamental importância se valorize esses momentos, pois
assim, irá proporcionar os alunos a construção da sua vida, onde as
brincadeiras introduzidas nas atividades desportivas podem ser também mais
caminho para essa estruturação e construção.
Este estudo tem como principais objetivos: proporcionar ao professor de
educação física um maior conhecimento da psicomotricidade, para utilizá-la
como elemento facilitador da aprendizagem, contribuindo para minimizar as
dificuldades na prática do futebol; destacar a aprendizagem como um fator
13
fundamental do desenvolvimento humano; definir a contribuição da
psicomotricidade no aprendizado das técnicas do futebol.
A questão norteadora dessa monografia é: O professor de educação
física com o uso da psicomotricidade promove melhoras nas habilidades
motoras dos alunos de futebol?
Para melhor responder esta pergunta o trabalho foi organizado da
seguinte maneira:
No capítulo I será realizada uma breve elucidação sobre os conceitos e
definição da psicomotricidade, apresentando os principais autores sobre o tema
e suas idéias. Ainda neste capítulo será abordado o desenvolvimento da
psicomotricidade em crianças de 6 a 10 anos, bem como, suas etapas.
Já no capítulo II será abordado os tipos de valências físicas utilizadas no
futebol e como esta prática desenvolve a parte psicomotora, tendo uma análise
psicomotora do fundamento “chute” e algumas atividades pedagógicas para o
aperfeiçoamento do mesmo.
14
CAPÍTULO I
PSICOMOTRICIDADE COMO ELEMENTO FACILITADOR
DA APRENDIZAGEM MOTORA NO FUTEBOL EM
CRIANÇAS DE 6 A 7 ANOS DE IDADE
1.1 – Origens e definição da psicomotricidade
O termo psicomotricidade apareceu pela primeira vez com Dupré em
1920, significando um entrelaçamento entre o movimento e o pensamento.
Desde 1909, ele já chamava a atenção de seus alunos sobre o desequilíbrio
motor, denominando o quadro de “debilidade motriz”. Verificou que existia uma
estreita relação entre as anomalias psicológicas e as anomalias motrizes, o que
levou a formular o termo psicomotricidade. (OLIVEIRA, 1997, p. 19)
Aristóteles (A política) já anunciava um primórdio de pensamento
psicomotor quando analisou a função da ginástica para um melhor
desenvolvimento do espírito. Afirmava que o homem era constituído de corpo e
alma, e que esta deveria comandar. Na procriação o corpo se coloca primeiro e
deve “obediência ao espírito da parte afetiva à inteligência e á razão”.
15
Muito se tem escrito sobre o significado e importância da
psicomotricidade, em função disso muitos autores contribuíram de forma
marcante para o desenvolvimento deste tema. Desta maneira é de fundamental
importância o conhecimento dos maiores estudiosos sobre este assunto.
Merleu-Ponty (1971), numa visão muito própria, ultrapassa a divisão
dualista entre corpo e mente. Para ele o homem é uma realidade corporal, ele
é seu corpo, denominado por ele como “subjetividade encarnada”. Diz ainda
que: “é na ação que a espacialidade do corpo se completa e a análise do
movimento próprio deve permitir-nos compreendê-la melhor”. (MERLEU-
PONTY, 1971, p.113 apud OLIVEIRA, 1997, p. 49)
Harrow (1972) faz uma análise sobre o homem primitivo ressaltando como
desafio de sua sobrevivência estava ligado ao desenvolvimento psicomotor. As
atividades básicas consistiam e caça, pesca e colheita de alimentos e, para
isto, os objetivos psicomotores eram essenciais para a continuação da
existência em grupo. Necessitavam de agilidade, força, velocidade,
coordenação.
Hoje também o homem necessita dessas habilidades, embora tenha
aperfeiçoado mais para uma melhor adaptação ao meio que vive. Necessita ter
um bom domínio corporal, boa percepção auditiva e visual, uma lateralização
bem definida, faculdade de simbolização, orientação espaço-temporal, poder
de concentração, percepção de forma, tamanha, número, domínio dos
diferentes comandos psicomotores como coordenação fina e global e equilíbrio.
16
Este autor cita ainda os sete movimentos ou modelos básicos do
movimento inerentes ao homem que são: correr, saltar, escalar, levantar peso,
carregar (sentido de transportar), pendurar e arremessar.
Piaget (1987), estudando as estruturas cognitivas, descreve a importância
do período sensório-motor e da motricidade, principalmente antes da aquisição
da linguagem, no desenvolvimento da inteligência. Mostra ainda que o
desenvolvimento mental se constrói paulatinamente, dizendo que: “é uma
equilibração progressiva, uma passagem contínua, de um estado de menor
equilíbrio para um estado de equilíbrio superior”. Diz ainda que o equilíbrio é:
“uma compensação, uma atividade, uma resposta do sujeito frente a
perturbações exteriores ou interiores”. (PIAGET, 1987 apud OLIVEIRA, 1997,
p.51)
A inteligência, portanto, é uma adaptação ao meio-ambiente, e, para que
isso possa ocorrer, necessita inicialmente da manipulação pelo indivíduo dos
objetos do meio com a modificação dos reflexos primários.
Wallon (1979), um dos pioneiros no estudo da psicomotricidade, salienta
a importância do aspecto afetivo como anterior a qualquer tipo de
comportamento. Existe, para ele, uma evolução tônica e corporal chamada de
diálogo corporal e que constitui “o prelúdio da comunicação verbal”. Para ele
este diálogo corporal é fundamental na gênese psicomotora, pois a ação
desempenha o papel fundamental de estruturação cortical e está na base da
representação.
17
O movimento, portanto, assume uma grande significação. Inicialmente a
criança apresenta uma “agitação orgânica e uma hipertonicidade global”,
ocasionando uma relação com meio ambiente de forma difusa e
desorganizada. Pouco a pouco, começa a se expressar através dos gestos que
estão ligados à esfera afetiva e que são, portanto, o escape das emoções
vividas. Este mundo das emoções dará origem ao mundo da representação. O
movimento como um elemento básico de reflexão humana, parece depois,
como fundamento sócio-cultural e dependente de um “contexto histórico e
dialético”.
Wallon (1979) afirma que: “sempre uma ação motriz que regula o
aparecimento e o desenvolvimento das formações mentais”. Na evolução da
criança, portanto, estão relacionadas a motricidade, a afetividade e a
inteligência.
Pode ser observado que Wallon in Oliveira (1997) expressa em duas
frases todo o seu pensamento sobre o movimento.
“Movimento (ação), pensamento e linguagem são uma unidade
inseparável. O movimento é o pensamento em ato, e o pensamento é o
movimento sem ato”. (WALLON apud OLIVEIRA, 1997, p.53)
Ajuriaguerra (1980) afirma que: “é um erro estudar a psicomotricidade
apenas sob o plano motor, dedicando-se exclusivamente ao estudo de um
“homem motor”. Isto conduziria a considerar a motricidade como uma simples
função instrumental de valor puramente efetuador e dependente da
mobilização de sistemas por uma força e eles, quer seja exterior ou interior ao
18
indivíduo, despersonalizando, assim, completamente a função motora”.
(AJURIAGUERRA, 1980 apud OLIVEIRA, 1997, p. 54)
Ele faz uma comparação entre a evolução da criança e a evolução da
sensório-motricidade:
“É pela motricidade e pela visão que a criança
descobre o mundo dos objetos, e é manipulando-os
que ela redescobre o mundo; porém, esta
descoberta a partir dos objetos só será
verdadeiramente frutífera quando a criança for capaz
de segurar e de largar, quando ela tiver adquirido a
noção de distância entre ela e o objeto que ela
manipula, quando o objeto não fizer mais parte de
sua simples atividade corporal indiferenciada”.
(AJURIAGUIRRE, 1980, p. 210, apud OLIVEIRA,
1997, p. 54)
Defontaine (1980) declara que só poderemos entender a psicomotricidade
através da triangulação corpo, espaço, tempo.
O autor define os dois componentes da palavra; psico significando os
elementos do espírito sensitivo, e motricidade traduzindo-se pelo movimento,
pela mudança no espaço e função do tempo e em relação a um sistema de
referência.
19
Fonseca (1988) afirma que se deve tenta evitar uma análise desse tipo
para evitar cair no erro de enxergar dois componentes distintos: o psíquico e o
motor, pois ambos são a mesma coisa. Então confirmando sua posição
declara:
“Defendemos através da nossa concepção
psicopedagógica, a inseparabilidade do movimento e
da vida mental (do ato ao pensamento), estruturas
que representam o resultado das experiências
adquiridas, traduzidas numa evolução progressiva
da inteligência, só possível por uma motricidade
cada vez mais organizada e conscientizada”.
(FONSECA, 1988, p. 332, apud OLIVEIRA, 1997, p.
56)
Ele vê o movimento como realização intencional, como expressão da
personalidade e que, portanto, deve ser observado não tanto por aquilo que se
vê e se executa, mas também por aquilo que representa e origina
Este autor diz ainda:
“A psicomotricidade não é exclusiva de um novo
método, ou de uma nova “escola” ou de uma
“corrente” de pensamento, nem constitui uma
técnica, um processo, mas visa fins educativos pelo
emprego do movimento humano”. (FONSECA, 1988,
p. 332, apud OLIVEIRA, 1997, p. 56)
20
Le Boulch (1984a) também acredita que a psicomotricidade deve ter a
sua própria identidade, e não relacionar necessariamente seus métodos a uma
outra corrente. Ele afirma que a psicomotricidade recebe contribuições da
psicanálise, no tocante à importância do afeto no desenvolvimento e da
concepção comportamental, no sentido de valorizar o instrumento para um
maior desempenho do indivíduo.
O autor ainda apresenta o objetivo da educação psicomotora pela
comissão de renovação pedagógica da França:
“A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de
base na escola primária. Ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares;
leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no
espaço, a dominar seu tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus
gestos e movimentos. A educação psicomotora deve ser praticada desde mais
tenra idade; conduzida com perseverança, permite prevenir inadaptações
difíceis de corrigir quando já estruturadas...”. (LE BOULCH 1984a, p. 21-25
apud OLIVEIRA, 1997, p. 57 )
Lapierre (1986) apresenta a mesma posição de Le Boulch quando afirma
que a educação psicomotora deve ser uma formação de base indispensável a
toda a criança.
Em sua visão a psicomotricidade se propõe a permitir ao homem “sentir-
se bem na sua pele”, permitir que se assuma como realidade corporal,
possibilitando-lhe a livre expressão do seu ser. Não se pretende considerá-la
como uma “panacéia” que vá resolver todos os problemas encontrados em
21
qualquer atividade ministrada à criança, seja em sala de aula ou em qualquer
iniciação desportiva, musical, teatral.
O indivíduo não é feito de uma só vez, mas constrói, paulatinamente,
através da interação com o meio e de suas próprias realizações e a
psicomotricidade desempenha aí um papel fundamental. O movimento como
visto anteriormente é um suporte que ajuda a criança adquirir o conhecimento
do mundo que a rodeia através de seu corpo, de suas percepções e
sensações.
1.2 – Desenvolvimento da psicomotricidade na criança de 6 a
10 anos
Wallon (1968) in De Meur & Staes (1991), discutindo sobre a formação do
esquema corporal diz: “O esquema corporal é um elemento básico
indispensável para formação da personalidade da criança. É a representação
relativamente global, científica e diferenciada que a criança tem do seu próprio
corpo.” (WALLON, 1968, apud DE MEUR & STAES, 1991, p. 9)
Segundo FAW (1981) in De Meur & Staes (1991) esse período
caracteriza-se como um processo de cristalização, pois a criança se
desenvolve mais lentamente, de maneira uniforme, proporcionando assim,
suas características futuras.
Nesse período além de receber informações oriundas de sua família, do
seu meio, a criança passa a receber também informações da escola, clubes ou
22
qualquer meio onde haja interação com outras crianças. Assim esses meios
desempenharão um importante papel nos processos de desenvolvimento,
contribuindo para o seu desenvolvimento.
Desse modo tanto as atividades desportivas como as atividades escolares
serão meios para o desenvolvimento das habilidades cognitivas, motoras,
sociais e afetivas que possam acontecer.
1.2.1 – Etapas do desenvolvimento do esquema corporal
1.2.1.1 – Corpo vivido
Na primeira etapa do deste desenvolvimento, onde alguns autores
chamam de corpo vivido, a criança faz diversos exercícios motores e forma de
jogo. Esses exercícios passam da atividade espontânea da criança para uma
atividade integrada, onde vai responder a dados verbais (ande, corra, pule).
(DE MEUR & STAES, 1991, p. 13)
1.2.1.2 – Conhecimento das partes do corpo
Após a percepção global vem a etapa da tomada de consciência de cada
segmento corporal. Esta se realiza de forma interna, (sentindo cada parte do
23
corpo), e externa (vendo cada segmento em espelho, em outra criança ou em
uma figura). (DE MEUR & STAES, 1991, p. 14)
1.2.1.3 – Orientação espaço-corporal
Após o conhecimento das partes do corpo, a criança passa por um
trabalho sensorial mais elaborado; à associação dos componentes corporais
aos diversos objetos da vida cotidiana; a um conhecimento mais analítico do
espaço dos gestos (isto é, das diferentes posições que fazemos cada parte do
corpo tomar). Nesta fase a criança se baseia em tomada de posições diversas
e não em movimentos. Portanto a marcação de um tempo de parada faz com
que a criança sinta a posição em que ela está tomando.
1.2.1.4 – Organização espaço-corporal
Nesta etapa a criança exercita todas as possibilidades corporais. Ela
conhece todas as partes do corpo, a disposição e as posições. Movimenta-se
de forma analítica, chagando a um domínio corporal através de exercícios de
coordenação, equilíbrio, inibição e destreza. Outra forma de movimentação é a
sintética, onde a criança prevê e adapta os seus movimentos em função do
objetivo a ser alcançado; De outra maneira ela também expressa por
intermédio de seu corpo uma ação, um sentimento, uma emoção.
24
1.2.1.5 – Lateralidade
Durante o crescimento, naturalmente se define a dominância lateral na
criança: será mais forte, mais ágil do lado direito ou do lado esquerdo. A
lateralidade corresponde a dados neurológicos, mas também é influenciada por
certos hábitos sociais.
È muito comum ocorrer confusão entre os termos lateralidade (domínio de
um lado em relação ao outro), nível de força e da precisão e conhecimento
“direito-esquerda” (“domínio dos termos “direito” e esquerda”).
O conhecimento “direito-esquerda” faz parte da estruturação espacial por
referir-se à situação dos seres e das coisas, mas está de tal forma vinculada à
noção de dominância lateral que colocamos essa aprendizagem imediatamente
após a da lateralidade.
1.2.2 – Desenvolvimento motor
O desenvolvimento motor está relacionado às mudanças ocorridas nas
crianças, suas relações e interações vivenciadas em seu meio.
Gallahue (1982), in Böhme (1986) diz:
“Desenvolvimento motor é primariamente referido às mudanças ocorridas
no desempenho motor obtidas pelo indivíduo em relação aos aspectos de
comportamento e controle motores, através da interação dos processos de
25
maturação e experiências vivenciadas no seu meio ambiente.” (GALLAHUE
1982, apud BöHME 1986, p. 56)
Assim, esse processo pode ser avaliado através da observação da
mudança de comportamento de movimentos da criança.
Para Gallahue (1982) in Böhme (1986), o processo de desenvolvimento
motor é dividido em quatro fases: movimentos reflexos (útero a um ano),
movimentos rudimentares ( zero a dois anos), movimentos fundamentais ( dois
a 7 anos) e movimentos relacionados com o esporte (7 anos em diante).
Nesta pesquisa a fase dos movimentos relacionados com o esporte é a
que atende a faixa etária de 6 a 10 anos, sendo marcada por uma etapa de
aprimoramento dos movimentos fundamentais onde as habilidades motoras
são refinadas combinadas e elaboradas, tornando a criança significativamente
mais independente.
1.2.3 – Desenvolvimento cognitivo
A teoria de Piaget é uma das mais utilizadas para explicar esse
desenvolvimento. Bee (1984) citando Piaget, as crianças de diferentes idades
têm formas diferentes e únicas de chegar à solução de problemas.
Assim, o desenvolvimento parte de pressupostos, onde a criança já nasce
com certas estratégias para interagir com o ambiente e assim se desenvolver,
buscando novos caminhos, explorações e seqüências.
26
Para Piaget in Bee (1984), o meio ambiente exerce importante papel no
desenvolvimento da criança, onde cita que “a criança precisa de “alimento para
o pensamento” da mesma forma que o corpo precisa de alimento para crescer”.
(BEE, 1984, p. 42)
Assim em sua teoria, Piaget dividiu em estágios do desenvolvimento em:
sensório-motor (nascimento até dois anos), pré-operatório (dois a seis anos),
operatório-concreto (seis a 12 anos) e operatório formal (12 anos em diante).
Nesta pesquisa o estágio operatório-concreto é o que mais atende a faixa
etária estudada, sendo importante por marcar uma mudança significativa no
pensamento da criança. Nesse estágio, ela adquire novos esquemas internos
(operações) e é capaz de relacionar-se indutivamente. Porém ainda está ligado
ao concreto, sendo difícil operar com princípios abstratos ou imaginar coisas
que nunca experimentou.
De acordo com Rappaport (1982): “A criança torna-se consciente do
conteúdo dos seus pensamentos, isto é, orna-se capaz de pensar seus
próprios pensamentos e neste sentido pode-se comparar-se aos demais”.
(RAPPAPORT, 1982, p. 47)
27
1.2.4 – Desenvolvimento social
A criança desde a idade inicial se interessa pelos companheiros da
mesma idade, embora nos primeiros anos de vida esteja mais voltada para
interações com os adultos.
A idade escolar (6 a 10 anos) é maçada pela passagem do egocentrismo
e para o altruísmo, onde brincar, o interesse pelo companheiro, a rivalidade
entre meninos e meninas aumentam sensivelmente.
Segundo Rappaport (1982):
“[...] o processo de socialização é contínuo e
integrado. Os aspectos da personalidade que se
desenvolvem no contato com os pais na infância
inicial servirão de substrato para uma interação
social adequada no grupo de companheiros, durante
a idade escolar, terão uma influência duradoura em
toda a interação social posterior”. (RAPPAPORT,
1982, p. 98)
Nessa faixa etária é comum que os grupos sociais sejam organizados de
acordo com o sexo, ou seja, meninos brincam com os meninos e as meninas
brincam com as meninas. Assim, a escola torna-se um meio para esse
desenvolvimento, proporcionando à criança tomada de iniciativa, realizações
concretas e responsabilidades.
28
Segundo Le Boulch (1987):
“[...] a socialização não consiste em ajustar as
condutas humanas às normas sociais e à realidade
social que é às vezes exercida sob a forma de
modas. A socialização, portanto, não é obtida a
partir de atividades especialmente escolhidas, que
teriam por virtude integra o indivíduo a tal ou qual
grupo social”. (LE BOULCH, 1987, p. 37)
1.2.5 – Desenvolvimento Afetivo
Segundo Freire (1994):
“A atividade é o território dos sentimentos, das paixões, das emoções por
onde transitam medo, sofrimento, interesse e alegria”. (FREIRE, 1994, p. 170)
Assim, nessa faixa etária de 6 a 10 anos, a criança quando brinca e forma
seus grupos, podem apresentar a situação vivida, sendo que, cada uma o
demonstrará de maneira diferente.
Freud refere-se a essa etapa como o período de latência, onde a energia
libidinal do indivíduo não se acha a qualquer determinada parte do corpo,
permanecendo dormente até a chegada da adolescência. Esse período
caracteriza-se também segundo Rappaport (1982), por marcar as primeiras
saídas reais para o grupo social fora de casa.
29
Oliveira (1997) afirma que:
“A brincadeira favorece o equilíbrio afetivo da criança e contribui para o
processo de apropriação dos signos sociais. Ela cria condições para uma
transformação significativa da consciência infantil, por exigir das crianças
formas mais complexa de relacionamento com o mundo”. (OLIVEIRA, 1997, p.
144)
30
CAPÍTULO II
A PRÁTICA DO FUTEBOL E O DESENVOLVIMENTO DA
PSICOMOTRICIDADE
2.1 – Principais componentes psicomotores e valências físicas
desenvolvidas no futebol.
É conceitual que para um desenvolvimento em qualquer desporto, é
fundamental o aprimoramento das valências físicas referentes a ele. Porém
existem ainda dois componentes psicomotores que são muito trabalhados
dentro das atividades desportivas, são elas: espaço/tempo e a lateralidade.
Espaço/tempo
Segundo Piaget (1987) in Oliveira (1997):
“O tempo é a coordenação dos movimentos: quer se trate dos
deslocamentos físicos ou movimentos no espaço, quer se trate destes
movimentos internos que são as ações simplesmente esboçadas antecipadas
31
ou reconstituídas pela memória, mas cujo desfecho e objetivo final é também
espacial.” (PIAGET, 1987 apud OLIVEIRA, 1997, p. 51)
Lateralidade
Sabe-se que a lateralidade é a propensão do ser humano possui de
utilizar preferencialmente mais um lado do que outro, onde esta expõem-se em
três níveis: mão, olho, pé.
Valências físicas
Por outro lado, pode-se observar que a prática do futebol auxilia o
desenvolvimento de muitas valências físicas, que são fundamentais para o
amadurecimento psicomotor das crianças, tais como:
Equilíbrio – Segundo Tubino (1989):
“Equilíbrio é uma qualidade física conseguida por uma combinação de
ações musculares cm o propósito de assumir e sustentar o corpo sobre uma
base, contra lei da gravidade”. (TUBINO 1989, p.181-201)
Agilidade – Tubino (1989) cita que:
“Agilidade é a qualidade física que permite a mudança de posição do
corpo no menor tempo possível”. (TUBINO 1989, p.181-201)
32
Ritmo – Tubino (1989) afirma que:
“Ritmo é a qualidade física explicada por um encadeamento dinâmico-
energético, uma mudança de tensão e de repouso, em fim uma variação
regular de com competições periódicas”. (TUBINO 1989, p.181-201)
Coordenação viso-motora – Tubino (1989) mostra que:
“É a qualidade física que permite ao homem assumir a consciência e
execução, levando-o a uma integração progressiva de aquisições favorecendo-
o a uma ação ótima dos diversos grupos musculares na realização de
seqüência de movimentos com o máximo de eficiência e economia”. (TUBINO
1989, p.181-201)
Força – Da mesma maneira Tubino (1989) revela que:
“Força é a qualidade física que permite um músculo ou um grupo de
músculos produzirem uma tensão e vencer uma resistência na ação de
empurrar, tracionar ou elevar”. (TUBINO 1989, p.181-201)
Com esses componentes tanto psicomotores quanto as valências físicas
requerem um treinamento contínuo para chegar a um bom nível de habilidade
motora e técnica.
Para que seja observda a grande participação da psicomotricidade na
prática do futebol, serão tomados como exemplo, dois fundamentos básicos
deste desporto, como o chute, e será feito então uma análise minuciosa dos
componentes psicomotores, principalmente, e das valências físicas atuantes.
33
2.2 – Psicomotricidade e o Chute
Observa-se que muitos autores definem o chute como uma ação de
golpear a bola tendo como objetivo desviar sua trajetória, estando ela parada
ou em movimento. Contudo, outros estudiosos no tema afirmam que o passe
também tem o mesmo princípio do chute, todavia, intensidade diferente.
O chute pode ser realizado de várias maneiras, dependendo da situação
em que o jogador se encontra e/ou habilidade que este possui. O ato de chutar
pode ser feito: parte interna ou externa do pé, dorso do pé, de bico e de
calcanhar. Todavia existem alguns autores que apresentam o cabeceio como
forma de chute.
Durante a realização do chute o indivíduo deve apresentar uma boa
interação Espaço/Tempo, pois isso traria uma execução perfeita do movimento.
Um exemplo é que se houver um espaço pequeno espaço e o tempo mais
rápido que o normal, certamente o chute era defeituoso.
A lateralidade durante o chute é imprescindível, pois para uma perfeita
execução será utilizado o pé dominante e o outro lado do corpo servirá para
realizar o equilíbrio. Não pode ser esquecido que mesmo durante o chute será
realizado os três tipos de equilíbrio:
Dinâmico – conseguido durante o movimento.
Estático – conseguido em uma determinada posição.
Recuperado – recuperação do equilíbrio após estar em qualquer posição.
34
A agilidade é uma valência física muito importante devido sua
contribuição para tomada de decisão mais rápida, onde o indivíduo tem a
capacidade de mudar de posição no menor tempo possível. Isto pode ser
evidenciado quando um jogador está de costas para o gol e vira-se
rapidamente para chutar.
O ritmo para o futebol é também outra valência muito importante, porque
ele é quem dita o momento de chutar. Observa-se também que o ritmo tem
uma enorme contribuição na cadência das passadas durante a corrida, e
também, sobre o momento de saltar para cabecear a bola.
A coordenação viso-motora é uma valência que faz com que o jogador
não perca tempo olhando para o alvo, estando essa valência apurada ele pode
observar os detalhes em fração segundos sem perder sua precisão de
movimento. Um detalhe importante é que essa coordenação não deve ser
objetivada como pare de um treinamento específico, durante a fase da
realização dos educativos técnico-táticos ela será desenvolvida.
A força será imprescindível para que haja uma boa execução do chute,
mas não pode ser esquecido que ela está intimamente ligada à precisão e que
ambos devem ser calculados no momento da ação.
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2.2.1 – Atividades pedagógicas para o chute.
Serão observadas a seguir algumas atividades educativas para melhoria
da execução do chute, onde será visto a importância dos componentes físicos
e psicomotores citados anteriormente.
Os alunos ficam perfilados sob forma de estafeta, driblam um obstáculo e
chutam para o gol sempre utilizando ambas as pernas. Foram utilizados
principalmente nesse educativo: equilíbrio, coordenação, ritmo, força e
aprimoramento da bilateralidade.
O treinador posiciona-se atrás da baliza e faz um lançamento alto, onde o
aluno deve dominar a bola no peito e chutar a gol. Neste trabalho o equilíbrio,
agilidade e a força foram mais solicitados.
Os alunos em coluna dupla driblam o obstáculo trocando passes com o
companheiro da outra coluna, recebendo a bola para chutar a gol. Neste
educativo a lateralidade, o ritmo e a força foram preponderantes.
Várias bolas serão colocadas sobre a linha da grande área, então os
alunos deverão dar a volta pelo cone e chutar em direção ao gol, voltando em
seguida ao cone para chutar novamente. Já nesta atividade foram mais
atuantes a agilidade, coordenação, ritmo e força.
Observa-se que o uso de certas atividades ajuda aos alunos a
desenvolverem mais seu(s) componente(s) mais defeituoso(s) e aprimora ainda
mais o que tem de melhor.
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CONCLUSÃO
No presente trabalho observou-se que a psicomotricidade tem por
finalidade destacar a relação existente entre a motricidade, a mente e a
afetividade, promovendo então a harmonia entre elas, como também, a
possibilidade de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo
mesmo.
Entretanto pode-se notar que o futebol através de seus fundamentos e
educativos técnicos pode ajudar no desenvolvimento psicomotor das crianças,
principalmente aquelas entre 6 e 10 anos, pois estão na principal fase de
maturação corporal. Devido a essa fase, a criança deve ser exposta a uma
gama de atividades lúdicas, evitando então, uma especialização precoce e
contribuindo para que este aluno obtenha perfeição na execução dos
movimentos.
Em conclusão, pode-se observar que a prática de futebol em crianças de
6 a 10 anos, pode contribuir significativamente para a maturação psicomotora,
permitindo então a formação de jovens com excelentes padrões de
movimentos.
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WINNICOTT, D. W. O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975.
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FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Pós-graduação “Lato Sensu”
Título da monografia: Psicomotricidade na melhoria da coordenação motora
para o futebol.
Data de entrega:
AVALIAÇÂO: Como você avaliaria esta monografia?
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Avaliado por: ______________________________________ Grau: ______
Rio de Janeiro: _______ de _______________ de 2006