UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · do uso da abordagem meritocrática como fator...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
MERITOCRACIA NA CASERNA
Por: Jorge Cabral de Lima
Orientadora
Profª. Mery Sue Carvalho Pereira
Rio de Janeiro
2009
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
MERITOCRACIA NA CASERNA
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão Pública
Por: . Jorge Cabral de Lima.
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Aos meus amigos, companheiros de
trabalho e a minha família, pelo apoio e
compreensão a mim dispensados, sem
os quais não teria sido possível chegar
até aqui.
4
Agradecemos aos nossos mestres por
suas contribuições imprescindíveis para o
desenvolvimento de nossas novas
competências.
5
RESUMO
Este trabalho tem como foco discutir a importância e as discrepâncias
do uso da abordagem meritocrática como fator motivacional no Exército
brasileiro. Para isso, iniciamos por uma breve explanação sobre os conceitos
organizações e administração. Posteriormente, procuraremos mostrar como
o Estado tem procurado trabalhar o fator meritocrático como base
motivacional, na busca da eficiência dos seus quadros. Tentaremos mostrar
como, ao longo da história, se vem tentando reestruturar carreiras e criar
sistemas de avaliação capazes de servir como instrumento motivacional que
garantam a valorização da competência e a sinergia nas instituições públicas.
Abordaremos depois, algumas aspectos relativos as teorias da motivação e da
Avaliação de Desempenho, fatores chave na busca da eficiência. Veremos
ainda os reflexos desses pressupostos dentro da caserna, como levaram os
quartéis a tentar aperfeiçoar seu sistema de avaliação, principalmente pela
necessidade de tornar a carreira atrativa aos antigos e aos novos integrantes.
Nesse contexto, conheceremos um pouco da estrutura do Departamento
Geral de Pessoal do Exército, a grande importância que o gerenciamento de
recursos humanos tem para as forças armadas. Veremos que com raríssimos
recursos financeiros voltados à aquisição de novos equipamentos, o Exército
percebeu que o mais importante e economicamente inteligente seria investir
em pessoal, tenta investir no homem: se o homem está bem preparado, o
material é apenas uma questão financeira que pode ser resolvida a qualquer
momento, pela vontade política.
Ao final desse trajeto, todavia, abordaremos discrepâncias do sistema
de avaliação do exército, as quais, segundo principalmente as praças, têm se
configurado como aspecto extremamente negativo. Veremos que a falta de
motivação de seus quadros, tem acarretado uma constante evasão de
profissionais que, desiludidos com os baixos soldos e descrentes com a
possibilidade de evolução nas carreiras tem trocado a farda por outros órgãos
públicos mais compensadores, e até pela iniciativa privada
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METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa com objetivos
explicativos , na forma expost- facto.
Para atingir nossos objetivos, começamos por uma sondagem do
fenômeno no ambiente da caserna, e escolhemos três elementos de grande
experiência, para conosco analisar a hipótese considerada . Posteriormente
construímos um questionário com 10 perguntas e buscamos alguns voluntários
para respondê-lo, afim de sedimentar nossa base de sustentação.
Posteriormente, fizemos uma pesquisa bibliográfica nas portarias
relativas ao assunto, encontradas na página do Departamento geral do
Pessoal do Exército. (DGP): portarias: PORTARIA Nº 118 - DGP, DE 12 DE MAIO
DE 2009. do DGP (IR 3030); PORTARIA Nº 336 - DGP, DE 31 DE DEZEMBRO DE
2008. do DGP (IR 3027) e PORTARIA Nº 993 , DE 18 DE DEZEMBRO 2008. (IG
3006). Realizamos também pesquisa bibliográficas sobre os pressupostos
teórico relacionados ao fenômeno analisado, focando Avaliações e Motivação
Por fim confrontamos opiniões e teorias e documentos para testar nossa
hipótese.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Organizações e Administração 10
CAPÍTULO II - Administração e Pessoas 20
CAPÍTULO III – Meritocracia 25
CAPÍTULO IV – Motivação 38
CAPÍTULO V – Avaliação De Desempenho 49
CAPÍTULO VI – Avaliação e Mérito 59 CONCLUSÃO 72
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 84
BIBLIOGRAFIA CITADA (opcional) 86
ANEXOS 75
ÍNDICE 88
FOLHA DE AVALIAÇÃO 91
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INTRODUÇÃO
Modernamente, com a necessidade de rápida adaptação a mercados cada
vez mais competitivos, as organizações investem pesadamente no
gerenciamento de seus recursos humanos. Aquele funcionário robô que
executava tarefas repetitivas e mecanizadas nas linha de produção de Taylor,
está superado. No mundo da informação e da concorrência, exige-se
eficiência, competência, múltiplas habilidades para atender a uma clientela
cada vez mais exigente.
Nesse rastro de modernidade os administradores tem tentado trabalhar,
buscando um constante aperfeiçoamento de seus processos, com o objetivo
maximizar o atendimento aos clientes, em todos os níveis privados e estatais.
No Brasil, a busca por essa evolução deu um grande salto com o início da era
Vargas. Naquela época, com a finalidade evoluir dos vícios da administração
clientelista/patrimonialista, o governo implementou um forte sistema de bases
burocráticas, o qual introduziu o fator meritocrático visando maximizar o serviço
prestado e aperfeiçoar sistema de gerenciamento de seus quadros.
Era preciso selecionar funcionários pelas competência para melhorar o
atendimento ao público, e era preciso mantê-los motivados para garantir a
manutenção do bom serviço.
Essa política ganhou fôlego novo com o Estado Gerencialista que a se
instalou com os governos de FHC. Mais do que nunca era preciso não só obter
a eficiência, como também era necessário ser eficaz e efetivo. Concursos
públicos cada vez mais bem elaborados, programas de aperfeiçoamento,
incentivos, o mais variados possíveis para premiar a competência, tudo em
busca da efetividade final.
Espelhando-se na iniciativa privada, a administração direta e indireta tem
procurado estimular a produtividade de seus quadros, reestruturando carreiras
e procurando criar sistemas de avaliação capazes de servir como instrumento
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motivacional que garantam sinergia na instituição. Esse esforço tem gerado
reflexos diretos inclusive nas forças armadas. Os quartéis têm tentado
aperfeiçoar seu sistema de avaliação, atentos ao cenário contemporâneo.
Podemos ver, pela densidade estrutural do Departamento Geral de Pessoal
do Exército a importância que o gerenciamento de recursos humanos tem para
as forças armadas. Com raríssimos recursos financeiros voltados à aquisição
de novos equipamentos, o Exército investe em recursos humanos. Para se
manter ativo e atualizado. Porém, um grave problema assombra a caserna: a
constante evasão de profissionais que se encontram com baixo grau de
motivação.
Quanto aos baixos soldos não há o que comentar, é questão política.
Quanto ao sistema de avaliação, seu caráter meritocrático e seu valor
motivacional, cabe uma análise de estrutura e efeitos, o que hora faremos
ao discorrer sobre os pressupostos teóricos envolvidos .
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CAPÍTULO I
ORGANIZAÇÕES E ADMINISTRAÇÃO
Desde o início da humanidade o homem tem a necessidade de viver em
sociedade. Em pequenos ou grandes grupos as pessoas vêm se reunindo e se
organizando para atingir objetivos comuns, quer seja para atender às
necessidades físicas, psicológicas ou afetivas. Neste contexto, organizações
que se formam são pessoas que, pretendendo satisfazer a estas mútuas
necessidades, agregam insumos e técnicas diversos para formarem uma
estrutura com determinada finalidade. Para o professor Antônio C. A.
Maximiniani da USP, “a sociedade humana é feita de organizações que
fornecem meios para o atendimento de necessidades das pessoas
(..)”(Maximiniano 2008 p. 3). Podemos ainda ver as organizações como uma
estrutura formada pela soma de pessoas, máquinas e equipamentos e outros
tantos recursos. A organização então, é o resultado da combinação de vários
elementos orientados a um objetivo comum.
Por outro lado, o estudo das organizações está fortemente atrelado aos
estudos da Administração, que é, entre outras coisas, o ato ou processo de
gerir, reger ou governar negócios públicos ou particulares.
A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para algo)
e minister (pessoas); designa o desempenho de tarefas de direção dos
assuntos de um grupo. Sob este prisma, a administração assume o papel de
ferramenta de gerenciamento dos trabalhos da organização, atuando sobre
meios físicos, processos e pessoas. Pode, ainda, denominar os próprios
administradores, ocasião em que assume o papel de grupo de trabalho que
administra, gerencia.
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1.1 – Organizações
As organizações estão em todo lugar. A sociedade moderna é uma
sociedade organizacional (Maximiniano, 2008, p. 6.), é uma grande
organização. Ainda segundo esse autor, "uma organização é uma combinação
de esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos.
Deste modo, é por meio de uma organização que se torna possível perseguir
e alcançar objetivos que seriam inatingíveis para uma pessoa, isoladamente.
Uma grande empresa ou uma pequena oficina, um laboratório o corpo de
bombeiros, um hospital ou uma escola, são todos exemplos de organizações”
Maximiano (1992 p. 80).
Tudo o que necessitamos para o nosso dia a dia é produzido por algum
tipo de grupo estruturado: as famílias, o café da manhã, o transporte, a caneta,
o sapato de balé, as armas, os livros, tudo é produto das organizações. Assim,
de uma maneira geral, todos nós fazemos parte de algum tipo de organização,
é nossa vocação natural buscá-la: primeiramente a família, depois a escola e
os grupos sociais. Posteriormente, nos associamos aos grupos de trabalho,
nos quais passamos a maior parte de nossas vidas. Vivemos, pois, a maior
parte do nosso tempo envolvidos em atividades inerentes aos objetivos de
algum grupo específico, como nos ensina CHIAVENATO:
Na sociedade moderna em que vivemos, quase todo o processo produtivo é realizado através de organizações. Asim, a sociedade moderna e industrializada se caracteriza por ser uma sociedade composta por organizações. O homem moderno passa a maior parte de seu tempo em organizações, das quais depende para nascer, viver, aprender, trabalhar, ganhar seu salário, curar suas doenças, obter todos os produtos e serviços de que necessita. (CHIAVENATO, 2006. p 31)
É fazendo parte desses grupos que acabamos de desenvolver nossas
habilidades sociais, é neles que vivenciamos ou experimentamos
necessidades, satisfações e frustrações. As organizações então são uma
necessidade do homem moderno, e tem como finalidade ou objetivo suprir
suas carências materiais sociais e espirituais (Sobral, 2008 p. 5).
12
Mas do que se compõe as organizações? A estrutura das organizações
depende de vários fatores: o produto final a ser produzido (bens e serviços,
por exemplo), o volume dessa produção, o ambiente externo onde ela se
insere, a época em que ela atua e, entre outros, os recursos humanos
envolvidos. Segundo Oliveira, 2002, p. 84. a estrutura da Organização é
definida por meio da ordenação e do agrupamento de atividades e recursos,
visando ao alcance de objetivos e resultados estabelecidos. “A estrutura
organizacional é Forma pela qual as atividades de uma organização são
divididas, organizadas e coordenadas”. Stoner, 1992, p.230.
Como percebemos, existem diversos tipos de organizações: algumas
são criadas com o fim específico de otimizar meios para cumprir tarefas ou
realizar objetivos, são as chamadas organizações instrumentais. Outras são
sistemas organizacionais que encarnam padrões sociais relevantes para a
sociedade, chamadas organizações institucionalizadas, ou simplesmente
instituições. A maioria das empresas faz parte do primeiro grupo, enquanto as
grandes corporações, órgãos públicos, hospitais e universidades, por exemplo,
fazem parte do segundo.
(Ex: A Universidade, a ONU, a IBM, o DCE, a Igreja, os Sindicatos, as
Organizações Virtuais).
1.1.1 - Estrutura, clima e cultura.
A estruturação ou organização da empresa “é a ordenação e o
agrupamento de atividades e recursos, visando ao alcance de objetivos e
resultados estabelecidos”. Djalma, 2002, p. 84. A Estrutura organizacional é a
“forma pela qual as atividades de uma organização são divididas, organizadas
e coordenadas”. Stoner, 1992, p.230.
Praticamente toda organização, porém, possui dois tipos de estruturas
gerais: a Formal e a informal. A formal é deliberadamente planejada e
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formalmente representada, em alguns aspectos, pelo seu organograma,
possuindo as seguintes características básicas:
• Ênfase a posições em termos de autoridades e responsabilidades.
• É estável. • Está sujeita a controle.
• Está na estrutura.
• Líder formal.
É aquilo que está no papel. Até mesmo a pequena célula familiar possui
uma certa formalidade estrutural, ainda que muito flexível nos tempos de hoje.
Já a estrutura informal, a que mais nos interessa, surge da interação
social das pessoas; o que significa que se desenvolve espontaneamente
quando as pessoas se reúnem. Representa relações que usualmente não
aparecem no organograma. São relacionamentos não-documentados e
oficialmente não reconhecidos entre os membros de uma organização, que
surgem inevitavelmente em decorrência das necessidades pessoais e grupais
dos componentes. Possue assim, as seguintes características:
• Está nas pessoas.
• Sempre existirá.
• A autoridade flui na maioria das vezes na horizontal.
• É instável.
• Não está sujeita a controle.
• Está sujeita aos sentimentos.
• Possui a figura do líder informal.
• Desenvolve sistemas e canais de comunicação próprios.
A estrutura Informal reflete a satisfação de expectativas e se estrutura
por afinidades, onde são estabelecidas regras de grupos, valorização de grupo
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e inserção de um no todo (equipe). Podemos dizer que fazem parte dessa
estrutura informal, os sentimentos, valores, atitudes e regras do grupo. Esse
mesmo emaranhado de elementos, associados a nossa afirmativa anterior de
que organizações são pessoas, acabam por desenhar um dos conceitos mais
importantes dentro das organizações – o de clima organizacional : o clima
organizacional é o resultado desses sentimentos, valores, atitudes e normas de
grupo, interagindo com os aspectos da estrutura formal. O resultado dessa
interação define um agir mais ou menos produtivo dentro das organizações.
Daí sua grande relevância para a moderna administração, que lida com a
maximização de recursos diversos.
Ora, bem sabemos que a saúde organizacional resulta dos mais diversos fatores, variando de ambiente para ambiente, de situação a situação, de grupo a grupo. Assim, numa organização de natureza exageradamente formal, de marcada esteriotipia em seu viver cotidiano, sem qualquer possibilidade de exame de seus rígidos esquemas referenciais, numa organização assim, certamente poucas aptidões serão exercitadas pelos indivíduos, que tenderão ao conformismo e à apatia, tolidos que estarão em sua criatividade. Sentimentos de malogro, frustração e conflito, e uma falta de perspectiva temporal, es as conseqüências comuns de uma tal situação, segundo insiste ARGYRIS. No outro estremo das estruturas hierárquicas vamos encontrar a prática do laissez faire, tão ou mais danosa que a anterior, pois que os indivíduos sentir-se-ão, sem objetivos que devam ser colimados, inseguros e, conseqüentemente, insatisfeitos. E assim se multiplicam os exemplos relativos as mais variadas atmosferas organizacionais. O acesso a decisão ou decisão participada, traduz uma atmosfera bem distinta de outra, onde rotinas operacionais rígidas e precisos controles de tempo de execução de peças ou tarefas revelam uma filosofia administrativa na qual não se tem lugar a inclusão de expectativas e sentimento humano como valores legítimos na vida organizacional (SALDANHA, 1974)
Segundo (Grangero, 2006:41), a atmosfera que resulta dessas
interações tanto pode contribuir para o crescimento das pessoas e das
organizações, como pode adoecê-las. Por outro lado, é uma vantagem a
existência uma estrutura informal com clima favorável, pois pode proporcionar
maior rapidez nos processos, complementando a estrutura formal, reduzindo a
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carga de comunicação dos chefes e servindo como canal de motivação e
integração entre as pessoas da Organização.
Prosseguindo no desenho das organizações chegamos ao conceito de
cultura organizacional: “são padrões peculiares de sentimentos e crenças
coletivas, que vão sendo transmitidos de indivíduo a indivíduo e, de modo
especial, aos novos participantes do grupo, a medida que chegam”.
(Granjero, 2006:43). De igual modo, a estrutura organizacional influencia
fortemente os fazeres dentro das organizações. O melhor desempenho de um
grupo muitas vezes depende de um árdua trabalho para se implementar uma
mudança cultural afim de redirecionar o seu modo agir, tarefa extremamente
difícil e que geralmente implica também em mudanças estruturais que afetam
as organizações como um todo. Como exemplo, podemos pensar como árdua
deve ter sido a tarefa de mudança de paradigma por ocasião da transição de
uma administração patrimonial da velha republica para a administração
burocrática “Weberiana” de Vargas, por ocasião da implantação do Estado
Novo. Como deve ter sido difícil vencer vícios de ineficiência enraizados no
sistema e na cabeça dos servidores durante anos.
1.2 – A administração
O surgimento das organizações trouxe consigo a necessidades de
encontrar meios de melhor gerenciá-las ou administrá-las. A administração é
processo que consiste na coordenação do trabalho dos membros da
organização e na alocação de organizacionais para alcançar os objetivos
estabelecidos, de forma eficaz e eficiente (Sobral, 2008, p. 5). Dessa
definição o autor ressalta e define quatro elementos básicos: processo,
coordenação, eficiência e eficácia.
a. o processo está relacionado com as atividades específicas
necessárias a realização de tarefas que culminarão com o alcance dos
objetivos pretendidos - produzir algo.
b. a coordenação é o gerenciamento dos recursos utilizados e
das atividades envolvidas nos processos.
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c. a eficiência leva em consideração a escassez de insumos
versus a produtividade - será mais eficiente aquele que mais produzir
com menos recursos.
d. a eficácia se relaciona com os objetivos a serem alcançados -
de maneira simplificada, será mais eficaz aquele que fornecer o produto
certo na hora certa.
Utilizando a técnica pedagógica do professor Dr em economia
Marcelo Bolzan, da FGV, eficiências seria construir o maior número de
pontes , com a menor quantidade de recursos possível. Já a eficácia
exigiria que essa pontes fossem bem feitas: estruturalmente fortes e
bem acabadas, e entregues no prazo certo. Para efeito de
conhecimento, posteriormente o professor agregou o conceito de
efetividade que, segundo ele, implica em essa ponte servir para alguma
coisa: não adianta entregar uma ponte construída com eficiência e
eficácia, se ela liga nada a lugar nenhum.
Segundo Sobral, 2008, p. 7, ainda no início do Sec XX a
administração foi definida por Henry Fayol, administrador francês, como um
processo dinâmico que compreenderia cinco funções: prever, organizar,
comandar, coordenar e controlar. Dessas funções, nos interessam
particularmente as funções de comando e coordenação, que juntas formam
uma nova função, a de dirigir, que esta voltada para os processos que
envolvem a gestão de pessoas.
1.2. 1 – Evolução e Conceitos
A administração tem várias faces: como ciência estuda as necessidades
sociais e técnicas das organizações, o conjunto de diretrizes, a cultura,
recursos, capital e processos, possibilitando a viabilidade dos negócios de
forma integrada, estruturada. Sob o viés sistêmico, a administração é
percebida como um mecanismo de estruturação e articulação de processos e
recursos para a consecução de resultados diversos: geração de bens, lucro e
promoção do bem-estar social. Como podemos perceber, a administração não
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é uma ciência “fria” , durante seu processo evolutivo tem se configurado como
resultado das interações que ocorrem dentro do quadro evolutivo da das
necessidades da própria sociedade. Neste contexto, a administração é uma
ferramenta que tem por objetivo tentar articular os processos de produção e os
relacionamentos dentro das organizações, em todos os níveis, como podemos
perceber nessa cronologia:
Apesar de a industrialização ter seu grande saldo na década de 80 do
séc. XIX, a partir das invenções mecânicas, hidráulicas e elétricas (Revolução
Industrial), o estudo sistemático só teve início no início do séc. XX.
1911 -.Princípios da Administração Científica com os estudos de
Frederick W. Taylor nos EEUU sobre o sistema técnico, enfatizando a
especialização da tarefa e o controle da produção. Os grandes processos de
produção estão só começando, e é preciso criar um sistema de administração
mínimo
(1916) - Estudo da Gerência Administrativa a partir do livro -
Administração Industrial e Geral de Henry Fayol na França, com abordagem na
departamentalização, competências administrativas e desempenho
organizacional. Esta obra marca o período da Administração Clássica que
defendia que a administração deveria ser uma disciplina a ser estudada fora
das escolas de engenharia. As organizações estão se tornando maiores e mais
complexas, exigindo novos mecanismos de articulação entre os crescentes
setores e o conjunto
Em 1927 se destacam os estudos das Relações Humanas, com os
trabalhos de R.F.Hoxié (USA, 1916), Robert Owen (Escócia, 1825) e Elton de
Mayo (USA, 1924 - experiência de Hawthorne – WE Co.) Aqui o funcionário
passa a ser visto como recurso humano e não como uma peça do sistema
técnico. Se avultam conflitos internos as organizações; é preciso entender e
normalizar as relações com as pessoas que fazem parte das organizações.
1940 é o marco da Escola burocrática de Max Weber com ênfase na
organização formal e burocracia racional. As grande organizações privadas e
estatais necessitam normatizar procedimentos e atitudes com o objetivo de
promover a eficiência.
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1943 está relacionado a Teoria da motivação e escalas de
necessidades de Abrham Meslow , pai da Psicologia Transpessoal, cujos
estudos ajudaram a formar as bases da administração de recursos humanos
Em 1945, o Behavorismo (comportamento) de Herbert Simon, Teoria da
Decisão, que concebe a organização como um sistema de decisões. Contribui
para a formação de um arcabouço metodológico que ensaiaria um dos
primeiros passos em direção ao treinamento de pessoas.
1954 – Teoria Geral de Sistemas de Ludwig Von Bertalanfy na Áustria,
abordagem sistêmica - organização como sistema aberto, visão holística. Esta
contribuição vem ajudar a perceber que a organização como sistema fechado
tende ao fracasso. Ensina ainda, que é preciso interagir com o ambiente
externo para garantir a sobrevivência da organização.
Peter Drucker com sua obra “The Pratice of Manegement” inicia uma nova era
no pensamento administrativo e gerencial que considera a administração como
disciplina dada sua importância no estudo da organização. Foi considerado o
Pai da administração moderna.
Em 1960 é a vez das Teorias X e Y de Douglas McGregor, “The Human
Side of Enterprise”, se somarem aos estudos sobre o comportamento humano
nas organizações. É mais uma contribuição para dirimir os conflitos entre
pessoas e as organizações. É fator preponderante nos estudos da
administração de recursos humanos.
1981 aTeoria Z de William Ouchi, USA, estabelecendo o conceito de
administração participativa. As pessoas passam a ser consideradas parceiras
das organizações, abandonado a postura passiva, para se tornarem elementos
decisivos no gerenciamento dos processos.
A partir dos anos 80, as Escolas do Pensamento Estratégico, já com
vinte anos de existência, sugeriram a criação da disciplina de Administração
Estratégica nas grandes universidades americanas, resultado das demandas
do aumento de competitividade por um novo foco na gestão. Muitas são as
abordagens na evolução do pensamento dos estudiosos da administração: a
Clássica, a Burocrática, a Humanística, a Comportamental, a Sistêmica, a
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Organizacional, a Contingencial. A mais nova e mais importante nos dias de
hoje porém, é a parte da administração que trabalha com o pessoal. Tenha ela
a definição que tiver, a interação entre pessoas e organização é o principal
alvo da moderna administração.
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CAPÍTULO II
ADMINISTRAÇÃO E PESSOAS
Ainda que essa expressão venha sendo combatida pela moderna
administração, continuamos a utilizar a expressão Administração de Recursos
Humanos para definir a parte da ciência administração voltada especificamente
para o gerenciamento da inter-relação dentre pessoas e organizações. A partir
daqui, trataremos as pessoas por recursos humanos, por questões de
universalização do termo, o qual, Simplificadamente, refere-se às pessoas que
compõe e participam de uma organização, contribuindo para sua produção.
Esta linha da administração foi alavancada principalmente a partir da revolução
industrial, devido ao crescente desenvolvimento das organizações, em
estruturas e processos:
A ARH é uma especialidade que surgiu a partir do crescimento e da complexidade das tarefas organizacionais. Suas origens remontam ao início do século XX, após o forte impacto da Revolução Industrial, com a denominação Relações Industriais, como uma atividade mediadora entre as organizações e as pessoas para abrandar ou reduzir o conflito industrial entre os objetivos organizacionais e os individuais das pessoas, até então considerados incompatíveis e irreconciliáveis (..) (CHIAVENATO, 2006:16)
Sob a perspectiva do conceito acima, as pessoas eram consideradas
partes das máquinas de produção e pouca importância se dava ao fator
humano de produção. À medida que os mercados foram ficando cada vez mais
instáveis, as estruturas fixas que marcaram a revolução industrial, com suas
máquinas e linhas de montagem pré definidas, perderam importância em
relação ao capital intelectual.
Seguindo o desenvolvimento histórico da ARH, por volta da década de
1950, passou a ser denominado Administração de Pessoal. Já não se tratava
de apenas intermediar as desavenças e reduzir os conflitos, mas, sobretudo
administrar as pessoas de acordo com a legislação trabalhista vigente e
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administrar os conflitos e interesses que surgiam continuamente
(CHIAVENATO, 2006:16).
O conceito de Recursos Humanos (RH) surgiu a partir da década de 1970, ainda
focando pessoas como recursos produtivos, agentes passivos que deveriam ser dirigidos
nos processos de produção. Segundo CHIAVENATO, a denominação Recursos
Humanos vem da necessidade que as empresas têm de recursos financeiros,
matérias, tecnológicos e de pessoas para suas atividades e operações.
(CHIAVENATO, 2006:15).
2.1. – As Pessoas
Alguns teóricos enfatizam ser o o homem um animal essecialmente
social, outros que nem tanto. Estes últimos pregam que o homem é seria
sectário, se socialisando apenas por necessidade. Na Grécia antiga Aristóteles
fundamentou a tese que “o homem é um animal social” dizendo que a união
entre os homens é natural, porque o homem é um ser naturalmente carente,
que necessita de coisas e de outras pessoas para alcançar a sua
plenitude. Assim afirmou:
“As primeiras uniões entre pessoas, oriundas de uma necessidade natural, são aquelas entre seres incapazes de existir um sem o outro, ou seja, a união da mulher e do homem para perpetuação da espécie (isto não é resultado de uma escolha, mas nas criaturas humanas, tal como no outros animais e nas plantas, há um impulso natural no sentido de querer deixar depois de individuo um outro ser da mesma espécie).” (Política, I, 1252a e 1252b, 13-4)
Aristóteles continua sua tese, fazendo a diferenciação entre dois tipos
de espécies, as gregárias(koinonia), e as solitárias (monadika), sendo que o
homem faz parte das duas espécies. As duas espécies são passiveis de uma
nova divisão, aquelas que são propensas há uma vida sociável (politika) e
aquelas que vivem de maneira esparsa (sporadika). O homem faz parte do
primeiro grupo (politika). Portanto, a sociabilidade faz parte da natureza
humana. Segundo Aristóteles:
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“a cidade é uma criação natural, e que o homem é por natureza uma animal social, e que é por natureza e não por mero acidente, não fizesse parte de cidade alguma, seria desprezível ou estaria acima da humanidade [...] Agora é evidente que o homem, muito mais que a abelha ou outro animal gregário, é um animal social. com tal sentimento que constitui a família e a cidade.” (Política, I, 1253b, 15)
A partir do momento em que se socialisa o homem se torna um
multiplicador de necessidades. A interação entre individuos vai redezenhando
e tornado mais complexo o mundo que o suporta. O homem vai criando e
recriando seu habitat e sistema social; estruturas mais sofisticadas evoluem
de outras mais simples, sejam elas físicas ou comportamentais, conhecimento
ou substancias, ele cria e passa a viver suas criações; como afirma o
professor e teólogo Batista Modin,
"Eis uma constatação indiscutível: o homem é uma realidade extremamente complexa. Isso é verdade, antes de tudo, na ordem das ações. Ele exerce atividades, de todo gênero: conhece, estuda, escreve, fala, trabalha, joga, reza, canta, ama, sofre, diverte-se, come, etc. E cada uma destas atividades suscita questões e problemas de difícil solução. Mas a complexidade acentua-se ainda mais quando se passa do plano da ação ao do ser. Então nos perguntamos: quem é este indivíduo singular que chamamos Eu e que qualificamos como pessoa? O que é que permite a seu corpo explicar as mencionadas atividades, muitas das quais transcendem tão abertamente os confins da materialidade?" (MONDIN, 1981, p. 55)
Segundo o professor e filósofo Eli de Paula Carbeiro, da faculdade
Pimenta Bueno em texto de aula de graduação,
O Homem é diferente de todas as demais realidades. Aliás o Homem é o único que consegue perceber essa diferença. Ele percebe-se no mundo dando-lhe significado ou criando significado para a existência dos existentes. E como conseqüência dessa significação, o homem cria funções e utilizações para as realidades com as quais se relaciona. Isso implica dizer que o Homem manipula o mundo recriando-o de acordo com as circunstâncias ou necessidades.
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www.webartigos.com/articles/13429/1/umaantropologia/.
De fato o homem merece estar no centro das antenções do moderno
adminstrador: sendo o homem um ser extremante complexo em atitudes e
necessidades, só através dele as organizações são capazes de acompanhar o
rítimo da evolução das demandas diversas. Quer seja em uma empresa ou
num órgão público, por mais elaborados que sejam estruturas e processos,
instabilidade e a velocidade que envolvem as constantes variações de
necessidadeds humanas só podem ser plenamente atendidas se um
componente similar for intensamente utilisado para saciá-las. Esse
componente diferenciador, que detem igual capacidade de adptação são as
pessoas. São elas que, como consumidores criam as necessidades, e saõ elas
que como partes dos meios de produção, criaram as melhores soluções. Dai
a grande importancia do foco nos talentos. "Aquilo que, de fato, caracteriza a
unidade do homem é sua aptidão praticamente infinita para inventar modos de
vida e formas de organização social extremamente diversos." (LAPLANTINE,
2000, p. 21). E mais ainda: "Ao contrário dos animais que se transformam
corporalmentepara se adaptarem às mudanças do meio ambiente em que
vivem , nós transformamos os ambientes em que vivemos para adaptá-los a
nós" (BRANDÃO, 2008:27).
2.2 – Administração de Pessoas
A administração de recursos humanos abrange o conjunto de técnicas e
instrumentos que permitem às organizações atrair, manter e desenvolver os
talentos humanos.
Em face do contexto ora vivenciado pelas organizações, caracterizado por
mudanças constantes de natureza econômica, social e tecnológica, torna-se
fundamental, em qualquer empresa, uma administração voltada para a gestão
de recursos humanos, visto que a continuidade de sua existência será
24
determinada pela qualidade agregada aos seus produtos ou serviços, tendo
como base "pessoas" motivadas e com alto nível
de qualidade pessoal e profissional.
Fica claro, portanto, nesse cenário, que o diferencial hoje é o talento
humano. Elevados índices de rotatividade, de absenteísmo e de acidentes de
trabalho, problemas com qualidade dos produtos, retrabalho, desperdício de
materiais, baixos salários, condições de trabalho inadequadas e relações de
trabalho insatisfatórias são fatores que estão diretamente relacionados à
administração de recursos humanos, que, na maioria das empresas, é limitada
ao cumprimento, apenas, dos aspectos legais da relação governo x empresa x
empregado.
Para superar essas dificuldades as empresas modernas estão
investindo em treinamentos que levem as pessoas ao autoconhecimento e
autodesenvolvimento, buscando uma maior capacidade de trabalho em
equipes multidisciplinares, bem como estão adaptando os móveis e as
condições dos postos de trabalho visando o conforto e bem-estar de seus
colaboradores.
25
CAPÍTULO III
MERITOCRACIA
Como obter o melhor do homem? Como ajustar sua imprescindível
contribuição aos objetivos das organizações? É isso que tentaremos
descrever por meio desta breve explanação sobre meritocracia e motivação.
Meritocracia e motivação não são conceitos novos na administração de
recursos humanos: por volta de 500 a.C, na China, o pensador chinês Kung-
Fu-Tse (Confúcio) já pregava que a importância das pessoas devia basear-se
no mérito. “A capacidade e a excelência moral, segundo Confúcio, habilitavam
pessoas a serem líderes, e não o berço”. (Maximiniano, 2008, p.21).
O mérito, nesse contexto estaria relacionado tanto a capacidade inata,
quanto ao esforço e a dedicação. Do mesmo modo, a motivação vem sendo
trabalhada desde os primórdios das primeiras civilizações organizadas: como
exemplo podemos citar que seria impossível o sucesso da civilização romana,
que perdurou por 12 séculos, se não fosse as capacidades de organização e
motivação trabalhadas Juno aos seus exércitos. Já naquela época o exército
romano possuía carreiras militares estruturadas, nas quais os centuriões eram
os encarregados de liderar e motivar as falanges. “Esses militares formavam a
primeira corporação de oficiais profissionais da história; comando, motivação
dos soldados e transmissão do código de disciplina eram suas principais
responsabilidades”. (Maximiniano, 2008, p.25).
Sem trabalhar esses fatores, a história das civilizações seria bem
diferente - exércitos não marcham sob chicotes - o que move o Sd para
batalha é muito mais que um medo de repreensão ou ameaças físicas. Para
por a vida em risco, o homem tem que ser motivado de alguma forma, tem
que acreditar que está fazendo algo necessário e imprescindível para se
alcançar um objetivo maior.
26
3.1 – Meritocracia e Serviço Público.
Até o século XIX, o Estado Brasileiro era, fundamentalmente, um Estado
patrimonialista clássico, que muito pouco se interessava pelo desenvolvimento
econômico e social. Ainda após a proclamação da República e ascensão
oligarquias locais, não se verificaram alterações significativas no modo de
administrar o país.
A primeira experiência efetiva de reforma do Estado brasileiro ocorreu a
partir de 1930, momento em que se implementou mudanças profundas, em
razão da aceleração do processo de industrialização nacional. Com o governo
Vargas, surgem as primeiras características de um Estado Intervencionista
calcado nos ideais weberianos, o qual mudou sensivelmente a forma de se
lidar com “recursos humanos”, na administração pública brasileira. Assim,
paralelo ao crescimento das atribuições do Estado, surgiu o modelo racional-
legalista das organizações burocráticas, ampliou-se o funcionalismo público e
implemento-se o sistema de mérito, impessoalidade, centralização e
hierarquia. Tudo isso foi sustentado com a criação , em 1937, do
Departamento de Administração do Serviço Público – DASP.
3.1. 1 – A contribuição de Vargas
Ainda que desde 1824, seja possível registrar a presença de um sistema
Meritocrático no Brasil, em termos de formulação jurídica (Barbosa, 1996, p.1),
foi com a Modernização “Daspeana”, no Regime do Estado Novo que este
fator passou a ser realmente trabalhado. Após o período democrático da era
Vargas, o que perdurou até a Carta de 34, “a implementação do Estado
Intervencionista marca o advento de um Estado Administrativo no Brasil”
(Nascimento, 1967).
Com a promulgação da Constituição de 1934, chegou ao fim o chamado governo provisório instaurado com a vitória da Revolução de 1930. A nova Constituição, elaborada por uma Assembléia Nacional Constituinte, introduziu no país uma nova ordem jurídico-política
27
que consagrava a democracia, com a garantia do voto direto e secreto, da pluralidade sindical, da alternância no poder, dos direitos civis e da liberdade de expressão dos cidadãos. Particularmente para as mulheres, a Constituição de 1934 representou uma enorme conquista: pela primeira vez, tornavam-se eleitoras e elegíveis. Mas a Constituição durou pouco. Três anos depois, antes mesmo que a primeira eleição que elegeria o novo presidente se realizasse, Getúlio Vargas deu um golpe para manter-se no poder e instaurou uma ditadura, conhecida como Estado Novo.
Essa é a chance que o executivo tem de implementar suas políticas de
modernização do Estado, rompendo de vez com as crescentes intervenções
patrimonialistas. Assim, em 10 de novembro de 1937, foi outorgada uma nova
Constituição, idealizada e redigida pelo ministro da Justiça, Francisco Campos.
A nova Carta incluía vários dispositivos semelhantes aos encontrados em
constituições de regimes autoritários vigentes na Europa, como as de Portugal,
Espanha e Itália. Com o Congresso Nacional fechado e com a decretação de
rigorosas leis de censura, Vargas pôde implementar seu plano,conduzindo
reduzida resistência por parte das oposições
3.1. 1.1 - DASP
O Departamento Administrativo do Serviço público, DASP, constituiu-se
no órgão central de políticas pautadas pelos princípios da administração
científica de Taylor e Fayol1 e pelo modelo weberiano de burocracia (Granjero,
2006. p. 30). Segundo consta dos arquivos do Centro de Pesquisa e
Documentação da Fundação Getúlio Vargas(CPDOC/FGV), foi o órgão
previsto pela Constituição de 1937 e criado em 30 de julho de 1938,
diretamente subordinado à Presidência da República, com o objetivo de
1 Taylor, inicialmente, tentar eliminar o desperdício e das perdas sofridas pelas indústrias americanas e elevar os níveis de produtividade através de métodos e técnicas de engenharia. Ele utilizava técnicas que eram centradas do operário para a direção, através do estudo de tempos e movimentos, da fragmentação das tarefas e na especialização do trabalhador reestruturava a fabricação e com os conceitos de gratificações por produção incentivava o operário a produzir mais. Para Fayol a empresa é analisada em uma estrutura de cima para baixo. Sua visão é mais gerencial com resultados finais na produção enquanto que a visão de Taylor é na produção e no operário para resultados na quantidade produtiva. Fayol complementa a Administração Científica com a Teoria Clássica.
28
aprofundar a reforma administrativa destinada a organizar e a racionalizar o
serviço público no país, iniciada anos antes por Getúlio Vargas. A DASP foi
principal agente modernizador, implementou uma nova e revolucionária política
na administração pública, por meio de tecnologia administrativa de ponta e
profissionalizando o serviço público segundo os parâmetros da meritocracia. O
processo implicou na diferenciação de órgãos, no estabelecimento de regras
da ação estatal e empresarial e em grandes e significativas mudanças
organizacionais. Para isso, foram adotadas ações e normas de racionalização
de métodos e processos administrativos, segundo os padrões tipicamente
burocráticos.
Vargas, através dos atributos de legalidade incutidos nos procedimentos
burocráticos, como Confúcio, buscava a valorização pelo mérito. Pretendia,
portanto, eliminar as armadilhas do patrimonialismo e do clientelismo que
emperravam o serviço público, contaminado com uma grande quantidade de
gente despreparada.
Coerente com os princípios do Estado Novo, o DASP via uma incompatibilidade entre a 'racionalidade' da administração e a 'irracionalidade' da política. Pretendia assim estabelecer uma maior integração entre os diversos setores da administração pública e promover a seleção e aperfeiçoamento do pessoal administrativo por meio da adoção do sistema de mérito, o único capaz de diminuir as injunções dos interesses privados e político-partidários na ocupação dos empregos públicos. http://www.cpdoc.fgv.br/nav_historia/htm/anos37-45/ev_poladm_dasp.htm
Durante seu período de funcionamento, o DASP conheceu um contínuo
processo de fortalecimento, chegando mesmo a exercer forte influência sobre
as políticas governamentais então implementadas. Podemos destacar entre
suas principais realizações, a sistematização dos direitos e deveres do
funcionalismo, definidos no Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União,
primeiro documento desse tipo no Brasil. Após a queda de Vargas, em
outubro de 1945, o DASP foi completamente reestruturado, o que resultou no
29
seu parcial esvaziamento. A partir desse momento, suas funções assumiram
um caráter de assessoria, mantendo-se original apenas nos aspectos relativos
à seleção e ao aperfeiçoamento de pessoal, onde se manteve como órgão
executor.
Apesar da reestruturação do DASP, a busca pela especialização e
valoração do servidor público prosseguiu no tempo, acompanhando as várias
tentativas de se aumentar a eficiência da máquina estatal: “no ano de 1963
foram constituídos grupos encarregados da preparação de projetos de forma,
objetivando a reorganização ampla e geral da estrutura e das atividades do
governo; a expansão e o fortalecimento do sistema de mérito (..)” (Granjero,
2006. p. 24). Os governos militares após 64 mantiveram o foco através do
Decreto Lei 200/67 o qual instituiu, entre outras coisa, o fortalecimento e a
expansão do sistema de mérito. (Granjero, 2006. p. 24).
Após a transição democrática, o Projeto de Reforma Administrativa de
1985 (Decreto Nr 91.309/85) trousse no seu arcabouço a intenção de
valorização do servidor público, o que mostra que a preocupação com pessoal
sempre esteve na pauta dos governos. Ainda que não tenham sido trabalhadas
com a mesma ênfase dos planejamentos o foco meritocrático trazido pela
burocracia permaneceu o mesmo, mostrando uma crescente preocupação com
os recursos humanos.
3.1. 2 – A Burocracia
Enfatizada desde a era Vargas, o foco meritocrático trabalhado até hoje,
foi estabelecido dentro dos princípios trazidos pela administração burocrática,
que, como já vimos, foi a base administrativa do Estado Novo, diluída na
política de pessoal implementada pelo DASP. Cabe afirmar ainda que:
burocracia pressupõe organização, e que, se nenhuma administração pode
prescindir dela, é lógico que deve ter sempre havido e haverá burocracia nas
organizações, em maior o menor intensidade. O que se diferencia na linha do
30
tempo, pericialmente depois da revolução industrial, é a ênfase que as
organizações dão a esse sistema de gerenciamento.
A burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na
racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos objetivos (fins), para que se
obtenha o máximo de eficiência possível para no alcance desses objetivos. A
etimologia da palavra burocracia tem origem nos componentes lingüísticos
francês, bureau: escritório e grego, krátos: poder. O termo latino burrus, que
indica uma cor escura e triste, teria dado origem à palavra francesa bure,
usada para designar tecido posto sobre as escrivaninhas das repartições
públicas. Desse hábito vem a palavra bureau, que no início significava as
mesas cobertas por este tecido e, depois passou a ser usada para designar
todo o escritório. Já o termo krátos vem do grego e significa poder.
O termo bureaucratie, (burocracia) é creditado a economista francês,
ministro do governo no século XVIII, Jean-Claude Marie Vincent, Seigneur
(Marquês) de Gournay (1712-1759).
3.1.2.1 Origens da Teoria da Burocracia
A partir de 1940, surgiram críticas às teorias clássicas, pelos seus
excessos de mecanicismo e à teoria das relações humanas, pelo seu
romantismo ingênuo. Alguns estudiosos foram buscar na obra do economista
(já falecido) Max Weber inspiração para uma nova teoria, mais sólida e mais
abrangente, que servisse de orientação para o trabalho do administrador.
Surgiu assim a Teoria da Burocracia na Administração.
As origens da burocracia, porém, como forma de organização humana,
remontam à Antiguidade. De fato, a revolução industrial, ao alterar
significativamente o panorama cotidiano e cultural do ocidente, introduziu,
entre outras coisas, “...a generalização do molde organizacional”, fazendo
substituir a organização política do feudalismo pelo estado burocrático
moderno. Este guarda, enquanto organização, similitude e contemporaneidade
com as demais organizações surgidas no bojo desta revolução descrita
31
“...como uma burocratização no mundo e da vida” (Lapassade e Lorau,
1972:112). Entretanto, já se tinha conhecimento da existência, no passado, de
grandes estados burocráticos de tipo “asiático”, no Peru, no Egito, na China,
em Bizâncio. A diferença é que “...nesses impérios, as organizações envolviam
apenas minoria da população, ao passo que o conjunto do povo permanecia
no quadro de pequenas comunidades submetidas à escravidão política (A.
Smith).. Na sociedade burocrática moderna, pelo contrário, todas as atividades
essenciais são organizadas segundo um modelo racionalizado”.
3.1.2.2 - Burocracia de Weber
Burocracia para Weber é a organização eficiente por excelência.
Segundo seus princípios, para ser eficiente, deveria detalhar antecipadamente
o modo de fazer as coisas. Neste contexto a burocracia deveria possuir as
seguintes vantagens: racionalidade; precisão na definição do cargo; rapidez
nas decisões; univocidade de interpretação; uniformidade de rotinas e
procedimentos; continuidade da organização; redução do atrito entre as
pessoas; confiabilidade; possibilidade de carreira por mérito pessoal. Como
vemos a burocracia deveria trabalhar a potencialização do desempenho do
trabalhador, através da valorização de seus atributos positivos. Para a
consecução de seus objetivos, a burocracia deveria ainda possuir várias
características, entre as quais destacamos as mais diretamente relacionadas à
“administração de pessoal”: o caráter racional e divisão do trabalho (busca a
eficiência da organização através de cargos específicos, funções específicas e
esfera de competência e responsabilidade); a impessoalidade nas relações (a
partir de cargos e funções e não de pessoas envolvidas); a hierarquia da
autoridade (todos os cargos estão dispostos em graduações hierárquicas com
privilégios e obrigações); e principalmente, a competência técnica e
meritocrática (a escolha das pessoas é baseada no mérito e na competência
técnica e não em preferências pessoais; válido para admissão, transferência,
demissão etc.).
Seja como for, apesar de a burocracia ser a base da estrutura do DASP,
órgão que perdurou até a metade da década de 80, e apesar de não se poder
32
prescindir de seus pressupostos mínimos, nunca tivemos uma estrutura
burocrática puramente weberiana: “aspectos de ordem sócio-política e
econômica que marcaram a história de formação do Estado e da
Administração brasileira, impediram a consolidação de uma burocracia
weberiana no país” (Granjero, 2006. p. 24).
3.1. 2.3 - Disfunções
Ainda no inicio de sua implementação, a burocracia Weberiana
apresentou problemas, a medida que seus princípios iam sendo empregados,
foram aparecendo pontos negativos denominados disfunções do sistema, entre
os quais podemos citar:
1 - internalização das normas;
2 - excesso de formalismo e papelório;
3 - resistência a mudanças;
4 - despersonalização do relacionamento;
5 - categorização do relacionamento;
6 - superconformidade;
7 - exibição de sinais de autoridade;
8 - dificuldade com clientes.
3.1. 3 – O Novo foco meritocrático
Depois do período de consolidação da nova república, restabelecidos e
confirmados os princípios democráticos, começou a haver uma crescente
demanda por modernização do Estado: uma seqüência de planos econômicos
inócuos e uma forte incapacidade de operação da máquina pública
empurraram o Brasil para a gestão gerencial2. Esta reforma já vinha sendo
ensaiada nos início dos anos setenta oitenta:
Em meados dos anos 70, uma nova iniciativa modernizadora da administração pública teve início, com a criação da SEMOR - Secretaria da Modernização. Reuniu-se em torno dela um grupo de
2 Ver Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (www.planalto.gov.br/publi_04/)
33
jovens administradores públicos, muitos deles com formação em nível de pós-graduação no exterior, que buscou implantar novas técnicas de gestão, e particularmente de administração de recursos humanos, na administração pública federal.
No início dos anos 80 registrou-se uma nova tentativa de reformar a burocracia e orientá-la na direção da administração pública gerencial, com a criação do Ministério da Desburocratização e do Programa Nacional de Desburocratização - PrND, cujos objetivos eram a revitalização e agilização das organizações do Estado, a descentralização da autoridade, a melhoria e simplificação dos processos administrativos e a promoção da eficiência. As ações do PrND voltaram-se inicialmente para o combate à burocratização dos procedimentos. Posteriormente, foram dirigidas para o desenvolvimento do Programa Nacional de Desestatização, num esforço para conter os excessos da expansão da administração descentralizada, estimulada pelo Decreto-Lei nº 200/67.
Esse processo porém, sofreu um retrocesso por ocasião da
promulgação da Carte de 88:
As ações rumo a uma administração pública gerencial são, entretanto, paralisadas na transição democrática de 1985 que, embora representasse uma grande vitória democrática, teve como um de seus custos mais surpreendentes o loteamento dos cargos públicos da administração indireta e das delegacias dos ministérios nos Estados para os políticos dos partidos vitoriosos. Um novo populismo patrimonialista surgia no país. De outra parte, a alta burocracia passava a ser acusada, principalmente pelas forças conservadoras, de ser a culpada da crise do Estado, na medida em que favorecera seu crescimento excessivo.
Nesse período conturbado, algumas lideranças políticas aproveitaram-
se do momento de transição das cartas para abandonar os pressupostos
trabalhados na administração burocrática, em beneficio próprio: vários
servidores temporários e terceirizados foram efetivados nessa época sem o
devido concurso público e sem qualquer pressuposto de mérito. Essa brecha
foi subsidiada pela nova carta.
A conjunção desses dois fatores leva, na Constituição de 1988, a um retrocesso burocrático sem precedentes. Sem que houvesse maior debate
34
público, o Congresso Constituinte promoveu um surpreendente engessamento do aparelho estatal, ao estender para os serviços do Estado e para as próprias empresas estatais praticamente as mesmas regras burocráticas rígidas adotadas no núcleo estratégico do Estado. A nova Constituição determinou a perda da autonomia do Poder Executivo para tratar da estruturação dos órgãos públicos, instituiu a obrigatoriedade de regime jurídico único para os servidores civis da União, dos Estados-membros e dos Municípios, e retirou da administração indireta a sua flexibilidade operacional, ao atribuir às fundações e autarquias públicas normas de funcionamento idênticas às que regem a administração direta.
Todos esses fatos contribuíram para o desprestígio da administração
pública brasileira, não obstante o fato de que os administradores públicos
brasileiros são majoritariamente competentes, honestos e dotados de espírito
público. Essas qualidades, que eles demonstraram desde os anos 30, quando
a administração pública profissional foi implantada no Brasil, foram um fator
decisivo para o papel estratégico que o Estado jogou no desenvolvimento
econômico brasileiro. A implantação da indústria de base nos anos 40 e 50, o
ajuste nos anos 60, o desenvolvimento da infra-estrutura e a instalação da
indústria de bens de capital, nos anos 70, de novo o ajuste e a reforma
financeira, nos anos 80, e a liberalização comercial nos anos 90, não teriam
sido possíveis não fosse a competência e o espírito público da burocracia
brasileira.
As distorções provocadas pela nova Constituição logo se fizeram sentir.
No governo Collor, entretanto, a resposta a elas foi equivocada e apenas
agravou os problemas existentes, na medida em que se preocupava em
destruir ao invés de construir. O governo Itamar Franco buscou essencialmente
recompor os salários dos servidores, que haviam sido violentamente reduzidos
no governo anterior. O discurso de reforma administrativa assume uma nova
dimensão a partir de 1994, quando a campanha presidencial introduz a
perspectiva da mudança organizacional e cultural da administração pública no
sentido de uma administração gerencial.
35
Segundo a cartilha do MARE (Ministério da Administração e Reforma
do Estado), em 1995 teve início no Brasil a Reforma da Gestão Pública ou
reforma gerencial do Estado, com a publicação do Plano Diretor da Reforma
do Estado e o envio para o Congresso Nacional da emenda da administração
pública que se transformaria, em 1998, na Emenda 19. Esta reforma trousse
significativas mudanças para a gestão de recursos humanos. No plano de
valorização do mérito, introduziu no serviço público o fator eficiência como um
dos principais atributos do servidor. No Estado burocrático, os procedimentos
administrativos se voltaram para a administração em si: os servidores se
ocupavam mais com procedimentos do que com a efetiva finalidade desses.
Com a Reforma Gerencial orquestrada por Bresser nos governos de FHC, a
administração se volta para o cliente, e o servidor provido de maior mérito
deixa de ser aquele especialista em carimbos pra ser o que melhor serve aos
interesses desses clientes.
De acordo com Bresser Pereira em A Reforma da Gestão Pública de
1995-98 não se subestimou os elementos patrimonialistas e clientelistas ainda
existentes no Estado brasileiro; ao invés de continuar se preocupando
exclusivamente com eles, como fazia a reforma burocrática desde que foi
iniciada nos anos 1930, avançou na direção de uma administração mais
autônoma e mais responsabilizada perante a sociedade. Seu pressuposto é de
que a melhor forma de lutar contra o clientelismo e outras formas de captura
do Estado é dar um passo adiante e tornar o Estado mais eficiente e mais
moderno. Esse procedimento contribui ainda para a profissionalização e
valorização das pessoas envolvidas nas organizações estatais, e para a
evolução dos valores pretendidos para os servidores públicos. O que pode ser
observado neste fragmento das intenções contidas no caderno número 11,
página 14, do MARE sobre política de RH “corrigir distorções e fortalecer as
regras e mecanismos de desenvolvimento profissional nas carreiras,
estimulando a retenção desses servidores no serviço público e valorizando a
progressão nas carreiras”
Acompanhando o caráter de constante instabilidade das relações entre
organizações e clientes, uma tendência desde o século passado, o funcionário
36
passa ser valorizado também pelo sua capacidade de adaptação a novas
situações. Essa ecleticidade se reflete por exemplo nas novas e genéricas
habilidades exigidas nos concursos público como salienta a então ministra
Claudia Costin, do MARE, no caderno número 11 sobre a reforma do Estado :
Na reorganização do sistema de carreiras de nível superior enfrenta-se o desafio de conciliar o caráter permanente das carreiras com o caráter mutável das necessidades do Estado, derivado das alterações no ambiente no qual exerce suas atividades, ou seja, enfrenta-se o desafio de fazer coexistir um sistema de regras organizado e geral com a necessidade de flexibilizar a gestão de pessoal. A nova organização das carreiras e cargos atende às exigências da administração e baseia-se no enriquecimento do trabalho, tornando as atribuiçıes mais amplas e genéricas, e na criação de mecanismos que garantam a vinculaçªo do servidor à organizaçªo, bem como, a unidade característica de uma carreira. Essas açıes estªo sendo complementadas pela revisªo dos padrıes remuneratórios de acordo com parâmetros do setor privado e com a instituiçªo de incentivos associados ao desempenho do servidor. . (caderno Nr 11 do MARE, 1977, p. 9)
Hoje vivemos o aperfeiçoamento desses processos, numa nova fase da
busca pela eficiência. Agora, porém, não mais buscamos os generalistas,
agora estamos na fase da especialização, na qual os sistemas vão
confirmando suas atribuições e responsabilidades.
37
CAPÍTULO IV
MOTIVAÇÃO
Há muito tempo as organizações vem se preocupando com o
aprimoramento do seus processos. Devido a contínua busca por um maior
grau de eficiência, tanto a iniciativa privada quanto o serviço público vêm
tentando trabalhar a valorização de seus quadros, num claro reconhecimento
de que o pessoal é o fator diferenciador nos diversos processos de produção.
O administrador percebeu que o sucesso das organizações, ainda que se leve
em conta variáveis como: objetivos, estruturas, ambientes internos/externos e
os diferentes momentos históricos, depende basicamente do correto
gerenciamento das relações entre estruturas, insumos, processos e
principalmente pessoas.
A semelhança do setor privado, as organizações estatais passaram a se
preocupar com a figura de um cliente exigente a ser atendido e com uma
concorrência persistente a ser superada. Focalizando o homem como fator
diferenciador, as organizações vêm buscando a valorização de habilidades
relacionadas aos seus negócios, para tentar manter a motivação do pessoal e
criar um ciclo de manutenção de eficiência e eficácia nos diversos níveis
hierárquicos. Um dos recursos é a valorização da competência. Seja numa
tarefa simples ou complexa, a eficácia de sua execução sempre demanda
talento, quer na velocidade de execução de procedimentos repetitivos, quer na
capacidade de criação de soluções novas para problemas novos. Logo,
podemos inferir que, mesmo nas organizações Estatais, será mais eficiente e
eficaz aquela que conseguir selecionar, criar e manter talentos variados e
motivados.
Porém, o que seria essa motivação: uma organização pode ter muitos
talentos e ainda assim não ser competitiva, assim como nós podemos ter um
excelente carro e não sermos velozes. Para que os talentos produzam é
38
preciso que existam condições favoráveis a produção, é necessário uma força,
um rol de expectativas positivas sentidas por aquele que irá produzir. Essa
força que funciona como o combustível da produção chama-se MOTIVAÇÃO.
À motivação podemos atribuir várias definições: segundo (FIORELLI,
2004, p. 118) “motivação é uma força, uma energia que nos impulsiona na
direção de alguma coisa que nasce de nossas necessidades interiores”.
para (Berelson & Steiner, 1964:89) “ Motivação é um estado interno que dá
energia, torna ativo ou move o organismo, dirigindo ou canalizando o
comportamento em direção a objetivos ”. como nos ensina (Maximinano
2008:233), a motivação para realização de um trabalho, está relacionada a
um estado psicológico de disposição, interresse ou vontade de perseguir ou
realizar uma tarefa ou meta.
4.1 Teorias da motivação
Existem diversas teorias da motivação e outras tantas maneiras de se
dividir seus estudos. De um modo geral podemos classificá-las ou dividi-las
em:
1) Teorias de conteúdo
• Teorias gerais (Hierarquia das necessidade
• ÿTeorias organizacionais (Teoria bifactorial)
2) Teorias de processo
• Teorias gerais (Teoria da equidade)
• Teorias organizacionais (Definição de objectivos)
•
4.1.1 Hierarquia das necessidades
A Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow é, sem dúvida, a teoria
da motivação mais conhecida. Esta teoria assenta em dois pressupostos
fundamentais:
• As pessoas são organismos motivados pelo desejo de satisfazer
determinado tipo de necessidades.
39
• Essas necessidades são universais e dispõem-se de forma seqüencial
ou hierárquica. Isso significa que o indivíduo se sentirá motivado a
satisfazer uma necessidade de nível superior apenas quando todas as
outras necessidades que lhe são inferiores estiverem satisfeita.
Maslow distingue cinco níveis de necessidades que podem ser graficamente
representadas por uma pirâmide:
• Necessidades fisiológicas
• Necessidades de segurança
• Necessidades sociais ou de amor
• Necessidades de estima
Necessidades de auto-realização
Maslow dividiu ainda as cinco necessidades em dois grandes grupos:
necessidades de ordem superior, ou secundárias, e as de ordem inferior, ou
primárias. As necessidades fisiológicas e de segurança são de ordem inferior
e as restantes são de ordem superior. A diferenciação entre as duas foi feita
com base na premissa de que as necessidades de ordem elevada são
satisfeitas internamente ou são intrínsecas, enquanto que as necessidades de
ordem inferior são predominantemente satisfeitas externamente (por aspectos
tais como salário ou contrato de trabalho, por exemplo).
Aplicando o modelo de Maslow às organizações, podemos concluir que, se
na maioria dos casos se encontram satisfeitas as necessidades de nível
inferior, o mesmo não se pode afirmar relativamente às necessidades de
ordem superior. De facto, muitas organizações possibilitam apenas
parcialmente a resolução das necessidades humanas de ordem superior.
Segundo (Maximiniano 2008) as organizações devem proporcionar as
oportunidades de tal forma que os seus colaboradores percepcionem o
trabalho como um elemento central da sua própria identidade, uma vez que,
40
como é sabido, o trabalho contribui para a construção de uma identidade
pessoal positiva. Ainda segundo esse autor, a teoria de Maslow tem recebido
grande aceitação sobretudo por parte dos gestores, o que se pode atribuir não
só à lógica intuitiva da teoria como também à facilidade com que é apreendida.
4.1.2 Teoria X e Y
Douglas McGregor propôs duas visões distintas relativamente à forma de
pensar o Homem: uma visão tradicional, basicamente negativa, designada por
Teoria X, e outra contemporânea, basicamente positiva, designada por Teoria
Y:
Na Teoria X As organizações partem do pressuposto de que as pessoas
têm aversão ao trabalho e à responsabilidade, preferindo ser dirigidas e, por
isso, devem ser controladas e motivadas pela coação, pela punição, pelo
dinheiro ou pelos elogios. Estes pressupostos correspondem à concepção
mecanicista dos trabalhadores utilizada pela Escola Clássica e levam as
organizações a colocar a ênfase na satisfação dos fatores higiênicos definidos
por Frederick Herzberg.
Já na Teoria Y parte-se da hipótese de que as pessoas são criativas,
competentes e consideram que o trabalho é tão natural como a diversão ou o
descanso. Assim, sob condições corretas desejam trabalhar; daí que
é fundamental proporcionar-lhes condições para o seu desenvolvimento
pessoal. Estes pressupostos constituem a base de uma chamada
Administração Participativa.
Mas, quais são as implicações motivacionais de se aceitarmos a análise de
McGregor? A resposta a esta questão fica mais clara se a enquadrarmos na
teoria de Maslow. Assim, a Teoria X assume que as necessidades de ordem
inferior dominam os indivíduos e a Teoria Y assume que são as de ordem
superior que são dominantes.
De acordo com (Maximiniano 2008:239), McGregor possuía a crença que
os pressupostos da Teoria Y tinham mais valia do que a Teoria X. Assim, ele
41
propôs sugestões como a participação na tomada de decisão, funções que
atribuíssem responsabilidades e desafios aos seus titulares e boas relações
de trabalho como abordagens que maximizariam a satisfação no trabalho.
4.1.3 Teoria Bifatorial
Esta teoria parte da constatação de que, enquanto as experiências
positivas relatadas pelos sujeitos se relacionam com o conteúdo do trabalho,
as experiências negativas relacionavam-se com o contexto do trabalho.
Herzberg concluiu que os fatores responsáveis pela satisfação não eram
simultaneamente responsáveis pela insatisfação: a satisfação decorria do
trabalho em si mesmo, a insatisfação dos fatores contextuais.
Os fatores intrínsecos, tais como: sucesso, reconhecimento,
desenvolvimento, conteúdo do trabalho aparecem relacionados com a
satisfação, e designam-se por fatores motivacionais. Aos fatores extrínsecos,
como: políticas organizacionais, supervisão, relacionamento interpessoal, que
não geram satisfação, Herzberg designou-os por fatores higiênicos.
TEORIA BIFATORIAL
Insatisfação Neutralidade Satisfação
Herzberg aponta como grande diferença entre fatores higiênicos e
motivacionais que os primeiros, quando presentes, eliminam a insatisfação,
mas não provocam a motivação, enquanto os segundos, quando presentes,
geram a motivação, mas não eliminam a insatisfação.
FATORES IGIÊNICOS
FATORES MOTIVACIONAIS
42
Fatores higiênicos (insatisfação)
• Qualidade da supervisão • Pagamento • Políticas de gestão • Condições de trabalho • Relações com os outros • Segurança no trabalho
Fatores motivadores (satisfação)
• Oportunidades de promoção • Oportunidades de desenvolvimento pessoal • Reconhecimento • Responsabilidade • Sucesso • Conteúdo do trabalho
Os fatores motivacionais relacionam-se com a motivação no trabalho: os
colaboradores estarão motivados se lhes forem atribuídas tarefas
verdadeiramente interessantes e ricas em termos de conteúdo.Na ausência
destes fatores, o indivíduo não estará motivado.
Os fatores higiênicos relacionar-se-ão com a satisfação no trabalho:
independentemente do grau de motivação do sujeito, ele poderá estar ou
não satisfeito com as condições que lhe são propostas. Um colaborador vai
sentir-se satisfeito se vir realizados os fatores higiênicos.
4.1.4 Teoria da Equidade
A Teoria da Equidade, geralmente atribuída a J. Stacy Adams, é uma das
várias teorias sobre motivação que coloca a ênfase na percepção pessoal
do indivíduo sobre a razoabilidade ou justiça relativa na sua relação de
trabalho com a organização. De fato, a Teoria da Equidade parte do
princípio de que a motivação depende do equilíbrio entre o que a pessoa
oferece à organização através do sistema produtivo (o seu desempenho) e
aquilo que recebe através do sistema retributivo (a sua compensação).
Segundo os autores da teoria, as pessoas sentem-se motivadas
sempre que esperam receber da organização (seja em forma monetária,
reconhecimento público, promoção, transferências, ou outra) uma
43
compensação justa pelos os seus esforços em favor da organização. A
justiça desta compensação é avaliada pelas pessoas através da
comparação entre o que recebem outras pessoas cujas contribuições são
semelhantes.
No caso da compensação ser injusta (inferior à compensação
atribuída a outras pessoas), as pessoas sentem-se insatisfeitas e tendem
a reduzir as suas contribuições ou, se estas “injustiças” se repetirem, pode
mesmo sair da organização. Quando a compensação é justa (equilibrada
com a de outras pessoas), as suas contribuições continuam idênticas.
Sempre que a compensação está acima da recebida pelas outras
pessoas, verifica-se a tendência para um maior esforço.
A percepção da inequidade pode verificar-se em numerosas situações,
entre as quais a definição de funções, as promoções, as transferências, os
elogios públicos, e obviamente nos salários e outras compensações
monetárias. É fundamental que os gestores não esqueçam que por vezes
uma inequidade sem importância no seu ponto de vista, pode representar
uma grande injustiça para aqueles que por ela são diretamente afetados.
4.1.5 Teoria das Expectativas Instrumentalidade-Valência (EIV)
Em vez de se centrar em necessidades individuais, objectivos ou
comparações sociais, a teoria das expectativas olha para o papel da
motivação no ambiente de trabalho.Na sua essência, esta teoria defende
que as pessoas estão motivadas para trabalhar quando elas esperam
poder alcançar as coisas que desejam do seu trabalho.
A teoria das expectativas assume que as pessoas são seres racionais
que pensam sobre o que têm de fazer para serem recompensadas e qual
o significado que a recompensa tem para elas, antes de desempenharem
o seu trabalho.
Portanto, a teoria assume que os comportamentos individuais são o
resultado de escolhas conscientes entre várias alternativas
comportamentais possíveis. Essas escolhas relacionam-se com diversos
44
processos psicológicos. Com estes diversos processos psicológicos, as
pessoas procuram maximizar o prazer e minimizar o desprazer.
A motivação é o resultado de três tipos diferentes de crenças:
• Valência
• Instrumentalidade
• Expectativa
Valência diz respeito à orientação afetiva da pessoa para determinado
resultado. Quando a pessoa prefere atingir o resultado a valência será
positiva, quando prefere não alcançar o resultado a valência será negativa e
será neutra se lhe for indiferente alcançar o resultado.
Instrumentalidade: dizemos que algo é instrumental quando nos
permite aceder a determinado resultado.
Expectativa refere-se à intensidade com que a pessoa acredita que
um determinado resultado será possível de alcançar.
Esta teoria defende que a motivação é uma função multiplicativa das
três componentes básicas. Esta função multiplicativa também implica que se
alguma destas componentes for zero, o nível de motivação será zero. Então,
por exemplo, mesmo que um colaborador acredite que o seu esforço
resultará num bom desempenho, que por seu turno resultará em
recompensa, a motivação será zero se a valência das recompensas que ele
espera forem neutras ou negativas.
Nesta teoria, as pessoas procuram atingir o nível de desempenho que
melhor garanta a defesa do seu interesse.Assim, o nível motivacional será
baixo se:
• a pessoa tiver baixas expectativas quanto à probabilidade de
vir a ter sucesso (expectativa baixa).
• associados ao seu comportamento estiverem resultados
pessoais neutros ou negativos (valência baixa)
45
• a pessoa acreditar que do seu comportamento não decorrerão
ganhos pessoais significativos (instrumentalidade baixa)
A teoria das expectativas reconhece que a motivação é um dos vários
determinantes importantes do desempenho. As competências e capacidades
também contribuem para o desempenho da pessoa no trabalho. Para além
destas características, a teoria das expectativas também reconhece que o
desempenho é influenciado pela percepção que as pessoas têm do seu
papel, isto é, aquilo que acreditam ser esperado delas no trabalho.
A teoria das expectativas também reconhece o papel da oportunidade
para desempenhar o trabalho: mesmo os melhores colaboradores podem ter
um desempenho de nível muito baixo se as suas oportunidades forem
limitadas.
4.1.6 Teoria da Definição de Objetivos
Da mesma forma como as pessoas satisfazem as suas necessidades
no trabalho, elas também podem ser motivadas para alcançarem objetivos.
De fato, o processo de estabelecer objetivos é uma das forças motivacionais
mais importantes que operam nas pessoas dentro das organizações.
Segundo (Maximiniano 2008) A teoria da definição de objetivos, de
Locke e Lathan, defende que a melhor forma de aumentar a produtividade
dos colaboradores passa pelo estabelecimento ou definição de metas e pelo
controlo dos resultados a elas associados.
Segundo esta abordagem, o mero fato de existirem objetivos definidos
vai influenciar a forma como a tarefa é executada e o resultado final obtido.A
motivação no trabalho poderá ser aumentada desde que a definição dos
objetivos contemple várias características.
Os objetivos devem ser:
• Precisos e concisos
46
• Mensuráveis
• Estabelecidos dentro de determinado prazo
• Geradores de lucros
• Mutuamente aceites
• Orientados para resultados
• Relevantes
• Consistentes com os objetivos organizacionais
• Compatíveis com os objetivos dos outros
Para que a definição de objetivos se traduza em melhorias de
desempenho, é necessário que as pessoas recebam informação regular
sobre a eficácia do seu comportamento tendo por referência as metas
estabelecidas.Por outras palavras, é essencial que a definição de objetivos
se faça acompanhar pela informação de feedback relativa às características
quantitativas e qualitativas do desempenho anterior.Sem feedback, a
definição de objetivos poderá ser inútil, na medida em que não permite às
pessoas uma correta avaliação das estratégias utilizadas nem dos resultados
obtidos.
Várias investigações mostraram que o feedback e a definição de
objectivos aumentam a eficácia do grupo e são tão mais úteis quanto mais
complexas forem as tarefas. A definição de objetivos é uma ferramenta de
gestão para motivar pessoas. Estabelecer um objetivo específico, difícil mas
aceitável, e fornecendo feedback sobre o progresso na direção desse
objetivo aumenta o desempenho.
Com base nos objetivos definidos e nos resultados alcançados
durante o prazo estabelecido, a organização dispõe de um excelente
dispositivo para proceder às avaliações de desempenho, transformando-as
numa prática de desenvolvimento organizacional.
47
Como percebemos, são inúmeros os pressupostos teóricos sobre o
assunto. Acreditamos que a escolha da melhor abordagem para se
trabalhar vai depender das características específicas de cada organização e
do grau de conhecimento que cada uma tem do valor dessas contribuições
científicas para o aumento da produtividade. De qualquer modo, em nossos
estudos iremos teremos a oportunidade de avaliar o quanto o fator
motivacional é importante para o gerenciamento de grandes corporações
como as forças armadas.
48
CAPÍTULO V
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
A Avaliação de Desempenho é uma importante ferramenta de Gestão
de Pessoas que, corresponde a uma análise sistemática do desempenho do
profissional em função das atividades que realiza, das metas estabelecidas,
dos resultados alcançados e do seu potencial de desenvolvimento. É a
comparação entre um objetivo proposto e um resultado obtido. O objetivo final
da Avaliação de Desempenho deve ser contribuir para o desenvolvimento das
pessoas na organização. Nesse contexto, desempenho é o que as pessoas
efetivamente fazem e pode ser observado. O desempenho está vinculado
àquelas ações referentes às metas da organização, e pode ser mensurado em
termos da eficiência de cada indivíduo, ou seja, diante de sua capacidade de
contribuição.
Mas qual a finalidade da avaliação?
"Toda pessoa precisa receber retroação a respeito do seu desempenho para saber como está indo no seu trabalho. Sem essa retroação as pessoas caminham às cegas. Também a organização precisa saber como as pessoas desempenham as suas atividades para ter uma idéia de suas potencialidades." (CHIAVENATO, 1999:224)
Assim, o resultado final da Avaliação de Desempenho deve
apresentar as informações necessárias para a identificação de oportunidades
de melhoria e a elaboração de um plano de ações em relação a vários níveis –
geral da organização, por área e individual.
5.1 - Histórico
A ênfase na necessidade de avaliação tem início com a crescente busca
da eficiência vinculada a Administração Científica: "Foi com a Escola da
Administração Científica que ocorreu forte impulso à teoria administrativa a
partir do começo do século XX" (Chiavenato, 1997:335) "O objetivo básico da
49
administração científica era incrementar a produtividade do trabalhador por
meio de uma análise científica sistemática do trabalho do empregado." (Silva,
2000: 121) A preocupação estava em obter aumento na produtividade por meio
da eficiência da máquina. Nesta abordagem verificou-se que as organizações
conseguiram resolver as questões relacionadas à maquina, mas referente às
questões relacionadas ao homem no trabalho nada havia sido feito. Nessa
época, acreditava-se que o homem era parte integrante da máquina motivado
somente por incentivos financeiros.
Na primeira metade do século XX, "surgiu o movimento das relações
humanas que foi um esforço combinado do teórico e prático, para fazer os
gerentes mais sensíveis ás necessidades dos empregados." (Silva, 2000: 199)
A partir da escola das relações humanas passou-se a ter outro enfoque
referente à forma de ver o funcionário e de obter resultados. A preocupação
passou da máquina para o homem, e se verificou que o aumento da produção
estava condicionado com a satisfação do funcionário que passou a ser tratado
como um ser integrante da organização. A partir dessa abordagem começou
a haver mudanças na forma de tratar os funcionários, surgiram vários estudos
sobre como conhecer e medir o potencial das pessoas.
Na abordagem neoclássica da administração, onde houve a evolução
dos pensamentos de Taylor, deu-se início a administração por objetivos (APO)
"A Administração por Objetivos surgiu como método de avaliação de controle
sobre o desempenho de áreas e organizações em crescimento rápido (..)"
(Chiavenato, 1993: 361). Esta sistemátiva, é um processo de Administração
através do qual o supervisor e o subordinado, estabelecem metas e
prioridades comuns a organização e ao indivíduo, delimitando a área de
responsabilidade de cada funcionário, e utilizando essas medidas como guias
para operar e avaliar as contribuições de cada um de seus membros.
"a APO é agora freqüentemente utilizada para impor um sistema mecanicista de metas e objetivos em uma organização. Tem sido utilizada para controlar a
50
direção na qual administradores e empregados podem levar a organização, por exemplo, através de metas de desempenho consistentes com esses objetivos". (MORGAN 1996, p.30).
Segundo Pontes,
"na APO os objetivos são definidos como alvos que os indivíduos ou as organizações procuram alcançar em um determinado período." (1996: 63) "Os objetivos na empresa são hierarquizados e iniciam-se pelos objetivos estratégicos, e com base nestes, são definidos os departamentais e, após, os objetivos individuais. " (Pontes, 1996: 64)
No processo de avaliação deve-se elaborar o planejamento
estratégico, ter acompanhamento diário do progresso, solução contínua dos
problemas, análise dos resultados alcançados e elaboração das propostas
futuras.
Experiência brasileira: A primeira indústria de que se tem notícia de ter
implantado a Avaliação de Desempenho foi a General Motors que, já em 1918,
tinha um sistema de avaliação para seus executivos; contudo, somente após a
Segunda Guerra Mundial, é que os sistemas de Avaliação de Desempenho
tiveram uma ampla divulgação nas organizações; as empresas precisavam de
reestruturação para garantir o aumento da produtividade, através de sistemas
de controle de seus empregados. No Brasil, a trajetória da Avaliação de
Desempenho seguiu caminhos muito semelhantes aos que estavam sendo
trilhados na América do Norte e na Europa, logo, sofrendo as mesmas
influências da organização burocrática.
As primeiras tentativas de Avaliação de Desempenho no Brasil surgiram na década de 30, por iniciativa do próprio Estado, e destinavam-se a avaliar Servidores Públicos Federais e Militares. Estas avaliações eram previstas nas Constituições de 1934 e 1937, surgindo posteriormente na consolidação das Leis Trabalhistas, em 1947. Durante o Governo de Juscelino Kubitschek, essas avaliações extrapolaram o âmbito estatal, instalando-se nas Empresas Privadas e Multinacionais, que estavam em frase de franco desenvolvimento (DUTRA, 1998).
51
5.2 - CONCEITUAÇÃO E MÉTODOS
"A avaliação ou administração de desempenho é um método que, visa,
continuamente, estabelecer um contrato com os funcionários referente aos
resultados desejados pela organização, acompanhar os desafios propostos,
corrigindo os rumos, quando necessário, e avaliar os resultados conseguidos."
(Chiavenato, 1997: 337) "A avaliação do desempenho é uma apreciação
sistemática do desempenho de cada pessoa no cargo e o seu potencial de
desenvolvimento futuro. " (Pontes, 1996: 22). Existem várias conceituações de
Avaliação de desempenho:
Porém, de uma maneira geral, avaliar o desempenho do funcionário
consiste em analisar vários indicadores que estão relacionados com o esforço
individual, como podemos observar no anexo “A”, rol de desempenho
trabalhado no exército:
Os métodos de obtenção de dados sobre desempenho são muitos. A
escolha de um ou de outro vai depender da necessidade e competência de
cada organização "A avaliação de desempenho constitui-se numa série de
técnicas com a finalidade de obter informações sobre o comportamento
52
profissional do avaliado durante o seu desempenho no trabalho". (Carvalho,
1998: 242)
Analisando a literatura sobre o assunto, observamos a existência
de três métodos mais recorrentes que tratam da avaliação de desempenho,
cada um apresentando vantagens e desvantagens, ficando a critério da
empresa, escolher os melhores métodos conforme suas necessidades:
A - Método das escalas gráficas: é um método composto de uma
relação de fatores a serem medidos pelo chefe imediato ao analisar a
execução do trabalho do subordinado. “Serve para avaliar os empregados em
função de indicadores de desempenho previamente determinados e
comparados com a realidade da organização”.(BULGACOV, 1999:377). É
utilizado um formulário com os fatores a serem avaliados e os graus de
medição do desempenho de cada um desses fatores.
De acordo com (CHIAVENATO, 1998), no método das escalas gráficas,
as vantagens estão na facilidade de elaboração dos formulários, na
compreensão automática do método por parte do avaliador, na visão geral que
se tem de todos os fatores a serem avaliados e na agilidade de execução que
o método possui.
Entre as desvantagens das escalas gráficas, está o efeito dos pré-
conceitos estabelecidos pelo avaliador a cerca do avaliado que, no caso, irão
balizar os resultados. Se esses pré conceitos forem positivos, a tendência é a
aproximação dos níveis máximos de desempenho; se negativos, a tendência é
o inverso. Em caso de despreparo por parte do avaliador, o avaliado
permanecera no meio termo, devido ao fato que a mediana se torna a
tendência da avaliação. Quando utilizado com freqüência, como alternativa
única de avaliação, esse método torna a avaliação de desempenho monótona,
rotineira e limitada, limitação que se acentuará no direcionamento a tomada de
decisões. (CHIAVENATO,1998).
53
B - Método de escolha forçada: consiste, basicamente, em se avaliar o
desempenho por intermédio de frases descritivas de alternativas de tipos de
desempenho individual. Propõe-se a neutralizar as tendências a generalização
e ao subjetivismo do método das escalas gráficas.
“Escolha forçada” é uma denominação que surge devido ao fato de a
avaliação ser elaborada em blocos descritivos. Cada bloco possuindo frases
com expressões de desempenho, o avaliador precisa escolher qual a frase que
melhor traduz à o desempenho do avaliado.
A adoção do método de escolha forçada no processo de Avaliação de
Desempenho dificulta a subjetividade e as generalizações do processo
anterior. Dessa maneira, permite uma melhor identificação das diferenças
individuais da equipe avaliada. Segundo (GIL, 1994) proporciona também,
resultados isentos da influência subjetiva ou pessoal do avaliador, além de
oferecer uma maior facilidade de adaptação às necessidades especificas da
organização.
A elaboração de formulários para a aplicação desse método é
maisdemorada, exige pesquisas constantes para a atualização das frases de
escolha, deixa o avaliador sem noção do resultado final e é um método
comparativo, que classifica os avaliados em bons, médios e fracos, sem o
fornecimento de maiores detalhes, (CHIAVENATO, 1998).
C- Método de pesquisa de campo: esse método é implementado
mediante questionário ou entrevista realizada por integrantes da área de
Recursos Humanos, junto a ocupantes de cargos de chefia. Tem por objetivo
colher informações acerca do desempenho do avaliado e das ações tomadas a
partir dos fatos citados. É um dos métodos tradicionais mais completos de
avaliação do desempenho. Baseia-se no principio da responsabilidade de linha
e da função de staff no processo de avaliação. (Chiavenato, 2004: 232)
É um sistema ágil que , se bem conduzido,
“(...) pode ter uma enorme gama de aplicação, pois permite avaliar o desempenho e suas causas, planejar em conjunto com a supervisão imediata os meios para seu desenvolvimento e, principalmente, acompanhar o
54
desempenho do empregado de uma forma muito mais dinâmica do que em outros métodos de avaliação de desempenho”.(CHIAVENATO, 1981:233).
Aqui é importante estar alerta para o fato de que a predisposição do
avaliador em submeter-se à entrevista pode favorecer ou prejudicar os
avaliados. Para (CHIAVENATO, 1997), esse método requer alguns cuidados
especiais: por ser subjetivo e exigir a participação de terceiros, requer o
treinamento da equipe de entrevistadores; por ser de difícil tabulação, pode
dificultar a comparação dos resultados.
Devido a dinâmica social dos mercados, o novo momento das
organizações fez com que surgissem novos métodos de avaliação de
desempenho, com uma aboradagem completamente inovadora como: auto-
avaliação e autodireção das pessoas, maior participação dos colaboradores
em seu planejamento de desenvolvimento dentro da organização, possui
também foco no futuro e a melhoria contínua do desempenho.
Os métodos tradicionais de avaliação do desempenho apresentam certas características ultrapassadas e negativas. Eles são eles são geralmente burocráticos, rotineiros e repetitivos.tratam as pessoas como sendo homogêneas e padronizadas (Chiavenato 2004:235).
Atualmente, algumas das organizações estão adotando no seu sistema
de gestão de pessoas uma moderna ferramenta de avaliação de
desempenho, que é denominada de Avaliação participativa por objetivos
(APPO). Como salienta CHIAVENATO (1999), "A APPO é uma das boas idéias
que foram destruídas pelo furor burocrático de algumas organizações." Por ser
democrática, participativa, envolvente e motivadora é um sistema totalmente
oposto aos métodos tradiconais. Os objetivos são definidos conjuntamente,
cada um é responsável pelo comprometimento para com os objetivos
definidos, negociação aberta entre gerente e colaborador, o desempenho é o
reflexo do comportamento do colaborador no alcance do objetivos, constante
monitoração dos objetivos e desempenhos e avaliação conjunta e retroação
55
dos resultados para os avaliados. A APPO parte da análise de fatores
presentes para desenhar o melhor desempenho de amanha.
"Na moderna concepção, a avaliação de desempenho começa não pela apreciação do passado, mas pela focalização no futuro. Ou melhor, está mais orientada para o planejamento do desempenho futuro do que para o julgamento do desempenho passado" (CHIAVENATO, 2004:41)
Pode-se inferir então, que essa visão de avaliação do desempenho não
está preocupada em punir ou reverenciar alguma ação do passado, mas em
determinar ações para o aperfeiçoamento do desempenho futuro.
5.3 - Aplicação
"O processo de recrutamento e seleção é a introdução de recursos
humanos na organização... tem por objetivo a escolha do homem certo para o
lugar certo. " (Chiavenato, 2000: 223) "A análise de cargos é um instrumento
importante de gestão de pessoal e tem utilização ampla, como na
administração de cargos e salários, treinamento, carreiras, planejamento,
recrutamento e seleção de pessoal." (Pontes, 1996:27)
A avaliação de desempenho feita de forma clara e objetiva trás muitos
benefícios. Para a organizaçã,o tais benefícios refletirão nos dados sobre o
desempenho organizacional, no planejamento de Recursos Humanos, em
uma melhor comunicação e num aumento da motivação. A avaliação segundo
(Chiavenato, 2004:245), tem várias aplicações e propósitos, tais como:
A - Processos de agregar pessoas. A avaliação do desempenho
funciona como insumo para o inventário de habilidades e para o planejamento
de GP. Constitui a base de informação para o recrutamento e seleção ao
indicar as características e atitudes adequadas dos novos funcionários, que
serão futuramente cobrados pelo resultado final de suas unidades e negócios;
B - Processos de aplicar pessoas. Proporciona informação sobre como
as pessoas estão integradas e identificadas com seus cargos e tarefas;
56
C - Processos de recompensar pessoas. Indica se as pessoas estão
sendo motivadas e recompensadas pela organização. Ajuda a organização a
decidir sobre quem deve receber recompensas como aumentos salariais ou
promoções, ou a decidir quem deve ser desligado da organização. Em suma,
deve encorajar a iniciativa, desenvolver senso de responsabilidade e estimular
o esforço de fazer melhor as coisas;
D - Processos de desenvolver pessoas. Indica os pontos fortes e fracos
de cada funcionário, quais os funcionários que necessitam de treinamento e
quais os resultados dos programas de treinamento. Facilita a relação de
aconselhamento entre funcionário e superior e encoraja os gerentes a
observar os comportamentos dos subordinados para ajudar a melhorá-lo;
E - Processos de manter pessoas. Indica o desempenho e os resultados
alcançados pelas pessoas;
F - Processos de monitorar pessoas. Proporciona retroação às pessoas
a respeito de seu desempenho e potencialidades de desenvolvimento. A
avaliação é a base para toda discussão entre superior e subordinado a
respeito de assuntos do trabalho. Proporciona uma interação que facilita o
entendimento entre as partes envolvidas. Além do mais, a avaliação pode ser
utilizada como uma ferramenta para avaliar o próprio programa de GP.
A participação do funcionário no processo de avaliação de seu
potencial, é a oportunidade do funcionário de conhecer seus pontos fortes e
fracos, e de tomar ações para melhorar o seu desempenho se necessário. O
"feedback" irá proporcionar o retorno sobre o trabalho desenvolvido e
funcionará como guia para ações futuras. O objetivo da avaliação de
desempenho é analisar o resultado alcançado com o resultado esperado,
através de manutenção e acompanhamento periódico.
Atualmente uma das instituições que mais se preocupam com a questão
da Avaliação de Desempenho são as Forças Armadas: a produção das forças
armadas se resume ao desempenho de homens trabalhando em sintonia
manuseando máquinas diversas. Esse fato nos leva a perceber que há uma
estreita relação nesse tipo de produção com a produção de serviços. Neste
contexto, cada soldado é cliente e fornecedor de algum outro soldado. Essa
57
relação de interdependência obriga a manutenção de uma dedicação
exacerbada de cada indivíduo; afinal, quase sempre o trabalho envolve riscos
reais para os integrantes dos grupos de trabalho. A avaliação técnica e
psicológica dos militares é imprescindível para a sobrevivência da força .
homens e processos têm de ser constantemente observados tanto para
aumentar a eficiência quanto para não se desperdiçar materiais e vidas.
Por outro lado, as avaliações são imprescindíveis para a manutenção do
clima organizacional, uma vez que delas virão os subsídios para a alocação de
recursos humanos nos diversos cargos, e delas também virão os graus dos
fatores observados que irão alicerçar a distribuição de bônus com base no
mérito. Sejam eles quais forem, influenciarão diretamente na motivação da
tropa. Todavia o sistema de avaliação empregado no Exército ainda carece de
ajustes para bem cumprir sua finalidade, como veremos no próximo capítulo.
58
CAPÍTULO VI
AVALIAÇÃO E MÉRITO
Todos os conceitos abordados até o presente momento, voltados para o
problema da administração de recursos humanos nas diversas organizações,
tem correspondentes reflexos nas forças armadas. O Exército também é uma
organização extremamente complexa, a qual vem ao longo dos anos tentando
adequar seus processos de trabalho as exigências da sociedade
contemporânea e as contingências da situação político econômica nacional.
O principal recurso das forças armadas é o homem: usar armas e
operar máquinas de mais variados níveis de complexidade possível, agir de
forma sistêmica e sintonizada, tudo isso implica recursos humanos altamente
capacitados e motivados. Nesse contexto, questões como meritocracia,
motivação e avaliação são cada vez relevante, haja vista que influenciam
diretamente o desempenho do trabalho do militar.
O foco do nosso trabalho se inicia com a apresentação de um fato que
se apresenta na contramão dos modernos processos de administração de
recursos humanos: após analisar a opinião de diversos militares antigos,
dentre esses, muitos que trabalham diretamente com a administração de
pessoal, verificamos aquilo que abordamos em nossa hipótese: o sistema de
valorização do mérito utilizado pelo exército não vem cumprindo com eficiência
o seu principal objetivo – servir como fator positivo de motivação dentro da
força.
59
6.1 O Departamento Geral do Pessoal (DGP)
O DGP é órgão central que cuida de todos os aspectos relativos a
pessoal dentro do exército:
O Departamento-Geral do Pessoal (DGP) é o órgão
de direção setorial do Exército Brasileiro, responsável
pelo planejamento, orientação, coordenação e o
controle das atividades do Sistema de Pessoal do
Exército, e pela execução das atividades de
administração de pessoal que lhe são atribuídas pela
legislação específica.( http://www.dgp.eb.mil.br/)
Esse grande “Departamento de Pessoal”, em constante
aperfeiçoamento, através de suas diretorias planeja coordena e controla todas
as atividades referentes a admissão, formação, aperfeiçoamento e
manutenção da força de trabalho militar. É encarregado portanto de
implementar as políticas de avaliação das competências e recompensas. Por
conseguinte, estabelece os parâmetros motivacionais.
O DGP está dividido em :
• DAP – Diretoria de Assistência do Pessoal;
• DPROM – Diretoria de Promoções;
• DECEM – Diretoria de Controle de Efetivos e Movimentações;
• DSAU – Diretoria de Saúde;
• DCIP – Diretoria de Civis, Inativos e Pensionistas; e
• DSM – Diretoria de serviço militar.
Para o nosso trabalho, interessam mais a DPROM e a DECEM, órgãos
que lidam diretamente com as questões que envolvem avaliação de
desempenho de pessoal e direitos.
6.1.1 A DPROM tem como missão
Realizar as atividades relativas à avaliação do desempenho do pessoal militar de carreira e as
60
atividades necessárias ao preparo das promoções do pessoal militar da ativa (http://daprom.dgp.eb.mil.br/diretoria_missao.php).
Essa diretoria gerencia a política de promoções subsidiada pelo Sistema
de Avaliação do Mérito (instruções reguladoras -IR 30-30)3, cujos resultados
estão condensados na Ficha de Valorização do Mérito (anexo D). Para a
tomada de decisões referentes a progressão nas carreiras, a DPROM se vale
ainda, de comissões de promoção que atribuem uma pontuação extra ao
militar, alem daquela presente na ficha de valorização.
Na Ficha de Valorização do Mérito constam todos os elementos
mensuráveis sobre as competências dos militares, como podemos verificar no
anexo D, que é o elemento condensador de todos os parâmetros estabelecidos
pala portaria Nº 118 - DGP, de 12 de maio de 2009. entre eles podemos citar
o resultado das avaliações de perfil, que la também entram como mais um item
a ser considerado nesta análise global do mérito militar. No mesmo
documento encontramos referência também à deméritos, aos quais são
atribuídos pontos negativos que reduzem a pontuação total do avaliado.
6.1.2 - A DECEM
De maneira geral, essa diretoria nos é valiosa pelo fato de ser através
dela o militar que o militar pode ter acesso a cursos diversos, missões no
exterior, transferências de sede e outros benefícios. Para a seleção dos
candidatos e escolha dos contemplados com esses bônus a DECEM também
se vale do sistema de valorização do mérito. Alem dessa ferramenta, a
DECEM atende a indicações de autoridades militares para completar o
processo de escolha.
Dentre as várias atribuições da diretoria, temos:
II - planejar e efetivar as movimentações de
competência do Chefe do Departamento Geral do
3 PORTARIA Nº 118 - DGP, DE 12 DE MAIO DE 2009. Disponível em http://daprom.dgp.eb.mil.br/valorizacao_legislacao.php.
61
Pessoal (DGP), em consonância com as diretrizes
estabelecidas por aquele Órgão de Direção Setorial.
III - elaborar: b) as propostas para a adição, a
agregação e a reversão de militares, que forem de
competência do Chefe do DGP; e) o Plano de Carreira
dos Oficiais, Subtenentes e Sargentos do Exército.
VI - emitir parecer sobre a conveniência de passagem
de militares à disposição de órgãos estranhos à Força;
VII - participar, quando determinado, de estudos e
atividades relacionados com a seleção, movimentação
e mobilização de pessoal militar;
VIII - propor viagens e visitas para a difusão da política
de pessoal relacionada com movimentações e seleção;
Como podemos perceber a DECEM é um órgão que exerce grande
influência direta sobre a vida dos militares, logo, está intimamente ligada aos
fatores que podem interferir nos fatores motivacionais da tropa.
6.2 Coleta de dados
Para essa análise devemos considerar o fato de o autor viver dentro da
instituição à aproximadamente 30 anos, tendo percorrido diversos estados e
quartéis. Sendo que, o que se apresenta como sustentação da hipótese é
resultado do confronto entre o clima organizacional vivenciado dentro do que
abordamos em capítulo anterior como organização informal, a análise de
entrevistas de militares antigos e a documentação relativa ao Sistema de
Avaliação do Exército.
6.2.1 - Colaboradores
Entrevistamos ao todo, 36 militares do Rio de Janeiro, 2 de Brasília (via
Skip), 2 de Pernambuco (por e-mail), 3 do Acre (por e-mail), 4 de Manaus (via
Skip) e 3 do Rio Grande do Sul( um via Skip, e os outros por e-mail), entre
subtenentes e sargentos e oficiais, todos com tempo de serviço entre 5 e 25
62
anos. Três desses militares, com grande experiência em administração de
pessoal ( subtenente Joênio Goulart Barbosa-RJ, subtenente Geraldo Lima
Miranda-RJ e o sargento Alexandre -RS) foram os entrevistados.
Obs: o colaborador Sargento Alexandre no permitiu a divulgação de seu
nome completo nem o lugar onde serve. Por isso só divulgamos seu nome de
guerra, o qual é bem comum.
6.2.2 – Questionário e Entrevistas
Cabe ressaltar que, diferentemente do que ocorre em outras
organizações, inclusive de outras forças, no exército qualquer um assume
funções no setor de administração de pessoal. Não existe a figura do
elemento que só trabalha nessa parte administrativa. Normalmente, ocorre um
rodízio de funções, de modo que todos tenham noções do assunto.
6.2.2.1 Questionário
Foram elaboradas e solicitado responder diretamente ou via Internet,
as seguintes perguntas genéricas:
1. Você se sente satisfeito com a sua carreira? (sim, não, mais ou
menos)
2. Você se sente satisfeito com seu ambiente de trabalho? (sim,
não, mais ou menos)
3. Você considera satisfatórias as possibilidades de ascensão
Dentro da força? (sim, não, mais ou menos)
4. Você sabe como funciona o sistema de avaliação do Exército?
(sim, não, mais ou menos)
5. Você considera satisfatória a questão da justiça (mérito) dentro
do sistema? (sim, não, mais ou menos)
6. Cite algum ponto que o senhor considera discrepante.
7. O Exército distribui alguma espécie de bônus diferenciado a
algum militar? (sim, não)
8. Qual é o critério?
63
9. Se pudesse trocaria de carreira ? (sim, não)
10. Porque?
Resultados:
Item / resposta sim Não +/- resultado
1 12 25 14
2 20 19 12
3 18 19 14
4 24 - 27
5 16 31 3
7 44 3 4
9 38 13 -
Item 6: 48% responderam o conceito; 20 a comissão de avaliação;
32% Valorização do mérito.
Item 8: dos 38 que responderam sim ao item 7 - 56% peixada4
(apadrinhamento); 30% conceito; 14% conceito e peixada.
Item 10: dos 38 que responderam sim ao item 9 - 64% salário, 33%
salário e motivação.
6.2.2.2 - Entrevistas:
Ao abordar o tema valorização do mérito e conceito com os três militares
que trabalham a mais de 10 anos com administração de pessoal, mostramos-
lhes os dados acima, e obtivemos as seguintes observações:
• Subtenente Joênio, 41 anos, servindo a 18 na Escola de
Comunicações do Exército (escola, no Rio de Janeiro) e
subtenente Miranda, 42 anos, a 8 servindo no 25 Batalhão
Logístico, (quartel normal, tropa no Rio de Janeiro):
4 Expressão militar que significa que dado elemento é tratado como se fosse um peixinho de aquário, ou seja, cercado de mimos pelo chefe.
64
“os militares que estão na tropa5 geralmente tem uma pontuação de avaliação menor que aqueles que servem nas diretorias, gabinetes e Escolas, ou seja, a média dos conceitos dos quartéis comuns é inferior a daqueles em que os chefes têm maior patente. “O mais grave é que a gente só sabe o resultado das avaliações quando já é tarde demais para mudar alguma coisa, ou seja, o cara te avalia mais não de fala nada.”
• Sargento Alexandre, 38 anos, a muito servindo no sul do Brasil
(quartel normal, tropa - RS):
“As comissões de promoção6 são grupos de oficiais que atuam em Brasília julgando o pessoal que está preste a ser promovido (regra da política de promoções). Essas comissões atribuem pontos diferenciados aos vários militares que concorrem as escassas vagas. O problema é que o critério de julgamento não é divulgado, o que tem causado revolta geral naqueles que se sentem prejudicados.”
Quanto a questão das evasões o Sargento assim se posicionou:
(..) todo mundo tá estudando pra tentar sai r(..) e por conta dos baixos salários e das péssimas condições de trabalho, falta tudo. Nós praças não somos valorizados, em qualquer outra instituição os funcionários são incentivados a estudar, aqui é o contrário, quem estuda é vagabundo e é perseguido.
Alem disso, todos se posicionam quanto ao CONCEITO do pessoal que
serve na tropa, dizendo ser inferior aos daqueles que servem diretamente nos
grandes comandos7 e nas diretorias, principalmente de Brasília. Quanto as
regras de Avaliação de Mérito (PORTARIA Nº 118 - DGP, DE 12 DE MAIO DE
2009. anexo B), foi citado que alguns quesitos de avaliação são injustos, ou
5 Quartel comum, com as atribuições de formação e treinamento voltados para as atividades fim do exercito – a guerra – se afastando muito de qualquer instituição no meio civil. Geralmente enfatiza a parte física, técnica e disciplinar como condições primeiras para o bem cumprir suas missões. 6 grupo de oficias que tem a atribuição “teórica” de dirimir discrepâncias de mérito por ocasião da elaboração da lista e militares que concorrerão a promoções. Suas decisões são tomadas sem transparência, visto que não divulgam seus critérios de julgamento. 7 Brigadas, divisões, quartéis generais como um todo.
65
seja, consultando a legislação pode-se verificar que existem itens de
pontuação aos quais nem todos tem acesso. Nesta mesma portaria existiriam
ainda itens demeritórios, os quais penalizariam os avaliados mais de uma vez,
nos vários processos de avaliação de mérito, o caracteriza uma punição
perpétua.
Outro fator relevante consensual foi que, os itens constantes da pauta
do perfil do militar 8 (anexo A conceito) não são avaliados objetivamente por
ocasião da elaboração dos conceitos semestrais. Nos quartéis onde a grande
maioria dos subordinados não tem contato direto com os chefes, o julgamento
seria feito pela média, prejudicando seriamente a motivação de todos
principalmente dos mais dedicados.
6.3 Análise dos dados
.
6.3.1 A questão da elaboração dos perfis (Conceito)
Este quesito até a época da coleta de dados estava vinculado a
PORTARIA Nº 087 - DGP, DE 17 DE MARÇO DE 20069, a qual assim se
expressa quanto a sua finalidade:
Art. 1º Este documento tem por finalidade regular o Sistema de Avaliação do Pessoal Militar do Exército, de acordo com o prescrito nas Instruções Gerais (IG 30-06), aprovadas pela Portaria Nº 660, do Comandante do Exército, de 14 de novembro de 2002. Art. 2º A avaliação é um processo bipolar, envolvendo o avaliador e o avaliado. Art. 3º O Sistema de Avaliação objetiva fornecer à Instituição o perfil mais fidedigno de cada militar, refletindo seu desempenho e valor profissional. Art. 4º A avaliação constitui-se em um dos principais instrumentos a ser utilizado nos diferentes processos seletivos.
8 Pauta de julgamento de comportamentos observados que é confeccionada pelo chefe direto do militar, e que constrói o perfil do deste dentro da força. É elaborada 2 vezes por ano e disponibilizada para o militar no mês de agosto, na página do Departamento Geral do Pessoal (DGP). 9 Acessível em www.dee.ensino.eb.br/legislacao/16%20.../Port%20087.pdf.
66
Este documento observa como objeto de análise os seguintes
aspectos:
Art. 5° A avaliação do pessoal militar é constituída de dois aspectos:
I – RELACIONAMENTO – capacidade de uma pessoa, em maior ou menor nível, de conviver, relacionar-se ou comunicar-se com outra; e
II – TRABALHO – atividade coordenada, de caráter qualquer tarefa, serviço ou empreendimento.
Cada um desses aspectos se divide em itens observáveis (anexo F)
aos quais serão atribuídos pontos de 1 a 10 conforme o desempenho do
avaliado
Com base nos questionários, nas entrevistas, consultada a
legislação em vigor (PORTARIA Nº 087 - DGP, DE 17 DE MARÇO DE 2006) e
os pressupostos teóricos sobre avaliação de pessoal podemos tecer as
seguintes considerações:
Pudemos verificar, pelo exame da pauta de atributos, que para se
realizar um trabalho objetivo e fidedigno nesse sistema, os avaliadores teriam
que passar uma boa parte do tempo disponível observando os militares, o que
não ocorre. Logo, a maioria comete o erro de avaliação, pontuando pela
média.
Alguns itens são questionáveis. Começando pelo universo dos itens
que se referem ao RELACIONAMENTO, encontramos o quesito conduta
civil10 que é extremamente subjetivo, e sua análise não nos leva a concluir por
nenhuma contribuição real para o trabalho desenvolvido no Exército. Seria
como se o avaliador tentasse adivinhar o que cada um faz fora da caserna. No
mesmo caminho segue o item Discrição11: sua subjetividade implica numa
10 capacidade de agir como cidadão, de acordo com as normas estipuladas pela sociedade 11 capacidade de manter reserva sobre assuntos ou fatos de seu conhecimento, que não devam ser revelados.
67
situação muito particular de observação, a qual um avaliador que tem prazo
certo para avaliar um grande universo de pessoas não teria acesso.
No aspecto TRABALHO12 também encontramos problemas que
contribuem para dificultar a conceituação do militar: o quesito resistência
possui um grau de subjetividade muito auto e segundo os entrevistados, não
reflete a realidade, segundo Alexandre, mais justo seria seria analisar os
resultados dos testes físicos de cada militar e estabelecer os pontos com base
nesse parâmetro.
A maior reclamação Porém está no fato de os avaliadores não
observarem a média de conceito que cada universo de militares possui:
segundo os subtenentes se os avaliadores observassem as fichas de avaliação
de cada militar e estabelecessem essa média como parâmetro em muito seria
diminuída as injustiças de avaliação. Cada avaliador tem sua própria noção de
justiça que muitas vezes se configura em erros a maior o a menor para o
avaliado.
Todos esses problemas de CONCEITO acabam por prejudicar sobre
maneira a motivação da tropa: segunda a teoria da EQUIDADE atribuída a J
Sttacy Adams, A Teoria da Equidade, geralmente atribuída a J. Stacy Adams,
é uma das várias teorias sobre motivação que coloca a ênfase na percepção
pessoal do indivíduo sobre a razoabilidade ou justiça relativa na sua relação de
trabalho com a organização. De fato, a Teoria da Equidade parte do princípio
de que a motivação depende do equilíbrio entre o que a pessoa oferece à
organização através do sistema produtivo (o seu desempenho) e aquilo que
recebe através do sistema retributivo (a sua compensação).
Como afirma (Maximiano 2008) No caso da compensação ser injusta - inferior
à compensação atribuída a outros -, as pessoas sentem-se insatisfeitas e
tendem a reduzir as suas contribuições ou, se estas “injustiças” se repetirem,
pode mesmo abandonar da organização. O item 8 do questionário confirma
essa discrença na equidade da força. Para 56% do universo não se emprega
pressupostos de mérito por ocasião da distribuição de recompensas.
12 capacidade de manter-se em condições físicas e mentais de atender às exigências da atividade militar
68
A falta de equidade apontada por Stacy Adms no caítulo VI deste
trabalho, também esta muito presente na palavras dos subtenentes
entrevista:
“os militares que estão na tropa13 geralmente tem uma pontuação de avaliação menor que aqueles que servem nas diretorias, gabinetes e Escolas, ou seja, a média dos conceitos dos quartéis comuns é inferior a daqueles em que os chefes têm maior patente.
Outro ponto importante ao observarmos a legislação e com reflexos nos
dados colhidos é o fato de não existir previsão de feedback entre o
desempenho do militar e a sua avaliação por parte dos avaliadores.
“O mais grave é que a gente só sabe o resultado das avaliações quando já é tarde demais para mudar alguma coisa, ou seja, o cara te avalia mais não de fala nada.”
De acordo com a TEORIA DA DEFINIÇÃO DE METAS amplamente
utilizada na iniciativa privada nos seus processos de avaliação de
desempenho, a organização tem que estabelecer claramente os objetivos a
serem atingidos pelos seus integrantes e discutir com eles os resultados de
suas avaliações de desempenho com a finalidade de maximizar os processos .
dese modo mostra-se ao avaliado o quanto ele está perto ou longe das metas
traçadas pra ele. Segundo (Cavalcante, 2005), o feedback ou entrevista de
revisão do desempenho tem sido na última década foco de atenção dos
pesquisadores (Greller, 1998; Greller e Jackson, 1997; Latham, Winter e
Locke, 1994; Meyer, 1991; Locke e Latham, 1990) sendo associado a
resultados positivos, no sentido de aumentar a congruência no
relacionamento entre empregado e empresa.
6.3.2 A questão da valorização de méritos.
13 Quartel comum, com as atribuições de formação e treinamento voltados para as atividades fim do exercito – a guerra – se afastando muito de qualquer instituição no meio civil.
69
Este ponto, até a época da coleta de dados estava vinculado a
PORTARIA Nº 118 - DGP, DE 12 DE MAIO DE 2009, a qual trás no seu bojo
alguns problemas observados nos dados colhidos. O item 6 do questionário
confirma o problema com 36% do universo reclamando do Sistema de
Avaliação. Ao avaliar a legislação constatamos que alguns itens referenciados
como passiveis de pontuação, não eram disponibilizados para concorrência de
todos igualitariamente: como podemos ver no anexo E, existem pontos para
medalha pacificador (deferência ofertada aqueles que trabalham no alto
escalão), missão no exterior (prêmio para quem tem a sorte de estar no lugar
e hora certos ) e vivencia profissional (tempo passado em varias OM pelo
Brasil). O problema e que a maioria dos militares não tem acesso a esses
pontos, o que torna a existência deles uma injustiça . nestes casos
específicos, estão premiando aqueles que já estão beneficiados. Pis todas
essas situações trazem benefícios par os que nelas estão.
Mais uma vez vem a tona os problema de equidade de Stacy. O que
contribui muito para a desmotivação da tropa . podemos ainda analisar essas
deficiências pelo viés da TEORIA BIFATORIAL de Hersbeg, observado no
capítulo IV: todos esses quesitos inacessíveis a maioria da tropa fazem parte
dos fatores motivacionais observados pelo cientista, pois tem a ver com
oportunidade de desenvolvimento pessoal; sucesso e, principalmente,
reconhecimento.
6.3.3 A questão da satisfação no ambiente de trabalho e com a
carreira.
Este ponto, que está relacionado aos quesitos 1 e 2 de nosso
questionário pode ser assim explicado: a tendência a satisfação com o
ambiente de trabalho tem a ver com aquilo que Hersberg denominou fatores
higiênico: contribuem para isso a relação com os companheiros e a
Geralmente enfatiza a parte física, técnica e disciplinar como condições primeiras para o bem cumprir suas missões.
70
estabilidade, segundo o teórico, a falta dos fatores higiênicos causariam a
insatisfação. Por outro lado a desmotivação com a carreira está relacionada a
ausência ou carência de fatores motivacionais tais como falta de oportunidade
de promoção, falta de reconhecimento e principalmente a falta de
desenvolvimento pessoal que foi muito bem referida neste discurso:
(..) todo mundo tá estudando pra tentar sai r(..) e por conta dos baixos salários e das péssimas condições de trabalho, falta tudo. Nós praças não somos valorizados, em qualquer outra instituição os funcionários são incentivados a estudar, aqui é o contrário, quem estuda é vagabundo e é perseguido.
6.3.4 Outras considerações.
Um fator que muito nos chamou atenção na Ficha de Quantificação
do Mérito foi a existência de pontos negativos, os deméritos. Segundo os
militares, as comissões sempre penaliza quem os possui atribuindo esses
militares pontos inferiores aos outros sempre que entram em algum proceso de
mérito. Esse fator é extremamente estranho, visto que a maioria dos
deméritos são resultado de transgressões disciplinares já punidas. Esse fato
acaba por marginalizar eternamente o militar. Atribuindo a ele uma punição de
caráter perpétuo o que é proibido pela constituição de 1988. A Constituição da
República que não admite a existência de penas de caráter perpétuo (artigo
5º, inciso XLVII, alínea b).
Como pudemos observar trabalhando prioritariamente com praças, a
motivação da tropa está bem comprometida. A julgar pela postura do Exército
na hora de executar as avaliações do pessoal percebe-se que a postura
adotada e muito hierarquizada, não se tentando a participação do avaliado no
processo. Está postura verticalisada e mecanicista esta de acordo com a
teoria X de Douglas MacGregor na qual o homem tem que ser dirigido, não
se admitindo uma administração participativa. Por eese mesmo motivo não
obtivemos dados para análise das comissões de promoção que para nós
continuarão como caixas pretas em auto mar.
71
CONCLUSÃO
Como pudemos observar a longo do nosso trabalho, o homem surgiu e
inventou as necessidades e as organizações. Posteriormente foi necessário
inventar formas de gerir tudo que passou a existir na sociedade, desde uma
simples carrocinha de pipoca até um complexo pais.
No decorrer de sua existência, acelerado pela revolução industrial, esse
irrequieto ser foi elaborando teorias e experimentando métodos de melhor
fazer funcionar as coisas que havia criado, e que agora competem ferozmente
entre si. A Modernidade trousse a velocidade em tudo. Trousse a necessidade
de rápida adaptação a mercados cada vez mais competitivos, fazendo as
organizações trabalharem pesadamente no gerenciamento de seus recursos
diversos. Principalmente as pessoas.
Como tudo passou a mudar muito rápido, as estruturas rígidas das fábricas
de ontem perderam sua utilidade. É necessário rápida adaptação em tudo.
Dentro desse novo contexto, o homem ganhou o centro das atenções; passou
de acessório das máquinas a fator de produção principal. Como dissemos
antes, Aquele funcionário robô que executava tarefas repetitivas e
mecanizadas nas linha de produção de Taylor, foi superado. No mundo da
informação e da concorrência, é o conhecimento que faz a diferença. E se o
conhecimento esta no homem, é dele que depende o sucesso. É preciso então
que este fator de produção esteja trabalhando muito bem. É preciso que esteja
com saúde física e mental, é imperioso que esteja motivado.
Estranhamente, apesar de ter sido o Exército o primeiro a trabalhar as
questões de motivação, como vimos no início desse trabalho, o sistema de
avaliação por ele utilizado não tem acompanho a evolução dos sistemas da
iniciativa privada. As discrepâncias observadas são tão óbvias que não
conseguimos imaginar como ainda não foram resolvidas.
É claro que devemos considerar a magnitude do sistema utilizado no
Exército, e a sua grande evolução estrutural até os dias de hoje , inclusive
72
informatizando todo o sistema. Porém, é fato inegável que a tropa está
desmotivada e que o sistema de avaliação contribui para agravar a situação.
Se formos fazer uma análise pelas teorias motivacionais de Hersbeg, por
exemplo, o homem estaria carente de fatores higiênicos e motivacionais, já
que sofre com os baixos soldos e com a falta de perspectiva dentro da carreira.
Encontraremos o mesmo problema pela análise da pirâmide de Maslow, onde
as deficiências se apresentam tanto nos fatores intrínsecos quanto nos
extrínsecos.
Logo, o Sistema de Avaliação do Exército carece de aperfeiçoamento
para servir de fator motivacional positivo para a tropa.
Nesse rastro de modernidade os administradores tem tentado trabalhar,
buscando um constante aperfeiçoamento de seus processos, com o objetivo
maximizar o atendimento aos clientes, em todos os níveis privados e estatais.
No Brasil, a busca por essa evolução deu um grande salto com o início da era
Vargas. Naquela época, com a finalidade evoluir dos vícios da administração
clientelista/patrimonialista, o governo implementou um forte sistema de bases
burocráticas, o qual introduziu o fator meritocrático visando maximizar o serviço
prestado e aperfeiçoar sistema de gerenciamento de seus quadros.
Era preciso selecionar funcionários pelas competência para melhorar o
atendimento ao público, e era preciso mantê-los motivados para garantir a
manutenção do bom serviço.
Essa política ganhou fôlego novo com o Estado Gerencialista que a se
instalou com os governos de FHC. Mais do que nunca era preciso não só obter
a eficiência, como também era necessário ser eficaz e efetivo. Concursos
públicos cada vez mais bem elaborados, programas de aperfeiçoamento,
incentivos, o mais variados possíveis para premiar a competência, tudo em
busca da efetividade final.
Espelhando-se na iniciativa privada, a administração direta e indireta tem
procurado estimular a produtividade de seus quadros, reestruturando carreiras
73
e procurando criar sistemas de avaliação capazes de servir como instrumento
motivacional que garantam sinergia na instituição. Esse esforço tem gerado
reflexos diretos inclusive nas forças armadas. Os quartéis têm tentado
aperfeiçoar seu sistema de avaliação, atentos ao cenário contemporâneo.
Podemos ver, pela densidade estrutural do Departamento Geral de Pessoal
do Exército a importância que o gerenciamento de recursos humanos tem para
as forças armadas. Com raríssimos recursos financeiros voltados à aquisição
de novos equipamentos, o Exército investe em recursos humanos. Para se
manter ativo e atualizado. Porém, um grave problema assombra a caserna: a
constante evasão de profissionais que se encontram com baixo grau de
motivação.
Quanto aos baixos soldos não há o que comentar, é questão política.
Quanto ao sistema de avaliação, seu caráter meritocrático e seu valor
motivacional, cabe uma análise de estrutura e efeitos, o que hora faremos
ao discorrer sobre os pressupostos teóricos envolvidos .
74
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo A Perfil
Anexo B Organograma DGP Anexo C Organograma DAPROM e DCEM Anexo D Valorização do Mérito Anexo E Discrepâncias de Mérito Anexo F Quesitos de perfil Anexo G Discrepâncias por Demérito
75
ANEXO A
CONFIDENCIAL
DEPARTAMENTO-GERAL DO PESSOAL DIRETORIA DE AVALIAÇÃO E PROMOÇÕES
PERFIL DO AVALIADO
Posto/Grad: ST NR DE FICHAS DE AVALIAÇÃO
CONSIDERADAS: 18 A/Q/SV/QMS: Art
Nome: Florisval Medeiros de Sousa UNIVERSO
CONSIDERADO
COMPOSIÇÃO:
ST De ARTILHARIA TURMA DE
1986 IDT: 0302840513 EFETIVO: 48
RELACIONAMENTO MÉDIAS POSIÇÃO RELATIVA AVALIADO UNIVERSO AVALIADO UNIVERSO
9,22 * 9,41 4º Quartil
- APRESENTAÇÃO 8,90 9,40 - CONDUTA CIVIL 9,40 * 9,67 - DESPRENDIMENTO 9,38 9,35 - DISCIPLINA 9,42 * 9,64 - DISCRIÇÃO 9,38 * 9,59 - EQUILÍBRIO EMOCIONAL 8,87 * 9,38 - ESPÍRITO DE GRUPO 9,30 * 9,49 - FLEXIBILIDADE 9,61 9,36 - LIDERANÇA 9,30 9,17 - TATO 8,91 * 9,54
TRABALHO MÉDIAS POSIÇÃO RELATIVA AVALIADO UNIVERSO AVALIADO UNIVERSO
9,38 * 9,44 4º Quartil
- CRIATIVIDADE 9,53 9,38 - DECISÃO 9,11 * 9,24 - DEDICAÇÃO 9,27 * 9,53 - INICIATIVA 9,30 * 9,41 - OBJETIVIDADE 9,46 9,32 - ORGANIZAÇÃO 9,28 * 9,44 - PERSEVERANÇA 9,21 * 9,38 - RESPONSABILIDADE 9,29 * 9,61 - RESISTÊNCIA 9,28 * 9,38 - ZELO 9,81 9,57 Observação: (*) - ABAIXO DA MÉDIA DO UNIVERSO CONSIDERADO N/A - NÃO AVALIADO
Brasília, 30 de agosto de Gen Bda GILDO SILVA FILHO
76
2008 Diretor de Avaliação e Promoções
A�EXO B
Organograma do DGP
77
A�EXO C
ORGANOGRAMAS DA DPROM E DA DECEM
78
ANEXO D
CONFIDENCIAL DEPARTAMENTO-GERAL DO PESSOAL
DIRETORIA DE AVALIAÇÃO E PROMOÇÕES
FICHA DE VALORIZAÇÃO DO MÉRITO (Port nº 030 - DGP, de 28 Fev 08) Emissão: 02/03/2009
Nome: (FLORISVAL) MEDEIROS DE SOUSA
Posto: Subtenente Arma/Quadro/Sv: QMS - ARTILHARIA
Idt: 1302840513 CP: 538968
Data Praça: 22/11/1981 Formação: 29/12/1985
Data Nasc: 08/08/1964 Idade: 44 anos
OM: 28 GAC (ES) CODOM: 022234 Local: Rio de Ipanema-RJ
MÉRITOS
1. AVALIAÇÃO - Média no Aspecto Relacionamento: (9,22 x 3) + 27,69- Média no Aspecto Trabalho: (9,38 x 6) + 56,04
2. MEDALHAS E CONDECORAÇÕES - MEDALHA MILITAR DE PRATA + 3,00
3. ELOGIOS - Não há Registro
4. CURSOS E CONCURSOS - Sgt Carreira - QMS Artilharia (Grau: 8,251 x 2 = 16,502) + 16,50- Sgt Carreira - CAS Manutenção Comunicações (Grau: 8,500) x 4 = 34,00 + 34,00- Administração Militar + 2,00- Ensino Médio / 2º Grau (Nível Médio) + 2,00
5. HABILITAÇÃO EM IDIOMA - Credenciamento em Idioma - Língua Javanesa - Nível B + 1,00
6. TRABALHO ÚTIL - Não há Registro
Total de Pontos: + 0,00
7. TESTE DE APTIDÃO FÍSICA - Menção: E (BI 114 de 10/11/2008 - 3º TAF de 2008) + 0,40
- Menção: E (BI 165 de 23/10/2008 - 2º TAF de 2008) + 0,40
- Menção: E (BI 47 de 02/01/2008 - 3º TAF de 2007) + 0,40
- Menção: E (BI 45 de 22/05/2007 - 1º TAF de 2007) + 0,40
- Menção: E (BI 27 de 23/11/2006 - 3º TAF de 2006) + 0,40
- Menção: E (BI 115 de 21/09/2006 - 2º TAF de 2006) + 0,40
- Menção: E (BI 54 de 24/05/2006 - 1º TAF de 2006) + 0,40
- Menção: E (BI 13 de 14/12/2005 - 3º TAF de 2005) + 0,40
79
- Menção: E (BI 14 de 08/09/2005 - 2º TAF de 2005) + 0,40
- Menção: E (BI 24 de 27/04/2005 - 1º TAF de 2005) + 0,40
- Menção: E (BI 149 de 11/08/2004 - 2º TAF de 2004) + 0,40
- Menção: E (BI 90 de 17/02/2004 - 1º TAF de 2004) + 0,40
- Menção: E (BI 226 de 22/12/2004 - 3º TAF de 2004) + 0,40
- Menção: E (BI 81 de 11/05/2003 - 1º TAF de 2003) + 0,40
-> Número de TAF(s) considerado(s): 14 Total de Pontos: + 5,60
8. TESTE DE APTIDÃO DE TIRO - Menção: E (BI 021 de 26/12/2008 - TAT de 2008) + 0,60
- Menção: E (BI 235 de 11/12/2007 - TAT de 2007) + 0,80
- Menção: B (BI 120 de 28/12/2006 - TAT de 2006) + 0,60
- Menção: MB (BI 210 de 25/11/2005 - TAT de 2005) + 0,80
-> Número de TAT(s) considerado(s): 4 Total de Pontos: + 2,80
9. TEMPO DE SERVIÇO EM SITUAÇÕES DIVERSAS
- Tempo após a Formação (Até 15 Mar): 22 Ano(s) 4 Mes(es) e 9 Dia(s) + 22,00
- Não há Registro de Tempo de Serviço em Campanha e em Missão de Paz
10. VIVÊNCIA PROFISSIONAL - Âmbito Regional RECIFE- RIO DE JANEIRO - NATAL (3 x 2,00 = 6,00) (Cadastrado até 31/12/2000) + 6,00
- Vivência Profissional (Total de Pontos até 31/12/2002) + 4,00
11. INSTRUTOR DE TG/MONITOR - ESA De 22/05/1998 a
31/12/200 - Pontos relativos a Instrutor de TG e/ou Monitor considerando anos letivos: + 3,00
12. COMPORTAMENTO - Comportamento: Ótimo (BI 44 de 08/06/1999) + 3,00
DEMÉRITOS
1. PUNIÇÕES DISCIPLINARES - Detenção Disciplinar (Bol 44 de 08/03/1999) - 3,00
TOTAL DE PONTOS: 187,53
80
A�EXO E
DISCREPÂ�CIAS DE MÉRITO
81
ANEXO F
Art. 6° O aspecto RELACIONAMENTO é composto, para fins de avaliação, pelos seguintes atributos da área afetiva:
I – Apresentação – capacidade de apresentar porte, comportamento e aparência condizentes com os padrões militares;
II – Conduta Civil – capacidade de agir como cidadão, de acordo com as normas estipuladas pela sociedade;
III – Desprendimento – capacidade de renunciar aos seus interesses, em benefício da Instituição, da Organização Militar (OM) ou de pessoas;
IV – Disciplina – capacidade de proceder conforme normas, regulamentos e leis que regem a Instituição;
V – Discrição – capacidade de manter reserva sobre assuntos ou fatos de seu conhecimento, que não devam ser revelados;
VI – Equilíbrio Emocional – capacidade de controlar sentimentos, emoções e reações, demonstrando serenidade diante de qualquer situação;
VII – Espírito de Grupo – capacidade de agir em benefício do grupo e de concorrer para sua integração, prestando auxílio aos companheiros, voluntariamente, quando necessário;
VIII – Flexibilidade – capacidade de alterar seu comportamento, ajustando-se a novas idéias ou situações;
IX – Liderança – capacidade de comandar, chefiar ou dirigir um grupo, encorajando seus integrantes no cumprimento de diferentes missões; e
X – Tato – capacidade de agir, com prudência, em relação às pessoas, evitando causar mágoas ou situações constrangedoras.
Art. 7° O aspecto TRABALHO contém, para fins de avaliação, os seguintes atributos:
I – Criatividade – capacidade de gerar novas idéias, para a solução de problemas ou para a realização de trabalhos ou atividades;
II – Decisão – capacidade de decidir, resolver, tomar decisão;
III – Dedicação – capacidade de empenhar-se, com afinco, para o desempenho de suas atribuições;
V – Objetividade – capacidade de destacar o fundamental do supérfluo nos trabalhos realizados ou na solução de problemas;
VII – Perseverança – capacidade de dar continuidade a um trabalho ou atividade, a despeito das dificuldades encontradas;
VIII – Responsabilidade – capacidade de cumprir compromissos, observando os prazos estabelecidos e assumindo as conseqüências de seus atos;
IX – Resistência – capacidade de manter-se em condições físicas e mentais de atender às exigências da atividade militar; e
X – Zelo – capacidade de agir com cuidado em relação aos bens móveis e imóveis que estiverem, ou não, sob sua guarda.
82
A�EXO G
Discrepância por demérito Múltipla penalização por um único fato
83
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BERGAMINI, C.W. Avaliação de Desempenho Humano na Empresa. São Paulo: Atlas, 1988.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Viver de criar cultura, cultura popular, arte e educação. In. SILVA, René Marc da Costa (Org). Cultura popular e educação. Brasília: Salto para o futuro/TV Escola/SEED/MEC, 2008. BRANDÃO, H. Gestão de desempenho por competências: integrando a avaliação 360 graus, o Balanced Scorcard e a gestão por competência. Art. Acadêmico, 2003. BULGACOV, S. Manual de Gestão Empresarial. São Paulo: Atlas, 1999. Caderno Nr 11 do MARE, 1977, p. 9 CARVALHO, Antonio Vieira de, NASCIMENTO, Luiz Paulo do. Administração
de Recursos Humanos. V.1. São Paulo: Pioneira, 1998.
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos - Edição Compacta. 4.ed.
São Paulo: Atlas, 1997.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração.
6.ed. São Paulo: Makron Books, 1993.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração de empresas - uma abordagem contingencial. 3 ed. São Paulo: Makron Books, 1994.
CHIAVENATO, I. Gerenciando pessoas: o passo decisivo para a administração participativa. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Makron Books, 1997. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos - Edição Compacta. 6.ed.
São Paulo: Atlas, 2000.
Constituição da República Federativa do Brasil. Serie Legislação Brasileira,
Editora Saraiva, 1988.
84
DUTRA, A. Elaboração de um Sistema de Avaliação de Desempenho dos Recursos Humanos da Secretaria de Estado da Administração à luz da Metodologia Multicritério de Apoio à Decisão, 1998. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1998.
GRAMIGNA, M. R. Modelo de Competências e Gestão dos Talentos. São Paulo: Pearson Education,2002.
NASCIMENTO, Carla M. Dalla Vecchia do; BERNARDIM, Marcio Luis Revista Eletrônica Lato Sensu – UNICENTRO Página 7 de 17
OLIVEIRA, Djalma de Pinto Rebouças de. Sistemas, organização & métodos: uma abordagem gerencial. 13º ed. São Paulo: Atlas, 2002.
PONTES, B.R. Avaliação de Desempenho - Nova Abordagem. 6 .ed.
São Paulo: Ltr, 1996.
PORTARIA Nº 118 - DGP, DE 12 DE MAIO DE 2009. do DGP (IR 3030);
PORTARIA Nº 336 - DGP, DE 31 DE DEZEMBRO DE 2008. do DGP (IR
3027)
PORTARIA Nº 993 , DE 18 DE DEZEMBRO 2008. (IG 3006) DGP.
SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da Administração. São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, 2000.
SOBRAL, Filipe, Peci, Alketa – Administração Teoria e Prática no Contexto Brasileiro Pearson Prentice Hall, 2008. STONER, James A. F., FREEMAN, R. Edward. Administração. 5º ed. Rio de Janeiro: PHB, 1992. Janeiro: PHB, 1992.
85
BIBLIOGRAFIA CITADA
BERGAMINI, C.W. Avaliação de Desempenho Humano na Empresa. São Paulo: Atlas, 1988.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Viver de criar cultura, cultura popular, arte e educação. In. SILVA, René Marc da Costa (Org). Cultura popular e educação. Brasília: Salto para o futuro/TV Escola/SEED/MEC, 2008. BRANDÃO, H. Gestão de desempenho por competências: integrando a avaliação 360 graus, o Balanced Scorcard e a gestão por competência. Art. Acadêmico, 2003. BULGACOV, S. Manual de Gestão Empresarial. São Paulo: Atlas, 1999. Caderno Nr 11 do MARE, 1977, p. 9 CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos - Edição Compacta.
4.ed. São Paulo: Atlas, 1997.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração.
6.ed. São Paulo: Makron Books, 1993.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração de empresas - uma abordagem contingencial. 3 ed. São Paulo: Makron Books, 1994.
CHIAVENATO, I. Gerenciando pessoas: o passo decisivo para a administração participativa. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Makron Books, 1997. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos - Edição Compacta. 6.ed.
São Paulo: Atlas, 2000.
Constituição da República Federativa do Brasil. Serie Legislação Brasileira,
Editora Saraiva, 1988.
DUTRA, A. Elaboração de um Sistema de Avaliação de Desempenho dos Recursos Humanos da Secretaria de Estado da Administração à luz da
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Metodologia Multicritério de Apoio à Decisão, 1998. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1998.
OLIVEIRA, Djalma de Pinto Rebouças de. Sistemas, organização & métodos: uma abordagem gerencial. 13º ed. São Paulo: Atlas, 2002.
PONTES, B.R. Avaliação de Desempenho - Nova Abordagem. 6 .ed.
São Paulo: Ltr, 1996.
SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da Administração. São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, 2000.
SOBRAL, Filipe, Peci, Alketa – Administração Teoria e Prática no Contexto Brasileiro Pearson Prentice Hall, 2008 STONER, James A. F., FREEMAN, R. Edward. Administração. 5º ed. Rio de Janeiro: PHB, 1992. Janeiro: PHB, 1992.
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
ORGANIZAÇÕES E ADMINISTRAÇÃO 10
1.1 – Organizações 11
1.1.1 – Estrutura Clima e Cultura 12
1.2 – Administração 15
1.2.1 – Evolução e Conceito 17
CAPÍTULO II
ADMINISTRAÇÃO E PESSOAS 21
2.1 – Pessoas 22
2.2 – Administração e Pessoas 24
CAPÍTULO III
MERITOCRACIA 25
3.1 – Meritocracia e Serviço Público 26
3.1.1 – A contribuição de Vargas 26
3.1.1.1 – DASP 27
3.1.2 – A Burocracia 29
3.1.2.1 – Origem da Burocracia 30
3.1.2.2 – Burocracia de Weber 31
3.1.2.3 – Disfunções 32
3.1.3 – Novo foco Meritocrático 32
88
CAPÍTULO IV
MOTIVAÇÃO 37
4.1 – Teorias 38
4.1.1 – Hierarquia das Necessidades 38
4.1.2 – Teoria X e Y 40
4.1.3 – Teoria Bifasorial 41
4.1.4 – Teoria da Equidade 42
4.1.5 – Teoria (EIV) 43
4.1.6 – Teoria da definição dos Objetivos 45
CAPÍTULO V
AVALIAÇÃÕ DE DESEMPENHO 48
5.1 – Histórico 48
5.2 – Conceituação e Métodos 51
5.3 – Aplicação 55
CAPÍTULO VI
AVALIAÇÃO E MÉRITO 58
6.1 – DGP 59
6.1.1 – DAPROM 59
6.1.2 – DCEM 60
6.2 – Coleta de Dados 61
6.2.1 – Colaboradores 61
6.2.2 – Questionário e Entrevista 62
6.2.2 .1– Questionário 62
6.2.2.2 – Entrevista 64
6.3 – Análise de Dados 65
6.3.1 – Conceito 65
6.3.2 – Valorização do Mérito 69
6.3.3 – Ambiente de Trabalho e Carreira 70
6.3.4 – Outras considerações 70
89
CONCLUSÃO 71
ANEXOS 74
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 84
BIBLIOGRAFIA CITADA 86
ÍNDICE 87
90
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito: