UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · através de uma melhor informação, um menor...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE DE VAREJO
Thiago Lopes Mattos
Orientador
Prof. Jorge Vieira
Rio de Janeiro
2015
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
2
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE DE VAREJO
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gestão Estratégica de
Vendas e Negociação.
Thiago Lopes Mattos
3
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer a
Deus, que sempre me ajudou a
conquistar novos desafios. A toda
minha família, em especial aos meus
pais, Neli Lopes e Jorge Mattos, que
sempre estiveram comigo em todos os
momentos, me incentivando a estudar
mais e mais.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho acadêmico as
pessoas que sempre me ajudaram, seja
com atos ou palavras.
5
RESUMO
A presente pesquisa trata do CRM voltado à área de vendas, tratando
desde seu conceito ate os mais variados tipos de gestão.
A gestão do relacionamento com o cliente é a principal forma de ajudar
uma empresa a crescer diante com um mercado cada dia mais competitivo.
Porém, como fidelizar um cliente? Diante disso, serão usadas diversas
ferramentas para que se possa compreender o real desejo dos clientes ativos,
e também de novos, sendo tratados através de conceitos de Vendas,
Marketing e Relacionamento com o cliente e suas diversas aplicações.
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METODOLOGIA
A metodologia a ser implantada é a Customer Relationship
Management, também conhecida como a Gestão do Relacionamento com o
Cliente. Analisada a partir de estudos bibliográficos de diversos autores, além
de vários artigos, sejam de jornais, livros ou web sites, não se esquecendo de
citar os exemplos vividos na empresa AVIATOR.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Conceitos de CRM 09
1.1 Vendas 12
1.2 Marketing 14
1.3 Relacionamento com o Cliente 16
CAPÍTULO II - Aplicações de CRM 18
2.1 Implantação do CRM 22
2.2 A internet e o CRM 25
2.3 Qualidade no atendimento 27
CAPITULO III - Estudo de Caso – Perdigão 28
CONCLUSÃO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36
ANEXOS 39
ÍNDICE 41
8
INTRODUÇÃO
Com o aumento constante da concorrência entre empresas, é
necessário manter um relacionamento diferenciado com seus clientes. A busca
pela fidelização necessita ser constante e estar presente no dia a dia de todos
colaboradores.
O Customer Relationship Management é uma estratégia de gestão,
que tem como objetivo, a coleta de dados de clientes. Estes dados serão
estudados para que a empresa possa se antecipar às necessidades do cliente
e entender melhor o seu real desejo.
Após esses dados serem estudados, a identificação do cliente feita
pela empresa é tratada como um fator decisivo para iniciativas a serem
tomadas.
As informações necessárias para uma organização conforme Laudon e
Laudon (2004) estão relacionadas a três atividades que auxiliam nas tomadas
de decisões, no controle das operações, na análise de problemas e na criação
de novos produtos e serviços, sendo elas:
a) entrada: relacionado à captação e reunião de dados brutos de uma
organização, podendo ser internos ou externos;
b) processamento: transformação dos dados brutos num formato mais
útil para a organização;
c) saída: transferência para pessoas ou atividades que se utilizarão
dos elementos produzidos.
O objetivo é alcançar maior qualidade, um contato mais significativo,
através de uma melhor informação, um menor tempo, e acima de tudo, de uma
cultura empresarial mais pró-ativa e com reação. Cada contato efetuado com o
cliente é decisivo!
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CAPÍTULO I
CONCEITOS DE CRM
O CRM teve origem na Mesopotâmia uns anos antes do nascimento de
Cristo. Os agricultores da altura precisavam vender os seus produtos em
excesso. Com o passar do tempo fizeram um registro preciso das operações,
para quem foi vendida e quanto foi vendido. Esta lista de clientes foi o início
das estratégias orientadas para o cliente.
Nos anos 80 surgiu o conceito Database Marketing, que consistia na
criação de grupos de serviços ao cliente para comunicar com os mesmos,
independentemente do seu grau de importância. As empresas começaram a
tomar decisões com base nas informações das bases de dados, que
normalmente era o necessário: quem compra, o que, quanto e com que
regularidade.
Em 1990 o CRM foi melhorado, fazendo desta relação uma relação de
dois sentidos ao invés de somente um. Não só recolhiam os dados para o seu
próprio uso, como também começavam a personalizar o serviço prestado ao
cliente e disponibilizavam incentivos para a fidelização dos mesmos com a
empresa. Sendo que o CRM passou a ser usado como uma arma para
aumentar substancialmente as vendas e de melhorar o atendimento ao cliente.
O CRM como conhecemos atualmente só começou no início de 2000.
As empresas de software começaram a criar soluções mais avançadas que
permitiam a utilização de informação de uma forma dinâmica para os
diferentes departamentos de uma empresa. Estes softwares atualizam as
bases de dados permitindo a compreensão das necessidades dos clientes e do
seu comportamento.
Com a Internet o aumento da fluidez dos programas de CRM criou uma
melhor relação entre vendas, atendimento ao cliente e marketing, ajudando no
desenvolvimento de novas estratégias para as diferentes áreas através de
informações partilhadas.
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O Customer Relationship Management ou Gestão do Relacionamento
com o Cliente é uma arquitetura que combina os processos de negócios e
tecnologias que visam entender os clientes com relação ao que são, o que
fazem e do que gostam. (BATISTA, 2006).
Este conceito faz referência ao que basicamente seria colher
informações sobre os consumidores, a fim de desenvolver ofertas mais
direcionadas para o real desejo do cliente. Oferecendo também incentivos
motivacionais, aumentando assim as chances de uma repetição de compra.
Para que funcione, é preciso um empenho de toda a empresa, sendo entre as
pessoas, os processos e a tecnologia.
O CRM busca eficácia no processo de tomada à decisão, tendo nas
informações sobre os clientes o caminho para aumentar a rentabilidade,
aplicações de novas estratégias, visando à competitividade. (OLIVEIRA;
LELES, 2005)
Segundo Laudon e Laudon (2006), o CRM foca o gerenciamento de
todos os modos como uma empresa trata seus clientes existentes e seus
potenciais clientes novos, é visto como uma disciplina empresarial e também
tecnológica que pode se utilizar de sistemas de informação para coordenar
todos os processos de negócios que circundam as interações da empresa com
seus clientes em vendas, marketing e serviços. Um sistema de CRM ideal
cuida do cliente de ponta a ponta, desde o recebimento de um pedido até a
entrega da mercadoria e o atendimento.
Pode-se dizer que o CRM é um dos métodos mais antigos de marketing,
porém agora enriquecido com tecnologia e de fato incorporado na cúpula das
organizações.
A cada dia é preciso se ter uma resposta cada vez mais rápida aos
consumidores e de maior eficiência nos processos de automação, isso é obtido
a partir do conhecimento aprofundado dos consumidores dado pelo CRM.
As empresas que conhecem profundamente seus clientes, o que
necessitam, em que o perfil de consumidor se enquadra, conseguem criar
respostas personalizadas, fazendo cada cliente se sentir único, além de,
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antecipar às suas vontades e responder de forma precisa, a cada um dos seus
pedidos atuais.
O objetivo é atingir uma qualidade superior, um contato mais preciso e
marcante, através de uma melhor informação, melhor tempo, e sobre tudo,
uma cultura empresarial pró ativa e com reação. Cada contato com o
consumidor é único!
A ferramenta CRM conta com o auxílio de um sistema informatizado que
coleta todas as informações relacionadas de cada cliente, como cadastro,
histórico de compras, reclamações, detalhes do que foi comprado nas últimas
compras, contatos, entre outros. Com esses dados já é possível identificar as
necessidades dos clientes e a importância que cada um dá aos produtos e
serviços oferecidos pela empresa.
O CRM pode de fato proporcionar inúmeros benefícios às organizações,
por isso tem sido cada vez mais utilizada pelas empresas. Porém a sua
implementação necessita de um bom planejamento, pois o mau uso pode
trazer graves consequências, como a geração de informações incorretas, que
trarão muitos malefícios.
Laudon e Laudon (2006) ressaltam que investir apenas em software de
CRM não vai automaticamente produzir melhores informações sobre os
clientes, e muitos sistemas de gerenciamento das relações com cliente não
atingem totalmente seus objetivos. Esses sistemas requerem alterações nos
processos de vendas, marketing e atendimento ao cliente para incentivar o
compartilhamento de informações pelos clientes.
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1.1 – VENDAS
Existem dois conceitos antigos onde o vendedor é tratado como aquela
pessoa que não serviu para nada e acabou indo para a área de vendas, ou
que a pessoa tem boa aparência e facilidade de comunicação, serve para
vendas. Hoje em dia está cada vez mais claro que essa ideia é totalmente
obsoleta, já não se pode ser apenas um “tirador de pedidos”, é sabido que
vender vai muito mais além.
O perfil do profissional de vendas tem sido constantemente mudado,
devido ao aumento brusco da concorrência, o vendedor precisa conhecer
profundamente seus clientes, saber ouvi-los, contornar as objeções, e é claro,
se antecipar às suas vontades.
Segundo COBRA (1994), a estruturação da força de vendas divide-se
em quatro funções da administração: “planejamento, organização, direção e
controle”.
O planejamento de vendas tem como objetivo principal alavancar as
vendas da empresa, mas é necessário seguir algumas etapas para que o
objetivo maior seja alcançado:
• Definir o público alvo - definir as características dos clientes que
se deseja atingir, analisar o perfil e quais são as suas
características comuns.
• Montar uma estratégia de mercado - Como alcançar o público-
alvo? Qual a razão para fazer o cliente comprar nossos
produtos/serviços?
• Superar barreiras – A forte concorrência de outras empresas,
objeções de clientes.
• Metas de vendas – Quais as metas quantitativas e qualitativas
que se quer alcançar? Qual a receita que se quer atingir?
Tendo seguido estes passos, a administração da força de vendas deve
verificar as oportunidades de mercado, e trabalhar os produtos ou serviços da
empresa.
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A organização do sistema de vendas é constituída através de
administração, divisão de rotas, sequência de visitas. Por outro lado é
necessário também avaliar a equipe de vendedores, tendo certeza que todo o
planejamento de vendas, esteja sendo posto em prática por todos.
A direção se define pelas metas e estratégias traçadas pela empresa.
Essa direção se traduz através das cotas de vendas, cotas de atividades e por
fim e não mais importante, o lucro. Essas cotas em geral partem do marketing
e são passadas para a equipe de vendas, juntamente com seus respectivos
programas de ação.
O controle do esforço de vendas é medido através de medidores, como
por exemplo: cliente/região, vendas por produto, auditorias internas,
desempenho financeiro e marketing share.
Segundo Kotler (2000) os vendedores servem de elo pessoal da
empresa com os clientes e o profissional de vendas é a empresa para muitos
dos clientes dela.
Para a equipe de vendas obter um bom desempenho, é necessário que
haja toda interação da empresa, desde o recrutamento e seleção de bons
vendedores, através de treinamento sobre técnicas de vendas, conhecimento
das políticas da empresa, total domínio sobre o produto/serviço a ser
oferecido, ter uma boa supervisão que seja capaz de solucionar conflitos. Estar
sempre motivando a equipe, equilibrando as cotas, premiações, e por fim,
avaliar o desempenho individual e passar o feedback sempre que julgar
necessário.
Segundo Moreira e Gobe (2001), a venda pode se dividir em três
etapas: No pré-venda envolve a prospecção de mercado; a análise de
potencialidade de cliente; o agendamento de visitas; a elaboração de
propostas comerciais; o acompanhamento da proposta; a emissão do pedido e
a elaboração de relatórios comerciais. Durante a venda, faz-se o
acompanhamento do pedido internamente; informa ao cliente o estágio do
pedido e realiza o follow-up do recebimento do produto. Por fim, no pós-venda
ocorrem o acompanhamento do produto; o atendimento ao cliente, assistência
técnica, reposição, serviço ao cliente (treinamento, manual de instrução,
14
garantia, troca rápida); manutenção e acompanhamento da cobrança.
1.2 – Marketing
Segundo Las Casas (2006) o marketing engloba todas as atividades
concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e
necessidades dos consumidores visando alcançar determinados objetivos de
empresas ou indivíduos e considerando sempre o ambiente de atuação e o
impacto que essas relações causam no bem estar da sociedade.
A primeira coisa a ser definida no planejamento de marketing, é quem
são seus consumidores e qual o seu mercado-alvo. Sendo assim, é necessário
segmentar o mercado para que a empresa possa fazer um bom trabalho em
cima dos seus compradores-alvo. Este processo vem do reconhecimento do
mercado como um todo, identificando as necessidades específicas de cada
grupo.
Definido o mercado alvo, a oferta de marketing agora deve gerar a
percepção de valor em cima do produto/serviço. O cliente recebe benefícios e
assume os cursos, por isso define-se “valor” como a razão entre tudo o que o
cliente recebe e tudo o que ele gasta ao fechar um acordo, quando se fala em
custos, não é somente o monetário, mas também, tempo, energia e
psicológico.
A criação de valor parar o cliente é a peça chave do marketing, porém,
por ser ligado diretamente à percepção do cliente, é quase impossível se
quantificar o valor de um produto. É primordial que o profissional saiba passar
corretamente todos os dados para o cliente, como por exemplo: conhecer toda
a funcionalidade do produto, quais os benefícios que o cliente terá ao adquirir o
mesmo, evitar preços irreais, oferecer serviços de pós venda e buscar sempre
a satisfação do cliente.
Normalmente a maioria das pessoas confundem conceitos de “valor”
com “preço”. O “valor” é a comparação psicológica sobre a função do bem com
o seu preço. Já o “preço” é o custo financeiro de um bem para a sua aquisição.
As pessoas só tendem a comprar algo, se o preço for igual ou abaixo do
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estipulado pelo seu inconsciente, baseado na funcionalidade para o uso
próprio.
O marketing voltado para o varejo pode ser definido como os esforços
estratégicos e de comunicação que visam atingir o consumidor final, onde que
por ser tão dinâmico, necessita de cuidados especiais, sendo necessário
adequar cada ponto de venda com o público alvo, não existindo assim um
modelo universal de estratégia que sirva para todos.
Atualmente além da propaganda, existem diversas ferramentas de
comunicação que podem ser trabalhadas para atrair a atenção e ativar a
percepção dos consumidores, onde, para o setor varejista, o ideal é trabalhar
constantemente o seu PDV, investindo no merchandising, que nada mais é do
que o marketing trabalhado dentro do ponto de venda.
Mas para que o cliente tenha vontade de entrar no local, é preciso
trabalhar a principal ferramenta do PDV, a vitrine. Seu aspecto visual vai definir
a primeira impressão, ela é o convite para que os clientes entrem na loja.
Cerca de 80% ou mais das vendas estão vinculadas à vitrine, logo, ela precisa
estar sempre atualizada, visualmente atraente, sempre limpa e principalmente
seguir um calendário de varejo, trabalhando em cima de datas comemorativas.
O marketing definindo bem seus preços e valores de mercado, uma boa
apresentação de sua loja e seus produtos, só resta trabalhar o lado humano da
venda, que é aonde os vendedores atuarão.
Aqui não cabem discursos sem prática, promessas sem entrega. Da
validação da experiência do cliente, depende a sobrevivência de qualquer
negócio. No final de tudo, marketing é simplesmente uma guerra de
percepções.
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1.3 – Relacionamento com o cliente
É muito comum hoje em dia termos a impressão de que convivemos
com várias empresas sem rosto, que mudam seus produtos de nomes e
versões de quando em quando. Sempre mais do mesmo com algum
sobrenome. Acostumamo-nos a call-centers com milhares de atendentes de
vozes idênticas, doutrinados em comportamentos quase robóticos e decisões
rasas e engessadas.
Todos buscam a fidelização do cliente, ainda que seja aquela utopia
romântica vendida em palestras motivacionais. Mas fidelização não significa
exclusividade até o fim dos tempos. Pode ser entendida como um
compromisso de comprar ou recomendar repetidamente um produto ou serviço
no futuro. Levando-se em consideração a oferta de produtos, a facilidade da
compra à distância, a explosão informacional e as sedutoras promoções da
concorrência, fica fácil entender porque fidelizar é uma tarefa tão complicada.
Caso o cliente não perceba valor na experiência com a marca, no trato
relacional, no serviço prestado ou no bem consumido, tudo pode ser perdido.
Segundo Kotler e Fox (1998), conquistar clientes novos custa entre 5 a 7
vezes mais caro do que manter os mesmos clientes que já possui. Por isso,
utilizar ferramentas como o CRM, que permitam a fidelização de um cliente, é
uma estratégia corporativa a definir e implementar.
O custo de manter um cliente atual é cinco vezes menor do que
conquistar um novo cliente. Para conquistar um novo cliente, é necessário
gastar muito dinheiro em propaganda, marketing, prospecção, força de vendas
e outras coisas, de forma muito mais intensa do que seria para um cliente
antigo de uma empresa. Além disso, os novos clientes, quando atraídos por
uma promoção como preços baixos ou algo parecido, logo desaparecem. É
assim que o entendimento dos clientes e a busca de formas para retê-los, irão
gerar muito mais retorno para a empresa.
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Relacionamento com o cliente envolve mais que fluxo de pedido, venda
e pós-venda. Com dedicação na área descobre-se que são muitas as táticas e
práticas de uso do CRM: cross-selling, up-selling, categorização de prospects e
clientes, geração de leads e tantas outras. Falando rapidamente sobre os
termos em inglês:
• Cross-selling - técnica de vendas na qual um vendedor tenta vender aos
seus clientes já existentes, outros produtos e serviços para lá daquele
que originalmente levou à relação de clientela.
• Up-selling - técnica de vendas na qual um vendedor tenta levar o cliente
a comprar bens mais caros, superiores, extras e outras opções de forma
a produzir uma venda mais rentável.
• Prospects - É uma Conta ou Contato que está no processo de
prospecção, ou seja: você está interagindo com ele e tem uma data final
para concluir esse relacionamento, quando então o mesmo será
convertido em cliente.
De acordo com Lovelock (2001, p. 150), um cliente fiel pode representar
para uma empresa uma fonte constante de renda durante muitos anos. Essa
fidelidade, porém, não pode ser tomada como certa. Ela só continuará
enquanto o cliente achar que está recebendo valor melhor do que poderia ser
obtido pela troca para outro fornecedor. Se a empresa contratada fizer algo
que desaponte o cliente, ou se um concorrente começar a oferecer valor
significativamente melhor, existe o risco de deserção do cliente.
Quem de fato dá valor à informação, cria conhecimento e gera
oportunidades criativas para o relacionamento é você, e não o software de
CRM. O atendimento é a porta de entrada em uma empresa, é através dele
que negócios podem ser encurtados ou prolongados. Portanto, o atendimento,
o serviço ao cliente e a cultura da empresa são grandes ferramentas no dia-a-
dia dos negócios.
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CAPÍTULO II
APLICAÇÕES DE CRM
Grande parte dos erros ocorrentes em projetos de CRM, e que acaba
por levar à inutilização dessa técnica, é iniciar a seleção pela compra de
hardware, como se o mesmo fosse resolver os problemas da empresa. A
implantação do CRM tem que estar assentada em duas premissas:
• Necessariamente ser um trabalho orientado para o cliente, e que
isso seja compartilhado por toda a empresa.
• As informações dos clientes sejam compartilhadas por todas as
áreas, marketing, vendas e serviços.
O CRM no varejo tem crescido muito nos últimos anos, pois com a
difusão da comunicação por diversos canais, a ativação de clientes por
publicidade, ao contrário do que se parece, tem se tornado cada vez mais
difícil. Então o varejo tem utilizado a captação de visitantes em suas lojas,
aproveitando a comunicação 1 a 1, onde se oferece diversas vantagens
baseadas em segmentação, como: idade, sexo, residência, dentre outros e
ativando-os por meio de SMS e e-mails, que oferecem muito mais praticidade
a baixo custo.
Como por exemplo: na empresa Aviator, cada vendedor é responsável
por cadastrar os clientes que atendem, e pegar o máximo de informações
possíveis e manter em um arquivo pessoal, que também fica cadastrado no
sistema, onde apenas por digitar os CPF do cliente, qualquer funcionário,
independente da loja, tem acesso aos dados do cliente. Como por exemplo:
aonde o cadastro foi feito, qual a última loja que ele comprou, qual a maior
compra que realizou, dentre outros. Através disso, é possível manter um
contato saudável com seus clientes, podendo ligar, ou mandar uma SMS
direcionada ao estilo de vida daquele cliente.
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Para o bom funcionamento de qualquer estratégia de CRM é necessário
que a empresa esteja sustentada por três principais pilares: pessoas,
tecnologia e processos. Onde a harmonização se dá através da cultura
organizacional e pelos líderes.
CRM Operacional
Segundo Greenberg (2012) no CRM Operacional, encontram-se funções
que envolvem serviço a clientes; gerenciamento de pedidos; faturamento e
cobrança; e automação e gestão de marketing e vendas.
Tem como principal característica a criação de canais de relacionamento
com o cliente. São aplicativos gerados por produtos de tecnologia, que enviam
dados para os clientes que atuam com interfaces, integrando os sistemas de
retaguarda (back-office) com as soluções de front-office e escritório móvel,
incluindo automação da força de vendas, do marketing empresarial e serviços
de suporte a cliente.
Um exemplo seria o call-center, que quando utilizado como ferramenta
de SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente), oferece um enorme potencial
para aprender mais sobre o cliente. Nele devem ser registradas todas as suas
ligações e ocorrências para facilitar as próximas interações deste cliente com a
empresa. Com o tempo a empresa sabe mais sobre o cliente e pode
personalizar cada vez mais o atendimento, identificando-o como um cliente de
alto valor ou alto potencial. As métricas de desempenho do call-center não
podem somente ser medidas em termos de eficiência operacional, mas
também pela eficácia da relação empresa-cliente, como por exemplo, quantos
problemas foram resolvidos na primeira ligação, quantas informações novas
sobre o cliente, o que pode ser oferecido com base nas ligações anteriores.
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CRM Analítico
Este tipo de CRM permite identificar e acompanhar diferentes tipos de
clientes dentro de uma empresa e, determinar qual a estratégia a seguir para
atender às diferentes necessidades dos clientes identificados, ele utiliza os
dados recolhidos pelo CRM operacional e aplica para melhorar as condições
de atendimento e oferta de produtos. Isso tudo se dá a partir de aplicativos que
analisam os dados de cliente gerados pelas ferramentas operacionais com o
propósito de gerenciamento de desempenho de suporte.
No CRM analítico está incluído o “Marketing Insight” (Contatos por
campanha; Vendas efetivas por campanha); “Sales Insight & Customer
Profitability” (Vendas por região; Vendas por linhas de produtos, Rentabilidade
por Produtos) “Support Insight” (Problemas por produto; Resolução no primeiro
chamado.).
As tendências que existem hoje no mercado, que estão relacionadas a
este CRM, são: GoogleAnalytics e BoardTracker.
O Google Analytics é um serviço gratuito e oferecido pela Google no
qual, ao ativar-se o serviço por intermédio de uma conta do Google, e ao
cadastrar-se um site, recebe-se um código para ser inserido na página
cadastrada e a cada exibição, estatísticas de visitação são enviadas ao
sistema e apresentadas ao dono do site.
Através do BoardTracker, é possível saber o que as pessoas estão
dizendo sobre você ou seu site / blog em fóruns de discussão. Ele pode ser
usado da mesma forma como um motor de busca, mas em vez de procurar em
sites, o BoardTracker burca em tópicos de fóruns só. Pode-se pré-definir os
termos de busca e preferências e o BoardTracker irá notificar em um número
de formas (e-mail, Jabber, Site), assim como o termo de pesquisa é postado
em qualquer um dos milhares de fóruns que trilha.
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CRM Colaborativo
Também chamado de CRM Social, utiliza dados recolhidos para
conseguir colaboração inteligente dos clientes, ou seja, é a aplicação da
tecnologia de informação visando à automação e integração entre todos os
pontos de contato do cliente com a empresa. São serviços colaborativos, como
edição personalizada, como por exemplo: e-mail, comunidades, conferência e
centros de interação com o cliente, que facilitam a interação entre clientes e
negócios. Está relacionado com os pontos de contato da empresa com clientes
e parceiros, como contato telefônico, chat, e-mail, autoatendimento e redes
sociais.
Segundo Greenberg (2012) trata-se do centro de comunicação, da rede
de coordenação que fornece os caminhos para clientes e fornecedores.
Abrange as funções de CRM que proveem pontos de interação entre cliente e
canal.
CRM Analítico
Também deve ser usado para segmentar os clientes e diferenciá-los de
acordo com o valor e necessidade. Envolve as análises de desempenho da
organização, comparando o alcance dos resultados da empresa e indicadores
de negócio da estratégia (CRM Estratégico) e a velocidade com que esses
objetivos são atingidos. No caso de interação com clientes, identifica qual o
comportamento dos consumidores e tendências. Atualmente as empresas
estão voltando os olhos para softwares e dedicando mais tempo na análise de
dados em função de concorrência e alcance da satisfação dos clientes.
Segundo Greenberg (2012) é aqui que ocorrem a captação,
armazenagem, extração, processamento, interpretação e apresentação dos
dados do cliente a um usuário.
Entender os tipos de CRM é um primeiro passo para ter sucesso
em uma estratégia de negócio, elaborar um bom planejamento e diminuir as
chances de fracasso.
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2.1 Implantações do CRM
Enfatizando esta ideia o administrador António Godinho (2012) afirma
que na primeira fase é essencial definir o tipo de relação que a empresa possui
com o cliente, e após poderá definir a solução informática mais apropriada,
determinando o grau de integração que o software deverá empenhar entre os
departamentos da empresa. Após, é possível chegar à fase da implementação,
sendo que esta fase pode ser demorada já que é necessário que, por um lado,
todas as informações sejam integradas e, por outro, que todos os
colaboradores aprendam a trabalhar e a comportar-se segundo uma nova
lógica. Um projeto CRM, para ser eficaz, tem que ser capaz de integrar as
informações recolhidas nos vários pontos de contato com os clientes base
comum e controlável, sempre direcionada para o cliente.
2.1.1 Pré-implantação
A escolha pela solução de CRM tem que passar necessariamente pela
seleção do software, que é determinado pelo modelo de relacionamento com o
cliente. O software, por sua vez determina qual é o melhor hardware para
compor a solução, sendo assim definidas as subdivisões do CRM.
É essencial saber como sua empresa pretende se relacionar com o
cliente. Para isso, é necessário ter em mente qual o plano estratégico da
empresa a longo e médio prazo, além de conhecer bem os seus clientes e qual
os elementos das cadeias de valor eles priorizam. Sejam eles, preço, produto,
necessidade ou valor.
Esta etapa ajuda na escolha da solução de informática que será usada.
Sendo assim, é necessário saber o grau de integração que o software permite
entre todos os departamentos da empresa, pois ele é um elemento chave no
processo de CRM.
Definido isso, a empresa deve desenhar um plano de comunicação com
seus clientes e analisar como esse contato será feito. Lembrando sempre que
para o bom funcionamento, o CRM depende 100% das pessoas, pois por mais
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que a tecnologia seja avançada, sem pessoas preparadas para usá-la, o
empresário estará apenas gerando custos, sem ter o devido retorno. A
tecnologia, irá somente acelerar e facilitar a implementação de processos.
Nessa fase é necessário total envolvimento da TI e a definição dos requisitos.
2.1.2 Implantação
Nessa etapa são definidos os fatores de sucesso da implementação,
onde o gestor de cada equipe explica de forma básica, como vai se dar a
implantação e a gestão dos projetos.
É de suma importância que toda a equipe esteja bem treinada a fim de
eliminar qualquer dificuldade que se tenha durante o aprendizado, melhorando
assim, o uso do CRM, e aumentando a performance da gestão empresarial.
Todos colaboradores devem estar cientes sobre o Customer Relationship
Managemente, sabendo as suas funcionalidades e o quão bom essas soluções
serão para eles. Sempre visando familiarizar os funcionários com as novas
tecnologias.
O treinamento consiste basicamente nas instruções sobre a utilização
das funcionalidades do CRM como um software, levando em consideração o
setor e quais processos serão utilizados.
Que todos estejam aptos a trabalhar e comportar-se segundo a nova
lógica sempre focando quais são os fatores que vão levar a empresa a ter
sucesso nas suas operações. Todos os funcionários devem se sentir parte de
um todo, para que se tenha o máximo de envolvimento e participação.
2.1.3 Pós-implantação
É nessa etapa que deve ser percebida por toda a equipe a diferença
que eles fizeram ao trabalharem juntos, integrando-se uns com os outros a fim
de conseguirem um ambiente de trabalho mais saudável e competitivo. Tudo
isso sempre sendo mostrado através de indicadores de desempenho, para que
se torne visível a todos as melhorias conseguidas.
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As medições de performance deve ser divida com cada departamento,
verificando assim, se os objetivos iniciais foram de fato realizados, e
mensurando assim, o sucesso da implantação por setor, facilitando encontrar,
quaisquer problemas.
Também é muito importante que se analise o desempenho do relacionamento
com o cliente, antes e após a implementação. Sempre acompanhando
fechamentos contábeis e fiscais, até o uso se tornar comum a todos.
Encorajar a adoção do CRM é fundamental, sendo assim, é fundamental
encorajar a equipe a fazê-lo. Seguem alguns exemplos:
1. Dar suporte aos utilizadores – conduzir surveys, encorajar os champions,
corrigir problemas a tempo e comunicar de imediato aos utilizadores, sessões
de treino regulares.
2. Medir adoção e utilização do Software – saber quantos registos o utilizador
cria. Com isto, sabemos quantas pessoas usam ou não o CRM, criação de
KPI’s (Key performance indicators) – indicadores com dados que ajudam à
monitorização da atividade de CRM.
3. Promoção – comunicar com os utilizadores novas funcionalidades, capazes
de trazer mais desempenho ao seu trabalho.
4. Visualizar o CRM como uma nova cultura organizacional ou filosofia de
trabalho, e não somente tecnológica.
5. Um CRM é flexível e permite desenvolver aplicativos e adicionar processos
e aplicativos relacionados, para os diversos aspectos dos negócios. O cliente
pode assim ter acesso a aplicações que complementam a funcionalidade
principal do seu CRM.
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2.2 - A internet e o CRM
Do ponto de vista do CRM, a Internet revolucionou a forma de
relacionamento entre clientes e vendedores, na medida em que proporciona
uma fonte de informação rica e acessível e um tipo de comunicação interativa
pois ambas as partes têm a possibilidade de interagir em tempo real.
A Internet, ao ser usada de forma interativa, possibilita ao potencial cliente
proceder a ações de pesquisa específica ou ampliada, incluindo recolha de
informação relativa a produtos e empresas ou sobre produtos e serviços
complementares.
A Internet funciona ainda como meio que possibilita o diálogo e como
serviço de suporte, possibilita em tempo real, o esclarecimento de dúvidas
relativas ao produto ou serviço e consequente resolução de problemas, a
diminuição do tempo de espera entre o pedido e o recebimento da encomenda
e possibilita ainda a obtenção de solução para o problema sem a necessidade
de contatar com um agente, nomeadamente através da consulta do site da
empresa vendedora. Os dados que são obtidos pelas empresas devem ser
posteriormente armazenados e tratados.
Do ponto de vista do vendedor, a Internet possibilita uma diminuição dos
custos por venda, o conhecimento dos seus produtos e serviços e personalizá-
los de acordo com as necessidades dos clientes. Implica benefícios como
canal de distribuição e como canal de comunicação (Brito, C.; C. Ramos Brito,
2000).
Das tecnologias até agora abordadas, as ferramentas de Front Office
permitem, no âmbito de um modelo de CRM, interagir de uma forma mais ou
menos customizada com os clientes. Paralelamente a estas ferramentas,
existem aplicações informáticas que servem de apoio a todo o sistema e que
se denominam por Front Office Software.
26
O Front Office Software proporciona soluções a três níveis genéricos:
• Marketing
O Software possibilita atuações ao nível do planeamento, execução e controlo
das ações de marketing, nomeadamente com sistemas de pesquisa de
mercados e de segmentação de clientes, gestão dos canais de distribuição e
de comunicação;
• Vendas
O Software possibilita a denominada automatização das vendas que conduz a
um aumento da eficiência da força de vendas, e o consequente aumento da
satisfação do cliente no serviço obtido. Este software abrange as fases de:
- Pré-venda, com contatos com clientes, realização de orçamentos, entre
outros;
- Venda, com o acompanhamento das encomendas;
- Pós-venda, relativa nomeadamente, à análise do grau de satisfação dos
clientes e a cobertura de garantias.
• Apoio ou serviço ao cliente
O Software possibilita a gestão automatizada dos CC e HD, assim como
a introdução de equipas de intervenção e manutenção dos
equipamentos, que visam uma crescente eficiência no serviço de apoio
ao cliente.
27
2.3 – Qualidade no atendimento
Para Shiozawa (1993), durante muitos anos associou-se o termo
qualidade a produtos. Porém diante do cenário globalizado, os clientes se
tornaram mais exigentes forçando um avanço no segmento de serviços. Diante
de um mercado tão competitivo tornam-se mecanismos de sobrevivência
investir em qualidade, é não mais de apenas diferencial.
A preocupação com a qualidade nos serviços é recente entre as
organizações, anos atrás esta se restringia apenas a áreas do produto. Porém
esse conceito mudou a fim de agregar a oferta um diferencial.
A Qualidade reside no que se faz – aliás – em tudo o que se faz – e não
apenas no que se tem como consequência disso, ou, em outras palavras,
todos os processos de uma determinada atividade são importantes, se os
processos forem desenvolvidos com qualidade, o produto final terá qualidade.
Para Kotler e Armstrong (1993) o nível de qualidade que se deseja
alcançar num determinado produto, necessita estar em consonância com o
mercado-alvo que se quer atingir. A qualidade ainda é estabelecida pela
aptidão de um conjunto de características intrínsecas para satisfazer
exigências.
Em resumo, para que toda a implantação do CRM funcione bem, é
necessário ter sempre se tenha foco no cliente, não importa a proximidade, se
é um vendedor direto, ou uma pessoa que fique no escritório. É saber se
colocar no lugar do outro, e entender as suas reais necessidades, assim o
cliente vai se sentir a vontade de fechar qualquer tipo de negociação. Feito
isso, a qualidade será percebida e o retorno certamente será positivo.
Como cita Carvalho (1999), para atingir a qualidade no atendimento e
necessário envolver atividades, desde a alta gestão ate chegar aos
profissionais da linha de frente. Deve haver uma interatividade entre todos com
o objetivo de satisfazer as necessidades do cliente, atendimento estabelece
dessa forma uma relação de dependência entre o atendente, a organização e
o cliente.
28
CAPITULO III
Estudo de Caso – Perdigão
Este caso foi amplamente estudado, e aqui abordará ao final,
comentários do autor acerca da pesquisa em questão.
Nascida como um pequeno negócio de secos e molhados em 1934,
fundada por imigrantes italianos, a Perdigão é hoje uma empresa líder em
bens de consumo no Brasil e uma das maiores empresas de alimentos da
América Latina. Produtora reconhecida nacional e internacionalmente por seus
produtos refrigerados e congelados, a Perdigão tem em média entre 25% e
35% dos mercados em que atua.
A empresa vem lançando entre 20 e 40 novos produtos anualmente
durante os últimos oito anos, e possui uma rede de distribuição, com 20
centros de distribuição próprios e 10 terceirizados. A Perdigão sabia que para
crescer em longo prazo, teria de incrementar sua participação de mercado em
categorias de produtos críticas.
A participação de mercado da Perdigão está diretamente relacionada a
sua capacidade de distribuição. Dessa forma, o primeiro passo seria identificar
as principais regiões onde a rede de distribuição da Perdigão era menos eficaz
que a de seu principal concorrente. Antonio Zambelli, Diretor de Marketing da
Perdigão, explica: “Como uma empresa de bens de consumo, nossa
participação de mercado está diretamente ligada à capacidade de nossa rede
de distribuição. Nós nos preparamos para mexer com a concorrência, e até
mesmo superá-la”.
Durante uma reunião anual de planejamento estratégico em 2001, o
time executivo da Perdigão decidiu que a Gestão do Relacionamento com o
Cliente (CRM) era a resposta. A alta gestão definiu uma estratégia de clientes
29
projetada para otimizar sua rede de distribuição. “Para a Perdigão, o CRM foi o
melhor instrumento para aumentar o valor agregado de nossa rede de
distribuição e nosso relacionamento com clientes”, explicou Zambelli.
Com o tempo, isso tem um impacto direto no plano da Perdigão de gerar
demanda no canal de distribuição. Os resultados: uma rede de distribuição
mais fortalecida, incremento de participação de mercado e uma clara e efetiva
vantagem competitiva. São Paulo foi o ponto inicial para o lançamento do
projeto, uma vez que era a região com a maior oportunidade de crescimento
de participação de mercado em clientes Business-to-Business (B2B), que
incluem supermercados, pequenas lojas de varejo e distribuidores atacadistas.
Depois de definir alcance de seu projeto de CRM, a perdigão considerou
soluções da Peoplesoft, SAP E Oracle. A Perdigão escolheu o SAP CRM com
base em seu núcleo de funcionamento e sua capacidade de integrar-se à
retaguarda do SAP ERP. As interações com os clientes B2B e consumidores
finais poderiam ser ligadas diretamente a resultados; e dados atualizados, em
vez de intuição, passariam a ser a base dos processos de negócio. Em junho
de 2002, a Perdigão lançou a primeira fase de seus esforços de CRM em São
Paulo, com a implementação das soluções de centro de interação com clientes
e de vendas ativas e passivas do SAP CRM.
AVALIANDO O IMPACTO: VENDAS E SERVIÇOS
No passado, os vendedores de São Paulo tinham várias dificuldades
para completar suas rotas de vendas e alcançar seus objetivos. Em primeiro
lugar, muitos clientes não estavam disponíveis quando o vendedor os visitava.
Em segundo lugar, não havia um processo sistemático para acompanhar os
clientes, entender e registrar as razões para devoluções de produtos. Em
terceiro lugar, se não havia estoque de determinado produto, não se oferecia
aos clientes um produto alternativo para atender suas necessidades.
Combinados, esses fatores eram as principais razões para a perda de vendas
e consequentemente de impacto na participação de mercado.
30
Para solucionar esses problemas, a Perdigão criou um novo
departamento de Televendas e Telemarketing, com suas funções apoiadas
pelo CRM. O departamento atua como uma equipe de vendas interna,
recebendo pedidos diretamente dos clientes e respondendo suas dúvidas
referentes a devoluções, situação de pedidos e itens não disponíveis.
Utilizando o CRM, essas unidades de apoio a vendas fazem recomendações
de produtos aos clientes, com o objetivo de recuperar vendas perdidas
decorrentes de produtos devolvidos, indisponibilidade de produtos e visitas de
venda sem sucesso.
O atendimento a clientes também foi um dos focos da iniciativa. Com a
substituição do sistema legado (desatualizado) pelo SAP CRM, a empresa foi
capaz de construir processos mais otimizados para o campo e para responder
as demandas do atendimento. O trabalho duplicado e o tempo indisponível
desnecessário entre os atendentes foram significativamente reduzidos. Além
disso, pela integração entre o SAP CRM e o sistema ERP, a Perdigão
melhorou seus processos de acompanhamento de reclamações e análise.
Vantagens obtidas pela perdigão com o a implementação do CRM
A estratégia da Perdigão de construir relacionamentos com clientes para
gerar demanda e movimentar o negócio por meio da cadeia de distribuição
está trazendo resultados. A Perdigão obteve uma Taxa Interna de Retorno
(TIR) de 52% no final de 2004. Os principais resultados incluem, mas não
estão limitados a:
Incremento da participação de mercado — Nos dois anos após a
implementação dessa estratégia, a participação de mercado da Perdigão em
São Paulo cresceu de 14,5% para 22% e, desse crescimento, uma parcela
significativa é diretamente atribuível ao SAP CRM.
31
Incremento de vendas — A Perdigão obteve receitas adicionais de mais de R$
2,24 milhões.
Redução de custos — Com a utilização do CRM para substituir o
sistema legado de Call Center, a Perdigão alcançou R$ 173.000 em redução
de custos.
Mais agilidade para a solução de problemas — A Perdigão
experimentou uma redução de 30 dias em média no tempo de resposta às
reclamações de clientes e consumidores.
Lições aprendidas com o CRM na Perdigão
1. Reinventar para liderar
Buscando diferenciar ainda mais a empresa, a equipe de gestão utilizou
o SAP CRM para gerar demanda, incrementando vendas na cadeia de
distribuição. O resultado: Um aumento de 7,5% em participação de mercado
apenas em São Paulo e uma taxa interna de retorno projetada de 52%.
2. Gerar eficiência em serviços, buscando resultados.
Por meio da integração de seu CIC ao SAP ERP e otimizando o fluxo de
informações, a Perdigão já experimentou uma redução de 30 dias em média
no tempo de resposta às reclamações de clientes e consumidores.
3. A informação traz oportunidades
As áreas de contato com o cliente da Perdigão trabalham mais
coordenadas em torno da mesma base de dados de clientes. O SAP CRM
tornou isso possível combinando as informações provenientes do campo com
as informações sobre produtos devolvidos e levantamentos de atendimento.
32
4. Esteja próximo aos clientes
Com o CRM, a Perdigão agora pode rapidamente gerar relatórios que
destaquem os principais problemas que os clientes e consumidores estão
comunicando à empresa. Esses relatórios vão direto para o presidente,
permitindo que ele possa facilmente focar-se nos pontos onde possa estimular
as melhorias adequadas em produtos ou processos.
5. Disseminar o foco no cliente em toda a empresa
Implementar CRM para a força de vendas, marketing e atendimento ao
cliente de forma isolada não garante que toda a empresa já tenha foco no
cliente. A Perdigão planeja engajar todos os departamentos mostrando a cada
grupo os benefícios relevantes com a adoção do CRM e os benefícios do foco
no cliente.
6. Vendas: Otimizar para ter sucesso
Apoiados pelo novo departamento de Televendas e Telemarketing, os
vendedores de São Paulo agora atendem até 37,2% mais clientes por mês que
a média global da empresa. A Perdigão praticamente dobrou o número de
padarias atendidas.
7. Conecte os produtos e os clientes
Por meio da criação de relacionamentos diretos com seus clientes e
usuários finais, a Perdigão se tornou capaz de coletar, analisar e utilizar o
feedback dos clientes para o desenvolvimento de produtos.
8. Faça um business case
Com base no sucesso alcançado em São Paulo, a Perdigão planeja
implementar o CRM em todo o Brasil para alcançar uma vantagem competitiva
inigualável na indústria.
33
Foi encarado um grande desafio por parte de toda a empresa, uma vez
que o todo teve que ser mudado para que o novo acontecesse. O envolvimento
do diretor da empresa foi de suma importância, pois assim houve uma ligação
do topo com a base da pirâmide.
A Perdigão buscou fazer um canal direto com seus clientes, onde a
opinião deles era capitada por diversas fontes e níveis, sempre procurando o
aperfeiçoamento a cada feedback obtido. Além de conseguir uma resposta
mais rápida e precisa por parte de seus atendentes, transformando assim, a
insatisfação em fidelização.
Tornou-se assim um case de tanto sucesso e fundamento para
novas empresas que buscam a satisfação do cliente e almejam crescer a partir
de um bom relacionamento com os mesmos, o que é fundamental para uma
empresa de sucesso.
34
CONCLUSÃO
A qualidade da relação com o cliente determina o sucesso ou o fracasso
das organizações. Os clientes estão cada vez mais exigentes e sofisticados, e
afastam-se caso não lhes ofereçam um serviço de alto nível do qual se sentem
merecedores.
As empresas de hoje precisam integrar e gerir o ciclo de vida completo
do cliente, com simplicidade e eficácia, não só para conquistar e manter os
clientes mais lucrativos como atrair aqueles clientes mais esporádicos. Para
muitas empresas, a fórmula básica e comprovada do sucesso envolve a
utilização de CRM em todos os pontos críticos de contato com o cliente.
Com um Software empresarial tradicional, a geração de relatórios
personalizados normalmente requer o envolvimento do departamento de TI e a
espera de dias ou semanas.
Com um sistema de CRM, a inteligência comercial é democratizada.
Executivos e gerentes, por fim, tem visibilidade instantânea de todos os
aspectos dos negócios, uma visão minuciosa dos menores detalhes.
A execução de relatórios e a configuração de relatórios em tempo real
exigem apenas alguns cliques. Não é mais necessário consolidar dados de
diferentes origens e trabalhar com dados de dias ou semanas atrás. Até
mesmo os pequenos investimentos em relatórios para todos os funcionários
que lidam diretamente com clientes podem causar um forte impacto no
desempenho do seu trabalho que se reflete nos negócios e consequentemente
nos lucros da empresa.
É muito importante a conciliação dos interesses das pessoas com os da
empresa, para que ambos sejam bem-sucedidos. Um dos fatores críticos que
resulta em perda de capital e tempo para as empresas encontra-se na falha
em filtrar as informações realmente relevantes para as diferentes áreas de
negócios, provocando um desequilíbrio na organização.
Muitos projetos de CRM falham devido à baixa adesão dos utilizadores.
Afinal, a tecnologia só vale a pena se for utilizada. Para garantir que as
pessoas utilizem o sistema de CRM, é preciso que ele seja fácil de usar,
35
acessível e dimensionável, e que melhore significativamente a produtividade, a
eficiência e a visibilidade. As soluções de CRM oferecidas através de um
browser da Web estimulam a adesão, pois recriam as conhecidas interfaces de
apontar-e-clicar dos sites mais utilizados, nos quais tudo é facilmente acedido.
Empresas inteligentes e bem-sucedidas são flexíveis o suficiente para se
adaptarem quando necessário, sem nunca abandonar a missão e seus valores
fundamentais visto que, o um CRM aumenta a desempenho de negócios e o
desenvolvimento da empresa.
36
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BATISTA, E. O. Sistemas de informação: O uso consciente da tecnologia
para o gerenciamento. São Paulo: Saraiva, 2006.
CARVALHO, Pedro Carlos de. Administração mercadológica. 1. ed.
Campinas: Editora Alínea. 1999.
COBRA, Marcos. Administração de Vendas. São Paulo: Atlas, 1994.
GOBE, Carlos Antônio; MOREIRA, Júlio César Tavares. Administração de
vendas. São Paulo: Saraiva, 2001.
GODINHO, António. Como implementar o CRM na sua empresa. Disponível
em: <http://www.fgvsp.br/cati2004/artigos/pdf/t00322.pdf> Acesso em 17 de
janeiro de 2015.
GONÇALVES, Herbet. O que é qualidade?
http://www.administradores.com.br/, 10-7, 2008 – Acesso em 01.02.2015
GREENBERG, Paul. CRM, CRM Analítico, CRM operacional, CRM
colaborativo. Disponível em: <http://usuarios.upf.br/~ricardo/CRM.pdf>
Acesso em 17 de janeiro de 2015.
HERNANDES, Anderson. Como construir e manter um negócio rentável: a
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KOTLER, Pilhip. Administração de Marketing: Análise, planejamento,
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KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de marketing. 7. ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2008.
37
KOTLER, Philip; FOX, Karen. Marketing Estratégico para Instituições
Educacionais. São Paulo: Atlas, 1998.
LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Marketing de Serviços. São Paulo: Atlas,
2006.
LAUDON, Kenneth C.; LAUDON, Jane Price. Sistemas de informação
gerenciais: administrando a empresa digital. Tradução Arlete Simille Marques.
5. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004.
LOVELOCK, Christopher. Serviços: Marketing e Gestão. São Paulo: Saraiva,
2001.
PEPPERS, Don; ROGERS, Martha. CRM Series Marketing 1 to 1. 1.ed.
Peppers and Rogers Group do Brasil, 2000.
_____________________, http://www.acomsistemas.com.br/blog/crm-como-
um-bom-relacionamento-com-clientes-pode-alavancar-o-crescimento-de-sua-
empresa/, 18-7, 2014 – Acesso em 01.02.2015
39
ANEXO 1
Fornecedores de Soluções CRM
CLARIFY - http://www.clarify.com
A Clarify Inc. foi fundada em 1.990, na Califórnia. Desde então, tem experimentado um crescimento vertiginoso: mantém escritórios na Europa, América do Sul, Ásia e no Oriente Médio. É a segunda maior empresa provedora de soluções CRM, integrando vendas, marketing e customer service, além da tecnologia de Internet. Está em fase de implantação no Brasil por meio de um representante. Clientes: British Telecommunications, Ericsson Inc., General Eletric, The Gillette Company, Microsoft Corp., Prudential, Sony Corp., Procter & Gamble, Sprint PCS, Digital Equipment e Toyota. Produtos: ClearCallCenter, ClearSales, ClearSupport, ClearHelpdesk, ClearLogistics, etc
VANTIVE - http://www.vantive.com/br/
A Vantive Corporation foi fundada em 1.990, na Califórnia, e comercializou a primeira solução de CRM em 1.992. Está presente em 74 países e possuem mais de 950 clientes. Atua no Brasil por intermédio de um representante.
Clientes: Listel, Natura, Nextel, Petrobás, Petróleo Ipiranga, Procomp Services, Promon, Shell, Aeroméxico, Warner Lambert. Produtos: Vantive Sales, Vantive Support, Vantive Field Services, Vantive HelpDesk, Vantive Quality, dentre outros.
SIEBEL - http://www.siebel.com/br/
Siebel Systems Inc., fundada em 1.993, comercializou a primeira solução de CRM em 1.995. Está presente nos principais países do mundo, sendo líder de mercado em softwares de gerenciamento de clientes, apesar de ser a mais recente a entrar no mercado. Possui no Brasil uma estrutura própria de vendas, suporte e treinamento. É a terceira maior empresa em softwares aplicativos do mundo, sendo que a primeira é a SAP e a segunda é a Oracle.
Clientes: Embratel, Rhodia, Pharma, Siemens, Compaq, no Brasil. MCI Worldcom, BankBoston, Compaq, Novell, Chase Manhatan Bank, Mercedes Benz, dentre outros, em outros países. Produtos: A Siemens tem uma família de aplicações integradas de vendas, marketing e atendimento ao cliente, televendas, telemarketing, assistência técnica, rede de revendedores, vendas por Internet, etc.
40
SAP - http://www.sap.com.br
Os softwares SAP rodam em mais de 36 mil instalações, espalhadas por 120 países, e são atualmente utilizados por empresas de todos os tamanhos, incluindo mais da metade das 500 maiores empresas do mundo. O mySAP CRM atualmente ajuda quase 900 organizações no mundo todo a administrar suas relações com clientes de maneira mais eficaz e lucrativa. A subsidiária brasileira, no país desde 1995, compartilha do sucesso do grupo com mais de 400 clientes; abaixo, alguns deles:
Air France, Audi, Bayer, BMW, Bosch, Burger King, Deutsche Bank, Heineken, Honda, KPMG, Lufthansa, MLP, Nestlè, Nokia, Osram, Pfizer, Siemens, Texaco Worlwide, Visteon, Wuerth, barnesandnoble.com, Westell Technology e Streamline.com
.
41
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Conceitos de CRM 09
1.1 Vendas 12
1.2 Marketing 14
1.3 Relacionamento com o Cliente 16
CAPÍTULO II - Aplicações de CRM 18
2.1 Implantação do CRM 22
2.2 A internet e o CRM 25
2.3 Qualidade no Atendimento 27
CAPITULO III - Estudo de Caso – Perdigão 28
CONCLUSÃO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36
ANEXOS 39
ÍNDICE 41