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1 UNIVERCIDADE CANDIDO MENDES QUALIDADE DE VIDA NO AMBIENTE DE TRABALHO POR: RENATA MENDES DE ALMEIDA ORIENTADOR: MARCELO SALDANHA RIO DE JANEIRO 2009

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UNIVERCIDADE CANDIDO MENDES

QUALIDADE DE VIDA NO AMBIENTE DE TRABALHO

POR:

RENATA MENDES DE ALMEIDA

ORIENTADOR:

MARCELO SALDANHA

RIO DE JANEIRO 2009

2

UNIVERCIDADE CANDIDO MENDES

QUALIDADE DE VIDA NO AMBIENTE DE TRABALHO

POR:

RENATA MENDES DE ALMEIDA

ORIENTADOR:

MARCELO SALDANHA

Trabalho Monográfico apresentado

como requisito parcial para obtenção

do Grau de Especialista em Gestão de

Recursos Humanos.

RIO DE JANEIRO

2009

3

AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus por ter iluminado todo este

caminho ao meu marido

meus pais e meus amigos

pela paciência dedicada

a minha pessoa durante

o tempo que abdiquei

de suas companhias em

função desse estudo, para

que este trabalho se

concretizasse.

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, marido e amigos que tornaram está caminhada menos árdua.

5

SUMÁRIO RESUMO ............................................................................................06 INTRODUÇÃO ....................................................................................07 CAPITÚLO I – CONCEITO DE QUALIDADE DE VIDA ........................................10 1.1 – SATISFAÇÃO NO TRABALHO ...................................................................12 CAPITÚLO II – COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL ..................................15 2.1 – PROTEÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO ............................................21 CAPITÚLO III – QUALIDADE DE VIDA NO AMBIENTE DE TRABALHO...........23 3.1 – MEIO AMBIENTE NO TRABALHO .............................................................28 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................33 BIBLIOGRAFIAS...................................................................................................36 INDICE ..................................................................................................................40 EVENTOS CULTURAIS .......................................................................................41 FOLHA DE AVALIAÇÃO ....................................................................................42

6

RESUMO

Esta monografia aborda a qualidade de vida no ambiente de trabalho,

é um assunto em que as empresas e organizações se interessam cada vez

mais em promover programa de desenvolvimento humano e aumento da

qualidade de vida de seus colaboradores como o caminho certo para atingir

seus objetivos empresariais. Nesse sentido são apresentados conceitos e

históricos de qualidade. As organizações vêm utilizando o endomarketing,

porque é uma estratégia de estimulo e gestões de relacionamento com seus

funcionários que tem por objetivo atender conhecimento e direcionamentos

da empresa para maior participação e contribuição nos resultados.

A metodologia usada é descritiva e bibliográfica.

7

INTRODUÇÃO

A Declaração dos Direitos e do Cidadão, em 1789, representa o fim do

Ancien Regime, constituída pela monarquia absoluta e pelos privilégios feudais,

promulga com essa declaração, a universalização dos direitos

fundamentais.Porém, estes direitos como o da dignidade da pessoa humana, da

igualdade e da liberdade encontram suas raízes na filosofia clássica, notadamente

a greco-romana e no pensamento cristão. São, nesta época, direitos de dimensão

natural subjetiva-jusnaturalismo moderno, ou seja, são direitos absolutos,

imutáveis e intemporais, inerente à qualidade humana de seus titulares e são um

núcleo restrito que se impõem a qualquer ordem jurídica. Esta concepção

filosófica buscou a limitação dos poderes do Estado e surgiu positivada no final da

Idade Média, por meio da Magna Carta inglesa, em 1215, reconhecendo direitos

aos barões, com restrições ao poder absoluto do monarca.1

Mancuso2 define meio ambiente do trabalho como o “ habitat laboral,

isto é, tudo que envolve e condiciona, direta e indiretamente, o local onde o

homem obtém os meios para prover o quanto necessário para a sua sobrevivência

1 Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. 3. ed. São Pulo: Editora

Saraiva, 2004, p. 131.

2 MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Ação Civil Pública Trabalhista: Análise de

alguns pontos controvertidos. Revista do Ministério Público do Trabalho, Brasília,

LTr, Ano VI, n. 12, setembro/96

8

e desenvolvimento, em equilíbrio com o ecossistema. A ´contrario sensu´,

portanto, quando aquele ´habitat´ se revele inidôneo a assegurar as condições

mínimas para uma razoável qualidade de vida do trabalhador, aí se terá uma lesão

ao meio ambiente do trabalho”.

Depois da queda do café na década de 30, o Brasil sofreu um processo

rápido de industrialização. As décadas de 30 e 50 se caracterizaram

principalmente pelo alto índice de indústrias que se instalava no país, o governo

regente passou a incentivar esse tipo de instalação através de diminuição de

impostos e parcerias com outros países, assim rapidamente os investidores e

empresários brasileiros viram a necessidade de entrar na concorrência com outros

países a fim de buscar o êxito e não acabar como o café.

Peterson & Dunnagan comentam que as relações entre os três

fenômenos – fatores psicossociais no trabalho, satisfação no trabalho e saúde –

não estão suficientemente claras e necessitam de estudos mais aprofundados.

Por isso, o presente estudo objetiva estudar essas relações, identificando as

possíveis associações entre satisfação no trabalho e aspectos da saúde do

trabalhador e verificar se estas associações são influenciadas por características

sociodemográficas e funcionais.3

Conforme ressalta Albuquerque , a necessidade de se pensar em

recursos humanos de forma estratégica decorreu, principalmente, do

3 Peterson M, Dunnagan T. Analysis of a worksite health promotion program's

impact on job satisfaction. J Occup Environ Med 1998;40:973-9.

9

reconhecimento da importância de se considerar o ambiente externo na

formulação das estratégias de negócios, e da existência de um gap entre as

necessidades previstas para a implantação destas estratégias e as realidades que

as organizações enfrentavam em termos de pessoas para implantá-las.4

Valores virtuosos como disciplina, lealdade, honestidade, perseverança e

respeito encontram-se presentes na missão de organizações e têm sido

responsáveis pela longevidade e credibilidade de algumas, por longas décadas5

Segundo Machado trabalhar com o referencial teórico e conceitual do meio

ambiente de trabalho, como meio ambiente artificial, parece ser adequado. A

mesma empresa que lança no ar produtos químico contamina primeiramente o

ambiente interno da empresa e, conseqüentemente, atinge a saúde dos

trabalhadores. Embora essa articulação seja recente, ela já está presente no

conceito de saúde do trabalhador, nos programas de prevenção recomendados

pela OIT, nos acordos comerciais, tratados internacionais e em certa medida,

agregados ao conceito de desenvolvimento sustentável. Assim, compreende-se

como meio ambiente de trabalho o conjunto das condições internas e externas do

local de trabalho e sua relação com a saúde dos trabalhadores.

5 CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando pessoas. São Paulo: Makron Books,1994, 3ª ed., pp.167-181

10

CAPÍTULO - 1

CONCEITO DE QUALIDADE DE VIDA

São Paulo, 1987. Tese (Livre Docência) - Faculdade Robert Karasek foi

um dos pesquisadores pioneiros a procurar nas relações sociais do ambiente de

trabalho fontes geradoras de estresse e suas repercussões sobre a saúde. Nos

anos 70, propôs um modelo teórico bi-dimensional que relacionava dois aspectos

– demandas e controle no trabalho – ao risco de adoecimento. As demandas são

pressões de natureza psicológica, sejam elas quantitativas, tais como tempo e

velocidade na realização do trabalho, ou qualitativas, como os conflitos entre

demandas contraditórias. O controle é a possibilidade do trabalhador utilizar suas

habilidades intelectuais para a realização de seu trabalho, bem como possuir

autoridade suficiente para tomar decisões sobre a forma de realizá-lo.1

Oliveira, por seu turno, afirma: "O meio ambiente do trabalho está

inserido no meio ambiente geral art. 200, VII, da Constituição da República, de

modo que é impossível alcançar qualidade de vida sem ter qualidade de trabalho,

nem se pode atingir meio ambiente equilibrado e sustentável, ignorando o meio

ambiente do trabalho. Dentro desse espírito, a Constituição de 1988 estabeleceu

expressamente que a ordem econômica deve observar o princípio da defesa do

meio ambiente (art. 170, VI). Como assevera Silva, ´o problema da tutela jurídica

do meio ambiente manifesta-se a partir do momento em que sua degradação

11

passa a ameaçar não só o bem-estar, mas a qualidade da vida humana, senão a

própria sobrevivência do ser humano´.6

O trabalho faz parte da vida. É um meio de crescermos, de nos sentirmos

produtivos através de uma construção benéfica. Mas quanta frustração ocorre nos

ambientes de trabalho. As exigências estruturais das linhas de montagem, o

autoritarismo e seus abusos, a disseminação do medo de represálias, da perda de

benefícios ou mesmo do emprego, compelem as pessoas a se sentirem

subjugadas, sem liberdade para falar o que pensam e o que sentem, mesmo

quando se trata de flagrantes injustiças.

É possível considerar que qualquer trabalhador é tão influenciado que o

seu desempenho pode ser sensivelmente alterado, já que todas as atividades

acontecem em um contexto de grupo.

Pode ser considerado grupo, duas ou mais pessoas que interagem entre

si de tal forma que cada uma influencia e é influenciada pelas demais, não

permitindo à gerência, que conhece as fases de adequação e desenvolvimento de

um grupo, cobrar resultados enquanto os membros ainda tiverem questões

pendentes entre si. Desse modo, pode-se avaliar e detectar um grupo de uma

eficaz equipe de alto desempenho7.

6 OLIVEIRA, Sebastião Geraldo. Proteção Jurídica à Saúde do Trabalhador. 4 ed.,

São Paulo, LTr, 2002, pág. 129.

7 DAVIS, Keith. NEWSTROM, John W. Comportamento Humano no Trabalho. 2º Vol. São Paulo :

Pioneira, 1996.

12

Segundo Miranda 8 os direitos humanos fundamentais se inseriram no

ordenamento jurídico-político, pois se necessitava de “limitação e controle do

abuso de poder do próprio Estado e de suas autoridades constituídas e a

consagração dos princípios básicos de igualdade e da legalidade como regentes

do Estado moderno e contemporâneo”.

As pessoas que procuram a auto-realização são independentes,

criadoras, resistem ao conformismo, aceitam-se a si próprias e aos outros. As

pessoas que não concretizam a necessidade de auto-realização são as que

manifestam reacções de apatia e indiferença.

1.1 A Satisfação no trabalho

Quando falamos de satisfação do funcionário, isto é muito subjetivo.

Supõe-se que faça esta pergunta: O que é satisfação no trabalho para você ?

Com certeza, obterei respostas diferentes, sob pontos de vistas diferentes. As

experiências de cada um e o seu dia-a-dia no trabalho, assim como a sua

formação, expectativa no trabalho, função exercida, ambição pessoal, dentre

outros fatores, formam a sua resposta.

8 MORAES, Alexandre. Direitos Humanos Fundamentais. 6. ed. , São Paulo:

Editora Atlas, 2005, p. 01.

13

Satisfação no trabalho é um fenômeno complexo e de difícil definição,

por se tratar de um estado subjetivo, podendo variar de pessoa para pessoa, de

circunstância para circunstância e ao longo do tempo para a mesma pessoa. A

satisfação está sujeita a influências de forças internas e externas ao ambiente de

trabalho imediato. Ela pode afetar a saúde física e mental do trabalhador,

interferindo em seu comportamento profissional e/ou social.9

Para Chiavenato10 “a motivação é o desejo de exercer altos níveis de

esforço em direção a determinados objetivos organizacionais, condicionados pela

capacidade de satisfazer objetivos individuais. A motivação depende da direção

(objetivos), força e intensidade do comportamento (esforço) e duração e

persistência”.

Motivação é um conjunto de forças internas que mobilizam e

orientam a ação de um organismo em direção a determinados objetivos como

resposta a um estado de necessidade , carência ou desequilíbrio. A motivação

não é a única influência no nível de desempenho de uma pessoa. Dois outros

fatores envolvidos são as capacidades do indivíduo e sua compreensão dos

comportamentos necessários para se conseguir um ótimo desempenho. este fator

chama-se percepção do papel. A motivação, as capacidades e as percepções do

9 Fraser TM. Human stress, work and job satisfaction: a critical approach.

Germany: International Labour Office; 1983.

10 CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando pessoas. São Paulo: Makron Books,1994, 3ª ed., pp.167-181

14

papel estão inter-relacionadas. Assim, de qualquer fator for baixo, o nível de

desempenho provavelmente será baixo, mesmo que os outros fatores estejam em

nível elevado. No modelo tradicional de Frederick Taylor sustenta que um aspecto

importante do trabalho do administrador era certificar-se de que os empregados

executariam suas tarefas enfadonhas e repetitivas da maneira mais eficiente

possível e os mesmos usavam um sistema de incentivos salariais para motivar os

empregados – quanto mais eles produzissem, mais ganhariam.

Quando a empresa realiza uma pesquisa de satisfação, é visível que a

produtividade aumenta, quando as pessoas são motivadas de forma particular,

através do desenvolvimento de suas capacidades, do reconhecimento dos

objetivos, das tarefas e de seu valor, tanto por parte da chefia como pelo grupo

que pertence. Não se esquecendo da recompensa através do seu salário,

premiações, entre outras coisas etc.

15

CAPÍTULO – 2

COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

Hoje se percebe que o campo do Comportamento Organizacional evoluiu

de uma orientação com ênfase nas estruturas e processos de pequenos grupos,

para uma perspectiva de grandes subsistemas, organizações e seus ambientes,

contribuindo para a compreensão e a solução de problemas de trabalho por meio

de diferentes possibilidades de intervenção11

Segundo Jesus12 o ritmo de vida acelerado, quase alucinante, em que

se tem de responder rapidamente a constantes novas solicitações; - os ambientes

altamente competitivos, em que muitas vezes os fins justificam os meios,

resultando na perda de valores humanos como a solidariedade e a cooperação;

são em certa medida reflexos da forma de vida da sociedade atual.

Robbins13 ressalta que quando se refere ao “Comportamento

Organizacional (CO) e retrata que é um campo de estudo que investiga o impacto

que indivíduos, grupos e a estrutura têm sobre o comportamento dentro das

organizações com o propósito de aplicar este conhecimento em prol do

11 DONAIRE, Denis. Gestão Ambiental na Empresa. 2ª ed. São Paulo : Atlas, 1999. 12 JESUS, Saul Neves de: Professor Sem Stress- Realização e bem-estar docente- Porto

Alegre: Mediação. 2007.

13 ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. 8ª ed. Rio de Janeiro : Pretice Hall, 1999.

16

aprimoramento da eficácia de uma organização”. Assim, explica que a relação

entre o indivíduo e sua organização, deve ser desenvolvida para o alcance de um

melhor relacionamento organizacional.

A discussão é objetiva. Davis14 considera que:

“As pessoas são o maior potencial nas

organizações. O desenvolvimento deste potencial se

chama comportamento organizacional. É o seu estudo

de aplicações. Ele ajuda às pessoas, a estrutura, a

tecnologia e o ambiente a se combinarem num sistema

operacional eficaz. O resultado é um sistema de

recompensa que serve aos objetivos humanos,

organizacionais e sociais”.

O campo do comportamento organizacional foi concebido na década de

sessenta por pesquisadores britânicos como disciplina emergente e quase

independente, que se apoiaria em outras disciplinas já estabelecidas como

Psicologia, Sociologia e Economia, devendo constituir uma área de teorização e

pesquisa em que as atividades organizacionais seriam objetos de estudo e não

um contexto para onde conhecimentos seriam simplesmente transferidos e

aplicados. O presente trabalho apresenta questões referentes às medidas é

também analisada quanto à representação teórica dos conceitos através de itens,

precisão das escalas, validade discriminante entre medidas de conceitos

correlatos, bem como quanto à sintonia entre as medidas e a evolução da

14 DAVIS, Keith. NEWSTROM, John W. Comportamento Humano no Trabalho. 2º Vol. São Paulo :

Pioneira, 1996.

17

dinâmica organizacional face às constantes e aceleradas mudanças presentes nas

organizações15.

O procedimento de medir poderia ser definido como um processo que visa

a determinar o valor ou nível seja qualitativo ou quantitativo, de um atributo

pertencente a uma unidade de análise Malhotra16. Dentro do campo do CO

(Comportamento Organizacional), as unidades de análises poderiam ser o

indivíduo, grupos/equipes de trabalho ou a organização como um todo, como foi

apontado anteriormente. A medição do CO pode englobar desde atributos

quantitativos sobre desempenho organizacional, como os indicadores contábeis

utilizados por Santos17 num estudo em que o desempenho organizacional foi

representado por desempenho econômico-financeiro, até atributos psicosociais

dos indivíduos ou grupos/equipes de trabalho, representados por construtos

complexos como comprometimento organizacional, satisfação no trabalho e

coesão grupal, os quais necessitam de procedimentos específicos para se obter

dados sobre eles quando há interesse em analisá-los.

15 CHIAVENATO, I. Recursos Humanos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

16 In MACHADO, Luiz.. Ph.D. Cientista Fundador da Cidade do Cérebro. Mentor da Emotologia. Quanto Vale o Capital Intelectual de Sua Empresa. Disponível em www.cidadedocerebro.com.br. Acessado em 06/04/2007

17 In MACHADO, Luiz.. Ph.D. Cientista Fundador da Cidade do Cérebro. Mentor da Emotologia. Quanto Vale o Capital Intelectual de Sua Empresa. Disponível em www.cidadedocerebro.com.br. Acessado em 06/04/2007

18

E notória a atuação do gerente num modelo organizacional que não aceita

a idéia de mudanças. Assim, os novos modelos (ou paradigmas), desenhados a

partir dos anos 80, englobam uma mistura de ruptura com formas tradicionais,

manutenção de outras e, em alguns casos, com práticas até regressivas dentro de

um contexto histórico. Além disso, a análise das situações de trabalho aponta a

existência simultânea de duas lógicas: a da organização e a da inovação18,

opondo estratégias contraditórias, mas com base em uma legitimidade.

O comportamento das pessoas no ambiente de trabalho e portanto o

ambiente em si, é sensível ao comportamento do líder, à luz das expectativas do

grupo. Não por acaso as pesquisas de clima organizacional convidam os

respondentes a refletir sobre diversas situações onde se apresenta o estilo de

liderança. Nesse sentido Bergamini atesta que os estudiosos do tema têm voltado

suas atenções para além da busca de um estilo ideal, repousando suas análises

em uma visão mais holística cuja amplitude “considera os aspectos que circundam

o estilo, as chamadas variáveis ambientais”.19

18 ALTER, Norbert. La crise structurelle des modèles d’organisation. Sociologie du travail, v.35, n.1,

1993. Disponível em

http://www.race.nuca.ie.ufrj.br/abet/vienc/ST19A.doc. Acessado em 18/04/2007.

19 BERGAMINI, Cecília W. Psicologia Aplicada à Administração de Empresas:

Psicologia do Comportamento Organizacional. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2005.

19

Nesta era de globalização e revolução tecnológica, a comunicação,

mais especificamente, a atividade do setor de Gestão de Pessoas está se

tornando uma área estratégica dentro de uma empresa.

Diante de tantos fatores adversos e de tanta concorrência no mercado,

passou a ser uma imposição para os gerentes conhecer da melhor forma e em

profundidade os fatores relacionados ao comportamento humano, como a

importância das percepções, a influência das atitudes e a abrangência dos nossos

valores20.

Quando se fala em comportamento organizacional, Davis21, afirma que o

mesmo “é o estudo e a aplicação do conhecimento sobre como as pessoas agem

dentro das organizações”. Ele cita ainda alguns elementos considerados

fundamentais do comportamento organizacional, como sendo as pessoas, a

estrutura, a tecnologia e o ambiente no qual a organização opera.

O Comportamento organizacional está interessado no estudo do que as

pessoas fazem numa organização e como este comportamento afeta o

desempenho da organização.

No campo organizacional atual existem gerentes adotando práticas

gerenciais que não condizem com as reais necessidades e exigências dos tempos 20 ALTER, Norbert. La crise structurelle des modèles d’organisation. Sociologie du travail, v.35, n.1,

1993. Disponível em

http://www.race.nuca.ie.ufrj.br/abet/vienc/ST19A.doc. Acessado em 18/04/2007.

21 DAVIS, Keith. NEWSTROM, John W. Comportamento Humano no Trabalho. 2º Vol. São Paulo :

Pioneira, 1996.

20

modernos. O setor comportamento organizacional se for encarado com

responsabilidade e muita vontade de acertar, está repleto de oportunidades que

proporcionam a esses gerentes, muitas ferramentas eficazes para o alcance de

resultados nas organizações, bem como para o desenvolvimento e satisfação dos

empregados, no trabalho.

Para que os gestores do mundo organizacional atual possam alcançar o

pleno sucesso, é necessário que se trabalhe muito o lado das pessoas, onde seja

possível conhecê-las, preparando-as para os desafios futuros, implantando, assim,

novas formas de comportamento de todos os participantes da organização.

Segundo Hersey e Blanchard 22, a unidade básica do comportamento é a

atividade, porque todo comportamento compõe-se de uma série de atividade.

Como seres humanos, estamos sempre fazendo alguma coisa: andando,

conversando, comendo, dormindo e até trabalhando. Em muitos casos realizamos

mais de uma atividade simultaneamente - por exemplo, conversar e dirigir o

automóvel. A qualquer momento podemos decidir passar de uma atividade ou

conjunto de atividades pra outra. Isso leva algumas questões interessantes.

Porque as pessoas se envolvem em certas atividades, e em outras não. Porque

mudam de atividades. Para tanto, precisamos saber que motivos ou necessidades

das pessoas originam determinada ação em dado momento.

22 HERSEY, Paul & Blanchard, Kenneth H. 1986. Psicologia para Administradores.São Paulo:

Editora Pedagógica e Universitária.

21

2.1 Proteção do Ambiente de Trabalho

Segundo Silva ”23 “...merece referência em separado o meio ambiente

do trabalho, como o local em que se desenrola boa parte da vida do trabalhador,

cuja qualidade de vida está, por isso, em íntima dependência da qualidade

daquele ambiente. É um meio ambiente que se insere no artificial, mas digno de

tratamento especial, tanto que a Constituição o menciona explicitamente no art.

200, VIII, ao estabelecer que uma das atribuições do Sistema Único de Saúde

consiste em colaborar na proteção do ambiente, nele compreendido o do trabalho.

O ambiente do trabalho é protegido por uma série de normas constitucionais e

legais destinadas a garantir-lhe condições de salubridade e de segurança”. Mais

adiante diz que “o ambiente do trabalho é um complexo de bens imóveis e móveis

de uma empresa e de uma sociedade, objeto de direitos subjetivos privados e de

direitos invioláveis da saúde e da integridade física dos trabalhadores que o

freqüentam.

Percebem-se, nos dias atuais, que o campo do Comportamento Organizacional

evoluiu de uma orientação com ênfase nas estruturas e processos de pequenos

grupos, para uma perspectiva de grandes subsistemas, organizações e seus

ambientes, contribuindo para a compreensão e solução de problemas de trabalho

por meio de diferentes possibilidades de intervenção.

23 SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. 3 ed., São Paulo,

Malheiros, 2000, pág. 20

22

Segundo José Afonso da Silva,merece referência em separado o meio

ambiente do trabalho, como o local em que se desenrola boa parte da vida do

trabalhador, cuja qualidade de vida está, por isso, em íntima dependência da

qualidade daquele ambiente. É um meio ambiente que se insere no artificial, mas

digno de tratamento especial, tanto que a Constituição o menciona explicitamente

no art. 200, VIII, ao estabelecer que uma das atribuições do Sistema Único de

Saúde consiste em colaborar na proteção do ambiente, nele compreendido o do

trabalho. O ambiente do trabalho é protegido por uma série de normas

constitucionais e legais destinadas a garantir-lhe condições de salubridade e de

segurança”. Mais adiante diz que “o ambiente do trabalho é um complexo de bens

imóveis e móveis de uma empresa e de uma sociedade, objeto de direitos

subjetivos privados e de direitos invioláveis da saúde e da integridade física dos

trabalhadores que o freqüentam.24

CAPÍTULO – 3

QUALIDADE DE VIDA NO AMBIENTE DE TRABALHO

24 SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. 3 ed., São Paulo,

Malheiros, 2000, pág. 20.

23

A qualidade de vida no trabalho deve ser feita e proporcionada a todos

da organização.Isso talvez ocorra pois os funcionários com cargos de pouca

responsabilidade precisam de regras para executar seu trabalho, pois ele se

sentem mais seguros quando tem alguém acima deles com mais

responsabilidade. No entanto já os cargos com muita responsabilidade não

gostam de trabalhar sobre pressão, trabalham melhor no seu próprio ritimo.

Finalmente, deve-se considerar que estudos desta natureza devem ser

continuados, pois, os dados e informações gerados são apenas indicadores, fatos

que merecem ser aprofundados.

No Brasil, as condições de trabalho e os riscos a que estão expostos os

operários dos diversos ramos produtivos ainda são tratados pelos patrões e pelo

próprio Estado como segredo empresarial. Muitas vezes, as reivindicações

relacionadas com a segurança no trabalho são punidas com a demissão pura e

simples de trabalhadores, sem que se tenha mecanismos eficientes de

contraposição a tais desmandos.25

A falta de qualidade de vida no trabalho pode gerar alguns transtornos

na vida dos profissionais e, conseqüentemente na vida das empresas. Os

problemas físicos aparecem com maior intensidade, e o psicológico fica bastante

afetado pela ausência da qualidade de vida. As crises de estresse,

descontentamentos e irritação são mais intensas, o que afeta não só o rendimento

25 MENDES, R. Medicina do trabalho: doenças profissionais. São Paulo, Sarvier,

1980

24

pessoal, mas também faz com que problemas profissionais sejam levados para

casa, afetando o relacionamento familiar.

O setor de Recursos Humanos além de ter o desafio de promover

iguais oportunidades de emprego, também procura melhorar a qualidade de vida

no trabalho. Os esforços para melhorar a qualidade de vida no trabalho procuram

tornar os cargos mais produtivos e satisfatórios. Quando os cargos precisam ser

reformulados, muitas vezes, as mudanças são feitas por gerentes operativos sem

o envolvimento direto do setor de Recursos Humanos. Já outros gerentes buscam

a assistência desse departamento, porque este pode ajudar a combinar as

necessidades humanas com as do cargo. Os especialistas de pessoas precisam

estar informados a respeito de como melhorar a qualidade de vida no trabalho por

meio a reformulação de cargo.Fatores que influenciam o projeto de cargo e

qualidade de vida no trabalho.26

No mundo das organizações intensificaram-se as preocupações com as

condições de trabalho e de preservação da saúde. Intensificaram-se as

campanhas para despertar a consciência para a preservação ecológica,

justificadas pela preocupação com a continuidade da vida humana e com o

esgotamento de recursos naturais. A melhoria da qualidade de vida da população

se tornou um assunto amplamente discutido pelos órgãos públicos e cobrado

26 AMATUZZI, M. M. O significado da psicologia humanista, posicionamentos

filosóficos implícitos. Rio de Janeiro: Organização Brasileira dos Livros de

Psicologia, V.41 n.4, p.88-95, set/nov. 1989.

25

pelas entidades organizadas da sociedade. A qualidade de vida também passou a

fazer parte das discussões da vida profissional das pessoas no seu local de

trabalho, através dos programas de QVT. 27

Fernandes (1996) afirma que a qualidade de vida no ambiente de trabalho

deve ser entendida como um programa que visa facilitar e satisfazer as

necessidades do trabalhador ao desenvolver suas atividades na organização,

tendo como idéia básica o fato de que as pessoas são mais produtivas quanto

mais estiverem satisfeitas e envolvidas com o próprio trabalho. As condições

físicas e ambientais num determinado espaço de trabalho resultam de uma forma

ou de outra, em impactos na saúde e bem estar do trabalhador, implicando

conseqüências para as próprias relações sociais estabelecidas no local de

trabalho, que podem ter impactos positivos ou negativos na efetivação de ações

que propiciem atender tanto aos objetivos da empresa com o dos próprios

funcionários.

No cenário do ambiente de trabalho saudável do futuro, o amor, o poder e

trabalho produzirão transformações profundas na qualidade dos serviços que os

homens prestam uns aos outros, construindo, nesse processo, um mundo belo,

saudável e justo.

27 RECHZIEGEL, W; VANALLE, R. M. Qualidade de Vida no Trabalho: a base

para programas de qualidade total. In: ENCONTRO NACIONAL DE

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 19., 1999, Rio de Janeiro. Anais em CD Rom.

Rio de Janeiro, Abepro, 1999.

26

A origem do movimento de qualidade de vida no trabalho remontou em

1950, com o surgimento da abordagem sócio-técnica. Somente na década de 60,

tomaram impulsos, iniciativas de cientistas sociais, líderes sindicais, empresários e

governantes, na busca de melhores formas de organizar o trabalho a fim de

minimizar só efeitos negativos do emprego na saúde e bem estar geral dos

trabalhadores. Entretanto, a expressão qualidade de vida no trabalho só foi

introduzida, publicamente, no início da década de 70, pelo professor Louis Davis ,

ampliando o seu trabalho sobre o projeto de delineamento de cargos.28

A área médica, por sua vez, já incorporou o tema qualidade de vida na

sua prática profissional,quando se apropria do termo, porém, o utiliza dentro do

referencial da clínica, para designar o movimento em que, a partir de situações de

lesões físicas ou biológicas, se oferecem indicações técnicas de melhorias nas

condições de vida dos enfermos. A expressão usada é qualidade de vida em

saúde. No entanto, a noção de saúde é totalmente funcional e corresponde ao seu

contrário: a doença em causa, evidenciando uma visão medicalizada do tema. Os

indicadores criados para medir esta qualidade de vida são notadamente

bioestatísticos, psicométricos e econômicos, fundamentados em uma lógica de

custo-benefício. E as técnicas criadas para medi-la não levam em conta o contexto

28 DAVIS, K. e NEWSTROM, J. W. Comportamento humano no trabalho – Uma

abordagem psicológica. São Paulo: Pioneira, 1992

27

cultural, social, de história de vida e do percurso dos indivíduos cuja qualidade de

vida pretendem medir. 29

Qualidade de vida é uma noção eminentemente humana, que tem sido

aproximada ao grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e

ambiental e à própria estética existencial. Pressupõe a capacidade de efetuar uma

síntese cultural de todos os elementos que determinada sociedade considera seu

padrão de conforto e bem-estar. O termo abrange muitos significados, que

refletem conhecimentos, experiências e valores de indivíduos e coletividades que

a ele se reportam em variadas épocas, espaços e histórias diferentes, sendo

portanto uma construção social com a marca da relatividade cultural.30

O ajustamento, como a inteligência ou as aptidões, varia de uma pessoa

para outra e dentro do mesmo indivíduo de um momento para outro e pode ser

definido em vários graus, mais do que em tipos. Um bom ajustamento denota

saúde mental. Uma das maneiras de se definir saúde mental é descrever as

características de pessoas mentalmente sadias. Essas características básicas

são: sentem-se bem consigo mesmas; sentem-se bem em relação às outras

pessoas; e são capazes de enfrentar por si as demandas da vida.

29 Hubert A 1997. De la difficulté de définir une definition. Revue Prevenir 33:15-

18.

30 Matos O 1998. As formas modernas do atraso. Folha de S. Paulo, Primeiro

Caderno, 27 de setembro, p. 3.

28

A qualidade de vida dos funcionários é benéfica tanto para a empresa

quanto para o profissional. Uma grande e atrativa vantagem para a empresa que

investe em qualidade de vida é a diminuição significativa dos custos gerados pelo

afastamento do funcionário.

3.1 Meio ambiente no Trabalho

A definição de Rocha31, é de que o meio ambiente do trabalho

caracteriza-se como a ambiência na qual se desenvolvem as atividades do

trabalho humano. Diante das modificações por que passa o trabalho, o meio

ambiente laboral não se restringe ao espaço interno da fábrica ou da empresa,

mas se estende ao próprio local de moradia ou ao ambiente urbano.

Ressalta-se, no meio ambiente em geral, o ambiente de trabalho,

justificando-se o seu destaque porque é nele que se desenrola boa parte da vida

do trabalhador, cuja qualidade de vida está, por isso, em íntima dependência da

qualidade daquele ambiente.32

31 ROCHA, Júlio César de Sá da. A defesa processual do meio ambiente do trabalho: dano,

prevenção e proteção jurídica. São Paulo, Ed. LTr, 2002, p. 30.

32 SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. 3. ed., São Paulo: Malheiros, 2000.

29

Nascimento33 entende que o meio ambiente de trabalho é, exatamente,

o complexo, máquina-trabalho; as edificações, do estabelecimento, equipamentos

de proteção individual, iluminação, conforto térmico, instalações elétricas,

condições de salubridade ou insalubridade, de periculosidade ou não, meios de

prevenção à fadiga, outras medidas de proteção ao trabalhador, jornadas de

trabalho e horas extras, intervalos, descansos, férias, movimentação,

armazenagem e manuseio de materiais que formam o conjunto de condições de

trabalho etc.

A adequação do ambiente de trabalho depende, fundamentalmente, da

educação ambiental respectiva, ministrada aos que nele interagirem –

trabalhadores, empresários e representantes do Poder Público – comportando

suas noções logo no ensino fundamental obrigatório, para despertar a consciência

das crianças quanto à necessidade de zelar pelo ambiente laboral e pela saúde e

segurança própria e alheia, no trabalho.34

O novo ambiente de trabalho saudável será um ambiente de franqueza

sem medo, caracterizado por um pelo chefe ou considerados de pouco valor para

a empresa. Ninguém mais temerá falar a verdade diante dos detentores do poder

clima de verdade e abertura, onde os empregados exorcizam o medo de ser

33 NASCIMENTO, Amauri Mascaro do. A defesa processual do meio ambiente do

trabalho. Revista LTr, 63/584.2000

34 SOARES, Evanna. Educação ambiental no trabalho . Jus Navigandi, Teresina,

ano 11, n. 1505, 15 ago. 2007

30

demitidos, punidos, intimidados. As pessoas se atreverão a ser firmes nas suas

discordâncias e criativas na manifestação de suas idéias. Será o fim da violência

estrutural nas práticas administrativas das empresas.

Segundo Rocha, "o meio ambiente do trabalho representa todos os

elementos, inter-relações e condições que influenciam o trabalhador em sua

saúde física e mental, comportamento e valores reunidos no lócus do trabalho,

caracterizando-se, pois, como a soma das influências que afetam diretamente o

ser humano, desempenhando aspecto chave na prestação e performance do

trabalho."35

E ainda, "o meio ambiente de trabalho constitui -se em espaço de

concretização das relações de trabalho. Na realidade uma noção de um lócus

onde se presta o trabalho humano requer uma necessária correlação sobre a

atividade desempenhada, condições e performance do trabalho, bem como, sobre

os riscos que podem ocasionar efeitos físicos, psíquicos e sociais sobre o ser

humano trabalhador".36

Robert Karasek foi um dos pesquisadores pioneiros a procurar nas

relações sociais do ambiente de trabalho fontes geradoras de estresse e suas

35 ROCHA, Júlio César de Sá da. Direito Ambiental e Meio Ambiente do Trabalho.

Dano, prevenção e proteção jurídica. São Paulo : Ltr, 1997; 221 p.

36 PINTO, Almir Pazzianotto . Direito Ambiental do Trabalho. 2004. Disponível em :

http://www.cjf.gov.br/revista/numero3/artigo01.htm . Acessado em 28 de fevereiro

de 2004

31

repercussões sobre a saúde. Nos anos 70, propôs um modelo teórico bi-

dimensional que relacionava dois aspectos – demandas e controle no trabalho –

ao risco de adoecimento. As demandas são pressões de natureza psicológica,

sejam elas quantitativas, tais como tempo e velocidade na realização do trabalho,

ou qualitativas, como os conflitos entre demandas contraditórias. O controle é a

possibilidade do trabalhador utilizar suas habilidades intelectuais para a realização

de seu trabalho, bem como possuir autoridade suficiente para tomar decisões

sobre a forma de realizá-lo.37

Como explica Bergamini38 às variáveis que afetam o comportamento,

podem ser subdivididas em individuais e ambientais. “As variáveis de ordem

individual dizem respeito a toda bagagem inata, mais as experiências adquiridas

ao longo das várias fases evolutivas, tais como a infância, a adolescência e a fase

adulta de cada um. Já as variáveis de ordem ambiental abrangem todos os

possíveis eventos extrínsecos ao indivíduo, tais como grupo social, cultura, fatores

do meio ambiente físico propriamente dito e muitíssimo outros”. O comportamento

do homem é influenciado pelas variáveis.

37 Theorell T. The demand-control-support model for studying health in relation to

the work environment: an interactive model. In: Orth-Gómer K, Schneiderman N,

editors. Behavioral medicine approaches to cardiovascular disease. Mahwah, NJ:

Lawrence Erlbaum Associates; 1996. p. 69-85.

38 BERGAMINI, Cecília Whitaker. Psicologia aplicada à administração de empresas: psicologia do

comportamento organizacional. 3ª ed. São Paulo : Atlas, 1982.

32

Desse modo, o nome de clima organizacional dado ao ambiente interno

existente entre os membros da organização. O clima organizacional está

intimamente relacionado com o grau de motivação de seus participantes. Quando

há elevada motivação entre os membros, o clima motivacional se eleva e se

traduz em relações de satisfação, de animação, interesse e colaboração. Todavia,

quando há baixa motivação entre os membros, seja por frustração ou barreiras à

satisfação das necessidades, o clima organizacional tende a abaixar-se,

caracterizando-se por estados de depressão, desinteresse, apatia e até mesmo

insatisfação, podendo, em casos extremos, chegarem a estados de agressividade,

tumulto e inconformidade, típicos de situações em que os membros se defrontam

abertamente com a organização (como nos casos de greves, piquetes).

33

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os funcionários devem ser valorizados dentro da empresa, pois deles

resultam o produto ou serviço final da organização. Para isso, motivação é a arma

principal para garantir a produtividade e o bom atendimento. Os empregados

motivados são aqueles que percebem o seu trabalho como os ajudando a

atingirem seus importantes objetivos.

A satisfação do funcionário é especialmente importante para a

empresa, pois, é ele que fazendo ou deixando de fazer algo, satisfaz/supera ou

não a expectativa do cliente. Ele é a pessoa que trabalha em nossa empresa e

influencia o processo produtivo e de fornecimento de serviços.

A dignidade da pessoa humana aparece, em uma interpretação

sistemática e teleológica, diretamente relacionada a todas as disposições que

tutelam a vida, a saúde, o trabalho, a moradia, a educação, a família, e o próprio

meio ambiente. Como sabido, não se pode proceder a nenhuma exegese do texto

constitucional desvinculada de seus princípios fundamentais e, em particular,

daqueles elencados no art. 1º da Lei Maior, dentre os quais se destaca a

dignidade da pessoa humana.39

O aumento da satisfação com o trabalho é percebido por diversas

empresas, proveniente principalmente do aumento da qualidade de vida no

39 SILVA, Reinaldo Pereira e. Biodireito: a nova fronteira dos direitos humanos. São Paulo: LTr,

2003. p.

44.

34

trabalho. Na Empresa , o aumento de satisfação é decorrente do aumento da

autonomia e maior valorização dentro da empresa, além dos ganhos advindos da

padronização, com a associação de produtividade e qualidade. Ou seja, os

funcionários produzem mais e de maneira correta. Já a Empresa oferece uma

série de benefícios aos funcionários, como convênios com farmácias, médicos e

dentistas. (Costa,2003)

Criar um ambiente onde as pessoas possam se sentir bem com a

gerência, com elas mesmas e entre seus colegas de trabalho, e estar confiantes

na satisfação das próprias necessidades, ao mesmo tempo em que cooperam

com o grupo. As pessoas podem ser motivadas para o bem ou para o mal,

fazendo aparecer o melhor ou o pior do que elas têm. Se as pessoas não estão

motivadas a fazer alguma coisa ou alcançar uma meta, pode-se convencê-las a

fazer algo que elas preferiram não fazer, mas a menos que estejam prontos a

assumir as atitudes e os valores do motivador, os comportamentos não será

permanente.40

Os sistemas de Gestão de Recursos Humanos que têm como

elemento-base os cargos constituem hoje a forma mais comum de sistema de

Administração de Recursos Humanos encontrada nas empresas, embora venham

sendo crescentemente questionados por sua inflexibilidade e dificuldade de

compatibilização com as novas formas organizacionais e com a velocidade da

organização do trabalho. O método dos pontos, que é uma forma de avaliação

40 CORADI, C. D. O comportamento humano em administração de empresas. São

Paulo: Pioneira, 1985

35

quantitativa dos cargos para determinar a remuneração, foi criado por Merrill Lott e

tornouse o método de avaliação de cargos mais utilizado no mundo .41

Pode-se dizer ainda que o envolvimento das pessoas com seu trabalho

têm diminuído com o passar do tempo bem como as motivações das pessoas para

com ele.

Beni ressalta que,o quadro atual da economia mundial tem apontado

para três grandes vetores. No plano econômico, a globalização e a conseqüente

competição internacional. No plano social, a regionalização (até como resposta

aos efeitos da internacionalização, que obrigam os países a reduzirem seus

custos e a saírem do assistencialismo). No plano político, a descentralização, pois

cada região necessita de flexibilidade para arranjar seus fatores de produção e

tornar-se competitiva.42

41 CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas: O novo papel dos recursos humanos nas organizações.

São Paulo: Editora Campus, 1999.

42 BENI, Mário Carlos. Clusters e desenvolvimento sustentável do turismo. Revista Comércio

Exterior,

edição 69, ano 15, maio-jun./2007, p.7.

36

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40

ÍNDICE:

41

EVENTOS CULTURAIS

42

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Título da Monografia: Qualidade de Vida no Ambiente de Trabalho. Autora: Renata Mendes de Almeida Data da Entrega: Avaliado por: __________________ Conceito: ________________ Avaliado por: __________________ Conceito: ________________ Avaliado por: __________________ Conceito: ________________