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  • CLC Hildelene Lobato ser a primeira Martima a fazer o Curso da ESG

    Novamente, um Martimo representar os trabalhadores em Conselho da Transpetro

    Setores e personalidades vm a pblico em defesa

    da Petrobras e da Transpetro, que vivem dias difceis, mergulhadas em guas problemticas e

    sofrendo os respingos de atos de corrupo

    O mar no est pra peixes

    Revista do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante SINDMAR N 41 Abril de 2015

    Vem a a 2 Conferncia DP Brasil

  • Windsor Barra HotelRio de Janeiro

    Tel.: +55 21 3125-7600 | Fax.: +55 21 3125-7657 | [email protected] seu artigo para [email protected] ou atravs do nosso website

    Development and Operation of DP Systemsin the Offshore and Marine Sectors

    Maiores informaes pelo site: www.dpbrasil.org.br

    Depois do sucesso da primeira conferncia, a Fundao Homem do Mar (FHM) e o Centro de Simulao Aquaviria (CSA) estaro promovendo mais uma DPBRASIL, a 2 Conferncia Brasileira de Posicionamento Dinmico, nos dias 26 e 27 de maio de 2015. Ser realizada no Hotel Windsor Barra, na cidade do Rio de Janeiro, o mesmo local onde aconteceu a 1 DPBRASILaconteceu a 1 DPBRASIL.

    26 e 27Maio de 2015

    Realizao: ApoioInstitucional:

    Apoio:

  • Sumrio

    ACORDO HISTRICOSINDMAR fecha Acordo Coletivo histrico com 40 empresas de offshore da ABEAM ...............................................................................10

    GRANDE IDEIAMinistrio do Trabalho e Emprego pressiona empresas de navega-o nacionais e estrangeiras a cumprirem a RN 72 e, enquanto isso, SINDMAR consegue vagas para Praticantes......................................12

    JUBILEU DE OUROTurma de 62/64 da EMMRJ celebra 50 anos de formatura no CIAGA ......................................................................................................16

    PIONEIRISMO SEMPRECLC Hildelene Lobato Bahia a primeira mulher Mercante a fazer curso CAEPE na ESG .............................................................................18

    SONHO REALIZADOA CCB Tayane Calado vai aprimorar ingls e realiza sonho de con-hecer IMO em Londres ..........................................................................20

    QUEM FAZ O SINDMAR Symone Soares, Delegada do SINDMAR em Aracaju-SE, a per-sonagem desta edio .............................................................................26

    OUTRO NGULOProvveis irregularidades no FPSO Cidade de So Mateus onde nove pessoas morreram .........................................................................34

    NAUFRGIOS CHEIOS DE VIDA E HISTRIAS no litoral brasileiro so mais de 20 mil naufrgios que tem muita histria ......................................................................................................36

    PRESTAO DE CONTASO CLC CA Muller faz um balano final de sua atuao no Conselho de Administrao da Transpetro ..........................................................56

    MAIS UM MARTIMOOs planos do CLC Raildo Viana, novo representante dos trabalha-dores no Conselho de Administrao da Transpetro .......................60

    ASSUNTOS IMPORTANTESNilson Lima comenta trs assuntos muito importantes discutidos na IMO, em Londres ..............................................................................66

    SURPRESAS A VISTAPaulo Brando, da Petros, avisa que aposentados podem ter surpre-sas em breve .............................................................................................68

    REUNIES MENSAISSINDMAR far reunies mensais sobre Conveno STCW ...........71

    A HISTRIA DA MARINHA MERCANTE Parte 3Nasce o Lloyd e o Pas declara Guerra Alemanha por ter navio Mercante torpedeado .............................................................................72

    DESAFIOEm artigo, Ana Canelas, ex-Superintendente de Navegao da Antaq, fala da falta de poltica de transportes martimos atual-izada, que provoca distores no setor ........................................84

    DP BRASIL 2015Sucesso na primeira edio, FHM e CSA vo realizar segunda edio da DP Brasil .................................................................................86

    NOVO PLANOSINDMAR participa de importante reunio no MDIC sobre Plano Nacional de Exportao .........................................................................87

    E MAISEDITORIAL ..............................................................................................4TBUA DAS MARS .............................................................................7ACORDOS COLETIVOS .......................................................................8DIRIO DE BORDO ............................................................................79VISITAS A BORDO ..............................................................................82LTIMA PGINA ................................................................................90

    CAPAO povo, intelectuais, sindicalistas, jornalistas e at ex-ministros saem em defesa da Petrobras, colocada no cerne de questo tica no Pas e o Presidente do SINDMAR, Severino Almeida, faz uma srie de anlises sobre o futuro que se reserva para a Transpetro .................................... 42 A 54

  • Revista UNIFICAR www.sindmar.org.br abr i l de 20154

    MAR GROSSO

    Editorial

    Severino Almeida Presidente do SINDMAR e da CONTTMAF

    Por ironia do destino, um martimo pode vir a pre-sidir esta subsidiria integral da Petrobras, no pela sua con-tribuio e de seus asseclas boa administrao da empresa, mas, pela capacidade infinita de se manter subserviente ao prncipe, beijando-lhe a mo diante das necessidades que se apresentem. Necessidades que, para os mais espertos e os to-los que os ouvem, interessados nas migalhas do poder, signi-ficam salvar a frota e a Marinha Mercante brasileira. Para os que no so espertos nem tolos, o recado claro: pretende-se que estejam l para defender os interesses da banda mais po-dre do PMDB. Destaque-se que quem aprovar o nome do novo presidente ser o Conselho de Administrao da Trans-petro, cuja vontade, por maioria de voto, atende as determi-naes do acionista majoritrio, ou seja, do governo. Ser uma boa ocasio para verificarmos o quanto verdadeira a disposio do atual governo com a correo de rota em resis-tncia esta velha senhora chamada corrupo, como bem a definiu a nossa presidente da Repblica.

    Detalhe que importa. A candidatura tem apoio da FUP Federao nica Petroleira, o que se mostra coerente, considerando suas posies e atitudes nesta ltima dzia de anos. Nossa sina continua. Nada pior do que madeira do prprio pau.

    Esta edio da revista UNIFICAR d particular ateno atual situao da Transpetro que, vendendo ou no ativos para participar do plano de desinvestimento da Petrobras, alienar navios em nmero elevado. No dia 27 de maro, o CA da Transpetro aprovou a alienao dos trs ltimos navios sem casco duplo. E ainda esto na mira mais meia dzia que no receberam autorizao de extenso de prazo para se manterem operando. Teme a Autoridade Marti-

    ma brasileira que as leis da fsica no sejam to gentis com os mesmos, ao navegarem e operarem. Teme-se que pelo menos uma dezena de navios os acompanhem em curto espao de tempo. Aqueles que no so espertos nem tolos temem que, no mesmo perodo, o que sobrou do Promef no entregue sequer a metade do que vai perder-se.

    O que acontecer com centenas de martimos, candida-tos ao desemprego? Sero mantidos em casa pela empresa? Fala srio! Tripulando navios afretados a casco nu com sus-penso de bandeira? Pouco provvel, diante das prioridades atuais da holding. Iro aos balces das empresas privadas em busca de emprego? Muito provvel. As consequncias disto so por demais conhecidas. J vivenciamos cenrio seme-lhante, na dcada de 90, que no deixou saudades. Triste ver rapazes e moas que adentraram neste mercado de trabalho com promessas de que estavam chegando ao paraso, como se no sistema capitalista esta condio pudesse se perenizar, descobrindo que eram felizes e no sabiam. Ou no quiseram saber, preferindo ouvir as carpideiras de planto.

    Objetivamente, a armao privada vive um grande mo-mento. A Antaq divulgou, recentemente, estudo que de-monstrou um crescimento da movimentao de granis em 4% nestes ltimos dez anos. Crescimento que, em compara-o ao pfio crescimento do Brasil nesta dcada, impressio-na. Que no se fale dos porta-contentores, com crescimento mdio de 12% ao ano, percentual que faria inveja China, em seus melhores dias de crescimento prximo a 10%. E o bunker, amigos? Hoje, a armao no paga sequer a metade que pagava, quando o petrleo estava no mercado muito acima de cem dlares o barril e assim permaneceu por um bom tempo. Hoje, no h razes no horizonte para acredi-

  • 5

    ... a operao Sanasa outra a se interligar Lava-Jato... Relacionada ao caso da Sanasa, a Operao Durkheim igualmente entrou na mira da Lava-Jato. As provas colhidas durante a ao policial podem auxiliar a fora-tarefa a mapear os passos de Srgio Machado, indicado por Renan Calheiros para a presidncia da Transpetro. A afirmao do jornalista Fabio Serapio, em seu artigo A Lava-Jato abre o leque, na revista Carta Capital, edio n 842.

    tar que se voltar a este patamar elevado. E os fretes, com-panheiros e companheiras, as companhias baixaram? Claro que no! E existe outro detalhe a ser observado: com o dlar nas alturas e perspectivas de terminarmos o ano com o dlar americano valendo 3,8 reais, reiniciaremos a era em que nos-sos salrios disputaro, em dlar, o que pago a um filipino.

    Tudo indica que os armadores foram competentes em convencer a nefasta senadora Ktia Abreu, ora Mi-nistra da Agricultura, que todos tm culpa no mau ser-vio e custos altos prestados aos usurios do necessrio transporte martimo. Da vm os projetos de lei de ini-ciativa desta senhora, que pau para todo lado e vai de perniciosas alteraes ao sistema de ensino profissional martimo e registro de falta de tripulantes ao desmon-te da praticagem, passando pelas habituais lamentaes da precariedade da estrutura dos portos nacionais. Em sntese, no vemos como a armao v sofrer com a de-cadente situao econmica do pas, pelo menos no pre-sente. Possivelmente vir a sofrer algo como consequn-cia, num futuro incerto e no sabido, em decorrncia do tamanho da crise que se instale.

    Para encerrarmos o desenho deste cenrio de mar gros-so, destacamos a nossa preocupao com esta estpida cam-panha miditica a favor do impeachment da presidente da Repblica. Muitos seguem esta bobagem sem ao menos pensar em quem vai substitu-la, no caso desta tese prevale-cer, alm dos riscos institucionais ao nosso pas. Ser Michel Temer e seu PMDB, de braos dados com o PSDB, de triste memria, que nos anos 90 tanto prejuzo causou, particu-larmente, ao nosso setor. A memria nacional nos preocupa devido sua fragilidade em recordar. Agora ainda mais, com

    a contribuio das chamadas redes sociais, que seria mais apropriado chamar de bestiais, corroendo a capacidade cog-nitiva daqueles que so aficionados por elas.

    Contudo, a presidente Dilma Rousseff faz por mere-cer toda esta presso para mudar. imperdovel a com-posio de seu governo, em busca da governabilidade, tendo como exemplos mais gritantes um carrasco social, como Joaquim Levy, na Fazenda, e uma sacripanta, como Ktia Abreu, na Agricultura. Some-se a isto a triste ca-rncia de coragem na defesa a um ministro, como Cid Gomes, afastando-o do Ministrio da Educao, aps este admirvel poltico demonstrar coragem em apontar o que importava ao recm-eleito presidente da Cmara do De-putados, Eduardo Cunha. Anotem: nosso pas ainda ter muito mais a lamentar do que o fato de este senhor cons-tar em lista de envolvimento em escndalos de corrupo.

    Quanto velha senhora chamada corrupo, o PT a abraou com carinho, compreenso e justificativas. Com imperdovel incoerncia diante do que a sociedade esperava do Partido dos Trabalhadores. Terminou por nos presentear com mais do mesmo, nos oferecendo corrupo por varejo, para delrio da compromissada e conservadora grande im-prensa. Quando os velhos partidos de direita nos empurra-vam e empurram corrupo por atacado, recebem o bene-plcito da mesma imprensa que, em geral, vil e desonesta. As raras excees existentes s confirmam a regra.

    Enfim, meus companheiros e minhas companheiras, na-veguemos em capa, sem esmorecermos, confiando em nossa vocao para vitrias e em nossa coragem marinheira.

    Boa leitura.

  • Revista UNIFICAR www.sindmar.org.br abr i l de 20156

    EXPEDIENTE EDIO Assessoria de Comunicao do SINDMAR JORNALISMO Assessora: Andrea Mury Editor-executivo e reprter: Paulo Cezar Guimares Reprter: Joo Theodoro Fotos: Andr Prado Edio de arte e diagramao: Sylvio Tiriba Arte da capa: Cludio Duarte Reviso de texto: Shirlei Nabarrete Nataline Verso em ingls: Edson Areias Impresso: Edigrfica Tiragem de 13 mil exemplares Os artigos assinados so de responsabilidade dos autores.

    FILIADO

    Revista UNIFICAR Publicao do SINDMAR Sede: Av. Presidente Vargas 309/14, 15 e 16 andares

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    Melhoria contnua... para as empresas Log-In e Aliana, que investiram com o objetivo de renovar os navios de suas frotas.

    Sempre pioneira

    ... para a CLC Hildelene Bahia (Transpetro), que ser mais uma vez pioneira como a primeira mulher Oficial da Marinha Mercante a fazer o Curso de Altos Estudos de Poltica e Estratgia (CAEPE) na Escola Superior de Guerra. Indicada pelo SINDMAR para fazer este importante curso, a CLC Hildelene se formou na primeira turma de mulheres do CIABA e foi a primeira mulher a comandar um navio na histria da Marinha Mercante brasileira. (Ver matria na pgina 18)

    Mais um Martimo

    ... para os trabalhadores Martimos da Transpetro, que pelo terceiro ano consecutivo tero um representante no Conselho de Administrao da empresa. Termina em abril o segundo mandato do CLC C.A. Mller e o CLC Raildo Viana, eleito com 67,8% dos votos, assume o importante e representativo cargo. (Ver reportagens nas pginas 56 a 64)

    Vagas para Praticantes

    ... para a maioria das empresas que atuam no offshore, que este ano aumentaram significativamente o nmero de vagas para Praticantes em suas embarcaes, absorvendo assim os jovens Oficiais que esto saindo das Escolas e precisam praticar para se formarem.

    Tbua das Mars

    MAR BAIXA MAR ALTASinuca de bico

    ... para a ex-toda poderosa Transpetro, que insiste em continuar praticando o regime de trabalho 2x1, enquanto a quase totalidade das empresas de navegao que operam na Cabotagem brasileira, com exceo de uma ou outra pirangueira, j tem em seus Acordos Coletivos de Trabalho o regime 1x1.

    Cortina de fumaa

    ... para o mistrio e falta de transparncia que cercam o acidente ocorrido em 11 de fevereiro de 2015, com o navio-plataforma FPSO Cidade de So Mateus, operado pela BW Offshore e afretado Petrobras, que, com nove mortos, o terceiro maior incidente da rea de Explorao e Produo offshore ocorrido no Pas e que, pelo jeito, est longe de ser solucionado e de ter algum responsabilizado.

    gua aberta e cascos soobrados

    ... para os questionamentos, dvidas e inquietaes que atingem, de forma direta ou indireta, o PROMEF (Programa de Expanso e Modernizao da Frota), em funo dos atrasos nas entregas das embarcaes e possveis ligaes com a Operao Lava-Jato.

    Remando contra a mar

    ... para as empresas Lyra e Posidonia, que atuam na Cabotagem brasileira e relutam em adotar o regime de trabalho x repouso na proporo 1x1.

    Tempo de embarque esgarado

    ... para a empresa dinamarquesa Maersk, que insiste em no cumprir o tempo de embarque de 28 dias embarcado, por 28 de descanso, estabelecido no ltimo Acordo Coletivo de Trabalho, que segue em vigor desde 2010, e determina que este tempo seja de, no mximo, 28 dias.

  • Revista UNIFICAR www.sindmar.org.br abr i l de 20158

    Acordos Coletivos

    E l vamos ns, com os Acordos Coletivos e seus principais destaques neste perodo que compreende o final de 2014 e o incio de 2015! Confiram os ACTs em Cabotagem e Dragagem.

    ACTs na rea de Cabotagem:

    Elcano - 2015/2017l Regime de trabalho com a

    relao embarque x repouso de 1x1;

    l Compromisso de implantao de um plano de previdncia privada at 01/04/2016;

    l Igualar os salrios dos martimos dos navios especiais (qumico e gs);

    l Vigncia de 2 anos para o ACT com correo, a partir de 01/04/2016, das remuneraes e valores do ACT com a aplicao do percentual resultante da soma do INPC acumulado no perodo, mais 2% de ganho real;

    l Vale alimentao no valor de R$ 800,00 para todas as funes;l Vale alimentao extra no valor de R$ 270,00 pago juntamente com o 13 salrio;l Aumento da ajuda de custo (auxlio transporte para embarque/desembarque) de

    R$ 180,00 para R$ 200,00;l Incorporao do valor da Etapa diludo nas verbas que compem o salrio base;l Reajuste mnimo de 5% no salrio, podendo chegar a 10,97% nos navios qumicos,

    15,78% nos navios de gs e 16,64% nos navios granaleiros; l Implantao de uma gratificao de Comando e Chefia de Mquinas; l Compromisso da empresa de contratao de plano nacional com quarto individual

    para assistncia mdica e de contratao de plano de assistncia odontolgica nacional, atendendo todas as especialidades odontolgicas, excetuando-se implantes e ortodontia.

    Libra 2014/2015l Reajuste salarial acima da inflao acumulada no perodo;l Reajuste dos auxlios alimentao e transporte;l Manuteno do vale-alimentao extra; l Pagamento de abono sobre o salrio;l Reduo do tempo de permanncia a bordo.

    Log-in 2014/2016l Vigncia para dois anos;l Reposio integral da inflao

    na data base de 2014 e reajuste prefixado para a data base de 2015;

    l Compromisso da empresa para a prtica do regime 1x1 a partir de janeiro/2015.

  • 9

    Log-in PR 2014l Clculo do pagamento da PR em funo do

    atingimento de meta de Indicador de Desempenho EBITDA da Log-in, que corresponder a 100% (cem por cento) da totalidade do valor da PR a ser pago.

    Norsul (Granis) 2014/2015l Reajuste mdio na remunerao mensal garantindo

    aumento real considerando o INPC acumulado do perodo;

    l Reajuste do vale alimentao com percentual de dois dgitos;

    l Reajuste do Bolsa Escola e da Ajuda de Custo acima da inflao acumulada;

    l Compromisso de implantao gradativa do regime 1x1, com a expectativa de que, at o segundo semestre de 2016, toda a tripulao esteja contemplada pelo Regime 1x1.

    Norsul (Frota Granis) PR 2014Norsul (Qumico) ACT 2014/2015l Primeiro ACT;l Regime de trabalho 1x1.

    ACT da rea de Apoio Martimo

    Galxia Martima - 2014/2016

    l Implantao da Previdncia Privada;l Novas cinco faixas de remunerao e melhor

    perspectiva de futuro (No mximo, a cada 18 meses dever haver avano na faixa de remunerao);

    l ACT com correo salarial com ganho de 6 % acima da inflao acumulada no perodo entre 01/09/2014 a 31/08/2015. As remuneraes de todas as faixas mantero uma linha ascendente e de progresso);

    l Aumento percentual de 2% ao ano no bnus por tempo de empresa;

    l Vale Alimentao (reajuste percentual de 10%, ganho real de 3,65%);

    l Ajuda de custo para embarque e desembarque (reajuste percentual de 6,57%);

    l Regime de trabalho x repouso de 1 x 1 com, no mximo, 28 dias de embarque.

    ACT na rea de Dragagem:

    Dragabras 2013/2015

    l Reajuste percentual significativo para o perodo 2013/2014 em relao a todos os valores praticados no ACT 2011/2013;

    l Reajuste percentual significativo para o perodo 2014/2015 em relao a todos os valores praticados para o perodo 2013/2014;

    l Incorporao dos valores da rubrica ETAPA s soldadas base e seus reflexos, fortalecendo assim a remunerao dos Oficiais e Eletricistas;

    l Pagamento do Bnus por tempo de empresa iniciando-se em 1,5% e acrescendo-se 1,5% (um e meio por cento) ao Bnus para cada ano completo de empresa.

  • Revista UNIFICAR www.sindmar.org.br abr i l de 201510

    Um acordo para entrar para a histriaTodos os Acordos Coletivos de Trabalho fechados pelo SINDMAR com as empresas de navegao tm a mesma importncia, mas este, por ter reunido em um s ACT um total de 40 empresas de apoio martimo juntas, merece destaque.

    Uma conquista marcante. O Acordo Coletivo de Trabalho firmado entre o SINDMAR e 40 empre-sas da Associao Brasileira de Empresas de Apoio Martimo (ABEAM) traz uma srie de avanos e algu-mas importantes promessas de se discutir outras con-quistas. E fica o primeiro passo para novas evolues e melhorias para todos os Martimos.

    O ACT fechado com a ABEAM tem vigncia de dois anos. Ele retroativo a 1 de fevereiro de 2014, com durao at 31 de janeiro de 2016, com um rea-juste a cada ano. O reajuste percentual de 7,26% para as remuneraes e demais valores mantm um nvel crescente, pois traz um ganho real de 2%. O ACT garantiu um reajuste de 8,63% em fevereiro de 2015, com ganho superior inflao acumulada no perodo de sua vigncia de 1,5%. As remuneraes mantero uma linha ascendente e de progresso.

    Esta garantia de correo, diante do cenrio eco-nmico vivenciado nos ltimos anos, evita a interfe-rncia de eventuais instabilidades da economia nacio-nal ou internacional, que possam ser prejudiciais aos Oficiais e Eletricistas da Marinha Mercante.

    Vagas para praticagem e garantias para as gestantesDuas importantes clusulas do ACT vo dar aos

    jovens que acabam seus cursos a oportunidade de fa-zer praticagem, e podem trazer, no futuro, a esperan-a de no permitir mais que as Mulheres Mercantes acabem, no perodo de gestao, recebendo, muitas vezes, apenas um tero de seus salrios.

    A 15 clusula trata das vagas para praticagem e diz que as empresas acordantes se comprometem a promover esforos para disponibilizar vagas para os Praticantes do Programa de Estgio Embarcado objetivando a concluso da formao dos Oficiais e Eletricistas da Marinha Mercante, respeitadas as espe-cificaes estruturais, tcnicas e operacionais de cada embarcao.

    E, com relao s mulheres gestantes, a 43 clusula deixa, pelo menos, a discusso em aber-to e estabelece um prazo para o incio e o tr-mino da discusso deste importante assunto: as Empresas acordantes e o Sindicato acordante comprometem-se a discutir a situao da traba-lhadora aquaviria representada pelo Sindicato acordante na condio de gestante.

    Pargrafo nico As Empresas acordantes e o Sindicato acordante comprometem-se a iniciar a dis-cusso at 60 (sessenta) dias aps a assinatura deste Acordo Coletivo de Trabalho. E comprometem-se a concluir a discusso at o trmino da vigncia deste Acordo Coletivo de Trabalho.

    enfim, a preVidncia priVadaOutro importante passo garantido com o ACT

    a implantao de planos de previdncia em todas as empresas. Tambm ficou garantida a manuteno dos planos j praticados por algumas empresas e que no constavam no Acordo Coletivo.

    A implantao do benefcio de Previdncia Priva-

  • 11

    Assinatura do ACT com a presena do Diretor Financeiro,Jalson Bispo, e do Assessor paraAcordos Coletivos, Edemir Ramos,do SINDMAR; e dos representantes daABEAM, Helio de Lamare, consultor,Jos Homero, Secretrio Executivo,Luiz Rgulo, Assessor Jurdico;e Carlos Moreira, representante daFinarge

    da, em todas as empresas de apoio martimo, sempre foi defendida com vigor pelo SINDMAR e fez parte de todas as propostas de ACT que o Sindicato faz h vrios anos. Alm disso, era um anseio de todos os Oficiais e Eletricistas, que finalmente foi alcanado.

    A Previdncia Privada traz um ganho econmico que se perpetuar e aumentar com o passar dos anos. um investimento para mdio e longo prazo que proporciona tambm uma maior segurana diante de eventuais instabilidades econmicas.

    Os reajustes no Vale Alimentao foram outra conquista importante deste ACT. S para se ter uma ideia, houve um reajuste de 7,26%, em 1 de fevereiro de 2014, outro de 10,50% em 1 de outubro de 2014, e outro em fevereiro de 2015, de 8,63%. Ou seja, em uma conta simples, se uma pessoa recebia, por exem-plo, R$ 100,00 de vale alimentao antes de fevereiro de 2014, hoje ela recebe R$ 128,45, um aumento de quase 30% em um ano.

    pagamento chega antesOutra importante novidade que o ACT determi-

    na que o prazo para pagamento da remunerao men-sal, para todas as empresas, passou a ser at o ltimo dia til do ms de competncia, a partir da folha de

    pagamento de janeiro de 2015.Ao longo dos anos, muitos Martimos tm vi-

    venciado vrios problemas e dificuldades, tanto para embarcar quanto para o desembarque, devido s des-pesas envolvidas em seu deslocamento. Em todas as negociaes, o SINDMAR busca sempre configurar um valor de ajuda de custo no ACT. Neste caso, fi-cou definido um valor mnimo para a ajuda de custo para despesas com alimentao e transporte de txi, por ocasio de cada embarque e cada desembarque, facilitando e dando maior praticidade, tranquilidade e respeito ao sair para o trabalho e na volta para casa.

    mais agilidade para receber diferenasOutra garantia conseguida com este ACT a

    configurao, com um maior detalhamento, para os prazos de quitao das diferenas decorrentes de as-sinatura do Acordo Coletivo, tanto para os Martimos que mantm vnculo com as empresas quanto para aqueles que j tenham se desligado das mesmas.

    O objetivo que haja maior agilidade no recebi-mento de valores que nossos representados e repre-sentadas tm direito, assim como estabelece um maior comprometimento por parte da empresa para a qui-tao das diferenas. n

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    Uma sacada de mestre

    O Ministrio do Trabalho e Emprego est batendo forte nas empresas de navegao que operam em guas brasileiras, cobrando o cumprimento da RN 72, que defende as vagas para os Oficiais Mercantes brasileiros nas embarcaes de bandeira estrangeira que operam no Pas. Mas existe um prazo legal para o cumprimento da Resoluo Normativa. Ento, o SINDMAR teve uma grande ideia: aproveitar este prazo e criar vagas de Praticagem para os jovens que esto se formando e precisam de vagas para praticar.

    O Segundo Presidente, Jos Vlido e o Diretor-Secretrio, Odilon Braga, e representantes das empresas de navegao na reunio no MTE

    12 Revista UNIFICAR www.sindmar.org.br abri l de 2015

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    Sexta-feira, 13 de maro de 2015. Sede do Ministrio do Trabalho, Centro do Rio de Janeiro. Os coordenadores do trabalho nacional, Rinaldo Al-meida, e regional, Mauro Costa Filho, assessorados pela auditora Lvia Macedo, se reuniram com os re-presentantes de empresas de navegao, nacionais e estrangeiras, que no tm cumprindo integralmente a RN 72.

    O tom do incio da conversa educado, mas forte: Senhores, a fotografia do cenrio do cumpri-mento da RN 72 muito ruim. Nossa inteno no s justicializar, autuar, multar. a lei. Vocs precisam cumpr-la dentro do prazo. Sabemos que h acordos com o SINDMAR para, dentro do prazo, criarem vagas para Praticantes. Mas no se pode usar isto como desculpa. Algumas empresas precisam regu-larizar sua situao quanto ao cumprimento da RN 72, porque o prazo j esta esgarado e estamos aqui para avisar que vamos comear a autuar os que no se ajustarem ao prazo determinado por lei alertou Rinaldo Almeida.

    Estavam l representantes de diversas empre-sas de navegao e responsveis pela contratao de Martimos, como a Petrobras, Gac Logstica, Great Ocean, Knot, Wilson Sons, ISS, VDB Mar-tima, Triaina e AET.

    Alguns representantes de empresas estrangeiras ainda se arriscaram a reclamar. Ento, o Segundo Presidente do SINDMAR, Jos Vlido, pediu a pala-vra e, visivelmente com a voz embargada diante das reclamaes absurdas, rebateu altura: O senhor fa-lou mal da CLT, da Marinha do Brasil, do SINDMAR e isso no pode ser assim. O senhor e a empresa que o senhor representa tm que respeitar e cumprir as leis do pas onde esto trazendo seus navios para tra-balhar.

    Alguns ainda tentaram argumentar, usando exemplos de casos raros, pontuais, que claramente podiam ter sido resolvidos com a aplicao da pr-pria CLT, da qual falaram mal, e qual so submeti-dos todos os Oficiais Mercantes brasileiros que esto trabalhando em empresas estrangeiras no Pas.

    Outros representantes de empresas, que recla-

    maram de no encontrarem profissionais para ocu-par as vagas em suas embarcaes, tiveram compor-tamento contrrio: se aproximaram do SINDMAR e ficaram sabendo que podem ter acesso a um cadas-tro de Oficiais e Eletricistas aptos a exercerem todas as funes que eles necessitam em seus navios, sejam elas quais forem.

    Por outro lado, alguns representantes de empre-sas comearam a questionar quem seriam os res-ponsveis a ser acionados pelo MT. Imediatamente, o Diretor-Secretrio do SINDMAR, Odilon Braga, pediu a palavra e disparou: Isso uma alegao de irresponsabilidade jurdica. Os representantes de empresas estrangeiras no Brasil no podem fugir de suas responsabilidades e tm que determinar quem que vai responder pela contratao dos trabalha-dores. Tem que ficar claro, perante a lei, quem so os responsveis.

    Na reunio, o Ministrio do Trabalho solicitou aos representantes das empresas que levassem suas listas de tripulantes para verificar se o cumprimento da RN 72 est sendo respeitado e marcou uma outra reunio, no dia 30 de maro, para voltar a cobrar de todos o cumprimento dos prazos e tambm para a assinatura de um termo de compromisso das empre-sas com o MT de que vo respeitar o prazo estipula-do para seguirem a RN 72 risca.

    ao e reaoEnquanto isso, o SINDMAR ps em prtica

    mais uma ao para conseguir abrir vagas de prati-cagem junto a 40 empresas de navegao Offshore no Pas (veja lista das empresas no final desta ma-tria). Trata-se de um protocolo de entendimentos estabelecido com estas empresas que, ao solicitar um prazo para adaptar suas embarcaes RN 72, se obrigam a contratar dois praticantes em cada em-barcao que precisar se adaptar RN 72. O acordo, em parceria com a ABEAM e a CONTTMAF, que vigorar at novembro deste ano, foi inspirado pelo que foi assinado com a Petrobras no final de 2013 (ver reportagem na edio nmero 38, de janeiro de 2014, da revista UNIFICAR). n

    Os Coordenadores Nacional, Rinaldo Almeida (no alto), e Regional, Mauro Costa C. Filho, foram firmes com os representantes de empresas de navegao para que cumprissem a RN 72

    Uma sacada de mestre

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    O protocolo determina que nos casos em que haja interesse das Empresas signatrias em requerer ao Minis-trio do Trabalho e Emprego a prorrogao de prazo para admisso de martimos representados pelo Sindi-cato signatrio em consonncia com o disposto no artigo 3 da Resoluo Normativa 72, de 10 de outubro de 2006 RN72/2006 do Ministrio do Trabalho e Emprego MTE / Conselho Nacional de Imigrao CNIg adiante transcrito; Art. 3 Quando embarcaes ou plataformas estrangeiras operarem em guas jurisdicionais brasileiras por prazo superior a noventa dias contnuos, devero ser admitidos martimos e outros profissionais brasileiros, nas mesmas propores, observadas as seguintes condies: Pargrafo ni-co. O Ministrio do Trabalho e Emprego regulamentar procedimento para anlise de solicitao justificada de prorrogao dos prazos prevista neste artigo, includa consulta ao sindicato representativo da categoria.Destaca ainda que o SINDMAR, manifesta-se favorvel ao citado requerimento, desde que:

    1 Seja mantido, por parte das Empresas signatrias, ao longo do perodo que estiver em vigncia as con-dies estabelecidas neste Protocolo de Entendimentos, o nmero de postos de trabalho para trabalha-dores aquavirios representados pelo Sindicato signatrio, existentes nas embarcaes para as quais haja interesse de requerer a prorrogao de prazo previsto no pargrafo nico do artigo terceiro da RN 72, no momento do requerimento ao Ministrio do Trabalho e Emprego.2 As Empresas signatrias encaminhem ao Ministrio do Trabalho e Emprego - MTE / CNIg o requeri-mento de concesso de extenso dos prazos previstos na RN 72 para as embarcaes de apoio martimo informando ao MTE, com cpia ao Sindicato signatrio, os nomes das embarcaes e os respectivos prazos contratuais.3 A prorrogao do prazo requerido ser objeto de reviso peridica e nova consulta ao Sindicato signat-rio, observando os nveis de emprego do setor e os interesses do trabalhador aquavirio brasileiro.4 O prazo de prorrogao a ser requerido pelas Empresas signatrias no poder ultrapassar o trmino da vigncia deste Protocolo de Entendimentos.5 Ao trmino da vigncia deste Protocolo de Entendimentos, as Empresas signatrias devero estar enqua-dradas nos termos estabelecidos da RN 72.6 Considerando o grande nmero, que j alcana algumas centenas, de alunos do CIAGA e CIABA, e ou-tros rgos do Ensino Profissional Martimo que j concluram a etapa acadmica de sua formao sem, contudo, conseguirem embarque para a etapa de estgio embarcado, as Empresas signatrias contrataro no mnimo 02 (dois) Praticantes de Oficiais em cada embarcao que seja solicitada a prorrogao do prazo de que trata este Protocolo de Entendimentos.7 As Empresas signatrias forneam, no prazo mximo de at 30 (trinta) dias aps a assinatura deste Pro-tocolo de Entendimentos, a relao completa do seu quadro de trabalhadores aquavirios representados pelo Sindicato signatrio detalhando nome, funo, admisso e embarcao onde estejam lotados no ms informado, mais a movimentao de pessoal com as admisses e dispensas ocorridas no ms, sendo forne-cida a relao desde o incio da vigncia deste Protocolo de Entendimentos, e da por diante, mensalmente8As Empresas signatrias forneam, no prazo mximo de at 30 (trinta) dias aps a assinatura deste Pro-tocolo de Entendimentos, a relao completa de suas embarcaes prprias, afretadas ou operadas, onde se entendem como embarcaes operadas pela empresa aquelas que no sejam de propriedade da empresa e nem afretadas, mas estejam operando sob a responsabilidade da mesma, sendo fornecida a relao desde o incio da vigncia deste Protocolo de Entendimentos e, da por diante mensalmente. Caso deixe de ser cum-prido qualquer um dos termos estabelecidos neste Protocolo de Entendimentos, a empresa ser notificada e o Sindicato signatrio informar ao Ministrio do Trabalho e Emprego - MTE / CNIg o fato ocorrido, solici-tando a revogao do prazo de prorrogao. As partes envidaro seus melhores esforos para a prorrogao deste Protocolo de Entendimentos.

    O ACORDO

    As empresas:Acamin, Alfanave, Aracaju, Asgaard, Asso, Astro, Astromartima, Baru, Bourbon, Bram, Bsco, CBO, Cybra Brasil, DeepSeaSupply, Deepocean Brasil, Delba, Farol, Farstad, Finarge, Fugro Brasil, Geonavegao, Gulfmark, Hornbeck, Internav, Magallanes, Norskan, Ooceanpact, Olympic, OSM do Brasil, Seacor, Sealion do Brasil, Siem, Solstad, Starnav, Subsea7 do Brasil, Subsea7 Gesto Brasil, Technip Brasil, Transmar, Up, Wilson, Sons.

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    Turma 62/64 da EMMRJ comemora

    no CIAGAA sede do Centro de Instruo Almirante Graa Aranha (CIAGA), onde h mais de meio sculo funcionava a Escola de Marinha Mercante do Rio de Janeiro (EMM-RJ), foi o cenrio perfeito para a comemorao do Jubileu de Ouro da Turma Almirante Aaro Reis 62/64, que se formou no mesmo local.

    Diante da placa comemorativa do Jubileu de Ouro, da esq. para a dir. Mario baiano da Silva Cavalcante, Duilio Yacovazzo, Lucival Fernandes, Almte. Aguiar Freire, Paulo R. Leopardi, Luiz Carlos Gonalves, Wilson Zacharias, Almte.Viveiros, Ari Nunes, Amaro dos Santos, Luiz Carlos de Pina, Carlos Tadeu Montes e Jos Carlos Prncipe

    O jubilando Amaro dos Santos, 001 da Turma de Mquinas, recebe seu diploma das mos do Almte. Viveiros

    Jubileu de OUROA comemorao aconteceu na manh do dia 23 de janeiro de 2015 e reuniu, alm de vrios forman-dos da poca, o Comandante do CIAGA, Contra-Al-mirante Renato de Aguiar Freire, o Diretor de Portos e Costas, Vice-Almirante Claudio Portugal de Vivei-ros, o Presidente do Centro de Capites da Marinha Mercante, CLC lvaro de Almeida Jr, e seu vice, CLC Francisco Gondar, e o Professor do CIAGA, Eng Marcus Vinicius de Lima Arantes, entre outros.

    A cerimnia foi presidida pelo Vice-Almte. Vivei-ros, e comeou com autoridades, Jubilandos, alunos da EFOMM e convidados cantando o Hino Nacional. Logo em seguida, foram entregues os certificados aos Jubilandos presentes. O representante dos formados

    h 50 anos, Paulo Leopardi, fez um emocionado dis-curso de agradecimento, seguido do discurso final do Almte. Viveiros.

    Ento, era hora de descerrar a placa de comemo-rao do Jubileu de Ouro desta turma, formada h 50 anos, no por acaso no mesmo salo onde todos os formados esto perpetuados em placas com seus nomes e dos demais que se formaram nas turmas an-teriores na EMMRJ, desde a sua inaugurao, pelo en-to Presidente Juscelino Kubitschek.

    A placa foi descerrada pelos Almirantes Viveiros e Aguiar Freire, pelo professor Vinicius e pelo Jubilando Paulo Leopardi. Logo depois foi servido um coquetel aos presentes onde todos puderam bater um papo des-contrado e relembrar os bons tempos. Finalmente, os presentes fizeram uma pequena visita ao CIAGA para matar as saudades do local. O Jubilando Paulo Leo-pardi falou de sua emoo: muito bom poder estar aqui de volta e comprovar os avanos que estas ins-talaes viveram para se adaptarem aos ovos tempos da Marinha Mercante. emocionante poder, mesmo que por breves momentos, reviver aqueles tempos. n

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    Sempre pioneira!

    Coma

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    te de

    Long

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    A histria da Comandante de Longo Curso Hilde-lene Lobato Bahia de puro pioneirismo. E esta trajetria comeou dentro de casa: para incentivar o irmo a ingres-sar na Marinha Mercante, em 1997, ela fez a prova junto com ele e acabou sendo aprovada para integrar a primeira turma de mulheres do Centro de Instruo Almirante Braz Aguiar (CIABA), se formando em 2000. Assim comeou o pioneirismo em sua vida, em famlia, como a primeira entre os seus a enfrentar os mares.

    Depois de formada, o pioneirismo se tornou uma constante natural na vida da CLC Hildelene, que seguiu traando uma carreira brilhante. Nascida em Icoara-ci, distrito de Belm, no Par, ela se formou em cincias contbeis pela Universidade Federal do Par (UFPA) e, em 2003, foi a primeira mulher na histria da Marinha Mercante do Brasil a se tornar Imediata, o segundo pos-to na hierarquia de uma embarcao, logo depois de ser aprovada no concurso pblico da Transpetro. Ento, j se tornava uma das primeiras mulheres a trabalhar na frota da empresa e, logo no primeiro embarque, a bordo do Lo-rena, era a nica mulher a bordo.

    Depois de seis anos, em 2009, se tornou Comandante e, assumindo o comando do Carangola, entrava para a his-tria como a primeira mulher a ocupar o posto mais alto da hierarquia Mercante. Trs anos mais tarde, em 2012, foi nomeada como a primeira mulher a se tornar Comandante de Longo Curso e passou a comandar o Rmulo Almeida, se tornando a nica mulher no Brasil apta a navegar pelos mares do mundo inteiro comandando qualquer navio.

    feliz, honrada e agradecidaFrequentando o CAEPE desde o dia 23 de fevereiro,

    a CLC Hildelene fez questo de agradecer e reconhecer a importante indicao do SINDMAR: Foi excelente! Es-tou me sentindo muito feliz em fazer parte de um Sindi-

    cato que valoriza os seus filiados, independentemente de gnero, e me propiciou a conquista de ocupar uma vaga neste importante Curso de Altos Estudos de Polticas e Es-tratgias da Escola Superior de Guerra.

    A CLC Hildelene tambm falou sobre mais uma vez estar sendo pioneira em sua trajetria profissional e en-cara a oportunidade como um desafio: Sinto-me hon-rada mais uma vez pelo pioneirismo e motivada com o novo desafio em minha carreira. Gostaria de agradecer ao SINDMAR pela indicao e tambm pelo sucesso na conduo do processo de negociao para minha libera-o junto Transpetro.

    A CLC Hildelene falou tambm de seu sentimento pessoal, lembrou de uma importante data para as mulhe-res e enalteceu o CAEPE: Logo depois do incio do curso tivemos o Dia Internacional da Mulher e eu me senti rea-lizada por mais esta conquista em minha vida profissional com o CAEPE. um curso de alto nvel, que promove a integrao de civis de diversas reas, militares do Brasil e das naes amigas e prepara para o exerccio de funes de direo e assessoramento de alto nvel na administra-o pblica, em especial na rea Defesa Nacional, desen-volvendo planejamentos estratgicos nas expresses do Poder Nacional.

    indicaes certeirasEm 2014, apresentando a CLC Hildelene, o

    SINDMAR fez mais uma indicao para o Curso de Altos Estudos de Polticas e Estratgias (CAEPE) da Escola Superior de Guerra. A primeira foi em 2005, quando o Sindicato recebeu o primeiro convite para uma indicao. At ento, nunca um oficial mercante havia fei-to este disputado curso. Depois de aprovada a indicao do SINDMAR, a CLC Hildelene j est cursando o CAEPE des-de o dia 23 de fevereiro. n

    Formada na primeira turma de mulheres, em 2000, no CIABA, e primeira mulher a comandar um navio de grande porte na Marinha Mercante brasileira, a Comandante de Longo Curso Hildelene Lobato Bahia, mais uma vez pioneira: ela foi indicada pelo SINDMAR e a primeira Comandante a ser aprovada e fazer o Curso de Altos Estudos de Polticas e Estratgias (CAEPE) da Escola Superior de Guerra.

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    Ela muito reservada, tanto na vida pessoal quanto na profissional, mas valente e, quando quer uma coisa, obstinada e no sossega enquanto no consegue realizar. Este o jeito da jovem Capit de Cabotagem, Tayane Calado Chaves, formada no CIABA, e que em 2013

    resolveu melhorar seu ingls e aproveitou para realizar vrios sonhos: o principal deles era conhecer a Organizao Martima Internacional (IMO, na sigla

    em ingls), com sede em Londres. A histria da realizao deste sonho

    nasceu em uma visita Delegacia do SINDMAR, em Belm do Par, e Tayane Calado teve at que

    vender seu carro e juntar algumas economias para passar seis meses, de junho a novembro de 2014, em Londres. Mas melhor

    deixar a prpria CCB Tayane Calado contar sua histria e toda esta aventura no artigo a seguir, que inclui at uma pequena entrevista com o representante da CONTTMAF na Representao Permanente do Brasil, na Organizao Martima Internacional (RPB-IMO), Nilson Jos Lima.

    A CCB Tayane Calado em visita sede do SINDMAR

    que se sonha junto, vira

    realidade

    Sonho,

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    Tudo comeou em uma visita Delegacia Re-gional do SINDMAR em Belm do Par, que ainda se situava no Prdio do Clube de Engenharia, onde escutei a seguinte frase: Tayane, sempre procure am-pliar as suas fronteiras e sua viso. Este pequeno con-selho despretensioso, cuja origem foi o Delegado do SINDMAR em Belm, Darlei Pinheiro, ecoou em minha mente e aquela semente deu frutos alguns anos mais tarde.

    Conhecer a IMO Internacional Maritime Or-ganization e seus processos foi sempre um sonho, fomentado desde os perodos de EFOMM onde, na-quele tempo, muitas vezes nos foi pregado como algo muito distante. Hoje, porm, na minha humilde opi-nio, a nica distncia mesmo a geogrfica.

    No incio do ano passado, decidi dar uma pausa na carreira para aprimorar meu ingls, como segun-da lngua, na Inglaterra, atravs de um intercmbio. A visita IMO entrou para o meu Bucketlist. Afinal, j que estaria em Londres, porque no? Como poderia fazer isso? Foi ento que, poucos dias antes de minha partida para a terra da Rainha, contatei mais uma vez o Delegado do Sindicato em Belm, Darlei Pinheiro que, com muita satisfao, me recebeu e tomou co-nhecimento da minha real inteno em visitar a RPB-IMO Representao Permanente do Brasil

    junto IMO e saber mais sobre os processos que envolvem a nossa participao junto Organizao Martima Internacional. O Darlei me encaminhou ao representante CONTTMAF na RPB-IMO, o OSM Nilson Jos Lima. Aps algumas semanas em Lon-dres, quando obtive uma tarde de folga do curso de ingls, fui RPB-IMO, onde fui recebida de uma for-ma superior s minhas expectativas por todos aqueles que servem e/ou trabalham l. Me senti no Brasil. O OSM Nilson Lima me recebeu com muita satisfao e alegria. Nas semanas seguintes, programei junto ao representante outras visitas RPB-IMO, onde o Nil-son Lima, sempre com muita ateno e de forma bem clara, respondia s minhas dvidas e me incentivava ainda mais acerca da nossa profisso, sempre enfati-zando como ela importante.

    Durante essa visita RPB-IMO surgiu a oportuni-dade de ir, juntamente com a delegao brasileira, na condio de observadora, a uma sesso do Subcomit III Sub-comiteeon Implementation of IMO Instru-ments, na sede da Organizao, onde foram tratados assuntos relativos ao PSC - Port State Control.

    Para facilitar o entendimento de como seria a sesso, aqui vai um pequeno resumo, explicado pelo

    Tayane junto com a delegao brasileira na sesso do Comit de Proteo do Ambiente Marinho MEPC: A visita IMO entrou para o meu Bucketlist, afinal jque estaria em Londres, por que no? Como poderia fazer isso?

    Uma Capit de Cabotagem na IMO, em Londres:

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    Sonho,

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    nosso representante junto RPB-IMO, Nilson Lima: Participam de uma sesso o Secretrio-Geral, o Pre-sidente da sesso, os Diretores de Divises da IMO e o Secretariado da IMO. Alm deles, participam, como delegados, representantes dos Estados Membros, re-presentantes dos Estados Associados, representantes das Organizaes Intergovernamentais e no gover-namentais, representantes das Naes Unidas e de suas agncias especializadas e, s vezes, outras partes interessadas devidamente credenciadas e autorizadas. A Representao brasileira, para obter sucesso no cenrio da disputa de interesses na IMO, deve apre-sentar e defender suas propostas com o intuito de in-fluenciar outras delegaes a nos apoiar. Para que isto possa ocorrer, um documento preparado e submeti-do por um dos citados anteriormente considerao da sesso. Alm de bem elaborado, o documento deve possuir informaes suficientemente claras e objeti-

    vas, para que no ocorram dvidas sobre o que est sendo solicitado, alm de ser uma colaborao para o bom andamento dos trabalhos na IMO. Uma dele-gao pode contar com apoio daqueles que possuem interesses em comum, ou daqueles que se identifi-quem com o que proposto. Para ter sucesso, uma delegao que apresenta um documento deve, se achar necessrio, se articular politicamente para obter apoio de outras delegaes e assim conseguir o que se deseja.

    A princpio, eu no entendia muito como fun-cionava uma sesso na IMO, mas o fato de participar como observadora me fez entender que devemos re-ceber com seriedade o que feito pela nossa represen-tao. Acredito que depois dessa pequena explicao vocs entendam o porqu. Tambm percebi como o Martimo brasileiro visto no mbito internacional e como devemos nos valorizar, porm sem tirar os ps

    O grande e sempre movimentado plenrio da Organizao Martima Internacional (IMO) durante a sesso do Comit de Proteo ao Ambiente Marinho (MEPC)

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    do cho. Lembrem-se, a linha pode ser tnue entre se valorizar e se achar.

    Aps essa primeira sesso pude participar de ou-tras, juntamente com a delegao brasileira: primeiro foi a 39 sesso do Comit de FacilitaoFAL, Facili-tao - FAL, Facilitation Commitee , que ocorreu em setembro, e depois a 67 sesso do Comit de Proteo ao Ambiente Marinho MEPC Marine Environment Protection Comitee, em outubro de 2014. Nessa lti-ma, observei como funcionou o grupo de trabalho para o Cdigo Polar.

    Essa experincia de morar em outro pas por um perodo, aprimorar a lngua inglesa, que fundamental para nossa profisso (no devemos ser tolos em relao a esse fator), e a oportuni-dade de visitar a IMO que na verdade mudou minha opinio positivamente e outras institui-es relacionadas a nossa profisso, no s em

    Londres como em outros lugares na Inglaterra, no me fez dar um brake e depois retornar s minhas atividades. O que acabou acontecendo foi um crescimento das minhas fronteiras e de minha viso, que deu frutos na estao prpria, se posso dizer assim. Agradeo a todos da RPB--IMO em Londres, em especial ao OSM Nilson Lima e ao Delegado do SINDMAR em Belm, Darlei Pinheiro, pelo apoio e conselhos.

    Durante esse perodo de visitas RPB-IMO e IMO, o OSM Nilson Lima esclareceu uma srie de dvidas. Algumas delas:

    Como foi possvel voc estar na Delegao Bra-sileira junto IMO representando os trabalhadores martimos?

    NL A presena de um Oficial da Marinha Mer-cante na Delegao Brasileira que acompanha os tra-balhos em uma representao internacional do nosso Pas foi fruto de um convnio entre a nossa Organiza-o Sindical, a CONTTMAF (Confederao Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquavirio e A-reo, na Pesca e nos Portos) e a Representao Perma-nente do Brasil junto IMO, da Marinha do Brasil.

    Qual a importncia de fazermos parte da Dele-gao Brasileira? E como a estrutura no Brasil e em Londres de nossa Representao Permanente?

    NL A importncia de fazermos parte da Dele-gao Permanente do Brasil termos a oportunidade de acompanhar os assuntos que nos so pertinentes. Assim, estamos presentes nos momentos de tomada de deciso, conseguimos ter um prvio conhecimen-to dos assuntos que afetam a nossa classe e podemos nos preparar para combater aquilo que possa nos ser prejudicial.

    O Brasil possui como estrutura para tratar de assuntos IMO a Comisso Coordenadora dos As-suntos IMO (CCA-IMO), localizada em Braslia. E nesta estrutura que so determinadas as po-sies polticas e onde temos a participao de

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    um grupo Interministerial. No Rio de Janeiro, temos a Secretaria Executiva da CCA-IMO (Sec--IMO) e nesta estrutura que o Brasil determina as posies tcnicas e onde temos a participao da comunidade Martima como um todo, e onde a CONTTMAF e o SINDMAR so parte inte-grante, opinando e contribuindo nos assuntos, quando necessrio. A Representao Permanen-te do Brasil junto IMO (RPB-IMO) recebe os posicionamentos tcnico e poltico do governo brasileiro e defende o que foi acordado no Brasil na Organizao Martima Internacional (IMO), fechando-se assim todo o processo de defesa dos interesses brasileiros.

    Qual importncia do acompanhamento, nas sesses da IMO, das questes de interesse dos Ma-rtimos?

    NL muito importante o acompanhamento de assuntos de nosso interesse, atravs das sesses da IMO, pois, assim, adquirimos experincia para podermos contribuir nas tomadas de deciso, tan-

    to na Representao Permanente Brasileira junto IMO (RPB-IMO) quanto na Secretaria Executiva da CCA-IMO (Sec-IMO).

    Quais os principais trabalhos dos quais partici-pamos?

    NL Nas sesses da IMO participamos das As-sembleias, Conselhos, Comits e Subcomits, onde o elemento humano est presente e estamos sempre atentos. Nosso objetivo a defesa dos interesses da-queles que trabalham e utilizam o mar como forma de vida. Nos preocupamos para que os Martimos tenham uma boa qualidade no ambiente de trabalho, tenham um bom descanso, uma boa formao, uma boa segurana dos equipamentos que utilizam, que tenham meios seguros de se protegerem, que possam ter um tratamento justo em casos de acidentes e inci-dentes, entre outros assuntos que so tratados em ou-tras Organizaes Internacionais e que trabalham em conjunto com a IMO, como por exemplo a Organiza-o Internacional do Trabalho (OIT) e a Organizao Mundial de Sade (WHO). n

    A CCB Tayane Calado na sesso do Comit deProteo ao Ambiente Marinho (MEPC)

    que se sonha junto, vira

    realidade

    Sonho,

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    Ela uma guerreira suave. Symone Soares se formou Oficial Mercante pelo CIABA, em Belm, se sindicalizou logo em seguida, trabalhou em grandes empresas de navegao e j ocupava o posto de Imediato, at que foi pega de surpresa por um amor e uma gravidez. Ento, seu lado maternal falou mais forte. H menos de dois anos, em 2013 ela decidiu aceitar o desafio de ser a titular da Delegacia do SINDMAR em Aracaju e poder criar seu filho, sem ter que estar sempre ausente, a bordo. Sensvel, mas ao mesmo tempo forte, Symone se emociona quando relembra bons ou maus momentos de sua histria. E foi assim, em vrios momentos com os olhos cheios dgua, mas sempre focada e detalhista, que ela contou sua histria para a Revista UNIFICAR nesta entrevista, via Skype, entre a sala da Imprensa, na Sede do SINDMAR, no Rio de Janeiro, e a Delegacia de Aracaju, na capital sergipana. QUEM

    FAZ

    O S

    IND

    MAR

    A vez e a voz dasMulheres Mercantes

    Symone Soares Sobrinho

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    Durante todo este tempo, (...) o SINDMAR sempre fez parte e foi importante e decisivo na minha vida. E s fiz esta analise depois, quando o Presidente Severino pediu, pela primeira vez, para eu fazer uma palestra em um Seminrio, em Recife, em 2013, e falar da minha vida e da minha relao com o SINDMAR. Foi a que caiu a ficha.

    Nesta poca a RN 72, (...) ideia criada e defendida pelo SINDMAR, estava bombando. Eu no sabia direito a importncia da RN 72 mas, mesmo assim, ela j estava me ajudando.

    Eu cheguei a ficar embarcada durante 9 meses. Ento, hoje vejo a melhoria que tivemos ao longo dos anos. Atualmente, nossa luta a conquista do regime de 1x1 para os trabalhadores da Transpetro, mas isso tambm depende muito do apoio total de quem est a bordo.

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    Desde que fui para bordo, na minha praticagem, Oficiais sempre falavam da importncia do Sindicato. (...) uma das vezes em que estvamos no Rio de Janeiro, amigos me levaram ao SINDMAR, para uma visita, em 2001 (...) Depois da visita, voltei a bordo j com a importncia de me sindicalizar na cabea. E foi isso que eu fiz. Em 2003, quando terminei minha praticagem, eu comecei a trabalhar como Oficial de Nutica na Transpetro e me sindicalizei.

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    Symone Soares Sobrinho

    Symone Soares sempre esteve cercada e prxima de muita gua. Afinal, nasceu em Manaus, s margens do maior rio em volume dgua do mundo. Depois, seguin-do o curso do rio, desembocou na foz do Amazonas, em Belm, onde se formou Oficial da Marinha Mercante no Centro de Instruo Almirante Braz Aguiar (CIABA). Ento, saiu pelo mar, passou por diversos portos e empre-sas de navegao, em mais de dez anos de uma carreira de sucesso, e acabou lanando ncora em Aracaju. As-sim comeava a histria de uma mulher Mercante, que se tornou uma das mais atuantes Delegadas do SINDMAR.

    Hoje ela desempenha, com brilhantismo e garra, entre tantas outras funes na Delegacia, uma impor-tante luta para que as mulheres da Marinha Mercante estejam cada vez mais unidas e conscientes e tenham cada vez mais o direito de serem tratadas com o devido respeito e bom senso. Ela faz questo de sempre chamar a ateno de todos sobre a importncia de as mulheres se unirem na luta para que sejam garantidas, em Acor-dos Coletivos de Trabalho, clusulas que protejam a mulher Mercante em caso de gravidez.

    Pedimos Symone que comeasse a entrevista contando como foi sua histria profissional, que aca-bou caminhando em paralelo com sua relao com o SINDMAR.

    Desde que fui para bordo, na minha praticagem, Oficiais sempre falavam da importncia do Sindicato. Isso fez com que, uma das vezes em que estvamos no Rio de Janeiro, amigos me levassem ao SINDMAR, para uma visita, em 2001, quando a sede ocupava apenas um andar, no mesmo prdio onde fica a sede com quatro andares hoje. Depois da visita, voltei a bordo j com a importncia de me sindicalizar na cabea. E foi isso que eu fiz. Em 2003, quando terminei minha praticagem, comecei a trabalhar com Oficial de Nutica na Transpe-tro e me sindicalizei.

    Nesta poca Symone nem imaginava que, dez anos depois, ela passaria a fazer parte da equipe de Delega-dos do SINDMAR, ainda mais em Aracaju. Mas como seguiu sua trajetria na carreira Martima?

    Cerca de trs anos depois, de 2005 para 2006, sa

    da Transpetro e voltei ao Sindicato, porque lembrei de que os companheiros tinham dito que, se eu estivesse procurando trabalho, o SINDMAR tambm podia ajudar. E foi o que eu fiz. Foi a que tive contato com o Jalson Bispo (hoje, Diretor Financeiro), que me deu duas cartas de indicao de trabalho. Eu estava procu-rando alguma coisa que tivesse um perodo de descanso melhor do que na Transpetro, que era de 4x64, quatro meses de trabalho por 64 dias de folga. Acabei escolhen-do a Bram Offshore. Nesta poca a RN 72, a Resoluo Normativa que determina que qualquer navio de ban-deira estrangeira, que v permanecer um determinado tempo em guas brasileiras, ter que ter um percentual da tripulao de Oficiais brasileiros, ideia criada e de-fendida pelo SINDMAR, estava bombando. Eu no sa-bia direito a importncia da RN 72 mas, mesmo assim, ela j estava me ajudando. Tanto eu quanto muitos ou-tros Oficiais conseguimos entrar ou voltar ao mercado de trabalho graas RN 72.

    J em 2008, mais uma vez,voc recebeu outra aju-da do SINDMAR. Como foi isso?

    Eu vim de novo a sede no Rio, para fazer o curso de DP Avanado e a me surpreendi. No era mais ape-nas um andar. Eram quatro andares e todo o espetculo do CSA. Eu j tinha feito o curso de DP, mas nenhum era como este. Era de outro nvel. Uma sofisticao que s existia e s existe at hoje no exterior, por preos al-tssimos. Com o curso de DP Avanado, fui promovi-da a Imediata na Bram. Segui como Imediata e sempre acompanhando o movimento sindical cada mais de perto, sempre recebendo informaes do SINDMAR, como por exemplo da greve no offshore em 2011, da qual participei.

    Mas a sua experincia em participar de greves co-meou em 2005, quando j estava a bordo e comeou a enfrentar problemas e ver o trabalho do SINDMAR dar resultados. Pode nos contar esta histria?

    O regime de trabalho, quando eu comecei em 2003, era de 6x2 (seis meses embarcado por dois de fol-ga), porm, era comum permanecer mais de seis meses a bordo devido falta de rendio. Esse regime de tra-

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    balho na poca j havia sido modificado pela greve de 2002. Em 2005 houve uma outra greve tambm muito bem-sucedida e eu estava a bordo. Durante aquele pe-rodo, o comandante ia nos deixando a par das mensa-gens enviadas pelo comando de greve do SINDMAR e nosso navio aderiu greve navegando com mquinas reduzidas. Uma das vitrias que tivemos foi a reduo do regime de trabalho que, de 6x2 passou para 4x54 (quatro meses a bordo por 54 dias de folga). Quem hoje se assusta, quando falamos nestes perodos de trabalho, precisa saber que, antes mesmo da minha gerao, ma-rtimos ficavam embarcados o ano todo e at mais do que isso. Eu cheguei a ficar embarcada durante 9 meses. Ento, hoje vejo a melhoria que tivemos ao longo dos anos. Atualmente, nossa luta a conquista do regime de 1x1 para os trabalhadores da Transpetro, mas isso tambm depende muito do apoio total de quem est a bordo. Houve uma ocasio, durante o perodo da nego-ciao do Acordo Coletivo de Trabalho no ano passa-do, em que eu ligava e conversava com os martimos. Teve um caso em especial de um Oficial de Nutica que me disse que no era a favor do 1x1. S seria a favor se fosse, por exemplo, 6 meses embarcado por 6 meses de folga ... segundo nossa conversa, ele j estava quase no final de carreira e eu insisti que ele pensasse na nova gerao que estava chegando. Vejo que ainda h muito que se fazer, trabalhar muito na conscienti-zao das pessoas, principalmente no que diz respeito a pensar no coletivo. Isso fato!

    A outra mobilizao em que voc estava a bor-do foi em 2011, a greve no offshore, pode nos contar como foi?

    Eu trabalhava na Bram e, no perodo j estava Imediatando. Era a funo da gerncia de bordo re-passar tudo que fosse possvel de informao, para deixar a tripulao bem informada. Lembro que o co-mandante Max Lopes sempre reunia os Oficiais para ler as mensagens, saber a opinio de cada um e, ento, repassar a resposta ao pessoal de Acordos Cole-tivos do SINDMAR. A empresa que iniciou a greve foi a Seacor e a Bram seria a prxima, ento, est-vamos a p de galo. Chegamos a receber e-mail da empresa solicitando que fosse passado o nome, funo e matrcula do pessoal de bordo que iria aderir gre-ve. Atualmente, nas minhas visitas a bordo e reunies com oficiais, venho sempre alertando para esse tipo de atitude da empresa. Toda informao e consulta refe-rente a ACT deve ser efetuada somente entre o sindicato representante e o trabalhador representado. No deve haver nenhum tipo de coao por parte da empresa por um trabalhador defender seu direito a greve. Ento, depois de duas semanas de greve nas embarcaes da Seacor, finalmente o movimento saiu vitorioso e novas conquistas foram alcanadas. Todo esse processo mos-trou aos armadores a fora que vem do mar, o quanto a unio dos martimos junto organizao do co-

    Continua na prxima pgina

    O momento da entrevista por Skype, ao vivo, entre Delegacia de Aracaju e a sala da Imprensa na Sede do SINDMAR, no Rio

  • Revista UNIFICAR www.sindmar.org.br abr i l de 201530

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    Symone Soares Sobrinho

    mando de greve do SINDMAR pode alcanar melho-rias pro nosso setor.

    E quando foi que voc percebeu o quanto o SINDMAR vinha sendo importante na sua vida?

    Durante todo este tempo, mais de sete anos, j que eu permaneci na Bram de 2006 a 2013, quando pedi de-misso, depois da gravidez. Na verdade, o SINDMAR sempre fez parte e foi importante e decisivo na minha vida. Mas s fiz esta anlise depois, quando o Presiden-te Severino pediu, pela primeira vez, para eu fazer uma palestra em um Seminrio, em Recife, em 2013, e falar da minha vida e da minha relao com o SINDMAR. Foi a que caiu a ficha. bom lembrar tambm que uma parte muito importante da influncia do SINDMAR na minha vida foi que, quando engravidei, em 2012, o Sindicato j tinha batalhado, e muito, por esta causa e s por isto havia uma clusula de proteo da Oficial Mercante que engravidasse, no Acordo Coletivo de Tra-balho com a Bram. Esta proteo estabelecia todos os direitos para que eu pudesse desfrutar na minha gravi-dez e passar por todo o perodo tranquila; a clusula de-finia que eu no poderia continuar a bordo, que tinha o direito de permanecer em terra recebendo meu salrio completo e tendo direito mesma remunerao.

    Esta a diferena fundamental entre a sua gravidez e a da Isabella Costa, hoje Delegada do SINDMAR, em Recife, que engravidou em 2009. Como foi a histria dela?

    A Isabella foi, digamos assim, a mrtir. Ela pas-sou por momentos muito difceis e ruins. Ela estava na Norskan, mas o caso dela foi bem antes de mim, em 2009. Depois de todo o problema com ela, j mudou o cenrio. No meu caso, a clusula de proteo mulher Martima que engravida j existia e eu fui beneficiada. Mais uma vez o SINDMAR participando definitiva-mente na minha vida. Logo que eu comuniquei em-presa que estava grvida, eles me pediram alguns exa-mes, eu fiz e desembarquei. Assim, pude curtir tudo da gravidez com calma e tranquilidade. Coisas como mon-tar o quarto do beb, fazer hidroginstica, curso para gestante etc... tudo o que uma grvida poderia querer e

    tem direito. Depois que o pequeno Joo Luiz nasceu, eu percebi que seria muito difcil voltar a embarcar. Minha famlia de Manaus, eu moro em Aracaju, meu mari-do no Martimo, mas tem uma agenda de trabalho muito complicada e no teria como cuidar do menino para eu voltar a embarcar. Ento eu comecei a buscar trabalho em terra e uma colega minha me falou que o SINDMAR estava abrindo uma Delegacia em Aracaju, e o Ariel Montero hoje Delegado do SINDMAR em Vitria/ES estava conversando com algumas pesso-as. Eu procurei Ariel e fomos conversando, foi a que conheci a Laura e a Isabella, que foram me explicando como era o trabalho em uma Delegacia, e em 2013, no Seminrio que o Sindicato estava realizando em julho em Recife, acabei conhecendo toda a Diretoria pessoal-mente, inclusive o Presidente Severino.

    Neste momento da entrevista, Symone se emocio-nou. Por que a emoo?

    Eu me lembrei de um momento em que o Se-gundo Presidente do SINDMAR, Jos Vlido, conver-sou muito a srio comigo. O Vlido chegou para mim e perguntou se eu tinha certeza de que queria entrar. Na hora eu disse que sim, mas no entendi direito por que ele estava falando daquela forma. Hoje eu entendo. Depois, medida que voc vai conversando com todos os integrantes da Diretoria e com o Presidente Seve-rino, comea a entender que o trabalho que tem que ser feito muito srio, muito importante. No para amador. E no h uma escola para formar sindicalistas profissionais. Tem que aprender na prtica, fazendo. E hoje eu entendo por que o Vlido s faltou me sacudir perguntando se eu tinha certeza do que queria. Levar conscientizao para o pessoal muito srio. A gente encontra vrios tipos de pessoas, com vrias mentali-dades. A luta para conscientizar as pessoas muito s-ria. Na maioria das vezes em que vamos fazer visitas a bordo, voc vai para debater, conhecer pessoas novas, explicar a importncia de ser sindicalizado, e samos de l exaustas, sugadas. No um trabalho fcil. Tra-balhar com pessoas no um trabalho fcil. Uma coisa que tenho feito, que tem dado muito certo e que tenho levado a bordo, conversar com o pessoal sobre a ques-

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    to de conscientizao sindical, contar a histria do movimento sindical ao longo dos anos. Uma coisa bem bacana que nestas reunies voc tem Comandantes e alguns Oficiais mais antigos, e Oficiais mais jovens e quando a gente comea a falar do movimento sindical ao longo dos anos e fazer um comparativo, cada um vai contando sua histria. Eu falo da dcada de 1990, e eles dizem: na dcada de 90 eu fiquei desempregado, tive que vender peixe... E os mais jovens, que no viveram isto, no sabem e ficam impactados. Eu, por exemplo, me formei em 2002 e fao parte de uma gerao que pegou a Marinha Mercante muito boa e no tem ideia da histria e do que pode voltar a acontecer com o mer-cado. E quando eles comeam a ouvir as experincias dos prprios companheiros, sofrem um impacto. As-sim, os mais jovens ouvem os mais experientes conta-rem as histrias e comeam a pensar que aqueles que falam que o Sindicato no presta para nada esto er-rados e comeam a perceber tudo de importante que o SINDMAR fez e continua fazendo ao longo destes anos. Quando fazemos a comparao da Marinha Mercan-te do passado e a de hoje, cai a ficha para os Oficiais mais jovens de que realmente eles pegaram uma poca muito boa, mesmo com esta dificuldade de Praticagem. Este um trabalho de dia a dia. Difcil. Tem que ter pacincia. Envolve vrias pessoas, vrias cabeas, mas muito prazeroso. E em cada reunio que a gente faz,

    seja a bordo em contato direto com os Oficiais, seja em reunies com os Delegados ou com o Presidente Seve-rino, estamos sempre aprendendo coisas importantes e recebendo informaes valiosssimas. Eu, pelo menos, estou sempre aprendendo. Acho muito importante esta prtica das visitas a bordo sempre misturarem Oficiais mais antigos e os mais jovens.

    Voc foi formada na terceira turma de mulheres Oficiais Mercantes, em 2002, e iniciou a carreira to-mando conscincia de que o gnero feminino no tinha praticamente nenhuma proteo na Marinha Mercante. Voc continua a pensar assim?

    As condies de trabalho para as mulhe-res evoluram bastante, graas luta contnua do SINDMAR, mas sei que o dia em que todos os direitos da mulher Mercante estaro garanti-dos por lei ainda est longe. Desde o meu primeiro em-barque, o pessoal me questionava com relao questo da gravidez. Diziam assim: Quando voc engravidar como que vai ser? Voc vai deixar seu filho em terra? Quem vai cuidar? E eu no tinha respostas. Na verdade eu no pensava em engravidar, assim como a maioria das mulheres que comeam a carreira de Oficial Mercante. Mas, da mesma maneira que aconteceu comigo, muitas meninas que se lanam na carreira de Oficial Mercante no

    Continua na prxima pgina

    Na foto acima, o registro do primeiro momento de Symone Soares no SINDMAR: a palestra que fez no Seminrio em Recife, em 2013, antes mesmo de se tornar Delegada em Aracaju. Depois, medida que voc vai conversando com todos os integrantes da Diretoria e com o Presidente Severino,voc comea a entender que o trabalho que tem que ser feito muito srio, muito importante. No para amador.

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    Symone Soares Sobrinho

    pensam que vo engravidar e, de repente, acontece. E a? Eu ainda tive sorte de a empresa em que eu traba-lhava j ter includo a clusula de proteo gestante no ACT, mas at bem pouco tempo antes, essa garantia no existia. E, mesmo hoje, no so todas as empresas que tm a clusula no ACT.

    Ento, o que preciso fazer? As mulheres precisam se conscientizar de que

    precisam ser mais atuantes e se unirem ao SINDMAR na luta em relao a esta questo. Por exemplo, as mulheres que esto em plataforma no esto cober-tas por estas clusulas de ACT, infelizmente. Mas o que eu vejo, por exemplo, que a luta que o Sindicato trava h muito tempo, e agora reforado com o que a Laura Teixeira (Assessora para Assuntos de Gnero e Juventude) vem fazendo de informar, conscientizar as mulheres da importncia da participao de cada uma, muito difcil. Para as mulheres muito fcil desejar que haja uma lei, uma condio melhor, uma proteo e uma garantia para a mulher Martima, sem fazer nada, j que elas no se manifestam, no se movimentam, no se unem. Um exemplo bem claro disso a reunio que aconteceu na Secretaria de Pol-tica de Mulheres. A CMT Hildelene Lobato e a Laura Teixeira estavam l, mas no aconteciam reunies e nem havia um grupo representativo formado, orga-nizado para reivindicar. Era e continua sendo difcil reunir as mulheres para se juntarem nesta luta por melhorias para elas mesmas. E esse trabalho que o SINDMAR vem fazendo nos Seminrios, em que no final de um dos dias juntamos s as jo-vens estudantes em reunies para conscientiz-las da importncia de se unirem nesta luta, para ver se desperta nelas, desde cedo, antes de comearem a enfrentar o mercado de trabalho, o interesse da par-ticipao, de se aproximarem da gente. Porque se elas ficarem sentadas no sof de casa s dizendo que que-rem leis ou clusulas de ACT no adianta nada, no vamos conseguir nada. Eu sempre falo para as mu-lheres, sejam estudantes, praticantes, jovens Oficiais, fiquem atentas, o Sindicato vai ter uma reunio, vai ter um seminrio, vai tratar de assuntos importantes

    para a mulher Mercante; se estiverem desembarcadas, participem. O trabalho que estamos fazendo gradu-al, ainda falta muito, a gente sabe que no vai ser fcil, mas como a prpria equipe do SINDMAR tem cada vez mais mulheres, temos certeza de que vamos che-gar l. Este trabalho que a Laura vem desenvolvendo muito importante e ns estamos juntas em funo deste objetivo a Laura, a Isabella, eu, e nosso objetivo envolver e unir todas as Oficiais Mercantes nessa luta. O Presidente Severino vive dizendo que tem coisas que mulher s conversa com mulher e isto mesmo.

    Voc s vai completar dois anos de SINDMAR em 2015, mas ser que, em to pouco tempo, j con-segue perceber que aconteceu alguma mudana da participao feminina no Sindicato?

    J percebo sim e quem ajuda muito nisso a Revis-ta UNIFICAR. Quando a gente comeou a aparecer na Revista, as mulheres j comearam a comentar Ah, tem mulheres trabalhando no Sindicato! E a, uma vai falan-do com a outra. Tem gente de Fortaleza que me aciona aqui em Aracaju, pede ajuda para um amigo ou amiga ou passam informaes importantes, do tipo: Symone estou sabendo de tal coisa, tem como voc ajudar? Esse contato de boca a boca ainda muito importante!

    Ou seja, fica bem claro quando voc diz que as Delegadas e Delegados do SINDMAR, por todo o Brasil, tm que continuar sempre estreitando o contato e a comunicao com os Oficiais Mercan-tes, principalmente as mulheres e os mais jovens, e seguir evoluindo e se diversificando cada vez mais.Voc acredita que o fato de a Marinha Mercante estar atravessando uma fase boa, de crescimento, mesmo que lento, ainda mantm muita gente na zona de conforto, sem dar a devida importncia ao trabalho que o SINDMAR tem realizado ao longo dos anos, na maioria das vezes, por estas novas geraes no terem enfrentado grandes dificuldades, como em um passado recente?

    Acho que a grande maioria dos jovens Oficiais Mercantes no s no sentiu na pele, como no co-nhece a histria de uma fase difcil. Talvez estes jovens

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    precisem se ver em uma situao difcil para se unirem e valorizarem o trabalho que o SINDMAR realiza. Se os instrutores e professores das escolas formadoras de Oficiais Mercantes falassem da histria da Marinha Mercante, da histria da luta sindical dos Martimos, com certeza esta juventude no chegaria ao mercado de trabalho sem uma noo exata do que pode voltar a acontecer a qualquer momento, se eles no se uni-rem e no lutarem sempre por melhores condies de trabalho. Ns do SINDMAR tentamos suprir esta ne-cessidade de contar a histria atravs dos Seminrios, que realizamos todos os anos. H alguns anos, estamos sempre tentando abrir os olhos desta juventude mas se-ria muito bom que isto viesse desde a formao.

    Para que todos tenham uma noo de como o trabalho de uma Delegada ou de um Delegado do SINDMAR na sua rotina diria, pode nos falar da sua?

    Comigo, tudo comea cedo... tenho que levar o filho na escola e por isto seis da manh j est todo mundo de p. A Delegacia funciona das oito da ma-nh s 17 horas. Durante a semana tem sempre pelo menos um dia que totalmente dedicado s visitas a bordo. Eu levo sempre Revistas UNIFICAR para distribuio aos Oficiais e fao reunies sobre vrios assuntos, como as exigncias da RN 72, a importncia de ACTs e da luta pela incluso de clusulas que pro-tejam as mulheres Mercantes e tambm tiro dvidas, conto um pouco de histria da luta sindical, da pr-pria histria do passado recente da Marinha Mercante e sempre deixo meu contato. A gente recebe o pessoal aqui na Delegacia tambm, fazemos atendimento de tudo o que o Associado precisa em termos de cursos, certificao etc... fazemos algumas reunies, com os rgos ligados Marinha Mercante, convidamos Oficiais para reunies, e sempre servimos um lan-chinho, que eu mesma preparo, no final. E tambm tem o atendimento que fazemos atravs de telefone da Delegacia, telefone celular, WhatsApp, facebook, e-mail... tudo! Estamos sempre prontos para atender da melhor maneira e o mais prontamente possvel ao Associado no que ele precisar e em tudo que estiver ao nosso alcance. E estamos sempre em contato com

    o pessoal da Sede, principalmente em questes de educao, certificao e de Acordos Coletivos, que o maior volume de questes e dvidas dos Associados.

    No momento em que a entrevista estava aconte-

    cendo, a edio anterior da Revista UNIFICAR chega-va Sede do SINDMAR trazendo uma reportagem que falava da reunio de mulheres Mercantes, que enfocava o caso da Oficial Rosane Sinimbu, que passou por um problema com a Transpetro quando precisou perma-necer em terra, porque sua filha recm-nascida tinha alergia a outros tipos de leite que no fosse o materno.

    Quando viu a reportagem com a Rosane Sinim-bu na UNIFICAR voc se empolgou, por qu?

    Tenho usado muito esta questo nas minhas reunies com mulheres. No episdio em que a Laura, a Isabella e eu entramos em contato com mais de 260 mulheres Mercantes, pedindo para que assinassem um manifesto em favor da Rosane, todas respondiam que iam assinar... Quando falo o nmero de contatos que ns fizemos e pergunto para as mulheres, quantas as-sinaturas ns tivemos? Elas no acreditam que foram apenas 36 assinaturas! Elas precisam se comprometer de verdade.

    Ento, era chegada a hora de terminar a entrevista.

    Symone, por favor, pode nos deixar uma mensa-gem, para encerrar a reportagem, com algo que voc gostaria de dizer?

    Acho que a minha mensagem principal o que tenho falado sempre para as mulheres Mercantes: participao! unio que ns precisamos ter! Todas! As mulheres precisam participar cada vez mais do Sindicato, saber mais sobre o Sindicato, sobre a hist-ria do sindicalismo Martimo. Elas precisam se chegar mais. E ns, as mulheres do SINDMAR que estamos diariamente em contato com os Associados, a Laura, a Isabella, a Lorena Pintor, que agora est trabalhando com o Ariel Monteiro, em Vitria, eu, e quem mais vier, estamos prontas para acolher a todas! Para passar todas as informaes e ajudar no que for possvel. isso! n

    Acho que a minha mensagem principal o que tenho falado sempre para as mulheres Mercantes: participao! unio que ns precisamos ter! Todas! As mulheres precisam participar cada vez mais do Sindicato, saber mais sobre o Sindicato, sobre a histria do sindicalismo Martimo. Elas precisam se chegar mais.

  • Revista UNIFICAR www.sindmar.org.br abr i l de 201534

    claro que todos os Martimos do Pas e do mundo j sabem do trgico acidente ocorrido dia 11 de fevereiro de 2015, no litoral do Esprito Santo, na altura de Aracruz. Mas poucos veculos de imprensa deram destaque ao fato de o navio-plataforma ter uma srie de irregularidades em termos de legalizao para estar prestando este tipo de servio Petrobras.

    Alm disso, por ser de bandeira estrangeira, afretado da BW Offshore, uma empresa noruegue-sa que opera o navio para a Petrobras h seis anos no Pas, deveria ter a bordo, por determinao da Resoluo Normativa 72, brasileiros integrando dois teros dos Oficiais embarcados.

    No entanto, em um primeiro passo de investigao de nossa reportagem, suspeita-se que havia apenas uma brasileira, Oficial de Nutica, entre os Oficiais a bordo. A Delegacia do SINDMAR deu toda a assistncia sua Associada, que estava a bordo na hora da exploso e no revelaremos seu nome, para preserv-la, uma vez que depois do acidente ela esteve internada em uma Unidade de Terapia Intensiva, j teve alta, mas ficou muito traumatizada com a tragdia.

    O fato de o navio-plataforma no estar respeitando a RN 72 ainda carece de comprovao efe-tiva, que s pode ser obtida com o acesso lista de tripulantes a bordo, j solicitada pelo delegado do SINDMAR em Vitria, Ariel Montero, Capitania dos Portos do Esprito Santo, que negou o atendimento do pedido alegando ausncia de previso legal para o atendimento (como se v na reproduo do Ofcio de resposta solicitao).

    As informaes a que tivemos acesso, atravs de notas oficiais da Petrobras, do conta de que havia 74 pessoas a bordo e 26 delas foram feridas. Ao todo, nove pessoas morreram e o ltimo cor-po que estava desaparecido foi encontrado no dia 2 de maro.

    A UNIFICAR observa e analisa a tragdia que matou nove pessoas na exploso ocorrida no navio-plataforma FPSO Cidade de So Mateus, no dia 11 de fevereiro de 2015, por um outro ngulo. Em todo o caso, o que mais temos so perguntas sem respostas.

    A tragdia por um ngulo diferente

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    Mas no s isto: j se sabe que a Polcia Federal, a Agncia Nacional de Petrleo (ANP), a Capitania dos Portos do Esprito Santo (CP-ES) e outras entidades esto investigando o acidente mas no divulgam informaes imprensa e nem Delegacia do SINDMAR. O Ministrio do Tra-balho e Emprego (MTE) segue fiscalizando o navio-plataforma e uma extensa lista de exigncias foi elaborada e precisa ser cumprida, para que, aps o trmino da operao de resgate s vtimas e dos inmeros reparos que precisam ser feitos na embarcao, ela volte a operar normalmente. Alm disso, o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Esprito Santo (CREA-ES) acusa a empresa de atuar de forma irregular no Estado.

    At o momento de fechamento desta reportagem, de nada adiantaram os protestos dos parentes das vtimas pedindo transparncia e do Sindicato dos Petroleiros de Vitria que pedem melhoria na segurana a bordo dos navios-plataforma. Os manifestantes trabalhavam na plataforma P58, que fica no Campo de Jubarte, em Anchieta, e tambm na plataforma Cidade de Vitria, a mais prxima do navio-plataforma FPSO Cidade de So Mateus, onde ocorreu a exploso.

    O certo que muitas perguntas ainda seguem sem respostas: Como que um navio-plataforma de bandeira estrangeira trabalha h seis anos no Pas, afretado para a Petrobras, e tem problemas em sua legalizao? Como se pode admitir que a BW Offshore no cumpra e que a Petrobras no fiscalize se a legislao trabalhista vigente no Pas est sendo seguida risca? Por que a falta de transparncia nas investigaes e a no divulgao, por exemplo, da lista de tripulantes para o SINDMAR? Estamos ligados e vamos seguir cobrando das autoridades a respostas a todas estas perguntas e outras que possam surgir. n

    participo a Vossa Senhoria seu indeferimento face ausncia de previso legal para o atendimento

    Em destaque no amarelo, parte do texto de resposta da Capitania dos Portos do Esprito Santo, indeferindo o pedido do SINDMAR para que encaminhasse a lista de tripulantes do navio-plataforma Cidade de So Mateus, para saber se eles estavam desrespeitando a RN 72

  • Revista UNIFICAR www.sindmar.org.br abr i l de 201536

    Vida e histria pulsam nos naufrgiosNilson Mello*

    O autor desta matria no canho de proa da corveta Ipiranga, coberto de corais, a mais de 50 metros de profundidade

    Marta

    Gra

    nvile

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  • Revista UNIFICAR www.sindmar.org.br abr i l de 201538

    De forma paradoxal, em meio a bancos de areia e recifes de coral, os naufrgios mantm a histria viva, desvendando para os poucos privile-giados que os alcanam com os olhos e as pontas dos dedos a coragem, a dedicao e o esprito de aventura daqueles que, em diferentes pocas, se lanaram ao mar para desbravar novos mundos, conquistar mercados, unir povos ou mesmo de-fender a ptria. Submersas, as embarcaes ga-nham sobrevida dramtica, postergam o padeci-mento. L no fundo no so sucata destino certo da maioria daquelas que cumprem a vida til em operao , mas relquias arqueolgicas, santu-rios da vida marinha e moradia segura de outros seres. Representam um tributo s suas tripulaes.

    Arrisco dizer que um fim nobre, honrado. Entre os naufrgios brasileiros que mais impres-sionam e seduzem mergulhadores de todo o mun-do, pelos seus aspectos histricos, pela beleza ma-rinha e pelas dificuldades tcnicas de acesso, est o da Corveta Ipiranga, em Fernando de Noronha. A embarcao foi um importante protagonista da defesa da soberania brasileira, como veremos mais adiante. Afundada em 3 de outubro de 1983, aps chocar-se com uma laje nas imediaes da Ponta da Sapata, no chamado mar de dentro, face Nor-te do arquiplago, a V-17 repousa a 64 metros de profundidade (posio 0351S,3228W), guarne-cida por robustos meros e tubares lambaru. Aps o choque da embarcao com a pedra, ainda hou-ve tempo de manobr-la e lev-la para guas mais profundas, longe das praias, onde no oferecesse risco aos banhistas, pescadores e navegao. To-dos os seus tripulantes foram evacuados e salvos.

    O pesquisador Maurcio de Carvalho relata no site Naufrgios do Brasil (www.naufragiosdobra-sil.com.br) que a nau de Amrico Vespcio, mer-cador, cartgrafo e navegador italiano a quem se atribui o descobrimento do arquiplago em 1503, tambm foi a pique aps colidir com uma rocha submersa no mesmo local. Mas o protagonismo da Corveta Ipiranga em relao soberania brasileira

    Vida e histria pulsam nos naufrgios

    A histria da navegao e, por que no dizer, da humanidade no est documentada apenas nos museus e nas bibliotecas, ou nos registros das companhias de seguro e dos armadores. No fundo dos oceanos, ela desafia o tempo. Calcula-se que haja no Brasil mais de 20 mil naufrgios de todos os tipos, ocorridos desde os tempos do Descobrimento at os nossos dias.

    38 Revista UNIFICAR www.sindmar.org.br abri l de 2015

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    no se deve, evidentemente, a essa coincidncia ou ao fato de ter sido a primeira embarcao da Arma-da a ostentar o nome do riacho paulista, smbolo da proclamao da Independncia. Essa apenas mais uma curiosidade que envolve a sua trajetria. Fa-bricado na Holanda, mais precisamente no estalei-ro C.C. Sheepsbower&GeashonderJonker&Stans, de Roterd, o vaso de guerra teve o seu batimento de quilha em outubro de 1953, foi lanado ao mar em junho de 1954 e incorporado Marinha do Bra-sil em janeiro de 1955. Com 911 toneladas (1.025 a plena carga), tripulada por 64 homens, sendo seis oficiais e 58 praas, equipada com dois motores a diesel e armado com um canho de 76,2 milmetros (mais quatro metralhadoras de 20 milmetros), a V-17 passou, a partir de ento, a cumprir misses de patrulhamento na costa do Nordeste e de apoio s guarnies militares de Fernando de Noronha. Foi durante uma dessas misses, em janeiro de 1962, que se deu o seu protagonismo, o ponto alto de sua carreira.

    Com a palavra, Jos Carlos Tavares e Fernan-do Clark, autores de Naufrgios do Brasil Uma cultura submersa (Ed. Cultura Sub): A corveta realizava um patrulhamento de rotina no mar ter-ritorial (que na poca era de 12 milhas), no lito-ral do Cear, quando avistou um barco pesquei-

    ro francs, o Cassiop, especializado na pesca de lagosta. O comandante (...), capito-de-corveta Heitor Alves Barreira Jnior, emitiu mensagem ao mestre lagosteiro informando que estava em ati-vidade ilegal, obrigando-o a seguir at o Porto de Fortaleza. Tinha incio ali a Guerra da Lagosta,