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www.movimenttope.com.br A REVISTA QUE VALORIZA PERNAMBUCO RECIFE - PE ANO IV - EDIÇÃO Nº 41 movimen o DOCUMENTA BEM-VINDO À TABIRA. O SERTÃO QUE SABE CRESCER.

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Edição Especial Tabira

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A revistA que vAlorizA PernAmbuco

RECIFE - PE ANO IV - EDIÇÃO Nº 41

movimen oDOCUMENTA

BEM-VINDOÀ TABIRA.

O SERTÃO QUESABE CRESCER.

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DOCUMENTA

O substantivo próprio “Tabira”, em Portugal se pronuncia “Ta-vira”, que é justamente o nome de uma cidade do Algarve –

importante região turística portuguesa, que faz divisa com a Espanha e é dotada de inúmeras construções medievais e históricas.

A coincidência foi descoberta em 1995, pelo historiador português Adérito Vaz, quando começou a vasculhar o mundo em busca de dados históricos sobre sua cidade e, ao encontrar os registros do município pernambucano de Tabira, resolveu pro-

curar conhecer um pouco mais sobre essa cidade. Para as descobertas, Vaz enviou uma carta à prefeitura do município, que respondeu-lhe com um exemplar do livro “Tabira e Sua Gente”, da escritora tabirense Dona Nevinha Pires.

O filho da escritora, Pedro Pires, conta que à época o historiador ficou entusiasmado com a história da cidade e, principalmente, com o livro, que fora escrito por uma senhora de 70 anos. Muito conhecedor de história, Adérito Vaz teria afirmado que o nome “Tabira” seria de origem árabe, podendo ter sido dado à cidade por influência de uma corrente portuguesa, indo de encontro com os re-gistros históricos do município, que dizem que Tabira seria o nome de um índio que morava na região e que ilustra, inclusive, a bandeira da cidade.

Com o livro em mãos, o historiador

propôs à Câmara de Tavira, no Algarve, que uma praça local recebesse o nome da cidade pernambucana, em sua homena-gem, e assim foi feito. Em outubro de 2012, o tabirense Pedro Pires viajou para Tavira, ao lado de sua esposa, Norma Brito, para conhecer a cidade e conversou pessoalmen-te com o historiador, que o apresentou ao prefeito e mostrou a praça, denominada Largo Tabira de Pernambuco.“Fui muito bem recepcionado quando lá cheguei. Foi muito importante minha visita porque conheci pessoalmente o historiador e o prefeito da cidade, que se prontificaram a estudar possibilidades de promover inter-câmbio com nossa Tabira, abrindo novos caminhos”, contou.

O nome de Tabira foi dado pelo en-tão secretário de governo, Mário Melo, na gestão do governador Barbosa Lima Sobrinho.

Coirmã de cidade portuguesa situada no Algarve

Segundo historiador português, o nome Tabira seria de origem árabe, assim como Tavira

Memórias

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PREsIDENtEArijaldo Carvalho

[email protected]

CONsELHO DIREtORMarise Carvalho

Ariadne QuintellaDeusdedith Silva

DIREtORA DE REDAÇÃO

Ariadne [email protected]

DIREtOR DE ARtEDeusdedith Antônio da Silva

[email protected]

REDAÇÃOWelington Matos

[email protected] Leão

[email protected]

FOtOGRAFIAEdvaldo Medeiros

PRODuÇÃO E REDAÇÃOAv. Visconde de Suassuna, 923

Santo Amaro - Recife-PECEP: 50050-540

CONtAtOs:81 9971.7755 / 9470.2103

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tIRAGEM15 MIL EXEMPLARES

e x p e d i e n t e

A revistA que vAlorizA PernAmbuco

Os cOnteúdOs dOs artigOs sãO de inteira

respOnsabilidade de seus autOres, nãO refletindO

ObrigatOriamente a OpiniãO desta publicaçãO.

Cidade de um povo trabalhador e criativo, que impulsiona o comércio e respi-ra poesia. Foi esta a imagem observada pela equipe da Revista Movimentto, que passou dez dias aprendendo um pouco mais sobre o município de Tabi-ra, no Alto Sertão do Pajeú, a 405 quilômetros da capital pernambucana.

Documentos históricos registram que a cidade sempre sofreu grande influência das tradições indígenas, inclusive na escolha do nome, dado em homenagem a um índio guerreiro que teria lutado corajosamente em defesa do seu território. Mas o que há de mais comum no sangue que corre nas veias dos tabirenses é mesmo o gosto pela poesia, com dezenas de artistas dedicados à arte da rima e do improviso e inúmeros livros publicados sobre a cidade e o Sertão do Pajeú, mantendo viva a tradição que é passada de geração em geração.

Por falar em tradição, o lançamento desta edição especial foi escolhido como forma de homenagem ao município, que está completando 65 anos de independên-cia política, uma data lembrada com desfiles cívicos e festa em praça pública. A comemoração só não é maior que a festa da padroeira Nossa Senhora dos Remédios, realizada no mês de agosto e que atrai milhares de pessoas de outras cidades, assim como os filhos ausentes que voltam para visitar suas origens.

Por sua localização e clima semiárido, Tabira é uma das cidades pernambucanas que mais sofre com o período de estiagem, principalmente na zona rural, atravessan-do com dificuldades períodos de seca como o de 2013, considerado como o pior dos últimos 70 anos. Em contrapartida, o comércio de produtos e serviços faz a diferença no desenvolvimento econômico, pois o sistema de venda porta a porta de quadros e almofadas personalizadas é responsável pelo rendimento financeiro de milhares de pessoas na cidade, desde à venda e confecção até à entrega dos produtos por todo o país. Outro destaque no potencial econômico de Tabira é a Feira de Gado. Considera-da como a segunda maior do estado, ela recebe compradores e vendedores de todo o Nordeste, num comércio que movimenta de dois a três milhões de reais por semana.

Paralelamente, a prefeitura vem demonstrando grande preocupação com me-lhorias na saúde e inclusão social das famílias mais carentes do município, que tem grande potencial no estado e se desenvolve mais a cada dia. Uma cidade para viver e amar. Boa leitura!

EDITORIAL

Uma cidade para viver e amar

Praça da Matriz é ponto de encontro dos moradores para um bom bate-papo à sombra das árvores

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Região: Sertão do PajeúDistância da Capital: 405kmPopulação: 27.591 habitantesÁrea: 393,6 km2

Via de acesso: BR 232Municípios limítrofesAo norte, com o estado da Paraíba e Santa Terezinha, ao sul, com Ingazeira e Iguaraci, a leste com Santa Terezinha e São José do Egito e, a oeste, com Solidão (Pernambuco) e Afogados da IngazeiraAniversário da cidade: 27/05

CONHEÇA TABIRA

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DOCUMENTA

Tabira cidade queridaTu és preferida, tu és varonilTeu nome Tabira de um índio surgiu (bis)E se espalhou nesse imenso Brasil

Salve, salve, Tabira estimadaTerra hospitaleira, cidade adorada (bis)

Em teu seio, felizes vivemosPor isto queremos vê-la prosperarNova luz brilhar em teu destinoMais forte o teu hino iremos cantar (bis)

Salve, salve Tabira estimadaTerra hospitaleira, cidade adorada (bis)

Hino do município de TabiraLetra por Clodisval Xavier de Siqueira

O Hino de Tabira foi oficializado em 21 de outubro de 1983 pela Câmara Municipal, na gestão do prefeito José Edson de Moura, através da mensagem n° 14/83. A composição é de Clodisval Xavier de Siqueira (O Diva), com interpretação musical de Virgínio Gomes de Melo.

Marcas da nossa históriaMemórias

TABIRA

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DOCUMENTASebastião Dias, prefeito de Tabira

Nascido em 13 de setembro de 1950, em Ouro Branco, no Rio Grande do Norte, o poeta-repentista Sebastião

Dias vem fazendo história no Sertão do Pajeú, dando sua parcela de contribuição na preservação da cultura de cantorias e promovendo o desenvolvimento de Tabi-ra, cidade que o elegeu como prefeito para quatro anos de gestão.

Sempre muito inteligente, Sebastião descobriu sua aptidão para a poesia aos 18 anos de idade, quando passou a observar de perto as duplas de cantadores que se apresentavam pelo Sertão do Seridó, entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba. A par-tir daí resolveu aprender a rimar, tomou gosto e começou a fazer suas próprias apresentações pelo país.

Ocupando o cargo máximo no poder executivo de Tabira, Sebastião vem en-frentando os desafios deixados por gestões anteriores, pontuando com pulso firme as decisões a fim de manter a cidade orga-nizada e a população bem servida. Para isso, conta com o apoio de sua equipe de secretários e demais servidores públicos, sempre atentos às principais necessidades da população.

Nesta entrevista, cedida ao jornalista Wellington Matos, o prefeito fala sobre sua trajetória artística vivenciada pelo Brasil afora e sobre a carreira política, além de demonstrar seu amor pela cidade que o acolheu como filho ilustre e prefeito.

Como iniciou sua carreira no ramo da poesia?

Comecei me apresentando por aqui mesmo, depois viajei para São Paulo, onde cantava em bares, restaurantes e

“Infelizmente, nossa cidade nãotem sido contemplada pelo Estado”

Entrevista

Sebastião Dias está cada vez mais motivado para fazer Tabira avançar em todas as áreas

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festas particulares. Em 1974, voltei para minha terra natal e fui convidado para apresentar um programa na Rádio Rural (Caicó-RN), complementando a renda com shows, ao lado de companheiros como Francisco Mota e Cícero Nascimen-to, com quem participava de festivais de viola e congressos em diversas cidades do estado.

O que o levou a se mudar para Tabira?Viajei por muitas cidades, mas foi aqui

que conheci Iêda e começamos a namorar. Dois anos depois (1976), eu me mudei pra cá, nos casamos e estamos juntos até hoje. Foi nessa época que montei os programas ‘Crepúsculo ao Som da Viola’ (1976) e ‘Encontro com a Poesia’ (1979), na Rádio Pajeú, em Afogados da Ingazeira, ao lado do meu amigo e poeta João Paraibano. Era tão bom que o saudoso Jesus Gomes nos chamava de ‘os Canários do Pajeú’.

Enfrentou algum tipo de preconceito, por ser de outro estado?

Muito pelo contrário. Fui muito bem acolhido por Pernambuco e, sobretudo, por Tabira. Tanto que, em 27 de feve-reiro de 2008 recebi o título de Cidadão Pernambucano das mãos do deputado Antônio Morais. Foi essa terra que me deu inspiração para compor melodias, como: “Conselho ao filho adulto”, gravada pela banda Catuaba com Amendoim; “Súpli-ca dos Ecólogos” (Canção da Floresta), cantada por Fagner; “Paraíso Caboclo”, “Canários do Pajeú” e “Meu Seridó”, e muitas outras. O professor Ésio Rafael, grande poeta e escritor de Sertânia, me chamava de “o Chico Buarque da Viola”.

Qual a sua formação e como foi sua entrada na vida pública?

Eu concluí o Ensino Médio aqui mesmo em Tabira. Depois fiz faculdade de História, na Aesa, em Arcoverde, e pós-graduação na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Não cheguei a exercer a profissão de professor, mas toda essa formação enriqueceu bastante o meu conhecimento para cantar com a

viola. Entrei na vida pública como diretor de cultura do município e pouco depois criei a Secretaria de Cultura. Em 2004, resolvi me candidatar e fui eleito vere-ador, renovando o mandato de 2008 até 2012, quando o povo me deu a honra de ser eleito como prefeito da cidade, entre outros três candidatos. Foi uma campa-nha acirrada, mas saímos dela limpos e com dignidade.

Sentiu algum tipo de dificuldade quan-do assumiu a Prefeitura?

Assumi a prefeitura num momento muito difícil, em meio à pior seca dos últi-mos 70 anos, que atingiu todo o Nordeste. Além deste e dos problemas na saúde do município, minha principal dificuldade foi não poder contar com recursos da União, já que o município estava no

Cauc (inadimplente), com uma dívida previdenciária de R$ 42 milhões, além de R$ 459 mil de precatórios e R$ 800 mil da Celpe. Entre outros problemas tínha-mos um matadouro inoperante, praças depredadas, frota de veículos sucateada e a folha de pagamento de dezembro em aberto, justamente para os garis e marga-ridas, que são os que mais precisam. Hoje, depois de muito esforço, estamos livres do Cauc, somos ficha limpa.

Qual foi sua primeira ação como prefeito?

No dia da posse, já à meia noite, colo-quei uma equipe médica do estado no ane-xo do hospital para atender à população enquanto fazia as adequações necessárias para reabrir o hospital, que estava inter-ditado pela Vigilância Sanitária. Sob a

O senador Armando Monteiro (PTB) tem sido um parceiro importante para o município

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coordenação do médico João Veiga Filho, eles passaram três dias doando materiais e consultando pessoas. Depois disso, fiz uma relação do que havia de errado e saí consertando. Reformamos todas as escolas, restauramos a iluminação de ruas e praças, regularizamos a Guarda Municipal, retomamos a construção de um centro de saúde, que estava paralisa-da, e muitas outras coisas que continuo tentando consertar até hoje.

Como vem sendo sua relação com o Governo do Estado?

Não tenho arestas com Eduardo Campos nem com João Lyra, mas não venho tendo a assistência devida por parte deles. Infelizmente, nossa cidade não tem sido contemplada pelo Estado, a não ser através do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios (FEM). O que tem nos ajudado muito são as emendas do senador Armando Monteiro, que já conseguiu mais de três milhões para que possamos investir em melhorias para Tabira. Da mesma forma, aqui no muni-cípio também não tenho inimizade com ninguém e tenho uma ótima relação tanto com o Legislativo como com o Judiciário. Me dou bem com todos os vereadores das duas bancadas, que sempre aprovam nos-sos projetos, pelo bem da cidade.

Além de Armando, quem mais tem lhe ajudado a administrar Tabira?

Sempre tive alguns amigos que me deram uma força, como os deputados federais João Paulo e Pedro Eugênio, os estaduais Antônio Morais, Augusto César e Manoel Santos, e os senadores Humberto Costa e Jarbas Vasconcelos. São grandes homens que têm possibilita-do o nosso trabalho através de emendas parlamentares.

Quais são suas expectativas para os próximos anos de gestão?

Somente este ano, vamos investir R$ 2 milhões na pavimentação de ruas, mantendo-as em bom estado de conser-vação e bem iluminadas, assim como os demais espaços públicos, como praças e quadras. Também pretendemos construir

mais três Unidades de Saúde da Família (USF) com equipe de profissionais bem treinados para melhorar o atendimento à saúde. No mais, espero poder continu-ar este trabalho direcionando ações das políticas públicas, principalmente, para os menos favorecidos em todas as áreas, buscando melhorias para os demais se-tores desenvolvimentistas do município.

Para finalizar: como é viver Tabira?Apesar das complexidades, que são

comuns em toda sociedade organizada democraticamente, morar aqui é gratifi-cante. Tabira me deu uma família, amigos e a possibilidade de poder dar minha parcela de contribuição à cidade que me acolheu como filho.

Chefe do Executivo conquistou importantes troféus nos eventos culturais em nosso País

O prefeito do município Sebastião Dias faz monitoramento do avanço de sua gestão com representantes das secretarias de todas as áreas

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Uma cidade de poetas, que respira cultura e preserva as tradições nordestinas com eventos realizados no mais

alto estilo. Esta é Tabira. Terra de pessoas humildes e que aprenderam a valorizar os artistas locais e sua vocação para a arte da poesia.

CULTURA DE REISUm dos primeiros eventos culturais

do ano é realizado no Dia de Reis (06 de janeiro) em Tabira, marcando o encerra-mento das festividades natalinas. A Festa dos Três Reis Magos acontece em praça pública e conta com apresentação do Rei-

zado Amaro Domingos – grupo de dança formado na comunidade do Brejinho, que sai arrancando aplausos por onde passa.

O centro da cidade fica repleto de ex-pectadores, sempre atentos para apreciar a apresentação de poetas, declamadores, repentistas, Orquestra Filarmônica, Grupo de Chorinho e de danças populares Filhos do Sol.

CARNAVAL DOS MASCARADOSO Carnaval de Tabira é considerado

um dos mais animados do Sertão pernam-bucano, destacando-se a participação de blocos carnavalescos tradicionais como: Os Cavaleiros da Rosa Mística, Chapéu

de Palha, Algodão Doce, Sport Folia e Bloco da Associação de Mulheres de Tabira (Amurt).

A abertura dos cinco dias de festa é feita com desfile da Rainha do Carna-val, sempre homenageando uma jovem tabirense e a cada ano contemplando um bairro diferente. Neste mesmo dia sai às ruas o Bloco Vassourão, formado por garis e margaridas, acompanhados pelos demais funcionários da Prefeitura Municipal.

E para valorizar ainda mais a diversi-dade cultural do Estado, diariamente, a primeira atração a subir no palco é sempre uma Orquestra de Frevo.

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DOCUMENTA

Um calendário cultural eturístico dos mais movimentados

Cultura

Uma das principais manifestações do município, grupo de reisado é de grande importância para o desenvolvimento sociocultural no Estado

O município conta com vários poetas de talento que mostram o seu trabalho realizado, aos olhos dos tabirense que aplaudem sempre que são apresentados

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Em 2013, o Carnaval de Tabira home-nageou o artista pernambucano Romero Brito, pintor de renome internacional. Já este ano a folia do Rei Momo recebeu o nome de “Carnaval Campeão”, em alusão à Copa do Mundo, que será realizada no Brasil. Na decoração, a Secretaria de Cul-tura reaproveitou pneus usados e outros materiais recicláveis para construir um boneco de 6 metros de altura segurando uma réplica da taça de 1,5m, carinhosa-mente apelidado de “Passista Jogador”. A festividade também homenageou os times Sport Clube e Nacional, mais precisa-mente as equipes do ano de 1975, quando havia grande rivalidade entre as torcidas.

DIA DA POESIAComemorado no dia 14 de março, o

Dia Nacional da Poesia é uma data mui-to especial para os tabirenses, inclusive por ser o aniversário da Associação da Juventude Poeta de Tabira (Ajupta), criada no ano de 2012 pelo secretário Municipal de Juventude e Meio Ambien-te, o poeta Zé Carlos do Pajeú. A data é marcada por uma noite de recitais e poesias, onde se apresentam diversos artistas locais e regionais, a exemplo da poetisa e cantora pernambucana Sevy Nascimento, que este ano aproveitou o evento para lançar seu livro “Amanhecer – Versos Brancos”.

Grupo de mascarados caracteriza um dos carnavais mais movimentados do Sertão do Pajeú

Jovens poetas reunidos na Ajupta formam a nova geração que agita culturalmente a cidade

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No mês de março, Tabi-ra respira cultura também durante os dois dias do Per-nambuco Multicultural, por onde já passaram artistas como Alceu Valença, San-tanna, Flávio Leandro e os grupos Mistura Pernambu-cana, Quinteto Violado e Balé Cultural de Pernambuco, além de apresentações teatrais diversas.

O evento é realizado em praça pública, numa parceria da Secretaria de Cultura com a Central Única dos Traba-lhadores (CUT), objetivando divulgar a diversidade cultu-ral do Estado.

PernambucoMulticultural

O dia 19 de abril marcou a chegada do grupo de xaxado Os Cabras de Lampião (Serra Talha-da), Os Caretas (Triunfo) e a Companhia Filhos do Sol (Iguaraci), numa apresentação cultural promovida em praça pública, dedicada aos filhos de Tabira.

Festival itinerante de danças populares

Em março, Tabira recebe nomes de expressão, como Alceu Valença

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Comemorado no dia 27 de Maio, o aniversário de Tabira é mais um motivo de festa para os munícipes,

já tendo recebido a participação de perso-nalidades como os cantores Fagner, Tom Oliveira, Sevy Nascimento, Lindomar Souza e muitos artistas locais, sempre enaltecendo a cultura pernambucana.

Durante os dois dias de festa há apre-sentação de maracatu da Zona da Mata pernambucana e de alunos da Escola de Música de Tabira. Para intensificar ainda mais a vibração do público, o aniversário da cidade é presenteado com o “Grande Festival de Violeiros”, com declamação de versos e poesias.

Outra tradição da festa é a “Corrida da Emancipação”, que reúne mais de 200 atletas num percurso de 11 quilômetros, rendendo inclusive premiação aos partici-pantes. São também premiados os atletas e instituições de ensino que conquistaram

os primeiros lugares nos Jogos Escolares do Município, que acontecem uma se-mana antes da festa. A participação das escolas vai além, promovendo o desfile de alunos e bandas marciais pelas ruas da cidade.

Este ano, o aniversário de Tabira deverá reunir milhares de pessoas para apreciar também os shows artísticos da banda de forró Limão com Mel, Orquestra Sanfônica de Carnaíba, Paulo Matricó e a banda de rock No Clear.

Cidade marcada por tradições

A empresa de telefonia Tim Nordeste descobriu o potencial cultural de Tabi-ra e levou seu projeto para apresentar filmes em praça pública para deleite da população local. O dia 1º de setembro foi o escolhido para exibir os filmes Rio e Os Vingadores, em sessões de matinê e à noite.

Cine Tim

O dublê de poeta e prefeito recebe o cantor Raimundo Fagner na festa de emancipação

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Realizado pela primeira vez em 2013 com a participação do ar-tista local Rafael do Acordeon

e das bandas Forró Pegado e Gaviões do Forró, o São João do Povão em Tabira tem como referência o Grande Festival de Qua-drilhas Estilizadas. O projeto foi lançado pela Secretaria de Cultura do Município e teve grande aceitação do público, que lotou a Quadra de Esportes no Centro da cidade. O destaque vai para a quadrilha “Junina Explosão Jovem”, que este ano deverá retratar o casamento matuto da realeza com o cangaço.

São João do Povão/Festival de Quadrilhas Estilizadas

Muito visitada por sua fama de ter um clima diferenciado em pleno Sertão, a Serra da Borborema

atrai hoje milhares de turistas para parti-cipar do festival de inverno, que acontece durante dois dias, sempre na terceira semana de julho. O evento acontece no povoado da Borborema, a 13 quilômetros do centro de Tabira, onde os comerciantes locais são devidamente capacitados para bem atender os cerca de oito mil turistas, oriundos de todo o estado, que vão até à localidade para sentir o frio noturno de 15 graus. Durante o festival, acontecem apresentações de teatro, cinema, decla-madores, repentistas, forró pé de serra e até quadrilhas juninas, encerrando com a dupla Os Nonatos.

Festival de Inverno da BorboremaBandas de expressão nacional animam os festejos juninos tabirenses sacudindo o público

Belas Tardes de Viola

O tradicional Bar do Arroz é o palco escolhido pelos ta-birenses para prestigiar as cantorias de viola que são realizadas sempre no último domingo de cada mês.

Criado no ano de 2011 pelo poeta Zé Carlos do Pajeú em par-ceria com o comerciante Zipa Nunes, o Belas Tardes de Viola tem o objetivo de preservar e perpetuar a tradição e cultura repentista, que está intrínseca nos artistas da região. Em alusão ao projeto, o poeta Zé Carlos apresenta a seguinte sextilha:

“Nas cantorias daqui tem poesias singelas. Poetas cantando ao som das violas amarelas. Belas tardes de Viola Deixam as tardes mais belas.”

Milhares de pessoas participam no distrito da Borborema do Festival do Inverno

Dedé Monteiro e jovens poetas durante participação no Bar do Arroz

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Semanarte CulturalPara mostrar que a cultura de Tabira

está inserida num contexto ainda maior, a Secretaria de Cultura promoveu entre os dias 8 a 15 de dezembro de 2013, a primeira Semanarte, com participação de 12 cidades do Pajeú, numa mistura de ritmos, que oscilou do rock ao pífano, passando por danças populares, sanfônica e peças teatrais.

O cantor Paulo Matricó, que tem projetado a cidade para todo o mundo, através da sua música, foi homenageado por alunos da rede municipal de ensino, que encenaram suas composições musicais através de peças de teatro.

A Semanarte contou também com apresentação de bacamarteiros e até uma noite gospel foi reservada para os fiéis protestantes. Um evento traduzido pelo secretário de cultura do município, Edglay Freitas, como um verdadeiro “banho de cultura”.

Missa do PoetaIdealizado pelo padre Assis Rocha, na

intenção de homenagear o saudoso poeta Zé Marcolino, a Missa do Poeta surgiu em setembro de 1988, em Serra Talhada, sendo transferida para Tabira em 1991, chegando à sua 27 edição este ano.

O evento é realizado pela Associação dos Poetas de Tabira (APPTA), sempre na terceira semana de setembro, com apoio da Secretaria de Cultura. A programa-ção é composta de celebração litúrgica e show cultural, inclusive com encontro de seresteiros, sanfoneiros, festival de violeiros amadores, noite de autógrafos e mesa de glosas.

O evento começa na segunda e vai até o sábado, data em que já se apresentaram os artistas Irah Caldeira e Bira Marcolino, sempre homenageando um poeta local. Em 2013, a noite foi dedicada ao poeta Zé de Mariano, que faleceu em acidente de trânsito no início deste ano, junto com a família, deixando saudades em seus colegas e conterrâneos. Na Missa do Poeta os repentistas se apresentam no altar da matriz de N. Sra. dos Remédios

A prática do repente está presente em todos os eventos que acontecem na terra das tradições

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Uma família inteira dedicada à arte de transformar ma-teriais diversos em obras e objetos decorativos dignos de

prêmios. Estes são os conhecidos Irmãos Pereira, que herdaram do pai, Sr. Paulino Pereira da Silva, o dom de criar e recriar verdadeiras obras de arte.

Uma das irmãs, a professora aposen-tada Maria Neuza P. Barros, dedica boa parte de seu tempo à pintura de telas e trabalhos manuais com jornais velhos, criando imagens e objetos de encher os olhos. Ela conta que os outros irmãos – Otaviano e Odilon Pereira – utilizam todo tipo de material que tiverem dispo-nível, tais como: troncos de árvore, pó de madeira, pedra sabão, barro, tintas, isopor, telas, materiais de construção, palhas de coco e os próprios cocos para criar telas em relevo e diversos objetos de decoração.

OFICINA IMPROVISADADe acordo com o Sr. Odilon, que

também já trabalhou na agricultura, a profissão e gosto pelo artesanato foram passados pelo pai, que trabalhava na construção civil e fazia aqueles detalhes arredondados e em espiral que podem ser observados na grande maioria das casas antigas, bem como móveis rústicos, a exemplo de espelhos de cama, escrivani-nhas, prateleiras e estantes de madeira, com detalhes produzidos à mão.

A confecção de peças tanto é feita por encomenda como produzidas livremente e expostas para venda em lojas de artesa-nato e de variedades no centro da cidade,

ou mesmo na própria ‘oficina’, localizada no Bairro de Fátima I.

São quadros, bustos, telas em relevo, totens, maquetes e outras obras, que são confeccionadas em uma oficina impro-visada, na garagem de casa. Segundo a professora, algumas peças de arte já foram expostas, inclusive, na Fenearte, que este ano acontece entre os dias 02 a 12 de julho, no Centro de Conveções, em Olinda. Uma das obras mais belas e recentes é um busto do cangaceiro Lampeão, esculpido em madeira com cerca de um metro e meio de altura, que está à venda por R$1.500.

Ainda segundo Neuza Barros, é comum a visita de turistas e clientes de outras cidades, que chegam à oficina atraídos pela fama dos Irmãos Pereira – já muito conhecidos no Sertão do Pajeú – a fim de apreciar e comprar peças de decoração. Há também os que preferem algo personalizado e fazem encomen-das das mais variadas. Uma das peças produzidas pelos irmãos foi comprada pelo Poder Judiciário do Município e está exposta na entrada do Fórum da cidade. Uma estátua toda esculpida em pedra sabão.

A expressão artística da família PereiraNuma profissão herdada pelo pai, os irmãos Pereira transformam produtos recicláveis e materiais de construção em obras de arte artesanais

Odilon Pereira exibe um de seus trabalhos artísticos, que são muito procurados pelos turistas

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Além de preservar as tradições cul-turais da região, Tabira também demonstra sua preocupação com

a preservação do meio ambiente, promo-vendo o Natal da Sustentabilidade – do lixo ao luxo. A decoração natalina foi produzida com materiais reciclados. A iniciativa teve o envolvimento e partici-

pação da comunidade, que juntou e doou garrafas pet e pneus usados para ajudar na decoração.

Ao todo, foram utilizados 570 pneus de carro, oito mil garrafas pet e 3.500 CDs piratas apreendidos. O grande destaque foi para a Árvore de Natal gigante, com oito metros de altura, que abrigava um presépio

na base e permitia o acesso e admiração dos visitantes. A abertura do Natal na cidade aconteceu no dia 8 de dezembro com a Cantata Natalina e apresentação da Orquestra Filarmônica de Serra Talhada. A programação seguiu até o Dia de Reis. Durante praticamente um mês a cidade viveu em clima de fraternidade natalina.

A beleza do Natal da Sustentabilidade

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TALENTO PRECOCE NA SANFONAA escola de música funciona há oito

anos e vem despertando a profissionali-zação de muitos tabirenses, a exemplo do jovem Rafael Gomes Marques (Rafael do Acordeon), que com apenas 13 anos de idade montou sua própria banda e se apresenta em shows artísticos pela região, sempre acompanhado por sua fiel compa-nheira: a sanfona.

A mãe de Rafael, Rosimery, fala com orgulho sobre a carreira precoce do filho, que já tocou ao lado de artistas como Dominguinhos, Nico Batista, Sirano e Sirino, Delmiro Barros, Sevy Nascimento, Nem Walter e até com a banda Arreio de Ouro, fazendo inclusive um show de abertura para o cantor Dorgival Dantas, na última festa da padroeira de Tabira, em agosto de 2013.

Acordes musicais ecoam na escolaHá oito anos, a Escola de Música de Tabira vem despertando o interesse de crianças e adolescentes

Um total de 180 alunos estão matriculados na Escola Mu-nicipal de Música Virgínio Gomes de Melo. De acordo

com o coordenador, o repentista Pedro de Alcântara, as atividades acontecem quatro dias por semana, com turmas de manhã e à tarde para estudantes acima de 9 anos de idade.

As aulas são ministradas pelos pro-fessores Nilsinho (instrumentos de sopro) e Josimar (sanfona, teclado e violão), ambos de Afogados da Ingazeira. Através deles, os alunos são apresentados aos ins-trumentos musicais e recebem instruções de como manuseá-los até que consigam produzir sons agradáveis e comecem a exercitar a sinfonia. O local dispõe tam-bém de instrumentos de percussão.

Música

Rafael do Acordeon, que com apenas 13 anos de idade montou sua própria banda

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O violeiro e andarilho viajou para muito longe em busca de descobrir o mundo e a si mesmo. Quanto mais distante

foi, mais perto se sentiu de seu lugar. Paulo Matricó, como bem se diz em Pernambuco, andou por muito chão. Foi para o Recife, morou na Alemanha e, na volta, passou um tempo na capi-tal federal, Brasília. Nessa trajetória, consolidou carreira, amadureceu seu trabalho e foi reconhecido nacional e internacionalmente. Tudo isso ainda foi pouco para o músico. Seu fascínio mesmo é o verdadeiro doce do engenho sertanejo.

ESTOU DE VOLTAA canção “Apreço ao Meu Lugar”,

composta em janeiro de 1997, em Köln, na Alemanha, parece ter selado a sina do poeta, agora de volta a Pernambuco com um novo trabalho já consagrado pela crítica, que o analisa como mais maduro. “Senti necessidade de voltar. É uma necessidade de todo o artista e do ser humano de um modo em geral de se manter ligado à sua terra“, explica o trovador, movido pelo desejo de produzir músicas ligadas às suas origens e não perdendo o olhar do lugar em que nasceu, sua querida Tabira.

“Mesmo atualizando meu trabalho, buscando novos sons, novas influências e ampliando meus horizontes musicais, sempre vou manter nutridas as minhas raízes“, reforça o compositor Matricó, que traz em sua bagagem a experiência de quem esteve no Velho Mundo, experi-mentando tocar com artistas que fazem a música pop europeia.

Atualmente, violeiro Paulo Matricó estuda teoria musical e viola sertaneja no Conservatório Pernambucano de Música. “São iniciativas para ampliar esses hori-zontes”, explica o artista, seguindo com seu jeito modesto de querer aprender, na direção contrária daqueles que dizem que ele não precisa de nada disso.

LAVRADORES

O “ouro” de Tabira, como é conhecido na sua cidade natal, volta reabastecido em seu novo trabalho. O poeta e cantador Paulo Matricó lançou no último mês de abril o nono álbum da carreira, em show inesquecível no Teatro de Santa Isabel, no Recife. O CD Lavradores é uma homena-gem aos agricultores e um tributo à sua origem camponesa. Originário do lendário

Vale do Pajeú, onde reinam os “Faraós da poesia“, Matricó sempre se manteve fiel à sua Tabira, cantando e reverenciando os mestres poetas e louvando a grandeza da terra fértil de lavouras e poéticas.

“Lavradores” traduz em canções um estado de ser sertanejo”, explica Paulo Matricó. No roteiro, composições de sua própria lavra e outras em parceria com nomes como Anchieta Dali e Luiz Homero (Vates e Violas), parceiros de longas datas. Um destaque no repertório é a faixa “Grande Poder”, de autoria do alagoano Mestre Verdelinho.

O tacho de mel ferveu e a quase es-quecida toada do carro de boi trouxe de volta o eterno menino de engenho, que carrega uma moenda dentro de si. Tabira mais uma vez o reverencia.

Matricó projeta Tabira para o mundoDe volta a Pernambuco, compositor lança CD “Lavradores” e é consagrado pela crítica

Cantor acaba de lançar um novo CD homenageando o sertanejo e sua terra natal, Tabira

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O polo de educação a distância Professora Maria Celeste Vi-dal, em Tabira, existe desde setembro de 2005, tendo como

mantenedor o Governo do Estado de Pernambuco. O polo conta com a parceria de quatro universidades: Universidade de Pernambuco (UPE), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Outra parceira é com a Secretaria de Educação Profissio-nal do Estado de Pernambuco, através da oferta de cursos técnicos a distância.

Com um quantitativo de cerca de mil alunos matriculados entre os cursos téc-nicos e de graduação, o polo atende, além de estudantes do município de Tabira, de outras cidades próximas como Afogados da Ingazeira, Ingazeira, São José do Egi-to, Santa Terezinha, Carnaíba, Iguaraci, Itapetim, Tuparetama, Serra Talhada, Flores, Sertânia, e das cidades paraibanas de Água Branca, Jurú, Princesa Isabel,

Destaque na educação a distânciaCerca de mil alunos estão matriculados em cursos técnicos e de graduação

INTEGRAMOS UM TIME VITORIOSO QUE FAZ TABIRA AVANÇAR

Allan DiasSecretário de

Saúde

Núbia JaciaraChefe deGabinete

Adeval SoaresSecretário de Planejamento

Afonso AmaralSecretário da

Fazenda

Maria JoséDiretora do

Hospital

Ivanildo BritoAssessor de

Comunicação

Estudantes de várias cidades da região participam dos cursos técnicos e de graduação

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Imaculada, Desterro e Teixeira. Esse número só aumenta, no vestibular da Universidade de Pernambuco (UPE) - o polo Tabira foi o com o maior número de inscritos para os cursos ofertados. Hoje, o polo oferece 10 cursos de graduação, 4 cursos de pós-graduação e 6 cursos técni-cos, todos gratuitos.

CONCEITOEsse destaque não se dá apenas pela

grande procura em relação aos cursos ofertados. Dentre os 14 polos jurisdi-cionados à Secretaria de Educação do Estado, o polo de educação à distância de Tabira tem avaliação AA (Apto), através do monitoramento realizado pelo Minis-tério da Educação. Apenas dois polos no Estado possuem a nota mais alta na avaliação, o polo Tabira e o polo Palmares.

O conceito AA (Apto) atribuído ao polo Tabira significa uma situação que indica uma adequação da infraestrutura física, tecnológica e de recursos humanos, bem como a existência de toda a documenta-ção necessária.

O polo está liberado pela DED/Capes para a articulação de cursos que não requeiram instalações específicas e para cursos que precisem de instalações e equi-pamentos pedagógicos.

A Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco vem realizando um ex-celente trabalho em prol do polo, garan-tindo e disponibilizando toda a estrutura solicitada pela DED/Capes/MEC, e os colaboradores (coordenador, tutores pre-senciais, estagiários, secretário, auxiliares de biblioteca, funcionários de apoio e de-mais colaboradores) vêm desempenhando

muito bem as suas funções.A educação a distância para a cidade

de Tabira surgiu como oportunidade para quem desejava se profissionalizar. Antes da existência do polo era impossível imaginar cursar uma faculdade ou um curso técnico gratuito, em instituições de renome, com a comodidade de estar na própria cidade ou região.

O polo quebrou barreiras, possibili-tando ensino de qualidade. Já é possível encontrar na cidade profissionais forma-dos através do polo Tabira, que estão atu-ando em suas áreas, seja no nível técnico ou na graduação.

As organizações veem no polo a possibilidade de encontrar o profissional qualificado que tanto buscam. Muitas empresas e escolas têm o polo Tabira como parceiro.

INTEGRAMOS UM TIME VITORIOSO QUE FAZ TABIRA AVANÇAR

Beto SantosSecretário de Agricultura

Zecarlos do PajeúSecretário da

Juventude

Mário AmaralSecretáriode Obras

Aracelles BatistaSecretária de

Educação

Rubens EspíndolaTesoureiro

Edgley FreitasSecretário de

Cultura

Professores e tutores da Universidade Aberta sediada em Tabira debatem semanalmente sobre aperfeiçoamentos dos cursos que são ministrados

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movimen oA revistA que vAlorizA PernAmbuco

DOCUMENTA

A educação é a mola propulsora do desenvolvimento de um povo, e no município de Tabi-ra não poderia ser diferente.

Valorização do professor, atendimento especializado a crianças com necessidades especiais, incentivo ao esporte e à leitura, acompanhamento pedagógico e implan-tação de projetos federais são apenas al-gumas das atividades desenvolvidas pela Secretaria de Educação do município, que vem fazendo sua parte na formação do cidadão tabirense.

O sistema educacional é constituído por 18 instituições de ensino municipais,

três estaduais e duas escolas particulares. Dentre as municipais, oito estão situadas na zona rural e duas nos distritos de Bor-borema e Brejinho. Os alunos dispõem de merenda escolar de qualidade para todas as séries e transporte adequado em ônibus e vans.

Uma das mais unidades completas do município é a Escola Professor José Odano, onde estudam cerca de 800 alunos, com ensino que vai da creche ao 9º ano, nos turnos de manhã e tarde. A escola dispõe de área de lazer para as crianças e refeições produzidas com alimentos provenientes da agricultura

familiar do município, conforme conta a gestora escolar da instituição, Renya Veras Mascena. “Trinta por cento de todo alimento que utilizamos na merenda são produzidos no próprio município. Frutas, verduras, carnes (boi e frango caipira) e legumes são fornecidos por agricultores da região com muita qualidade”, conta a dirigente.

Para gerenciar o bom andamento das atividades na escola, Renya Mascena conta com o auxílio das coordenadoras Pollyana Ferreira (Educação Infantil e Ensino Fundamental I) e Elisângela So-ares (Ensino Fundamental II). Pollyana

Formando cidadãos para o mundo

Educação

Escolas bem equipadas, professores em constanta capacitação, um ensino sério e de qualidade. Esta é a realidade da educação no município, onde o aluno é a prioridade máxima

Alunos contam com acompanhamento pedagógico, incentivo ao esporte e à leitura, merenda de primeira e transporte, entre outros benefícios

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também é responsável pelo bom anda-mento do Programa Mais Educação na instituição, que contempla alunos com dificuldade no aprendizado e/ou com-portamento com atividades educativas (desenho, judô, teatro) e aulas de reforço em Português e Matemática.

O projeto acontece há três anos, três vezes por semana e vem auxiliando muito no desempenho dos alunos, tanto em nível educacional como no convívio com outros estudantes. “Somente aqui o projeto atende a 100 alunos, divididos em quatro turmas, de manhã e à tarde. Pas-sando mais tempo na escola e mantendo o contato com outras crianças, eles têm oportunidade de reforçar conhecimentos, ficando na escola em tempo integral”, observa Pollyana Ferreira. “Também de-senvolvem habilidades de comportamento se tornando mais disciplinados e calmos”.

Como resultado desse trabalho, a estu-dante Gesiane Lima, 16 anos, participou do Campeonato Pernambucano de Judô, conquistando o segundo lugar na catego-ria infantil. Campeã nos Jogos Escolares de Tabira e Regional em Afogados da Ingazeira e Garanhuns, respectivamente. Também disputou o Brasileirão da Liga, em novembro de 2013, ficando também a medalha de prata.

Para dar suporte às atividades es-portivas e artísticas, a escola dispõe de kimonos, tatames, materiais didáticos, equipamentos de multimídia e áudio vi-sual, além de maquiagens e tecidos para a confecção de fantasias.

SERIEDADE NO ENSINO A educação em Tabira é um assunto

que vem sendo tratado com muita serieda-de pela equipe de ensino, que demonstra grande preocupação, inclusive, com as ne-cessidades especiais de cada criança matri-culada na rede municipal. A Secretaria de Educação aderiu ao programa federal de Atendimento Educacional Especializado (AEE), que consiste no acompanhamento de cada aluno com o objetivo de identifi-car eventuais dificuldades de concentra-ção, entrosamento e atenção que possam

O judô nas escolas do município incentiva a participação dos estudantes na prática esportiva

Nas bibliotecas os alunos dispõem de milhares de títulos que facilitam o estudo no dia a dia

Os estudantes da rede municipal aprovam a qualidade da merenda que é oferecida nas escolas

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prejudicar o aprendizado, tratando cada necessidade de forma individual.

O projeto é desenvolvido dentro de salas multifuncionais, reservadas espe-cificamente para este fim. Atualmente, três escolas já dispõem do serviço com outras três salas sendo montadas até o fim do semestre.

As salas são equipadas com ábaco, joguinhos educativos e programas de computador que auxiliam na aprendiza-gem, como explica a professora Cleonildes Ribeiro, formada em Psicopedagogia e língua de sinais: “Nós utilizamos letras e números para estimular o aprendizado da criança de acordo com suas necessida-des especiais. Ou seja, para cada aluno é elaborado um programa de atividades específicas, seja para trabalhar problemas de audição, cognitivos ou de entrosamento social”.

A linguagem de sinais também é desenvolvida através de professores de-vidamente capacitados para trabalhar com as crianças especiais. Elas contam com o auxílio do ‘professor cuidador’, fonoaudiólogo e psicólogo.

A Secretaria de Educação conta com outros programas. Confira.

PROGRAMA ATLETA NA ESCOLAPropicia todo material esportivo ne-

cessário para que os estudantes possam participar dos jogos escolares, internos e externos. O programa oferece condições adequadas para que os estudantes possam disputar e conquistar troféus e medalhas. É um incentivo à prática esportiva e in-serção social.

PROJETO “BALAIO LITERÁRIO”O grupo escolar Otacílio Pereira da Sil-

va investe no incentivo à leitura dos alunos, promovendo atividades que aproximam as crianças dos livros e provocam o interesse dos pequenos leitores pelo universo de informações e fantasias que podem ser descobertos no folhear das páginas. Um exemplo dessa atividade é apresentado pela coordenadora Geneilda Lira como o Balaio Literário, que está sendo realizado pela segunda vez na escola, promovendo um ciclo de atividades onde os pequenos estudantes assistem a vídeos de historinhas e são transportados num tapete mágico para um mundo de fantasias.

SALAS DE LEITURA/INFORMÁTICAA escola Adeildo Santana é uma das

mais bem equipadas do município, con-tando com sala de leitura para os alunos, sala de atendimento especializado e sala de informática climatizada, dispondo de computadores com internet e televisor para auxiliar na pesquisa dos estudantes.

Além disso, a unidade escolar se des-taca também por seu desempenho em provas que medem o índice educacional do estado, a exemplo do Saepe 2013, no qual a escola conquistou notas bem acima da média estadual.Prefeito Sebastião Dias se confraterniza com a comunidade durante evento ligado à educação

Programa “Balaio Literário” leva os alunos a viajarem pelo universo mágico da leitura

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Um Sertão verdejante e rico em belezas naturais

Atrativos movimen oA revistA que vAlorizA PernAmbuco

DOCUMENTA

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Localizada no sítio Cachoeira Grande, há 13 quilômetros do Centro da cidade, a conhecida Cachoeira de Maria Mendes

é ponto de encontro para tabirenses e visitantes de outras cidades. Com uma queda d’água de aproximadamente dez metros de altura, o local oferece um banho relaxante em meio à natureza, com mui-tas pedras e vegetação nativa cercando a corrente d’água.

A época mais propícia para visitação é no período de chuvas, pois a fonte seca durante o período de estiagem. No local, além de se banhar na queda d’água, é

possível degustar de uma deliciosa comida regional, como arroz de festa, pamonha, macaxeira, arrumadinho e galinha de capoeira, além de bebidas, é claro.

CLUBE CAMPESTREA poucos metros dali, outro ambiente

com amplo espaço e piscinas oferece lazer a um público formado por associados. Trata-se do Clube Campestre, formado por 150 sócios patrimoniais e outros 250 contribuintes, sendo aberto também ao público visitante, contando com forró pé de serra no segundo domingo de cada mês.

Sob a direção do presidente José Au-gusto Freitas, eleito em 2013, o clube está completando 30 anos no dia 15 de junho, uma data que será comemorada com muita festa e arrasta-pé para associados e convidados.

Além do lazer aquático, o Campestre é utilizado também para eventos de for-maturas, casamentos e recepções diversas.

PARk SOL Logo na entrada da cidade, no bairro

Riacho do Gado, é possível encontrar dois ambientes de lazer que recebem centenas de pessoas todos os finais de semana. O primeiro é o Park Sol, que funciona desde 2007 com piscinas, escorregos e shows artísticos de forró e axé em alguns domin-gos. No local, o visitante pode conhecer também o Espaço Kibacana, que expõe peças antigas e artesanais produzidas com materiais reciclados pela artesã Neuza Marques, irmã do proprietário, Moacir Marques. O local fica aberto aos sábados e domingos, podendo também ser alugado para eventos particulares.

Quem diria, em plena caatinga, Tabira reserva surpresas para o turista

Um banho de alegria no Sertão

Em meio ao sol forte e calor do Sertão nada como um banho de piscina nos clubes e parques aquáticos do município nos finais de semana

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PEDRA DO SINOUm dos cartões-postais de Tabira é a

famosa Pedra do Sino, que recebeu esse nome devido a um fato curioso, até hoje não explicado. Quando alguém bate nela com outra pedra o som que ecoa é igual ao badalar de um sino. Para quem quiser conferir de perto esse ponto turístico, a pedra fica localizada no Sitio Cachoeira Grande, a cinco quilômetros da cidade, com acesso pela estrada que liga Tabira ao distrito de Borborema.

POÇO ESCRITOLocalizado no Espírito Santo Velho,

zona rural de Tabira, o Poço Escrito é considerado um dos pontos turísticos e históricos mais importantes do municí-pio. Trata-se de um emblemático sítio arqueológico, que chama a atenção pelo mistério que envolve as escrituras encon-tradas em suas pedras, indecifráveis até então, e que, além disso, encanta com sua beleza natural.

O local é uma fenda de pedras por onde passa o Rio Espírito Santo. De acordo com registros locais, as pedras já foram analisadas por diversos estudiosos sem que se chegasse a um resultado que explicasse a origem das inscrições.

Os habitantes mais antigos arriscam dizer que seriam sinais deixados pelos holandeses durante a invasão a Pernam-buco, em 1630. Outros sugerem que os sinais teriam sido feitos pelos índios, como forma de expressar seus pensamentos. E, por fim, alguns estudiosos afirmam que é impossível fazer a tradução, pois não sen-do sinais, seriam escritos desconhecidos, possivelmente deixados numa Era antes de Cristo.

O Poço Escrito consta no inventário do Patrimônio Histórico do Sertão do Pa-jeú, da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e precisa, urgentemente, ser revitalizado para voltar a ser visitado como ponto turístico da cidade.

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DOCUMENTA

Na festa de emancipação a saúde pública do município ganha um grande presente: a inauguração do Hospital

Municipal, que foi praticamente recons-truído, recebendo equipamentos mais modernos e ambientes que dispõem de maior conforto para os pacientes.

Um novo hospital público está surgin-do no lugar da antiga unidade de saúde de Tabira. Em obras desde agosto de 2013, o Hospital Municipal passou por uma verdadeira reconstrução, com novas salas e espaços mais adequados para o atendimento e tratamento de pacientes.

Entre as novidades encontradas no hospital, o secretário de saúde, Allan Dias, destaca as novas enfermarias, salas de cirurgia, cozinha totalmente equipada, ala de esterilização, entrada com maior acessibilidade e área específica para aten-dimento dos casos de emergência.

O mestre de obras José Amaral é o responsável direto pela realização dos serviços, através da construtora Cons-brasil. Amaral demonstra satisfação ao apresentar o resultado do seu trabalho. “Trabalhamos duro nesses últimos meses, mas no fim deu tudo certo e agora a obra finalmente está pronta”, comemora. Além de toda infraestrutura física, o hospital contará com equipamentos de última geração.

Qualidade de vida e bem-estar da população em primeiro lugarVárias ações estão sendo implementadas pela atual administração no segmento da saúde pública

PROJETOO hospital fica localizado próximo à

entrada principal da cidade e ocupa uma área de 900 metros quadrados. Durante sua reforma o atendimento passou a ser feito nos dois anexos que ficam ao lado, oferecendo especialidades como pediatria, cardiologia, endoscopia, psiquiatria e clínica geral. A unidade também oferece medicamentos gratuitos e análises labo-ratoriais.

“Estamos elaborando um projeto para contratar serviços especializados de médicos que atendem em suas clínicas, de forma que possam prestar o mesmo serviço dentro do hospital, ampliando ainda mais os tipos de atendimento ofe-recidos pela rede pública, como cirurgia e anestesiologia”, adianta Allan Dias.

A entrega do novo hospital acontece durante a festa de emancipação da cidade no dia 27 de maio. O secretário de saúde revela ainda que o próximo passo da

sua pasta é providenciar a reforma dos anexos, o que pode acontecer até o final do ano.

MELHORIASO governo municipal está investindo

forte em melhorias para o atendimento na saúde da população tabirense. Somente este ano deverão ser construídas três no-vas Unidades Básicas de Saúde (UBS) nos bairros de Fátima, João Cordeiro e Vitori-no Gomes. Além dos terrenos, adquiridos com recursos próprios, cada nova unidade está orçada em R$ 408 mil, viabilizadas com verbas do Ministério da Saúde.

Em 2013, a secretaria reformou cinco Postos de Saúde da Família (PSF) e reto-mou as obras de construção de uma nova unidade de saúde, que estava abandonada desde 2010. Segundo o secretário de obras, Mário Amaral, os trabalhos deverão ser concluídos até o próximo mês de julho.

Graças ao empenho dos servidores

Saúde

População terá um atendimento ainda mais especializado com a inauguração do novo hospital

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públicos, o município está mais próximo de poder contar com um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), que para ser instalado depende apenas da liberação de uma portaria do Ministério Público. Assim que for implantado, a população passará a ter acesso à consulta com profis-sionais de educação física, nutricionistas, fisioterapeutas e fonoaudiólogos.

Já para fazer o transporte de doen-tes, além de recuperar toda a frota que havia no município, o governo ainda conseguiu adquirir outros veículos, como uma ambulância Doblô, uma Pick-Up Ranger para a Vigilância Sanitária, uma Parati, doada pela empresa Souza Cruz para a Atenção Básica, uma Van para o transporte de pessoas até a capital (TFD), conquistada através do Selo Unicef (Pro-grama PE Conduz) e uma unidade do Samu, que está prestes a ser colocada em funcionamento, dependendo apenas de uma autorização da Unidade Regional de Serra Talhada.

MUDANÇAA Secretaria de Saúde de Tabira vem

conquistando a cada dia mais ainda a confiança da população, que já começa a sentir os efeitos da mudança. São benefí-cios para os próprios profissionais ligados à pasta e que se refletem em mais serviços e vantagens para a comunidade.

O profissional da saúde é valorizado com pagamento de salários dignos e atu-alização das gratificações. Entre outras ações da secretaria estão a doação de próteses dentárias, através do Progra-ma Brasil sem Miséria e realização de cirurgias de catarata em parceria com a Fundação Altino Ventura, do Recife.

A secretaria também foi favorecida com emendas no valor de R$ 600 mil para compra de novos equipamentos para o hospital; emenda dos senadores Jarbas Vasconcelos e Humberto Costa (R$ 250 mil) para compra de equipamentos para a Atenção Básica e outros R$ 250 mil para construir a sede do Serviço de Atendimen-to Móvel de Urgência (Samu), que deverá ser construída até o final do ano. Secretaria de Saúde ultima os preparativos para a inauguração do novo hospital da cidade

Os pacientes recebem atendimentos humanizados nos centros de saúde do município

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DOCUMENTA

Fundada em 10 de maio de 1994, a Associação dos Poetas e Prosadores de Tabira (APP-TA) completou seus 20 anos de

existência com missa em Ação de Graças e noite de poesias em praça pública.

A atual presidente, Andreia Miron, que está no segundo mandato, explica como tudo começou: “A associação foi fundada por um grupo de poetas de Tabira, que se reunia frequentemente na praça e residên-cias dos companheiros para declamar seus versos e prosas. A ideia foi encabeçada pelo poeta Osvanildo Almeida, começando com 10 associados e contando atualmente com 50”, contou Andréia, que ocupa a função de presidente desde 2010.

Entre os fundadores estão grandes nomes da poesia tabirense, como Dedé Monteiro, Dulce Lima e Albino Pereira, pai do cantor e compositor Paulo Matri-có. Os associados se reúnem sempre no primeiro sábado de cada mês, no Salão

dos Vicentinos. Entre as atividades de-senvolvidas pelo grupo estão recitais em escolas, promoção de eventos culturais e religiosos e o programa Ponto de Cultura, que propicia o aprendizado da poesia para estudantes de todo o município, através de oficina realizada durante três meses, uma vez por semana, no contraturno das escolas.

Na Escola de Poesia, os alunos apren-dem sobre rimas, métrica, contação de história, teatro e expressão oral e corpo-ral. O programa existe desde 2009 e já formou mais de 100 alunos.

Juntas, estas atividades fazem com que a poesia esteja presente na vida das pessoas. “A APPTA vem sendo fundamen-tal para fortalecer a cultura, em nível local e regional, pois levamos o nosso trabalho ao conhecimento de outras cidades para que sirva de exemplo. Todo mundo co-labora e, juntos, eternizamos a poesia”, concluiu Andreia Miron.

O grupo está construindo sua sede própria a dois quilômetros do Centro da cidade, na saída para Afogados da Inga-zeira, em terreno doado pela prefeitura.

NOVA GERAÇãO

Foi em observação ao crescente inte-resse de jovens tabirenses pela arte da po-esia que o secretário de Juventude e Meio Ambiente, José Carlos Lima Nunes, o Zecarlos do Pajeú, idealizou a Associação da Juventude Poeta de Tabira (Ajupta), que se transformou em realidade no dia 12 de março de 2011, propositalmente escolhido em alusão ao Dia da Poesia.

O grupo de associados começou com cerca de 20 integrantes, na intenção de promover a cultura da poesia declamada e cantada entre os jovens da cidade, com oficinas e palestras em escolas locais e até de outras cidades. Os encontros aconte-cem mensalmente na Casa da Juventude, no Centro da cidade.

A prata da casa na poesia e na arteDeclamadores, violeiros, repentistas, cronistas, escritores e poetas tabirenses se organizam em grupos que ajudam a propagar e manter viva a cultura da região

Festividades

Cantadores, poetas, intelectuais e repentistas de todas as gerações participaram das festividades em homenagem ao aniversário da APPTA

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Um evento que já virou tradição no Sertão do Pajeú é o carnaval fora de época “Tabira Elétrico”,

que acontece uma vez por ano nos dias que permeiam o Réveillon e atrai uma verdadeira multidão, vinda de diversos municípios da região. Este ano, a festa aconteceu no dia 5 de janeiro, tendo como atração principal a banda Aviões do Forró, fazendo a festa no Estádio “O Cordeirão”. A organização é do vereador e empresário José Ubirajara Filho (Zé de Bira), que promete manter o evento no calendário de festividades do município ainda por muito tempo. Entre os funda-dores do evento estão ainda Júnior, Fábio, Fifa, Marcelo e Pedro Belo.

O Tabira Elétrico vai comemorar 10 anos congregando milharesde foliões num dos festejos mais frequentados da região do Pajeú

O Carnaval Alegria do Sertão

Criador do Tabira Elétrico, Zé de Bira, ao lado dos pais Maria das Neves e Ubirajara Jucá

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TABIRA COMEMORA 65 ANOS NO RITMO DO DESENVOLVIMENTO

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TABIRA COMEMORA 65 ANOS NO RITMO DO DESENVOLVIMENTO

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DOCUMENTA

Pessoas com deficiência cogniti-va, alcoólatras, esquizofrênicos, depressivos e até dependentes químicos podem contar com o

apoio do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Francisco de Assis, que funciona em uma chácara a dois quilômetros do centro de Tabira.

De acordo com definição do Ministério da Saúde, “os CAPS são unidades espe-cializadas em saúde mental para trata-mento e reinserção social de pessoas com transtorno mental grave e persistente, oferecendo um atendimento interdiscipli-nar, composto por uma equipe multipro-fissional que reúne médicos, assistentes sociais, psicólogos e psiquiatras, entre outros especialistas”.

Em Tabira, o serviço vai além e dispõe de veículo para transportar os pacientes entre as residências e a chácara, onde eles recebem todo atendimento necessário du-rante os dias de tratamento e alimentação balanceada, com cardápio indicado por nutricionista. Os trabalhos são promo-vidos por uma equipe de profissionais composta por assistente social, psicólogo, psiquiatra, terapeuta ocupacional, enfer-meiro e técnico.

Atividades de grupo, passeios externos, medicamentos adequados e uma alimentação balanceada auxiliam no tratamento e reintegração social de pessoas com distúrbios psicológicos

Atendimento especializado para quem mais precisa

Rachel Amorim, coordenadora dos Caps Francisco de Assis, explica que o serviço ajuda tanto o paciente quanto à família, que, na maioria das vezes acaba não sabendo lidar da forma mais correta com esses problemas.

“O tratamento é feito através de medicamentos e atividades manuais, que propiciam uma maior integração social

dos pacientes a fim de que consigam con-viver com menos preconceito no dia a dia. É gratificante observar a evolução de cada um e os resultados são notáveis, tanto para eles como para as famílias”, avalia Raquel. O trabalho é complementado por uma visita da equipe à residência de cada paciente para conhecer a realidade em que está inserido.

Ação Social

No CAPS Francisco de Assis, pacientes são atendidos com várias atividades manuais

Os trabalhos sociais são importantes para a terapia ocupacional de todos que precisam

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Ao ser levado para o Caps, o paciente é devidamente acolhido e passa por uma triagem psicológica e médica, através da qual é definido se fica no local ou é encami-nhado para outra unidade especializada. Caso permaneça, ele passa a fazer parte dos grupos terapêuticos, participando de oficinas com trabalhos manuais que ajudam a desenvolver a coordenação mo-tora, capacidade produtiva, criatividade e interação com os demais.

Além disso, a equipe promove ativida-des externas que dinamizam o tratamen-to, conforme conta a terapeuta ocupa-cional Georgia Crispim: “Já levamos eles para passear em parques, sítios, piscinas e fizemos até visitas a locais históricos em outras cidades, sempre no intuito de estimular a recuperação e participação social do grupo”.

O dinheiro gasto nessas atividades externas é fruto de trabalho promovido pelos próprios pacientes, que vendem suas

peças artesanais em feirinhas promovidas pela equipe, no Centro da cidade. São porta-retratos, bijuterias, panos de prato, quadros e adereços ornamentais produzi-dos com material reciclável.

Uma das principais atividades do gru-po acontece em alusão ao dia 18 de Maio, lembrado como o Dia Nacional da Luta

Antimanicomial. A data é marcada com passeata de conscientização, reunindo pacientes, familiares, equipe profissional e a população em caminhada pelas ruas da cidade.

O Caps Tabira tem mais de 190 pa-cientes cadastrados, desses cerca de 60 continuam em tratamento.

Equipe do CAPS promove vários encontros visando estimular à recuperação dos assistidos

Terapia de grupo e passeios dinamizam o tratamento

Imagine que você seja convidado para um passeio, onde um veículo passa na sua casa para lhe buscar

e ao chegar no local você percebe que terá café, almoço e jantar com cardápio elaborado por um nutricionista. E caso precise relaxar, poderá chamar os ami-gos para jogar, brincar, conversar ou até tomar um belo banho de piscina. E o melhor: tudo de graça. Pois isso tudo é uma realidade e está à disposição de jovens e adultos de Tabira que fazem parte do antigo Peti (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) e Projovem, incluindo o trabalho com idosos. O novo local para o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos começou a funcionar no iní-cio deste ano e está localizado em um condomínio fechado no bairro Rosa Xavier, com total segurança para os beneficiários.

Convivência e fortalecimento de vínculos

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Além das palestras e passea-tas de conscientização, uma equipe monitora as feiras para identificar e retirar crianças

que estejam trabalhando, levando-as para o Centro de Convivência da cidade, onde eles dispõem de alimentação balanceada, piscina e atividades de lazer

Em Tabira, os esforços vêm sendo constantes para reduzir o número de crianças trabalhando, principalmente nos dias de feira livre, onde muitos são

Contra a exploraçãodo trabalho infantil

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DOCUMENTAAção Social

Centro de Convivência assiste menores para que tenham uma infância melhor e saudável

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obrigados pelos pais a saírem em busca de dinheiro para ajudar na renda familiar, o que não é correto.

Neste sentido, a Secretaria de As-sistência Social promove palestras de conscientização para as famílias, para que possibilitem que seus filhos tenham uma infância saudável, dedicada aos estudos e sem assumirem certas responsabilidades que caberiam somente aos adultos. Há palestras também para as crianças, fa-lando sobre as consequências do trabalho infantil.

Para ajudar a inibir essa prática, a secretaria mantém um serviço de busca ativa e visitas domiciliares para fazer o mapeamento de crianças em idade es-colar. Uma equipe identifica e retira as

crianças que estiverem trabalhando nas ruas, levando-as para o Centro de Con-vivência, onde contam com atividades criativas, divertidas e educativas, para que vivenciem sua infância como deve ser. O trabalho é complementado com panfletagem e colocação de cartazes em locais públicos.

Para consolidar ainda mais esse trabalho, o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil (12 de junho) é lem-brado com passeata pelas ruas da cidade, como forma de conscientizar tanto os pais como a população em geral sobre a importância de que cada criança possa desfrutar de sua infância dedicando-se aos estudos, atividades de lazer e muita brincadeira.

“A melhor Casa de Apoio do estado, no Recife, é a de Tabira”. A afirmação é da secretária de Assistência Social, Iêda Melo, sobre o imóvel alugado pela prefei-tura para dar amparo aos munícipes que saem da cidade para fazer tratamento médico no Recife e precisam passar o dia inteiro ou até mais de um dia na capital. “A casa tem dez quartos, cinco banheiros, poço artesiano, 32 camas e até berços. Além disso, cinco funcionários tomam conta do local, cozinhando e fazendo a limpeza”, destaca a secretária, explican-

do que a casa recebe uma média de 120 pessoas por semana.

Outro ponto de apoio que dá suporte aos tabirenses é a Casa do Estudante, que comporta 22 alunos universitários de Tabira, que estudam no Recife. No local, eles contam com alojamento completo e três refeições diárias, dividindo apenas os custos de manutenção, numa média de R$ 120,00 por pessoa. Para entrar na casa é preciso fazer um cadastro comprovando que está matriculado em alguma institui-ção de ensino da capital.

Casas de apoio dão suporte na capital

Espaço no Recife para acomodar tabirense é muito bem equipado, oferecendo conforto

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O apoio a quem mais precisa tem um valor especial, principalmen-te quando se trata de pessoas

carentes que, quando bem instruídas e cuidadas, podem fazer a diferença na hora de trabalhar, melhorando a qualidade de vida e contribuindo inclusive com o crescimento da economia local.

Catadores de lixo recebendo uniforme padrão e sendo convidados para almoço de confraternização. Não acredita?! Pois em Tabira isso é apenas uma das ações promovidas pela Secretaria de Assistência Social, que também distribuiu uniformes para os garis, margaridas e trabalhadores do cemitério público.

De acordo com a secretária Iêda Melo, o foco das atividades é priorizar o atendi-mento às famílias e profissionais que, na maioria das vezes, são menos prestigiados pelo poder público, dando um suporte e melhorando suas condições de trabalho. Outro exemplo dessa assistência está no matadouro público, onde as mulheres tratadoras de vísceras, que trabalham

como autônomas, também ganharam três caixas d’água para auxiliar na higieniza-ção do local.

Um pouco mais distante dali, máqui-nas e escavadeiras abriram caminho entre os entulhos do lixão para formar uma es-trada de acesso ao local e reservaram uma

área de depósito para que os catadores possam separar o lixo que considerarem como reciclável. São 17 pessoas ao todo. Elas foram devidamente cadastradas e convidadas para uma palestra sobre doenças e contaminação, sendo inclusive vacinadas.

Desde o ano passado, a Assis-tência Social vem fazendo a distribuição de enxovais de

bebê para mulheres que estão no sétimo mês de gravidez. No entanto, um novo projeto está entrando em vigor para que estas mães sejam inseridas na Es-cola de Corte e Costura e aprendam um ofício, tendo, inclusive, a oportunidade de costurarem seus próprios enxovais, com toda matéria-prima cedida pela prefeitura.

A solidariedade também chega aos distritos, com distribuição de 81 cober-tores para famílias carentes da Vila de Borborema, considerado como o lugar mais frio da cidade. A prioridade é para as mães que têm mais de cinco filhos. Já para o Dia das Crianças, uma parceria

com a empresa de ônibus Progresso possibilitou a distribuição de 3.500 brin-quedos para alunos da rede municipal de ensino.

A Secretaria de Assistência Social promove ainda ações de inclusão social em datas especiais, como o jantar do Dia da Mulher, montado para dezenas de mães e jovens de bairros pobres da cida-de. No Natal de 2013, garis, margaridas, catadores de lixo, trabalhadores do ma-tadouro e do cemitério foram convida-dos para um almoço de confraternização no pátio da Escola José Odano, em clima de festa e descontração. Já à noite, foi a vez dos 17 presos que cumpriam pena na cadeia local desfrutarem de um jantar natalino, já que não podiam estar com suas famílias.

Atenção especial aos menos favorecidos

É hora de ensinar a pescar

Profissionais da limpeza e do cemitério são beneficiados com fardamento pela municipalidade

Primeira-dama Iêda Dias: jantar para os presos

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Observando a situação precária em que vivem muitas famílias de Ta-bira, a Secretaria de Assistência

Social vem se mobilizando para promover pequenas reformas em residências parti-culares de pessoas carentes, bem como a construção de algumas casas nos bairros Nova Alvorada e Cohab. Além disso, as mulheres de Tabira recebem apoio do Governo Municipal para participar do Programa Mulheres Mil, do Governo Federal, dispondo de ônibus grátis para transportá-las até Afogados da Ingazeira, três dias por semana. São quatro meses de curso, onde as 25 mulheres matricu-ladas têm a chance de aprenderem uma profissão e conquistarem seus espaços no mercado de trabalho, passando a contri-buírem com a renda familiar.

A chamada “boa idade” requer uma atenção especial, com mais carinho e cuidados a quem já não

tem mais tanta força e disposição para trabalhar, muitas vezes carecendo da

ajuda de outros até para se locomoverem.Pensando nisso, a Pastoral da Saúde

de Tabira fundou, em 2002, o Lar dos Idosos Nossa Senhora dos Remédios, conquistado através de muito esforço

pela então coordenadora Iêda Melo. Foi ela quem levantou a bandeira para con-seguir o terreno (doado pela prefeitura) e promover a construção – custeada com recursos vindos da Itália, através do padre Carlo Tessályo, sob o intermédio do padre Mário Costalunga.

Iêda Melo presidiu o local durante nove anos, passando o cargo para Leonizia Almeida, que comanda os trabalhos com o apoio da coordenadora Gorete Diniz. Como vice-presidente, Iêda fala em deta-lhes sobre o lar que ajudou a erguer: “O lar é um orgulho para Tabira, atendendo a 26 idosos que moram no local e que recebem toda a assistência necessária, com seis refeições diárias, sala de fisio-terapia com aparelhos básicos de ótima qualidade, medicamentos e atividades ocupacionais”, enumera.

O local é mantido com a ajuda de dez voluntários e doações financeiras feitas por comerciantes locais e cestas básicas angariadas, eventualmente, por estudan-tes da rede municipal de ensino, através de projetos da Secretaria de Juventude e Meio Ambiente.

Novas moradias

Lar do idoso faz a diferença na terceira idade

Secretária de Assistência Social, Iêda Dias, visita população carente no seu próprio habitat

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movimen oA revistA que vAlorizA PernAmbuco

DOCUMENTA

O centro comercial de Tabira é formado por diversas áreas, casas de materiais de constru-ção, vários supermercados,

gráficas, vidraçarias e lojas de roupas finas. O detalhe é que as vidraçarias aten-dem a clientes diretos e indiretos, através de representantes comerciais espalhados por todo o país.

Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Joselito Ro-drigues, Tabira é a cidade que mais cresce entre as 17 cidades do Sertão do Pajeú, justamente devido a esse tipo de comércio, que propicia uma ótima fonte de renda para os comerciantes locais. Além desse setor, o comércio de peças de vestuário é muito forte na cidade.

“Tabira tem entre 15 a 18 pessoas que viajam constantemente para comprar roupas e acessórios de marca em São Paulo e revender aqui a preços bem aces-síveis”, demonstra Joselito Rodrigues, pioneiro nesse tipo de comércio na cidade.

Já na área gastronômica, a cidade conta com pizzarias, churrascarias, lan-chonetes e bares que atraem pessoas até de outras cidades, principalmente nos finais de semana. Um dos locais mais aconchegantes para encontrar os amigos em Tabira é sem dúvida o bar e restau-rante “O Botequim”, inaugurado em 29 de março de 2013 pelo empresário Hérico Amorim em parceria com a cozinheira Charlene Roque.

Localizado ao lado da igreja matriz, no Centro da cidade, o bar tem um forma-

to diferenciado, com ambiente climatiza-do, requinte, conforto e pratos especiais. A decoração é ilustrada com imagens históricas da cidade: praças em 1929, o cinema Cine Alvorada e personalidades históricas visitando a cidade, a exemplo do Frei Damião recebendo o título de Ci-dadão Tabirense e o cantor Luiz Gonzaga, quando cantou na Festa da Padroeira. Aberto de quinta a domingo, o espaço comporta uma média de cem pessoas e pode ser, inclusive, alugado para eventos.

CERÂMICAIntegrando o polo industrial do muni-

cípio, uma das empresas mais avançadas na área e que vem crescendo de forma acelerada é a indústria Cerâmica Tabira, localizada na PE-320, no sentido de Afo-gados da Ingazeira. É líder na região na produção de blocos e lajotas, atendendo clientes na só do Pajeú mas do vizinho estado da Paraíba. É o desenvolvimento econômico e social gerando emprego e renda para milhares de tabirenses.

Comércio e indústria alavancam o crescimento econômicoSetor comercial está em expansão e polo industrial é diversificado

Economia

Centro comercial do município possui amplas e modernas lojas de vários segmentos

Fabricando blocos e lajotas de qualidade a Cerâmica Tabira atende Pernambuco e a Paraíba

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Três grandes fábricas de pipocas e salgadinhos são o destaque na área industrial de Tabira, gerando juntas uma média de

400 empregos diretos e indiretos, aten-dendo a praticamente todo o Nordeste, através de representantes comerciais. Os empreendimentos são administrados por três irmãos, cada um com sua marca e linha de produtos diferentes.

Tudo começou por iniciativa de Pe-dro Barros, que inaugurou a fábrica de pipocas Copa do Mundo, em 1978. Com o negócio prosperando, poucos anos depois resolveu ajudar os irmãos a tam-bém montarem suas fábricas. Foi então que surgiram a Kigarot, do empresário Paulo Manú, e Kimania, gerenciada por Clovis Manú.

ALMOFADASDezenas de famílias passam o dia

personalizando pedaços de panos que, depois de costurados e escovados se transformam em almofadas personali-zadas. O produto começou a despertar interesse há cerca de dez anos e se trans-formou em uma fonte de renda para mais

de 500 pessoas, que trabalham como autônomas em suas casas e ganham por cada peça produzida.

Os produtos são todos confecciona-dos sob encomenda, num trabalho de porta-a-porta realizado por centenas de vendedores, espalhados pelo país.

Eles viajam para cidades distantes e passam de 15 a 30 dias oferecendo o pro-duto através de catálogos nas residências, com a promessa de entregarem a almo-fada com o nome e desenho preferido ou escudo de times, de acordo com o pedido de cada cliente.

Existem cerca de 8 a 10 pontos de produção de almofada no município, cada um com seu grupo de bordadeiras cadastradas. Somente em um deles, o proprietário afirma que confecciona uma média de duas mil peças por mês, que são vendidas ao preço de R$ 50 cada. Como se trata de um trabalho artesanal, esse capital chega ao município com isenção total de impostos, fazendo dessa atividade um grande potencial para a economia local.

Pipocas e almofadas representam o empreendedorismo tabirenseEmpreendimentos, que ultrapassaram as fronteiras do estado, geram emprego e renda para o município

Produtos Copa do Mundo são pioneiros e representam a cidade no setor de pipocas e salgados

As almofadas confeccionadas em Tabira são vendidas em todo o país no sistema de porta em porta

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Tabira não chega a ser uma cidade turística, mas está lo-calizada num ponto estraté-gico, equidistante cerca de

400 quilômetros do Recife, João Pessoa, Araripina e Petrolina. Para os viajantes, dispõe de várias hospedarias espalhadas pelo centro da cidade, onde se destaca a Pousada Bezerra, localizada na Avenida Antônio Pereira Amorim, famosa por re-ceber artistas e bandas que se apresentam em shows pela região.

O empresário Pedro Bezerra destaca a importância da pousada para o muni-cípio: “Construímos o posto e a Pousada Bezerra em 2000, na intenção de oferecer um serviço de qualidade, que se desta-casse na região. Hospedamos artistas como Netinho, Bruno e Marrone, Ariano Suassuna e bandas como Aviões do Forró, Calypso e Garota Safada, entre outras.

Setor de hotelaria é diversificadoPousadas oferecem conforto e bem-estar para os hóspedes

Teve dia de estarmos com três bandas diferentes hospedadas aqui na pousada”, declara o empresário. A pousada dispõe de 45 apartamentos bem equipados, estacio-namento próprio, loja de conveniências,

restaurante, posto de combustíveis e au-ditório para reuniões e eventos. A cidade conta ainda com outras pousadas, tendo uma rede hoteleira das mais procuradas e eficientes da região.

O comércio de veículos em Tabira é bem representado pelo em-presário Rivonaldo Ferreira de

Lima, o Mergulhão, que há nove anos iniciou seu negócio com apenas quatro motos, em sociedade, e hoje trabalha com venda e aluguel de veículos, com prédio próprio e escritório no Centro da cidade. Entre seus inúmeros imóveis e comércios, destacam-se a Stop Car, para revenda de veículos novos e usados, e LL Serviços, com mais de cem carros locados e sublocados.

Utilizando-se de seu potencial admi-nistrativo, começou a investir também na criação de ovelhas, cabras e cavalos, com animais que chegam a custar R$ 500 mil. Ao todo, suas empresas empre-

gam cerca de 125 colaboradores, entre motoristas, cuidadores, vendedores e

outras atividades. Um exemplo de pro-fissional que cresce no ritmo de Tabira.

“Mergulhão” movimenta mercado de veículos

O casal empreendedor Pedro e Betinha Bezerra comandam a pousada e o autoposto Bezerra

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Uma das formas mais antigas de comércio continua sendo uma das fontes de renda mais representativas de Tabira: a

venda porta-a-porta. Já pensou pegar aquela foto antiga que está jogada na gaveta e transformá-la em um belíssimo quadro para pendurar na parede da sala, totalmente restaurada, emoldurada e sem perder as características originais? Pois bem, este tipo de serviço é oferecido a clientes de todo o Brasil, sem que eles precisem sequer sair de casa. Toda a produção é feita em gráficas na cidade de Tabira.

De acordo com o presidente da Câma-ra de Dirigente Lojista (CDL), Joselito Rodrigues, a atividade representa boa parte do rendimento obtido no muni-cípio, ajudando a cidade a crescer e se desenvolver, com inúmeras construções sendo erguidas e a venda de materiais de construção em alta.

Milhares de tabirenses passam sema-nas viajando pelo país, oferecendo a recu-peração de fotos antigas nas residências das pessoas e voltam para casa trazendo lucro, fazendo a economia da cidade crescer. O diferencial deste serviço está na facilidade e conforto do cliente, que não precisa sair de casa para mandar fazer o serviço. Tudo é feito de forma simples e direta, sem muita burocracia.

O proprietário da Imagem Publicida-

de, Hérico Amorim, revela que mantém uma equipe de 68 pessoas trabalhando em três turnos, das 7h30 às 21h, e que mais da metade está diretamente envolvida com o tratamento, impressão e emolduramento de fotos, para dar conta dos milhares de pedidos que chegam na gráfica todos os dias. “Meus principais clientes são mesmo os coordenadores de grupo, que contratam suas equipes e saem visitando cidades pelo Brasil afora. Eles passam de

Serviço emprega entre cinco a seis mil tabirenses, que viajam o país todo oferecendo-o de porta em porta

Personalização de fotos é diferencial

PARTICIPAR DO DESENVOLVIMENTO DE TABIRA É NOSSO COMPROMISSO

Gilverlândio F. Canjão Edmundo Dantêz CordeiroEdilson Oliveira da SilvaAristóteles C. Monteiro Brasão de Tabira

INICIATIVA DOS VEREADORES QUE INTEGRAM A CÂMARA MUNICIPAL DE TABIRACASA LEGISLATIVA LUIZ GONZAGA DANTAS - A CASA DO POVO A SERVIÇO DOS TABIRENSES

Heleno Aldo de Santana

Imagem Publicidade é dotada de tecnologia de ponta na produção de molduras e brindes

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PARTICIPAR DO DESENVOLVIMENTO DE TABIRA É NOSSO COMPROMISSO

Sebastião Ribeiro

INICIATIVA DOS VEREADORES QUE INTEGRAM A CÂMARA MUNICIPAL DE TABIRACASA LEGISLATIVA LUIZ GONZAGA DANTAS - A CASA DO POVO A SERVIÇO DOS TABIRENSES

15 a 30 dias viajando e voltam cheios de pedidos, numa média total de 60 a 80 mil fotos por mês”, assegura o empresário.

A gráfica faz todo o trabalho de produ-ção, desde a recuperação da imagem até o corte, pintura e montagem das molduras e entrega tudo pronto num prazo de 30 dias, data em que os vendedores retornam às residências dos clientes para entregarem o produto e receberem o pagamento.

PIONEIRISMOA venda de quadros personalizados

pelo Brasil afora é um sucesso para muitos

profissionais de Tabira, no entanto pouca gente sabe de onde surgiu a ideia e como tudo começou. De acordo com o empresá-rio Audo Siqueira, o primeiro cidadão de Tabira a trabalhar com oferta de quadros personalizados porta-a-porta foi o pai dele, Dionelson Amancio de Siqueira, que montou a Vidraçaria Siqueira nos idos de 1929, e abriu caminhos na área para muitos outros investidores da cida-de. “Hoje, nossa família inteira trabalha nesse ramo, tanto em Pernambuco como em outros estados, como Paraíba, Pará e Rio Grande do Norte”, diz o empresário.

Audo Siqueira conta que também já fez esse trabalho e que toda vez que vol-tava de alguma venda investia o dinheiro em novos produtos para a vidraçaria, como tintas, conexões hidráulicas e outros materiais, até que a loja se transformou em casa de material de construção e decoração, sob sua gerência. “Estamos com três lojas em Tabira e mais uma filial em Afogados. Se alcançamos o sucesso é porque seguimos os passos do nosso pai, que foi o pioneiro no comando de turmas de quadro em Tabira”, concluiu o empresário.

Adeval José dos Santos José Ubirajara FilhoMaria Nelly SampaioMarcos Antonio da SilvaJosé Carlos de Menezes

O empresário Audo Siqueira ao lado da esposa Sandra e dos colaboradores conduzem com sucesso a Vidraçaria Siqueira, pioneira na cidade

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Localizada a um quilômetro do centro da cidade e ocupando uma área de quatro mil metros quadrados, a Feira de Gado de

Tabira é reconhecida, nada mais nada menos, como a segunda maior de Pernam-buco, ficando atrás apenas da de Caruaru, no Agreste. O comércio acontece sempre

às quartas-feiras e reúne pecuaristas e fazendeiros de várias cidades e estados do Nordeste, como Bahia, Alagoas, Paraíba e Piauí para comprar e vender animais, seja para engorda, abate ou mesmo para auxiliar na agricultura familiar.

Carros de boi, caminhões de gado, homens montados em cavalos ou puxan-do animais pela corda são as cenas mais comuns de se ver nesse espaço que, nas palavras do poeta Jessier Quirino, “isso é cagado e cuspido paisagem do interior”.

A Feira de Gado de Tabira é uma importante fonte de renda para muitos

comerciantes da região, sendo responsável por grande parcela de movimentação da economia local. Afinal, além dos animais, no entorno do curral são oferecidos diversos materiais e equipamentos de uso necessário na vida do campo. São arreios, ração animal, cordas, ferra-mentas, botas, máquinas forrageiras, bombas d’água, sementes, porteiras e até motocicletas.

Dezenas de bares também funcionam no local e que são frequentados por agri-cultores que aproveitam para colocar o papo em dia com os amigos, como é o caso

Comércio acontece às quartas-feiras e reúne pecuaristas de várias cidades do Nordeste

Feira de Gado é referência em toda a região nordestina

Comércio de animais movimenta aproximadamente R$ 2 a R$ 3 milhões a cada semana, naquela que é tida como a segunda maior de Pernambuco

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de Antônio Ferreira, morador do Sítio Arara. “Venho aqui porque acho bonito e é como se fosse um ponto de encontro com os companheiros”, diz o camponês, que mesmo sendo pecuarista não perde uma feira.

De acordo com o secretário de Agri-cultura, Beto Santos, estipula-se uma circulação média de dois a três milhões de reais por feira, somando-se a venda de animais com os tais “perneira, chapéu e gibão”.

CONTROLE Semanalmente, a feira recebe cen-

tenas de pessoas que levam milhares de animais para serem vendidos ou trocados. O controle de acesso ao curral é feito pela Adagro, que só autoriza a entrada dos animais mediante apresentação da Guia de Transporte Animal (GTA) pelo proprietário. “Aqui entra uma média de duas mil cabeças de gado por feira, sem contar os caprinos e ovinos que somam mais uns 1.800, e outros 900 suínos, além

das aves, como guinés e galinhas”, calcula o coordenador da Adagro Regional de Afogados da Ingazeira, João Afonso, que presta assistência à Unidade de Serviço Veterinário Estadual (Ulsave) de Tabira.

Afonseo revela que os caminhões co-meçam a chegar na tarde da sexta-feira e os fiscais precisam estar apostos para ave-riguar a documentação, garantindo que a vacinação de cada animal esteja em dia, a fim de minimizar os riscos de proliferação da febre aftosa na região. “Quem comprar um animal que não tenha GTA estará sujeito à multa, que vai de R$ 60 a R$ 2.000. Já os que comprovarem a vacina-ção poderão retirar a GTA na hora, aqui mesmo na feira”, explica o coordenador.

PEQUENOS PRODUTORESO agropecuarista José Romildo Al-

ves saiu de casa logo cedo puxando sua vaquinha ainda com o ubre cheio de leite a fim de fazer negócio na feira de Tabira. Pagou R$ 20 pelo transporte e mais R$4 pela entrada do animal com o bezerro,

mas saiu bem satisfeito. Vendeu a vaca leiteira por R$ 2.650, quantia que vai utilizar na compra de um terreno vizinho à sua propriedade, no sítio Caiçara dos Né, zona rural de Carnaíba, a 20 quilômetros de Tabira.

“A vaca é boa. Dá até dez litros de leite por dia. Se eu quisesse esperar podia vender até por mais de três mil reais, mas estou precisando do dinheiro para investir num terreno, onde vou aproveitar o inver-no para plantar milho e feijão”, garante José Romildo, que possui outras dez vacas leiteiras em seu curral.

Assim como José Romildo, cente-nas de outros produtores e fazendeiros transformam seus animais em dinheiro a cada feira, fazendo circular milhões em poucas horas de comércio, como calcula o secretário de agricultura Beto Santos. “Não é à toa que nossa feira recebeu o título de segunda maior de todo o estado. Estipula-se uma circulação média de R$ 2 a R$ 3 milhões por feira, somente aqui em Tabira”, contabiliza Santos.

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O período de seca, enfrentado no início do ano de 2013 pelo sertão pernambucano, foi con-siderado o pior dos últimos 70

anos. Quem mais sentiu na pele os efeitos da estiagem prolongada foi mesmo o ser-tanejo, principalmente aquele que vive da criação de gado e da agricultura.

A fim de se diminuir os prejuízos nos próximos anos, o governo municipal investiu parte dos recursos do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento Municipal (FEM) na perfuração de cinco poços artesanais com sistema de bombe-amento e reservatório de cinco mil litros na zona rural, que custaram R$ 100 mil.

A água foi encontrada a 50 metros de profundidade, chegando a render até dois mil litros por hora, em cada localidade, atendendo a centenas de famílias. “A água não é tão limpa, mas pode ser utilizada tranquilamente na higiene doméstica e até para cozinhar”, afirma o secretário de Agricultura, Beto Santos.

Os poços complementam outros cinco que já existiam no município e estão em pleno funcionamento. Além destes, o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) está trabalhando para cavar mais 13 fontes d’água na zona rural, através de emendas parlamentares dos deputados Manoel Santos (PT) e Antônio Morais. Há

expectativa ainda de se construir mais dez através do senador Armando Monteiro e outros sete poços conseguidos pelo depu-tado federal Pedro Eugênio (PT).

Outra medida adotada para combater a falta de água é possibilitar o seu arma-zenamento em cisternas, construídas ao lado das residências. Segundo Beto Santos, esse trabalho vem beneficiando os agricultores desde o ano passado, com verbas federais, mediadas pelo IPA.

Os reservatórios têm capacidade mé-dia para armazenar de 5 a 18 mil litros d’água, podendo ser abastecidos por carros-pipa ou mesmo retendo a água das chuvas.

Poços e cisternas são algumas das medidas adotadas pelo governo municipal para combater a escassez de água na zona rural

Cavando água na terra para enfrentar a seca

movimen oA revistA que vAlorizA PernAmbuco

DOCUMENTA

Agricultura

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A feira livre de Tabira acontece sempre às quartas-feiras, no Centro da cidade, onde é pos-sível encontrar variados tipos

de produtos, desde a farinha branca, carne e feijão até calçados e utensílios domésti-cos. Paralelamente, a feira recebe reforço de uma feirinha especial, destinada ao comércio exclusivo de produtos orgânicos. São 16 famílias que montam suas barra-cas na Avenida Antônio Pereira Amorim e abastecem o município com o que há de mais saudável na agricultura familiar, inclusive aos domingos.

Há alguns metros dali, outro espaço é reservado para a tradicional Feira da Tro-ca. Vendedores e compradores se reúnem

para negociar seus produtos e veículos usados, ao lado da prefeitura, também nas quartas e domingos, até o meio-dia.

Produtos são comercializados por 16 famílias na quarta e no domingo

Feira de orgânicos é atração

Personalidades da nossa históriaPedro Pires Ferreira

Começou sua trajetória política em 1928, quando, aos 33 anos de idade, tomou posse como prefeito de Afogados

da Ingazeira. Em 1930 mudou-se definitivamente para o distrito de Espírito Santo, que aos poucos conseguiu transformar em município de Tabira. Sua luta lhe rendeu o título de primeiro prefeito eleito, tomando posse no dia 27 de maio de 1949, data em até hoje que se comemora o aniversário da cidade. Posteriormente, foi eleito Deputado Estadual por dois mandatos consecutivos, em 1954 e 1958, até 1961, quando voltou ao cargo de prefeito de Tabira, permanecendo até 27 de maio de 1965. Faleceu em 17 de maio de 1967, aos 72 anos de idade, deixando um legado de conquistas.

João Gabriel de VasconcelosO saudoso professor foi um dos maiores entusiastas da educa-ção em Tabira. Fun-dou o Ginásio Pajeú e a Escola Padre Luís

Floridi (hoje Escola Técnica Professor João Gabriel de Vasconcelos). Fundou também a Banda Marcial Osvaldo Fer-nandes de Melo e o Grupo de Escoteiros de Tabira.

A seriedade e civismo sempre foram a sua marca registrada. Por tudo o que semeou na cidade sempre será lembrado como um administrador comprometido com a excelência da educação.

“A família Vasconcelos lembra com orgulho do nosso patriarca João Gabriel, homem guerreiro e baluarte da Educação, não só em Tabira, mas em todo Pajeú. Sempre lembraremos da sua honradez.

Miguel Barros (Manú)Foi um dos principais agropecuaristas de Tabira, criou 16 filhos com muito trabalho e suor. Possuiu um

engenho onde fabricava rapadura e, paralelamente, comercializava animais. Também era um dos principais produtores de algodão e milho, com a técnica de estocar os produtos e comercializá-los em épocas mais escassas, quando os preços aumentavam. Por sua intensa disposição para o trabalho, um de seus filhos, Elias Alves, fala sobre uma frase que ouviu o pai dizendo ao prefeito Pedro Pires, ao chegar do roçado: “Tem dias que eu mijo andando para não perder tempo”, lembra o filho, orgulhoso do exemplo que teve.

Frutas, legumes e verduras livres de agrotóxicos têm uma larga aceitação pela população

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Através de programas do Go-verno Federal, a Secretaria de Agricultura foi benefi-ciada com o recebimento

de caminhões-pipa, caçamba, máquina motoliveladora, pá carregadeira e retroes-cavadeira, que já estão em plena atividade na zona rural. O transporte de água é feito diariamente para diversas famílias da zona rural, inclusive com auxílio do Exército na Operação Seca.

Já as máquinas estão escavando barreiros e buracos para a construção de cisternas, limpando barragens e fazendo a manutenção das estradas que dão acesso à cidade, possibilitando o transporte de moradores e, consequentemente, o esco-amento da produção rural.

Limpeza de barragens e transporte de água limpa são alguns dos benefícios disponibilizados pelo governo

Veículos pesados dão reforço ao trabalho na zona rural

O trasnporte de água através de carros-pipas atendem todos os recantos do município

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Fundada em 2010, com sede no município de Tabira, a Coope-rativa de Desenvolvimento da Apicultura do Nordeste (Coo-

dapis-NE) reúne a produção de mel de 191 cooperativados para comercializá-la junto a compradores de todo o Brasil. A cooperativa já é considerada uma das mais importantes do Sertão pernambucano.

A convite do Ministério do Desen-volvimento Social (MDS), a cooperativa vai vender diretamente para o Governo Federal produtos que irão fazer parte do cardápio de 80 mil voluntários que irão trabalhar na Copa 2014 em todo Brasil. Segundo matéria publicada no blog Ta-bira Hoje, a Coodapis vai ofertar pão de mel, sachê de mel, frutas desidratadas e castanha de caju.

RECONHECIMENTOA Cooperativa é reconhecida nacional-

mente como um exemplo de superação e dedicação, que se destaca pelo desenvolvi-mento que vem trazendo aos produtores de mel de abelha no Sertão do Pajeú, já tendo sido manchete em diversos jornais, como o Diário de Pernambuco, e progra-mas televisivos, a exemplo do Globo Ru-ral, que mostrou as técnicas desenvolvidas em laboratório pelo próprio presidente da Coodapis, Adelmo Cabral, responsável pela fundação da cooperativa.

A reportagem apresentou Adelmo como homem de visão, que encontrou a oportunidade certa e correu atrás. “Ao vi-sitar a cidade de Tabira, Adelmo percebeu uma grande quantidade do inseto no local e decidiu investir na produção de mel. Apesar de não ter formação na área, ele

montou um laboratório na casa dos fun-dos de seu sogro para estudar as abelhas através de uma colmeia de vidro. A partir desta observação, começou a desenvolver diversos métodos de criação do inseto, e teve como resultado um considerável aumento de produção e diminuição de custos. O sucesso de suas técnicas incenti-vou os moradores da região, e atualmente a cidade de Tabira possui uma cooperativa que trabalha com 200 apicultores locais”.

UNINDO FORÇASOutra novidade é que hoje a Coodapis

se uniu com mais quatro cooperativas do Estado e, juntas, fundaram a Cooperativa

Central de Comercialização e Distribuição da Agricultura Familiar (Coodaf), que reúne quatro cooperativas singulares e mais seis associadas.

A Coodaf tem sede na Ceasa, no Recife, e nasceu com o objetivo de co-mercializar, organizar e distribuir toda a cadeia de produção da agricultura familiar do Nordeste, incluindo mel de abelha, polpa de frutas, hortifruti, pisci-cultura, caprinocultura, iogurte e leite, entre outros produtos. A cooperativa tem filiadas em vários municípios nos Estados de Pernambuco, Alagoas, Pa-raíba e Rio Grande do Norte, somando mais de dois mil associados.

A qualidade do mel de TabiraO Governo Federal vai comprar produtos diretamente de cooperativa tabirense p ara alimentar os 80 mil voluntários que irão trabalhar no Mundial 2014

Aldo Santos (Sec. Ag), Malaquias Ancelmo (OCB) e Adelmo expondo produtos da Coodapis

Na área de produção da Coodapis em Tabira, apicultores desenvolvem atividades constantes

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A Secretaria de Obras vem trabalhando para manter a cidade em ordem com praças e estradas bem conservados,

possibilitando a locomoção de pessoas, animais e veículos, tanto na cidade como na zona rural. “Nossas ações são pautadas em planejamento antecipado, de acordo com as necessidades de cada estação, recuperando passagens molhadas, lim-pando barragens e estradas na zona rural de inverno a verão”, pontua o secretário Mário Amaral. “Procuramos manter a limpeza e higiene em prédios públicos, como no matadouro e açougue, bem como preservar a beleza da cidade com praças limpas e arborizadas, bem iluminadas, com gramado e bancos para o lazer da população”, emenda.

A maioria das reformas está prevista no calendário da secretaria, a exemplo do Dia de Finados, quando se promove a reforma do cemitério e é montado um esquema especial para receber as famílias, com estacionamento e alterações no trân-sito para que os veículos possam chegar e sair sem provocar congestionamentos.

O mesmo acontece para recepcionar os visitantes na festa de emancipação, em maio, e no final do ano, durante o Natal e Réveillon. Nestes períodos, a secretaria promove a poda de árvores, pintura de meio fio e postes, manutenção da ilumina-ção pública, canteiros e praças, deixando a cidade ainda mais bonita de se ver.

Uma das ações mais recentes é a construção do canteiro central da Ave-nida Antônio Pereira Amorim, que será inaugurado este mês durante a festa de

Espaços públicos: sinônimo de limpeza e organização socialCom planejamento adequado, obras são realizadas pela administração municipal durante todo o ano, de acordo com a necessidade de cada estação

emancipação. O canteiro tem 350 metros de extensão e dispõe de gramado, bancos, lixeiras e iluminação central.

Para manter a cidade limpa, a coleta de lixo é feita três vezes por dia, tanto na cidade como nos povoados. O lixo é despe-jado em um lixão devidamente inspecio-

nado e aprovado pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), enquanto não se constrói um aterro sanitário.

Já no açougue foram instalados 22 ventiladores para afastar os insetos vo-adores e diminuir o calor nas carnes que são comercializadas no local.

Serviço Público

Cidade cada dia fica mais limpa com a manutenção de ruas e praças, além de campanhas educativas

A campanha Eu jogo limpo com Tabira tem melhorado e muito a coleta de lixo na cidade

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Em Tabira, os distritos também dispõem de água encanada. Em Arara, Campos Novos e Brejinho o líquido parte de

poços artesianos perfurados e canalizados para uma caixa d’água, de onde desce por

gravidade até às residências. Já na comu-nidade de Borborema, o abastecimento é feito a partir da Barragem Travessão.

Outras barragens que abastecem o município são Brotas e Adutora do Pajeú, situadas na vizinha cidade de Afogados da Ingazeira, com elevatória no sítio Varzi-nhas. O sistema de esgotamento sanitário ainda está em fase de melhorias, com pro-jeto de tratamento sob responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba

(Codevasf), que iniciou as obras em 2009 e paralisou os trabalhos, segundo o secretá-rio de Obras do município, Mário Amaral.

O secretário explica que a empresa gastou 18 milhões para implantar a tu-bulação nova, mas paralisou o serviço alegando falta de recursos, pois precisaria de mais quatro milhões para construir a estação de tratamento. “Enviamos ofício todos os meses cobrando a conclusão da obra, mas até agora nada”, lamenta Amaral.

Água encanada e saneamento básico em processo de melhoria

Município aguarda conclusão das obras do sistema de tratamento para o esgoto sanitário

Áreas urbana e rural estão sendo favorecidas com sistema de canalização e perfuração de poços para acabar com o problema de falta d´água

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A Rua José Gomes de Souza foi total-mente calçada por uma iniciativa público--privada entre a prefeitura do município e os moradores. Foram pouco mais de mil metros quadrados de paralelepípedos, que custaram R$ 45.476 mil, dos quais R$ 10 mil (mão de obra) foram custeados pelos moradores e o restante (material) pelo po-der público. O serviço foi realizado entre os meses de janeiro a março deste ano.

A experiência deu tão certo que um levantamento está sendo feito para que outras localidades possam ser calçadas através dessa parceria, a fim de melho-rar ainda mais a qualidade de vida dos tabirenses.

MOBILIDADE URBANAO governo municipal investiu pouco

mais de R$ 200 mil do FEM na constru-ção de calçamento em ruas dos bairros de Fátima, Riacho do Gado e Bairro das Mis-sões, além de promover a manutenção de ruas através da Operação Tapa-Buracos.

Há expectativa ainda para a chegada do asfalto em algumas ruas do Centro, através de emenda prometida pelo se-

Moradores contribuem com pavimentação de ruas

nador Armando Monteiro (PTB), no valor de R$ 2 milhões, sendo reservado um milhão para o calçamento de ruas da cidade e distritos. “O nosso objetivo é calçar o máximo de ruas possível, come-çando pelas que são mais prejudicadas pelas chuvas”, promete o secretário de Agricultura, Beto Santos.

Uma das ações mais esperadas foi a

construção de passarelas para pedestres na ponte da avenida Raimundo Ferreira, concluída no ano passado, na entrada da cidade. Também foi feita a troca de lâmpadas de 75W (brancas) por outras de 400W (vapor de sódio), melhorando a iluminação pública e, consequentemente, aumentando a sensação de segurança dos moradores.

Ruas da área urbana e dos distritos estão sendo calçados dando ao município um novo visual

Novo sistema de iluminação chega a várias regiões do município, integrando o novo planejamento de obras em desenvolvimento no município

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Comemorada há 87 anos, a festa da padroeira de Tabira é considerada como o maior evento festivo da ci-

dade, que este ano acontece entre os dias 08 a 17 de agosto, em sua 88ª edição. É neste período que os tabirenses ausentes retornam à cidade para rever suas famílias e prestigiar a programação religiosa de homenagem à padroeira Nossa Senhora dos Remédios, com procissão e missa sob o comando do padre Aldo Guedes.

“Sempre realizamos a festa da pa-droeira na segunda semana de agosto e no ano passado trouxemos os cantores Gabriel Diniz, Dorgival Dantas e a dupla sertaneja Fábio e Nando”, diz Edglay Freitas, secretário de Cultura.

Todos os anos milhares de turistas de todos os rincões nordestinos homena-geiam a santa padroeira da cidade.

Festa da Padroeira Nossa Senhora dos Remédios

Religiosidade

Momento de fé e religiosidade envolvem centenas de fiéis naquele que é considerado um dos eventos mais marcantes no calendário da cidade

O padre Aldo Carvalho e outros sacerdotes conduzem celebração religiosa no município

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Coletivos juvenis são uma forçaUnidos em coletivos juvenis, os jovens tabirenses recebem apoio para realizar seus eventos, como transporte, divulgação e equipamentos, de acordo com cada necessidade.

A juventude de Tabira de-monstra organização e união em seus ideais, for-mando grupos para discutir e realizar eventos que sejam

de interesses comuns, como religiosos, cul-turais e esportivos, entre outros.

Para se organizarem, eles contam com a Casa da Juventude, onde se reúnem para combinar os eventos e solicitar o suporte necessários à secretaria de Juventude e Meio Ambiente, para o ano todo. De acor-do com José Carlos, secretário de Juven-tude e Meio Ambiente, a secretaria tanto incentiva a formação destes coletivos juvenis como fornece o apoio necessário para que eles se mantenham firmes e ge-rem bons frutos e resultados satisfatórios. “Nós disponibilizamos equipamentos de som, divulgação, espaços físicos, trans-porte e alimentação para os grupos de jovens, de acordo com as necessidades de cada evento ou ideia que queiram colocar em prática”, explica.

Outra ação constantemente promovi-da na Casa da Juventude são as palestras para o público jovem, sempre pautando a importância do desenvolvimento e preservação cultural, relacionamentos familiares, álcool, drogas e discussões sobre empreendedorismo.

AÇõES DE COMBATEAtividades de incentivo à solidarieda-

de e preservação do meio ambiente são pautas constantes nas ações do governo municipal. A Secretaria de Juventude e Meio Ambiente vem promovendo ati-vidades de conscientização e incentivo aos alunos sobre problemas sociais que podem ser combatidos com ações cole-tivas relativamente simples, que podem ser executadas no dia a dia de cada um.

Segundo o secretário José Carlos, sempre que há um projeto de arborização na cidade é montada uma parceria com as escolas para que as crianças e adoles-centes possam participar, como forma de incentivar o plantio de árvores e destacar a valorização da natureza.

As mudas são entregues às crianças

para que cada uma possa ter a experiência de plantar sua própria árvore e crescer olhando-a como fruto de sua ação. Os locais escolhidos são praças, canteiros e as próprias escolas.

Outro trabalho realizado com alunos de escolas públicas é o projeto Juven-tude Solidária, no qual os estudantes arrecadam alimentos com seus próprios familiares e entregam pessoalmente para os moradores do Lar dos Idosos.

Em maio de 2013, a preservação do meio ambiente foi destaque com o primei-ro Pedala Tabira. Dezenas de pessoas se reuniram para sair às ruas passeando de bicicleta e lembrando a importância de dar preferência a veículos não poluentes, que servem inclusive para melhorar a saúde.

Meio Ambiente

Preocupado com a questão ecológica jovens participam de plantio de árvores no município

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Tabira conta com uma rádio comercial e duas comunitárias, além de blogs na internet, a exemplo do Tabira Hoje. No meio radiofônico, o destaque é a Rádio Cidade, que está no ar há apenas três anos e já atinge 40 cidades num raio de 100 quilômetros. É considerado como o principal veículo de comunicação da cida-de, mantendo uma programação variada com músicas de qualidade e prestação de serviços à comunidade, apoiando e incentivando a preservação das raízes culturais do Pajeú. Entre os programas, o Cidade Alerta é líder de audiência no seu horário, sob o comando do radialista Anchieta Santos.

De acordo com o empresário Paulo

Manú, proprietário da rádio, foi feito um alto investimento, com instalações e equipamentos modernos para que a transmissão chegue com qualidade até o ouvinte. “Mantemos uma equipe de dez profissionais trabalhando na emissora, com foco voltado para uma programação diversificada, buscando atender aos mais variados gostos e interesses populares do Sertão pernambucano”, acentua o empresário.

Além de ocupar a sintonia 88,7 FM, a Rádio Cidade também dispõe de site na internet, complementando ainda mais a sua prestação de serviços à comunidade e ampliando o seu raio de cobertura para além das fronteiras.

A força da comunicação

Dezessete homens e três mulheres formam a Guarda Municipal de Tabira. No dia a dia, eles são responsáveis pela organização do trânsito, patrulhas esco-lares e ajudam na prevenção de crimes e segurança da população, principalmente

em dias de feira livre. A equipe, formada em fevereiro de 2013, se reveza em dois turnos, utilizando viatura e está à espera de duas motos que estão sendo licitadas. A sede também está sendo organizada e deverá ser inaugurada em breve.

Guarda municipal fortalece a segurança

Felipe, Anchieta e outros comunicadores fazem o sucesso da Rádio Cidade FM de Tabira

A Guarda Municipal tem dado a sua contribuição para segurança da comunidade tabirense

LIGuE PARA ANuNCIAR

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» Por Danielle leão

Conhecido no Sertão do Pajeú como Dedé Monteiro, José Ru-fino da Costa Neto nasceu no dia 13 de setembro de 1949.

Na cidade de Tabira e região é chamado de Papa da Poesia. O filho de Antonio Rufino da Costa e Olívia Pires da Costa cresceu ouvindo cordéis e cantoria de violas. Escreveu seu primeiro verso em 1964 na escola. O poema escrito na época homenageava o dia das mães. A trajetória poética de Dedé está registrada em quatro livros; Retalhos do Pajeú, Mais um Baú de Retalhos, Fim de Feira e Meu Baú de Rimas. O sertanejo de Tabira completa 50 anos de rima com um acervo de poesias, sonetos e cordéis.

“Aos 64 anos de idade, dos quais, 50 no caminho dos versos, eu garanto que estou sendo quase tão paparicado quan-to os ilustres prisioneiros do mensalão. Enquanto eles não pagam quase nada do que devem à justiça e ao país, eu sinto que não mereço 10% do carinho, dos aplausos e das homenagens que tenho recebido de tanta gente boa, nos últimos meses. Por vezes até cheguei a pensar: será que estão pensando que estou perto de morrer? Pen-sei assim, mas aceitei todos esses mimos, com muita alegria, humildade e gratidão, pois sou daqueles que acham que as ho-menagens prestadas em vida valem muito mais”, celebra.

HERANÇA GENÉTICACasado com Quitéria Pereira do Nas-

cimento Costa, o poeta remete versos ao

“A poesia é tão santaque quando um poeta canta,Deus para pra escutar!’’

Tabirense Dedé Monteiro comemora 50 anos de poesia

matrimônio. “Até minha esposa tinha que rimar, eu sou Dedé e ela é Teté”. Ele é pai de duas mulheres; Viviane e Catarina, e avô de dois netos; Paulo Henrique e Maria Paula. Seu neto tem 13 anos e também é declamador. “Ele me acompanha em recitais e gosta de declamar a poesia As 4 velas”, fala o avô cheio de orgulho. Dedé Monteiro é formado em letras e Educação Física, mas sua paixão pelos versos tem uma herança genética. Tudo começou através da influência de seu pai e da sua mãe.

“Nasci com esse lado poético, mas não exercitava. Comecei a produzir este lado na época da escola. Mas fui influenciado pelo meu pai na roça. Ele era agricultor e vendedor de frutas. Costumava trabalhar recitando e cantando cordéis como Pavão Misterioso, Cancão de Fogo. Os versos de cordéis eram chamados na época de folhetos de feira. Ele não fazia versos, mas gostava de poesia. Adorava o repente. Ele sabia quando erravam os versos. Mamãe também gostava das rimas, ela lia bastan-te”, ressalta.

Dedé nasceu e cresceu no berço da poe-

sia. O Sertão do Pajéu é um nascedouro de grandes poetas. Durante sua infância, o Papa da Poesia, acompanhava seus pais na feira e no final do dia, no beco chamado de Pergentino, as pessoas se reuniam numa bodega para ouvir cantoria de viola. Os cantadores que marcaram sua infância, neste local, foi José Feitosa de Lima (Zé Feitosa) e Miguel Espinhara. Durante a adolescência surgiram mais cantorias dos renomados poetas; Lourival Batista (Rei dos Trocadilhos), Pinto do Monteiro, João Patriota, Manuel, Canhotinho, entre outros.

MUITO FELIZHoje em dia, reconhecido pelas suas

poesias, o também declamador, completa 50 anos poéticos. Em comemoração aos inspirados anos, ele vai lançar seu primeiro CD de versos, titulado como Dedé Montei-ro, Voz e Amigos. A gravação conta com a participação de 36 poetas. “Publiquei quatro livros de poesia e para celebrar essas cinco décadas a serviço do verso, vem aí o meu 1º CD de declamações, que são meus poemas, declamados por mim e amigos. Em breve, o lançamento será anunciado. Estou muito feliz e agradecido a Deus, por minha idade, por meus versos e por minha família, base principal de tudo. Deus seja louvado”, destaca.

Além de todas as atribuições, Dedé também é sócio fundador da APPTA (Associação de Poetas e Prosadores de Tabira). A Associação surgiu de uma conversa entre poetas, escritores e apolo-gistas no dia 7 de maio de 1994. E, assim, até hoje caminha divulgando a cultura e, principalmente, a poesia popular pro-duzida no Sertão pajeuzeiro. Além de recitais, oficinas em escolas, a Associação realiza todos os anos a Missa do Poeta e Mesa de Glosas.

Poeta de Expressão

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Escritor, cordelista, declamador e glosador. Este é o poeta Genildo Firmino Santana, que já conta cinco livros publi-cados, sendo três de poesia, um de filosofia e outro de teologia. Estes dois últimos descendem de sua formação acadêmica, pois Genildo é graduado em Teologia da Libertação, tendo morado no Seminário de João Pessoa, na Paraíba, de 1993 a 1999, e em Filosofia, que utiliza há 14 anos para lecionar na Escola Dom Bosco e em faculdade da vizinha cidade Afogados da Ingazeira.

Genildo Santana está concluindo pós-graduação em História do Brasil, transformando a monografia no seu sexto livro, que está prestes a ser publicado e fala sobre os 50 anos da Ditadura Militar: “O perigo é esquecer”.

Na poesia, sua carreira também foi impulsionada pelo “Papa” Dedé Monteiro, que lhe mostrou o caminho quando tinha apenas 15 anos de idade. Atualmente, Genildo dá aulas e ministra cursos, oficinas e palestras de poesia em várias cidades da região.

Auto intitulado como “poeta decla-mador”, o Sr. Albino Pereira se descobriu com aptidões para a poesia durante a ju-ventude, inspirado por outros poetas que se apresentavam pela região. Com pouco mais de 20 anos de idade, começou a fazer os primeiros versos, que era corrigido por artistas profissionais, ajudando-o a se aperfeiçoar.

Sempre dedicou-se muito à poesia, participando de festivais de violeiros como declamador e, posteriormente, como julgador. E seu sangue artístico corre também nas veias do filho, o músico e compositor Paulo Roberto Pereira dos Santos (Paulo Matricó), um baluarte da música regional que faz grande sucesso e tem potencial suficiente para se tornar uma referência do Sertão para o mundo.

Hoje, aos 79 anos de idade, Seu Al-bino apresenta o programa “Saudade na Cidade”, das 5h às 7h do sábado, na Rádio Cidade FM (88.7), propagando sua mensagem poética e musical para dezenas de municípios pela região.

Ainda saindo da adolescência, a bela jovem Cinthia Adriely também passa a fazer parte da história de Tabira como a primeira representante do município a participar do concurso de Miss Pernam-buco, que acontece de 27 a 31 de maio de 2014, com etapas na capital Recife e em Porto de Galinha.

A indicação foi feita pela Primeira Dama, Sra. Iêda Melo, que está muito confiante na vitória. Cinthia já posou para fotos publicitárias de lojas de roupas da cidade e pretende seguir carreira na área, contato que isso não atrapalhe os estudos, pois tem o sonho de fazer Medicina. “Des-de criança eu sempre gostei de ajudar as pessoas e quero poder fazer isso de forma profissional”, disse a estudante.

Filha única, de origem humilde e beleza exuberante, a aspirante a modelo exala simpatia por onde passa e será um páreo duro para as demais 24 concorren-tes, que representam outras cidades do estado, como: Carpina, Custódia, Ver-tentes, Serra Talhada, Caruaru e Recife, entre outras.

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Personalidades

Homenagem

Genildo Santana Albino Pereira Cinthia Adriely

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Dudu MoraisCom apenas 23 anos de idade, o poeta

Carlos Eduardo Silva Morais (Dudu Mo-rais) está aí pra mostrar que tem muita história pra contar. Dono de uma inteli-gência invejável, o jovem poeta trabalha como diretor de cultura na Prefeitura do município; é recém-formado no curso de Direito e pretende advogar na área crimi-nal, em Tabira.

Já no mundo artístico, seu lado poé-tico foi intensificado a partir do contato com poetas como Dedé Monteiro, que foi seu professor de Português quando tinha 12 anos de idade e praticamente o intro-duziu nesta área. “Ganhei meu primeiro troféu na 14ª Mesa de Glosas do Pajeú, que Dedé me inscreveu para participar. Gostei tanto que me especializei e estou na poesia até hoje”, contou o jovem.

Ainda na juventude, disputou corri-das de Vaquejada e utilizou a arte com inspiração para escrever o seu primeiro livro “Nas Rédeas da Poesia”. Ele revela que o segundo livro já está prestes a sair também, com sonetos inspirados por poetas como Diniz Vitorino – eternizado em sua obra “Sombras Douradas”, que hoje é o livro de cabeceira de Dudu e serve como referência para que outros volumes sejam escritos.

Maria das NevesCarinhosamente chamada na cida-

de pelo apelido de Nevinha Pires, esta tabirense de corpo, alma e coração vem mostrando ao longo do tempo que tem muita história pra contar. Afinal, muito do que os tabirenses de hoje sabem é fruto dos ensinamentos dessa escritora, que dedicou 31 anos de sua vida à profissão de professora e diretora escolar.

Nascida em 01 de abril de 1925, ela publicou seu primeiro livro em 1985, com o título de “Tabira e Sua Gente”, que conta detalhes históricos sobre a cidade, reunidos através de depoimentos de inú-meros filhos da Terra.

O segundo livro foi uma homenagem a seu pai, que completaria 100 anos em 29 de abril de 1995: “Considerações de um Centenário”. Os outros foram: “Fragmen-tos do Pajeú” (1997); “Tabira, História e Estórias” (1998) e “História do Poder Legislativo de Tabira” (1999), encerrando o livro: “Caminhos” (2002).

Dona Nevinha é um exemplo de ser humano que, mais do que ninguém, é e sempre será parte do acervo histórico de Tabira.

Zecarlos do PajeúEle é um dos artistas mais dedicados

à cultura da poesia em Tabira e vem construindo projetos que promovem a expansão dessa arte pelo Sertão do Pajeú. José Carlos Lima Nunes (Zecarlos do Pa-jeú) é formado em Letras e até chegou a lecionar, mas preferiu seguir carreira na arte da Cantoria de Viola, que hoje lhe rende inúmeros aplausos.

Sua primeira apresentação como profissional foi no ano de 2003, e de lá pra cá vem cantando em praticamente todos os finais de semana, chegando até 17 apresentações em um só mês.

Zecarlos é o tipo de cantador empreen-dedor, que, além de ser mestre na cantoria de improviso, também dedica parte do seu tempo à realização de eventos, tais como o “Belas Tardes de Viola”.

Também é membro fundador da AJUPTA (Associação da Juventude Poeta de Tabira) e tem CD, DVD e livro lançados. É secretário de Juventude e Meio Ambiente e ainda dá palestras sobre a cultura da poesia na cidade e região.

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Personalidades

Homenagem

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Tabira, cidade em que nasci, originou--se de uma pequena feira que hoje é destaque entre os demais municípios

do Alto Sertão do Pajeú.A quarta-feira é um dia diferente, com

jeito de cidade grande: muita gente, carros, buzinas, trânsito caótico e outros proble-mas comuns onde acontece aglomeração de pessoas.

A feira ultrapassa a capacidade de ruas e avenidas e leva o nome de Tabira além de suas fronteiras. Nesse dia há encontro de compadres, de amigos, marcação de batizados, casamentos, cantorias e outros eventos da região. Notícias de chuva, seca e de colheitas correm de um canto a outro, entre as inúmeras bancas dos feirantes. A rodoviária duplica o movimento. Os tabi-renses que daqui se ausentam, ao voltarem às suas raízes, não deixam de participar

do burburinho e do vai e vem da feira assim que o dia amanhece.

Além do Poço Escrito, cujo mistério ainda não foi desvendado, e da Cachoeira de Maria Mendes, eu citaria como ponto geográfico e de interesse turístico o Rio Pajeú, nosso maior exemplo de resistência nas terras do Sertão nordestino, pois o rio atravessa a caatinga e os períodos de seca, e no inverno ressurge belo, mágico e cheio de surpresas no seu percurso. É, de fato, um “Rio Feiticeiro.”

O outro lado que diferencia Tabira é aquele que parte dos sentimentos do seu povo. É o lado da emoção e do fazer poético.

Reviver os grandes nomes da poesia re-gional faz parte do nosso orgulho de irmãos pajeuzeiros. Mas, Tabira não só revive.

Ela vive, respira e propaga a poesia

em todos os momentos e circunstâncias da cidade. Não pretendemos outro nome de maior destaque que o de “Tabira: o melhor lugar de se falar em poesia”.

Entre cifras, preços, compras e vendas, Tabira se harmoniza com o tempero do repente e do cordel nos versos dos nossos valorosos poetas do Vale da Poesia.

Há quem diga que em cada casa tabi-rense existe um poeta declarado ou ainda escondido, sem falar de nossas crianças e jovens que nos asseguram uma conti-nuidade na arte de emocionar através de poemas inspirados na tradição da poesia dos cantadores de viola.

Tabira, o Sertão e o Rio Pajeú são três amores que desfraldam a bandeira da resis-tência cultural no interior de Pernambuco.

Dulce Lima, educadora e poetisa

Meus três amores

Crônicas que retratam o SertãoPopularmente conhecida no mundo

da poesia como Dulce Lima, a po-etisa se destaca por sua habilidade

na criação de crônicas que retratam o Sertão e enaltecem a natureza, principal-mente os encantos, mistérios e proezas do Rio Pajeú.

Nascida no sítio Pocinhos, às margens de um afluente do Pajeú, Dulce foi criada em meio à natureza, que hoje lhe serve de inspiração para criar poesias que são publicadas em jornais e recitadas em eventos. Sua paixão pela poesia surgiu na infância, quando, aos oito anos de idade, recitava em casa para a família. A prática lhe dava coragem para repetir as declamações na escola e logo depois já estava se apresentando ao lado de grandes poetas da região.

Dulce Lima concluiu o curso de Magis-tério na cidade de Princesa Izabel, na Pa-raíba, e voltou para sua terra natal, onde lecionou durante 25 anos e foi diretora da Escola Estadual Carlota Breckenfeld.

Também assumiu o cargo de secretária de Administração do município durante oito anos e atualmente desfruta de sua aposen-tadoria, aproveitando a vida para fazer o que gosta. Aproveita seu tempo livre para conhecer outros países, acompanhando um dos filhos, que é maratonista e sempre participa de corridas no exterior.

Mas o seu lazer favorito está mesmo é em Tabira, onde preserva o sítio da fa-mília, cultivando flores e árvores nativas,

mantendo irrigados um pomar e uma horta. Momentos de prazer e tranquili-dade que lhe dão inspiração para escrever suas crônicas e poesias. “Sempre vivi em meio às árvores. Quando estou no sítio, as palavras fluem com mais facilidade. É um lugar especial onde eu não olho o relógio”, observa.

Dulce tem quatro filhos, sete netos e é sócia-fundadora da Associação dos Poetas e Prosadores de Tabira (APPTA), na qual também já atuou como presidente. Gosta de rimas, mas sua preferência é mesmo pela poesia livre, para às quais busca inspiração em escritores como Carlos Drummond de Andrade, Manoel Bandei-ra e João Cabral de Melo Neto.

Aos 75 anos de idade, a poeta tabiren-se considera que sua mente hoje está ainda melhor do que antes. Prova disso é que em breve estará lançando seu primeiro livro de crônicas e poemas sobre o Sertão e o Pajeú, entre outros destaques culturais de Pernambuco.

Opinião

Dulce Lima: traços e retratos sertanejos

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