Um legado de 70 anos em defesa do produtor canavieiro · nuciosa análise do que se avizinha...

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1 EDIÇÃO ESPECIAL – ABRIL 2014 – www.afcp.com.br PUBLICAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DOS FORNECEDORES DE CANA DE PERNAMBUCO | EDIÇÃO ESPECIAL - ABRIL 2014 Um legado de 70 anos em defesa do produtor canavieiro Sete décadas em prol da organização e do fortalecimento dos agricultores responsáveis pela manutenção da cultura mais tradicional e relevante do povo pernambucano: a cana-de-açúcar 1 – Antônio Celso C. de Andrade (1978/1984; 1986/1989; 1992/1995) 2 – Severino Ademar de Andrade Lima (1984/1986; 1989/1992) 3 – Manoel Antônio Soares Neto (1995/2001) 4 – José Maria de Andrade Filho (2001/2004) 5 – Ricardo Buarque de Gusmão (2004/2007) 6 – Alexandre Araújo de Morais Andrade Lima (2007/2016)

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1EDIÇÃO ESPECIAL – ABRIL 2014 – www.afcp.com.br

PUBLICAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DOS FORNECEDORES DE CANA DE PERNAMBUCO | EDIÇÃO ESPECIAL - ABRIL 2014

Um legado de 70 anos em defesa do produtor canavieiro

Sete décadas em prol da organização e do fortalecimento dos agricultores responsáveis pela

manutenção da cultura mais tradicional e relevante do povo pernambucano: a cana-de-açúcar

PUBLICAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DOS FORNECEDORES DE CANA DE PERNAMBUCO | EDIÇÃO ESPECIAL - ABRIL 2014PUBLICAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DOS FORNECEDORES DE CANA DE PERNAMBUCO | EDIÇÃO ESPECIAL - ABRIL 2014

1 – Antônio Celso C. de Andrade (1978/1984; 1986/1989; 1992/1995)2 – Severino Ademar de Andrade Lima (1984/1986; 1989/1992)3 – Manoel Antônio Soares Neto (1995/2001)4 – José Maria de Andrade Filho (2001/2004)5 – Ricardo Buarque de Gusmão (2004/2007)6 – Alexandre Araújo de Morais Andrade Lima (2007/2016)

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Por Alexandre Andrade Lima, presidente da AFCP

Muitos caminhos já foram trilhados neste percurso histórico de 70 anos de existência da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP), com altos e baixos, no decorrer dessa experiência organizativa e re-presentativa da classe canavieira do Estado. Todavia, é reservado a todos nós, contempo-râneos fornecedores e plantadores de cana, a missão de darmos prosseguimento nesta belíssima e exitosa trajetória. O desa�o se estende aos funcionários e colaboradores da Associação. Assim, avaliamos que os próxi-mos 10 anos serão de grandes desa�os para a manutenção do segmento. Portanto, uma mi-nuciosa análise do que se avizinha precisa ser feita para juntos nos prepararmos unidos para enfrentar a responsabilidade que se aproxima e interessa a todos que ainda investem e que-rem a permanência da cultura canavieira.

A perspectiva futura para os próximos 10 anos precisa ser coerente com a atual realida-de do Brasil. E esta é bastante caótica devido à ausência de políticas públicas do governo federal no setor sucorenergético, promoven-do o cenário de crise aguda e incertezas. Por este motivo, infelizmente, não acreditamos que o novo período será de crescimento, mas também não quer dizer que será um desastre automático, mesmo vendo uma catástrofe anunciada em função dos equívocos do go-verno em relação à falta de políticas de médio e longo prazo para o etanol. Avaliamos, por-tanto, que será necessário muito vigor, união, articulação e mobilização da classe canavieira para manter nossa produção estável.

Será preciso criatividade para buscarmos alternativas para baixar o nosso custo de produção, bastante alto em comparação à produção da região do Centro-Sul do Brasil. A iniciativa de todos é indispensável para ten-tarmos ser competitivos neste novo momen-to histórico. Para manter a produção estável será preciso buscarmos investimentos em ir-rigação. Não há outro meio de aumentarmos a produtividade. Aliada a isso, ainda será ne-cessário buscar novas tecnologias, a exemplo de novos tipos de cana mais resistentes à es-tiagem na Região. Será preciso investir em ca-nas transgênicas, o que o governo já vem fa-zendo, mas o processo é ainda bastante lento diante da necessidade urgente do segmento.

O governo federal precisa investir e apoiar a iniciativa privada e pública no desenvolvi-mento tecnológico de máquinas capazes de

Rumos aos 80 anos: desafios para continuar caminhando

Associação dos Fornecedores de Cana de PernambucoAv. Marechal Mascarenhas de Moraes, 2.028 | Imbiribeira | Recife/PE

Telefone: (81) 3316.0955Site: www.afcp.com.br

Alexandre Araújo de Morais Andrade LimaPresidente

Paulo Giovanni Tapety Reis1º Vice-presidente

Frederico Pessoa de Queiroz2 º Vice-presidente

Damião Gomes Pereira Filho | 1º TesoureiroCristiano Correia de Oliveira Soares | Vice Tesoureiro

Felipe Neri Malta Lima | 1º SecretárioBenedito Tadeu Siqueira de Miranda | 2º Secretário

CONSELHO FISCALEFETIVOS:

Jorge Luiz de Borba CamposLuiz Alves da Silva

SUPLENTES:Antônio Corrêa de Oliveira Filho

Alberto de Barros Luz NetoMarcelo Araújo de Oliveira

Diagramação | Janio SantosReportagens | Robério Coutinho

Fotógrafo | Felipe JoséTiragem - 2.000 exemplares

EXPEDIENTE

realizar o corte da cana em áreas topográ�cas acidentadas, que é abrangente nos canaviais nordestinos. As experiências realizadas pelas usinas Cucau e Olho D’água sobre a questão, mostram que elas estão no caminho certo e tais ações precisam contar com investimen-to do Poder Público. Outras ações na mesma direção também têm sido desenvolvidas e contam com recursos públicos, a exemplo da-quelas que estão sendo realizadas pela Uni-versidade Federal Rural de Pernambuco (UFR-PE), através da Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro. Mas os investimentos continuam reduzidos em relação à necessidade posta.

Outro fator fundamental para a manuten-ção da produção canavieira é a continuação da subvenção federal como medida equali-zadora dos custos da produção nordestina. A última foi de R$ 12 por tonelada de cana. Todavia, precisamos buscar formas de sermos competitivos sem este complemento, sobre-tudo, através de investimentos em tecnolo-gia e em irrigação. Embora que, para �ndar a subvenção, o governo precisa fazer primeiro a política pública de médio e longo prazo do combustível renovável e in�nito, a exemplo do etanol. Enquanto tal política não se efeti-va, ou aguarda os efeitos dela quando (se) for implantada, a subvenção deve continuar pelo menos nos próximos 10 anos.

Entretanto, a manutenção da produção depende da reorganização dos próprios pro-dutores canavieiros. É preciso encarar que a sobrevivência do fornecedor está atrelada ao cooperativismo. Maior prova local é a Co-operativa do Agronegócio da nossa Associa-ção (COAF). Em poucos anos de criada e em funcionamento, a experiência além de baixar nossos custos, principalmente na aquisição de herbicidas, tem também baixando a mar-gem dos concorrentes. A iniciativa tem bene-

�cia todos os fornecedores de cana. Além dis-so, no próximo ano, a COAF pela primeira vez redistribuíra lucros com seus cooperativados. A Pindorama em Alagoas, é outro exemplo positivo dessa organização de canavieiros por meio do modelo de cooperativismo.

Portanto, neste mesmo caminho, �nalizo lembrando que a AFCP se lançará em direção de tal exemplo cooperativista, para iniciar de forma inédita, ao longo de sua história, a cria-ção de duas cooperativas para buscar gerir as usinas Cruangi e Pumaty. É preciso quebrar o paradigma de que cooperativa só funciona nas regiões do Sul e Sudeste do Brasil. Ade-mais, que venham os desa�os desses novos 10 anos da Associação.

Dirigentes, ex-presidentes, consultores e funcionários da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco

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A história da produção de cana pernam-bucana se mistura à formação do próprio Es-tado e do seu povo. Em 1526, um pouco mais de duas décadas após a descoberta do País, há relatos da primeira exportação da matéria--prima do açúcar à Europa. Tal realidade pro-dutiva e rentável fez com que engenhos se multiplicassem rapidamente, principalmente na Zona da Mata. O progresso da atividade se estendeu para os séculos seguintes e foi responsável pela evolução socioeconômica e pela formação cultural e política do povo nor-destino e do Brasil. No século XX, a produção de açúcar dos engenhos cedeu lugar às usinas e os donos de engenhos passaram a fornecer a cana às unidades industriais.

Com a mudança, surgem novos desa�os para a classe dos canavieiros. Assim, precisa-ram se organizar para evitar prejuízos �nan-ceiros com o fornecimento da cana aos usinei-ros, que passaram a ditar o preço do produto. A partir dessa etapa histórica, iniciam as expe-riências efetivas de organização desses agri-cultores. A primeira remonta a 1934. Funda-se o Sindicato dos Plantadores de Cana de Per-nambuco. Todavia, em função de limites de

Nos anos da década de 1940, a As-sociação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP) já inovava com a criação de uma espécie de banco próprio do segmento. O objetivo do banco era oferecer crédito �nanceiro para os pro-dutores investirem no plantio de seus ca-naviais. A experiência inédita só foi possí-vel por meio da fundação da Cooperativa Banco dos Plantadores (Bancooplan).

“O Bancooplan tornou-se um for-te agente �nanciador de créditos para estimular a atividade canavieira do Es-tado” lembra um dos ex-tesoureiro da Cooperativa, Eça Fernandes, 80 anos.

AFCP já nasce com grande missão perante a classe

Surge uma ideia ousada e de sucesso no setor canavieiro

autonomia impostas pelo período político do Estado Novo, qualquer órgão sindical estava amarrado às decisões do Poder Executivo. A situação reduzia o poder de reivindicação da nova entidade para se contrapor aos interes-ses con�itantes ao segmento canavieiro.

Diante da conjuntura sociopolítica, os fornecedores de cana unem seus esforços para criar um outro órgão representativo com maior autonomia e liberdade de mobilização frente à situação política da época. Daí surge a fundação da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP). “Isso aconte-ceu porque a natureza jurídica de uma asso-ciação permitiria maior liberdade de atuação, evitando a intervenção estatal como ocorria nos sindicatos, pois estes eram tutelados pelo Governo”, explica um dos ex-vice-presidente da AFCP, Eça Fernandes, 80 anos.

Neste contexto, em 18 de abril de 1944, há 70 anos, nascia a AFCP. Seu primeiro pre-sidente foi o respeitado dono de engenho, Manoel Netto Carneiro Campelo Júnior. Ele �cou no comando da entidade até o ano de 1946. Com o �m do mandato, foi substituído por Sylvano Olympio de Queiroga (1946/48);

Ele recorda que se �nanciava quase tudo para o canavial: insumos, ferramentas, tra-tores e caminhões. O Bancooplan possuía mais de mil cooperativados numa época em que havia cerca de 5 mil produtores

de cana em Pernambuco. Pagava-se os empréstimos com o retorno �nanceiro das plantações �nanciadas.

Desde o início, o Banco do Brasil, que foi o maior credor da cooperativa, dava todo suporte técnico para seu melhor funcionamento. A diretoria do Banco-oplan era escolhida através da decisão dos cooperativados e cada gestão era trienal. Três ex-presidentes da AFCP se destacaram na organização da nova experiência. São eles: Fausto da Silva Pontual Júnior 1954/58), Luiz Gonzaga Xavier de Andrade (1958/62) e Francisco Alberto Moreira Falcão (1962/74).

seguido por Benedito Silveira Coutinho (1948/52) e por José Vieira de Melo (1952/54). Depois vieram mais 10 presidentes que os su-cederam até os dias atuais.

Durante cerca de duas décadas depois da fundação, a AFCP funcionou no Edifício Sulacap, no centro do Recife, em sala cedi-da pela Sociedade Auxiliadora da Agricul-tura – organização responsável pelos agri-cultores pernambucanos.

“Desde o nascimento, a AFCP carrega a nobre missão da manutenção da cultura ca-navieira”, destaca o atual presidente do órgão, Alexandre Andrade Lima. O dirigente aprovei-ta para lembrar da primeira missão institucio-nal da Associação na época de sua fundação. A AFCP �cou responsável por representar os produtores rurais junto ao Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), órgão fundado em 1933. A autarquia federal foi criada com objetivo de regular a produção canavieira no Brasil. Desse modo, a participação dos produtores era in-dispensável junto ao IAA para buscar pressio-nar por formas isonômicas de regulamentar e de �scalizar a relação comercial entre forne-cedores de cana e industriais.

Eça Fernandes, vice-presidente da AFCP (década de 1980)

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Na década de 1960, durante quase duas décadas de fundação, o então presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP), Francisco Alberto Moreira Falcão (1962/74), conquista a primeira sede própria da Associação, emancipando-se da Sociedade Auxiliadora da Agri-cultura – entidade que cedia es-paço físico para o funcionamento da AFCP desde o surgimento em 1944. Falcão adquiriu um prédio na rua do Imperador, no bairro de Santo Antônio, no Recife.

A inauguração contou com a presença do então senador José Ermírio de Moraes, ex-ministro da Agricultura e conceituado industrial da época, além de muitas outras autoridades go-vernamentais e empresariais. “O episódio mostrava que a AFCP se tornava cada vez mais forte política e economicamente para defender os interesses da classe canavieira”, diz Ofélia Carvalho, secretária geral da AFCP e fun-cionária mais antiga ainda na ati-va. Ela entrou durante a gestão de Falcão no ano de 1966.

O prédio tinha três pavimen-tos. Cada andar comportava uma

função especí�ca da AFCP. O se-tor médico �cava no primeiro andar, toda a parte administrativa no segundo e o auditório no últi-mo. Porém, ainda assim, o espa-ço logo se tornou pequeno para comportar as crescentes deman-das da entidade. “Tempo depois, outro imóvel foi adquirido na mesma rua durante o primeiro mandato de Falcão”, frisa Ofélia. O gestor foi o ex-presidente da AFCP que mais tempo consecuti-vo �cou à frente do órgão ao lon-go da história de 70 anos da enti-dade. Ele �cou por seis mandatos seguidos e contava com bastante apoio da classe por conta de seu per�l corajoso, ético e rigoroso na defesa do setor canavieiro.

IMPRENSAFalcão se destacava ainda

por ser sintonizado à imprensa. O ex-presidente mantinha uma coluna no Jornal do Commercio à época. “Todas as quartas-feiras, ele publicava um artigo para di-vulgar as ações desenvolvidas pela AFCP”, recorda Ofélia. Os ar-tigos apresentavam as principais ações realizadas junto às altas autoridades do período.

Em pleno período do Regime Mili-tar, em meados da década de 1970, os produtores nordestinos tomaram às ruas com caminhões, tratores, ônibus e carros, paralisando o tráfego entre Per-nambuco e Alagoas. A iniciativa contou ainda com produtores do Rio Grande do Norte, Paraíba e de Sergipe. Essa foi a primeira grande mobilização uni�cada da classe canavieira da Região. O movi-mento foi liderado pela Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP). A ação aconteceu porque os canavieiros estavam bastante contra-riados com uma medida governamen-tal que iria estabelecer o preço da cana com base no rendimento industrial de cada usina. O fato revoltou o setor por-que o�cializava aos usineiros o poder

Antonio Celso, vice-presidente da AFCP na época do protesto

Falcão conquista sede própria após AFCP completar maioridade

Tanques e aviões do Exército observam protesto do setor

de de�nirem unilateralmente o valor da cana, provocando um signi�cativo prejuízo à atividade dos agricultores.

“Todo o protesto foi acompanhado por tanques, avião e helicópteros do Exército”, recorda o vice-presidente da AFCP da épo-

ca, Antônio Celso. O presidente era Fer-nando Antônio de Albuquerque Rabelo (1974/78). O movimento foi bastante orquestrado. Produtores paraibanos, potiguares e pernambucanos saíram do Recife em direção à cidade de Novo Lino (AL). Lá, reuniram-se com canaviei-ros sergipanos e alagoanos. Celso lem-bra que tudo foi feito dentro da ordem, o que evitou a intervenção do Exército. Com a iniciativa conjunta e até então inédita, os produtores nordestinos sa-íram vitoriosos. O protesto resultou na revogação do decreto do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), que mudaria a forma de calcular o valor da cana. “O ato foi revogado pelo general Álvaro Tava-res do Carmo, então presidente do IAA”, diz o ex-vice-presidente.

Francisco Falcão, presidente da AFCP (1962-1974)

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Quase 40 anos após à fundação, a As-sociação dos Fornecedores de Cana de Per-nambuco (AFCP) começa um novo tempo. A entidade vivia um período de expansão e acumulava prestígio político e econômico. Assim, as primeiras gestões do presidente An-tônio Celso Cavalcanti de Andrade (1978/84) avançou nas questões sociais. Uma moderna sede própria é fundada em 1982, no bairro da Imbiribeira, no Recife, funcionando até os dias atuais. Ela é inaugurada com novos departa-mentos para melhor atender as demandas dos associados, sobretudo, nas áreas técnicas, para assistir os produtores, e no setor médico, para os trabalhadores.

A nova sede passa a ter um prédio am-plo, diferente da antiga na rua do Imperador,

Um homem com dois mandatos e muitas transformações na Associação dos Fornece-dores de Cana de Pernambuco (AFCP). Esta é a síntese das gestões de Severino Ademar de Andrade Lima (1984/86, 1989/92) à frente da entidade. No primeiro mandato, reformou o estatuto da AFCP. Ampliou de dois para três anos a gestão das diretorias; implantou o sis-tema de cédula única no processo de eleição da direção; de�niu o plano de cargos e salá-rios para os funcionários; construiu ainda o Laboratório de Fungos para controle biológi-co da Cigarinha (praga da cana) – funcionan-do até os dias atuais. Foi na sua gestão que foi criado o Sistema de Pagamento de Cana pelo Teor de Sacarose – modelo usado até hoje.

O ex-presidente lembra que para garantir o novo sistema de pagamento da cana-de--açúcar foi necessário ampliar signi�cativa-mente o quadro de funcionários para �scali-zar e para acompanhar as análises da cana nos laboratórios das usinas. “Foram contratados 70 técnicos de nível médio e três de nível su-perior”, ressalta Severino Ademar. Ele lembra que o novo sistema já estava previsto na Lei

Severino Ademar, presidente da AFCP (1984-1986, 1989-1992)

Uma nova sede para um novo momento organizativo

Um período de reformas e muitas mudanças para o setor

no centro do Recife. A AFCP passou a ter um grande auditório, salas para diretoria e muitos departamentos, salão para eventos e depen-dência para Sociedade Auxiliadora da Agricul-tura, com todo seu acervo. Foi instalado um moderno consultório odontológico, com três gabinetes dentários e uma sala equipada para atendimento médico, além de sala para �sio-terapia, academia de ginástica, sauna, piscina e uma quadra de esportes. Havia ainda uma moderna cozinha industrial.

Tudo foi feito com verba própria da Asso-ciação, pensando em aproximar o fornecedor à sua casa. “A decisão da melhoria foi de toda direção daquela época, que resolveu inves-tir na nova instalação para agregar todos os departamento”, frisa o presidente da época.

A nova sede �ca na Avenida Mascarenhas de Morais - um dos principais acessos à capital pernambucana, facilitando a chegada do pro-dutor que vem do interior.

As inciativas de cunho social junto ao tra-balhador rural foi a marca da administração do Antônio Celso. “Quando assumi, havia apenas sete ambulatórios instalados no interior, para assistir o trabalhador nas questões médicas e odontológicas”, fala Celso lembrando que terminou o mandado com 32 ambulatórios em plena atividade nas cidades da Zona da Mata, cada um com até cinco funcionários, entre médico, dentista, enfermeira, secretária e servente. Foi criado também o ônibus para assistência médica e odontológica no campo. O serviço contava com o acompanhamento das associadas da Ala Feminina da AFCP.

Na segunda gestão consecutiva, no biênio 1980/81, Celso ampliou a instalação de balan-ças registradoras automáticas, em diversas usinas pernambucanas, para conferência do peso das canas entregues pelos fornecedores. No �nal do mandato, já havia 17 balanças ins-taladas. Na nova gestão, em 1986, o gestor im-plantou um sistema de incentivo aos associa-dos que investissem em medicamentos para o seu trabalhador. “Recebia reembolso de 100%, o produtor que comprasse medicamentos para vermes, e de 50%, para demais remédios”, ressalta o ex-dirigente. Celso liderou a AFCP por vários mandatos consecutivos e alterna-dos. Geriu de 1978 a 1984, seguidos de 1986 a 1989 e de 1992 a 1995.

nº4870/65, mas até então nunca havia sido implantado. Com a criação do laboratório de fungos, Ademar pontua que o produtor pode trocar o controle de pragas com defensivos químicos por biológicos, contribuindo na pre-servação do meio ambiente. A pulverização dos canaviais dos produtores era feito gratui-tamente com um avião cedido pelo Instituto do Açúcar e Álcool (IAA).

O segundo mandato de Ademar também foi de grandes transformações. Dessa vez, uma grave crise assolou o setor em função de equívocos do governo do presidente Collor

de Melo. A principal di�culdade decorre do Plano Collor, que bloqueou todas as contas bancárias dos brasileiros, inclusive da AFCP, limitando as ações da entidade. Foi também neste período que o IAA foi extinto, prejudi-cando o setor. Com o �m do único órgão res-ponsável pela regulamentação e �scalização dos industriais do setor sucroalcooleiro, todos canavieiros sofreram e sofrem até hoje.

Ainda assim, o então presidente conti-nuou �rme. Celebrou um convênio com o governo para ampliação de novas variedades de cana mais resistentes. O convenção foi fei-to com o Planaçúcar – atual Estação Experi-mental de Cana do Carpina, órgão vinculado à Universidade Federal Rural do Estado. Fo-ram entregues duas mil toneladas aos asso-ciados da AFCP. Uma outra ação que continua válida até hoje, foi garantida ainda na gestão Ademar. Todo produtor continua recebendo três litros de melaço por tonelada de cana fornecida às unidades industriais. “Foi preciso sentenças judicial, chegando até o Supremo Tribunal Federal, para garantir tal situação em nosso favor”, recorda.

Nova sede da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco, inaugurada em 1982

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O título acima se refere ao protesto feito pelos produtores, industriais e traba-lhadores da cana do NE, contra o atraso do pagamento do subsídio do programa de Equalização de Custos da Cana, liderado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). O assunto recebeu destaque na imprensa. O setor sucroalcooleiro, liderado pela Asso-ciação dos Fornecedores de Cana de Per-nambuco (AFCP), na gestão do presidente Manoel Soares Antônio Neto (1995/2001), promoveu uma expressiva mobilização com signi�cativa atenção pública, com 400 tratores e caminhões nas ruas, saindo da AFCP até o Palácio do Campo das Prince-sas, no Recife.

“O protesto, que �cou conhecido por “tratoraço”, reivindicava a liberação do re-passe atrasado por três meses, da parcela das subvenções de R$ 5,07 por tonelada de cana”, relembra o líder do Dep. Técnico da AFCP, Virgílio Pací�co. Ao todo, seriam liberados R$ 187 milhões para equalizar os maiores custos de produção da cana nor-destina em relação a outras regiões. Mas,

Em função da signi�cativa seca que as-solou o Nordeste, o cenário era de fecha-mento de usinas, extinguindo milhares de postos de trabalho, ampliando problemas para o setor canavieiro. Cinco unidades in-dustriais pernambucanas fecharam as por-tas neste período, com consequências ne-gativas para toda cadeia produtiva. Frente ao caso, a Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP), agora sob a gestão do presidente José Maria de Andra-de Filho (2001/04), fez muito para buscar a manutenção do tradicional setor econômi-co. Assim nascem experiências organiza-tivas e político-econômicas relevantes, a exemplo da criação da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), e do Pro-grama de Recomposição e Racionalização

O ano era 2004 e uma nova gestão as-sumia o comando da Associação dos For-necedores de Cana de Pernambuco (AFCP). O novo presidente era Ricardo Buarque de Gusmão (2004/07) e o seu desa�o foi ame-nizar os problemas de caixa �nanceiro da entidade. Ao �nal da gestão, ele obteve êxito. O dirigente encontrou o caixa em dé-

somente uma única parcela havia sido li-berada e as outras foram suspensas. Exis-tia uma intenção da ANP, de não liberar o benefício para quem estivesse negativado no cadastro na Declaração do Imposto Ter-ritorial Rural, o que excluiria a maioria dos pequenos produtores canavieiros (cerca de 90% da classe naquela época).

Todas as usinas nordestinas haviam aderido ao tratoraço, porém, antes já ti-nham paralisado a moagem das unidades

enquanto o pagamento da subvenção não voltasse. Cerca de 20 mil trabalhadores cor-riam o riscos de perder o emprego. O setor todo estava mobilizado para reivindicar. Assim, buscavam o apoio do então gover-nador Jarbas Vasconcelos. O pleito era de que o Estado intermediasse junto à ANP para a volta do pagamento. Queriam ain-da o aumento no valor do subsídio para R$ 9,40, e a implantação de um seguro safra em função da última seca.

Na crise nasce esperança e atuação coletiva para soerguer

Uma gestão administrativa para requalificação financeira

da Atividade Canavieira da Mata Norte, seguido posteriormente pelo mesmo pro-grama para a Mata Sul (Prorresul), ambos do então governador Jarbas Vasconcelos.

“O Prorrenor e Prorresul foram funda-

mentais para atenuar a forte seca, através dos benefícios fornecidos pelo governo”, realça José Maria. Entretanto, o dirigente pontua que a união regional da classe ca-navieira foi indispensável na restauração da autoestima do fornecedor de cana e no reconhecimento da cadeia produtiva pelo segmento industrial. Nascia e se consoli-dava a Unida – órgão indispensável para soerguer a classe.

Para José Maria, o aperfeiçoamento do Conselho dos Produtores da Cadeia Pro-dutiva da Cana decorre dessa unidade e da mobilização do setor, contribuindo na etapa inicial desse processo do Consecana, onde passou a considerar na composição do preço da cana, os re�exos do açúcar e do etanol nos mercados externos e internos.

Ao lado, Tratoraço toma as ruas do Recife (reprodução do Diário de Pernambuco)Acima, Manoel Antonio Soares Neto, presidente da AFCP (1995-2001)

José Maria de Andrade Filho, pres. AFCP (2001/2004)

Ricardo Buarque de Gusmão, pres. AFCP (2004/2007)

bito, e ao sair, deixou-o com R$ 800 mil e créditos a receber das usinas. Também foi responsável pela reedição do Pror-renor e do Prorresul, no governo Jarbas Vasconcelos. E ainda participou da fase de reformulação do Consecana, a �m de melhorar o preço da cana, e as relações com os industriais.

Tratoraço para Recife com 400 máquinas

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Dona Ofélia: uma vida dedicada à AFCP

Quais motivos levaram a senhora entrar na AFCP? Quais foram os desa�os?Entrei na Associação no dia 02 de maio de 1966, por indicação do vice-presidente da época, Sr. Eugênio Bandeira de Melo, atendendo a um pedido do meu pai, que era contador do Instituto do Açúcar e do Álcool. Necessitava trabalhar porque queria conquistar a independência e a autonomia �nanceira dentro de casa. Desa�os foram muitos, como era muito nova e inexperiente, tudo era novidade. Cada dia aprendia mais, o que foi muito fácil, com a ajuda sempre de minhas colegas. Quais funções desenvolveu durante esse tempo na AFCP?Recordo que quando entrei na Associação, só havia cinco funcionários: secretária, telefonista/recepcionista, motorista, contínuo, servente e uma pro�ssional no DAS. Fiquei como auxiliar da secretária e participava das reuniões semanais e redigia atas. Respondia pelas correspondências e emissão de cheques. Cuidava do quadro de sócios, em expansão na época. Um ano após, �quei encarregada pelo Departamento de Pessoal. Dois anos depois, acumulei funções e passei a secretariar as demandas do recém-criado Departamento Jurídico, com dois advogados para atuar nas questões junto ao IAA e ao Conselho Deliberativo do IAA. Em 1974, na gestão Fernando Rabelo, minhas atribuições aumentaram. A contabilidade passou a ser feita na AFCP, ampliando o quadro funcional e o meu trabalho. Antes este setor era terceirizado. O quadro aumentou novamente na gestão Antônio Celso, criando o Departamento Técnico, com

o objetivo de orientar os associados para aumentar a produção e a produtividade. Em 1982, com a inauguração da atual sede, contrata-se mais ainda. Outra ampliação de funcionários ocorre em 1984, na gestão de Severino Ademar, com a implantação do setor de �scalização do pagamento de cana pelo teor de sacarose. Inicialmente, 30 �scais foram contratados para atuar junto às usinas. Neste momento, estava bastante sobrecarregada. Foi quando foram contratadas duas funcionárias, uma para o DP e outra para o Jurídico, atenuando a ampla carga de trabalho, haja vista que �quei exclusivamente com a parte da secretaria da AFCP, em uma sala especí�ca. Porém, tal situação mais tranquila, terminou com o falecimento de minha amiga Terezinha, secretaria geral da Associação. Eu tive de assumir as funções dela, acumulando a parte da tesouraria. Daí por diante o trabalho só aumentou até os dias atuais. Hoje, também respondo pela tesouraria da Cooperativa do Agronegócio dos Associados da Associação dos Fornecedores de Cana de Açúcar. Passados todos esses anos, qual a avaliação em ter �cado tanto tempo na AFCP?A princípio, ressalto que minha relação com a Associação é de amor, e foi a primeira vista, amei meu trabalho desde o início. Hoje é uma extensão de minha casa, um ambiente familiar onde temos muito diálogo com todos, da diretoria aos funcionários. Não tenho lembrança de nenhum momento ruim, mas para chegar até aqui, houve também alguns sacrifícios, porque é muito difícil trabalhar, criar �lhos,

cuidar da família, como ocorre com a maioria das mulheres, portanto, não é um problema só meu. Agradeço também ao meu marido que soube compreender minha ausência em alguns momentos.Muitas pessoas que passaram pela AFCP deixaram muitas saudades. Dentre elas: Lucila Queiroga, Teresa Azevedo, Mariluce Marroquim, Eveline Vasconcelos, que foram demitidas por contenção de despesas. E ainda Vera Lobo, Antônio Carlos, Celeste, Adacilda, Everaldo e Graça Jatobá, por falecimento. Além de pessoas que vinham semanalmente a Associação, como Luiz Gonzaga Farias de Oliveira, Vicente Ferrer Gouveia de Melo, que nunca deixava de nos visitar em nossa sala.Recordo ainda de um dos piores momentos da AFCP. Foi no governo de Fernando Collor. No período, houve bloqueios das contas bancárias, além da extinção do IAA, prejudicando signi�cativamente a Associação, com radical redução da receita, uma vez que as usinas não eram mais �scalizadas para cumprir com o recolhimento das taxas que descontava de seus fornecedores de cana, numa apropriação indébita.

Há algum tipo de arrependimento em ter dedicado a vida para a AFCP?Não me arrependo de nada. Faria tudo de novo. Arrependo-me apenas de não ter feito o curso de Direito, por motivos diversos. Se tivesse feito, poderia fazer parte do quadro do Dep. Jurídico da Associação, o que gostaria. Aproveito a oportunidade para registrar a minha gratidão pelo carinho de todos.

Nascia há 68 anos no Dia Internacio-nal da Mulher, uma criança que não sabia, mas sua vida seria dedicada à organiza-ção dos produtores canavieiros. Até hoje, ela já dedicou 48 anos na Associação dos Fornecedores de Cana (AFCP). Essa mu-lher, que é esposa, mãe de três �lhos e avó cinco vezes é Ofélia Santos da Rocha Car-valho – uma pessoa serena e à disposição do crescimento da classe. Dona Ofélia é a secretária geral da AFCP, sucedendo a ines-quecível Terezinha Veiga. Para Alexandre Lima, presidente da entidade, Dona Ofélia é a reserva moral e ética da AFCP. Por isso, ela acumula a con�ança dos diretores e de todos os presidentes da AFCP com quem trabalhou desde 1966. Ela já participou de grandes eventos da entidade. Ela é o arqui-vo vivo da AFCP. A sua vida é a prova de sua qualidade humana e pro�ssional.

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8 EDIÇÃO ESPECIAL – ABRIL 2014 – www.afcp.com.br

Um homem com muita disposição, cora-gem e vontade de soerguer o setor canaviei-ro pernambucano e nordestino. Este homem é Alexandre Araújo de Morais Andrade Lima (2007/16), o décimo quarto presidente na linha sucessória da Associação dos Fornece-dores de Cana de Pernambuco (AFCP). Desde sua ascensão ao cargo, que relutou para acei-tar de início, suas gestões, três consecutivas, acumulam vitórias emblemáticas. O homem nunca para. A todo tempo está à disposição dos interesses da classe.

Os mandatos têm sido marcados por conquistas relevantes. Dentre elas, destaca--se o programa de subvenção à cana nor-destina. Ele foi iniciado em 2008 e reeditado em safras posteriores. O destaque �ca tanto para a primeira como para a última subven-ção, autorizada em 2013. Em ambos os casos, houve tensão entre a classe e o governo fe-deral, havendo o risco iminente da realização de grandes protestos da classe. A última sub-venção, inclusive, foi anunciada pela presi-dente da República, Dilma Rousse�, na sede da AFCP. Um dia antes, produtores vindos dos estados nordestinos já estavam mobili-zados para realizar um expressivo protesto na visita presidencial a Pernambuco, para inaugurar a Arena da Copa, na cidade de São Lourenço da Mata.

No caso da autorização da subvenção em 2008, um protesto também já articula-do e pronto para ocorrer foi o estopim que garantiu o benefício aos fornecedores nor-destinos de cana. Cerca de 2 mil produtores iriam realizar manifestações durante a visita do presidente Lula ao Estado. Os protestos seriam realizados em Frente ao Palácio do Governo. Porém, três ministros do então presidente Lula, tomaram conhecimento da ação, e foram até a AFCP, onde os produtores estavam concentrados. Lá, os ministros anun-ciaram medidas de valorização do preço da cana. Foram eles: Dilma Rousse� (Casa Civil), Guilherme Kassel (Desenvolvimento Agrário) e José Mucio Monteiro (Relações Institucio-nais). Anunciaram também a autorização de leilões de açúcar, permitindo a compra pela Companhia Nacional de Abastecimento.

Cinco anos depois, em 2013, como vimos, pela primeira vez na história da AFCP, um pre-sidente da República visitou a Entidade. Neste mesmo ano, Alexandre Andrade Lima foi con-siderado um dos principais líderes do setor sucroenergético nacional, em pesquisa de opinião feita pelo Jornal Cana, com industriais e produtores de todo o Brasil. Vale ressaltar que neste período, ele já havia assumido o co-mando da União Nordestina dos Produtores de Cana, cargo que continua em exercício, no

Um novo líder e conquistas emblemáticas

Alexandre Araújo de Morais Andrade Lima, atual presidente da AFCP (2007-2016)

Dentre eles, destaca-se a parceria fundamen-tal com o Sindicato dos Cultivadores de Cana de Pernambuco (Sindicape), liderado por Gerson Carneiro Leão. “Praticamente todas as conquistas à nível governamental decorre dessa parceria, desde os dias iniciais do meu primeiro mantado em 2007”, diz. À frente da AFCP, Lima se destacou ainda pelo pagamen-

to de R$ 9 milhões de atrasados da Associa-ção, com INSS, FGTS e imposto de renda.

Agora em 2014, ano em que a AFCP com-pleta 70 anos de existência, o gestor está prestes a emplacar uma experiência estadual inédita para a classe, com reais e signi�cativas chances dos fornecedores de cana gerirem as usinas Cruangi e Pumaty, agregando valor a cana com a produção do açúcar e do etanol. O modelo será através de cooperativas. Antes de deixar o cargo de governador de Pernam-buco, para disputar a presidência da Repú-blica, Eduardo Campos havia anunciado que iria apoiar a iniciativa, investindo cerca de R$ 30 milhões no arrendamento das unidades industriais e dos canaviais dessas usinas. A iniciativa tem contribuído para dar um pouco de esperança ao setor canavieiro, o qual tem sofrido bastante para enfrentar os efeitos da maior seca dos últimos 50 anos na região nor-destina, além da falta de política pública de médio e longo prazo do governo federal para o setor sucroenergético.

Alexandre foi considerado um dos principais

líderes do setor

seu segundo mandato. Ele também tinha as-sumido anteriormente a vice-presidência da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil. No entanto, o dirigente destaca a relevância das articulações e de parceiros para conseguir lograr êxito nas missões em favor da classe.

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