um filme de Roy Andersson - Alambique · 2013. 3. 12. · tamanhos e feitios, apanhados numa...

20
um filme de Roy Andersson SELECÇÃO OFICIAL UN CERTAIN REGARD

Transcript of um filme de Roy Andersson - Alambique · 2013. 3. 12. · tamanhos e feitios, apanhados numa...

Page 1: um filme de Roy Andersson - Alambique · 2013. 3. 12. · tamanhos e feitios, apanhados numa espécie de pausa sonâmbula: os diálogos são frustrantes, duros. A câmara de Andersson

um filme de Roy Andersson

SELECÇÃO OFICIALUN CERTAIN REGARD

Page 2: um filme de Roy Andersson - Alambique · 2013. 3. 12. · tamanhos e feitios, apanhados numa espécie de pausa sonâmbula: os diálogos são frustrantes, duros. A câmara de Andersson

Deleita-te então, tu, que vives com este lugar aquecido pelo amor antes que o funesto Letes te banhe o pé fugidio.Johann Wolfgang von Goethe Elegias Romanas

Page 3: um filme de Roy Andersson - Alambique · 2013. 3. 12. · tamanhos e feitios, apanhados numa espécie de pausa sonâmbula: os diálogos são frustrantes, duros. A câmara de Andersson

Sinopse

“Tu, que Vives é sobre o Homem - grandeza e miséria, alegria e tristeza, autoconfiança e ansiedade: rimos desse Homem mas também o choramos.É apenas uma comédia trágica ou uma tragédia cómica sobre nós próprios.”Roy Andersson

Page 4: um filme de Roy Andersson - Alambique · 2013. 3. 12. · tamanhos e feitios, apanhados numa espécie de pausa sonâmbula: os diálogos são frustrantes, duros. A câmara de Andersson

Nota de intenções

“Edda Poética”, um conjunto de antigos poemas islandeses, contém um provérbio que diz: “O homem é a alegria do homem”. Agrada-me a ideia de que o homem não está só na terra, que depende dos outros.

Mas, se o homem faz a alegria dos seus congèneres, também é a fonte dos seus problemas e dor. É assim tanto nos grandes momentos históricos como nos pequenos momentos do quotidiano. O homem fascina o homem: foi assim que interpretei este judicioso provérbio milenar e o adoptei como divisa, no filme.

Tu, que VivesUm filme sobre a grandeza da existênciade Roy Andersson

Page 5: um filme de Roy Andersson - Alambique · 2013. 3. 12. · tamanhos e feitios, apanhados numa espécie de pausa sonâmbula: os diálogos são frustrantes, duros. A câmara de Andersson

O meu filme compõe-se de uma série de quadros que ilustram a acondição humana. As personagens representam diferentes facetas da existência humana. Dizem respeito a problemas, pequenos e grandes, que vão da sobrevivência diária às grandes questões filosóficas.

Espero que, diante Tu, que Vives, os espectadores se sintam perante momentos da sua própria vida.A minha leitura deste fascínio do homem pelo homem ilumina a filosofia do filme. Muitas vezes, o cinema contemporâneo ignora este tipo de valores e privilegia uma narrativa mais de acordo com a dramaturgia convencional. Não é que condene esse tipo de cinema, mas tento desenvolver uma linguagem cinematográfica menos previsível. O meu filme rompe com as estruturas narrativas clássicas para contar a sua história a partir de um mosaico de destinos humanos.

Os quadros que o compõem mostram os mal- -entendidos e erros de pessoas que se encontram sem, realmente, comunicar. Porque, na sua busca do que parece ser importante, apenas correm atrás do tempo, que passa. É um filme sobre a vida dos homens - trabalho, comportamento em sociedade, pensamentos, inquietações, sonhos, dores, alegrias.

A sua insaciável necessidade de reconhecimento e amor. Tudo isto, aquilo de que são feitos, assim como a sua aparência e motivações, tem tantas variantes quantas as pessoas na terra. E é por isso que “o homem é a alegria do homem”.

Page 6: um filme de Roy Andersson - Alambique · 2013. 3. 12. · tamanhos e feitios, apanhados numa espécie de pausa sonâmbula: os diálogos são frustrantes, duros. A câmara de Andersson

The Guardian - Peter BradshawSexta-feira 28 de Março de 2008

Profundamente diferente... Tu, que Vives

Quando Ingmar Bergman morreu, em Julho de 2007, começou dolorosamente a pôr-se a questão: há alguém que possa vir a ocupar o seu lugar? Não há. E por que haveria de haver? No entanto, na altura, fiz uma idónea e silenciosa sugestão. Há um candidato que possui algo pouco notado em Bergman: o seu sentido de humor. Tratava-se do realizador sueco Roy Andersson, cujos filmes mordazes e hilariantes - como uma hipnótica sucessão de quadros de Beckett sumptuosamente

Page 7: um filme de Roy Andersson - Alambique · 2013. 3. 12. · tamanhos e feitios, apanhados numa espécie de pausa sonâmbula: os diálogos são frustrantes, duros. A câmara de Andersson

montados - o obrigam a enormes períodos de tempo em busca de fundos e de produção. O último foi Songs from the Second Floor, em 2000, e agora este, com estreia no Festival de Cannes em 2007.

Os seus filmes são profundamente diferentes do trabalho de qualquer outro realizador. E são doutra Divisão, para a maioria. Há visões extraordinárias de almas perdidas, intensa e hiper-realisticamente cinzentos, à deriva por mundos que só posso descrever como magnificientes. As pessoas, algumas pelo menos, relacionam-se de maneira vaga, e por todo o lado há a inquietante sensação de que presenciamos as últimas horas de um mundo condenado. A sequência final mostra uma esquadrilha de bombardeiros, descendo de um tecto de nuvens, que, aparentemente, vão destruir tudo e todos os que acabámos de ver. Tudo banhado por uma distintiva e estranha luz cinzento-esverdeada, como que reflectida por um aquário por detrás da câmara. É uma luz que desenha a grosso, com dureza, sobretudo os rostos fatigados das personagens.

Desgraçados homens e mulheres, de todos os tamanhos e feitios, apanhados numa espécie de pausa sonâmbula: os diálogos são frustrantes, duros. A câmara de Andersson raramente se move, estática como o cavalete de um pintor. O resultado parece

algo saído de Hooper, Vermeer ou, talvez, Gary Larson. Linhas de perspectiva longas, rectangulares. Interiores pobres, bares coçados, ruas sombrias, vistas de tal forma que parecem câmaras de um qualquer inferno refrigerado.“Pictórico” é um adjectivo demasiado utilizado para filmes, mas que faz todo o sentido neste caso. As instalações cénicas estáticas são compostas de forma tão intrincada como na pintura, e não conheço nenhum outro realizador cujo trabalho incentive tanto o espectador a, com vagar, examinar o espaço, no plano. Os filmes de Andersson permitem-nos apreciar a direcção artística. A cada cena, é opcional mas gratificante contemplar, da janela dos fundos, a distante, exótica, imaginária paisagem citadina: por vezes, é uma pintura num pano de fundo; outras, talvez não. Uma porta aberta pode ser que nos leve a um outro compartimento, misterioso, apenas entrevisto, em que personagens secundárias aparecerão por breves momentos - e damos connosco a esticar o pescoço para ver melhor.

Tu, que Vives é um filme muito divertido - mas da maneira mais sombria possível. É uma comédia muda, mas com palavras. Há aqui situações cómicas à antiga, algumas sem palavras. Por exemplo, numa estação de comboios vemos um homem indefeso a

Page 8: um filme de Roy Andersson - Alambique · 2013. 3. 12. · tamanhos e feitios, apanhados numa espécie de pausa sonâmbula: os diálogos são frustrantes, duros. A câmara de Andersson
Page 9: um filme de Roy Andersson - Alambique · 2013. 3. 12. · tamanhos e feitios, apanhados numa espécie de pausa sonâmbula: os diálogos são frustrantes, duros. A câmara de Andersson

tentar decidir em que fila deve entrar para comprar o bilhete. No revoltante quadro central, o condutor de uma carrinha conta-nos o pesadelo que teve com o clássico truque de puxar a toalha. Por alguma razão, viu-se num jantar com muita gente em que as pessoas, vá-se lá saber por quê, se deixaram a vê-lo tentar puxar a toalha de mesa, pejada de louça fina antiga. Foi sentenciado à morte por electrocussão pelo previsível e calamitoso resultado. E seguimos isto tudo através de uma série de cenas lentas, frias, desde o jantar até à cadeira eléctrica.

Os lugares estranhos, enublados, com imensos e elaborados cenários, parecem-se muito entre si. Interiores e exteriores fazem parte de um todo e dão ao filme um tom gigantesco, épico, mais marcante aqui que em qualquer imagem criada digitalmente, embora alguns dos efeitos mais surpreendentes, quase de certeza, tenham sido criados ou, pelo menos, retocados, digitalmente. O mais notório é outra sequência onírica. Uma fã de rock, desesperadamente atraída pelo guitarrista/vocalista de uma banda chamada Black Devils, imagina-se casada com ele, em lua-de-mel no seu apartamento - apartamento esse que viaja pelo campo como um comboio, entrando numa estação onde uma grande multidão os ovaciona, celebrando

o casamento. Tecnicamente, é um feito extraordinário. E inexplicavelmente muito comovente. Lembra-me o cómico Steven Wright quando, acidentalmente, mete as chaves do carro na porta da frente da sua casa, dando o arranque ao edifício todo.Andersson criou o seu título a partir de Goethe: “Deleita-te então, tu, que vives, com este lugar aquecido pelo amor, antes que o funesto Letes te banhe o pé fugidio.” “Letes” é o destino dum carro-eléctrico que passa, numa cena tipicamente enigmática. Os versos têm a sombria compaixão, o humor negro norte-europeu, presentes nos filmes de Andersson. “Tu, que vives” - esta gente? Ou mortos-vivos? Tragicamente, agarram-se às migalhas de vida que este desgraçado mundo lhes permite ter.

Vendo o filme, percebi de chofre o que queriam dizer Woody Allen e Terry Gilliam quando vi Songs from the Second Floor. Mas isto é o trabalho de um artista verdadeiramente original - talvez mesmo um génio. É radicalmente diferente de qualquer outro, com um rigor de composião técnica que envergonha todos os outros realizadores e artistas visuais. E é mesmo divertido.

Page 10: um filme de Roy Andersson - Alambique · 2013. 3. 12. · tamanhos e feitios, apanhados numa espécie de pausa sonâmbula: os diálogos são frustrantes, duros. A câmara de Andersson

Entrevista com Roy Andersson

Assunto e humor

Como usamos o nosso tempo na terra? Mostro exemplos da vida de pessoas e espero que o resultado seja divertido. Mas as minhas histórias também são tristes porque a vida é trágica, uma vez que todos havemos de morrer, um dia. No final da vida, talvez identifiquemos os erros que cometemos.O filme não pretende culpabilizar o espectador mas sim convidá-lo à reflexão sobre o modo como usamos o nosso tempo.

Page 11: um filme de Roy Andersson - Alambique · 2013. 3. 12. · tamanhos e feitios, apanhados numa espécie de pausa sonâmbula: os diálogos são frustrantes, duros. A câmara de Andersson

O meu último filme, Songs from the Second Floor / Chansons du Deuxième Etage, tratava de uma questão séria: a culpa histórica e colectiva. Tu, que Vives aborda questões mais palpáveis, como seja: “como nos comportarmos em sociedade” O filme constrói-se em torno de umas cinquenta cenas desconcertantes, que confrontam personagens recorrentes com situações muitas vezes burlescas.Creio que viver é complicado para toda a gente e é o humor que nos resgata. Nesse sentido, encaro Tu, que Vives como uma farsa sobre a condição humana.Quadros concisos

As voltas da História e o destino dos grandes são assuntos apaixonantes. Mas também gostamos de nos sentar calmamente numa esplanada, a observar os outros. Encontro esta simplicidade da vida de todos os dias na pintura de Millet e de van Gogh: os retratos de camponeses trabalhando, de Millet, em Les Glaneuses, são tão interessantes comos os quadros de Delacroix sobre batalhas épicas. A pintura de Millet revela tanto cuidado, precisão e empatia que nos parece não haver nada mais importante para retratar.Tento compor cenas tão intensas e depuradas quanto possível, por forma a criar o desejo de as ver de novo. Tento mudar a relação que os espectadores têm com

“Viver é complicado para toda a gente e é o humor que nos resgata.”

Page 12: um filme de Roy Andersson - Alambique · 2013. 3. 12. · tamanhos e feitios, apanhados numa espécie de pausa sonâmbula: os diálogos são frustrantes, duros. A câmara de Andersson

o cinema. Como artista, é importante, necessário mesmo, abanar os velhos hábitos. O meu filme põe em causa as estruturas narrativas cinematográficas convencionais. É assim que sou provocador.

Estrutura narrativa

Quando faço um filme, não recorro a um guião clássico mas sim a um tema, um conceito filosófico ou uma determinada atmosfera.Para Tu, que Vives, criei quadros que colocam as personagens em lugares comuns, situações corriqueiras, com grande atenção no detalhe. Juntas, criam um todo que se assemelha à estrutura caótica dum mercado concorrido.Antes de mais, queria montá-las de forma a que ficassem em aberto, permitindo a surpresa, o inesperado. As cenas estão ligadas por falas e situações recorrentes. Várias vezes, os espectadores vão dar consigo num bar à hora de encerramento, em que uma personagem um pouco ébria balbucia: “Ninguém me compreende.” A repetição tem uma função cómica mas também acentua o lado universal das personagens.

Page 13: um filme de Roy Andersson - Alambique · 2013. 3. 12. · tamanhos e feitios, apanhados numa espécie de pausa sonâmbula: os diálogos são frustrantes, duros. A câmara de Andersson
Page 14: um filme de Roy Andersson - Alambique · 2013. 3. 12. · tamanhos e feitios, apanhados numa espécie de pausa sonâmbula: os diálogos são frustrantes, duros. A câmara de Andersson

Estilo visual

Gosto de cenas com uma simplicidade muito controlada, filmadas num enquadramento muito aberto, de um único ponto de vista e em plano-sequência. Nos meus filmes há poucos movimentos de câmara. Para filmar em ângulo aberto, foi-me preciso adquirir uma certa maturidade enquanto realizador. Mas este processo permite-me situar melhor uma personagem no mundo que o rodeia, em vez de o isolar.Diz-se que os olhos são o espelho da alma. Não faço grandes planos porque compreendo melhor um homem na sua relação com o espaço em que se insere.

Atmosfera

Nos meus filmes, a conjugação de iluminação suave, maquilhagens pálidas e tons monocromáticos - muitas vezes verdes - cria uma atmosfera particular. Os meus primeiros filmes eram influenciados pelo neo-realismo italiano, nomeadamente por O Ladrão de Bicicletas, de Vittorio de Sica, e pela Nova Vaga checa. Mas cedo descobri os limites deste tipo de realismo. Por isso, desenvolvi um estilo que condensa e simplifica as cenas. Hoje, esta estética mais abstracta parece-me mais poderosa que o realismo.

Page 15: um filme de Roy Andersson - Alambique · 2013. 3. 12. · tamanhos e feitios, apanhados numa espécie de pausa sonâmbula: os diálogos são frustrantes, duros. A câmara de Andersson

Sonho e realidade

Para este filme, quis alternar cenas reais com cenas oníricas, uma mistura que me fascina. Quando o cinema nos mergulha num sonho, podemos falar da vida mais livremente, sem nos preocuparmos com veresomilhanças. Pode-se ser tão brutal e aberto quanto quisermos. Em O Charme Discreto da Burguesia, de Luis Buñuel, gostei muito quando um homem diz a um grupo de pessoas: “Ontem, tive um sonho” e, em seguida, vemos o sonho. Buñuel mostrou uma espécie de liberdade e engenho incríveis. Essa liberdade inspirou-me muito.

Décors e iluminação

Todas as cenas menos uma foram filmadas no nosso estúdio em Estocolmo - o Estúdio 24. Construímos cerca de 50 cenários, alguns bem grandes. Isto possibilitou-me chegar à simplicidade e pureza de que gosto. Em estúdio, posso criar todas as condições necessárias à minha liberdade de realizador. Iluminamos as cenas de forma muito doce, sem sombras. Assim, não há como se esconder.

“Gosto de cenas com uma simplicidade muito controlada, filmadas num enquadramento muito aberto, de um único ponto de vista e em plano-sequência.”

Page 16: um filme de Roy Andersson - Alambique · 2013. 3. 12. · tamanhos e feitios, apanhados numa espécie de pausa sonâmbula: os diálogos são frustrantes, duros. A câmara de Andersson

Actores

Escolho os meus actores com muito cuidado. Não me interessa se são ou não profissionais. O que conta é a sua autenticidade, a sua presença no ecrã. Acho mais interessante escolher entre os milhões de pessoas na Suécia do que me restringir aos cerca de dois mil actores profissionais do meu país.De maneira geral, prefiro caras novas. Encontro muitos dos meus actores na rua, nos restaurantes e entre os meus conhecidos.

Música

Gosto de ter música original, composta para os meus filmes. Neste caso, foi inspirada em diferentes estilos (jazz, Mozart, hinos russos), mas as melodias estão muito próximas do jazz de Nova Orleães, que eu tocava ao trombone, quando era jovem.Ao princípio, queria que a música fosse mesmo tocada nas filmagens, que víssemos e ouvíssemos as pessoas a tocar. Depois, achei algumas cenas tão musicais por si mesmas que mudei de ideias e fui ainda mais longe: por vezes, as personagens pôem-se mesmo a cantar.

Conclusão

Gosto de lidar com questões existenciais pelo prisma da banalidade e das situações aparentemente banais. Depois do neo-realismo e do cinema do absurso, eu tento, hoje, propor o “trivialismo”.

Page 17: um filme de Roy Andersson - Alambique · 2013. 3. 12. · tamanhos e feitios, apanhados numa espécie de pausa sonâmbula: os diálogos são frustrantes, duros. A câmara de Andersson

Roy Andersson nasceu em Gothenburg, na Suécia, em 1943. A sua primeira longa-metragem, A Swedish Love Story / Une Histoire d’Amour Suedoise, ganhou o prémio principal no Festival de Berlim de 1970. O segundo filme foi apresentado na Quinzena dos Realizadores em Cannes, em 1976. Em 1975, começou a realizar publicitários insólitos, coroados de sucesso, que ganharam um total de 8 Leões d’Ouro em Cannes. Em 1981, Roy Andersson fundou o Estúdio 24 para produzir e realizar os seus filmes com total independência. A seguir a After Something Happened / Quelque Chose Est Arrivé (1987) e World of Glory / Un Monde de Gloire (1991), duas curtas-metragens que lhe valeram as mais pretigiosas recompensas (nomeadamente em Clermont- Ferrand), realizou Songs from the Second Floor / Chansons du Deuxième Etage no seu estúdio (entre Março de 1996 e Maio de 2000) e obteve o Prémio Especial do Júri em Cannes, em 2000.

You, the Living (2007)Songs from the Second Floor (2000)World of Glory (1991)Something Happened (1987)Giliap (1975)A Swedish Love Story (1970)

Sobre Roy Andersson

Page 18: um filme de Roy Andersson - Alambique · 2013. 3. 12. · tamanhos e feitios, apanhados numa espécie de pausa sonâmbula: os diálogos são frustrantes, duros. A câmara de Andersson

Excerto de diálogos

criança: Sra. professora, o que foi?mulher: O meu marido... Chamou-me “simplória”.criança: O que é isso?mulher: Pergunta-lhe a ele.

juiz 1: Requeiro prisão perpétua.juiz 2: Não é suficiente.juiz 1: A cadeira eléctrica, talvez? Exactamente! A cadeira eléctrica?juiz 2: Sim!advogado de defesa: A cadeira eléctrica...acusado: É assim a vida.

Page 19: um filme de Roy Andersson - Alambique · 2013. 3. 12. · tamanhos e feitios, apanhados numa espécie de pausa sonâmbula: os diálogos são frustrantes, duros. A câmara de Andersson

homem: Às vezes não se tem sorte. Este ano toquei 39 vezes com a Guarda Real e em 48 enterros.mulher: Que bom!homem: Coloquei tudo nos fundos de pensões. E agora sei que o dinheiro foi pelo cano abaixo. É muito triste.mulher: Oh, como é bom!

vendedor: Hoje não é dos meus dias. Discuti com a minha mulher.cliente: Acontece.vendedor: Só que... Chamei-lhe “simplória”.mulher do cliente: Não é lá muito simpático.vendedor: Pois, mas ela chamou-me “chouriço”.cliente: Como?vendedor: “Chouriço”.mulher do cliente: “Simplória” é pior. Não achas, Gustav?cliente: Não faço ideia. Anda, vamos embora.

Page 20: um filme de Roy Andersson - Alambique · 2013. 3. 12. · tamanhos e feitios, apanhados numa espécie de pausa sonâmbula: os diálogos são frustrantes, duros. A câmara de Andersson

ActoresJessica Lundberg, Elisabet Helander, Björn Englund, Leif Larsson, Ollie Olson, Kemal Sener, Håkan Angser, Birgitta Persson, Gunnar Ivarsson

Equipa TécnicaMontagem Anna Märta Waern

Som Jan Alvermark, Robert Sörling

Mistura Owe Svensson FSFL

Gravação da música Robert Hefter

Assistente de operador de câmara & Construções especiais Fredrik Borg

Casting & Guarda-roupa Sophia Frykstam

Decoração & Pintura Magnus Renfors, Elin Segerstedt

Contabilidade & Administração Johanna Wennerberg

Carpintaria & Construções especiais Jacob Björkander

Acessórios & Décors Anna-Märta Waern

Director de produção & Assistente de realização Johan Carlsson

Director de fotografia Gustav Danielsson

Produtor Pernilla Sandström

Argumento & Realização Roy Andersson

Produção Roy Andersson Filmproduktion

Co-Produção Parisienne de Production/Philippe BoberThermidor Filmproduktion/Susanne MarianPosthus Teatret/Carsten Brandt4 M /Håkon ØveråsSveriges Television, Arte France Cinéma, WDR/Arte, Style Jam

Com o apoio de Svenka Filminstitutet, Eurimages Council of Europe, NordiskFilm & TVFond, Filmstiftung Nordrhein-Westfalen, DanskeFilminstitut, Norsk Filmfond com Canal+

Suécia, Alemanha, França, Dinamarca, Noruega, 2007, 94’, Cor

Distribuído por Alambique