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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON MARANGON GABRIEL PAULETTI AMARAL AVALIAÇÃO COMPARATIVA ENTRE MÉTODOS DE CONTENÇÃO DE TALUDES: MURO DE GABIÃO E LOGBLOCK ESTUDO DE CASO EM CAÇADOR/SC Palhoça 2017

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

ANDERSSON MARANGON

GABRIEL PAULETTI AMARAL

AVALIAÇÃO COMPARATIVA ENTRE MÉTODOS DE CONTENÇÃO DE

TALUDES: MURO DE GABIÃO E LOGBLOCK

ESTUDO DE CASO EM CAÇADOR/SC

Palhoça

2017

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ANDERSSON MARANGON

GABRIEL PAULETTI AMARAL

AVALIAÇÃO COMPARATIVA ENTRE OS MÉTODOS DE CONTENÇÃO DE

TALUDES: MURO DE GABIÃO E LOGBLOCK

ESTUDO DE CASO EM CAÇADOR/SC

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Curso de Engenharia Civil, da Universidade

do Sul de Santa Catarina, como requisito

parcial para obtenção do título de Engenheiro

Civil.

Orientador: Prof. Cesar Schmidt Godoi, M.Sc

Palhoça

2017

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Dedicamos este Trabalho de Conclusão de

Curso às nossas famílias e amigos que sempre

nos incentivaram e nos ajudaram a chegar até

aqui.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradecemos a Deus, que sempre nos guiou, deu força e fé para

seguirmos os nossos caminhos. Gratos por iluminar nossos pensamentos e por sua presença

nos momentos que precisamos.

Aos nossos pais que sempre nos motivaram, orientaram, deram conselhos,

ajudaram em tudo que foi possível e impossível. Sem o amor, carinho, dedicação, paciência e

ombro amigo de vocês muitos de nossos feitos não teriam passado de simples sonhos.

A E.S.E. Construções, empresa onde trabalhamos, por nos ceder o projeto do

muro de contenção. Agradecemos também a todos da equipe administrativa pelo apoio

durante este trabalho.

Agradecemos ao nosso professor orientador Cesar Godoi, por nos guiar e pela

prontidão em nos ajudar em tudo o que foi necessário neste estudo de caso.

Ao nosso amigo/irmão/colega Gabriel Arab, que deixou muita saudade com sua

partida. Agradecemos pela amizade, pelos momentos inesquecíveis e por nos ensinar a levar a

vida com alegria. Sempre estará nos iluminando onde estiver.

Gratos a Pirâmide Pré-moldados, juntamente com a empresa Ecounion, que nos

auxiliaram fornecendo as informações e materiais referentes ao muro Logblock.

A empresa Maccaferri por auxiliar-nos com materiais, informações e projetos para

a confecção deste trabalho de conclusão de curso.

Agradecemos ao nosso amigo Fábio de Menezes, que desde o início da faculdade

esteve ao nosso lado batalhando e nos incentivando.

Enfim, agradecemos a todos que de forma direta ou indireta contribuíram para a

realização deste estudo. À vocês, o nosso muito obrigado!

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RESUMO

Este trabalho apresenta um estudo de métodos de contenção de muros a

gravidades, onde foi realizado um estudo de caso na cidade de Caçador/SC, em que são

comparados dois métodos construtivos, muro de gabião aonde vem sendo utilizado há

séculos, sendo a empresa Maccaferri pioneira no mercado e muro logblock, que é uma

tecnologia nova lançada no mercado há quatro anos, sendo uma opção técnica nas soluções de

muro de gravidade. Essa nova solução chegou ao estado de Santa Catarina neste ano de 2017,

sendo a empresa Pirâmide Pré-moldados pioneira na fabricação do bloco logblock.

Será abordado um dimensionamento das estruturas de contenções através de um

projeto desenvolvido pelos softwares Rocscience Slide e Gawacwin, através dos resultados

das análises de amostras recolhidas in loco, sendo realizados ensaios no laboratório da Unisul.

Com os resultados dos projetos dos dois muros de contenção em análise serão

verificados as exigências mínimas pela norma para que os muros fiquem estáveis, em seguida

será feita uma comparação entre os projetos apontando as vantagens e desvantagens de cada

método.

Por fim serão analisados os custos dos dois métodos, tendo uma análise

comparativa entre eles, salientando qual seria o mais adequado para o estudo de caso visando

racionalização do processo, eficiência, eficácia e economicidade.

Palavras-chave: Muro de contenção. Muro de gabião. Muro Logblock.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Representação de um muro de contenção à gravidade em gabiões. ........................ 16

Figura 2- Muros de alvenaria de pedra. .................................................................................... 17

Figura 3 - Seção transversal de muro de concreto ciclópico na forma de trapézio. ................. 18

Figura 4 - Muro de gabião. ....................................................................................................... 19

Figura 5 - Dimensões mais usadas em muros de gabiões......................................................... 20

Figura 6 - Muro “cribwall”. ...................................................................................................... 21

Figura 7 - Muro de contenção com sacos de solo-cimento. ..................................................... 22

Figura 8 - Exemplo de uma Barragem com contenção de sacos de solo-cimento. .................. 22

Figura 9 - Muro de pneus. ........................................................................................................ 23

Figura 10 - Peças de logblock encaixadas. ............................................................................... 24

Figura 11 - Muro logblock. ...................................................................................................... 24

Figura 12 - Muro de arrimo atirantado. .................................................................................... 25

Figura 13: Zona fraca cisalhada em ruptura de talude. ............................................................. 26

Figura 14 - Talude construído com curvas de níveis. ............................................................... 26

Figura 15 - Perfil do solo devido ao intemperismo. ................................................................. 27

Figura 16 - Características do movimento, material e geometria. ............................................ 28

Figura 17 - Erosões do tipo voçorocas. .................................................................................... 29

Figura 18 - Tensões e resistências mobilizadas na superfície de ruptura. ................................ 32

Figura 19 - Divisão da superfície potencial de ruptura em fatias. ............................................ 33

Figura 20 - Forças atuantes em uma fatia. ................................................................................ 34

Figura 21 - Forças atuantes em uma fatia. ................................................................................ 37

Figura 22 - Determinação do Fator de Segurança. ................................................................... 39

Figura 23 - Representação do estado de tensões através do diagrama do círculo de Mohr

Coulomb. .................................................................................................................................. 44

Figura 24 - Envoltória de ruptura de Mohr............................................................................... 45

Figura 25 - Representação do estado 1 de ruptura.................................................................... 45

Figura 26 - Representação do estado 2 de ruptura.................................................................... 46

Figura 27 - Representação do estado 3 de ruptura.................................................................... 46

Figura 28 - Representação sinalizando o rompimento do solo. ................................................ 47

Figura 29 - Forças que atuam sobre a estrutura de arrimo. ...................................................... 49

Figura 30 - Distribuição do empuxo ativo. ............................................................................... 50

Figura 31 - Distribuição do empuxo passivo. ........................................................................... 51

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Figura 32 - Método de Coulomb. ............................................................................................. 52

Figura 33 - Tipos de instabilidades de muros à gravidade. ...................................................... 54

Figura 34 - Forças atuantes responsáveis pelo deslizamento. .................................................. 55

Figura 35 - Forças atuantes responsáveis pelo tombamento. ................................................... 57

Figura 36 - Ponto de aplicação de “N”. .................................................................................... 58

Figura 37 - Método de Bishop para encontrar o FS. ................................................................ 61

Figura 38 - Detalhe do procedimento do ensaio. ...................................................................... 63

Figura 39 - Amostra do solo deformado depois do ensaio executado. ..................................... 64

Figura 40 - Curvas de tensão cisalhante x deformação. ........................................................... 65

Figura 41 - Aparelho Casagrande. ............................................................................................ 69

Figura 42 - Ensaio Casagrande. ................................................................................................ 69

Figura 43 - Ensaio limite de Plasticidade ................................................................................. 71

Figura 44 - Ensaio Picnômetro. ................................................................................................ 73

Figura 45 - Local da área analisada. ......................................................................................... 74

Figura 46 - Avenida Albino Potrich, localizada em Caçador/SC. ............................................ 75

Figura 47 - Situação in loco antes de ser executado o muro de gabião. ................................... 77

Figura 48: Vista altimétrica da Avenida Albino Potrich, Caçador/SC. .................................... 77

Figura 49 - Visão ampliada do relevo da cidade de Caçador/ SC. ........................................... 77

Figura 50 - Situação do muro de gabião in loco. ...................................................................... 78

Figura 51 - Retirada da amostra indeformada 1. ...................................................................... 78

Figura 52 - Retirada da amostra indeformada 2 no talude do solo in loco. .............................. 79

Figura 53 - Vista geral do local da retirada das amostras. ........................................................ 82

Figura 54 - Amostras retiradas para realização dos ensaios. .................................................... 82

Figura 55 - Talude onde foi retirado a amostra 2. .................................................................... 83

Figura 56 - Retirada da amostra 1 na base da fundação. .......................................................... 83

Figura 57 - Base executada com rachão. .................................................................................. 86

Figura 58 - Dimensões do muro de gabião analisado. .............................................................. 87

Figura 59 - Parâmetros utilizados sobre a fundação no programa GawacWin. ....................... 87

Figura 60 - Parâmetros utilizados para o muro de gabião no programa GawacWin. ............... 88

Figura 61 - Detalhe do projeto do muro de gabião no programa Slide. ................................... 89

Figura 62 - Resultado do FS estabilidade Global. .................................................................... 90

Figura 63 - Detalhamento do resultado obtido do dimensionamento do FS para o muro de

gabião. ...................................................................................................................................... 90

Figura 64 - Detalhe da ruptura circular para o muro de gabião. ............................................... 91

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Figura 65 - Parâmetros utilizados para o muro Logblock no programa Gawacwin. ................ 92

Figura 66 - Parâmetros utilizados sobre a fundação no programa Gawacwin. ........................ 93

Figura 67 - Dimensões do muro logblock analisado. ............................................................... 94

Figura 68 - Detalhe do projeto do muro logblock no programa Slide. ..................................... 95

Figura 69 - Resultado do FS estabilidade global para o muro logblock................................... 95

Figura 70 - Detalhamento do resultado obtido do dimensionamento do FS para o muro

logblock. ................................................................................................................................... 96

Figura 71 - Detalhe da ruptura circular do muro logblock. ...................................................... 96

Figura 72 - Orçamentação dos blocos logblock. .................................................................... 121

Figura 73 - Orçamentação dos insumos do muro de gabião................................................... 122

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Requisitos para estabilidade de muros à gravidade. ................................................ 55

Tabela 2 - Valores para Coeficiente de atrito. .......................................................................... 56

Tabela 3 - Parâmetros do solo apresentado pelas empresas. .................................................... 81

Tabela 4 - Resultados gerais obtidos nos ensaios. .................................................................... 84

Tabela 5 - Resultados dos FS do muro de gabião..................................................................... 88

Tabela 6 - Parâmetros utilizados no cálculo do dimensionamento do muro de gabião............ 89

Tabela 7 - Resultados dos fatores de segurança para o muro de gabião. ................................. 91

Tabela 8 - Resultados dos FS do muro de logblock. ................................................................ 93

Tabela 9 - Parâmetros utilizados no cálculo do dimensionamento do muro de gabião............ 94

Tabela 10 - Resultados dos fatores de segurança para o muro logblock. ................................. 97

Tabela 11 - Tabela comparativa entre os muros. ...................................................................... 97

Tabela 12 - Custo de Insumos logblock Caçador. .................................................................. 101

Tabela 13 - Custo de Insumos do muro de Gabião................................................................. 102

Tabela 14 - Resultados dos ensaios de cisalhamento direto amostra 1. ................................. 109

Tabela 15 - Resultados dos ensaios de cisalhamento direto, amostra 1. ................................ 110

Tabela 16 - Resultados de cisalhamento direto, amostra 2..................................................... 111

Tabela 17 - Resultados de cisalhamento direto, amostra 2..................................................... 112

Tabela 18 - Resultado do ensaio de granulometria, amostra 1. .............................................. 113

Tabela 19 - Gráfico do ensaio de granulometria, amostra 1. .................................................. 114

Tabela 20 - Resultado do ensaio de granulometria, amostra 2. .............................................. 115

Tabela 21 - Gráfico do ensaio de granulometria, amostra 2. .................................................. 116

Tabela 22 - Resultado dos ensaios de LL, LP e IP, amostra 1. .............................................. 117

Tabela 23 - Resultado dos ensaios de LL, LP e IP, amostra 2. .............................................. 118

Tabela 24 - Resultado dos ensaios de densidade real dos grãos, amostra 1. .......................... 119

Tabela 25 - Resultado dos ensaios de densidade real dos grãos, amostra 2. .......................... 120

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 12

1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 13

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ...................................................................................... 13

1.3 OBJETIVOS .................................................................................................................... 13

1.3.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 13

1.3.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 14

1.4 DELIMITAÇÃO DO TRABALHO ................................................................................ 14

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 16

2.1 TIPOS DE MUROS ......................................................................................................... 16

2.1.1 Muro de arrimo por gravidade ou peso .................................................................... 16

2.1.1.1 Muro de alvenaria de pedra ........................................................................................ 17

2.1.1.2 Muro de concreto ciclópico ........................................................................................ 18

2.1.1.3 Muro de gabião ........................................................................................................... 18

2.1.1.4 Muro em fogueira (“cribwall”) ................................................................................... 21

2.1.1.5 Muro de sacos solo-cimento ....................................................................................... 21

2.1.1.6 Muro de pneus ............................................................................................................ 23

2.1.1.7 Muro logblock ............................................................................................................ 23

2.1.2 Muro de arrimo atirantado ........................................................................................ 24

2.2 ESTABILIDADE DE TALUDES ................................................................................... 25

2.2.1 Tipos de Movimentos de Taludes ............................................................................... 28

2.2.1.1 Subsidências ............................................................................................................... 28

2.2.1.2 Escoamentos ............................................................................................................... 28

2.2.1.3 Erosão ......................................................................................................................... 29

2.2.1.4 Escorregamentos......................................................................................................... 30

2.2.2 Métodos para avaliação da estabilidade de taludes ................................................. 31

2.3 CONCEITOS BÁSICOS DE RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO ......................... 43

2.4 EMPUXOS ...................................................................................................................... 47

2.4.1 Método de Rankine ..................................................................................................... 49

2.5 ESTABILIDADE DE MUROS DE CONTENÇÃO ....................................................... 53

2.5.1 Equilíbrio estático ....................................................................................................... 54

2.5.1.1 Fator de Segurança de Deslizamento (FSdesliz) ........................................................ 55

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2.5.1.2 Fator de Segurança de Tombamento (FStomb) .......................................................... 56

2.5.2 Equilíbrio elástico ........................................................................................................ 58

2.5.2.1 Fator de Segurança de Capacidade de carga .............................................................. 58

2.5.2.2 Fator de Segurança de Estabilidade contra a ruptura global ...................................... 60

2.6 ENSAIOS DE LABORATÓRIO ..................................................................................... 61

2.6.1 Ensaio de cisalhamento direto .................................................................................... 61

2.6.2 Ensaio de granulometria ............................................................................................. 66

2.6.3 Ensaio de LL e LP ....................................................................................................... 68

2.6.3.1 Limite de Liquidez ..................................................................................................... 68

2.6.3.2 Limite de Plasticidade ................................................................................................ 70

2.6.4 Ensaio de densidade real dos grãos ........................................................................... 72

3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 74

3.1 ÁREA ANALISADA ...................................................................................................... 76

3.2 SOFTWARES UTILIZADOS ......................................................................................... 80

3.3 PARÂMETROS GEOMECÂNICOS UTILIZADOS ................................................ 81

3.3.1 Pré-dimensionamento – fornecedor ........................................................................... 81

3.4 PARÂMETROS DOS ENSAIOS REALIZADOS .......................................................... 82

4 RESULTADOS ................................................................................................................. 86

4.1 AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE UTILIZANDO PROJETO DE MURO DE

GABIÃO .................................................................................................................................. 86

4.1.1 Cálculo dos Fatores de Segurança de Tombamento, Deslizamento e Capacidade

de carga. ................................................................................................................................... 86

4.1.2 Cálculo do Fator de Segurança de Estabilidade contra a ruptura global (FSest). 89

4.2 AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE UTILIZANDO PROJETO DE MURO DE

LOGBLOCK ........................................................................................................................... 92

4.2.1 Cálculo dos Fatores de Segurança de Tombamento, Deslizamento e Capacidade

de carga. ................................................................................................................................... 92

4.2.2 Cálculo do Fator de Segurança de Estabilidade contra a ruptura global (FSest). 93

4.3 COMPARAÇÃO ENTRE MÉTODOS ........................................................................ 97

4.4 VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS MUROS .................................................. 99

4.5 ANÁLISE DE CUSTOS .............................................................................................. 101

4.6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ..................................................... 103

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 104

6 REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 105

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7 ANEXOS .......................................................................................................................... 109

7.1.1 Ensaio de cisalhamento direto .................................................................................. 109

7.1.2 Ensaio de granulometria ........................................................................................... 113

7.1.3 Ensaio de LL e LP E IP ............................................................................................ 117

7.1.4 Ensaio de densidade real dos grãos ......................................................................... 119

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1 INTRODUÇÃO

Desde a pré-história, as construções em pedra - como as estruturas de arrimo -

estão entre as mais antigas construções realizadas pelo homem. No entanto, o seu

dimensionamento utilizando modelos teóricos só se desenvolveu a partir do século XVIII.

Com efeito, Barros (2009) traz o estudo desenvolvido por Coulomb em 1773,

destacando o capítulo em que trata da determinação do empuxo lateral aplicado pelo solo

sobre uma estrutura de arrimo. Este estudo é considerado o passo mais importante no

dimensionamento de uma estrutura de arrimo e ainda hoje é a base dos principais métodos de

dimensionamento dos muros de arrimo. Por conseguinte, Barros (2009, p. 6) destaca que:

“mesmo com o desenvolvimento da moderna mecânica dos solos, o modelo idealizado por

Coulomb continua a ser amplamente aplicado”.

Portanto, os muros de arrimo são estruturas de contenção com a finalidade de

fornecer estabilidade para conter maciços de solo, rocha ou água (barragem). Assim sendo,

este suporte fornecido evita o escorregamento do maciço causado pelo seu próprio peso ou

por carregamentos externos. Convém destacar que obras de contenção estão presentes em

projetos de estradas, de pontes, de estabilização de encostas, de canalizações, de saneamento,

de metrôs, de construção de barragens, entre outras.

Destarte, a contenção é realizada pela introdução de um elemento estrutural que

apresenta rigidez diferente daquela apresentada pelo terreno que a conterá. Em projetos de

construção de murros de arrimo, levam-se em consideração, desde o carregamento da

estrutura pelo terreno, os deslocamentos gerados por este e a alteração no carregamento que

os deslocamentos geram.

Existem vários tipos de muro de arrimo, com diferentes características, finalidades

e materiais utilizados na construção. Para a escolha da melhor solução devem ser

considerados os seguintes fatores: conhecer o solo do local onde ocorrerá a obra, altura e

inclinação do talude a ser contido, disponibilidade de recursos, dentre outros.

Com isso, neste trabalho serão comparados e avaliados, através de um estudo de

caso, os seguintes métodos de contenção de taludes: muro logblock, considerado como nova

tecnologia e o muro de gabião, que é um método antigo, mas muito utilizado atualmente.

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1.1 JUSTIFICATIVA

Atualmente, na construção de estruturas de contenção do solo é muito utilizado

como solução o muro de gabião. Com o advento da tecnologia, novos métodos construtivos

surgiram para melhorar e aperfeiçoar métodos existentes. O muro logblock apresenta-se como

nova opção de mercado. Ressalta-se a importância de buscar em um projeto de contenção a

melhor solução técnica e construtiva que reúna eficiência, eficácia e economicidade.

Optou-se por esta pesquisa para melhor compreender os métodos de contenção de

muro de gabião e muro logblock. Comparando como cada método pode ser recomendável

como solução para a construção, tratando-se em racionalização do processo, redução de

custos e prazos, maior produtividade e segurança.

A realização desta pesquisa dar-se-á por meio de um estudo de caso de um talude

em Caçador/SC. A escolha deste talude deu-se a partir da necessidade de construção de um

muro de contenção para a qual foi necessária a execução de uma estrutura de contenção

realizada pela empresa E.S.E. Construções.

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Esse estudo visa responder a seguinte questão de pesquisa: Qual método de

contenção de talude melhor se aplica para o estudo de caso em Caçador/SC: muro de gabião

ou logblock?

1.3 OBJETIVOS

Tendo como base todos os fatores acima expostos, os objetivos de pesquisa foram

traçados em linhas gerais e específicas, conforme se apresenta a seguir.

1.3.1 Objetivo geral

Realizar uma análise comparativa entre os métodos de contenção de taludes: muro

de gabião e logblock, através de um estudo de caso em Caçador/SC.

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1.3.2 Objetivos específicos

Para atingir o objetivo geral foram propostos os seguintes objetivos específicos:

a) Realizar coleta de amostras de solo no local da construção da estrutura de

contenção em Caçador/SC;

b) Realizar ensaios de laboratório com as amostras de solo coletadas;

c) Avaliar a estabilidade do talude utilizando projeto de muro de gabião e

projeto de logblock;

d) Analisar os parâmetros geomecânicos dos solos e dos métodos de cálculos

propostos;

e) Comparar e analisar as vantagens e desvantagens de cada método;

f) Analisar os custos construtivos em cada projeto.

1.4 DELIMITAÇÃO DO TRABALHO

O estudo comparativo que será aqui apresentado abordará um talude localizado na

cidade de Caçador/SC com enfoque nos resultados obtidos pelos ensaios de laboratório e as

amostras de solo coletadas no local do talude e nas vantagens, dimensionamento e

desvantagens e custos de cada método de contenção (muro de gabião e logblock).

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho de conclusão do curso está estruturado em cinco capítulos. O

primeiro capítulo é composto pela introdução do trabalho, justificativa, definição do

problema, objetivos, delimitação do trabalho e estrutura do trabalho.

O capítulo 2 é formado pela fundamentação teórica dos tipos de métodos

construtivos de muro de contenção à gravidade, estabilidade de taludes, métodos para

avaliação da estabilidade de taludes, softwares de modelagem, resistência cisalhamento,

empuxo, dimensionamento de muros, ensaios de laboratório.

O capítulo 3 apresenta os procedimentos metodológicos utilizados para a

realização do estudo bem como a área analisada, softwares, parâmetros geomecânicos e

ensaios realizados.

No capítulo 4 são apresentados os resultados obtidos com o estudo de caso que

compreendem a avaliação da estabilidade do muro de gabião e muro logblock, vantagens e

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desvantagens de cada método e avaliação de custos de ambos, bem como sugestões para

trabalhos futuros. No capítulo 5 são apresentadas as conclusões do estudo realizado.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo fez-se uma fundamentação teórica para servir de embasamento no

desenvolvimento deste estudo.

2.1 TIPOS DE MUROS

Neste tópico serão abordados os tipos de muros de arrimo por gravidade.

2.1.1 Muro de arrimo por gravidade ou peso

Muro de arrimo ou muro de contenção é formado por estruturas corridas de

contenção de parede vertical ou quase vertical, apoiadas em uma fundação rasa ou profunda.

É utilizado para estabilizar cargas atuantes de uma determinada massa de solo que esteja

instável, a partir da sua ruptura ao cisalhamento e com a determinada estabilização das cargas.

Dessa forma, chega-se próximo ao valor do empuxo, permanecendo o muro em repouso. Pode

ser construído em alvenaria (tijolos ou pedras) ou em concreto (simples ou armado), ou,

ainda, em elementos especiais.

O muro de gravidade é uma estrutura que combate os empuxos horizontais pelo

próprio peso. Assim, o peso próprio, combinado com parte de terras suportadas, contribui para

a estabilidade do talude. Hachich et al (1998, p. 503) destaca que as estruturas de muros de

gravidade “em geral são empregadas para conter desníveis pequenos ou médios inferiores a

cerca de 5m”, podendo ser construídas com pedra, concreto ciclópico (simples ou armado) e

solo pneu, ou seja, materiais que podem ser utilizados formando uma estrutura monolítica

com peso, como por exemplo o que está representado na figura 1 - contenção de gabião.

Figura 1 - Representação de um muro de contenção à gravidade em gabiões

Fonte: Gerscovich, 2012, p. 166.

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A seguir serão abordados os tipos de muros de gravidade: de alvenaria de pedra,

de concreto ciclópico, de gabião, em fogueira (“cribwall”), de sacos de solo-cimento, de

pneus e logblock.

2.1.1.1 Muro de alvenaria de pedra

Um dos métodos de construção de muro mais antigo utilizado para conter

estabilidades de taludes, consiste em pedras regulares arrumadas manualmente uma ao lado da

outra formando camadas horizontais.

Uma das vantagens é a simplicidade na execução, na qual em até 2 metros de

altura não precisa de drenagem pois o material é auto drenante. O custo total não é elevado, se

tornando ainda mais barato se os blocos de pedras estão disponíveis no local.

Nos muros de alvenaria de pedra maior que 2 metros de altura é preciso empregar

argamassa com cimento e areia, preenchendo todos os vazios entre os blocos de pedras e

gerando uma melhor rigidez no muro em função do travamento dos blocos. Em razão da

eliminação de vazios drenantes há uma desvantagem, sendo necessário implementar sistemas

de drenagem, dentre elas, a mais indicada é o sistema de dreno de areia ou geossintético no

tardoz e tubos barbacãs.

A largura mínima da base deve ser de 0,5 a 1 metro de largura, tendo uma cota

inferior ao solo natural engastando-se com objetivo de criar mais resistência contra o empuxo

ativo, reduzindo o risco de ruptura por deslizamento. A seguir colaciona-se um exemplo de

muro de alvenaria de pedra (figura 2).

Figura 2- Muros de alvenaria de pedra

Fonte: Ferreira Filho, 2012, p. 2.

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18

2.1.1.2 Muro de concreto ciclópico

O muro de concreto ciclópico define sua construção em concreto e pedras

lançadas em formas geométricas, variando em trapezoidal ou degraus. Para a construção ser

viável, sua altura não deverá ultrapassar os 4 metros, contando com um sistema de drenagem

muito bem executada, pois o muro de contenção de concreto ciclópico é impermeável,

conforme observado na figura 3.

Gerscovich (2010, p. 4) também destaca que:

Os furos de drenagem devem ser posicionados de modo a minimizar o impacto

visual devido às manchas que o fluxo de água causa na face frontal do muro.

Alternativamente, pode-se realizar a drenagem na face posterior (tardoz) do muro

através de uma manta de material geossintético (tipo geotêxtil). Neste caso, a água é

recolhida através de tubos de drenagem adequadamente posicionados.

Figura 3 - Seção transversal de muro de concreto ciclópico na forma de trapézio

Fonte: Gerscovich, 2010, p. 4.

2.1.1.3 Muro de gabião

Os muros de gabião representam o sistema tradicional que agem pela gravidade

para contenções de encostas. Barros (2009) menciona que o sistema é de origem italiana e foi

empregado em uma nova versão no final do século XIX. No Brasil, surgiu em meados dos

anos 70 onde foi ganhando espaço no mercado da construção civil e atualmente é o tipo de

muro mais utilizado em rodovias e encostas.

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19

Segundo Moliterno (1994, p. 174), muro de gabião:

Trata-se de um cestão de arame zincado à fogo, ou mesmo arame revestido com

PVC. O cestão é cheio de pedra de mão ou seixos rolados de grande diâmetro. O

empilhamento de várias cestas forma um maciço em condições de resistir esforços

horizontais, devido ao seu elevado peso próprio que se consegue com o

empilhamento adequado ao problema.

São constituídos com fios de aço galvanizado em malha hexagonal de dupla

torção formando gaiolas, sendo preenchidas com pedras arrumadas manualmente dentro da

caixa. As gaiolas possuem várias medidas, sendo a mais comum 2 metros na horizontal por 1

metro de altura unido entre si através de costuras com arames galvanizados formando um só

bloco, conforme mostra a figura 4.

Figura 4 - Muro de gabião

Fonte: Barros, 2009, p. 10.

Barros (2009) cita que a estrutura final do muro de gabião terá as seguintes

características técnicas:

- Estrutura monolítica: todas as gaiolas preenchidas com pedras são unidas

formando um só bloco homogêneo, tendo uma elevada resistência em qualquer ponto da

estrutura;

- Resistente: as malhas que são galvanizadas hexagonal de dupla torção impedem

o desfiamento da tela caso ocorram rupturas de pontos de arrame;

- Duráveis: os arames recebem revestimentos especiais para evitar a corrosão,

garantindo que a deterioração da estrutura seja lenta, com uma vida útil de no mínimo 50

anos;

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20

- Armadas: as estruturas metálicas além de conter as pedras, têm função de

distribuir os esforços de tração e suportar os recalques localizados não previstos em cálculos;

- Flexíveis: permite que a estrutura sofra deformações e acomodações sem perder

sua estabilidade e eficiência. Em razão da sua flexibilidade, permite que a estrutura se

deforme elasticamente em excesso antes de um possível colapso e possibilita a realização de

reparos, minimizando gastos e acidentes;

- Permeáveis: o maior problema de instabilidade dos muros em geral se dá em

razão da má drenagem. O muro de gabião contém vazios entre as pedras, permitindo ser

permeáveis e autodrenantes, minimizando o empuxo hidrostático no muro;

- Execução: facilidade construtiva e mão de obra barata composta por mestre de

obra e serventes. Os materiais utilizados são de fácil acesso e um dos pontos positivos é que

se acaso houver modificação no projeto com a obra em andamento exigindo mudanças no

local, pode ser realizado retirando ou colocando os materiais da estrutura original.

A figura 5 abaixo nos mostra uma tabela com as dimensões padrões:

Figura 5 - Dimensões mais usadas em muros de gabiões

Fonte: Barros, 2009, p. 17.

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21

2.1.1.4 Muro em fogueira (“cribwall”)

Pelo nome pode-se imaginar como é o muro em fogueira: sua estrutura lembra a

fogueira de festa junina, com seus elementos estruturais interlaçados ganhando altura e

estabilidade. No entanto, para o muro de contenção, o interior da estrutura tipo fogueira é

vazado, sendo preenchido com materiais como pedra e terra. Sua estrutura pode ser construída

por metais, madeiras e pré-moldados. Como exemplo de estrutura segue a figura 6.

Figura 6 - Muro “cribwall”

Fonte: Gerscovich, 2010, p. 6.

2.1.1.5 Muro de sacos solo-cimento

O método de muro de sacos solo-cimento consiste na contenção, cujos materiais

utilizados são solo e sacos de cimento preenchidos com solo e cimento.

No que diz respeito ao processo de execução solo-cimento, Gerscovich (2010, p.

6) menciona que:

O solo utilizado é inicialmente submetido a um peneiramento em uma malha

de 9 mm para a retirada dos pedregulhos. Em seguida, o cimento é espalhado

e misturado, adicionando-se água em quantidade de 1% acima da

correspondente à umidade ótima de compactação proctor normal. Após a

homogeneização, a mistura é colocada em sacos, com preenchimento até

cerca de dois terços do volume útil do saco. Procede-se então o fechamento

mediante costura manual.

O processo estrutural construtivo para contenção baseia-se em empilhar

horizontalmente em camadas os sacos, sendo compactados para diminuir seus vazios e sempre

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22

interlaçados como ‘construção de um muro de alvenaria’. Vale ressaltar que “as faces

externas do muro podem receber uma proteção superficial de argamassa de concreto magro,

para prevenir contra a ação erosiva de ventos e águas superficiais”. (GERSCOVICH, 2010, p.

6).

O método de solo cimento destaca-se por ser de baixo custo, uma vez que não

necessita de equipamentos e mão de obra especializada. É indicado para execução de obras

emergenciais de deslizamento.

Desse modo, segue figura 7 que mostra um corte com uma perspectiva da

construção do muro, e, em seguida, segue a figura 8 que mostra o muro já construído em uma

barragem.

Figura 7 - Muro de contenção com sacos de solo-cimento

Fonte: Gerscovich, 2010, p. 7.

Figura 8 -Exemplo de uma Barragem com contenção de sacos de solo-cimento

Fonte: Gerscovich, 2010, p. 7.

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23

2.1.1.6 Muro de pneus

A construção deste muro ocorre colocando os pneus em camadas horizontais,

amarrados com cordas e arame e preenchendo seus espaços internos com solos, rochas e

entulhos. Este muro é altamente reciclável, pois utiliza pneus que muitas vezes são jogados no

lixo, agridem o meio ambiente e causam a proliferação do mosquito da dengue. Gerscovich

(2010, p.8) destaca que: “Sendo um muro de peso, os muros de solo-pneus estão limitados a

alturas inferiores a 5 metros e à disponibilidade de espaço para a construção de uma base com

largura da ordem de 40 a 60% da altura do muro”, assim como o exemplo trazido na figura 9.

Figura 9 - Muro de pneus

Fonte: Gerscovich, 2010, p. 9.

2.1.1.7 Muro logblock

O muro logblock age pelo método de gravidade, adotando na sua base 60% da

altura total, sendo construído com uma inclinação contra a contenção de 10% da base. Este

muro é um bloco de concreto vibro prensado, inspirado no favo de mel com dimensões de 20

e 10 cm de altura. As peças de 10 cm de altura são colocadas na base para dar diferença de

altura, criando um sistema de encaixe e uma trama entre uma peça e outra, como mostra a

figura 10. Cada peça possui 25 cm de diâmetro e 12 kg de peso, vazada no meio e com um

sistema de drenagem próprio. Por conta de sua geometria, a construção se torna fácil,

adotando-se um sistema construtivo de montagem por encaixe, não sendo necessária a

utilização de argamassa e rejunte.

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24

O logblock é indicado para construção de muros de arrimo (conforme figura 11),

taludes, canalizações, jardineiras e escada hidráulica.

Figura 10 - Peças de logblock encaixadas

Fonte: Ecounion, 2017.

Figura 11 - Muro logblock

Fonte: Ecounion, 2017.

2.1.2 Muro de arrimo atirantado

Muro atirantado é uma estrutura vertical que atua contra as tensões geradas dos

solos e da água. É um muro mais vertical que os demais métodos, por sua vez, tem em seu

reforço uma ancoragem por tirantes no topo do muro. Desse modo, é preso por meio de

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25

tirantes fixados em uma placa de ancoragem que está rigidamente fixada em uma rocha ou em

um solo resistente, a fim de evitar seu deslocamento, conforme figura 12 abaixo.

Figura 12 - Muro de arrimo atirantado

Fonte: Souza, 2015 p 1.

2.2 ESTABILIDADE DE TALUDES

Talude é a denominação que se dá para uma superfície inclinada que garante

estabilidade de aterros ou cortes. Normalmente a geometria do talude é de 45° com o solo,

pois, acima dessa inclinação, sua estabilidade não é garantida. Em zonas rochosas podemos

encontrar maiores inclinações em razão da maior resistência a tombamentos.

Em taludes mal executados, podem ocorrer rupturas, que segundo Gerscovich

(2012, p. 13):

A ruptura em si caracteriza-se pela formação de uma superfície de cisalhamento

contínua na massa de solo. Portanto, existe uma camada de solo em torno da

superfície de cisalhamento que perde suas características durante o processo de

ruptura, formando assim uma zona cisalhada e em seguida, desenvolve-se a

superfície de cisalhamento.

A figura abaixo (figura 13) traz o corte de um talude, mostrando a superfície de

ruptura e a zona de cisalhamento.

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26

Figura 13: Zona fraca cisalhada em ruptura de talude

Fonte: Gerscovich (2012, p. 15).

Podem-se classificar os taludes em dois tipos possíveis de ocorrência:

- Taludes construídos: são aqueles feitos pela ação humana e resultam de cortes

em encostas, lançamentos e escavações de aterros (figura 14). Conforme o projeto, as

propriedades do solo e as condições de fluxo, os cortes devem ser executados com inclinações

adequadas. Normalmente encontramos muitos aterros, onde se utilizam taludes em

construções de obras viárias, barragens de terra, construções civis, diques de contenção de

lagos, estocagens de resíduos, entre outros. Com isso Gerscovich (2012, p. 15) explica que:

Como as propriedades geotécnicas do solo compactado utilizadas nesse tipo de obra

são conhecidas, os cálculos de estabilidade envolvem menos incertezas se

comparados aos de solos naturais. [...] Como forma de identificar a condição mais

desfavorável, as análises de estabilidade devem considerar diferentes momentos da

obra: final da construção, quando há geração de excesso positivo de poropressão e a

longo prazo, quando se atinge o equilíbrio hidráulico[...].

Figura 14 - Talude construído com curvas de níveis

Fonte: Santos, 2013a.

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27

- Taludes Naturais: são constituídos por solos residuais, coluvionares ou rochas.

Em solos residuais são apresentados materiais com processos de alterações de propriedades

geomecânicas da rocha sã, a partir do intemperismo químico e físico ao longo de milhares de

anos, sendo que as camadas mais superficiais vão entrando em decomposição e formando solo

residual. Em seguida é possível identificar solos residuais jovens ou saprolíticos que ainda

preservam as características da rocha de origem. Depois temos uma camada de rocha alterada,

na qual se percebe que o intemperismo começa a aparecer em forma de fraturas de minerais

menos resistentes. Ressalta-se que esse tipo de solo não foi transportado do seu local de

origem, conforme se destaca na figura 15.

Figura 15 - Perfil do solo devido ao intemperismo

Fonte: Gerscovich 2012, p. 16.

Por sua vez, materiais coluvionares são gerados através do transporte de materiais

granulares ou fragmentos de rochas, formando composições heterogêneas de diferentes

dimensões, tornando-se assim, solos sedimentares. Geralmente os sedimentos são arrastados

em solução pelo lençol freático, preenchendo os espaços entre as partículas, acumulando

materiais sedimentares. Assim, devido a pressão e sobrecarga atuante nos sedimentos e

também em razão dos agentes químicos, os sedimentos acabam sendo acimentados,

agrupando-se e formando um solo sedimentar.

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28

2.2.1 Tipos de Movimentos de Taludes

O deslocamento de volumes de solo são problemas de instabilidades de taludes e

se devem tomar soluções para que não ocorram acidentes. Os movimentos de solo

subdividem-se em: subsidências, escoamentos, erosão e escorregamentos, baseando-se nas

condições geológicas e climáticas do local. A figura 16 demonstra os tipos de movimentos e

suas características.

Figura 16 - Características do movimento, material e geometria

Fonte: Gerscovich, 2012, p. 19.

2.2.1.1 Subsidências

Gerscovich (2012, p. 18) leciona que “[...] esse tipo de movimento pode ser

classificado como recalque, produzido pelo rearranjo das partículas, desabamento ou queda

[...] ou afundamento, em que ocorre deformação contínua”.

2.2.1.2 Escoamentos

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Gerscovich (2012, p. 21) define:

Escoamentos são movimentos contínuos, com ou sem superfície de deslocamento

definida, não associados a uma velocidade específica. Quando o movimento é lento,

dá-se o nome de rastejo; quando o movimento é rápido, denomina-se corrida. Os

escoamentos apresentam um mecanismo de deformação semelhante à movimentação

de um fluido viscoso.

Os movimentos de rastejo englobam grandes proporções de áreas e como o

movimento é lento, não se percebe claramente uma movimentação de deslizamento de solo.

Ocorrem quando a temperatura e umidade oscilam bastante ao passar dos anos, fazendo com

que haja deslocamentos de eixos de estradas ou mudanças de postes, cercas, entre outros.

Em contrapartida, o movimento corrida ou de alta velocidade ultrapassa 10 km/h,

no qual as massas se deslocam atingindo maiores extensões de área, podendo, inclusive, afetar

significativamente centros habitacionais ou rodovias se ocorrem nas proximidades destes. Um

dos fatores desse deslocamento de solos em alta velocidade é por presença excessiva de água

em épocas de precipitação intensa de chuvas.

2.2.1.3 Erosão

A erosão ocorre em função das variações bruscas de temperatura, excesso de

chuvas, ventos, desmatamentos e construções inadequadas que deixam o solo sem cobertura.

Esses são os principais fatores de processos erosivos que causam instabilidades em taludes,

conforme figura 17.

Figura 17 - Erosões do tipo voçorocas

Fonte: Santos, 2013b.

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30

Em regiões costeiras, Gerscovich (2012, p. 24) cita que:

As erosões representam um processo que se desenvolve a partir de um conjunto de

fenômenos e processos dinâmicos, que alteram as condições de estabilidade e podem

levar a situações de risco para as populações que ali vivem ou para eventuais

ocupações futuras.

Os processos de erosão se dividem em duas formas: quando a água subterrânea é

o principal agente de instabilidades denomina-se voçoroca; e quando o processo erosivo é

provocado por fatores externos denomina-se ravina.

2.2.1.4 Escorregamentos

São movimentos de massas do solo ou rocha com volume bem definido, em ação

rápida, em que o centro de gravidade do material é deslocado por falta de estabilidade e

resistência, podendo vir a causar acidentes em locais povoados principalmente em regiões

montanhosas ou em encostas de rodovias.

Os escorregamentos ocorrem quando as tensões cisalhantes do solo aumentam e

atingem a resistência ao cisalhamento do material, causando a ruptura da superfície em locais

com menor resistência cisalhante em períodos relativamente curtos.

O principal motivo para a existência de escorregamentos é as precipitações das

chuvas, como Freitas (2017, p. 1) destaca a seguir:

Quando ocorrem as precipitações, o solo absorve uma parcela da água, no entanto,

outra parte se locomove em forma de enxurrada na superfície do terreno, a parte de

água que se infiltra no solo se confronta com alguns tipos de rochas impermeáveis,

com isso a água não encontra passagem e começa a acumular-se em um único local,

tornando, dessa forma, o solo saturado de umidade que não consegue suportar e se

rompe, desencadeando o deslizamento de terras nas encostas até a base dos morros.

Os motivos que desencadeiam esse processo estão ligados à forma de relevo,

estrutura geológica do terreno, além das ações humanas que intensificam os

deslizamentos: retirada da cobertura vegetal de áreas de relevo acidentado, habitação

em locais impróprios, oferecendo condições propícias para o desenvolvimento desse

fenômeno.

Os escorregamentos podem ser classificados pela natureza do material e sua

geometria, da seguinte forma:

Page 33: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

31

- Escorregamentos planares (translacionais): em maciços rochosos o

movimento é condicionado por estruturas geológicas planares, tais como: xistosidade,

fraturamento, foliação, entre outros. Nas encostas serranas brasileiras são comuns

escorregamentos planares de solo com ruptura, podendo ocorrer no contato com a rocha

subjacente;

- Escorregamentos circulares (rotacionais): apresentam superfícies de

deslizamento encurvadas, correspondendo ao movimento rotacional, segundo um eixo.

Ocorrem geralmente em aterros, pacotes de solo ou depósitos mais espessos, rochas

sedimentares ou cristalinas intensamente fraturadas;

- Escorregamentos em cunha: movimentos ao longo de um eixo formado pela

intersecção de estruturas planares em maciços rochosos, que deslocam o material na forma de

um prisma. São comuns em taludes de corte ou encostas que sofreram algum tipo de

desconfinamento, natural ou antrópico.

2.2.2 Métodos para avaliação da estabilidade de taludes

Existem diversos métodos para análise da estabilidade de taludes. Na análise é

relevante a realização de uma avaliação quantitativa que leve em consideração a expressão

entre as forças que resistem tendendo a manter os taludes imóveis e as forças cisalhantes que

geram tensões forçando o solo a causar ruptura e movimentando o talude para baixo. Com

isso, resulta a razão entre a resistência cisalhante média e a tensão cisalhante ao longo da

superfície crítica de ruptura.

O fator de segurança (FS) é calculado a partir de metodologias e teorias de

dimensionamento, no qual o seu valor deverá estar de acordo com o que é determinado em

projeto, servindo de base para que se adquira um melhor comportamento de talude, tendo suas

características de estabilidade totalmente seguras em relação à ruptura.

Desse modo, o fator de segurança é definido pelo mínimo da resistência ao

cisalhamento considerada para que o talude continue estável. Para um fator de segurança igual

a 1,0 indicam-se condições limites de estabilidade, pois as forças de instabilidade são iguais

às forças de resistência ao escorregamento, estando no limite do seu equilíbrio. Já para fatores

maiores que 1,0 o talude apresenta-se estável e fatores menores que 1,0 o mesmo apresenta-se

instável.

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Assim sendo, o fator de segurança é o fator pelo qual os parâmetros de resistência

podem ser reduzidos de tal forma a tornar o talude em estado de equilíbrio limite ao longo de

uma superfície (GERSCOVICH, 2008).

A fórmula do fator de segurança pode ser dada pela equação a seguir:

FS: τf

τd

Onde:

FS: Fator de segurança;

𝜏𝑓: Resistência ao cisalhamento;

𝜏𝑑: Tensões cisalhantes desenvolvidas ao longo da superfície de ruptura;

Na figura 18 abaixo é possível visualizar uma superfície de ruptura, bem como as

tensões de resistências de um talude.

Figura 18: Tensões e resistências mobilizadas na superfície de ruptura

Fonte: Gerscovich 2008, p.45.

Nos próximos tópicos serão abordados alguns métodos para a avaliação de

estabilidades de taludes e que serão usados como base na avaliação deste trabalho.

2.2.2.1 Método de Fellenius

O método de fatias, criado por Fellenius em 1936, é utilizado para análises de

estabilidades em solos saturados e ampliou-se para outros tipos de solos em condições de

análise em tensões efetivas. Silva (2013, p. 11) destaca que:

Como as fatias não precisam possuir a mesma espessura, a análise de estabilidade

através desse método pode ser realizada em taludes de superfície irregular, taludes

Page 35: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

33

homogêneos e heterogêneos, permitindo que as fatias sejam divididas de forma que

a base de cada uma permaneça em um determinado tipo de solo, atribuindo-se assim,

apenas um só conjunto de parâmetros de resistência do solo para cada fatia, para o

caso de solos heterogêneos. Este método também inclui a distribuição de poro-

pressões.

Borgatto (2006, p. 54) menciona que:

Este método baseia-se na análise estática do volume de material situado acima de

uma superfície potencial de escorregamento de seção circular onde este volume é

dividido em fatias verticais. Assim, determinam-se as forças normais às bases das

lamelas (N) e aplica-se o equilíbrio de forças na direção da normal à base (direção

do raio do círculo de ruptura).

Na figura 19 abaixo se apresenta um esboço desse método.

Figura 19 - Divisão da superfície potencial de ruptura em fatias

Fonte: Silva 2013, p. 11.

Desse modo, o método de fatias é calculado dividindo-se a superfície de ruptura

em fatias, obtendo-se o volume de cada fatia e assim determinando-se os parâmetros de

resistência do solo através das forças normais. Segue abaixo (figura 20) uma fatia e as forças

atuantes que atuam sobre ela.

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34

Figura 20 - Forças atuantes em uma fatia

Fonte: Silva (2013, p.11).

Os símbolos apresentados acima correspondem as seguintes designações:

Wi: Peso da fatia;

Xi: Resultante das tensões cisalhantes na face esquerda da fatia;

Ēi: Resultante das tensões normais efetivas na face esquerda da fatia;

Xi +1: Resultante das tensões cisalhantes na face direita da fatia;

Ēi +1: Resultante das tensões normais efetivas na face direita da fatia;

Ti: Resultante da resistência ao cisalhamento mobilizada ao longo da base da

fatia;

Ni : Resultante das tensões normais efetivas atuantes na base da fatia;

U1: Resultante das poro-pressões atuantes na face esquerda da fatia;

Ur: Resultante das poro-pressões atuantes na face direita da fatia;

ui: Poro-pressão atuante na base da fatia;

Ui: Resultante das poro-pressões atuantes na base da fatia;

θi: Inclinação da base;

Δli: Comprimento da base;

Δxi: Largura da fatia;

ai: Distância da face esquerda da fatia até o ponto de aplicação de Ni;

bi: Distância da base da fatia até o ponto de aplicação de Ēi.

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35

A base de cada fatia é representada por uma reta que simplifica o cálculo do peso

próprio, pois quanto menor a largura das fatias ou quanto mais fatias, menor o erro no

resultado do fator de segurança que está representado depois das deduções na fórmula final a

seguir:

FS = ∑(c′∗ Δli + Ni ∗ tang θ′)

∑Wi ∗ senθi

2.2.2.2 Método de Bishop

O método de Bishop, criado em 1955, é baseado no método das fatias. Conforme

Bishop e Morgenstern (1960) é possível omitir os termos de esforços horizontais entre fatias,

(Xn – Xn+1), com uma perda de precisão de menos de 1%. Tem-se então, o método chamado

Bishop Simplificado. Conforme citado por Godoi (2010, p. 41) esse método apresenta

algumas vantagens:

O método de Bishop apresenta algumas vantagens em relação ao método de

Fellenius. A principal é que ele considera o empuxo das fatias vizinhas atuando

sobre a fatia analisada. Bishop considera a componente horizontal dos empuxos das

fatias vizinhas uma vez que conseguiu provar que a não consideração da

componente vertical apenas faz variar o fator de segurança em torno de 1%.

O fato de Bishop considerar as fatias vizinhas faz com que o resultado do fator de

segurança seja aproximadamente 15% maior quando comparado ao método de Fellenius.

Para um estudo mais detalhado do método de Bishop e o respectivo cálculo para o fator de

segurança, recomenda-se verificar na bibliografia (DAS, 2007).

No método de Bishop, o equilíbrio de forças em cada fatia é feito nas direções

vertical e horizontal. Com isso, obtém-se o valor da força normal: (GERSCOVICH, 2012,

p.126).

N′ =W+Xn−Xn+1−ub−

c′l

Fssenα

mα (1.0)

Ao se designar de mαo denominador da Eq. (1.0) e substituir a expressão da tensão

normal efetiva (N’), chega-se à expressão para o cálculo do FS:

Fs =1

∑ Wisenα∑ (c′b + [(W − ub) + (Xn − Xn+1

)]tgϕ′

mα) (1.2)

Page 38: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

36

Seguindo este método, indica-se, para desconsiderar os esforços horizontais entre

as fatias, a seguinte fórmula:

∑ [(Xn − Xn+1)

tgϕ′

mα]= 0(1.3)

Assumindo a expressão para FS do cálculo:

Fs =1

∑ Wisenα∑ ([c′b(W − ub)tgϕ′]

1

mα) (1.3)

2.2.2.3 Método de Spencer

O método de Spencer foi desenvolvido inicialmente para análises de rupturas que

possuíam formato circular e, com o passar do tempo, foi adaptado para superfícies de

deslizamentos com formas irregulares. O método Spencer apresenta dois fatores de segurança,

um baseado no equilíbrio de momentos em relação a um ponto e outro baseado no equilíbrio

de forças paralelas à direção das forças entre fatias (HORST, 2007, p. 39).

Desse modo, o método de Spencer é considerado uma análise rigorosa, tendo em

vista que satisfaz todas as condições de equilíbrio: tanto as de força quanto as de momento.

Silva (2013, p.18) menciona que:

SPENCER (1967) assume que as forças de interação entre as fatias são paralelas

entre si, ou seja, todas elas possuem o mesmo ângulo de inclinação o qual também

será calculado como parte da solução de equilíbrio, ao invés de ser adotado. Este

método considera uma força Qi, que equivale a resultante das forças Xi, Xi+1, Ei e

Ei+1. Também assume que Qi e Ni atuam no ponto médio da base da fatia.

A figura 21 mostra uma fatia de análise de ruptura em que foi aplicada as forças

atuantes sobre a mesma.

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37

Figura 21 - Forças atuantes em uma fatia

Fonte: Silva, 2013, p. 18.

Os símbolos apresentados acima correspondem às seguintes designações:

Wi: Peso da fatia;

Ti: Resultante da resistência ao cisalhamento mobilizada ao longo da base da

fatia;

Ni: Resultante das tensões normais efetivas atuantes na base da fatia;

Ui: Resultante das poro-pressões atuantes na base da fatia;

Qi: Resultante das forças atuantes nas laterais da fatia;

δ: Ângulo de inclinação da resultante Qi;

θi: Inclinação da base;

Δli: Comprimento da base;

Δxi: Largura da fatia.

A combinações feitas resultaram-se nas equações abaixo:

- Equação 1:

Qi =

c′∆i+[Wi ×cos θ−ui × ∆li]×tan ∅′

FS− Wi × sin θ

cos(θ − δ) × [1 +tan(θ−δ)×tan ∅′

FS

Supõe-se que o talude esteja em equilíbrio, ou seja, não existem forças externas

atuando. Dessa maneira, as componentes verticais e horizontais de Qi serão nulas. Caso

existisse alguma força externa, como por exemplo a presença de ancoragens, a resultante Qi

apresentaria valor igual ao dessa força (SILVA, 2013).

Page 40: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

38

- Equações 2 e 3:

∑ 𝑄𝑖 × cos 𝛿 = 0

∑ 𝑄𝑖 × sin 𝛿 = 0

Considera-se 𝛿 uma constante para todas as fatias, então as equações 2 e 3 se

reduzem a:

∑ Qi = 0

Dessa forma, sendo a soma dos momentos provocada pelas forças externas em

relação ao centro (O) nulo, a soma dos momentos das forças entre as fatias também será igual

a zero, como assim leciona Silva (SILVA, 2013, p.20).

- Equação 4:

∑ Qi × R × cos(θi – δ) = 0

Como R = Constante

∑ Qi × cos(θi − δ) = 0

Através disso Silva (2013, p.20) menciona:

Para este método existem duas incógnitas para o cálculo do fator de segurança, Qie

. Portanto, a solução também envolve um processo iterativo, onde se adota valores

para o fator de segurança (FS) e para a inclinação da resultante das forças de

interação entre as fatias, até que se alcance o equilíbrio de forças e momento para

cada fatia.

A solução final é obtida através dos seguintes passos (SILVA, 2013, p.20):

- Arbitrar ;

- Substituir a eq. 1 na eq. (2 e 3) e determinar FS1;

- Substituir a eq. 1 na eq. (4) e determinar FS2;

Page 41: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

39

- Repetir o procedimento até obter as curvas FS1 * e FS2 * ;

- O fator de segurança será o valor para o qual as curvas se interceptam, conforme

gráfico.

Na figura 22 o gráfico traz a determinação do fator de segurança.

Figura 22 - Determinação do Fator de Segurança

Fonte: Silva, 2013, p.20.

Em função da complexidade dos cálculos e também em razão da verificação

analítica dos resultados, este método acaba tornando inviável o cálculo manual, o que requer

utilização de programas computacionais para execução dos cálculos. Segundo Silva (2013,

p.21):

Atualmente, as análises de estabilidade de taludes são realizadas com o auxílio de

programas de estabilidade. Tais programas possuem, além de maior velocidade de

cálculos, capacidade de dividir a massa de solos em diversas fatias, gerando uma

maior precisão nos resultados obtidos. É fornecido o valor de segurança mínimo

para o talude analisado e a superfície potencial de ruptura correspondente, a partir do

requerido processo iterativo.

2.2.2.4 Métodos probabilísticos

Em análises de avaliações de estabilidades de taludes também serão apresentados

métodos que são utilizados e que permitem uma análise probabilística de estabilidade do solo

em relação às rupturas. Este método também permite a avaliação da distribuição de

probabilidade de uma variável dependente em função do conhecimento das distribuições

estatísticas das variáveis independentes que geram a dependente (REZENDE, 2013, p. 49).

Para Miranda (2005, p.36), destaca três métodos mais usuais e descreve:

Page 42: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

40

Os métodos do Segundo Momento de Primeira Ordem, SM e o das Estimativas

Pontuais, EP são ditos indiretos ou aproximados pelo segundo momento, pois

assumem uma distribuição, normal ou log normal, para o fator de segurança e seu

desvio padrão é obtido a partir das médias e desvios padrão das variáveis e

parâmetros geotécnicos. Desta forma só são considerados os dois primeiros

momentos probabilísticos das funções de distribuição que são a média e a variância,

respectivamente. A Simulação de Monte Carlo é um método direto, pois através dele

se chega a um conjunto de valores de fator de segurança, que é tratado como uma

amostra e, a partir daí, estima-se diretamente sua distribuição probabilística.

A seguir serão apresentados detalhadamente os métodos mais usuais em

geotécnica para a determinação do Fator de Segurança.

2.2.2.4.1 Método da primeira ordem e segundo momento

Tem como princípio expressar a função de performance (FS) como uma função de

diferentes variáveis aleatórias consideradas na análise estatística (MIRANDA, 2005, p.49).

Para o cálculo do Fator de Segurança utilizam-se dois métodos diferentes.

O método utilizado por Sandroni e Sayão (1992) é descrito por Miranda (2005,

p.50):

Utilizam o método das diferenças divididas para uma aproximação matemática do

problema analisado, que consiste no cálculo do FS médio (com parâmetros médios),

após isso varia-se de ��, separadamente cada variável xi e verifica-se o

comportamento do FS, após essa variação. A variação do FS dividida pelo �� de cada

variável xi , é uma aproximação da derivada parcial.

A equação é expressa por:

∂FS

∂xi=

FS(xi ± δxi) − FS(x i)

δxi

Para garantir a validade da equação, o valor de ��xi deve ser suficientemente

pequeno, com ∂FS/ ∂xi podendo ser considerado constante ao longo do intervalo ��xi,

podendo, ainda, ter uma variação de ±10% do valor médio do parâmetro xi (MIRANDA,

2005, p.50).

O método utilizado por Mostyn e Li (1993) sugere que a aproximação de ∂FS/

∂xi seja realizada por diferenças finitas centrais, nas quais a variação de cada parâmetro xi é

igual ao respectivo desvio padrão σ (MIRANDA, 2005, p.51).

∂FS

∂xi=

FS(xi + 0,5 σi) − FS(x i − σi)

δxi

Page 43: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

41

Devido ao número pequeno de análises determinísticas, sendo n o número de

parâmetros envolvidos, caso a aproximação das derivadas parciais seja pelo método de

Sandroni e Sayão, o número de análises é n+1 e pelo método de Mostyn e Li, são necessárias

2n+1 análises (MIRANDA, 2005, p.51).

2.2.2.4.2 Método das estimativas pontuais

O método das estimativas pontuais foi criado por Rosenblueth em 1975 e tem

como resultado uma aproximação numérica de técnicas de integração. Rezende (2013, p. 52)

cita como é feita a execução deste método mais detalhadamente:

Neste método, é feita uma estimativa dos dois primeiros momentos probabilísticos

(média e variância) a partir de uma função geradora de momentos. Esta função vem

das análises determinísticas da permutação dos valores médios dos parâmetros

envolvidos no cálculo do FS, acrescidos e diminuídos do desvio padrão. Esta técnica

cria a necessidade de 2n análises determinísticas, onde n é o número de variáveis

atuantes. O cálculo do desvio padrão e da variância parte do princípio de que os n

parâmetros possuem distribuições simétricas.

Calcula-se a média e a variância do FS através das seguintes equações abaixo:

E(FS) = FS =1

2n∑ FSi

2n

i=1

E(FS2) = FS =1

2n∑ FSi2

2n

i=1

σ2FS = V (FS) = E (FS2) − [E(FS)]2

2.2.2.4.3 Simulação de Monte Carlo

Monte Carlo é conhecido como um método direto e exato para solução de

estabilidades de taludes, uma vez que apresenta boa adaptabilidade trabalhando com a

possibilidade de variação dos dados de entrada, sendo necessário escolher o método

determinístico que servirá como base.

Conforme Torres Filho e Andrade (2015, p. 37), em cada análise que

normalmente é feita por cálculo computacional através de programas específicos, o método

Page 44: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

42

atribui um valor a cada variável aleatória desde sua distribuição de probabilidade, e obtém um

resultado da função de desempenho que é armazenado.

Após um grande número de análises é construído um histograma com os dados

obtidos em cada análise. Ao final, obtém-se como resultado uma função de probabilidade do

fator de segurança para o cálculo da probabilidade de ruptura. Uma desvantagem apresentada

é a necessidade de um grande número de análises para diminuir os erros e ter determinação

confiável dos momentos probabilísticos (𝜇 e 𝜎).

Entretanto, Torres Filho e Andrade (2015, p. 37) observam esse método como

uma ferramenta positiva:

Este método se destaca entre os outros por não exigir uma compreensão matemática

e estatística tão aprofundada quanto os outros métodos, pois fornece uma função de

distribuição de probabilidades sem que seja necessário assumir uma forma para a

mesma e pelo fato de que o aumento do número de variáveis consideradas não

aumenta a complexidade da análise. Por outro lado, é raro que se use este método

para estudo da variabilidade espacial das propriedades do solo e para variáveis

aleatórias correlacionadas.

Na aplicação de avaliação de estabilidade de taludes visando encontrar o fator de

segurança, Rezende (2013, p. 53) menciona que:

O método consiste na geração aleatória de N valores para os n parâmetros de

incertezas que fazem parte do cálculo do fator de segurança. Esta geração pode ser

realizada através de programas estatísticos que utilizam como dados de entrada:

média, desvio padrão e a forma da distribuição da variável estudada.

Para realização de N análises determinísticas Costa (2005, p 113-114) aponta que:

Uma análise de estabilidade de taludes sempre terá um certo grau de incerteza

associado aos parâmetros de entrada. Nas simulações de Monte Carlo, os parâmetros

de entrada são especificados pela sua média (𝜇) e desvio padrão (𝜎), obtendo-se a

distribuição de probabilidades do fator de segurança, o índice de confiabilidade (𝛽) e

a probabilidade de ruptura (Pr).

Rezende (2013, p. 53) apresenta o número de análises necessárias (N):

N = [(ha

2)

2

4ε2]n

Onde:

N - número de simulações necessárias;

Page 45: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

43

hα/2 - função de confiabilidade (1- α), exposta por Harr (1987);

ε - precisão em %;

n - número de variáveis.

2.3 CONCEITOS BÁSICOS DE RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO

A análise de qualquer problema de estabilidade e ruptura nos solos depende de um

conhecimento adequado da resistência com que determinados elementos dos solos contribuem

para o equilíbrio de forças necessário. Dadas as situações normalmente encontradas na

prática, o tipo de ruptura geralmente analisado compreende deslizamentos de uma parte do

maciço em relação a outra. Mello (1956, p. 9) fundamenta sobre o conceito da Resistência ao

cisalhamento:

As bases da teoria da resistência ao cisalhamento dos solos prendem-se ao conceito

simples da resistência de atrito existente na superfície de contato entre dois corpos

sólidos. Nota-se que a obliquidade de tensões (ângulo entre a resultante dos esforços

normais cisalhantes e a tensão normal ao plano de escorregamento), pode variar

livremente até o limite máximo que é o chamado ângulo de atrito, onde é

considerado uma propriedade dos materiais, sendo constante, função das

propriedades e características exibidas pelos corpos sólidos ao longo da superfície de

contato. Todos os estados de tensão com obliquidade inferior ao ângulo de atrito

representam condições de equilíbrio estático, enquanto a obliquidade a esse ângulo

estabelece o deslizamento continuo característico da ruptura.

Dessa forma, quando a resistência ao cisalhamento de um solo é aplicada a uma

tensão máxima em uma direção qualquer na estrutura do solo, considera-se que o solo se

rompeu e foi totalmente mobilizada a sua resistência. Estes problemas são analisados

empregando-se os conceitos do “equilíbrio limite”, o que implicam em considerar o instante

de ruptura quando as tensões atuantes se igualam à resistência do solo sem atentar para as

deformações.

Assim, para determinação da resistência ao cisalhamento do solo é necessário que

análises de estabilidade sejam feitas para a definição do fator de segurança e para garantir que

a estrutura dos solos seja mais resistente que as tensões atuantes externas aplicadas.

FS =forças estabilizadoras

forças instabilizadoras

Conforme a equação acima, para a determinação do Fator de Segurança

consideram-se as forças estabilizadoras que são os parâmetros de resistência do solo (coesão e

Page 46: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

44

ângulo de atrito interno). As forças instabilizadoras são as tensões que atuam ao longo da

superfície tentando gerar a ruptura do solo. A tensão de ruptura define-se a seguir:

Em qualquer ponto da massa do solo existem três planos ortogonais onde as tensões

cisalhantes são nulas. Estes planos são chamados “planos principais de tensões”.

Portanto, as tensões normais recebem o nome de tensões principais, onde a maior

das tensões atuantes é chamada tensão principal maior (σ1), a menor é chamada

tensão principal menor (σ3), e a terceira é chamada tensão principal intermediária

(σ2). (FACULDADE SUDOESTE PAULISTA, 2013, p. 165).

Desse modo, para resistência ao cisalhamento do solo, despreza-se a tensão (σ2),

pois, mesmo que influencie, seus efeitos não são perfeitamente compreendidos.

Esses estados de tensões podem ser representados por um gráfico chamado

Círculo de Mohr Coulomb que tem um sistema de coordenadas em que as abcissas são as

tensões normais (σ) e as ordenadas são as tensões de cisalhamento (τ). Neste círculo o centro

se encontra no eixo das abcissas, podendo ser construído quando as duas tensões principais

(σ1 e σ3) forem conhecidas, ocasião em que se traça o Círculo de Mohr, conforme observado

na figura 23.

Figura 23 - Representação do estado de tensões através do diagrama do círculo de

Mohr Coulomb

Fonte: Faculdade Sudoeste Paulista, 2013, p. 167.

A Faculdade Sudoeste Paulista (2013, p. 165) ensina que:

A inclinação (α) do plano principal maior, permite determinar o ponto P (pólo),

traçando-se por σ1 uma reta com esta inclinação. Procedimento idêntico pode ser

utilizado traçando-se por σ3 uma paralela ao plano principal menor. [...] qualquer

linha reta traçado através do pólo ou origem dos planos (ponto P) intersecionará o

círculo em um ponto que representa as tensões sobre um plano inclinado de mesma

direção desta linha.

Como visto anteriormente, para a determinação da resistência ao cisalhamento do

solo (τ), são realizados ensaios com diferentes valores de σ3, elevando-se σ1 até a ruptura. A

partir de cada ensaio feito cria-se o círculo de Mohr que representa o estado de tensões na

Page 47: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

45

ruptura, originando-se uma linha que tangência estes círculos e que é definida como

envoltória de ruptura de Mohr (figura 24).

Figura 24 - Envoltória de ruptura de Mohr

Fonte: Faculdade Sudoeste Paulista, 2013, p. 172.

Dessa forma, Coulomb estabeleceu o cálculo da resistência ao cisalhamento do

solo conforme a expressão abaixo:

τ = c + σ . tg φ .

A envoltória de Mohr apresenta quatro estados de tensões que podem ocorrer e

nos dar uma conclusão da resistência à ruptura de solos:

- Estado 1: a amostra de solo está submetida a uma pressão hidrostática (igual em

todos as direções). O estado de tensão deste solo é representado pelo ponto σ3 e a tensão

cisalhante é nula. (FACULDADE SUDOESTE PAULISTA, 2013, p. 172). Na figura 25

podemos ver essa representação.

Figura 25 - Representação do estado 1 de ruptura.

Fonte: Faculdade Sudoeste Paulista, 2013, p. 172.

Page 48: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

46

- Estado 2: o círculo de Mohr está inteiramente abaixo da envoltória. A tensão

cisalhante (τα) no plano de ruptura é menor que a resistência ao cisalhamento do solo (τ) para

a mesma tensão normal. Não ocorre ruptura. (FACULDADE SUDOESTE PAULISTA, 2013,

p. 173). Na figura 26 podemos ver essa representação.

Figura 26 - Representação do estado 2 de ruptura

Fonte: Faculdade Sudoeste Paulista, 2013, p. 173.

- Estado 3: o círculo de Mohr tangência a envoltória de ruptura. Neste caso

atingiu-se, em algum plano, a resistência ao cisalhamento do solo e ocorreu a ruptura. Esta

condição ocorre em um plano inclinado a um ângulo "α crítico" com o plano onde atua a

tensão principal maior. (FACULDADE SUDOESTE PAULISTA, 2013, p. 173). Na figura 27

podemos ver essa representação.

Figura 27 - Representação do estado 3 de ruptura

Fonte: Faculdade Sudoeste Paulista, 2013, p. 173.

- Estado 4: este círculo de Mohr é impossível de ser obtido pois antes de atingir-

se este estado de tensões já estaria ocorrendo a ruptura em vários planos, isto é, existiriam

planos onde as tensões cisalhantes seriam superiores à resistência ao cisalhamento do solo.

(FACULDADE SUDOESTE PAULISTA, 2013, p. 173). Na figura 28 podemos ver essa

representação.

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47

Figura 28 - Representação sinalizando o rompimento do solo

Fonte: Faculdade Sudoeste Paulista, 2013, p. 173.

Para a obtenção da resistência ao cisalhamento do solo, utilizam-se ensaios como:

- Ensaio de cisalhamento direto;

- Ensaio Triaxial;

- Ensaio de compressão simples;

- Ensaio de palheta ou vane test.

Em nosso trabalho utilizaremos o ensaio de cisalhamento direto que será mais

bem detalhado no tópico 2.6.

2.4 EMPUXOS

O empuxo é a força exercida sobre o muro proveniente do solo, água e de

sobrecargas externas agindo em cargas horizontais permanentes. Desse modo, o seu cálculo é

fundamental para analisar os projetos de muros, construções de subsolo, cortinas atirantadas,

entre outros. O seu valor, assim como as tensões distribuídas ao longo de toda estrutura de

contenção, irá depender da reação do solo com a interação da estrutura desde o início ao final

da obra. O empuxo age sobre a estrutura de contenção, o que pode provocar deslocamentos

horizontais que diretamente mudam o valor e a distribuição do empuxo.

A amplitude do empuxo depende de fatores como a magnitude do desnível entre

um lado e o outro do muro, o tipo de solo, o ângulo de atrito interno, a coesão, o peso

específico da massa de solo, a inclinação do terreno e a movimentação sofrida pelo muro

(VIEIRA, 2009, p. 40).

Um talude de terra pode se encontrar em três situações:

Page 50: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

48

- Estado de equilíbrio: ocorre quando o maciço está com a situação de

deslocamento nulo, ou seja, quando a terra está coesa e não há necessidade de escorar a

mesma.

- Empuxo ativo: resulta quando existe uma tendência de movimentação no

sentido de expandir o solo horizontalmente. Ocorre em razão das forças exercidas pelas

cargas externas.

- Empuxo passivo: é a pressão que ocorre quando a estrutura de contenção atua

comprimindo o maciço de terra. Pode ser ocasionado pela própria terra ou por tirantes.

Coelho e Silva (2011, p.39) define uma relação entre as três situações

mencionadas acima:

Nos três casos há uma relação entre as tensões horizontais efetivas desenvolvidas

(𝜎 ′𝑣) atuantes. A ligação entre essas tensões chama-se de coeficiente de empuxo

(K). No empuxo passivo temos o coeficiente denominado (Kp), no empuxo ativo

(Ka) e na situação de equilíbrio o coeficiente de empuxo em repouso (Ko).

Assim sendo, os primeiros estudos para o cálculo do empuxo foram formulados

por Coulomb em 1773, Poncelet em 1840 e Rankine em 1856. Essas teorias são conhecidas

como antigas, porém, oferecem bons resultados para o cálculo de muros à gravidade.

Em relação à teoria de Rankine, o método de Coulomb tem aplicação mais ampla,

pois vale para condições irregulares de geometria de muro e superfície de retroaterro, sem

desprezar a resistência mobilizada entre o muro e o solo. (MARANGON, 2009).

Para a determinação do cálculo dos empuxos atuantes na estrutura de arrimo

devem ser considerados os empuxos ativo “Ea” e passivo “Ep”, sendo que em alguns casos o

empuxo passivo pode ser desprezado, de modo que o peso próprio da estrutura é simbolizado

por “P” e a reação da fundação é representada por “R”. Estas forças são decompostas em uma

força normal “N” e numa força tangente “T” à base da estrutura de arrimo. Para a realização

dos cálculos é necessária uma correta avaliação dos parâmetros do solo que compõem o

maciço e das condições gerais do problema. Abaixo (figura 29) há um melhor detalhamento

das forças atuantes na estrutura.

Page 51: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

49

Figura 29: Forças que atuam sobre a estrutura de arrimo

Fonte: Barros (2009).

2.4.1 Método de Rankine

A teoria de Rankine determina que o deslocamento de uma estrutura irá resultar

limites plásticos. Quando acontecem as rupturas aparecem infinitos planos de ruptura e ocorre

a plastificação em todo talude. As principais hipóteses dessa teoria são:

- Solo homogêneo;

- A ruptura acontece em todos os pontos do talude simultaneamente;

- É considerado o atrito entre o solo e a estrutura;

- A força resultante do empuxo é paralela à superfície da terra;

- Solo Isotrópico.

Em seus cálculos, Rankine despreza a ocorrência de resistência ao cisalhamento

(atrito e adesão) no contato solo-estrutura. Este aspecto aumenta consideravelmente o valor do

empuxo ativo, e, consequentemente, aumenta a segurança da estrutura. Na figura 30 carreada

abaixo temos um detalhamento da distribuição de empuxo ativo:

Page 52: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

50

Figura 30 - Distribuição do empuxo ativo

Fonte: Marinho, 2014, p. 21.

Desse modo, calcula-se o empuxo ativo:

Ea = Ka ∗ γ ∗ (H − Z0)²

2

Ka = tan2(45 − ∅

2)

𝑆𝑒𝑛𝑑𝑜: 𝐸𝑎: Empuxo Ativo ( kPa);

𝛾: Peso Específico (kN/m³);

H: Altura total do desnível de solo (m);

Ka: Coeficiente de empuxo ativo;

C: Coesão;

∅: Ângulo de atrito interno;

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51

Abaixo (figura 31) temos um detalhamento da distribuição do empuxo passivo:

Figura 31 - Distribuição do empuxo passivo

Fonte: Marinho, 2014, p. 22.

Assim, calcula-se o empuxo passivo:

Ep = 1

2∗ Kp ∗ γ ∗ H2 + 2 ∗ C ∗ H ∗ √Kp

Kp = tan2(45 + ∅

2)

𝑆𝑒𝑛𝑑𝑜:

𝐸𝑝: Empuxo Passivo ( KPa);

𝛾: Peso Específico (KN/m³);

H: Altura total do desnível de solo (m);

Kp: Coeficiente de empuxo passivo;

C: Coesão;

∅: Ângulo de atrito interno;

2.4.2 Método de Coulomb

Embora seja um método antigo (datado do século XVIII), o método de Coulomb

ainda é hoje uma das principais ferramentas para o dimensionamento de um muro de arrimo.

Apoiado na teoria do equilíbrio limite, oposto da teoria de Rankine, esse método admite a

ocorrência de atrito entre o solo e a estrutura e na existência de uma superfície de ruptura.

Page 54: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

52

A teoria de Coulomb baseia-se na hipótese de que o esforço exercido no

paramento do muro é proveniente da pressão do peso parcial de uma cunha de terra, que

desliza pela perda da resistência a cisalhamento ou atrito (MOLITERNO, 1980, p. 8).

As principais hipóteses desta teoria são:

- Solo homogêneo e isotrópico;

- Pode haver atrito entre o solo e a estrutura;

- A ruptura ocorre sob o estado plano de deformação;

- Adota a condição de equilíbrio limite.

Coulomb admite o empuxo conhecido pela grandeza e direção, e que este faz com

a tensão normal da superfície do lado maciço de terra, sendo 𝜑1, no qual a tangente é igual ao

coeficiente de atrito entre a terra e o muro. (COELHO; SILVA, 2011, p. 41).

Sendo:

- 𝜑1 = ângulo de rugosidade do muro;

- 𝑡𝑎𝑛𝑔 𝜑1 = coeficiente de atrito da terra contra o muro.

O peso P da cunha é decomposto em E (atuando no muro) e Q (atuando no plano

de ruptura). A direção da componente Q do peso da cunha, forma com a tensão normal ao

plano de ruptura um ângulo 𝜑, cuja tangente é igual ao ângulo de atrito do terreno, conforme

a figura 32.

Sendo:

- 𝑡𝑎𝑛𝑔 𝜑 = coeficiente de atrito da terra contra ela própria.

Figura 32 - Método de Coulomb

Fonte: Moliterno, 1980, p. 9.

Page 55: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

53

Para o projeto de um muro à gravidade, a grandeza do empuxo E pode ser

considerada como uma pressão distribuída ao longo da altura do muro, que para a

simplificação do cálculo será admitida sendo linear. (VIEIRA, 2009, p. 43).

Levando-se em conta o atrito entre as partículas do solo, rugosidade do muro e

inclinação do terreno com a horizontal, através do coeficiente K, o empuxo deverá ser

calculado pela seguinte expressão:

E = 1

2∗ γsolo ∗ K ∗ h²

Onde:

E – empuxo;

𝛾𝑠𝑜𝑙𝑜 – peso especifico do solo;

K – coeficiente do empuxo (adimensional);

H – altura do solo.

2.5 ESTABILIDADE DE MUROS DE CONTENÇÃO

Sabe-se que para o muro à gravidade estar em equilíbrio é necessário que o

somatório das forças atuantes nele seja nulo:

∑ 𝑁 = 0 – somatório das forças atuantes na direção y;

∑ 𝑇 = 0 – somatório das forças atuantes na direção x;

∑ 𝑀 = 0 – somatório dos momentos atuantes.

São admitidas as seguintes restrições nas aplicações das igualdades acima:

- O muro a gravidade será considerado um corpo indeformável (hipótese exata

para muros à gravidade e tolerável para muros à flexão);

- No contato da sapata-solo, prevalecem esforços de compressão, sendo desejável

a ausência absoluta de esforços à tração.

Independentemente da seção transversal do muro que pode mudar a sua

geometria, é necessário garantir a estabilidade do mesmo utilizando os seguintes mecanismos

potenciais de ruptura:

- Segurança contra o tombamento (em relação ao pé do muro);

- Segurança contra o deslizamento (ao longo da base do muro);

- Fator contra capacidade de carga (em relação a suporte do solo da fundação);

- Segurança contra a ruptura global (instabilidade global do talude).

Page 56: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

54

Na figura 33 é mostrado as quatros análises de instabilidade dos muros gravidade.

Figura 33 - Tipos de instabilidades de muros à gravidade

Fonte: GERSCOVICH 2008, p. 19.

Os mecanismos potenciais de ruptura citados acima podem ser subdivididos para a

verificação do conjunto em equilíbrio estático e elástico conforme Moliterno (1980, p.35)

explica:

Na verificação da estabilidade qualquer que seja opção adotada: muro de arrimo por

gravidade ou elástico, deve-se considerar primeiramente “Equilíbrio Estático” e em

seguida “Equilíbrio Elástico”, tanto da estabilidade do conjunto como das seções

intermediarias ao longo do muro e da fundação.

Na verificação de estabilidade Vieira (2009, p. 51) ressalta:

A estabilidade resultante dos cálculos do equilíbrio estático pode ser considerada

incerta e incompleta, pois se forem adotados os coeficientes de segurança elevados

demais, pode acontecer que as forças incidentes na direção “y” produzam um

esmagamento das juntas. Está incerteza deverá ser eliminada através dos cálculos da

estabilidade elástica, ou seja, fazendo a verificação das tensões solicitantes devido

ao carregamento.

2.5.1 Equilíbrio estático

No equilíbrio estático serão mostrados os cálculos e as suas verificações para o

fator de segurança do equilíbrio ao deslizamento ao longo da base do muro e o equilíbrio ao

tombamento em relação ao pé do muro.

Page 57: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

55

2.5.1.1 Fator de Segurança de Deslizamento (FSdesliz)

A verificação contra o deslizamento ocorre quando o empuxo passivo somado à

força de atrito ao longo da base do muro não é o suficiente para conter o empuxo ativo do solo

contra a estrutura. A verificação do equilíbrio das forças atuantes é necessária com uma

aplicação de um fator de segurança adequado conforme NBR 11682/2009 – Estabilidade de

Encostas (tabela 1). Na figura 34 podemos ver as forças atuantes responsáveis pelo

deslizamento sobre um muro de arrimo.

Tabela 1 - Requisitos para estabilidade de muros à gravidade

Grau de Segurança Fator de Segurança (FS)

Tombamento 2,0

Deslizamento 1,50

Capacidade de carga da fundação 3,0

Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2009, p. 19.

Figura 34 - Forças atuantes responsáveis pelo deslizamento

Fonte: Vieira, 2009, p. 53.

Sendo assim:

FSd = ∑ Fres

∑ Fsol ≥ 1,50

Onde:

𝐹𝑆𝑑 : Fator de segurança de deslizamento;

∑ 𝐹𝑟𝑒𝑠: Somatório das forças resistentes;

∑ 𝐹𝑠𝑜𝑙: Somatório das forças solicitantes;

Page 58: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

56

Ou também a fórmula pode ser desenvolvido assim:

𝐹𝑆𝑑 = 𝐸𝑝 + 𝑇

𝐸𝑎 ≥ 1,50

Onde:

𝐸𝑝 : Empuxo passivo;

𝐸𝑎 : Empuxo ativo;

𝑇: Força de atrito entre a sapata e o solo.

Sendo que:

𝑇 = 𝜇 ∗ 𝑁

Onde:

µ - coeficiente de atrito entre o material do muro e o solo;

N - componente normal resultante das forças atuantes na direção y.

Tabela 2 - Valores para Coeficiente de atrito

Material do muro e solo µ alvenaria

alvenaria

070 – 0,75

alvenaria

concreto

0,55

alvenaria ou concreto

solo seco

0,50 – 0,55

alvenaria ou concreto

solo saturado

0,30

Fonte: Vieira, 2009, p. 53.

Por fim, o empuxo passivo, quando considerado, deve ser reduzido por um fator

de segurança entre 2 e 3, pois sua mobilização requer a existência de deslocamento

significativo. Alternativamente, esta componente pode ser simplesmente desprezada.

2.5.1.2 Fator de Segurança de Tombamento (FStomb)

Para uma análise de possibilidade de tombamento de um muro de contenção, o

momento resistente deve ser maior que o momento solicitante. O momento resistente (𝑀𝑟𝑒𝑠)

corresponde ao momento gerado pelo peso do muro. O Momento solicitante (𝑀𝑠𝑜𝑙) é definido

como momento do empuxo total em relação à aresta externa da base (pé do muro).

Page 59: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

57

Assim, para que não ocorra o colapso do muro é adotado um coeficiente de

segurança mínimo (FS tomb) de 1,50, conforme NBR 11682/2009. Na figura 35 mostram-se

as forças atuantes responsáveis pelo tombamento sobre um muro de arrimo.

FStomb = ∑ Mres

∑ Msol ≥ 2,0

Onde:

FStomb: Coeficiente de segurança contra o tombamento;

∑ Mres - Somatório dos momentos resistentes;

∑ Msol - Somatório dos momentos solicitantes.

Figura 35 - Forças atuantes responsáveis pelo tombamento

Fonte: Vieira, 2009, p. 55.

Sendo:

Gm – peso próprio do muro;

Gs – peso próprio da sapata;

Gt – peso do talão do solo sobre a sapata;

t – distância do ponto de giro até a aplicação da carga Gt;

x - distância do ponto de giro até a aplicação da carga Gm;

s - distância do ponto de giro até a aplicação da carga Gs;

Ea – empuxo ativo;

Ya - distância do ponto de giro até a aplicação da carga Ea;

Ep – empuxo passivo;

Page 60: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

58

Yp - distância do ponto de giro até a aplicação da carga Ep.

2.5.2 Equilíbrio elástico

No equilíbrio elástico são verificadas a capacidade de suporte do solo de fundação

do muro e a instabilidade global do talude.

Se forem assumidos coeficientes de segurança muito elevados, poderá ocorrer um

esmagamento das juntas. Sendo assim, é necessária a verificação do equilíbrio elástico

(VIEIRA, 2009, p. 56).

2.5.2.1 Fator de Segurança de Capacidade de carga

A capacidade de suporte consiste na verificação da segurança contra a ruptura e

deformações excessivas do terreno de fundação. Deve-se verificar a capacidade de carga do

solo de fundação e compará-la com as tensões aplicadas. (VIEIRA, 2009, p. 56).

Para Gerscovich (2010):

A capacidade de carga consiste na verificação da segurança contra a ruptura e

deformações excessivas do terreno de fundação. A análise geralmente considera o

muro rígido e a distribuição de tensões linear ao longo da base. Se a resultante das

forças atuantes no muro localizar-se no núcleo central da base do muro, o diagrama

de pressões no solo será aproximadamente trapezoidal. O terreno estará submetido

apenas a tensões de compressão.

Desse modo, estas pressões não devem ultrapassar o valor da capacidade de carga

do solo de fundação. A análise geralmente considera o muro rígido e a distribuição de tensões

linear ao longo da base, conforme a figura 36.

Figura 36: Ponto de aplicação de “N”

Fonte: Barros (2009).

Page 61: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

59

Por sua vez, de acordo com a figura 53, através do equilíbrio de momentos

atuantes sobre a estrutura de arrimo pode-se determinar o ponto de aplicação da força normal

N.

d = Mp + Mep + MEav

N

A força normal N é resultante das pressões que agem na base da estrutura de

arrimo, na qual se admite uma tensão distribuída linearmente e, então, os valores máximo e

mínimo delas ocorrerão nas bordas da base da estrutura. Assim sendo, através dos cálculos a

seguir é feita a análise:

σmáx = P

B∗ [1 + (6 ∗

e

B)] > 0

σmin = P

B∗ [1 − (6 ∗

e

B)] > 0

e = d − B

2

ou

e = B

2− μ

Onde:

P: Peso do muro de gabião (kN);

B: Largura da base (m);

e: Excentricidade com relação ao eixo central (m);

d: Distância do ponto de aplicação da força normal (N) até o ponto

analisado (m);

𝜇: coeficiente de atrito;

A tensão admissível (𝜎𝑎𝑑𝑚) é dada pela seguinte fórmula:

σadm = Nspt

n∗ 100

Onde:

σadm: Tensão admissível (kPa);

Nspt: Número de golpes aplicado para a cravação dos 30 cm finais de solo no ensaio de SPT;

Page 62: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

60

n: Coeficiente em função do tipo de solo analisado, podendo variar entre 3, 4 e 5.

Para as verificações quanto à capacidade de carga da fundação, serão analisados

os seguintes critérios:

σmáx < σadm

σmáx + σmin

2 < σadm

2.5.2.2 Fator de Segurança de Estabilidade contra a ruptura global

A última verificação consiste em analisar o fator de segurança através de um

mecanismo de ruptura global do maciço. A ruptura global ocorre quando existem camadas

menos resistentes abaixo da fundação do muro de arrimo, gerando uma superfície de

escorregamento do tipo ABC, conforme a figura 37.

Para um melhor entendimento Souza Júnior (2013, p. 31) define que:

A verificação de um sistema de contenção quanto a sua segurança em relação a

estabilidade geral consiste na verificação de um mecanismo de ruptura global do

maciço. Neste caso, a estrutura de contenção é considerada como um elemento

interno à massa de solo, que potencialmente pode se deslocar como um corpo rígido.

Normalmente essa verificação consiste em se garantir um coeficiente de segurança

adequado à rotação de uma massa de solo que se desloca ao longo de uma superfície

cilíndrica.

Os métodos mais empregados para o cálculo do FS é o método do Bishop no qual

se utilizam superfícies de ruptura cilíndrica com um FS maior ou igual a 1,50. Na ruptura

cilíndrica é dividido o material instável em inúmeras lamelas, considerando-se um grande

número de diferentes situações, tais como camadas de solos diferentes, pressões neutras,

lençol freático, sobrecargas, entre outros. No presente trabalho utilizaremos o software

Rocscience Slide, para chegar a um resultado com melhor eficiência.

Page 63: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

61

Figura 37: Método de Bishop para encontrar o FS

Fonte: Barros (2009).

Através disso temos como equação para fator de segurança:

Fs,global = ∑ Mres.

∑ Minstab. ≥ {

1,3 − obras provisórias

1,5 − obras permanentes}

Onde:

∑ Minstab. - Somatório dos momentos causadores de instabilidade;

Fs,global - Fator de segurança contra a instabilidade global conforme NBR 11682.

2.6 ENSAIOS DE LABORATÓRIO

2.6.1 Ensaio de cisalhamento direto

Este ensaio obtém resultados da envoltória no critério de resistência Mohr

Coulomb, aplicando-se uma tensão normal num plano e verificando-se a resistência à coesão

(c) e ângulo de atrito (Ф) tensão cisalhante que provoca a ruptura do solo e a deformação

volumétrica do solo durante o ensaio de cisalhamento.

Page 64: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

62

- Preparação do Corpo de Prova (CP):

Primeiramente, através de um corpo de prova, retirar e moldar o solo

compactado;

Compactar o corpo de prova no molde nas mesmas condições de densidade

e umidade in loco;

Recolher o material não utilizado para a determinação da umidade;

Talhar o corpo de prova do “bloco indeformado” empurrando aos poucos o

molde metálico para baixo até que a seção quadrada (ou circular) seja obtida. O corpo de

prova deve preencher o volume do molde;

Pesar o corpo de prova juntamente com o molde metálico;

Transferir o corpo de prova do molde para a caixa de cisalhamento;

Recolher parte do material sobrado da talhagem para a determinação de

umidade.

- Procedimento do Ensaio:

Instalar na prensa a caixa de cisalhamento contendo o corpo de prova entre

as pedras porosas e placas dentadas de tal maneira que o corpo de prova fique no meio, entre

as partes inferior e superior da caixa;

Colocar o pendural para aplicação da tensão vertical e ajustar o

extensômetro vertical para dar início a fase de adensamento do ensaio;

Aplicar o carregamento através de pesos previamente definidos e iniciar as

leituras de deformação do corpo de prova. Quando as deformações se estabilizarem é dado

por concluído esta fase;

O início do cisalhamento se dará após os ajustes do extensômetro horizontal

e do sensor (anel ou célula de carga) que irá medir a força cisalhante desenvolvida durante o

ensaio.

Page 65: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

63

Na figura 38 a seguir encontra-se um detalhamento da máquina deste ensaio.

Figura 38 - Detalhe do procedimento do ensaio

Fonte: Marangon, 2009, p. 111.

Cálculos a serem executados para a determinação dos resultados finais:

- Deformação horizontal específica:

εhi =lhi

L

Onde:

lhi -leitura horizontal;

L - lado do corpo de prova.

- Variação de altura do corpo de prova:

∆vi = lvi ∗ A

- Força cisalhante:

Ti = K ∗ lmi

Onde:

lmi - Leitura do anel;

K - Constante do anel.

Page 66: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

64

- Tensão cisalhante:

τi = Ti

A

Onde:

A - Área do corpo de prova.

- Tensão normal aplicada:

σ = N

A

Onde:

N - carga normal.

Na figura 39 é possível verificar uma amostra deformada depois do ensaio de

cisalhamento direto executado.

Figura 39 - Amostra do solo deformado depois do ensaio executado

Fonte: Pontifícia Universidade Católica - RJ, 2016.

Os resultados finais são definidos a partir dos seguintes procedimentos:

- Traçar a curva de desenvolvimento do ensaio com os valores de τi (tensão) e εi

(deformação) de onde normalmente é tirado o valor máximo da tensão cisalhante;

- Efetuar o gráfico de variação de volume ∆vi em função da deformação

específica εi. Repetir o ensaio pelo menos em mais dois novos corpos de prova com tensões

Page 67: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

65

normais diferentes. Ajustar uma reta pelos pontos τi x σ interpretando assim a envoltória de

resistência dos ensaios executados a partir da qual são determinados os valores do ângulo de

atrito interno e o intercepto coesivo.

- A partir do gráfico ocorre a ruptura frágil depois de atingir a τr (tensão

resistente), onde a resistência cai acentuadamente ao se aumentar a deformação ou a ruptura

plástica, sendo que o esforço máximo é mantido com a continuidade da deformação,

conforme figura 40 abaixo.

Figura 40 - Curvas de tensão cisalhante x deformação

Fonte: Faculdade Sudoeste Paulista, 2013, p. 17.

O ensaio de cisalhamento direto pode ser executado por 3 tipos:

- Ensaio de cisalhamento direto rápido: caracterizado pela aplicação simultânea

inicial da tensão normal (σ) constante e cisalhante (τ) que deverá aumentar gradativamente até

a ruptura do corpo de prova;

- Ensaio de cisalhamento direto adensado rápido: aplica-se a tensão normal (σ)

e, após a estabilização das deformações verticais em razão dessa tensão, será mantida

constante sobre o corpo de prova, aplicando-se a tensão cisalhante (τ) crescente até a ruptura;

- Ensaio de cisalhamento direto lento: a tensão normal (σ) é aplicada e, após o

adensamento da amostra, a tensão cisalhante (τ) é aplicada de forma gradativa até que a

ruptura permita a dissipação das pressões neutras. A velocidade lenta na aplicação da tensão

cisalhante (τ) e a velocidade de deformação do corpo de prova devem ser mínimas, da ordem

de 10 mm/min.

Page 68: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

66

2.6.2 Ensaio de granulometria

O ensaio de granulometria é utilizado para determinar a distribuição

granulométrica do solo, ou, em outras palavras, a percentagem em peso que cada faixa

especificada de tamanho de grãos representa na massa seca total utilizada para o ensaio

(JOINVILLE, 2012, p.1).

A partir dos valores calculados é possível a construção da curva de distribuição

granulométrica que através do eixo das abscissas marca-se uma escala para os diâmetros

considerados e o peso obtido em cada diâmetro. Esse ensaio é importante, por exemplo, para

as estimativas dos parâmetros para filtros, bases estabilizadas, permeabilidade e capilaridade.

O ensaio pode ser dividido em duas partes de acordo com o caso particular e suas

finalidades (JOINVILLE, 2012, p.2):

O ensaio de granulometria é dividido em duas partes distintas, utilizáveis de acordo

com o tipo de solo e as finalidades do ensaio para cada caso particular. São elas:

análise granulométrica por peneiramento e análise granulométrica por sedimentação.

Os solos grossos (areias e pedregulhos), possuindo pouca ou nenhuma quantidade de

finos, podem ter a sua curva granulométrica inteiramente determinada utilizando-se

somente o peneiramento. Em solos possuindo quantidades de finos significativas,

deve-se proceder ao ensaio de granulometria conjunta, que engloba as fases de

peneiramento e sedimentação.

Os principais equipamentos e utensílios utilizados para a realização dos

ensaios são:

- Balança;

- Almofariz e mão de grau;

- Cápsulas para determinação de umidade;

- Estufa;

- Jogo de peneiras (50|38|25|19|9,5|4,8|2,38|2|1,2|0,6|0,42|0,29|0,15|0,075mm);

- Agitador de peneiras e dispersor elétrico;

- Proveta graduada de 1000ml;

- Densímetro graduado de bulbo simétrico;

- Termômetro;

- Cronômetro.

Page 69: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

67

Execução do Ensaio:

- Primeiramente retira-se em campo uma amostra de solo seca ou úmida in loco;

- Retira-se uma quantidade de solo e desmancham-se os torrões (se acaso tiver),

seca-se e determina-se o teor de umidade do solo;

- Em seguida pesa-se a amostra de solo com as características in loco,

desmancha-se o resto dos torrões (se ainda existir) e faz o peneiramento na

peneira #10 (2,00 mm).

- Do material que passar na #10 (2,00mm) retiram-se quantidades suficientes de

solo para a realização do peneiramento fino e para o ensaio de sedimentação, para

a determinação do peso específico dos sólidos e para a determinação do teor de

umidade do solo.

Após a primeira etapa concluída passa-se para o procedimento experimental para

a conclusão dos ensaios.

- Peneiramento grosso:

Retira-se o material de solo que ficou retido na peneira #10 e lava-se e em

seguida coloca-o na estufa;

Peneira-se o material seco, mecânica ou manualmente, até a peneira #10;

Pesa-se a fração retida em cada peneira.

- Peneiramento Fino:

O peneiramento fino é realizado utilizando-se aproximadamente 120g de

solo que consegue passar na peneira #10 e segue o procedimento experimental abaixo:

Lava-se o material na peneira #200 (0,075mm), em seguida coloca-o na

estufa;

Passa-se o material seco nas peneiras de aberturas menores que a #10;

Pesa-se a fração retida em cada peneira.

Page 70: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

68

- Sedimentação:

Para a realização do ensaio de sedimentação, utiliza-se a amostra obtida conforme

descrito anteriormente, com um peso entre 50 e 100 gramas, e segue o procedimento

experimental abaixo:

Coloca-se a amostra em imersão (6 a 24 horas) com defloculante (solução

de hexametafosfato de sódio);

Agita-se a mistura no dispersor elétrico por 5 a 15 minutos;

Transfere-se a mistura para uma proveta graduada, completando com água

destilada até 1000 ml e realiza-se o agitamento da mistura solo/água.

Efetuam-se leituras do densímetro nos instantes de 30 segundos; 1, 2, 4, 8,

15, 30 minutos e 1, 2, 4, 8, 24 horas.

2.6.3 Ensaio de LL e LP

Determinação dos Limites de Consistência (LL e LP).

2.6.3.1 Limite de Liquidez

O limite de liquidez ocorre quando o solo está muito úmido e denso, sendo

considerado como estado líquido. À medida que evapora a água, o solo se endurece e, para

um certo h= LL (limite de liquidez) perde sua capacidade de fluir, porém, pode ser moldado

facilmente e conservar sua forma. (CAPUTO, 1988, p.53).

A NBR 6459 (Determinação do Limite de Liquidez) define os padrões de

mecanismos e processos para determinar o limite de liquidez dos solos. Desse modo, o limite

de liquidez é estipulado pelo método de Casagrande que consiste em um prato de latão, em

forma de concha sobre um suporte de ebonite, imprimindo-se golpes com quedas, de uma

altura de 1 cm, de forma rápida e intensa (CAPUTO 1988 p54). Nas figuras 41 e 42, é

possível observar os detalhes dos equipamentos necessários para o ensaio de LL.

Page 71: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

69

Figura 41 - Aparelho Casagrande

Fonte: CAPUTO, 1988, p. 54.

Figura 42 - Ensaio Casagrande.

Fonte: CAPUTO, 1988, p. 53.

Os equipamentos para realização do ensaio de limite de liquidez são:

a) Estufa para manter temperatura de 60°c a 65°c e 105 a 110°;

b) Cápsula de porcelana com aproximadamente 120 mm de diâmetro;

c) Espátula de lâmina flexível com aproximadamente 80 mm de comprimento

e 20 mm de largura;

d) Aparelho de Casagrande;

Page 72: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

70

e) Cinzel para solos argilosos e arenosos;

f) Recipiente como parede de vidro de relógio com grampo, que evite a perda

de umidade da amostra;

g) Balança de precisão, resolução de 0,01g;

h) Gabarito para verificação de queda de concha;

i) Esfera de aço com 8 mm de diâmetro.

Com os valores obtidos (números de golpes para fechar o sulco feito na amostra e

nas unidades correspondentes) traça-se a linha de escoamento do material, a qual no intervalo

compreendido entre 6 e 35 golpes pode considerar-se como uma reta. Recomenda-se a

determinação de, pelo menos, 6 pontos (CAPUTO, 1988, p.54).

2.6.3.2 Limite de Plasticidade

É o ponto onde o solo começa a passar do estado plástico para o semi-sólido. Esta

condição só ocorre quando o solo começa a perder sua umidade, assim, até chegar no seu

limite de plasticidade, no qual o solo perde sua maleabilidade e não é mais trabalhável,

tornando-se quebradiço. E para determinar o Limite de Plasticidade utilizou-se os

procedimentos conforme a NBR 7180 – Determinação do Limite de Plasticidade.

Equipamentos para ensaio:

- Cápsula de porcelana 500 ml;

- Espátula flexível laminada;

- Placa de vidro de superfície esmerilhada;

- Cilindro de comparação de 3 mm de diâmetro e 100 mm de comprimento;

- Recipiente onde se possa guardar amostra sem perda de umidade;

- Balança de precisão sensível;

- Estufa onde seja capaz de manter temperaturas de 60° a 65 C° e de 105° a 110

C°.

Execução do ensaio conforme a NBR-7180 - Determinação do Limite de

Plasticidade:

Page 73: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

71

I. Colocar a amostra na cápsula de porcelana, adicionar água destilada em

pequenos incrementos, amassando, vigorosa e continuamente, com auxílio da espátula,

de forma a obter uma pasta homogênea de consistência plástica;

II. O tempo total de homogeneização deve estar compreendido entre 15 e 30

min, sendo um maior intervalo de tempo para solos mais argilosos;

III. Coletar aproximadamente 10g da amostra e formar uma pequena bola que

deve ser rolada sobre uma placa de vidro com pressão suficiente da palma da mão para

lhe dar a forma de cilindro;

IV. Se a amostra se fragmentar antes de atingir o diâmetro de 3 mm, retorná-la à

cápsula, adicionar água destilada, homogeneizar durante pelo menos 3 min, amassando

e revolvendo vigorosa e continuamente com auxílio da espátula e repetir o

procedimento descrito III;

V. Se a amostra atingir o diâmetro de 3 mm sem se fragmentar, amassar o

material e repetir o procedimento descrito no item III;

VI. Ao se fragmentar o cilindro, com diâmetro de 3 mm e comprimento da

ordem de 100mm (o que se verifica com gabarito de comparação), transferir

imediatamente as partes do mesmo para um recipiente adequado, para determinação da

umidade conforme a NBR 6457;

VII. Repetir as operações descritas nos itens IV a VI de modo obter pelo menos

três valores de umidade.

Na figura 43 podemos verificar como é realizado o ensaio de LP.

Figura 43 - Ensaio limite de Plasticidade

Fonte: Busato e Wilson 2009, p. 7.

Page 74: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

72

2.6.4 Ensaio de densidade real dos grãos

Este ensaio é utilizado para descobrir a densidade real dos grãos pelo método

picnômetro. A norma prescreve o método de determinação da massa específica dos grãos de

solos que passam na peneira de 4,8 mm por meio de picnômetro, através da realização de pelo

menos dois ensaios, conforme NBR 6508 – Massa Específica dos Sólidos.

δ= g

α

Onde:

- Peso específico das partículas sólidas (𝛾g);

- Peso específico de igual volume de água (𝛾α);

- Densidade real (𝛿);

Os equipamentos para realização do ensaio de massa específica são:

- Balanças;

- Estufa;

- Termômetro;

- Bomba a vácuo;

- Aparelho de dispersão;

- Picnômetro

- Funil de vidro;

- Conta-gotas.

Os Procedimentos para a realização do ensaio são:

- Deixamos a amostra de solo por 24h em água para saturar (S=100%);

- Colocamos a amostra no dispersor;

- Colocamos a amostra no picnômetro completando com água até cerca de 2/3 do

seu volume;

- Deixamos na bomba de vácuo por 15 min;

- Completamos com água até o gargalo (menisco) que corresponde ao volume

nominal do picnômetro com solo e água (P2);

- Retiramos a amostra com a água do picnômetro e colocamos em uma estufa por

24h (105º a 110ºC) para secar e obtermos o Ps.

Page 75: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

73

Na figura 44 são mostrados os detalhes dos equipamentos necessários para o

ensaio de densidade real dos grãos.

Figura 44 - Ensaio Picnômetro

Autor: Mendez, 2011, p. 2.

δt=(P1−P2)

(P4−P1)− (P3−P2)

Onde:

𝛿t - Densidade real do solo à temperatura t do ensaio;

P1 - Peso do picnômetro vazio;

P2 - Peso do picnômetro mais amostra, em gramas;

P3 - Peso do picnômetro mais amostra mais água, em gramas;

P4 - Peso do picnômetro mais água, em gramas.

Page 76: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

74

3 METODOLOGIA

A metodologia deste trabalho teve como sequência:

1. Pesquisa bibliográfica;

2. Definição do local de estudo;

3. Coleta de amostras indeformadas;

4. Realização dos ensaios;

5. Resultados dos ensaios;

6. Modelagem dos diferentes muros;

7. Dimensionamento dos muros;

8. Avaliações da estabilidade dos muros;

9. Análise e comparativo dos resultados entre os métodos escolhidos;

10. Vantagens e desvantagens dos muros;

11. Análises de custos;

A pesquisa bibliográfica envolveu a fundamentação teórica sobre os tipos de

métodos construtivos de muro de contenção à gravidade, estabilidade de taludes, métodos

para avaliação da estabilidade de taludes, softwares de modelagem, resistência ao

cisalhamento, empuxos, dimensionamento de muros e ensaios de laboratório.

A definição do local de estudos é uma obra de contenção para execução de uma

avenida na cidade de Caçador/SC, conforme figuras 45 e 46:

Figura 45: Local analisado

Fonte dos Autores, 2017.

Page 77: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

75

Figura 46: Avenida Albino Potrich, localizada em Caçador/SC

Fonte dos Autores, 2017.

A coleta de amostras indeformadas foi realizada no mês de agosto de 2017. Foram

coletadas pelo menos 2 amostras, tendo em vista a relativa homogeneidade do solo local.

Foram realizados os ensaios de cisalhamento direto, granulometria, LL, LP e

densidade real dos grãos. Através dos resultados dos ensaios foi realizado o dimensionamento

e análise dos muros de gravidade do gabião e logblock.

A modelagem foi realizada com o software Slide – Rocscience e Gawacwin.

O dimensionamento foi realizado através das verificações dos fatores de

segurança conforme (ABNT 11.682/2010).

Por fim, foi realizada uma análise comparativa dos resultados obtidos com o

estudo de caso que compreenderam a avaliação da estabilidade do muro de gabião e muro

logblock, vantagens e desvantagens de cada método e avaliação de custos de ambos. Através

disso foram apresentadas as conclusões do estudo realizado, bem como as sugestões para

trabalhos futuros.

Page 78: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

76

3.1 ÁREA ANALISADA

No sítio eletrônico do munícipio de Caçador, mencionam-se as características da

sua localização:

O município de Caçador está inserido na zona fisiográfica do Alto Vale do Rio do

Peixe, planalto ocidental do Estado de Santa Catarina, integrando a microrregião do

Contestado com sua área de 1.009,80 Km² situada entre os paralelos 26º e 27º e os

meridianos 50º e 52º oeste, onde se limita com os municípios de Calmon, Lebon

Régis, Rio das Antas, Videira, Arroio Trinta, Macieira e Água Doce, e com o

Estado do Paraná.

O clima da região é subtropical úmido, tendo um inverno frio e seco e verão

quente e úmido. Os ventos são predominantes do norte, as chuvas concentram-se mais na

primavera e no verão e a temperatura média anual é de 16,6 º C com 78,2% a média anual de

umidade relativa do ar.

Nota-se que o lugar corresponde a uma altitude média de 1000 metros acima do

nível do mar, com topografia acidentada intercalada por morros, colinas, vales e chapadas. Na

sua serra, o ponto mais alto é a elevação de Rio Verde, com 1390 metros acima do nível do

mar, enquanto que a parte mais baixa está a 780 metros de altitude.

Foi realizada no dia 8 de agosto de 2017 uma análise in loco do muro de gabião na

Avenida Albino Felipe Potrich, cidade de Caçador/SC. Verificou-se a construção da

contenção e observou-se se o muro de gabião foi construído corretamente, respeitando os

tamanhos das gaiolas, assentamento das pedras e o sistema de drenagem. Após avaliar a área

da contenção do talude, analisou-se o tipo de solo e coletaram-se duas amostras indeformadas

e deformadas no local mais adequado, para então, poder realizar todos os ensaios necessários

à análise do dimensionamento do talude. Por fim, aplicou-se a análise para o muro logblock e

o muro de gabião.

Na coleta das amostras, apurou-se um solo com características de residual de

basalto que surge através do intemperismo das rochas, a partir de processos físicos e químicos

do ambiente que ocasionam a desintegração e a decomposição das rochas, fazendo com que a

camada de detritos se torne mais espessa e se diferencie em subcamadas morfologicamente

distintas (cor, textura, estrutura, etc). As figuras 47 a 52 mostram a situação altimétrica do

local e a retirada das amostras

Page 79: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

77

Figura 47: Situação in loco antes de ser executado o muro de gabião

Fonte: Google Maps.

Figura 48: Vista altimétrica da Avenida Albino Potrich, Caçador/SC

Fonte: Google Maps.

Figura 49: Visão ampliada do relevo da cidade de Caçador/ SC

Fonte: Google Maps.

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78

Figura 50: Situação do muro de gabião in loco

Fonte dos Autores, 2017.

Figura 51: Retirada da amostra indeformada 1

Fonte dos Autores, 2017.

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79

Figura 52: Retirada da amostra indeformada 2 no talude do solo in loco

Fonte dos Autores, 2017.

Page 82: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

80

3.2 SOFTWARES UTILIZADOS

Para realização das análises da estabilidade contra a ruptura global do solo foi

utilizado o programa “Rocscience Slide”. O software em questão analisa elementos finitos,

águas subterrâneas, infiltrações, levantamento rápido, sensibilidade, análise probabilística e

projeto de apoio.

Conforme o site L3 Software (2017):

Rocscience Slide é o único software de análise para estabilidade de encostas com

built-in, análise de percolação de águas subterrâneas elemento finito para as

condições de estado. Fluxos, pressões e gradientes são calculados com base nas

definições do usuário e condições de contorno hidráulicos. Análise de percolação é

totalmente integrado com a análise de estabilidade de encostas ou pode ser usado

como um módulo autônomo no Rocscience Slide.

O software tem capacidade de análise probabilística extensa, atribuindo-se

distribuições estatísticas para quase quaisquer parâmetros de entrada, incluindo as

propriedades dos materiais, propriedades de apoio, cargas e localização do lençol freático (L3

SOFTWARE 2017).

Na verificação do fator de segurança do tombamento, deslizamento e capacidade

de carga foi utilizado o programa Gawacwin que permite a apuração sob uma grande

quantidade de situações diferentes (geometria, carga adicional, etc) que podem ocorrer

durante o processo de design. O programa usa o Limite de Equilíbrio e as teorias de Rankine,

Coulomb e Bishop para verificar os fatores de segurança da estrutura e solo.

Page 83: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

81

3.3 PARÂMETROS GEOMECÂNICOS UTILIZADOS

A seguir será apresentado um pré-dimensionamento dos fornecedores dos dois métodos

de muros de contenção em análise.

3.3.1 Pré-dimensionamento – fornecedor

Para efeitos de cálculo dos muros, os fornecedores apresentaram em suas

propostas dados sobre o tipo de parâmetros encontrados in loco, sem ter feito análises mais

profundas, onde utilizaram parâmetros mais conservadores no pré-dimensionamento.

Tabela 3: Parâmetros do solo apresentado pelas empresas

PARAMETROS

EMPRESA:

LOGBLOCK GABIÃO

Reaterro estrutural

Ângulo de atrito 26° 26°

Coesão 10 kN/m² 10 kN/m²

Peso especifico 17 KN/m³ 17 kN/m³

Solo de fundação

Ângulo de atrito 26° 26°

Coesão 10 kN/m² 10 kN/m²

Peso especifico 17 kN/m³ 17 kN/m³

Rachão

Ângulo de atrito 42° -

Coesão 0 kN/m² -

Peso especifico 17 kN/m³ -

Logblock

Ângulo de atrito 42° -

Coesão 0 kN/m² -

Peso especifico 15 kN/m³ -

Gabião

Ângulo de atrito - 42°

Coesão - 0 kN/m²

Peso especifico - 25 kN/m³

Porosidade - 30%

Cargas móveis consideradas 20 kN/m² 20 kN/m²

Fonte: Pirâmide Pré-moldados e Macaferri.

Page 84: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

82

3.4 PARÂMETROS DOS ENSAIOS REALIZADOS

Para a realização dos ensaios a fim de se obter os parâmetros para as análises dos

muros, foram retiradas in loco duas amostras de solo, sendo uma amostra na base do muro de

arrimo e outra no talude do muro, ambas mostradas pelas figuras 53 a 56. A seguir foram

realizados os ensaios conforme explicados nos tópicos anteriores.

Figura 53: Vista geral do local da retirada das amostras

Fonte dos Autores, 2017.

Figura 54: Amostras retiradas para realização dos ensaios

Fonte dos Autores, 2017.

Page 85: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

83

Figura 55: Talude onde foi retirado a amostra 2

Fonte dos Autores, 2017.

Figura 56: Retirada da amostra 1 na base da fundação

Fonte dos Autores, 2017.

Os resultados dos ensaios serão utilizados para o dimensionamento dos muros de

arrimo por meio dos cálculos dos fatores de segurança, sendo que os principais resultados

obtidos nos ensaios das duas amostras recolhidas no local de estudo podem ser analisados

pela tabela 15 até a tabela 25 que estão anexas.

Page 86: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

84

Na tabela 4 será apresentado um resumo dos resultados obtidos dos ensaios

realizados em laboratório das amostras 1 e 2.

Tabela 4: Resultados gerais obtidos nos ensaios

Amostra 1 Amostra 2

Teor de umidade natural médio (%): 40,00 29,90

Peso específico natural médio (kN/m³ ): 17,95 17,22

Índice de vazios: 1,40 1,31

Densidade real dos Grãos: 3,08 3,06

Coesão ( kN/m² ): 24,70 27,70

Ângulo de Atrito Interno ( º ): 28,50 22,40

WL (%) 54,38 62,35

WP (%) 34,65 35,06

IP (%) 19,73 27,29

PORCENTAGEM PASSANTE X DIÂMETROS DOS GRÃOS (%)

Argila 31,00 29,00

Silte 8,00 36,00

Areia Fina 60,00 34,00

Areia Média 1,00 0,00

Areia Grossa 1,00 0,00

Pedregulho 1,00 0,00

Fonte dos Autores, 2017.

Assim sendo, na tabela acima é possível observar as correlações obtidas de um

solo residual basáltico, retiradas in loco e realizados ensaios dos mesmos. Como já falado, a

amostra 1 foi retirada na base do muro de arrimo e a amostra 2 no talude.

Comparando-se as duas amostras foi possível destacar em relação à granulometria

que a amostra 1 teve 60% de grãos, observando-se uma areia fina e ocasionando um solo mais

resistente. Por sua vez, a amostra 2 apresentou aproximadamente 65% de granulometria fina,

sendo 29% de argila e 36% de silte.

Desse modo, considerando o solo mais resistente na amostra 1, obteve-se um

resultado do peso específico natural médio de 17,95 kN/m³, na qual, por consequência dos

ensaios de cisalhamento direto, resultaram em um ângulo de atrito interno de 28,50° e uma

coesão menor de 24,70 kN/m².

Em contrapartida, na amostra 2 obteve-se um resultado do peso específico natural

médio de 17,22 kN/m³, na qual, por consequência dos ensaios de cisalhamento direto,

resultaram em um ângulo de atrito interno de 22,40° e uma coesão maior de 27,70 kN/m².

Assim, comparando-se as duas amostras, concluiu-se que os índices com melhores

Page 87: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

85

resultados foram observados na amostra 1, tendo em vista que o solo gerou uma resistência

maior de força de atrito em razão de um ângulo de atrito interno maior e uma coesão menor.

Isto porque o solo da base do muro de maior porcentagem é o de granulometria tipo areia fina.

Por sua vez, no resultado de limite de liquidez, a amostra 1 obteve 54,38% de teor

de umidade em que o solo passa do estado plástico para o estado fluídico. Já com relação ao

limite de plasticidade, apresentou um resultado de LP com 34,65 % de teor de umidade em

que o solo deixa de ser plástico e passa a ser semi-sólido.

Com relação a amostra 2 obteve-se como resultado de LL 62,35% de teor de

umidade no qual o solo passa do estado plástico para o fluídico, e um resultado de LP com

35,06 % de teor de umidade, no qual o solo deixa de ser plástico e passa ser semi-sólido.

Ainda no tocante aos resultados, tem-se o Índice de plasticidade (IP) que

corresponde à diferença entre o limite de liquidez e o limite de plasticidade, em que o

resultado encontrado indica um intervalo compreendido entre os estados em que o solo se

apresenta plástico, conforme abaixo.

1 < IP < 7 – Solo fracamente plástico;

8< IP < 15 - Solo medianamente plástico;

IP > 15 – Solo altamente plástico;

Conforme dados acima, as duas amostras de solo são altamente plásticas, sendo

que a amostra 1 atingiu um índice de 19,73% e a amostra 2 possuindo maior quantidade de

finos em sua composição granulométrica atingiu um índice mais alto (27,29%).

Diante todo o exposto, verifica-se que a determinação do limite de liquidez e

limite de plasticidade objetiva o conhecimento da plasticidade dos solos, uma vez que a

plasticidade é uma das características mais importantes das argilas, pois consiste na maior e

na menor capacidade dos solos serem moldados, sob certas condições de umidade e sem

variação de volume. Assim, quanto maior o índice de plasticidade, mais plástico será o solo

em determinadas condições de umidade.

Page 88: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

86

4 RESULTADOS

Neste tópico serão dimensionados os dois métodos de contenção de taludes,

através de projetos utilizando softwares mencionados anteriormente, sendo que serão

analisados e comparados os mesmos trazendo as vantagens e desvantagens visando

racionalização do processo, eficiência, eficácia e economicidade.

4.1 AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE UTILIZANDO PROJETO DE MURO DE

GABIÃO

4.1.1 Cálculo dos Fatores de Segurança de Tombamento, Deslizamento e Capacidade

de carga.

Conforme já mencionado, os fatores de segurança de tombamento, deslizamento e

capacidade de carga foram calculados pelo programa Gawacwin fornecido pela empresa

Maccaferri. Através dos anexos colacionados abaixo é possível observar as medidas aplicadas

uma carga de 20 kN/m² na pavimentação asfáltica situada no local. As dimensões do muro de

gabião foram estipuladas de acordo com a especificação da proposta da empresa que projetou

o local da obra: base do muro de 3 metros, altura total de 5,50 metros e uma camada base de

0,50 metros com rachão, conforme foto 57.

Figura 57: Base executada com rachão

Fonte dos Autores, 2017.

Page 89: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

87

De acordo com a figura 58, a base do muro tem 3 metros de largura e 3 metros

altura e os dois últimos metros de altura possuem 2 metros de base. Os parâmetros utilizados

estão de acordo com as amostras dos solos retiradas no local. Os ensaios necessários foram

executados conforme os anexos informados anteriormente.

Convém destacar que se simulou uma condição crítica ao deixar água no pé do

talude. Ademais, foi considerada uma tensão estimada admissível na fundação de 400 kN/m².

Nas figuras 59 e 60 foram informados os parâmetros utilizados para o dimensionamento.

Figura 58: Dimensões do muro de gabião analisado

Fonte: Projeto da proposta da empresa Macaferri.

Figura 59: Parâmetros utilizados sobre a fundação no programa GawacWin

Fonte dos Autores, 2017.

Page 90: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

88

Figura 60: Parâmetros utilizados para o muro de gabião no programa GawacWin

Fonte dos Autores, 2017.

Desse modo, a análise realizada resultou nos coeficientes de segurança para

estabilidade de acordo com o gráfico abaixo e que foram analisados e comparados com o

muro logblock trazido no tópico a seguir.

Tabela 5: Resultados dos FS do muro de gabião

VERIFICAÇÕES DE ESTABILIDADE DO MURO DE GABIÃO

Coef. de Seg. Deslizamento 1,79

Coef. de Seg. Tombamento 3,75

Tensão na base (esquerda) 175,38 kN/m²

Tensão na base (direita) 81,92 kN/m²

Máxima tensão admissível 400,00 kN/m²

Fonte dos Autores, 2017.

Page 91: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

89

4.1.2 Cálculo do Fator de Segurança de Estabilidade contra a ruptura global (FSest).

Conforme já mencionado, o fator de segurança de estabilidade contra a ruptura

global foi calculado pelo programa Rocscience Slide. Assim, os parâmetros e as dimensões

dos muros utilizados foram os mesmos usados nas verificações do tópico 4.1.1.

Na tabela 18 carreada abaixo são informados os parâmetros utilizados para o

dimensionamento. Por sua vez, nas figuras 61 a 64 são colacionados os resultados do

programa Slide.

Tabela 6: Parâmetros utilizados no cálculo do dimensionamento do muro de gabião

Parâmetros Muro Gabião Solo fundação Solo talude

Peso específico (kN/m³): 21,00 17,95 17,22

Coesão (kN/m²): 100,00 24,70 27,70

Ângulo de Atrito Interno

( º ):

35,00 28,50 22,40

Fonte dos Autores, 2017.

Figura 61: Detalhe do projeto do muro de gabião no programa Slide

Fonte dos Autores, 2017.

Page 92: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

90

Figura 62: Resultado do FS estabilidade Global

Fonte dos Autores, 2017.

Figura 63: Detalhamento do resultado obtido do dimensionamento do FS para o

muro de gabião

Fonte dos Autores, 2017.

Page 93: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

91

Figura 64: Detalhe da ruptura circular para o muro de gabião

Fonte dos Autores, 2017.

Isto posto, verifica-se que a análise realizada resultou em quatro fatores de

segurança de estabilidade conforme a tabela 18, sendo que para esta análise foi utilizado o

método de Bishop Simplificado, ocasionando um fator de segurança de estabilidade contra a

ruptura global de 2,165 e o mínimo admitido é de 1,50. Os resultados foram analisados e

comparados com o muro de gabião nos tópicos abaixo.

Tabela 7: Resultados dos fatores de segurança para o muro de gabião

Método FS

Bishop Simplificado 2,165

Fellenius 2,05

Janbu simplificado 1,99

Spencer 2,19

Fonte dos Autores, 2017.

Page 94: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

92

4.2 AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE UTILIZANDO PROJETO DE MURO DE

LOGBLOCK

4.2.1 Cálculo dos Fatores de Segurança de Tombamento, Deslizamento e Capacidade

de carga.

Nas figuras 65 e 66 são mostrados os parâmetros utilizados no programa

Gawacwin para a realização do dimensionamento do muro à gravidade.

Figura 65: Parâmetros utilizados para o muro Logblock no programa Gawacwin

Fonte dos Autores, 2017.

Page 95: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

93

Figura 66: Parâmetros utilizados sobre a fundação no programa Gawacwin

Fonte dos Autores, 2017.

Tabela 8: Resultados dos FS do muro de logblock

VERIFICAÇÕES DE ESTABILIDADE DO MURO LOGBLOCK

Coef. de Seg. Deslizamento 1,83

Coef. de Seg. Tombamento 2,61

Tensão na base (esquerda) 212,25 kN/m²

Tensão na base (direita) 12,15 kN/m²

Máxima tensão admissível 400,00 kN/m²

Fonte dos Autores, 2017.

4.2.2 Cálculo do Fator de Segurança de Estabilidade contra a ruptura global (FSest).

De acordo com o já mencionado, o fator de segurança de estabilidade contra a

ruptura global foi calculado pelo programa Rocscience Slide. Observam-se nos anexos abaixo

que foram colocadas as medidas conforme o local de estudo e aplicado uma carga de 20

kN/m² na pavimentação asfáltica situada no local. As dimensões do muro de logblock foram

estipuladas de acordo com a especificação da proposta da empresa que projetou o local da

obra: base do muro de 3,60 metros, altura total de 5,50 metros e uma camada base de 0,50

metros com rachão nivelado. Conforme a figura 67, a base do muro logblock é de 3,60

metros e o restante da estrutura tem dimensões variadas, uma vez que o sistema é executado

de acordo com o projeto com desníveis a cada seção da peça. As figuras 68 a 71 mostram os

parâmetros que foram utilizados de acordo com as amostras dos solos retiradas no local e os

ensaios necessários conforme anexos informados anteriormente, considerando água no pé do

talude, causando, assim, a pior hipótese.

Page 96: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

94

Na tabela 18 a seguir são informados os parâmetros utilizados para o

dimensionamento.

Figura 67: Dimensões do muro logblock analisado

Fonte: Projeto da proposta da empresa Pirâmide Pré-moldados.

Tabela 9: Parâmetros utilizados no cálculo do dimensionamento do muro de gabião

Parâmetros Muro Logblock Solo fundação Solo talude

Peso específico (kN/m³): 15,00 17,95 17,22

Coesão (kN/m²): 100,00 24,70 27,70

Ângulo de Atrito Interno

( º ):

35,00 28,50 22,40

Fonte dos Autores, 2017.

Page 97: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

95

Figura 68: Detalhe do projeto do muro logblock no programa Slide

Fonte dos Autores, 2017.

Figura 69: Resultado do FS estabilidade global para o muro logblock

Fonte dos Autores, 2017.

Page 98: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

96

Figura 70: Detalhamento do resultado obtido do dimensionamento do FS para o

muro logblock

Fonte dos Autores, 2017.

Figura 71: Detalhe da ruptura circular do muro logblock

Fonte dos Autores, 2017.

Diante todo o exposto, concluiu-se que a análise realizada resultou em quatro

fatores de segurança de estabilidade, conforme é possível observar na tabela 10. Para esta

análise foi utilizado o método de Bishop Simplificado, ocasionando um fator de segurança de

estabilidade contra a ruptura global de 2.025, sendo que o mínimo admitido é de 1.50,

conforme a (ABNT 11682/2009). O resultado será analisado e comparado com o muro de

gabião nos tópicos abaixo.

Page 99: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

97

Tabela 10: Resultados dos fatores de segurança para o muro logblock

Método FS

Bishop Simplificado 2,025

Fellenius 1,87

Janbu simplificado 1,82

Spencer 2,04

Fonte dos Autores, 2017.

4.3 COMPARAÇÃO ENTRE MÉTODOS

A tabela 11 traz a comparação dos resultados obtidos dos muros logblock e

gabião.

Tabela 11: Tabela comparativa entre os muros

Parâmetros Logblock Gabião

𝛾𝑑 (kN/m³) 15 kN/m³ 21 kN/m³

Altura inicial do muro 5,50 metros 5,50 metros

Largura da base (m) 3,60 metros 3,00 metros

FS de tombamento 2,61 3,75

FS de deslizamento 1,83 1,79

Tensão na base (esquerda) 212,25 kN/m² 175,38 kN/m²

Tensão na base (direita) 12,15 kN/m² 81,92 kN/m²

FS de capacidade de carga 400 kN/m² 400 kN/m²

FS contra a ruptura global 2,025 2,165 Fonte dos Autores, 2017.

Ao comparar os dois métodos, compreende-se que ambas são soluções técnicas

válidas de estruturas de contenção que têm a finalidade de fornecer estabilidade ao talude, em

razão do alargamento da pista para realização de pavimentação.

Percebe-se que o muro logblock tem um peso específico de 1500 kg/m³, ou seja,

valor abaixo do muro de gabião que apresenta cerca de 2100 kg/m³ já descontado a

diminuição por porosidade da estrutura que é de aproximadamente 30%, já que é em média

600 kg/m³ mais pesado que o logblock, acarretando, assim, melhor desempenho em questão

de peso para suportar cargas e empuxos.

No método de Cálculo do Fator de Segurança de Estabilidade contra a ruptura

global pôde-se analisar que a ruptura global ocorreu abaixo da base dos dois muros, no qual se

compreendeu que os muros estavam tendo um bom desempenho de resistência à instabilidade.

Page 100: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

98

Desse modo, se eventualmente acontecesse uma ruptura, esta aconteceria no solo

abaixo dos muros onde seria a zona mais fraca para uma inesperada ruptura de cisalhamento,

causando instabilidade no local.

As verificações de capacidade de carga nas duas situações dos muros estudados

passaram na análise dos coeficientes de segurança de tensões de compressão na base dos

muros, em que foi estimado que a base in loco tem uma capacidade de carga sem sofrer

rupturas de 400 kN/m². Assim, na tensão de base no lado esquerdo do muro, o maior valor

ocorreu no logblock com 212,25 kN/m² e na tensão de base no lado direito do muro, o maior

valor ocorreu no gabião com 81,92 kN/m².

Assim sendo, os coeficientes de segurança atenderam aos requisitos mínimos

estimados (tabela 11) na relação dos parâmetros de verificação dos fatores de segurança de

deslizamento e tombamento do muro.

Desse modo, o fator de segurança do tombamento é definido pelo momento

resistente do muro. Assim, a relação entre o momento de tombamento do empuxo total

atuante em relação a um ponto na base da extremidade do muro, teve coeficiente de segurança

maior no muro de gabião, pois a sua geometria e seu peso específico são mais elevados que o

logblock.

Cumpre destacar que o fator de segurança do deslizamento ocorre quando o

empuxo passivo somado à força de atrito ao longo da base do muro não é o suficiente para

conter o empuxo ativo do solo contra a estrutura. Através disso, percebe-se que a relação

também tem a ver com o peso específico do muro. Assim, considerando que a base do muro

logblock é maior que o muro de gabião e o seu peso especifico é menor, ocasiona um

equilíbrio dos resultados. Por fim, o muro de gabião teve uma base menor, porém teve maior

peso específico.

Ressalta-se, ainda, que o muro de gabião é mais flexível que o logblock, pois

aceita acomodações e movimentos do terreno, ocasionando deformações maiores sem perder

a sua estabilidade e eficiência, já que as telas são flexíveis e podem absorver o empuxo do

solo. Dessa maneira, o vazio do preenchimento das pedras dentro da gaiola pode-se acomodar

em razão de algum esforço causado.

O muro logblock também é flexível, existindo entre seus encaixes uma folga de 3

mm para suportar alguma deformação causada pelos empuxos. Contudo, o limite de

escoamento elástico da estrutura ainda é inferior que o muro de gabião, já que este último

aceita mais deformações sem ocasionar eventuais rupturas na sua estrutura.

Page 101: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

99

4.4 VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS MUROS

Em relação ao muro de logblock, destaca-se que é um sistema autoportante e que

pode ser empregado em outros lugares, como, por exemplo, em escadas hidráulicas,

canalizações, bacias de dissipação, recomposição de voçorocas e floreiras/jardineiras. Desse

modo, as vantagens desse sistema são:

Acabamento final valorizando a estética;

Muito simples de construir, pois é fácil e extremamente rápido de montar;

Também é fácil de desmontar, sendo totalmente reaproveitável;

Ideal para obras emergenciais;

Não utiliza nenhuma argamassa para assentamento;

Economicamente viável, com grande custo benefício;

De fácil manutenção;

Não precisa de reforços em aço ou concreto;

Encaixes perfeitos entre as peças;

Sistema de drenagem próprio;

Não necessita de mão de obra especializada;

Agilidade no cronograma de obra;

Baixo custo com equipamentos;

Aplicações variadas.

Em contrapartida, as desvantagens do muro logblock são:

Custo da matéria prima elevada;

As mudanças de direções são somente a 60° de angulação;

Pouca capacidade de quantidade no transporte;

Inviabilidade em transporte para longas distâncias;

Base mais larga;

Pouco reconhecimento no mercado;

Page 102: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

100

No tocante ao muro de gabião, ressalta-se que o mesmo possui diversas

características importantes que ocasionam várias vantagens em sua empregabilidade. A seguir

citamos as principais características deste tipo de contenção:

Os materiais para a execução do gabião são fáceis de ser encontrados e

também são de fácil transporte e manuseio;

Elevada resistência a ruptura e separação;

Alta flexibilidade;

Resistência das gaiolas de arame galvanizado (ocorrendo a resistência à

corrosão e ferrugem ao longo dos anos);

Aplicações variadas;

Alta permeabilidade que permite a drenagem natural suficiente de escoamento,

diminuindo a velocidade da água, ocasionando menos pressão sobre uma área

de dispersão;

Facilidade na execução;

Integração ao meio ambiente;

Durabilidade;

Solução conhecida no mercado;

Grande absorção de impacto;

Peso específico alto;

Autodrenantes.

Por sua vez, as desvantagens do muro de gabião são:

Manutenção;

Mão de obra especializada;

Estrutura robusta;

Exigência de equipamentos pesados;

Estética;

Page 103: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

101

4.5 ANÁLISE DE CUSTOS

O comparativo da análise de custos tem como objetivo ponderar os quantitativos

de materiais, maquinários e mão de obra necessária para a execução do muro de gabião e

logblock. Desse modo, apresentamos um orçamento dos itens necessários para a execução dos

muros estudados.

Com relação ao orçamento estimado da construção do muro de logblock, a

empresa Pirâmide, que é pioneira no Estado na fabricação dos blocos, forneceu os custos para

que fosse possível a execução do estudo de caso, conforme figura 72 em anexo. Por sua vez, o

orçamento da equipe de execução e os equipamentos foi fornecido pela Ecounion, que é a

empresa que desenvolveu o logblock, conforme tabela 12, que traz o detalhamento dos custos

de cada insumo.

Na análise do custo do muro de gabião, a empresa que o executou forneceu os

dados do orçamento. Assim, foi possível verificar os custos despendidos para realização da

obra, conforme a figura 73 em anexo. Desse modo, os materiais, como as caixas de malha de

tela em aço hexagonal e o tecido geotêxtil foram fornecidos pela Maccaferri que é pioneira no

fornecimento das malhas de gabião. Por sua vez, o restante dos insumos, como pedra de mão,

mão de obra e maquinários foram terceirizados por uma empresa especializada na execução

de gabião. Tudo conforme a tabela 13 que trouxe a descrição dos custos gerados para

realização do gabião.

Tabela 12: Custo de Insumos logblock Caçador

Item Produto Dimensão Quantidade Preço

Unit.

Total

1 Ecounion Contenção de

25cm h-20cm

60.600 unid. R$ 4,00 /

unidade

R$ 242.400,00

2 Ecounion Contenção de

25cm h-10cm

5.000 unid. R$ 2,00 /

unidade

R$ 10.000,00

3 Geotêxtil não tecido -

mactex

H. 40.2 2.3 X

200

920 m² R$

2,58/m²

R$ 2.373,60

4 Equipe de execução

de montagem do log

block

65.600,00

Unid.

65.600,00

Unidades

R$ 0,80/

unidade

R$ 52.480,00

5 Equipamentos em

Geral

- Aluguel 1

mês

- R$ 19.500,00

Total R$ 326.753,60

Fonte dos Autores, 2017.

Page 104: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

102

Tabela 13: Custo de Insumos do muro de Gabião

Item Dimensão Quantidade Preço Unit. Total

Gabião Caixa 8x10h=1,00m(

GalMac®4R)

1.012,00 m³ R$ 102,20 R$ 108.597,72

Arame de aço de BTC

G4R

2.20mm 650,00 kg R$ 6,95 R$ 4.743,38

Geotêxtil não tecido -

mactex

H. 40.2 2.3 X

200

920 m² R$ 2,58

R$ 2.373,60

Pedra de mão m³ 1.020,00 m³ R$ 34,00 R$ 34.408,00

Orçamento de MO e

Equipamento incluso

m³ 1020,00m³ R$160,00/m³ R$ 163.200,00

Total R$ 313.322,70

Fonte dos Autores, 2017.

Em uma análise geral, o muro de gabião tem como vantagem a questão de custos

dos materiais utilizados na sua execução, uma vez que as pedras de mão são fáceis de serem

encontradas nas regiões onde é construído. Em contrapartida, o sistema logblock não é tão

competitivo na questão de custos dos materiais, pois, em razão dos deslocamentos longos para

entrega dos blocos, não cabem grandes quantidades de blocos nas cargas, ocasionando assim

várias viagens que acarretam em alto custo.

Por outro lado, se a fábrica da produção do logblock está situada perto da

execução do muro, os custos diminuem, fazendo com que o muro de logblock seja mais

vantajoso. Isto porque a sua execução é rápida e não necessita de uma mão de obra tão

qualificada na montagem e nem a utilização de equipamentos caros, como, por exemplo,

escavadeiras que são utilizadas para locomoção das pedras na construção do muro de gabião.

Conclui-se, portanto, que o muro de gabião ainda é o mais econômico, tendo em

vista a escassez de fábricas de logblock (em Santa Catarina existe apenas uma fábrica).

Entretanto, em obras emergenciais o logblock tem uma vantagem, pois, como já mencionado,

é executado de eficaz e eficiente sendo de fácil montagem, fornecendo estabilidade em

lugares com risco de desabamentos e escorregamentos com mais agilidade.

Por fim, de acordo com a comparação dos orçamentos apresentada, é possível

concluir que os custos do muro de gabião ficaram mais em conta. Todavia, deve-se levar em

consideração a negociação de cada obra, pois, os preços são bastante competitivos e,

dependendo da obra, os custos dos insumos variam e consequentemente a competitividade

aumenta.

Page 105: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

103

4.6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Para um entendimento mais abrangente sobre o estudo de caso realizado, os

seguintes estudos são sugeridos:

Realizar uma análise de custos de viabilidade econômica mais profunda

sobre os materiais utilizados, bem como equipamentos, prazos de entrega, mão de obra e

distância;

Realizar estudos com outros tipos de soluções de muro de gravidade;

Avaliar a necessidade do projeto do muro;

Execução de análises similares em outros tipos de contenções, visando

calcular a estabilidade de estruturas considerando a variação das propriedades do projeto em

diferentes locais.

Page 106: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

104

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho de conclusão de curso objetivou a realização de uma análise

comparativa dos muros de contenção à gravidade. Com efeito, avaliou-se o muro de gabião

que vem sendo executado há séculos e o logblock que é uma tecnologia nova no mercado para

contenções de taludes. Ambos apresentam materiais com características diferentes e são

executados cada qual com suas particularidades.

Cumpre destacar que se optou por esta pesquisa com a finalidade de compreender

melhor os métodos de contenção, analisando como cada método pode ser recomendável como

solução para as construções, considerando a racionalização do processo, redução de custos e

prazos, maior produtividade e segurança.

Assim sendo, é inevitável que se faça uma análise do local antes da construção de

um muro à gravidade a fim de se obter parâmetros confiáveis para a realização do

dimensionamento do muro, buscando segurança e uma economia significativa para a obra.

Dessa forma, os dois tipos de muros estudados corresponderam de forma positiva

com sua aplicabilidade no local, sendo projetadas estruturas robustas, podendo, conforme

citado anteriormente, diminuir a sua geometria tendo mais economia na obra.

Observou-se que os dois muros têm custos bastante competitivos no mercado,

devendo-se ponderar cada negociação feita. Assim sendo, dependendo das características de

cada obra e da localização da mesma, os custos dos materiais, mão de obra e equipamentos

variam e, consequentemente, faz com que os preços se tornem mais competitivos.

Dessa maneira, o sistema de muro logblock pode sofrer uma influência no custo

em relação às obras mais distantes, isto porque poderá encarecer o produto em razão do custo

do frete. Contudo, em obras emergenciais, o muro logblock é mais viável porque sua

execução é três vezes mais rápida que o muro de gabião, prevenindo acidentes e maiores

transtornos que possam vir a ocorrer no deslinde da obra.

Por fim, a atual velocidade do desenvolvimento urbano e viário exige da

engenharia, com frequência, soluções modernas e eficientes para a contenção de taludes e

encostas. Estas soluções devem aliar alto desempenho de trabalho à simplicidade construtiva e

custo atraente, pois, caso contrário, transformam-se em fator complicador para a viabilização

dos projetos. Isto posto, a escolha do tipo de contenção ideal é um processo criterioso e

individualizado, tendo em vista que engloba diferentes fatores como, por exemplo, fatores

físicos, geotécnicos e econômicos que refletem diretamente nos prazos e nos custos da obra.

Page 107: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

105

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solos. Rio de Janeiro, 1984.

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limite de liquidez. Rio de Janeiro, 1984.

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uact=8&ved=0ahUKEwjBmbPdpbbUAhVJjJAKHbDKAEUQFggtMAM&url=https://www.i

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Page 111: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

109

7 ANEXOS

7.1.1 Ensaio de cisalhamento direto;

Tabela 14: Resultados dos ensaios de cisalhamento direto amostra 1

Fonte dos Autores, 2017.

Velocidade ( mm/min ): 0,055

Densidade real dos Grãos: 3,082

Condições do Ensaio:

24,7

28,5

Obra: Contenção de Talude

Local: Caçador/SC

Solo: Residual de Basalto

Amostra: 01

Responsável: Eng. Cesar Schmidt Godoi

Interessado: Andersson Marangon; Gabriel Amaral

Data: 13/09/2017

Laboratorista: Franciely E. da Silva

ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO

Observações

RESULTADOS

Ângulo de Atrito Interno ( f ) ( º ):

Consolidado, Drenado

Coesão ( kN/m² ):

Indice de vazios:

Peso específico natural médio (kN/m³ ):

Teor de umidade natural médio (%): 40,0%

17,95

1,40

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0

Ten

são C

isalh

an

te (k

N/m

²)

Deformação Horizontal ( % )

-5,0

-4,0

-3,0

-2,0

-1,0

0,0

1,0

0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0

De

form

ação

Verti

cal (%

)

Deformação Horizontal ( % )

y = 0,5438x + 24,735

R² = 0,9865

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 160,0 180,0

Te

nsão

Cis

alh

an

te (

kN

/m²)

Tensão Normal (kN/m²)

Page 112: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

110

Tabela 15: Resultados dos ensaios de cisalhamento direto, amostra 1

Fonte dos Autores, 2017.

Estágio CP w (%) γh (kN/m³) γd (kN/m³) δ* e

1 1 39,62% 18,22 13,05 3,08 1,36

2 2 40,30% 17,80 12,69 3,08 1,43

3 3 40,15% 17,84 12,73 3,08 1,42

Onde:

teor de umidade

Peso específico Natural ou Peso Específico úmido

Peso específico seco

Densidade real das partículas

índice de vazios

w (%)

γh (kN/m³)

γd (kN/m³)

δ*e

Obra: Contenção de Talude Laboratorista: Franciely E. da Silva

Local: Caçador/SC Interessado: Andersson Marangon; Gabriel Amaral

Solo: Residual de Basalto Responsável: Eng. Cesar Schmidt Godoi Data: 13/09/2017

UNISUL – Pedra Branca

CREA/SC: 106258-0

ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO

RESUMO DOS ÍNDICES FÍSICOS OBTIDOS

Cesar Schmidt Godoi, Eng. Civil, M.Sc.

Supervisor do Laboratório de Engenharia Civil

Amostra: 01

Page 113: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

111

Tabela 16: Resultados de cisalhamento direto, amostra 2

Fonte dos Autores, 2017.

Teor de umidade natural médio (%): 29,9%

Peso específico natural médio (kN/m³ ): 17,22

Indice de vazios: 1,31

Velocidade ( mm/min ): 0,055

Densidade real dos Grãos: 3,055

Condições do Ensaio:

27,7

22,4

Obra: Contenção de Talude Laboratorista: Franciely E. da Silva

Local: Caçador/SC Interessado: Andersson Marangon; Gabriel Amaral

Solo: Residual de Basalto Responsável: Eng. Cesar Schmidt Godoi Data: 13/09/2017

ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO

Observações

RESULTADOS

Ângulo de Atrito Interno ( f ) ( º ):

Consolidado, Drenado

Coesão ( kN/m² ):

Amostra: 02

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0

Ten

são C

isalh

an

te (k

N/m

²)

Deformação Horizontal ( % )

-6,0

-5,0

-4,0

-3,0

-2,0

-1,0

0,0

1,0

0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0

De

form

ação

Verti

cal (%

)

Deformação Horizontal ( % )

y = 0,4113x + 27,744

R² = 0,9787

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

100,00

0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 160,0 180,0

Te

nsão

Cis

alh

an

te (

kN

/m²)

Tensão Normal (kN/m²)

Page 114: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

112

Tabela 17: Resultados de cisalhamento direto, amostra 2

Fonte dos Autores, 2017.

Estágio CP w (%) γh (kN/m³) γd (kN/m³) δ* e

1 1 40,53% 16,87 12,00 3,06 1,54

2 2 26,06% 17,48 13,87 3,06 1,20

3 3 23,11% 17,30 14,05 3,06 1,17

δ* Densidade real das partículas

e índice de vazios

Onde:

w (%) teor de umidade

γh (kN/m³) Peso específico Natural ou Peso Específico úmido

γd (kN/m³) Peso específico seco

Obra: Contenção de Talude Laboratorista: Franciely E. da Silva

Local: Caçador/SC Interessado: Andersson Marangon; Gabriel Amaral

Solo: Residual de Basalto Responsável: Eng. Cesar Schmidt Godoi Data: 13/09/2017

UNISUL – Pedra Branca

CREA/SC: 106258-0

ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO

RESUMO DOS ÍNDICES FÍSICOS OBTIDOS

Cesar Schmidt Godoi, Eng. Civil, M.Sc.

Supervisor do Laboratório de Engenharia Civil

Amostra: 02

Page 115: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

113

7.1.2 Ensaio de granulometria;

Tabela 18: Resultado do ensaio de granulometria, amostra 1

GRÁFICO DE GRANULOMETRIA

Solo: Residual de basalto Amostra: 01 Laboratorista: Franciely Espíndola

Local : Caçador Interessado: Andersson Marangon; Gabriel Amaral

Resp.: Cesar Schmidt Godoi Data: 28/08/2017

Teor de Umidade da Amostra Determinação da Amostra Total Seca

Cápsula Nº A15 81 Peso da Amostra Úmida ( g ): 1501

Peso da Cápsula ( g ) 19,28 24,65 Peso da Amostra Retida na # 10 ( g ): 16,09

Cápsula + Solo Úmido ( g ) 101,37 92,65 Peso da Amo. Passante na # 10, Úmida (g ): 1.484,91

Cápsula + Solo Seco ( g ) 97,19 89,22 Peso da Amo. Passante na # 10, Seca ( g ): 1.409,65

Peso de Água ( g ) 4,18 3,43 Peso de Água ( g ): 75,26

Solo Seco ( g ) 77,91 64,57 Peso da Amostra Total Seca ( g ): 1.425,74

Teor de umidade Médio 5,34% Mh ( Sedimentação ) ( g ): 112,89

Dados de Ensaio

PORCENTAGEM

PE

NE

IRA

ME

NT

O

FR

ÃO

G

RO

SS

A

Peneira Peso da Peneira

Peneira + Material

Material Retido

RETIDA PASSANTE

Fração

Fina

Fração

Grossa Acumulada Fração

Fina

Fração

Grossa Nº mm ( g ) ( g ) ( g )

3" 76,2 0,00

0,00% 0,00%

100,00%

2" 50,8 0,00

0,00% 0,00%

100,00%

1,5 38,1 0,00

0,00% 0,00%

100,00%

1" 25,4 0,00

0,00% 0,00%

100,00%

3/4" 19,1 3,25

0,23% 0,23%

99,77%

3/8" 9,5 1,30

0,09% 0,32%

99,68%

4 4,8 5,52

0,39% 0,71%

99,29%

10 2 6,02

0,42% 1,13%

98,87%

FR

ÃO

F

INA

16 1,19 0,54 0,50% 0,04% 0,50% 99,50% 98,37%

30 0,59 0,01 0,01% 0,00% 0,51% 99,49% 98,36%

40 0,42 0,00 0,00% 0,00% 0,51% 99,49% 98,36%

50 0,3 0,00 0,00% 0,00% 0,51% 99,49% 98,36%

100 0,15 0,00 0,00% 0,00% 0,51% 99,49% 98,36%

200 0,074 0,00 0,00% 0,00% 0,51% 99,49% 98,36%

Sedimentação

Massa Específica dos Grãos de Solo (g/cm³ ): 2,761 Densímetro Nº: 1

Massa Específica do Meio Dispersor na Temperatura de Ensaio ( g/cm³ ): 1,003

Massa Específica do Solo na Temperatura do Ensaio ( g/cm³ ): Peso da Amostra Úmida ( Mh ) ( g ) 112,89

Volume da Suspensão ( cm³ ): 1000 Peso da Amostra Seca ( Ms ) ( g ) 107,17

n(Coeficiente de Viscosidade do Meio Dispersor na Temperatura de Ensaio ( g.s/cm² ): 9,56E-06

Dados de Ensaio

Altura de

Queda +

Me-nisco (cm)

Correção

do Menis-co (cm)

Altura

de

Queda (cm)

Densidade +

Correção

Temp. Def.

µ

Diâmetro

dos

Grãos (mm)

% Amostra

com Diâ-

metro < D

Data / Hora Tempo Temperatura

Densidade

( s ) ( °C )

T Rr HR + Rm Rm HR Rc Rr - Rc D P

30 23,2 1,0370 11,98 0,00 11,98 1,0031 0,03394 0,0625 49,32%

60 23,2 1,0302 13,18 0,00 13,18 1,0031 0,02714 0,0464 39,44%

120 23,2 1,0298 13,25 0,00 13,25 1,0031 0,02674 0,0329 38,85%

260 23,2 1,0295 12,34 0,00 12,34 1,0031 0,0264 0,0216 38,42%

480 23,2 1,0283 12,55 0,00 12,55 1,0031 0,02524 0,0160 36,67%

1080 23,0 1,0278 12,64 0,00 12,64 1,0031 0,0247 0,0107 35,89%

1800 23,0 1,0270 12,78 0,00 12,78 1,0031 0,0239 0,0083 34,73%

3780 23,0 1,0262 12,92 0,00 12,92 1,0031 0,0231 0,0058 33,57%

7080 24,0 1,0258 12,99 0,00 12,99 1,0029 0,0229 0,0042 33,27%

13500 23,0 1,0252 13,10 0,00 13,10 1,0031 0,0221 0,0031 32,11%

23340 23,0 1,0249 13,15 0,00 13,15 1,0031 0,0218 0,0023 31,68%

61020 20,0 1,0241 13,29 0,00 13,29 1,0037 0,0204 0,0015 29,65%

80040 23,5 1,0232 13,45 0,00 13,45 1,0030 0,0202 0,0013 29,35%

Fonte dos Autores, 2017.

Page 116: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

114

Tabela 19: Gráfico do ensaio de granulometria, amostra 1

GRÁFICO DE GRANULOMETRIA

Frações Distribuídas (%)

Argila: 31%

Silte: 8%

Areia Fina: 60%

Areia Média: 1%

23A 23B

Areia Grossa: 1%

20/jan 21/jan

Pedregulho: 1%

22/fev 25/fev

TOTAL: 100%

20/fev 24/fev

Dim.(NBR 06502-1995-

Rochas e Solos)

Patículas

(mm) Fração

0,000 0,002 Argila

0,002 0,060 Silte

0,020 0,200 Areia Fina

0,200 0,600 Areia Média

0,600 2,000 Areia Grossa

2,000 60,000 Pedregulho

Gráfico

Argila Silte

0,002 0,0 0,060 0,0

0,002 100,0 0,060 100,0

Areia Fina Areia média

0,200 0,0 0,600 0,0

0,200 100,0 0,600 100,0

Areia Grossa Pedregulho

2,000 0,0 60,000 0,0

2,000 100,0 60,000 100,0

Fonte dos Autores, 2017.

Arg

ila

Silte

Are

ia F

.

Are

ia M

.

Are

ia G

.

Ped

regulh

o

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0,0001 0,001 0,01 0,1 1 10 100

Porc

enta

gem

Pa

ssa

nte

(%

)

Diâmetro dos Grãos ( mm )

Page 117: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

115

Tabela 20: Resultado do ensaio de granulometria, amostra 2

GRÁFICO DE GRANULOMETRIA

Solo: Residual de basalto Amostra: 02 Laboratorista: Franciely Espíndola

Local :Caçador Interessado: Andersson Marangon; Gabriel Amaral

Resp.:

Cesar Schmidt

Godoi Data: 28/08/2017

Teor de Umidade da Amostra Determinação da Amostra Total Seca

Cápsula Nº 173 36 Peso da Amostra Úmida ( g ): 1500,9

Peso da Cápsula ( g ) 34,19 26,83

Peso da Amostra Retida na # 10 (

g ): 5,28

Cápsula + Solo Úmido ( g ) 96,81 83,32 Peso da Amostra Passante na # 10, Úmida ( g ): 1.495,62

Cápsula + Solo Seco ( g ) 93,90 80,70

Peso da Amostra Passante na # 10,

Seca ( g ): 1.426,19

Peso de Água ( g ) 2,91 2,62 Peso de Água ( g ): 69,43

Solo Seco ( g ) 59,71 53,87 Peso da Amostra Total Seca ( g ): 1.431,47

Teor de umidade Médio 4,87% Mh ( Sedimentação ) ( g ): 110,63

Dados de Ensaio

PORCENTAGEM

PE

NE

IRA

ME

NT

O

FR

ÃO

G

RO

SS

A

Peneira Peso da

Peneira

Peneira +

Material

Material

Retido

RETIDA PASSANTE

Fração

Fina

Fração

Grossa Acumulada

Fração Fina

Fração

Grossa Nº mm ( g ) ( g ) ( g )

3" 76,2 0,00

0,00% 0,00%

100,00%

2" 50,8 0,00

0,00% 0,00%

100,00%

1,5 38,1 0,00

0,00% 0,00%

100,00%

1" 25,4 0,00

0,00% 0,00%

100,00%

3/4" 19,1 0,00

0,00% 0,00%

100,00%

3/8" 9,5 0,00

0,00% 0,00%

100,00%

4 4,8 2,41

0,17% 0,17%

99,83%

10 2 2,87

0,20% 0,37%

99,63%

FR

ÃO

F

INA

16 1,19 0,35 0,33% 0,02% 0,33% 99,67% 99,30%

30 0,59 0,04 0,04% 0,00% 0,37% 99,63% 99,26%

40 0,42 0,01 0,01% 0,00% 0,38% 99,62% 99,25%

50 0,3 0,00 0,00% 0,00% 0,38% 99,62% 99,25%

100 0,15 0,00 0,00% 0,00% 0,38% 99,62% 99,25%

200 0,074 0,00 0,00% 0,00% 0,38% 99,62% 99,25%

Sedimentação

Massa Específica dos Grãos de Solo ( g/cm³ ): 3,055

Densímetro Nº : 1

Massa Específica do Meio Dispersor na Temperatura de Ensaio ( g/cm³ ): 1,003

Massa Específica do Solo na Temperatura do Ensaio ( g/cm³ ): Peso da Amostra Úmida ( Mh ) ( g ): 110,63

Volume da Suspensão ( cm³ ): 1000 Peso da Amostra Seca ( Ms ) ( g ): 105,49

n (Coeficiente de Viscosidade do Meio Dispersor na Temperatura de Ensaio ( g.s/cm² ): 9,56E-06

Dados de Ensaio

Altura de

Queda +

Me-nisco (cm)

Correção

do Menis-co (cm)

Altura de Queda (cm)

Densidade

+ Correção Temp. Def.

µ Diâmetro

dos Grãos (mm)

% Amostra

com Diâ-metro < D

Data /

Hora Tempo Temperatura

Densidade ( s ) ( °C )

T Rr HR + Rm Rm HR Rc Rr - Rc D P

30 23,0 1,0421 11,08 0,00 11,08 1,0031 0,039 0,0557 54,99%

60 23,0 1,0420 11,10 0,00 11,10 1,0031 0,0389 0,0394 54,85%

120 23,0 1,0380 11,81 0,00 11,81 1,0031 0,0349 0,0287 49,21%

240 23,0 1,0360 11,20 0,00 11,20 1,0031 0,0329 0,0198 46,39%

480 23,2 1,0341 11,53 0,00 11,53 1,0031 0,03104 0,0142 43,77%

960 23,1 1,0322 11,87 0,00 11,87 1,0031 0,02912 0,0102 41,06%

1830 23,3 1,0303 12,20 0,00 12,20 1,0030 0,02726 0,0075 38,44%

3720 23,5 1,0283 12,56 0,00 12,56 1,0030 0,02528 0,0053 35,64%

7200 24,2 1,0270 12,78 0,00 12,78 1,0029 0,02414 0,0039 34,03%

15300 23,0 1,0250 13,14 0,00 13,14 1,0031 0,0219 0,0027 30,88%

24960 23,0 1,0241 13,29 0,00 13,29 1,0031 0,0210 0,0021 29,61%

62520 20,0 1,0231 13,47 0,00 13,47 1,0037 0,0194 0,0013 27,36%

81540 24,0 1,0219 13,68 0,00 13,68 1,0029 0,0190 0,0012 26,79%

Fonte dos Autores, 2017.

Page 118: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

116

Tabela 21: Gráfico do ensaio de granulometria, amostra 2

GRÁFICO DE GRANULOMETRIA

Frações Distribuídas (%)

Argila: 29%

Silte: 36%

Areia Fina: 34%

Areia Média: 0%

23A 23B

Areia Grossa: 0%

20/jan 21/jan

Pedregulho: 0%

22/fev 25/fev

TOTAL: 100%

20/fev 24/fev

Dim.(NBR 06502-1995-Rochas e

Solos)

Partículas

(mm) Fração

0,000 0,002 Argila

0,002 0,060 Silte

0,020 0,200 Areia Fina

0,200 0,600 Areia Média

0,600 2,000 Areia Grossa

2,000 60,000 Pedregulho

Gráfico

Argila Silte

0,002 0,0 0,060 0,0

0,002 100,0 0,060 100,0

Areia Fina Areia média

0,200 0,0 0,600 0,0

0,200 100,0 0,600 100,0

Areia Grossa Pedregulho

2,000 0,0 60,000 0,0

2,000 100,0 60,000 100,0

Fonte dos Autores, 2017.

Arg

ila

Silte

Are

ia F

.

Are

ia M

.

Are

ia G

.

Ped

regulh

o

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0,0001 0,001 0,01 0,1 1 10 100

Po

rcen

tag

em P

ass

an

te (

%)

Diâmetro dos Grãos ( mm )

Page 119: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

117

7.1.3 Ensaio de LL e LP E IP;

Tabela 22: Resultado dos ensaios de LL, LP e IP, amostra 1

VALORES DE LL, LP E IP

Amostra: 01 Laboratorista: Franciely E. da Silva

Interessado: Andersson Marangon; Gabriel Amaral Resp.: Eng. Cesar Godoi

Local: Caçador Data: 28/08/2017

NBR 06459 - Solo- Determinação do Limite de Liquidez

Cápsula N0 B7 88 C1 A6 20

Cápsula + Solo Úmido (g) 19,02 17,61 18,01 19,2 17,5

Cápsula + Solo Seco (g) 16,05 14,84 14,92 15,86 14,69

Peso da Cápsula (g) 9,94 9,60 9,29 9,90 10,00

Peso da Água (g) 2,97 2,77 3,09 3,34 2,81

Peso Solo Seco (g) 6,11 5,24 5,63 5,96 4,69

No. de Golpes 45 30 23 20 15

Teor de Umidade (%) 48,61 52,86 54,88 56,04 59,91

WL (%) 54,38

NBR 07180 - Solo - Determinacao do limite de plasticidade

Cápsula No 1 7 M

Cápsula + Solo Úmido (g) 11,55 11,23 11,90

Cápsula + Solo Seco (g) 11,08 10,88 11,37

Peso da Capsula (g) 9,74 9,89 9,79

Peso da Água (g) 0,47 0,35 0,53

Peso Solo Seco (g) 1,34 0,99 1,58

Teor de Umidade (%) 35,07 35,35 33,54

Situação: OK

WP (%) 34,65

IP (%) 19,73 Fonte dos Autores, 2017.

y = -9,917ln(x) + 86,287

R² = 0,9897

40

45

50

55

60

65

10 100

TE

OR

DE

UM

IDA

DE

(%

)

NÚMERO DE GOLPES (Esc Log)

WL - RETA DE ESCOAMENTO

Page 120: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

118

Tabela 23: Resultado dos ensaios de LL, LP e IP, amostra 2

VALORES DE LL, LP E IP

Amostra: 02 Laboratorista: Franciely E. da Silva

Interessado: Andersson Marangon; Gabriel Amaral Responsável: Eng. Cesar S.

Godoi

Local: Caçador Data: 28/08/2017

NBR 06459 - Solo- Determinação do Limite de Liquidez

Cápsula N0 72 11 74 E B2

Cápsula + Solo Úmido (g) 17,78 16,87 18,19 20,44 17,6

Cápsula + Solo Seco (g) 15,06 14,11 15,14 17,37 14,44

Peso da Cápsula (g) 10,18 9,52 10,13 12,64 9,88

Peso da Água (g) 2,72 2,76 3,05 3,07 3,16

Peso Solo Seco (g) 4,88 4,59 5,01 4,73 4,56

No. de Golpes 50 36 26 19 12

Teor de Umidade (%) 55,74 60,13 60,88 64,90 69,30

WL (%) 62,35

NBR 07180 - Solo - Determinação do limite de plasticidade

Cápsula No 50 27 13

Cápsula + Solo Úmido (g) 12,98 12,56 11,08

Cápsula + Solo Seco (g) 12,31 11,78 10,58

Peso da Capsula (g) 10,43 9,54 9,14

Peso da Água (g) 0,67 0,78 0,50

Peso Solo Seco (g) 1,88 2,24 1,44

Teor de Umidade (%) 35,64 34,82 34,72

Situação: OK

WP (%) 35,06

IP (%) 27,29 Fonte dos Autores, 2017.

y = -9,154ln(x) + 91,817

R² = 0,9753

50

55

60

65

70

75

10 100TE

OR

DE

UM

IDA

DE

(%

)

NÚMERO DE GOLPES (Esc Log)

WL - RETA DE ESCOAMENTO

Page 121: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

119

7.1.4 Ensaio de densidade real dos grãos;

Tabela 24: Resultado dos ensaios de densidade real dos grãos, amostra 1

VALORES DE DENSIDADE REAL DOS GRÃOS

Amostra: 01 Laboratorista: Franciely E. da Silva

Interessado: Andersson Marangon; Gabriel Amaral Responsável: Cesar S. Godoi

Local: Caçador Data: 28/08/2017

Dados de ensaio

Picnômetro nº 4 4

Peso do Picnômetro vazio (g) 235,00 235,00

Peso do Picnômetro com solo úmido (g) 353,80 356,34

Peso do solo seco (g) 112,78 115,19

Peso do Picnômetro com agua (g) 1205,00 1205,00

Peso do Picnômetro mais agua mais solo seco (g) 1317,78 1320,19

Peso do Picnômetro mais solo imerso (g) 1281,10 1282,90

Peso Deslocado (g) 36,68 37,29

Massa Especifica dos grãos (g/cm³) 3,07 3,09

Temperatura / coeficiente de correção (ºC) 24,00 24,00

Coeficiente de correção devido a temperatura 0,9973 0,9973

Massa Especificados grãos corrigida (g/cm³) 3,075 3,089

Massa específica dos grãos (g/cm³) 3,082

Determinação do teor de umidade higroscópico

Umidade Higroscópica do solo (capsula nº) A15 81

Peso solo úmido + tara (g) 101,37 92,65

Peso do solo seco + tara (g) 97,19 89,22

Peso da tara (g) 19,28 24,65

Peso da agua (g) 4,18 3,43

Peso do solo seco (g) 77,91 64,57

Umidade (%) 5,37 5,31

Média (%) 5,34

Coeficiente de correção da umidade 1,0534

Fonte dos Autores, 2017.

Page 122: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

120

Tabela 25: Resultado dos ensaios de densidade real dos grãos, amostra 2

VALORES DE DENSIDADE REAL DOS GRÃOS

Amostra: 02 Laboratorista: Franciely E. da Silva

Interessado: Andersson Marangon; Gabriel Amaral Responsável: Cesar S. Godoi

Local: Caçador Data: 28/08/2017

Dados de ensaio

Picnômetro nº 4 4

Peso do Picnômetro vazio (g) 235,00 235,00

Peso do Picnômetro com solo úmido (g) 353,80 356,34

Peso do solo seco (g) 113,28 115,71

Peso do Picnômetro com agua (g) 1205,00 1205,00

Peso do Picnômetro mais agua mais solo seco

(g) 1318,28 1320,71

Peso do Picnômetro mais solo imerso (g) 1281,70 1282,30

Peso Deslocado (g) 36,58 38,41

Massa Especifica dos grãos (g/cm³) 3,10 3,01

Temperatura / coeficiente de correção (ºC) 24,00 24,00

Coeficiente de correção devido a temperatura 0,997 0,997

Massa Especificados grãos corrigida (g/cm³) 3,097 3,013

Massa específica dos grãos (g/cm³) 3,055

Determinação do teor de umidade higroscópico

Umidade Higroscópica do solo (capsula nº) 173 36

Peso solo úmido + tara (g) 96,81 83,32

Peso do solo seco + tara (g) 93,90 80,70

Peso da tara (g) 34,19 26,86

Peso da agua (g) 2,91 2,62

Peso do solo seco (g) 59,71 53,84

Umidade (%) 4,87 4,87

Média (%) 4,87

Coeficiente de correção da umidade 1,0487

Fonte dos Autores, 2017.

Page 123: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

121

Figura 72: Orçamentação dos blocos logblock

Fonte: Pirâmide Pré-moldados.

Page 124: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANDERSSON …

122

Figura 73: Orçamentação dos insumos do muro de gabião

Fonte: Maccaferi do Brasil.