Turismo de base comunitária.docx

4
SANSOLO, Gruber Davis; BURSZTYN, Ivan. Turismo de base comunitária: potencialidade no espaço rural brasileiro. Turismo de base comunitária: diversidade de olhares e experiências brasileiras, Letra e Imagem. Disponível em: http://www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/o_ministe rio/publicacoes/downloads_publicacoes/ TURISMO_DE_BASE_COMUNITxRIA.pdf . Acesso em: 17 fev. 2014. O Turismo brasileiro enquanto setor econômico é reconhecido como importante gerador de divisas capaz de gerar oportunidades de trabalho e renda e de contri- buir para a redução das desigualdades regionais e sociais em diferentes pontos do nosso território. produto turístico brasileiro composto pela diversidade da nossa cultura e das inúmeras belezas naturais. N Esses pequenos grupos de agricultores, pescadores e extrativistas em geral passaram a buscar novas alternativas de sobrevivência, para além da subsistência tradicional, o que para Blanco (2004) confi gura-se como uma nova construção social rural, em que a terra passa ser percebida com valores potenciais múltiplos, por sua multifuncionalidade. A partir da década de 1990, no entanto, o turismo passa a ser uma dessas atividades não agrícolas que vem agregando valor às atividades dos agricultores familiare No edital, este ministério defi ne o tu- rismo de base comunitária da seguinte forma: O turismo de base comunitária é compreendido como um modelo de desen- volvimento turístico, orientado pelos princípios da economia solidária, associa-

Transcript of Turismo de base comunitária.docx

Page 1: Turismo de base comunitária.docx

SANSOLO, Gruber Davis; BURSZTYN, Ivan. Turismo de base comunitária: potencialidade no espaço rural brasileiro. Turismo de base comunitária: diversidade de olhares e experiências brasileiras, Letra e Imagem. Disponível em: http://www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/o_ministerio/publicacoes/downloads_publicacoes/TURISMO_DE_BASE_COMUNITxRIA.pdf. Acesso em: 17 fev. 2014.

O Turismo brasileiro enquanto setor econômico é reconhecido como importante gerador de divisas capaz de gerar oportunidades de trabalho e renda e de contri-buir para a redução das desigualdades regionais e sociais em diferentes pontos do nosso território.

produto turístico brasileiro composto pela diversidade da nossa cultura e das inúmeras belezas naturais. N

Esses pequenos grupos de agricultores, pescadores e extrativistas em geral passaram a buscar novas alternativas de sobrevivência, para além da subsistência tradicional, o que para Blanco (2004) configura-se como uma nova construção

social rural, em que a terra passa ser percebida com valores potenciais múltiplos, por sua multifuncionalidade.

A partir da década de 1990, no entanto, o turismo passa a ser uma dessas atividades não agrícolas que vem agregando valor às atividades dos agricultores familiare

No edital, este ministério define o tu-rismo de base comunitária da seguinte forma:O turismo de base comunitária é compreendido como um modelo de desen-volvimento turístico, orientado pelos princípios da economia solidária, associa-tivismo, valorização da cultura local, e, principalmente, protagonizado pelas comunidades locais, visando à apropriação por parte dessas dos benefícios ad-vindos da atividade turística (MTur, 2008).Embora o edital não defina a espacialidade do turismo de base comunitária, uma análise preliminar nos permite dizer que dos 50 projetos selecionados para financiamento (dentre 500 submetidos), cerca de 80% estão ou são vinculados às áreas rurais, seja do interior do Brasil ou na região costeir

lações autênticas, às possibilidades de intercâmbio cultural, de troca de referências e de experiências

grande parte dos situados na região nordeste está lo-calizada na zona costeira, embora existam casos no sertão, seja nas proximidades das chapadas ou mesmo nas áreas semi-áridas da caatinga

Page 2: Turismo de base comunitária.docx

urismo de base comunitária disponibiliza seu lugar, espaços vividos, como espaços de en-contro, de convivencialidade.

a. Podemos dizer que as ONGs nacionais e internacionais têm papel fundamental na inserção das comunidades na prática do turismo. Em algumas iniciativas, a abertura para o turismo foi uma iniciativa pró-pria das comunidades, mas mesmo nesses casos as ONGs foram chamadas para dar suporte técnico e até apoio financeiro. Outra fonte de financiamento citada foi a cooperação internacional.

Cabe destacar que esse contato direto dos visitantes tanto com o meio na-tural como cultural é uma das características mais próprias do turismo de base comunitária. Na maioria dos casos são comercializados PRODUTOS ARTESANAIS de produção local (cooperativas e associações de artesãos ou produção individual).

O turismo em nenhu-ma das situações pesquisadas é a única atividade e, muitas vezes, nem a mais im-portante enquanto atividade econômica. Mas certamente tem sido um apoio ao fortalecimento da autoestima dessas comunidades e se torna um meio de apoio às lutas sociais dos moradores

Podemos afirmar que o turismo de base comunitária vem se apresentado como uma nova funcionalidade para as comunidades do meio rural do interior e da região costeira. Seu potencial vai além do mero benefício econômico que as populações locais podem ter com o aumento no fluxo de visitantes. Através do turismo de base comunitária essas populações vêm revalorizando sua identidade cultural, lutando pela manutenção de seus modos de vida, pelo direito à terra, se empoderando, por meio da criação de redes solidárias, de proximidade, por meio da criação de novos vínculos sociais, econômicos e culturais, bem como da valorização da conservação ambiental como um valor intrínseco aos seus modos de vida e não como uma externalidade a ser mercantilizada

Page 3: Turismo de base comunitária.docx

turismo comunitário, o interesse volta-se para o trabalho dos adultos para melhorar a renda das famílias, e as crian-ças são preservadas da antecipação do trabalho. As atividades turísticas co-munitárias são associadas às demais atividades econômicas, com iniciativas que fortalecem a agricultura, a pesca e o artesanato, tornando estas atividades preexistentes ao turismo mais sustentável. Prioriza a geração de trabalho para os residentes, os pequenos empreendimentos locais, a dinamização do capital local, a garantia da participação de todos, dando espaço também às mulheres e aos jovens. Assegura a participação de pessoas das comunidades com o pla-nejamento descentralizado e associativo, luta pela regulamentação fundiária das terras litorâneas, muitas de marinha, pela garantia da posse da terra de populações indígenas, pesqueiras, as chamadas comunidades nativas. Busca a regulamentação de unidades de conservação, assim como organizar comitês para cuidar da gestão ambiental de seus espaços, com planos de manejo e de conservação compatíveis com o turismo