Trabalho de Teologia Biblica

6

Click here to load reader

description

teologia

Transcript of Trabalho de Teologia Biblica

Page 1: Trabalho de Teologia Biblica

Resenha do Livro Teologia Bíblica do Antigo Testamento Geerhardus Vos

Por

Luciano de Araujo Marchi

Em cumprimento às exigências da disciplina Teologia do Antigo Testamento I ministrada pelo Pastor Marcos Sampaio do Curso

Integral de Teologia

SEMINÁRIO TEOLÓGICO INTERDENOMINACIONAL DE ANGRA DOS REIS

2015

Page 2: Trabalho de Teologia Biblica

Resenha do Livro Teologia Bíblica do Antigo Testamento - Geerhardus Vos

Teologia Bíblica Antigo e Novo Testamento/ Geerhardus vos. Original em inglês com o tiulo Biblical Theology (old and new testament) (1948). Traduzido por Alberto Almeida de Paula. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2010. 512 p.

Geerhardus Vos (1862-1949) era um teólogo reformado que nasceu na Holanda, e veio para os Estados Unidos em 1881 quando possuía 19 anos, e aos 31 anos tornou-se professor de Teologia Bíblica no Princeton Seminary, onde se tornou um representante muito respeitado, Vos veio a falecer aos seus 87 anos de idade.

Na primeira parte do livro, Vos comenta que a Teologia Bíblica lida com a auto revelação de Deus, sendo que a mesma se encontra registrada na Bíblia e que a revelação é a interpretação da redenção, sendo que tal revelação ocorre por um principio de progressão histórica, dividindo assim o curso da revelação em períodos.

A revelação se divide em revelação geral (natural) e a revelação especial (sobrenatural). Antes da queda do homem, a revelação geral consistia pela natureza interior, através da consciência religiosa e moral, e a natureza exterior, através das obras da natureza externa, acrescentando assim a revelação especial. Mas após o ser abalado pela entrada do pecado, a revelação natural também é abalada, necessitando de correção, e tal correção vem através da revelação especial, que não somente restaura a percepção de verdades naturais, mas principalmente introduz um novo universo de verdade sobre a redenção do homem.

Dentro da revelação especial, temos a revelação especial pré-redentora e a revelação especial redentora. A revelação pré-redentora se trata do processo de prova pelo qual o homem seria elevado a um patamar de religião e bondade mais alto, que se da pelos seguintes princípios, a vida em seu potencial máximo, o teste ou provação, a da tentação e pecado, e por último, a morte.

A primeira revelação especial redentora se dá no dialogo de Deus com o homem após sua queda, onde foi dirigido ao homem o sentimento de vergonha e culpa, Justiça e a graça, sendo a justiça demonstrada no aspecto penal das três maldições e a graça na maldição sobre o tentador.

A revelação Noaica não se relaciona diretamente com a redenção, apesar de mais a frente ter um papel importante neste processo, mas esta relacionada ao desenvolvimento natural da raça, pela ordenança de Deus e a promessa feita a família de Noé, no entanto a redenção prosseguiu somente pela linhagem de Sem. A revelação Noaica se da pelos seguintes períodos, o propósito de Deus de instituir uma nova ordem de coisas, as medidas tomadas para dar conteúdo e segurança a essa ordem, e o último é a confirmação da nova ordem na forma de um berith.

Vos em relação ao período entre Noé e os grandes patriarcas comenta sobre as falas proféticas de Noé, que se divide em três partes, a maldição de Canaã filho de Cam, profecia de benção sobre Sem e profecia de benção sobre Jafé, ele também fala sobre a tabela das nações, confusão das línguas e a eleição dos Semitas.

No período patriarcal Deus se revela através da fala e da Teofania, ou seja, uma manifestação visível, sendo a forma mais importante é através do Anjo do SENHOR, como

Page 3: Trabalho de Teologia Biblica

por exemplo, Gênesis 16.7. Em relação à revelação, temos três pontos em comum em relação aos três grandes patriarcas, o principio da eleição, onde Deus escolhe uma família dentre as outras famílias Semíticas, a objetividade dos dons outorgados, tal objetividade esta interligada as três promessas, a família eleita se tornaria uma grande nação, teria a terra de Canaã como possessão e eles se tornariam uma benção para todos os povos, e por último as promessas cumpridas sobrenaturalmente.

Moisés foi um instrumento para trazer grandes promessas patriarcais a um cumprimento inicial, e também foi usado para capacitar Israel a alcançar a unidade nacional. A forma de revelação neste período foi por intermédio da pessoa de Moisés no que diz respeito ao seu relacionamento com Deus e através das formas de revelações que surgem neste período que não vieram diretamente por intermédio de Moises, que são a coluna de fogo e a nuvem, o anjo de Yahweh, o nome de Yahweh e a face de Yahweh. A revelação mosaica esta dividida em, a redenção de Israel do Egito, o berith entre Yahweh e Israel, a organização geral de Israel (teocracia), Decálogo, a lei ritual.

Já na segunda parte do livro, sobre o período profético da Revelação, vemos que os “profetas eram guardiões da teocracia em desenvolvimento e essa posição era exercida no centro dela - o reino” (p. 228), o objetivo era manter o reino humano como uma representação verdadeira do reino de Yahweh, sendo então o profetismo um notável movimento na revelação do Antigo testamento. O profetismo se divide em dois períodos, o primeiro vai do avivamento profético no tempo de Samuel até os primeiros profetas escritores, e o segundo vai dos primeiros profetas escritores até o fechamento da profecia do antigo testamento.

A palavra Hebraica para profeta é nabhi`, que dentro da esfera da revelação, sendo analisado através de algumas passagens do Antigo Testamento, temos a ideia de que um nabhi` era um pregador regular nomeado por uma divindade superior, carregando na fala a autoridade da divindade superior. O equivalente de nabhi` no grego é dado pela palavra prophetes, ou seja, as duas palavras seriam sinonimos, mas tal pensamento seria enganoso, pois o prophetes grego não se coloca em uma relação direta com a divindade superior como o termo nabhi`.

É no tempo de Moisés que a história do profetismo começa, eles representavam a forma predominante de revelação. O relacionamento entre reis e profetas foi modificado à medida que a apostasia se elevava, um em oposição ao outro, onde por parte do rei, os profetas passaram a ser considerados como traidores. Outro acontecimento após este foi também a apostasia dos próprios profetas, levando a um contraste de falsos e verdadeiros profetas e falsas e verdadeiras profecias, chegando ao ponto de colocar o ofício em descrédito, Zacarias prediz tal acontecimento. No tempo de Elias e Eliseu Yahweh era somente o Deus nacional de Israel, não era considerado como um ser ético e o único Deus verdadeiro, tal pensamento veio entre os dias de Elias e Eliseu e a época de Amós e Oséias, devido ao problema de ameaça a existência de Israel.

Os profetas se consideravam os receptores da revelação de Yahweh, tal recepção da revelação no sentido “sólido, literal, objetivo e original da palavra” (p. 259), apesar de existirem opiniões contrarias a esta questão, os próprios profetas falaram da forma como a verdade veio de Deus a eles, uma é a revelação por meio da fala e da audição, como exemplos, Is 8: 1, 1 Samuel 3: 8,9, entre outros. Outra forma foi a revelação por meio da

Page 4: Trabalho de Teologia Biblica

apresentação e da visão, por exemplo, em Is 6; Jr 1: 11,12, entre outros. Por último temos a revelação por meio de arrebatamento, onde a personalidade inteira do profeta é arrebatada para uma região dos céus, não somente como uma peça do sobrenaturalismo, mas o próprio profeta teria subido ao reino celestial, seja no corpo ou mais provavelmente no espirito, Paulo falou de tal assunto em IICo. 12: 1 ao 4. A verdade que o profeta recebia da parte de Deus era comunicada através da fala e os milagres.

A primeira parte das divisões dos ensinamentos dos profetas monoteístas consiste na natureza e os atributos de Yahweh, que é chamado de Espirito, não no sentido de imaterialidade, mas a energia de vida em Deus. Os atributos de Yahweh podem ser classificados em duas classes, a transcendental (Onipotência, onipresença, eternidade, onisciência e santidade) e a condescendente (emoções e sentimentos, como manifestações da natureza perigosa de Yahweh e também da natureza amistosa e benevolente).

O laço entre Yahweh e Israel é outro ensinamento dos profetas, se trata de um estreito e único laço, onde Yahweh casou-se com Israel. Esta relação é representada pelo termo “berith”, este termo aparece em Oséias e Isaías, Oséias supõe que casamento e berith com Yahweh são idênticos, ensinando-nos que a união é originada por parte de Yahweh, tendo um começo histórico definido.

Vemos através de Amos, Isaias e outros, que o laço entre Yahweh e Israel, seria suspenso devido aos pecados de Israel contra Deus, não de forma irreparável como é tratado através de algumas alegações críticas. Vos diz que ´´ uma fonte de pecado unanimemente atacada pelos profetas é o culto, a adoração ritual de Yahweh``.

Vos trata sobre a questão escatológica (julgamento e restauração), analisando dois profetas, Oséias e Isaias. Oséias também concorda que a “punição” é inspirada por fúria, mas também serve como castigo imposto por amor para disciplinar Israel, o filho de Yahweh. Tal julgamento segundo Oséias leva o povo ao arrependimento, onde o povo é reconquistado por uma inigualável nova revelação de amor de Yahweh. Segundo Isaias no capítulo 2, esse julgamento se torna uma teofania aparecendo em forma de tempestade e terremoto, e tal julgamento tem como objetivo a purificação.

Vos comenta que segundo Oséias dois pontos tem que ser analisado sobre o ´´futuro estado do povo``, o primeiro é que uma nova união entre Yahweh e Israel será estabelecida, e um novo contrato de casamento, como o primeiro, precede. Este assunto é tratado por Isaias da seguinte forma, ele descreve essa era como uma revelação suprema da glória de Yahweh, ele da ênfase ao Messias como dádiva de Deus que foi identificado como Yahweh revelando sua deidade, além da questão sobre o Espírito Santo repousando sobre o Messias de forma constante.