Tese - Subjetividade e tele-existência em redes sociais digitais

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SUBJETIVIDADE E TELE-EXISTÊNCIA NA ERA DA COMUNICAÇÃO VIRTUAL O hiperespetáculo da dissolução do sujeito nas redes sociais de relacionamento Cíntia Dal Bello (bolsista CAPES) Orientador: Prof. Dr. Eugênio Trivinho PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM COMUNICAÇÃO E SEMIÓTICA – PUC-SP Apresentação à Banca de Defesa da Tese – dez/2013

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SUBJETIVIDADE E TELE-EXISTÊNCIA NA ERA DA COMUNICAÇÃO VIRTUAL

O hiperespetáculo da dissolução do sujeito nas redes sociais de relacionamento

Cíntia Dal Bello(bolsista CAPES)

Orientador: Prof. Dr. Eugênio Trivinho

PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM

COMUNICAÇÃO E SEMIÓTICA – PUC-SP

Apresentação à Banca de Defesa da Tese – dez/2013

INTRODUÇÃO: A Tese

EXISTIR EM TEMPO REAL – TELE-EXISTIR(Teletecnologias de comunicação e relacionamento)

COMPULSIVOIMPERATIVO

CONDICIONAMENTO

PROJEÇÃO CONTÍNUA DE SI – DESEJO DE “APARESER”

“NATURALIZADO”

PROJEÇÃO DO SUJEITO: EXCESSO DE INFORMAÇÕES

PLATAFORMAS CIBERCULTURAIS: (IN)VISIBILIDADE AGÔNICA

DISSOLUÇÃO DO SUJEITO

TECNODEPENDÊNCIA

PARTE I - Capítulo 1

QUE TELE-EXISTÊNCIA?

CIBERMEDIÁTICA, GLOCAL E HIPERESPETACULAR

Tele-existência e telepresença – desdobramentos

Sentidos de presença :

• remota, virtual, mediática

• ilusão perceptual de não-mediação

• estado de consciência – telepresença como faceta

Tele-existência como redenção

• imaginário pós-humano (superação das limitações humanas)

PARTE I - Capítulo 2

TELE-EXISTÊNCIA como processo comunicacional

PRESENÇACOMUNICAÇÃO AUSÊNCIA

Teoria da Mídia – Mídia como re-existência- Corpo e comunicação presencial

- Suportes e comunicação não-presencial

- Mídia terciária e telepresença

(multiplicação da presença, onipresença, fazer-se presente a distância em tempo real, tele-existência)

Do ato comunicativo ao ambiente comunicacional

(não-lugar, espectralidade, radical abstração)

Imagem como estratégia de superação do problema da ausência (desejo de imortalidade)

PARTE I - Capítulo 3

TELE-EXISTÊNCIA como imperativo de época

ACIDENTE DO TEMPO REAL VIOLÊNCIA INVISÍVEL - DROMOCRACIA

Supremacia do presente- Retração narcísica (pós-modernidade)

- Ausência de sentido (espaço)

- Ausência de profundidade (tempo)

- Espetacularização da história (pós-história)

- Falso presente: presente “em efígie”

- Consciência do vazio e da falta de sentido (pós-modernidade)

Comunicação em tempo real- Onisciência (panorâmica)

- Onipresença (relativa)

- Onipotência (inviável por escassez de presença)

PARTE II – Capítulo 1

TELE-EXISTÊNCIA ONDE?

NULODIMENCIONALIDADE CIBERESPACIAL

Cyberspace

• Ambiente comunicacional (não-lugar) sustentado pelas tecnologias do tempo real (tele)

• “Nada-tecnológico” (fluxos informacionais) onde redes sociais, metaversos e social games correspondem a platôs colonizáveis

• Imagens-técnicas que recobrem o vazio, o abismo

com mais vazio, abismo, distância

• Composição de territorialidades imaginadas

• Do paralelo ao sobreposto/híbrido (territórios digitais informacionais)

Crescente codificação e virtualização do mundo

PARTE II – Capítulo 2

TELE-EXISTÊNCIA COMO?

ESPECTRALIZAÇÃO E PROJEÇÃO SUBJETIVA

Tempo real: nada penetra sem estar esvaziado de sua substância - imagem-técnica: perfil/avatar

Presença espectral Existência fantasmagórica Aparição-presença: sujeito intermitente, glocal

Projeção subjetiva construção de um lugar de fala (circunscrição de um sujeito provisório, negociado)

- Eu como projeto (lugar de enunciação)

- Eu projetado como imagem (objeto de desejo/consumo)

- Eu como objeto de distinção (reconhecido, legitimado)

Tensões de mimicry: representação, simulação

Identidadade-perfil (ter) x Perfil-sujeito (ser)

REGIME DE (IN)VISIBILIDADE

PARTE II – Capítulo 3

TELE-EXISTÊNCIA GLOCAL

A SUBJETIVIDADE INTERMITENTE

GLOCAL: Novo campo de ação e vivência

Nova economia de atenção:

Próximos-distantes e distantes-próximos

Dromoaptidão cibercultural

Tecnodependência

Manutenção do estado “always on”

Existir = Ser/estar visível

Existir = ser imagem, viver nas imagens e por imagens

Existir = “apareSer”

VISIBILIDADE INVISIBILIDADE

PROJEÇÃO DISSOLUÇÃO

PARTE III – Capítulo 1

TELE-EXISTÊNCIA HIPERESPETACULAR

A SUBJETIVIDADE PERFORMÁTICA

Fenomenologia: é próprio da ontologia do ser não deixar-se capturar-se (não é uma substância parcialmente oculta)

Admissão do ser como evento, ocorrência, devir (fluidez)

Aparecer/ser/existir difere do “apareSer” tele-existencial

(lógica metafísica: proposição de cristalizações do eu)

Existir = ser reconhecido, admirado, estar na mídia, ter fãs

Imaginário inoculado pela indústria cultural (mediosfera)

“ApareSer” torna-se vital - Iconofagia

Encenação do sujeito / Aura de Visus

Da função-espelho à função-vitrine (o duplo encantador)

Visibilidade x vigilância: a dimensão do entretenimento

PARTE III – Capítulo 2

TELE-EXISTÊNCIA E ESTÉTICA DO DESAPARECIMENTO

A DISSOLUÇÃO DO SUJEITO

Cyberspace como passatempo – ética do lazer, ética dispersiva

Entreter-se... Do quê? – Vazio, falta de sentido, “ser-para-a-morte” (consciência infeliz)

Brincar de ser alguém: mimicry

Disputar atenção e posições de sujeito: agon

Regime de (in)visibilidade hiperespetacular: contínuo aparecer/desaparecer

Inscrição da subjetividade em suportes impermanentes

Dissoluções:

-Fadiga do olhar por excesso

- Olhar encantado pela tela

- O outro abstraído como número

- O eu fadado ao desaparecimento por soterramento informacional

PARTE III – Capítulo 3

TELE-EXISTÊNCIA como NÃO-SER

Considerações Finais

Os resultados desta pesquisa aproximam-se muito do que Flusser (2011, p. 26-27) intuiu como tendência ocidental ao extermínio: as tecnologias do tele são, de certo modo, refinamento do programa que prima pela aniquilação ao objetivar e desumanizar os homens.

Distraídos alegremente das motivações que tornam atraente a empreitada, os indivíduos buscam o ser-para-sempre do hiper-real, do hiperespetacular. Na tela, imagens e mensagens esplendorosas do eu não sabem quando deixarão de ser indícios para tornarem-se epitáfios ou adornos de sarcófagos virtuais. Nelas, as almas já foram deixadas. Porque, no real, pálidos zumbis, cansados e concentrados em alimentar suas imagens de vida com a seiva dos momentos, mal esperam para sucumbir. Parecem viver em dobro, intensamente, ao passo que mal vivem. Esfolam-se no esforço trans ou pós-humano de desdobrarem-se, de re-existirem, de “apareSer”. De alcançar, por meio do always on, o always live.

Obrigada!

Cíntia Dal [email protected]