Terapia Genética: Onde estamos e para onde iremos. Esperança ou ...

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TERAPIA GÊNICA: Onde estamos e para onde iremos! esperança ou ilusão? Melissa Gava Armelini Laboratório de Reparo de DNA Departamento de Microbiologia ICB -USP

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TERAPIA GÊNICA:Onde estamos e para onde iremos!

esperança ou ilusão?

Melissa Gava ArmeliniLaboratório de Reparo de DNADepartamento de Microbiologia

ICB -USP

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Terapia Gênica“Intervenção médica baseada na modificação do

material genético de células vivas, resultando em benefício terapêutico.” (FDA, 1993)

Revolução da Medicina!!!

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Alvos de Terapia Gênica

Doenças hereditárias:Imunodeficiência (ADA)

Fibrose cística

Hemofilia

Xeroderma Pigmentosum

Doenças adquiridas:Câncer

AIDS

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Doenças com protocolos envolvendo Terapia Gênica

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Estratégias de Terapia Gênica

In Vivo

Ex Vivo

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? ? ?Mas como introduzir genes em um

organismo?

??? ??

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1) Diretamente por injeção de DNA

•Útil para imunizações

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2) Uso de lipossomos

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3) Vetores virais.

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Vetor Vantagens Desvantagens

Retrovírus(RNAss)

•Tempo maior de expressão do transgene•Alta eficiência de transdução ex vivo•Experiência clínica ex vivo• Baixa imunogenicidade

•Baixa eficiência de transdução in vivo•Tamanho do inserto limitado a 8 Kb•Infecta apenas células proliferativas•Integração aleatória podendo causar alterações gênicas •Manipulação e armazenamento extremamente difíceis

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Terapia gênica para a síndrome X-SCID

Resultados:

As crianças começam a recuperar o sistema imunológico. Não precisam mais de injeção de imunoglobulinas!

Problemas:

Até 2005 apareceram 3 casos de leucemia, entre pacientes tratados com retrovírus: inserção do retrovírus próximo a um oncogene.

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Uso de adenovírus para terapia gênica

Vetor Vantagens Desvantagens

Adenovirus(DNAds)

•Alta eficiência de infecção e transdução in vivo e ex vivo•Infecta células proliferativas e não proliferativas•Mais clinicamente testado•Capacidade de infectar vários tipos celulares

•Forte resposta imune•Tamanho do inserto limitado a 7,5 Kb•Condições de armazenamento e manipulação moderadamente difíceis•Permite apenas umaaplicação (se tanto).•Expressão transiente(epissomo)

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+ + XPD

pCMV

KanR XPD

EGFPPI- ISce

I- ICeu

pSHIRES-XPD7,9 Kb

Dupla digestão

PI-Sce I/I-CeuI

AMPLIFICAÇÃO DO PLASMÍDEO

DIGESTÃO DO PLASMÍDEO COM PAC I

Transfecçãoem células HEK 293

Produção das partículas

recombinantes

Clonagem do cassete no pAdeno-X

Construção de um vetor

adenoviral

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Produção de adenoGFP em células HEK 293

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Reparo por Excisão de Nucleotídeos (NER)

Remove lesões que distorcem DNA;

Envolve múltiplas proteínas;

Subdividido em 2 vias: GGR e TCR

GGR: reparo do genoma global

TCR: reparo das fitas transcritas

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Xeroderma pigmentosum (XP)

Síndrome rara

Herança autossômica recessiva;

Elevada incidência de câncer de pele;

Problemas neurológicos;

XP clássicos (XPA-XPG): deficientes em NER;

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Xeroderma Pigmentosum Society

“Crianças da Lua”

Síndrome XP nos ajudou a entender vários aspectos da carcinogenesis: será que podemos ajudá-los?

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O estudo começa in vitro...Luz visível Luz UV

2 meses após a infecção

Muotri et al. 2002.

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Células de pacientes XP-D são mais resistentes a UV quando infectadas com AdXPD

Armelini et al, 2005

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Principais conclusões dos ensaios in vitro

A transdução de XPA, XPC, XPD e XPV foi eficiente na correção do defeito molecular em células provenientes de pacientes XP;

Células XP

+ AdXPA

+ AdXPC

+ AdXPD

+ AdXPV

Expressão do transgene por, pelo menos, 2 meses!!

Sucesso na correção fenotípica de células provenientes de pacientes XP!!!!

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Mas... e in vivo?

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Detecção de GFP em camundongos infectados com AdXPA

Marchetto et al 2004

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AdXPA protege camundongos XPA da UVB

3 semanas após UVMarchetto et al 2004

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Histologia da pele de camundongos irradiados

XPA XPA + AdXPA selvagem

3 semanas após UV

Marchetto et al 2004

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AdXPA previne formação de tumores induzidos por UVB em camundongos XPA-/-

Marchetto et al 2004

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•1999/Setembro: Falecimento do jovem de 18 anos - JesseGelsinger submetido à terapia gênica com adenovírus recombinante

•Doença a ser tratada: Ornitina transcarbamilase (OTC-deficiência em uma enzima do ciclo da uréia, promovendo o acúmulo de substâncias tóxicas no fígado como amônia)

•Administração de vírus foi muito alta, causando violenta resposta imune

•O garoto morre poucos dias depois de falência generalizada dos órgãos

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Questões que permanecem...

Adenovírus diretamente na pele de humanos?

De que vale uma terapia por apenas 2 meses?

Quantas vezes?

Uso de imunossupressores?

Uso de vetores menos imunogênicos, ex. AAV (vírus adeno-associado).

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Vetor Vantagens Desvantagens

Virus AdenoAssociado(AAV) (DNAss)

•Transduzeficientemente uma grande variedade de células in vivo•Expresão prolongada in vivo (até 4 anos) •Baixa imunogenicidade•Nenhuma relação com infecções humanas•Integração preferencial(braço curto do cromossomo 19)• Diferentes sorotipos

•Condições de armazenamento e manipulação muito difíceis •Tamanho do inserto limitado a 4,5 Kb•Pouca experiência clínica•Pode ser neutralizado por anticorpos

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Esquema da construção de um vetor adeno associado (AAV)

Plasmídeo principal

Plasmídeo “helper”+

Co- transfecção

Células HEK 293

72 horas, lisado celular

Gradiente de iodixanol

Partículas viraispurificadascromatografia

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1) AAV infecta pele????

primer foward primer reverse

XPA EGFP

Neg

ativ

e co

ntro

l

AA

V-X

PA

-EG

FP

8

AAV-XPA-EGFP 1 AAV-XPA-EGFP 2 AAV-XPA-EGFP 5A B C A

XPA-EGFP

β - actin

A B C A B C

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2) Quais os tipos celulares da pele que o AAV écapaz de infectar?

XPA-/- + AAV-XPA-EGFP 2XPA-/-

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1

wt XPA-/-XPA-/- +AAV8

XPA-/- +AAV2

Tempo após a irradiação em

semanas

2

3

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TERAPIA GÊNICA:

MUITA ESPERANÇA!!!

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Agradecimentos

Prof. Dr. Carlos Frederico Martins Menck – ICB/USPDr. Alysson Renato Muotri

Dra. Maria Carolina Nasser Marchetto

Dra. Keronninn Moreno de Lima Bessa

Ricardo Alexandre Leite

Carolina Quayle

Prof. Dr. Errol Friedberg – University of Texas

Suporte: