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ANO XXIV – Nº 273 Ribeirinha – Terceira JANEIRO 2013 O que pode trazer a Paz «Quando se aproximou, ao ver a cidade, Jesus chorou sobre ela e disse: “se neste dia também tu tivesses conhecido o que te pode trazer a paz!”» (Lc 19,41-42) Hoje, no local deste episódio, com vista deslumbrante sobre Jerusalém, existe o Santuário de Dominus Flevit, celebrando as lágrimas do Senhor sobre a Sua cidade. Existe também um local com vista deslumbrante sobre a cidade de Lisboa, capital de Portugal, onde o Senhor, de braços abertos, também vê a cidade. Aí existe um santuário que celebra não as lágrimas de Jesus, mas o Seu coração em chamas e coroado de espinhos. De alguma forma o monumento de Cristo-Rei, como a igreja do monte das Oliveiras, assinala o espanto, perplexidade, incompreensão que a própria omnisciência divina sente diante do incrível pecado humano: «Mas agora isto está oculto aos teus olhos.» (Lc 19,42) Deus chora perante o mal que fazemos a nós mesmos. Deus sofre porque não entendemos o que nos pode trazer a paz. Não é difícil compreender o motivo daquilo que o Senhor disse a Jerusalém. A poucos dias da Sua condenação à morte, a poucos anos da destruição da cidade pelos romanos, havia mais do que razão para as amargas lágrimas: «Virão dias para ti, em que os teus inimigos te hão de cercar de trincheiras, te sitiarão e te apertarão de todos os lados; hão de esmagar-te contra o solo, assim como aos teus filhos que estiverem dentro de ti, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, por não teres reconhecido o tempo em que foste visitada.» (Lc 19,43-44) Também não é difícil entender aquilo que a boca muda de Cristo-Rei tem a dizer a Lisboa e a Portugal. Alguns elementos são já visíveis a todos. Quanto deve ter chorado o Senhor, cuja imagem se debruça sobre a capital, durante os anos em que acumulámos dívidas, esbanjámos fundos, distorcemos a produção e inventámos os bloqueios que nos trouxeram à crise económica. A maior recessão da história moderna portuguesa foi causada pela cegueira que nos impediu de conhecer aquilo que nos podia trazer a paz. Hoje os credores cercam-nos de trincheiras, a troika sitiou-nos, aperta-nos de todos os lados. A questão financeira, por dolorosa que seja, está longe de esgotar os motivos das lágrimas do Senhor. Mesmo quando a crise acabar, muitas outras coisas nos esmagam contra o solo. com uma das maiores desigualdades de rendimento da Europa e taxa de pobreza bem acima da média europeia, com uma das menores taxas de natalidade do mundo, taxa de casamento mínima e alta taxa de divórcio, não é difícil entender por que razão o Senhor chora sobre Lisboa. Os 19 mil abortos legais por ano esmagam contra o solo os filhos que estiverem dentro de nós. Lágrimas e sofrimento, injustiça e falta de paz, trazem um lampejo de esperança. O Senhor chora, mas a Sua presença é fonte de alegria inefável. Cristo morre na cruz, mas ressuscita ao terceiro dia. Jerusalém é destruída, mas a Jerusalém celeste tem as portas abertas. Portugal renegou a sua identidade profunda, mas nele há famílias cristãs. Contemplando o Senhor que chora sobre Lisboa lembra-nos a missão das famílias cristãs. São elas que sabem aquilo que nos pode trazer a paz e assim dão esperança ao mundo que chora. As lágrimas do Senhor, os Seus braços abertos sobre Lisboa trazem a paz, como as famílias cristãs anunciam à cidade por quem o Senhor chora. João César das Neves

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Page 1: ANO XXIV – Nº 273 Ribeirinha – Terceira JANEIRO 2013 13.pdfPrecisamente há 28 anos. É um movimento de oração, com esperança na outra vida para onde um dia iremos. Já lá

ANO XXIV – Nº 273 Ribeirinha – Terceira JANEIRO 2013

O que pode trazer a Paz «Quando se aproximou, ao ver a cidade, Jesus chorou sobre ela e disse: “se neste dia também tu tivesses conhecido o que te pode trazer a paz!”» (Lc 19,41-42) Hoje, no local deste episódio, com vista deslumbrante sobre Jerusalém, existe o Santuário de Dominus Flevit, celebrando as lágrimas do Senhor sobre a Sua cidade. Existe também um local com vista deslumbrante sobre a cidade de Lisboa, capital de Portugal, onde o Senhor, de braços abertos, também vê a cidade. Aí existe um santuário que celebra não as lágrimas de Jesus, mas o Seu coração em

chamas e coroado de espinhos. De alguma forma o monumento de Cristo-Rei, como a igreja do monte das Oliveiras, assinala o espanto, perplexidade, incompreensão que a própria omnisciência divina sente diante do incrível pecado humano: «Mas agora isto está oculto aos teus olhos.» (Lc 19,42) Deus chora perante o mal que fazemos a nós mesmos. Deus sofre porque não entendemos o que nos pode trazer a paz. Não é difícil compreender o motivo daquilo que o Senhor disse a Jerusalém. A poucos dias da Sua condenação à morte, a poucos anos da destruição da cidade pelos romanos, havia mais do que razão para as amargas lágrimas: «Virão dias para ti, em que os teus inimigos te hão de cercar de trincheiras, te sitiarão e te apertarão de todos os lados; hão de esmagar-te contra o solo, assim como aos teus filhos que estiverem dentro de ti, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, por não teres reconhecido o tempo em que foste visitada.» (Lc 19,43-44) Também não é difícil entender aquilo que a boca muda de Cristo-Rei tem a dizer a Lisboa e a Portugal. Alguns elementos são já visíveis a todos. Quanto deve ter chorado o Senhor, cuja imagem se debruça sobre a capital, durante os anos em que acumulámos dívidas, esbanjámos fundos, distorcemos a produção e inventámos os bloqueios que nos trouxeram à crise económica. A maior recessão da história moderna portuguesa foi causada pela cegueira que nos impediu de conhecer aquilo que nos podia trazer a paz. Hoje os credores cercam-nos de trincheiras, a troika sitiou-nos, aperta-nos de todos os lados. A questão financeira, por dolorosa que seja, está longe de esgotar os motivos das lágrimas do Senhor. Mesmo quando a crise acabar, muitas outras coisas nos esmagam contra o solo. com uma das maiores desigualdades de rendimento da Europa e taxa de pobreza bem acima da média europeia, com uma das menores taxas de natalidade do mundo, taxa de casamento mínima e alta taxa de divórcio, não é difícil entender por que razão o Senhor chora sobre Lisboa. Os 19 mil abortos legais por ano esmagam contra o solo os filhos que estiverem dentro de nós. Lágrimas e sofrimento, injustiça e falta de paz, trazem um lampejo de esperança. O Senhor chora, mas a Sua presença é fonte de alegria inefável. Cristo morre na cruz, mas ressuscita ao terceiro dia. Jerusalém é destruída, mas a Jerusalém celeste tem as portas abertas. Portugal renegou a sua identidade profunda, mas nele há famílias cristãs. Contemplando o Senhor que chora sobre Lisboa lembra-nos a missão das famílias cristãs. São elas que sabem aquilo que nos pode trazer a paz e assim dão esperança ao mundo que chora. As lágrimas do Senhor, os Seus braços abertos sobre Lisboa trazem a paz, como as famílias cristãs anunciam à cidade por quem o Senhor chora.

João César das Neves

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«À Procura da Fé»

M.E.V. Movimento Esperança e Vida é este o nome do movimento que aqui estou a representar. Este movimento foi fundado aqui na Paróquia a 16 de Outubro de 1984. Precisamente há 28 anos. É um movimento de oração, com esperança na outra vida para onde um dia iremos. Já lá nos esperam os nossos maridos. É um movimento mais triste porque nos fala da morte, mas também nos alegra porque temos esperança e fé na vida eterna, porque o amor é mais forte do que a morte. Reunimo-nos no primeiro sábado de cada mês, e é aí que vamos buscar força e alegria de viver animando-nos umas às outras.

ANO DA FÉ Para assinalar este Ano da Fé decretado pelo Papa Bento XVI, a Ouvidoria da Terceira vai levar a cabo vários Encontros de Formação para este primeiro trimestre de 2013. As ações são as seguintes:Dia 24 de Janeiro

«Religião e Religiões. A originalidade do Cristianismo» pelo Pe. Doutor José Júlio Rocha.Dia 4 de Fevereiro

«Atualidade da reforma litúrgica do Vaticano II» pelo D. José Cordeiro.Dia 18 e 19 de Fevereiro

«VIII Jornadas Bíblicas dos Açores» pelo Frei Doutor Bernardo Correia de Almeida.Dia 28 de Fevereiro

«A riqueza do anúncio de Jesus» pelo Pe. Doutor Cipriano Franco Pacheco.Dia 21 de Março

«Significado e Atualidade do Concilio Vaticano II» pelo Pe. Dr. Ângelo de Freitas Valadão.As Jornadas Bíblicas serão no Centro Paroquial das Lajes, Às 20:00h e devem fazer a sua inscrição.Os restantes Encontros serão no Salão Seminário pelas 20:30h.

“Deverá intensificar-se a reflexão sobre, para ajudar todos os crentes em Cristo a tornarem mais consciente e revigorem a sua adesão ao Evangelho, sobretudo num momento de profunda como este que a humanidade está a viver.” Carta «Porta da Fé» nº 8

QUANDO A VIDA É CELEBRADAÓbitos

- José de Pedro Martins Trovão, 77 anos, viúvo de Maria de Jesus Gomes Martins, residia na Canada de São Pedro.

Festa de Santo Amaro

De 6 a 14 de janeiro Novenário pelas 19 horas.Dia 15 Missa em honra de Santo Amaro pelas 13:00h e de encerramento pelas 19:00

ASSUNTOS ECONÓMICOSNovembro

Ofertas:Colectas Igreja Paroquial 261,61€Colectas Santo Amaro 43,50€Colectas Ladeira Grande 80,79€Santíssimo Sacramento 75,00€Apostolado da Oração 100,00€Santo Antão 5,00€Caixa esmolas Santo Amaro 3,10€Total 569,00€

Despesas:Telefone 25,73€Água e electricidade 75,07€Diversas despesas 107,00€Oferta p/Seminário 47,21€Eletricista 70,00€Produtos limpeza 7,42€Produtos limpeza Santo Amaro 6,00€Esponjas Ladeira Grande 20,00€Ordenado e Subs. Natal Sacristão 906,46€Côngrua Pároco 750,00€Total 2 014,89€

Página 2 CARTA DA IGREJA DEZEMBRO 2012

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JANEIRO 2013 CARTA DA IGREJA Página 3

NOTÍCIAS DA PARÓQUIAFesta de N. Senhora das Graças

No passado dia 8 foi a festa em honra de Nossa Senhora das Graças promovida pelas Filhas de Maria. Antes da festa e como é hábito teve o Tríduo preparatório. No primeiro dia de preparação foi inaugurada uma Exposição com as ofertas que ao longo dos anos as pessoas tem doado como sinal de agradecimento a Maria pelas graças recebidas porseu intermédio. Deste espólio fazem parte diversas peças em ouro e prata (brincos, anéis, cordões, bolsas, etc.) que estão guardadas no banco. Foi bom ver aquilo que fruto da fé e da devoção a Nossa Senhora foi doado ao longo dos anos, inclusive por familiares nossos.

Festa da Sagrada Família No passado dia 30 de dezembro celebramos a festa da Sagrada Família. A celebração contou com a presença das crianças da catequese, que representaram uma encenação do presépio, e do Grupo de Jovens que animou a celebração, bem como dos pais, catequistas e diversas famílias da comunidade. Da parte da tarde e numa organização da Junta de Freguesia teve lugar na Casa da Lata o Natal da Freguesia com a presença das diversas Instituições, Grupos e Associações que animaram a tarde. Que todas as famílias vivam o exemplo da Família de Nazaré e por Ela sejam abençoadas.

Contribuição para o Culto Como é hábito junto com a Carta da Igreja do mês de janeiro vai o envelope para o Culto. Todos sabem que o Culto representa um dia de trabalho do agregado familiar para a Igreja. Como sabem todos beneficiam dos serviços da Igreja de forma gratuita pelo que também todos devem contribuir. Sabemos que os tempos não são fáceis, mas certamente se todos contribuírem será mais fácil. Cada um deve colocar no envelope o seu contributo e identifica-lo convenientemente e depois entrega-lo sempre que possível pessoalmente ao pároco ou na secretaria paroquial e pedir o seu comprovativo. Desde já agradecemos a vossa colaboração.

Famílias da paróquia que já contribuíram para a vida da Igreja (2012)Abaixo da Fonte51 – António Henrique Rodrigues RochaOuteiro da Fonte87 – Paulo Jorge Carreiro Coelho TosteLadeira da Cruz94 – Francisco José Rocha FernandesRua da Igreja202 – Francisco Hermínio Gonçalves CoutoAtalho4 – Veríssimo TosteCaminho Novo 20 – Jorge Manuel Silva ReisLargo de Fátima 1 – António Toste Matias

Rua da Calçada12 – Pedro Pontes RebeloMacela45 – Manuel Emílio da Silva45A – António Manuel Oliveira Costa66 – Davide Ávila Caminho Velho87 – Vítor Manuel Pereira SousaLadeira Grande de Cima52 – Lúcia Maria de Sousa Teodoro Gonçalves

Total das Contribuiçõesaté 14 de dezembro+ 330,00€

25 Anos de Leitor/Acólito

Foi no passado dia 8 de dezembro, na festa da Senhora das Graças que a Paróquia homenageou os três Acólitos Instituídos, o Sr. João Borges, o Sr. Francisco Fraga e o Sr. Pedro Rodrigues, pela passagem dos 25 anos da sua Instituição. A Paróquia reconhece e agradece o trabalho desenvolvido pelos três, na liturgia, acolitando e distribuindo a sagrada comunhão ou fazendo leituras. Mas é sobretudo na visita e distribuição aos doentes que se destacam estes três homens, pois durante praticamente 20 anos foram eles que todas as semanas visitavam e levavam a comunhão aos doentes e idosos da nossa Paróquia. Agradecemos o seu trabalho e a sua disponibilidade ao serviço de Cristo e da Igreja na Ribeirinha.

Entrega da BíbliaAs crianças do 4º ano de catequese receberam no dia 8 de dezembro receberam a Bíblia foram elas: Ana Catarina Parreira Areias; Ana Sofia Aguiar Pavão; Cristiano de Jesus Brasil Andrade; Cristina Antónia da Rocha; Diogo Miguel Brasil da Costa; João Miguel Lima Nunes; João Pedro Gonçalves Silva; José Pedro Areias Evangelho; Lívio Manuel Borges Ribeiro; Marco Paulo Mendes dos Santos; Martim Fernandes de Sousa; Júlia Freitas Soares; Natália de Fátima Rocha Simas; Tiago Rodrigo Silva Andrade; André Ávila Mendonça; Beatriz Garcia Fernandes; Filipe Carlos Silva Rocha; Francisco Machado Castro; Samuel Pires Gonçalves. Parabéns e sejam leitores da Palavra de Deus.

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Página 4 CARTA DA IGREJA JANEIRO 2013

«Um só Batismo – Doze Testemunhos»Papa João XXIII

Os Dez Mandamentos da Serenidade (Papa João XXIII)

1. Só por hoje procurarei viver exclusivamente este dia, sem tentar resolver o problema de toda minha existência, todo de uma vez.

2. Só por hoje terei o máximo cuidado com o meu modo de tratar as pessoas, sendo delicado nas minhas maneiras, não criticando ninguém, não pretendendo melhorar ou disciplinar ninguém a não ser a mim.

3. Só por hoje me sentirei feliz com a certeza de ter sido criado para ser feliz, não só no outro mundo, mas também neste.

4. Só por hoje irei ajustar-me à realidade sem pretender que as circunstâncias se adaptem a todos os meus próprios desejos.

5. Só por hoje dedicarei 10 minutos do meu tempo a uma boa leitura, lembrando-me de que assim como é preciso comer para sustentar o meu corpo, assim também a leitura é necessária para alimentar a vida de minha alma.

6. Só por hoje exercitarei o meu espírito de dois modos: praticarei uma boa ação sem contá-la a ninguém e farei algo de que não gosto, que não tenho vontade de fazer, como disciplina. Se for ofendido em meus sentimentos, procurarei fazer com que ninguém o saiba.

7. Só por hoje farei um programa bem completo do meu dia. É possível que não o execute perfeitamente, mas em todo caso vou fazê-lo. E me guardarei bem de duas calamidades: a pressa e a indecisão.

8. Só por hoje terei meia hora de quietude a sós e então repousarei. Durante esse tempo procurarei obter uma melhor perspectiva de minha vida.

9. Só por hoje ficarei bem firme na fé de que a Divina Providência se ocupa de mim como se somente eu existisse no mundo, ainda que as circunstâncias manifestem o contrário.

10. Só por hoje não terei medo de nada. Em particular, não terei medo de gostar do que é belo e não terei medo de crer na bondade. Acreditarei que do mesmo modo como eu me der ao mundo também o mundo se dará a mim.