TERAPIA DA PSICOSE E MANIA...entanto, deve- se ressaltar que a psicose não é exclusiva da...
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Neurofisiologia
FARMACOLOGIA
TERAPIA DA PSICOSE E MANIA
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AGENTES ANTIPSICÓTICOS
• Os agentes antipsicóticos podem ser úteis na redução de sintomas psicóticos
presentes em um grande número de condições, como esquizofrenia, transtorno
bipolar, depressão psicótica, psicoses senis, psicoses orgânicas e até mesmo
psicoses provenientes do uso de substâncias.
• Além disso, fármacos antipsicóticos possuem utilidade em distúrbios do humor
e do sono, embora dificilmente sejam considerados primeira escolha nesses
casos.
• Neuroléptico: um neuroléptico é um subtipo de agente antipsicótico e que,
caracteristicamente, provoca elevada incidência de efeitos extrapiramidais em
doses efetivas.
• Já os fármacos antipsicóticos atípicos apresentam uma dissociação entre efeito
psicótico e efeitos piramidais. Dessa forma, vem substituindo cada vez mais os
fármacos antipsicóticos típicos.
PSICOSE E ESQUIZOFRENIA
• O termo “psicose” denota uma variedade de transtornos mentais, sendo a
esquizofrenia um deles.
• Tais transtornos podem incluir a presença de delírios, de alucinações, além de
pensamento desorganizado com preservação do sensório.
• A esquizofrenia é, de fato, um tipo particular de psicose, marcado por
transtorno acentuado do pensamento com preservação de sensório claro. No
entanto, deve- se ressaltar que a psicose não é exclusiva da esquizofrenia.
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ANTIPSICÓTICOS TÍPICOS
Derivados da fenotiazida
• Três subfamílias de fenotiazidas foram, no passado, os antipsicóticos mais
usados.
• Os derivados alifáticos (como a clorpromazina) e da piperidina (como a
tioridazina) são os menos potentes e os que produzem mais sedação e ganho
de peso.
• Já derivados da piperazina são mais potentes e mais seletivos nos efeitos
farmacológicos.
Derivados da butirofenona
• O fármaco mais usado pertencente a esse grupo é o haloperidol.
• O haloperidol, o qual é um fármaco amplamente utilizado pertente a esse
grupo, embora apresente associação com uma elevada incidência de efeitos
extrapiramidais quando comparado aos antipsicóticos atípicos.
• Em relação às fenotiazidas, as butirofenonas são caracteristicamente mais
potentes e, em geral, estão associadas a menor taxa de efeitos autônomos. No
entanto, apresentam maiores efeitos extrapiramidais.
Outros
• Há, ainda, outros antipsicóticos típicos, como derivados do tioxanteno (por
exemplo, o tiotixeno) além de fármacos como pimozida e molindona. Em geral,
não há diferença significativa entre esses fármacos antipsicóticos típicos mais
recentes e os mais antigos quando se leva em consideração a eficácia dos
mesmos.
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ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS
• Ex: clozapina, asenapina, olanzapina, quetiapina, paliperidona, risperidona,
sertindol, ziprasidona, zotepina e aripiprazol.
• De forma geral, na maioria dos casos, atuam como agonistas parciais no
receptor 5-HT1A, produzindo efeitos sinérgicos com antagonismo dos
receptores 5-HT2A.
EFEITOS DOS ANTIPSICÓTICOS
Efeitos psicológicos
• Muitos antipsicóticos produzem efeitos subjetivos desagradáveis em pacientes
não psicóticos.
• Além disso, podem produzir acatisia, sonolência, inquietação e efeitos
autônomos.
• Observa- se que o consumo de fármacos antipsicóticos por indivíduos sem
doença psiquiátrica pode causar prejuízo do desempenho mesmo quando
utilizados em doses baixas.
• Por outro lado, quando administrados adequadamente a indivíduos psicóticos,
tais fármacos podem ser responsáveis por uma melhora no seu desempenho,
associado ao alívio da psicose.
Efeitos endócrinos
• Os antipsicóticos mais antigos, além da risperidona e paliperidona estão
associados à elevação de prolactina.
• Já os antipsicóticos mais recentes, como olanzapina, quetiapina e aripiprazol
possuem antagonismo D2 diminuído. Com isso, causam baixa ou nenhuma
elevação de prolactina, além de apresentarem baixo risco de efeitos colaterais
extrapiramidais e discinesia tardia.
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Efeitos cardiovasculares
• As fenotiazinas de baixa potência podem causar hipotensão ortostática e
taquicardia, além de alterações elertrocardiográficas, incluindo prolongamento
do intervalo QT e configurações anormais do segmento ST e das ondas T ,
sobretudo associadas ao uso de tioridazina.
• Os antipsicóticos atípicos também podem estar associados a prolongamento de
intervalo QT e a uma síndrome metabólica, a qual pode aumentar o risco de
doença arterial coronariana, acidente vascular encefálico e hipertensão.
FARMACOLOGIA CLÍNICA DOS AGENTES ANTIPSICÓTICOS
Indicações
• Dentre as indicações psiquiátricas, podem ser citadas a esquizofrenia (talvez a
indicação mais conhecida).
• Fase maníaca do transtorno afetivo bipolar.
• Depressão bipolar (acredita- se que os antipsicóticos sejam mais efetivos do que
os antidepressivos no tratamento da depressão bipolar).
• Depressão psicótica.
• Transtornos esquizoafetivos.
• Controle da agitação em pacientes com delirium (antipsicóticos como o
haloperidol ainda são frequentemente usados em centros de terapia intensiva
para essa finalidade).
• Síndrome de Tourette.
• Usos não psiquiátricos:
o Alguns antipsicóticos típicos mais antigos típicos apresentam acentuado
efeito antiemético. Por exemplo, a proclorperazina e as
benzoquinamidas são apenas promovidos como antieméticos.
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o As fenotiazinas com cadeias laterais mais curtas podem ser empregadas
para alívio do prurido, uma vez que apresentam ação de bloqueio dos
receptores H1.
A escolha do fármaco
• Em geral, a escolha do fármaco é baseada nas diferenças de efeitos colaterais,
de eficácia e no poder aquisitivo e custo dos fármacos (o que pode explicar a
permanência do uso frequente de antipsicóticos atípicos como o haloperidol e
clopromazina no serviço público).
• Apesar de os fármacos antipsicóticos típicos apresentarem boa eficácia no
tratamento dos sintomas positivos dos pacientes com esquizofrenia e
transtorno bipolar, o uso de fármacos atípicos é preferencial em relação à
obtenção de benefício para sintomas negativos e cognição, além de conferirem
risco diminuído de efeitos extrapiramidais e elevações menos acentuadas dos
níveis de prolactina.
• O uso de clozapina e olanzapina está mais frequentemente associado ao risco
de desenvolvimento de diabetes melito.
• Comumente, clozapina e a olanzapina causam aumento do peso corporal e dos
lipídeos. Já ziprasidona é o fármaco atípico que produz o menor ganho de peso.
• Em relação ao risco de suicídio, a clozapina é o único fármaco antipsicótico
atípico indicado para reduzir o risco
EFEITOS COLATERAIS
Efeitos comportamentais
• Pode ocorrer pseudodepressão causada pela acinesia induzida pelo fármaco.
• Outras pseudodepressões podem ocorrer quando são administradas doses do
fármaco acima das doses necessárias.
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Efeitos neurológicos
• Reações extrapiramidais associadas aos antipsicóticos atípicos incluem a
parkinsonismo, acatisia e reações distônicas agudas.
• Discinesia tardia (uma síndrome de ocorrência tardia de movimentos
coreatetoides anormais).
• Convulsões podem ocorrer com uso de clorpromazina, mas são bastante raras e
infrequentes.
Efeitos sobre o sistema nervoso autônomo
• Geralmente os efeitos colaterais antimuscarínicos são facilmente controlados
pelos pacientes.
• No entanto, em alguns casos pode haver retenção urinária, hipotensão
ortostática e comprometimento da ejaculação (complicações mais comumente
associadas ao uso de clorpromazina ou msoridazina).
Efeitos metabólicos e endócrinos
• Ganho de peso é bastante comum, principalmente diante do uso de clozapina e
olanzapina.
• Pode ocorrer hiperglicemia e hiperlipidemia (deve- se monitorar o peso do
paciente a cada visita, e investir na medição periódica dos níveis de glicemia e
lipídeos em jejum).
• Pode ocorrer síndrome de amenorreia-galactorreia e infertilidade, além de
osteoporose em mulheres, devido à vigência de hiperprolactinemia. Já nos
homens, níveis altos de prolactina podem provocar perda da libido, impotência
e infertilidade.
o OBS: tais efeitos podem ser evitados com a redução de doses (se
possível) ou mesmo substituição do fármaco por fármacos atípicos como
o aripiprazol, o qual não prove elevação nos níveis de prolactina.
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Reações tóxicas ou alérgicas
• Agranulocitose, icterícia colestática e erupções cutâneas, embora sejam reações
raras, podem ocorrer.
• Destaque deve ser dado para a clozapina, uma vez que essa causa
agranulocitose em uma porcentagem significativa de pacientes (cerca de 1 a 2%
dos tratados). Dessa forma, pacientes em uso de clozapina precisam efetuar
hemogramas completos periódicos.
Complicações oculares
• clorpromazina pode promover depósitos nas na córnea e no cristalino e pode
acentuar o processo normal de envelhecimento do cristalino.
• A tioridazina está associada a depósitos na retina, os quais estão habitualmente
associados a um “acastanhamento” da visão.
Efeitos cardíacos
• As superdosagens de tioridazina estão associadas a arritmias ventriculares
significativas, como torsades de pointes, bloqueio da condução cardíaca e
morte súbita.
• A clozapina está algumas vezes associada à miocardite e precisa ser
interrompida se houver manifestação da doença.
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LÍTIO, ESTABILIZADORES DE HUMOR E TRANSTORNO
BIPOLAR
O TRANSTORNO BIPOLAR
• O transtorno bipolar é caracterizado por uma sequência de episódios maníacos
e depressivos, cuja quantidade e intensidade são extremamente variáveis.
• Na fase maníaca, os sintomas principais são humor expansivo e irritável,
hiperatividade, impulsividade, desinibição, necessidade diminuída de sono,
pensamento acelerado, sintomas psicóticos, em alguns pacientes selecionados,
comprometimento cognitivo.
• Já a fase depressiva possui características semelhantes à depressão maior, com
manifestações como humor depressivo, variação diurna, distúrbio do sono,
ansiedade e até mesmo sintomas psicóticos.
• No transtorno bipolar, mais frequentemente o paciente abre o quadro
depressivo, podendo demorar para abrir o quadro maníaco. Tal fato dificulta o
diagnóstico, e muitos pacientes com transtorno bipolar são equivocadamente
diagnosticados com depressão maior no decorrer dos primeiros sintomas.
• O lítio foi o primeiro agente comprovadamente útil no tratamento da fase
maníaca do transtorno bipolar que não era também um fármaco antipsicótico.
• No entanto, fármacos estabilizadores do humor que possuem também ação
anticonvulsivantes (como carbamazepina e ácido valproico) passaram a ser mais
OBS: Síndrome neuroléptica maligna
Esse distúrbio potencialmente fatal ocorre em pacientes extremamente sensíveis aos
efeitos extrapiramidais dos agentes antipsicóticos. O sintoma inicial consiste em
acentuada rigidez muscular, a qual pode estar associada ao aparecimento de febre,
muitas vezes com temperaturas muito altas. Com frequência, ocorre instabilidade
autônoma, com alteração da pressão arterial e frequência do pulso
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amplamente usados do que o lítio.
• A lamotrigina foi aprovada para uso na prevenção da recidiva.
• Outros fármacos como aripiprazol, a clorpromazina, a olanzapina, a quetiapina,
a risperidona e a ziprasidona foram aprovados para o tratamento da fase
maníaca do transtorno bipolar.
FARMACOLOGIA CLÍNICA
LÍTIO
• Possui início de ação lento, por isso frequentemente é administrado em
associação com antipsicóticos potentes ou benzodiazepínicos em pacientes
apresentando episódio de mania grave.
• Taxa de remissão de pacientes em fase de mania pode alcançar 80%, embora
seja inferior no caso de pacientes hospitalizados.
• Diferentemente dos fármacos antipsicóticos ou antidepressivos, os quais são
responsáveis por diversas ações sobre o sistema nervoso central ou autônomo,
o lítio em concentrações terapêuticas é desprovido de efeitos bloqueadores
autônomos e de ativação ou sedação, podendo, no entanto, produzir náuseas e
tremor.
• O uso profilático do lítio evita tanto a mania como a depressão e também pode
ser usado em pacientes com depressão recorrente e em associação com
antidepressivos convencionais em pacientes com depressão maior e má
resposta à monoterapia.
• Possui também aplicabilidade em casos de transtorno esquizoafetivo e
esquizofrenia (em associação a antipsicóticos no caso de pacientes resistentes
ao tratamento).
• Deve- se proceder com medições das concentrações séricas de lítio para avaliar
a dose necessária ao tratamento da mania aguda e também para avaliar a dose
adequada de manutenção.
• Efeitos colaterais:
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o Neurológicos: tremores (os quais podem ser aliviados com a
administração de propranolol ou atenolol), coreoatetose, hiperatividade
motora, ataxia, disartria e afasia
o Psiquiátricos: confusão mental e isolamento
o Tireoidianos: lítio provavelmente diminui a função da tireoide nos
pacientes expostos ao fármaco (efeito reversível e não progressivo)
o Renais: polidipsia, poliúria, diabetes insípido nefrogênico, edema
o Cardíacos: doença sinusal, a qual é contra- indicação para o uso de lítio
o Outros: erupções acneiformes transitórias no início do tratamento,
foliculite, leucocitose
ÁCIDO VALPROICO
• Indicado como antiepiléptico, o ácido valproico também possui efeito
antimaníaco e vem sendo usado com essa finalidade.
• o ácido valproico apresenta uma eficácia equivalente à do lítio durante as
primeiras semanas do tratamento e tem sido tem sido efetivo em alguns
pacientes que não responderam ao lítio.
CARBAMAZEPINA
• A carbamazepina pode ser usada para o tratamento da mania aguda, bem como
para terapia profilática.
• Os efeitos colaterais tendem a ser menores do que aqueles associados ao lítio.
• A carbamazepina apresenta risco de discrasias sanguíneas quando usada como
anticonvulsivante. No entanto, tal risco não foi observado quando usado como
estabilizador do humor.
• As superdosagens de carbamazepina constituem uma emergência importante e,
em geral, devem ser tratadas de forma eficiente.
OUTROS FÁRMACOS
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• A lamotrigina não demonstrou efetividade no tratamento da mania aguda, mas
foi capaz de reduzir a frequência de ciclos depressivos recorrentes. Com isso, foi
aprovada como tratamento de manutenção para o transtorno bipolar.
• Vários agentes novos encontram-se em fase de investigação para a depressão
bipolar, como o riluzol e a cetamina.