TEORIA-MOVIMENTO CIRCULAR+EXERCÍCIOS-2010
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2010
TEORIA E EXERCÍCIOS | Prof. Luiz Abelardo Freire - Msc
IFPE
MOVIMENTO CIRCULAR UNIFORME OU
CINEMÁTICA EM COORDENADA
ANGULAR
OS CINCO VALORES HUMANOS (BSSSB)
Prof. Luiz Abelardo Freire - Msc
2
BSSSB
MOVIMENTO CIRCULAR UNIFORME.
Prof. Luiz Abelardo Freire
Prof. Luiz Abelardo Freire - Msc
3
BSSSB
PROF. LUIZ ABELARDO FREIRE 16102006
MOVIMENTO CIRCULAR UNIFORME 1 - Conceito: é um movimento circular onde a velocidade é constante. Observação: Como se mede ângulos no circulo a unidade radiano será usada, não graus. 2 - Radiano: 2.1 – Por que não se usa a unidade graus? Porque precisamos relacionar o arco com o raio a fim de analisar a trajetória,coisa que a medida em graus não faz. 2.2 – Como é definida a medida em Radiano? Observe a figura a seguir e veja que o ângulo é medido dividindo a medida do arco pelo raio. Você terá um radiano se o comprimento do arco for igual ao raio.
Equação 1
Figura 1
radmetros
metros
r
l1
10
10
2.3 – Se dividir o arco (metros) pelo raio (metros) não vai resultar em unidade nenhuma, como é que aparece a palavra rad (radiano)? Realmente fica-se admirado de onde caiu essa unidade radiano. Acontece que se escrever o ângulo só com seu valor numérico ficará um pouco perdido quando tiver que relacioná-lo com outras grandezas, daí a necessidade de acrescentar a palavra “radiano” porque lembra a relação com o raio da circunferência. Então ter-se-á “radiano” multiplicado por “metro” dará como resultado “metro”. “Radiano” multiplicado por “centímetro” dará “centímetro”, e assim com qualquer unidade de comprimento. 3 - Posição angular: Determina a posição de uma partícula, que faz uma trajetória circular, mediante o valor de um ângulo medido em radiano. Veja o exemplo na figura a seguir.
Figura 2 Figura 3
4 - Deslocamento angular: Determina o deslocamento de uma partícula, que faz uma trajetória circular, mediante o valor de um ângulo medido em radiano. Observe a figura-3.
r
l
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4
5 - Velocidade angular: : é a relação entre o deslocamento angular ( ) e tempo ( t ).
seg
rad
t
Equação 2
De uma forma mais simples “Velocidade angular” é saber quantos radianos a partícula descreve por segundo.
Figura 4
6 – Relação entre a velocidade linear (v) e a velocidade angular( ):
É possível analisar o movimento circular não através do deslocamento angular( ) mas medindo o
deslocamento linear ( l ) sobre a trajetória que faz a partícula; lembre-se que a definição de radiano
relaciona o arco com o ângulo; esse é o motivo da escolha do radiano e não da medida do ângulo em graus.
Sabe-se que r
l aqui se pode considerar um valor de l muito pequeno ao
ponto de se confundir com uma reta; agora podemos dizer que existe o vetor
l
que praticamente é tangente a curva em cada ponto, então se o dividirmos por
t teremos um vetor velocidade v
também tangente a curva em cada ponto, veja a
figura-5.
Se dividir ambos os membros de r
l por t obtem-se: v
r
1 ou
rv Equação 3
6.1 – Por que na figura-5 a velocidade linear (v) é representada por um vetor tangente a trajetória? Resp. Quando se amarra uma pedra num cordão fazendo um movimento circular (uniforme), ou seja, um movimento no qual a velocidade angular é constante o cordão pode partir e se isso ocorrer não teremos movimento circular e sim um movimento retilíneo, por isso que o vetor velocidade linear é tangente a trajetória naquele ponto como em qualquer outro da mesma. 6.2) – Ainda considerando a figura-5 o vetor “v” pode apontar no sentido contrário ao que foi mostrado? Resp. Sim, pode. É possível classificar dois sentidos para o movimento circular:
Sentido horário = Destrogiro (tomado como negativo)
Sentido anti-horário = Sinistrogiro (tomado como positivo) o sentido anti-horário foi tomado como positivo porque na matemática este já é considerado como positivo; veja na figura-6 e 7 o carro fazendo uma curva circular à direita e outro uma curva circular à esquerda.
Figura 5
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5
Sentido anti-horário = Sinistrogiro Sentido horário = Destrogiro
Figura 6 Figura 7
7 – Aceleração Centrípeta: Observe que o vetor tem módulo, direção e sentido; e no nosso caso, que é o vetor velocidade, apenas o módulo permanece constante, ou seja, a direção varia com o tempo. Então não podemos, vetorialmente falando, dizer que a velocidade linear é constante. O que se deduz é que existe uma aceleração devido à variação da posição do vetor velocidade tangencial (ou velocidade linear). Veja na figura-8 os vetores “v” em duas posições distintas, uma considerada velocidade inicial (vo) e a outra velocidade final (v), como também
está na figura-8 o vetor v
;
Figura 8
se dividir v
por t teremos o vetor aceleração que pode ser visto na figura-9.
Figura 9
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6
como este vetor aceleração está apontando para o centro da trajetória circular ele foi nomeado Aceleração
Centrípeta ( ca
).
Veja na figura-10 que o vetor aceleração é sempre perpendicular ao vetor velocidade tangencial;
Figura 10
8 – Módulo da Aceleração Centrípeta: Vamos por comparação encontrar o módulo da aceleração centrípeta. Para isso desenhamos duas circunferências, figura-11 e figura-12. Na figura-11 vemos o raio “r” se deslocar a uma velocidade angular “ ”
junto com o vetor velocidade linear ( ou tangencial);note que podemos fazer uma outra circunferência tendo como raio o vetor velocidade; e como a aceleração centrípeta é perpendicular a velocidade tangencial teremos em cada ponto o que se vê na figura-12.
Figura 11 Figura 12
Considerando a figura-11 podemos escrever a equação-3, rv , notando que o correspondente de “r” é
“ v
” na figura-12 , por comparação teremos que o vetor v
gira também a uma velocidade ,e como “v” é
perpendicular a “r” teremos ca
como correspondente de v
:
vac Equação 4
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7
8.1 – Aceleração Centrípeta em função de “v” e “r”:
Substituindo a equação-3, rv , na equação-4 fica: r
vac
2
Equação 5
8.2 – Aceleração Centrípeta em função de “ ” e “r”:
Substituindo a equação-3, rv , na equação-5 obtemos: rac 2 Equação 6
9 – Período (T): Quando se mede o tempo de uma volta completa estamos medindo o que se chama de Período do movimento circular uniforme.
Exemplo: O Período do movimento de rotação da Terra em torno de si mesma é de 24 horas: hT 24
O Período do movimento de rotação da Terra em torno do Sol é de 1 ano: anoT 1
10 – Freqüência (f) ou ( ): Quando se determina quantas voltas a partícula dar por unidade de tempo
estamos encontrando a sua freqüência.
Exemplo: Uma partícula dar 5 voltas por segundo, então sua freqüência é : seg
voltasf
5
Observação: Pode-se substituir “voltas” por “ciclos”, por “rotações” e por “revoluções”.
Unidade de freqüência é: 11 seg
segseg
revoluções
seg
rotações
seg
ciclos
seg
voltashertz
Lembrar que: rpsseg
rotações ; rpm
rotações
min e rpmrps 601 (procure provar).
11 – Freqüência em função do período: Se o período do movimento é igual à 0,2 segundos, teremos, ao fim de
1 segundo, 5 voltas dadas; então note que se tomar o inverso do período (s2,0
1) vamos obter a freqüência
desse movimento ( hertzseg
55
) então escreve-se:
Tf
1 Equação 7
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8
12 – Velocidade angular em função do período: Voltemos a equação E-2 e lá podemos considerar o
deslocamento angular ( ) como sendo correspondente a uma volta completa, 2 , e o intervalo de tempo
será o período (T) do movimento. Como este é uniforme tanto faz medir para um deslocamento angular pequeno ou grande teremos a mesma velocidade angular.
T
2 Equação 8
13 – Velocidade angular em função da freqüência: De acordo com a equação E-7 podemos substituir o período pela freqüência obtendo:
f 2 Equação 9
14 – Aceleração Centrípeta em função do Período: Reportando a equação E-6 e substituindo nesta a equação E-8 ficaremos com:
rT
ac 2
24 Equação 10
15 – Aceleração centrípeta em função da freqüência: Ainda revendo a equação E-6 podemos substituir a velocidade angular pela equação E-9 e obtemos:
rfac 224 Equação 11
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MOVIMENTO CIRCULAR UNIFORME
EXERCÍCIOS
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Exercícios – Movimento Circular Uniforme. 1 – Faça as transformações que se pede abaixo: (a) 30,0° em radianos; (b) 50,0° em rotações; (c) 5,0 rad em graus; (d) 80,0° em radianos; (e) 400,0° em rotações. Resp. (a) 0,5 rad; (b) 0,14 rot; (c) 286,6º; (d) 1,4 rad; (e) 1,1 rot. 2 – Uma pedra faz um movimento circular uniforme,no plano horizontal, o fio que a sustenta tem 120,00 cm e num certo intervalo de tempo ela descreveu um arco de 20,00 cm. Determine o ângulo descrito por ela em radianos e em graus. Resp. 0,2 rad; 11,5º. 3 – As paletas de um ventilador gira a 780,0 rpm. Calcular: (a) a velocidade angular dessas paletas; (b) a velocidade tangencial de um ponto na extremidade da paleta, sabendo que ela mede 30,0 cm. Resp. (a) 81,64 rad/s; (b) 24,5 m/s. 4 – A 6,00 cm do centro de um disco existe uma marca de tinta que gira com o mesmo a 200,0 rpm. Encontre: (a) o período desse movimento; (b) a velocidade angular do disco; (c) a aceleração centrípeta de um ponto situado na marca de tinta. Resp. (a) 0,3 seg; (b) 20,9 rad/s; (c) 36 m/s
2.
5 – O pneu de um carro faz 150,0 rpm. Determine as velocidades, angular e linear, de um ponto de sua periferia sabendo que o pneu, cheio, tem um raio de 30,0 cm. Resp. 15,7 rad/s; 4,71 m/s. 6 – Determinar a velocidade angular da Terra em rad/h. Resp. 0,3 rad/h; 15º/h. 7 – Calcule a velocidade linear de um ponto situado no equador da Terra. O raio do equador é igual a
mx 610378,6 .
Resp. 1913 km/h. 8 – Compare a velocidade linear do exercício anterior com a do som que é 340,0 m/s na temperatura de 15,0°C expressando em unidade mach.. Resp. Mach1,6. 9 – Determinar a velocidade orbital da Terra, em km/h, sabendo que o ano tem 365,256 dias e que sua
distância média ao Sol mede kmx 6106,149 . Compare com a velocidade do som.
Resp. 107.172 km/h; Mach 88. 10 – Sabendo que a latitude do Recife é aproximadamente 8,0° abaixo do equador, determine a velocidade
linear de uma pessoa nessa cidade. Raio médio da Terra é igual a mx 610371,6 .
Resp. 1893 km/h; Mach 1,5. 11 – Encontre a freqüência de um motor em hertz que gira a 3600,0 rpm.
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Resp. 60 Hz. 12 – Um CD (compact disc) player possui os seguintes dados:
(a) distância entre as trilhas = m6,1 ;
(b) raio do disco-laser = 60,0 mm; (c) rotação anti-horária (vista do lado da leitura) = (500,0 – 200,0) rpm. Calcule a diferença de velocidade linear entre duas trilhas localizadas a 30,0 mm do seu centro sabendo que nesse instante a rotação da reprodução é de 500 rpm.
Resp. sm /84
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POLIAS ROLDANAS RODA DENTADA ENGRANAGENS
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16 – Que é Polia? -É uma roda para correia transmissora de movimento. 17 – Que é Roldana? -É uma roda girante, canelada em toda a circunferência, por onde passa uma correia, veja figura-13.
Figura 13
18 – Que é Roda Dentada ou Engrenagens ? - É uma roda com dentes (de formato chato ou pontiagudo) que existe na sua periferia afim de se fazer acoplamentos diretos entre engrenagens,figura-14, ou indireto usando correntes; exemplo das bicicletas, figura-15.
Figura 14 Figura 15
19 – Quando é que se usa polia e quando é que se engrenagens? Quando se constrói uma máquina onde um motor a movimenta e ainda queremos proteger esse motor, ou seja, evitar o seu super aquecimento ou avaria, nós colocamos polias; tendo em vista que se a máquina travar, a correia se parte, porém o motor não sofre avaria. Mas, se o que é importante é um sincronismo perfeito (ou seja, trabalhar em fase) entre a entrada de uma máquina e sua saída deve-se colocar engrenagens, temos como exemplo o antigo relógio de corda, veja figura-14. Na figura-16 encontramos duas polias acopladas por uma correia. A polia da esquerda, de raio r1,
está montada no eixo de um motor de um compressor de ar que gira a uma velocidade 1 . A polia
da direita, de raio r2, está montada no eixo do compressor de ar que gira a uma velocidade 2 .
Figura 16
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20 – Qual o objetivo desse assunto? Queremos com isso saber qual a relação matemática que envolve as velocidades e os raios dessas polias, ou seja, se soubermos a velocidade do motor, o raio de sua polia e o raio da polia do compressor podemos encontrar qual será a velocidade que vai trabalhar esse compressor, ou a velocidade que quero que ele trabalhe. 21 – Como se faz isso? Pela figura-16 observe que a velocidade da correia (vel. linear) é a mesma de um ponto na periferia de cada polia. Esse é o elemento de ligação dos dois lados que matematicamente é o que se mostra a seguir.
221121 rrvvv Equação 12
daí a velocidade angular da polia-2 será igual a :
1
2
12
r
r Equação 13
Observe que o sentido de rotação das duas polias coincidem, porém se a correia estiver colocada do modo que segue na figura-17, as rotações terão sentidos contrários. A equação-13 ainda se mantém para esse caso.
Figura 17
Podemos utilizar a equação-9 e substituir na equação-13 obtendo agora uma relação entre as freqüências.
1
2
12 f
r
rf Equação 14
22 – Redução da freqüência de Rotação por Engrenagens:
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Figura 18
Observação: o eixo (1) e o eixo (3) estão apenas alinhados, e nessa figura as engrenagens estão de perfil.
No eixo (1) está acoplado apenas a engrenagem de raio 1r ( spin horário);
no eixo (2) está acoplado as engrenagens de raio 32 rer (spin anti-horário);
no eixo (3) está acoplado as engrenagens de raio 54 rer (spin horário);
no eixo (4) está acoplado apenas a engrenagem de raio 6r (spin anti-horário).
spin = giro O que há de comum entre as engrenagens é a velocidade tangencial (engrenagens em eixos diferentes) ou a velocidade angular (engrenagens acopladas no mesmo eixo).
221121 rrvv (a velocidade tangencial é comum)
32 (velocidade angular é comum)
443343 rrvv (a velocidade tangencial é comum)
54 (velocidade angular é comum)
665565 rrvv (a velocidade tangencial é comum)
22.1 – Objetivo: Queremos saber como 6 varia com 1 .
1
2
1
4
3
6
5
2
4
3
6
5
3
4
3
6
5
4
6
5
5
6
5
6 r
r
r
r
r
r
r
r
r
r
r
r
r
r
r
r
r
r
1
6
5
4
3
2
16
r
r
r
r
r
r Equação 15
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Exemplo: Medindo as engrenagens de um sistema encontramos: mmrr 231 ; mmr 0,82 ;
mmr 0,84 ; mmr 5,25 e mmr 0,106 .Determinar a relação matemática entre a primeira
engrenagem e sexta.
Cálculo: 1
6
5
4
3
2
16
r
r
r
r
r
r substituindo os valores fica: 16
10
5,2
8
2
8
2 e finalmente
obtemos: 1664
1 Equação 16
22.2 – Redução da freqüência de Rotação por Polias:
Figura 19
A equação-15 vale para as Polias também.
No eixo (1) está acoplado apenas a engrenagem de raio 1r ( spin horário);
no eixo (2) está acoplado as engrenagens de raio 32 rer (spin horário);
no eixo (3) está acoplado as engrenagens de raio 54 rer (spin horário);
no eixo (4) está acoplado apenas a engrenagem de raio 6r (spin horário).
Note que a montagem da figura-19 vai nos dar giros horários em todos os eixos.
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POLIAS ROLDANAS RODA DENTADA ENGRANAGENS EXERCÍCIOS
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Exercícios – Movimento Circular Uniforme – Polias – Engrenagens.
13 – Crie um sistema de engrenagens que transforme, a rotação de um eixo motor de 3600 rpm, para aproximadamente 30 rpm. Faça um desenho mostrando as engrenagens. 14 – Queremos mover um gerador de energia elétrica com as mãos. Sabendo que manualmente só podemos girar a 20 rpm e que o gerador só fornece a voltagem desejada se sua rotação chegar a 1000 rpm. Calcule um sistema de polias que permita mover esse gerador.Faça um esquema mostrando todas as polias usadas.